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Manual Completo UNIVATES

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  • Coordenao: Ivete Maria HammesEditorao: Paulo Alexandre Fritsch e Marlon Alceu Cristfoli eBruno Henrique BraunCapa: Bruno Henrique BraunReviso lingustica: Veranice ZenReviso bibliogrfica: Maristela H. Mendel e Carla Barzotto

    Conselho Editorial da Univates EditoraTitulares SuplentesAna Ceclia Togni Ari Knzel Beatris Francisca Chemin Augusto AlvesGiselda Veronice Hahn Cristina Dai Pr MartensGlauco Schultz Hlio Dorneles EtchepareIeda Maria Giongo Luciana Carvalho FernandesJane Mazzarino Magali T. Quevedo GraveJlia Elisabete Barden Pablo Rodrigo Alflen da SilvaSimone Morelo Dal Bosco

    Rua Avelino Tallini, 171 - Bairro UniversitrioCx. Postal 155 - CEP 95900-000, Lajeado - RS, Brasil Fone: (51) 3714-7024 / Fone/Fax: (51) 3714-7000E-mail [email protected] / http://www.univates.br/editora

    001.81C517m Chemin, Beatris Francisca Manual da Univates para trabalhos acadmicos / Beatris Francisca Chemin. Lajeado: Univates, 2010. 305 p. ISBN 978-98611-83-9

    1. Trabalho intelectual - Metodologia 2. Trabalho didtico - Metodologia I. Ttulo

    Ficha catalogrfica por: Maristela Hilgemann Mendel CRB 10-14/59

    Fundao Vale do Taquari de Educao e Desenvolvimento Social - FUVATES

    Os nomes de autores, obras, sites utilizados nos exemplos deste Manual no possuem vnculo algum com o livro, no se garantindo a sua existncia e nem a sua divulgao.

    Muita dedicao e tcnica foram empregadas na edio desta obra; contudo, podem ter ocorrido erros de digitao, reviso, impresso, dvida conceitual ou de interpretao, os quais podem ser comunicados Editora ([email protected]) ou Autora ([email protected]).

    A Autora e a Editora acreditam que as informaes apresentadas no Manual podem ser utilizadas para qualquer finalidade lcita; entretanto, no existe qualquer garantia, explcita ou implcita, de que o uso de tais informaes conduzir sempre ao resultado desejado. Assim, nem a Autora nem a Editora assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou prejuzos a pessoas ou bens originados do uso desta publicao.

    Centro Universitrio UnivatesReitor: Prof. Ney Jos LazzariPr-Reitor de Ensino: Prof. Carlos Candido da Silva CyrnePr-Reitora de Pesquisa, Extenso e Ps-Graduao: Prof. Claus HaetingerPr-Reitor de Desenvolvimento Institucional: Prof. Joo Carlos BrittoPr-Reitor Administrativo: Prof. Oto Moerschbaecher

  • Para os acadmicos e os professores da Univates,

    razo dos esforos empreendidos neste livro.

  • APRESENTAO

    Escrever sobre regras metodolgicas e tcnicas de trabalhos acadmicos e, em alguns casos, interpretar a normalizao de procedimentos desses trabalhos cientficos, so tarefas extremamente complexas, uma vez que a cincia plural, polmica e em permanente evoluo; em suma, a(s) verdade(s) (so) relativa(s) no tempo e no espao. Mesmo assim, entre os elementos da comunicao, o como se diz to importante quanto o que se diz, ou seja, a forma e o contedo devem estar integrados harmonicamente para que a compreenso do conhecimento seja feita do melhor modo possvel e gere os efeitos desejados, e isso quer dizer que a forma deve servir de instrumento facilitador do entendimento do contedo.

    Cada vez mais, a investigao cientfica tem tido papel destacado nas transformaes de rumo de acontecimentos da sociedade, e uma instituio de ensino tem enorme responsabilidade na formao de pesquisadores, seja por meio da dimenso terica baseada no conhecimento, seja por meio da formalizao e sistematizao desse conhecimento, precisando, para isso, conhecer e respeitar determinadas regras.

    Este Manual, portanto, objetiva orientar estudantes e professores da Univates a planejar, elaborar e apresentar trabalhos acadmicos dentro de regras mnimas necessrias, especialmente na produo e formalizao de textos regulares de aula, como resenhas, resumos, parfrases, e nos de maior complexidade, como trabalhos de final de curso em forma de monografias, artigos cientficos, dissertaes, teses, dentre outros.

    O material contempla as principais normalizaes (Normas Brasileiras - NBR) da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), notadamente a NBR 6021, de 2003, que regulamenta a publicao peridica cientfica impressa; a NBR 6022, de 2003, que discorre sobre a apresentao de artigo em publicao peridica cientfica impressa; a NBR 6023, de 2002, que trata da elaborao de referncias; a NBR 6024, de 2003, sobre apresentao da numerao progressiva das sees de um documento escrito; a NBR 6027, de 2003, que trata do sumrio; a NBR 6028, de 2003, que destaca a apresentao do resumo; a NBR 6029, de 2006, que se refere apresentao de livros e folhetos; a NBR 6032, de 1989, que trata da abreviao de ttulos de peridicos

  • e publicaes seriadas; a NBR 10520, de 2002, que trabalha a apresentao de citaes em documentos; a NBR 14724, de 2005, que trata da apresentao de trabalhos acadmicos.

    As NBR so oriundas da ABNT, que o Frum Nacional de Normalizao encarregado de estabelecer regras, linhas de orientao ou caractersticas mnimas de certos produtos, servios e trabalhos cientficos. As NBR, cujo contedo de responsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalizao Setorial (ABNT/ONS), so elaboradas por Comisses de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte produtores, consumidores, universidades, laboratrios e outros.

    Deve-se levar em conta que, como a ABNT estabelece regras mnimas de normalizao (atividade que estabelece prescries destinadas utilizao comum e repetitiva com vistas obteno do grau timo de ordem em um dado contexto), no h consenso total para a apresentao de trabalhos acadmicos nas instituies de ensino do pas nem mesmo entre os diversos manuais de metodologia, as editoras e as pessoas que estudam essas regras. Este Manual, portanto, tem como base essas regras mnimas da ABNT, apenas adaptando algumas feio da realidade acadmica da Univates, inclusive aproveitando a experincia acadmica e docente desta autora e dos colaboradores.

    Destaca-se que a concretizao deste Manual contou com a preciosa colaborao de inmeras pessoas: desde os professores Andr Jasper, Glauco Schultz, Sandro Nero Faleiro, Simone Stlp, Claus Haetinger, Jlia Elisabete Barden, Fernanda Vaz Fortuna, Samuel Martim de Conto, Cristina Da Pra Martens, Marcelo de Gomensoro Malheiros, Claudete Rempel, Jacqueline Silva da Silva, Dalia Schneider, Clarice Marlene Hilgemann, Isabel Scapini, Mouriac Diemer, Maria Alvina Mariante, Ronaldo Husemann, Lucildo Ahlert, dentre outros, no oferecimento e correo de textos, indicaes de leitura e sugestes para aperfeioar o material; das bibliotecrias Maristela Hilgemann, Cludia Carmem Baggio e Ana Paula Lisboa Monteiro, incansveis na reviso tcnica do texto e troca de idias sobre as normalizaes da ABNT; do design grfico Paulo Alexandre Fritsch, da Univates Editora, que trabalhou na formatao deste Manual, at as sugestes de acadmicos de diversos Cursos da Univates, manifestadas por meio de dvidas e dificuldades na hora de elaborar e apresentar seus trabalhos, a quem muito se agradece pela valiosa contribuio.

  • Assim, este Manual apresenta a seguinte estrutura:

    a) o primeiro captulo contempla a estrutura de trabalhos acadmicos mais simples e regulares de aula, como as resenhas, os resumos, as parfrases e os artigos acadmicos;

    b) o segundo captulo trata dos projetos de pesquisa, detalhando cada um dos seus elementos, os quais so tambm acompanhados de exemplos;

    c) o terceiro descreve os tipos de trabalhos de final de curso, como monografia, trabalho de concluso de curso, relatrio, artigo, plano de negcio, dissertao, tese, alm de discorrer sobre a importncia de se evitar plgio e compra de trabalhos acadmicos, bem como trata das qualidades da redao do trabalho de final de curso, dentre outros aspectos;

    d) o quarto traz a estrutura de trabalhos acadmicos de final de curso, detalhando cada um dos elementos da parte pr-textual, textual e ps-textual;

    e) o quinto trata da elaborao de artigos cientficos conforme normas da ABNT;

    f) o sexto destaca a normalizao de trabalhos acadmicos, explicando como fazer a numerao das sees, qual o tipo de papel usar, como fazer a digitao dos trabalhos, a fonte e o tamanho das letras, as margens da folha, os espaos, a apresentao dos ttulos e subttulos, a numerao das pginas, as notas de rodap, as abreviaturas e siglas, o uso do grifo ou itlico, as ilustraes e as tabelas;

    g) o stimo apresenta as citaes, detalhando os sistemas de chamada autor-data e o numrico, com inmeros exemplos para cada situao, explicando-os a partir de citao direta, indireta e citao de citao;

    h) o oitavo apresenta as referncias baseadas na ABNT que identificam as obras/fontes utilizadas nos trabalhos acadmicos, como livros em geral, livros em meio eletrnico, parte de livros, partes de livro em meio eletrnico, publicaes peridicas, documentos de eventos, trabalhos apresentados em eventos, registro de patentes, documentos jurdicos, imagem em movimento, documento iconogrfico, documento cartogrfico, documento sonoro, partitura, alm de explicar por exemplos como se faz a transcrio dos elementos das referncias;

    i) e, por fim, o nono captulo traz sugestes sobre a orientao e a defesa de trabalhos em banca, com atribuies para o professor orientador e para o aluno orientando, alm de recomendaes de como fazer a preparao para a defesa.

