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OUTUBRO 2012 Nº 8- Mensal - Distribuição gratuita - Não pode ser vendida Valorizamos o teu futuro! PDF disponível em www.maissuperior.com Pelo FORA mundo São eles alunos de Ensino Superior ao abrigo dos mais variados programas de mobilidade. Objetivo? Explorar os programas cur- riculares, melhorar o CV e, claro, conhecer outros países. Notícias em curso Existe um ‘alfaiate’ de bicicletas... E é português Limite de velocidade Look at me Como comprar carro usado para ‘totós’ A Pipoca mais doce fala-nos de estilo

Mais Superior | Outubro '12

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PELO MUNDO FORA São eles alunos de Ensino Superior ao abrigo dos mais variados programas de mobilidade. Objetivo? Explorar os programas curriculares, melhorar o CV e, claro, conhecer os outros países.

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OUTUBRO 2012Nº 8- Mensal - Distribuição gratuita - Não pode ser vendida

Valorizamos o teu futuro!PDF disponível em www.maissuperior.com

Peloforamundo São eles alunos de Ensino Superior

ao abrigo dos mais variados programas de mobilidade.

Objetivo? Explorar os programas cur-riculares, melhorar o CV e,

claro, conhecer outros países.

Notícias em cursoExiste um ‘alfaiate’ de bicicletas... E é português

Limite de velocidade

Look at me

Como comprar carro usado para ‘totós’

A Pipoca mais doce fala-nos de estilo

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Outubro 2012 . MaisSuperior | 3

Esta informação foi facultada pelo departamento comercial.

PASSATEMPOParticipa e ganha!Um CUrso de dJ à tUa espera!

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Duração: 2 meses (variável consoante o regime de aulas pretendido)

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A A Dancefloor DJ Academy Lisboa juntou-se à Mais Superior para apresentar uma bela surpresa a todos os que querem fazer uma carreira como DJ’s ou produtores de música eletrónica: estamos a oferecer um Curso Master de DJ (Níveis I, II e III, ou seja inicial, intermédio e avançado), onde pode-rás, além duma ampla e completa formação, conseguir dicas e conselhos muito úteis sobre como escolher repertório, como prevenir apreensões de equipamento por utilização de músicas pirata e de que forma devem ser usadas as redes sociais, por exemplo...

Condições gerais dos passatempos da mais sUperior

1. O passatempo começa a 15 de Outubro de 2012 e termina às 17:00 horas do dia 19 de Novembro de 2012, fora das quais todas as participações recebidas serão recusadas. | 2. Das respostas recebidas, apenas serão consideradas válidas as que preencherem devidamente os campos solicitados no formulário de resposta. | 3. Só é aceite uma resposta válida por endereço de e-mail e por concorrente. | 4. Do conjunto de respostas válidas recebidas, os premiados serão selecionados de acordo com o método de seleção e o número de prémios comunicados no respetivo passatempo. | 5. No caso do número de participações ser inferior ao número de prémios disponíveis, serão contemplados todos os participantes que responderem acertadamente. | 6. A lista dos premiados será publicada online, na área de Passatempos, sendo os vencedores ainda notificados via e-mail ou telefone, pelo que os participantes deverão facultar sempre os seus contactos corretos e atuais. | 7. Todas as demais dúvidas e questões podem ser endereçadas para o e-mail [email protected]. | 8. Caso os prémios não sejam levantados após 3 meses de serem anunciados os vencedores, esse vencedor perderá o direito a esse prémio.

ÍNDICE | BINGO

3 | ÍNDICE . BINGO

20 | LOOK AT ME

4 | NOTÍCIAS EM CURSO

21 | LIMITE DE VELOCIDADE

6 | PÁGINA A PÁGINA

8 | PLAYLIST

22 | MANUAL DE INSTRUÇÕES9 | TAKE 1

10 | MAIS GAMES

12 | EM FORMA

14 | LER PARA CRER

temos mais passatempos para ti!entra em www.maissuperior.come habilita-te a ganhar!

ÍNDICEForam curiosos e voltaram apaixonados, deixando de lado os receios e arriscando estudar fora da zona de conforto. Os programas de mobilidade têm vários nomes e várias formas, mas um objetivo comum – pôr o mundo nos olhos de quem estuda. A Mais Superior quis saber o que muda na vida dos estudantes que, todos os anos, decidem alargar as fronteiras do conhecimento.

QUANDO ESTUDAR FAz GIRAR O MUNDO

Ficha TécnicaProprietário/Editor: Young Direct Media, Lda

Empresa jornalistica inscrita com o nº: 223852

NIPC nº 510080723

Tlf: 21 155 47 91Fax: 21 155 47 92

Email geral: [email protected]

Tiragem: 40.000 exemplaresPeridiocidade: Mensal

Registo na ERC nº 126168Depósito legal: 339820/12

ADMINIsTRAção

DIREToRA EDIToRIAL

DIREToRA GERAL DA EMPREsA

DIREToR ADJUNTo DA EMPREsA

DIREToR CoMERCIAL E PUBLICIDADE

REDAção

CoLABoRADoREs EDIToRIAIs

DEsIGN

NEw MEDIA

CoMUNICAção E DIsTRIBUIção

Graça santos, [email protected]

Bruna Pereira, [email protected]

Graça santos, [email protected]

Paulo Fortunato, [email protected]

Duarte Fortunato, [email protected]

susana Albuquerque, Guilherme Ferreira da Costa,Revista BGamer e Revista Empire

Mónica santos, [email protected]

André Rebelo, [email protected]

samuel Alves, [email protected]

Banco de imagens: Todas as imagens utilizadas na publicação, salvo as que estão creditadas,

são retiradas do depositphotos.com

EsTA PUBLICAção Já sE ENCoNTRA EsCRITA Ao ABRIGo Do Novo ACoRDo oRToGRáFICo.

Bruna Pereira, [email protected] João Diogo Correia, [email protected]

Tipografia e Morada: Lidergraf - Rua do Galhano, n.º 154480-089 vila do Conde, Portugal

sede de redação: Rua Ester Bettencourt Duarte, Lote 76, 2625 - 095 Póvoa de santa Iria

www.maissuperior.com

BINGO

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que há em ti!ODesperta DJDos casamentos aos bares, passando pelos festivais, as discotecas e outros festejos entre amigos, há sempre lugar para um bom DJ, aquele profissional capaz de ressuscitar os pés de chumbo e fazer cantarolar os mais duros de ouvido. Mas para a arte de mixar, desenganem-se os néscios, pois nem todos estão talhados – a Dancefloor DJ Acade-my Lisboa (www.cursodj.com) sabe disso e convida-te a descobrir as formações que tem disponíveis e que te poderão ajudar a sobressair num mercado onde abundam os ‘pseudo DJ’. Ah, por falar nisso, também temos um passatempo onde poderás ganhar o Curso Master de DJ!Texto: Bruna PereiraFotos: Samuel Alves

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NOTÍCIAS EM CURSO

Começou por ser apenas funcionário, mas hoje Rogério Romão é dono, diretor e formador na Dancefloor DJ Academy Lisboa, sediada no Par-que das Nações, e lançada em 2003, atendendo à falta duma instituição em Portugal com formação credível e know-how técnico e humano, tanto na área do DJing e da produção profissional de música eletrónica - as duas vertentes formativas da escola. Ambos cursos estão divididos pelos Ní-veis I, II e III (inicial, intermédio e avançado), que podem ser tirados por separado ou em conjunto, através do chamado Curso Master, que engloba os três níveis. À partida, e tendo em conta o furor que um DJ é capaz de causar, muitos são os que acreditam ter vocação para mixar músicas. No entanto, e no caso de achares que até sabes 'umas coisas', Rogério Romão explica: “quando as pessoas nos dizem “já sei fazer isto”, “já mexo em casa”, “já tenho alguns equipamentos” ou “quero começar no Nível II”, nós pedimos para vir cá aos estúdios e, na presença dum formador, fazemos uma avaliação e dizemos se achamos boa ideia a pessoa começar no Nível II ou fazer primeiro o Nível I, onde pode aprender as dificuldades ainda apresentadas”. Isto tudo porque “porque às vezes a pessoa pensa que já tem as noções aprendidas mas não tem e há certas bases sem as quais a pessoa depois não consegue avançar”.Quanto a idades, e se a paixão pelo Djing e pela produção de música eletrónica for de coração, os limites estipulados pelo Cartão de Cidadão

Se, por um lado, há cada vez mais DJs no mer-cado e “felizmente há muitos casos de sucesso em alunos formados pela Dancefloor”, muitos são igualmente os casos dos ‘pseudo DJs’, como lhes chama Rogério Romão. “São pessoas sem formação e sem qualidade que, por isso, depois tornam difícil a quem tem essa formação ou essa qualidade arranjar o seu posto de trabalho”, refe-re o responsável da Dancefloor, discriminando o primeiro tipo de ‘pseudo DJs’ mais prolífico. “São rapazes novos que arranjam um programa pirata e um controlador barato e fazem uso das ajudas tecnológicas e truques que não havia antigamen-te: botões mágicos que fazem a sincronização da música sem ser preciso o DJ estar a acertar manualmente, por exemplo, mas isso não é Djing verdadeiro”. Quanto ao segundo tipo de falsos DJ, Rogério explica que “são eles modelos, atores e pessoas conhecidas que aparecem na TV e, sem os requisitos mínimos, são automaticamente promovidos a DJ. Sabem que têm mercado e vêm inclusivamente parar cá à escola para tirar o Nível I e aprender ‘qualquer coisinha’ para irem depois fazer as presenças. Todas essas pessoas seriam muito menos criticadas pelos verdadeiros DJ e apreciadores se tivessem, pelo menos, uma formação básica para fazerem um trabalho com os requisitos mínimos de qualidade”.Embora possa parecer uma tarefa hercúlea, fazer com que os donos dos espaços e o público sai-bam reconhecer a qualidade do bom profissional passa, em grande parte, por uma boa formação. No caso da Dancefloor DJ Academy Lisboa, os objetivos passam lutar contra o aparente “défice de bom gosto musical português”: “tentamos incutir nos alunos gosto e cultura musical. Quere-mos que saibam onde surgiu a música de dança, quem foram os DJ, quais foram os equipamentos e técnicas utilizados.... Porque se não forem os Dj a mudar o panorama ninguém vai mudar – as pessoas vão querer ouvir aquilo que ouviram todo o dia na rádio e acabamos por ficar com a mesma pescadinha de rabo na boca em que nada vai mudar”.Além de formação, a Dancefloor DJ Academy Lisboa dá ainda conselhos sobre como esco-lher repertório e como prevenir apreensões de equipamento por utilização de músicas pirata, de que forma dar início à promoção pessoal e como devem ser usadas as redes sociais. “Faz tudo parte do curso de DJing”, garante Rogério Romão, apelando à participação no passatempo Mais Superior/Dancefloor DJ Academy Lisboa, que oferece um Curso Master de DJ. Sabe mais na página Bingo! desta mesma revista e em www.maissuperior.com.

