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Manual de Operação do CPR-SIB, CAF E NPT julho/2013 Revisão: barbosa Me MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SECRETARIA DE REORDENAMENTO AGRÁRIO DEPARTAMENTO DE CRÉDITO FUNDIÁRIO MANUAL DE OPERAÇÃO DO CPR-SIB, CAF E NPT Brasília, julho de 2013

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Manual de Operação do CPR-SIB, CAF E NPT julho/2013 Revisão: barbosa Me

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

SECRETARIA DE REORDENAMENTO AGRÁRIO

DEPARTAMENTO DE CRÉDITO FUNDIÁRIO

MANUAL DE OPERAÇÃO DO CPR-SIB, CAF E NPT

Brasília, julho de 2013

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INTRODUÇÃO

O presente Manual de Operações é um documento de referência e

orientação. Contém detalhamento dos princípios, das normas, das diretrizes e dos

procedimentos operacionais a serem observados pelos atores envolvidos na

operacionalização das linhas de financiamento Combate à Pobreza Rural com

Subprojeto de Investimento Básico – CPR-SIB, Consolidação da Agricultura Familiar

- CAF, e Nossa Primeira Terra – NPT, integrantes do Programa Nacional de Crédito

Fundiário – PNCF.

Encontra-se neste Manual um conjunto de normas previstas no Decreto

nº 4.892/2003, que regulamenta a Lei Complementar nº 93, de 1998, que criou o

Fundo de Terras. Integram também o conjunto normativo do CAF e do NPT e a

Resolução nº 3.869/2010 do Conselho Monetário Nacional - CMN e suas

sucedâneas, bem como o Regulamento Operativo do Fundo de Terras.

Este Manual foi submetido e aprovado pelo Comitê Permanente do

Fundo de Terras e do Reordenamento Agrário (CPFTRA), uma instância primária do

CONDRAF; trata-se de um normativo ao qual devem se submeter as Unidades

Técnicas dos Estados, bem como todas as demais entidades participantes do

PNCF. A Este normativo permitem-se adaptações de forma, sob chancela da

Secretaria de Reordenamento Agrário, para acomodar características singulares

locais, vedadas, porém as modificações que impliquem em alterações meritórias nas

diretrizes, normas e princípios fundamentais do PNCF.

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PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO

Manual de operações do CPR-SIB, CAF e NPT

1. O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNFC) é um conjunto de ações que visa, por intermédio de crédito fundiário, promover o acesso à terra e a investimentos básicos e produtivos que permitam estruturar os imóveis adquiridos com recursos do Fundo de Terras e da Reforma Agrária, instituído pela Lei Comple-mentar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 4.892, de 25 de novembro de 2003.

2. Para a sua execução são observados os princípios da legalidade, impessoali-dade, moralidade, publicidade, eficiência e igualdade, considerando-se os aspectos de geração, gênero, raça e etnia, relevando a inserção social e a descentralização para os Estados e Municípios e contando com a participação dos beneficiários e suas entidades representativas, na forma estabelecida pelo art. 4º da Lei Com-plementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998.

3. O PNCF, previsto no II Plano Nacional de Reforma Agrária, apresentado em novembro de 2003, participa das ações de reordenação fundiária, visando ampliar a redistribuição de terras, para consolidar as propriedades rurais em regime de base familiar.

4. Os beneficiários do PNCF poderão ser apoiados também pelos diversos programas de apoio à reforma agrária, de fomento à agropecuária, à agroindústria e ao turismo, tais como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o Programa Luz para Todos, bem como por Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nos termos do art. 14 do Decreto nº 4.892, de 2003, desde que o requeiram e obedeçam às condições de elegibilidade destes Programas.

5. O PNCF é executado pelo governo federal de forma descentralizada em parceria com os governos estaduais e municipais, bem como pela participação dos entes sindicais dos trabalhadores rurais, da agricultura familiar e demais entidades da sociedade civil organizada, podendo, excepcionalmente, ser executado de forma direta.

6. As ações complementares, de responsabilidade do governo estadual ou munici-pal, concernentes a políticas públicas e investimentos em infraestrutura básica necessárias para assegurar a viabilidade dos projetos financiados, tais como educação e saúde, estradas de acesso aos imóveis, eletrificação, moradia e assistência técnica, também podem ser pactuadas mediante convênio.

7. É obrigação do Estado, dentre outras, a implantação de uma Unidade Técnica Estadual (UTE), conforme prevê o Regulamento Operativo, para garantir o ade-quado cumprimento dos objetivos referentes à execução do PNCF.

7.1. A implementação descentralizada do PNCF tem como pré-requisito a celebração de um acordo de cooperação técnica entre o MDA e o Estado interessado.

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7.2. Excepcionalmente, o PNCF pode ser executado diretamente pelo MDA, a quem compete instituir unidades técnicas por meio de instrumentos específicosque terão as mesmas competências e responsabilidades estabelecidas às UTEs.

8. Podem participar também como parceiros do PNCF as associações ou consórcios de municípios, bem como as agências territoriais de desenvolvimento e as parcerias com a sociedade civil representadas pelos Conselhos Territoriais e Regionais.

9. Na execução do PNCF é assegurada a efetiva participação dos conselhos municipais, estaduais, regionais e territoriais de desenvolvimento rural na elaboração dos planos de reordenação fundiária, nos planos de aplicação de recursos do Fundo de Terras, na análise e aprovação das propostas de financiamento, definindo-se as atribuições de cada conselho em seu respectivo nível de atuação.

10. Os financiamentos por meio do PNCF devem priorizar, sempre que possível, as áreas localizadas nos Territórios da Cidadania, bem como aquelas cuja população se mobilize para elaborar seus planos e projetos de desenvolvimento com o apoio dos respectivos conselhos, do MDA e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

11. O PNCF pode atender públicos específicos, desde que obedecidos aos critérios de elegibilidade dispostos na legislação.

DO OBJETIVO E METAS DO PNCF

12. O objetivo central do PNCF é contribuir para a redução da pobreza rural e consolidação da agricultura familiar para melhoria da qualidade de vida, mediante o acesso à terra e o aumento de renda dos trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra.

13. O acesso à terra se dá por meio do financiamento reembolsável para aquisição de terras e dos investimentos necessários à estruturação das unidades produtivas constituídas pelas comunidades e famílias beneficiárias.

14. Os recursos destinados para esse fim podem ser inteiramente providos pelo Fundo de Terras ou pelo orçamento da União, bem como por aportes estaduais ou municipais, além de contar com contrapartidas dos próprios beneficiários e outras fontes.

15. O PNCF busca também contribuir, pela viabilização do acesso à terra, para a redução das desigualdades sociais, de gênero, raça, geração e etnia.

DA PARTICIPAÇÃO DE ESTADOS, MUNICÍPIOS E DA SOCIEDADE CIVIL

16. O PNCF pode ser executado nos Estados que firmarem Acordo de Cooperação com o MDA visando à sua implementação, embora também possa ser operado diretamente pelo MDA, nos termos acima estatuídos.

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17. O PNCF apoia-se, em primeiro lugar, na participação dos beneficiários do Programa, quais sejam, os trabalhadores sem terra, os minifundiários e suas organizações comunitárias.

18. São estes trabalhadores ou estas organizações que elaboram as propostas de financiamento para aquisição de terras e investimentos básicos e asseguram a sua implementação.

19. O PNCF se apóia também, nos Conselhos de Desenvolvimento Rural Sustentável, das três esferas: federal, estadual e municipal.

20. Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) verificam a elegibilidade dos beneficiários e opinam sobre todas as propostas iniciais de financiamento, constituindo, assim, a primeira instância consultiva e de monitoramento do PNCF.

21. Os Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS) são as instâncias decisórias estaduais, pois a eles compete aprovar os Planos Operativos Anuais do PNCF, bem como analisar e aprovar cada proposta de financiamento e cada operação de compra e venda.

22. Aos Estados participantes, principais encarregados da execução do PNCF, competem definir os Planos Operativos Anuais (POAs); instrumentos que contêm as diretrizes básicas, as áreas prioritárias e a estratégia de ação em seus territórios, bem como as metas anuais para cada área conforme estabelecido em norma específica.

23. À Unidade Técnica Estadual (UTE), órgão executor do PNCF no Estado, cabe assegurar a tramitação e monitorar a execução das propostas de financiamento.

