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Maio de 2010 Disciplina : História 9º Ano Nome: Carlos Fernandes Monteiro Grilo

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Maio de 2010

Disciplina: História 9º Ano

Nome: Carlos Fernandes Monteiro Grilo

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Índice

Introdução: ........................................................................................................................................................... 3

1 – Portugal - A perpetuação do autoritarismo ......................................................................................................... 4

A recusa da democratização .............................................................................................................................. 4

A oposição democrática .................................................................................................................................... 4

O tardio desenvolvimento económico de Portugal ................................................................................................ 5

O grande surto da emigração ............................................................................................................................ 6

Os movimentos de independência e a guerra colonial .......................................................................................... 7

2 - Marcelismo: a libertação fracassada .................................................................................................................. 8

O governo de Marcelo Caetano ......................................................................................................................... 8

As eleições de 1969 .......................................................................................................................................... 8

A Primavera Marcelista ..................................................................................................................................... 8

3 - Portugal Democrático ....................................................................................................................................... 9

A agonia do Estado Novo .................................................................................................................................. 9

A revolução de Abril – A restauração da Liberdade .............................................................................................. 9

As primeiras medidas revolucionárias ............................................................................................................... 10

O difícil caminho da democracia ...................................................................................................................... 10

A independências das colónias ........................................................................................................................ 10

As novas instituições democráticas .................................................................................................................. 11

Conclusão: ......................................................................................................................................................... 12

Auto-avaliação: .................................................................................................................................................. 13

Bibliografia: ........................................................................................................................................................ 14

Anexos Documentais: ......................................................................................................................................... 15

António de Oliveira Salazar ............................................................................................................................. 15

Estado Novo .................................................................................................................................................. 15

Movimento das Forças Armadas (MFA) .................................................................................................. 16

Canções do 25 de Abril ................................................................................................................................... 17

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Introdução:

Neste trabalho vou dar a conhecer a situação politica de Portugal no pós 2ª Guerra Mundial, onde houve um triunfo das democracias e era esperado que a ditadura salazarista chega-se ao fim. Esta recusa da democracia e perpetuação do autoritarismo levou a que houvesse uma oposição democrática, a um tardio desenvolvimento económico de Portugal em relação aos outros países, a um grande surto de emigração e também às guerras coloniais.

Vou ainda falar do Governo de Marcelo Caetano, conhecido como a Primavera Marcelista que apesar de ter dado esperanças ao povo português de que o regime ia mudar apenas fez reformas superficiais que não agradou por completo a população.

Por fim pretendo dar a conhecer o caminho que Portugal percorreu para se tornar um pais democrático, desde a Revolução de Abril até a formação da constituição de 1976.

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Fig. 2 – Propaganda de Norton

de Matos

Fig. 3 – Propaganda de

Humberto Delgado

1 – Portugal - A perpetuação do autoritarismo

A recusa da democratização Em 1945 acabou a 2ª guerra mundial com o triunfo das

democracias era esperado que a ditadura em Portugal chega-se ao fim. No entanto Salazar procurava que a imagem de Portugal no

estrangeiro fosse a de um país respeitador de direitos e liberdades, o que na verdade não acontecia, nesse sentido tomou algumas medidas de forma a demonstrar que se adaptava aos novos tempos, medidas essas que foram: - Condenação do regime nazi; - Realização de novas eleições; - Revisão da constituição de 1933, de forma a permitir mais do que uma lista candidata. - Em 1945, organizou eleições para a Assembleia Nacional e, segundo as palavras do próprio Salazar, estas seriam “tão livres como as de Inglaterra”.

A oposição democrática Com as eleições marcadas para 18 de Novembro de 1945 houve a criação da MUD – Movimento da

União Democrática, que depressa se apercebeu de que não existiam condições para umas eleições justas uma vez que não tinham acesso aos meios de comunicação social e precisavam de mais tempo para se organizarem, pediram assim ao governo um adiamento do acto eleitoral, perante uma recusa retiraram as suas candidaturas.

Sem adversários o governo de Salazar voltou a ganhar e lançou uma campanha de perseguição a todos aqueles que tinham apoiado a MUD, muitos perderam o emprego, alguns foram para o exílio e outros foram presos.

Em 1948-49 a candidatura de Norton de matos obteve um enorme apoio popular, provocando uma enorme contestação ao regime.

