Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil) INSTITUTO ARTE NA ESCOLA Macrofotografia: Juarez Silva / Instituto Arte na Escola ; autoria de Tarcsio Tatit Sapienza ; coordenao de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. So Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006. (DVDteca Arte na Escola Material educativo para professor-propositor ; 49) Foco: CT-1/2006 Conexes Transdisciplinares Contm: 1 DVD ; Glossrio ; Bibliografia ISBN 85-98009-56-3 1. Artes - Estudo e ensino 2. Fotografia 3. Meio ambiente 4. Silva, Juarez I. Sapienza, Tarcsio Tatit II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Ttulo V. Srie CDD-700.7

CrditosMATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLAOrganizao: Instituto Arte na Escola Coordenao: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque Projeto grfico e direo de arte: Oliva Teles Comunicao

MAPA RIZOMTICOCopyright: Instituto Arte na Escola Concepo: Mirian Celeste Martins Gisa Picosque Concepo grfica: Bia Fioretti

MACROFOTOGRAFIA (Juarez Silva)Copyright: Instituto Arte na Escola Autor deste material: Tarcsio Tatit Sapienza Reviso de textos: Soletra Assessoria em Lngua Portuguesa Diagramao e arte final: Jorge Monge Autorizao de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar Fotolito, impresso e acabamento: Indusplan Express Tiragem: 200 exemplares

DVDMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA)

Ficha tcnicaGnero: Documentrio com depoimento do fotgrafo. Palavras-chave: Biologia; meio ambiente; fotografia; educao do olhar; luz; potica pessoal. Foco: Conexes Transdisciplinares. T ema: O fotgrafo Juarez Silva e seu trabalho em macrofotografia. Artista abordado: Juarez Silva. Indicao: 7a e 8a sries do Ensino Fundamental e Ensino Mdio. Direo: Mariana Cronenberger. Realizao/Produo: Rede SescSenac de Televiso, So Paulo. Ano de produo: 2001. Durao: 24. Coleo/Srie: O mundo da fotografia.

SinopseCom o fotgrafo Juarez Silva exploramos os caminhos que percorre pelas matas do Parque Estadual da Cantareira em So Paulo e visitamos brevemente seu estdio. Juarez Silva especialista em macrofotografia e nos mostra seu trabalho no qual registra de perto pequenos cogumelos e animais como sapos e insetos. A macrofotografia possibilita expor detalhes de pequenos seres que no perceberamos com facilidade a olho nu, o que favorece alm do seu uso artstico e publicitrio, o cientfico. O fotgrafo destaca a necessidade de educar o olhar para perceber e trabalhar com este pequeno mundo, compondo imagens com qualidade visual.

Trama inventivaPonto de contato: conexo. Abertura para atravessar e ultrapassar saberes: olhar transdisciplinar. A arte se pe a dialogar, fazer contato, contaminar temticas, fatos e contedos. Nessa interseo, arte e outros saberes se alimentam mutuamente, ora se complementando, ora se tensionando; ora acrescentando um ao outro novas significaes. A arte, ao abordar e abraar, com imagens visionrias, questes to diversas como a ecologia, a poltica, a cincia, a tecnologia, a geometria, a mdia, o inconsciente coletivo, a sexualidade, as relaes sociais, a tica, entre tantas outras, permite que na cartografia se desloque o documentrio para o territrio das Conexes Transdisciplinares. Que sejam estas ento: livres, inmeras e arriscadas.

