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1 1 Tel 55 11 2138 4482 Fibria Alameda Santos 1357 | 6 o andar 01419-908 | São Paulo | SP | Brasil www.fibria.com.br Manual de Engajamento 1. Objetivo Definir a estrutura da governança, os processos e as principais ferramentas utilizadas para a gestão do relacionamento com partes interessadas na Fibria. 2. Governança para a Sustentabilidade A estrutura de Governança para a Sustentabilidade na Fibria está descrita no Anexo 1 deste manual. Os detalhes de funcionamento deste modelo estão descritos a seguir: 2.1 Comitê de Sustentabilidade (CS) O Comitê de Sustentabilidade (CS) é um órgão colegiado de assessoramento e instrução, instituído pelo Conselho de Administração da Fibria nos termos do inciso XVII, Artigo 17 do Estatuto Social da Fibria. O CS possui como objetivo principal assessorar o Conselho de Administração da Fibria em temas relacionados à Sustentabilidade de modo que possam ser definidas as estratégias da empresa com relação a este tema e seus desdobramentos. O CS pode ser constituído de três a nove membros, um dos quais o Coordenador, que são eleitos pelo Conselho de Administração da Fibria dentre: (i) seus membros efetivos e suplentes; (ii) representantes dos acionistas controladores; (iii) integrantes da Diretoria da Companhia; e (iv) profissionais independentes, com comprovados conhecimentos e experiência em gestão ambiental, social e política, comunicação, sustentabilidade, relacionamento com partes interessadas e matérias correlatas. As atribuições do CS, para que seus objetivos sejam alcançados, estabelecidas em regimento próprio são: - Assessorar o Conselho de Administração da Fibria em todos os aspectos relacionados à sustentabilidade, mediante identificação, abordagem e tratamento de assuntos que representem riscos ou possam ter impacto relevante nos negócios, nos resultados de longo prazo, no relacionamento com as partes interessadas e na imagem da Companhia; - Formular recomendações ao Conselho de Administração e acompanhar a implantação de políticas, estratégias e ações que se relacionem à sustentabilidade dos negócios da Companhia; - Avaliar periodicamente o desempenho da Companhia em assuntos que se relacionem à sustentabilidade de seus negócios, bem como recomendar a revisão das políticas, estratégias e ações nos planos ambiental, de atuação social, relacionamento com partes interessadas, imagem e reputação, dentre outros;

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Manual de Engajamento 1. Objetivo

Definir a estrutura da governança, os processos e as principais ferramentas utilizadas para a gestão do relacionamento com partes interessadas na Fibria.

2. Governança para a Sustentabilidade

A estrutura de Governança para a Sustentabilidade na Fibria está descrita no Anexo 1 deste manual. Os detalhes de funcionamento deste modelo estão descritos a seguir:

2.1 Comitê de Sustentabilidade (CS)

O Comitê de Sustentabilidade (CS) é um órgão colegiado de assessoramento e instrução, instituído pelo Conselho de Administração da Fibria nos termos do inciso XVII, Artigo 17 do Estatuto Social da Fibria.

O CS possui como objetivo principal assessorar o Conselho de Administração da Fibria em temas relacionados à Sustentabilidade de modo que possam ser definidas as estratégias da empresa com relação a este tema e seus desdobramentos.

O CS pode ser constituído de três a nove membros, um dos quais o Coordenador, que são eleitos pelo Conselho de Administração da Fibria dentre: (i) seus membros efetivos e suplentes; (ii) representantes dos acionistas controladores; (iii) integrantes da Diretoria da Companhia; e (iv) profissionais independentes, com comprovados conhecimentos e experiência em gestão ambiental, social e política, comunicação, sustentabilidade, relacionamento com partes interessadas e matérias correlatas.

As atribuições do CS, para que seus objetivos sejam alcançados, estabelecidas em regimento próprio são:

- Assessorar o Conselho de Administração da Fibria em todos os aspectos

relacionados à sustentabilidade, mediante identificação, abordagem e tratamento de assuntos que representem riscos ou possam ter impacto relevante nos negócios, nos resultados de longo prazo, no relacionamento com as partes interessadas e na imagem da Companhia;

- Formular recomendações ao Conselho de Administração e acompanhar a

implantação de políticas, estratégias e ações que se relacionem à sustentabilidade dos negócios da Companhia;

- Avaliar periodicamente o desempenho da Companhia em assuntos que se

relacionem à sustentabilidade de seus negócios, bem como recomendar a revisão das políticas, estratégias e ações nos planos ambiental, de atuação social, relacionamento com partes interessadas, imagem e reputação, dentre outros;

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- Avaliar as propostas de investimentos estratégicos da Companhia sob a ótica da sustentabilidade e formular recomendações ao Conselho de Administração quando da tomada de decisão em relação a tais investimentos;

- Avaliar e formular recomendações com respeito à estratégia de relacionamento

da Companhia com seus diversos públicos (interno e externo);

O CS reúne-se três vezes ao ano por meio de reuniões ordinárias. Reuniões extras podem ocorrer em face de demandas específicas.

2.2 Comissão Interna de Sustentabilidade (CIS)

A Comissão Interna de Sustentabilidade possui como objetivo apoiar a Diretoria Executiva da Fibria na integração das políticas e diretrizes estratégicas de Sustentabilidade na gestão e operação da empresa. A sua composição mínima inclui representantes das seguintes áreas:

- Diretoria Florestal, Papel, Estratégia e Suprimentos; - Gerência Geral de Sustentabilidade e Relações Corporativas; - Gerência Geral Florestal; - Gerência Meio Ambiente Florestal; - Gerência Meio Ambiente Industrial; - Gerência Geral de Suprimentos; - Gerência de Comunicação; - Gerência de Sistema de Gestão; - Gerência Jurídica; - Gerência Geral de Tecnologia; - Gerência Geral de Relações com Investidores.

As atribuições da CIS, para que seus objetivos sejam alcançados, são:

- Apoiar a Diretoria na implantação das políticas e estratégias de sustentabilidade;

- Propor à Diretoria os objetivos e metas de sustentabilidade alinhadas à Missão,

Visão e Valores da Companhia, tendo como base as políticas e estratégias de sustentabilidade recomendadas pelo Comitê de Sustentabilidade do Conselho de Administração;

- Atuar para materialização dos objetivos, metas, programas e ações de

sustentabilidade, integrando esforços, avaliando seus resultados e recomendando as medidas necessárias, em caso de desvios;

- Avaliar os temas sócio-ambientais de maior criticidade para os negócios da

empresa, os processos de relacionamento e engajamento com comunidades circunvizinhas e povos tradicionais, com ONGs interessadas em nosso negócio, bem como os programas e projetos em andamento, incentivando a integração de esforços como forma de atingir os objetivos e metas pré-definidas e potencializar os resultados;

- Recomendar a participação da Fibria no desenvolvimento e aprimoramento de

políticas públicas e legislações nos diversos âmbitos (Federal, Estadual e Municipal) que afetem as questões relativas à sustentabilidade do nosso negócio e das regiões onde atuamos;

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- Assegurar a máxima integração de esforços para que a Companhia obtenha e

mantenha as certificações florestais e industriais que são mercadologicamente importantes no nosso negócio;

- Reavaliar periodicamente a Matriz de Risco para a sustentabilidade elaborada

com a coordenação da área de Gestão de Riscos;

- Além destas, a Comissão Interna de Sustentabilidade poderá ter outras atribuições e responsabilidades atribuídas pela Diretoria Executiva.

A CIS reúne-se a cada 02 (dois) meses por meio de reuniões ordinárias. Reuniões extras podem ocorrer em face de demandas específicas.

O alinhamento da CIS com o CS é realizado por meio do Diretor Florestal e o Gerente Geral Sustentabilidade e Relações Corporativas que integram o CS. Este alinhamento pode ser visto no Anexo 2.

