Manual Biomedicina

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Paulo Cesar Naoum-Biomedicina

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  • PAULO CESAR NAOUM

    BIOMEDICINA GUIA PARA ESTUDANTES E RECM GRADUADOS

    EM CURSOS DE BIOMEDICINA

    Edio da Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio Preto - SP

    2005

  • O AUTOR

    Paulo Cesar Naoum graduou-se em Biomedicina pela Faculdade de

    Cincias Mdicas e Biolgicas de Botucatu (atual UNESP) em 1969. Aps obter os

    ttulos universitrios de doutor (1972) e livre-docente (1983), tornou-se professor

    titular da UNESP em 1989.

    Foi professor nos cursos de Medicina e Biomedicina da UNESP de

    Botucatu (1970 a 1978), no curso de Medicina da Faculdade Regional de Medicina de

    So Jos do Rio Preto (1982 a 1984) e no curso de Cincias Biolgicas da UNESP de

    So Jos do Rio Preto (1979 a 2002).

    Realizou seu ps-doutorado pela Universidade de Cambridge,

    Inglaterra e fez estgios de especializao nas Universidades de Roma e Ferrara,

    ambas na Itlia. Foi diretor da UNESP de So Jos do Rio Preto, assessor tcnico da

    Organizao Mundial de Sade e assessor cientfico do Ministrio da Sade do

    Brasil. membro do corpo editorial de vrias revistas cientficas brasileiras e foi

    assessor do CNPq e FINEP. Foi orientador de alunos de Iniciao Cientfica e de Ps-

    Graduao nos nveis de Mestrado e Doutorado. Publicou trabalhos cientficos em

    revistas cientficas do Brasil, USA, Sua, Sucia, Rssia, Bolvia e Costa Rica. autor

    dos seguintes livros: Diagnstico das Hemoglobinopatias (1987), Eletroforeses (1989 e

    1994), Hemoglobinopatias e Talassemias (1992) e Doena das Clulas Falciformes

    (2004); esse ltimo em colaborao com o Dr. Flvio Augusto Naoum. Suas

    participaes em trabalhos cientficos foram premiadas pela Academia Nacional de

    Medicina, Colgio Brasileiro de Hematologia, e Sociedade Brasileira de Patologia

    Clnica. Atualmente diretor da Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do

    Rio Preto.

  • Dados para catalogao

    Direitos reservados AC&T de So Jos do Rio Preto, 2005

    AC&T

    Academia de Cincia e Tecnologia Rua Bonf Natale, 1860 CEP 15020-130 So Jos do Rio Preto, SP e-mail: [email protected] Fone: (17) 233 4490

    Biomedicina. Autor: Paulo Cesar Naoum So Jos do Rio Preto: Edio da Academia de

    Cincia e Tecnologia, 2005

    Orientaes acadmicas e profissionais para estudantes e graduados em cursos de Biomedicina.

  • PREFCIO

    H muito tempo tive a idia de escrever um manual que tivesse o

    objetivo de orientar os estudantes da rea biolgica, uma vez que fui professor em

    cursos de Medicina, Biomedicina e Biologia. Mas, pela minha formao biomdica,

    optei por faz-lo direcionado aos estudantes e profissionais (notadamente os recm-

    graduados) dos cursos de Biomedicina. Foi um trabalho difcil e que exigiu muito

    critrio na exposio dos diversos temas aqui abordados. As opinies que emito

    neste manual so de minha responsabilidade e espero que tenham alguma

    importncia para os leitores. bvio que um ou outro enfoque possa ser modificado

    nos prximos anos, e cito como exemplo o tema Perspectivas futuras em

    Biomedicina, que foi desenvolvido diante de uma avaliao deste atual momento.

    O autor

  • SUMRIO

    A histria da Biomedicina no Brasil 01

    O reconhecimento do curso de Biomedicina 06

    Cursos de Biomedicina no Brasil 08

    O currculo mnimo em Biomedicina 10

    As relaes entre as disciplinas do curso de Biomedicina 14

    Estgios e monitorias 16

    Qual a melhor poca para fazer estgios ou monitorias 17

    Estgios de concluso do curso de Biomedicina 18

    Participao em congressos, simpsios e outros eventos cientficos 20

    Sou biomdico e agora? 22

    Como fazer o currculo profissional 24

    Opes de trabalho para o biomdico 27

    Opo por ps-graduao 31

    Docncia 34

    Pesquisador cientfico 35

    Opes empresariais 36

    Colocao funcional 40

    Complementao profissional no exterior 42

    Perspectivas futuras em Biomedicina 44

    Referncias consultadas 47

    Conhea a Academia de Cincia e Tecnologia 48

    Cursos de Ps Graduao da AC&T 49

  • A HISTRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL

    A Biomedicina um curso relativamente novo que foi institudo num

    envolvente momento em que incluram a modernidade cientfica e tecnolgica da

    rea biolgica e com grande reflexo na sade, e as aspiraes sociais, polticas e

    culturais que estavam em plena ebulio entre 1960 e 1970.

    Nos anos 60 do sculo passado, ocorreram grandes transformaes no

    comportamento do mundo ocidental e, por conseqncia, na reorganizao de vrias

    atividades profissionais entre as quais a rea mdica. Destacam-se nesse perodo a

    realizao do primeiro transplante de corao feito na cidade do Cabo, frica do Sul

    e o avano excepcional da Imunologia com os primeiros testes imunolgicos

    aplicados s anlises clnicas. A dcada de 50 havia sido consumida na reconstruo

    dos estragos materiais em centenas de cidades europias, atingidas por bombardeios

    ocorridos na segunda guerra mundial (1940-1945). E mais ainda, na recomposio

    dos sentimentos de perdas de milhes de vidas, bem como dos distrbios

    psicolgicos que acompanham todas as tragdias, notadamente as de grandes

    propores. Por essa razo, certo que os anos 50 motivaram gradualmente a

    esperana de um mundo novo e mais alegre. Surgem esteretipos de atores e atrizes

    de Hollywood, entre os quais pode-se destacar o filme Juventude Transviada, com

    James Dean, cujo estilo de vida liderou um incio de rebelio comportamental da

    juventude em nvel mundial. Os jovens dessa poca aderiram a novos ritmos

    musicais, com o rocknroll se difundindo com incrvel rapidez entre os jovens

    para desespero dos pais e dos conservadores. A espiritualidade e as religies

    passaram a ser contestadas em seus dogmas. Foi o incio da formao de geraes de

    adolescentes e jovens que aprenderam a questionar princpios secularmente

    estabelecidos. Por serem fatos globalizados, principalmente pela indstria

    cinematogrfica, essa mudana de comportamento tambm atingiria os brasileiros.

    Somam-se a esses acontecimentos dois eventos que se tornariam inesquecveis e que

    revitalizariam a auto-estima do brasileiro. Um deles, que se ver adiante a sua

    grande importncia social e na rea da sade, foi a construo entre 1956 a 1960 da

    cidade de Braslia, que fora projetada para ser a capital do Brasil, e tambm para

  • descentralizar os poderes econmico, poltico, social e cultural. A construo em

    tempo recorde, associada ao trmino na data prevista, bem como sua arquitetura

    moderna e ampla divulgao internacional, transformou completamente a insero

    do brasileiro em relao sua importncia no contexto mundial. O outro evento se

    deveu conquista da copa do mundo de futebol, em 1958, na Sucia, com os

    brasileiros batendo os ingleses, franceses e suecos. Essas vitrias, que outra vez

    tiveram destaques internacionais, motivaram um refro no hino de vitria da

    conquista dessa copa, em que mostrava em bom som a nossa capacidade brasileira

    de vencer algo que parecia impossvel:

    A taa do mundo nossa com o brasileiro

    no h quem possa...

    Dessa forma, o grau de esperana, bem como os valores nacionais, se

    expandiram para todos os importantes setores da vida social, cultural, cientfica,

    comercial, industrial e poltica. Os meios de transporte tornavam-se cada vez mais

    eficientes e a descentralizao do poder mudou o sentido de migrao para a regio

    central do Brasil. A escolaridade passou a ser cada vez mais acessvel, e maiores

    contingentes de alunos chegavam s portas do ensino superior no final da dcada de

    60. A televiso e a mdia mostravam as maravilhas cientficas e tecnolgicas dos

    pases do primeiro mundo. Por essas razes, as cobranas para que todos

    acompanhassem o progresso no tardaram acontecer. Para seguir todo o

    desenvolvimento cientfico, cultural e tecnolgico que dia-a-dia era visto pelas

    imagens de televiso, em jornais e revistas era necessria a criao de mais cursos de

    Medicina, Odontologia, Biologia, Direito, Matemtica e Administrao,

    principalmente. E foi o que de fato aconteceu. Particularmente na rea da Sade,

    foram institudas mais faculdades de Medicina mantidas pelo governo do estado de

    So Paulo, com o objetivo de interiorizar a ateno mdica. Entre os anos 50 e 60

    surgiram as faculdades de Medicina das cidades de Ribeiro Preto, Botucatu e

    Campinas. No final dos anos 60, o excessivo nmero de vestibulandos com interesse

    no curso de Medicina estimulou a criao de faculdades particulares de Medicina em

  • Santos, Taubat, So Jos do Rio Preto, Jundia, entre outros, que se somariam e

    expandiriam rapidamente para outros estados.

    Os estudantes dos anos 60 no eram to passveis quanto aqueles dos

    anos 50. Questionavam a qualidade de ensino de suas faculdades e, mais tarde,

    questionariam com determinao as polticas pblicas e governamentais. No nvel

    interno de suas instituies, especialmente em faculdades de Medicina a luta era

    por melhores professores de cadeiras bsicas (ex.: Microbiologia, Fisiologia, etc.)

    pois estavam muito defasadas quando comparadas com as disciplinas das cadeiras

    aplicadas (ex.: Cardiologia, Neurologia, Molstias Infecciosas, etc.). Na realidade, as

    disciplinas bsicas das escolas mdicas eram ministradas principalmente por

    mdicos, dentistas e farmacuticos. Assim, a quase totalidade dos professores no

    tinha fundamentos pedaggicos e, tampouco, conhecimentos aprofundados e bases

    cientficas adequadas. Excepcionalmente, algumas faculdades de Medicina tinham

    em seus quadros de docentes o bilogo; esse profissional geralmente estava na

    conduo de disciplinas de Gentica, Citologia ou Histologia. Porm, faltava aos

    bilogos daquela poca o conhecimento biolgico e funcional da espcie humana,

    pois a maioria era graduada em Histria Natural um curso destinado ao estudo da

    biologia geral de microrganismos, insetos, vegetais e vertebrados inferiores,

    (rpteis, anfbios, peixes) principalmente.