O passeio da cmeraOs 24 minutos deste documentrio so divididos em trs segmentos, o primeiro com 8 e os outros dois com cerca de 7 cada. A diviso foi feita para a apresentao na tv: no fim de cada segmento h uma chamada para o prximo. Na montagem do documentrio, h diversos recursos intercalados: depoimentos do fotgrafo e de um bilogo com quem trabalha; registros de Juarez Silva nos diversos momentos da criao de suas fotos; trechos de narrao e gravaes que passeiam por seu estdio e por suas fotos. No primeiro segmento, entramos com o fotgrafo Juarez Silva nas matas do Parque Estadual da Cantareira em So Paulo e o acompanhamos enquanto nos explica o que a macrofotografia, comentando alguns de seus aspectos artsticos e tcnicos, ao mesmo tempo em que nos mostra como realiza o seu trabalho. No segundo segmento, continuamos a acompanh-lo na mata e ouvimos o depoimento do bilogo Joo Luiz Nascimento, da equipe de administrao do parque, sobre a importncia do trabalho do fotgrafo com sua equipe. O bilogo qualifica a relao entre o fotgrafo e a equipe do parque como uma par-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) ceria: as imagens captadas com qualidade complementam e enriquecem seus conhecimentos sobre a flora e a fauna local. No terceiro segmento, conhecemos o estdio fotogrfico de Juarez Silva, onde ele nos mostra como cria condies para tirar fotos que no conseguiria produzir na mata. O fotgrafo nos expe alguns trabalhos com macrofotografia e sua pesquisa sobre outros temas, como o efeito causado por uma gota ao cair num copo. O documentrio traz pistas para iniciar proposies pedaggicas diversas em Linguagens Artsticas, a fotografia e a macrofotografia; em Forma-Contedo, luz, escala, ampliao, composio, enquadramento; em Materialidade, os procedimentos tcnicos e artsticos da fotografia; em Patrimnio Cultural, o patrimnio natural e a sua preservao; em Processo de Criao, ao criadora, a potica pessoal e ambincia de trabalho; em Saberes Estticos e Culturais, a histria da fotografia e os artistas viajantes, alm da educao do olhar no territrio de Formao de Educadores . Escolhemos como foco central deste material o territrio de Conexes Transdisciplinares considerando a abordagem dada no documentrio ao trabalho em fotografia, conectando a arte s cincias da natureza e tecnologia.

Sobre Juarez Silva(So Paulo/SP, 1962) A macrofotografia muito interessante porque voc tem objetos muito pequenos que normalmente passam despercebidos. S que um outro mundo, um mundo diferente. Voc v uma coisa muito pequena, mas com vida. Juarez Silva

O detalhe de uma pequena flor, o olho de um sapinho, a queda de uma gota de gua. O olhar-fotgrafo de Juarez Silva nos revela a beleza escondida em pequenos seres viventes, ou as pequenssimas coisas que se movem ao nosso redor sem que nosso olho nu possa captar.

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Nos depoimentos registrados neste documentrio, fica clara a importncia que o fotgrafo d ao olhar desperto para captar os acasos que se apresentam a qualquer instante, ao estar atento s oportunidades, que precisa garimpar, e composio de uma foto onde os elementos visuais se articulam de uma forma criativa. Ao fotografar um fungo, no primeiro segmento do documentrio, Juarez d um exemplo de como trabalha esse ltimo aspecto em seu trabalho, reforando a importncia da composio da cena que vai fotografar e da escolha do vis sob o qual ela ser registrada. Ele tambm fala sobre sua necessidade de tirar uma srie de fotos da mesma cena, recorrendo a diversos recursos tcnicos, para poder, depois, selecionar o resultado mais adequado. Nas fotografias que produz em estdio, como a gota de gua caindo no copo, os pimentes pingando suas cores e os morangos prateados, essa atitude fica muito clara e fundamentada em sua experincia anterior com designer fotogrfico, como declara em seu depoimento no segundo segmento do documentrio. Seu trabalho resgata da invisibilidade um universo ignorado por nosso olhar desatento aos pequenos seres e objetos do cotidiano. Juarez Silva inicia sua carreira fotogrfica com agncias de modelos e de publicidade, eventos, bals e motocross. Mas sua especializao em macrofotografia, na natureza e no estdio, comea na rea de pesquisa biolgica para fins cientficos, em flora e fauna, no trabalho junto a bilogos e botnicos de universidades, dentre elas a USP. Como fotgrafo, tem diversos ensaios publicados tanto na mdia impressa como na eletrnica. Juarez tambm atua como educador na Focus - Escola de Fotografia, onde realiza palestras exibindo seus trabalhos e discutindo seu padro tcnico e esttico, alm de workshops prticos de macrofotografia associados a sadas fotogrficas. O site oficial do fotgrafo (endereo disponvel na bibliografia) traz diversas imagens de suas macrofotografias, incluindo al-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) gumas registradas neste documentrio, nas seguintes galerias de fotos: fungos, anfbios, aracndeos, e estdio. Nas galerias aves, mamferos e rpteis h uma transio da macrofotografia para as fotografias de animais com um maior distanciamento. A galeria de fotos de paisagens tambm est ativa, com belas fotos de paisagens naturais. Algumas sees do site ainda esto em construo, mas prometem fotos dentro de outros temas interessantes, como o tao da luz. Ao destacar a importncia do papel deste pequeno mundo, registrado em suas fotos, no mundo, em depoimento no documentrio, Juarez aponta como foco de seu trabalho a ateno s questes ecolgicas e preservao do meio ambiente. A cena de encerramento do documentrio, com o fotgrafo na colina vendo a cidade de So Paulo por detrs das matas do Parque Estadual da Cantareira, pode ser apreciada como um emblema desta atitude.

