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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Farmácia FAR 01011 – Introdução às Ciências Farmacêuticas TRABALHO – ÁREAS DE ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO Madalenna Leandra Alves Martins 00207611 Área de atuação: Farmácia Antroposófica No início do século XX, Rudolf Steiner fundou a Antroposofia, e Oskar Schmiedel, um químico austríaco, em colaboração com médicos – especialmente Ita Wegman, fundadora da medicina antroposófica – a desenvolveu. Na década de 60, a Farmácia Antroposófica surge no Brasil e um laboratório suíço dá início à produção de medicamentos naturais, sem substâncias sintéticas, partindo de um pressuposto que rege a Antroposofia: a natureza é sábia e sanante. A Farmácia Antroposófica é um ramo da Ciência Farmacêutica que busca nos reinos vegetal, animal e mineral preparos que estimulem processos de autocura no organismo humano. A palavra antroposofia deriva do grego anthropós (homem) e sophia (sabedoria), significando a união da sabedoria inerente às leis da ciência com o ser humano. É princípio da Farmácia Antroposófica o conhecimento de que o corpo não é um organismo material independente, sendo que, assim, a boa saúde é advinda de uma relação harmoniosa entre o físico, a força vital, a alma e o espírito ou ego. Um medicamento antroposófico não deve jamais ser obtido de uma planta geneticamente modificada ou que tenha sido submetida em qualquer etapa de seu cultivo à agrotóxicos, fertilizantes ou herbicidas sintéticos. O tratamento antroposófico é, assim como na homeopatia, específico para cada paciente, mas, enquanto a antroposofia tende a correlacionar processos ligados à substância medicamentosa com processos que ocorrem na pessoa, a homeopatia correlaciona os sintomas patogenéticos com os sintomas do paciente. A antroposofia se baseia na existência na natureza de um processo correlato ou oposto para cada processo normal ou doentio que ocorre no organismo humano, assim, para cada enfermidade existe um medicamento antroposófico que desencadeará um estímulo no organismo humano que levará à cura ou alívio dessa enfermidade. Um medicamento antroposófico pode agir, de acordo com sua composição, de três maneiras diferentes: estimulando um processo contrário à doença (princípio alopático); agindo de modo igual à doença e provocando uma reação contrária maior do organismo no sentido da cura (princípio homeopático); ou proporcionando um modelo orientador para o órgão ou sistema doente, levando à sua atividade sadia – este princípio é exclusivo dos medicamentos antroposóficos. O Brasil é o quarto maior mercado de medicamentos antroposóficos do mundo, ficando atrás apenas da Alemanha, França e Suíça.

Madalenna Leandra Alves Martins - Farmácia Antroposófica

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Page 1: Madalenna Leandra Alves Martins - Farmácia Antroposófica

Universidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Farmácia

FAR 01011 – Introdução às Ciências Farmacêuticas

TRABALHO – ÁREAS DE ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO

Madalenna Leandra Alves Martins 00207611

Área de atuação: Farmácia Antroposófica

No início do século XX, Rudolf Steiner fundou a Antroposofia, e Oskar Schmiedel, um químico austríaco, em colaboração com médicos – especialmente Ita Wegman, fundadora da medicina antroposófica – a desenvolveu. Na década de 60, a Farmácia Antroposófica surge no Brasil e um laboratório suíço dá início à produção de medicamentos naturais, sem substâncias sintéticas, partindo de um pressuposto que rege a Antroposofia: a natureza é sábia e sanante.

A Farmácia Antroposófica é um ramo da Ciência Farmacêutica que busca nos reinos vegetal, animal e mineral preparos que estimulem processos de autocura no organismo humano. A palavra antroposofia deriva do grego anthropós (homem) e sophia (sabedoria), significando a união da sabedoria inerente às leis da ciência com o ser humano.

É princípio da Farmácia Antroposófica o conhecimento de que o corpo não é um organismo material independente, sendo que, assim, a boa saúde é advinda de uma relação harmoniosa entre o físico, a força vital, a alma e o espírito ou ego. Um medicamento antroposófico não deve jamais ser obtido de uma planta geneticamente modificada ou que tenha sido submetida em qualquer etapa de seu cultivo à agrotóxicos, fertilizantes ou herbicidas sintéticos.