  • As noes so acompanhadas de exemplos adaptados situao exposta, que procuram facilitar a decodificao das regras. Alm disso, ao final, para tornar mais clara a compreenso da normalizao, h apndices e anexos, com exemplos prticos de situaes mais frequentes que aparecem na hora de apresentar por escrito um trabalho acadmico.

    Excelentes trabalhos acadmicos a todos.

    Beatris Francisca Chemin [email protected] [email protected]

    Professora dos Cursos de Direito e Cincias Contbeis do Centro Universitrio Univates. Graduada em Letras e em Direito. Especialista em Lngua Portuguesa e em Direito Civil. MBA em Gesto Empreendedora de Negcios. Mestre em Direito. Advogada.

  • SUMRIO1 RESENHAS, RESUMOS, PARFRASES E ARTIGOS ACADMICOS...............131.1 Resenha ..........................................................................................................................131.1.1 Resenha-resumo .........................................................................................................141.1.2 Resenha crtica ...........................................................................................................161.1.2.1 Estrutura da resenha crtica ..................................................................................161.1.2.2 Outra forma de analisar a estrutura da resenha crtica .....................................171.2 Resumo ...........................................................................................................................211.2.1 Estrutura do resumo ..................................................................................................211.2.2 Tipos de resumo .........................................................................................................221.2.3 Extenso do resumo para determinados tipos de trabalho ....................................251.2.4 Diferenas entre resumo, recenso, resenha, abstract e sinopse ...........................261.3 Parfrase ........................................................................................................................271.3.1 Tipos de parfrase......................................................................................................271.3.2 Parfrases e citaes de textos ..................................................................................291.4 Artigos didtico-acadmicos ........................................................................................301.4.1. Estrutura de artigo como trabalho didtico-acadmico ........................................311.5 Apresentao de trabalhos acadmicos de aula .........................................................35

    2 PROJETOS DE PESQUISA ...........................................................................................392.1 Estrutura de projeto de pesquisa.................................................................................402.1.1 Dados de identificao na capa e folha de rosto ......................................................412.1.2 Sumrio .......................................................................................................................412.1.3 Introduo ..................................................................................................................422.1.4 Estrutura provisria da futura pesquisa .................................................................502.1.5 Reviso terica ...........................................................................................................522.1.6 Metodologia ................................................................................................................532.1.6.1 Caracterizao da pesquisa quanto ao modo de abordagem ..............................562.1.6.2 Caracterizao da pesquisa segundo o objetivo geral .........................................582.1.6.3 Caracterizao da pesquisa segundo os procedimentos tcnicos .......................602.1.6.4 Detalhamento dos procedimentos tcnicos ...........................................................642.1.6.5 Mtodos de pesquisa ...............................................................................................722.1.6.6 Uso da internet para coleta de dados ....................................................................732.1.7 Cronograma ................................................................................................................752.1.8 Oramento ..................................................................................................................762.1.9 Referncias .................................................................................................................762.2 Normas legais para a pesquisa em seres humanos e animais....................................77

    3 TRABALHOS ACADMICOS DE FINAL DE CURSO ...........................................793.1 Trabalhos de final de curso ..........................................................................................793.1.1 Monografia ................................................................................................................793.1.2 Relatrio ......................................................................................................................803.1.3 Artigo .........................................................................................................................803.1.4 Plano de negcio .........................................................................................................813.1.5 Dissertao ..................................................................................................................82

  • 3.1.6 Tese ..............................................................................................................................823.2 Plgio e compra de trabalhos acadmicos ..................................................................823.3 Sistemas de chamada de citaes .................................................................................833.4 Qualidades da redao do trabalho de final de curso ...............................................833.5 Redao do trabalho de final de curso ........................................................................853.6 Tipo de papel para a entrega do trabalho de concluso ............................................863.7 Biblioteca digital............................................................................................................86

    4 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADMICOS DE FINAL DE CURSO ...........874.1 Elementos da parte pr-textual ....................................................................................884.1.1 Capa ............................................................................................................................884.1.2 Lombada .....................................................................................................................914.1.3 Folha de rosto .............................................................................................................914.1.4 Errata, folha de aprovao, dedicatria, agradecimentos e epgrafe ....................954.1.5 Resumo ........................................................................................................................974.1.6 Listas de ilustraes, tabelas, abreviaturas e outras ...............................................994.1.7 Sumrio .....................................................................................................................1024.2 Elementos da parte textual .........................................................................................1044.2.1 Introduo ................................................................................................................1054.2.2 Desenvolvimento ......................................................................................................1054.2.3 Concluso ..................................................................................................................1084.3 Elementos da parte ps-textual .................................................................................1094.3.1 Referncias ...............................................................................................................1094.3.2 Glossrio ...................................................................................................................1104.3.3 Apndice(s) ...............................................................................................................1104.3.4 Anexo(s) ....................................................................................................................1114.3.5 ndice .........................................................................................................................112

    5 ARTIGO CIENTFICO ................................................................................................1135.1 Sistema nacional de avaliao das publicaes cientficas ......................................1145.2 Estrutura de artigo cientfico para submisso com vistas a publicao ................1145.3. Estrutura de artigo cientfico conforme normas da ABNT ...................................1165.3.1 Elementos pr-textuais ............................................................................................1165.3.2 Elementos textuais ...................................................................................................1185.3.3 Elementos ps-textuais ............................................................................................1215.4 Artigo como trabalho acadmico de avaliao de disciplinas .................................125

    6 NORMALIZAO DO TRABALHO ACADMICO ..............................................1276.1 Numerao progressiva das sees ............................................................................1276.2 Papel .............................................................................................................................1296.3 Aspectos gerais da digitao do trabalho..................................................................1306.4 Fonte e tamanho das letras .........................................................................................1306.5 Margens da folha.........................................................................................................1326.6 Espaos .........................................................................................................................1336.7 Apresentao de ttulos e subttulos ..........................................................................1336.8 Numerao das pginas ..............................................................................................1346.9 Notas de rodap ...........................................................................................................1356.10 Abreviaturas e siglas .................................................................................................1356.11 Uso do grifo ou itlico ...............................................................................................1356.12 Ilustraes ..................................................................................................................1366.13 Tabelas .......................................................................................................................1386.14 Digitao de equaes e frmulas ............................................................................140

  • 7 APRESENTAO DAS CITAES ..........................................................................1437.1 Notas de rodap ...........................................................................................................1437.1.1 Notas explicativas .....................................................................................................1437.1.2 Notas de referncia ..................................................................................................1447.2 Direitos autorais ..........................................................................................................1457.3 Citaes ........................................................................................................................1457.3.1 Quantidade de citaes num trabalho acadmico .................................................1467.3.2 Transformao de citaes diretas em indiretas ...................................................1477.3.3 Regras gerais de apresentao de citaes .............................................................1477.3.4 Sistemas de chamada de citaes ............................................................................1587.3.4.1 Sistema autor-data de citaes .............................................................................1587.3.4.1.1 Citaes diretas curtas .......................................................................................1587.3.4.1.2 Citaes diretas longas ......................................................................................1607.3.4.1.3 Citaes indiretas ...............................................................................................1617.3.4.1.4 Citao de citao ..............................................................................................1637.3.4.1.5 Outras formas de indicar a fonte das citaes pelo sistema autor-data ........1647.3.4.2 Sistema numrico de citaes ...............................................................................1707.3.4.2.1 Orientaes gerais sobre a utilizao do sistema numrico de citaes ........1717.3.4.2.2 Citaes diretas curtas .......................................................................................1757.3.4.2.3 Citaes diretas longas ......................................................................................1777.3.4.2.4 Citaes indiretas pelo sistema numrico ........................................................1797.3.4.2.5 Citao de citao pelo sistema numrico .......................................................181

    8 APRESENTAO DAS REFERNCIAS ..................................................................1918.1 Regras gerais de apresentao das referncias ........................................................1918.2 Modelos de referncias ...............................................................................................1928.2.1 Livros em geral (monografias no todo) ..................................................................1938.2.2 Livros (monografias no todo) em meio eletrnico ................................................1948.2.3 Parte de livro/monografia .......................................................................................1958.2.4 Parte de livro/monografia em meio eletrnico ......................................................1968.2.5 Publicao peridica ................................................................................................1978.2.5.1 Publicao peridica como um todo ....................................................................1978.2.5.2 Partes de revista, boletim e outros .......................................................................1988.2.5.3 Artigo e/ou matria de revista, boletim e outros ................................................1988.2.5.4 Artigo e/ou matria de revista, boletim etc. em meio eletrnico ......................1998.2.5.5 Artigo e/ou matria de jornal ...............................................................................2008.2.5.6 Artigo e/ou matria de jornal em meio eletrnico .............................................2018.2.6 Documento de evento ...............................................................................................2028.2.6.1 Documento de evento como um todo ...................................................................2028.2.6.2 Evento como um todo em meio eletrnico ..........................................................2038.2.7 Trabalho apresentado em evento ...........................................................................2038.2.7.1 Trabalho apresentado em evento em meio eletrnico .......................................2048.2.8 Registro de patente ..................................................................................................2058.2.9 Documento jurdico .................................................................................................2058.2.9.1 Legislao ...............................................................................................................2058.2.9.2 Jurisprudncia (decises judiciais .......................................................................2078.2.9.3 Doutrina .................................................................................................................2088.2.9.4 Documento jurdico em meio eletrnico .............................................................2098.2.9.4.1 Legislao ............................................................................................................2098.2.9.4.2 Jurisprudncia e demais decises judiciais em meio eletrnico ....................2108.2.9.4.3 Doutrina em meio eletrnico ............................................................................2118.2.10 Imagem em movimento .........................................................................................2128.2.11 Documento iconogrfico ........................................................................................2138.2.12 Documento iconogrfico em meio eletrnico .......................................................214