Os olhos da arteNa rea de natureza, nenhum pas do mundo tem tanta diversidade de ecossistemas quanto o Brasil. O Brasil um pas fotognico. E a busca por uma foto no tem limites. Claus Meyer1

O fotgrafo Juarez Silva nos oferece o olhar debruado sobre o micro. Olhar de perto que no olhar-relmpago, nem olhar sorrateiro. olhar contemplativo que procura (e encontra) o esplendor do nfimo, nas maravilhas que se escondem no interior do mundo dos insetos, das flores e dos detalhes praticamente invisveis ao olho nu. Juarez Silva elege para si a arte da macrofotografia, uma das vertentes mais interessantes do mundo fotogrfico. Como procedimento fotogrfico, a macrofotografia exige pacincia, olhos treinados, criao e preciso. Tecnicamente, tudo pode ser fotografado de forma macro detalhes do corpo humano, fragmentos de tecido, objetos que nos cercam e o que fascina como tais coisas ganham uma outra dimenso.

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A macrofotografia , para alguns fotgrafos, o modo de desenvolver uma cumplicidade com o objeto, pois o aproxima de outros mundos, mostrando realidades diferentes e, sobretudo, aprofundando o conhecimento de materiais e superfcies. Introduz, ainda, um importante hbito: o de observar o mundo que nos rodeia. Observao e registro da natureza que no sculo 19, como comentado no documentrio, so realizados por desenhistas Juarez Silva - O retorno da gota nas expedies cientficas para estudos botnicos e zoolgicos. Diversos viajantes registram, nessa condio, imagens preciosas do Brasil, por exemplo, Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Moritz Rugendas2 . Seus desenhos, documentando as descobertas de suas equipes, so essenciais para poder compar-las com o conhecimento sobre a flora e a fauna j registrados na poca e tambm para divulg-las dentro da comunidade cientfica. A macrofotografia, por sua vez, um tipo de fotografia usado freqentemente como meio de documentao e ilustrao, pois permite elaborar enquadramentos muito variados, criar composies em diferentes reas, bem como imagens abstratas e figurativas. No Brasil, Claus Meyer, alemo de Dusseldorf, que escolhe viver no Brasil por causa da luminosidade dos trpicos e paixo por nossa cultura, revela-se um dos mais importantes macrofotgrafos. Suas fotos so singulares porque nos permitem ficar cara a cara com a fauna e flora brasileira. J Jos Oiticica Filho, no comeo dos anos 40 do sculo 20, comea a se interes-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) sar pela arte fotogrfica a partir de seu trabalho como entomlogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A macrofotografia, utilizada para o estudo de insetos, lhe exige um grande aperfeioamento tcnico e lhe desperta para a possibilidade de utilizao artstica do meio. Tacio P. Sansonovski3 explica que apenas se aproximar e fotografar um objeto de perto no macrofotografia, a macrofotografia trabalha com imagens de objetos ampliadas no filme na relao de 1:1 at 10:1, por exemplo:Imagine que voc ir fotografar um objeto que tenha apenas 5 cm, como um grande grilo. Imagine agora que voc fez um enquadramento bem fechado nele, o colocando por inteiro dentro do fotograma, ou seja, o seu grilo ter uma medida de 3,6 cm no filme, a medida de cada fotograma nas cmeras 35 mm. Para calcular a ampliao s dividir o tamanho do assunto no filme pelo tamanho original do assunto, ou seja: 3,6/5,0 ~ 0,7. Pode-se falar ento que a ampliao foi 1:0,7 (1 para 0,7). (...) Pense agora em uma aproximao maior, colocando apenas parte do grilo na foto, enquadrando 3,6 cm do inseto. No filme ele ter esse mesmo tamanho, ou seja, 3,6 cm. Calculando a ampliao chegamos a 1:1 (um para um), que tambm chamado de life size, ou tamanho real, j que o assunto aparecer no filme do mesmo tamanho que ele realmente .

