Manual de Contratos Terceirizados

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Manual de Contratos de Prestao de Servios Terceirizados

Junho/2009

GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Luiz Henrique da Silveira Governador do Estado de Santa Catarina SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA Antnio Marcos Gavazzoni Secretrio de Estado Pedro Mendes Diretor Geral DIRETORIA DE AUDITORIA GERAL Francisco Vieira Pinheiro Diretor de Auditoria Geral GERNCIA DE AUDITORIA DE CONTRATOS Ana Cristina Souza Wendt Mazotini Gerente de Auditoria de Contratos Elaborao: Luciana Zanatta Auditora Interna do Poder Executivo Marina de Sousa S. G. Rebelo Auditora Interna do Poder Executivo Contribuies tcnicas: Gisele Rafaeli (formatao) Auditora Interna do Poder Executivo Scheyla Cristiane P. Francisco (layout e reviso) Estagiria

1 edio

APRESENTAO

O presente manual abrange os principais procedimentos de planejamento, de licitao, de contratao e principalmente de fiscalizao dos contratos de prestao de servios terceirizados, no mbito dos rgos e entidades da Administrao Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual. Foi concebido com o propsito de garantir a formalizao, a padronizao e o controle dos procedimentos. Ressalta-se que este manual no tem a pretenso de substituir o estudo pleno e aprofundado da Lei de Licitaes, mas sim, possui o escopo de servir como um instrumento de controle para a correta execuo e fiscalizao dos contratos de prestao servios terceirizados, em consonncia com a legislao vigente. Este trabalho faz parte do Projeto AUDITORIA INTERNA ORIENTA idealizado pela Diretoria de Auditoria Geral - DIAG, com o intuito de orientar os rgos e entidades estaduais e oferecer instrumentos que otimizem a aplicao dos recursos pblicos estaduais com o conhecimento e disseminao de boas prticas.

Visite o nosso site: www.sef.sc.gov.br/auditoria

SUMRIO 1. TERCEIRIZAO............................................................................................6 1.1. Aspectos Gerais .........................................................................................61.1.1. Conceito........................................................................................................6 1.1.2. A terceirizao no mbito do servio pblico.................................................6 1.1.3. Objetivos da terceirizao .............................................................................7 1.1.4. Riscos da terceirizao .................................................................................7 1.1.5. Servios que podem ser terceirizados no mbito do Estado de Santa Catarina.....................................................................................................................7 1.1.6. O que no lcito terceirizar..........................................................................8 1.1.7. Servios contnuos ........................................................................................9

2.

PLANEJAMENTO ...........................................................................................9 2.1. Quem licita..................................................................................................9 2.2. Diferena entre locao de mo-de-obra e contratao de servios........10 2.3. Evitando que um contrato de prestao de servio terceirizado se configure um contrato de locao de mo-de-obra...........................................10 2.4. Como planejar ..........................................................................................10 2.5. Projeto Bsico ..........................................................................................11

3.

LICITAO....................................................................................................12 3.1. Modalidade licitatria ................................................................................12 3.2. Clusulas necessrias ao contrato (Minuta do Contrato) .........................13 3.3. O papel do assessor jurdico na fase interna da licitao.........................14

4.

CONTRATAO ...........................................................................................15 4.1. Cuidados necessrios na contratao......................................................15 4.2. Prazo de durao dos contratos de servios contnuos ...........................16 4.3. Subcontratao ........................................................................................17

5.

FISCALIZAO ............................................................................................18 5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. 5.6. 5.7. 5.8. 5.9. Gestor/Fiscal dos contratos ......................................................................18 Competncias do Gestor/Fiscal dos contratos .........................................18 Medies ..................................................................................................19 O papel do Gestor/Fiscal no controle dos gastos pblicos .......................20 Cuidados que o Gestor dos contratos deve ter ........................................21 Fiscalizao das empresas prestadoras de servios................................21 Controle das obrigaes trabalhistas e previdencirias............................22 Preposto da contratada ............................................................................23 Responsabilidades da contratante e da contratada..................................23 Alteraes contratuais ..............................................................................24 Limites de acrscimos e supresses contratuais .....................................26 Prorrogao contratual .............................................................................27 Reajustes contratuais ...............................................................................27 Apostilamento...........................................................................................28 Recebimento do servio prestado ............................................................29 Certificao da Despesa...........................................................................30 Documentos e comprovantes de recolhimentos .......................................30

6.

EXECUO CONTRATUAL .........................................................................24 6.1. 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 6.6. 6.7. 6.8.

6.9. Apresentao da Nota Fiscal/Fatura dos servios prestados...................32 6.10. Certido Negativa de Dbito para com a Fazenda Estadual e Municipal .33 6.11. Sanes aplicveis pela inexecuo total ou parcial dos servios contratados .......................................................................................................336.11.1. 6.11.2. 6.11.3. 6.11.4. Advertncia .................................................................................................34 Multa ...........................................................................................................34 Suspenso Temporria ...............................................................................35 Declarao de Inidoneidade........................................................................36

6.12. Resciso e anulao contratual................................................................36 6.13. Recurso Administrativo (hierrquico)........................................................38 7. FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DOS PROCEDIMENTOS DE CONTRATAO DE SERVIOS TERCEIRIZADOS...........................................39 8. FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DOS PROCEDIMENTOS DE ROTINA DE FISCALIZAO DOS SERVIOS TERCEIRIZADOS .........................................40 9. ANEXOS ........................................................................................................41 9.1. ANEXO 1 Formulrio de ocorrncias e/ou correes dos servios .......419.1.1. ANEXO 1 Modelo de Formulrio de Ocorrncias e/ou Correes dos Servios...................................................................................................................42

9.2. ANEXO 2 Relatrio de Medio dos Servios Prestados......................439.2.1. ANEXO 2 Modelo de Relatrio de Medio dos Servios Prestados........44

9.3. ANEXO 3 Formulrio de Registro de Ocorrncias para Manuteno....459.3.1. ANEXO 3 Modelo de Formulrio de Registro de Ocorrncias para Manuteno.............................................................................................................46

9.4. ANEXOS 4 - Planilha de Avaliao de Qualidade dos Servios Prestados - Limpeza e Conservao .................................................................................479.4.1. ANEXOS 4 Modelo de Planilha de Avaliao de Qualidade dos Servios Prestados - Limpeza e Conservao .......................................................................49 9.4.2. ANEXO 5 Modelo de Minuta do Contrato para Prestao de Servios Terceirizados de Limpeza e Conservao - ServenteESTADO DE SANTA CATARINA ..............................................................................................................51

9.5. ANEXO 6 Termo Aditivo para Prestao de Servios Terceirizados.....619.5.1. ANEXO 6 Modelo de Termo Aditivo para Prestao de Servios Terceirizados ...........................................................................................................62 ESTADO DE SANTA CATARINA ............................................................................62

9.6. ANEXO 7 Apostilamento para Prestao de Servios Terceirizados ....639.6.1. ANEXO 7 Modelo de Apostilamento para Prestao de Servios Terceirizados ...........................................................................................................64

9.7. ANEXO 8 Atestado de Realizao dos Servios - Parcial.....................659.7.1. ANEXO 8 Modelo de Atestado de Realizao dos Servios - Parcial.......66

9.8. ANEXO 9 Atestado de Realizao dos Servios - Definitivo .................679.8.1. ANEXO 9 Modelo de Atestado de Realizao dos Servios - Definitivo ...68

9.9. ANEXO 10 Lista de procedimentos para contratao de prestao de servios terceirizados........................................................................................699.9.1. ANEXO 10 Lista de Procedimentos para contratao de prestao de servios terceirizados ..............................................................................................70

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1. 1.1.

TERCEIRIZAO Aspectos Gerais

De incio, veremos os conceitos e informaes gerais sobre terceirizao, para mais adiante, aprofundarmos os conhecimentos sobre o assunto. 1.1.1. Conceito

Terceirizao a contratao de servios por meio de empresa intermediria, ou seja, o contratante transfere a um terceiro a mo-de-obra de servios que poderiam ser realizados diretamente, mediante contrato de prestao de servios. Em outras palavras, uma empresa repassa a uma outra a prestao de servios no essenciais, simplificando sua estrutura e a remunerando pelos servios prestados. A relao de emprego se d entre o trabalhador e a empresa contratada, e no diretamente com o contratante dos servios. 1.1.2. A terceirizao no mbito do servio pblico

A terceirizao, no mbito do servio pblico, entendida como a contratao de empresas especializadas para a realizao de atividades complementares, que no fazem parte de sua linha principal de atuao. Em suma, o poder pblico transfere a prestao de determinados servios a um terceiro por intermdio de um contrato administrativo firmado entre as partes, estabelecendo uma relao de mtua colaborao.

, na verdade, uma parceria!

Importante ressaltar que na terceirizao no h qualquer transferncia de gesto do servio pblico ao privado, s o que passa a existir uma forma de execuo indireta, regida por clusulas contratuais que determinam quais os servios e de que forma os mesmos sero fornecidos pela iniciativa privada Administrao. Resta lembrar que, pela terceirizao, a administrao pblica contrata empresas privadas para desempenharem atividades-meio, ou seja, atividades acessrias que no fazem parte do objetivo institucional do rgo ou entidade.

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1.1.3.

Objetivos da terceirizao

O principal objetivo da terceirizao no setor pblico , sem dvida, a diminuio da mquina pblica, que, enxugando sua estrutura, busca a reduo de gastos com atividades que no fazem parte da finalidade do Estado. 1.1.4. Riscos da terceirizao

Como j vimos, a terceirizao apresenta inmeras vantagens para a Administrao Pblica, porm, existem alguns riscos que so inerentes a estas contrataes, tais como: servios mal realizados ou com baixa qualidade, decorrentes da falta de fiscalizao dos contratos; contratao de empresas mal qualificadas; autuaes do Ministrio Pblico do Trabalho e aes trabalhistas decorrentes da responsabilidade subsidiria do ente pblico (contratante) nos encargos trabalhistas e previdencirios.