2.3 Comissão de Relacionamento Local (CRL)

Grupo interno de caráter executivo constituído pela Diretoria Executiva para coordenar a implantação da estratégia de Relacionamento na gestão e operação da Unidade onde atua, com base nas diretrizes fornecidas pela Comissão Interna de Sustentabilidade e aprovadas pela Diretoria Executiva. Atua, na unidade, como elemento facilitador para o alinhamento de conceitos e ações sobre Sustentabilidade. A operação desta Comissão é detalhada no procedimento PO.20.01.004.

2.4 Grupos de Trabalho

Grupos de empregados, designados pela Comissão de Relacionamento Local, que possuem como principais atribuições elaborar e operacionalizar o Plano de Engajamento com Partes Interessadas. Além dessas atribuições, os Grupos de Trabalho devem atuar de forma alinhada com as Comissões de Relacionamento Local e realizar as atribuições a seguir:

- Identificar oportunidades e parcerias locais;

- Selecionar e/ou propor as ações locais que devem ser direcionadas à Comissão

de Relacionamento Local;

- Estabelecer planos de ação visando a implementação de melhorias dos Planos de Engajamento com Partes Interessadas e Projetos Socioambientais;

- Acompanhar as ações socioambientais e culturais e a implantação dos

programas e projetos em conjunto com os parceiros executores;

- Disseminar informações relativas a programas, projetos e investimentos junto ao público interno e externo de acordo com as diretrizes da Gerência de Comunicação.

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3. Partes Interessadas

De forma mais ampla a conceituação de parte interessada, inclui qualquer grupo, entidades, instituições ou indivíduo que possa afetar ou ser afetado pela realização dos objetivos do manejo florestal da Empresa1.

O gerenciamento adequado do relacionamento com essas partes interessadas pode melhorar a habilidade para gerenciar riscos, desenvolver confiança e criar valor, sendo necessário, portanto a sua correta identificação. O Anexo 3 apresenta a Matriz de Partes Interessadas da Fibria, incluindo, além do público estratégico, seus interesses e área responsável pela sua gestão.

Para gerenciar o relacionamento com as partes interessadas é importante ter a habilidade de tratar visões divergentes e posições conflitantes, uma vez que, ações que criam valor para um segmento podem destruir valor para outro. Ao encontrar soluções desejáveis, certas partes podem continuar a perceber uma perda de valor; algumas podem ter questões legítimas que a Empresa não está em posição para alterá-las e atendê-las significativamente; e outras podem manter posições extremas que refletem uma estreita fatia da opinião pública. Na maioria dos casos, entretanto, a tensão que aparece das visões divergentes pode ser uma fonte de criatividade e impulsionar a Empresa a desenvolver soluções alternativas que não poderiam ser encontradas no curso normal do negócio. Outro ponto importante a ser considerado no gerenciamento dessas relações é que as percepções são freqüentemente mais importantes que os fatos científicos.

3.1 Partes Interessadas Afetadas

Qualquer pessoa, grupo de pessoas ou entidade que possa estar sujeito aos efeitos das atividades de manejo florestal da Empresa, sendo consideradas comunidades diretamente afetadas aquelas que estão localizadas em um raio de até 3 km de distância a partir dos limites da unidade de manejo florestal (ADA).

A Gerência de Sustentabilidade (SUSTENT) deverá manter uma base atualizada das partes interessadas afetadas, que será atualizada anualmente e sempre que for identificada mudança de liderança, sendo a responsabilidade pela identificação de acordo com o quadro a seguir:

Quadro 1: Composição e meios de atualização da base de dados de partes interessadas afetadas

PARTES AFETADAS BASE DE ATUALIZAÇÃO ÁREA RESPONSÁVEL

Lideranças reconhecidas

Base de dados de processos de relacionamento e de investimento socioambiental

SUSTENT Monitor Florestal Meio Ambiente Associações comunitárias e de

produtores rurais locais

Vizinhos

Base cadastral Agenda Presencial Diálogo Operacional

Operações Florestais Monitor Florestal SUSTENT

Movimentos e organizações sociais Base de dados de processos SUSTENT

1 Adaptado de FREEMAN, E. Strategic management – a stakeholder approach. London: Pitman

Publishing, 1984. 276 p.

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e ambientais com atuação regional

de relacionamento e de investimento socioambiental

Meio Ambiente Segurança Corporativa

Lideranças políticas regionais (Prefeito, pres. Câmara, secretários municipais de desenvolvimento econômico, educação, de agricultura e de meio ambiente)

Base de dados governamental

SUSTENT – Relações Institucionais Meio Ambiente Operações Florestais

Órgãos e instituições públicas de atuação regional vinculadas a desenvolvimento econômico, social, planejamento, agricultura, educação e meio ambiente

Base de dados governamental

SUSTENT – Relações Institucionais Meio Ambiente Operações Florestais

Entidades representativas da agricultura, comércio, indústria e prestação de serviços de atuação regional

Base de dados de processos de relacionamento e de investimento socioambiental

SUSTENT - Relações Institucionais Comunicação

Sindicatos de trabalhadores da agricultura, silvicultura e extração de madeira

Base de dados da área de desenvolvimento organizacional florestal

DHO

Unidades de conservação ambiental e Comitês de co-gestão de recursos naturais

Base de dados de processos de relacionamento

Meio Ambiente Florestal

4. Gestão do Relacionamento com Comunidades

A Gestão do Relacionamento com Comunidades é de responsabilidade da Gerência de Sustentabilidade sendo realizada por meio de uma série de ferramentas e procedimentos descritos nos itens a seguir.

A base de todo o modelo de gestão de relacionamento da Empresa é o Diálogo.

Para se alcançar um bom diálogo as seguintes capacidades críticas são necessárias:

- Saber ouvir empaticamente as partes interessadas; - Conseguir se colocar no lugar das mesmas para entender seu contexto e suas

realidades; - Ter capacidade e tempo para reflexão sobre as questões apresentadas; - Ter disposição para quebra de paradigmas e preconceitos; - Dar importância ao processo tanto quanto ao produto final; e - Estabelecer um ambiente com baixa defensiva e alto aprendizado.

4.1 Priorização de Relacionamento

A extensa área de atuação da Empresa se caracteriza por diferentes realidades econômicas, sociais e culturais, bem como, diferentes históricos de relacionamentos, o que gera diferentes níveis de demandas e complexidade de relacionamento.

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A Matriz de Priorização é a ferramenta empregada para auxiliar o planejamento de todo o processo de relacionamento de forma a permitir tomadas de decisões com critérios explícitos facilitando o entendimento do porque a Empresa tem foco maior em determinadas regiões.

A priorização é feita por município e localidade, para cada Unidade, considerando três dimensões: (i) Vulnerabilidade socioeconômica (Vulnerabilidade); (ii) Impacto gerado pelas atividades da Empresa (Impacto); (iii) Importância para a Empresa (Importância).

A Gerência de Sustentabilidade é a responsável pela elaboração e atualização da matriz de priorização, sendo que, a aprovação e validação final devem ser feitas pela Comissão de Relacionamento Local de cada Unidade.

Anualmente a Comissão de Relacionamento Local deve avaliar a necessidade de revisão da matriz de priorização, considerando os resultados do monitoramento e avaliação crítica dos processos relacionados ao Plano Anual de Relacionamento com Partes Interessadas, a atualização da base florestal da Empresa, bem como dos indicadores socioeconômicos utilizados.