    Juntamente a esses conhecimentos pontuais, a prpria estrutura das

    universidades e de suas faculdades era arcaica. No evoluram em relao ao que

    estava ocorrendo nos pases desenvolvidos. At a metade dos anos 60, a maioria das

    instituies universitrias tinha em sua composio acadmica a figura da ctedra e

    do catedrtico. As ctedras eram comandadas por professores com altssimo poder

    de deciso e estilo totalitarista, agravados por meio da efetivao do cargo at a

    aposentadoria. Muitos deles impediam o progresso cientifico de seus professores

    assistentes e, por conseqncia, das prprias instituies. Movimentos realizados por

    professores prejudicados por esse totalitarismo dos catedrticos, substituram

    gradualmente as ctedras pelos departamentos forma de atividade administrativa

    com a participao de vrios professores e que elegiam o chefe por perodo

    determinado. Portanto, a partir do momento em que os departamentos passaram a

  • ser formados nas universidades e institutos, a difuso de pesquisas cientficas entre

    laboratrios e professores passaram a ter maior expanso por meio de teses e

    publicaes cientficas. Surgia, assim, a partir desse perodo, um novo dinamismo

    universitrio. Da manifestou-se grande preocupao: quem seriam os profissionais

    com conhecimentos adequados para conduzir projetos de pesquisas em especial na

    rea da biologia mdica, e qual profissional estaria habilitado para realizar pesquisas

    nas reas bsicas que tivessem repercusses nas reas aplicadas?

    Diante desses problemas que tomavam corpo nas instituies mdicas e

    de sade, um grupo de professores liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da

    ento Escola Paulista de Medicina, props em 1966 a criao de um curso,

    inicialmente denominado de Biologia Mdica ou Cincias Biolgicas

    Modalidade Mdica, depois mudado para Biomedicina. O objetivo do curso de

    Biomedicina era o de formao de profissionais biomdicos para atuarem como

    docentes especializados nas disciplinas bsicas das escolas de Medicina e

    Odontologia, bem como de pesquisadores cientficos nas reas de Cincias Bsicas e

    com conhecimentos suficientes para auxiliarem pesquisas nas reas de Cincias

    Aplicadas. Essa proposta foi rapidamente implementada e os primeiros cursos de

    Biomedicina (alguns com os nomes de Cincias Biolgicas Modalidade Mdica ou

    Biologia Mdica) tiveram incio junto Escola Paulista de Medicina (atual UNIFESP),

    na Faculdade de Cincias Mdicas e Biolgicas de Botucatu (atual UNESP), na

    Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto (USP) e na Faculdade Nacional de

    Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Esses cursos criados entre 1966 e 1968

    tiveram seus alunos egressos, rapidamente absorvidos nas disciplinas bsicas de suas

    prprias faculdades ou ento em outras escolas de Medicina pblicas ou particulares.

    Muitos outros se direcionaram para laboratrios e instituies oficiais de pesquisas

    cientficas. Entretanto, nem todos os estudantes de Biomedicina, bem como alguns

    biomdicos graduados, queriam exercer atividades de docncia ou pesquisas

    cientficas mesmo sabendo que esse havia sido o objetivo do curso de Biomedicina.

    Os estudantes e seus representantes acadmicos passaram a pressionar as

    coordenaes de seus cursos para expandir suas atividades profissionais em anlises

    clnicas. As argumentaes dos estudantes tinham fundamento, pois as primeiras

  • turmas de biomdicos preencheram rapidamente as vagas de docncia de muitas

    escolas mdicas, e os novos contingentes de biomdicos graduados estavam

    desempregados. As reaes das direes das faculdades de Medicina que

    congregavam os cursos de Biomedicina foram diferentes. Algumas instituies

    aceitaram o dilogo e logo ampliaram os objetivos do curso de Biomedicina para o

    exerccio em anlises clnicas. Outras instituies, alm de ampliar os objetivos do

    curso, permitiram que biomdicos, graduados em suas faculdades, pudessem se

    transferir para o 3 ano mdico e, assim, graduar-se tambm em Medicina.

    A ampliao das atividades do profissional biomdico para o exerccio

    em anlises clnicas motivou, a partir de 1972, a abertura de vrios cursos de

    Biomedicina em diferentes regies do Brasil, porm a predominncia desses cursos

    foi em instituies particulares.

    O sucesso na formao desse novo profissional, com nfase em anlises

    clnicas, teve grande repercusso, e esse fato pode ser constatado pelo nmero

    altamente representativo de cursos de Biomedicina no Brasil (tabela 1), com um total

    de aproximadamente seis mil alunos (ver cursos de Biomedicina no Brasil).

    Atualmente muitos cursos de Biomedicina esto diversificando as

    nfases de atuao para outras reas alm das Anlises Clnicas, com destaque para:

    Imagenologia, Anlise Ambiental, Banco de Sangue, Biotecnologia, etc.

  • O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA

    Os primeiros biomdicos graduados no Brasil receberam seus

    certificados em 1968. Os profissionais graduados entre 1968 e 1970 foram contratados

    com relativa facilidade como docentes ou pesquisadores por vrias instituies

    pblicas de ensino superior ou de pesquisas cientficas. Poucos biomdicos

    graduados nesse perodo optaram por atuar em anlises clnicas. Entretanto, a

    abertura de novos cursos de Biomedicina, predominantemente em instituies

    particulares, apresentava como nfase principal na formao de seus alunos o

    exerccio profissional em anlises clnicas, a despeito das mltiplas opes que se

    ofereciam em seus currculos. Esse direcionamento de formao introduziu muitos

    biomdicos em laboratrios de anlises clnicas e suscitou a reao de outros

    profissionais que j atuavam na rea, como foram os casos de bioqumicos e mdicos

    patologistas clnicos. Esses profissionais se sentiram ameaados em seus empregos

    ou pela concorrncia empresarial. Houve, portanto, entre 1972 a 1983 muitos

    desentendimentos entre bioqumicos, patologistas clnicos e biomdicos, esses

    ltimos muitas vezes impedidos de exercer suas atividades em anlises clnicas em

    laboratrios pblicos e privados, e quase sempre descartados nos editais de

    concursos pblicos nessa rea. Obviamente a revolta entre os biomdicos graduados,

    bem como entre os estudantes de Biomedicina, se alastrou por todos os estados em

    que havia cursos de Biomedicina. Como reao natural a esse processo de rejeio da

    atividade profissional, com especificidade para atuao em anlises clnicas,

    formaram-se vrias lideranas de biomdicos, dando incio a memorveis campanhas

    em defesa da atuao do profissional e da regulamentao do curso.

    Para evitar a deselegncia da omisso de nomes de colegas que o autor

    naturalmente poderia cometer por esquecimento ou desconhecimento, optou-se por

    no declinar nomes de lderes dos vrios movimentos que participaram da luta pela

    insero do biomdico no mercado de trabalho. Porm, muitos deles so

    publicamente conhecidos por suas atividades com elogiveis atuaes nos Conselhos

    Federal e Regionais de Biomedicina, nas Associaes de Biomedicina, Sindicato de

  • Biomdicos, Universidades, Instituies de Pesquisas, Cmara de Deputados e

    Assemblias Legislativas Estaduais.

    Como resultado de anos de lutas, obteve-se, em 1979, a primeira lei que

    regulamentava inicialmente as profisses de bilogo e biomdico, bem como da

    criao dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina,

    especificamente (Lei n 6.684, de 3 de setembro de 1979). Entretanto essa

    regulamentao trazia interpretaes dbias, passveis de contestaes judiciais feitas

    por outros profissionais no biomdicos. As lutas continuaram, muitas vezes com

    passeatas e manifestaes pblicas; outras vezes, nos bastidores polticos de

    gabinetes de governos estaduais e federal, de deputados e de senadores.Essas

    presses pblicas e polticas resultaram numa nova lei emitida pela Presidncia da

    Repblica e pelo Congresso Nacional (lei n 7.135 de 26 de outubro de 1983) que

    trazia, em seus artigos 1 e 2, interpretaes novamente possveis de ser contestadas.

    Finalmente em 24 de junho de 1986 o Senado Federal promulgou a Resoluo n 86,

    que em artigo nico referendava o exerccio das atividades do biomdico, incluindo

    o exerccio pleno em anlises clnicas.

    Hoje, biomdicos, bioqumicos e mdicos patologistas clnicos atuam

    em anlises clnicas, com troca de experincias e colaboraes, com o objetivo de

    expandir com qualidade suas atividades cientficas e tecnolgicas, e tambm de

    exercer com plenitude a cidadania outorgada pela profisso que escolheram.

  • CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL

    Atualmente h pelo menos 56 cursos de Biomedicina no Brasil,

    distribudos por 16 estados (incluindo o Distrito Federal) e 45 cidades. A tabela 1

    apresenta esses cursos por estado, cidade e instituio. importante destacar que dez

    cursos de Biomedicina so pblicos (FMTM, UFPA, UFPE, UFRN, UFGRS, UFF,

    UFRJ, UNESP, USP e UNIFESP).