24. Os Estados podem também contar com a participação dos órgãos estaduais de terras, de extensão rural e ambientais, notadamente para a verificação da elegibilidade dos imóveis selecionados para aquisição pelos beneficiários e dos preços inicialmente acordados entre as partes: beneficiários e vendedores.

25. Poderão também participar, como parceiros do PNCF, as associações ou consórcios de municípios, bem como as agências territoriais de desenvolvimento e outras formas institucionais de articulação para o desenvolvimento territorial.

26. As parcerias com a sociedade civil e as atribuições dos Conselhos Territoriais ou Regionais de Desenvolvimento Rural devem ser observadas e previstas nos acordos firmados entre o MDA, a associação de município e os governos estaduais.

27. Também podem participar do PNCF as entidades rurais de representação dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais e da agricultura familiar, e suas filiadas, bem como as outras organizações da sociedade civil que vierem a se associar ao PNCF.

28. No nível nacional, compete ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF) estabelecer as diretrizes globais e as metas anuais do PNCF, contidas no Plano Anual de Aplicação de Recursos e avaliar a execução do PNCF como um todo.

29. A participação das Federações de Trabalhadores da Agricultura e na Agricultura Familiar e de seus sindicatos está também assegurada por meio dos Conselhos de Desenvolvimento Rural Sustentável dos quais participam.

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DA CONCEPÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DO PNCF

30. Em toda concepção e operacionalização do PNCF busca-se garantir:

30.1. a descentralização;

30.2. a participação dos trabalhadores e suas organizações;

30.3. a afetiva participação das mulheres e jovens em todas as etapas do processo de acesso à terra;

30.4. priorização da mulher na escrituração do imóvel;

30.5. a integração com outras políticas de desenvolvimento; e

30.6. o desenvolvimento local no meio rural;

31. No processo de preparação, análise e aprovação das propostas de financiamento, deve-se levar em conta as questões de renda, gênero, geração, raça, etnia, bem como os aspectos de conservação e proteção ambiental.

32. Deve, principalmente, ser assegurado às mulheres:

32.1. apoio para a documentação como cidadãs e trabalhadoras rurais.

32.2. participação efetiva na assinatura dos contratos de financiamento e de compra dos imóveis; e

32.3. estímulos à inclusão na lista dos Subprojetos de Investimentos Básicos (SIBs), de projetos voltados para as demandas das mulheres ou executados pelas mulheres;

33. Os projetos devem respeitar a legislação ambiental e sempre que necessário, contribuir para a recuperação dos passivos e a melhoria das condições ambientais existentes no imóvel ou na região.

DO PNCF E DE OUTROS PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

34. O PNCF está contemplado no Plano Nacional de Reforma Agrária e também constitui um mecanismo de acesso à terra.

35. Por meio de financiamento para a compra de terras e implantação dos investimentos básicos e comunitários necessários, o PNCF permite o acesso a propriedades que não sejam passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária (imóveis improdutivos de mais de 15 módulos fiscais).

36. Os beneficiários do PNCF poderão ser apoiados também pelos diversos programas de apoio à reforma agrária, de fomento à agropecuária, à agroindústria e ao turismo, tais como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o Programa Luz para Todos, bem como por Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, nos termos do art. 14 do Decreto nº 4.892, de

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2003, desde que o requeiram e obedeçam às condições de elegibilidade destes Programas.

DA ADMINISTRAÇÃO DO PNCF NO NÍVEL ESTADUAL

37. A implementação descentralizada do PNCF e suas linhas fica condicionada à assinatura de instrumentos de parcerias entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e cada Estado interessado.

38. Estes instrumentos indicarão as obrigações dos participes e as ações complementares do governo estadual e dos governos municipais em matéria de políticas públicas e investimentos em infraestrutura básica necessários para assegurar a viabilidade dos projetos financiados, tais como estradas de acesso aos imóveis, eletrificação, moradia, assistência técnica, entre outras ações e serviços do gênero.

39. É obrigação do Estado participante, conforme disposto no Regulamento Operativo, a criação da Unidade Técnica Estadual, de forma a garantir o adequado cumprimento de seus objetivos com relação à execução do PNCF.

40. Excepcionalmente, o PNCF pode ser executado diretamente pelo MDA, instituindo unidades técnicas, por meio de instrumentos específicos, que terão as mesmas competências e responsabilidades estabelecidas às UTEs.

DO PLANO OPERATIVO ANUAL NACIONAL (POA - BRASIL)

41. Ao MDA compete elaborar, por meio do Departamento de Crédito Fundiário da Secretaria do Reordenamento Agrário (DCF/SRA), o Plano Operativo Anual Nacional do PNCF, baseado nos Planos Operativos Anuais dos Estados participantes do Programa, cujas disposições devem contemplar:

41.1. os objetivos;

41.2. as diretrizes;

41.3. as estratégias de implantação do PNCF;

41.4. as ações de difusão a ser implementadas em nível nacional;

41.5. as metas globais do PNCF;

41.6. as indicações sobre os montantes e origens dos recursos a ser aplicados; e

41.7. a distribuição dos recursos por região.

42. As ações de difusão incluídas no Plano Operativo Anual Nacional (POA-Brasil) devem considerar em sua elaboração e execução, a participação da sociedade civil organizada, principalmente das organizações sindicais dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar.

42.1. O Plano Operativo Anual Nacional será elaborado com base nos Planos Operativos Anuais Estaduais, nas metas nacionais, bem como nos recursos previstos para o Programa.

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DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

43. Para o gerenciamento, transparência e monitoramento do PNCF, o DCF/SRA dispõe de um conjunto de sistemas de informações gerenciais informatizados:

43.1. SIG-CF – Sistema de Informações Gerenciais do Crédito Fundiário: registra os grupos de famílias interessadas em acessar o Crédito Fundiário, o acompanhamento da tramitação das propostas de financiamento, o ar-mazenamento dos dados relativos aos contratos de financiamento firmados pelos agentes financeiros, além da disponibilização, por meio digital e/ou em forma de relatórios impressos, das informações constantes no sistema;

43.2. SMMT – Sistema de Monitoramento do Mercado de Terras: realiza o cálculo do preço de referência para o imóvel a ser financiado, bem como acompanha a dinâmica do mercado de terras, no âmbito do PNCF, conforme norma específica;

43.3. SREDE – Sistema de Rede de Apoio: cadastra as instituições que integram a Rede de Apoio do PNCF;

43.4. SIMON – Sistema de Monitoramento de Projetos: registra a caracteri-zação inicial do projeto, o planejamento das atividades de implantação do projeto e o acompanhamento de sua execução, conforme norma específica.

44. Os sistemas relacionados ao PNCF estão disponíveis na Internet, de forma a assegurar sua transparência em todas as etapas de execução, permitindo o acesso das entidades envolvidas nos procedimentos do Crédito Fundiário, e deve ser alimentado tanto pelo DCF/SRA, quanto pelas UTEs, pela Rede de Apoio e pelos demais responsáveis por cada procedimento em suas respectivas esferas de competência.

DOS CRITÉRIOS E CONDIÇÕES DE ACESSO ÀS LINHAS CAF, NPT E CPR-SIB

45. Podem ser beneficiadas pelo PNCF nas linhas CAF, NPT e CPR-SIB as famílias que, simultaneamente, atendam as seguintes condições:

45.1. Os titulares tenham idade acima de 18 (dezoito);

45.1.1. Jovens maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos, excepcionalmente, podem acessar o PNCF, desde que devidamente emancipados, com averbação no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais e desde que atendidas as demais condições de elegibilidade;

45.1.2. Para o enquadramento na linha NPT, a idade máxima permitida é de 29 anos.

45.2. Para os beneficiários da linha CPR-SIB é necessário que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal na qualidade de beneficiário direto ou seja membro dependente de família cadastrada;

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45.3. Trabalhadores sem terra (assalariados permanentes ou temporários, diaristas, arrendatários, parceiros, meeiros, agregados, comodatários, moradores, posseiros ou vinculados à terra por outras modalidades), os proprietários de imóveis cuja área não alcance a dimensão da propriedade familiar, assim definida no inciso II do art. 4º da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e seja comprovadamente insuficiente para gerar renda capaz de proporcionar o sustento da família;

45.4. Para o enquadramento na linha CPR-SIB a soma da renda bruta, familiar e anual, seja de até R$ 9.000,00 (nove mil reais) e o patrimônio familiar inferior a R$ 15.000,00 (quinze mil reais), não considerada a casa de morada da família, sendo excluídas desse cálculo as aposentadorias rurais, desde que os aposentados não sejam potenciais beneficiários diretos do PNCF;

45.5. Para o enquadramento nas linhas CAF e NPT a soma da renda bruta, familiar e anual, seja de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e o patrimônio familiar inferior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), não considerada a casa de morada da família, sendo excluídas desse cálculo as aposentadorias rurais, desde que os aposentados não sejam potenciais beneficiários diretos do PNCF;

45.6. Não tenha sido beneficiário de programa de reforma agrária federal, estadual ou municipal, nem tenha sido beneficiário de crédito fundiário;

45.7. Não seja, funcionário de órgão público, de autarquia, ou órgão para estatal federal, estadual ou municipal;

45.8. Nos últimos 15 anos, pelo menos um dos cônjuges tenha, no mínimo, 5 (cinco) anos de experiência com a exploração agropecuária.

