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MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES Eng. Agr. Luís César Cassol – Professor da UTFPR/Campus Pato Branco U N IVER S ID AD E TEC N O G ICA FEDER A L DO PARANÁ PR

MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

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Page 1: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS

POBRES EM NUTRIENTES

Eng. Agr. Luís César Cassol – Professor da UTFPR/Campus Pato

BrancoUNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

Page 2: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM

NUTRIENTES I. Por que os solos são pobres em nutrientes?

II. Recomendações Técnicas- princípios do SPD- calagem- filosofias de adubação química- adubação orgânica- adubação verde

III. Situação atual da fertilidade do solo em duas regiões do PR

IV. Sugestões Técnicas e Políticas

Page 3: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

0

20

40

60

80

100

Disponibilidade de Nutrientes

Pro

du

ção R

ela

tiva (

%)

MICROnutrientes MACROnutrientes

Deficiente Adequado Excesso

Page 4: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

I. DIAGNÓSTICOComparativo área de mata com área de

lavoura no SPD – Pato Branco, 2010

Parâmetro Mata0 – 10 cm 10 – 20 cm

pH-CaCl2 4,0 3,9Ca, cmolcdm-3 1,06 0,33Mg, cmolcdm-3 0,59 0,38Al, cmolcdm-3 2,47 3,18P, mg dm-3 3,05 2,00K, cmolcdm-3 0,25 0,15

Lavoura0 – 10 cm 10 – 20 cm

5,9 5,2

8,38 5,16

3,95 3,18

0,00 0,00

8,70 3,05

0,55 0,27

Page 5: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Por que os solos são pobres em nutrientes?

Em função do material de origem

solos originados de arenitos: 4% Fe

solos originados de basalto: 15% Fe

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Pelo avançado estágio de intemperização

Características químicas de 2 solos originados do basalto

SolopH-H2O

Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+

----------------------- cmolc kg-1 ------------------------

Neossolo

5,8 33,0 5,4 0,56 0,04 0,2

Latossolo

4,5 0,5 < 0,1 0,04 0,02 5,7

Fonte: Brasil (1967)

Page 7: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Pelo manejo no sistema convencional, com aração e gradagem, degradando a MOS

Planejamento inadequado da propriedade no momento de conversão do sistema para o plantio direto. Alguns agricultores simplesmente pararam de revolver o solo. - correção da acidez, da deficiência de P e descompactação da antiga camada arável; - planejamento das estradas; - redefinição dos terraços.

Page 8: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Fertilizações inadequadas, sem obedecer à predição da análise de solo e/ou às recomendações técnicas

Fórmulas de fertilizantes desbalanceadas, aplicadas em doses e em épocas inadequadas

Sucessões de cultivos soja/soja ou soja/feijão no Sudoeste e soja/milho safrinha no Oeste PR

Por falta de capital para investimento

Page 9: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

II. RECOMENDAÇÕE

S TÉCNICAS

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1. SISTEMA PLANTIO DIRETO

É um sistema de exploração agropecuário que envolve diversificação de espécies, via rotação de culturas, as quais são estabelecidas na lavoura mediante a mobilização do solo exclusivamente na linha de semeadura, mantendo-se os resíduos vegetais das culturas anteriores na superfície do solo (Denardin & Kochhann, 1997).

Page 11: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Baixo teor de M.O.

Baixo acúmulo de palha

> exigência N

Restabelecimento da BM

Rearranjo da estrutura

Início acúmulo de M.O.

Início de acúmulo de palha

Início de acúmulo de P

Imobil. N Min.

Reagregação

Acúmulo de MO

Acúmulo de palha

Aumento da CTC

Ciclagem de nutrientes

Imobil. N Min.

> Ciclagem de nutrientes

Elevado acúmulo de palha

< exigência N e P

Fluxo contínuo de C e N

Início Transição Consolidação Manutenção

0-5 5-10 10-20 > 20

Tempo SPD (anos) Fonte: Sá (1994)

Page 12: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Estratégias para recuperação da MOS

Controle da erosão

Ausência ou mínima

mobilização do solo

Elevada adição de resíduos.