Sem utilizar grande quantidade de equipamento fotogrfico, para fotografar objetos muito pequenos, como mostra Juarez Silva no documentrio, bom contar com um tubo de extenso, pois o difcil focar: em questo de milmetros j se perde o foco. O flash pode ajudar a dar profundidade de campo e paralisar o objeto. Portanto, inevitvel que todo macrofotgrafo realize um trabalho amoroso e rigoroso de aproximao aos pe-

Juarez Silva - Escrevendo a sua histria. Sapo, Eleutherodactylus sp

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quenos seres viventes. Como vimos em Juarez Silva, chegar perto envolver-se e esperar. A hora do clic aquela em que o bicho, o galho, a folha, o fundo, o ngulo e a luz se compem para a foto perfeita. Na sensibilizao pela luz e no banho revelador, a macrofotografia nos aproxima do mistrio da vida.

O passeio dos olhos do professorConvidamos voc a ler este documentrio antes de planejar sua utilizao. A proposta iniciar um dirio de bordo, um instrumento de registro dos rumos trilhados por seu pensar pedaggico, a ser retomado e desenvolvido durante todo o processo de trabalho junto aos alunos. Recomendamos que, a partir da exibio, anote suas impresses, utilizando os meios com que tiver mais afinidade: escrita, desenho, colagem, etc. Assistir ao documentrio mais de uma vez um procedimento recomendado. A pauta do olhar, sugerida a seguir, poder ajudlo neste registro inicial, ficando a seu critrio consult-la antes, na primeira vez, ou no. O documentrio lhe faz perguntas? Quais? O que o documentrio desperta em voc? O que voc imagina que os alunos gostariam de ver no documentrio? O que causaria atrao ou estranhamento? Que aspectos do trabalho de Juarez Silva atraem mais sua ateno? Voc j trabalhou com seus alunos a questo do carter artstico/documental da fotografia? O documentrio amplia seu conhecimento e percepo sobre as possibilidades de parceria entre arte e cincias da natureza? Qual o foco que voc daria ao trabalho em sala de aula a partir deste documentrio? Como imagina aproveitar, na sala de aula, a diviso do documentrio em trs segmentos e seus dois intervalos em branco?

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) Ao rever suas anotaes, o seu modo singular de percepo e anlise se revelar. A partir desses registros e da escolha do foco de trabalho, quais questes voc incluiria numa pauta do olhar para o passeio dos olhos dos seus alunos por este documentrio? A pauta no precisa ser trabalhada com os alunos como um questionamento verbal: o contato deles com suas questes pode acontecer pela realizao das diversas propostas para aprenderensinar arte que voc formular partindo deste direcionamento. Suas respostas tambm podem ser no verbais, expressas pelo desenvolvimento de seu processo de trabalho.

Percursos com desafios estticosConforme destacamos no mapa, consideramos o foco Conexes Transdisciplinares um enfoque relevante no documentrio, a ser retomado em suas proposies pedaggicas. Como o nome do prprio foco sugere, parcerias com professores de cincias interessados podem ampliar muito o sentido de cada proposta. A seguir, apresentamos alguns possveis percursos de trabalho que percebemos potencialmente impulsionadores de projetos para o aprender-ensinar arte. Os caminhos sugeridos no precisam ser seguidos linearmente, voc est convidado a traar a sua prpria rota: escolha por onde comear, onde passear, em que partes permanecer mais tempo, o que descartar.