45.8.1. No cálculo temporal de experiência pode ser contabilizado o tempo de escola rural (colégio agrícola, escolas agrotécnicas e centros educacionais de formação por alternância, ou outros da espécie);

45.8.2. O tempo de experiência compreende o trabalho na atividade rural exercido até a data do pedido de empréstimo ao Fundo de Terras;

45.8.3. Integra também o tempo de experiência o trabalho praticado como autônomo, empregado, integrante do grupo familiar rural.

45.9. não tenha sido, nos últimos 3 (três) anos, contados a partir da data de assinatura do contrato de financiamento, proprietário de imóvel rural com área maior que uma propriedade familiar;

45.10. não seja promitente comprador ou possuidor de direito de ação e herança em imóvel rural;

45.11. Esteja disposto a assumir o compromisso de tomar e, posteriormente, pagar o empréstimo para a aquisição de terras e, quando houver projeto de infraestrutura básica e produtiva, de aplicar os recursos em conformidade com o projeto aprovado;

45.12. Não apresentar restrição cadastral perante o agente financeiro.

46. Todas as condições de elegibilidade constantes deste Manual serão comprova-das mediante autodeclaração do candidato, devidamente assinada, inclusive pelo cônjuge, quando houver, bem como pelo representante legal do Sindicato de Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar.

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46.1. No caso de impedimento do Sindicato, a critério da UTE, o CMDRS ou conselho similar pode chancelar a declaração para fins de comprovação da veracidade das informações prestadas pelo candidato.

46.2. A declaração de elegibilidade do candidato devidamente assinada na forma prevista neste Manual, será apreciada pelo CMDRS ou conselho similar.

46.3. Na falta do CMDRS, ou conselho similar, os Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e da Agricultura Familiar podem aprovar e remeter diretamente à UTE;

46.4. No caso de declarações comprovadamente falsas, verificadas nos diversos cadastros públicos (tais como SIAPE, RAIS, TSE, dentre outros), os responsáveis respondem civil e criminalmente, nos termos da lei, cabendo sua substituição por potencial beneficiário elegível.

47. Em caso de dúvida referente à experiência, à classificação como trabalhador rural ou agricultor familiar ou à renda, uma carta de aptidão expedida pelo sindicato da categoria pertinente pode comprovar a existência desses critérios de elegibilidade.

DA ELEGIBILIDADE E DAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO

48. Para o enquadramento na linha CPR-SIB, além dos critérios gerais estabelecidos acima, o beneficiário deve comprovar sua inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal na qualidade de beneficiário direto ou como membro de família cadastrada;

49. Para o enquadramento na linha NPT, além dos critérios gerais estabelecidos no item 44, o beneficiário deve atender a pelo menos uma das condições previstas no Manual de Crédito Rural - MCR 10-10, ou seja:

49.1. Tenha concluído ou esteja cursando o último ano em centros familiares rurais de formação por alternância que atendam a legislação em vigor para instituições de ensino;

49.2. Tenha concluído ou esteja cursando o último ano em escolas técnicas agrícolas de nível médio que atendam a legislação em vigor para instituições de ensino;

49.3. Tenha participado de curso ou de estágio de formação profissional que preencha os requisitos definidos pela SAF/MDA; ou

49.4. Seja orientado e assistido por instituição de assistência técnica e extensão rural reconhecida pela SAF/MDA e pela instituição financeira.

DA DIFUSÃO DO PNCF

50. Cabe a cada Estado participante do PNCF, em parceria com as Organizações de trabalhadores rurais e da agricultura familiar, e com a sociedade civil, realizar um amplo esforço de difusão do PNCF por meio da informação e capacitação dos

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diferentes agentes que possam contribuir na implementação e operacionalização do PNCF.

51. Ao Estado que firmar Acordo de Cooperação Técnica para operacionalização do PNCF cumpre apresentar ao Departamento de Crédito Fundiário da Secretaria de Reordenamento Agrário um Plano de Difusão e Mobilização, contendo as estratégias para as ações de divulgação das regras do Programa no Estado, integrando-o às metas previstas no POA.

52. Os Estados devem acompanhar e monitorar o processo de mobilização realizado pelas organizações representativas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar, ONGs e afins, com o objetivo de que sejam transmitidas, adequadamente, aos potenciais beneficiários do Programa, as informações necessárias ao aceso à terra por meio do PNCF.

53. As ações de disseminação e divulgação devem atender os seguintes objetivos:

53.1. Assegurar um amplo domínio dos objetivos e das regras do PNCF por parte de todas as pessoas e entidades envolvidas na sua implantação, principalmente as lideranças sindicais dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar e os técnicos dos órgãos governamentais e não-governamentais envolvidos; e

53.2. Os materiais de divulgação devem ter linguagem apropriada ao público alvo e ser remetidos ao DCF para avaliação e aprovação, antes de sua circulação.

DA MOBILIZAÇÃO DOS POTENCIAIS BENEFICIÁRIOS

E DA IDENTIFICAÇÃO DOS IMÓVEIS

54. A mobilização dos beneficiários é uma das etapas que leva à aprovação e à implantação de uma proposta de financiamento.

55. O potencial beneficiário identifica um imóvel que satisfaça suas pretensões, cujo proprietário esteja disposto a vendê-lo.

56. Uma vez identificado o imóvel, o beneficiário inicia as negociações do preço com o proprietário.

57. Podem ser adquiridos vários imóveis, de proprietários diferentes, desde que sejam contíguos ou muito próximos, de forma que permitam a constituição de um projeto único e a exploração direta e efetiva por parte do beneficiário, em regime de economia familiar.

58. Para avaliar a aquisição, o beneficiário deve examinar:

58.1. a aptidão do imóvel;

58.2. a viabilidade técnica e econômica;

58.3. o preço;

58.4. as benfeitorias e os investimentos existentes;

58.5. os investimentos adicionais pretendidos em curto prazo;

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58.6. o custo provável desses investimentos; e

58.7. se esses investimentos cabem dentro dos limites de financiamento

59. Esse processo já se inicia com a assessoria e o apoio do movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar, sobretudo para a mobilização e organização, bem como para os esclarecimentos iniciais sobre as regras do PNCF.

60. A assessoria do movimento sindical deve demonstrar aos beneficiários o valor a ser financiado pelo PNCF e os valores previstos das parcelas anuais.

61. O beneficiário pode contar com a assessoria e o apoio do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, da UTE, do órgão estadual de terras, dos órgãos de extensão rural, de ONGs e outras instituições, tanto para a avaliação dos imóveis identificados, quanto para as primeiras etapas de elaboração do projeto.

DA CAPACITAÇÃO INICIAL E ASSISTÊNCIA TÉCNICA

62. O processo de capacitação, que deve anteceder o acesso ao PNCF, destina-se a aprimorar e qualificar a seleção dos candidatos, favorecendo a tramitação da proposta e contribuindo para o exercício de autonomia das comunidades, bem como para a elaboração, implantação e gestão dos projetos sociais e produtivos.

63. Nos projetos financiados é obrigatória a adoção de serviços de ATER.

63.1. É garantido o financiamento dos serviços de ATER com recursos do programa pelo prazo de 05 (cinco) anos consecutivos a iniciar no processo de contratação.

63.2. Os beneficiários poderão optar pelo não financiamento dos serviços de ATER, mediante comprovação de sua capacidade técnica, ou quando houver outras formas de ATER, sendo necessária a avaliação da UTE sobre a dispensa do financiamento.

63.2.1. No caso de existência de outra forma de ATER, será necessária a apresentação do CREA do profissional responsável ou da declaração da entidade prestadora do serviço.