  • 8.2.13 Documento cartogrfico ........................................................................................2148.2.14 Documento cartogrfico em meio eletrnico .......................................................2158.2.15 Documento sonoro no todo ....................................................................................2168.2.16 Documento sonoro em parte .................................................................................2168.2.17 Partitura ..................................................................................................................2178.2.18 Partitura em meio eletrnico ................................................................................2178.2.19 Documento tridimensional ....................................................................................2178.2.20 Documento de acesso exclusivo em meio eletrnico ............................................2188.3 Transcrio dos elementos das referncias ...............................................................2198.3.1 Autor pessoal ............................................................................................................2198.3.2 Autor entidade ..........................................................................................................2228.3.3 Ttulo e subttulo ......................................................................................................2238.3.4 Edio ........................................................................................................................2258.3.5 Local de publicao..................................................................................................2268.3.6 Editora ......................................................................................................................2278.3.7 Data ...........................................................................................................................2288.3.8 Descrio fsica dos documentos referenciados .....................................................2308.3.9 Ilustraes .................................................................................................................2328.3.10 Sries e colees ......................................................................................................2328.3.11 Notas ........................................................................................................................232

    9 ORIENTAO E DEFESA DE TRABALHO DE FINAL DE CURSO .................2359.1 Orientao de trabalhos de final de curso ................................................................2359.2 Papel do orientador .....................................................................................................2359.2.1 Atribuies do professor orientador ......................................................................2369.3 Papel do orientando ....................................................................................................2379.3.1 Atribuies do aluno orientando ............................................................................2379.4 Defesa do trabalho perante banca examinadora ......................................................2389.4.1 Preparao para a defesa do trabalho diante de banca .......................................239

    REFERNCIAS ................................................................................................. 243

    APNDICESAPNDICE A Roteiro para elaborao de artigo cientfico pela ABNT ... 247APNDICE B Exemplo de artigo no sistema autor-data ............................ 253APNDICE C Exemplo de artigo no sistema numrico ............................. 268

    ANEXOS .............................................................................................................. 284

  • Manual da Univates para trabalhos acadmicos 13

    Beatris Francisca Chemin

    1 RESENHAS, RESUMOS, PARFRASESE ARTIGOS ACADMICOS

    Trabalho acadmico, para a Norma Brasileira (NBR) 14724/2005, da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), o documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado de disciplina, mdulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados em cursos de graduao e ps-graduao. Para fins deste Captulo, aquele ligado a tarefa/exerccio/avaliao mais simples e regular de aula (ao contrrio dos trabalhos acadmicos de final de curso, que so mais complexos, como as monografias, os artigos cientficos, as dissertaes, as teses, dentre outros, os quais esto expostos nos Cap. 3, 4 e 5 deste Manual), como resenha, resumo, parfrase, artigo acadmico, dentre outros, que podem se valer, pelo menos, de algumas regras mnimas na sua elaborao.

    A seguir, sero abordados detalhes sobre alguns desses trabalhos acadmicos de aula.

    1.1 Resenha

    A resenha uma espcie de resumo, de sntese de um objeto, o qual pode ser um acontecimento qualquer da realidade (jogo de futebol ou outro esporte, exposio de arte, pea de teatro, uma feira de produtos, uma comemorao solene etc.) ou textos e obras culturais (filme, livro, captulo de livro, pea de teatro etc.), com o objetivo de passar informaes ao leitor/ouvinte/assistente.

    Resenhar significa destacar as propriedades de um objeto, mencionar seus aspectos mais importantes, descrever as circunstncias que o envolvem, sempre de acordo com uma inteno/finalidade previamente definida pelo resenhador (FIORIN; SAVIOLI, 1990). Normalmente, a resenha utilizada na mdia (jornais e revistas, tanto em papel como online, e na televiso), quando recebe o nome de crtica, ou no recebe nome algum; na Academia (estabelecimento de educao superior), ela denominada de resenha mesmo (MACHADO, 2007).

    Ao lhe ser solicitada a tarefa de fazer um desses trabalhos de aula, voc dever se informar com o seu professor sobre qual tipo o desejado e se h alguma particulari-dade a ser observada.

  • Manual da Univates para trabalhos acadmicos 14

    Beatris Francisca Chemin

    A resenha pode ser elaborada sem crtica (s como resumo) ou com crtica (resumo e comentrio).

    1.1.1 Resenha-resumo

    A resenha-resumo um texto que sintetiza o objeto a ser resenhado, sem julgamento de valor, sem crtica ou apreciao do resenhador; trata-se de um texto informativo, descritivo, que apenas resume as informaes bsicas para conhecimento do leitor/ouvinte/assistente.

    Por exemplo, se for resenha-resumo de um livro, sugere-se esta estrutura para a apresentao do trabalho:

    a) folha de rosto, para a identificao do estudante resenhador e dados gerais do trabalho, se este for entregue ao professor. Ver Cap. 4, item 4.1.3;

    b) em outra pgina, o texto da resenha em si, composta das seguintes partes, sem mudar de pgina a cada uma delas:

    ttulo (diferente do ttulo da obra resenhada);

    referncia dos dados da obra: autor, ttulo, editora, local de publicao, nmero de pginas, preo do exemplar etc. Esses dados podem ser apresentados separadamente do texto (conforme exemplo seguinte), ou dentro de um pargrafo do texto;

    alguns dados biobibliogrficos do autor do livro resenhado: dizer algo sobre quem o autor, o que ele j publicou etc.;

    resumo do contedo da obra: indicao breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva terica, gnero, mtodo, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral.

    Exemplo de resenha-resumo de um livro1:

    1 Exemplo de possvel resenha-resumo, feita por Beatris F. Chemin, com fins didticos, em que aparecem citaes diretas pelo sistema autor-data e as principais partes do trabalho (obra, autor, resumo) separadas umas das outras.

    O direito como teoria separada de outras cincias sociais

    KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. So Paulo: Martins Fontes, 1985.

    A obra Esta obra, traduo de Joo Baptista Machado, o resultado da segunda edio alem (a primeira de 1934), publicada em Viena em 1960, composta de oito captulos: direito e natureza; direito e moral; direito e cincia; esttica jurdica; dinmica jurdica; direito e estado; o estado e o direito internacional; a interpretao, todos com subdivises, num total de 378 pginas.

    (continua)

  • Manual da Univates para trabalhos acadmicos 15

    Beatris Francisca Chemin

    O autor Hans Kelsen nasceu em Praga, cidade pertencente ao ento Imprio ustro-hngaro, cuja capital era Viena, em 11 de outubro de 1881, e faleceu em Berkeley,

    EUA, em 19 de abril de 1973. Em 1911 publicou sua primeira tese. Foi professor de Filosofia do Direito e Direito Pblico na Universidade de Viena, tendo fundado o grupo de estudos A Escola de Viena - uma doutrina pura do direito. Ensinou em diversas outras universidades, na Alemanha, Sua, Estados Unidos. Alm disso, foi constitucionalista e atuou como juiz e relator permanente do Tribunal Constitucional da ustria. Possui obras traduzidas em vrios idiomas, sendo as principais Teoria Pura do Direito e Teoria Geral das Normas.

    Resumo A obra trata da descrio de uma teoria jurdica pura, utilizando-se de uma pureza metodolgica capaz de isolar o estudo do direito do estudo das outras cincias sociais (histria, economia, psicologia etc.), descrio essa isenta de ideologias polticas e de elementos de cincia natural: Isso quer dizer que ela [teoria pura do Direito] pretende libertar a cincia jurdica de todos os elementos que lhe so estranhos. Esse o seu princpio metodolgico fundamental (p.1). Sua concepo lgico-normativista rejeita o direito natural, os juzos de valor, os critrios de justia, as consideraes de ordem axiolgica, pretendendo determinar o direito que , e no o que deveria ser.

    Analisa o objeto do Direito como (a) ordens de conduta humana, sendo ordem tida como um sistema de normas cuja unidade constituda pelo fato de todas elas terem o mesmo fundamento de validade, ou seja, a norma fundamental, e como (b) ordem coativa, no sentido de que ela reage contra as situaes consideradas indesejveis, por serem socialmente perniciosas.

    [...]

    O mestre austraco constri o sistema jurdico alicerado no critrio de validade das normas jurdicas. Ao indagar sobre o fundamento de validez de uma norma, responde que deve ser dada como resposta outra norma, formando-se, assim, uma hierarquia, uma estrutura escalonada de normas, em cujo pice estaria a norma fundamental, a qual no pertence ao direito positivo. No topo desta hierarquia de normas, dando validade a todo o sistema jurdico, est uma norma fictcia, um produto do pensamento:

    [...] o fundamento de validade de uma outra norma , em face desta, uma norma superior. Mas a indagao do fundamento de validade de uma norma no pode, tal como a investigao da causa de um determinado efeito, perder-se no interminvel. Tem de terminar numa norma que se pressupe como a ltima e a mais elevada. Como norma mais elevada, ela tem de ser pressuposta, visto que no pode ser posta por uma autoridade, cuja competncia teria de se fundar numa norma ainda mais elevada. [...] Uma tal norma, pressuposta como a mais elevada, ser aqui designada como norma fundamental (Grundnorm) (p. 206-207).

    [...]

    Para finalizar sua obra, Kelsen trabalha a questo da interpretao, dizendo que a interpretao cientfica pura determinao cognoscitiva do sentido das normas jurdicas (p. 370), que estabelece as possveis significaes de uma norma jurdica, repudiando a jurisprudncia dos conceitos e alegando ser incapaz de preencher as lacunas do Direito, j que isto funo criadora de Direito que apenas pode ser realizada por um rgo aplicador do Direito. Defende a ideia de que, tendo em vista a plurissignificao da maioria das normas jurdicas, o ideal da fico de que uma norma jurdica apenas permite uma s interpretao, a interpretao correta, somente realizvel de forma aproximativa.