Estes riscos podem e devem ser minimizados atravs do controle efetivo das contrataes e de uma poltica de fiscalizao eficaz, que possibilite ao poder pblico contratar servios terceirizados com maior segurana. 1.1.5. Servios que podem ser terceirizados no mbito do Estado de Santa Catarina

A Lei Complementar n 381, de 07/05/07, em seu art. 173, define quais os servios que podem ser passveis de terceirizao pela Administrao Pblica Direta e Indireta:Art. 173. A partir da vigncia desta Lei Complementar Administrao Pblica Estadual somente ser permitida a contratao de prestao de servios de conservao, limpeza, segurana, vigilncia, transportes, informtica, copeiragem, recepo, mensagens, reprografia, telecomunicaes, manuteno de veculos, mquinas, operao de telemarketing e mquinas pesadas, pintura, prdios, equipamentos e instalaes, operao de equipamentos rodovirios e agrcolas, auxlio de campo no setor agropecurio, operao de trfego e de sistemas de manuteno rodoviria, leitura e conferncia de consumo e/ou utilizao de bens e servios, assessoria, gerenciamento, coordenao, superviso e subsdios fiscalizao, controle de qualidade e quantidade, servios especializados de infra-estrutura, projetos em geral, projetos especiais, projetos de sinalizao, vistoria, diagnstico e gerenciamento de estrutura em obras de engenharia e controle de peso do transporte de carga, quando estes se caracterizarem como atividades materiais acessrias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem rea de competncia legal do rgo ou entidade.

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Mais uma vez vale ressaltar que somente podero ser terceirizados os servios aqui normatizados e que no faam parte da atividade-fim do rgo ou entidade da Administrao Pblica. Esse normativo j possui um posicionamento claro em Santa Catarina, proferido pelo Prejulgado 1084 do Tribunal de Contas do Estado, a saber:

Prejulgado 1084: (...) 2. a terceirizao de servios por parte do Poder Pblico tem que se restringir s atividades-meio do rgo contratante, assim entendidas aquelas que no representem funes essenciais, finalsticas; (...)O prprio Tribunal Superior do Trabalho, atravs do Enunciado 331, delimitou como lcita somente a terceirizao de pessoal que tenha por objetivo atividades-meio do rgo contratante, desde que no haja subordinao direta nem a pessoalidade entre esta e o trabalhador. S para ilustrar: Enunciado 331, TST: (...) III No forma vnculo de emprego com o tomador contratao de servios de vigilncia (...), de conservao limpeza, bem como a de servios especializados, ligados atividade-meio do empregador, desde que inexistentes pessoalidade e a subordinao direta. a e a

1.1.6.

O que no lcito terceirizar

Tambm no se pode terceirizar atividades que faam parte da finalidade do rgo ou entidade ou que sejam inerentes s categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do rgo/entidade contratante, a menos que haja expressa previso legal em contrrio ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no mbito do quadro geral de pessoal. E ainda, a contratante no deve permitir a contratao de funcionrios para um cargo, alocando-o em outra atividade que no aquela contemplada na descrio do posto de trabalho previsto no contrato.Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Isso se chama disfuno! O Administrador da contratante deve estar sempre de olho para que isso no acontea!1.1.7. Servios contnuos

Os servios de natureza contnua so considerados servios auxiliares e necessrios Administrao Pblica que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de suas atividades e cuja durao da contratao deva se estender por mais de um exerccio financeiro. Portanto, so contratos que possuem a peculiaridade de poderem ser prorrogados por mais de um exerccio, de acordo com o que preceitua o art. 57, II, da Lei n 8.666 21/06/93, desde que estabelecida esta condio no edital e no contrato e comprovado que a prorrogao ser mais vantajosa para Administrao do que realizar novo procedimento licitatrio. Nesse caso, cada rgo ou entidade do poder pblico deve definir quais so seus servios contnuos de acordo com sua estrutura e organizao, pois, o que considerado contnuo para um pode no se aplicar para outro. So exemplos de servios contnuos: vigilncia, limpeza e conservao, manuteno de elevadores. 2. PLANEJAMENTO

O primeiro passo para se licitar avaliar o que se pretende contratar e a quantidade de servios (postos de trabalho) que sero necessrios para o cumprimento do objetivo proposto. a fase do planejamento, ou seja, a definio de quais, de quantos e onde sero alocados os postos de trabalho que se necessita contratar. Porm, antes de planejarmos, importante sabermos quais so os servios terceirizados que podem ser contratados no mbito do Estado de Santa Catarina. Este regramento est disposto na Lei Complementar n 381/07, j visto no item 1.1.5. 2.1. Quem licita O art. 107 do Decreto n 4.777, de 11/10/06, determina que para os rgos e entidades integrantes do Sistema de Gesto de Materiais e Servios, constantes em seu Anexo IV, a licitao para contratao de prestao de servios terceirizados ser realizada pela Diretoria de Gesto deRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Materiais e Servios DGMS, da Secretaria de Estado da Administrao SEA. Porm, o 1 do mesmo artigo possibilita que, mediante exposio de motivos assinada pelo titular do rgo ou entidade interessada, a SEA autorize a realizao da licitao pelo prprio rgo ou entidade, aps prvia anlise e aprovao das minutas do edital e do contrato. J, para entidades no integrantes daquele referido Sistema o dito Decreto, em seu art. 115, determina que a contratao de servios terceirizados, assim como outras contrataes, sero disciplinadas por Resoluo do Conselho de Poltica Financeira CPF. Atualmente, a norma que disciplina essas contrataes a Resoluo CPF n 021/02. 2.2. Diferena entre locao de mo-de-obra e contratao de servios

Os contratos de locao ou de fornecimento de mo-de-obra possuem a finalidade de contratar a figura do profissional que efetuar os servios e que ser gerenciado pela contratante, nesse caso, a Administrao. Este tipo de contratao expressamente vedada pelo art. 110 do Decreto n 4.777/06, que probe a caracterizao do objeto da licitao como fornecimento de mo-de-obra, alm de vedar a subordinao do empregado da contratada contratante. A vedao tem respaldo, ainda, na Constituio Federal, art. 37, inciso II, por tratarse de contratao indevida de empresa pelo poder pblico a fim de disponibilizar mo-de-obra, em vez de contratar pessoal diretamente, por concurso pblico. J os contratos de prestao de servios possuem o objetivo nico de contratar a atividade que ser prestada pela contratada, no importando quem far o servio. Esse o tipo de contratao lcita, pois nesse caso, o que importar o resultado final, ou seja, o servio prestado. A mo-de-obra empregada de responsabilidade exclusiva do contratado. 2.3. Evitando que um contrato de prestao de servio terceirizado se configure um contrato de locao de mo-de-obra

S existe um meio de se evitar que os contratos de prestao de servios terceirizados no sejam confundidos com contratos de locao de mo-de-obra: definindo bem o objeto, caracterizando-o claramente como contrato de prestao de servio terceirizado e estabelecendo clusulas que evitem entendimento diverso do que lcito no mbito dessas contrataes, bem como afastando de forma objetiva a formao de vnculo empregatcio dos empregados da contratada com a Administrao. 2.4. Como planejar

Na fase do planejamento, alguns passos so fundamentais para que se contrate o estritamente necessrio para a execuo dos servios, a saber: a) contemplar a terceirizao dos servios no plano estratgico do rgo ou entidade, ou seja, definir quais so os servios que so passveis deRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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terceirizao, certificando-se de que os mesmos no fazem parte de atividadesfim do rgo ou entidade, e que, ainda, faam parte do rol de atividades previstas na Lei Complementar Estadual n 381, de 07/05/07, art. 173. bom lembrar que a referida lei aplica-se tanto Administrao Direta quanto Indireta; b) realizar estudos de dimensionamento dos servios a serem realizados, quantificando quantos funcionrios seriam suficientes para o cumprimento das atividades com qualidade e qual a carga horria necessria; c) estabelecer quais os servios que sero contratados, especificar os postos de trabalho (cargos) e locais onde sero prestados os servios; d) especificar claramente quais os requisitos necessrios que os funcionrios alocados pela contratada devem ter para exercerem as atividades propostas (qualificaes profissionais); d) definir exaustivamente as atividades (descrio dos servios) de cada posto de trabalho (atividades dirias, semanais, mensais, semestrais, etc); e) adotar critrios de avaliao da qualidade dos servios prestados, fazendo constar, no edital e no contrato, a forma e a periodicidade com que sero realizadas as vistorias (art. 100 do Decreto n 4.777/06); f) definir o percentual ou nota de aceitao mnima para a qualidade dos servios prestados; g) definir quem ser o gestor do contrato firmado por parte da Administrao Pblica, que ter a responsabilidade de fiscalizar os servios da empresa contratada. Essa informao deve constar expressamente na minuta do contrato; h) realizar pesquisa de mercado com, no mnimo, 3 (trs) empresas do ramo pertinente a fim de estimar o valor da contratao, podendo, posteriormente, incluir nos editais de licitao que o valor mdio estimado atravs da pesquisa realizada, ser o valor mximo admitido pela contratante (art. 109, 2 do Decreto Estadual n 4.777/06). Esse procedimento evita que os preos sejam superestimados na licitao. No esquecer de que as planilhas de custos devem ser apresentadas com a previso de todos os custos oriundos da contratao. Para os rgos ou entidades que se subordinam ao Decreto Estadual n 4.777/06, atentar, ainda, ao disposto no art. 111 para a composio do preo dos servios e os limites que devem ser observados para cada montante. 2.5. Projeto Bsico