O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possibilidades: Mudanas de tamanho Olhar o mundo como se voc tivesse outro tamanho ou como se o tamanho do mundo tivesse se modificado... Esse tema est presente em diversos livros, por exemplo: A chave do tamanho, de Monteiro Lobato; Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift; Alice no pas das maravilhas, de Lewis Carroll; e Viagem fantstica, de Isaac Assimov. Algumas dessas histrias j foram adaptadas para o cinema em mais

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fotografia, macrofotografia

meios novos

qual FOCO? qual CONTEDO? o que PESQUISAR?

educao do olhar

artes visuaisfigurativas: natureza, paisagem, mundo animal

ensino de arte temticas

Formao: Processos de Ensinar e Aprender

relaes entre elementos da visualidade

escala, ampliao, composio, enquadramento

Linguagens Artsticas

elementos da visualidade

luz

preservao da natureza

Patrimnio Cultural

Forma - Contedo

preservao e memria

bens simblicospatrimnio natural

Saberes Estticos e Culturaishistria da arteartistas viajantes, histria da fotografia

Conexes Transdisciplinares

Processo de Criao

Zarpando

ao criadora

potica pessoal, silncio

arte, cincia e tecnologiatica, imagens tcnicas, aparelhos fotogrficos

ambincia

estdio fotogrfico, a natureza

arte e cincias da naturezabiologia, meio ambiente, recursos naturais, biosfera, ecossistema

potncias criadoras

observao sensvel, coleta sensorial

de uma verso. Alm delas, podemos pensar na srie iniciada por Spielberg com Querida, encolhi as crianas. Gravar programas de tv sobre a vida animal tambm pode ser uma boa opo. Ler uma seleo de trechos desses livros ou exibir um desses filmes, antes de assistir ao documentrio, pode enriquecer muito a discusso com seus alunos, permitindo que percebam de outra forma os objetos de seu cotidiano. Explorando o jardim Organizar uma expedio com seus alunos para o jardim da escola, uma praa ou parque de sua cidade. Pedir que levem um pequeno bloco de anotaes no qual possam desenhar as coisas mais interessantes que encontrarem, orientando-os a voltar sua ateno para as coisas pequenas. Se possvel, pedir que levem lupas. Um pequeno trecho do documentrio pode ser um recurso de preparao para esta sada, retomado aps o retorno, aproveitando o momento de rever as anotaes dos alunos para conversar tambm sobre o trabalho de Juarez Silva. Um museu de belezas nfimas Propor a criao de um museu na escola onde s entrem peas com menos de cinco cm. Defina com a classe seus temas de interesse, reunindo desde pequenos objetos de seu cotidiano, flores, sementes, fungos e insetos, at obras criadas pelos prprios alunos. uma oportunidade interessante para introduzir o conceito de curadoria e discutir a forma de organizao do conjunto de obras coletadas. possvel pedir, tambm, para elaborarem textos criativos sobre cada pea da coleo, pensando na visita exposio por outras pessoas de fora da classe. O documentrio alimentar esse processo.

Desvelando a potica pessoalO desafio proposto neste percurso orientar e motivar os alunos a criarem sries de trabalhos nas quais desenvolvam uma atitude de pesquisa sobre seu modo prprio de expresso na linguagem visual e adquiram conscincia sobre o carter potico

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) desta criao. importante sua observao dos resultados de cada proposta e a discusso sobre a experincia com a classe. Desenhar pequeno e desenhar grande Esta proposta pode partir da retomada das anotaes feitas em explorando o jardim. Outra alternativa iniciar pedindo aos alunos para fazerem uma srie de desenhos de cinco por cinco cm, observando seu museu de belezas nfimas. O foco a observao de algo muito pequeno. Cada aluno pode fazer uma srie de desenhos desses detalhes e, depois, selecionar trs desenhos para ampliar no maior formato de papel disponvel, mantendo a proporo quadrada. Para a ampliao, possvel usar desde recursos manuais, como quadricular o desenho pequeno e o grande para criar referncias para a transposio, at recursos tecnolgicos simples, como um retroprojetor para ampliar os desenhos retraados numa transparncia, ou mesmo ampliaes por xerox. interessante combinar com a classe a finalizao dos desenhos maiores em uma nica tcnica, por exemplo, desenho com lpis de cera ou pintura com guache. Voc pode propor que estudem o modo como gostariam de emendar os desenhos num painel nico, experimentando coloc-los lado a lado em diferentes posies. O resultado pode ser considerado o trabalho final ou um projeto para uma pintura mural a ser realizada num muro da escola. Fotografar a natureza A atitude atenta do fotgrafo o que ir alimentar os alunos nas fotografias da natureza presente em sua cidade, como ensaios fotogrficos com temas selecionados por eles. possvel o patrocnio de alguma empresa de sua cidade (no necessariamente ligada fotografia) para viabilizar esses ensaios? A exposio das fotos, organizando um painel, e a conversa sobre os resultados podem ampliar a maneira de olhar o mundo de cada um. Seria interessante convidar um fotgrafo da cidade para participar deste momento.

