Manual Do Soldado

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PODER JUDICIRIO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR AUDITORIA DA 4 CIRCUNSCRIO JUDICIRIA MILITAR Rua Mariano Procpio 820 Bairro Mariano Procpio Juiz de Fora-MG 36.035-780 Tel: (32) 3215-1335 Projeto, Execuo e Elaborao: MARCELO M. M. PASCOALINI CB EB QM 07/01 Orientao e Superviso ELI RIBEIRO DE BRITTO JUIZA AUDITORA DA 4 CJM2

SUMRIO Prefcio.............................................................................................................................................4 A Justia Militar da Unio................................................................................................................5 Compromisso do Soldado.................................................................................................................6 Desrespeito ao Superior.................................................................................................................7/8 Insubordinao.............................................................................................................................9/10 Uso indevido de Uniforme........................................................................................................11/12 Rigor Excessivo.........................................................................................................................13/14 Violncia Contra Inferior..........................................................................................................15/16 Desero....................................................................................................................................17/18 Abandono de Posto....................................................................................................................19/20 Descumprimento de Misso......................................................................................................21/22 Embriaguez em Servio.............................................................................................................23/24 Dormir em Servio....................................................................................................................25/26 Leso Corporal..........................................................................................................................27/28 Ato Libidinoso...........................................................................................................................29/30 Ato Obsceno..............................................................................................................................31/32 Escrito ou Objeto Obsceno........................................................................................................33/34 Furto simples e Qualificado.......................................................................................................35/36 Furto de Uso..............................................................................................................................37/38 Dano..........................................................................................................................................39/40 Embriaguez ao volante.............................................................................................................41/42 Trfico,Posse ou Uso de Entorpecente......................................................................................43/44 Desacato.....................................................................................................................................45/46 Bibliografia.....................................................................................................................................47 3

PrefcioO presente projeto est concretizando um nosso ideal de elaborar uma Cartilha Bsica que pudesse trazer orientao e possuir um carter eminentemente preventivo em relao a prtica de determinados e mais freqentes crimes militares. No se pretende a realizao de uma obra jurdica, mas pea didtica e pedaggica, a ser distribuda gratuitamente, com o firme propsito de lapidao da vida militar, dando um suporte legal ao dia-a-dia da caserna. Este trabalho foi idealizado e teve realizao primorosa efetivada pelo Cabo Marcelo Maximiano Mendes Pascoalini, militar cedido ao Juzo da Auditoria da 4 Circunscrio Judiciria Militar sob a orientao da Dra Eli R. de Britto, juza auditora da 4 CJM. 4

A Justia Militar da UnioA Justia Militar Brasileira foi criada em 1 de abril de 1808, por Alvar com fora de lei, assinado pelo Prncipe Regente D. Joo e com a denominao de Conselho Supremo Militar e de Justia. , portanto, a mais antiga justia do pas, existindo h quase 200 anos. uma Justia especializada na aplicao da lei Penal Militar, julgando os crimes militares definidos em lei. No um tribunal de exceo, possui competncia constitucional e atua ininterruptamente h cento e noventa e cinco anos. Possui Magistrados nomeados segundo normas legais permanentes e integra o Poder Judicirio da Unio. Atualmente composta pelo Superior Tribunal Militar e pelas Auditorias militares. O STM composto por quinze ministros vitalcios nomeados pelo presidente da Repblica, sendo dez Oficiais generais das Foras Armadas, trs dentre Advogados, um Juiz Auditor, e um membro do Ministrio Pblico Militar. 5

Compromisso do soldadoPrometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades, a que estiver subordinado, respeitar os superiores hierrquicos, tratar com afeio os irmos de armas, e com bondade os subordinados, e dedicar-me inteiramente ao servio da Ptria, cuja honra, integridade e instituies, defenderei com o sacrifcio da prpria vida.6

DESRESPEITO A SUPERIOR Art. 160 CPM Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena deteno, de trs meses a um ano, se o fato no constitui crime mais grave. Pargrafo nico. Se o fato praticado contra o Cmte da OM a que pertence, oficial general, oficial de dia, de servio ou de quarto, a pena aumentada da metade.7

Podemos dizer que desrespeito a falta de considerao pelo superior hierrquico, fato que, no meio civil seria considerado falta de educao para com o chefe, no meio militar h a preocupao em preservar a hierarquia e a disciplina. Para que haja crime necessrio que tanto o ofensor, como o ofendido sejam militares, sendo indispensvel que o ofensor saiba da condio hierrquica do ofendido, pois, se o agente desconhece a condio de superior, no h de se considerar o crime. No necessrio que o fato ocorra dentro de organizao militar, sendo agravante o fato do ofendido ser o Comandante da unidade, oficial general ou oficial de dia a unidade.8

V limpar o que voc sujou.

