ARAGUAÍNA 2017 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEGURANÇA VIÁRIA URBANA NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS DA VIOLÊNCIA- NUPEV/UFT MÁRIO SÉRGIO DIAS LUCAS CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM SEGURANÇA VIÁRIA URBANA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS DA VIOLÊNCIA- NUPEV/UFT
MÁRIO SÉRGIO DIAS LUCAS
DEFICIÊNCIAS
ARAGUAÍNA
2017
DEFICIÊNCIAS.
Graduação.
.
DEFICIÊNCIAS.
Graduação.
.
AGRADECIMENTOS
À Deus por nunca deixar que eu desista de alcançar meus
sonhos.
À minha família pelo amor que nos fortalece e por contribuírem de
forma significativa para a
conclusão deste trabalho.
Aos colegas de turma, pela companhia durante o desbravar desses
saberes.
A todos os professores da Pós-Graduação pela dedicação e
conhecimento transmitido. Em
especial, à Professora Orientadora dessa pesquisa, Vera Lúcia
Caixeta, pela dedicação e
respeito à esta proposta de pesquisa.
“A verdadeira deficiência é aquela que
prende o ser humano por dentro e não por
fora, pois até os incapacitados de andar
podem ser livres para voar.”
Thaís Moraes
RESUMO
A pesquisa apresenta uma abordagem a respeito da aquisição da
Carteira Nacional
de Habilitação para pessoas portadoras de deficiências. No
discorrer do trabalho iremos focar
em quem tem o direito de obtê-la, quais as limitações e como
funciona todo o processo de
aquisição da CNH. Foi exposto a criação do Código de Trânsito
Brasileiro e o surgimento da
CNH, bem como questões relevantes no cenário atual como a
Mobilidade Urbana e o fator da
Acessibilidade. Todo o corpo textual foi embasado em legislação que
nos mostrará a
veracidade das questões exibida e endossada por gráficos com a real
situação dos deficientes
no país. A temática tem o caráter expositivo e reflexivo sobre um
fator importante para toda a
sociedade. Tendo em vista que deve ser garantido o direito de ir e
vir em sua plenitude para
todos e com isso efetivando o processo de inclusão social. O
trabalho informativo que leva os
leitores a repensar suas atitudes em relação ao sistema de trânsito
e minimizar os preconceitos
que os portadores de deficiências sofrem para poder conduzir
veículos automotores.
PALAVRAS CHAVES: Carteira Nacional de Habilitação, Portadores de
Deficiências,
Acessibilidade, Mobilidade Urbana.
The research presents an approach regarding the acquisition of
National Portfolio of
empowerment for people with disabilities. In the discourse of the
work will focus on who has
the right to obtain it, what limitations and how to work through
the process of acquisition of
CNH. Will be exposed to creation of the Brazilian Traffic Code and
the emergence of the
CNH, as well as relevant issues in the current scenario as urban
mobility and the factor of
accessibility.
mobility.
FIGURA 2- Comparação entre os dois modelos de CNHs
LISTA DE ABREVIATURAS
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
IMETRO- Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e
Tecnologia
DETRAN- Departamento Estadual de Trânsito
DENATRAN- Departamento Nacional de Trânsito
IPVA- Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
SUMÁRIO
1.2 MOBILIDADE URBANA
.............................................................................................
15
DEFICIÊNCIA
.....................................................................................................................
18
2.1 NOVA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO
.............................................. 21
3. CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO PARA PORTADORES DE
DEFICIENCIAS.
....................................................................................................................
24
4. VEÍCULOS ADPATADOS E ISENÇÃO DE IMPOSTOS AOS PORTADORES DE
LIMITAÇÕES.
.......................................................................................................................
29
1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 assegura a todos direitos e
garantias que norteiam a
o convívio em sociedade. Os direitos estão detalhados em doutrinas
e códigos para que as
pessoas possam utiliza-los de forma concreta. Dentro de um rol
destes direitos, temos o
Direito de ir e vir consagrado como o direito de Locomoção que
possui uma importância
fundamental na nossa Carta Magna.
É nesta esteira de pensamento que pretendemos abordar o direito que
as pessoas
portadoras de deficiência têm de possuir a Carteira Nacional de
Habilitação. Sendo que a base
é a garantia da Locomoção das pessoas na condução de veículos
automotores de acordo com o
que preceitua o Código de Trânsito Brasileiro.
O CTB em seu artigo 162 prevê que todos os condutores de veículos
precisam portar
CNH e que tal ausência caracteriza uma infração de trânsito sujeito
as punições previstas no
código:
Art. 162. Dirigir veículo:
I – sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para
Dirigir ou
Autorização para conduzir Ciclomotor.
Medida Administrativa- retenção do veículo até a apresentação do
condutor
habilitado.
No entanto, o que observamos é que a carteira para pessoas
portadoras de deficiência
ainda esbarra em entraves e a sua obtenção junto aos órgãos de
trânsitos Estaduais e
Municipais ainda possuem uma enorme deficiência para
garanti-las.
Em alguns casos devido à ineficiência dos órgãos responsáveis faz
com que o
público recorra ao judiciário para a garantia do direito, pois em
muitas auto-escolas
credenciadas junto ao Detran não possui estrutura e profissionais
especializados para fornecer
um atendimento as pessoas com alguma limitação.
Outro fator relevante é que para os jovens a obtenção da CNH é
considerada como
uma satisfação pessoal e que quando os portadores de deficiências
não consegue obtê-la
ocorre a não efetivação do processo de inclusão.
