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Paulo Cesar Naoum-Biomedicina
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PAULO CESAR NAOUM
BIOMEDICINA GUIA PARA ESTUDANTES E RECM GRADUADOS
EM CURSOS DE BIOMEDICINA
Edio da Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio Preto - SP
2005
O AUTOR
Paulo Cesar Naoum graduou-se em Biomedicina pela Faculdade de
Cincias Mdicas e Biolgicas de Botucatu (atual UNESP) em 1969. Aps obter os
ttulos universitrios de doutor (1972) e livre-docente (1983), tornou-se professor
titular da UNESP em 1989.
Foi professor nos cursos de Medicina e Biomedicina da UNESP de
Botucatu (1970 a 1978), no curso de Medicina da Faculdade Regional de Medicina de
So Jos do Rio Preto (1982 a 1984) e no curso de Cincias Biolgicas da UNESP de
So Jos do Rio Preto (1979 a 2002).
Realizou seu ps-doutorado pela Universidade de Cambridge,
Inglaterra e fez estgios de especializao nas Universidades de Roma e Ferrara,
ambas na Itlia. Foi diretor da UNESP de So Jos do Rio Preto, assessor tcnico da
Organizao Mundial de Sade e assessor cientfico do Ministrio da Sade do
Brasil. membro do corpo editorial de vrias revistas cientficas brasileiras e foi
assessor do CNPq e FINEP. Foi orientador de alunos de Iniciao Cientfica e de Ps-
Graduao nos nveis de Mestrado e Doutorado. Publicou trabalhos cientficos em
revistas cientficas do Brasil, USA, Sua, Sucia, Rssia, Bolvia e Costa Rica. autor
dos seguintes livros: Diagnstico das Hemoglobinopatias (1987), Eletroforeses (1989 e
1994), Hemoglobinopatias e Talassemias (1992) e Doena das Clulas Falciformes
(2004); esse ltimo em colaborao com o Dr. Flvio Augusto Naoum. Suas
participaes em trabalhos cientficos foram premiadas pela Academia Nacional de
Medicina, Colgio Brasileiro de Hematologia, e Sociedade Brasileira de Patologia
Clnica. Atualmente diretor da Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do
Rio Preto.
Dados para catalogao
Direitos reservados AC&T de So Jos do Rio Preto, 2005
AC&T
Academia de Cincia e Tecnologia Rua Bonf Natale, 1860 CEP 15020-130 So Jos do Rio Preto, SP e-mail: [email protected] Fone: (17) 233 4490
Biomedicina. Autor: Paulo Cesar Naoum So Jos do Rio Preto: Edio da Academia de
Cincia e Tecnologia, 2005
Orientaes acadmicas e profissionais para estudantes e graduados em cursos de Biomedicina.
PREFCIO
H muito tempo tive a idia de escrever um manual que tivesse o
objetivo de orientar os estudantes da rea biolgica, uma vez que fui professor em
cursos de Medicina, Biomedicina e Biologia. Mas, pela minha formao biomdica,
optei por faz-lo direcionado aos estudantes e profissionais (notadamente os recm-
graduados) dos cursos de Biomedicina. Foi um trabalho difcil e que exigiu muito
critrio na exposio dos diversos temas aqui abordados. As opinies que emito
neste manual so de minha responsabilidade e espero que tenham alguma
importncia para os leitores. bvio que um ou outro enfoque possa ser modificado
nos prximos anos, e cito como exemplo o tema Perspectivas futuras em
Biomedicina, que foi desenvolvido diante de uma avaliao deste atual momento.
O autor
SUMRIO
A histria da Biomedicina no Brasil 01
O reconhecimento do curso de Biomedicina 06
Cursos de Biomedicina no Brasil 08
O currculo mnimo em Biomedicina 10
As relaes entre as disciplinas do curso de Biomedicina 14
Estgios e monitorias 16
Qual a melhor poca para fazer estgios ou monitorias 17
Estgios de concluso do curso de Biomedicina 18
Participao em congressos, simpsios e outros eventos cientficos 20
Sou biomdico e agora? 22
Como fazer o currculo profissional 24
Opes de trabalho para o biomdico 27
Opo por ps-graduao 31
Docncia 34
Pesquisador cientfico 35
Opes empresariais 36
Colocao funcional 40
Complementao profissional no exterior 42
Perspectivas futuras em Biomedicina 44
Referncias consultadas 47
Conhea a Academia de Cincia e Tecnologia 48
Cursos de Ps Graduao da AC&T 49
A HISTRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL
A Biomedicina um curso relativamente novo que foi institudo num
envolvente momento em que incluram a modernidade cientfica e tecnolgica da
rea biolgica e com grande reflexo na sade, e as aspiraes sociais, polticas e
culturais que estavam em plena ebulio entre 1960 e 1970.
Nos anos 60 do sculo passado, ocorreram grandes transformaes no
comportamento do mundo ocidental e, por conseqncia, na reorganizao de vrias
atividades profissionais entre as quais a rea mdica. Destacam-se nesse perodo a
realizao do primeiro transplante de corao feito na cidade do Cabo, frica do Sul
e o avano excepcional da Imunologia com os primeiros testes imunolgicos
aplicados s anlises clnicas. A dcada de 50 havia sido consumida na reconstruo
dos estragos materiais em centenas de cidades europias, atingidas por bombardeios
ocorridos na segunda guerra mundial (1940-1945). E mais ainda, na recomposio
dos sentimentos de perdas de milhes de vidas, bem como dos distrbios
psicolgicos que acompanham todas as tragdias, notadamente as de grandes
propores. Por essa razo, certo que os anos 50 motivaram gradualmente a
esperana de um mundo novo e mais alegre. Surgem esteretipos de atores e atrizes
de Hollywood, entre os quais pode-se destacar o filme Juventude Transviada, com
James Dean, cujo estilo de vida liderou um incio de rebelio comportamental da
juventude em nvel mundial. Os jovens dessa poca aderiram a novos ritmos
musicais, com o rocknroll se difundindo com incrvel rapidez entre os jovens
para desespero dos pais e dos conservadores. A espiritualidade e as religies
passaram a ser contestadas em seus dogmas. Foi o incio da formao de geraes de
adolescentes e jovens que aprenderam a questionar princpios secularmente
estabelecidos. Por serem fatos globalizados, principalmente pela indstria
cinematogrfica, essa mudana de comportamento tambm atingiria os brasileiros.
Somam-se a esses acontecimentos dois eventos que se tornariam inesquecveis e que
revitalizariam a auto-estima do brasileiro. Um deles, que se ver adiante a sua
grande importncia social e na rea da sade, foi a construo entre 1956 a 1960 da
cidade de Braslia, que fora projetada para ser a capital do Brasil, e tambm para
descentralizar os poderes econmico, poltico, social e cultural. A construo em
tempo recorde, associada ao trmino na data prevista, bem como sua arquitetura
moderna e ampla divulgao internacional, transformou completamente a insero
do brasileiro em relao sua importncia no contexto mundial. O outro evento se
deveu conquista da copa do mundo de futebol, em 1958, na Sucia, com os
brasileiros batendo os ingleses, franceses e suecos. Essas vitrias, que outra vez
tiveram destaques internacionais, motivaram um refro no hino de vitria da
conquista dessa copa, em que mostrava em bom som a nossa capacidade brasileira
de vencer algo que parecia impossvel:
A taa do mundo nossa com o brasileiro
no h quem possa...
Dessa forma, o grau de esperana, bem como os valores nacionais, se
expandiram para todos os importantes setores da vida social, cultural, cientfica,
comercial, industrial e poltica. Os meios de transporte tornavam-se cada vez mais
eficientes e a descentralizao do poder mudou o sentido de migrao para a regio
central do Brasil. A escolaridade passou a ser cada vez mais acessvel, e maiores
contingentes de alunos chegavam s portas do ensino superior no final da dcada de
60. A televiso e a mdia mostravam as maravilhas cientficas e tecnolgicas dos
pases do primeiro mundo. Por essas razes, as cobranas para que todos
acompanhassem o progresso no tardaram acontecer. Para seguir todo o
desenvolvimento cientfico, cultural e tecnolgico que dia-a-dia era visto pelas
imagens de televiso, em jornais e revistas era necessria a criao de mais cursos de
Medicina, Odontologia, Biologia, Direito, Matemtica e Administrao,
principalmente. E foi o que de fato aconteceu. Particularmente na rea da Sade,
foram institudas mais faculdades de Medicina mantidas pelo governo do estado de
So Paulo, com o objetivo de interiorizar a ateno mdica. Entre os anos 50 e 60
surgiram as faculdades de Medicina das cidades de Ribeiro Preto, Botucatu e
Campinas. No final dos anos 60, o excessivo nmero de vestibulandos com interesse
no curso de Medicina estimulou a criao de faculdades particulares de Medicina em
Santos, Taubat, So Jos do Rio Preto, Jundia, entre outros, que se somariam e
expandiriam rapidamente para outros estados.
Os estudantes dos anos 60 no eram to passveis quanto aqueles dos
anos 50. Questionavam a qualidade de ensino de suas faculdades e, mais tarde,
questionariam com determinao as polticas pblicas e governamentais. No nvel
interno de suas instituies, especialmente em faculdades de Medicina a luta era
por melhores professores de cadeiras bsicas (ex.: Microbiologia, Fisiologia, etc.)
pois estavam muito defasadas quando comparadas com as disciplinas das cadeiras
aplicadas (ex.: Cardiologia, Neurologia, Molstias Infecciosas, etc.). Na realidade, as
disciplinas bsicas das escolas mdicas eram ministradas principalmente por
mdicos, dentistas e farmacuticos. Assim, a quase totalidade dos professores no
tinha fundamentos pedaggicos e, tampouco, conhecimentos aprofundados e bases
cientficas adequadas. Excepcionalmente, algumas faculdades de Medicina tinham
em seus quadros de docentes o bilogo; esse profissional geralmente estava na
conduo de disciplinas de Gentica, Citologia ou Histologia. Porm, faltava aos
bilogos daquela poca o conhecimento biolgico e funcional da espcie humana,
pois a maioria era graduada em Histria Natural um curso destinado ao estudo da
biologia geral de microrganismos, insetos, vegetais e vertebrados inferiores,
(rpteis, anfbios, peixes) principalmente.