Em 1958 a candidatura do General Humberto Delgado fez tremer o Salazarismo mas os resultados oficiais atribuíram-lhe apenas um quarto dos votos, uma vez que o vencedor foi Américo Tomas, apoiado por Salazar, por este motivo as eleições foram consideradas fraudulentas.

Uma vez que a oposição não tinha hipótese de vencer as eleições devido ao reduzido número de cidadãos inscritos como eleitores, aproveitava os actos eleitorais para demonstrar o seu descontentamento.

O regime Salazarista servia-se das eleições como arma de propaganda para convencer as nações democráticas que faziam pressão sob Portugal - Estados Unidos da América e Grã-Bretanha – que a situação politica nada tinha de fascista. O estado novo recusou assim a democratização do pais servindo-se da policia politica das prisões e da censura para silenciar os seus opositores.

Fig. 1 – Propaganda Salazarista

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Fig. 4 – Sectores de actividades económicas

Fig. 5 – Investimento na industria portuguesa.

Fig. 6 – Rua de bairro popular nos arredores de Lisboa (década de 60).

O tardio desenvolvimento económico de Portugal

Portugal não acompanhou o desenvolvimento verificado nos restantes países europeus.

Inicialmente Salazar recusou o auxílio do Plano Marshall por desconfiar do investimento estrangeiro, mais tarde acabou por aceita-lo receoso que lhe fosse exigido uma política mais democrática.

O equilíbrio financeiro continuava a ser uma prioridade do regime salazarista que não investia o dinheiro suficiente para desenvolver o país.

O principal sector em Portugal era a agricultura que contava ainda com instrumentos muito artesanais e com níveis de produção muito baixos.

A população vivia principalmente da agricultura e apresentava o maior índice de analfabetismo da Europa.

A partir dos anos 50 o governo começou a investir no desenvolvimento industrial do país.

Assim surgiram uma serie de novas industrias e a construção de muitas barragens hidroeléctricas e algumas centrais nucleares.

Com a adesão de Portugal a EFTA houve um aumento de exportações e uma maior liberalização de política económica portuguesa e obrigou à diminuição do proteccionismo estatal.

A Partis dos anos 60 devido às divisas enviadas pelos emigrantes e com as receitas do turismo o défice da balança foi-se reduzindo.

Apesar do desenvolvimento verificado a partir da década de 50 Portugal continuava com um grande atraso relativamente aos outros países europeus, grande parte da população vivia em condições miseráveis.

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Fig. 7 – Evolução da emigração portuguesa

Fig. 8 – Divisas provenientes do turismo e das remessas dos emigrantes

(milhares de contos).

O grande surto da emigração Devido às más condições de vida milhares de pessoas a

abandonarem as suas terras, deslocando-se para cidades mais industrializados como Lisboa, Porto ou Setúbal, ou para o Ultramar português.

Outros abandonavam Portugal para outros países industrializados que tinham carência de mão-de-obra, em busca de melhores condições de vida.

A emigração trouxe algumas vantagens para o pais: o envio de somas avultadas, aceleração da

mecanização agrícola, aumento de salários e modernização de aldeias e vilas.

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Fig. 9 – Império Português

Fig. 10 – As colónias portuguesas e os

conflitos armados

Os movimentos de independência e a guerra colonial

Em 1955 Portugal tornou-

se membro da ONU e foi-lhe recomendado que concedesse a independência às suas colónias africanas. Salazar não aceitou esta proposta, esta posição nunca foi aceite pelas organizações internacionais.

Nos finais dos anos de 50, inícios do ano 60 surgiram movimentos defensores da independência em

quase todas as colónias portuguesas: 1961 - em Angola 1963 - na Guiné 1964 – em Moçambique

Em 1961, em Fevereiro/Março, deu-se uma eclosão de movimentos anticolonialistas, em Luanda e Norte de Angola.

Luta de guerrilha contra os portugueses liderada por três movimentos de libertação: - MPLA (dirigido por Agostinho Neto) - UNITA (dirigida por Jonas Savimbi) - UPA/FNLA (dirigido por Holden Roberto)

A MPLA e a UPA/FNLA combatiam sobretudo no norte de Angola e a UNITA, no interior leste. Em 1963, inicia-se o movimento de libertação da Guiné, liderado pelo PAIGC, que era dirigido por Amílcar Cabral. Este movimento reunia guineenses e cabo-verdianos. Entre 1960-63, Amílcar Cabral fez tentativas de negociar a independência das duas colónias.