No vou fazer!

DA INSUBORDINAO (desobedincia) Art. 163 CPM Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matria de servio ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instruo: Pena deteno, de um a dois anos, se o fato no constitui crime mais grave.9

Mais conhecido como recusa de obedincia, trata-se de crime propriamente militar em que o subordinado deixa de cumprir ordem de seu superior relativa a servio ou dever militar imposto em lei, regulamento ou instruo. No aceita a modalidade culposa nem a tentativa. No h previso de liberdade provisria ao acusado por este crime, nem tampouco a suspenso condicional da execuo da pena SURSIS.

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Conheo esse cara; ele no oficial!

USO INDEVIDO DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSGNIA MILITAR POR QUALQUER PESSOA

Art.172 CPMusar indevidamente uniforme, distintivo ou insgnia militar a que no tenha direito: Pena deteno, at seis meses.11

Crime impropriamente militar que pode ser cometido por qualquer pessoa, tanto os civis, como os militares da reserva e reformados. O que a lei protege a autoridade militar e a ordem administrativa, levando-se em conta que a farda ou uniforme identifica aquele que a utiliza, como membro de alguma organizao militar (federal,estadual e corpo de bombeiro). O artigo 171 CPM trata do militar que utiliza uniforme ao qual no tenha direito (normalmente de posto acima), no levando-se em conta o motivo ou causa que o induziu a faze-lo, com pena que varia entre seis meses a um ano, se o fato no constituir crime mais grave.12

Vai ficar torrando no sol o dia todo para aprender a no chegar atrasado!

RIGOR EXCESSIVO Art. 174 CPM Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor no permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito: Pena suspenso do exerccio do posto, por dois a seis meses, se o fato no constitui crime mais grave.13

gua ! gua ! gua !

Para punir o subordinado, o superior deve faz-lo observando as normas pertinentes, sendo ilcita a aplicao de punio alm dos limites permitidos. O excesso no rigor da punio, no uso de palavras, no ato ou atravs de escrito ofensivo podem constituir o delito. O direito penal militar est defendendo neste caso, a disciplina. Cabe-se ressaltar que o agente deve demonstrar a vontade livre e consciente de punir o subordinado com rigor no permitido em lei, ou de puni-lo mediante ofensa.

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T doendo seu fraco?

VIOLNCIA CONTRA INFERIOR Art. 175 CPM Praticar violncia contra inferior: Pena deteno, de trs meses a um anoHum ! Hum ! Hum !

Pargrafo nico. Se da violncia resulta leso corporal ou morte tambm aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159.15

crime propriamente militar caracterizado como abuso de poder, o que protege-se a disciplina militar, uma vez que, um dos alicerces fundamentais da instituio militar. Neste delito o subordinado recebe proteo contra qualquer tipo e forma de violncia fsica e ou psicolgica que o superior possa praticar, no necessrio que haja leso corporal, muito menos o motivo de tal atitude para que seja considerado crime. Importante ressaltar que o superior deve ter vontade livre e consciente de praticar o delito, alm de saber que o ofendido seu inferior hierrquico.

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O senhor ficou ausente por mais de oito dias! Sabe o qu isso significa?

DESERO Art. 187 CPM Ausentar-se o militar, sem licena, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena deteno, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena agravada.17

Nesse artigo protege-se o servio militar diante da conduta do militar que aps incorporado nas foras armadas, policias militares ou corpo de bombeiros abandona-o. O militar estabilizado pode sair legalmente em qualquer tempo, j o efetivo varivel fica dependente do trmino do perodo obrigatrio e o pessoal do ncleo bsico precisam aguardar o final do engajamento. O militar indiciado ou acusado por esse delito no tem direito liberdade provisria, assim como a o condenado no concedida a suspenso condicional da pena. Vale mencionar que a contagem do prazo inicia-se a zero hora do dia seguinte ao da verificao da ausncia. O oitavo dia contado por inteiro, esgotando-se as 24 (vinte e quatro) horas do oitavo dia de ausncia.18

ABANDONO DE POSTOEstou Apaixonado!! Vou pegar uma PJ desse Man!!