não existem. “Antes de adquirir a empresa, tinha ideia de que o típico aluno teria 15 ou 16 anos... Mas não é bem esse o perfil do aluno aqui na escola. A média de idades andará pelos 20 e muitos, sendo que já tivemos alunos até com 11 anos (um caso dum rapaz de 14 anos que veio inscrever-se com o pai e o irmão mais novo, de 11 anos, que também se quis inscrever ao ver o mais velho). Temos também alunos de 40 e 50 anos e já tive, pelo menos, dois casos de alunos na casa dos 60 – aquelas pessoas que sempre tiveram o sonho de ser DJ e agora que estão reformados têm tempo para se dedicar a isto”. No que toca a sexos, a percentagem andará pelos 70% de alunos homens e os 30% restantes de alunas mulheres, que “aparecem cada vez mais”, acrescenta Rogério.A Dancefloor DJ Academy Lisboa conta com os melhores equipamentos existentes no mercado atual, permitindo misturar com CD's, vinil e com as novas tecnologias de controladores digitais. Dispõe ainda de quatro salas de DJ individuais e uma sala de produção com gravação e captação de som, bem como formadores com larga expe-riência e reconhecidos no mercado. Qualquer pessoa interessada nos cursos deverá ir até ao site da escola, www.cursodj.com e fazer um pré--registo. A partir daí, será contactada pela escola para marcar uma visita aos estúdios, conhecer as instalações e ser esclarecida quanto ao funciona-mento dos cursos.

Contra os 'pseudo DJs', estudar, estudar!

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Começou por aceitar personalizar as bicicle-tas dos amigos. Com a magia da Internet que torna o mundo mais pequeno, Dinis Ramos foi sendo contactado por gente de todo o mundo, curiosa com as bicicletas personalizadas que iam aparecendo na galeria do facebook deste rapaz. E embora na cabeça dele nunca tivesse passado a ideia de negócio, confessa, até porque não gosta nada da palavra ‘encomendas’ – prefere antes chamar-lhe ‘pedidos’ ou ‘abordagens’ –, Dinis tem tido muito trabalho pela frente e até já lhe pediram também para fazer 50 répli-cas duma das bicicletas que fez para si... Mas recusou. “Digamos que é algo difícil de recusar, mas foi coisa que fiz quase automaticamente. Estar a replicar algo que fiz para mim, ao meu

NOTÍCIAS EM CURSO

Num mundo perfeito, toda a gente guardaria com amor e carinho a sua bicicleta na garagem, esperando, com saudades do amanhã, que o tempo acorde bem-disposto para pedalar pela estrada fora. É precisamente a pedalar que Dinis Ramos, o rapaz da Gafanha da Nazaré que personaliza bicicletas por medida, se vai inspi-rando e pensando na vida – tarefa facilitada pelo facto de ser designer freelancer, explica este artista dotado também de humor apurado: “sou designer freelancer, ou seja, trabalho para mim. Tenho um patrão porreiro (eu) e um empregado com horário flexível (eu). Isso faz com que tenha o meu próprio horário de trabalho”.Texto: Bruna PereiraFotos: Dinis (Noca) Ramos

Uma paixãoe dUas rodas

“Todos aqui andam de bicicleta. É claro que uns mais do que outros, mas todas as casas guardam nas suas garagens uma ou mais bicicletas. Cresci com isso sem perceber que era algo bem caraterístico desta zona”. É assim que Dinis – Noca para os amigos – se remonta às me-mórias mais ternas em torno das duas rodas, um sentimento que nasceu, tal como ele, na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo. O primeiro modelo personalizado surgiu com a vontade de ter uma bicicleta mais própria e mais original. “Gostava de ter a minha bicicleta diferente das outras. E gostava de pintar ao meu gosto. Quando fui estudar para fora, o vício das bicicletas ficou adormecido mas não morto. Quando regressei às origens, rapida-mente acordou e voltei a querer ter as minhas bicicletas de certa forma únicas”. Na altura, apenas mudava a cor das bicicletas. Depois de estudar Arquitetura no Porto, Dinis voltou-se para o Design, na Universidade de Aveiro (UA), e foi então que o artista que trazia dentro ganhou ainda mais vida. Passou das bicicletas de BTT e BMX para as bicicletas urbanas, as fixed gear, e foi espevitando as ideias em vários sites de Design e Fotografia. “Rapidamente senti vontade de ter uma. Foi aí que montei uma singlespeed (bici-cleta de estrada com uma velocidade apenas) que personalizei ao meu gosto e a que chamei 'before the bullfight'”.

“Um menino numa loja de brinquedos”Bicicletas para todos os gostos

A dupla com o Senhor Valdemiro

Se o Pai Natal existir mesmo, num Polo Norte branco e longínquo, Dinis Ramos encaixaria que nem uma luva no papel de ajudante: “Quando ando envolvido num projeto duma bicicleta sinto-me com um menino numa loja de brinquedos. Quando acabo esse mesmo projeto, pedalo com um sorriso de orelha a orelha. O prazer de pedalar em algo que de certa forma criei à minha imagem é mil vezes superior ao prazer que sinto a pedalar numa bicicleta igual a tantas outras”. O brilho nos olhos parece aumentar, e é então que o jovem artesão – ou 'alfaiate de bicicletas’, como come-ça a ser conhecido nos media -, lança a frase: "Um homem nunca tem demasiadas bicicletas. Tem é pernas a menos."

Quando se lhe pergunta quanto tempo demora a fazer uma bicicleta, a reposta é um engraçado “uuuuuuuuuuuuuuuuuui!”, pois “cada projeto é único” e “depende de muitas variáveis”. Defensor da lógica ‘cada macaco no seu galho’,

E também T-Shitrs!Atrás das bicicletas veio a roupa de quem anda nelas. Assim, Noca criou ainda uma linha de t-shirts a pensar na indumentária dos ciclistas. “Adoro desenhar e muitas vezes as bikes que crio começam mesmo em desenho. Tenho man-dado t-shirts para o mundo inteiro”, termina.

gosto, à minha imagem, é estar a mentir-me... É algo que por muito vantajoso que fosse para mim (numa lógica puramente comercial) ia adormecer a paixão que tenho em fazer bike a bike”. O artesão admite ainda que nunca fez nenhuma bicicleta com o intuito de a vender: “Nunca encarei a coisa como negócio mas sim como paixão. Só me envolvo em projetos com os quais me identifico. Só assim me consigo apaixonar pelos mesmos. E só consigo ter uma paixão de cada vez...”Para todos verem os trabalhos que o Noca tem feito em torno das duas rodas, está já a ser preparado um site, que o designer não sabe ainda quando vai estar pronto, mas até lá fica a dica: “No meu facebook, na galeria de fotos ‘my bikes’, tenho um pouco de tudo aquilo que já fui fazendo. Se procurarem por “Noca Ramos” no facebook irão encontrar um maluco que está sempre a partilhar fotos das suas bikes, assim como desenhos que vai fazendo (outra das minhas paixões)”.

Dinis explica que o projeto da bicicleta (conceito, geometria, etc.) é ele que faz. Depois, quando se trata de fazer um quadro de raiz, recorre ao Senhor Valdemiro - um dos últimos construtores de bicicletas de Ovar - para lhe soldar tubos (aço ou alumínio) que Dinis escolhe de acordo com o esquema que lhe apresenta. “Depois vem a fase de preparação para pintura personalizada (fase bastante trabalhosa mas que faço questão de fazer). A arte final (pintura em estufa) é feita por um amigo pintor profissional que me garante uma qualidade superior (sim, sou ‘estu-pidamente’ perfecionista). Quando preciso de enraiar rodas recorro a um amigo mecânico de bicicletas que, assim como o meu amigo pintor, me garante qualidade no rolar das rodas. Os componentes são algo que eu vou comprando à medida que o projeto vai sendo feito. A bike começa no meu escritório (na fase de projeto) e acaba sempre na minha garagem (montagem final de todas as peças)”.

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nA REDAÇÃOMAnOBRAS

Escreveu o primeiro livro aos 14 anos e aos 16 viu-o publicado pela Papiro Editora. “Suzannah” era só um começo para Ana Margarida Cardoso, que não esperou muito mais até ver a sua segunda obra nas bancas - “O Peão Indo-mável” leva-nos pelos corredores da redação de um influente jornal nacional, onde dois jovens estagiários tentam a sorte no mundo do jornalismo, com a precariedade como pano de fundo. As pressões e os jogos de poder marcam o dia-a-dia atribulado de Ana Luísa e Rui. Ainda assim, para a autora, a vonta-de de ser jornalista não morreu. E a de manter a veia literária também não.Texto: João Diogo CorreiaFotos: Ana Margarida Cardoso

“Ao escrevermos uma história na primeira pes-soa, acabamos por passar os nossos próprios traços de personalidade, porque exprimimos as nossas visões do mundo”. É este o tiro de partida dado por Ana Margarida Cardoso, autora de “O Peão Indomável”, justificando assim as caraterísticas que partilha com Ana Luísa, protagonista do enredo.