4.1.1 Priorização de Municípios

Os indicadores empregados para caracterizar cada dimensão, em nível municipal, são oriundos de fontes oficiais de instituições (públicas e privadas) e da base cadastral da Empresa, sendo:

a) Dimensão 1 - Vulnerabilidade:

- Índice de Desenvolvimento da Família (IDF): Mede o grau de vulnerabilidade de

cada família integrante do Cadastro Único para Programas Sociais (CADÚNICO), do governo federal. Para contemplar o caráter multidimensional da pobreza e a forma como elas afetam o desenvolvimento dos indivíduos dentro de um núcleo familiar, o IDF foi elaborado a partir de seis dimensões: Vulnerabilidade; Acesso ao conhecimento; Acesso ao trabalho; Disponibilidade de recursos; Desenvolvimento infantil e Condições habitacionais (Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS);

- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): Calculado a partir de

dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP (Fonte: Ministério da Educação - MEC);

- Participação percentual do PIB gerado pela administração pública no PIB

municipal (Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE); - Participação percentual dos empregos da administração pública no total do

emprego formal total do município (Fonte: Ministério da Educação - MEC); - Índice do Sistema Único de Assistência Social (SUAS): Criado com o objetivo de

fazer a partilha, priorização e o escalonamento da distribuição de recursos para o co-financiamento da Proteção Social Básica de forma a priorizar aqueles municípios com maior proporção de população vulnerável (indicado pela taxa de pobreza), menor capacidade de investimento (receita corrente liquida municipal

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per capita) e menor investimento do Governo Federal na Proteção Social Básica (Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS);

- Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM): Abrange, com igual

ponderação, as três principais áreas de desenvolvimento humano: Emprego & Renda, Educação e Saúde. Varia entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade (Fonte: Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - FIRJAM);

- Remuneração média dos empregos formais (Fonte: Ministério da Educação -

MEC); - Participação percentual do emprego formal juvenil no emprego formal total

(Fonte: Ministério da Educação - MEC).

b) Dimensão 2 - Impacto: Dado pela percentagem da área do município ocupada pela empresa e pela presença de fábrica, escritórios descentralizados, portos, terminais e outras infra-estruturas.

c) Dimensão 3 - Importância: Dada pela percentagem dos plantios de eucalipto

da Fibria no município e pela avaliação do histórico de relacionamento feita pela CRL.

Cada uma das dimensões é categorizada em três níveis de acordo com uma escala gerada utilizando-se a média e o desvio padrão para cada indicador, sendo:

- Alta (o): igual ou superior à média mais um desvio padrão; - Média (o): igual à média; - Baixa (o): igual ou inferior à média menos um desvio padrão.

A presença de fábrica, escritórios descentralizados, portos, terminais e outras infra-estruturas no município e a avaliação da CRL automaticamente elevam as dimensões Impacto e Importância à categoria Alta. Uma vez obtida essa categorização, a prioridade é determinada utilizando-se como critério a Moda das categorias das três dimensões. Não havendo uma Moda, a prioridade será igual à categoria da dimensão Impacto.

4.1.2 Priorização de Localidades São consideradas as localidades diretamente afetadas, ou seja, aquelas que estão localizadas em um raio de até 3 km de distância a partir dos limites da unidade de manejo florestal (ADA). Os indicadores empregados para caracterizar cada dimensão são oriundos dos estudos de caracterização socioeconômica e cultural das localidades e da base cadastral da Empresa, sendo:

a) Dimensão 1 - Vulnerabilidade: Permite compreender as localidades em termos de capacidade/incapacidade de responder (enfrentar) a constrangimentos socioambientais decorrentes do manejo florestal de eucalipto para produção de celulose.

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O Índice de Vulnerabilidade Social é composto pelos seguintes indicadores: inserção fundiária, segurança fundiária, acesso viário, acesso a transporte público, acesso à energia elétrica, acesso à água, condições sanitárias, disposição de lixo, acesso à escola (fundamental) e acesso a serviços públicos de saúde (UBS), de modo que:

- Inserção fundiária: visa dimensionar a intensidade da proximidade da localidade das áreas de manejo florestal, supondo que uma comunidade “ilhada”, isto é, inserida completamente em área de manejo, está mais afetada socialmente do que aquela fronteiriça ou vizinha, ou ainda daquela que, embora não faça divisa com o manejo, localiza-se no interior da ADA. Escala: Ilhada - (3); Vizinha ou inserida parcialmente em área de manejo florestal - (2); Inserida na ADA e não fronteiriça com o manejo florestal - (1) e Localizada fora da ADA - (0);

- Segurança fundiária: visa dimensionar a vulnerabilidade decorrente da condição de posse da terra, supondo que a posse incerta e precária é uma condição jurídica que limita e inviabiliza a estruturação de relações sociais mais estáveis intra e extragrupo. Escala: Acampamento - (3); Colônia - trabalhadores agrícolas - (2); Comunidade de posse - (1) e Assentamento / bairro rural - (0);

- Acesso viário: visa dimensionar os constrangimentos provocados pelas condições de acesso, considerando os seguintes tipos: rodovias asfaltadas; estradas; estradas vicinais e acessos precários (caminhos e picadas). Escala: Caminho/picada - (3); Vicinal - (2); Estrada - (1) e Rodovia - (0);

- Acesso a transporte público: visa dimensionar os constrangimentos provocados pela falta de transporte coletivo em volume adequado para atender as necessidades cotidianas dos membros da localidade. Escala: Não tem - (3); Servida por até dois horários/dia - (2); Servida por até oito horários/dia - (1) e Servida por mais de oito horários/dia - (0);

- Acesso à energia elétrica: visa dimensionar os constrangimentos provocados

pelas condições de acesso à energia elétrica para atender as necessidades cotidianas dos membros da localidade. Escala: Não tem - (3); Gerador - (2); Luz para Todos - (1) e Concessionária - (0);

- Acesso à água: visa dimensionar os constrangimentos provocados pelas

condições de acesso à água para atender as necessidades cotidianas dos membros da localidade. Escala: Córrego ou riacho - (3); Poço ou cacimba - (2); Estrutura própria - (1) e Concessionária - (0);

- Condições sanitárias: visa dimensionar os constrangimentos provocados pelas

condições de esgotamento sanitário disponíveis às famílias da localidade. Escala: In natura - (3); Fossas negras - (2); Fossas sépticas - (1) e Concessionária - (0);

- Disposição de lixo: visa dimensionar os constrangimentos provocados pelas

condições de disposição de resíduos domésticos disponíveis às famílias da localidade. Escala: Queima/dispõe na natureza (3); Coleta coletiva/caçambas - (2); Coleta residencial - (1) e Coleta seletiva - (0);

- Acesso à escola fundamental: visa dimensionar os constrangimentos

provocados pelas condições de acesso a equipamentos de educação

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fundamental disponíveis às famílias da localidade. Escala: Sede municipal - (3); Sede distrital - (2); Nas proximidades/bairro - (1) e Na própria localidade - (0);

- Acesso a serviços públicos de saúde (UBS): visa dimensionar os

constrangimentos provocados pelas condições de acesso a equipamentos de saúde disponíveis às famílias da localidade. Escala: Sede municipal - (3); Sede distrital - (2); Nas proximidades /bairro - (1) e Na própria localidade - (0).

A vulnerabilidade é categorizada em três níveis de acordo com a seguinte escala gerada utilizando-se a soma das pontuações de cada indicador:

- Alta (3): igual ou maior a vinte e quatro; - Média (2): entre treze e vinte e três; - Baixa (1): igual ou inferior a doze.

b) Dimensão 2 - Impacto:

O pressuposto básico dessa dimensão é que a presença fundiária das plantações de eucalipto impõe constrangimentos sociais para a ocupação rural de modo geral e em especial para os grupos tradicionais ou artesanais. Assim, define-se o impacto de base fundiária a partir da relação entre a inserção territorial geral e as características sociais das localidades, sendo:

- Inserção fundiária: Escala: Ilhada - (3); Vizinha ou inserida parcialmente em área de manejo florestal - (2); Inserida na ADA e não fronteiriça com o manejo florestal - (1) e Localizada fora da ADA - (0);

- Tipo de localidade: a inserção de uma localidade na base fundiária do eucalipto

tem repercussões diferenciadas de acordo com o tipo de localidade, sendo que mais intensa em aldeias indígenas e assentamentos rurais, e menos nas rurbanas e urbanas. Escala de impacto: Urbana - (1); Rurbana - (2); Bairro ou comunidade rural - (3) e Aldeia - (4);

- Tipo de comunidade: considera-se que comunidades artesanais são mais sensíveis a qualquer transformação nas condições ambientais e fundiárias de seu entorno territorial, estruturando uma escala de valores que, em seu outro extremo, localizam-se grupos e comunidades assentadas em ambiente urbano. Escala de impacto: Urbana - (1); Local - (2); Comunidade rural - (3) e Comunidade rural artesanal - (4);