ART. 195 CPM Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de servio que lhe tenha sido designado ou o servio que lhe cumpria, antes de termina-lo: Pena deteno, de trs meses a um ano.

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Aqui o que se incrimina abandonar, afastar-se sem ordem superior do posto ou lugar de servio que lhe foi designado, quer definitiva ou temporariamente, bem como abandonar o servio que deveria exercer sem termina-lo. A tentativa no admitida. Assim, conclui-se que a consumao do delito ocorre no exato momento em que o militar se afasta de seu posto e o deixa sem vigilncia, no importando o tempo que fica ausente.

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DESCUMPRIMENTO DE MISSO Art. 196 CPM Deixar o militar de desempenhar a misso que lhe foi confiada: Pena deteno, de seis meses a dois anos, se o fato no constitui crime mais grave.

Vigia! Vigia! Vigia!

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Crime propriamente militar, onde o dever militar e a regularidade do funcionamento das instituies militares so resguardados. Ocorre quando o militar se omite ou deixa de desempenhar a misso que lhe foi confiada. indispensvel que a misso seja compatvel com o posto, a patente ou a condio de praa, alm disso, necessrio observar a legalidade da misso, incluindo-se aqui a competncia da autoridade que a ordenou.

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Onde que eu entro a na parada meu irmo?

EMBRIAGUEZ EM SERVIO Art. 202 CPM Embriagar-se o militar, quando em servio, ou apresentar-se embriagado para presta-lo: PENA deteno, de seis meses a dois anos.23

A punio por embriaguez em servio faz-se necessria porque, alm de preservar a integridade fsica e psquica do militar, procura tambm resguarda-lo de acidentes consigo mesmo, como em terceiros, ferindo ou at podendo tirar a vida de um companheiro ou colocar em perigo a estabilidade da Organizao Militar. Essa modalidade de delito divide-se em duas formas: na primeira o militar j se encontra de servio e embriaga-se; (se aps a ingesto de bebida alcolica o agente no ficar embriagado no existe crime e responder disciplinarmente). Na segunda forma o militar apresenta-se embriagado para prestar o servio.( cabe ressaltar que o militar tem que ter cincia de estar escalado para tal).24

DORMIR EM SERVIO Art. 203 CPM Dormir o militar, quando em

servio, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situao equivalente, ou, no sendo oficial, em servio de sentinela, vigia, planto as mquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer servio de natureza semelhante:

Pena deteno, de trs meses a um ano.25

imprescindvel que o militar utilize-se de todos os meios necessrios para manter-se acordado e atento durante seu quarto de hora, valendo-se do preceito de que a preparao para o servio inicia-se no exato momento do conhecimento da escala. Se o militar est passando por uma fase de escala extremamente apertada, (24/24) este deve sempre estar consciente de sua responsabilidade de militar e cidado para cumprir da melhor forma possvel o que lhe for confiado, sob a pena de alm de ser considerado um criminoso, perder sua prpria vida e ainda colocar em risco a vida de todos os seus companheiros, instalaes e operaes militares. Toda escala de servio existe uma razo de ser, ainda mais na atualidade, em que nossas unidades e instalaes tornaram-se alvo de bandidos em busca de armamentos e equipamentos militares.26

Vou pregar essa caixa com a minha arma mesmo!

LESO CORPORAL Art.209 CPM Ofender a integridade corporal ou a sade de outrem: (leso leve). Pena deteno, de trs meses a um ano.

Art.210 CPM

Se a leso culposa: Pena - deteno, de dois meses a um ano 27.

O referido artigo visa a proteo da integridade corporal (fsica e psquica) contra toda e qualquer forma de leso. Isso compreende arranhes, esfoladuras, ferimentos dilacerantes e contuses variadas. No que diz respeito a sadecompreende tambm as convulses, choques nervosos e alteraes psquicas provenientes de coao e ou ameaa de qualquer tipo. Dentro da caserna os fatos mais comuns causadores de leses e at mesmo homicdio so: acidentes com armas, brigas e trotes.Nesses casos a ao poder ser culposa ou dolosa. Culposa quando o agente d causa ao resultado por NEGLIGNCIA (falta de precauo), IMPRUDNCIA (prtica de ato perigoso) e IMPERICIA (falta de aptido tcnica, terica e prtica).Na dolosa o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Os desentendimentos e trotesso os causadores de leses muitas das vezes irreversveis, ocasionando aos agentes penas severas nos tribunais e classificando-os como criminosos comuns que em 100% das casos arrependem-se amargamente das brincadeiras e 28 brigas fteis.