A guerra colonial contribui para que Portugal ficasse cada vez mais isolado a nível internacional. A esta posição dos outros países Salazar respondeu: “ estamos orgulhosamente sós”.

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2 - Marcelismo: a libertação fracassada O governo de Marcelo Caetano

Em Setembro de 1968 Salazar adoeceu e foi substituído por Marcelo Caetano. Inicialmente este governo deu aos portugueses a esperança de voltarem a viver em liberdade uma vez que houve um abrandamento na actuação da censura e P.I.D.E. e alguns exilados políticos foram autorizados a regressar ao país e foi permitida a realização de um congresso da oposição.

As eleições de 1969 Em Novembro de 1969 deu-se as eleições que pela primeira vez em 44 anos levava às urnas a

oposição. Concorreram às Eleições a C.D.E (Comissão democrática eleitoral), controlada pelos comunistas, e a

C.E.U.D (Comissão eleitoral de unidade democrática), controlada pelos socialistas e liberais, bem como a União Nacional que acabou por sair vencedora e ocupando na totalidade a assembleia nacional, este facto ficou a dever-se à pouca duração da campanha eleitoral (apenas um mês), mas também se ficou a dever aos milhares de votantes que por falta da confiança quer no governo quer na oposição preferiram não votar.

Em 1970 a guerra colonial mantinha-se, recusava-se a liberdade de associação e a polícia politica apenas mudara de nome passando a chamar-se Direcção-Geral de Segurança (D.G.S.).

A Primavera Marcelista

A este período em que o Marcelo Caetano esteve no poder (1968 – 1974) chamou-se a Primavera Marcelista que se caracterizou por um aligeiramento da censura, remoção de instituições salazaristas, melhoramentos sociais e reformas no ensino. Contudo, as reformas foram superficiais e cedo se perderam as ilusões de evolução do regime.

Fig.11 - Marcelo Caetano rodeado dos membros do

Governo dirige a sua primeira mensagem como

Presidente do Conselho de Ministros (27 de Setembro

de 1968).

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Fig.12 – Imagem representativa do 25 de

Abril de 1974.

Fig.13 – Militares a comemorarem o 25 de Abril de 1974.

Fig.15 – Muro comemorativo do

25 de Abril de 1974.

Fig.14 – Livro sobre o general Spínola

3 - Portugal Democrático

A agonia do Estado Novo Apesar de Marcelo Caetano ter tomado algumas medidas que agradaram a população, o regime

entrou em agonia uma vez que o exercito via-se desprestigiado por não conseguir derrotar os guerrilheiros africanos, milhares de jovens fugiam para o estrangeiro para não participarem na guerra e a insatisfação da população aumentava não só porque os militares continuavam a morrer em África , mas também devido à crise económica em que se encontrava o país.

Nos finais de 1973, um grupo de capitães começou a preparar um movimento conspirativo para pôr fim ao Estado Novo.

A revolução de Abril – A restauração da Liberdade

A 25 de Abril de 1974 o M.F.A. (movimento das forças armadas) contou a participação da maioria das unidades dispersas pelo país e actuou com rapidez e precisão pondo fim ao regime.

Os militares passaram a dominar os pontos estratégicos nas principais cidades.

Não houve resistência e quase nenhum derramamento de sangue. Marcelo Caetano que se tinha refugiado no Quartel do Carmo em

Lisboa, rendeu-se ao General António de Spínola “para o poder não cair à rua”.

Constitui-se uma Junta de Salvação Nacional presidida pelo general Spínola

com a missão de governar o País até à formação de um governo provisório.

O apoio dos Populares contribuiu para o êxito da M.F.A. O povo saiu à rua com grande entusiasmo para saudar os militares e oferecer cravos vermelhos.

A revolução tinha dois objectivos: estabelecer em Portugal um

regime democrático e por fim à guerra colonial.

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As primeiras medidas revolucionárias Na madrugada de 26 de Abril o general Spínola em nome da junta de salvação nacional deu a

conhecer aos portugueses o programa da MFA que tinha 3 objectivos: Democratiza, Descolonizar e desenvolver.