Ana Luísa e Rui são dois jovens recém-licencia-dos em Jornalismo e as suas histórias não te são estranhas: um estágio precário, ainda que num diário de referência, que lhes permite encher o horário e esvaziar o bolso em menos de nada. Quis o destino que se cruzassem pouco antes de iniciarem um estágio no mesmo local e foi ainda mais caprichoso esse destino quando os embrulhou na delicada teia da política e dos jogos entre o poder e o jornalismo. “A história não se baseia em nenhum caso concreto”, garante Ana. “Resultou de muitas conversas que fui tendo com amigos meus que já fizeram estágio, que me contaram histórias, e eu fui

UM AMOR qUE nÃO SE ESqUEcE

ViVER pARA cOntAR

As primeiras incursões de Ana Luísa e Rui no mundo do jornalismo foram pródigas em surpresas, para quem mantinha uma ideia muito romantizada da profissão. Afinal, descobriram eles, o sensacionalismo e os jogos de poder faziam parte até do melhor jornal do país. A perceção de Ana Margarida Cardoso não é, para já, nada que a demova de um sonho antigo: “o mercado está complicado mas mantenho a vontade de fazer jornalismo”. “Sempre foi um interesse meu”, confessa.Foi por isso que ingressou na Universidade do Minho para cursar Ciências da Comunicação (encontrando-se neste momento prestes a terminar o mestrado em Comunicação Estraté-gica, na Universidade Nova de Lisboa) e é daí que vem a garra que acabou por passar para a personagem de Ana Luísa: “não podemos escapar-lhe [à precariedade], não adianta, no fundo, sermos fracos”, alerta. “Temos de lutar contra ela”. Mais ainda se pensarmos que um jornalista deve “insistir, bater às portas, ir atrás das fontes”. O mesmo se passa com os aspiran-tes – “não basta enviar um currículo e esperar em casa”. Ainda assim, a autora não esquece as dificuldades e diz ser compreensível um certo desapontamento por parte dos jovens, dado o cenário atual, que é o mesmo que serve de pano de fundo à história de “O Peão Indomável”. “Vi um estudo no outro dia que dizia que 69% dos jovens universitários pensam emigrar e claro que isso é preocupante”, lamenta. “Nós crescemos a pensar que íamos ter um bom futuro no nosso país e é claro que isto desilu-de”. Mas visto que “a desilusão também não

Com “Suzannah” começou, com “O Peão Indo-mável” parece manter o hábito de ser convidada para dar palestras em escolas básicas e secun-dárias de todo o país. Ana Margarida Cardoso não rejeita a possibilidade, já que considera fundamental “sensibilizar e incentivar os jovens para a leitura”.No seu caso nem foi preciso grande incentivo externo, já que a literatura e a escrita a marca-ram desde muito cedo. Num “aborrecimento de férias”, quando fazia a pausa entre o 9º e o 10º ano, escreveu a primeira obra, na altura com 14 anos. Só passados dois anos viu “Suzannah” ser publicado e não esquece “todo o processo de escolher a capa, fazer a sinopse”, que a deixou entusiasmada.Ao segundo livro, “nota-se muita diferença na escrita, que está mais adulta”, para além da “forma de ver o mundo, que também é dife-rente”. Mantém o gosto pelas light novels – “eu escrevo essencialmente light novels” – e quer provar aos mais novos que a idade não é tudo quando se tem uma forma muito própria de estar na vida. “O Peão Indomável” foi apresentado no passado dia 8 de junho, com a presença de dois nomes fortes do jornalismo nacional – Pedro Santos Guerreiro, diretor do Jornal de Negócios, e José Pedro Marques, coordenador de informação da RTP Informação.

Fonte: Chiado Editora criando um imaginário próprio, com situações que podiam acontecer”. E atores políticos a tentar pressionar e subjugar jornalistas são situações que podem acontecer? Ana Margarida Cardoso não tem dúvidas: “com a crise eco-nómica, os jornais têm tendência a tornar-se mais subservientes”.

dá dinheiro”, Ana Margarida Cardoso aponta já ao futuro e um terceiro livro é coisa que não lhe deverá escapar.

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PLAYLIST

Música coMSão um puzzle com nome de livro que começou com Salvador Me-nezes, Afonso Cabral e Luís Costa. Juntaram-se David Santos (Noiserv), João Gil e Tomás Sousa e agora são seis os rapazes em palco a fazer música com a maciez das nuvens. A Mais Superior aproveitou a compa-nhia dos patos do lago do Jardim da Estrela e foi conhecer melhor os You Can’t Win, Charlie Brown (YCWCB): saber o que andam a fazer, como correu a viagem ao Texas para o Festival South by Southwest e que acontecimentos bizarros ainda os fazem corar quando relembrados.Texto: Bruna PereiraFotos: YCWCB

a Maciezdas nuvens

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Como é que de três rapazes que faziam música em casa passámos para seis artistas em palco?Salvador Menezes (SM): Éramos amigos. O Luís, o Afonso e eu éramos os três que fazíamos coisas em casa. O Tomás é nosso primo (eu, o Afonso e Tomás somos primos). O João já o conhecemos desde crianças. O Luís tinha o projeto dele e nós os três tínhamos o nosso e chegámos a tocar juntos algumas vezes. Com essa banda que tínhamos antes, na altura estávamos a pensar em usar loops, porque tínhamos muitas camadas, mas depois falamos com o David e ele juntou-se a nós – e o facto é que nunca chegámos a usar loops ou usámos muito poucos. Depois, achámos que precisávamos de mais mãos para tocar e pensámos no Tomás e no João, obviamente, e começámos a trabalhar, já os seis, no disco.

Como é ser artista/músico em Portugal, tendo também em conta o vosso percurso desde o Novos Talentos da FNAC (2008), o Optimus Discos (2009) até ao vosso primeiro álbum “Chromatic” (2010)?SM: Para sobreviver nunca dá... Pelo menos só tendo um projeto é impossível sobreviver só da música. Ou se tem mais do que um projeto mu-sical e se faz mais qualquer coisa ligada à música ou então já se é grande no meio.... Mas nós ainda estamos no princípio.

Afonso Cabral (AC): Nós fazemos isto pelo amor à camisola e pelo amor à música. Não podemos pensar, neste momento, em fazer disto a nossa vida. Seria muito bom que isso acontecesse, mas é muito complicado.... Acho que só faz música quem quer mesmo e quem tem vontade para passar os tempos livres e os dias de férias que tem a tocar e a dar concertos.

SM: Mas em termos de promoção, fomos sempre evoluindo e fomos ficando mais conhecidos – primeiro pelo Festival Termómetro, depois pelo Optimus Discos... A nossa banda sempre teve uma grande ajuda em termos promocionais de projetos e de pessoas que estão interessadas na música portuguesa. Nesses aspeto, sempre tivemos sorte.

A nível desse vosso crescimento: qual a importância dos fãs e de todas as pessoas que admiram o vosso trabalho em momentos tão particulares como a vossa ida ao South by Southwest (SBSW)? Viram a vossa vida a andar para trás quando foram convidados para um

festival super importante, mas as despesas de deslocação até ao Texas não estavam incluídas?Tomás Sousa (TS): Vimos a vida a andar para trás durante alguns meses, mas depois quando avançámos com o concerto de angariação de dinheiro para a viagem que demos no São Jorge, em Lisboa, vimos uma quantidade de gente para nós absurda, quase. Eram pessoas que estavam dispostas a ajudar-nos a ir ao concerto, a com-prarem cartazes... E esse gesto surpreendeu-nos a todos – no princípio, até pensávamos que fazer um concerto no São Jorge ia ser muito arrisca-do, não íamos ter muita gente e não ia correr bem, mas felizmente correu da melhor maneira possível.

Em relação ao feedback nas redes sociais, como é poder ler as reações das pessoas no momento?TS: Sabe bem, primeiro porque dá para associar uma cara a cada pessoa que está do outro lado. Isso é engraçado e dá para ter um discurso mais direto. Hoje em dia o Facebook acaba por ser a melhor forma de lidar com os fãs (não gosto desta palavra, mas pronto) – já foi o Myspace, mas agora já não.

Quem é, afinal, o maior fã de Charles M. Schulz? Isto para percebermos donde vem o nome da banda...SM: O Afonso tinha um projeto a solo com um nome. Eu também tinha outro projeto a solo que nunca chegou a e existir com outro nome, mas o do Afonso era o melhor. O David não gostava, porque lhe fazia lembrar o nome doutra banda muito má (risos). Como tínhamos que ter um nome para o Novos Talentos FNAC, no dia antes do limite, estávamos na casa dele [aponta para o Afonso] a ensaiar e ele tinha uma data de livros, que até são da mãe dele e nem sequer estavam arrumados, e pegámos no “You can´t win, Charlie Brown”. E pronto, ficou esse o nome.

AC: Portanto, à pergunta “Quem é o maior fã do Schulz” a resposta é: a minha mãe (risos).

Contem lá algumas situações caricatas ou bizzarras pelas quais já passaram...SM: Fizemos três concertos na rua e num deles, no Chiado, houve um casal com uma criança que veio falar comigo, sendo que a criança se virou para mim e disse: “Ah, que giro, tens barba!”, ao que eu respondi: “Ah, não te preocupes que tu

também vais ter!”. (Gargalhadas gerais) Passados uns momentos (apontando para o Afonso e o Tomás) alguém me disse: “Salvador, era uma rapariga!”.

TS: Outra peripécia foi no SBSW: nós fomos para o Texas só com o básico, mas era preciso uma bateria para dar o concerto. Nós não levámos ne-nhuma, mas tínhamos combinado com a banda que ia tocar no nosso sítio que íamos tocar com a deles. Entretanto, eles telefonam-nos a dizer que não iam conseguir chegar a tempo do nosso con-certo e que, se calhar, não iam chegar a tempo do deles. Nós, em desespero, andámos a correr tudo o que era sítio para aluguer de equipamento e já não havia baterias em lado nenhum...

SM:... Porque as bandas nunca levam baterias, sai mais caro, porque são muito grandes e o costu-me é alugar. Tinha desaparecido tudo.

TS: No próprio dia do concerto, a única solução foi andar a correr todas as lojas de penhores e encontrámos lá uma bateria que custava 200 dólares. No final do concerto, vendemos a bateria por metade do preço, ou seja, a bateria ficou-nos por 100 dólares. Nunca estive tão nervoso na vida e gastei quase 160 euros de roaming só a tentar telefonar para os taxis...