Juntamente a esses conhecimentos pontuais, a prpria estrutura das
universidades e de suas faculdades era arcaica. No evoluram em relao ao que
estava ocorrendo nos pases desenvolvidos. At a metade dos anos 60, a maioria das
instituies universitrias tinha em sua composio acadmica a figura da ctedra e
do catedrtico. As ctedras eram comandadas por professores com altssimo poder
de deciso e estilo totalitarista, agravados por meio da efetivao do cargo at a
aposentadoria. Muitos deles impediam o progresso cientifico de seus professores
assistentes e, por conseqncia, das prprias instituies. Movimentos realizados por
professores prejudicados por esse totalitarismo dos catedrticos, substituram
gradualmente as ctedras pelos departamentos forma de atividade administrativa
com a participao de vrios professores e que elegiam o chefe por perodo
determinado. Portanto, a partir do momento em que os departamentos passaram a
ser formados nas universidades e institutos, a difuso de pesquisas cientficas entre
laboratrios e professores passaram a ter maior expanso por meio de teses e
publicaes cientficas. Surgia, assim, a partir desse perodo, um novo dinamismo
universitrio. Da manifestou-se grande preocupao: quem seriam os profissionais
com conhecimentos adequados para conduzir projetos de pesquisas em especial na
rea da biologia mdica, e qual profissional estaria habilitado para realizar pesquisas
nas reas bsicas que tivessem repercusses nas reas aplicadas?
Diante desses problemas que tomavam corpo nas instituies mdicas e
de sade, um grupo de professores liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da
ento Escola Paulista de Medicina, props em 1966 a criao de um curso,
inicialmente denominado de Biologia Mdica ou Cincias Biolgicas
Modalidade Mdica, depois mudado para Biomedicina. O objetivo do curso de
Biomedicina era o de formao de profissionais biomdicos para atuarem como
docentes especializados nas disciplinas bsicas das escolas de Medicina e
Odontologia, bem como de pesquisadores cientficos nas reas de Cincias Bsicas e
com conhecimentos suficientes para auxiliarem pesquisas nas reas de Cincias
Aplicadas. Essa proposta foi rapidamente implementada e os primeiros cursos de
Biomedicina (alguns com os nomes de Cincias Biolgicas Modalidade Mdica ou
Biologia Mdica) tiveram incio junto Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP),
na Faculdade de Cincias Mdicas e Biolgicas de Botucatu (atual UNESP), na
Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto (USP) e na Faculdade Nacional de
Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Esses cursos criados entre 1966 e 1968
tiveram seus alunos egressos, rapidamente absorvidos nas disciplinas bsicas de suas
prprias faculdades ou ento em outras escolas de Medicina pblicas ou particulares.
Muitos outros se direcionaram para laboratrios e instituies oficiais de pesquisas
cientficas. Entretanto, nem todos os estudantes de Biomedicina, bem como alguns
biomdicos graduados, queriam exercer atividades de docncia ou pesquisas
cientficas mesmo sabendo que esse havia sido o objetivo do curso de Biomedicina.
Os estudantes e seus representantes acadmicos passaram a pressionar as
coordenaes de seus cursos para expandir suas atividades profissionais em anlises
clnicas. As argumentaes dos estudantes tinham fundamento, pois as primeiras
turmas de biomdicos preencheram rapidamente as vagas de docncia de muitas
escolas mdicas, e os novos contingentes de biomdicos graduados estavam
desempregados. As reaes das direes das faculdades de Medicina que
congregavam os cursos de Biomedicina foram diferentes. Algumas instituies
aceitaram o dilogo e logo ampliaram os objetivos do curso de Biomedicina para o
exerccio em anlises clnicas. Outras instituies, alm de ampliar os objetivos do
curso, permitiram que biomdicos, graduados em suas faculdades, pudessem se
transferir para o 3 ano mdico e, assim, graduar-se tambm em Medicina.
A ampliao das atividades do profissional biomdico para o exerccio
em anlises clnicas motivou, a partir de 1972, a abertura de vrios cursos de
Biomedicina em diferentes regies do Brasil, porm a predominncia desses cursos
foi em instituies particulares.
O sucesso na formao desse novo profissional, com nfase em anlises
clnicas, teve grande repercusso, e esse fato pode ser constatado pelo nmero
altamente representativo de cursos de Biomedicina no Brasil (tabela 1), com um total
de aproximadamente seis mil alunos (ver cursos de Biomedicina no Brasil).
Atualmente muitos cursos de Biomedicina esto diversificando as
nfases de atuao para outras reas alm das Anlises Clnicas, com destaque para:
Imagenologia, Anlise Ambiental, Banco de Sangue, Biotecnologia, etc.
O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA
Os primeiros biomdicos graduados no Brasil receberam seus
certificados em 1968. Os profissionais graduados entre 1968 e 1970 foram contratados
com relativa facilidade como docentes ou pesquisadores por vrias instituies
pblicas de ensino superior ou de pesquisas cientficas. Poucos biomdicos
graduados nesse perodo optaram por atuar em anlises clnicas. Entretanto, a
abertura de novos cursos de Biomedicina, predominantemente em instituies
particulares, apresentava como nfase principal na formao de seus alunos o
exerccio profissional em anlises clnicas, a despeito das mltiplas opes que se
ofereciam em seus currculos. Esse direcionamento de formao introduziu muitos
biomdicos em laboratrios de anlises clnicas e suscitou a reao de outros
profissionais que j atuavam na rea, como foram os casos de bioqumicos e mdicos
patologistas clnicos. Esses profissionais se sentiram ameaados em seus empregos
ou pela concorrncia empresarial. Houve, portanto, entre 1972 a 1983 muitos
desentendimentos entre bioqumicos, patologistas clnicos e biomdicos, esses
ltimos muitas vezes impedidos de exercer suas atividades em anlises clnicas em
laboratrios pblicos e privados, e quase sempre descartados nos editais de
concursos pblicos nessa rea. Obviamente a revolta entre os biomdicos graduados,
bem como entre os estudantes de Biomedicina, se alastrou por todos os estados em
que havia cursos de Biomedicina. Como reao natural a esse processo de rejeio da
atividade profissional, com especificidade para atuao em anlises clnicas,
formaram-se vrias lideranas de biomdicos, dando incio a memorveis campanhas
em defesa da atuao do profissional e da regulamentao do curso.
Para evitar a deselegncia da omisso de nomes de colegas que o autor
naturalmente poderia cometer por esquecimento ou desconhecimento, optou-se por
no declinar nomes de lderes dos vrios movimentos que participaram da luta pela
insero do biomdico no mercado de trabalho. Porm, muitos deles so
publicamente conhecidos por suas atividades com elogiveis atuaes nos Conselhos
Federal e Regionais de Biomedicina, nas Associaes de Biomedicina, Sindicato de
Biomdicos, Universidades, Instituies de Pesquisas, Cmara de Deputados e
Assemblias Legislativas Estaduais.
Como resultado de anos de lutas, obteve-se, em 1979, a primeira lei que
regulamentava inicialmente as profisses de bilogo e biomdico, bem como da
criao dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina,
especificamente (Lei n 6.684, de 3 de setembro de 1979). Entretanto essa
regulamentao trazia interpretaes dbias, passveis de contestaes judiciais feitas
por outros profissionais no biomdicos. As lutas continuaram, muitas vezes com
passeatas e manifestaes pblicas; outras vezes, nos bastidores polticos de
gabinetes de governos estaduais e federal, de deputados e de senadores.Essas
presses pblicas e polticas resultaram numa nova lei emitida pela Presidncia da
Repblica e pelo Congresso Nacional (lei n 7.135 de 26 de outubro de 1983) que
trazia, em seus artigos 1 e 2, interpretaes novamente possveis de ser contestadas.
Finalmente em 24 de junho de 1986 o Senado Federal promulgou a Resoluo n 86,
que em artigo nico referendava o exerccio das atividades do biomdico, incluindo
o exerccio pleno em anlises clnicas.
Hoje, biomdicos, bioqumicos e mdicos patologistas clnicos atuam
em anlises clnicas, com troca de experincias e colaboraes, com o objetivo de
expandir com qualidade suas atividades cientficas e tecnolgicas, e tambm de
exercer com plenitude a cidadania outorgada pela profisso que escolheram.
CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL
Atualmente h pelo menos 56 cursos de Biomedicina no Brasil,
distribudos por 16 estados (incluindo o Distrito Federal) e 45 cidades. A tabela 1
apresenta esses cursos por estado, cidade e instituio. importante destacar que dez
cursos de Biomedicina so pblicos (FMTM, UFPA, UFPE, UFRN, UFGRS, UFF,
UFRJ, UNESP, USP e UNIFESP).