Através das seguintes medidas: - Extinção da policia politica, da legião portuguesa e da mocidade portuguesa. - Abolição da Censura e reconhecimento da liberdade de expressão e pensamento. - Libertação dos presos políticos. - Politica ultramarina que conduzisse à paz.

O general Spínola indicou ainda o Prof. Adelino de Palma Carlos para o chefe do Governo Provisório até à realização das primeiras eleições legislativas em liberdade.

O difícil caminho da democracia Os Militares de MFA nem sempre se entenderam. Em 11 de Março o general Spínola que tentou

através de um golpe militar travar o processo revolucionário, mas como foi mal sucedido teve de se exilar em Espanha.

O Governo dirigido por Vasco Gonçalves tomou assim uma serie de medidas de forma a construir em Portugal uma via para o socialismo:

- Substitui a Junta de Salvação Nacional pelo Conselho da Revolução. - Nacionalizou os sectores básicos da economia (Bancos, seguros, electricidade, transporte). - Implantou a reforma agrária. No dia 25 de Novembro de 1975 um grupo de militares moderados afastou o MFA do poder. A pouco

e pouco, instalou-se no país uma democracia parlamentar. A 25 de Abril de 1975 realizaram-se de forma ordeira as eleições para a Assembleia Constituinte O Verão de 1975, o chamado “Verão quente”, verificou-se ataques violentos às cedes dos partidos

quer de direita, quer de esquerda, o controlo dos principais meios de comunicação pelos comunistas, numerosas greves, comícios, etc.

A 2 de Abril de 1976 foi aprovada a nova Constituição Democrática, tendo entrado em vigor no dia 25 desse mês.

A independências das colónias A partir de Julho de 1974 realizaram-se negociações com os representantes dos movimentos de

libertação tendo em vista a descolonização, ou seja, reconhecimento do direito a independência. Assim formaram-se cinco novos países independentes: Guiné, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé

e Príncipe e Angola. Um dos aspectos dramáticos da descolonização foi o regresso a Portugal de cerca de 500 000

portugueses das antigas colónias em difícil situação económica. No entanto Timor e Macau tiveram diferentes destinos: Timor foi invadido e anexado pela indonésia em Dezembro de 1975, conseguindo a independência a

20 de Maio de 2002 após fortes pressões de Portugal e da O.N.U. Macau manteve-se sob administração portuguesa até 31 de Dezembro de 1999 voltando a ser

território chinês conforme acordo estabelecido entre Portugal e China.

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Fig.16 – Constituição Portuguesa.

Fig.17 – Assembleia da República.

As novas instituições democráticas

A Constituição de 1976 garantiu aos Portugueses os “direitos e

liberdades individuais”, que não tinham sido respeitados desde o estado novo, tais como:

- Igualdade de todos perante a lei; - Liberdade de expressão; - Direito à greve; - Direito ao trabalho, à segurança social e à protecção da

saúde; - Direito à educação; - Direito ao voto. De acordo com a Constituição os órgãos de soberania são: - Presidente da Republica; - a Assembleia da Republica; - O governo (órgãos de poder central) - Tribunais. A constituição de 1976 descentralizou o poder central e foi garantida assim a existência do poder

local (municípios e freguesias). Criaram-se ainda as regiões Autonomas da Madeira e dos Açores que apesar de estarem submetidas à Constituição Portuguesa e as leis gerais do país possuem órgãos para resolver a maioria dos seus problemas.

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Conclusão:

Com este trabalho fiquei a saber as condições politicas e sociais de Portugal no pós 2ª guerra

mundial, a forma como a ditadura influenciou os destinos da nação e como a liberdade conquistada em

Abril de 1974, com a revolução dos cravos, foi crucial para o desenvolvimento da nossa economia e

sociedade, pois só com liberdade se pode atingir a evolução, tal como Xavier Zubiri disse: “o Homem é uma

realidade que é a unidade intrínseca de evolução e liberdade”

Dos vários temas apresentados neste trabalho, tenho de realçar:

O regime salazarista que devido à sua oposição a Portugal à democracia, tornou-o num país pouco

desenvolvido e fez com que milhares de jovens para fugirem à guerra colonial e às más condições de vida

emigrassem para outros países. Este descontentamento por parte da população e também por parte dos

militares, fez com que nascesse o espírito de Abril que se revelou em 25 de Abril de 1974 e que lhes

devolveu um Portugal livre e democrático;

A importância da Constituição de 1976 que é a responsável pela continuação da democracia

instaurada no 25 de Abril de 1974 até aos dias de hoje.