Alternar sist. radic.

Aumentar o aporte

de N

Manejo da fertilidade

do solo

Promover agregação

do solo

Aumentar atividade biológica

práticas de conservação do solo e da

água: cobertura do

solo, terraceamento

, cultivo em nível

- plantio direto- preparos reduzidos

- culturas de cobertura- rotação de culturas

- leguminosas- adubação orgânica- adubação nitrogenada mineral

- adubações equilibradas (Ca, Mg, P, K,...)

- pastagens- plantio direto- preparos reduzidos

- biodiversidade- adição biomassa- uso criterioso de agroquímicos

Amado et al. (2003)

Page 13: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Carbono:

Principal componente da matéria orgânica e que está mais diretamente relacionado com a qualidade do solo (Mielniczuk, 1999).

QUALIDADE DO SOLO é a capacidade do solo funcionar, dentro dos limites de um ecossistema natural, sustentando a produtividade biológica, mantendo ou melhorando a qualidade ambiental e promovendo a sanidade animal e vegetal (Doran & Parkin, 1994).

Page 14: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

ConclusãoApesar de termos a base do

“plantio direto” e dominarmos a tecnologia, manejamos MAL os nossos

solos.•Baixa cobertura de solo

•Pouca ou ausência de rotação de culturas

•Retirada indiscriminada dos terraços

• Excesso de calagem

Page 15: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Pato Branco, PR, abril de 2010

Fotos: IAPAR, Alceu L. Assmann

Page 16: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

RS, BR 386, abril/2011

Page 17: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Motivos prováveis:

Difícil visualizar ou perceber a essencialidade da conservação do solo para o sucesso e a sustentabilidade do empreendimento;

Comodidade na semeadura, redução de 30% do tempo em manobras;

Fragilização do ensino, assistência técnica e extensão rural (Olinger, 1997; Cogo, 2007);

Informações técnicas para culturas não contêm orientações para o planejamento conservacionista;

Page 18: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Confiança demasiada no plantio direto;

Existe um pólo de máquinas vendendo, no PR, as mesmas máquinas vendidas no cerrado, sob condições de relevo e clima totalmente diferentes. A natureza impõe recursos naturais que limitam determinadas práticas, mas o agricultor não está considerando isso;

Omissão dos técnicos em relação ao problema. O profissional está se submetendo aos desejos do produtor e acobertando os seus erros.

Page 19: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

SPD alterou as características do solo, trazendo dúvidas no manejo da calagem:

Incorpora ou não incorpora

Método: aplicar dose em lavouras de produtividade

Quanto calcário aplicar

2. CALAGEM

Page 20: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

TOXIDEZ DE ALUMÍNIO NO SPD

BIO-ENSAIO: SOJA – Solução do solo

COMPRIMENTO RADICULAR vs MANEJO

SALET et al. (1999)

Page 21: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

SALET et al. (1999)

ESPÉCIES E ATIVIDADE (Soil Solution) VS MANEJO DO SOLO

ALUMÍNIO NA SOLUÇÃO

Espécie Manejo do solo

Atividade Convencional P lantio direto-------------------------- % --------------------------

Al3+ 4,0 2,5AlOH2+ 1,6 1,6

Al(OH)2+ 42 25

Al(OH)3 1,3 0,7Al(OH)4+ < 0,1 < 0,1AlSO4

- 0,6 0,2AlH2PO4

2+ < 0,1 < 0,1Al – L igante org. 49 70

Atividade do Al 1,0 x 10-5 1,0 x 10-6

Page 22: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Aplicação de alumínio em solos com diferentes níveis de MO

Doses de Al+3, cmol(c) dm-3

0,0 0,5 1,0 2,0 4,0

Alu

mín

io n

o s

olo

(cm

ol (c

) d

m-3

)

