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M3 20080806 OTempo - Centro de Políticas Sociais3 milhões de pessoas saíram da pobreza em seis anos, entre 2002 e 2008 Em 2002, 5,562 milhões de pessoas eram consideradas indigentes

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Page 1: M3 20080806 OTempo - Centro de Políticas Sociais3 milhões de pessoas saíram da pobreza em seis anos, entre 2002 e 2008 Em 2002, 5,562 milhões de pessoas eram consideradas indigentes

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11/8/2008http://www.otempo.com.br/otempo/fotos/20080806/capapdf_05082008225527.jpg

Page 2: M3 20080806 OTempo - Centro de Políticas Sociais3 milhões de pessoas saíram da pobreza em seis anos, entre 2002 e 2008 Em 2002, 5,562 milhões de pessoas eram consideradas indigentes

Orgulho

Em 2002, 38% dapopulação da áreametropolitana erapobre; hoje são 23%

Nova classe média. Ana Paula, que sempre custeou seus estudos, diz que hoje “só fica desempregado e sem estudar quem quer”

POBRES NA POPULAÇÃO

O NOVO RETRATO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

RICOTodos pertencentes a famílias cuja renda é igual ou maior que 40 salários mínimos (R$ 16,6 mil) por mês

CLASSE ALTAfamílias que ganham de R$ 4.591 a R$ 16,6 mil

CLASSE MÉDIAfamílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591

POBREtodas as pessoas com renda per capita igual ou inferior a meio salário (R$ 207,50)

INDIGENTEquem vive com menos de um quarto do salário mínimo (R$ 103,75)

Fontes: FVG e Ipea

Panorama

3 milhões de pessoas saíram da pobreza em seis anos, entre 2002 e 2008

Em 2002, 5,562 milhõesde pessoas eram consideradas indigentes.Em 2008, esse número caiu para 3,123 milhões

Em termos quantitativoshaverá umaumento de 127 mil ricosno Brasil entre 2002 e o fim deste ano (476 mil pessoasao todo)

Regiões metropolitanas pesquisadas

Estimativa2003 2006 2003 20062008

Estimativa2003 2006 2008

35%

27,1%24,1%

CLASSE MÉDIA

42,26%51%

POBRES NA POPULAÇÃO

0,8% 0,8% 0,8%

caiu de 1% para 0,8%

Rio de JaneiroBelo Horizonte

Porto Alegre

São Paulo

Recife

Salvador

¬ CAROLINA BORGO

¬ Economia estável, me-lhora na renda do trabalha-dor, aumento do saláriomínimo, programas detransferência de renda dogoverno. Tudo isso juntoestá gerando uma nova so-ciedade brasileira, cujo me-lhor retrato está em MinasGerais. O número de po-bres na região metropolita-na de Belo Horizonte dimi-nuiu de 38% da populaçãoem 2002 para 23%, em2008. Foi o melhor resulta-do entre as seis regiões ana-lisadas em pesquisada doInstituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea) di-vulgada ontem.

Nos últimos seis anos, 3milhões de pessoas saíramda pobreza nas regiões me-tropolitanas de São Paulo,Rio de Janeiro, Belo Hori-zonte, Porto Alegre, Recifee Salvador.

O presidente do Ipea,Márcio Pochmann, atribuio resultado ao bom mo-

mento da economia, alémdos programas sociais do go-verno. “Quando temos co-mo referência os dois extre-mos (ricos e pobres), verifi-camos que está aumentan-do a chamada classe médiaemergente.”

O economista Sérgio Bir-chal acrescenta que a Gran-de Belo Horizonte é o princi-pal centro do Estado e con-centra boa parte das indús-trias. “Além disso, Belo Hori-zonte tem importantes jazi-das minerais e siderúrgicasque se beneficiaram com oboom internacional, semcontar com o setor automo-bilístico, que cresceu enor-memente”, confirma.