  • Tabela 1: Apresentao dos cursos de Biomedicina por estado, cidade e instituio. Estado Cidade Instituio

    Alagoas Macei CESMAC Amap Macap SEAMA Bahia Salvador EBMSP Distrito Federal Braslia UNICEUB Gois Goinia UCG, Fac. Padro Minas Gerais Alfenas Unifenas Minas Gerais Belo Horizonte Unifenas Minas Gerais Bom Despacho Unipac Minas Gerais Divinpolis Unifenas Minas Gerais Ipatinga Unipac Minas Gerais Joo Pinheiro FCJP Minas Gerais Montes Claros FUNORTE Minas Gerais Uberaba FMTM, UNIUBE Minas Gerais Varginha UNIS-MG Mato Grosso do Sul Dourados UNIGRAN Par Belm UFPA Paran Foz do Iguau UNIAMRICA Pernambuco Caruaru ASCES Pernambuco Recife UFPE Rio Grande do Norte Natal UFRN Rio Grande do Sul Cachoeira do Sul ULBRA Rio Grande do Sul Canoas ULBRA Rio Grande do Sul Cruz Alta UNICRUZ Rio Grande do Sul Novo Hamburgo FEEVALE Rio Grande do Sul Porto Alegre FFFCMPA, UFRGS Rio de Janeiro Niteri UFF Rio de Janeiro Rio de Janeiro UFRJ, UNIRIO Rondnia Porto Velho Fac. S. Lucas So Paulo Americana FAM So Paulo Araraquara UNIARA So Paulo Araras UNIARARAS So Paulo Botucatu UNESP So Paulo Descalvado Unicastelo So Paulo Fernandpolis FEF So Paulo Franca UNIFRAN So Paulo Itu CEUNSP So Paulo Limeira F. Inst. Einstein So Paulo Marlia UNIMAR So Paulo Mogi das Cruzes UMC So Paulo Ribeiro Preto USP, UBM So Paulo Santos UNILUS So Paulo So Bernardo do Campo UMESP, UNIBAN So Paulo So Paulo UNIFESP, UNIB, UNIBAN,

    UNIFMU, UNISA So Paulo Votuporanga UNIFEV Tocantins Palmas CEULP-ULBRA Obs: As instituies com letras vermelhas so pblicas e as demais so particulares.

  • O CURRCULO MNIMO EM BIOMEDICINA

    A composio curricular de qualquer curso varivel quando

    comparada entre diferentes instituies. No entanto h na disposio legal dos cursos

    de graduao, credenciados pelo Ministrio de Educao (MEC), um conjunto de

    disciplinas que compe o mnimo necessrio para a formao de um profissional.

    Assim, se se dispuser a analisar a estrutura curricular do curso de Biomedicina em

    cada instituio listada na tabela 1, ser possvel verificar que h diferenas entre as

    disciplinas que compem o currculo de cada curso. Alguns desses cursos oferecem

    disciplinas voltadas para interesses regionais (ex.: doenas tropicais), ou interesses

    institucionais muito comum nas instituies em que h um ou mais grupos de

    pesquisas com destaque em determinadas reas (ex.: Psicobiologia Experimental).

    Entretanto para formar um bom biomdico preciso que seus

    professores sejam bem qualificados por meio de cursos de ps-graduao strictu-

    sensu (mestrado e/ou doutorado) e que tenham experincia e didtica satisfatria

    dos assuntos que compem a(s) disciplina(s) de sua responsabilidade. Somam-se a

    esse requisito pedaggico a estrutura da instituio com reas fsicas adequadas para

    atender os alunos, laboratrios com equipamentos diversificados (microscpios,

    estufas, centrfugas, espectrofotmetros, aparelhos para eletroforeses e

    cromatografia, balanas analticas, pHmetro, pipetas de alta resoluo volumtrica,

    auto-claves, contadores automatizados de clulas do sangue, computadores, etc.). As

    aulas prticas devem conter amplo contedo de verificao citolgica, de avaliao

    quantitativa e qualitativa de reaes qumicas e imunolgicas, de cintica enzimtica,

    fracionamento de protenas, enzimas, DNA, entre outros. fundamental que a

    biblioteca tenha assinaturas de importantes revistas cientficas, relacionadas com a

    nfase do curso, alm de livros didticos variados para as diversas disciplinas.

    Atualmente imprescindvel o uso dos recursos de informtica, quer seja por meio

    de programas avanados (Flash, Photo-shop, Power-point, Corel-draw, etc.) bem

    como o contnuo acesso internet para pginas (sites) de relevncia cientfica.

    Um outro aspecto, pouco explorado nos cursos superiores, se refere

    necessidade de se ter uma disciplina especfica sobre mercado de trabalho, e de um

  • grupo de professores experientes capazes de mostrar a interao entre as diferentes

    disciplinas do curso.

    De uma forma geral, e para facilitar a disposio das disciplinas bsicas

    e optativas para a formao de um bom profissional biomdico, foram avaliadas as

    disciplinas oferecidas em alguns cursos de Biomedicina do Brasil e, da anlise do seu

    conjunto, foi possvel chegar ao agrupamento por reas. A tabela 2 relaciona 44

    disciplinas, das quais 30 delas so classificadas como bsicas e 14 como opcionais.

    Entre as opcionais, o autor colocou oito disciplinas que podem ser consideradas

    modernas para o atual estgio da Biomedicina: Citometria de Fluxo,

    Imunocitoqumica, Biomatemtica, Bioinformtica, Bioempresa, Bioindstria,

    Biodiversidade e Oncologia Molecular.

  • Tabela 2: Disciplinas bsicas e optativas por reas destinadas aos cursos de

    Biomedicina.

    rea Disciplinas bsicas Disciplinas optativas Morfo-fisiolgica Anatomia humana

    Embriologia humana Citologia Histologia Fisiologia humana

    Anatomia patolgica

    Biologia

    Biologia Celular Biologia molecular Biotecnologia

    Biodiversidade e meio ambiente

    Bioqumica

    Bioqumica geral Bioqumica clnica

    Qumica

    Qumica geral Qumica analtica Qumica orgnica

    Fsica

    Biofsica

    Gentica

    Gentica humana Citogentica

    Aconselhamento gentico

    Microbiologia

    Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia

    Engenharia gentica Epidemiologia Sade Pblica

    Imunologia

    Imunologia geral Imunologia aplicada a testes laboratoriais

    Citometria de fluxo Imunocitoqumica

    Cincia Exata

    Matemtica Bioestatstica Informtica

    Modelos matemticos aplicados biologia (Biomatemtica) Modelos de informtica aplicados biologia (Bioinformtica)

    Aplicativas

    Anlises Clnicas Hematologia Banco de sangue Imagenologia Anlises moleculares

    Mercado de trabalho Bioempresa Bioindstria Oncologia molecular

  • A listagem constante na tabela 2 o desejvel, pois foi extrada de

    vrios cursos e montada num contexto atual do desenvolvimento cientfico e

    tecnolgico. Portanto sua estrutura pode ser modificada de acordo com a nfase de

    cada curso de Biomedicina, mas sem deixar de considerar o prximo tema sobre o

    estabelecimento de relaes entre vrias disciplinas.

  • AS RELAES ENTRE AS DISCIPLINAS DO CURSO DE

    BIOMEDICINA

    Uma das maiores dificuldades que se observa em qualquer curso

    universitrio de graduao, se refere dificuldade de os professores estabelecerem

    relaes entre as vrias disciplinas que fazem parte do currculo do curso. O exerccio

    interdisciplinar deveria ser constantemente aplicado para qualquer curso

    universitrio, notadamente no curso de Biomedicina, pois evitaria a sobreposio de

    assuntos e, conseqentemente, os professores poderiam abordar outros temas de

    interesse. A ao interdisciplinar promove o exerccio do raciocnio que permite

    estabelecer o equacionamento e a resoluo de problemas. Para exemplificar a

    importncia da relao entre algumas disciplinas, interessante que o leitor analise o

    esquema abaixo, selecionado como exemplo dessa interao.

    A microbiologia fornece conhecimentos sobre bactrias, fungos e vrus.

    Especificamente com relao s bactrias, destacam-se as enzimas bacterianas.

    Muitas dessas enzimas so capazes de romper ligaes entre determinadas bases

    nitrogenadas que compoem a dupla hlice de DNA. Ao romper essas ligaes,

    obtm-se pedaos pequenos de DNA que podem ser analisados com mais facilidade

    por tcnicas de biologia molecular. Assim, muitas doenas genticas tm sido

    identificadas por esses procedimentos tcnicos. A biotecnologia nesse exemplo

    GENTICA

    MICROBIOLOGIA BIOLOGIA MOLECULAR

    BIOTECNOLOGIA

  • significa a manipulao direta de genes com o objetivo de promover modificaes

    genticas na busca de produo de protenas, enzimas ou hormnios (ex.: insulina)

    ou na melhoria da qualidade de uma substncia orgnica (ex.: vinho, cerveja, milho).

    Um exemplo tradicional de biotecnologia o uso de tcnicas de biologia molecular

    em que determinados genes so colocados em bactrias ou leveduras para induzir a

    produo de determinado tipo de produto orgnico (protena, enzima ou hormnio).

    Esse exemplo simples mostra a necessidade de interagir com

    dinamismo as disciplinas oferecidas no curso de Biomedicina. Desse processo de

    relao entre disciplinas diferentes, obtm-se resultados excepcionais que contribuem

    com a melhor formao de biomdicos para um mercado de trabalho cada vez mais

    exigente.

  • ESTGIOS E MONITORIAS

    A maioria dos cursos de Biomedicina tem programas de estgios e

    monitorias para seus alunos. Os estgios, em geral, se caracterizam pela participao

    do aluno por um perodo pr-determinado, em atividades prticas (geralmente

    laboratoriais), seminrios e reunies cientficas. As monitorias, por sua vez, se

    destacam por atividades em que o aluno auxilia o professor em sua disciplina. Esse

    auxlio ocorre sob forma de preparao de aulas prticas, de buscas de figuras e fotos

    pela internet para ilustrao de aulas, etc. A monitoria tambm tem um perodo pr-

    determinado de atividades e oferece ao aluno conhecimentos pedaggicos

    importantes sua formao.

    De acordo com critrios estabelecidos pelas coordenaes dos cursos de

    Biomedicina, os estgios podem ser diferenciados em Estgio de Aprendizagem e

    Estgio de Iniciao Cientfica.

    Estgio de Aprendizagem: a forma mais comum de estgio e menos

    burocrtica, porque pode ser tratado diretamente entre professor e aluno. Deve ser

    estabelecido o perodo (semanas ou meses) de atividades, com horrio de interesse

    de ambas partes. importante ressaltar que o melhor aproveitamento ocorre em

    estgios com tempo mnimo dirio de quatro horas mesmo que seja uma vez por

    semana. Estgios com uma ou duas horas de durao por dia ou por semana, so

    improdutivos. O estgio deve ser supervisionado pelo professor que passa a ter a

    funo de orientador. Para estgios de aprendizagem, no h necessidade de que o

    professor seja titulado (mestre ou doutor), mas fundamental que tenha experincia

    no assunto.