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Auto-avaliação:

Na minha opinião acho que mereço uma boa nota uma vez que:

- Fiz um grande trabalho de pesquisa, não me limitei apenas ao manual escolar;

- Procurei desenvolver todos os temas;

- O trabalho esta bem apresentado;

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Bibliografia:

História 9 – Texto Editora. Ana Rodrigues Oliveira Francisco Cantanhede Isabel Catarino Olávia Mendonça Paula Torrão

Sinais da História – Edições Asa Aníbal Barreira Mendes Moreira

Diciopédia X[CD-ROM]. Porto: Porto Editora, 2006: ISBN: 978-972-0-62561-4

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/

Google Images: http://www.google.pt/images

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Anexos Documentais:

António de Oliveira Salazar António de Oliveira Salazar nascido em Vimieiro, Santa Comba Dão

a 28 de Abril de 1889 — Lisboa, foi um estadista, político português e professor catedrático da Universidade de Coimbra.

Notabilizou-se pelo facto de ter exercido, de forma autoritária e em ditadura, o poder político em Portugal entre 1933 e 1968.Foi também ministro das Finanças entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das finanças públicas portuguesas. Instituidor do Estado Novo (1933-1974) e da sua organização política de suporte, a União Nacional, Salazar dirigiu os destinos de Portugal, como Presidente do Conselho de Ministros, entre 1932 e 1968.

Os autoritarismos que surgiam na Europa foram amplamente experienciados por Salazar em duas frentes complementares: a Propaganda e a Repressão. Com a criação da Censura, da organização de tempos livres dos trabalhadores FNAT, da Mocidade Portuguesa, Masculina e Feminina, o Estado Novo garantia a doutrinação de largas massas da população portuguesa, enquanto que a PVDE (posteriormente PIDE a partir de 1945), em conjunto com a Legião Portuguesa, garantiam a repressão de todos os opositores ao regime autoritário, normalmente julgados nos Tribunais Militares Especiais e posteriormente, nos Tribunais Plenários.

Apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar orienta-se para um corporativismo de Estado autoritário, com uma linha de acção económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo económico levou-o a tomar medidas de proteccionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram grande impacto sobretudo até aos anos sessenta.

Morreu em 27 de Julho de 1970, após um acidente que o deixou incapacitado.

Estado Novo

Regime político instituído sob a direcção de António de Oliveira Salazar, e que vigorou em Portugal sem interrupção, embora com alterações de forma e conteúdo, desde 1933 até 1974,

As características essenciais do Estado Novo português são: 1. O culto do Chefe, Salazar; 2. Uma ideologia com forte componente católica, associando-se o regime à Igreja Católica; 3. Uma aversão declarada ao liberalismo político, apesar da existência de uma Assembleia Nacional

e de uma Câmara Corporativa com alguma liberdade de palavra, mas representando apenas os sectores apoiantes do regime, organizados numa União Nacional;

4. Um serviço de censura prévia às publicações periódicas, emissões de rádio e de televisão, e de fiscalização de publicações não periódicas nacionais e estrangeiras;

5. Uma polícia política (PVDE, mais tarde PIDE e no final do regime DGS), omnipresente e detentora de grande poder, que reprime de acordo com critérios de selectividade;

6. Um projecto nacionalista e colonial que pretende manter à sombra da bandeira portuguesa vastos territórios dispersos por vários continentes, "do Minho a Timor;

7. Um discurso e uma prática anticomunistas;

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8. Uma economia tutelada por cartéis constituídos à sombra do Governo, detentores de grandes privilégios, fechada ao exterior, receosa da inovação e do desenvolvimento, que só admitirá a entrada de capitais estrangeiros numa fase tardia da história do regime;

9. Uma forte tutela sobre o movimento sindical, apertado nas malhas de um sistema corporativo que procura conciliar harmoniosamente os interesses do operariado e do patronato.