Ele ressalta que isso mo-vimenta a economia local.Birchal lembra ainda do fa-to de Belo Horizonte rece-ber menos influência de flu-xos migratórios do que cida-des como São Paulo e Reci-fe. “Não recebemos umgrande número de pessoasde fora; até mesmo as popu-lações do interior de Minascostumam migrar para ou-tros Estados e não tanto pa-ra capital”, afirma.

O prefeito da capital, Fer-nando Pimentel, reforça acontribuição dos programas

sociais para a diminuição dapobreza na região metropo-litana. “Seria injusto elegeruma ou outra ação. Temosprogramas sociais como oBolsa Família, que conse-gue atingir seus objetivos,porque temos um cadastroeficiente. Mas isso é resulta-do de uma conjugação de es-forços dentro desse espíritode fazermos juntos”.

Entre os felizardos quepularam da classe baixa pa-ra a média está Ana PaulaPereira da Silva. Tornou-sefuncionária pública e, comrenda melhor, conseguiu en-trar para a faculdade. Do sa-lário de R$ 800 como babátodos os dias da semana,conquistou renda de R$1.500, trabalhando quatrodias na semana e fazendo

plantões durante as folgas.“As coisas não estão

mais difíceis como antes.Trabalho desde os 12 anose sempre paguei meus estu-dos. Acho que só fica de-sempregado e sem estudarhoje quem quer”, conta, aolembrar das facilidades co-mo bolsa de estudo. “Meusonho de comprar a casaprópria ainda vai chegar.”

Dinheiro no bolso. Nos últimos seis anos, 3 milhões de pessoas deixaram de ser pobres no Brasil

GrandeBHéaregiãodopaíscommaiorquedanapobreza

VICTOR SHWANER

“As obras importantesda cidade também têmum peso porque, alémde gerar empregos,servem como atração denovos investimentos”

Fernando Pimentel

qMBovespa

1,55%

q 7Euro

2,415

Ouro

45,00

comercial paralelo turismo

COMPRA COMPRA COMPRA1,573 1,62 1,53VENDA VENDA VENDA1,575 1,68 1,68

05/8/2008 05/8/2008 05/8/200805/8/2008

DólarValoresem R$

O TEMPO Belo Horizonte9QUARTA-FEIRA, 6 DE AGOSTO DE 2008 9

Economia

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“O Brasil está deixandode ser um país depobreza absoluta paraser um país de pobrezarelativa, diminuindo adistância entre o topo ea base da pirâmide”

Márcio PochmannPRESIDENTE DO IPEA

“Se antes nós tínhamosuma crise dedesemprego, hoje nóstemos um apagão demão-de-obra, em quenão há profissionaisqualificados”

Marcelo NeriECONOMISTA DA FGV

Pirâmide social Risco de apagão

7Uma das explicaçõespara o crescimento da

classe média e a diminuiçãoda pobreza está no aumentodo trabalho formal. Segun-do o economista MarceloNeri, que apresentou o estu-do da Fundação Getúlio Var-gas, “mesmo com a crise ex-terna, o Brasil vive um mo-mento fantástico. A classemédia vai bem apesar da si-tuação perigosa do cenáriomundial. Há uma diminui-ção da desigualdade e umcrescimento da classe mé-dia, que esteve estagnadanos últimos 20 anos”.

Neri destaca que a classemédia é “o motor do cresci-mento e da prosperidadedas sociedades” e alerta queo desafio daqui para a fren-

te será a qualificação damão-de-obra no país.

O economista SérgioBirchal acrescenta que aimplantação do Plano Realcontribuiu, ao acabar como problema da hiperinfla-ção. “A classe pobre sofremais com a inflação e o fimdela já colaborou para o de-senvolvimento dessa clas-se”, diz Birchal. Para ele, oaumento no número depessoas na escola ajudou.