Tabela 1: Apresentao dos cursos de Biomedicina por estado, cidade e instituio. Estado Cidade Instituio
Alagoas Macei CESMAC Amap Macap SEAMA Bahia Salvador EBMSP Distrito Federal Braslia UNICEUB Gois Goinia UCG, Fac. Padro Minas Gerais Alfenas Unifenas Minas Gerais Belo Horizonte Unifenas Minas Gerais Bom Despacho Unipac Minas Gerais Divinpolis Unifenas Minas Gerais Ipatinga Unipac Minas Gerais Joo Pinheiro FCJP Minas Gerais Montes Claros FUNORTE Minas Gerais Uberaba FMTM, UNIUBE Minas Gerais Varginha UNIS-MG Mato Grosso do Sul Dourados UNIGRAN Par Belm UFPA Paran Foz do Iguau UNIAMRICA Pernambuco Caruaru ASCES Pernambuco Recife UFPE Rio Grande do Norte Natal UFRN Rio Grande do Sul Cachoeira do Sul ULBRA Rio Grande do Sul Canoas ULBRA Rio Grande do Sul Cruz Alta UNICRUZ Rio Grande do Sul Novo Hamburgo FEEVALE Rio Grande do Sul Porto Alegre FFFCMPA, UFRGS Rio de Janeiro Niteri UFF Rio de Janeiro Rio de Janeiro UFRJ, UNIRIO Rondnia Porto Velho Fac. S. Lucas So Paulo Americana FAM So Paulo Araraquara UNIARA So Paulo Araras UNIARARAS So Paulo Botucatu UNESP So Paulo Descalvado Unicastelo So Paulo Fernandpolis FEF So Paulo Franca UNIFRAN So Paulo Itu CEUNSP So Paulo Limeira F. Inst. Einstein So Paulo Marlia UNIMAR So Paulo Mogi das Cruzes UMC So Paulo Ribeiro Preto USP, UBM So Paulo Santos UNILUS So Paulo So Bernardo do Campo UMESP, UNIBAN So Paulo So Paulo UNIFESP, UNIB, UNIBAN,
UNIFMU, UNISA So Paulo Votuporanga UNIFEV Tocantins Palmas CEULP-ULBRA Obs: As instituies com letras vermelhas so pblicas e as demais so particulares.
O CURRCULO MNIMO EM BIOMEDICINA
A composio curricular de qualquer curso varivel quando
comparada entre diferentes instituies. No entanto h na disposio legal dos cursos
de graduao, credenciados pelo Ministrio de Educao (MEC), um conjunto de
disciplinas que compe o mnimo necessrio para a formao de um profissional.
Assim, se se dispuser a analisar a estrutura curricular do curso de Biomedicina em
cada instituio listada na tabela 1, ser possvel verificar que h diferenas entre as
disciplinas que compem o currculo de cada curso. Alguns desses cursos oferecem
disciplinas voltadas para interesses regionais (ex.: doenas tropicais), ou interesses
institucionais muito comum nas instituies em que h um ou mais grupos de
pesquisas com destaque em determinadas reas (ex.: Psicobiologia Experimental).
Entretanto para formar um bom biomdico preciso que seus
professores sejam bem qualificados por meio de cursos de ps-graduao strictu-
sensu (mestrado e/ou doutorado) e que tenham experincia e didtica satisfatria
dos assuntos que compem a(s) disciplina(s) de sua responsabilidade. Somam-se a
esse requisito pedaggico a estrutura da instituio com reas fsicas adequadas para
atender os alunos, laboratrios com equipamentos diversificados (microscpios,
estufas, centrfugas, espectrofotmetros, aparelhos para eletroforeses e
cromatografia, balanas analticas, pHmetro, pipetas de alta resoluo volumtrica,
auto-claves, contadores automatizados de clulas do sangue, computadores, etc.). As
aulas prticas devem conter amplo contedo de verificao citolgica, de avaliao
quantitativa e qualitativa de reaes qumicas e imunolgicas, de cintica enzimtica,
fracionamento de protenas, enzimas, DNA, entre outros. fundamental que a
biblioteca tenha assinaturas de importantes revistas cientficas, relacionadas com a
nfase do curso, alm de livros didticos variados para as diversas disciplinas.
Atualmente imprescindvel o uso dos recursos de informtica, quer seja por meio
de programas avanados (Flash, Photo-shop, Power-point, Corel-draw, etc.) bem
como o contnuo acesso internet para pginas (sites) de relevncia cientfica.
Um outro aspecto, pouco explorado nos cursos superiores, se refere
necessidade de se ter uma disciplina especfica sobre mercado de trabalho, e de um
grupo de professores experientes capazes de mostrar a interao entre as diferentes
disciplinas do curso.
De uma forma geral, e para facilitar a disposio das disciplinas bsicas
e optativas para a formao de um bom profissional biomdico, foram avaliadas as
disciplinas oferecidas em alguns cursos de Biomedicina do Brasil e, da anlise do seu
conjunto, foi possvel chegar ao agrupamento por reas. A tabela 2 relaciona 44
disciplinas, das quais 30 delas so classificadas como bsicas e 14 como opcionais.
Entre as opcionais, o autor colocou oito disciplinas que podem ser consideradas
modernas para o atual estgio da Biomedicina: Citometria de Fluxo,
Imunocitoqumica, Biomatemtica, Bioinformtica, Bioempresa, Bioindstria,
Biodiversidade e Oncologia Molecular.
Tabela 2: Disciplinas bsicas e optativas por reas destinadas aos cursos de
Biomedicina.
rea Disciplinas bsicas Disciplinas optativas Morfo-fisiolgica Anatomia humana
Embriologia humana Citologia Histologia Fisiologia humana
Anatomia patolgica
Biologia
Biologia Celular Biologia molecular Biotecnologia
Biodiversidade e meio ambiente
Bioqumica
Bioqumica geral Bioqumica clnica
Qumica
Qumica geral Qumica analtica Qumica orgnica
Fsica
Biofsica
Gentica
Gentica humana Citogentica
Aconselhamento gentico
Microbiologia
Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia
Engenharia gentica Epidemiologia Sade Pblica
Imunologia
Imunologia geral Imunologia aplicada a testes laboratoriais
Citometria de fluxo Imunocitoqumica
Cincia Exata
Matemtica Bioestatstica Informtica
Modelos matemticos aplicados biologia (Biomatemtica) Modelos de informtica aplicados biologia (Bioinformtica)
Aplicativas
Anlises Clnicas Hematologia Banco de sangue Imagenologia Anlises moleculares
Mercado de trabalho Bioempresa Bioindstria Oncologia molecular
A listagem constante na tabela 2 o desejvel, pois foi extrada de
vrios cursos e montada num contexto atual do desenvolvimento cientfico e
tecnolgico. Portanto sua estrutura pode ser modificada de acordo com a nfase de
cada curso de Biomedicina, mas sem deixar de considerar o prximo tema sobre o
estabelecimento de relaes entre vrias disciplinas.
AS RELAES ENTRE AS DISCIPLINAS DO CURSO DE
BIOMEDICINA
Uma das maiores dificuldades que se observa em qualquer curso
universitrio de graduao, se refere dificuldade de os professores estabelecerem
relaes entre as vrias disciplinas que fazem parte do currculo do curso. O exerccio
interdisciplinar deveria ser constantemente aplicado para qualquer curso
universitrio, notadamente no curso de Biomedicina, pois evitaria a sobreposio de
assuntos e, conseqentemente, os professores poderiam abordar outros temas de
interesse. A ao interdisciplinar promove o exerccio do raciocnio que permite
estabelecer o equacionamento e a resoluo de problemas. Para exemplificar a
importncia da relao entre algumas disciplinas, interessante que o leitor analise o
esquema abaixo, selecionado como exemplo dessa interao.
A microbiologia fornece conhecimentos sobre bactrias, fungos e vrus.
Especificamente com relao s bactrias, destacam-se as enzimas bacterianas.
Muitas dessas enzimas so capazes de romper ligaes entre determinadas bases
nitrogenadas que compoem a dupla hlice de DNA. Ao romper essas ligaes,
obtm-se pedaos pequenos de DNA que podem ser analisados com mais facilidade
por tcnicas de biologia molecular. Assim, muitas doenas genticas tm sido
identificadas por esses procedimentos tcnicos. A biotecnologia nesse exemplo
GENTICA
MICROBIOLOGIA BIOLOGIA MOLECULAR
BIOTECNOLOGIA
significa a manipulao direta de genes com o objetivo de promover modificaes
genticas na busca de produo de protenas, enzimas ou hormnios (ex.: insulina)
ou na melhoria da qualidade de uma substncia orgnica (ex.: vinho, cerveja, milho).
Um exemplo tradicional de biotecnologia o uso de tcnicas de biologia molecular
em que determinados genes so colocados em bactrias ou leveduras para induzir a
produo de determinado tipo de produto orgnico (protena, enzima ou hormnio).
Esse exemplo simples mostra a necessidade de interagir com
dinamismo as disciplinas oferecidas no curso de Biomedicina. Desse processo de
relao entre disciplinas diferentes, obtm-se resultados excepcionais que contribuem
com a melhor formao de biomdicos para um mercado de trabalho cada vez mais
exigente.
ESTGIOS E MONITORIAS
A maioria dos cursos de Biomedicina tem programas de estgios e
monitorias para seus alunos. Os estgios, em geral, se caracterizam pela participao
do aluno por um perodo pr-determinado, em atividades prticas (geralmente
laboratoriais), seminrios e reunies cientficas. As monitorias, por sua vez, se
destacam por atividades em que o aluno auxilia o professor em sua disciplina. Esse
auxlio ocorre sob forma de preparao de aulas prticas, de buscas de figuras e fotos
pela internet para ilustrao de aulas, etc. A monitoria tambm tem um perodo pr-
determinado de atividades e oferece ao aluno conhecimentos pedaggicos
importantes sua formao.
De acordo com critrios estabelecidos pelas coordenaes dos cursos de
Biomedicina, os estgios podem ser diferenciados em Estgio de Aprendizagem e
Estgio de Iniciao Cientfica.
Estgio de Aprendizagem: a forma mais comum de estgio e menos
burocrtica, porque pode ser tratado diretamente entre professor e aluno. Deve ser
estabelecido o perodo (semanas ou meses) de atividades, com horrio de interesse
de ambas partes. importante ressaltar que o melhor aproveitamento ocorre em
estgios com tempo mnimo dirio de quatro horas mesmo que seja uma vez por
semana. Estgios com uma ou duas horas de durao por dia ou por semana, so
improdutivos. O estgio deve ser supervisionado pelo professor que passa a ter a
funo de orientador. Para estgios de aprendizagem, no h necessidade de que o
professor seja titulado (mestre ou doutor), mas fundamental que tenha experincia
no assunto.