Aqui ningum V!

S gua para separar esses dois!!

ATO LIBIDINOSO Art. 235 CPM Praticar, ou permitir o militar que com ele -se pratique ato libidinoso, homossexual ou no, em lugar sujeito a administrao militar: Pena deteno, de seis meses a um ano.29

Crime propriamente militar, configura-se somente se praticado em local sob administrao militar Isso inclui, locais de manobras, acampamentos, locais de instruo e ou treinamento incluindo-se ainda pelo entendimento do STM, embarcaes, navios, aeronaves e qualquer tipo de transporte terrestre, desde que, sob administrao militar. Devemos observar que existem duas aes: a do agente ativo (praticar,realizar,fazer e executar) e a do agente passivo (permitir, consentir e autorizar), se um deles for civil, somente o militar responder pelo delito. Cabe ressaltar que no existe qualquer tipo de discriminao por parte da legislao penal militar quanto a opo sexual do indivduo, o que se preserva no entanto a integridade moral das instituies militares. Se praticado por oficial, qualquer que seja a pena, pode levar a declarao de indignidade para o oficialato. ( art. 100 CPM) LIBIDINOSO: Relativo ao prazer sexual,ou que o sugere, lascvia, sensualidade.

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???

Vou fazer xixi aqui mesmo!

ATO OBSCENO Art. 238 CPM Praticar ato obsceno em lugar sujeito administrao militar: Pena deteno, de trs meses a um ano. Pargrafo nico A pena agravada, se o fato praticado por militar em servio ou por oficial.31

Crime praticado por civil ou militar, homem ou mulher, se paisano cabe-se ressaltar que torna-se difcil a caracterizao de crime militar. O ato obsceno caracteriza-se pela simples exposio em pblico do rgo genital, a masturbao, a mico, gestos ou sinais com a inteno de ofender o pudor pblico. OBSCENO: Que fere o pudor, impuro, desonesto.

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Essa a muito legal !!!

ESCRITO OU OBJETO OBSCENOArt. 239 CPM Produzir, distribuir, vender, expor venda, exibir, adquirir ou ter em depsito para fim de venda, distribuio ou exibio, livros, jornais, revistas, escritos, pinturas, gravuras, estampas, imagens, desenhos ou qualquer outro objeto de carter obsceno, em lugar sujeito a administrao militar, ou durante o perodo de exerccio ou manobras: Pena deteno, de seis meses a dois anos.33

UAU!

Crime propriamente militar, configura-se somente se praticado em local sob administrao militar Isso inclui, locais de manobras, acampamentos, locais de instruo e ou treinamento incluindo-se ainda pelo entendimento do STM, embarcaes, navios, aeronaves e qualquer tipo de transporte terrestre, desde que, sob administrao militar. um crime formal bastando apenas a possibilidade da ofensa ao pudor pblico. A exposio por parte do militar de colagens, fotografias, objetos obscenos ou mesmo armazenados no armrio do quartel pode-se configurar o delito.

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OPSS! No o que o Sr est pensando!

O qu significa isso?

Art. 240 CPM FURTOSIMPLES Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel: Pena recluso, at seis anos. QUALIFICADO Se o furto praticado durante a noite: Pena recluso, de dois a oito anos. Se a coisa furtada pertence a fazenda nacional: Pena- recluso, de dois a seis anos. Se o furto praticado: Com destruio ou rompimento de obstculo subtrao da coisa; Com abuso da confiana ou mediante fraude, escalada ou destreza; Com emprego de chave falsa; Mediante concurso de duas ou mais pessoas; Pena recluso, de trs a dez anos.35

Crime militar imprprio previsto tanto na legislao penal militar, como na legislao penal comum, o agente pode ser civil ou militar. Classifica-se como furto simples e furto qualificado, configurando-se pela subtrao de qualquer tipo ou forma de objeto. Cabe-se fazer a distino entre furto e roubo: Furto: tudo aquilo que subtrado fora da vista do proprietrio. Roubo: tudo aquilo que subtrado com violncia ou grave ameaa contra pessoa ou coisa. Precisamos ter a conscincia que tudo aquilo que no nos pertence independente do valor do objeto, no deve nunca ser tocado sem o consentimento do proprietrio.36

Minha magrela estava aqui!! Irei s dar uma voltinha !