- Paisagem econômica de inserção: considera-se que o entorno social, ou aquele território que oferece ambiência regional ao grupo ou comunidade, desempenha importante papel de anteparo à influência das plantações de eucalipto em larga escala. Neste sentido, as áreas protegidas são aquelas que proporcionam formas mais efetivas de resguardo ou privacidade local, como no caso das Reservas Extrativistas ou Terras indígenas reconhecidas. Seguindo esta linha de raciocínio, áreas urbanas são consideradas como de menor suscetibilidade, em tese, menos impactadas do que grupos e comunidades situadas em contexto rural, marcado pela concentração fundiária e relações de trabalho mercantis da pecuária extensiva e da produção de commodities agrícolas, em particular, café, cana-de-açúcar e fruticultura. Escala de impacto: Área de Proteção ambiental ou indígena - (1); Urbana - (2); Agropecuária - (3) e Eucalipto - (4);

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- Atividade econômica principal e de referência: considera-se que os impactos

sociais de base fundiária repercutem de modo diferente de acordo com a base econômica de cada grupo ou comunidades, sendo que, pela própria natureza de suas atividades econômicas, as áreas urbanas ressentem-se de modo menos direto e intenso do que os setores ligados à agropecuária mercantil, por exemplo, mais dependentes de condições fundiárias e ambientais do território que, por sua vez, são menos afetados que os grupos e comunidades rurais artesanais, cuja economia está centrada na produção de alimentos primários (lavoura branca), ou pescadores artesanais e extrativistas, mesmo aqueles sob abrigo de áreas de proteção, uma vez que seu esforço econômico requer a exploração de amplos territórios extremamente sensíveis ambientalmente (mangues, florestas, estuários, entre outros). Escala de impacto: Serviços urbanos (1); Agropecuária (2); Lavoura branca (3) e Pesca/extrativismo (4).

Definida a Base Fundiária como vetor de impacto e as demais variáveis e seus contextos, o impacto social é o resultado da soma destas relações, estabelecendo deste modo os parâmetros numéricos para sua identificação, em uma escala entre cinco e sessenta:

Impacto = Base fundiária x tipo de localidade + Base fundiária x tipo de comunidade + Base fundiária x paisagem econômica + Base fundiária x atividade econômica principal + Base fundiária x atividade econômica de referência

O impacto é categorizada em três níveis de acordo com a seguinte escala:

- Alto (3): igual ou maior a trinta e sete; - Médio (2): entre vinte e cinco e trinta e seis; - Baixo (1): igual ou inferior a vinte e quatro.

c) Dimensão 3 - Importância:

Dada pela avaliação do histórico de relacionamento e pela caracterização da comunidade em relação à tradicionalidade, sendo atribuído um peso maior às comunidades tradicionais (3) do que às comunidades locais (0). Uma vez obtida a categorização das três dimensões, a prioridade inicial é determinada utilizando-se como critério a Média das categorias das três dimensões, sendo:

- Prioridade Alta: média maior ou igual a dois; - Prioridade Média: média maior ou igual a um e inferior a dois; - Prioridade Baixa: média inferior a um.

O resultado inicial é reavaliado pela Gerência de Sustentabilidade, de forma a se obter apenas duas categorias de prioridades (Alta e Baixa), levando em consideração o histórico de relacionamento e as condições conjunturais (econômica, política, social e operacional) atuais.

4.2 Engajamento

O engajamento é realizado com base nos conceitos e diretrizes do modelo de Engajamento com Partes Interessadas estabelecidos no Manual de Engajamento do Instituto Votorantim.

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Este modelo representa um relacionamento estruturado de maior profundidade, inclusivo e contínuo, que estabelece a Fibria como parceira do desenvolvimento local. Envolve o esforço da Fibria para entender e envolver seus partes interessadas e seus interesses no andamento de suas atividades e processos de decisão. O pré-requisito mais importante para realizar o engajamento é conhecer as partes interessadas da empresa: quem são, qual o histórico de relacionamento, suas expectativas e preocupações em relação ao negócio. A percepção sobre os impactos da empresa necessita ser levada em conta para definir a melhor maneira de engajar as partes interessadas.

As principais etapas da metodologia do engajamento são:

- Criação do Grupo de Trabalho; - Treinamento do Grupo; - Definição dos objetivos do engajamento; - Levantamento do histórico do engajamento; - Análise de partes interessadas; - Identificação e Priorização de impactos; - Elaboração do Plano de Engajamento com Partes Interessadas; - Aprovação do Plano pelo Comitê de Relacionamento da Unidade, incluindo

responsáveis, recursos humanos, financeiros e materiais; - Execução; - Monitoramento e avaliação pelo Comitê de Relacionamento da Unidade; - Internalização da gestão da Fibria.

O Plano de Engajamento com Partes Interessadas é o resultado das várias análises realizadas e, portanto, deve estar alinhado com cada uma delas:

- Objetivos estratégicos da empresa e do Plano de Engajamento; - Histórico das práticas de engajamento já realizadas pela empresa; - Análise das partes interessadas; e - Priorização de impactos e teste de materialidade.

Considerando estes resultados, devem-se selecionar as estratégias e táticas mais adequadas para cada público priorizado. O Plano de Engajamento com Partes Interessadas é um processo contínuo e deverá ser revisado freqüentemente. A Internalização da gestão da Fibria visa identificar elementos do sistema de gestão que podem ser integrados ao Plano de Engajamento com Partes Interessadas, visando a melhoria contínua dos processos da empresa. Para internalizar o engajamento à gestão do negócio e fomentar um ciclo de melhoria contínua são consideradas:

- Revisão dos objetivos estratégicos do engajamento; - Revisão dos recursos financeiros e adequação de sua utilização; - Revisão das responsabilidades do Grupo de Trabalho; - Avaliação do atendimento de metas do Plano de Engajamento; - Análise do Plano de Engajamento, avaliando se divulgações e consultas

atendem aos requisitos legais de licenciamento ambiental (no caso de novos

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empreendimentos), de políticas da empresa, às instituições de financiamento, às partes interessadas e aos compromissos de que a empresa é signatária;

- Avaliação da necessidade de realizar novas consultas para retroalimentar o Plano de Engajamento;

- Avaliação das parcerias no que se refere à sua contribuição para a gestão de impactos e desafios futuros (relacionados ao fechamento, ampliação ou redução das atividades da empresa na localidade); e

- Avaliação dos mecanismos de monitoramento, queixas e realimentação.

Os temas a serem revisados e a periodicidade da análise devem refletir a realidade da empresa na localidade e o contexto em sua área de influência.

4.3 Agenda Presencial

A agenda presencial é uma ferramenta que busca a presença e aproximação constantes da Fibria junto às comunidades de modo a proporcionar a vivência da realidade local, tendo como objetivo principal a divulgação dos meios de comunicação com a Fibria e o fortalecimento do relacionamento com as comunidades e vizinhos. A agenda presencial deve ser realizada por meio de: (i) visitas regulares dos responsáveis pelas atividades operacionais (silvicultura, colheita, estradas, relações com a comunidade, gestão ambiental e transporte); (ii) visitas semestrais dos representantes da área de relações com comunidades e (iii) encontros anuais. Esta ferramenta deve ser aplicada para manter contato com as comunidades localizadas na ADA e não atendidas pelo diálogo operacional, pelo engajamento e não visitadas regularmente pelos responsáveis pelas atividades operacionais, garantindo que todas as comunidades localizadas na área diretamente afetada participem do processo de relacionamento. O Planejamento Anual da agenda presencial deve ser submetido à Comissão de Relacionamento Local da Unidade para aprovação e incorporação ao Plano Anual de Relacionamento. Mais detalhes podem ser vistos no procedimento PO.20.01.009.