64. O valor da remuneração não está incluído no teto microrregional de recursos disponíveis por família e deve corresponder a até R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por família/ano, totalizando até R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais).

65. A capacitação inicial e a assistência técnica devem seguir a norma específica de capacitação e ATER.

DOS IMÓVEIS PASSÍVEIS DE AQUISIÇÃO COM FINANCIAMENTO DO FUNDO

66. A compra dos imóveis escolhidos pelos beneficiários pode ser financiada, desde que:

66.1. os imóveis não sejam passíveis de desapropriação, por qualquer dos motivos previstos em lei (imóveis improdutivos de mais de 15 módulos fiscais

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ou os imóveis passíveis de desapropriação por outros motivos previstos em lei);

66.2. a área resultante de eventual divisão futura do imóvel entre os beneficiários não seja inferior à área mínima de fracionamento da região onde o imóvel se situar, exceto nos casos em que o imóvel se destinar à complementação de área por parte de um proprietário minifundista;

66.3. o proprietário possua título legal e legítimo da propriedade, detenha a posse do imóvel e disponha da documentação que comprove a cadeia dominial de vinte anos, respeitando, quando houver, a legislação estadual de terras;

66.4. em caso de dúvida fundada, declaração expressa do Estado sobre a situação do imóvel, afirmando se questiona ou pretende questionar o domínio do imóvel;

66.5. não incidam gravames de qualquer natureza que possam impedir a transferência legal do imóvel para os compradores (beneficiários);

66.6. não tenham sido objeto de transação nos últimos dois anos, com exceção dos oriundos de espólio, de extinção de condomínios ou nos casos excepcionais aprovados pelo CEDRS em que ficar comprovado que a transação não foi efetuada para evitar desapropriações ou com fins especulativos;

66.7. O imóvel pretendido não se situe em área:

66.7.1. de reservas indígenas;

66.7.2. ocupada por quilombos;

66.7.3. protegida por legislação ambiental (Parques, Estações Ecológicas, Reservas Ecológicas ou Biológicas);

66.7.4. de interesse ecológico;

66.7.5. de Proteção Ambiental e outros tipos de Unidades de Conservação;

66.7.6. que confinem com as áreas acima citadas, exceto nas zonas de uso permitido e compatível com a propriedade particular das áreas de proteção ambiental e de outras unidades de conservação de uso sustentável, precedido de análise e parecer técnico da UTE, aprovando que as atividades ou modalidades de utilização, a serem implantadas na área, estejam de acordo com os objetivos e exigências pertinentes à unidade de conservação;

66.7.7. que não apresentem condições que permitam o seu uso sustentável, sejam elas existentes ou que possam ser implantadas com o apoio ou o financiamento do PNCF;

66.7.8. cujo preço seja incompatível com os preços praticados no mercado local; e

66.7.9. cujas condições sejam incompatíveis com o tipo de exploração pretendido pelos beneficiários.

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DAS CONDIÇÕES PARA AQUISIÇÃO DE TERRAS

67. A aquisição das terras é realizada mediante contrato de financiamento celebrado entre o beneficiário e a União, com recursos do Fundo de Terras, de acordo com as condições definidas na Resolução CMN n.º 4.177, de 7 de janeiro de 2013 ou por outra que venha a substituí-la ou alterá-la, respeitadas as seguintes condições:

67.1. Apresentação de proposta de financiamento contendo a análise da viabilidade técnica e econômica do projeto, incluindo a capacidade de pagamento do financiamento.

67.2. Apresentação de Plano de Ater ou justificativa de sua inexistência, como condição indispensável para celebração do contrato, conforme previsto em norma específica.

67.3. Apresentação do certificado de capacitação inicial, conforme previsto em norma específica.

68. São de responsabilidade do vendedor do imóvel todos os custos relativos à comprovação da propriedade e registro do imóvel, bem como de todas as certidões necessárias à aprovação e à assinatura do contrato de financiamento.

69. Os limites de crédito, os prazos de financiamento, as garantias, os encargos financeiros, os eventuais bônus por adimplência e as demais condições de financiamento, conforme descritas na Resolução CMN n.º 4.177, de 2013, ou por outra que venha a substituí-la ou alterá-la;

70. A concessão ou não do bônus adicional de 10% relativo à boa negociação da terra, será definido em conformidade com o Sistema de Monitoramento de Mercado de Terras (SMMT), levando-se em conta o valor de referência que deve ser expressamente comunicado pela UTE ao agente financeiro na oportunidade do encaminhamento da proposta para contratação.

70.1. Na impossibilidade de utilizar o SMMT, a UTE pode conceder o bônus de boa negociação, baseada em outra metodologia de avaliação do imóveis, devendo, entretanto, submeter, previamente, ao DCF/SRA essa metodologia, que poderá a autorizá-la, ou não.

71. A qualquer tempo a UTE pode instruir o agente financeiro para paralisar a concessão dos bônus de adimplência baseada na ocorrência de irregularidade na execução do projeto até que sejam sanadas.

72. No caso de antecipação do pagamento de parcela, após o oitavo ano da efetivação do contrato, o beneficiário tem direito a desconto de 6% a.a. (seis por cento ao ano) sobre cada parcela antecipada, calculado pró-rata die pelo período de antecipação do pagamento, limitando-se a somatória de todos os bônus a 50% (cinquenta por cento) do valor da parcela, na forma estabelecida na Lei Complementar nº 93 de 1998.

73. É exigida como garantia real do financiamento a hipoteca ou alienação fiduciária do imóvel financiado e suas respectivas frações ideais, se for o caso.

DAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO

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74. A aquisição de terras e os investimentos básicos são realizados mediante financiamento que obedece a termos e condições definidas na Resolução CMN n. 4.177, de 2013, ou suas sucedâneas.

75. O montante total de recursos obtidos por família beneficiária não pode exceder o teto limite de recursos, definidos por microrregião.

76. Os casos excepcionais de valores acima dos Tetos Microrregionais devem ser examinados previamente pela UTE, encaminhado para aprovação do CEDRS, conforme norma específica;

77. Em caso de anuência pelo CEDRS, a UTE deve remeter ao DCF/SRA/MDA, através do sistema SIG-CF, para a autorização em relação à solicitação de extrateto; e

78. O montante total de recursos obtidos por família beneficiária, para aquisição da terra, não pode ultrapassar o limite de crédito de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) por beneficiário, conforme estabelecido pelo CMN na Resolução nº 4.177, de 2013 e suas sucedâneas.

79. Admite-se o acréscimo de até R$ 7.500,00 no teto de financiamento para utilização exclusiva na contratação dos serviços de ATER.

DO SUBPROJETO DE AQUISIÇÃO DE TERRAS

80. O primeiro componente básico de acesso ao PNCF é o Subprojeto de Aquisição de Terra, (SAT), na forma descrita no Regulamento Operativo.

80.1. O SAT é a proposta de financiamento dos beneficiários elegíveis, para a aquisição de terras, cujos recursos são reembolsáveis e repassados por meio de contrato de financiamento firmado com a União, representada pelo agente financeiro.

80.1.1. As propostas de SAT devem ser apresentadas sempre de forma individual.

81. Os recursos para a aquisição de terras advêm do Fundo de Terras, obedecidos os termos e condições definidos na Resolução (CMN) nº 4.177 de 2013 e suas sucedâneas.

DA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE FINANCIAMENTO

82. A proposta de financiamento de candidato a beneficiário do PNCF apresentada à UTE para envio ao agente financeiro deve estar acompanhada dos documentos relacionados no “check list”, parte integrante deste Manual e divulgado por meio da Internet (www.mda.gov.br).

83. Inicialmente o agricultor, interessado em se tornar beneficiário do PNCF, deve receber a capacitação inicial necessária para que ele conheça as regras do Programa.

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83.1. A capacitação inicial permite aprimorar e qualificar a seleção dos potenciais beneficiários, favorecendo a tramitação da proposta e contribuindo para o exercício de autonomia das comunidades, sendo comprovada por meio de Certificado emitido pela entidade devidamente habilitada como Rede de Apoio do PNCF e assinado pelo beneficiário.

83.2. A capacitação inicial é sempre obrigatória e deve seguir norma específica de capacitação e Ater.

84. Após a capacitação inicial, o pretenso beneficiário identificará um imóvel passível de compra e elaborará a proposta de financiamento.

85. A UTE e as organizações da Rede de Apoio devem apoiar os pretensos beneficiários na elaboração de suas propostas de financiamento.