    Estgio de Iniciao Cientfica: um estgio mais elaborado e que

    segue um pequeno trmite burocrtico. Para a sua realizao, preciso que o aluno

    procure o professor da disciplina ou do laboratrio no qual h o interesse em se

    efetuar o estgio. Com a aceitao do professor, que necessariamente deve ter o ttulo

    de mestre ou doutor , ambos preparam o projeto de pesquisa cientfica para a

    realizao do Estgio de Iniciao Cientfica. A seguir, o projeto de pesquisa

    submetido aprovao da coordenao do curso ou do departamento ao qual est

  • vinculada a disciplina ou o laboratrio. Aps a aprovao, tem incio o estgio,

    geralmente com durao de doze meses, e ao se aproximar do seu trmino, o

    relatrio das atividades deve estar concludo. Finalmente o relatrio submetido

    outra vez coordenao ou departamento para a sua aprovao. Em algumas

    universidades ou faculdades, o Estgio de Iniciao Cientfica contemplado por

    bolsa de auxlio pesquisa (ou bolsa de iniciao cientfica), com valor prximo ao

    do salrio mnimo. Outras vezes, rgos de apoio pesquisa como o Conselho

    Nacional do Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) ou fundaes de

    amparo pesquisa (ex.: FAPESP, FAPERJ, etc.) oferecem bolsas de iniciao

    cientfica, sendo necessrio que o professor orientador submeta o projeto a ser

    desenvolvido avaliao de um desses rgos.

    QUAL A MELHOR POCA PARA FAZER ESTGIOS OU

    MONITORIAS

    Esse um critrio fcil de ser estabelecido, porm difcil de ser

    obedecido. Para facilitar essa escolha necessrio analisar alguns pontos

    importantes. As reas de estgios ou de monitorias devem ser aquelas que o aluno j

    as tenha cursado. Por isso importante que o aluno tenha concludo os dois primeiro

    anos (ou os quatro semestres) do curso de Biomedicina. So vrias as razes para

    que os melhores estgios ou monitorias ocorram aps a concluso do segundo ano

    biomdico. A primeira se deve necessidade de o aluno ter conhecimentos bsicos

    de vrias disciplinas e, assim, ter melhor aproveitamento em seu estgio ou

    monitoria. A segunda razo se refere ao entusiasmo com que o aluno se dedica ao

    estgio ou a monitoria em prejuzo ao seu desempenho escolar em outras disciplinas.

    Esse entusiasmo comum entre alunos do primeiro e segundo ano do curso. Assim,

    pela experincia do autor, em 35 anos de docncia e orientao de mais de uma

    centena de estagirios, a melhor fase para realiz-los quando o aluno tenha

    completado pelo menos 50% das disciplinas do curso. Nessa fase as opes so

    mltiplas e o grau de visibilidade da relao entre as disciplinas muito mais amplo.

  • ESTGIOS DE CONCLUSO DO CURSO DE BIOMEDICINA

    Alguns cursos de Biomedicina so complementados por meio do

    Estgio de Concluso de Curso, muitas vezes com a apresentao de uma

    monografia sobre assunto relacionado ao estgio. Esse estgio normalmente

    realizado no ltimo ano do curso e de livre escolha do aluno e, por essas razes, tem

    grande importncia para o seu futuro profissional. Muitos alunos optam por

    Anlises Clnicas, outros por Imagenologia, Anlises Moleculares, ou por disciplinas

    especficas (ex.: Imunologia). H, portanto, vrias opes entre os diferentes cursos

    de Biomedicina. Em algumas instituies h convnios com empresas de produtos

    biolgicos (bioempresas). Essas empresas que atuam na produo de material

    laboratorial ou hospitalar se configuram como um campo promissor do biomdico.

    A escolha do Estgio de Concluso de Curso depende, portanto, das

    disponibilidades de ofertas apresentadas pelo curso que o aluno est freqentando.

    H alguns cursos que esclarecem periodicamente seus alunos sobre os estgios e, em

    especial, a respeito do Estgio de Concluso. Assim, a escolha do estgio e o

    compromisso em realiz-lo, geralmente ocorre no final do terceiro ano do curso (ou

    sexto semestre). Dessa forma, o aluno de biomedicina ao finalizar o terceiro ano deve

    estar bem esclarecido a respeito do seu estgio e isso inclui: a) comunicao do

    interesse pelo estgio ao professor responsvel da disciplina ou laboratrio; b)

    comunicao do Estgio de Concluso de Curso ao coordenador do curso de

    Biomedicina.

    Nos cursos que exigem a apresentao de monografia como parte de

    concluso do curso, h sempre uma orientao especfica da coordenao. Essa

    orientao deve conter desde a escolha do tema, o cronograma da sua execuo,

    forma de apresentao e o estilo monogrfico da sua redao.

    Conselhos para realizar um bom estgio:

    O aluno interessado em realizar um bom estgio, deve:

    (1) Procurar saber o nome das pessoas do seu ambiente de trabalho;

  • (2) Procurar saber as regras bsicas do laboratrio, da disciplina, ou da

    empresa, tais como: horrio ou perodo de trabalho; a quem se dirigir para

    as solicitaes necessrias; o uniforme adequado;

    (3) Ser pontual, solcito e cordial com todos os colegas, chefes e funcionrios;

    (4) Ter um caderno de tamanho mdio ( 100 folhas) e de capa dura (por ser

    mais resistente) e anotar os procedimentos tcnicos de todas as anlises

    aprendidas. Identificar o nome da anlise, os reagentes e equipamentos

    usados, os procedimentos tcnicos, os valores de normalidade e a

    interpretao dos resultados;

    (5) Procurar saber como se recebem as amostras, ou como se procedem as

    coletas, as formas de expedio de resultados, etc.;

    (6) Procurar saber quais so os livros adotados pelo seu orientador. Comprar o

    melhor livro (a durao til de um livro tcnico em mdia dez anos).

    Estudar a tcnica aprendida no dia ou na semana do estgio. Muitas vezes

    h pequenas diferenas entre a tcnica aprendida no dia-a-dia e aquela

    estabelecida pelo livro. Esse fato comum em laboratrio, mas preciso

    procurar saber a razo da diferena de procedimentos;

    (7) Evitar ser chato durante o estgio: no fazer perguntas desnecessrias e em

    locais imprprios (festas, toalete, happy-hour). No ser mmia ficar

    parado esperando ordens. Procure ajudar a limpar a bancada, a colocar os

    reagentes nas geladeiras, etc. Segredo do sucesso? Ser simptico, otimista e

    colaborar com todos que esto ensinando.

  • PARTICIPAO EM CONGRESSOS, SIMPSIOS E OUTROS

    EVENTOS CIENTFICOS

    Apesar dos diversos cursos da rea biolgica, inclusive os de

    Biomedicina, apresentarem expressiva carga horria no rol de disciplinas bsicas e

    optativas, mesmo assim as novidades cientficas e tecnolgicas nem sempre so

    apresentadas. Muitos cursos de Biomedicina, prevendo esse fato, realizam, no mbito

    de suas instituies, os simpsios ou encontros de Biomedicina. Por outro lado os

    Conselhos Regionais de Biomedicina, com o apoio do Conselho Federal de

    Biomedicina e, mais recentemente, das Associaes de Biomedicina promovem

    anualmente Congressos Nacional e Regionais de Biomedicina. Esses congressos

    dirigidos a estudantes e profissionais de biomedicina apresentam, alm de temas

    cientficos, outros assuntos referentes aos interesses profissionais de biomdicos.

    Outras entidades cientficas como so os casos das Sociedades

    Brasileiras de: Anlises Clnicas, Hematologia e Hemoterapia, Patologia Clnica,

    Imunologia, Microbiologia, e Gentica, entre outras, promovem congressos anuais

    com temas especficos de suas reas mas que tambm interessam aos estudantes de

    biomedicina.

    Especialmente a Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio

    Preto, pelo seu perfil cientfico e de formao de recursos humanos em laboratrios

    clnicos, promove anualmente, no ms de maio, o Simpsio de Anlises Clnicas. Esse

    simpsio que tem tradio de dez anos, apresenta temas em todas as reas

    biomdicas e atrai estudantes e profissionais das reas biolgicas.

    muito importante que alunos dos cursos de Biomedicina participem

    desses eventos cientficos, pois neles possvel o aluno descobrir o seu talento,

    observar formas diferentes de apresentaes de temas, participar de debates de

    interesse profissional, adquirir postura acadmica, ter contato com pesquisadores e

    professores de renome nacional e internacional. Outras vezes possvel apresentar o

    resumo do trabalho de estgio do aluno sob forma de pster ou tema-livre (oral).

  • A participao em congressos, simpsios e reunies cientficas

    enriquecem tambm o currculo do aluno e d segurana em muitos assuntos de

    importncia para a profisso escolhida.

    Por outras vezes, os contatos com professores presentes nesses eventos

    produzem intercmbios de interesses para estudantes, geralmente caracterizados por

    estgios de aprendizagem ou, at mesmo, participao em projetos de pesquisas.

    muito comum ocorrer lanamento de livros durante os congressos

    cientficos, da mesma forma que h livrarias expondo centenas de livros com

    diferentes ttulos em estandes. Esse fato, embora singular, passa a ser importante

    quando h interesse em se adquirir livros para dar suporte construo de sua vida

    profissional.

  • SOU BIOMDICO, E AGORA?

    A maioria dos recm graduados desconhece completamente a melhor

    forma de se inserir no mercado de trabalho. H todo um processo necessrio para

    exercer a profisso. Na realidade so duas providncias muito simples que devero

    ser tomadas, conforme se segue.

    Primeira providncia ao receber o certificado de concluso do curso

    de Biomedicina, o biomdico deve solicitar a Carteira de Identidade Profissional

    expedida pelo Conselho Regional de Biomedicina da respectiva jurisdio. Somente

    com essa carteira o biomdico ter permisso para exercer a sua profisso junto

    Vigilncia Sanitria, Agncia Nacional de Sade, na abertura de empresa, e na

    obteno de emprego, principalmente. A tabela 3 apresenta os Conselhos Regionais

    de Biomedicina das quatro regies e os respectivos estados de suas competncias.