Marcelo Neri confirmaque a classe média em BeloHorizonte está em ascensão.“Belo Horizonte hoje é a se-gunda cidade no ranking. Adistância para São Paulo erade 8 pontos percentuais em2002 e hoje é de um pontopercentual.” (CB)

Combustíveis. Sindicato dos postos busca mais qualidade nos serviços

¬ BRASÍLIA. Estudo do BancoCentral (BC) revela que a re-ceita obtida com as tarifasbancárias quase dobrou emsete anos. Segundo o Relató-rio de Economia Bancáriade Crédito de 2007, brasilei-ros pagaram R$ 28 bilhõesem tarifas em dezembro doano passado. Descontada ainflação, é 94,4% maior que

o registrado em 2000.O levantamento diz ain-

da que a concentração dascontas correntes no sistemafinanceiro cresceu na últi-ma década e se aproxima depatamar “alto”. O estudomostra que o crescimentoda receita com as tarifasaconteceu em ritmo maiorque a expansão de clientes.

Tarifas bancárias

Minaspetro reforça ações no interior¬ DA REDAÇÃO¬O Sindicato do ComércioVarejista de Derivados doPetróleo no Estado de Mi-nas Gerais (Minaspetro) in-tensificou o trabalho de as-sessoria aos revendedoresde combustíveis no interiordo Estado, para melhorar aqualidade dos serviços pres-tados pelos postos.

“Criamos a figura do as-

sessor comercial, que ao visi-tar as revendas checa umasérie de itens junto ao asso-ciado que devem estar emconformidade com as nor-mas fiscais e ambientais”,disse ontem o presidente doMinaspetro, Sérgio Mattos,em visita à Sempre Editora,em companhia do publicitá-rio Hélio Faria e da jornalis-ta Valéria Rodrigues.

Selic em xeque. Opresidente do Ipea,Márcio Pochmann, disseque a desaceleração docrescimento da economiaprovocada pelo aumentoda taxa de juros poderáfrear a redução dapobreza no país.

¬ A pesquisa da FundaçãoGetúlio Vargas (FGV), com ba-se em dados divulgados peloIBGE e pelo Ministério do Tra-balho, mostra que a pobrezadiminuiu 13,5% nos últimos12meses.Éamaiorquedades-de2004. Operfildanova clas-se média é de trabalhadoresque consomem mais bens.

A renda familiar média au-mentou de R$ 1.568 em abrilde 2004 para R$ 1.956 em2008 – crescimento de quase

25%. A inflação no períodotambém foi grande: em tor-no de 23%, segundo o IBGE.

O Ipea complementa osdados, mostrando que a par-ticipaçãodosricosnapopula-ção permanece estável em1%. O presidente do Ipea,Márcio Pochmann, explicaque “isso acontece porqueos ganhos de produtividadedas empresas não estão sen-do repassados plenamentepara os salários”. (CB)

Crescimento

Receita dos bancos no paísquase dobra em sete anos

No meio. De país dos pobres, Brasil é agora o reino da classe média, com renda familiar até R$ 4.591

Alerta

Carteiraassinadaéachavedaprosperidade

Por que a pobreza diminui no país

NATALIA TURCHETI/ESPECIAL PARA O TEMPO

Sérgio Mattos, do Minaspetro, revela trabalho do órgão no Estado

Novo Brasil. Mais emprego, melhor rendae economia estável mudam a cara da sociedade no século XXI

ClassemédiaénovasoberanaQuem não é nemrico nem pobrecresce e aparece:51% da população

¬ CAROLINA BORGO¬ O marceneiro ItamarDias Natividade começoupobre. Hoje recheia as esta-tísticas da classe média,que alcançou a maioria nopaís, sendo 51% da popula-ção. Sem revelar quantoganha diz que seu objetivoé o nicho dos ricos, quetêm renda mensal igual ousuperior a R$ 16,6 mil.