De todo o estudo realizado no planejamento deve-se elaborar o projeto bsico, conforme o disposto no art. 7, 2, da Lei n 8.666/93. De acordo com este dispositivo legal, nenhum servio pode ser licitado sem ter projeto bsico aprovado pela autoridade competente, juntamente com o oramento detalhado em planilhas que expressem a composio de todos os custos unitrios.Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Nesse documento, primordial que se faa constar o conjunto de elementos tidos como necessrios e suficientes, que possam caracterizar os servios objetos da licitao, elaborado com base nas indicaes de estudos preliminares (planejamento), definindo todos as atividades que sero executadas e a periodicidade de cada tarefa para cada posto de trabalho, bem como a forma de controle de qualidade e o grau de satisfao mnimo aceito pela contratante, possibilitando, assim, que se possa conhecer o custo da contratao. Todas essas informaes devem estar disposio dos interessados para consulta, fazendo parte integrante do edital. 3. LICITAO

Os servios terceirizados dependem de procedimento licitatrio prvio. Somente a lei poder dar amparo no utilizao de licitao para a contratao de servios terceirizados, que so os casos expressos de dispensa e inexigibilidade de licitao. Portanto, via de regra, a prestao de servios terceirizados deve ser licitada. A licitao destes servios, como j vimos anteriormente, para os rgos ou entidades que se submetem ao Decreto n 4.777/06, realizada pela DGMS da SEA, ou ainda pelo prprio rgo ou entidade com autorizao expressa da mesma. 3.1. Modalidade licitatria

Aps definidos os servios, suas quantidades e a estimativa do valor da contratao, ou seja, aps a concluso do projeto bsico, possvel determinar a modalidade em que ser realizada o certame licitatrio. O art. 22 da Lei de Licitaes define quais so as modalidades que podem ser utilizadas e o art. 23 determina a modalidade que deve ser utilizada em funo do valor orado e do objeto a ser contratado. Muitas so as discusses sobre qual o valor que deve ser utilizado como parmetro para licitaes de servios continuados, ou seja, de servios que podem ser objeto de prorrogaes at o limite disposto na referida Lei. Algumas doutrinas elegem, para definir a modalidade licitatria, o valor total da contratao, incluindo todas as prorrogaes possveis, ou seja, deve englobar todo o perodo de prorrogao previsto no contrato e no edital. Outras aceitam que deve ser levado em considerao somente o valor contratual da vigncia, ou seja, se um contrato firmado em abril com sua vigncia at dezembro do mesmo ano, o valor estimado ser o valor dos postos de servio multiplicado pelo n de meses da vigncia. Com base no exposto, o TCE-SC j se pronunciou a respeito atravs do Prejulgado 1354, definindo que o valor estimado para a licitao deve considerar o valor total da contratao, incluindo todas as prorrogaes contratuais que possam ser realizadas. Por exemplo: um contrato foi assinado em 01 de janeiro, no valor de R$ 2.000,00 mensais. O valor da contratao ser R$ 2.000,00 x 60Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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meses, que o prazo mximo de prorrogaes dos contratos de servios continuados (veremos mais adiante sobre prorrogaes, em item especfico). Nesse caso, o valor estimado para definir a modalidade ser de R$ 120.000,00. J no se pode mais, neste caso, utilizar a modalidade Convite, que limitada ao valor de R$ 80.000,00, para bens e servios. Assim, somente poder ser utilizada a modalidade Tomada de Preos ou Concorrncia, dentre aquelas elencadas na Lei n 8.666/93. Quanto ao tipo de licitao a ser utilizado para a contratao de servios terceirizados, o Decreto n 4.777/06, em seu art. 109, determina que a contratao desses servios por rgos e entidades integrantes do Sistema de Gesto de Materiais e Servios deve ser precedida de procedimento licitatrio do tipo menor preo, independente da origem da fonte oramentria utilizada. 3.2. Clusulas necessrias ao contrato (Minuta do Contrato)

O contrato de prestao de servios o instrumento jurdico que estabelecer as condies do negcio licitado. Deve, acima de tudo, afastar o carter trabalhista, ou seja, o vnculo empregatcio entre o contratante e os funcionrios da contratada. O vnculo empregatcio dever existir, portanto, entre a contratada e seus funcionrios. O papel da Administrao, neste caso, ser to somente o de pagar pelos servios prestados empresa contratada. Com isso, visando o afastamento do vnculo empregatcio e a ilegalidade, vejamos algumas clusulas essenciais a este tipo de contrato, a saber: a) caracterizao do contrato como de prestao de servios e no como fornecimento ou locao de mo-de-obra; b) descrio precisa dos servios a serem prestados em cada posto de trabalho; c) discriminao do local de prestao de servio de cada posto de trabalho; d) incluso de clusula prevendo a existncia de preposto (supervisor) da contratada no local da prestao dos servios; e) descrio exaustiva do papel do preposto; f) previso de mecanismos de controle dos servios, que ser implementado por meio de fiscalizao dos registros do preposto da contratada; g) designao formal do gestor/fiscal do contrato por parte da contratante (nome e cargo); h) descrio das atividades a serem executadas pelo gestor dos contratos, a fim de fiscalizar e avaliar os servios prestados; i) discriminao do ms de reajustamento dos montantes A e C, de acordo com a Conveno Coletiva de Trabalho de cada categoria funcional a serRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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contratada, e, tambm, do ndice aplicvel de reajustamento do montante B (Decreto n 4.777/06, arts. 111 e 112); j) previso de multa para servios mal feitos ou parcialmente executados, em desconformidade com o pactuado no contrato; k) adoo de parmetros de avaliao dos servios executados no prprio contrato, ou seja, definio da forma como sero avaliados os referidos servios e do parmetro de aceitao pela Administrao; l) incluso de clusula contratual que obrigue as empresas contratadas a apresentar, juntamente com a nota fiscal ou fatura dos servios prestados, comprovaes dos pagamentos dos encargos trabalhistas e previdencirios, bem como de folha de pagamento especfica dos funcionrios da contratada que exercem atividades no rgo ou entidade; m) exigncia contratual de que a empresa contratada apresente nota fiscal/fatura com a discriminao da quantidade e dos postos de trabalho que esto sendo cobrados no ms.

Alm das clusulas citadas acima, no podemos esquecer das clusulas necessrias que todo o contrato deve conter, dispostas no art. 55 da Lei n 8.666/93.

3.3.

O papel do assessor jurdico na fase interna da licitao

A fase interna da licitao diz respeito a todos os procedimentos que devem ser tomados antes que o edital seja divulgado aos interessados. A anlise do edital e da minuta do contrato, pela assessoria jurdica do rgo ou entidade, obrigatoriedade da Lei de Licitaes, e deve ser realizada na fase interna, ou seja, previamente publicao do edital na imprensa oficial, a fim de se evitar que os editais sejam publicados com falhas ou ilegalidades. Devem ser objeto de anlise do assessor jurdico, a legalidade do procedimento, a modalidade licitatria escolhida, bem como a incluso nos editais e contratos de todos os pressupostos de que dispem os artigos 40 e 55 da Lei n 8.666/93.

No se pode esquecer, tambm, de juntar o parecer jurdico ao processo licitatrio!

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Importante ressaltar que a responsabilidade da assessoria jurdica, neste caso, pessoal e solidria pelos atos irregulares que forem praticados. 4. CONTRATAO

Formalizado o contrato, de acordo com as disposies integrantes no edital e na proposta da contratada, necessrio acompanhar o andamento dos servios contratados. Cada uma das partes possui o dever de cumprir o contrato na forma, no tempo e no local estabelecido. Para isso, deve haver uma ao conjunta entre os setores envolvidos: licitao e contratos, finanas, apoio operacional, entre outros. dever da Administrao acompanhar a execuo dos contratos avenados, que considerada uma das etapas mais importantes Para isso, especificamente para os contratos de terceirizao de servios, alguns cuidados devem ser tomados: 4.1. Cuidados necessrios na contratao