O processo de inclusão deve ser considerado para o Estado e para
quem preste
qualquer serviço público como uma obrigação de fazer que vai desde
das condições para a
retirada da CNH pra portadores com limitações até a mobilidades
urbana.
A Mobilidade Urbana tem sido alvo de inúmeras cobranças por parte
da sociedade
em geral, pois no cenário atual não ocorreu uma evolução nas
cidades no sentido de estarem
13
adaptadas a receberem o público com suas respectivas limitações.
Apesar, de alguns
municípios terem melhorado bastante as vias públicas com acesso aos
portadores de
deficiências.
1.1 PORTADORES DE DEFICIÊCIAS NO BRASIL.
Em conformidade com os dados obtidos pelo o Instituto Brasileiro de
Geografia e
Estatística (IBGE), 6,2% da população brasileira foi diagnosticada
com algum tipo de
limitação. O estudo levou em consideração quatro tipos de
deficiências: Visual, Física,
Intelectual e Auditiva. A limitação visual é que atinge a maior
parte da população brasileira,
representando aproximadamente 3,6% dos brasileiros e afetando em
maior quantidade os
idosos com mais de 60 anos de idade. A região sudeste também possui
o maior número de
casos de deficientes visuais.
A pesquisa ainda revela que os portadores de limitações físicas
representam 1,3%
dos brasileiros e que quase a metade deles possuem dificuldades
para exercer suas tarefas
diárias. Necessitando de algum auxilio e participando de
reabilitação.
O estudo que foi elaborado pelo o instituto em parceria com
Ministério da saúde
diagnosticou também que 0,8% da população apresenta deficiências
intelectuais. E o índice de
0,5% adquiriu a limitação desde o nascimento.
Diante dessa pesquisa exposta observamos que hoje os portadores de
deficiências
ocupam grande parte da população do país e que apesar das
discriminações sofridas estão
buscando seu espaço. Nas escolas constatamos as propostas de
inclusão nas salas de aulas. No
mercado de trabalho avançamos na inserção dos portadores de
limitações.
E como concretização desses direitos é que possuímos uma legislação
que
assegura a eles a sua efetivação. Na Constituição Federal de 1988 o
legislador inseriu diversos
dispositivos que trata a respeito dos portadores de
deficiências:
TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I - Dos
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos
seguintes:
CAPÍTULO II - Dos Direitos Sociais Art. 7º. São direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXXI- proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência.
TÍTULO III - Da Organização do Estado Art. 23. É competência comum
da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
CAPÍTULO II - Da União
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II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
das pessoas
portadoras de deficiência;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar
concorrentemente sobre:
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
deficiência.
TÍTULO III - Da Organização do Estado CAPÍTULO VII - Da
administração Pública
SEÇÃO I - Disposições Gerais
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional,
de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e, também, ao
seguinte:
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão.
TÍTULO VIII - Da Ordem Social Art. 203. A assistência social será
prestada a
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem
por objetivos:
CAPÍTULO II - Da Seguridade Social
SEÇÃO IV - Da assistência Social
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção
de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a
própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a
lei.
CAPÍTULO III - Da Educação, da Cultura e do Desporto. SEÇÃO I - Da
Educação
Art. 208. O dever do estado com a educação será efetivado mediante
a garantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da
criação artística,
segundo a capacidade de cada um.
CAPÍTULO VII - Da Família, da Criança, do Adolescente e do
IdosoArt. 227. É
dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§1º- O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde
da criança e do
adolescente, admitida a participação de entidades não
governamentais e obedecendo
os seguintes preceitos:
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado
para os
portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social
do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para
o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços
coletivos, com a
eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
§2º- A lei disporá sobre normas de construção de logradouros e
edifícios de uso
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
de garantir o acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência
TÍTULO IX - Das Disposições Constitucionais Gerais Art. 244. A lei
disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de
uso
público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes
a fim de garantir
acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o
disposto no art.
227, 2º.
Nas leis infraconstitucionais podemos citar a lei 13.146 de 06 de
Junho de 1945
que inclui a pessoa com deficiência em diversos aspectos:
trabalhistas, culturais, lazer,
15
acessibilidade, mobilidade urbana entre outras vertentes, bem como
a legislação de trânsito
que garante inserção dos portadores de limitações na condução de
veículos automotores:
Art. 1 o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em
condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados
pelo Congresso
Nacional por meio do Decreto Legislativo n o 186, de 9 de julho de
2008, em
conformidade com o procedimento previsto no § 3 o do art. 5
o da Constituição da
República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano
jurídico externo,
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n o 6.949,
de 25 de agosto
de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 2 o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade
em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1 o A avaliação da deficiência, quando necessária, será
biopsicossocial, realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
considerará:
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
1.2 MOBILIDADE URBANA
A Expressão mobilidade urbana refere-se ao deslocamento das pessoas
que é
realizado dentro das cidades. Esse deslocamento inclui todos os
componentes do trânsito, ou
seja, carros, motos, pedestres e etc. Que utilizam as vias públicas
para se locomoverem. Os
transportes de passageiros também faz parte desse rol que é
contemplado pelo o termo de
mobilidade urbana.