86. O papel da Rede de Apoio é capacitar e apoiar o beneficiário para que ele elabore sua própria proposta, conforme norma específica.

87. O beneficiário pode escolher, dentre as credenciadas, a instituição que lhe presta este serviço.

88. Ao buscar apoio, o beneficiário deve receber, principalmente, as informações e a capacitação inicial necessária ao conhecimento das regras do PNCF, principalmente:

88.1. as normas de elegibilidade dos beneficiários;

88.2. as condições de financiamento da terra (juros, valor das parcelas, o valor e as condições para obter o rebate, os compromissos coletivos do financiamento, dentre outras); e

88.3. os organismos responsáveis e as diferentes etapas da tramitação da proposta de financiamento.

89. O beneficiário deve receber apoio, assessoria e capacitação para a elaboração da proposta de financiamento, que deve ser fruto de uma reflexão e de uma produção do próprio beneficiário. Nesta etapa, devem ser iniciadas as definições do projeto a ser implantado:

89.1. os investimentos básicos a serem realizados na propriedade;

89.2. o uso da propriedade, os sistemas de produção a ser implantados (culturas e criações), as atividades econômicas complementares e a forma de organização da produção; e

89.3. a lista inicial dos projetos de investimentos básicos.

90. O beneficiário deve também receber:

90.1. apoio na juntada de documentação do beneficiário que acompanha a proposta de financiamento (CPF, certificado de votação, RG, certidões, etc).

90.2. apoio e assessoria, quando necessário, para a finalização das negociações sobre o preço do imóvel; e

90.3. informações sobre a tramitação da proposta de financiamento.

91. A etapa de elaboração da proposta de financiamento pode, a critério dos Estados e de seus parceiros, ser dividida em duas fases: elaboração de uma proposta inicial e elaboração da proposta final de financiamento.

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92. Deve ser assegurada agilidade às atividades executadas pela UTE, de forma a não provocar lentidão excessiva no processo, nem interferências demasiadas na elaboração das propostas de financiamento.

93. A proposta de financiamento deve fornecer as indicações técnicas necessárias e pertinentes à avaliação da exequibilidade do projeto, principalmente sobre o potencial econômico-produtivo do imóvel e sua adequação com os projetos sugeridos pelos beneficiários.

94. Devem constar na Proposta de Financiamento as seguintes informações:

94.1. definição dos candidatos a beneficiários;

94.2. definição do imóvel considerando a viabilidade e o potencial produtivo;

94.3. o preço negociado da propriedade pretendida;

94.4. vias e condições de acesso ao imóvel, vias internas de circulação;

94.5. qualidade e aptidão dos solos;

94.6. cuidados necessários para a conservação e exploração do solo;

94.7. uso atual e uso potencial do solo;

94.8. infraestrutura existente e investimentos prioritários para o projeto: eletrificação, abastecimento de água, saneamento, moradias, infraestrutura produtiva;

94.9. recursos naturais a preservar ou passíveis de exploração sustentável;

94.10. situação atual e melhorias possíveis, com os encaminhamentos que subsidiem o órgão ambiental competente;

94.11. a manifestação sobre as autorizações ambientais ou comprovante de sua desnecessidade;

94.12. recursos hídricos para abastecimento humano, animal e para uso agrícola (situação atual e melhorias possíveis);

94.13. o uso da propriedade, as atividades econômicas pretendidas (vegetais e animais);

94.14. o Projeto de SIB, contendo uma lista inicial dos investimentos e os projetos produtivos, com as informações necessárias para possibilitar a análise de viabilidade pela UTE;

94.15. o uso da propriedade, as atividades econômicas pretendidas (vegetais e animais);

94.16. custos e possíveis fontes de financiamento;

94.17. os sistemas de produção a serem implantados;

94.18. as atividades econômicas complementares e a forma de organização da produção e da comercialização;

94.19. a estimativa para escoamento da produção para fins comerciais a ser obtido pela implantação dos projetos produtivos;

94.20. o indicativo de políticas públicas complementares para a obtenção de projetos mais robustos no aspecto social (habitação, luz, outros créditos);

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94.21. o Plano de Assistência Técnica;

94.22. parecer de viabilidade técnica e econômica emitida por técnico que assessorar a elaboração do projeto;

95. A Proposta de Financiamento deve conter, ainda, as seguintes informações:

95.1. os dados de identificação do proponente, manifestando-se acerca da pretensão de financiamento;

95.2. o nome dos beneficiários;

95.3. a declaração de elegibilidade;

95.4. certificado individual de participação na capacitação inicial;

95.5. plantas topográficas do imóvel;

95.6. o memorial descritivo atualizado da totalidade do imóvel em meio digital e em conformidade com a documentação apresentada, respeitando as seguintes especificações:

95.6.1. na compra da propriedade deve-se apresentar a divisão e a demarcação das áreas individuais, a área coletiva, a área de reserva legal e a área de preservação permanente – APP e respectivos memoriais descritivos, em meio digital.

95.6.2. devem ser apresentados também os dados sobre o imóvel pretendido (localização do imóvel, área, preço, número do CCIR, certidão do registro de imóveis, lista da infraestrutura existente) e ainda nome, CPF e RG do proprietário;

95.7. os dados sobre os eventuais órgãos que apóiam a elaboração da proposta.

96. A proposta de financiamento deve estar acompanhada rigorosamente dos documentos relacionados no “check list”.

DO PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

97. A proposta de financiamento é apresentada pelo beneficiário ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, responsável pela emissão de parecer sobre os seguintes aspectos:

97.1. elegibilidade do beneficiário;

97.2. adequação das propriedades às atividades pretendidas pelos beneficiários;

97.3. preço do imóvel pretendido, face às informações disponíveis sobre o imóvel e aos preços praticados no mercado local; e

97.4. a inexistência de impedimentos que venham inviabilizar a compra da área ou o bom desenvolvimento do projeto.

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98. Na inexistência ou impedimento do CMDRS cabe ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar, emitir o referido parecer.

99. O Conselho Municipal ou Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar, para elaborar seu parecer, pode solicitar o apoio de outros órgãos.

100. Caso considerem necessário, o CMDRS ou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar podem interagir com os beneficiários para obter informações complementares ou contribuir para a melhoria do projeto.

101. O Conselho Municipal tem trinta dias para manifestar a sua opinião e enviar a solicitação inicial à Unidade Técnica Estadual.

102. Caso o Conselho Municipal não se pronuncie em trinta dias, cabe ao Sindicato da categoria se manifestar no mesmo prazo estabelecido.

103. Caso o imóvel pretendido pelo beneficiário se situe em um Estado diferente do seu município de origem, a elegibilidade pode ser emitida pelo Sindicato do município de origem do beneficiário, cabendo a UTE do estado no qual se situa o imóvel analisar e seguir sua tramitação normal.

104. Em casos de imóveis que se situem em mais de um município, os Sindicatos envolvidos devem se articular para emissão da declaração de elegibilidade.

105. Devem ser também acordadas com o poder público dos municípios as ações que possam assegurar a viabilidade do empreendimento.

DA ANÁLISE DAS PROPOSTAS DE FINANCIAMENTO PELA UTE

106. As propostas de financiamento serão encaminhadas à UTE, pelos Conselhos Municipais, ou, na sua ausência, pelos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar, de forma agrupada.

107. Ao receber fisicamente a proposta de financiamento, a UTE verifica o cadastramento no Sistema de Informações Gerenciais - SIG-CF e promove as atualizações/alterações necessárias.

108. A UTE inicia a sua análise verificando a elegibilidade do imóvel, os indicadores de sustentabilidade e seu preço, bem como dos demais aspectos que julgar necessários para dar continuidade à análise da solicitação.

109. A verificação da elegibilidade do imóvel inclui, em especial, uma análise jurídica de sua cadeia possessória e dos outros aspectos que podem representar impedimentos à sua compra pelos beneficiários, tais como: proximidade com áreas quilombolas, indígenas ou unidades de conservação, existência de gravames jurídicos ou fiscais, existência de hipotecas, etc.

110. Nesta análise, a UTE deve promover visita técnica ao imóvel, sendo necessário manifestar-se sobre as suas condições gerais, a viabilidade técnica-econômica e a conformidade com a proposta de financiamento apresentada, emitindo parecer técnico, devidamente assinado pelo técnico responsável habilitado.