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Transformando imagens no computador Se o computador de sua escola tiver um escner acoplado, possvel criar imagens fotogrficas digitais por meio dele, mesmo sem ter uma mquina fotogrfica. Os alunos podem escanear, sob sua super viso ou de um monitor de informtica, as peas que selecionaram para fazer parte de seu pequeno museu. As imagens resultantes podem ser arquivadas e utilizadas como base para os alunos estudarem os diversos tipos de intervenes possibilitadas pelo computador. Uma seleo das imagens resultantes pode ser organizada como um lbum digital, integrada ao prprio museu, ou exposta na forma de um blog fotogrfico (se pesquisar em sua escola, provavelmente vai encontrar adolescentes que j fizeram blogs ou sites).

Ampliando o olharA moldura do olhar Uma proposta para introduzir a questo do grau de ampliao na macrofotografia recortar uma mscara de papel na proporo de um slide (a prpria moldura de slide pode ser usada como molde) e retomar o trecho inicial do documentrio, no qual Juarez Silva usa uma moldura deste tipo. As explicaes de Tacio P. Sansonovski inclusas em Os olhos da arte tambm podem ser lidas neste momento. Os alunos podem olhar para uma mesma cena procurando aproximar ou distanciar de seus olhos a mscara, repetindo o procedimento tomando diversos objetos como referncia. Numa conversa com o grupo sobre essa experincia, voc pode ir ampliando o olhar sobre os conceitos de composio e de enquadramento. Um lbum de macrofigurinhas Os alunos podem criar uma coleo de figurinhas com recortes de imagens que se encaixem no conceito de macrofotografia. possvel montar um nico lbum para toda a classe. Aps a coleta das imagens, voc pode desencade-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) ar uma discusso com o grupo sobre os critrios de organizao delas dentro do lbum a partir da observao do conjunto. Pea que tragam lbuns que j colecionaram como referncias. Colecionar macrofotografias digitais Uma pesquisa sobre macrofotografias na internet a proposta. No computador, os alunos podem salvar as imagens que considerarem mais interessantes e suas referncias. A discusso pode ser sobre a organizao da coleo como um lbum digital para ser visto no computador. Microcosmos fantstica aventura da natureza O filme: Microcosmos - fantstica aventura da natureza4 um longa-metragem francs que leva para a tela a vida de seres minsculos que habitam florestas e jardins. Para isso, a dupla de cineastas utilizou uma cmera especial monitorada e microfones mais sensveis que os de uso comum. O filme, desde sua concepo at sua edio final, consumiu 15 anos de trabalho. A exibio do filme pode ser uma boa oportunidade para a discusso sobre semelhanas e diferenas entre a fotografia do filme e a macrofotografia, assim como uma reflexo sobre a natureza e a ecologia, a partir de questes como: as imagens que voc viu no filme permanecero para os herdeiros do nosso futuro se mantivermos a atual relao com a natureza? Mantemos com o nosso semelhante a mesma relao que os animais vistos no filme mantm entre si? Esta uma proposio que pode contar com a parceria de outros professores. Fotografia e cinema Na DVDteca Arte na Escola, est disponvel o curtametragem Caramujo-flor, de Joel Pizzini Filho, que traz o cinema de poesia utilizando o close como procedimento no seu processo de criao. Quais semelhanas e diferenas os alunos percebem entre o trabalho fotogrfico de Juarez Silva e do cineasta Pizzini?