O Estado Novo sofrerá diversos abalos provocados quer pelas tentações golpistas de forças de carácter abertamente fascista, à sua direita (Nacionais-Sindicalistas), quer pelas conspirações putschistas dos reviralhistas republicanos, repetidamente frustradas, quer pela acção das forças políticas que periodicamente se candidatam a eleições (nomeadamente em 1958, com o General Humberto Delgado), mas acabará por cair por acção de uma conspiração militar dirigida pelo Movimento das Forças Armadas, em 25 de Abril de 1974.

Estado Novo. In Diciopédia X [CD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65261-4

Movimento das Forças Armadas (MFA) O nascimento do Movimento dos Capitães, pretendia resolver o

problema da falta de oficiais com que o Exército se debatia perante a continuação da Guerra Colonial.

A recusa de Marcelo Caetano em aceitar uma solução política para a guerra levou a que os oficiais de nível intermédio, que suportavam realmente o combate no teatro de operações, percebessem que o fim do conflito passava pelo derrube do regime do Estado Novo. Os capitães sabiam ser este também o sentimento geral da população. Sabiam ainda, após a publicação do livro de Spínola Portugal e o Futuro (Fevereiro de 1974), que podiam contar com o apoio dos seus chefes militares.

Assim, o Movimento dos Capitães começou a consolidar ligações e canais de divulgação de informação dentro dos quartéis (na metrópole e nas colónias). Foi eleita uma Comissão Coordenadora, que passou a liderar todo o processo de contestação. Em Novembro de 1973, o Movimenta explicita que, além das reivindicações corporativas, estavam em causa outros objectivos, como o fim da Guerra Colonial e o restabelecimento da democracia. Em Dezembro foi eleito um Secretariado Executivo constituído por Vasco Lourenço, Otelo Saraiva de Carvalho e Vítor Alves, e foram formadas as várias comissões que iniciaram o processo de preparação de um golpe militar. A 5 de Março de 1974, o Movimento dos Capitães passou a designar-se Movimento das Forças Armadas e foram aprovadas as suas bases programáticas, que constam de um documento distribuído nos quartéis, O Movimento, as Forças Armadas e a Nação. O programa iria depois sintetizar-se em três palavras-lema: democratizar, descolonizar e desenvolver.

O ensaio geral para o derrube do regime deu-se a 16 de Março de 1974, quando o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha tentou um golpe militar. Devido à falta de coordenação com outros sectores do movimento, a iniciativa não teve sucesso.

A conspiração que finalmente derrubou o Estado Novo envolveu cerca de trezentos oficiais das Forças Armadas e desenvolveu-se em menos de um ano. O golpe foi marcado para a semana de 20 a 27 de Abril de 1974. Acabou por ter lugar a 25, com Otelo Saraiva de Carvalho como principal comandante das operações. O regime caiu sem ter quase quem o defendesse.

Depois da revolução, o MFA sofreu várias transformações de estrutura. Primeiro através da Comissão Coordenadora, depois do Conselho dos Vinte, mais tarde ainda pelas Assembleias do MFA e finalmente pelo Conselho da Revolução, coube-lhe desempenhar o papel principal na recomposição das hierarquias das Forças Armadas Portuguesas até 1982.

Movimento das Forças Armadas (MFA). In Diciopédia X [CD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978-972-0-65261-4

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Canções do 25 de Abril

“E nesta revolução singular, onde cravos foram símbolo e a música o

código para uma nova era, Portugal cantou nas praças, nas ruas, nos campos

que: "O povo é quem mais ordena, dentro de ti ó cidade..."

GRÂNDOLA VILA MORENA

José Afonso

(LP, Cantigas do Maio, Orfeu, 1971)

Grândola, vila morena Terra da fraternidade O povo é quem mais ordena Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade O povo é quem mais ordena Terra da fraternidade Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo Em cada rosto igualdade Grândola, vila morena Terra da fraternidade

Terra da fraternidade Grândola, vila morena Em cada rosto igualdade O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira Que já não sabia a idade Jurei ter por companheira Grândola a tua vontade.