A relao entre a Administrao Pblica e a empresa terceirizada regida pelo Direito Civil, e no pela CLT. Nesse caso, alguns cuidados so necessrios para no transferir a relao da esfera civil para a esfera trabalhista, evitando, desta forma, a caracterizao de vnculo empregatcio entre os funcionrios da contratada e o rgo ou entidade contratante. A prpria CLT enumera alguns requisitos que ao serem satisfeitos, resultam na configurao de vnculo empregatcio. Desta forma, torna-se imperativo que o rgo ou entidade contratante tome os cuidados necessrios para no incluir, nos editais e nos contratos, situaes ou exigncias que possam vir a caracterizar o vnculo empregatcio por meio da satisfao dos requisitos da habitualidade, subordinao, pessoalidade e remunerao. Nesse caso, o contrato no poder prever: a) Habitualidade: o posto de trabalho contratado para servios previstos contratualmente com prazo de vigncia certo. Assim que o contrato findar, no haver mais a prestao dos servios contratados, ou seja, as pessoas contratadas so funcionrios da empresa e no da Administrao, e devem deixar seu posto de trabalho assim que expirar a vigncia contratual. b) Pessoalidade: a contratante no deve escolher as pessoas que prestaro os servios contratados. Quem seleciona os funcionrios a contratada, de acordo com os critrios e qualificaes profissionais estabelecidos em edital. A Administrao no deve interferir nesta autonomia. O contrato tambm deve prever que o posto de trabalho possa ser substitudo a qualquer tempo por outro funcionrio com a mesma qualificao profissional exigida no edital/contrato, no caso de frias, faltas, etc. No haver, nesse caso, pessoalidade na contratao. c) Subordinao: o contratante, representado pelo gestor ou servidor do rgo ou entidade, no deve dar ordens diretas aos funcionrios da contratada,Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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tais como exigir o cumprimento de horrio, atribuir-lhes tarefas, substituir funcionrios, etc. Qualquer exigncia, solicitao ou observao sobre os funcionrios e o servio prestado deve ser dirigida ao responsvel designado pela empresa contratada (preposto) para que tome as devidas providncias. d) Vinculao hierrquica: no devem, tambm, os gestores ou servidores do rgo ou entidade, exercerem poder de mando ou chefia aos funcionrios da contratada. Este papel caber ao responsvel da empresa contratada. e) Prestao de contas dos servios prestados: servidores ou gestores do rgo ou entidade contratante no podem exigir do empregado que o mesmo preste contas do que executou ou que execute novamente um servio mal feito. Na ocorrncia destes fatos, o gestor do contrato deve tomar conhecimento e comunicar ao preposto da contratada, nunca diretamente ao funcionrio. f) Controle de freqncia: vedado ao gestor ou servidores do rgo ou entidade contratante controlar os horrios de entrada e sada ou reclamar de atrasos ou falta de cumprimento de horrios diretamente aos funcionrios da contratada. Nesses casos deve o responsvel da Administrao comunicar o preposto da contratada para que tome as devidas providncias. O importante aqui lembrar que o servio deve ser prestado dentro do que foi estipulado contratualmente. g) Pagamento de salrio/remunerao: quem paga o salrio dos funcionrios a empresa terceirizada. A Administrao paga contratada o valor estipulado no contrato para a execuo dos servios de cada posto de trabalho. h) Aplicaes de penalidades administrativas e/ou funcionais: as penalidades administrativas so aplicadas pelo contratante, caso a empresa d causa a inexecuo total ou parcial do objeto contratado. As penalidades funcionais devem ser aplicadas pela contratada aos seus funcionrios, e no pela contratante. Nunca esquecer que os funcionrios so da empresa terceirizada, no da contratante. 4.2. Prazo de durao dos contratos de servios contnuos

Como j foi dito, os contratos de servios contnuos podem ter sua vigncia prorrogada alm do exerccio em que foram contratados. A Lei n 8.666/93, em seu art. 57, II, estipula que os contratos referentes prestao de servios a serem executados de forma contnua podero ter a sua durao prorrogada por iguais e sucessivos perodos com vistas obteno de preos e condies mais vantajosas para a administrao, limitada a sessenta meses. O pargrafo 4 do mesmo artigo possibilita, em carter excepcional, desde que devidamente justificado e mediante autorizao da autoridade superior, que o prazo citado acima seja prorrogado por mais 12 meses. Desse modo, verifica-se que o contrato deve ser firmado com o prazo adstrito aos crditos oramentrios e prorrogado a cada novo exerccio financeiro,Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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se for de interesse da administrao, at alcanar o prazo total de 60 (sessenta) meses, podendo, ainda, ser prorrogado por mais 12 meses em carter excepcional, desde que devidamente justificado e autorizado, alcanando um tempo de durao mximo de 72 meses. A referida justificativa e autorizao citadas devem estar anexas ao processo. No entanto, vale ressaltar que a possibilidade de prorrogao deve ser prevista no ato convocatrio para que todos os licitantes tenham plena cincia das condies de contratao. Caso contrrio, sem esta previso, o contrato no poder ser prorrogado. Ainda, importante lembrar que para promover a prorrogao da vigncia contratual, o contrato deve estar vigente, ou seja, se o contrato expirou sua vigncia sem que o gestor do contrato ou o responsvel pela execuo contratual promovesse termo aditivo contratual de prorrogao, no ser possvel dar continuidade quela contratao.

Contrato com prazo de vigncia expirado no pode ser prorrogado! O rgo ou entidade deve tomar as devidas providncias para nova licitao em tempo hbil!

Importante conhecer os Prejulgados n 161, 885, 923, 1151, 1336, 1615, 1643 e 1758, do TCE/SC, que do embasamento ao exemplo citado.

4.3.

Subcontratao

De acordo com o art. 72 da Lei n 8.666/93, o contratado poder subcontratar partes da obra, servio ou fornecimento at o limite estabelecido pela Administrao. Neste caso, a Lei de Licitaes no veda totalmente a subcontratao, porm, inexistindo previso no edital da forma e dos limites de subcontratao, esta considerada ilegal e constitui-se motivo para resciso contratual. Embora a contratada responda perante a contratante pela execuo total do objeto contratado, no havendo qualquer relao entre a contratante e a subcontratada, de modo que, tambm, pelos atos ou omisses desta, ela plenamente responsvel, no se recomenda previso contratual de subcontratao total ou parcial para contratos de servios contnuos em razo das implicaes de carter trabalhista que esta relao pode incorrer, caso seja mal caracterizada. Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro 17Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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5.

FISCALIZAO

A Lei n 8.666/93, em seu art. 67, exige que a execuo dos contratos seja acompanhada e fiscalizada por um representante da Administrao, que dever ser especialmente e formalmente designado. Nesse caso, sugere-se que a designao formal de um gestor/fiscal, responsvel pelo acompanhamento e fiscalizao do contrato por parte da contratante, esteja prevista no prprio instrumento contratual, ressaltando-se que a escolha deve recair sobre aqueles que detenham maior experincia tcnica relacionada com o objeto da contratao. A indicao de quem assumir esta responsabilidade, por parte do ordenador primrio, deve ocorrer na fase interna do procedimento licitatrio. Outra forma de designar formalmente atravs de Portaria. Em qualquer das formas, importante que o nome e o cargo do funcionrio/servidor conste claramente no documento. Se houver substituio, no decorrer da execuo do contrato, do referido gestor, deve ser feita a alterao da mesma forma como fora designado originariamente, realizando apostilamento contratual, devidamente documentado no processo.

No podemos esquecer que o acompanhamento e fiscalizao dos contratos poder-dever da Administrao!

5.1.

Gestor/Fiscal dos contratos

O gestor ou fiscal dos contratos o funcionrio/servidor por parte da Administrao, designado formalmente pelo ordenador de despesa, que acompanhar a execuo contratual. 5.2. Competncias do Gestor/Fiscal dos contratos

Existem alguns procedimentos que so de competncia exclusiva do gestor/fiscal dos contratos, a fim de fiscalizar os servios prestados, a saber: a) providenciar cpia do contrato: o gestor deve conhecer o objeto e a quantidade dos postos contratados, a descrio dos servios a serem executados, bem como os prazos, locais de prestao do servio, freqncia dos servios, enfim, todas as clusulas importantes que dizem respeito execuo contratual; b) manter registro dos contratos: verificar a vigncia, prazos de execuo, necessidades de prorrogaes ou de nova contratao, pocas deRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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reajustamento dos preos contratados, tomando as providncias cabveis em tempo hbil, quando necessrio; c) ter conhecimento das responsabilidades: responsabilidades de ambas as partes envolvidas; conhecer as

d) manter o registro de ocorrncias: assegurar a perfeita execuo dos servios em conformidade com o avenado nas especificaes tcnicas, solicitando, de imediato, a correo de imperfeies detectadas ao preposto da contratada (Vide ANEXO 1 Formulrio de Ocorrncias e/ou Correes); e) verificao dos servios: verificar se os servios esto sendo prestados no local constante no contrato e a correta utilizao dos materiais e equipamentos dentro da quantidade suficiente que assegure a qualidade dos servios, sem desperdcios, solicitando, quando for o caso, a substituio dos mesmos quando no forem adequados; f) manter o controle das medies: (Vide modelo no ANEXO 2 Relatrio de Medio dos Servios Prestados) e efetuar glosa em medies em servios que forem mal executados ou no executados. Utilizar o Formulrio de Ocorrncias e/ou Correes para embasar a glosa (Vide ANEXO 1); g) sugerir aplicao de penalidades: nos casos de inadimplemento contratual parcial ou total; h) comunicar ao superior hierrquico: em situaes cujas providncias excedam as suas competncias, propondo as providncias cabveis; i) auxiliar a rea competente, no planejamento de nova licitao: quanto aos quantitativos de postos de trabalho necessrios para a continuidade e qualidade dos servios; j) solicitar comprovantes mensais: solicitar mensalmente, juntamente com o documento fiscal da prestao dos servios executados, cpia das comprovaes de obrigaes trabalhistas e previdencirias do ms anterior, bem como de qualquer outra documentao disposta no contrato como condio para que se efetive o pagamento (Vide item 6.8 deste manual); k) certificar-se de que a empresa contratada est pagando aos funcionrios o mnimo exigido em Conveno Coletiva de Trabalho: pode ser realizada conferncia atravs da conferncia da folha de pagamento, que deve ser entregue junto com a Nota Fiscal/Fatura dos Servios; l) implementar e estabelecer formas de avaliao e controle de qualidade dos servios prestados: atravs de planilhas especficas, devidamente documentadas (Modelo de planilha para avaliao da qualidade dos servios prestados est disposta no ANEXO 4). 5.3. Medies

Os servios prestados devem ser medidos mensalmente, de acordo com o quantitativo e com o preo pactuados no contrato, por posto de trabalho.