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Conhecendo pela pesquisaVisitar um estdio fotogrfico Uma visita ao estdio de um fotgrafo de sua cidade, com um roteiro de perguntas preparado previamente, pode revelar coisas interessantes aos alunos? Registrando em grupos suas impresses sobre a visita, os alunos podem apontar o que compreenderam sobre o processo de criao de uma imagem fotogrfica. O que a exibio do documentrio Juarez Silva: macrofotografia pode gerar de curiosidade, a partir da visita? Quais aspectos tcnicos ainda no foram compreendidos? Pontos de vista sobre a fotografia A compreenso dos alunos sobre a arte da fotografia pode ser expandida por meio de um debate a partir das citaes abaixo. Quais conceitos e reflexes podem ser articulados? O que os alunos podem pesquisar sobre a linguagem da fotografia?Toda fotografia, seja qual for o referente que a motiva, sempre um retngulo que recorta o visvel. O primeiro papel da fotografia selecionar e destacar um campo significante (...) O quadro da cmera uma espcie de tesoura que recorta aquilo que deve ser valorizado, que separa o que importante para os interesses da enunciao do que acessrio, que estabelece logo de incio uma primeira organizao das coisas visveis. Arlindo Machado5

Fotografar reter a respirao quando todas as nossas faculdades se conjugam diante da realidade fugaz (...) reconhecer, simultaneamente, dentro de uma frao de segundo o prprio fato (...) colocar a cabea, o olho e o corao na mesma linha. Henri Cartier-Bresson6

Tipos de lentes e ampliao da viso Com auxlio do professor de fsica, voc poder investigar os diversos tipos de lentes, como funcionam e como transformam as imagens que passam por elas, observando os diversos mecanismos de ampliao da viso que as utilizam, desde os culos e binculos at os microscpios e telescpios. A idia procurar entender aspectos tcnicos importantes para a fotogra-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA) fia, como a noo de profundidade de campo e o distanciamento necessrio para o uso de cada tipo de lente. Como os artistas se apropriaram desses recursos em seus trabalhos? A fotografia no Brasil Investigar sobre os profissionais brasileiros da rea mais conhecidos, estudando as caractersticas do trabalho de cada um e como permitem que ns percebamos nosso cotidiano de novas formas. O que os alunos podem descobrir sobre isso? O desenho como registro cientfico Os desenhistas Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Moritz Rugendas, ou a aquarelista Margareth Mee, registraram imagens do Brasil com finalidades cientficas. O que os alunos podem descobrir sobre eles? Arte e meio ambiente H artistas com obras de algum modo vinculadas questo da preservao da natureza? No Brasil, os artistas Frans Krajcberg, Siron Franco, ou o fotgrafo de natureza Araqum Alcntara (documentrios disponveis na DVDteca Arte na Escola) so alguns exemplos. Quais outros podem ser investigados pelos alunos? Onde esto as fotos de Juarez Silva? H fotos de Juarez Silva que so usadas em livros didticos, como a srie Bio 1/2/3 e volume nico de Sonia Lopes, da Editora Saraiva. Na biblioteca da escola, h livros com fotos do artista? Os professores de biologia, fsica ou cincias conhecem Juarez Silva e a macrofotografia? Por que este procedimento fotogrfico importante para essas reas?

Amarraes de sentidos: portflioO portflio pode ser um apoio para que o aluno perceba o sentido do que estudou, reveja os contedos trabalhados e reflita sobre seu processo de aprendizagem. importante que os alunos sejam esclarecidos sobre esse instrumento de avaliao, desde o incio do curso, organizando-o paralelamente realiza-

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o dos percursos educativos propostos. Por exemplo, j no comeo do percurso voc pode avis-los que ir pedir, a cada um, a criao de um lbum com imagens esquemticas representando os trabalhos que desenvolveram dentro de sua disciplina, alm de textos que as comentem. Os lbuns podem ser compartilhados com a classe e com a comunidade de sua escola, expostos para consulta juntamente com uma seleo dos principais trabalhos que comentaram.