    (Continuao)

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    1.1.2 Resenha crtica

    A resenha crtica um resumo comentado, uma apreciao crtica sobre determinada obra/fato, ou seja, alm de fazer o resumo, acrescenta-se uma avaliao, julgamento(s) de valor, apreciao, crtica. Quanto extenso, as resenhas, por suas caractersticas especiais, no esto sujeitas a limite de palavras: voc dever verificar a finalidade do trabalho e o espao em que ela ser utilizada, pois se for, por exemplo, publicada em jornais/revistas, o peridico orienta sobre o nmero mximo de linhas.

    1.1.2.1 Estrutura da resenha crtica

    Quanto sua estrutura, por exemplo, se for uma resenha crtica de livro ou similar, sugere-se esta para a apresentao do trabalho:

    a) folha de rosto, para a identificao do estudante resenhador e dados gerais do trabalho, se este for entregue ao professor. Ver Cap. 4, item 4.1.3;

    b) em outra pgina, a resenha em si, composta das seguintes partes, sem mudar de pgina a cada uma delas (se for resenha de pouca extenso, a critrio do professor da tarefa):

    ttulo (diferente do ttulo da obra resenhada);

    referncia dos dados da obra: autor, ttulo, editora, local de publicao, nmero de pginas, preo do exemplar etc.;

    alguns dados biobibliogrficos do autor da obra resenhada: dizer algo sobre quem o autor, o que ele j publicou etc.;

    resumo do contedo da obra: indicao breve do assunto tratado e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva terica, gnero, mtodo, tom etc.) e resumo dos pontos essenciais do texto e seu desenvolvimento geral;

    avaliao crtica: comentrios, julgamentos, juzos de valor do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra etc.;

    referncias (s se for um trabalho de maior extenso, em que houver a utilizao de outras obras para complementar o estudo crtico).

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    Exemplo de resenha crtica curta referente a um filme2:

    Exemplo de resenha crtica curta referente a um disco musical3:

    2 UM ELEFANTE que incomoda muita gente. Veja, So Paulo, 12 mar. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 13 mar. 2008.

    3 RADIOHEAD: sucesso da internet, agora nas lojas. Veja, So Paulo, 12 mar. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 15 mar. 2008.

    Um elefante que incomoda muita gente

    Horton e o Mundo dos Quem (Horton Hears a Who!, Estados Unidos, 2008. Estria nesta sexta-feira) Juntar novamente Jim Carrey e a obra do autor infantil Dr. Seuss (1904-1991) parece, primeira vista, uma temeridade como quem viu o insuportvel O Grinch no consegue esquecer. Mas, graas criatividade do ateli Blue Sky, de Robs, e da srie A Era do Gelo, o saldo aqui encantador. Carrey empresta sua voz ao expansivo elefante Horton, que incomoda muita gente quando cisma que, num pequeno gro de plen que passou voando perto dele, existe todo um mundo habitado por pessoas minsculas. Perseguido por uma canguru reacionria e pela massa que ela manobra, Horton ainda assim insiste na sua teoria. No s prova que ela verdadeira, como, com a ajuda do prefeito do pequeno mundo dos Quem (com a voz excelente de Steve Carell), enfrenta perigos terrveis para conduzir o grozinho at um lugar seguro. O enredo perfeito para o time da Blue Sky, cujos maiores atributos so o humor com um qu de absurdo (o trao marcante das rimas de Dr. Seuss, preservadas na narrao) e o talento para sequncias de ao que so verdadeiros delrios da causa e efeito.

    Radiohead: sucesso da internet, agora nas lojas

    In Rainbows, Radiohead (Flamil) O novo disco do quinteto ingls tornou-se um fenmeno do mercado por causa de sua estratgia de lanamento em outubro do ano passado, ele estava disponvel para download, pelo preo que o f achasse justo (estima-se que um milho de pessoas tenha baixado o lbum). Neste ano, In Rainbows chegou s lojas de discos e tambm teve bons resultados, alcanando os primeiros lugares nas paradas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Muito mais do que a uma estratgia de marketing, o xito de In Rainbows se deve excelncia musical do Radiohead. O quinteto capitaneado pelo guitarrista e vocalista Thom Yorke e pelo guitarrista Jonny Greenwood sabe como poucos misturar rock, msica clssica, eletrnica e experimental. As faixas Bodysnatchers e House of Cards so timos exemplos dessa mistura.

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    1.1.2.2 Outra forma de analisar a estrutura da resenha crtica

    Dito de outra forma, a resenha ter introduo, desenvolvimento e concluso, sem aparecerem esses ttulos no trabalho, mas a sequncia do texto que vai revelar essas partes.

    A introduo breve. Nela se procura identificar o objeto que est sendo resenhado e contextualizar o assunto de que ele trata. Por exemplo, se for resenha de um livro, na introduo mencionar seus dados bsicos: autor, ttulo, editora, local de publicao, nmero de pginas, preo do exemplar etc., discutindo-se a importncia do assunto, a fim de o leitor, a quem ser entregue o trabalho, ficar localizado no tempo e no espao.

    Exemplo de um pargrafo de introduo de uma resenha crtica de um livro, em que a referncia dos dados da obra aparece descrita no interior do prprio pargrafo4:

    O desenvolvimento consiste em um resumo com crtica aberta, em que se apresentam as ideias principais do autor, concatenando-as e ordenando-as. Sempre um pargrafo, ou uma frase, deve ser relacionado com o que vem antes e depois. Como um resumo com crtica, voc, ao mesmo tempo em que resume a obra, j vai expondo sua opinio, j vai emitindo seu julgamento, mostrando os pontos falhos, destacando os pontos vlidos, confirmando com exemplos de outros autores os argumentos apresentados, apontando causas e efeitos concordantes e/ou discordantes, comparando o livro em anlise com outras obras lidas, com outros autores etc.

    4 FUSCO, Camila. A tecnologia ser invisvel. Exame, So Paulo, 27 fev. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 28 fev. 2008.

    A TECNOLOGIA SER INVISVEL

    Um dos fenmenos que marcaram os ltimos anos do sculo 20 foi a democratizao da tecnologia. Durante dcadas, apenas as grandes corporaes podiam manter uma estrutura prpria de equipamentos caros e poderosos. A miniaturizao e o barateamento de componentes permitiram mais tarde que os computadores passassem a fazer parte da vida cotidiana no trabalho e nas casas. O mundo da tecnologia, porm, est s vsperas de uma nova e profunda transformao. Em um futuro prximo, tudo o que acontece dentro do computador desde o processamento at o armazenamento de informaes deve migrar para a internet. [...] Os contornos dessa transformao mais profunda do que parece primeira vista so delineados na obra The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google (A grande virada: reconectando o mundo, de Edison ao Google, em traduo livre e ainda sem previso de lanamento no Brasil), escrita pelo especialista em tecnologia e ex-editor da revista Harvard Business Review Nicholas Carr. Recm-lanado nos Estados Unidos, o livro uma viso do novo mundo da tecnologia.

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    Usam-se principalmente adjetivos, substantivos e advrbios para expressar a opinio do resenhador. Verbos que expressam o ato de falar, em suas vrias nuances, podem ser utilizados: afirmar, alertar, anunciar, apontar, citar, concordar, considerar, declarar, destacar, dizer, esclarecer, explicar, expor, lembrar, mencionar, propor, ressaltar, salientar. Dar preferncia para o verbo no presente do indicativo. Normalmente, quando se resenha uma obra cujo autor seja do gnero masculino, usa-se o seu sobrenome para identific-lo no decorrer da redao; quando for do gnero feminino, usa-se o prenome da autora5. Quando necessrio, se for trabalho de maior flego, podero aparecer subttulos, para melhor distribuir os assuntos na sequncia do texto, e tambm algumas citaes diretas e indiretas, com as devidas referncias s fontes/autores citados.

    Exemplo de parte de desenvolvimento da introduo da pgina anterior:

    Na concluso, a qual, em alguns casos, j se vai misturando com os pargrafos do desenvolvimento, o resenhador d sua opinio pessoal para fazer o fechamento da

    5 Chama-se a ateno para os exemplos A tecnologia ser invisvel, em que o autor Nicholas Carr tratado pelo resenhador durante a resenha apenas pelo seu sobrenome: Carr, enquanto na resenha O fenmeno da inveno amorosa na voz feminina, Malvine Zalcberg tratada pelo seu prenome: Malvine. uma conveno informal brasileira, que trata os homens autores pelo sobrenome e as mulheres autoras pelo prenome. Contudo, se for trabalho cientfico, recomenda-se que o sobrenome da autora seja utilizado, e no o prenome.

    A ideia poderosa e tem implicaes profundas e imediatas para a indstria de software e hardware, na qual prosperaram potncias inquestionveis como Microsoft e IBM. No cenrio delineado por Carr, ningum mais precisar comprar um software para ter em sua mquina o programa que deseja. Ele ser um servio disponvel via internet, pago em mensalidades ou at mesmo gratuito. Um dos exemplos disso [...]. A internet tornou-se literalmente nosso computador. Os diferentes componentes que costumavam estar isolados na caixa fechada de um computador podem ser agora dispersos pelo mundo, integrados pela rede e compartilhados por todos (p. 21), escreve o autor.

    A narrao fluente e didtica de Carr, colaborador de publicaes como o jornal Financial Times e a revista Forbes, equilibra ideias e boas histrias. Uma das mais atraentes [...].

    The Big Switch menos polmico que a obra de estria de Carr, Does IT matter? (TI importa?, em traduo livre), publicado em 2004. Na poca do lanamento, Carr causou furor ao argumentar que a tecnologia [...].