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Medio o registro dos quantitativos de servios efetivamente realizados, de acordo com a descrio dos servios definida na especificao tcnica do contrato. A unidade de medida utilizada ser o posto de trabalho/dia, ou seja, no posto de vigilncia ou limpeza, quantos dias efetivamente o servio foi realizado. No caso de falta de algum dos postos de trabalho contratados, a no reposio por parte da contratada, e a ocorrncia de prejuzo na execuo do contrato, deve ser apontada no Formulrio de Ocorrncias e/ou Correes do fiscal do contrato e repassado ao preposto para posterior desconto na fatura dos servios. Ressalta-se que somente poder haver glosa dos servios no executados quando a contratada, na falta do posto de trabalho, no repor o posto faltante e a no reposio configurar-se em inadimplemento do contrato pela ausncia dos servios que deveriam ter sido executados, como por exemplo: na falta da servente do dia, o lixo no foi recolhido, o cho ficou sujo, etc. Neste caso, a falta do posto de trabalho gerou prejuzo ao servio que no foi prestado, cabendo a glosa na medio. A forma e periodicidade das medies devem estar previstas no edital e no contrato. Um modelo de relatrio de medio est disposto no ANEXO 2 deste manual. 5.4. O papel do Gestor/Fiscal no controle dos gastos pblicos O gestor/fiscal dos contratos, dentro de suas competncias pode, ainda, exercer o controle dos gastos pblicos, zelando pela segurana do local de trabalho quando o objeto da contratao for prestao de servios de limpeza e conservao. Esse controle pode ser exercido atravs da implementao de um formulrio especfico, ou seja, um documento que dever ser preenchido por quem realiza os servios de limpeza e entregue ao preposto da contratada, para que seja posteriormente submetido ao gestor do contrato, que tomar as providncias cabveis, sempre que houver tais ocorrncias. Alguns exemplos de ocorrncias que podem ser comunicadas por quem executa os servios so: vazamento de torneiras; luzes acesas sem necessidade, fora de horrio de trabalho; equipamentos eltricos esquecidos ligados; saboneteiras/toalheiros quebrados; tomadas e espelhos soltos; 20

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fios desencapados; vidros quebrados; fechaduras quebradas.

Um modelo de sugesto de Formulrio de Registro de Ocorrncias para Manuteno est disponibilizado no ANEXO 3 deste manual.

No esquecer que, se implementado o respectivo formulrio no rgo ou entidade, dever sempre haver previso no edital e no contrato, para que haja a respectiva responsabilidade e competncia de preenchimento do formulrio pela contratada.

5.5.

Cuidados que o Gestor dos contratos deve ter

Ressalte-se que o gestor dos contratos no deve dar causa a situaes que interfiram na autonomia do funcionrio terceirizado, no devendo permitir ou possibilitar atos de: Habitualidade; Pessoalidade; Subordinao; vinculao hierrquica; prestao de contas; controle de freqncia; aplicao de funcionais. sanes ou penalidades administrativas ou

Sempre que o gestor/fiscal encontrar algum problema na execuo contratual, deve comunicar o preposto da contratada para que o mesmo tome as providncias cabveis. O gestor-fiscal, bem como os servidores do rgo/entidade no devem de forma alguma interferir no comando dos funcionrios. O controle e o comando dos funcionrios terceirizados compete contratada.

5.6.

Fiscalizao das empresas prestadoras de servios

Caber ao Ministrio do Trabalho a fiscalizao da caracterizao ou no do vnculo empregatcio entre a contratante e a empresa prestadora de servio, conforme a INMTb n 3, de 29/08/97. Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro 21Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Neste caso, a fiscalizao ir observar os seguintes requisitos: a) registro do funcionrio: deve permanecer no local da prestao do servio para exame do contrato de trabalho e identificao do cargo para o qual o trabalhador foi contratado, salvo se tiver carto de identificao (tipo crach), contendo nome completo, funo, data de admisso e nmero do PIS-PASEP, registro este que ser verificado na sede da empresa prestadora de servios; b) controle da jornada de trabalho: deve ser realizado no local da prestao dos servios, por isso a importncia do gestor dos contratos exigir a vigilncia do preposto sobre o horrio dos seus funcionrios; c) verificao das atividades laboradas: ser verificada se as tarefas executadas pelo trabalhador da empresa no fazem parte da atividade-fim do rgo ou entidade contratante e se h compatibilidade entre o objeto contratado e as tarefas desenvolvidas pelo respectivo trabalhador, ou seja, se ocorre ou no desvio de funo. Segundo o pargrafo nico do art. 5 da citada norma, se o agente de inspeo do trabalho constatar requisitos configuradores de relao de emprego entre a contratante e os empregados da contratada, ou mesmo desvio de funo destes, poder lavrar auto de infrao em desfavor da contratante, pela caracterizao do vnculo empregatcio. Neste caso, cabe ao gestor dos contratos cobrar do preposto que o contrato seja cumprido conforme o avenado entre as partes, evitando o vnculo empregatcio. 5.7. Controle das obrigaes trabalhistas e previdencirias

O controle das obrigaes trabalhistas e previdencirias deve ser realizado pelo gestor do respectivo contrato quando do recebimento do servio prestado. Quanto s obrigaes previdencirias, a fiscalizao deve ser efetiva em vista do que dispe o 2 do art. 71 da Lei n 8.666/93, onde a Administrao Pblica responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdencirios resultantes da execuo do contrato, ou seja, o valor do dbito com a Previdncia Social pode ser cobrado tanto da contratada como do contratante. Qualquer um dos dois pode ser chamado a arcar com a despesa. J para os encargos trabalhistas, por conta da edio da Smula n 331 do Tribunal Superior do Trabalho, a Administrao Pblica possui responsabilidade subsidiria pelo adimplemento das verbas trabalhistas sonegadas por parte das empresas prestadoras de servios. Neste caso, uma responsabilidade complementar, ou seja, se a empresa contratada no puder pagar as verbas trabalhistas, o judicirio buscar do Poder Pblico o ressarcimento de tais verbas, pois o trabalhador no pode ser lesado. Portanto, o controle e a fiscalizao exercidos pelo gestor na conduo do andamento do contrato fundamental para a preveno de aes trabalhistas por parte dos funcionrios da contratada. O fiscal do contrato deve fazer de tudo que estiver ao seu alcance a fim de no gerar insegurana jurdica para a Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro 22Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Administrao Pblica. Para isso, deve solicitar contratada que apresente as comprovaes referentes aos pagamentos das obrigaes trabalhistas e previdencirias do ms anterior a que se refere fatura recebida (vide item 6.8 deste manual). Para ilustrar: Enunciado n 331, TST: (...) IV O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, inclusive quanto aos rgos da administrao direta, das autarquias, das fundaes pblicas, das empresas pblicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relao processual e constem tambm do ttulo executivo judicial.

5.8.

Preposto da contratada

o responsvel designado formalmente pela contratada para o controle efetivo dos funcionrios terceirizados. Ele o fiscal, por assim dizer, por parte da contratada. ele quem deve resolver os problemas detectados no andamento dos servios e apresentar as solues. O gestor do contrato, indicado pelo rgo ou entidade contratante, quando detectar qualquer problema na prestao dos servios, deve comunicar ao preposto da contratada para que este tome as medidas necessrias, resolvendo a questo. Vale lembrar que o preposto que deve dar ordens diretas aos funcionrios, evitando, assim, a caracterizao de subordinao entre contratante e os funcionrios da contratada. A designao formal do preposto deve estar disposta no processo, para conhecimento dos rgos fiscalizadores.

Para que o gestor dos contratos e o preposto possam fazer seu papel de fiscalizao, importante, tambm, que saibamos quais so algumas das responsabilidades de cada um dos plos desta relao, ou seja, quais as responsabilidades da contratante e da contratada na execuo dos servios prestados. Esses devem estar devidamente previstos no instrumento convocatrio e no contrato.

5.9.

Responsabilidades da contratante e da contratada

As responsabilidades de ambas as partes so clusulas necessrias a todo contrato administrativo, segundo o art. 55, VII, da Lei n 8.666/93, e devemRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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ser observadas e seguidas pelos representantes das partes, no caso, o gestorfiscal do contrato e o preposto. Estas clusulas contratuais devem ser claras e objetivas, no restando dvida quanto s responsabilidades do contratante e da contratada no decorrer do acordo firmado. As clusulas quanto s responsabilidades esto dispostas no modelo de minuta de contrato, integrante do ANEXO 5, porm no so exaustivas, devendo o rgo ou entidade adapt-las de acordo com suas necessidades.

Voc j conhece quais so as atribuies e responsabilidades de cada um dos fiscais envolvidos no negcio jurdico. Agora, vamos esclarecer algumas questes relativas s formalidades decorrentes da execuo contratual e das mudanas que possam ocorrer nos contratos firmados.

6. 6.1.

EXECUO CONTRATUAL Alteraes contratuais

O gestor do contrato no pode propor alterao do objeto, tampouco do local dos postos de trabalho, sob pena ir de encontro ao princpio da vinculao ao instrumento convocatrio, disposto no art. 41 da Lei de Licitaes. Porm, havendo necessidade, no andamento do contrato, de se modificar o projeto bsico ou as especificaes, para melhor adequao tcnica, e desde que devidamente fundamentado, pode ser efetivada a alterao contratual (art. 65, I, a, da Lei n 8.666/93). Um bom exemplo disso quando o rgo ou entidade muda suas instalaes fsicas para outro prdio. Nesse caso, necessrio alterar o local e, muitas vezes, at mesmo a quantidade de postos de trabalho, no caso de prestao de servios de vigilncia ou limpeza e conservao, que pode ter um espao fsico maior ou menor para ser executado o servio. Cabe, ento, ao gestor avaliar se a quantidade de postos de trabalho adequada ao novo espao fsico e promover a alterao do projeto e do contrato, bem como de modificar o local de prestao dos servios para cada posto de trabalho contratado. Ento, para ficar claro, havendo modificao unilateral da Administrao, tanto na necessidade de mudana do projeto bsico, quanto na alterao dos quantitativos, seja para mais ou para menos, deve o gestor promover a alterao contratual por meio de termo aditivo, no importando se a alterao modificou ou no o preo do contrato. A alterao contratual diz respeito a fato novo, no se confunde com reajuste contratual, que est previsto no contrato.