Nas últimas décadas alguns fatores contribuíram muito para que a
questão da
mobilidade urbana se agravasse no país. Dentro desses pontos,
temos: o êxodo rural,
crescente aumento da indústria automobilística, aumento da
população, falta de planejamento
de trafego entre outros. Aspectos que tornaram o simples fato de
locomover-se nos grandes
centros urbanos como uma problemática sem precedentes. Algumas
pesquisas apontaram que
o vilão que mais contribue para toda essa questão é a maior
utilização do transporte individual
no lugar do transporte coletivo. Fato que causa enorme
congestionamento nos centros ao
longo do dia somado com o excesso de pedestres nas principais ruas
e avenidas.
De acordo com os pontos citados podemos fazer a seguinte reflexão.
Se para
pessoas normais o trânsito no geral já encarado como um problema a
ser enfrentado. Imagina
como deslocar-se as pessoas portadoras de alguma limitação dentro
dessa conjuntura atual do
trânsito no país?
acessibilidade, politicas públicas e educação do público que
compõem o sistema nacional de
trânsito entre outras pontos relevantes.
Dentro da questão de mobilidade urbana contamos com a lei 12.587 de
3 de
janeiro de 2012, que regulamenta e institui a politica Nacional de
Mobilidade Urbana:
Art. 1 o A Política Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da
política de
desenvolvimento urbano de que tratam o inciso XX do art. 21 e o
art. 182 da
Constituição Federal, objetivando a integração entre os diferentes
modos de
transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas
e cargas no
território do Município.
Parágrafo único. A Política Nacional a que se refere o caput deve
atender ao
previsto no inciso VII do art. 2 o e no § 2
o do art. 40 da Lei n
o 10.257, de 10 de julho
de 2001 (Estatuto da Cidade).
Art. 2 o A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo
contribuir para
o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das
condições que
contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes
da política de
desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão
democrática do
Sistema Nacional de Mobilidade Urbana.
Art. 3 o O Sistema Nacional de Mobilidade Urbana é o conjunto
organizado e
coordenado dos modos de transporte, de serviços e de
infraestruturas que garante os
deslocamentos de pessoas e cargas no território do Município.
§ 1 o São modos de transporte urbano:
I - motorizados; e
II - não motorizados.
I - quanto ao objeto:
a) coletivo;
b) individual;
a) público;
b) privado.
Essa regulamentação fomenta a acessibilidade e garante ao público a
livre
locomoção em transportes públicos. No entanto, apesar de estarmos
amparados por lei e os
outros dispositivos legais. Ainda carecemos da plenitude desse
direito. Fato que poderia ser
evitado se o Estado investisse mais em políticas públicas para
assegurar aos portadores de
limitações a realização concreta do direito.
Mas, outra vertente que merece destaque e que surtiria efeito a
curto prazo está
relacionado a questão da Educação para o trânsito. Neste ponto, o
simples fato de não
estacionarmos em vagas destinadas a deficientes, não pararmos em
rampas utilizadas por eles,
não usarmos elevadores e filas das pessoas que possuem prioridades
amenizariam um pouco
essa dificuldade de acessibilidade que os deficientes enfrentam
diariamente. Todavia,
entendemos que o processo de educação é algo contínuo e que deve
ser levado a sério. Sendo
que como alternativa é que a proposta fosse inserida como parte da
grade curricular dos
alunos. Os discentes seria multiplicadores de informações e
chegariam na fase adulta
conscientizados da importância da educação para o trânsito.
1.3 ACESSIBILIDADE
O Direito de ir e vir que esta previsto em nossa Constituição
Federal assegura a todos
a liberdade de Locomoção em tempo de paz. E como garantia para
efetivação desta previsão
constitucional e que relacionamos tal direito com a acessibilidade
e mobilidade urbana.
Mobilidade nos remete a ideia de movimento, deslocamento entre
outros e está estritamente
relacionado com a acessibilidade das pessoas às vias públicas e
logradouros.
A ausência de acessibilidade é considerado um grande problema que
precisa ser
solucionado, pois locomover-se no cenário atual não tem sido uma
tarefa fácil. Quando
colocamos alguns pontos como: vias públicas destruídas, falta de
engenharia de tráfego,
ausência de planejamento para as cidades, carência de sinalizações,
ausência de rampas para
portadores de limitações, falta de respeito dos condutores com os
deficientes e outros aspectos
somado ao gigantesco número de usuários das vias teremos um cenário
complexo.
No entanto, embora a Legislação Brasileira tenha avançado bastante
e nos garantido
a acessibilidade as ruas, avenidas e prédios públicos conforme a
lei 13.146 de 6 de Julho de
2015 :
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com
deficiência ou com
mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus
direitos de
cidadania e de participação social.
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei e de
outras normas
relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a
matéria nela regulada:
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de
comunicação e
informação, a fabricação de veículos de transporte coletivo, a
prestação do
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quando
tenham destinação
pública ou coletiva;
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização
ou habilitação de
qualquer natureza;
III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização de
recursos públicos,
por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou
instrumento
congênere; e
IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de
financiamento
internacionais por entes públicos ou privados.
É evidente a carência de políticas públicas para minimizar ou
resolver esse
problema que afeta diretamente 6,2% da população. De acordo com
dados de uma pesquisa
realizada pelo o IBGE, constatando que os brasileiros possuem algum
tipo de deficiência e
que necessitam de alguma forma de atendimento especial.
18
DEFICIÊNCIA
Atualmente é notável a corrida inconstante pela busca de seus
direitos enquanto
pessoas portadores de deficiência, uma vez que ainda deparamo-nos
com uma sociedade ainda
deficiente no que diz respeito o que lhe é, de fato, de direito.
Muitos, não têm acesso aos
direitos que devem pertencer a todos: educação, saúde, trabalho,
locomoção, transporte,
esporte, cultura e lazer.