    Em seu novo livro, no h nenhuma afirmao to corajosa ou original. Carr, no entanto, alfineta cones da tecnologia. Ele dedica um captulo inteiro, com o sugestivo ttulo Adeus, Senhor Gates, [...].

    Composto de duas partes, o livro perde capacidade analtica e riqueza de detalhes da primeira para a segunda. O leitor encontra na primeira etapa o ponto alto da narrativa uma consistente descrio sobre os paralelos histricos [...]. Na segunda, embora haja uma descrio do que viver na nuvem da internet, no existem respostas ou reflexes claras sobre o impacto da era da computao como servio.

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    crtica, ou seja, ao ler e analisar o livro, ele dispe de um bom material. Seleciona-se esse material para apresent-lo na concluso. O livro tem alguma validade para quem l-lo? Que tipo de validade? O que falta/sobra no livro? H originalidade? A leitura agradvel? O texto est bem escrito? A linguagem utilizada acessvel? Qual a mensagem deixada pelo autor, ou o que fica com a leitura? H vrios aspectos, alm dos citados, que podem ser considerados na concluso, devendo todos eles estar inter-relacionados.

    Exemplo de concluso do desenvolvimento da pgina anterior, em que ela se mistura ao prprio desenvolvimento:

    Exemplo de resenha crtica, com subttulos, sem citaes diretas, referente a um livro6:

    6 Exemplo de resenha de livro, adaptado pela autora, retirado desta fonte: CALDAS, Heloisa. O fenmeno da inveno amorosa na voz feminina. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 mar. 2008. Caderno Ideias. Disponvel em: . Acesso em: 9 mar. 2008.

    O fenmeno da inveno amorosa na voz feminina

    Heloisa Caldas

    O livro Amor paixo feminina, de Malvine Zalcberg [Editora Campus, 256 p., R$ 39,90], destaca-se pela importncia de seu tema. Afinal, desde os tempos mais remotos, o amor interessa humanidade. O banquete, de Plato, e A arte de amar, de Ovdio, para citar apenas duas grandes obras da cultura ocidental, atestam isso. [...] Ela sabe entrelaar conceitos diversos, valendo-se, em especial, da psicanlise e da arte. Seu texto delicado, cuidadoso, preciso. Sustenta predominantemente a psicanlise e atesta como esta se enriquece ao no prescindir da arte e da cultura.

    Texto viril e feminino

    Pode-se dizer que um texto feminino. No porque a autora uma mulher, mas pelo fato de ela escrever deixando lacunas reflexo, espaos abertos fecundao, ao engendramento e inveno. Contudo, tambm um texto viril, se se levar em conta a sustentao dos conceitos. [...] A autora o explica ao mesmo tempo que o faz. Sua habilidade com a linguagem e o rumo claro da prosa tomam o leitor pela mo e o conduzem, passo a passo, por uma teorizao nada simples, nem fcil. O livro ensina tanto o jovem que se aproxima do assunto, como o estudioso mais experiente. Enderear-se num mesmo texto a um pblico to vasto no comum. preciso dedicar-se com amor a essa tarefa de transmisso. [...]

    (continua)

    A argumentao de Carr , em alguns momentos, insuficiente para convencer o leitor, por exemplo, da teoria de que mesmo empregos [...]. Ele insinua que os efeitos dessa transio devem afetar inclusive profissionais que trabalham em reas como finanas, mdia e at sade. [...] O que o livro no deixa dvida que, embora o amadurecimento desse novo formato de computao talvez demore a acontecer, os primeiros passos foram dados. E, para alguns, o barulho que eles j fazem assustador.

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    1.2 Resumo

    Resumo a condensao breve, a apresentao concisa das ideias mais importantes de um texto; sua caracterstica bsica a fidelidade s ideias do texto.

    1.2.1 Estrutura do resumo

    A estrutura do resumo envolve um plano sequencial, lgico, com introduo, desenvolvimento e concluso, que mostra o fio condutor delineado pelo autor do texto a ser resumido. A extenso do resumo varia de acordo com a finalidade do trabalho. Conforme Martins e Zilberknop (2002), deve-se dar preferncia ao uso da terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa; o estilo do resumo deve ser objetivo, conciso, mas sem ser uma enumerao de tpicos.

    A seguir, alguns passos que podero ser seguidos para um bom resumo:

    (Continuao)

    Diferena radical

    Quando se escolhe a psicanlise, escolhe-se uma teoria que introduz uma diferena radical. Essa diferena se deve ao fato de a teoria psicanaltica no se separar da experincia analtica. Assim e este um aspecto desenvolvido de forma exemplar no livro ainda que o amor nasa de um encontro fortuito, a forma como se estabelece para cada sujeito determinada por condies. O apaixonado tende a pensar que o encontro lhe era destinado, estava de alguma forma escrito. Nisso, pode-se dizer que ele tem alguma razo, pois, ainda que a pessoa amada no seja em si predestinada, as condies para que ela tenha se tornado a pessoa amada obedecem a uma necessidade lgica especfica a cada amante. [...] Malvine nos mostra que o amor uma tentativa de construir, atravs da fala, uma soluo aos impasses do ser. [...]

    Alegria infantil

    Eis, ento, a demonstrao de Malvine Zalcberg: o feminino apela ao amor. Uma demanda por algo valioso, devido a seu aspecto de imprevisibilidade, alegria infantil do novo, renovao que torna as coisas cheias de vida, ao que transborda os limites conhecidos e traz esperana de felicidade. [...]

    Trata-se de uma leitura instigante recomendvel a todos: seja o leitor iniciante ou experiente nas coisas do amor; amante ou amado; parceiro ou companheiro; ficante, rolo, caso ou namorado; romntico ou contemporneo; crente de que o amor possa ser eterno ou descartvel; duradouro ou mutvel; slido ou fludo; quer ame algum em especial, quer ame de forma especial a algum; quer vise a pessoa amada como complemento de seu ser, quer a tenha como companhia transitria ao longo de seu viver.

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    Exemplo de resumo, com introduo, desenvolvimento e concluso num s pargrafo7:

    1.2.2 Tipos de resumo

    A NBR 6028/2003, da ABNT, destaca que o resumo pode ser indicativo, informativo ou crtico:

    a) resumo informativo: informa suficientemente o leitor para que ele possa ter uma ideia geral sobre o texto, expondo finalidades, metodologias, resultados e concluses, podendo, por essa sntese, dispensar a consulta ao original. Esse tipo de resumo o indicado para artigos cientficos e artigos acadmicos.

    7 DA MATTA, R. A casa e a rua: espao, cidadania, mulher e morte no Brasil. So Paulo, Brasiliense, 1985, p. 25-27, citado por FIORIN, Jos L.; SAVIOLI, Francisco P. Para entender o texto: leitura e redao. So Paulo: tica, 1990, p. 424.

    PASSOS PARA UM BOM RESUMO

    1. Ler todo o texto, para ter a ideia do conjunto e ser capaz de compreender do que ele trata; 2. Reler o texto, sempre que necessrio, esclarecendo dvidas e conexes das palavras e pargrafos; 3. Segmentar o texto em blocos de ideias que tenham unidade de sentido, sublinhando, assinalando as ideias principais; 4. Resumir a ideia central de cada segmento/bloco de ideias utilizando pala-vras abstratas e mais abrangentes e deixando fora os exemplos e as explicaes; 5. Elaborar a redao final do resumo com palavras prprias, procurando enca-dear os segmentos resumidos na progresso em que sucedem no texto.

    As casas e as ruas

    Cada sistema social concebe a ordenao do espao de uma maneira tpica. No Brasil, o espao no concebido como um elemento independente dos valores sociais, mas est embebido neles. Expresses como em cima e embaixo no exprimem propriamente a noo de altitudes, mas indicam regies sociais. As avenidas e ruas recebem nomes indicativos de episdios histricos, de acidentes geogrficos ou de alguma caracterstica social ou poltica. Nas cidades norte-americanas, a orientao espacial feita pelos pontos cardeais e as ruas e avenidas recebem um nmero, e no um nome. Concebe-se, ento, o espao como um elemento dotado de impessoalidade, sem qualquer relao com os valores sociais.

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    a1) Exemplo de resumo informativo8:

    a2) Outro exemplo de resumo informativo9:

    8 Exemplo de resumo informativo de artigo cientfico baseado em pesquisa quantitativa. O resumo, adaptado pela autora, de JOHNSON et al. (apud POLIT; BECK; HUNGLER, 2004, p. 443).

    9 O exemplo de resumo informativo adaptado pela autora desta fonte: BARROS, A. C. B. et al. Uso de computadores no ensino fundamental e mdio e seus resultados empricos: uma reviso sistemtica da literatura. Revista Brasileira de Informtica na Educao, v. 16, n.1, abr. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 23 de jul. 2008.

    Muitas mulheres param de fumar durante a gestao, mas a maioria volta ao tabagismo pouco tempo aps o parto. O objetivo da pesquisa relatada neste artigo testar um programa para a preveno da recidiva do tabagismo no perodo ps-parto comparando-se os ndices de abstinncia contnua do fumo, os cigarros fumados por dia e a autoconfiana no abandono do fumo nos grupos em tratamento e de controle. Os mtodos envolveram um ensaio clnico aleatrio, realizado inicialmente no hospital, na poca do nascimento, em que as enfermeiras proporcionaram sesses de aconselhamento face a face, seguidas por aconselhamento por telefone. A populao-alvo inclua as mulheres que interromperam o fumo durante a gestao e deram luz em um de cinco hospitais. As 254 mulheres participantes foram entrevistadas seis meses depois do parto e investigadas bioquimicamente para a determinao do estado de tabagismo. Os resultados indicaram que o ndice de abstinncia contnua do fumo foi de 38% no grupo de tratamento e 27% no grupo de controle [...]. Mais participantes do grupo de controle (48%) do que do grupo de tratamento (34%) declararam fumar diariamente [...]. A autoconfiana no abandono do tabagismo no variou significativamente entre os grupos. As concluses so de que as intervenes para o abandono do tabagismo concentradas no perodo pr-natal no resultaram em abstinncia a longo prazo e que elas podem ser fortalecidas se forem estendidas no perodo ps-parto.