Valorizando a processualidadeHouve transformaes? O que os alunos percebem que conheceram? Como os indcios de transformao e aprendizagem podem no ser aparentes para todos os alunos, voc pode referenci-los aos trabalhos apresentados nos seus portflios, contextualizando-os dentro do percurso pessoal de cada um e do percurso desenvolvido pela classe. O que ficou de mais importante para os alunos? Quais so as lacunas? Os alunos tm idias para novos projetos? Concluindo esta etapa de sua viagem e iniciando o planejamento de novas exploraes com seus alunos, voc pode registrar em seu dirio de bordo uma reflexo sobre: o que voc percebe que aprendeu com esse projeto? H a descoberta de novos caminhos para sua ao pedaggica? Seu dirio de bordo aponta para rumos inexplorados? O projeto germinou novas idias em voc?

GlossrioAmpliao A ampliao uma relao numrica entre o tamanho original do assunto a ser fotografado, seja ele um inseto, um selo, uma folha etc. e o tamanho que o mesmo aparecer no filme, e no no papel. Fonte: . Composio o arranjo dos elementos de uma fotografia, os assuntos principais, primeiros plano, fundos e motivos secundrios visando harmonia e esttica visual. Fonte: . Curadoria O curador tem sob sua responsabilidade a seleo do acervo a ser apresentado, devendo ficar antecipadamente inteirado da tipologia da exposio: natureza do tema; espao fsico da mostra; situao geo-

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material educativo para o professor-propositorMACROFOTOGRAFIA (JUAREZ SILVA)grfica; se a exposio ser nica ou itinerante; pblico-alvo. Com esses dados, o curador ter meios para avaliar o acervo a ser selecionado, o nmero de peas que comporo a mostra (...) dever analisar os contedos da exposio e o seu pblico, podendo planejar as atividades que sero desenvolvidas no decorrer da mostra Fonte: DALAMBERT, Clara Correia; MONTEIRO, Marina Garrido. Exposio: materiais e tcnicas de montagem. So Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1990, p. 20. Enquadramento trata-se do contedo da imagem a ser fotografado, significando no apenas a incluso selecionada de objetos, paisagens e personagens, mas as formas pelas quais todos se relacionam e se organizam entre si e em frente s cmeras. Fonte: CUNHA, Newton. Dicionrio Sesc: a linguagem da cultura. So Paulo: Perspectiva: Sesc So Paulo, 2003, p. 141. Flash Fonte de luz artificial que produz uma iluminao rpida, mas muito intensa. Resulta da combinao de certos gases dentro de um tubo transparente. de dois tipos: eletrnico, podendo ser usado muitas vezes; de consumo, no qual a lmpada s serve para uma vez. Fonte: . Macrofotografia Fotografia produzida com equipamento apropriado: lentes macro, foles ou tubos de extenso de modo a captar detalhes muito pequenos do tema escolhido, registrando-os no filme numa escala igual ou superior real. Esta tcnica muito empregada na fotografia de natureza mormente de insetos e outras pequenas criaturas, bem como de espcimes vegetais. Fonte: Enciclopdia Ita Cultural de Artes Visuais, disponvel em . Tubos de extenso Tubos de metal utilizados nas mquinas de formato pequeno para aumentar a distncia da objetiva pelcula, permitindo aumentos superiores a x 1. Fonte: .

BibliografiaBELLUZZO, Ana Maria de Moraes (coord.). O Brasil dos viajantes. So Paulo: Fundao Odebrecht: Museu de Arte de So Paulo, 1994. COSTA, Helouise; SILVA, Renato Rodrigues da. A fotografia moderna no Brasil. So Paulo: Cosac & Naify, 2004. DUBOIS, Philippe. O ato fotogrfico. Campinas: Papirus, 1994. FLUSSER, Vilm. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumar, 2002. KOSSOY Boris. Realidades e fices na trama fotogrfica. Cotia: Ateli Edito, rial, 2000. MACHADO, Arlindo. A iluso especular: introduo fotografia. So Paulo: Brasiliense, 1984.

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NotasTexto extrado do depoimento disponvel em: .1

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Sobre Rugendas h DVD disponvel na DVDteca Arte na Escola.

SANSONOVSKI, Tacio Philip. Macrofotografia. Disponvel em: .

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O filme, de Claude Nuridsany e Marie Perennou, foi distribudo em bancas de jornal em 2004 como DVD.5 6

Arlindo MACHADO, A iluso especular: introduo fotografia, p. 76. Fotgrafo francs. Disponvel em: .

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