Em contrapartida, a preocupação constitucional com as pessoas com
deficiência foi
uma inovação da Constituição Federal de 1988, em relação às
Constituições anteriores.
Assim, cabe destacar o Título II da Constituição Federal, que trata
dos direitos e garantias
fundamentais, também assegura garantias dos portadores de
limitações e seus direitos.
Nesse sentido, é assegurado na Constituição Federal, no seu artigo
5º, os direitos e
garantias de todos e qualquer cidadão. O artigo 23 versa que é
competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inciso II :
cuidar da saúde e da assistência
pública, da proteção e garantias das pessoas com deficiência.
Cabe ressaltar também que o Decreto 6.949/09 que traz a Convenção
Interamericana
sobre os direitos das pessoas com deficiência, entra em vigor no
Brasil com caráter
constitucional, haja vista que o mesmo passou pela aprovação de
tratados com equivalência à
emenda constitucional que amplia, dessa forma, o bloco de
constitucionalidade, consoante o
artigo 5º § 3º da Constituição Federal:
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
Nesse sentido, com a Convenção Interamericana sobre os direitos das
pessoas com
deficiência, proporcionou uma melhoria significativa ao tratamento
das pessoas portadoras de
deficiência, haja vista que traz como uma de suas garantias
“medidas efetivas para assegurar
às pessoas com deficiência sua mobilidade pessoal com a máxima
independência possível.”
Seguindo essa perspectiva podemos citar no cenário atual a
Constituição Federal de
1988, que diversos tópicos tratam a respeito dos portadores de
limitações e seus direitos.
19
2. CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO.
Com o processo de modernização no Brasil ocorreu um aumento dos
veículos e
consequentemente a circulação destes nas vias públicas. Fato que se
fez necessário uma
regulamentação para se organizar o trânsito no país. O primeiro
Código Nacional de Trânsito
foi estabelecido pelo decreto lei nº 2.994, no dia 28 de janeiro de
1941. Ele tinha como
objetivo que todos obedecessem à circulação de veículos em vias
terrestres, abertas á
movimentação pública em qualquer parte do país. Na década de 60 foi
instituída a lei nº 5.108
que vigorava o Código Nacional de Trânsito até ser promulgada em
1997 pelo o Congresso
Nacional que posteriormente com a lei 9.503 organizou o CTB,
entrando em vigor em 22 de
janeiro de 1998.
Com toda a regulamentação exige-se dos condutores a Carteira
Nacional de
Habilitação para a condução de veículos automotores, estando assim
em conformidade com
legislação de Trânsito. Na Década de 80 surge a CNH que possuía o
Prontuário Geral Único
que era número do registro no modelo antigo. Esse documento foi
caracterizado por não
possuir foto, apresentar poucas informações e ser necessária a
apresentação da cédula de
identidade juntamente com a CNH.
A Carteira Nacional de Habilitação atual contém fotografia, números
de identidade e
CPF além de ser utilizada como cédula de identidade. Ela foi
dividida em categorias de
acordo com artigo 143 do Código de Trânsito:
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a
E, obedecida
a seguinte gradação:
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três
rodas, com ou
sem carro lateral;
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido
pela categoria
A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos
quilogramas e cuja
lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em
transporte de
carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos
quilogramas;
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no
transporte de
passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do
motorista;
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a
unidade
tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade
acoplada, reboque,
semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil
quilogramas) ou mais
de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito)
lugares.
O legislador ainda preceituou na legislação de trânsito algumas
exigências
necessárias para a obtenção da carta, tais requisitos possuem o
caráter obrigatório e
20
indispensável para quem deseja retira-la. Requisitos que visam um
melhor aperfeiçoamento
dos condutores e garante a segurança para todos os usuários da
via.
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico
será apurada por
meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou
entidade executivos do
Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência do
candidato, ou na sede
estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor
preencher os seguintes
requisitos:
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
E ainda em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro os
condutores
habilitados poderão ter suas carteiras suspensas ou cassadas de
acordo com a infração ou
crime de transito cometido. A suspensão consiste na proibição de
dirigir por um período
determinado consoante o que foi cometido pelo o condutor. De acordo
com o prazo estipulado
no artigo 261 do CTB:
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será
imposta nos seguintes
casos:
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos,
no período de 12
(doze) meses, conforme a pontuação prevista no art. 259;
II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas
infrações preveem,
de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de
dirigir.
A penalidade de suspensão ocorre quando o motorista somar vinte
pontos ou mais
na sua CNH ou cometer alguma infração que o código preveja a
suspensão, por exemplo:
Dirigir ameaçando pedestres (art. 170)
Efetuar manobra perigosa (art. 175)
Transpor bloqueio policial (art. 210)
Conduzir moto sem capacete (art. 244)
Disputar corrida em via pública (art. 173)
Dirigir em velocidade superior a 50% da permitida art. 218,
III)
Participar de competição em via pública (art. 174)
Dirigir sob efeito de álcool ( lei 11.705 19/06/2008)
Não prestar socorro a vítima ( art. 176).
Enquanto a cassação pode ser definida quando o condutor está com o
direito de
dirigir suspenso e é flagrado conduzido veículo, em caso de
reincidência no prazo de doze
meses e por condenação judicial. Neste caso a CNH do motorista é
aprendida e ele é
submetido a um processo que visa a cassação da carteira. O
procedimento é assegurado a
ampla defesa e em caso de confirmado a cassação terá o prazo de
dois anos. Após esse prazo
21
o condutor deverá reiniciar o processo igual a da primeira
habilitação para conseguir a sua
reabilitação.