    Por outro lado, importante saber que, alm dos conselhos regionais,

    h o Conselho Federal de Biomedicina. Esse conselho tem muitas atribuies entre

    as quais se destacam o estabelecimento de funes normativas em relao

    regulamentao da profisso de Biomdico, bem como a superviso e a fiscalizao

    do exerccio profissional em todo o territrio nacional, alm de organizar e instalar os

    Conselhos Regionais de Biomedicina.

    Tabela 3 Conselhos Regionais de Biomedicina e os respectivos estados de

    jurisdio.

    CONSELHOS ESTADOS CRBM 1 Regio Esprito Santo, Mato Grosso do Sul, Paran, Rio Grande do

    Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, So Paulo CRBM 2 Regio

    Alagoas, Bahia, Cear, Paraba, Pernambuco, Piau, Rio Grande do Norte, Sergipe

    CRBM 3 Regio

    Distrito Federal, Gois, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondnia, Tocantins

    CRBM 4 Regio

    Acre, Amap, Amazonas, Maranho, Par, Roraima

  • Segunda providncia a segunda providncia se deve regularizao

    do recm graduado como cidado ou cidad para o exerccio do trabalho. Assim

    necessrio requerer a Carteira de Trabalho junto representao do Ministrio do

    Trabalho em sua cidade; a Inscrio na Prefeitura como autnomo e, com esses

    documentos, retirar o carn do INSS e o nmero de matrcula do INSS. Com o carn

    do INSS, poder dar incio ao pagamento da aposentadoria e utilizar os benefcios

    desse instituto. Entretanto, para maior comodidade e melhor orientao preciso

    procurar um bom escritrio de contabilidade que providenciar todos esses

    documentos por um custo acessvel.

  • COMO FAZER O CURRCULO PROFISSIONAL

    Uma das formas de se tornar conhecido profissionalmente a

    elaborao do conjunto de suas atividades sob a forma de currculo. Essa palavra tem

    origem do latim curriculum vitae, que se refere ao desempenho demonstrado por

    meio da vida acadmica e/ou profissional.

    A elaborao do currculo fundamental para a apresentao formal do

    indivduo. Devem constar do currculo as seguintes informaes:

    Dados Pessoais

    Nome

    RG

    CPF

    Sexo / Data de Nascimento/ Naturalidade/ Nacionalidade

    Endereo

    Telefone

    E-mail

    Formao Acadmica

    Curso em que se graduou, nome da instituio universitria,

    cidade, UF e ano.

    Estgios realizados durante a graduao: rea de atuao,

    laboratrio, tempo de durao (carga horria), orientador

    Monitoria: idem ao estgio

    Titulao (somente para graduados)

    Curso de Ps-graduao lato sensu: nome do curso, nome da

    instituio promotora do curso, do coordenador (ou orientador),

    nome do ttulo da monografia, tempo do curso em horas/aula,

    data da concluso do curso, cidade e estado da instituio

    promotora.

  • Cursos de Ps-graduao strictu sensu (Mestrado e Doutorado):

    nome do curso, da rea de concentrao, da instituio e do

    orientador. Ttulo da dissertao de mestrado e da tese de

    doutorado. Ano da concluso do mestrado e do doutorado.

    Ttulo de Especialista obtido por meio de exames promovidos

    por Conselhos Regionais de Biomedicina ou sociedades

    cientficas da rea que se quer se tornar especialista.

    rea de Especialidade

    Referir ao estgio de concluso do curso com identificao da

    rea, nome do orientador, perodo em meses e carga horria.

    Estgios realizados aps a graduao: rea de atuao,

    laboratrio, tempo de durao (carga horria), orientador e

    perodo (datas inicial.e final).

    Idiomas

    Referir-se a um ou mais idiomas estrangeiros, seu grau de

    conhecimento e, se for o caso citar certificao obtida.

    Prmios

    Referir-se a prmio conquistado por participao em trabalho

    cientfico, instituio outorgante, ttulo do trabalho, ano da

    premiao.

    Participao em eventos cientficos

    Referir-se a participaes em congressos, simpsios e reunies

    cientficas indicando rea de atividade, instituio promotora,

    data e local.

  • Produo Cientfica

    Citar trabalho publicado sob forma de resumo em Anurio de

    Congresso, indicando o nome do Congresso, ttulo do trabalho,

    autor/co-autor, ano da publicao e pgina do Anurio.

    Citar trabalho cientfico publicado em revista cientfica, com

    nome do autor/co-autor, do trabalho, nome da revista, volume

    da revista, pginas inicial e final, e ano da publicao.

    Citar monografia, ttulo, orientador, nmero de pginas,

    instituio em que foi elaborada, ano da publicao.

    Livro(s) Publicado(s)

    Citar o ttulo do livro, autor/co-autor, editora, cidade e ano da

    publicao.

    Dados complementares

    Ex.: Citar o nvel de conhecimento de informtica, de programas de

    computao (Power-point, Flash, Corel, etc.). Se houve participao de

    expedio cientfica em lugares de importncia (Amazonas, Xingu,

    etc.). Palestras ministradas indicando instituies, temas e datas.

    Observaes:

    1) A disposio do currculo deve ser em folhas corridas, sem foto e

    sem indicao de casado(a), divorciado(a). Usar letras tamanho 14.

    2) Aps a graduao, outros itens devero ser adicionados ao

    currculo: estgios, cursos de ps-graduao, participao em

    eventos cientficos, experincia profissional, ps-doutorado, etc.

  • OPES DE TRABALHO PARA O BIOMDICO

    As opes de trabalho para o biomdico podem ser agrupadas em:

    PS-GRADUAO

    DOCNCIA

    PESQUISADOR CIENTFICO

    EMPRESARIAL

    COLOCAO FUNCIONAL (EMPREGO)

    COMPLEMENTAO PROFISSIONAL NO EXTERIOR

    Em todas essas atividades, o biomdico deve se identificar com reas de

    competncia profissional nas quais poder atuar, conforme mostra a tabela 4. Essas

    reas foram compostas pelo rol ou lista de disciplinas durante o curso de graduao,

    e sua atuao pode ser a de docente, pesquisador, proprietrio ou scio de empresas

    (laboratrio, empresas) e em colocao funcional por meio de emprego.

  • Tabela 4 reas de competncia profissional do biomdico.

    rea Disciplina Relacionada

    Competncia Profissional

    ANLISES CLNICAS

    Citologia Fisiologia Humana Bioqumica Geral Bioqumica Clnica Qumica (G,A,O)* Biofsica Gentica Humana Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia Imunologia (G,A)* Bioestatstica Informtica Biologia Celular Biologia Molecular Anlises Clnicas**

    Realizar anlises Ser responsvel tcnico Assinar e emitir laudos Assumir chefias tcnicas

    Ser diretor de laboratrio

    Ser proprietrio de laboratrio

    Processar sangue e derivados

    Realizar exames pr-transfusionais

    *** (verificar excees)

    BANCO DE SANGUE

    Anatomia Humana Fisiologia Humana Bioqumica Geral Biofsica Gentica Humana Biologia Celular Citogentica Bacteriologia Imunologia (G, A)* Bioestatstica Informtica Citometria de Fluxo Biologia Molecular Hematologia Banco de Sangue ** Biotecnologia Epidemiologia Sade Pblica

    Processar sangue e

    derivados Realizar sorologia Realizar exames pr-

    transfusionais Assumir chefias

    tcnicas Ser diretor do banco de

    sangue vedado realizar a

    transfuso *** (verificar excees)

  • ANLISES AMBIENTAIS

    Fisiologia Humana Bioqumica Geral Qumica (G,A,O)* Biologia Celular Informtica Bioestatstica Matemtica Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia Epidemiologia Sade Pblica Biodiversidade Citologia Fisiologia Humana Bioqumica Geral Qumica (G, A,O)*

    Prestar consultorias Ser proprietrio da

    empresa Realizar anlises fsico-

    qumicas Realizar anlises

    microbiolgicas

    ANLISES BROMATOLGICAS

    Biofsica Bacteriologia Micologia Parasitologia Informtica Biotecnologia Epidemiologia Sade Pblica

    Realizar anlises de

    alimentos Realizar anlises fsico-

    qumicas Ser proprietrio da

    empresa

    BIOLOGIA MOLECULAR

    (DNA)

    Fisiologia Humana Citologia Biologia Celular Biologia Molecular Gentica Oncologia Molecular Citogentica Bioqumica Geral Qumica Geral Biofsica Biotecnologia Evoluo Informtica

    Realizar anlises

    moleculares Interpretao de

    resultados Emisso e assinatura de

    laudos e pareceres tcnicos

    *** (verificar excees)

  • CITOLOGIA

    Anatomia Humana Anatomia Patolgica Fisiologia Humana Embriologia Citologia Biologia Celular Histologia Qumica Geral

    Realizar avaliao

    citolgica do material esfoliativo (citologia esfoliativa)

    *** (verificar exceo)

    BIOINDSTRIA E BIOEMPRESA

    Todas as disciplinas bsicas e mais: Biodiversidade Bioempresa Bioindstria Mercado de Trabalho Bioinformtica Biomatemtica

    Anlises qumicas e

    biolgicas Produo de soros,

    vacinas, kits de reagentes para anlises

    Assumir chefias tcnicas

    Ser diretor ou proprietrio da bioempresa ou bioindstria

    IMAGENOLOGIA

    Anatomia Humana Anatomia Patolgica Fisiologia Humana Bioqumica Biofsica Biologia Celular Bacteriologia Micologia Citologia Gentica Imagenologia **

    Realizar radiografias,

    ultrassonografia, tomografia, ressonncia magntica e medicina nuclear

    vedada a interpretao de laudos

    * - G: Qumica Geral; A: Qumica Analtica; O: Qumica Orgnica. ** - obrigatria a realizao de estgio oficializado em hemocentros. *** - vedada a coleta de material obtido por punes espinal (lquor), medular

    (mielograma), e de lquidos cavitrios.

  • OPO POR PS-GRADUAO

    A ps-graduao a seqncia natural para o biomdico que deseja dar

    continuidade aos seus estudos, ou para aqueles que tm aspiraes de se tornar

    professor universitrio ou pesquisador cientfico.