    Esta reviso sistemtica visa a entender qual o ganho que o computador promove na ao pedaggica para alunos do Ensino Fundamental e Mdio, tendo como base publicaes das ltimas trs dcadas, indexadas no banco de dados do Education Research Information Center (ERIC). Obteve-se como resultado um total de 109 artigos considerados relevantes para esta pesquisa; estes foram classificados em artigos experimentais positivos, negativos e neutros. Foram considerados como positivos artigos que apontam algum resultado favorvel ao uso educacional dos computadores; como negativos, o oposto a estes e, ainda, como neutros, aqueles que no informam, em seu resumo, o resultado do experimento estudado. A concluso foi de que ainda que h poucas evidncias experimentais publicadas em revistas internacionais que suportem a crena de que o computador proporciona ganhos na Educao Fundamental e Mdia. J a reviso das metanlises indica resultados mais otimistas, para o uso de computadores na educao, que os resultados experimentais permitiriam deduzir, e que muitas apresentam problemas metodolgicos.

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    a3) Mais um exemplo de resumo informativo10:

    b) resumo indicativo: indica somente os pontos principais do texto, sem apresentar dados qualitativos, quantitativos ou outros. De modo geral, esse tipo de resumo no dispensa a consulta ao texto original.

    Assim, os exemplos dos resumos informativos anteriores podem ser resumidos desta forma:

    b1) H mulheres que param de fumar durante a gestao, mas retomam o hbito depois do parto. A pesquisa testou programa para a preveno do fumo nesse perodo, por meio de ensaio clnico aleatrio, realizado com grupos de tratamento e de controle. Um programa de intervenes para o abandono do tabagismo no perodo pr e ps-parto fundamental para aumentar a abstinncia a longo prazo.

    b2) A reviso sistemtica da literatura indexada sobre os ganhos do uso do computador no Ensino Fundamental e Mdio indica que essa crena carece de evidncias experimentais. Problemas metodolgicos nos resumos e resultados mais otimistas do que efetivos para esse uso so apontados na metanlise.

    b3) O estudo lingustico, focalizando o que mentado, relaciona-se com a Psicologia. Ambas, porm, no se confundem, porque a Lingustica estuda os processos de linguagem (representao e comunicao intelectiva), servindo-se de tcnicas prprias.

    c) resumo crtico: possui finalidade interpretativa. Nele aparecem comentrios, juzos de valor do resumidor, sendo tambm chamado de resenha crtica ou recenso, conforme o maior ou menor grau de juzo crtico. Ver exemplos no item Resenha crtica 1.1.2.

    Ao fazer um resumo, voc dever observar qual o adequado para o seu tipo de trabalho: resumo informativo, indicativo ou crtico.

    10 O exemplo de resumo informativo de Cmara Jr., retirado desta fonte: MARTINS, Dileta; ZILBERKNOP, Lubia. Portugus Instrumental. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto, 2002, p. 274.

    O estudo lingustico, focalizando o que mentado, relaciona-se com a Psicologia. Alm disso, a lngua traz consigo a ideia de pensamento socializado, constituindo-se em ato mental coletivo tambm estudado na Psicologia Social. A Lingustica, porm, no se confunde com nenhum ramo da cincia psicolgica, pois, ao estudar os processos de linguagem, trata do modo pelo qual a humanidade cria a representao e a comunicao intelectiva. Dessa forma, a Lingustica deve servir-se de tcnicas prprias, as quais no se confundem com as utilizadas pela Psicologia.

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    1.2.3 Extenso do resumo para determinados tipos de trabalho

    O nmero de palavras empregadas em resumo de monografias de graduao e especializao, dissertaes de mestrado e teses de doutorado de 150 at 500; normalmente, o resumo composto de apenas um pargrafo, digitado em espao simples, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do contedo do trabalho, isto , palavras-chave (e/ou descritores), as quais devem ser separadas entre si por ponto e finalizadas tambm por ponto. A expresso palavras-chave aparece abaixo do resumo, em novo pargrafo alinhado margem esquerda.

    Os resumos de relatrios de pesquisa/artigos cientficos de peridicos (submetidos a revistas especializadas ou a eventos para possvel publicao e apresentao) devem ter de 100 a 250 palavras, ou conforme orientao do peridico. Esses artigos cientficos tambm so conhecidos como papers. Essa orientao da extenso de resumo tambm contempla artigos didtico-acadmicos, aqueles trabalhos acadmicos utilizados para avaliao de disciplinas e/ou de cursos, caso for exigncia do professor, ou de monografias de graduao e especializao transformadas em artigos.

    Portanto, dependendo do tipo de trabalho feito, e ainda se ele ser submetido a algum veculo de publicao, haver um tamanho especfico de resumo a ser seguido, que dever ser do conhecimento do interessado quando da sua elaborao.

    Nos trabalhos de concluso de cursos de ps-graduao (tanto lato sensu como stricto sensu) da Univates, exige-se verso do resumo para uma lngua estrangeira (em ingls, chamado Abstract; em espanhol, Resumen; em francs, Rsum; em alemo, Zusamenfassung; em italiano, Riassunto, por exemplo), que vai colocado na pgina seguinte do resumo na lngua verncula, seguido, logo abaixo, das palavras-chave (e/ou descritores) na lngua estrangeira (em ingls, por exemplo: Keywords). Ver mais detalhes sobre resumo de monografias e similares no Cap. 4, item 4.1.5, e sobre resumo de artigo cientfico no Cap. 5, item 5.3.1.

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    Exemplo de resumo informativo e palavras-chave em lngua verncula e em ingls de um artigo didtico-acadmico elaborado a partir de uma monografia de concluso de curso de graduao11:

    11 CASARA, Rosibel C.; CHEMIN, Beatris F. A relao entre sade-lazer e a qualidade de vida. Estudo & Debate, Lajeado, v. 15, n. 1, p. 29-59, 2008.

    THE RELATION BETWEEN HEALTH-LEISUREAND QUALITY OF LIFE

    Abstract: The rights to health and leisure, highlighted in the Federal Constitution of 1988 are now in evidence due to the fact that people desire to have a good life amid nowadays struggles. Thus, this article, based on a quali-quantitative research, aims at analysing the relationship between health-leisure and quality of life the Faculty members of the Law Program at Centro Universitrio Univates/RS. They answered a questionnaire about their personal, professional and social activities performed in the first semester of 2007. By means of the deductive method, general considerations of authors and legislation about the evolution and concepts of social rights described in the Federal Constitution/1988, especially on health and leisure, help us to understand the above mentioned survey. Its results reveal that the activities related to the professors quality of life are closer to leisure than to health.

    Keywords: Social rights. Health. Leisure. Quality of life.

    A RELAO ENTRE SADE-LAZERE A QUALIDADE DE VIDA

    Resumo: Os direitos sade e ao lazer, destacados na Constituio Federal de 1988 (CF/1988), esto em evidncia nos ltimos tempos, tendo em vista as pessoas desejarem ter uma vida boa no meio dos problemas desta poca. Assim, este artigo, baseando-se em pesquisa quali-quantitativa, tem como objetivo analisar a relao entre sade-lazer e qualidade de vida do corpo docente do Curso de Direito do Centro Universitrio Univates/RS, tomando como referncia o levantamento de dados feito por meio de questionrio sobre suas atividades pessoais, profissionais e sociais desenvolvidas no semestre A/2007. Utiliza-se o mtodo dedutivo, em que consideraes de doutrinadores e de legislao a respeito da evoluo e conceitos dos direitos sociais elencados na CF/1988, especialmente envolvendo a sade e o lazer, auxiliam na compreenso do levantamento enfocado, cujo resultado revelou que as atividades relacionadas qualidade de vida dos professores esto mais prximas do lazer do que da sade.

    Palavras-chave: Direitos sociais. Sade. Lazer. Qualidade de vida.

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    1.2.4 Diferenas entre resumo, recenso, resenha, abstract e sinopse

    Os itens acima referem-se a uma exposio breve das ideias principais de um texto. Resumo , em geral, seletivo, objetivo e destitudo de comentrio/crtica; a recenso e a resenha envolvem, respectivamente, menor ou maior juzo crtico; o abstract o resumo redigido em lngua estrangeira (ingls) e aparece em trabalhos cientficos como monografias de ps-graduao, dissertaes de mestrado, teses de doutorado e artigos cientficos; j sinopse a condensao bem concisa, na qual aparecem o tema da obra e suas partes principais, redigida pelo prprio autor do texto ou por seus editores (MARTINS; ZILBERKNOP, 2002).

    1.3 Parfrase

    Parfrase o desenvolvimento de texto de um livro ou de um documento mantendo-se as ideias originais da fonte utilizada, ou seja, parafrasear traduzir as palavras de um texto por outras de sentido equivalente, mantendo, porm, as ideias originais (MEDEIROS, 2006, p. 176).

    Os textos originais podem conter informaes complexas, que apresentem dificuldades de entendimento ao leitor/estudante. Assim, a parfrase tem como finalidade traduzir esse texto complexo em uma linguagem mais acessvel. Ela abrange o desenvolvimento de um texto, o comentrio, a explicitao, o resumo sobre ele, isto , a substituio de uma palavra por outra demonstra a parfrase que mais se assemelha ao original consultado.

    1.3.1 Tipos de parfrase

    Para Medeiros (2006), h o entendimento de que o grau inicial de uma simples substituio de vocbulos j constituiria uma parfrase; no extremo oposto da escala, estaria o comentrio apreciativo, o juzo de valor, a crtica sobre um texto, e, no meio desses dois extremos, estaria o resumo. A parfrase um dos exerccios mais proveitosos para aprimorar o vocabulrio e melhorar a estrutura das frases. A partir dela, fica mais fcil aprender a fixar o contedo, a resumir e a resenhar textos. Artigos acadmicos, monografias ou outros trabalhos acadmicos so resultado, em grande parte, de parfrases.