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir
qualquer veículo;
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações
previstas no
inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e
175;
III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito,
observado o
disposto no art. 160.
Artigo 265. As penalidades de suspenção do direito de dirigir e de
cassação do
documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada
da autoridade
de trânsito competente, em processo administrativo assegurando ao
infrator ampla
defesa.
2.1 NOVA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO.
Com intuito de garantir uma maior segurança para a obtenção da CNH.
O Governo
institui uma nova carteira nacional de habilitação que tem como
objetivo principal evitar as
falsificações e manter a lisura no processo de aquisição. Os
condutores já habilitados que
possuem suas CNHs dentro do prazo de validade não necessitam fazer
a troca para a nova
carteira. Sendo que todo o processo para adquirir a carta permanece
o mesmo, bem como não
ocorrerá acrescemos nos valores cobrados.
A Nova CNH foi regulamenta pela a Resolução 598 de 24 de Maio de
2016. E
entrará em Vigor em 02 de janeiro de 2017, com uma nova cor
diferente da anterior, novo
leiaute, novos números entre outros mecanismos de segurança.
RESOLUÇÃO Nº 598 DE 24 DE MAIO 2016
Regulamenta a produção e a expedição da Carteira Nacional de
Habilitação, com
novo leiaute e requisitos de segurança.
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, no uso das
atribuições
legais que lhe são conferidas pelo artigo 12, I, X da Lei nº 9.503,
de 23 de setembro
de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e
conforme o Decreto
n° 4711, de 29 de maio de 2003, que trata da coordenação do Sistema
Nacional de
Trânsito.
Considerando a necessidade de adequação do modelo único da Carteira
Nacional de
Habilitação – CNH às exigências das técnicas de segurança
documental;
Considerando o que consta do processo administrativo Nº
80000.015736/2012-63;
RESOLVE:
Art. 1° Esta Resolução regulamenta a produção e expedição da
Carteira Nacional de
Habilitação – CNH, com novo leiaute e requisitos de segurança.
Parágrafo único. O
documento de habilitação será expedido em modelo único, conforme
especificações
técnicas constantes nos Anexos I, II, III e IV desta
Resolução.
Art. 2º A expedição da Carteira Nacional de Habilitação – CNH
obedecerá ao
previsto no art.159 do Código de Transito Brasileiro – CTB e deverá
conter novo
leiaute, papel com marca d`agua, requisitos de segurança e 2 (dois)
números de
identificação nacional e 1 (um) número de identificação
estadual.
22
Em conformidade com a Resolução mencionada à nova CNH, apresentará
as
seguintes características expostas no quadro e figura abaixo. E com
o intuito de sanar dúvidas
e informar aos leitores é que iremos expor duas gravuras das CNHS
(antiga e atual), para que
possamos comparar os dois modelos:
DESCRIÇÃO DE TODOS OS CARACTERES QUE COMPÕEM A NOVA CARTEIRA
DE
HABILITAÇÃO.
Tinta de variação óptica
Rosacea positiva com micro letras negativas
Numeração Tipográfica com florescência sob a luz UV.
Fio de microletras positiva com falhas técnicas de
Calcografia
Holografia Biodimesional com dizeres CNH
Papel de segurança especial com marca d’agua Denatran e bandeira do
Brasil
Fundo numismastico com mapa do Brasil em geometria
Sigla dos Estados com tinta Prata.
Tarja geométrica positiva e distircida
Fundo numismatico duplo com o brasão da República incorporado
Mapa do Estado com a sigla encorpado em Calcografia.
Fundo geométrico positivo com textos incorporados.
See through
Nome Completo
Número do CPF
Dados da Filiação
Número do Registro
NOVA CNH – Figura 1
DEFICIENCIAS.
A população brasileira que apresentam algum um tipo de limitação e
que necessita de
algum atendimento especial tem aumentando bastante nas últimas
décadas. Estamos
vivenciando uma politica de inclusão que assegura a esse público a
conquista do seu território
em vários segmentos da sociedade. Nas indústrias, nas
universidades, no serviço público, na
politica e em outros locais. Os direitos dos portadores de
limitações de ocupar seu espaço
estão sendo garantido. Embora eles necessitem em algumas vezes
recorrer ao judiciário para a
efetivação do direito. Seguindo essa linha de raciocínio é que
constatamos também a inclusão
dos deficientes como condutores de veículos automotores e
consequentemente a aquisição da
sua carteira nacional de habilitação para estarem em conformidade
com o código de trânsito
brasileiro.
Adquirir a carteira de habilitação especial é um sonho para muitos
deficientes, no
entanto, é difícil para as pessoas com alguma limitação obter a
CNH. Isso devido a uma série
de fatores, tais como: Ausência de médicos em alguns lugares, falta
de auto-escolas com
veículos adaptados, carência de profissionais qualificados entre
outros. A CNH especial não
garante nenhum privilegio ou regalia ao candidato a habilitação.
Ele é submetido a todos os
25
procedimentos como qualquer outra pessoa normal, porém, é avaliado
por uma comissão
especializada para que nada interfira na capacidade de
dirigir.
A carteira está prevista na legislação de Trânsito e garante ao
público alvo a
efetivação desse direito. No caso da limitação auditiva é garantido
ao candidato um interprete
em todas as fases do processo:
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada
acessibilidade de
comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em
todas as etapas do processo de habilitação.