111. No momento da visita técnica, pode a UTE realizar o processo de Vistoria Social, conforme norma específica.

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111.1. a Vistoria Social é obrigatória quando o imóvel em processo de aquisição destinar-se a mais de uma família.

111.1.1. para imóveis destinados a menos de cinco famílias, admite-se a simplificação do processo de vistoria social.

112. Para a visita técnica, a UTE pode delegar e solicitar parecer de outros órgãos ou entidades competentes.

113. Tão logo seja verificada a elegibilidade do imóvel, a UTE realiza a análise da proposta de financiamento propriamente dita.

114. A análise da proposta de financiamento propriamente dita inclui, pelo menos, as seguintes atividades:

114.1. verificação da elegibilidade do beneficiário e participação na capacitação inicial;

114.2. exigência de apresentação de plano ou de alternativa para cumprimento de todos os critérios de sustentabilidade, em especial: moradia, água, vias de acesso, energia elétrica, comercialização e plano de Ater;

114.3. verificação da viabilidade técnica do projeto, principalmente:

114.3.1. a área disponível por família;

114.3.2. a qualidade dos solos;

114.3.3. o potencial produtivo da área;

114.3.4. a viabilidade ambiental;

114.3.5. o montante de investimentos necessários;

114.3.6. a capacidade de pagamento do empréstimo;

114.4. sugestão de novos projetos ou sistemas de produção, quando neces-sário; e

114.5. verificação do preço de aquisição do imóvel, baseando-se no Sistema de Monitoramento do Mercado de Terras - SMMT.

115. A UTE pode, nesse processo, solicitar parecer a outros órgãos competentes, incluindo as organizações dos trabalhadores.

116. Antes de encaminhar a proposta de aquisição de imóvel para mais de quatro famílias ao agente financeiro, a UTE tem a obrigação de realizar uma Vistoria Social, conforme norma especifica, para avaliar a qualificação da demanda e o nível de conhecimento das famílias sobre o PNCF e outras políticas públicas.

117. A UTE tem o prazo de trinta dias para realizar a análise das propostas de financiamento e emitir o necessário parecer.

118. Se a proposta inicial não for considerada completa ou exigir esclarecimentos específicos, a UTE deve interagir com os beneficiários de forma que a sua análise pelo CEDRS seja realizada com a máxima rapidez.

DA ANÁLISE DAS PROPOSTAS DE FINANCIAMENTO PELOS CEDRS

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119. A Proposta de Financiamento, quando concluída, é enviada, juntamente com o Parecer da UTE, para análise, ao CEDRS. O Conselho deve deliberar sobre a Proposta em trinta dias e pode, se julgar necessário, solicitar informações complementares à UTE ou aos próprios beneficiários.

119.1. Cada membro do Conselho pode, individualmente ou em grupo, solicitar vistas dos processos.

120. O CEDRS, para subsidiar a elaboração do seu parecer, deve observar os seguintes pontos:

120.1. apresentação de plano e/ou alternativas do cumprimento dos indicado-res de sustentabilidade (habitação, água, vias de acesso, energia elétrica, comercialização e Plano de Ater);

120.2. viabilidade econômica do projeto, geração de renda e capacidade de pagamento;

120.3. compatibilidade entre o preço do imóvel e o de mercado de terras;

120.4. área por família compatível com projeto produtivo e geração de renda; e

120.5. relatório de vistoria social, conforme norma específica, para imóveis destinados a mais de uma família.

121. Em caso de não aprovação da proposta, o projeto retornará à UTE, para comunicação do interessado.

DA CONTRATAÇÃO DO FINANCIAMENTO E LIBERAÇÃO DOS RECURSOS

122. O beneficiário deve ser necessariamente informado, pela UTE, da decisão do CEDRS.

123. Caso a proposta tenha sido aprovada pelo CEDRS, a UTE, mediante parecer técnico, autoriza o agente financeiro a conceder o empréstimo para aquisição da terra, conforme previsto na Proposta de Financiamento acatada.

124. A contratação do financiamento do imóvel é efetuada pelo agente financeiro, de acordo com modelo estabelecido conjuntamente com a SRA/MDA.

125. Os recursos do Fundo de Terras deverão ser liberados ao proprietário, vendedor do imóvel, após o registro do contrato/escritura no cartório de registro geral de imóveis.

126. Para imóveis adquiridos por mais de uma família e que devam ser objeto de desmembramento, cumpre observar que:

126.1. a contratação será sempre individual;

126.2. a demarcação é individual e a distribuição dos lotes é decidida diretamente pelos beneficiários, com análise de viabilidade técnica e econômica de cada lote;

126.3. a divisão dos lotes deve respeitar a fração mínima do parcelamento local e a legislação ambiental em vigor.

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DOS BENS FINANCIADOS

127. No prazo do financiamento, os beneficiários podem repassar a propriedade da terra, as benfeitorias e as eventuais dívidas decorrentes da negociação do imóvel adquirido com os recursos do Fundo de Terras a outro trabalhador que se enquadre em todas as condições de elegibilidade do PNCF, após autorização da UTE.

128. Durante o prazo de dez anos, mesmo havendo quitação total do financiamento, o imóvel e suas benfeitorias somente podem ser transferidos ou alienados com anuência da UTE e na forma estabelecida no Regulamento Operativo, aprovados pelo CEDRS e pelo MDA.

128.1. Ao analisar os pedidos de exceção aos impedimentos previstos neste Manual, o CEDRS assegurar-se-á de que a alienação ou transferência tenha justificativa técnica e econômica, preserva os objetivos do PNCF, não compromete a garantia hipotecária e não representa uma reconcentração de terras ou uma apropriação particular de bens constituídos com recursos públicos subsidiados.

DA SUBSTITUIÇÃO DE BENEFICIÁRIOS

129. A substituição de um beneficiário desistente ou excluído do contrato de financiamento deve ser formalizada junto à UTE, que deve instaurar de imediato um processo de regularização, conforme Portaria MDA n° 26, de 22 de agosto de 2008 e suas sucedâneas.

129.1. O processo de substituição atinge seu objetivo somente quando o nome do substituto passe a constar do contrato/escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registros de Imóvel.

130. A substituição está condicionada ao preenchimento dos seguintes requisitos:

130.1. atendimento aos critérios de elegibilidade da Lei Complementar nº 93/98, do Decreto. 4.892/2003 e deste Manual;

130.2. aprovação pela UTE, que pode solicitar manifestação do CMDRS;

130.3. ausência de impedimento cadastral a ser verificado pelo agente financeiro;

130.4. assunção da dívida, substituição do fiador; e

130.5. aceitação das normas do PNCF por parte do substituto.

131. Não é aceito como substituto aquele que se enquadre nos impedimentos previstos no art. 8º da Lei Complementar nº 93 de 1998, no art. 8º do Decreto nº 4.892 de 2003 e neste Manual.

DO SUBPROJETO DE INVESTIMENTOS BÁSICOS

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132. A proposta de financiamento apresentada pelos beneficiários pode incluir, além dos custos da aquisição de terras, os custos relativos aos Subprojetos de Investimentos Básicos – SIBs, necessários à estruturação das unidades produtivas constituídas.

132.1. os SIBs devem constar na lista de investimentos prioritários, apresentados pelo beneficiário na proposta de financiamento, ou posteriormente aprovados pela UTE, por solicitação do beneficiário.

132.2. são considerados investimentos básicos, (SIBs), dentre outros, os seguintes:

132.3. os investimentos em infraestrutura básica, tais como construção ou reforma de residência, disponibilização de água para consumo humano e animal, rede de eletrificação, abertura ou recuperação de acessos internos;

132.3.1. os investimentos em infraestrutura produtiva, tais como a construção ou reforma de cercas, a formação de pastos, a construção de instalações para as criações, para a produção agrícola ou extrativista e para o processamento dos produtos;

132.3.2. sistematização das áreas para plantio, as obras de contenção de erosão, conservação de solos ou correção da fertilidade;

132.4. os investimentos necessários para a convivência com o semiárido, tais como:

132.4.1. a construção de cisternas ou de barragens sucessivas, superficiais ou subterrâneas;

132.4.2. outras formas de contenção ou manejo dos recursos hídricos;

132.4.3. culturas ou criações que constituam fontes de alimentação animal ou humana ou de renda que reduzam os impactos da estiagem;

132.5. os investimentos para recuperação das áreas de reserva legal ou de preservação permanente ou de eventuais passivos ambientais existentes anteriormente à aquisição do imóvel.