    Assim, formas parafrsticas, segundo o mesmo autor, podem ser desta ordem: a reproduo, o comentrio explicativo, o resumo, o desenvolvimento (amplificao) e a pardia. Em qualquer uma delas, voc dever respeitar a autoria das ideias, mencionando a fonte, sob pena de plgio:

    a) Reproduo: pode ser de duas espcies distintas. A primeira a transcrio de forma direta dos vocbulos, repetio das ideias do texto original de forma literal ou com mnima substituio de palavras por outras de sentido semelhante. Esse tipo de cpia de passagem do texto pouco contribui para o esclarecimento das ideias, j que reproduz o que o texto est dizendo, mas pode ser importante para a comprovao do pensamento, do posicionamento de um autor sobre o tema enfocado

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    pelo estudante, o qual dever aproveitar para explicar, comentar, desenvolver, resumir, criticar a ideia do texto original, conforme o tipo do seu trabalho. Quando reproduz literalmente o pensamento do autor, a reproduo do texto conhecida como citao direta (transcrio textual), que pode ser longa ou curta, a qual dever ser acompanhada da autoria/fonte, sob pena de plgio.

    A segunda forma de reproduo a no-literal, a traduo livre das ideias do autor, ou seja, a reescritura do texto, substituindo seus vocbulos por outros, escrevendo o pensamento do texto original por meio de palavras e frases diferentes, com palavras simples e prprias do estudante, inclusive, quando for o caso, converter frases negativas em afirmativas de igual valor. Voc poder aproveitar essa forma de reescritura para explicar, comentar, ampliar, resumir, criticar a ideia do texto primitivo. Esse tipo de parfrase prprio para citaes indiretas, que tambm podem ser longas ou curtas. Aqui tambm o cuidado com a autoria/fonte das ideias reproduzidas importante por parte do estudante.

    Ver detalhes sobre citaes no item 1.3.2 e no Cap. 7.

    b) Comentrio explicativo: objetiva explanar ideias, desenvolver conceitos, argumentar, esclarecer o que est obscuro no texto; trata-se de explicar ideias para que o texto fique claro, evidente.

    Veja o seguinte exemplo de texto de Mrio de Andrade12:

    O apogeu j decadncia, porque sendo estagnao no pode conter em si um progresso, uma evoluo ascensional. Bilac representa uma fase destrutiva da poesia, porque toda perfeio em arte significa destruio.

    A explicao, a explanao das ideias do texto anterior poderia ser desta forma:

    Se o apogeu considerado o ltimo degrau de uma escada, a partir do momento em que alcanado, passa-se estagnao, que ndice de deteriorao, ou inicia-se o processo de declnio. A poesia parnasiana, que alcanou em Bilac um defensor mximo, representa uma esttica literria que, levada s ltimas consequncias, destri o potico da poesia. Mrio de Andrade revela-se cuidadoso para no ferir suscetibilidades: considera Bilac um poeta rigoroso quanto aos princpios parnasianos, mas acrescenta que, chegando a esse limite, a poesia retorna de sua caminhada, na busca de outros elementos que a faz potica. E seu principal ingrediente acaba revelando-se a dinamicidade da procura.

    c) Desenvolvimento (amplificao): consiste na ampliao das ideias de um texto, acrescentando exemplos, detalhes, pormenores, comparaes, contrastes, exposio de causa e efeito, definio de termos utilizados etc.

    12 MEDEIROS, Joo B. Redao cientfica. So Paulo: Atlas, 2006, p. 178.

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    Observe o seguinte exemplo de texto de Machado de Assis13:

    Marcela morria de amores pelo Xavier. No morria, vivia. Viver no a mesma cousa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros deste mundo, gente muito vista na gramtica. Bons joalheiros, que seria do amor se no fossem os vossos dixes e fiados? Um tero ou um quinto do universal comrcio dos coraes.

    Um possvel desenvolvimento do texto anterior poderia ser assim:

    A ironia machadiana penetra a conscincia do leitor acostumado aos romances da linha romntica. Desvenda as intenes humanas e mostra o mercantilismo tambm presente nas relaes afetivas. Dixe jia, enfeite, ornamento de ouro ou pedraria. Sem o comrcio de jias e pedras preciosas, sem o crdito para a aquisio de tais produtos, o amor em que p estaria? Como seria? No esquece o autor tambm de apresentar ataque aos gramticos que gostam de usar a metfora joalheiro para os puristas e trabalhadores do estilo.

    d) Resumo: veja sobre o assunto o item 1.2 deste Captulo.

    e) Pardia: uma espcie de composio literria que imita o tema ou a forma de uma obra sria, que inverte o seu sentido, explorando aspectos cmicos, satricos, irnicos, com o objetivo de ridicularizar um estilo ou uma tendncia dominante (MEDEIROS, 2006). A ironia da pardia pode ser depreciativa, criticamente construtiva ou destrutiva.

    Ela diferente da stira, que apenas distorce, deprecia, fere. A pardia aparece frequentemente em manifestaes culturais, como na literatura, artes plsticas, filmes, teatro.

    O mesmo autor cita como exemplo de pardia uma cena do filme Os intocveis, de Brian de Palma, em que uma me desce uma escadaria com um carrinho de beb, comparando-a a cena semelhante de outro filme, O encouraado Potemkin, de Sergei Eisenstein: enquanto neste a cena salienta a estupidez do conflito entre marinheiros e a fora do Czar, em Os intocveis, a cena ressalta a estupidez da violncia urbana. A violncia est cada dia mais perto do homem e atinge-o desde a mais tenra idade (MEDEIROS, 2006, p. 180).

    1.3.2 Parfrases e citaes de textos

    Ainda, do que foi visto neste captulo, importante referir que voc deve cuidar na hora de fazer seu trabalho acadmico: se for para citar direta ou indiretamente as ideias do autor utilizado, dever valer-se de parfrases em forma

    13 MEDEIROS, Joo B. Redao cientfica. So Paulo: Atlas, 2006, p. 178-179.

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    de citaes diretas ou indiretas, conforme o caso, com a meno autoria, sob pena de se configurar plgio. As citaes so elementos importantes na elaborao de trabalhos acadmicos, servindo para comprovar ideias desenvolvidas pelo autor, mas o trabalho acadmico no pode ser uma colcha de retalhos, com uma quantidade enorme de citaes diretas (transcries textuais), indiretas, ou citao de citao.

    A citao direta a transcrio textual, literal dos conceitos do autor utilizado na consulta do tema. Quando a citao alcana no mximo trs linhas, deve ser colocada na sequncia do pargrafo, no corpo do trabalho, em letra 12 normal, devidamente identificada entre aspas duplas, com sobrenome do autor, data e pgina. As citaes com mais de trs linhas devem ser colocadas separadamente do pargrafo anterior, digitadas em espao simples, fonte tamanho 10, letra normal (sem itlico) e sem as aspas; a autoria dever estar presente: sobrenome do autor, data e pgina. A margem esquerda alterada, recuando-se 4 cm para dentro da pgina. No caso de citao dentro de citao, usam-se aspas simples. Quando a citao de texto for retirada de meios digitais, tipo internet, CD, DVD, ou outro suporte, em que no h pgina identificada, usa-se a expresso texto digital no lugar da pgina.

    J a citao indireta a transcrio livre do texto do autor utilizado, ou seja, usada apenas a ideia do autor, sem transcrev-la literalmente. No se precisa fazer uso de aspas e nem indicao da pgina, mas o autor e a data da publicao so mencionados. Como a redao da ideia do autor utilizado deve ser escrita com as palavras prprias do acadmico, o conhecimento de um bom vocabulrio fundamental. Recomenda-se, portanto, leitura constante e uso de bons dicionrios.

    Mais detalhes sobre como apresentar as citaes no Cap. 7.

    1.4 Artigos didtico-acadmicos

    Importante destacar que na Univates tm sido solicitados artigos, como requisito para avaliao de disciplinas de cursos de graduao e ps-graduao e, em alguns casos, quando mais elaborados e aprofundados, at como trabalho de concluso de curso.

    Quando o artigo se tratar de um trabalho acadmico como dito acima, nem sempre ele ser considerado cientfico, pois poder ou no estar intimamente ligado a determinado esforo de pesquisa acadmica de carter cientfico.

    O artigo cientfico (paper) um texto com autoria declarada que apresenta e discute ideias, mtodos, tcnicas, processos e resultados nas diversas reas do conhecimento, e que poder fazer parte de uma publicao peridica cientfica impressa, com outros artigos e autores, segundo a NBR 6022/2003, da ABNT. Esse texto publicado em veculos como revista, boletim, anurio, journal etc., os quais, para serem considerados peridicos cientficos especializados da rea, precisam ter qualidade cientfica em determinada rea do conhecimento, ser objeto como tal de Nmero Padro Internacional para Publicao Seriada (ISSN)14 na verso impressa

    14 Segundo a NBR 6022/2003, da ABNT, publicao peridica cientfica impressa um dos tipos de publicaes seriadas, que se apresenta sob a forma de revista, boletim, anurio etc., editada em

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    e/ou online, e serem indexados a bases de dados nacionais e/ou internacionais. Ver mais detalhes sobre artigo cientfico no Cap. 5 deste Manual.

    J os artigos didtico-acadmicos so, normalmente, atividades/trabalhos de aula, de ordem tcnica, muitas vezes de levantamento/reviso bibliogrfica e, em outros casos, tambm de coleta e anlise de dados, para a verificao e avaliao do aprendizado do estudante em disciplinas ou at como concluso de um determinado curso. Mesmo no estando no nvel das verdadeiras pesquisas cientficas, precisam respeitar mtodos, critrios, tcnicas e regras em sua consecuo e os rigores formais na sua redao e apresentao final, como se fossem artigos cientficos.