4.4 Diálogo Operacional

O diálogo operacional é a forma de relacionamento com as comunidades, os vizinhos, as lideranças locais e os representantes do poder público local que possibilita que estas partes interessadas recebam informação das operações florestais que serão realizadas no seu entorno e possam identificar e discutir os potenciais impactos positivos e negativos destas operações, bem como definir as ações correlatas. Esta atividade, assim conceituada, fortalece o relacionamento e a comunicação entre estas partes interessadas e a Fibria.

O diálogo operacional deve ser realizado por meio de reuniões planejadas com as comunidades, os vizinhos e as lideranças locais das áreas impactadas pelas operações florestais. O Planejamento Anual dos Diálogos Operacionais deve ser submetido à Comissão de Relacionamento Local da Unidade para aprovação e incorporação ao Plano Anual de Relacionamento. Mais detalhes podem ser vistos no procedimento PO.20.01.006.

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4.5 Diálogos Construtivos

São instrumentos de diálogo, com objetivo de divulgar as ações da empresa, permitindo a troca de informações de interesse comum, destinados a todas as partes interessadas nas atividades da empresa, dentre as quais podemos destacar:

- Lideranças políticas; - Lideranças comunitárias; - Representantes de Sindicatos e Associações; - Representantes de ONGs; - Representantes de Igrejas; - Representantes da comunidade escolar; - Produtores rurais, e outros.

O programa dos encontros consiste basicamente em palestras e vídeos sobre temas específicos relacionados às atividades da empresa, e debate participativo. Dentre os temas a serem abordados, destacam-se: manejo florestal, processos de certificação, divulgação de investimentos socioambientais, impactos sociais, políticas, novos negócios, e outros, além de uma pauta de assuntos específicos levantados com antecedência, buscando estar de acordo com as necessidades de informações das comunidades envolvidas.

4.6 Política de investimentos socioambientais

Os conceitos, definições, princípios, fundamentos, instrumentos e procedimentos necessários ao encaminhamento, análise, decisão e operacionalização do investimento socioambiental na FIBRIA são definidos pela Política de Investimentos Socioambientais - PC.00.012.

O Investimento socioambiental engloba os investimentos sociais externos, as doações, parcerias e patrocínios e é um dos instrumentos da responsabilidade social da Fibria.

O objetivo do investimento socioambiental da Fibria é contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde a empresa atua, gerando lucro admirado associado à conservação ambiental, inclusão social e melhoria da qualidade de vida e assegurando a "Licença Social" para operar e a sustentabilidade do negócio, em consonância com a missão, a visão e os princípios da Fibria.

Os "Eixos Estratégicos" e respectivas linhas de atuação dos investimentos socioambientais são: Educação; Cultura; Esporte; Geração de Trabalho e Renda; Meio Ambiente e Saúde. A partir destas diretrizes, as modalidades de investimentos socioambientais da Fibria estão descritos a seguir:

4.6.1 Programa e Projetos Sociais

Originam-se, obrigatoriamente, dos processos de relacionamento com partes interessadas, em especial do Engajamento. Os Programas Sociais são investimentos sociais realizados em base contínua ou por meio de portfólio de projetos, ou atividades e ações, agrupados por foco e eixos estratégicos e voltados à promoção do desenvolvimento comunitário sustentável.

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Os Projetos Sociais, por sua vez, constituem investimentos sociais planejados e desenvolvidos no âmbito de determinado Programa Social, tendo propósito e duração determinados em função de objetivos, metas, custos, prazos, indicadores de desempenho e responsabilidades planejados e definidos.

4.6.2 Parcerias

São ações pontuais e de curto prazo e pressupõem contrapartida do solicitante e aplicação em bens comunitários. As parcerias estão relacionadas às operações, à expertise e aos produtos oriundos do negócio da Fibria, a saber: papel, celulose, madeira, mourão, mudas, insumos, equipamentos, serviços e transferência de know-how. São aprovadas e pagas pelas áreas operacionais em seus próprios orçamentos, que devem prever recursos para este tipo de atividade de relacionamento.

4.6.3 Doações

As doações priorizam os processos de aproximação e início de relacionamento com partes interessadas. São investimentos ou despesas pontuais de curtíssimo prazo que atendem às demandas apresentadas por instituições, órgãos ou indivíduos representativos da comunidade. As doações não exigem contrapartida e não têm fins lucrativos.

4.6.4 Patrocínio

Os patrocínios objetivam conceder recurso financeiro, material e/ou serviço por um patrocinador a um patrocinado, com o objetivo de viabilizar determinada atividade ou evento. É um instrumento de comunicação, uma vez que os principais resultados esperados são o aumento da notoriedade e da favorabilidade da marca do patrocinador com os públicos-alvos da atividade ou evento patrocinado; o aumento da exposição do patrocinador na mídia; e o contato com as partes interessadas direta e indiretamente ligadas ao negócio do patrocinador.

4.6.5 Gestão, recursos, monitoramento e avaliação de Investimentos Socioambientais

As diversas modalidades de Investimentos Socioambientais devem ser devidamente gerenciadas, de modo que os seus resultados possam ser medidos e avaliados em termos de contribuição à sustentabilidade do negócio da empresa. Esse gerenciamento é centralizado no SISPART, sistema corporativo de gestão do relacionamento com partes interessadas e do investimento socioambiental externo da Fibria, constituído pelos seguintes módulos:

- Gestão de demandas sociais (doações, parcerias e patrocínios); - Gestão de relacionamento com partes interessadas (diálogo, agenda presencial

e engajamento); - Gestão de representação e participação em eventos externos; - Gestão do investimento socioambiental (programas e projetos); - Gestão do programa de visitas institucionais; - Gestão de reclamações, dúvidas, denúncias e conflitos; - Matriz de prioridade de relacionamento.

Os detalhes para estas ações, bem como outras particularidades destes investimentos, estão descritos nos documentos PO.20.01.007 e PO.20.01.008.

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4.7 Procedimento de Resolução de Conflitos sobre Reivindicações e Direitos de Uso da Terra

Os procedimentos formais para a resolução de conflitos, disputas e compensações que envolvam os direitos de uso, posse e domínio de terra são definidos pelo Padrão Operacional PO.12.19.002 - Procedimento para Tratamento de Ocorrências Patrimoniais de Imóveis Rurais e seguem as seguintes diretrizes:

- A Empresa deverá priorizar a busca de solução amigável e equilibrada junto às

partes, mesmo na negociação envolvendo possíveis compensações, antes de optar pela via judicial;

- Para resolução de conflitos ou disputas de caráter coletivo, a Empresa deverá,

antes de optar pela via judicial, sempre que possível, priorizar a busca de solução amigável e equilibrada junto às instituições competentes, mesmo na negociação envolvendo possíveis compensações;

- Os contatos e tratativas serão objeto de registro pelo gestor representante da

Empresa, que deverá conter os termos propostos e a decisão fundamentada das partes envolvidas, a cada etapa da busca pela solução consensual.

4.8 Aspectos e impactos sociais

O impacto social é definido como sendo qualquer modificação na sociedade, adversa ou benéfica, que resulte, no total ou em parte, das atividades, produtos ou serviços do Manejo Florestal da Fibria.

A identificação e avaliação de aspectos e impactos sociais deve ser elaborada de acordo com os procedimentos do PO.20.01.005, cujos resultados esperados são:

- Classificação e priorização dos aspectos e impactos sociais significativos no

meio antrópico; - Definição da necessidade de controles e/ou direcionadores e/ou

acompanhamento em função da significância dos aspectos e impactos sociais.

A Gerência de Sustentabilidade é a responsável pela coordenação e identificação dos aspectos e impactos sociais, sendo que, a aprovação das análises realizadas deve ser feita pelos gestores dos processos envolvidos e a validação final deve ser feita pela Comissão de Relacionamento Local (CRL). No caso de comunidades tradicionais os aspectos e impactos sociais identificados devem ser validados por meio de mecanismo estruturados de consulta pública. Para a identificação e análise dos aspectos e impactos sociais devem ser consideradas as demandas de partes interessadas pertinentes oriundas do software SISPART, que possui como fonte de dados, dentre outras, o Engajamento, a Agenda Presencial e o Diálogo Operacional. Anualmente a Comissão de Relacionamento Local deve avaliar a necessidade de revisão da matriz de impactos sociais, considerando os resultados do monitoramento e avaliação crítica dos processos relacionados ao Plano Anual de Relacionamento com Partes

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Interessadas, bem como das demandas de partes interessadas pertinentes oriundas do software SISPART.