Estgio de Iniciao Cientfica: um estgio mais elaborado e que
segue um pequeno trmite burocrtico. Para a sua realizao, preciso que o aluno
procure o professor da disciplina ou do laboratrio no qual h o interesse em se
efetuar o estgio. Com a aceitao do professor, que necessariamente deve ter o ttulo
de mestre ou doutor , ambos preparam o projeto de pesquisa cientfica para a
realizao do Estgio de Iniciao Cientfica. A seguir, o projeto de pesquisa
submetido aprovao da coordenao do curso ou do departamento ao qual est
vinculada a disciplina ou o laboratrio. Aps a aprovao, tem incio o estgio,
geralmente com durao de doze meses, e ao se aproximar do seu trmino, o
relatrio das atividades deve estar concludo. Finalmente o relatrio submetido
outra vez coordenao ou departamento para a sua aprovao. Em algumas
universidades ou faculdades, o Estgio de Iniciao Cientfica contemplado por
bolsa de auxlio pesquisa (ou bolsa de iniciao cientfica), com valor prximo ao
do salrio mnimo. Outras vezes, rgos de apoio pesquisa como o Conselho
Nacional do Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) ou fundaes de
amparo pesquisa (ex.: FAPESP, FAPERJ, etc.) oferecem bolsas de iniciao
cientfica, sendo necessrio que o professor orientador submeta o projeto a ser
desenvolvido avaliao de um desses rgos.
QUAL A MELHOR POCA PARA FAZER ESTGIOS OU
MONITORIAS
Esse um critrio fcil de ser estabelecido, porm difcil de ser
obedecido. Para facilitar essa escolha necessrio analisar alguns pontos
importantes. As reas de estgios ou de monitorias devem ser aquelas que o aluno j
as tenha cursado. Por isso importante que o aluno tenha concludo os dois primeiro
anos (ou os quatro semestres) do curso de Biomedicina. So vrias as razes para
que os melhores estgios ou monitorias ocorram aps a concluso do segundo ano
biomdico. A primeira se deve necessidade de o aluno ter conhecimentos bsicos
de vrias disciplinas e, assim, ter melhor aproveitamento em seu estgio ou
monitoria. A segunda razo se refere ao entusiasmo com que o aluno se dedica ao
estgio ou a monitoria em prejuzo ao seu desempenho escolar em outras disciplinas.
Esse entusiasmo comum entre alunos do primeiro e segundo ano do curso. Assim,
pela experincia do autor, em 35 anos de docncia e orientao de mais de uma
centena de estagirios, a melhor fase para realiz-los quando o aluno tenha
completado pelo menos 50% das disciplinas do curso. Nessa fase as opes so
mltiplas e o grau de visibilidade da relao entre as disciplinas muito mais amplo.
ESTGIOS DE CONCLUSO DO CURSO DE BIOMEDICINA
Alguns cursos de Biomedicina so complementados por meio do
Estgio de Concluso de Curso, muitas vezes com a apresentao de uma
monografia sobre assunto relacionado ao estgio. Esse estgio normalmente
realizado no ltimo ano do curso e de livre escolha do aluno e, por essas razes, tem
grande importncia para o seu futuro profissional. Muitos alunos optam por
Anlises Clnicas, outros por Imagenologia, Anlises Moleculares, ou por disciplinas
especficas (ex.: Imunologia). H, portanto, vrias opes entre os diferentes cursos
de Biomedicina. Em algumas instituies h convnios com empresas de produtos
biolgicos (bioempresas). Essas empresas que atuam na produo de material
laboratorial ou hospitalar se configuram como um campo promissor do biomdico.
A escolha do Estgio de Concluso de Curso depende, portanto, das
disponibilidades de ofertas apresentadas pelo curso que o aluno est freqentando.
H alguns cursos que esclarecem periodicamente seus alunos sobre os estgios e, em
especial, a respeito do Estgio de Concluso. Assim, a escolha do estgio e o
compromisso em realiz-lo, geralmente ocorre no final do terceiro ano do curso (ou
sexto semestre). Dessa forma, o aluno de biomedicina ao finalizar o terceiro ano deve
estar bem esclarecido a respeito do seu estgio e isso inclui: a) comunicao do
interesse pelo estgio ao professor responsvel da disciplina ou laboratrio; b)
comunicao do Estgio de Concluso de Curso ao coordenador do curso de
Biomedicina.
Nos cursos que exigem a apresentao de monografia como parte de
concluso do curso, h sempre uma orientao especfica da coordenao. Essa
orientao deve conter desde a escolha do tema, o cronograma da sua execuo,
forma de apresentao e o estilo monogrfico da sua redao.
Conselhos para realizar um bom estgio:
O aluno interessado em realizar um bom estgio, deve:
(1) Procurar saber o nome das pessoas do seu ambiente de trabalho;
(2) Procurar saber as regras bsicas do laboratrio, da disciplina, ou da
empresa, tais como: horrio ou perodo de trabalho; a quem se dirigir para
as solicitaes necessrias; o uniforme adequado;
(3) Ser pontual, solcito e cordial com todos os colegas, chefes e funcionrios;
(4) Ter um caderno de tamanho mdio ( 100 folhas) e de capa dura (por ser
mais resistente) e anotar os procedimentos tcnicos de todas as anlises
aprendidas. Identificar o nome da anlise, os reagentes e equipamentos
usados, os procedimentos tcnicos, os valores de normalidade e a
interpretao dos resultados;
(5) Procurar saber como se recebem as amostras, ou como se procedem as
coletas, as formas de expedio de resultados, etc.;
(6) Procurar saber quais so os livros adotados pelo seu orientador. Comprar o
melhor livro (a durao til de um livro tcnico em mdia dez anos).
Estudar a tcnica aprendida no dia ou na semana do estgio. Muitas vezes
h pequenas diferenas entre a tcnica aprendida no dia-a-dia e aquela
estabelecida pelo livro. Esse fato comum em laboratrio, mas preciso
procurar saber a razo da diferena de procedimentos;
(7) Evitar ser chato durante o estgio: no fazer perguntas desnecessrias e em
locais imprprios (festas, toalete, happy-hour). No ser mmia ficar
parado esperando ordens. Procure ajudar a limpar a bancada, a colocar os
reagentes nas geladeiras, etc. Segredo do sucesso? Ser simptico, otimista e
colaborar com todos que esto ensinando.
PARTICIPAO EM CONGRESSOS, SIMPSIOS E OUTROS
EVENTOS CIENTFICOS
Apesar dos diversos cursos da rea biolgica, inclusive os de
Biomedicina, apresentarem expressiva carga horria no rol de disciplinas bsicas e
optativas, mesmo assim as novidades cientficas e tecnolgicas nem sempre so
apresentadas. Muitos cursos de Biomedicina, prevendo esse fato, realizam, no mbito
de suas instituies, os simpsios ou encontros de Biomedicina. Por outro lado os
Conselhos Regionais de Biomedicina, com o apoio do Conselho Federal de
Biomedicina e, mais recentemente, das Associaes de Biomedicina promovem
anualmente Congressos Nacional e Regionais de Biomedicina. Esses congressos
dirigidos a estudantes e profissionais de biomedicina apresentam, alm de temas
cientficos, outros assuntos referentes aos interesses profissionais de biomdicos.
Outras entidades cientficas como so os casos das Sociedades
Brasileiras de: Anlises Clnicas, Hematologia e Hemoterapia, Patologia Clnica,
Imunologia, Microbiologia, e Gentica, entre outras, promovem congressos anuais
com temas especficos de suas reas mas que tambm interessam aos estudantes de
biomedicina.
Especialmente a Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio
Preto, pelo seu perfil cientfico e de formao de recursos humanos em laboratrios
clnicos, promove anualmente, no ms de maio, o Simpsio de Anlises Clnicas. Esse
simpsio que tem tradio de dez anos, apresenta temas em todas as reas
biomdicas e atrai estudantes e profissionais das reas biolgicas.
muito importante que alunos dos cursos de Biomedicina participem
desses eventos cientficos, pois neles possvel o aluno descobrir o seu talento,
observar formas diferentes de apresentaes de temas, participar de debates de
interesse profissional, adquirir postura acadmica, ter contato com pesquisadores e
professores de renome nacional e internacional. Outras vezes possvel apresentar o
resumo do trabalho de estgio do aluno sob forma de pster ou tema-livre (oral).
A participao em congressos, simpsios e reunies cientficas
enriquecem tambm o currculo do aluno e d segurana em muitos assuntos de
importncia para a profisso escolhida.
Por outras vezes, os contatos com professores presentes nesses eventos
produzem intercmbios de interesses para estudantes, geralmente caracterizados por
estgios de aprendizagem ou, at mesmo, participao em projetos de pesquisas.
muito comum ocorrer lanamento de livros durante os congressos
cientficos, da mesma forma que h livrarias expondo centenas de livros com
diferentes ttulos em estandes. Esse fato, embora singular, passa a ser importante
quando h interesse em se adquirir livros para dar suporte construo de sua vida
profissional.
SOU BIOMDICO, E AGORA?
A maioria dos recm graduados desconhece completamente a melhor
forma de se inserir no mercado de trabalho. H todo um processo necessrio para
exercer a profisso. Na realidade so duas providncias muito simples que devero
ser tomadas, conforme se segue.
Primeira providncia ao receber o certificado de concluso do curso
de Biomedicina, o biomdico deve solicitar a Carteira de Identidade Profissional
expedida pelo Conselho Regional de Biomedicina da respectiva jurisdio. Somente
com essa carteira o biomdico ter permisso para exercer a sua profisso junto
Vigilncia Sanitria, Agncia Nacional de Sade, na abertura de empresa, e na
obteno de emprego, principalmente. A tabela 3 apresenta os Conselhos Regionais
de Biomedicina das quatro regies e os respectivos estados de suas competncias.
Por outro lado, importante saber que, alm dos conselhos regionais,
h o Conselho Federal de Biomedicina. Esse conselho tem muitas atribuies entre
as quais se destacam o estabelecimento de funes normativas em relao
regulamentao da profisso de Biomdico, bem como a superviso e a fiscalizao
do exerccio profissional em todo o territrio nacional, alm de organizar e instalar os
Conselhos Regionais de Biomedicina.