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

MO Alta

Média 0,00 ns

MO Baixa

Y= 0,034 + 0,132X - 0,024X2 r2=0,96 P=0,01

Doses de Al+3, cmol(c) dm-3

0,0 0,5 1,0 2,0 4,0

Sa

tura

ção

de

Alu

mín

io (

%)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0MO Alta MO Baixa

Média 0,00 ns

Y= 0,1867 + 2,1529X - 0,2282X2 r2 = 0,96 p = 0,0308

1. Efeitos sobre o Al trocável e a saturação por alumínio

Doses de Al+3, Cmol(c) dm-3

0,0 0,5 1,0 2,0 4,0

V, %

50

60

70

80

90

100

MO AltaMO baixa

Média 92,17 ns

Y= 71,428 -2,695X R2= 0,79 P=0,0422

2. Efeitos sobre o pH do solo e a saturação por bases

Doses de Al+3, cmol(c) dm-3

0,0 0,5 1,0 2,0 4,0

pH (

CaC

l 2)

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

MO AltaMO Baixa

Média 6,8 ns

Y= 4,895 -0,157X r2= 0,94 P=0,0058

Cassol et al. (2008)

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MODO DE APLICAÇÃO

REAPLICAÇÃO - em lavouras consolidadas no SPDINSTALAÇÃO E REAPLICAÇÃO – em campo natural

CALAGEM SUPERFICIAL (sem incorporação) PRÁTICA CORRENTE - RECOMENDAÇÃO:

Manutenção de características físicas

favoráveis para conservação do solo “construídas” no tempo

JUSTIFICATIVA

Page 24: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

CALAGEM SUPERFICIAL

RESPOSTAS DAS CULTURASLAVOURAS

Solo SPD Carac. De acidez (0-20cm)PH H2O Al/CTCe NC (SMP, pH 6,0)

-- Anos -- --- % --- --- Mg ha-1---

LVA 10 4,6 18 7,2

LVD 7 4,7 44 10,7

Pottker & Ben (2000)

Page 25: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

RENDIMENTO ACUMULADOSoja - trigo - milho - aveia - soja

Sem Calcário superficial - SMP Calc. Inc.Solo Calc. 1/16 1/8 1/4 1/2 1/1 1/1 SMP

------------------------------------------- Mg ha -1 ---------------------------------------

LVA 15,8 17,4 17,6 17,6 17,9 17,9 17,6

LVD 12,5 13,9 13,7 13,8 14,3 14,7 14,9

Média 14,1 15,6 15,7 15,7 16,1 16,3 16,3

SEM CALCÁRIO = BONS RENDIMENTOSCALAGEM SUPERFICIAL: - Resposta pequena (até ½ smp) - Doses baixas (< ¼ smp) = perda do efeito residual – 4ª cultura

Pottker & Ben (2000)

Page 26: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

O que aconteceria se, por ventura, o solo cultivado no SPD fosse submetido a aração e gradagem????

Tratamento DMG (mm)

PD 4 anos 2,83 a

PD4 + PC 1,35 b

Fonte: Fucks et al. (1994)

A aração e gradagem de uma área com 4 anos em PD reduziu pela metade a estabilidade estrutural

Page 27: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

A dúvida que surge é quanto tempo será necessário para haver recuperação dos agregados do solo????

Tratamento DMG (mm)

PD / PC / PD 3 anos 2,32 b

PD 5 anos 4,31 a

PC 4 anos 1,03 c

Fonte: Santin et al. (1994)

Page 28: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

DOSES

Resultados ensaio com calagem (Cassol et al.)

Rendimento acumulado de duas safras de soja, duas de milho e uma de trigo

Rendimento acumulado de grãos

22971 23325 23586 23649 23388

15000

17000

19000

21000

23000

25000

Doses de calcário

Ren

dim

ento

(K

g/h

a)

0% 25% 50% 75% 100%

Page 29: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

1º aval. (fev/06)

7º aval. (mai/09)

10º aval. (dez/10)

pH – CaCl2 4,7 4,7 4,4

V% 48 40 31

Tratamento Testemunha (sem calagem) (0-20cm)

SUGESTÃO

Em áreas no SPD consolidado, com teores de MO acima de 4%, utilizar, como critério de calagem (tomada de decisão), o valor de V% entre 50-60% e pH-CaCl2 entre 5,0-5,5.