133. Podem ser liberados até R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), em 5 (cinco) parcelas anuais de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) destinados à contratação de assistência técnica para implantação e acompanhamento da execução do projeto de financiamento.

134. Não podem ser financiados, com recursos do PNCF:

134.1. Construções de instalações ou prédios destinados a práticas religiosas, de qualquer confissão e sede de associação;

134.2. Construções de prédios destinados a equipamentos públicos, de educação, saúde e lazer, entre outros; e

134.3. Aquisição de automóveis de passeio e motos.

135. Todos os investimentos de SIB devem ocorrer dentro do imóvel objeto do financiamento de SAT.

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DA CONTRATAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

136. As compras e contratações de serviços e obras com recursos do SIB serão realizadas diretamente pelos beneficiários, principalmente por meio de compra ou contratação direta, sob o abrigo do contrato de financiamento.

137. Sempre que possível, as obras e os projetos podem ser implantados e realizados pela família beneficiada, não podendo ser objeto de remuneração.

138. A contratação de empreiteiras ou empresas especializadas somente pode ser exigida em casos excepcionais, justificados pelo beneficiário e autorizado pela UTE, em caso de obras de engenharia complexas, tais como barragens, instalação de rede elétrica, perfuração de poços, etc.

DO ACESSO A OUTRAS FONTES DE FINANCIAMENTO

139. Os beneficiários do PNCF terão direito às fontes de financiamento destinadas à agricultura familiar, aos benefícios destinados à reforma agrária, inicialmente o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf A e, posteriormente, as outras linhas do Pronaf, tanto para o custeio, quanto para investimentos em projetos produtivos não contemplados no âmbito do PNCF.

140. A orientação para os agentes financeiros e para as UTEs é a de que a disponibilização do Pronaf A seja feita imediatamente após o Contrato de SAT.

141. A Ater deve estimular a contratação do crédito de custeio do Pronaf, objetivando também o acesso ao seguro especial da agricultura familiar, incluindo a parcela do financiamento do Crédito Fundiário.

DA ELABORAÇÃO E ANÁLISE DOS SUBPROJETOS

DE INVESTIMENTOS BÁSICOS

142. Os Subprojetos de Investimentos Básicos, definidos e administrados pelo próprio beneficiário, não precisam estar detalhados na Proposta de Financiamento apresentada, bastando indicar os projetos considerados prioritários e seu custo estimado.

143. O beneficiário pode, após a aquisição do imóvel, modificar ou trocar os projetos indicados na proposta de financiamento, desde que devidamente justificado e aprovado pela UTE.

144. Com a aprovação do financiamento, os recursos previstos para estes investimentos ficam disponíveis na conta do Fundo de Terras e em cada agente financeiro, para liberação à medida que forem sendo implementados os Subprojetos de Investimentos Básicos (SIB), mediante autorização da UTE.

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145. O planejamento e o detalhamento dos SIBs por parte do beneficiário é uma das atividades que devem estar previstas no plano de capacitação e de assessoramento técnico.

146. Os investimentos em infraestrutura básica, tais como: habitação, eletrificação, estradas de acesso ao imóvel, instalações de escolas e postos de saúde, dentre outros, devem ser priorizados e articulados junto aos governos estaduais e municipais, tanto pela UTE, quanto pelas Organizações de Trabalhadores Rurais ou pelos próprios beneficiários.

147. Os subprojetos de investimentos básicos devem, sempre que possível, ser executados pelas próprias famílias beneficiárias, em mutirão ou com base no trabalho familiar, no qual pode estar prevista a subsistência das famílias por um período máximo de seis meses.

148. O projeto de SIB também deve:

148.1. assegurar que os investimentos em trabalho necessários para a estruturação da unidade produtiva sejam realizados, preferencialmente, no período de carência do financiamento;

148.2. iniciar a estruturação da produção e as atividades que assegurem, o mais rapidamente possível, fontes de renda para as famílias;

148.3. evitar gastos excessivos em infraestrutura básica, em especial habitação, eletrificação, estradas de acesso ao imóvel.

149. A apresentação dos Subprojetos pelo beneficiário deve conter as seguintes informações:

149.1. objetivo e descrição sucinta do subprojeto;

149.2. relação dos Subprojetos de Investimentos Básicos – SIB previstos (bens a adquirir ou a construir e dos serviços a contratar) e seus respectivos valores estimados individualmente;

149.3. cronograma de atividades e indicação dos responsáveis por estas atividades;

149.4. número e o valor de parcelas a ser liberadas para sua execução em consonância com os subprojetos;

149.5. a previsão do valor e prazo de execução do Plano de Assistência Técnica.

DOS TETOS MICRORREGIONAIS

150. Os tetos de recursos disponíveis por beneficiário são definidos por mi-crorregião, segundo critérios técnicos que devem levar em conta o preço da terra na microrregião, de forma a tornar viável a aquisição dos imóveis e o financiamento dos investimentos comunitários necessários à estruturação das unidades produtivas.

150.1. A tabela com os tetos microrregionais é parte integrante deste manual.

151. Os tetos podem ser alterados em função de normas e de critérios técnicos a ser definidos pelo DCF/SRA e que devem levar em conta o mercado de terras, os

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sistemas de produção e a matriz produtiva característicos da agricultura familiar daquela microrregião.

152. Estas alterações devem ser analisadas pelo DCF/SRA e, posteriormente, submetidas ao Comitê Permanente do Fundo de Terras e do Reordenamento Agrário (CPFTRA).

153. Para analisar as solicitações de revisão dos tetos, o DCF/SRA utiliza o SMMT, bem como outras informações e estudos que julgar pertinentes.

DO MONITORAMENTO, SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

154. Cabe às UTEs supervisionar a execução dos Subprojetos de Investimentos Básicos (SIB), conforme diretrizes e periodicidade mínima a serem definidas pelo DCF/SRA/MDA, sendo essa supervisão condição para a liberação das parcelas dos SIBs aos beneficiários.

155. Compete também à UTE observar suas competências relativas ao monitoramento, supervisão e avaliação do programa, conforme previsto no Regulamento Operativo.

156. Incumbe ao DCF/SRA/MDA supervisionar a execução do PNCF pela UTE, buscando, principalmente, verificar:

156.1. a observância das normas e do manual, inclusive as supervisões dos projetos financiados;

156.2. a qualidade da avaliação técnica realizada pela UTE a respeito das propostas de financiamento;

156.3. a correta manutenção da documentação referente às propostas de financiamento e subprojetos de investimentos básicos;

156.4. a efetiva participação do movimento sindical e da sociedade civil na execução do PNCF;

156.5. a agilidade da tramitação das propostas e o tempo de espera para o atendimento das demandas formuladas pelos beneficiários;

156.6. a complementaridade entre o PNCF e as demais políticas de desenvolvimento agrário e territorial;

156.7. o funcionamento do Conselho Estadual e o seu envolvimento no PNCF;

156.8. o atendimento das famílias quanto ao PRONAF A e outros programas de fortalecimento da agricultura familiar.

157. É de responsabilidade do DCF/SRA/MDA, ainda, supervisionar, por amostragem, os projetos financiados, bem como monitorar a execução do PNCF sobre os seus diversos aspectos, principalmente:

157.1. as ações de capacitação realizadas pelas UTEs, por seus seus parceiros ou pelos técnicos ou instituições prestadoras de serviço;

157.2. as vistorias e supervisões realizadas pelos Estados;

157.3. as ações de divulgação do Programa;

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157.4. os acordos estabelecidos pelas UTEs com outras entidades; e

157.5. a avaliação de impactos.

158. Periodicamente, em nível nacional, o PNCF deve ser objeto de estudos e avaliação externa e independente, com os seguintes objetivos:

157.1. avaliar a execução do PNCF, do ponto de vista físico, financeiro e institucional;

157.2. avaliar os impactos sociais, financeiros, econômicos e ambientais do PNCF, comparando o nível e as condições de vida do público beneficiário com os das populações rurais que não foram beneficiadas; e

157.3. propor as adequações sugeridas por estas avaliações.

159. Cabe também ao DCF/SRA/MDA observar suas competências relativas ao monitoramento, supervisão e avaliação do programa, conforme previsto no Regulamento Operativo.

160. O processo de avaliação deve assegurar a participação efetiva do movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar, bem como das demais organizações da sociedade civil, inclusive na fase de formulação de metodologia.