    Assim, salvo outra orientao do professor e/ou coordenador da atividade/curso, o trabalho de aula/curso em forma de artigo acadmico possui extenso entre 15 e 30 pginas, devendo o assunto escolhido como objeto de anlise vir exposto de tal modo que permite ao leitor ter uma boa noo do contexto no qual ele se insere, no entendimento de Mezzaroba e Monteiro (2006).

    Salienta-se, ainda, a necessidade de um raciocnio argumentativo lgico, bem fundamentado, numa sequncia bem distribuda entre as sees e subsees, conforme a necessidade, sempre acompanhadas do respeito s regras de citao e referncias da ABNT.

    1.4.1. Estrutura de artigo como trabalho didtico-acadmico

    Para trabalhos acadmicos em forma de artigo, que serviro de avaliao de disciplinas (de graduao ou de ps-graduao) ou at de cursos de graduao da Univates, ou de transformao de monografias em artigos, essencial seguir as regras metodolgicas da ABNT, no que competir, alm das normas da Instituio. A seguir, breves noes de como estruturar um artigo mais simples:

    a) Capa (ver Cap. 4, item 4.1.1).

    b) Folha de rosto (ver Cap. 4, item 4.1.3, ou mais adiante, no item 1.5).

    c) Sumrio (ver Cap. 4, item 4.1.7): deixar fora as listas de abreviaturas, de tabelas etc. O significado das abreviaes, siglas, ou outras, dever ser posto no corpo do texto em que esses elementos aparecerem ou em nota de rodap. O sumrio dever ser disposto em pgina autnoma, ou conforme orientao do professor. Se o artigo for de curta extenso, o sumrio poder ser dispensado.

    d) Ttulo: dever ser representativo do contedo do artigo, escrito em tamanho 14, todo maisculo, negrito, centralizado na pgina, fonte Arial ou Times New Roman. O ttulo, a introduo e o desenvolvimento sero dispostos numa sequncia na pgina, sem troca de pgina a cada nova seo/ttulo.

    fascculos com designao numrica e/ou cronolgica, em intervalos pr-fixados (periodicidade), por tempo indeterminado, com a colaborao, em geral, de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro de uma poltica editorial definida, e que objeto de Nmero Padro Internacional para Publicao Seriada (ISSN), nos termos da NBR 10525/2005. Os ISSN so construdos e distribudos pelo Centro Internacional do ISSN, cujo representante oficial no Brasil o Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia (IBICT), com sede em Braslia endereo eletrnico: [email protected].

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    e) Resumo: obrigatrio apenas para artigos quando representarem trabalhos de concluso de curso, ou conforme exigncia do professor da atividade. O resumo se constitui de uma sequncia de frases concisas e objetivas, e no de uma simples enumerao de tpicos, tendo no mximo 250 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do contedo do trabalho: as palavras-chave. Use verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular, com a partcula apassivadora se quando for o caso.

    f) Introduo: nela devero constar o tema, os objetivos, a justificativa etc., alm de breve exposio do que ser desenvolvido no trabalho. Na introduo, no h lugar para notas de rodap nem para citaes diretas de autores. A letra dever ser tamanho 12 para todo o texto.

    g) Desenvolvimento: a parte principal e mais extensa do texto que fundamenta o trabalho, que contm a exposio ordenada e pormenorizada do assunto. Normalmente, dependendo do artigo, a parte que envolve o referencial terico, o(s) mtodo(s) e a coleta de dados, a anlise e a discusso/interpretao dos resultados da pesquisa feita pelo estudante e que est gerando o artigo.

    Algumas caractersticas a serem observadas nesta parte do artigo:

    no se escreve a palavra Desenvolvimento como ttulo desta parte, mas os ttulos das sees/captulos relacionados ao seu contedo;

    o texto do desenvolvimento pode ser dividido em tantas sees primrias/captulos e subsees/subcaptulos quantos forem necessrios para facilitar a compreenso do assunto;

    procurar dividir o texto preservando a coerncia entre as etapas sucessivas, cuidando para que no fique com sees e subsees nem muito extensas, nem muito curtas uma em relao outra;

    o tempo verbal, conforme Hbner (1998), varia de acordo com a natureza do trabalho e a seo em que ele for inserido. Assim, emprega-se o tempo presente, quando o autor se referir ao prprio trabalho, objetivos, concluses etc.: este artigo tem como objetivo, so possveis as seguintes constataes, a qualidade de vida possui relao direta, cabe ressaltar que, observa-se que os entrevistados possuem o autor destaca que. Contudo, ao relatar outros estudos ou aes passadas, recomenda-se o emprego do pretrito perfeito ou o pretrito imperfeito, conforme a durao da ao descrita: cinco entrevistados responderam que, na ltima dcada, surgiram estudos sobre , constatou-se que, a outra pergunta relacionava-se a atividades ;

    para dar maior objetividade ao texto, devem ser usados verbos na terceira pessoa do singular, com a partcula apassivadora se quando for o caso: verifica-se que, trata-se de , acredita-se que, ser analisada a , possvel verificar que, o estudo trata do, a pesquisa demonstrou que, e no eu verifiquei que , ns verificamos que ;

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    as descries apresentadas na parte textual devem ser suficientes para a fcil compreenso do assunto estudado; para isso, importante que as ilustraes essenciais ao entendimento do texto (ex.: tabelas, grficos, quadros, figuras etc.) constem do desenvolvimento do trabalho, e a quantidade dessas ilustraes deve ser comedida dentro da totalidade da extenso do artigo;

    as equaes e frmulas, quando houver, devem aparecer destacadas no texto, para facilitar a sua leitura. A NBR 6022/2003 orienta que na sequncia normal do texto permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte os elementos das equaes e frmulas (expoentes, ndices e outros); quando fragmentadas em mais de uma linha, por falta de espao, elas devem ser interrompidas antes do sinal de igualdade ou depois dos sinais de adio, subtrao, multiplicao e diviso;

    a letra dos ttulos e subttulos do desenvolvimento dever ser tamanho 12, negrito, na mesma fonte do texto: os ttulos sero em maisculo; os subttulos s com a inicial da frase e de substantivos prprios em maisculo;

    as ilustraes (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, grficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos etc.), quando houver, devem ser inseridas o mais prximo possvel do trecho do texto a que se referem; mais informaes sobre ilustraes, no Cap. 6, item 6.12;

    para as tabelas, recomenda-se a leitura do Cap. 6, item 6.13;

    o autor do trabalho acadmico, ao se valer de ideias de outros autores, escritos em forma de citaes indiretas (no textuais) e de citaes diretas (textuais), deve incluir os dados da fonte em que se baseou, a fim de evitar plgio. As citaes devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: o autor-data, colocado no prprio corpo do texto, ou o numrico, com referncias em notas de rodap. A ABNT no permite mistura dos dois sistemas. importante ressaltar que qualquer que seja o sistema adotado, ele dever ser seguido consistentemente ao longo de todo o artigo, permitindo sua correlao na lista de referncias ou em notas de rodap. Nesse sentido, as citaes devero obedecer s orientaes da ABNT, apresentadas no Cap. 7 deste Manual.

    h) Concluso: um processo de sntese dos principais resultados e ideias correspondentes aos objetivos e hipteses do trabalho, podendo conter, opcionalmente, desdobramentos relativos importncia, sntese, projeo, recomendaes, repercusso do trabalho, encaminhamentos do autor etc.

    Outras recomendaes para a parte final do artigo:

    na concluso tambm aparecer o posicionamento pessoal do estudante diante dos problemas/objetivos apresentados e solues encontradas (ou no) durante o desenvolvimento do artigo;

    para os trabalhos de natureza aplicada, que possuem cunho mais prtico ou at de natureza consultiva, possvel acrescentar concluso as recomendaes que o autor do trabalho faz a partir do que estudou e investigou;

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    recomenda-se o uso do verbo no passado na parte que envolver a reconstruo dos assuntos abordados no desenvolvimento: constatou-se que , o estudo revelou que;

    na concluso no h lugar para notas de rodap nem para citaes diretas de autores, a no ser aqueles pensamentos meramente ilustrativos;

    em geral, o ttulo Concluso o adequado para trabalhos acadmicos, e no Consideraes finais; mais comum usar Consideraes finais especialmente quando o tema no conclusivo, mas aberto.

    i) Referncias: elemento obrigatrio, a ser feito conforme o Cap. 8 deste Manual. So as autorias/fontes efetivamente utilizadas e indicadas ao longo do texto do artigo, que devero aparecer ao final do trabalho. Dependendo do sistema utilizado nas citaes, a apresentao das referncias ser assim:

    sistema autor-data de citao: durante o texto, as fontes das citaes so identificadas pelo sobrenome do autor, o ano e a pgina (usa-se pgina quando h citao direta), colocando-se, depois, todas as referncias, de modo completo, ao final do trabalho, em ordem alfabtica dos autores/fontes; ou:

    sistema numrico de citao: i) durante o texto, as citaes tm suas fontes numeradas sequencialmente e identificadas simplificadamente em notas de referncias ao p da pgina, com lista completa obrigatria de referncias, em ordem alfabtica, no final do artigo; ii) ou, ainda, durante o texto, as citaes tm suas fontes numeradas sequencialmente e identificadas de modo completo s no final do texto (notas de fim, se for artigo de curta extenso), podendo j servir como referncias; iii) ou, ainda, durante o texto, as citaes tm suas fontes numeradas sequencialmente e identificadas simplificadamente s no final do texto (notas de fim, se for artigo de curta extenso), e as referncias virem separadas, em seguida s notas de fim, em ordem alf