§ 1 o O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
dos cursos que
precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser
acessível, por meio de
subtitulação com legenda oculta associada à tradução simultânea em
Libras.
§ 2 o É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva
requerer, no ato de
sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para
acompanhamento em aulas
práticas e teóricas.
3.1 PROCEDIMENTOS PARA RETIRADA DA CNH ESPECIAL
Antes de requer a tão sonhada CNH é necessário seguir alguns
passos. Em primeiro
lugar devemos saber quem geralmente tem direito de tirar a CNH
especial. Em outras palavras
quais são as limitações que as pessoas apresentam para requerer a
CNH. Então podemos
mencionar:
Artrite Reumatoide – Consiste em uma doença inflamatória crônica,
que afeta as
membranas sinovais, de múltiplas articulações (mãos, punhos,
cotovelos, joelhos,
tornozelos e etc.) bem como os órgãos como: pulmões, rins e
coração.
Esclerose Mútipla- Pode ser conceituada como uma enfermidade
autoimune que
afeta o cérebro, nervos e a medula espinhal.
Mastectomia- É a retirada da mama de mulheres com o câncer de
mama.
Dort- Refere-se a lesões por reforços repetitivos. Distúrbios
relacionado ao
trabalho.
Quadrantectomia – Apresenta uma relação com a Mastectomia.
Éprocedimento
cirúrgico que remove o câncer, mas deixa a maior parte da
mama.
Paraplegia – Consiste a ausência de movimentos da cintura para
baixo.
Tetraplegia- Refere-se quando não se movimentam os quatro
membros.
Nanismo- São pessoas consideradas com a altura bem menor.
Aproximadamente
20% das pessoas da mesma população.
Poliomelite- Trata-se de uma doença infecto contagiosa causada por
vírus que
causa a paralisia flácida de inicio súbito.
26
Paralisia- Consiste em circustancias que se perde a mobilidade
voluntaria da
capacidade de efetuar um determinado movimento.
Tendinite Crônica- É entendida como uma doença que limita o
movimento da
parte do corpo, tais como: cotovelos, tornozelos, tendões e
pés.
Manguito Rotador- São lesões que podem ocorrer nos tendões que se
localizam
na parte do ombro.
Artrose- Pode ser entendido como uma doença causada pelo o desgaste
da
cartilagem.
Parkinson- É uma doença degenerativa do sistema nervoso central.
Ela é crônica
e degenerativa.
Linfomas- Refere-se a neoplasias malignas que atingem órgãos e
estruturas do
sistema linfático.
Escoliose- Consiste no encurvamento anormal da coluna vertebral que
causa com
isso dores na lombar e nas costas.
Falta de Força- considerado como fraqueza muscular, ou seja, a
falta de forca em
um ou mais músculos.
Formigamento- É conceituado como sensações anormais que podem
ocorrer em
qualquer parte do nosso corpo, mas geralmente o diagnosticado nas
mãos, pés,
dedos, braços e pernas.
Após a lista das principais limitações o candidato a CNH especial
deve procurar o
DETRAN e verificar onde possui auto escolas que oferecem aulas para
pessoas com
deficiências e se possuem veículos adaptados. Caso você não
encontre nenhuma auto escola
com veículo adaptado, mas você já tenha um veículo próprio com as
adaptações de acordo
com o INMETRO poderá solicitar ao Detran para utiliza-lo nas
aulas.
Em seguida o candidato deverá preencher os mesmos requisitos para
requerer uma
CNH normal que são: ser penalmente imputável, saber ler e escrever
e possuir carteira de
identidade ou equivalente.
Além disso, o DETRAN vai solicitar para que sejam feitos exames
para
comprovação da deficiência e somente com o laudo médico é que você
poderá iniciar as aulas
na auto escola. Após os exames, os médicos e responsáveis do
DETRAN, irão determinar
quais as adaptações precisam ser feitas no veículo para o inicio
das aulas.
27
Diante do laudo o candidato realizará a sua inscrição e começará as
aulas teóricas e
posteriormente irá marcar o exame psicotécnico. Após sua aprovação
na prova teórica o
próximo passo será a realização das aulas práticas com o veículo
adaptado conforme a sua
necessidade. Lembrando que o mesmo perito médico que identificou
qual a adaptação que
teria que ser feita irá vistoriar o veículo para verificar se
atende o que foi solicitado.
Concluindo as aulas teóricas irá para a prova prática e caso
aprovado está com a sua Carteira
Nacional de Habilitação especial.
Quadro resumindo com todos os passos para a aquisição da CNH
especial:
Procurar uma autoescola que forneça aulas para deficientes.
Fazer a inscrição na autoescola.
Realizar os exames médicos e com o laudo fazer as adaptações
necessárias no veículo.
Realizar o exame psicotécnico.
Ser Aprovado na prova teórica de legislação.
Realizar aulas no simulador de direção.
Fazer o curso prático de direção veicular.
Ser aprovado no exame prático de direção veicular.