Para os que nunca assistiram a um concerto dos WCWCB, o que podem esperar?AC: Depende muito do estado de espírito de cada um de nós nesse dia, mas acho que é uma boa experiência: são seis amigos que se divertem em palco a tocar a música deles. Quando isso cor-re bem e estamos todos no mesmo barco, acho que isso passa para o outro lado.

1. Over the Sun/Under the Water 2. Until December 3. Green Grass 4. A While Can Be A Long Time5. Songworm

6. Glimpse7. I’ve Been Lost 8. In The End We Start Again 9. Euphemisms 10. Green Grass11. All Of Your Stories Fly

11 boas razões para ouvires “Chromatic”Os YCWCB confessam que já estão a trabalhar num se-gundo disco para o próximo ano. Até lá, tempo de sobra para escutares com a devida atenção “Chromatic”.

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Outubr0 2012 . MaisSuperior | 9

TAKE 1

NOTÍCIASA Empire é a revista de cinema mais vendida no mundo. Todas as novidades do cinema, entrevistas exclusivas, acesso privilegiado aos estúdios e grandes especiais são apenas alguns dos ingredientes que todos os meses vais poder encontrar nas bancas e em www.empire.com.pt.

The Master O mais recente trabalho de Paul Thomas Ander-son já começou a conquistar o coração da crítica e todos estão expetantes. “The Master”, assim se chama o novo filme, conta a história de um veterano de guerra perturbado pelos horrores que testemunhou e sem certezas quanto ao seu futuro, que se encanta pelo líder de uma organização que parece crescer em influência sob o risco de se tornar um culto. Depois de uma exibição surpresa nos EUA que deixou a audiência atónita, o filme tem estado a ser vendido como um clássico da década, possivel-mente o melhor filme do ano. Será o regresso tão aguardado do quase recluso Anderson? As críticas são unânimes em pelo menos um ponto: Joaquin Phoenix merece o Óscar para Melhor Ator.

As controvérsias surgiram depois do lançamento do filme “A Branca de Neve e o Caçador”, com Kristen Stewart envolvida num caso de traição do namorado e coprotagonista, Robert Pattin-son. Depois de uma breve separação, o casal está junto novamente e agora só mesmo os Volturi os poderão separar. Esperemos que o laço entre Bela e Edward seja assim tão forte no grande ecrã, no próximo episódio A “Saga Twilight: Ama-nhecer Parte 2”, quando estes se preparam para

Fica atento!O filme estreia por cá a 29 de novembro.

Em Portugal, a Saga Twilight

termina a 15 de novembro.

Amanhecer Parte 2 A Saga Twilight:

NOTÍCIASTexto e fotos: Revista Empire

enfrentar os sanguinários inimigos que querem destruir a vida de sua filha, Renesmee. A pequena Renesmee consegue ler a mente de qualquer pessoa com um simples toque, e o realizador Bill Condon garante que este será o filme mais curto da série, mas não menos épico, parecendo quase um ‘grande musical’.

CRÍTICASCRÍTICASDreddA adaptação de BD agora encabeçada por Karl Urban, no papel da personagem homónima, surge do trabalho talentoso do realizador Pete Travis e do argumentista Alex Garland. Nesta nova aventura, acompanhamos o impiedoso Juiz Dredd, um polícia que é juiz, júri e carrasco, cujo dever é patrulhar e manter a paz nas ruas caóti-cas da gigante Mega-City One, uma cidade colos-sal num futuro sobrevivente de um holocausto nuclear. Enquanto investiga um homicídio no perigoso arranha-céus Peach Trees no mesmo dia em que avalia a novata Juíza Anderson, Dredd e a jovem recruta dão por si aprisionados por um clã de perigosos criminosos determinados a pro-

teger o seu império de tráfico de droga. Tendo a crítica social como pano de fundo para um dos filmes de ação mais brutais e completos dos últimos anos, esta é uma tradução realista da personagem icónica e, quem sabe, uma

visão provável do futuro. Não falta aventura, ação e o queixo impressionante de Karl Urban!

FICHA TÉCNICA: Título Original: DreddRealização: Pete TravisArgumento: Alex GarlandElenco: Karl Urban, Olivia Thirlby, Lena Headey

Até Que O Fim do Mundo Nos Separe Taken - A Vingança

Já nas salas

Se te dissessem que o mundo ia acabar dentro de três semanas, o que farias? Viaja-rias para todos os sítios que ainda não conheces? Irias fazer as pazes com os amigos que te magoaram? Ou irias cometer todas as loucuras que ainda não viveste? Neste filme de Lorene Scafaria, Penny (Keira Knightley) e Dodge (Steve Carell) decidem ajudar-se nas duas últimas ações de cada um: ele quer reencontrar o amor de adolescência, ela só deseja ver a família pela última vez, que vive no outro lado do planeta. Nesta viagem, ambos acabam por descobrir algo que vai para além do próprio fim do mundo. Com uma banda sonora inscrita em vinil e alguns mo-mentos bem cómicos, este é um filme que traz ao de cima o espírito livre de Keira Knightley e que faz de Steve Carell um ator que não desempenha apenas comédia com qualidade.

O agente especial Brian Mills (Liam Neeson) está de re-gresso na sequela tão aguardada do grande êxito de ação de 2008 “Bus-ca Implacável”.Desta vez, Mills terá não só que salvar e proteger a sua filha e ex-mulher, mas também que lutar pela própria vida, quando os três se tornam vítimas de uma tentativa de rapto em Istambul, por parte da terrível organização criminosa do primeiro filme que agora procura vingança contra o nosso herói.A ação é muito mais pessoal desta vez, e Liam Neeson demonstra porque é que aos 60 anos de idade ainda é um dos mais carismáticos heróis de ação mundial. Prepara-te para uma aventura muito mais violenta, com perseguições alucinan-tes, confrontos explosivos e um inimigo que Mills poderá não conseguir derrotar.

Já nas salas

FICHA TÉCNICA:Título Original: Seeking A Friend For The End Of The WorldRealização: Lorene ScafariaArgumento: Lorene ScafariaElenco: Steve Carell, Keira Knightley, Melanie Lynskey

FICHA TÉCNICA:Título Original: Taken 2Realização: Olivier MegatonArgumento: Luc Besson, Robert Mark Kamen Elenco: Liam Neeson, Famke Janssen, Maggie Grace

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Texto: Rui Parreira, Revista BGamer

A BGamer é a revista de videojogos líder do mercado. Todos os meses, apresenta dezenas de análises, antevisões, artigos especiais, passatempos de sonho e muitas outras novidades e surpresas – incluindo jogos de oferta. Sabe mais em www.bgamer.pt ou numa banca perto de ti.

Um dos grandes títUlos de ação do ano

“Resident Evil 6” é o culminar de uma direção radical da série, que havia sido assumida no capítulo anterior. Os momentos de tensão e suspense carate-rísticos dos primeiros jogos foram praticamente extintos, dando origem a inúmeras mecânicas de ação, tornando-o no mais explosivo de sempre. Para este novo capítulo houve uma aposta numa narrativa épica, centrada em perspetivas distintas dos protagonistas e divididas em campanhas que se interligam.

Cada campanha corresponde a um estilo ligeiramente diferente das res-tantes, tentando aproximar-se a cada episódio da série. A primeira, e a mais semelhante às suas raízes, centra-se em Leon S. Kennedy, enquanto a se-gunda, com Redfield e Piers Nivans, se aproxima do conceito de “RE5”, mas com elementos de ação. A terceira narrativa traz Jake Muller, um mercená-rio, filho do eterno antagonista da série, Albert Wesker, e acompanhado por Sherry Birkin. Nesta campanha a ação é mais física, com Jake a fazer uso dos seus golpes de luta corpo a corpo. Este arco narrativo homenageia o terceiro capítulo da saga, com a dupla de personagens a ser perseguida por uma criatura quase invencível, tal como o terrível Nemesis. Por fim, e como uma espécie de bónus, terão acesso a Ada Wong, numa campanha exclusiva a solo, e mais focada na ação furtiva e em puzzles.Ainda que todas as campanhas tenham elementos próprios, todas elas estão recheadas de momentos bombásticos, confrontos com bosses, perseguições a alta velocidade, entre outros. Um dos pontos mais contro-versos da série era a impossibilidade de as personagens se movimentarem enquanto apontavam e disparavam as armas. “RE6” não só introduz esta mecânica básica nos jogos de ação na terceira pessoa, como oferece um sistema de cobertura, ainda que este não seja dos melhores modelos no género. É possível fazer alguns golpes e finalizações especiais, bastando estar atento ao ícone no ecrã quando próximos dos inimigos. Além disso, aplicar ataques poderosos corpo a corpo é uma forma eficaz de nos livrarmos dos zombies. Por fim, podemos disparar um tiro mortal, premindo em simultâneo o bo-

tão de apontar e de fogo. Estas ações são geridas por uma barra de cansaço, que uma vez gasta torna a personagem mais vulnerável aos inimigos, com movimentos cambaleantes.Todas as mecânicas novas seriam, talvez, injustificáveis no confronto com os típicos inimigos da série. Como já é sabido, a Capcom apresenta uma nova estirpe de vírus, que serve de mote à trama deste episódio. Este gera aberrações denominadas J’avo, um tipo de zombies capaz de se transfor-mar e adaptar às circunstâncias. Uns apresentam uma fisionomia humana e inteligente, enquanto outros são puras aberrações, que uma vez derrotadas, transformam o seu corpo num casulo, dando origem a um monstro ainda mais aterrorizante. Por outro lado, estes zombies têm capacidades regene-rativas e dos seus membros amputados podem surgir tentáculos; ou corpos que, uma vez cortados ao meio, se transformam em duas criaturas distintas. Para além das campanhas, que podem ser jogadas em modo coopera-tivo online ou em ecrã dividido, o jogo apresenta modos multijogador competitivos. O Agent Hunt é um curioso formato onde outros jogadores podem assumir o papel dos zombies. O Mercenaries regressa, colocando--nos em cenários inspirados na narrativa, com o objetivo de eliminar vagas sucessivas de zombies. Ainda que RE6 tenha problemas, é um jogo intenso, com um ritmo frenético e uma narrativa interessante, cheia de conspirações, como a série nos habituou. É um dos grandes títulos de ação do ano, pela diversidade de mecânicas de jogo e uma excelente longevidade.

resIdent eVIl 6

Classificação: 86%

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MAIS GAMES

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Um viva

EM FORMA

Poder deslizar nas águas muitas vezes vedadas à maioria dos comuns mortais é um privilégio de poucos. Mas Fernando Pimenta

e Emanuel Silva usufruem desse contacto quase divino com a natureza a bordo duma canoa. E por falar em Deuses... Foi a dupla

composta por estes rapazes que arrebatou os louros da medalha de prata nestes Jogos Olímpicos de Londres 2012. Ah, sim,

falamos de canoagem, essa modalidade que também existe – e brilha lá fora - num país bordado a futebol.