A Lista de impactos sociais significativos deve ser divulgada junto às partes interessadas relevantes ou afetadas pelas operações por meio do diálogo operacional, dos encontros comunitários e do resumo público do Plano de Manejo Florestal.

4.8.1 Reparação de perdas e danos Perdas e danos imprevisíveis aos direitos em geral, principalmente, de propriedade e consuetudinários com impacto direto nos recursos ou sustento das comunidades, derivados das atividades da empresa, deverão ser compensados ou mitigados de acordo com as particularidades de cada caso. Bens de uso comunitário, tais como: escolas, postos de saúde, sedes de associações e de sindicatos, quando afetados também deverão ser reparados e compensados pela Fibria. De forma a garantir uma solução justa e equilibrada, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

- Tomar a iniciativa pela reparação do dano, não esperando que haja reclamação

por parte do prejudicado;

- Garantir à parte afetada a liberdade de escolha quanto às possíveis opções de soluções;

- Garantir que o valor definido para possíveis indenizações para cobrir perdas e

danos seja considerado justo pela parte afetada;

- Priorizar a busca de solução amigável e equilibrada, buscando o consenso para a solução;

- Buscar se necessário, o conselho de um órgão de conciliação para que o

processo seja equacionado de forma justa para ambas as partes.

Os contatos e tratativas relacionados à reparação de perdas e danos, derivados das atividades operacionais da Empresa, serão objeto de registro pelo gestor representante da Empresa por meio do módulo de gestão de demandas do SISPART.

4.9 Gestão de demandas e ocorrências sociais 4.9.1 Demandas externas

Todas as demandas relacionadas à parceria, doação e patrocínio devem ser gerenciadas por meio do SISPART, conforme PO.20.01.007. A área de sustentabilidade deve monitorar e avaliar todo o processo relacionado a essas demandas, devendo reportar periodicamente os resultados desse monitoramento à Comissão de Relacionamento Local da unidade.

Todas as demandas pertinentes às operações florestais, identificadas nos processos de engajamento, diálogo operacional, encontros comunitários e agenda presencial, devem ser analisadas e validadas com as áreas operacionais para integrar as

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recomendações socioambientais aplicadas no microplanejamento de colheita. O responsável pelas operações florestais no bloco / regional deve realizar a inserção dessas demandas no software GOL, acompanhá-las e dar retorno à comunidade após o tratamento das demandas. A Gerência de Sustentabilidade deve monitorar os planos de ação estabelecidos e avaliar a efetividade das ações junto às partes demandantes. Os resultados desse monitoramento e avaliações devem ser reportados nas reuniões de resultados da área florestal e nas reuniões da Comissão de Relacionamento Local da Unidade. Anualmente, a área de sustentabilidade deve realizar uma avaliação crítica das demandas relacionadas às operações florestais de forma a identificar e propor melhorias no manejo florestal adotado pela empresa. O fluxo de comunicação e os responsáveis pela comunicação com as partes interessadas da Fibria Celulose S/A, para atender e monitorar as manifestações recebidas das partes interessadas sobre os aspectos e impactos ambientais, econômicos e sociais decorrentes das atividades, produtos e serviços da empresa são estabelecidos no PO.01.02.001- Comunicação com Partes Interessadas.

Todas as áreas com interface direta com partes interessadas são responsáveis pela inserção das solicitações no SISPART, por meio de profissionais definidos para essa atividade (alimentadores). A gestão do processo é de responsabilidade da Gerência de Sustentabilidade.

4.9.2 Ocorrências Sociais Ocorrências sociais referem-se à atuação direta das comunidades vizinhas em áreas florestais da Empresa, bem como em áreas de alto valor para conservação do patrimônio histórico e cultural. Englobam manifestações culturais e religiosas das comunidades, atividades não predatórias de subsistência, de lazer e recreação, ou para atender a necessidades básicas de serviços públicos. Podem ser classificadas em áreas de interesse comunitário ou de uso costumeiro tradicional dos recursos florestais:

1. Área de interesse comunitário: são locais utilizados pela comunidade para

realização de atos religiosos; local de recreação, esportes, lazer; cemitérios, serviços públicos, e cultivo de alimentos;

2. Uso costumeiro tradicional dos recursos florestais: são áreas onde as

comunidades vizinhas utilizam dos recursos naturais das florestas para subsistência, tais como: retirada de dendê, retirada da aroeira, retirada de piaçava, coleta de sementes e material lenhoso (inclusive cipó).

A identificação de ocorrências sociais na Unidade de Manejo ou no seu entorno imediato é feita pelas áreas operacionais, a qualquer tempo, por observação direta ou por meio de outras fontes de informação. As informações coletadas em campo são registradas em formulário específico e encaminhadas para a Coordenação de Sustentabilidade da Unidade, que é responsável pela avaliação e definição e encaminhamento de ações pertinentes às seguintes situações:

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- Locais considerados sagrados onde ocorrem ritos religiosos (rios,

cachoeiras, santuários, grutas): recomendação para a atualização da base cadastral e encaminhamento para a Gerência de Meio Ambiente Florestal para tratamento como AAVC (Área de Alto Valor de Conservação);

- Local de recreação, esporte e lazer: avaliação do histórico e características de

uso. Se caracterizado como uso costumeiro (regular e freqüente) e legal, se faz a recomendação para a atualização da base cadastral e encaminhamento para a Gerência de Silvicultura para sinalização da área;

- Cemitérios, igrejas, capelas, cruzeiros: avaliação do contexto de uso e das

características das edificações. Recomendação para a atualização da base cadastral; encaminhamento para a Gerência de Meio Ambiente Florestal para tratamento como AAVC ou encaminhamento para a Gerência de Silvicultura para a definição das medidas de proteção;

- Uso costumeiro de Produtos Florestais Não Madeireiros: avaliação do

histórico e características do uso (usuários e intensidade). Recomendação para a atualização da base cadastral; avaliação do potencial para implantação de projeto de investimento social e encaminhamento para a Gerência de Meio Ambiente Florestal para tratamento como AAVC.

Os registros podem resultar em recomendações socioambientais (RSA) com o objetivo de colocar em prática ações para melhorar os processos que visam à conservação ambiental, redução dos impactos negativos e à melhoria da qualidade de vida nas comunidades vizinhas.

4.10 Gestão de Riscos de Sustentabilidade

O processo de gestão de riscos da Fibria foi definido com base no Processo de Gestão de Riscos sugerido pela norma ISO 31000:2009 (Princípios e Diretrizes da Gestão de Riscos) e tem os seguintes objetivos:

- Envolver todos os agentes da estrutura em alguma etapa; - Padronizar conceitos e práticas; - Influenciar na tomada de decisão; - Assegurar que a governança da Fibria seja seguida e criticamente analisada; - Fornecer um fluxo dinâmico e eficiente de informação; - Aumentar a transparência da Fibria para analistas de mercado, agências de

crédito e demais partes interessadas.