E não tem loteria. É tu-do fruto do trabalho. “Co-mecei com um quartinhopequeno e hoje tenho umshow room na avenidaAmazonas. Fiz boas amiza-des, um cliente indica ou-tro e assim fui crescendo”,conta. Para ele, é gratifi-cante lembrar do esforçodos últimos 20 anos. “Se-ria sem graça já nascer ri-co, com um negócio entre-gue pelo pai”, orgulha-se.

Nos últimos seis anos,ele viu seus negócios au-mentarem em um ritmomaior. É um exemplo da le-va de pessoas que prospe-raram, como mostramduas pesquisas divulgadasontem, pelo Ipea e pelaFundação Getúlio Vargas.A pobreza diminui, o nú-mero de ricos aumenta e aclasse média é a nova sobe-rana da sociedade.

A expectativa é que ha-ja um aumento de 127 milricos no Brasil entre 2002e o fim deste ano, totalizan-do 476 mil pessoas ao todona seis regiões metropolita-nas pesquisadas. Enquan-

to não está no grupo dos ri-cos, o marceneiro da capitalengrossa a classe média. Onúmero de brasileiros nestacategoria passou de 42% pa-ra 51,8% entre abril 2004 eabril de 2008. São conside-radas classe média as pes-soas com renda familiar en-tre R$ 1.064 e R$ 4.591. Aclasse alta saltou de 11,61%para 15,52% da população.

VICTOR SCHWANER – 23.7.2008

Pobrezacai13,5%emumano,maiorreduçãodesde2004

Crescimento econômicoMaior número de empregose melhora geral da renda

AssistencialismoProgramas de transferênciade renda tambémcontribuíram para esse

resultado, assim como oaumento do salário mínimo

UniversoÉ preciso lembrar que a apesquisa capta a rendaoriunda dos rendimentos dotrabalho e a aposentadoria

28/7 1,0626

29/7 1,0701

30/7 1,0489

31/7 0,9989

01/8 0,9687

02/8 0,9846

03/8 1,0318

04/8 1,0964

TABELA DO IMPOSTO DE RENDA (Maio/08.)INDICADORES DE PREÇO %

Índice de inflação Junho Julho Ao ano 12 meses

IPCA/IBGE +0,74 - +3,64 +6,06

INPC/IBGE* +0,91 - +4,26 +7,28

IPC/Fipe* +0,96 - +3,80 +5,84

IGP-M/FGV* +1,98 +1,76 +8,71 +15,12

IGP-DI/FGV +1,89 - +7,14 +13,96

IPCA (IPEAD-BH) +0,52 +0,35 +2,85 +4,10

INDICADORES ECONÔMICOS

Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela adeduzir (R$)

Até 1.372,81 isento

Acima de 1,372,82até 2.743,25 15 205,92

Acima de 2.743,25 27,5 548,82

28/7 0,2207

29/7 0,2282

30/7 0,2072

31/7 0,1774

01/8 0,1574

02/8 0,1633

03/8 0,2001

04/8 0,2443

06/8 0,6582

07/8 0,6927

08/8 0,7057

09/8 0,6972

10/8 0,6672

11/8 0,6434

12/8 0,6485

13/8 0,6739

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Faixa INSS (%)

Trabalhadores assalariados

Até R$ 911,70 8,00

De R$ 911,71 a R$ 1.519,50 9,00

De R$ 1.519,51 a R$ 3.038,99 11,00

Empregador doméstico 12,00

TR % SALÁRIO FAMÍLIA R$

SALÁRIO MÍNIMO

R$415PIB 2007

R$ 2,558 tri

05/8/2008

POUPANÇA %

até 472,43 24,23472,44 até710,08 17,07

(*) Base de reajuste de aluguéis

TBF %

SELIC UFIR TJLP13% 1,064 6,25%

10O TEMPO Belo HorizonteQUARTA-FEIRA, 6 DE AGOSTO DE 2008 Economia|