Texto: Bruna Pereira

Foto: Federação Portuguesa de Canoagem e Fernando Pimenta

Fernando Pimenta, ainda adolescente de 11 anos, decidiu, “aos poucos”, usar o Rio Lima para dar as primeiras remadelas no mundo da canoa-gem. “Comecei para me divertir com os meus amigos da altura, que ainda hoje conservo, e fui continuando e conseguindo os meus primeiros resultados e as minhas primeiras medalhas - mas o início foi um bocado atribulado, porque não conseguia ter as medalhas que queria ter, virava muitas vezes a embarcação e chegava a acabar provas em último... Mas nunca desisti!”. Conta Fernando, recordando, com humildade, que foi o seu atual treinador (Hélio Lucas) que descobriu o talento que trazia dentro: “ele achou que eu tinha algum potencial que merecia ser aproveitado. Eu fui-me adaptando, criando um estilo e uma rotina de treino, até que comecei a ter os meus primeiros títulos... E consegui a minha primeira medalha de ouro no Festival da Juventude Europeia, em K4 500 metros. Tinha 15 anos”.Também Emanuel Silva lembra que, com 15 anos, participou no primeiro Campeonato de Juniores. “Foi nessa altura que eu e o meu treinador começámos a perceber que podia nascer daqui alguma coisa interessante... Mais a nível profis-sional”. E a partir daí, já nada foi capaz de afastar esta atração pela canoagem – uma modalidade em contacto privilegiado com a natureza, elogia Emanuel: “É o que mais gosto na canoagem, o facto de ser praticada ao ar livre e em contacto com a natureza. Não estamos dependentes

de ninguém, pegamos no barco e vamos para o rio, podendo beneficiar duma paisagem absolutamente fascinante, ao contrário do que acontece com outros desportos, como a nata-ção, por exemplo, praticada num recinto mais fechado”. Obviamente isso tem o seu senão, que é o clima... Mas também Fernando se mostra agradecido pelas belas vistas que presencia enquanto treina: “passamos por sítios lindíssi-mos onde, por vezes, até é proibido andar com barcos a motor, ou seja: pouca gente consegue andar lá. Eu sinto-me privilegiado, pois durante os treinos vejo sítios fantásticos: rios, lagoas... E isso de trabalhar com a natureza, em função de como ela se encontra aquele dia, é bastante atrativo para mim, até porque nós não faço só canoagem, nos treinos há sempre um ou outro complemento como corrida, ciclismo, BTT...”.

à canoagem!

Jogos Olímpicos bem suadosÉ o sonho de qualquer atleta e o tipo de memória que vale a pena ter vivido para um dia contar aos netos: ganhar uma medalha olímpica. Para Fernando Pimenta estes foram os primeiros Jo-gos Olímpicos, por isso houve ainda uma pitada de nervosismo: “é claro que estava um pouco nervoso, mas estava mais nervoso no dia das eliminatórias do que no dia das finais – nessa altura, estava mais tranquilo e mais descansa-do, pois tinha a consciência de que íamos lutar pelas medalhas e conseguir o melhor resultado possível”. Atendendo às especificidades de competir em dupla, Fernando acrescenta que o facto de conhecer o Emanuel há já algum tempo e ter competido contra ele e com ele na mesma embarcação facilitou as coisas, até porque “bastava que um estivesse mais inclinado para um lado e outro para o outro... Que não ia dar certo”. Já Emanuel enfatiza o talento individual de cada um: “Tanto eu como o Fernando temos objetivos muito bem traçados e individualmen-te somos muito bons. E uma vez colocados no K2, o barco passou a andar da melhor maneira, porque nem sempre os melhores resultados

nacionais fazem o melhor barco.... Mas, neste caso, houve a felicidade de poder juntar os dois melhores atletas nacionais e o barco ficou a an-dar muito bem”. A juntar a este facto, Emanuel acredita que a medalha foi muito bem merecida, dizendo, orgulhosamente, que houve “imenso trabalho por detrás desta vitória” e que “o bar-co chegou o mais rápido possível à meta”.

Obrigada pelo apoio!É assim que os nossos heróis olímpicos manifes-tam o carinho demonstrado pelos portugueses. Fernando Pimenta confessa que, tal como outros atletas, tinha o sonho de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos, “o evento máximo do desporto”, e que fez de tudo para merecer o feito: “claro que sonhei, mas também lutei para estar lá”, refere o canoísta, ao mesmo tempo que nos confessa que agora a medalha está num “sítio secreto”, até que chegue o “cofre oferecido pela empresa Chaves do Areeiro”. Por seu turno, Emanuel Silva reconhece que todas as mensagens que recebeu estão guardadas no coração. “Acarinho-as como se fossem palavras dum Presidente da República. Eu admiro todas as pequenas e grandes felicitações que me fazem, porque sei que são feitas com o maior carinho e é sinal de que prestaram atenção às provas e deram valor à nossa modalidade, acompanhando de perto os nossos êxitos”. O canoísta termina dizendo que a sensação chega a roçar quase o sentimento pueril do aluno que é considerado “o melhor da escola” ou, no plano profissional, o funcionário que é eleito “o melhor funcionário da empresa”.Até aos próximos Jogos Olímpicos (Rio de Janeiro, em 2016), os dois atletas pretendem completar os percursos universitários, mas os objetivos desportivos continuam na linha do horizonte. Fernando Pimenta diz mesmo que se esperam “quatro anos de muito trabalho e de muitos sacrifícios”.

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Fernando Pimenta

emanuel Silva

Idade: 23 anosNaturalidade: Ponte de LimaCurso: Reabilitação Psicomotora, na universidade Fernando Pessoa (polo de Ponte de Lima)Perfil: Campeão europeu de juniores em 2007 (K1 1000) e de sub-23 em 2009 (K1 1000) e 2010 (K2 500). Em 2011, venceu três provas da Taça do Mundo, mas o grande resultado obti-do no ano passado foi a vitória no Campeonato da Europa em K4 1000, juntamente com Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes.Em dupla com Emanuel Silva no K2 1000, arrebatou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.Curiosidade: Quando Fernando percebeu que tinha uma mancha de gente à espera dele em Ponte de Lima ficou extremamente emocio-nado. “Foi, como toda a gente viu, uma coisa fantástica! Eu nunca tinha visto tanta a gente a vibrar tanto: sabia que havia muita gente contente com o bom resultado, mas não sabia é que as pessoas viessem assim manifestar-se pra a rua. Senti-me muito acarinhado com aqueles sete autocarros de gente no aeroporto e todas aquelas pessoas na beira da estrada... Foi mesmo fantástico”.

Idade: 26 anosNaturalidade: bragaCurso: Enfermagem, na universidade do Minho (uMinho), em bragaPerfil: Com 18 anos, foi o único repre-sentante português na modalidade nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e obteve a segunda melhor classificação de sempre da canoagem nacional, ao terminar em 7º no K1 1000m. Já foi

campeão europeu (K4 1000, em 2011), bicampeão europeu de sub-23

(K1 1000, em 2006 e 2007) e campeão do mundo de juniores (K1 500m,

em 2003), além de somar outros lugares no pódio em grandes compe-

tições.Na sua terceira participação olímpica, e em dupla com Fernando

Pimenta no K2 1000, trouxe para Portugal a medalha de prata nos Jogos

Olímpicos de Londres 2012.Curiosidade: uma espécie de rapaz dos sete instrumentos, Emanuel

confessa que está a pensar mudar de curso, já que “Desporto é que

seria mesmo a praia ideal”. Além disso, o nosso medalhado olímpico

contou-nos que também trabalha, de vez em quando, na Confeitaria

e Pizzaria “Viena”, em braga. “O negócio é da minha esposa e dum tio

meu sócio, mas eu sempre que posso vou para lá ajudar no que for

preciso”, admite.

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omundoQuando estudar faz girarForam curiosos e voltaram apaixonados, deixando de lado os receios e arriscando estudar fora da zona de conforto. Os programas de mobilidade têm vários nomes e várias formas, mas um objetivo comum – pôr o mundo nos olhos de quem estuda. A Mais Superior quis saber o que muda na vida dos estudantes que, to-dos os anos, decidem alargar as fronteiras do conhe-cimento.Texto:João Diogo Correia

Mariana Pinto da Costa era feliz no Porto, quer fosse a subir à Torre dos Clérigos, a passear nos barcos com partida da Ribeira ou a descansar numa esplanada na Foz. Não era cansaço, não era infelicidade. Era uma vontade incontornável de arriscar. “O conceito de uma experiência deste género, estudar e viver num contexto diferente, atraía-me”, pensava Mariana, já antes de se tornar estudante de Medicina.Em 2007/2008 surgiu essa possibilidade, através do Pro-grama Erasmus, um dos mais conhecidos e apreciados pelos jovens universitários. Do Porto, Mariana saltou para Siena, em Itália, com uma enorme von-tade de conhecer o que por lá se fazia em termos de práticas médicas. Quis também per-ceber se eram mais os pontos que aproximam portugueses e italianos do que as diferenças que os separam. Responde assim: “em Siena, persiste um modo de estar mais relaxado, que é atributo dos latinos, o que permite o contacto com a forma de ensino num país com uma cul-tura semelhante à nossa e com afinidades, não só linguísticas como também sociais”.Na Facoltà di Medicina e Chirurgia da Università degli Studi di Siena, precisou de se adaptar “a uma certa desorganização administrativa universitária”. Via “pouco pessoal para tratar de muitos assuntos diferentes”, e as dificuldades só lhe punham um sorriso no rosto graças à “simpatia do povo e à sua forma de conviver”, garante Mariana. Fez de Siena, medieval, pequena e acolhedora, a sua cidade e não sentiu problemas em adaptar-se – “a cultura italiana é semelhante à portuguesa, somos povos medi-terrânicos e isso nota-se na forma como encaramos a vida”.Hoje recorda facilmente as longas