As instâncias de responsabilidade na Gestão de Riscos são:

- Conselho de Administração: estabelece o nível de disposição para o risco da empresa em função da relação risco/retorno que ela pretende assumir e define a filosofia da gestão do risco da Fibria;

- Comitê de Auditoria e Riscos: supervisiona as atividades de controles internos e

de gerenciamento de riscos da empresa, assim como o cumprimento da legislação, das políticas, normas e procedimentos internos da Fibria, em todos os níveis. Também avalia os parâmetros do modelo de gestão de riscos financeiros da empresa e as políticas de gerenciamento de riscos, seus recursos

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e tolerância máxima determinada pela administração, e a adequação dos recursos humanos e financeiros destinados à gestão de riscos da organização;

- Presidente: é o responsável final pela gestão dos riscos. Entre outras

atribuições, define diretrizes, recursos e metas que garantam o bom funcionamento do processo e promove a integração da gestão de riscos com os ciclos de gestão e planejamento da companhia;

- Diretoria: é solidária e comprometida com a gestão de riscos por meio do

conhecimento e da compreensão dos riscos e da implantação de uma governança eficiente de sua gestão;

- Gerência de Gestão de Riscos: planeja e assegura a operacionalização da

gestão de riscos, considerando todas as dimensões da estrutura definida, englobando atividades estratégicas, táticas e operacionais. Também suporta as unidades de negócio na identificação, análise e tratamento dos eventos de risco que possam afetar os objetivos estratégicos da Fibria, garante a manutenção da política e verifica o cumprimento dos limites estabelecidos;

- Gestores das áreas de negócios e funcionais: identificam e gerenciam os riscos

de suas áreas, de acordo com as estratégias de mitigação, implementam os planos e coordenam as ações corretivas e/ou preventivas;

- Correspondentes das áreas de negócio e funcionais: atuam como a interface de

suas áreas com a Gerência de Gestão de Riscos;

A Gerência Geral de Sustentabilidade é responsável por identificar e gerenciar os riscos de sustentabilidade, de acordo com as estratégias de mitigação, implementar os planos e coordenar as ações corretivas e/ou preventivas. A matriz de riscos de sustentabilidade deverá ser periodicamente reavaliada pela Comissão Interna de Sustentabilidade.

4.11 Análise e Monitoramento dos Processos de Relacionamento com Partes Interessadas

A Comissão de Relacionamento Local de cada Unidade é responsável pela análise e monitoramento dos processos de relacionamento com partes interessadas locais, devendo, conforme PO.20.01.004:

- Acompanhar a execução do Plano Anual de Relacionamento com Partes Interessadas;

- Monitorar as principais questões e conflitos sociais na área de atuação da Unidade;

- Monitorar e avaliar as ações decorrentes dos processos de relacionamento, incluindo Agenda Presencial, Diálogo Operacional, Encontros Comunitários e Engajamento;

- Acompanhar os programas e projetos de investimentos socioambientais.

A Comissão Interna de Sustentabilidade tem como atribuição avaliar os processos de relacionamento e engajamento com comunidades circunvizinhas e povos tradicionais, com ONGs interessadas em nosso negócio, tendo como base a análise crítica desses processos elaborada pela Comissão Local de Relacionamento. A Gerência de Sustentabilidade deve reportar, nas reuniões de resultados da área florestal, o acompanhamento da execução do Plano Anual de Relacionamento com

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Partes Interessadas, bem como as avaliações de efetividades das ações decorrentes dos seus processos. O Anexo 4 apresenta o Plano de Monitoramento Social incluindo, além dos indicadores, o sistema e/ou banco de dados de origem, a frequência e a área responsável pela apuração. Os resultados do Plano de Monitoramento Social devem ser divulgados às partes interessadas por meio do resumo público do Plano de Manejo Florestal.

4.12 Identificação e caracterização de comunidades tradicionais

A identificação preliminar de novas comunidades e/ou localidades nas áreas de influência direta e entorno imediato dos plantios da empresa deve ser feita pelas áreas operacionais, a qualquer tempo, por observação direta ou outras fontes, conforme o PO.12.16.009.

A definição quanto à tradicionalidade ou não dessas comunidades e sua respectiva caracterização deverá ser feita por profissionais habilitados em Ciências Sociais (Antropologia e Sociologia) habilitados e reconhecidos pelos seus órgãos de classe, sob a coordenação da área de Sustentabilidade, considerando os seguintes marcos legais e conceituais:

4.12.1 Marcos Legais: 4.12.1.1 Comunidades indígenas:

- Artigos Nº 231, 232, 210 parágrafo 2º, 215 e 216 da Constituição Federal; - Lei Nº 6.001/1973, o chamado Estatuto do Índio Decreto Nº 1.775/1996, que

dispõe sobre procedimento administrativo de demarcação de Terras Indígenas e dá outras providências;

- Instrução Normativa Nº 01/1995 da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que disciplina o ingresso em Terras Indígenas com a finalidade de desenvolver pesquisa;

- Decreto Nº 1.141/1994, que dispõe sobre as ações de proteção ambiental, saúde e apoio às atividades produtivas para as comunidades indígenas; e

- Portaria Nº 693/2000 da Fundação Nacional do Índio, que cria o Cadastro Nacional Cultural Indígena.

4.12.1.2 Comunidades Remanescentes dos Quilombos:

- Artigo Nº 68 da Constituição Federal - Ato das disposições constitucionais transitórias;

- Artigo 2º do Decreto Nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;

- Decreto Nº 4883/03, que transfere, do Ministério da Cultura para o Ministério do Desenvolvimento Agrário/INCRA, a competência para a delimitação das terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos, bem como a determinação de suas demarcações e titulações;

- Decreto Legislativo Nº 143/2002 e Decreto Nº 5.051/2004, que incorporam à legislação nacional as determinações da Convenção Nº 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais em Países

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Independentes, entre as quais o reconhecimento ao principio da autodefinição. Cabe à Fundação Cultural Palmares emitir uma certidão sobre essa autodefinição;

- Portaria Nº 98, de 26/11/2007 da Fundação Cultural Palmares, que estabelece norma específica para a certificação das comunidades remanescentes de quilombos.

4.12.1.3 Demais Grupos e Comunidades Tradicionais:

- Decreto Nº 6.040 de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT e consolida o marco jurídico, que define a expressão “povos e comunidades tradicionais”, assim como as conseqüências mais imediatas dessa inserção no que tange ao reconhecimento e à tutela de seus direitos, regendo, deste modo, as relações institucionais com estas comunidades.

4.12.2 Marcos Conceituais:

De acordo com o decreto 6040, são considerados povos e comunidades tradicionais: “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”. Desta forma devem ser considerados tradicionais os grupos ou comunidades que:

- Desenvolvem uma noção particular de território, como espaço objetivo e simbólico onde o grupo social se reproduz econômica e socialmente;

- Desenvolvem formas de uso coletivo e comunitário do território e de seus recursos naturais;

- Desenvolvem relações de reciprocidade e ajuda mútua, fundadas em laços de parentesco, vizinhança e afinidade, para o exercício das atividades econômicas, sociais e culturais distanciadas das relações mercantis e de subordinação assalariada;

- Compartilham e co-participam de espaço intersubjetivo de valores éticos, estéticos e morais expressos em corpos estruturados de simbologias, mitos, rituais e expressões artísticas responsáveis aos processos de auto-identificação e reconhecimento extrínseco de sua singularidade identitária;

- Autoidentificam-se como tal. Para evidenciar a complexidade do contexto regional, apontando para abordagens diferenciadas para cada situação específica, os grupos e ou comunidades tradicionais serão classificados como:

- Matriciais: Grupos indígenas existentes em território nacional em sua diversidade lingüística/cultural, territorial, demográfica e sociológica. Nesta categoria são incluídas as comunidades de descendentes de escravos;

- Rústicos: Grupos e comunidades oriundos de formações sócio-históricas rurais e artesanais, comunidades locais e de atividade, tais como: caboclos, caipiras, caiçaras, sertanejos, vazanteiros, marisqueiros, mangabeiras, quebradeiras de coco babaçu e outros;

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- Identitárias: Aquelas formadas por grupos reunidos a partir do compartilhamento de valores éticos comuns como as ligadas a ofícios e artes, comportamentais e tradições urbanas contemporâneas. Dentro desta categoria podemos identificar os subgrupos:

a) Confessionais: Grupos e comunidades ligadas a tradições religiosas e esotéricas, tais como: Comunidades de Terreiro, nominações do espiritismo, Ayuasca, entre outras, assim como de representantes dos núcleos orgânicos dos grandes troncos religiosos (Católicos, Muçulmanos, Budistas, e outros);

b) De origem: Grupos e comunidades identificados com conteúdos simbólicos e identitários oriundos de localidades de origem, especificamente imigrantes estrangeiros (pomeranos, italianos, alemães, luxemburgueses, suíços e outros).