    H dois tipos de ps-graduao: lato sensu e strictu sensu, essas

    palavras latinas indicam respectivamente conhecimento amplo (lato sensu) e

    conhecimento especfico (strictu sensu). Assim, a opo natural nos dias atuais

    freqentar inicialmente um curso de ps graduao lato sensu, tambm conhecido

    por curso de especializao, com o objetivo de aprofundar o conhecimento em

    determinada rea (ex.: Hematologia Laboratorial, Hematologia Citolgica,

    Imunologia, Biologia Molecular, Anlises Clnicas, Microbiologia, etc.). Esse curso de

    ps graduao geralmente amplia o conhecimento do aluno na rea escolhida.

    comum que alunos que freqentam cursos de ps-graduao lato-sensu fiquem

    estimulados a dar seqncia em seus estudos, optando por escolherem assuntos

    especficos, por exemplo: hematologia das leucemias, biologia molecular em

    cardiopatias, imunologia das doenas reumticas, etc.) e, dessa forma, decidirem

    prestar exames de admisso para cursos de ps-graduao strictu sensu. Essa ps-

    graduao oferece os cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado.

    Apresentaremos a seguir os vrios tipos de cursos de ps-graduao

    para aqueles que tenham a inteno de freqent-los.

    PS-GRADUAO lato sensu OU ESPECIALIZAO

    So cursos oferecidos por universidades, faculdades, institutos de

    pesquisas e na Academia de Cincia e Tecnologia de So Jos do Rio Preto, SP, com o

    objetivo de aumentar os conhecimentos do aluno em determinadas disciplinas, com

    nfase em atividades prticas.

    A grande vantagem dos cursos de ps-graduao lato sensu se deve ao

    fato de no exigir a dedicao integral, pois as aulas ocorrem uma ou duas vezes por

    ms. Os cursos lato sensu podem ser oferecidos sem que seus programas sejam

    submetidos avaliao do MEC, com exceo dos cursos de formao de professores.

  • Cada instituio define suas exigncias para a admisso e para a concluso.

    necessrio ter, no mnimo, 360 horas de aulas, 75% de freqncia e apresentao de

    monografia como requisitos de certificao. importante que o curso e a instituio

    tenham o reconhecimento profissional junto sociedades cientficas ou por empresas

    que atuam na rea (ex.: laboratrios de anlises clnicas), ou de professores da rea.

    PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE MESTRADO

    Esse curso de ps-graduao s pode ser oferecido por instituies que

    foram avaliadas e autorizadas pelo MEC (Ministrio da Educao), e que tenha sido

    aprovado pela CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel

    Superior). O curso de mestrado destinado a profissionais que tenham o objetivo de

    se tornar professor universitrio (docncia) ou pesquisador cientfico. Geralmente o

    tempo de durao de uma ps-graduao strictu sensu nvel de mestrado de 2 a 3

    anos, conforme o estabelecido pela instituio. Para freqentar o curso de mestrado

    h pr-requisitos que dependem de cada instituio. Um desses pr-requisitos que

    o candidato tenha proficincia em ingls. Em algumas instituies, h a

    obrigatoriedade de o candidato estagiar por seis meses e assim poder ser submetido

    avaliao prvia. Em outras instituies exigida dedicao integral ao curso.

    Geralmente os cursos de mestrado bem avaliados recebem bolsas de estudos para

    serem distribudas aos seus alunos.

    Para concluir o mestrado necessrio cursar as disciplinas oferecidas

    que somam um determinado valor de crditos de horas/aula e apresentar defesa

    pblica de dissertao de mestrado, avaliada por trs examinadores com o ttulo

    mnimo de doutor.

    PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE MESTRADO

    PROFISSIONALIZANTE

    Esses cursos so mais flexveis e oferecem conhecimentos objetivando

    sua aplicao no mercado. Ainda so poucas as universidades ou instituies que

    oferecem o programa de mestrado profissionalizante. Para concluir o curso as

    exigncias so semelhantes s do mestrado: freqentar aulas que somam um valor de

  • crditos de horas/aula e apresentar uma dissertao em forma de projeto com

    aplicabilidade profissional. A defesa da dissertao tambm avaliada por uma

    banca de trs examinadores com ttulo mnimo de doutor.

    PS-GRADUAO strictu sensu NVEL DE DOUTORADO

    Para cursar ps-graduao em nvel de doutorado, necessrio ter o

    ttulo de Mestre. Excepcionalmente um profissional de reconhecido saber cientfico

    na sua rea de atuao pode cursar o doutorado sem ter o ttulo de Mestre aps

    julgamento por comisso de professores do curso de ps-graduao. Da mesma

    forma, como acontece com a ps-graduao em nvel de mestrado, somente

    instituies credenciadas pelo MEC e com o curso de ps-graduao de doutorado

    aprovado pela CAPES podem oferecer essa ps-graduao. O objetivo do doutorado

    aprofundar de forma intensa os conhecimentos para o desenvolvimento de

    pesquisas cientficas. Os pr-requisitos para o ingresso no curso dependem de cada

    instituio, porm a obrigatoriedade de ter um bom projeto de doutorado condio

    bsica para a admisso em cursos de ps-graduao em nvel de doutorado. O

    tempo de durao de uma ps-graduao strictu sensu nvel de doutorado, de 2 a

    3 anos, conforme o estabelecido pela instituio.

    Para concluir o curso de doutorado necessrio cursar as disciplinas

    oferecidas que somam um determinado valor de crditos de horas/aula, e apresentar

    defesa pblica da tese de doutorado, avaliada por cinco examinadores (incluindo o

    orientador), todos com o ttulo mnimo de doutor.

    Geralmente ao se obter o ttulo de doutor, o profissional ter maior

    facilidade em ser contratado como docente em universidades ou faculdades, ou

    como pesquisador em instituies de pesquisa.

    Para melhores informaes sobre cursos de ps-graduao strictu

    sensu consultar o site da CAPES www.capes.gov.br e assim ser possvel ter acesso

    informaes sobre as instituies universitrias que promovem cursos de ps-

    graduao em nveis de mestrado e doutorado, os tipos de cursos e as regies e

    cidades em que esto instalados.

  • DOCNCIA

    A opo por docncia no ensino universitrio requer qualidades

    pessoal e profissional. Entre as qualidades pessoais se destacam o nvel cultural do

    docente, sua facilidade de comunicao, o carisma de sua personalidade, a

    organizao na disposio de assuntos e muita vontade de seguir aprendendo e

    pesquisando novos conhecimentos. Por outro lado, sob o ponto de vista profissional,

    necessrio ter o conhecimento das bases pedaggicas direcionadas ao ensino

    superior e ter boa experincia terica e prtica da disciplina sob sua tutela.

    Atualmente, a maioria das instituies de ensino universitrio est exigindo que o

    docente tenha pelo menos o ttulo de mestre. H outras, inclusive, que esto

    contratando preferencialmente profissionais com o ttulo de doutor.

    Nas instituies pblicas de ensino universitrio as contrataes

    ocorrem por meio de concursos pblicos, anunciados em editais que so publicados

    em jornais de grande circulao. Entre os requisitos bsicos para poder concorrer

    esto: documentos de identidade, CPF, diploma de curso superior, currculo e

    certificado de curso de ps-graduao strictu sensu no nvel de mestrado e/ou

    doutorado. Os concursos geralmente so avaliados por trs docentes titulados por

    meio de entrevista, aula sorteada com alguns dias de antecedncia e anlise de

    currculo.

    Nas instituies privadas ou particulares, as contrataes nem sempre

    so por concursos pblicos. Muitas vezes so por indicaes de colegas ou at

    mesmo por oportunidades de momento, ou seja, a necessidade de se contratar um

    docente e a disponibilidade do profissional para a vaga que se prope. De qualquer

    forma os requisitos bsicos so sempre os mesmos: documentos, diploma, currculo,

    etc.

  • PESQUISADOR CIENTFICO

    O biomdico que pretende ser pesquisador cientfico deve ter a noo

    biolgica de transformao e de mudana, ou seja, deve ter a inspirao de um

    Lavoisier (...na natureza tudo se transforma.) e o entusiasmo potico de um Lulu

    Santos (...nada do que foi ser de novo do jeito que j foi um dia, tudo muda o tempo

    todo....). Obviamente isso requer excepcionais qualidades de organizao, dedicao

    e muito talento. Deve estar constantemente atualizado cientificamente,

    tecnologicamente e, principalmente, culturalmente. E apesar de todas essas

    qualidades que daro uma certa excentricidade, o pesquisador geralmente

    despreendido. Por essa razo , em geral, mal remunerado. Porm fica muito feliz

    quando lhe do condies boas de trabalho.

    Muitas pessoas imaginam que o pesquisador j nasce com essa aptido

    natural. Em parte essa idia pode ter um pequeno fundo de verdade, mas, na

    realidade, o verdadeiro pesquisador cientfico se descobre durante o curso de

    graduao. O interesse e a paixo por determinado assunto gradualmente vai

    direcionando a sua escolha. Mas para ser pesquisador preciso aprender com outros

    pesquisadores. Esse aprendizado ocorre durante os cursos de ps-graduao,

    inicialmente o lato sensu e, a seguir, nos de strictu sensu (mestrado e doutorado).

    Mesmo assim, o seu amadurecimento como pesquisador cientfico somente

    acontecer, quando realizar o ps-doutorado no Brasil ou no exterior, oportunidade

    em que o seu esprito crtico-cientfico ser estimulado.

    importante lembrar que, para ter sucesso na pesquisa cientfica,

    necessrio juntar trs qualidades: criatividade, capacidade de organizao e muito

    trabalho.

  • OPES EMPRESARIAIS

    O biomdico tambm pode ser empresrio em atividades que so de

    sua competncia profissional, conforme as reas apresentadas na tabela 4. O

    biomdico que pretende ser empresrio precisa ter as seguintes qualidades;

    - saber se comunicar com facilidade

    - ser organizado nas idias e na contabilidade

    - ter noo da relao custo/benefcio

    - ter muita noo de oramento, de crdito e de dbito

    - ser ponderado nas decises importantes

    - ser audacioso

    - ter ambio

    - entender do empreendimento

    - ser criativo

    Para exemplificar a criao de uma empresa, ser utilizada a

    montagem de um laboratrio de anlises clnicas. A palavra montagem significa

    por a funcionar. Dessa forma, a seqncia proposta a seguir o modo desejvel para

    abrir uma empresa, evitando erros futuros, desiluses profissionais e perda de

    dinheiro.