A experiência de Mariana em Itália mudou-lhe a vida. E talvez não haja melhor maneira de o provar do que contar o que veio a seguir – um novo Erasmus, desta vez no Programa Erasmus Estágios, na Second Faculty of Medicine da War-szawski Uniwersytet Medyczny (é isso mesmo

que estás a pensar, a Universidade de Medicina de Varsóvia, na Polónia). Foram oito meses de contacto “com um povo e uma cultura totalmente diferentes, com uma língua muito distinta, o que me levou a situa-ções caricatas, em que fui tendo de improvisar para conseguir comunicar”. Frequentou aulas de polaco, mas o inglês foi sempre boa solução, já que as pessoas, principalmente os colegas e o pessoal médico, não mostram grandes dificuldades com a língua universal.Espantou-a a organização polaca,

Erasmus a dobrar

(“em Varsóvia vivi o chamado ‘choque cultural’”), e a adaptação foi conseguida um passo de cada vez: “na Polónia, nos trams [elétricos] ninguém fala alto e cheguei a ser chamada a atenção para falar mais baixo, quando conversava a níveis claramente inferiores à média do que costumamos registar em

Portugal”. As dificuldades não significam que o processo de adaptação tenha sido doloroso, apenas que sentiu “mais vincadas as diferenças entre os dois países, no que se refere à língua, à cultura, ao clima e aos métodos de ensino”. Mas foi por isso que decidiu que o ‘segundo Erasmus’ seria numa realidade distinta das que até ali conhecera.Por tudo isto, Mariana Pinto da Costa acabou por ser reconhecida com o Prémio do Concurso “Eras-mus, Histórias de Sucesso - Estudante Erasmus 2 milhões” promovido pela Comissão Europeia, representando Portugal e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, na conferência “Erasmus – the way for-ward and the Green paper on mobility of young people”, em 2009, na cidade de Lund, na Suécia. Lá ou cá não tem dúvidas – “compreendi que as pessoas, apesar de provirem de culturas diferentes, têm desejos semelhantes: viver melhor, ter acesso a cuidados de saúde e serem felizes”. E Mariana também o foi: “estes dois períodos foram experiências irrepetíveis e inesquecíveis vividas no timing próprio, o que as tornou ainda mais aliciantes, pois motivaram e reforçaram o meu espírito de aventura, de conhecer realidades culturais e políticas tão diferentes, construindo um leque de contactos, colegas e amigos, nacionais e internacionais, que partilharam comigo  estas etapas da minha vida, recordando com satisfação pessoal o meu percurso académico”.

tardes e as quentes noites sentada na Piazza del Campo ou as pizzas na Mensa de Sant’ Agata, e nem os percalços – “os comboios em Itália che-gam quase sempre atrasados” – a conseguem incomodar. “Programas de mobilidade como o Erasmus permitem-nos conhecer outras reali-dades do ponto de vista cultural e profissional,

o que nos leva a ponderar a reequa-cionar onde e como queremos estar, viver e trabalhar, facilitando a proje-ção internacional no mundo do trabalho”, remata esta apaixo-nada pela descoberta que é “estar sozinha num país diferente”.

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Palácio com vista para o futuro Um oceano de alegrias

Depois da licenciatura em Gestão no ISCTE – Instituto universitário de Lisboa, Sara Cartaxo pensou ‘e agora?’. “Já tinha a ideia de envergar mais pelo ramo da hotelaria, mas não me que-ria cingir a uma licenciatura de Gestão Hoteleira ou mesmo Turismo”. A solução foi candidatar-se a uma pós-graduação em Gestão de Operações de Hotelaria (PGD in Hotel Operations Manage-ment), no Swiss Education Group.A escolha pela Suíça prendeu-se com a quantida-de e qualidade da oferta formativa e pela vila de Caux com um ambiente incomparável, “devido ao magnetismo do campus, um palacete situa-do nas montanhas com vista sobre Montreux e o lago Leman” (Sara desafia os leitores a procurar no Google por Swiss Hotel Management School Caux e comprovarem com os próprios olhos).A uma Suíça muito cosmopolita, faltou apenas aquela característica tão portuguesa, “o chama-do ‘bairrismo’”. Sara encontrou um povo “mais isolado, mais distante” e até o rigor que nos leva a utilizar a expressão ‘como um relógio suíço’ foi rapidamente apreendido: “foi uma das experiên-cias mais intensas da minha vida estudantil, com uma carga horária brutal e imensos traba-lhos de grupo e projetos, mas que deu imensos frutos a nível também de experiência, networ-king e propostas de estágio”. Felizmente, como a vida ainda não é só feita de trabalho, viver em Montreux permitiu-lhe aproveitar “os passeios pela borda do lago”, a beleza da estátua de Freddie Mercury ou da viagem de “comboio até Caux ou mesmo Gilon, com uma vista fabulosa

das montanhas e do lago”, o “fondue no ‘Le Chalet’, um dos melhores fondues de sempre!”. “Se eu tivesse de designar um lema para este programa, seria sem dúvida: ‘Work hard, Play hard!’”, brinca Sara.Definindo-o como uma “experiência extre-mamente valiosa ao nível de formação sobre as várias áreas de operação de um hotel, as várias facetas da indústria hoteleira, com uma ótima interligação entre a prática e a teórica”, o período na Suíça permitiu que Sara saltasse para a Disneyland Paris (onde está a fazer o estágio necessário para terminar a pós-graduação), tendo já conseguido fechar, logo na primeira semana na capital francesa, “um contrato de ano e meio com uma cadeia hoteleira nos Emirados Árabes Unidos”.Em Paris está com o que diz ser o melhor de estudar no estrangeiro: as pessoas. “Vim para a Disney com mais quatro colegas da SHMS Caux, uma verdadeira embaixada de quatro continen-tes diferentes e isso também é outro aspeto de programas como estes: a multiculturalidade”.

Diana Silva atravessou o Atlântico para conhe-cer esse brasil que tanto a fascinava. O Programa de bolsas Luso-brasileiras, lançado em 2007 pelo Santander universidades, foi o empurrão que lhe faltava. Também estudante de Medicina, Diana sentia o corpo ferver quando pensava no “clima, na praia e na alegria” que se conhece aos brasilei-ros. “Eu sempre quis viver num país tropical, de havaiana no pé”, confessa. Ouviu Caetano Veloso cantar a ‘cidade maravilhosa’ e assim escolheu o Rio de Janeiro.

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“Esta experiência mostrou-me outra forma de encarar a Medicina, num país com um sistema de saúde ainda em crescimento, com menos recursos técnicos, mas com doentes otimistas e colaborantes”. A hospitalidade e a felicidade contagiante do povo brasileiro foram o que mais a impressionaram, mostrando-lhe que as dificuldades e as discrepâncias sociais não fazem da vida um problema: “’não esquenta não’, ‘tá bom’, ‘deixa rolar’, foram algumas expressões que jamais vou esquecer, ditas por pessoas que estavam em situações de doença grave”. Como estudante de Medicina, não deixou de perceber que os doentes são “muito menos queixosos e resignados”. E resume - “o brasileiro vive o carpe diem, é feliz com pouco, basta chegar ao fim de semana, beber um choupinho (cerveja) e participar numa roda de samba”.Rapidamente Diana se sentiu ‘gringa’ (“uma expressão carinhosa para nos alcunharem de estrangeiros”) integrada, uma pessoa capaz de se adaptar aos desafios. “Aprendi a ver a minha casa e os ‘meus’ com outros olhos e a valorizar pequenas coisas que dantes me passavam des-percebidas. Cresci, fiquei mais forte, incremen-tei a minha personalidade”.Com ela ficarão para sempre a gastronomia, “uma verdadeira perdição, os rodízios, as caipi-rinhas, a comida dos vendedores de praia, quei-jo coalho, esfirras, empadas…”, as paisagens, “praias e trilhos dos mais maravilhosos que se possa imaginar” ou os fins de tarde no calçadão a contemplar “aquela paisagem de mar imenso e cenário maravilhoso”.Diana conclui: “enfrentar o desconhecido faz parte do significado de viver, que é muito mais do que meramente existir. Já dizia Fernando Pessoa, em heterónimos, ‘Assim em cada lago a lua brilha, porque alta vive’".

Alojamento de valor acrescentadoÉ a primeira grande dor de cabeça de quem vai para fora: encontrar casa pode tornar-se

uma tarefa dispendiosa em termos de tempo e de finanças. E o quarto onde vais passar

entre seis a dez meses da tua vida não é propriamente um pormenor.

Foi por isso, e por trazerem na bagagem uma experiência de estudo fora de Portugal, que

Vítor Laranjeira e Abílio Costa criaram a Riskivector, uma empresa que ajuda os estudantes

estrangeiros a encontrar casa em Bragança. “Nós não somos uma agência imobiliária,

nem o pretendemos ser”, alerta Abílio. “Uma agência imobiliária medeia entre senho-

rio e inquilinos, nós preparamos casas para serem habitadas por alunos estrangeiros:

colocamos as mobílias necessárias, fornecemos roupas de cama, material de cozinha,

eletrodomésticos, etc.”, garante.A Riskivector procura casa para cada aluno consoante “a escola do Instituto Politécnico

de Bragança [IPB] em que o aluno irá ter aulas, a obrigatoriedade de misturar alunos de

países diferentes e também de misturar homens e mulheres”. Depois disso, baseando-se

na ideia de ‘resource sharing’, aluga recursos cobrando uma parte do que eles custariam se

fossem comprados.Abílio exemplifica: “um estudante que compre as roupas de cama, utensílios de cozinha,

aquecedor (indispensável numa região fria como Bragança), etc, gastaria um valor

muito significativo. Quando lhe alugamos o que chamamos o ‘utilities kit’ com todo este

material gasta apenas um pequena parte desse valor, que mal chegaria para comprar

os edredons que incluímos no ‘kit’”. Se pensarmos que quem está fora por um período

de tempo definido prefere alugar do que comprar, percebemos que os ganhos vão para

todos: alunos estrangeiros, empresa e para o próprio IPB, que “deixou de ter de afetar ao

apoio com alojamento parte significativa do tempo e esforço de trabalho do pessoal do

Gabinete de Relações Internacionais”.