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O termo aditivo deve ser formalizado com a assinatura das partes, e seu extrato deve ser publicado na imprensa oficial. Um modelo de termo aditivo encontra-se no ANEXO 6 deste Manual. Outra forma permitida de alterao contratual por acordo entre as partes. utilizada para substituir a garantia de execuo contratual, para modificao do regime de execuo da obra ou servio, para modificar a forma de pagamento ou para restabelecer o equilbrio econmicofinanceiro do contrato, situaes que veremos mais adiante. Importante lembrar que em nenhum dos casos pode-se contratar novos servios, ou seja, no se pode alterar substancialmente o objeto do contrato firmado. Um exemplo disto licitar um posto de trabalho de copeira e, no decorrer da execuo, por meio de termo aditivo, alterar o referido posto de trabalho para jardineiro. Atualmente, o Decreto n 1.945, de 05 de dezembro de 2008 determina que todas as alteraes de contratos de prestao de servios, sejam elas decorrentes de alterao contratual, reajuste, reviso ou prorrogao, devem ser submetidas anlise da Secretaria de Estado da Administrao SEA. Aliada a essa exigncia, determina ainda que os contratos de prestao de servios com valores mensais iguais ou superiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais) devem ser submetidos tambm ao Grupo Gestor de Governo, independente de haver ou no acrscimo contratual. Resumindo: Se a alterao contratual se referir a contrato inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), cujo valor inicial do contrato fique mantido, no necessria autorizao do Grupo Gestor de Governo, e, portanto, o pedido deve ser encaminhado Secretaria de Estado da Administrao SEA no prazo de 60 (sessenta) dias que antecederem ao trmino da vigncia do contrato ou termo aditivo, acompanhado dos seguintes documentos: a) justificativa apresentada pelo ordenador primrio do respectivo rgo ou entidade, endereada ao Secretrio de Estado da Administrao; b) cpias do edital, proposta vencedora, contrato originrio com cronograma fsico-financeiro, ordens de servio, termos aditivos e seus cronogramas, apostilamentos e demais documentos relativos ao pedido de alterao contratual; c) relatrio resumido contendo histrico contratual com objeto, preo, termo aditivo e respectivo percentual de acrscimo contratual e data de incio da atividade; e d) parecer jurdico conclusivo sobre a legalidade do procedimento. Porm, se a alterao contratual gerar termo aditivo que implique em aumento de despesa, inclusive nos casos de reviso de contrato decorrente deRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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desequilbrio econmico-financeiro, e nas prorrogaes contratuais que prevejam despesas mensais superiores a R$ 100.000,00, ainda que no ocorra aumento de despesas, necessria autorizao do Grupo Gestor de Governo, o pedido dever ser encaminhado Secretaria de Estado da Administrao SEA no prazo de 60 (sessenta) dias que antecederem ao trmino da vigncia do contrato ou do termo aditivo, acompanhado dos documentos citados acima, em seguida, dever ser encaminhado Secretaria de Estado da Fazenda SEF para parecer sobre a viabilidade financeira, e por ltimo, dever ser encaminhado ao Grupo Gestor de Governo para emisso de parecer conclusivo. Alm dos documentos exigidos pelo Decreto n 1.945/08, no caso de alterao de contrato de prestao de servios terceirizados, o titular do rgo ou entidade, ao solicitar a autorizao da Secretaria de Estado da Administrao SEA dever apresentar, ainda, os seguintes documentos, exigidos pelo 3, do art. 107, do Decreto n 4.777/06: a) autorizao do titular do rgo; e b) indicao do item oramentrio e comprovao de recursos financeiros disponveis. Importante ressaltar que tais exigncias aplicam-se apenas aos rgos e entidades integrantes do Sistema de Gesto de Materiais e Servios. Estes rgos ou entidades so: Secretarias de Estado Setoriais, Secretarias de Estado de Desenvolvimento Regionais, Autarquias, Fundaes e Empresas dependentes do Tesouro do Estado, constantes do Anexo IV do Decreto 4.777/06. Para as entidades no integrantes deste Sistema, o citado Decreto, em seu art. 115, determina que a contratao de servios terceirizados, assim como qualquer outra contratao, ser disciplinada por Resoluo do Conselho de Poltica Financeira CPF. 6.2. Limites de acrscimos e supresses contratuais

Os acrscimos ou supresses quantitativas contratuais, ou seja, alteraes que somente tenham por objetivo acrescer ou suprimir quantidade de algum item do contrato, devem respeitar o limite de at 25% do valor inicial atualizado do item (art. 65, 1 da Lei n 8.666/93). Portanto, se um contrato de prestao de servios terceirizados desejar suprimir quantidade de horas dos postos de trabalho, ou mesmo um posto de trabalho contratado, o valor do acrscimo ou supresso no deve ultrapassar 25% do valor do contrato inicial atualizado, considerando os reajustes concedidos. Neste caso, deve-se considerar o valor do posto de trabalho, para fins de clculo, considerando todos os reajustes concedidos no dissdio coletivo de trabalho de cada categoria. Importante lembrar que a Lei n 8.666/93 (art. 65, 2, II) possibilita que somente as supresses, jamais os acrscimos quantitativos, possam exceder o limite estabelecido, desde que resultantes de acordo entre as partes e somente podem ser realizados aps a assinatura do contrato.

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Para as alteraes qualitativas, a lei silenciosa quanto ao limite de acrscimos ou supresses, porm as referidas alteraes somente podem ser efetivadas quando forem para modificar o projeto bsico ou as especificaes para melhor adequao tcnica aos objetivos da contratante, jamais para mudar o objeto do contrato. Por exemplo, no se pode licitar um posto de trabalho de vigilncia e, aps assinatura do contrato, contratar mais um posto de trabalho de outra funo, como por exemplo, de limpeza e conservao. O gestor deve proceder, para esta nova contratao, a novo procedimento licitatrio. 6.3. Prorrogao contratual

Segundo o 2 do art. 57 da Lei n 8.666/93, toda a prorrogao de prazo dever ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. Como j foi dito antes, no item 6.1 Alteraes contratuais, o Decreto n 1.945/08 determina que todas as prorrogaes contratuais que digam respeito prestao de servios devem ser submetidas Secretaria de Estado da Administrao - SEA, e cumulativamente devem ser submetidas ao Grupo Gestor de Governo quando a prorrogao contratual prever aumento de despesa ou ainda, quando o valor mensal do contrato ultrapassar R$ 100.000,00 (cem mil reais), mesmo sem aumento de despesa. Nesses casos, alm da anlise pela SEA, o processo deve ser encaminhado Secretaria de Estado da Fazenda SEF para parecer sobre viabilidade financeira e tambm, ao Grupo Gestor de Governo, para emisso de parecer conclusivo. Os documentos necessrios ao encaminhamento Secretaria de Estado da Administrao SEA para solicitao de prorrogao contratual so os seguintes: a) justificativa apresentada pelo ordenador primrio do respectivo rgo ou entidade, endereada ao Secretrio de Estado da Administrao; b) cpias do edital, proposta vencedora, contrato originrio com cronograma fsico-financeiro, ordens de servio, termos aditivos e seus cronogramas, apostilamentos e demais documentos relativos ao pedido de alterao contratual; c) relatrio resumido contendo histrico contratual com objeto, preo, termo aditivo e respectivo percentual de acrscimo contratual e data de incio da atividade; e d) parecer jurdico conclusivo sobre a legalidade do procedimento. 6.4. Reajustes contratuais

Em primeiro lugar, importante saber o que se entende por reajuste contratual. Reajuste a majorao dos preos iniciais, destinada a compensar a inflao ou elevaes de mercado, decorrentes de desvalorizao da moeda ou aumento geral de custos durante o perodo de execuo contratual. Deve, necessariamente, estar previsto no contrato.Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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De acordo com o art. 112 do Decreto n 4.777/06, existem dois tipos de reajustes aplicveis aos contratos de prestao de servios terceirizados: 1 Um relativo aos montantes A e C, que so atualizados com base na conveno ou dissdio coletivo da categoria. A data/base utilizada como referencial dos preos dever estar definida na proposta. No contrato, deve constar, tambm, ms do novo dissdio coletivo de trabalho, para fins de reajuste contratual, e a Conveno Coletiva de Trabalho deve ser anexada ao processo para fins de fiscalizao posterior quanto aos ndices aplicados. O reajustamento contratual de preos na data base da categoria profissional ferramenta idnea e meio legal para assegurar a justa remunerao dos contratados durante o perodo contratual e no se pode admitir que essa alterao modifique as condies contratadas. 2 O outro est relacionado com o montante B. Este reajuste deve ser calculado com base no ndice Nacional de Preos ao Consumidor INPC, que deve estar previsto no edital e no contrato, e s poder ocorrer aps cada doze meses da data da apresentao das propostas no processo licitatrio. Ambos os tipos de reajustes citados dar-se-o por meio de planilhas, elaboradas e fornecidas pela DGMS, da SEA. Ou seja, para que se possa formalizar o reajuste, necessria solicitao de autorizao DGMS, de modo que a mesma elabore e fornea as planilhas de clculos, a fim de serem entregues ao rgo ou entidade solicitante. Cpias dessas planilhas constaro no processo de origem, em ordem cronolgica (art. 112, IV e V, do Decreto n 4.777/06). Vale ressaltar que, segundo o art. 65, 8, da Lei n 8.666/93, a variao contratual para fazer face ao reajuste de preos previsto no prprio contrato (...), no caracteriza alterao do mesmo, podendo ser registrada por simples apostila.

Prejulgados do TCE/SC sobre o tema: 424 e 869

6.5.