Page 30: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

3. ADUBAÇÕES

A tomada de decisão para a aplicação de fertilizantes, sejam minerais ou orgânicos, deve ser baseada na análise do solo, cujo resultado só será confiável se o procedimento de coleta de amostras de solo for correto.

Os produtores acreditam na análise do solo?

Os procedimentos de amostragem são seguidos?

Page 31: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

0

5

10

15

20

25

30

35

40

20

3230 30

28

31

35

Ano

La

bo

rató

rio

s

2011

Evolução do número de laboratórios da rede CELA-PR

20102009200820061995 2012

Page 32: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Evolução da média geral dos laboratórios

80

85

90

95

100

88.9

90.82

88.58

90.689.93

91.87

Ano

Méd

ia G

eral

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Page 33: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

CV considerando todas as determinações e todas as interações –

média de 2008 a 2012

pH H+Al Ca+Mg K P C Ca V%0

5

10

15

20

25

30

Determinações

CV

(%)

Page 34: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Filosofias de adubações

3.1 Adubação de sistema, a lanço ou em linha?

Em solo com níveis altos de P e K, na camada de 0-20 cm

Page 35: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Aplicação de P2O5 e K2O Produtividade de grãos

Trigo (inverno) Milho (verão) Trigo Milhons

--------------- kg/ha -----------------

Testemunha 1.564 b 9.346

100% TLi 100% MLi 1.816 a 8.520

100% TLi + 100% MLa 1.879 a 8.502

100% TLi + 100% MLi 1.858 a 8.909

100% TLi + 40% MLa 60% MLi 1.879 a 8.939

100% TLa + 100% MLa 1.823 a 9.126

100% TLa + 40% MLa 60% MLi 1.681 ab 8.857

100% TLa 100% MLa 1.816 a 8.449

100% TLa 100% MLi 1.752 ab 9.018TLi = adubação recomendada para o trigo na linha de semeadura; TLa = adubação recomendada para o trigo aplicada a lanço na semeadura; MLi = adubação recomendada para o milho na linha de semeadura; MLa = adubação recomendada para o milho aplicada a lanço na semeadura.

Produtividade de grãos de trigo e milho em função de épocas e formas de aplicação de fósforo e potássio. Pavinato & Ceretta (2004)

Page 36: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Filosofias de adubações

3.2 Adubação de sistema, a lanço ou em linha?

Em solo com níveis baixos de P e K, na camada de 0-20 cm

Page 37: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Fonte: Pottker (1999)

Page 38: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Em solo com teores de P e K acima do nível crítico (NC), a eficiência das formas de aplicação é semelhante. Porém, a aplicação de fertilizantes em superfície pode ter efeitos indesejáveis na qualidade do ambiente, porque aumenta o risco de perdas por escoamento superficial, especialmente em áreas com maiores declividades.

Conclusões

Em solo com teor de nutrientes abaixo do NC, a aplicação em linha é mais eficiente.

Page 39: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Questionamentos

1. Qual a dose a ser aplicada num solo que apresenta teor de P na faixa ótima na camada 0-10cm e muito abaixo da ótima na camada de 10-20cm?

2. Como construir a fertilidade nas camadas mais profundas com aplicação de P a lanço no SPD?

3. E os solos com problemas físicos na subsuperfície, impedindo o acesso a água e nutrientes?

Page 40: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Teor de K no solo após o uso de cama de aviário

Teor de P no solo após o uso de cama de aviário

Fonte: Tabolka (2012)

Page 41: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA

pH do solo após o uso de cama de aviário

Saturação por bases do solo após o uso de cama de aviário

Fonte: Tabolka (2012)

Page 42: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

4. ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Número de espiguetas por espiga e rendimento de grãos de trigo após o uso de cama de aviário

Fonte: Tabolka (2012)

Page 43: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Conclusões

Se for economicamente viável, o uso de cama de aviário pode ser uma boa opção;

A cama melhora os níveis de fertilidade e aumenta a produtividade dos cultivos;

O uso da cama de aviário requer os mesmos critérios técnicos utilizados para o uso de fertilizantes minerais.