Para que não restem dúvidas, Abílio deixa a certea: “além do ganho económico, há o ga-

nho cultural e social para uma região que tem a sua população local com uma pirâmide

etária cada vez mais invertida”.

Cá dentro também se vê para foraEstudar no estrangeiro pode fazer do dinheiro a principal barreira. Mariana Pinto da Costa não o desmente, falando da vida em Itália, muito cara porque virada para o turismo; Sara Cartaxo fala da Suíça como “provavelmente, o país maiscaro da Europa”; e Diana Silva lembra a subida abrupta do nível de vida no Rio de Janeiro e um pouco por todo o país – “Brasil e gastar pouco é quase utópico e não me refiro a viajar ou passear por lá, mas apenas ao quotidiano”.Assim sendo, viajar cá dentro pode ser a solução. O Programa Almeida Garrett serve para isso mesmo, promovendo a cooperação entre alunos e instituições de ensino universitário em Portu-gal. Este programa de mobilidade interna de estudantes do Ensino Superior público universitário tem o seu irmão gémeo no Programa Vasco da Gama – o mesmo conceito, a mesma aventura, mas entre escolas de Institutos Politécnicos.

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LER PARA CRER

Estudante prevenido vale por doisEstás a pensar passar um semestre Erasmus em Itália? Vais continuar a formação com o MBA que sempre sonhaste no Brasil? Estás prestes a começar um prometedor estágio profissional em Macau. Seja qual for o caso, e não vá o ‘Diabo tecê--las’, como diz o ditado, não viajes sem um seguro de viagem. Para ti que és jovens e decidiste estudar ou trabalhar fora de Portugal, eis aqui as principais vantagens do Student Care, uma solução inova-dora e direcionada exclusivamente para jovens que vão estudar para o estrangeiro ao abrigo de programas académicos, como o Programa Eramus, ou para jovens Profissionais que vão efetuar está-gios, especializações, pós-graduações ou MBA’S.No site www.europ-assistance.pt vais encontrar a resposta a todas as tuas possíveis dúvidas, antes de fazeres as malas rumo ao teu futuro.

a perder de vista'We Mean Business' foi o nome escolhido para a campanha da Comissão Europeia que quer convencer as empresas de que vale a pena investir em jovens estagiários. Apresentada em abril, a campanha chegou a Portugal a 28 de junho de 2012, pela mão da Agência Nacional PROALV (Programa Aprendizagem ao Longo da Vida). A Mais Superior foi conversar com Ma-ria do Céu Crespo, diretora da AN PROALV, e perceber o que pode mudar na vida dos estudantes, das universidades e da própria Europa.Texto:João Diogo Correia

O que é que as empresas realmente ganham ao dar lugar a um jovem estagiário oriundo de outro país europeu?Os benefícios para uma empresa no acolhimen-to de jovens europeus para estagiar exploram e potenciam a capacidade da empresa para a internacionalização e para uma atividade no mundo global. Ao criarem estágios para os jovens europeus e ao definirem o perfil e conteúdo do estágio, a em-presa está a contribuir para a empregabilidade do jovem, reforçando as suas competências, ao mesmo tempo que aprofunda os seus contatos com mercados de trabalho e setores económicos em países estratégicos.Ao acolherem os jovens estagiários, as empresas não incorrem em despesas financeiras, sendo-lhe somente exigido acompanhamento qualitativo do estágio, visando um impacto e retorno positi-vo para o jovem e para a empresa.

Que tipo de incentivos são dados às empresas para que invistam nesses jovens?Os incentivos surgem com o acolhimento dos estagiários, uma vez que podem estabelecer con-tato com mercados externos, internacionalizar os recursos humanos, dar visibilidade às empresas junto de milhares de estudantes que, anualmen-te, fazem Erasmus e Leonardo da Vinci.

Quais têm mais a ganhar: as PME ou as gran-des empresas? Porquê?Todas as empresas e organizações ganham com o acolhimento de jovens estagiários. O maior ou menor ganho depende da estratégia de interna-cionalização da empresa.

E para os jovens será mais desafiante estagiar numa PME, onde talvez tenham maior respon-sabilidade, ou numa grande empresa, onde os meios de acompanhamento serão, à partida, mais eficazes?É relativo. O sucesso do estágio, o impacto e retorno positivo para o jovem, para a empresa e para a universidade depende de todos os intervenientes.Tendo em vista o sucesso e o impacto do estágio nos jovens, a Agência Nacional em cooperação com os Consórcios Erasmus e um conjunto alargado de empresas promoverá, a partir de No-vembro de 2011,um ciclo de 5 seminários regio-nais sobre os Estágios Erasmus. Cada seminário

abordará 5 temáticas que pretendem identificar os elementos que potenciam um impacto e um retorno positivo do estágio para os jovens, para as empresas e para as universidades: cultura empresarial; criatividade: conhecimentos e com-petências; inovação: eficácia e competitividade; empregabilidade; cidadania europeia. Todos os seminários são abertos ao público em geral.

Várias sociedades ocidentais têm sido massa-cradas pelo desemprego. Que zonas ou países em específico, na Europa, têm capacidade para acolher estes jovens?O que os estágios Leonardo da Vinci e Erasmus oferecem aos jovens são condições de emprega-bilidade. O que é que isto significa? Significa que os estágios Erasmus e o Leonardo da Vinci têm caraterísticas únicas e diferenciadoras de todos os outros: são realizados em mobilidade; e mobi-lidade é sinónimo de capacidade de adaptação, de exploração de competências linguísticas, de oferta de conhecimentos de cultura empresarial, de participação em estratégias de eficiência e de competitividade, etc. O retorno mais significativo de um estágio Erasmus e/ou Leonardo da Vinci é, de facto, a empregabilidade.Os países que participam no Erasmus e Leonardo da Vinci têm todas as condições para acolherem os jovens. Contudo, se pretendermos passar das condições de empregabilidade para o primeiro emprego de qualidade, certamente falamos dos países europeus onde o nível de desemprego seja mais baixo que o português.

Neste sentido, a posição de Portugal seria interessante como país exportador. Mas será que temos condições para receber estagiários de outros países, partindo do princípio que a ideia é que estes se mantenham e cá encon-trem o primeiro emprego?A situação económica e financeira portuguesa pode reverter em nosso favor. A possibilidade de uma empresa em Portugal acolher jovens estagiários europeus é uma oportunidade de abertura a novos e potenciais mercados e setores económicos. Portugal pode e dever ser um país atrativo para jovens estagiários europeus.Os Consórcios Erasmus têm tido um papel fundamental para fazer de Portugal não só um país de envio de jovens estagiários, mas também um país atrativo para jovens europeus. O papel

dos Consórcios Erasmus junto das estruturas de poder local, das pequenas e médias empresas, de grandes empresas, das câmaras de comércio, das organizações não-governamentais, etc. Este enraizamento regional e local dos Consórcios Erasmus permite-lhes um conhecimento único da realidade dessas empresas e organizações. Deste conhecimento nasce uma abordagem, em termos de oferta/criação de estágios, que res-ponde às necessidades de competitividade e de internacionalização. Tendo como pano de fundo o envolvimento e desenvolvimento regional, os Consórcios Erasmus têm conseguido sensibilizar os stakeholders para o papel e importância dos estágios Erasmus e o Leonardo da Vinci.

Em que é que uma aventura no estrangei-ro pode mudar a vida de um jovem recém licenciado?O maior benefício de um estágio é o seu impacto e o retorno positivo para os jovens, para as empresas e para as universidades. O impacto e retorno positivo manifestam-se em condições de empregabilidade e, eventualmente, no primeiro emprego de qualidade, seja em Portugal ou noutro país.

estágios

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O estilO “A pipoca mais doce” existe há já nove anos, sendo atualmente o blogue mais lido em Portugal. Motivos? É fresco, cómico, fashion, útil e conta com o inigualável estilo da sua autora Ana Garcia Martins, que traz agora mais uma novidade editorial prestes a revolucionar a maneira de vestir de todas as mulheres e cujo título nos remete imediatamente para a série dos anos 80 protagonizada pela escritora Jessica Fletcher (Angela Lansbury)... Mas aqui não se esperam assassinatos nem cri-mes e muito menos a ‘tortura’ de escolher a roupa adequada todos os dias, até porque o objetivo do livro é descomplicar e falar do estilo duma forma divertida, refere a autora em entrevista.Texto: Bruna PereiraFotos: Carlos Ramos | Matéria-Prima Edições

pode sera tua melhor arma

Como é ser a autora do blogue mais lido do país? Pensa mais no que vai escrever agora ou nem por

isso?Criei o blogue há quase nove anos, acompanhou

várias fases da minha vida e penso que é normal que vá mudando de opinião em relação a alguns assuntos. A crescente exposição do blogue obrigou-me a ser um pouco mais contida na escolha dos assuntos e na forma de os abordar, mas penso que o blog mantém a sua essência. Já foi nomeada a mulher mais invejada de Por-tugal. Isso faz-lhe subir os níveis de autoestima quando se vê ao espelho?Não. A autoestima continua com níveis normais. Tem, decerto, muitas leituras que lhe escrevem diariamente. Quais são as coisas mais estranhas que lhe costumam perguntar ou sobre as quais pedem conselhos? Essencialmente, pedem conselhos de estilo. É frequen-te receber mails em que as leitoras me pedem ajuda sobre o que vestir num casamento, ou sobre a cor de cabelo, ou sobre acessórios. Mas também há quem peça conselhos profissionais, amorosos, de viagens ou de restaurantes. E leitores homens, vai havendo? E perguntam o quê?Geralmente o grande dilema dos homens é saber o que oferecer às mulheres e namoradas. Geralmente dizem-me que a namorada viu qualquer coisa no blog que adorou e querem saber onde podem comprar igual. "Estilo, disse ela" é uma espécie de policial em busca de todas as mulheres que assassinam o seu estilo, às vezes por preguiça de ler mais sobre o que favorece o seu tipo de corpo, por exemplo? O que podem esperar todas as pessoas que compra-rem o livro?O título foi, de facto, inspirado na série policial "Crime, disse ela", que eu via no final dos longínquos anos 80. Peguei no título e fiz uma brincadeira com isso. Acho que todas as mulheres têm uma palavra a dizer sobre estilo, por isso pareceu-me um nome acertado. Quis que este fosse um livro eclético e descomplicado,