Apostilamento

De acordo com Hely Lopes Meirelles apostilas so atos enunciativos ou declaratrios de uma situao anterior criada por lei. Ao apostilar um ttulo, a Administrao no cria um direito, pois apenas reconhece a existncia de um direito criado por norma legal. Equivale a uma averbao. A apostila pode ser feita no verso da ltima pgina do termo de contrato ou juntada por meio de outro documento ao termo de contrato. Um exemplo deRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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apostila, referente ao reajuste previsto no contrato, est disposta no ANEXO 6 deste manual. A apostila no necessita de publicao na imprensa oficial e pode ser utilizada nos seguintes casos: a) variao do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato; b) compensaes ou penalizaes financeiras decorrentes das condies de pagamento; c) empenho de dotaes oramentrias suplementares at o limite do seu valor corrigido. Podem ser decorrentes, ainda, de mudanas internas do rgo ou entidade que no afetem a relao entre contratado e contratante, como por exemplo, a mudana da fonte de recursos designada no contrato. No caso de alteraes formais do instrumento contratual tambm possvel a adoo do apostilamento, como na retificao do CNPJ ou do endereo da empresa contratada. Todas estas alteraes podem ser feitas por apostilamento pelo fato de no alterarem as bases contratuais. 6.6. Recebimento do servio prestado

De acordo como art. 73 da Lei n 8.666/93, executado o contrato, seu objeto dever ser recebido, em se tratando de obras e servios, provisoriamente e definitivamente. O recebimento provisrio realizado mediante termo circunstanciado, assinado pelo fiscal do contrato e contratada em at 15 (quinze) dias da comunicao do trmino da execuo do servio pelo contratado. J o recebimento definitivo pode ser realizado pelo gestor do contrato ou comisso designada pela autoridade competente. Ser formalizado por termo circunstanciado e assinado pelo responsvel (gestor) ou comisso designada e pela contratada, aps o decurso de observao ou vistoria que comprove a adequao do objeto aos termos contratuais, no superior 90 (noventa) dias aps o recebimento provisrio. Como a referida Lei de Licitaes fala em servios, no especificando quais so os tipos de servios que devem ser recebidos na forma acima descrita, sugerimos que a prestao de servios terceirizados tratada aqui neste manual seja entregue atravs de Atestado de Realizao dos Servios, seja ele Parcial ou Definitivo (modelos destes atestados esto dispostos nos ANEXOS 7 e 8).Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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A emisso do Atestado de Realizao dos Servios - Parcial deve ser realizada concomitante aprovao da medio mensal dos servios, atestando, alm da prestao dos servios, a nota de qualidade ou o conceito adotado para a medio da qualidade dos servios, avaliado mediante os mecanismos adotados. Portanto, ele no s atesta a prestao do servio, como tambm avalia se o servio foi realizado com a qualidade necessria. de suma importncia citar o art. 100 do Decreto n 4.777/06, quanto determinao de que todo objeto adquirido e/ou servio executado est sujeito a amplo teste de qualidade e funcionamento, reservando-se Administrao o direito de rejeit-lo no todo ou em parte, obrigando-se a empresa a promover sua substituio sem qualquer nus adicional, sujeitando-se, ainda, cobrana de custas de depsito e aplicao de penalidades. O Atestado de Realizao dos Servios - Definitivo ser emitido ao trmino da vigncia contratual, e servir para a liberao da garantia. Ressalta-se que a liberao do pagamento do servio, sem a devida avaliao de qualidade e medio, constitui omisso por parte do gestor, quando muitas vezes no desconta servios no realizados ou mal feitos. Por isso, importante lembrar que, se apurado prejuzo Administrao no momento da fiscalizao, o responsvel poder ser alcanado e ser obrigado a recolher os montantes devidos e corrigidos aos cofres pblicos. 6.7. Certificao da Despesa

Para que se possa efetuar o pagamento, necessrio que o gestor/fiscal do contrato certifique a notafiscal/fatura, atestando que a despesa a ser paga corresponde ao servio efetivamente prestado no ms em pauta. Esta certificao consiste em observar as condies contratuais e mediante as planilhas de ocorrncias, seus controles e observaes repassadas ao preposto da empresa, certificar que o valor pleiteado pela empresa na nota fiscal/fatura corresponde ao servio efetivamente prestado no ms. Alm disso, para que essa responsabilidade possa ser realizada com mais segurana pelo gestor, importante sabermos quais so os documentos que o gestor dos contratos de servios terceirizados deve exigir mensalmente para efetuar a certificao do documento fiscal. A exigncia de tais documentos, antes de tudo, deve estar prevista no edital e no contrato. 6.8. Documentos e comprovantes de recolhimentos

Para que o fiscal do contrato certifique os servios prestados, de modo que a despesa possa ser liquidada, alguns documentos devem ser entregues junto ao documento fiscal para fins de comprovao de que a empresa contratada est em dia com os recolhimentos trabalhistas e previdencirios. Esse cuidado deve ser tomado para que no haja nenhum tipo de responsabilizao futura sobre a contratante, como j vimos anteriormente. Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro 30Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Portanto, as cpias dos documentos que devem ser exigidos no momento da certificao da despesa, referente ao ms anterior, de acordo com o art. 113 do Decreto n 4.777/06 so os seguintes: a) Folha de pagamento do pessoal compatvel com os empregados vinculados execuo contratual; b) Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social GFIP, que corresponda mo-de-obra envolvida na execuo contratual; c) Guia da Previdncia Social GPS, que corresponda GFIP dos empregados vinculados execuo contratual; d) Guia de Recolhimento do Imposto Sobre Servio de Qualquer Natureza ISS, exceto se o rgo ou entidade efetivar a devida reteno. Importante ressaltar que muitas empresas contratadas enviam a folha de pagamento de todos os funcionrios que prestam servios para ela, no discriminando quais so os funcionrios que prestam servio para cada contrato. Como j foi dito, a contratada deve realizar folha de pagamento distinta, ou seja, deve ser entregue contratante folha de pagamento especificando cada funcionrio que presta servio para cada contrato firmado, de acordo com o disposto no art. 31, 5, da Lei n 8.212/91. A no apresentao dos documentos acima citados implica na suspenso do pagamento da fatura at a apresentao, no sendo exigvel atualizao financeira dos valores por inadimplemento por parte da contratante. Ainda sobre o assunto, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) recomendou, por meio do ofcio circular GAB/PGE n 2524/04, de 19/10/04, que o rgo ou entidade contratante dever exigir a comprovao documental do cumprimento das obrigaes trabalhistas ms a ms (salrios, FGTS, INSS, frias, demisses, etc.) como condio para a liberao dos valores a serem repassados para a empresa contratada. Recomendou, ainda, que caso a empresa contratada no comprove o cumprimento das obrigaes trabalhistas, o rgo ou entidade dever avisar imediatamente a Procuradoria Geral do Estado para que seja feito depsito judicial dos valores, condicionando sua liberao ao pagamento das verbas suprimidas. Cabe lembrar que o responsvel pela liquidao da despesa pblica poder vir a ser responsabilizado pelos seus atos, em funo de irregularidades decorrentes de deficincias nas verificaes e confirmaes exigidas no momento da liquidao, que resultem em prejuzos ao patrimnio do Estado, por dolo ou culpa, nos termos dos arts. 131 a 134 da Lei n 6.745, de 28/12/85, que cont m o Estatuto dos Servidores Pblicos Civis do Estado de Santa Catarina, e demais Estatutos correlatos.

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6.9.

Apresentao da Nota Fiscal/Fatura dos servios prestados

Para melhor possibilitar o acompanhamento dos servios prestados e do que efetivamente deve ser pago contratada, imprescindvel que o fiscalizador exija que a contratada discrimine na nota fiscal/fatura quais e quantos so os postos de trabalho que esto sendo cobrados da contratante naquele ms, para que o gestor possa certificar a despesa com efetiva certeza, de acordo com o disposto contratualmente. A adoo de relatrio de medio dos servios prestados no rgo ou entidade contratante poder conferir maior segurana ao gestor do contrato no momento da certificao da nota fiscal/fatura (Vide ANEXO 2). Alm disso, o gestor deve certificar-se de que foram realizadas as devidas retenes na nota fiscal/fatura. O INSS (11%), o IR - Imposto de Renda (1%) e o ISS - Imposto Sobre Servio de Qualquer Natureza (no percentual estipulado pelo municpio em que foi prestado o servio) sobre os servios faturados so retidos e recolhidos pela contratante, em nome da contratada. No caso do INSS, a Instruo Normativa SRP n 3, de 14/07/05, determina que o rgo ou entidade contratante realize a reteno de 11% (onze por cento) da nota fiscal/fatura dos servios prestados. A Administrao deve recolher a importncia retida referente ao INSS da contratada at o dia 10 (dez) do ms subseqente ao da emisso da respectiva nota fiscal ou fatura em nome da empresa contratada, sob pena de incorrer em crime contra a Seguridade Social. Para o recolhimento do IR - Imposto de Renda Retido na Fonte1 a contratante deve recolher os valores retidos na nota fiscal/fatura em nome da contratada, devendo fornecer ao prestador de servios o Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Reteno de Imposto de Renda na Fonte, at o ltimo dia til do ms de fevereiro do ano subseqente quele a que se referirem os rendimentos. O rgo ou entidade contratante dever, ainda, reter o ISS, calculado sobre o valor total do servio prestado. A alquota do imposto definida por cada municpio. Em Florianpolis a alquota do ISS de 2,5 %. Assim, o valor a ser pago ao prestador dos servios de mo-de-obra terceirizada, o total da nota fiscal descontadas as retenes para o INSS (11%), Imposto de Renda (1%) e ISS (2,5% para Florianpolis). importante destacar que o rgo ou entidade, nos casos do ISS e do INSS o responsvel solidrio, ou seja, se no realizar as retenes e os pagamentos, responder pela obrigao, devendo recolher os montantes devidos em favor do sujeito passivo.