No entanto, se o candidato já possuía sua CNH e depois adquiriu
alguma deficiência,
o processo é semelhante para quem apresenta alguma limitação e irá
retirar a carteira pela a
primeira vez. A principal distinção refere-se a ausência do exame
teórico e conforme o
Estado não será necessário a prova prática. Somente a carta será
alterado e colocado as
restrições necessárias de acordo com o quadro exemplificativo e
seus respectivos códigos:
Código da CNH Restrições
C Obrigatório o uso de acelerador a esquerda
D Obrigatório o uso de veículo com transmissão automática
E Obrigatório o uso de empunhadura/manopla/ pomo no volante
F Obrigatório o veículo com direção hidráulica
G Obrigatório o uso de veículo com embreagem manual ou com
automação
de embreagem ou com transmissão automática
28
H Obrigatório o uso de acelerador e freio manual
I Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel ao
volante
J Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel para
os
membros inferiores e/ou outras partes do corpo
K Obrigatório o uso de veículo com prolongamento da alavanca
de
câmbio e/ou almofadas (fixas ) de compensação de altura e/ou
profundidade
L Obrigatório o uso de veículo com prolongadores dos pedais e
elevação
do assoalho e/ou almofadas fixas de compensação de altura
e/ou
profundidade
M Obrigatório o uso de motocicleta com pedal de câmbio
adaptado
N Obrigatório o uso de motocicleta com pedal do freio traseiro
adaptado
O Obrigatório o uso de motocicleta com manopla do freio
dianteiro
adaptada
P Obrigatório o uso de motocicleta com manopla de embreagem
adaptada
Q Obrigatório o uso de motocicleta com carro lateral ou
triciclo
R Obrigatório o uso de motoneta com carro lateral ou triciclo
S Obrigatório o uso de motocicleta com automação de troca de
marchas
Outro fato interessante é que os motoristas habilitados com a
carteira especial podem
também exercerem a profissão na condução de veículos automotores.
Desde que o veículo
seja adaptado e a categoria esteja em conformidade às exigências
previstas no Código de
Trânsito Brasileiro.
A conquista ocorreu em 2007, quando a Procuradoria Regional dos
Direitos dos
Cidadãos entrou com uma ação na justiça federal de São Paulo contra
o CONTRAN, (
Conselho Nacional de Trânsito). Na ação a procuradoria buscava que
parte da resolução
51/98, fosse declarada inconstitucional, devido ao fato de declarar
a vedação de atividade
remunerada aos condutores de veículos adaptados. Que teve como
principal argumento para o
Ministério Público Federal, a violação dos direitos das pessoas com
deficiências,
especificamente o direito do trabalho. A decisão da Justiça Federal
foi no sentido que o
CONTRAN, permitisse condições para que os portadores de
deficiências tivessem como
habilitar-se nas categorias C, D e E. E com isso dando condições
para exercerem a atividade
como condutores de passageiros ou de cargas.
29
Apesar dessa conquista um fato que chama atenção é o numero de auto
escolas
preparadas para formar deficientes em categorias profissionais.
Citando como exemplo a
cidade de Ribeirão Preto SP, das 80 auto- escolas apenas 02 possuem
estrutura para fornecer
atendimento aos portadores de limitações. O grande entrave são
inexistência de veículos
adaptados para as categorias de passageiros, tração e carga.
4. VEÍCULOS ADPATADOS E ISENÇÃO DE IMPOSTOS AOS PORTADORES DE
LIMITAÇÕES.
Os veículos representam mais do que um meio de locomoção para
grande parte dos
brasileiros. É considerado um sonho para muitos e possibilita a
concretização do processo de
mobilidade urbana. Seguindo essa tendência muitas fábricas estão
trabalhando na produção de
veículos adaptados para pessoas portadoras de deficiências.
Conforme laudo médico que
diagnostica a limitação que o condutor possui e as devidas
alterações que devem ser feitas no
veículo. E antes de ser posto em circulação nas vias é avaliado
pelo perito médico que
solicitou as adaptações para confirmação de todas as
alterações.
As alterações foram autorizadas pelo DENATRAN (Departamento
Nacional de
Trânsito), sendo possível com isso a modificação em qualquer
veículo para ser conduzido por
pessoas com portadoras de deficiências. Dessa maneira os veículos
de tração, carga e coletivo
de passageiros também podem ser adaptados. Permitindo assim a
retirada da CNH nas
categorias C, D e E.
Como incentivo para aquisição dos veículos por parte do poder
público é que foi
dado aos deficientes uma isenção de impostos e um desconto para
adquirir algum veículo
automotor. Esses descontos podem chegar até 30% do valor do
veículo. E tem como objetivo
facilitar a locomoção das pessoas portadoras de limitações diante
desse nosso complexo
sistema de trânsito.
Os principais impostos que podem ser atribuídos isenções ou
descontos são:
IPI- Imposto sobre Produtos Industrializados.
IOF- Imposto sobre Operações Financeiras.
ICMS- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de
Serviços
IPVA- Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores.
30
. As pessoas portadoras de deficiência física, visual, autistas e
mental ou profunda
podem adquirir uma isenção do IPI, automóvel ou veículo de uso
misto, de fabricação
nacional. Assim podem ser definidas as seguintes limitações:
* Física: São aquelas pessoas que apresentam alteração completa ou
parcial de um
ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
função
física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia,
amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com
deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que
não produzam
dificuldades para o desempenho de funções.
* Visual: É considerado as pessoas que apresentam acuidade visual
igual ou menor
que 20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, após a melhor
correção, ou campo
visual inferior a 20°, ou ocorrência simultânea de ambas as
situações
* Mental severa ou profunda, ou a condição de autista: São aquelas
pessoas que
apresentam o funcionamento intelectual inferior a média, com
limitações associadas
a comunicação, trabalho, lazer, saúde, socialização entre outros
aspectos. Os
critérios estão em conformidade com a portaria interministerial
SEDH/MS nº
2/2003.