Tabela 3 Conselhos Regionais de Biomedicina e os respectivos estados de
jurisdio.
CONSELHOS ESTADOS CRBM 1 Regio Esprito Santo, Mato Grosso do Sul, Paran, Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, So Paulo CRBM 2 Regio
Alagoas, Bahia, Cear, Paraba, Pernambuco, Piau, Rio Grande do Norte, Sergipe
CRBM 3 Regio
Distrito Federal, Gois, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondnia, Tocantins
CRBM 4 Regio
Acre, Amap, Amazonas, Maranho, Par, Roraima
Segunda providncia a segunda providncia se deve regularizao
do recm graduado como cidado ou cidad para o exerccio do trabalho. Assim
necessrio requerer a Carteira de Trabalho junto representao do Ministrio do
Trabalho em sua cidade; a Inscrio na Prefeitura como autnomo e, com esses
documentos, retirar o carn do INSS e o nmero de matrcula do INSS. Com o carn
do INSS, poder dar incio ao pagamento da aposentadoria e utilizar os benefcios
desse instituto. Entretanto, para maior comodidade e melhor orientao preciso
procurar um bom escritrio de contabilidade que providenciar todos esses
documentos por um custo acessvel.
COMO FAZER O CURRCULO PROFISSIONAL
Uma das formas de se tornar conhecido profissionalmente a
elaborao do conjunto de suas atividades sob a forma de currculo. Essa palavra tem
origem do latim curriculum vitae, que se refere ao desempenho demonstrado por
meio da vida acadmica e/ou profissional.
A elaborao do currculo fundamental para a apresentao formal do
indivduo. Devem constar do currculo as seguintes informaes:
Dados Pessoais
Nome
RG
CPF
Sexo / Data de Nascimento/ Naturalidade/ Nacionalidade
Endereo
Telefone
Formao Acadmica
Curso em que se graduou, nome da instituio universitria,
cidade, UF e ano.
Estgios realizados durante a graduao: rea de atuao,
laboratrio, tempo de durao (carga horria), orientador
Monitoria: idem ao estgio
Titulao (somente para graduados)
Curso de Ps-graduao lato sensu: nome do curso, nome da
instituio promotora do curso, do coordenador (ou orientador),
nome do ttulo da monografia, tempo do curso em horas/aula,
data da concluso do curso, cidade e estado da instituio
promotora.
Cursos de Ps-graduao strictu sensu (Mestrado e Doutorado):
nome do curso, da rea de concentrao, da instituio e do
orientador. Ttulo da dissertao de mestrado e da tese de
doutorado. Ano da concluso do mestrado e do doutorado.
Ttulo de Especialista obtido por meio de exames promovidos
por Conselhos Regionais de Biomedicina ou sociedades
cientficas da rea que se quer se tornar especialista.
rea de Especialidade
Referir ao estgio de concluso do curso com identificao da
rea, nome do orientador, perodo em meses e carga horria.
Estgios realizados aps a graduao: rea de atuao,
laboratrio, tempo de durao (carga horria), orientador e
perodo (datas inicial.e final).
Idiomas
Referir-se a um ou mais idiomas estrangeiros, seu grau de
conhecimento e, se for o caso citar certificao obtida.
Prmios
Referir-se a prmio conquistado por participao em trabalho
cientfico, instituio outorgante, ttulo do trabalho, ano da
premiao.
Participao em eventos cientficos
Referir-se a participaes em congressos, simpsios e reunies
cientficas indicando rea de atividade, instituio promotora,
data e local.
Produo Cientfica
Citar trabalho publicado sob forma de resumo em Anurio de
Congresso, indicando o nome do Congresso, ttulo do trabalho,
autor/co-autor, ano da publicao e pgina do Anurio.
Citar trabalho cientfico publicado em revista cientfica, com
nome do autor/co-autor, do trabalho, nome da revista, volume
da revista, pginas inicial e final, e ano da publicao.
Citar monografia, ttulo, orientador, nmero de pginas,
instituio em que foi elaborada, ano da publicao.
Livro(s) Publicado(s)
Citar o ttulo do livro, autor/co-autor, editora, cidade e ano da
publicao.
Dados complementares
Ex.: Citar o nvel de conhecimento de informtica, de programas de
computao (Power-point, Flash, Corel, etc.). Se houve participao de
expedio cientfica em lugares de importncia (Amazonas, Xingu,
etc.). Palestras ministradas indicando instituies, temas e datas.
Observaes:
1) A disposio do currculo deve ser em folhas corridas, sem foto e
sem indicao de casado(a), divorciado(a). Usar letras tamanho 14.
2) Aps a graduao, outros itens devero ser adicionados ao
currculo: estgios, cursos de ps-graduao, participao em
eventos cientficos, experincia profissional, ps-doutorado, etc.
OPES DE TRABALHO PARA O BIOMDICO
As opes de trabalho para o biomdico podem ser agrupadas em:
PS-GRADUAO
DOCNCIA
PESQUISADOR CIENTFICO
EMPRESARIAL
COLOCAO FUNCIONAL (EMPREGO)
COMPLEMENTAO PROFISSIONAL NO EXTERIOR
Em todas essas atividades, o biomdico deve se identificar com reas de
competncia profissional nas quais poder atuar, conforme mostra a tabela 4. Essas
reas foram compostas pelo rol ou lista de disciplinas durante o curso de graduao,
e sua atuao pode ser a de docente, pesquisador, proprietrio ou scio de empresas
(laboratrio, empresas) e em colocao funcional por meio de emprego.
Tabela 4 reas de competncia profissional do biomdico.
rea Disciplina Relacionada
Competncia Profissional
ANLISES CLNICAS
Citologia Fisiologia Humana Bioqumica Geral Bioqumica Clnica Qumica (G,A,O)* Biofsica Gentica Humana Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia Imunologia (G,A)* Bioestatstica Informtica Biologia Celular Biologia Molecular Anlises Clnicas**
Realizar anlises Ser responsvel tcnico Assinar e emitir laudos Assumir chefias tcnicas
Ser diretor de laboratrio
Ser proprietrio de laboratrio
Processar sangue e derivados
Realizar exames pr-transfusionais
*** (verificar excees)
BANCO DE SANGUE
Anatomia Humana Fisiologia Humana Bioqumica Geral Biofsica Gentica Humana Biologia Celular Citogentica Bacteriologia Imunologia (G, A)* Bioestatstica Informtica Citometria de Fluxo Biologia Molecular Hematologia Banco de Sangue ** Biotecnologia Epidemiologia Sade Pblica
Processar sangue e
derivados Realizar sorologia Realizar exames pr-
transfusionais Assumir chefias
tcnicas Ser diretor do banco de
sangue vedado realizar a
transfuso *** (verificar excees)
ANLISES AMBIENTAIS
Fisiologia Humana Bioqumica Geral Qumica (G,A,O)* Biologia Celular Informtica Bioestatstica Matemtica Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia Epidemiologia Sade Pblica Biodiversidade Citologia Fisiologia Humana Bioqumica Geral Qumica (G, A,O)*
Prestar consultorias Ser proprietrio da
empresa Realizar anlises fsico-
qumicas Realizar anlises
microbiolgicas
ANLISES BROMATOLGICAS
Biofsica Bacteriologia Micologia Parasitologia Informtica Biotecnologia Epidemiologia Sade Pblica
Realizar anlises de
alimentos Realizar anlises fsico-
qumicas Ser proprietrio da
empresa
BIOLOGIA MOLECULAR
(DNA)
Fisiologia Humana Citologia Biologia Celular Biologia Molecular Gentica Oncologia Molecular Citogentica Bioqumica Geral Qumica Geral Biofsica Biotecnologia Evoluo Informtica
Realizar anlises
moleculares Interpretao de
resultados Emisso e assinatura de
laudos e pareceres tcnicos
*** (verificar excees)
CITOLOGIA
Anatomia Humana Anatomia Patolgica Fisiologia Humana Embriologia Citologia Biologia Celular Histologia Qumica Geral
Realizar avaliao
citolgica do material esfoliativo (citologia esfoliativa)
*** (verificar exceo)
BIOINDSTRIA E BIOEMPRESA
Todas as disciplinas bsicas e mais: Biodiversidade Bioempresa Bioindstria Mercado de Trabalho Bioinformtica Biomatemtica
Anlises qumicas e
biolgicas Produo de soros,
vacinas, kits de reagentes para anlises
Assumir chefias tcnicas
Ser diretor ou proprietrio da bioempresa ou bioindstria
IMAGENOLOGIA
Anatomia Humana Anatomia Patolgica Fisiologia Humana Bioqumica Biofsica Biologia Celular Bacteriologia Micologia Citologia Gentica Imagenologia **
Realizar radiografias,
ultrassonografia, tomografia, ressonncia magntica e medicina nuclear
vedada a interpretao de laudos
* - G: Qumica Geral; A: Qumica Analtica; O: Qumica Orgnica. ** - obrigatria a realizao de estgio oficializado em hemocentros. *** - vedada a coleta de material obtido por punes espinal (lquor), medular
(mielograma), e de lquidos cavitrios.
OPO POR PS-GRADUAO
A ps-graduao a seqncia natural para o biomdico que deseja dar
continuidade aos seus estudos, ou para aqueles que tm aspiraes de se tornar
professor universitrio ou pesquisador cientfico.
H dois tipos de ps-graduao: lato sensu e strictu sensu, essas
palavras latinas indicam respectivamente conhecimento amplo (lato sensu) e
conhecimento especfico (strictu sensu). Assim, a opo natural nos dias atuais
freqentar inicialmente um curso de ps graduao lato sensu, tambm conhecido
por curso de especializao, com o objetivo de aprofundar o conhecimento em
determinada rea (ex.: Hematologia Laboratorial, Hematologia Citolgica,
Imunologia, Biologia Molecular, Anlises Clnicas, Microbiologia, etc.). Esse curso de
ps graduao geralmente amplia o conhecimento do aluno na rea escolhida.
comum que alunos que freqentam cursos de ps-graduao lato-sensu fiquem
estimulados a dar seqncia em seus estudos, optando por escolherem assuntos
especficos, por exemplo: hematologia das leucemias, biologia molecular em
cardiopatias, imunologia das doenas reumticas, etc.) e, dessa forma, decidirem
prestar exames de admisso para cursos de ps-graduao strictu sensu. Essa ps-
graduao oferece os cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado.