Page 44: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Fonte: Viola et al. (2013) – experimento conduzido em P.Branco, PR

Taxa de decomposição dos resíduos

5. ADUBAÇÃO VERDE

Page 45: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

N, P e K, liberado e remanescente, após 100 dias de avaliação. Viola et al. (2013)

Page 46: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Conclusões

Dependendo do tipo de resíduo, a sua decomposição é rápida;

A taxa de liberação dos nutrientes presentes no resíduo também é rápida;

A semeadura da espécie seguinte deve ser feita o mais próximo possível do manejo dos resíduos (filosofia colhe-planta).

Page 47: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

III. SITUAÇÃO ATUAL DA FERTILIDADE DO

SOLO EM DUAS REGIÕES DO PR

Page 48: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Levantamento da fertilidade do solo à nível regional (amostras coletadas de 0-20 cm):

Sudoeste do PR (microrregião de Pato Branco) Emater – Gestão (2013), 711 amostras, 14 municípios.

Centro-Sul PR (microrregião de Guarapuava): Ribas (2010), 6.534 laudos, 12 municípios.

Page 49: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Valores de pH-CaCl2

7%

43%44%

6%

<4,54,6-5,05,1-60>6,0

Fonte: Emater – Gestão, Sudoete

8.3%

24.6%

43.6%

23.5% ≤ 4,34,4-5,05,1-5,5>5,5

Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul

Page 50: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

22%

30%

48%< 60%60-70%>70%

Valores de saturação por bases

Fonte: Emater – Gestão, Sudoete

5.6%

20.1%

56.2%

18.1%≤2526-5051-70>70

Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul

Page 51: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

65%12%

23%

< 9 mg/dm39-12 mg/dm3> 12 mg/dm3

Valores de fósforo disponível

Fonte: Emater – Gestão, Sudoete 57.2%25.7%

17.1%≤3,03,1-6,0>6,0

Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul

Page 52: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Valores de potássio trocável

7.4%

23.7%

22.4%

46.5%

≤0,100,11-0,200,21-0,30>0,30

47%

24%

29%<0,30 0,30-0,45 > 0,45

Fonte: Emater – Gestão, Sudoete

Fonte: adaptado de Ribas (2010), Centro-Sul

Page 53: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

De forma geral, a fertilidade dos solos do Paraná tem melhorado

Programas governamentais de incentivo ao uso de calcário;

Uso do calcário sem considerar o resultado da análise do solo (dois em dois anos) ou forjando resultados para justificar aquisição do corretivo;

Uso repetido das mesmas fórmulas químicas (8-20-20 em milho e 2-23-23 em soja);

Uso repetido de cama de aves e sem critérios técnicos (dose definida em função da disponibilidade);

Consolidação do sistema plantio direto.

Page 54: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Problemas atuais na fertilidade dos solos do Paraná

Solos com pH alcalino ou próximos da neutralidade;

Saturação por bases superior a 70%;

Valores excessivamente altos de Ca e Mg;

Relações nutricionais (Ca/K) desequilibradas;

Manutenção de fórmulas de adubos tradicionais;

Uso de cama de aves sem critérios técnicos;

Amostragem de solo incorreta (sitio de coleta e profundidade);

Descrédito em relação a análise química do solo.

Page 55: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

IV. SUGESTÕES TÉCNICAS E POLÍTICAS

Page 56: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

Análise de solo: política de valorização da análise e georreferenciamento nos sítios de coleta da amostra (para fins de financiamento); Política de ampliação da oferta de fórmulas químicas alternativas;

Programas governamentais de incentivo ao uso de fósforo;

Estabelecimento de critérios técnicos para o uso de cama de aviário;

Planejamento adequado do sistema plantio direto, com rotação de culturas e redimensionamento dos terraços.

Page 57: MANEJO DE ADUBAÇÕES EM SOLOS POBRES EM NUTRIENTES

UTFPRLuís César Cassol

(46) 3220-2542 ou (46) [email protected]

Muito obrigadoMuito obrigado