A partir deste quadro conceitual define-se a seguinte tipologia para as comunidades:

a) Indígenas. Grupos autodeclarados ou reconhecidos como tal; b) Imigrantes: grupos de sitiantes de ancestralidade relacionada aos fluxos

migratórios do século XIX e XX; c) Descendentes de escravos: grupos de sitiantes de ancestralidade

relacionada ao escravismo dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX; d) Sitiantes; grupos de sitiantes que, não identificados com nenhum grupo

específico elencado no CNPCT, estão inscritos na categoria da agricultura familiar;

e) Extrativistas: grupos de sitiantes dedicados a extração vegetal e animal, geralmente marisqueiros;

f) Pescadores artesanais.

Os principais procedimentos metodológicos a serem utilizados na identificação e caracterização das comunidades tradicionais são:

- Pesquisa bibliográfica; - Análise documental; - Contatos institucionais (Prefeituras, FUNAI, IBAMA, INCRA, Associações

Comunitárias e outros); - Caracterização Socioeconômica cultural, geográfica e jurídica fundiária

(documental); - Realização de vistorias estruturadas e prospectiva às comunidades; - Entrevistas com lideres das localidades e seus membros mais antigos; - Diagnóstico Socioeconômico Cultural e Participativo, iniciativa metodológica em

que as comunidades, por meio de suas lideranças, são envolvidas a discutir temas e fornecer informações importantes para a caracterização e realização de uma tipologia sociocultural;

- Mapas Culturais Colaborativos, com objetivo de demonstrar aspectos culturais, históricos e costumeiros de um território tradicional;

- Procedimentos Etnográficos com registros de entrevistas aprofundadas e depoimentos de lideranças locais com objetivo de instrumentalizar a interpretação das informações, para contextualizá-las.

A identificação de novas comunidades indígenas, quilombolas e outras tradicionais, reconhecidas oficialmente, na área de influência da Fibria, deve ser feita anualmente pela área jurídica, por meio de busca eletrônica nas listas oficiais da Fundação Palmares, da Fundação Nacional do Índio, do INCRA e da Comissão Nacional de

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Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à pobreza, conforme PO.12.16.009. Deve-se realizar ainda busca eletrônica no Ministério do Desenvolvimento Social e no Ministério da Justiça.

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Anexo 1 - Governança e Sustentabilidade

Comitê de

Sustentabilidade - CS

Conselho de

Administração da Fibria

CEO da Fibria

Diretoria Executiva da

Fibria

Sustentabilidade e

Relações Corporativas

Comissão Interna de

Sustentabilidade - CIS

Comissão de

Relacionamento Local -

CRL

Unidades

Fibria

Unidades

Fibria

Presidente do Conselho

de Administração da

Fibria

Legenda

Hierarquia

Reporte

Participação

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Anexo 2 - Alinhamento entre a CIS e o CS

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Anexo 3 - Matriz de Partes Interessadas

Públicos Estratégicos Interesse Área Responsável

Acionistas

1. Retorno do investimento; 2. Preservação do patrimônio; 3. Boa governança 4. Boa imagem; 5. Informações; 6. Práticas Sustentáveis

RI

Investidores

1. Retorno do investimento; 2. Preservação do patrimônio; 3. Boa governança 4. Boa imagem; 5. Informações; 6. Práticas Sustentáveis

RI

Instituições financeiras

1. Rentabilidade; 2. Confiabilidade; 3. Informações; 4. Boa governança

Financeiro

Clientes

1. Confiabilidade no fornecimento (prazo e volume); 2. Condições comerciais; 3. Preço competitivo; 4. Qualidade; 5. Flexibilidade; 6. Assistência técnica; 7. Transparência; 8 Práticas Sustentáveis

Comercial

Fornecedores 1. Transparência; 2. Relações justas; 3. Práticas Sustentáveis

Suprimentos

Empregados da Fibria e seus familiares

1. Estabilidade; 2. Remuneração justa; 3. Segurança; 4. Qualificação profissional; 5. Benefícios; 6. Informação; 7. Reconhecimento; 8. Transparência

DHO

Empregados das empresas contratadas e seus familiares

1. Estabilidade; 2. Remuneração justa; 3. Segurança; 4. Qualificação profissional; 5. Benefícios; 6. Informação; 7. Práticas Sustentáveis

1. DHO 2. Suprimentos

Comunidades

1.Transparência; 2. Relacionamento amistoso; 3. Geração de Empregos; 4. Geração de renda; 5. Segurança; 6. Investimentos nas comunidades; 7. Práticas Sustentáveis

1. Sustentabilidade e Relações Corporativas; 2. Operações Florestais; 3. Meio Ambiente

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Sindicatos

1. Estabilidade; 2. Remuneração justa; 3. Segurança; 4. Qualificação profissional; 5. Benefícios; 6. Informação; 7. Transparência; 8. Práticas Sustentáveis; 9. Atendimento às legislações específicas

DHO

Agências e órgãos reguladores

1. Transparência; 2. Informações; 3. Práticas Sustentáveis; 4. Atendimento às legislações específicas

1. DHO; 2. Jurídico; 3. Financeiro; 4. Meio Ambiente

Poder público

1. Geração de emprego e renda; 2. Receita tributária; 3. Transparência; 4. Investimentos; 5. Práticas Sustentáveis; 6. Atendimento às legislações específicas

1. DHO; 2. Jurídico; 3. Financeiro; 4. Meio Ambiente; 5. Sustentabilidade e Relações Corporativas

Imprensa 1. Informações; 2. Relação comercial (anúncios, projetos); 3. Práticas sustentáveis

Comunicação

Instituições de Ensino e Pesquisa

1. Parcerias; 2. Informações; 3. Estágios; 4. Intercâmbio científico/tecnológico

1. CT; 2. Operações Florestais; 3. Operações Industriais; 4. Meio Ambiente; 5. DHO; 6. Jurídico; 7. Comunicação

Parceiros Estratégicos - Produtores Florestais 1. Transparência; 2. Relações justas; 3. Segurança

Operações Florestais

Competidores 1. Transparência; 2. Relações justas

Comercial

Organizações não Governamentais

1. Transparência; 2. Parcerias; 3. Práticas Sustentáveis; 4. Atendimento legislações específicas

1. Sustentabilidade e Relações Corporativas; 2. Meio Ambiente

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Anexo 4 - Plano de Monitoramento

Área Categoria Nome do

Monitoramento Indicadores

Sistema / Banco de dados

Responsável Frequência

Social Impactos

Sociais nas Comunidades

Investimento na comunidade (GRI

EC1)

Investimentos socioambientais

(R$)

SISPART

Sustentabilidade Mensal

Participação de doações no investimento

socioambiental (%)

Sustentabilidade Mensal

Projetos de desenvolvimento

local autossustentáveis

(%)

Sustentabilidade Anual

Comunidades rurais no PDRT

(número)

Reclamações de danos causados

pelo manejo

Número de reclamações

recebidas

SISPART

Sustentabilidade Mensal

Índice de satisfação no atendimento à

reclamação

Sustentabilidade Anual

Tempo médio de atendimento de

reclamações Sustentabilidade Mensal

Diálogo Operacional e Agenda Presencial

Índice de cumprimento do

programa anual de diálogo

SISPART

Sustentabilidade Mensal

Índice de atendimento das

demandas operacionais

Sustentabilidade Mensal

Índice de efetividade das

ações de mitigação Sustentabilidade Mensal

Pesquisa de Imagem

Índice de favorabilidade nas

comunidades vizinhas

Comunicação 2 anos

Ocupação fundiária Taxa de ocupação SGF Cadastro e

Geoprocessamento Mensal

Acidentes rodoviários

Taxa de frequência de acidentes rodoviários

Arquivo digital - Taxa de

Frequência de Acidentes

Rodoviários

Logística Mensal