Apresentaremos a seguir os vrios tipos de cursos de ps-graduao
para aqueles que tenham a inteno de freqent-los.
PS-GRADUAO lato sensu OU ESPECIALIZAO
So cursos oferecidos por universidades, faculdades, institutos de
pesquisas e na Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio Preto, SP, com o
objetivo de aumentar os conhecimentos do aluno em determinadas disciplinas, com
nfase em atividades prticas.
A grande vantagem dos cursos de ps-graduao lato sensu se deve ao
fato de no exigir a dedicao integral, pois as aulas ocorrem uma ou duas vezes por
ms. Os cursos lato sensu podem ser oferecidos sem que seus programas sejam
submetidos avaliao do MEC, com exceo dos cursos de formao de professores.
Cada instituio define suas exigncias para a admisso e para a concluso.
necessrio ter, no mnimo, 360 horas de aulas, 75% de freqncia e apresentao de
monografia como requisitos de certificao. importante que o curso e a instituio
tenham o reconhecimento profissional junto sociedades cientficas ou por empresas
que atuam na rea (ex.: laboratrios de anlises clnicas), ou de professores da rea.
PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE MESTRADO
Esse curso de ps-graduao s pode ser oferecido por instituies que
foram avaliadas e autorizadas pelo MEC (Ministrio da Educao), e que tenha sido
aprovado pela CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel
Superior). O curso de mestrado destinado a profissionais que tenham o objetivo de
se tornar professor universitrio (docncia) ou pesquisador cientfico. Geralmente o
tempo de durao de uma ps-graduao strictu sensu nvel de mestrado de 2 a 3
anos, conforme o estabelecido pela instituio. Para freqentar o curso de mestrado
h pr-requisitos que dependem de cada instituio. Um desses pr-requisitos que
o candidato tenha proficincia em ingls. Em algumas instituies, h a
obrigatoriedade de o candidato estagiar por seis meses e assim poder ser submetido
avaliao prvia. Em outras instituies exigida dedicao integral ao curso.
Geralmente os cursos de mestrado bem avaliados recebem bolsas de estudos para
serem distribudas aos seus alunos.
Para concluir o mestrado necessrio cursar as disciplinas oferecidas
que somam um determinado valor de crditos de horas/aula e apresentar defesa
pblica de dissertao de mestrado, avaliada por trs examinadores com o ttulo
mnimo de doutor.
PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE MESTRADO
PROFISSIONALIZANTE
Esses cursos so mais flexveis e oferecem conhecimentos objetivando
sua aplicao no mercado. Ainda so poucas as universidades ou instituies que
oferecem o programa de mestrado profissionalizante. Para concluir o curso as
exigncias so semelhantes s do mestrado: freqentar aulas que somam um valor de
crditos de horas/aula e apresentar uma dissertao em forma de projeto com
aplicabilidade profissional. A defesa da dissertao tambm avaliada por uma
banca de trs examinadores com ttulo mnimo de doutor.
PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE DOUTORADO
Para cursar ps-graduao em nvel de doutorado, necessrio ter o
ttulo de Mestre. Excepcionalmente um profissional de reconhecido saber cientfico
na sua rea de atuao pode cursar o doutorado sem ter o ttulo de Mestre aps
julgamento por comisso de professores do curso de ps-graduao. Da mesma
forma, como acontece com a ps-graduao em nvel de mestrado, somente
instituies credenciadas pelo MEC e com o curso de ps-graduao de doutorado
aprovado pela CAPES podem oferecer essa ps-graduao. O objetivo do doutorado
aprofundar de forma intensa os conhecimentos para o desenvolvimento de
pesquisas cientficas. Os pr-requisitos para o ingresso no curso dependem de cada
instituio, porm a obrigatoriedade de ter um bom projeto de doutorado condio
bsica para a admisso em cursos de ps-graduao em nvel de doutorado. O
tempo de durao de uma ps-graduao strictu sensu nvel de doutorado, de 2 a
3 anos, conforme o estabelecido pela instituio.
Para concluir o curso de doutorado necessrio cursar as disciplinas
oferecidas que somam um determinado valor de crditos de horas/aula, e apresentar
defesa pblica da tese de doutorado, avaliada por cinco examinadores (incluindo o
orientador), todos com o ttulo mnimo de doutor.
Geralmente ao se obter o ttulo de doutor, o profissional ter maior
facilidade em ser contratado como docente em universidades ou faculdades, ou
como pesquisador em instituies de pesquisa.
Para melhores informaes sobre cursos de ps-graduao strictu
sensu consultar o site da CAPES www.capes.gov.br e assim ser possvel ter acesso
informaes sobre as instituies universitrias que promovem cursos de ps-
graduao em nveis de mestrado e doutorado, os tipos de cursos e as regies e
cidades em que esto instalados.
DOCNCIA
A opo por docncia no ensino universitrio requer qualidades
pessoal e profissional. Entre as qualidades pessoais se destacam o nvel cultural do
docente, sua facilidade de comunicao, o carisma de sua personalidade, a
organizao na disposio de assuntos e muita vontade de seguir aprendendo e
pesquisando novos conhecimentos. Por outro lado, sob o ponto de vista profissional,
necessrio ter o conhecimento das bases pedaggicas direcionadas ao ensino
superior e ter boa experincia terica e prtica da disciplina sob sua tutela.
Atualmente, a maioria das instituies de ensino universitrio est exigindo que o
docente tenha pelo menos o ttulo de mestre. H outras, inclusive, que esto
contratando preferencialmente profissionais com o ttulo de doutor.
Nas instituies pblicas de ensino universitrio as contrataes
ocorrem por meio de concursos pblicos, anunciados em editais que so publicados
em jornais de grande circulao. Entre os requisitos bsicos para poder concorrer
esto: documentos de identidade, CPF, diploma de curso superior, currculo e
certificado de curso de ps-graduao strictu sensu no nvel de mestrado e/ou
doutorado. Os concursos geralmente so avaliados por trs docentes titulados por
meio de entrevista, aula sorteada com alguns dias de antecedncia e anlise de
currculo.
Nas instituies privadas ou particulares, as contrataes nem sempre
so por concursos pblicos. Muitas vezes so por indicaes de colegas ou at
mesmo por oportunidades de momento, ou seja, a necessidade de se contratar um
docente e a disponibilidade do profissional para a vaga que se prope. De qualquer
forma os requisitos bsicos so sempre os mesmos: documentos, diploma, currculo,
etc.
PESQUISADOR CIENTFICO
O biomdico que pretende ser pesquisador cientfico deve ter a noo
biolgica de transformao e de mudana, ou seja, deve ter a inspirao de um
Lavoisier (...na natureza tudo se transforma.) e o entusiasmo potico de um Lulu
Santos (...nada do que foi ser de novo do jeito que j foi um dia, tudo muda o tempo
todo....). Obviamente isso requer excepcionais qualidades de organizao, dedicao
e muito talento. Deve estar constantemente atualizado cientificamente,
tecnologicamente e, principalmente, culturalmente. E apesar de todas essas
qualidades que daro uma certa excentricidade, o pesquisador geralmente
despreendido. Por essa razo , em geral, mal remunerado. Porm fica muito feliz
quando lhe do condies boas de trabalho.
Muitas pessoas imaginam que o pesquisador j nasce com essa aptido
natural. Em parte essa idia pode ter um pequeno fundo de verdade, mas, na
realidade, o verdadeiro pesquisador cientfico se descobre durante o curso de
graduao. O interesse e a paixo por determinado assunto gradualmente vai
direcionando a sua escolha. Mas para ser pesquisador preciso aprender com outros
pesquisadores. Esse aprendizado ocorre durante os cursos de ps-graduao,
inicialmente o lato sensu e, a seguir, nos de strictu sensu (mestrado e doutorado).
Mesmo assim, o seu amadurecimento como pesquisador cientfico somente
acontecer, quando realizar o ps-doutorado no Brasil ou no exterior, oportunidade
em que o seu esprito crtico-cientfico ser estimulado.
importante lembrar que, para ter sucesso na pesquisa cientfica,
necessrio juntar trs qualidades: criatividade, capacidade de organizao e muito
trabalho.
OPES EMPRESARIAIS
O biomdico tambm pode ser empresrio em atividades que so de
sua competncia profissional, conforme as reas apresentadas na tabela 4. O
biomdico que pretende ser empresrio precisa ter as seguintes qualidades;
- saber se comunicar com facilidade
- ser organizado nas idias e na contabilidade
- ter noo da relao custo/benefcio
- ter muita noo de oramento, de crdito e de dbito
- ser ponderado nas decises importantes
- ser audacioso
- ter ambio
- entender do empreendimento
- ser criativo
Para exemplificar a criao de uma empresa, ser utilizada a
montagem de um laboratrio de anlises clnicas. A palavra montagem significa
por a funcionar. Dessa forma, a seqncia proposta a seguir o modo desejvel para
abrir uma empresa, evitando erros futuros, desiluses profissionais e perda de
dinheiro.
Primeira providncia: Pesquisa de mercado.