    Primeira providncia: Pesquisa de mercado.

    A pesquisa de mercado deve ser realizada por profissionais de

    Marketing e Publicidade. No presente caso, a pesquisa dever ser dirigida para uma

    situao especfica: montagem de um laboratrio clnico numa determinada

    cidade. Portanto a pesquisa de mercado dever incluir as seguintes consultas:

    a) Nmero de habitantes da cidade e sua classificao scio-

    econmica pelo ndice IDH.

    b) Classificar a caracterstica da cidade: industrial, comercial,

    pecuria, agrcola, universitria, etc.

  • c) Nmero de laboratrios privados ou particulares, tempo de

    atividade e de prestgio de cada um.

    d) Nmero de laboratrios pblicos e tipo de atendimento (SUS,

    hospitalar, etc.). Avaliar o prestgio de cada um.

    e) Determinar se h preferncia da clientela em relao a um ou

    outro laboratrio.

    f) Empresas de convnio de sade. Identificar os valores pagos por

    procedimentos (exames laboratoriais), as que pagam em dia, e as

    que esto abertas para novos conveniados.

    g) Nmero de mdicos da cidade e regio, notadamente clnicos

    geral, pediatras, ginecologistas/obstetras, hematologistas e

    endocrinologistas.

    h) Identificar qual o melhor local para instalar o laboratrio, levando

    em considerao o nmero de clnicas, acesso de transportes

    coletivos, estacionamento de automveis, etc.

    i) Identificar as principais reclamaes de mdicos e clientes em

    relao aos laboratrios da cidade e regio.

    j) Procurar saber quais as melhores expectativas que o cliente e o

    mdico esperam de um laboratrio.

    k) Procurar saber os principais meios de divulgao da cidade e que

    estejam direcionados para clientes, mdicos e empresas.

    A pesquisa de mercado tem um custo relativo consultoria solicitada e

    depende do seu grau de complexidade. Portanto, apesar do custo que dever ser

    negociado, prefervel investir uma certa quantia para no abrir o laboratrio numa

    cidade ou num lugar errado, evitando srios prejuzos financeiros.

    Segunda providncia: A abertura da empresa.

    Para a abertura da empresa, importante que se consulte um bom

    escritrio de contabilidade, pois h vrios tipos de empresas e tipos de impostos que

    podem ser desconsiderados. Continuando com o exemplo da abertura de um

    laboratrio de anlises clnicas, em geral os documentos necessrios so os seguintes:

  • Cpia autenticada do CPF e RG

    Comprovante de endereo da sede da empresa (contas de luz,

    gua ou telefone)

    Definir o valor de capital inicial da empresa

    Definir o nome da empresa

    Definir a atividade da empresa

    Solicitar junto Prefeitura Municipal da cidade onde se pretende

    instalar a empresa, uma consulta prvia do endereo para saber

    se a atividade pretendida naquele endereo est de acordo com a

    lei de zoneamento

    Ter um biomdico habilitado como responsvel e com registro

    no Conselho Regional de Biomedicina

    Terceira providncia: Como ser o laboratrio.

    A deciso do porte do laboratrio depender dos exames que se

    pretende fazer e daqueles que sero terceirizados, juntamente com as informaes

    relativas consultoria de marketing. H trs tipos de laboratrios com referncia ao

    seu tamanho: pequeno, mdio e grande. muito difcil definir o porte de um

    laboratrio; h aqueles que so definidos pelo nmero de exames/dia, em outros so

    considerados tambm o nmero de profissionais envolvidos, entre outras formas de

    apreciao. De qualquer modo, pode-se considerar como de pequeno porte os

    laboratrios que recebem at 50 pacientes por dia; os de mdio porte, entre 50 e 300

    pacientes/dia, e os de grande porte, acima de 300 pacientes/dia.

    Decidido o porte do laboratrio que se quer formar, chegado o

    momento de adequ-lo fisicamente num local, bem como a escolha do nome e do

    logotipo, a compra de equipamentos, a padronizao tcnica dos exames, a escolha

    de laboratrios de apoio para realizar exames complexos ou onerosos, a

    informatizao global do laboratrio e a elaborao dos laudos para os diferentes

    tipos de exames. Juntamente com essas deliberaes, h a escolha dos funcionrios:

    secretria(s), tcnico(s), auxiliar(es), etc.

  • Quarta providncia:Vender os servios.

    Provavelmente a venda dos servios do laboratrio poder ser

    considerada a mais difcil. Durante toda a vida do universitrio, os estudos, as

    provas e as cobranas mensais e anuais do desempenho escolar e universitrio foram

    uma constncia. Ao longo desse tempo houve pouco relacionamento fora dos muros

    das escolas e faculdade. Agora chegou o momento de se relacionar e dizer

    comunidade que os servios prestados pelo laboratrio que est sendo montado so

    bons e os resultados fidedignos, entre outras qualidades.

    A venda de servios dever ser contnua, ou seja, durante toda a vida

    desse laboratrio. Lembre-se que de pouco adiantar que quem montou o laboratrio

    seja um excelente profissional e suas anlises as melhores, se esses fatos no forem

    divulgados. Caso falte aptido para vender servios preciso contratar um

    profissional, ou uma empresa, para faz-los.

    Quinta providncia: preciso no se esquecer de:

    a) Atualizar sempre os produtos (anlises e servios);

    b) Alm de procurar ser o melhor, necessrio procurar ser diferente;

    c) Manter constante contato com clientes, mdicos e empresas;

    d) Cumprir o que foi tratado (ex.: entrega dos resultados de exames no

    dia e hora prometidos);

    e) Tornar o laboratrio mais gil que o do concorrente;

    f) Tratar os funcionrios como seres humanos, com talentos diversos e,

    em troca, eles vestiro a camisa da empresa.

    OUTRAS OPES EMPRESARIAIS

    Bioempresas Empresas de venda de produtos e equipamentos

    laboratoriais e hospitalares.

    Bioindstrias Empresas de produo de kits ou de equipamentos

    laboratoriais, direcionados a laboratrios, aulas prticas de escolas e

    cursos da rea biolgica.

  • Laboratrio de anlises ambientais um novo campo empresarial

    em expanso.

    Laboratrio de biologia molecular atividade de laboratrio de

    apoio para outros laboratrios.

    COLOCAO FUNCIONAL

    importante saber que o emprego mudou de foco: sai o emprego e

    entra o empregvel.

    O emprego sempre foi encarado como uma ocupao da qual o

    funcionrio era um apndice com atividades especficas e com limitada participao

    no desenvolvimento da empresa.

    O empregvel o profissional desejado pelas boas empresas e que deve

    ter as seguintes qualidades:

    ser parceiro e cooperador para o desenvolvimento da empresa;

    aceitar novos vnculos e acordos de trabalho;

    ser especialista inteligente, com mente aberta, socivel e lder;

    ajudar administrar a empresa num novo sentido: do futuro para

    o presente;

    ter flexibilidade nas decises;

    ter conscincia de que todos esto num mesmo barco, ento...

    O biomdico por sua formao ecltica tem muitas possibilidades de se

    tornar empregvel em laboratrios (de anlises clnicas, hematologia, imunologia,

    reproduo humana, biologia molecular, pesquisas cientficas), em bancos de sangue,

    em hemocentros, em clnicas de diagnsticos de imagens, em indstrias e

    bioindstrias, em empresas de biotecnologia e bioempresas, etc.

    Para se tornar empregvel, preciso procurar o novo ambiente de

    trabalho em anncios em jornais de grande circulao, internet e contatos pessoais.

    Essa procura deve ser acompanhada de muita vontade, persistncia e personalidade.

    importante ter currculo sempre atualizado e, ao procurar um tipo de servio, por

  • exemplo: laboratrio de reproduo humana, necessrio procurar a respeito do

    que seja a atividade dessa rea.

    Ao entregar o currculo fundamental que o candidato o faa

    pessoalmente ao responsvel do laboratrio, ou da empresa; no sendo possvel

    entregar a eles, a entrega deve ser feita para a chefia do recursos humanos. Nessas

    oportunidades a sua manifestao de conseguir a funo importante. Em ltimo

    caso, pode-se optar por deixar o currculo com a secretria e, nesse caso, procurando

    conquistar a simpatia dela.

    H ainda a possibilidade dos concursos pblicos.

  • COMPLEMENTAO PROFISSIONAL NO EXTERIOR

    A complementao profissional no exterior exige dois requisitos

    bsicos: estgio com ou sem realizao de pesquisa em rea cientfica, com pouca ou

    nenhuma oferta no Brasil e bom conhecimento do idioma do pas em que se pretende

    realizar o estgio. Inicialmente preciso contatar o departamento e a universidade

    onde se pretende o estgio e solicitar os documentos necessrios para esse fim. As

    universidades estrangeiras, em especial as inglesas e americanas, exigem provas em

    ingls. Essas provas so avaliadas por testes efetuadas pela Scholastic Aptitude Test

    (SAT) tambm conhecido como ACT (American College Testing) e o Test of English

    as Foreing Language (TOEFL). Esses testes so realizados no Brasil, e o resultado

    emitido por pontuao. Algumas universidades ou laboratrios exigem um valor

    mnimo dessa pontuao.

    Se passou no teste e foi aceito para realizar o estgio no departamento

    da universidade estrangeira, timo! O prximo passo solicitar bolsa de estudo para

    o estgio no exterior. As principais instituies que oferecem bolsas de estudo, bem

    como as exigncias bsicas, so apresentadas a seguir:

    Capes Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior.

    Vinculada ao Ministrio da Educao, oferece, no exterior, bolsas para

    doutorado, estgio de doutorando e estgio ps-doutoral.

    Informaes: www.capes.gov.br

    CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico.

    rgo pblico federal, oferece bolsas de estudo no exterior para doutorado,

    doutorado sandwish (parte no Brasil e parte no exterior) e ps-doutoral.

    Informaes: www.cnpq.br

    Consulado Reino Unido Braslia

    Oferece bolsas para estgios e cursos em universidades inglesas.