O tratamento antroposófico é, assim como na homeopatia, específico para cada paciente, mas, enquanto a antroposofia tende a correlacionar processos ligados à substância medicamentosa com processos que ocorrem na pessoa, a homeopatia correlaciona os sintomas patogenéticos com os sintomas do paciente.

A antroposofia se baseia na existência na natureza de um processo correlato ou oposto para cada processo normal ou doentio que ocorre no organismo humano, assim, para cada enfermidade existe um medicamento antroposófico que desencadeará um estímulo no organismo humano que levará à cura ou alívio dessa enfermidade.

Um medicamento antroposófico pode agir, de acordo com sua composição, de três maneiras diferentes: estimulando um processo contrário à doença (princípio alopático); agindo de modo igual à doença e provocando uma reação contrária maior do organismo no sentido da cura (princípio homeopático); ou proporcionando um modelo orientador para o órgão ou sistema doente, levando à sua atividade sadia – este princípio é exclusivo dos medicamentos antroposóficos. O Brasil é o quarto maior mercado de medicamentos antroposóficos do mundo, ficando atrás apenas da Alemanha, França e Suíça.

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A atividade do farmacêutico antroposófico foi regulamentada em 2007 pelo Conselho Federal de Farmácia por meio da Resolução CFF n°465/07, já a definição do registro de medicamentos antroposóficos está contida na RDC 26/07 e nas suas Instruções Normativas. Desde de 2005, a Associação Brasileira de Farmácia Antroposófica (Farmantropo) trabalha no incentivo ao ensino, pesquisa, certificação de produtos e ações que contribuem para a divulgação do setor à sociedade.

Tanto industrial ou magistralmente, o farmacêutico atua na produção e controle de qualidade do medicamento antroposófico, observando os critérios contidos nas farmacopéias e no Codex Farmacêutico Antroposófico. Segundo a CFF n°465/07, que dispõe sobre as atividades do farmacêutico antroposófico, o profissional farmacêutico capaz de exercer a farmácia antroposófica deve ser graduado em ciências farmacêuticas e registrado no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, com formação teórico-prática em farmácia antroposófica promovida ou reconhecida pela Associação Brasileira de Farmácia Antroposófica (Farmantropo), que o habilita nas áreas de pesquisa, desenvolvimento, produção, controle de qualidade, garantia de qualidade e questões regulatórias dos produtos farmacêuticos antroposóficos, assim como do aconselhamento, da dispensação e comercialização de medicamentos em farmácias.

Escolhi a área por ser um campo de atuação consideravelmente novo e pouco explorado. O salário inicial de um farmacêutico antroposófico é por volta de R$ 2.200,00, dependendo do local que o emprega. Em laboratórios especializados esse salário é por volta de R$ 4.000,00. O atrativo da profissão é a satisfação em produzir um medicamento que envolve um pensamento universal da concepção do homem e do meio que o cerca, além de poder oferecer um subsídio diferenciado ao tratamento convencional. O desafio dessa área é o de conquistar um mercado maior no Brasil, através da divulgação e esclarecimento sobre a base científica em que a farmácia antroposófica trabalha.

Para atuar na área de farmácia antroposófica é necessário um sólido conhecimento em farmacognosia, farmacotécnica, farmacologia, fisiologia, toxicologia e controle de qualidade de formas farmacêuticas.

Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMÁCIA ANTROPOSÓFICA – FARMANTROPO. Farmácia Antroposófica. 18 páginas. Disponível em <http://www.farmantropo.com.br/index_arquivos/Farmacia_Antroposofica.pdf> Acesso em 03/06/2011.

GARDIN, Nilo; SCHLEIER, Rodolfo. Medicamentos Antroposóficos – Vademecum. São Paulo: Ed. João de Barro, 2009

NORONHA, Thais. Farmácia Antroposófica. Seção Homeopatia da Revista do Farmacêutico, maio-junho 2010, pp. 46-47, São Paulo: Conselho Regional de Farmácia de São Paulo.