A pesquisa de mercado deve ser realizada por profissionais de
Marketing e Publicidade. No presente caso, a pesquisa dever ser dirigida para uma
situao especfica: montagem de um laboratrio clnico numa determinada
cidade. Portanto a pesquisa de mercado dever incluir as seguintes consultas:
a) Nmero de habitantes da cidade e sua classificao scio-
econmica pelo ndice IDH.
b) Classificar a caracterstica da cidade: industrial, comercial,
pecuria, agrcola, universitria, etc.
c) Nmero de laboratrios privados ou particulares, tempo de
atividade e de prestgio de cada um.
d) Nmero de laboratrios pblicos e tipo de atendimento (SUS,
hospitalar, etc.). Avaliar o prestgio de cada um.
e) Determinar se h preferncia da clientela em relao a um ou
outro laboratrio.
f) Empresas de convnio de sade. Identificar os valores pagos por
procedimentos (exames laboratoriais), as que pagam em dia, e as
que esto abertas para novos conveniados.
g) Nmero de mdicos da cidade e regio, notadamente clnicos
geral, pediatras, ginecologistas/obstetras, hematologistas e
endocrinologistas.
h) Identificar qual o melhor local para instalar o laboratrio, levando
em considerao o nmero de clnicas, acesso de transportes
coletivos, estacionamento de automveis, etc.
i) Identificar as principais reclamaes de mdicos e clientes em
relao aos laboratrios da cidade e regio.
j) Procurar saber quais as melhores expectativas que o cliente e o
mdico esperam de um laboratrio.
k) Procurar saber os principais meios de divulgao da cidade e que
estejam direcionados para clientes, mdicos e empresas.
A pesquisa de mercado tem um custo relativo consultoria solicitada e
depende do seu grau de complexidade. Portanto, apesar do custo que dever ser
negociado, prefervel investir uma certa quantia para no abrir o laboratrio numa
cidade ou num lugar errado, evitando srios prejuzos financeiros.
Segunda providncia: A abertura da empresa.
Para a abertura da empresa, importante que se consulte um bom
escritrio de contabilidade, pois h vrios tipos de empresas e tipos de impostos que
podem ser desconsiderados. Continuando com o exemplo da abertura de um
laboratrio de anlises clnicas, em geral os documentos necessrios so os seguintes:
Cpia autenticada do CPF e RG
Comprovante de endereo da sede da empresa (contas de luz,
gua ou telefone)
Definir o valor de capital inicial da empresa
Definir o nome da empresa
Definir a atividade da empresa
Solicitar junto Prefeitura Municipal da cidade onde se pretende
instalar a empresa, uma consulta prvia do endereo para saber
se a atividade pretendida naquele endereo est de acordo com a
lei de zoneamento
Ter um biomdico habilitado como responsvel e com registro
no Conselho Regional de Biomedicina
Terceira providncia: Como ser o laboratrio.
A deciso do porte do laboratrio depender dos exames que se
pretende fazer e daqueles que sero terceirizados, juntamente com as informaes
relativas consultoria de marketing. H trs tipos de laboratrios com referncia ao
seu tamanho: pequeno, mdio e grande. muito difcil definir o porte de um
laboratrio; h aqueles que so definidos pelo nmero de exames/dia, em outros so
considerados tambm o nmero de profissionais envolvidos, entre outras formas de
apreciao. De qualquer modo, pode-se considerar como de pequeno porte os
laboratrios que recebem at 50 pacientes por dia; os de mdio porte, entre 50 e 300
pacientes/dia, e os de grande porte, acima de 300 pacientes/dia.
Decidido o porte do laboratrio que se quer formar, chegado o
momento de adequ-lo fisicamente num local, bem como a escolha do nome e do
logotipo, a compra de equipamentos, a padronizao tcnica dos exames, a escolha
de laboratrios de apoio para realizar exames complexos ou onerosos, a
informatizao global do laboratrio e a elaborao dos laudos para os diferentes
tipos de exames. Juntamente com essas deliberaes, h a escolha dos funcionrios:
secretria(s), tcnico(s), auxiliar(es), etc.
Quarta providncia:Vender os servios.
Provavelmente a venda dos servios do laboratrio poder ser
considerada a mais difcil. Durante toda a vida do universitrio, os estudos, as
provas e as cobranas mensais e anuais do desempenho escolar e universitrio foram
uma constncia. Ao longo desse tempo houve pouco relacionamento fora dos muros
das escolas e faculdade. Agora chegou o momento de se relacionar e dizer
comunidade que os servios prestados pelo laboratrio que est sendo montado so
bons e os resultados fidedignos, entre outras qualidades.
A venda de servios dever ser contnua, ou seja, durante toda a vida
desse laboratrio. Lembre-se que de pouco adiantar que quem montou o laboratrio
seja um excelente profissional e suas anlises as melhores, se esses fatos no forem
divulgados. Caso falte aptido para vender servios preciso contratar um
profissional, ou uma empresa, para faz-los.
Quinta providncia: preciso no se esquecer de:
a) Atualizar sempre os produtos (anlises e servios);
b) Alm de procurar ser o melhor, necessrio procurar ser diferente;
c) Manter constante contato com clientes, mdicos e empresas;
d) Cumprir o que foi tratado (ex.: entrega dos resultados de exames no
dia e hora prometidos);
e) Tornar o laboratrio mais gil que o do concorrente;
f) Tratar os funcionrios como seres humanos, com talentos diversos e,
em troca, eles vestiro a camisa da empresa.
OUTRAS OPES EMPRESARIAIS
Bioempresas Empresas de venda de produtos e equipamentos
laboratoriais e hospitalares.
Bioindstrias Empresas de produo de kits ou de equipamentos
laboratoriais, direcionados a laboratrios, aulas prticas de escolas e
cursos da rea biolgica.
Laboratrio de anlises ambientais um novo campo empresarial
em expanso.
Laboratrio de biologia molecular atividade de laboratrio de
apoio para outros laboratrios.
COLOCAO FUNCIONAL
importante saber que o emprego mudou de foco: sai o emprego e
entra o empregvel.
O emprego sempre foi encarado como uma ocupao da qual o
funcionrio era um apndice com atividades especficas e com limitada participao
no desenvolvimento da empresa.
O empregvel o profissional desejado pelas boas empresas e que deve
ter as seguintes qualidades:
ser parceiro e cooperador para o desenvolvimento da empresa;
aceitar novos vnculos e acordos de trabalho;
ser especialista inteligente, com mente aberta, socivel e lder;
ajudar administrar a empresa num novo sentido: do futuro para
o presente;
ter flexibilidade nas decises;
ter conscincia de que todos esto num mesmo barco, ento...
O biomdico por sua formao ecltica tem muitas possibilidades de se
tornar empregvel em laboratrios (de anlises clnicas, hematologia, imunologia,
reproduo humana, biologia molecular, pesquisas cientficas), em bancos de sangue,
em hemocentros, em clnicas de diagnsticos de imagens, em indstrias e
bioindstrias, em empresas de biotecnologia e bioempresas, etc.
Para se tornar empregvel, preciso procurar o novo ambiente de
trabalho em anncios em jornais de grande circulao, internet e contatos pessoais.
Essa procura deve ser acompanhada de muita vontade, persistncia e personalidade.
importante ter currculo sempre atualizado e, ao procurar um tipo de servio, por
exemplo: laboratrio de reproduo humana, necessrio procurar a respeito do
que seja a atividade dessa rea.
Ao entregar o currculo fundamental que o candidato o faa
pessoalmente ao responsvel do laboratrio, ou da empresa; no sendo possvel
entregar a eles, a entrega deve ser feita para a chefia do recursos humanos. Nessas
oportunidades a sua manifestao de conseguir a funo importante. Em ltimo
caso, pode-se optar por deixar o currculo com a secretria e, nesse caso, procurando
conquistar a simpatia dela.
H ainda a possibilidade dos concursos pblicos.
COMPLEMENTAO PROFISSIONAL NO EXTERIOR
A complementao profissional no exterior exige dois requisitos
bsicos: estgio com ou sem realizao de pesquisa em rea cientfica, com pouca ou
nenhuma oferta no Brasil e bom conhecimento do idioma do pas em que se pretende
realizar o estgio. Inicialmente preciso contatar o departamento e a universidade
onde se pretende o estgio e solicitar os documentos necessrios para esse fim. As
universidades estrangeiras, em especial as inglesas e americanas, exigem provas em
ingls. Essas provas so avaliadas por testes efetuadas pela Scholastic Aptitude Test
(SAT) tambm conhecido como ACT (American College Testing) e o Test of English
as Foreing Language (TOEFL). Esses testes so realizados no Brasil, e o resultado
emitido por pontuao. Algumas universidades ou laboratrios exigem um valor
mnimo dessa pontuao.
Se passou no teste e foi aceito para realizar o estgio no departamento
da universidade estrangeira, timo! O prximo passo solicitar bolsa de estudo para
o estgio no exterior. As principais instituies que oferecem bolsas de estudo, bem
como as exigncias bsicas, so apresentadas a seguir:
Capes Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior.
Vinculada ao Ministrio da Educao, oferece, no exterior, bolsas para
doutorado, estgio de doutorando e estgio ps-doutoral.
Informaes: www.capes.gov.br
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico.
rgo pblico federal, oferece bolsas de estudo no exterior para doutorado,
doutorado sandwish (parte no Brasil e parte no exterior) e ps-doutoral.
Informaes: www.cnpq.br
Consulado Reino Unido Braslia
Oferece bolsas para estgios e cursos em universidades inglesas.
Informaes: www.britishcouncil.org/brasil
Tel. (61) 2106 7528
Comisso Fulbright
Oferece bolsas de estudos para mestrado, doutorado, ps-doutorado e
alguns programas de curta durao nos Estados Unidos.
Informaes: www.fulbright.org.br
Agncia Espanhola de Cooperao Internacional
Bolsas de mestrado e doutorado em universidades da Espanha.
Informaes: www.aeci.es
Associao de Brasileiros Estudantes de Ps-Graduao e Pesquisadores na Gr-
Bretanha
Fornece informaes de instituies nacionais e estrangeiras que oferecem
bolsas de ps-graduao no Reino Unido.
Informaes: www.abep.org.uk
Cmara Americana do Comrcio
Bolsas de mestrado nos USA em diversas reas, sobretudo as Tecnolgicas.