FURTO DE USO Art.241 CPM Se a coisa subtrada para o fim de uso momentneo e, a seguir, vem a ser imediatamente restituda ou reposta no lugar onde se achava: Pena deteno, at seis meses.37

A lei penal militar ao tipificar o furto de uso teve a finalidade de proteger em sentido amplo o patrimnio contra toda e qualquer espcie de ofensa ou violao da propriedade e da vontade do possuidor. Pode configurar-se pela simples apropriao de viatura militar com o intuito de dar uma voltinha, ou at mesmo pela apropriao de moto de colega para dar um passeio, mesmo que por uns instantes.

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O que farei agora?

DANO ART.262 CPM Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de utilidade militar, ainda que em construo ou fabricao, ou em efeitos recolhidos a depsito, pertencentes ou no s Foras Armadas: Pena recluso, at seis anos.39

Neste crime se protege os bens da fazenda nacional para que no sejam depredados, destrudos ou deteriorados. So protegidos pelo cdigo penal militar todos os bens que pertencem ao patrimnio militar (armamentos, equipamentos em geral, viaturas, utenslios, instalaes, etc) excluindo-se os bens particulares que so protegidos pela justia comum, salvo se estiverem sob administrao militar. Assim, conclui-se que os bens protegidos so aqueles pertencentes ao patrimnio das instituies militares.

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Sai cachorro!!

EMBRIAGUEZ AO VOLANTE Art.279 CPM Dirigir veculo motorizado, sob administrao militar, na via pblica, encontrando-se em estado de embriaguez, por bebida alcolica, ou qualquer outro inebriante: Pena deteno, de trs meses a um ano. 41

Caim! Caim! Caim!

Dirigir embriagado uma das mais graves infraes que se possa cometer em matria de trnsito, devido ao perigo que representa. Atualmente a lei de trnsito em seu artigo 306 trata com maior rigor o tema que prev deteno de seis meses a trs anos, multa e suspenso ou proibio de se obter a permisso ou a habilitao para dirigir veculo. A restrio em via pblica ao qual o artigo se refere, remete os casos de embriaguez ao volante, daqueles que tramitam com viaturas militares ou sob administrao militar em reas rurais e campos acidentados( blindados e viaturas operacionais) ao artigo 202 CPM que trata de embriaguez em servio, incluindo tambm os pilotos de aeronaves e navios.42

Que bagulho maneiro vi!!

S!

TRFICO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTNCIA DE EFEITO SIMILAR Art. 290 CPM Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depsito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso prprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substncia entorpecente, ou que determine dependncia fsica ou psquica, em lugar sujeito a administrao militar, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar:

Pena recluso, at cinco43 anos.

Crime militar que pode ser cometido por militar ou civil, desde que seja praticado em local sob administrao militar Pelo entendimento do Superior Tribunal Militar no se leva em conta a quantidade de substncia entorpecente em posse do agente, pode ser um decigrama ou at mesmo um centigrama de substncia que ir configurar o delito. importante ressaltar que no existe no CPM distino entre traficante e usurio, tratando-se assim as duas modalidades com o mesmo rigor. No se considera o princpio da bagatela (insignificncia) existente na lei penal comum44

SEU VELHO, GORDO, CARECA E CHIFRUDO !!!

DESACATO A SUPERIOR Art. 298 CPM Desacatar superior, ofendendolhe a dignidade ou o decoro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade: Pena recluso, at quatro anos, se o fato no constituir crime mais grave.45

Trata-se de crime propriamente militar em que se protege a autoridade, disciplina e a hierarquia militar. A ao desacatar consiste no menosprezo, no ultraje, no insulto, na ofensa moral praticada contra superior hierrquico,. A consumao ocorre no momento em que o desacato cometido na presena do superior, mesmo que o ofendido no perceba a ofensa, bastando a possibilidade de tomar conhecimento diretamente. No admitida a tentativa e h forma qualificada se o crime cometido contra oficialgeneral ou comandante da unidade a que pertence o agente. Por fim, no h o benefcio da suspenso condicional da pena ao sentenciado por esse crime.

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BIBLIOGRAFIA LOBO, Clio. -DIREITO PENAL MILITAR. 2 ed. Atualizada. Braslia: Braslia Jurdica, 2004. ASSIS, Jorge Csar de. -COMENTRIOS AO CDIGO PENAL MILITAR:parte especial./ 2 ed. (ano 2001). 4 tir./Curitiba: Juru, 2004 FAGUNDES, Joo Batista, -A JUSTIA DO COMANDANTE, 2 ed. Braslia: edio do autor,2003.

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