que falasse de estilo de uma forma divertida e aces-sível, para que as mulheres percebam que a roupa

não tem de ser uma tortura diária. Se soubermos o que nos assenta bem, as cores mais indicadas

para nós, o nosso estilo pessoal, o que nos

favorece os pontos positivos e o que atenua os nossos pontos mais fracos, a tarefa de saber o que vestir torna--se muito mais fácil. A sua vida está cheia de atividades diferentes: do jornalismo ao blogue, passando pelas rubricas televisivas com dicas de moda, os livros, os vernizes, a Bazaar Chiado.... Além de todos os pares de La-boutin do universo, o que é que poderia fazer ainda muito feliz nesta vida?Não penso muito nisso. As coisas vão acontecendo de forma natural, e eu vou aproveitando, fazendo uma tria-gem natural daquilo que me interessa e não interessa. Essencialmente, quero continuar ligada à escrita e à moda. Mas mais dois ou três pares de Louboutins são sempre bem-vindos! Acha que os jovens se andam a vestir melhor ou pior do que os pais desses mesmos jovens, assim duma maneira geral?Muito melhor, sem dúvida. As novas gerações estão muito mais atentas à moda, sabem tudo o que se passa, acompanham e lançam tendências. Atualmente, temos tanta informação à disposição que é impossível não estar mais por dentro do assunto. E isso reflete-se, obviamente, na forma como nos vestimos. Aos poucos, os portugueses vão começando a arriscar mais e a sair da sua zona de conforto. O que pensa d'”A Pipoca mais azeda”?Pelo nome imagino que isso seja mais um hate blogue. Há tantos que torna-se difícil acompanhá-los.

Armários à lupaIr a um festival de verão, ser convidada para uma festa ou comparecer a um velório implicam dife-rentes olhares sobre o mesmo armário. Para todas as mulheres que diariamente se deparam com o dilema do “o que é que eu vou vestir hoje?”, Ana Garcia Martins (mais conhecida como A pipoca mais doce) tem uma solução em forma de livro: “Estilo, disse ela”.

Aqui esclarecem-se dúvidas quanto ao tipo de roupa e de acessórios que mais favorecem a cada estilo de corpo e de rosto, não deixando de lado questões como a escolha certa de sapatos e biquí-nis. O humor também promete ser presença assí-dua ao longo de todas as páginas, até porque o objetivo de “Estilo, disse ela” é descomplicar aqui-lo que para muitas mulheres é um drama diário.

“Estilo, disse ela” | Ana Garcia Martins

Edição: 2012Editor: Matéria-Prima EdiçõesPVP: 17,90 euros

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LOOK AT ME

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LIMITE DE VELOCIDADE

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O RazãoAutomóvel.com e a Mais Superior juntam-se, este mês, para em conjunto te proporem algo inovador, e que poderá vir a ser-te muito útil: um curso intensivo para saber como comprar carro usado para ‘Tótós’. Texto: Guilherme Ferreira da Costa

Como comprarcarro usadopara TÓTÓS

O teu quotidiano pede desesperado e a plenos pulmões por um automóvel, não é? Talvez porque começaste agora a trabalhar, ou porque acabaste de entrar na universidade, e é incom-portável andar de transportes públicos na tua área de residência. Ou simplesmente por uma questão de mobilidade e conforto, certo? Ok, é legítimo.Mas, por outro lado, com esta crise toda, o teu or-çamento para a compra de carro é mais reduzido que a chuva no verão, ou o calor no inverno. Pois bem, a compra de uma viatura usada, em vez de nova, pode ser a solução. E há-as em todas as cores, idades, géneros e preços.O problema agora reside na escolha. Será que o carro em que estás interessado é de confiança, ou um antes velho lobo do asfalto com mais quilómetros feitos que o Space Shuttle? Por isso, a compra de carro usado exige cuidados redobra-dos para evitar a aquisição de um veículo em péssimo estado. O ideal será adquiri-lo junto de pessoas ou enti-dades de confiança. Mas como isto nem sempre é possível, temos de tomar as devidas precauções antes de fechar qualquer negócio. Como? Não deixando de fazer coisas simples como, confirmar a autenticidade dos documentos da viatura, a mecânica e toda a carroçaria. Os restantes tru-ques nós vamos ensinar-te.

Guilherme Ferreira da Costa, estudante de Mestrado no Instituto Superior de

Gestão e editor do site Razão Automóvel, colabora mensalmente com a Mais Supe-

rior na rubrica "Limite de Velocidade".

Decide o que queres Recomendações Finais

Pede ajuda

Preços

Primeiro pensa no que queres, quanto queres gastar e quanto é que poderás gastar. Só depois poderás partir em busca do melhor negócio. E não te esqueças: mantém-te fiel àquilo que pen-saste. Caso contrário, acabarás por escolher algo de que não precisas ou que não podes pagar.

Continuar a ler este artigo em www.maissuperior.com antes de fazeres negócio!

Alguns estabelecimentos comerciais têm a prática de emitir no recibo de compra e venda a expressão “o cliente ao assinar este contrato assu-mem que o veículo se encontra em bom estado

Pede ajuda a um amigo que tenha conhecimen-tos sobre automóveis. Em caso de dúvida, leva contigo um mecânico da tua confiança para fazer uma avaliação ao estado geral do carro. Precisas de ver tudo com a máxima atenção, especial-mente os itens de segurança, tais como travões, amortecedores e pneus.

O preço dos carros usados varia muito. Só há uma solução: Pesquisar. Jornais, revistas e sites divulgam frequentemente as tabelas de preços de mercado, essa é a tua melhor referência. Para avaliares se o preço do carro é compatível com o de mercado, deverás levar em linha de conta variáveis como a quilometragem, o estado geral do veículo e o equipamento proposto. E não te esqueças: regateia sempre o preço! Perde a ver-gonha e negoceia até achares que atingiste um bom equilíbrio entre o valor do carro e aquilo que estás disposto a pagar. E não te esqueças de imputar os custos de eventuais reparos ao valor de venda.

de conservação “. Deves exigir que sejam incluí-dos no contrato todos os defeitos de mecânica e de chapa e não efetues a compra sem antes verificar que o veículo não é furtado ou tem mul-tas pendentes. O IMTT poderá informar-te sobre a situação do veículo: se houve furto, se existem multas, etc. E claro, só aceites documentos originais. Recusa determinantemente papéis com rasuras ou fotocópias, ainda que autenticadas.

Sites de compra de usados:

www.standvirtual.pt – É a referência nacional em carros usados, com um enorme portefólio de escolha. Desde o mais caro ao mais barato, é a tua imaginação e a tua carteira que são o limite.

www.hourselection.com – Queres um automó-vel ‘premium’ compacto, mas não queres gastar uma fortuna. O HourSelection, através de consul-tores especializados, faz importação de veículos usados com garantia de fábrica.

www.olx.pt – Neste site poderás encontrar algumas das propostas mais ‘modestas’ quando procuras um automóvel com um valor abaixo dos 1000 euros.

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MANUAL DE INSTRUÇÕES

Criado em 1987, o Programa Erasmus já mudou a vida a cerca de três milhões de alunos. Não te vou contar a história de Erasmo de Roterdão, nem sequer do programa. Já ouviste falar dele e já sonhas com a ideia, não é verdade? Venho apenas alertar que, se queres ser o próximo português a entrar neste ou noutro programa de mobilidade, faz primeiro as contas. Texto: Susana Albuquerque

Antes

Susana Albuquerque é Secretária--Geral e coordenadora do programa de educação financeira da ASFAC – Associação de Instituições de Crédito Especializado. A também autora do livro “Independência Financeira para Mulheres” colabora mensalmente na revista Mais Superior para te dar dicas práticas que poderás aplicar no teu dia-a-dia.

Com as finanças controladas e um orçamento estipulado do qual não te vais desviar, só terás que aprender, divertir-te, conhecer uma nova cultura e, claro, acumular experiências e memórias.A escolha do país de destino terá a ver com o teu curso, primeiro, e com o teu gosto, depois. Antes de escolher, pensa no dinheiro que terás ao teu dispor e recolhe dados sobre o custo de vida dos países que gostavas de conhecer. Talvez só tenhas orçamento para um país menos dispendioso, não significando isso que tenhas uma experiência menos enrique-cedora. Quer estejas de partida para Espanha, Eslo-vénia ou Suécia, informa-te antes de ir. É que terás que planear tudo para que o dinheiro que tens seja suficiente para não estares sempre a pensar nele.De modo a determinares o teu orçamento mensal deves somar todo o dinheiro que tens ou que sabes que vais receber. A bolsa a que terás direito, algum dinheiro que os teus pais ou outros familiares te possam dar e algum dinheiro que tenhas de parte ou que saibas que irás receber como, por exemplo, um presente de aniversário. Depois, deves calcular os gastos ao longo da tua estada. Nesta busca, a internet pode ser a tua melhor amiga. Usa o vasto universo da internet para saber os preços dos produtos na cidade para onde vais. Tudo conta, desde um bilhete nos transportes públicos até ao preço de um simples café. Calcula depois o valor médio que vais gastar. Estas contas poderão sofrer ajustes quando já estiveres no país, mas serão o ponto de partida. Conta com a ajuda dos outros estudantes portugueses. Podem, em conjunto, fazer planos de gastos e ajudar-se uns aos outros a cumpri-los.Se possível, porque o objetivo da experiência não é só estudar, mas também conhecer uma nova cultura, guarda dinheiro para ir ao cinema, aos museus e para sair à noite. Se fizeres o “trabalho de casa”, verás que o teu orçamento é suficiente para te ajudar a ter um ano ou semestre inesquecível.

de pArtir… Faz as contas

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