Informaes: www.amcham.com.br
Centro Franco-Brasileiro de Documentao Tcnica e Cientfica
Bolsas para pesquisas de ps-graduao em reas Biomdicas, Clnicas e de
Sade Pblica, em universidades e instituies de pesquisa na Frana.
Informaes: www.cendotec.org.br
Organizao dos Estados Americanos (OEA)
Bolsas de ps-graduao e pesquisa em universidades e centros de formao
nos Estados membros e observadores da OEA.
Informaes: www.educoea.org ; www.oas.org
Programa Alban da Unio Europia
Bolsas de mestrado e doutorado para estudantes da Amrica Latina, na
Europa.
Informaes: www.programalban.org
PERSPECTIVAS FUTURAS EM BIOMEDICINA
No incio desse manual foi demonstrado que o curso de Biomedicina
foi institudo num perodo em que incluram a modernidade cientfica e tecnolgica
da rea Biolgica motivada por vrias conquistas na rea Mdica. Para chegar at
essa pgina o leitor obteve inmeras informaes histricas e acadmicas, sobre a
realizao de estgios e pesquisas, elaborao de currculo e cursos de ps-
graduao, entre outras. Todo o conhecimento, passado ao estudante ou ao
profissional recm-graduado em Biomedicina, teve o objetivo de contextualiz-lo na
profisso. Este captulo, o ltimo do manual, tem o objetivo de mostrar as
perspectivas futuras para os prximos cinco ou dez anos, em duas reas que tero
grande repercusso em todo o mundo: Biotecnologia e Oncologia Molecular.
Ser apresentado, a seguir, um resumo sobre esses dois temas
empolgantes, destacando que as empresas de biotecnologia pela sua amplitude de
aplicao na agricultura e na sade, arrecadam bilhes de dlares anuais. A
Oncologia Molecular est no incio, num movimento espetacular de agregao de
conhecimentos j bem estabelecidos, com resultados empolgantes.
Biotecnologia essa rea tem sido definida de muitas formas, mas, em
essncia, implica o uso de microrganismos (vrus, bactrias, bacterifagos e
protozorios) de clulas animais e vegetais, cujas enzimas e materiais genticos
manipulados laboratorialmente resultam em outros produtos com mltiplas
aplicaes. Os procedimentos utilizados pela biotecnologia requerem conhecimentos
da bioqumica e qumica, da biologia geral, celular e molecular, da matemtica e
informtica, de microbiologia e imunologia, da gentica e re-engenharia de produtos,
e da hematologia e citologia.
Atualmente a aplicao dos processos biotecnolgicos abrange oito
reas: 1) Tecnologia de Fermentao; 2) Tecnologia Enzimtica; 3) Tecnologia de
Reciclagem do Lixo Orgnico; 4) Tecnologia Ambiental; 5) Tecnologia de Fontes
Renovveis; 6) Tecnologia Imunolgica; 7) Tecnologia de Hemoderivados e 8)
Tecnologia de Produtos Agrcolas. A Tecnologia de Fermentao historicamente se
caracteriza por ser a rea economicamente mais importante da biotecnologia. As
produes de cervejas, vinhos e antibiticos evoluram tecnologicamente com grande
reflexo econmico. A Tecnologia Enzimtica se deve ao isolamento e purificao
de enzimas obtidas de clulas e microrganismos para catalizar com alta
especificidade reaes qumicas. Nos ltimos dez anos, a Tecnologia Enzimtica teve
magnficos progressos em anlises de biologia molecular por meio das
endonucleases de restrio (ou enzimas especficas) extradas principalmente de
bactrias com capacidade de selecionar seqncias de nucleotdeos que compem o
DNA de diversos genes e, dessa forma, romper suas ligaes, fragmentando o DNA
em pequenos pedaos que se tornam mais fceis de serem analisados por
eletroforeses. A Tecnologia da Bio-Reciclagem do Lixo Orgnico se destina a
produo de fertilizantes agrcolas, combustveis biolgicos e rao animal. A
Tecnologia Ambiental est direcionada para resoluo de problemas ambientais
como o controle da poluio, na remoo de lixo txico e na recuperao de metal
pesado em rios e lagoas. A Tecnologia de Fontes Renovveis est relacionada com a
produo de energia (etanol, metanol e hidrognio) extrada da celulose de alguns
tipos de vegetais. A Tecnologia Imunolgica evoluiu rapidamente por meio da
produo de anticorpos monoclonais, cada vez mais usados em diagnsticos
laboratoriais. A Tecnologia de Hemoderivados teve grande progresso nos ltimos
anos notadamente devido ao uso de mquinas de afreses. Entretanto essa tecnologia
se destaca principalmente pela coleta, processamento e congelamento de: clulas
tronco-perifricas para o transplante de medula ssea; fatores de coagulao
destinados aos hemoflicos; globulinas humanas, etc. Finalmente a Tecnologia de
Produtos Agrcolas tem se destacado principalmente pelos produtos transgnicos e
que, certamente, ter rpido progresso devido repercusso econmica.
Como se pode constatar, a atividade biomdica na Biotecnologia pode
estar diretamente relacionada com algumas dessas tecnologias (Enzimtica,
Ambiental, Imunolgica e Hemoderivados).
Oncologia Molecular uma nova especialidade que surgiu
recentemente com as informaes obtidas no Projeto Genoma Humano. Desse
estudo, obteve-se mais de um milho de seqncias de genes expressos em amostras
de tecidos normais e de diversos tumores. A caracterizao molecular do genoma
ter, em mdio prazo, profundas conseqncias na prtica mdica e no diagnstico
laboratorial de diversas patologias, com destaque para a previso de risco de alguns
tipos de cncer, bem como o diagnstico precoce.
Novas estratgias teraputicas, desenvolvidas com base em estudos
moleculares, com avaliao estrutural de molculas ou do perfil da expresso dos
genes nos tecidos tumorais (ex.: microarrays de DNA de leucemias em que possvel
avaliar cerca de 25 genes relacionados doena), certamente sero mais efetivas e
menos txicas. Alm disso, a grande quantidade de informaes a respeito dos
mecanismos moleculares que afetam os efeitos farmacolgicos, assim como a
diversidade de genes que regulam o metabolismo das drogas e carcingenos,
permitir tambm prever geneticamente os riscos individuais de doenas e das
respostas teraputicas. Por essas razes, a Oncologia Molecular se destaca como uma
especialidade promissora, notadamente nos grandes centros mdicos. Pela formao
curricular do biomdico, a opo por Oncologia Molecular necessitar, entretanto, de
muita dedicao e estudos que envolvem Citologia, Biologia Celular, Biologia
Molecular, Bioqumica e Gentica e de conhecimentos especficos recentes e que
incluem os aspectos moleculares das neoplasias, Oncogentica e Farmacogenmica.
REFERNCIAS CONSULTADAS
Bains W. Biotecnology. From A to Z, Oxford University Press, Oxford, 2nd ed., 2000.
CRBM Conselho Regional de Biomedicina, 1 Regio. Regulamentao e Cdigo de
tica da Profisso de Biomdicos., So Paulo, 2004.
Ferreira C.G. & Rocha J.C. Oncologia Molecular. Atheneu, So Paulo, 2004.
Guia do Estudante, Vestibular 2005. Editora Abril, So Paulo, 2004.
Guia do Estudante, Ps-Graduao MBA 2005. Editora Abril, So Paulo, 2005.
Horta W. Guia das Profisses. Agncia Educao, So Paulo, 2005.
Naoum P.C. Avanos tecnolgicos em hematologia laboratorial. Rev. bras. hematol.
hemot., 23:15 23, 2001.
Smith J. E. Biotechnology. Edward Arnold Ed., London, 1988.
Watson J.D. The human genome. Nature Publishing Group, London, 2001.
SITES CONSULTADOS
www.capes.gov.br www.unesp.br
www.cnpq.br www.mct.gov.br/temas/biotec
www.ciencianews.com.br www.baraodemaua.br
www.ufrj.br www.metodista.br
www.uff.br www.umc.br
www.ufrn.br www.fmu.br
www.ufrgs.br www.unifran.br
www.unifenas.br www.unimar.br
www.uniube.br www.ufpa.br
www.uel.br www.ufpe.br
www.cesumar.br
CONHEA A ACADEMIA D4E CINCIA E TECNOLOGIA
A Academia de Cincia e Tecnologia (AC&T) uma instituio
particular de ensino de ps-graduao lato sensu e de pesquisas cientficas na rea
de Hematologia. Foi fundada em 1998 e, at a edio deste manual, recebeu em seus
cursos cerca de 600 alunos provenientes de 240 cidades do Brasil, alm de alunos
estrangeiros do Paraguai e Colmbia.
Alm da estrutura funcional de alto nvel acadmico que inclui
auditrios, laboratrios, museu do laboratrio e biblioteca, oferece aos seus alunos,
durante os dias de curso, acomodao gratuita em seu Flat Residence e transporte
tambm gratuito.
A atualizao cientfica e pedaggica das aulas dos cursos da AC&T se
destacam pela introduo do Photo-Motion e de apresentaes cientficas marcantes.
Para os nossos alunos direcionamos todas as aulas em CD, totalizando
perto de mil slides.
Conhea a AC&T por meio do nosso site:
www.ciencianews.com.br
AC&T
ACADEMIA DE CINCIA E TECNOLOGIA DE
SO JOS DO RIO PRETO
Cursos de ps-graduao lato sensu em:
Anlises Clnicas
Hematologia Laboratorial
Hematologia Avanada
Hematologia e Banco de Sangue
Imunologia
Microbiologia
Biologia Molecular
Pesquisas cientficas em:
Hemoglobinopatias
Doenas hematolgicas
Radicais livres
Biologia molecular
Cursos de curta durao:
Citologia hematolgica
Hematologia para estudantes
Hemoglobinopatias e Talassemias
Informaes: Academia de Cincia e Tecnologia Rua Bonf Natale, 1860 Santos Dumont CEP: 15020-130 So Jos do Rio Preto SP Fone: (17) 233 4490 e-mail: [email protected] site: www.ciencianews.com.br