    Informaes: www.britishcouncil.org/brasil

    Tel. (61) 2106 7528

  • Comisso Fulbright

    Oferece bolsas de estudos para mestrado, doutorado, ps-doutorado e

    alguns programas de curta durao nos Estados Unidos.

    Informaes: www.fulbright.org.br

    Agncia Espanhola de Cooperao Internacional

    Bolsas de mestrado e doutorado em universidades da Espanha.

    Informaes: www.aeci.es

    Associao de Brasileiros Estudantes de Ps-Graduao e Pesquisadores na Gr-

    Bretanha

    Fornece informaes de instituies nacionais e estrangeiras que oferecem

    bolsas de ps-graduao no Reino Unido.

    Informaes: www.abep.org.uk

    Cmara Americana do Comrcio

    Bolsas de mestrado nos USA em diversas reas, sobretudo as Tecnolgicas.

    Informaes: www.amcham.com.br

    Centro Franco-Brasileiro de Documentao Tcnica e Cientfica

    Bolsas para pesquisas de ps-graduao em reas Biomdicas, Clnicas e de

    Sade Pblica, em universidades e instituies de pesquisa na Frana.

    Informaes: www.cendotec.org.br

    Organizao dos Estados Americanos (OEA)

    Bolsas de ps-graduao e pesquisa em universidades e centros de formao

    nos Estados membros e observadores da OEA.

    Informaes: www.educoea.org ; www.oas.org

    Programa Alban da Unio Europia

    Bolsas de mestrado e doutorado para estudantes da Amrica Latina, na

    Europa.

    Informaes: www.programalban.org

  • PERSPECTIVAS FUTURAS EM BIOMEDICINA

    No incio desse manual foi demonstrado que o curso de Biomedicina

    foi institudo num perodo em que incluram a modernidade cientfica e tecnolgica

    da rea Biolgica motivada por vrias conquistas na rea Mdica. Para chegar at

    essa pgina o leitor obteve inmeras informaes histricas e acadmicas, sobre a

    realizao de estgios e pesquisas, elaborao de currculo e cursos de ps-

    graduao, entre outras. Todo o conhecimento, passado ao estudante ou ao

    profissional recm-graduado em Biomedicina, teve o objetivo de contextualiz-lo na

    profisso. Este captulo, o ltimo do manual, tem o objetivo de mostrar as

    perspectivas futuras para os prximos cinco ou dez anos, em duas reas que tero

    grande repercusso em todo o mundo: Biotecnologia e Oncologia Molecular.

    Ser apresentado, a seguir, um resumo sobre esses dois temas

    empolgantes, destacando que as empresas de biotecnologia pela sua amplitude de

    aplicao na agricultura e na sade, arrecadam bilhes de dlares anuais. A

    Oncologia Molecular est no incio, num movimento espetacular de agregao de

    conhecimentos j bem estabelecidos, com resultados empolgantes.

    Biotecnologia essa rea tem sido definida de muitas formas, mas, em

    essncia, implica o uso de microrganismos (vrus, bactrias, bacterifagos e

    protozorios) de clulas animais e vegetais, cujas enzimas e materiais genticos

    manipulados laboratorialmente resultam em outros produtos com mltiplas

    aplicaes. Os procedimentos utilizados pela biotecnologia requerem conhecimentos

    da bioqumica e qumica, da biologia geral, celular e molecular, da matemtica e

    informtica, de microbiologia e imunologia, da gentica e re-engenharia de produtos,

    e da hematologia e citologia.

    Atualmente a aplicao dos processos biotecnolgicos abrange oito

    reas: 1) Tecnologia de Fermentao; 2) Tecnologia Enzimtica; 3) Tecnologia de

    Reciclagem do Lixo Orgnico; 4) Tecnologia Ambiental; 5) Tecnologia de Fontes

    Renovveis; 6) Tecnologia Imunolgica; 7) Tecnologia de Hemoderivados e 8)

    Tecnologia de Produtos Agrcolas. A Tecnologia de Fermentao historicamente se

  • caracteriza por ser a rea economicamente mais importante da biotecnologia. As

    produes de cervejas, vinhos e antibiticos evoluram tecnologicamente com grande

    reflexo econmico. A Tecnologia Enzimtica se deve ao isolamento e purificao

    de enzimas obtidas de clulas e microrganismos para catalizar com alta

    especificidade reaes qumicas. Nos ltimos dez anos, a Tecnologia Enzimtica teve

    magnficos progressos em anlises de biologia molecular por meio das

    endonucleases de restrio (ou enzimas especficas) extradas principalmente de

    bactrias com capacidade de selecionar seqncias de nucleotdeos que compem o

    DNA de diversos genes e, dessa forma, romper suas ligaes, fragmentando o DNA

    em pequenos pedaos que se tornam mais fceis de serem analisados por

    eletroforeses. A Tecnologia da Bio-Reciclagem do Lixo Orgnico se destina a

    produo de fertilizantes agrcolas, combustveis biolgicos e rao animal. A

    Tecnologia Ambiental est direcionada para resoluo de problemas ambientais

    como o controle da poluio, na remoo de lixo txico e na recuperao de metal

    pesado em rios e lagoas. A Tecnologia de Fontes Renovveis est relacionada com a

    produo de energia (etanol, metanol e hidrognio) extrada da celulose de alguns

    tipos de vegetais. A Tecnologia Imunolgica evoluiu rapidamente por meio da

    produo de anticorpos monoclonais, cada vez mais usados em diagnsticos

    laboratoriais. A Tecnologia de Hemoderivados teve grande progresso nos ltimos

    anos notadamente devido ao uso de mquinas de afreses. Entretanto essa tecnologia

    se destaca principalmente pela coleta, processamento e congelamento de: clulas

    tronco-perifricas para o transplante de medula ssea; fatores de coagulao

    destinados aos hemoflicos; globulinas humanas, etc. Finalmente a Tecnologia de

    Produtos Agrcolas tem se destacado principalmente pelos produtos transgnicos e

    que, certamente, ter rpido progresso devido repercusso econmica.

    Como se pode constatar, a atividade biomdica na Biotecnologia pode

    estar diretamente relacionada com algumas dessas tecnologias (Enzimtica,

    Ambiental, Imunolgica e Hemoderivados).

    Oncologia Molecular uma nova especialidade que surgiu

    recentemente com as informaes obtidas no Projeto Genoma Humano. Desse

  • estudo, obteve-se mais de um milho de seqncias de genes expressos em amostras

    de tecidos normais e de diversos tumores. A caracterizao molecular do genoma

    ter, em mdio prazo, profundas conseqncias na prtica mdica e no diagnstico

    laboratorial de diversas patologias, com destaque para a previso de risco de alguns

    tipos de cncer, bem como o diagnstico precoce.

    Novas estratgias teraputicas, desenvolvidas com base em estudos

    moleculares, com avaliao estrutural de molculas ou do perfil da expresso dos

    genes nos tecidos tumorais (ex.: microarrays de DNA de leucemias em que possvel

    avaliar cerca de 25 genes relacionados doena), certamente sero mais efetivas e

    menos txicas. Alm disso, a grande quantidade de informaes a respeito dos

    mecanismos moleculares que afetam os efeitos farmacolgicos, assim como a

    diversidade de genes que regulam o metabolismo das drogas e carcingenos,

    permitir tambm prever geneticamente os riscos individuais de doenas e das

    respostas teraputicas. Por essas razes, a Oncologia Molecular se destaca como uma

    especialidade promissora, notadamente nos grandes centros mdicos. Pela formao

    curricular do biomdico, a opo por Oncologia Molecular necessitar, entretanto, de

    muita dedicao e estudos que envolvem Citologia, Biologia Celular, Biologia

    Molecular, Bioqumica e Gentica e de conhecimentos especficos recentes e que

    incluem os aspectos moleculares das neoplasias, Oncogentica e Farmacogenmica.

  • REFERNCIAS CONSULTADAS

    Bains W. Biotecnology. From A to Z, Oxford University Press, Oxford, 2nd ed., 2000.

    CRBM Conselho Regional de Biomedicina, 1 Regio. Regulamentao e Cdigo de

    tica da Profisso de Biomdicos., So Paulo, 2004.

    Ferreira C.G. & Rocha J.C. Oncologia Molecular. Atheneu, So Paulo, 2004.

    Guia do Estudante, Vestibular 2005. Editora Abril, So Paulo, 2004.

    Guia do Estudante, Ps-Graduao MBA 2005. Editora Abril, So Paulo, 2005.

    Horta W. Guia das Profisses. Agncia Educao, So Paulo, 2005.

    Naoum P.C. Avanos tecnolgicos em hematologia laboratorial. Rev. bras. hematol.

    hemot., 23:15 23, 2001.

    Smith J. E. Biotechnology. Edward Arnold Ed., London, 1988.

    Watson J.D. The human genome. Nature Publishing Group, London, 2001.

    SITES CONSULTADOS

    www.capes.gov.br www.unesp.br

    www.cnpq.br www.mct.gov.br/temas/biotec

    www.ciencianews.com.br www.baraodemaua.br

    www.ufrj.br www.metodista.br

    www.uff.br www.umc.br

    www.ufrn.br www.fmu.br

    www.ufrgs.br www.unifran.br

    www.unifenas.br www.unimar.br

    www.uniube.br www.ufpa.br

    www.uel.br www.ufpe.br

    www.cesumar.br

  • CONHEA A ACADEMIA D4E CINCIA E TECNOLOGIA

    A Academia de Cincia e Tecnologia (AC&T) uma instituio

    particular de ensino de ps-graduao lato sensu e de pesquisas cientficas na rea

    de Hematologia. Foi fundada em 1998 e, at a edio deste manual, recebeu em seus

    cursos cerca de 600 alunos provenientes de 240 cidades do Brasil, alm de alunos

    estrangeiros do Paraguai e Colmbia.

    Alm da estrutura funcional de alto nvel acadmico que inclui

    auditrios, laboratrios, museu do laboratrio e biblioteca, oferece aos seus alunos,

    durante os dias de curso, acomodao gratuita em seu Flat Residence e transporte

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    A atualizao cientfica e pedaggica das aulas dos cursos da AC&T se

    destacam pela introduo do Photo-Motion e de apresentaes cientficas marcantes.

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