1

Orientaes retiradas do Manual Tcnico do Imposto de Renda Retido na Fonte, elaborado pela Diretoria de Contabilidade Geral DCOG, da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina. Para mais detalhes consulte www.sef.sc.gov.br

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6.10.

Certido Negativa de Dbito para com a Fazenda Estadual e Municipal

Para a liberao do pagamento, alm dos documentos citados no item 6.8 deste manual, o art. 103, 2, do Decreto n 4.777/06 obriga que a contratada apresente, ainda, Certido Negativa de Dbitos para com a Fazenda do Estado de Santa Catarina, de acordo com o previsto no Decreto n 3.650, de 27/05/93, alterado pelo Decreto n 3.884, de 26/08/93. Porm, o citado Decreto dispensa a exigncia de apresentao da referida certido negativa caso o valor da aquisio dos servios no ultrapasse 50% (cinqenta por cento) do valor limite de que trata o inciso II, art. 24 da Lei n 8.666/93. Neste caso, para contrataes cujos valores no ultrapassem R$ 4.000,00 (quatro mil reais), no obrigatria a apresentao da Certido Negativa de Dbito para com a Fazenda Estadual. Nos demais casos, a liberao do pagamento da fatura dos servios fica condicionada a apresentao da citada Certido. J a Certido Negativa de Dbitos Tributrios para com o Municpio em que foi prestado o servio exigncia do art. 1 da Lei n 11.283/99, independente do valor da contratao, para a liquidao da despesa. Vale ressaltar que o contratado dever manter durante toda a execuo do contrato, todas as condies de habilitao e qualificao exigidas na licitao.

Sobre o assunto: ver Prejulgado 1622 do TCE/SC!

6.11.

Sanes aplicveis pela inexecuo total ou parcial dos servios contratados

As empresas que no cumprirem as normas da licitao ou que derem causa ao no-cumprimento das clusulas contratuais esto sujeitas as seguintes sanes, segundo o art. 119 do Decreto n 4.777/06: a) advertncia; b) multa; c) suspenso temporria, no superior a 5 (cinco) anos, na modalidade prego, e no superior a 2 (dois) anos para as demais modalidades, aplicada segundo a natureza e a gravidade da falta cometida; d) declarao de inidoneidade para licitar com a Administrao Pblica.Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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Importante ressaltar que as sanes administrativas devem estar previstas no contrato para que no restem dvidas para ambas as partes. A aplicao da sano contratada compete Comisso de Licitao, devendo ser homologada pela autoridade competente do rgo ou entidade (art. 127 do Decreto n 4.777/06), o que resultar em documento detalhado e fundamentado, no qual dever constar a clusula contratual no cumprida. Sugere-se que a confeco do referido documento seja realizada pela assessoria jurdica do rgo ou entidade, fazendo constar uma via no processo. A aplicao das sanes de advertncia, multa e suspenso temporria devero ser registradas pela SEA / DGMS, no Cadastro Geral de Fornecedores do Estado de Santa Catarina, aps homologadas pela autoridade competente e devidamente publicadas no Dirio Oficial do Estado de Santa Catarina, atravs do envio de cpia da referida homologao e publicao SEA. Excetua-se deste procedimento, a sano de declarao de inidoneidade, que possui um rito prprio a ser descrito mais adiante. Vejamos, ento, cada uma das sanes administrativas detalhadamente. 6.11.1. Advertncia a sano por escrito, emitida pelo rgo ou entidade contratante, quando o contratado descumprir qualquer obrigao. a sano mais tnue, utilizada para ocorrncias leves. Trata-se, portanto, de uma leve censura moral aplicada ao contratado diante de pequenas falhas na execuo contratual. 6.11.2. Multa a sano pecuniria que ser imposta contratada pelo atraso injustificado na entrega ou execuo do contrato, ou seja, esta atinge o patrimnio do contratado. Devem, segundo o art. 121 do Decreto n 4.777/06, ser aplicadas as seguintes alquotas: a) 0,33 % (zero vrgula trinta e trs por cento) por dia de atraso da inexecuo do servio, calculado sobre o valor correspondente parte inadimplente, limitado 9,9% (nove vrgula nove por cento); b) 10 % (dez por cento) no caso da no concluso do servio ou resciso do contrato por culpa da contratada, calculado sobre a parte inadimplente; c) at 20 % (vinte por cento) sobre o valor do contrato, pelo descumprimento de qualquer clusula contratual, exceto quando o motivo for referente ao prazo de entrega; O valor da multa ser deduzido dos crditos ou garantias da empresa, que poder ser cobrado administrativa ou judicialmente. Se o valor da multa ultrapassar os crditos e/ou garantias que a empresa tem direito, o seu valor serRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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convertido em Unidades Fiscais de Referncia do Estado de Santa Catarina (UFIR/SC) na data da aplicao da sano. Para efeitos do clculo da multa, o atraso ser contado em dias corridos, a partir do dia seguinte ao do vencimento do prazo de entrega ou execuo do contrato, e a multa ser aplicada quando o atraso for superior a 5 (cinco) dias. Importante lembrar que a aplicao da multa no impede que a Administrao aplique contratada outras sanes que julgar necessrias. 6.11.3. Suspenso Temporria a sano aplicada pelo rgo ou entidade licitante/contratante que impossibilita a participao da empresa em licitaes e/ou contratos com a Administrao Pblica Estadual, ficando suspenso seu registro no Cadastro Geral de Fornecedores do Estado de Santa Catarina/SEA at que se cumpra o prazo aplicado. Os prazos de suspenso so: a) por at 30 (trinta) dias, quando vencido o prazo de recurso contra a pena de advertncia emitida pela Administrao e a empresa permanecer inadimplente; b) por at 90 (noventa) dias, quando a empresa interessada solicitar cancelamento da proposta aps a abertura e antes do resultado do julgamento; c) por at 12 (doze) meses, quando a empresa adjudicada se recusar a retirar a autorizao de fornecimento ou assinar o contrato; d) por at 12 (doze) meses, quando a empresa adjudicada motivar a resciso total ou parcial da autorizao de fornecimento e/ou do contrato; e) por at 12 (doze) meses, quando a empresa praticar atos que claramente visem a frustrao dos objetivos da licitao; f) por at 24 (vinte e quatro) meses, quando a empresa apresentar documentos fraudulentos nas licitaes; g) por at 5 (cinco) anos quando, na modalidade de prego, a fornecedora convocada dentro do prazo de validade da sua proposta, no celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentao falsa, exigida para o certame, ensejar o retardamento da execuo de seu objeto, no mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execuo do contrato, comportar-se de modo inidneo ou cometer fraude fiscal, casos em que ficar impedida de licitar e contratar com a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios; e h) por prazo indeterminado, quando a empresa receber qualquer das multas previstas no artigo anterior e no efetuar o pagamento. O art. 124 do Decreto n 4.777/06 estipula, ainda, que as empresas que apresentarem documentos fraudulentos, adulterados ou falsificados, ou que por quaisquer outros meios praticarem atos irregulares ou ilegais para obter o registro no Cadastro Geral de Fornecedores do Estado de Santa Catarina estaro sujeitosRua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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penalidade de suspenso temporria do Certificado de Cadastro de Fornecedores - CCF ou da obteno do mesmo por at 5 (cinco) anos na modalidade prego e at 2 (dois) anos para as demais modalidades, ou ainda, dependendo da natureza e gravidade dos fatos, declarao de inidoneidade, que veremos mais adiante. A penalidade de suspenso aplicada pelo rgo ou entidade, devidamente publicada no Dirio Oficial do Estado, implicar na suspenso do registro cadastral da fornecedora no Cadastro Geral de Fornecedores do Estado de Santa Catarina, de acordo com os prazos estipulados no Decreto n 4.777/06. A suspenso do direito de participar de licitao poder ser ampliada at o dobro, em caso de reincidncia e da gravidade dos fatos, como resultado da anlise pelo rgo ou entidade licitante. 6.11.4. Declarao de Inidoneidade a sano aplicvel a faltas graves que importem em dolo da contratada e que reste comprovado que a mesma realizou atos comprovadamente irregulares ou praticou qualquer ilegalidade no mbito da licitao ou na execuo contratual, demonstradores da falta de idoneidade para licitar ou contratar novamente com o Poder Pblico. A referida declarao deve ser aplicada pelo Secretrio de Estado ou Presidente da entidade atravs dos motivos expostos pelo rgo ou entidade licitante/contratante e dever ser publicada no Dirio Oficial do Estado, sendo seus efeitos extensivos Administrao Pblica, neste caso, no mbito estadual. A extino de seus efeitos deve ser publicada da mesma forma. A declarao de inidoneidade permanecer em vigor por prazo indeterminado, enquanto durarem os motivos que ensejaram a punibilidade ou at que seja promovida a reabilitao perante a autoridade que a aplicou. 6.12. Resciso e anulao contratual

O contrato pode ser encerrado antes do vencimento da vigncia pactuada. Nesse caso, de forma excepcional, ocorre a resciso ou a anulao. A resciso contratual ocorre quando h descumprimento total ou parcial do contrato, onde cada uma das partes responde pelas conseqncias de sua inexecuo. A resciso contratual pode ser unilateral, amigvel ou judicial, nos casos previstos no art. 78 da Lei n 8.666/93.Rua Saldanha Marinho, n 392 Centro Florianpolis, SC - CEP 88.010-450 Fone: (048) 3252-6501 e-mail:: [email protected]

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A resciso administrativa (unilateral) ou amigvel deve ser precedida de autorizao escrita e