DA LIBERAÇÃO DOS RECURSOS E EXECUÇÃO DOS SIB

161. Aprovado o projeto de SIB, a UTE autoriza o agente financeiro a liberar os recursos necessários para a sua execução, conforme o cronograma previsto no projeto.

162. Cabe à UTE supervisionar a execução dos SIBs, conforme normas e periodicidade a ser estabelecidas pelo DCF.

163. O movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais e da agricultura familiar também pode participar deste monitoramento, segundo um plano de trabalho e metodologia a ser estabelecidas em conjunto com o DCF e as UTEs.

164. De forma complementar e após aprovação do DCF/SRA/MDA, outras fórmulas de monitoramento da execução dos projetos e da utilização dos recursos podem ser adotadas pela UTE, diretamente ou por meio de parcerias com outros órgãos.

165. Devem ser observadas, na utilização dos recursos, todas as normas estabelecidas pelo PNCF, principalmente em matéria de compra de bens e de contratação de serviços.

166. A liberação dos recursos ao beneficiário está condicionada ao detalhamento de um Subprojeto de Investimento Básico, aprovado pela UTE.

167. Para liberação dos recursos de Assistência Técnica, deve ser apresentado o Plano de Assistência Técnica – PAT, a ser submetido à análise da UTE.

168. Este Manual entra em vigor na data de sua publicação no Boletim de Serviços do MDA, revogadas as disposições em contrário.

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GLOSSÁRIO

AÇÃO DISCRIMINATÓRIA

É aquela que visa a separar as terras do domínio público das do domínio particular.

AGENTE FINANCEIRO

No contexto do PNCF é a instituição financeira oficial, cadastrada pela Secretaria do Reordenamento Agrário para atuar como mandatária da União nas contratações no âmbito do PNCF.

AGRICULTORES FAMILIARES

Produtor rural, inclusive mulheres e jovens, cujo estabelecimento seja caracterizado pelo regime familiar de trabalho, conforme definido na Lei 11.326/2006. e no Programa Nacional do Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF.

ARRENDATÁRIO

Trabalhador rural que, mediante contrato verbal ou escrito, explora imóvel rural, pagando renda ao arrendador.

ASSALARIADO

Trabalhador ou trabalhadora rural que executa atividades de natureza temporária ou contínua num imóvel rural mediante contrato de trabalho, escrito ou verbal.

ASSOCIAÇÃO

Entidade legalmente constituída por um grupo de associados, indispensável na apresentação de proposta conjunta de financiamento e na execução de projetos comunitários;

BENEFICIÁRIO

Qualquer trabalhador rural que atenda aos critérios de elegibilidade, cuja proposta de financiamento tenha sido aprovada pelas instâncias decisórias do Programa Nacional de Crédito Fundiário.

BENEFICIÁRIO POTENCIAL

Qualquer trabalhador rural, com ou sem terra, que possa atender aos critérios de elegibilidade do Programa.

CEDRS – CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Órgão colegiado estadual que delibera, opina, acompanha, controla e avalia as ações dos programas e políticas voltadas ao desenvolvimento rural, no âmbito estadual, tendo como integrantes os representantes do poder público estadual, das organizações dos agricultores familiares, das organizações da sociedade civil e das entidades parceiras.

CMDRS – CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Órgão colegiado municipal que delibera, opina, acompanha, controla e avalia as ações dos programas e políticas voltadas ao desenvolvimento rural, no âmbito

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municipal, tendo como integrantes os representantes do poder público municipal, das organizações dos agricultores familiares, das organizações da sociedade civil e das entidades parceiras.

DIARISTA

Trabalhador ou trabalhadora rural que executa atividades de natureza temporária num imóvel rural, em geral mediante contrato verbal, e cujo pagamento se dá sob a forma de diárias.

ENTIDADE PARCEIRA

É a pessoa jurídica, com ou sem finalidade lucrativa, que tem foco voltado para ações e atividades relacionadas à agricultura familiar e é devidamente cadastrada e credenciada junto às UTEs e ao MDA para atuar na implementação do PNCF, assim como são, entre outras, as associações, consórcios de municípios e as agências territoriais de desenvolvimento que operam mediante acordo de cooperação técnica, junto ao MDA e os governos estaduais.

FOREIRO

Trabalhador rural que explora imóvel rural alheio mediante pagamento de foro

IMÓVEL PRETENDIDO

Imóvel rural selecionado pelos beneficiários para compra por meio de financiamento do PNCF

MEEIRO

Pessoa que trabalha na terra de outrem e reparte com o dono a metade da produção que obtém da terra.

MINIFUNDIÁRIO, PROPRIETÁRIO MINIFUNDIÁRIO

Proprietário ou proprietária de imóvel que não atinja a dimensão da propriedade familiar estabelecido no Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64).

MORADOR

Trabalhador rural que tem moradia habitual em imóvel rural por liberalidade do proprietário, sem pagar foro nem arrendamento, podendo manter nesse imóvel, atividades agropecuárias.

MSTTR-AF – Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e da Agricultura Familiar.

Envolve todas as organizações sociais dos trabalhadores rurais, representados pelos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e da Agricultura Familiar, bem como suas Federações e Confederações.

OPERADOR LOCAL

Profissional indicado por uma entidade parceira, habilitado para atuar no PNCF na capacitação inicial e/ou na assistência técnica para implantação do SIB; tem como credencial o login e a senha fornecidos pelo DCF para acessar o SIG-CF.

PATRIMÔNIO FAMILIAR

É a soma de todos os bens da família: móveis, imóveis, lavoura, produtos e implementos agrícolas, veículos, semoventes e demais bens agrícolas e não-

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agrícolas excluindo, apenas para efeito do cálculo patrimonial no PNCF, a casa de morada familiar.

PARCEIRO

Trabalhador rural que explora a terra mediante contrato escrito ou verbal com o dono do imóvel, a quem paga um porcentual sobre o produto da exploração.

POSSEIRO

Trabalhador rural, não proprietário, que explora área de terra, detendo somente a posse direta do imóvel.

PAT – PLANO DE ASSISTENCIA TÉCNICA

Proposta de assistência técnica apresentada por instituição selecionada contendo uma lista de atividades de assistência técnica e capacitações necessárias a ser desenvolvidas, quantificando a duração e a freqüência de cada atividade conforme o perfil das famílias beneficiadas e o planejamento dos SIBs.

PROPRIEDADE FAMILIAR

O imóvel rural, cuja área máxima fixada de acordo com a região, é diretamente explorado pela família, lhe absorvendo toda a força de trabalho para garantir sua manutenção e progresso socioeconômico, nos termos do Estatuto da Terra..

REDE DE APOIO

Rede constituída por entidades públicas ou privadas que atuam na fase de divulgação, mobilização, qualificação da demanda, capacitação inicial dos trabalhadores e trabalhadoras rurais interessados em acessarem o PNCF e/ou na prestação de serviços de assistência técnica.

RENDA FAMILIAR BRUTA ANUAL

É a soma da renda monetária de todos os membros da família, incluindo a renda líquida de produção agropecuária, excluindo do cálculo a renda proveniente de aposentadoria rural, desde que o aposentado não se beneficie diretamente do PNCF.

TRABALHADORES POR EMPREITA

Trabalhador rural que executa um conjunto preestabelecido de atividades de natureza temporária, em imóvel rural (a empreita), em geral mediante contrato verbal, cuja remuneração é estabelecida de forma fixa para o conjunto de atividades.

TRABALHADOR RURAL

Trabalhador que tem como ocupação principal o trabalho em atividades agropecuárias, podendo ser conceituado como agricultor familiar, arrendatário, comodatário, meeiro, parceiro, agregado, posseiro, assalariado permanentes, assalariado temporário, bóia-fria, diarista, trabalhador por empreitada, entre outros.

TRABALHADOR SEM TERRA

Trabalhador e trabalhadora que não dispõe da posse nem do domínio de imóvel rural para a execução de atividades produtivas agropecuária, incluindo-se nesta categoria os assalariados, os homens e mulheres diaristas e trabalhadores por empreita, bem como os moradores.

UTE – UNIDADE TÉCNICA ESTADUAL

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Entidade ou órgão responsável pela execução do PNCF no estado, instituída pelo governo federal, estadual, distrital ou municipal, para implementação do PNCF em todos os seus aspectos.

OBSERVAÇÃO: Para evitar repetições desnecessárias, este Glossário não inclui os termos técnicos, siglas, conceitos, nomes ou instituições cuja definição encontra-se no Manual de Operações.