De acordo com as limitações expostas através de um laudo de
avaliação emitido por
prestador de saúde. No caso do IPI, o benefício de isenção só pode
ser utilizado uma vez a
cada dois anos e sem limites de uso. E o laudo pode fornecido por
médicos da rede pública ou
privada, desde que ambos sejam contratados ou conveniados ao
Sistema Único de Saúde
(SUS).
E em relação aos descontos na compra de veículos automotores
necessitam de alguns
documentos para dar entrada ao processo de aquisição do desconto.
São exigidos:
Formulário de solicitação do beneficio
Comprovante de endereço
CPF do requerente
Comprovante de rendimentos
RG do requerente
Em posse de todos os documentos necessários o próximo passo é
leva-los junto a
Receita Federal ou Estadual que será analisada para verificação do
preenchimento dos
requisitos para a concessão do desconto.
31
CONSIDERACÕES FINAIS.
O Trânsito pode ser entendido com o deslocamento das pessoas na
condução de
veículos (carros, motos, veículos de passageiros etc.) ou pedestre
dentro de um determinado
espaço geográfico. No cenário atual locomover-se não tem sido uma
tarefa muito fácil, pois
esbarramos na falta de acessibilidade e na ausência de mobilidade.
Fato oriundo de diversos
fatores, tais como: falta de sinalizações, inexistência de
ciclovias, falta de estacionamentos
nas vias públicas, má conservação das sinalizações semafóricas,
vias públicas em péssimas
condições de uso. Todos esses fatores somados a fiscalização
precária e a ausência de projetos
educacionais voltados para o trânsito contribuem para que não
exista uma segurança viária
urbana.
Diante desse cenário caótico já é muito complexo para uma pessoa
normal
garantir a mobilidade urbana. Ainda mais para os portadores de
deficiências concretizarem o
direito de locomoção na condução de veículos automotores.
Pois bem, os portadores de limitações têm e devem exercer esse
direito em sua
plenitude. Nosso estudo veio revelar os meios para que esse público
possa retirar a sua
carteira nacional de habilitação especial, garantindo a eles a
inclusão social e facilitando a sua
acessibilidade.
A proposta de todo o texto apresentando é disseminar as informações
relativas
aos procedimentos para a obtenção da carta, mostrando os benefícios
de isenção e redução de
impostos na aquisição de veículos automotores. Incluir os leitores
com deficiências no nosso
sistema de trânsito, dar a eles uma maior independência, dizer que
são capazes é fundamental
para concretização da nossa proposta de inclusão.
Outra vertente que merece destaque é fazer com que as pessoas
normais mudem o
olhar para os portadores de limitações, pois conforme o estudo eles
não possuem nenhuma
regalia durante o processo de obtenção da sua carteira. Então não
podem ser tratados como
“coitados”. São pessoas que irão passar por todas as etapas do
processo de uma CNH.
A conscientização sobre a temática e a divulgação das informações
expostas é o
caminho a percorrer para minimizar ou erradicar os preconceitos que
o público com alguma
limitação vem sofrendo no nosso cenário atual.
E como forma de melhorar a fluidez do trânsito, amenizando os
problemas ou
solucionando algumas desses problemas mencionados. É que pode ser
implantado um Sistema
de Informação Geográfica no Município.
32
O Sistema tem com objetivo principal a coleta de todas as
informações
necessárias para um mapeamento dos locais necessitam de algum
apoio, informações de
acidentes como: veículos evolvidos, tempo e horário, sinalizações
das vias, condições de
tráfego, resultado dos acidentes e entre outros. No entanto, é
evidente que para análise de todo
sinistro é necessário uma estrutura física adequada, mobiliário,
matérias disponíveis e agentes
capacitados.
O SIG funcionaria em uma sala específica com computadores
interligados a
diversos órgãos, tais como: Polícia Militar, Órgão de Trânsito
Municipal, Corpos de
Bombeiro, SAMU, Polícia Civil, Hospitais e Pericia Técnica. Todos
os equipamentos com
programas de software que viabilizariam um fluxo contaste dessas
informações, além de um
grande sistema de Filmagens nos principais pontos críticos da
cidade. Assim logo após um
acidente de trânsito teríamos as imagens do fato, os dados obtidos
pela PM, o estado de saúde
das vitimas (quando houver), se possuía ou não sinalizações no
local e a fiscalização dos
agentes de trânsito.
Outro ponto que é relevante é em relação aos custos de todo o
aparato e a forma
de obtenção dos recursos. Como sabemos o município arrecada por
infrações que é de sua
competência fiscalizar, a saber: estacionamentos, parada
obrigatória, transpor a sinalização
semafórica e entre outros. Nesta esteira poderia ser obtida uma
porcentagem de 20% da
arrecadação das infrações para o custeio inicial, criação dos
programas e manutenção. Os
agentes seria os do município ou cedidos pelo o Estado. E também
através de convênios entre
todos os órgãos citados pra que ocorra o repasse de todas as
informações.
33
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.
Acesso em: 07 de
<http://www.denatran.gov.br/municipios/orgaosmunicipais.asp>.
Acesso em 14 de dezembro
de 2016.
<http://www.deficienteciente.com.br/cnh-para-deficientes-fisicos_08html>.
Acesso em 14 de
dezembro de 2016.
Cidades, 2004. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/PNT.pdf>.
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa Online: Disponível em
<https://dicionariodoaurelio.com/mobilidade >. Acesso em 07
de dezembro de 2016.
Vade Mecum Compacto de Direito Rideel/ Obra coletiva de aitoria da
Editora Rideel. – 10.
Ed. – São Paulo: Rideel, 2015.