CANTATA DA PAZ Sophia de Mello Breyner Andresen

(CD Canções Com Aroma de Abril, Strauss, 1994)

Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos Relatórios da fome O caminho da injustiça A linguagem do terror

A bomba de Hiroshima Vergonha de nós todos Reduziu a cinzas A carne das crianças

D'África e Vietname Sobe a lamentação Dos povos destruídos Dos povos destroçados

Nada pode apagar O concerto dos gritos O nosso tempo é Pecado organizado

QUEIXA DAS ALMAS JOVENS CENSURADAS Natália Correia

(Album "Mudam-se os tempos mudam-se as vontades"

(1971 - J.M.Branco)

Dão-nos um lírio e um canivete E uma alma para ir à escola Mais um letreiro que promete Raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário Que tem a forma de uma cidade Mais um relógio e um calendário Onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim Para dar corda à nossa ausência. Dão-nos um prémio de ser assim Sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu Para tirarmos o retrato Dão-nos bilhetes para o céu Levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crâneos ermos Com as cabeleiras das avós Para jamais nos parecermos Connosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história Da nossa historia sem enredo E não nos soa na memória Outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados Que adormecemos no seu ombro Somos vazios despovoados De personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho E um pacote de tabaco Dão-nos um pente e um espelho Pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça E uma cabeça presa à cintura Para que o corpo não pareça A forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro Com embutidos de diamante Para organizar já o enterro Do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal Um avião e um violino

Mas não nos dão o animal Que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão Com carimbo no passaporte Por isso a nossa dimensão Não é a vida, nem é a morte

Eu Sou Português Aqui

Eu sou português

aqui

em terra e fome talhado

feito de barro e carvão

rasgado pelo vento norte

amante certo da morte

no silêncio da agressão.

Eu sou português

aqui

mas nascido deste lado

do lado de cá da vida

do lado do sofrimento

da miséria repetida

do pé descalço

do vento.

Nasci

deste lado da cidade

nesta margem

no meio da tempestade

durante o reino do medo.

Sempre a apostar na viagem

quando os frutos amargavam

e o luar sabia a azedo.

Eu sou português

aqui

no teatro mentiroso

mas afinal verdadeiro

na finta fácil

no gozo

no sorriso doloroso

no gingar dum marinheiro.

Nasci

Page 18: Maio de 2010 - bemexplicado.pt³ria... · governo provisório. O apoio dos Populares contribuiu para o êxito da M.F.A. O povo saiu à rua com grande entusiasmo ... - Extinção da

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deste lado da ternura

do coração esfarrapado

eu sou filho da aventura

da anedota

do acaso

campeão do improviso,

trago as mão sujas do sangue

que empapa a terra que piso.

Eu sou português

aqui

na brilhantina em que embrulho,

do alto da minha esquina

a conversa e a borrasca

eu sou filho do sarilho

do gesto desmesurado

nos cordéis do desenrasca.

Nasci

aqui

no mês de Abril

quando esqueci toda a saudade

e comecei a inventar

em cada gesto

a liberdade.

Nasci

aqui

ao pé do mar

duma garganta magoada no cantar.

Eu sou a festa

inacabada

quase ausente

eu sou a briga

a luta antiga

renovada

ainda urgente.

Eu sou português

aqui

o português sem mestre

mas com jeito.

Eu sou português

aqui

e trago o mês de Abril

a voar

dentro do peito.

Eu sou português aqui

Somos Livres Ermelinda Duarte

Ontem apenas fomos a voz sufocada dum povo a dizer não quero; fomos os bobos-do-rei mastigando desespero. Ontem apenas fomos o povo a chorar na sarjeta dos que, à força, ultrajaram e venderam esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava, assas de vento, coração de mar.

Como ela, somos livres, somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia, grito vermelho num campo cualquer.

Como ela somos livres, somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia "quando for grande não vou combater".

Como ela, somos livres, somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras, parte à conquista do pão e da paz.

Somos livres, somos livres, não voltaremos atrás.

Tanto Mar (Versão I) Chico Buarque

Sei que estás em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo pra mim

Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei também que é preciso, pá Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim

Abril de sim, Abril de Não Manuel Alegre

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro vi o Abril que foi e Abril de agora eu vi Abril em festa e Abril lamento Abril como quem ri como quem chora. Eu vi chorar Abril e Abril partir vi o Abril de sim e Abril de não Abril que já não é Abril por vir e como tudo o mais contradição. Vi o Abril que ganha e Abril que perde Abril que foi Abril e o que não foi eu vi Abril de ser e de não ser. Abril de Abril vestido (Abril tão verde) Abril de Abril despido (Abril que dói) Abril já feito. E ainda por fazer.