Manual Equitacao Site Final

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FEDERAO PAULISTA DE HIPISMOGesto 2010/2011 Presidente: Vice-Presidente: Diretora Tesoureira: Diretora de Salto: Diretor Adjunto de Salto: Diretora de Adestramento: Diretor de Volteio: Diretor de Enduro: Diretor de CCE: Diretor de Equitao Fundamental: Diretor de Cavalos Novos: Assessoria de Imprensa: Eduardo Pires do Rio Caldeira Jos Batista Filho Marina Pires do Rio Caldeira Karina Ivone Comastri Smith Marcelo Blessmann Sandra Andrea Smith de Oliveira Martins Maria Candida de Lima Carvalho Giugni Paulo Roberto Maria Velzi Staffan Martendal Jos Batista Filho Sergino Ribeiro de Mendona Neto Carola May

Conselho Fiscal Membros Efetivos Carlos Alberto Safatle Renato de Moraes Dantas William Pereira Conselho Fiscal Suplentes Carlos Butori Raul Gomide de Andrade Filho Raul Lara Campos

Capa - Luiza Tavares de Almeida montando Pastor - Foto de Ney Messi/ABPSL. Contracapa - Jos Roberto Reynoso Fernandes, o Alfinete, montando Liberal - Acervo da Famlia Reynoso

Manual Equitaoda Federao Paulista de HipismoTexto: Enio MonteIlustraes: Cavani Rosas

de

2011

Federao Paulista de Hipismo Texto: Enio Monte Ilustraes: Cavani Rosas Edio: Marina Pires do Rio Caldeira Reviso: Maria Dolores Projeto grfico e editorao eletrnica: Maria Amlia de Azevedo Parte do texto deste manual foi divulgada originalmente pela Associao Brasileira de Criadores de Cavalo de Hipismo - ABCCH. Este manual pode ser reproduzido no todo ou em parte, desde que no haja fins comerciais e que seja respeitada a indicao da fonte. O texto completo encontra-se disponvel para download no site da Federao Paulista de Hipismo - www.fph.com.br

Federao Paulista de Hipismo Rua Brejo Alegre, 622 - 04557-051 So Paulo SP - www.fph.com.br

ApresentaoA Federao Paulista de Hipismo (FPH) apresenta o seu Manual de Equitao. Essa obra, indita nos 71 anos da entidade, resulta da combinao do desejo e da boa vontade. Iniciei minha vida no hipismo em 1970, junto com minha irm, na escolinha da Sociedade Hpica Paulista. quela poca, o nico material didtico em portugus disponvel era o Manual Prtico de Equitao, do mestre Jorge Leal Furtado Coelho, a quem tive o privilgio de ver montar e ensinar vrios alunos. Ao longo desses quarenta anos, pudemos observar grandes mudanas no nosso esporte, como o aumento expressivo do nmero de escolas de equitao e de praticantes do hipismo. No entanto, ainda so escassos materiais didticos para os instrutores e atletas iniciantes no esporte. A diretoria da FPH assumiu o compromisso de incentivar as escolas filiadas, abrir as portas da Federao para escolas que no estavam filiadas e incentivar a melhora da qualidade do ensino da equitao. Nesse sentido, em 2010 a FPH implantou o julgamento tcnico em provas do calendrio da Equitao Fundamental, com grande sucesso. A FPH tambm vem realizando cursos peridicos de capacitao de instrutores de equitao. Com a distribuio gratuita deste livro para os alunos e professores das escolas de Equitao Fundamental, oferecemos mais uma ferramenta para o aprimoramento do ensino da Equitao. O Manual tambm estar disponvel para download no site da FPH, tornando-se, assim, acessvel a qualquer praticante do hipismo. Vontade parte importante, mas a boa vontade essencial. Conviver com o Dr. Enio Monte aprender sobre cavalos, sua paixo pelos animais e sua vontade inextinguvel de ver o hipismo se desenvolver sob todos seus aspectos nos fazem a ele recorrer para ideias e opinies. Entre estas ideias estava j bastante avanada a edio deste Manual. E, nesse momento, sua boa vontade se escancarou. Foram 18 meses de idas e vindas de textos e ilustraes revisados e atualizados, no s por ele, mas tambm pelo grande artista plstico Cavani Rosas, amante do hipismo por via transversa. Casado com Tracy Williams, grande amazona da Sociedade Hpica Paulista, at hoje presena eventual nos concursos, Cavani e o Dr. Enio mantiveram diversos encontros e desceram aos menores detalhes at completaram este trabalho. Pronto o trabalho de criao, de novo a boa vontade se manifesta e permite que possamos distribuir gratuitamente este material aos alunos de Escolas de Equitao. A Suzano Papel e Celulose e a Prol Indstria Grfica, atravs de sua diviso Prol Alternativa, entram em cena e a eles aqui expressamos nossa gratido. Espero que esta seja a primeira publicao de uma srie, e que nossos leitores, alunos de escolas de equitao, professores ou apenas amantes do hipismo e do cavalo possam aproveitar a obra. Eduardo Pires do Rio Caldeira Presidente da FPH

PrefcioO presente manual, seguindo os princpios clssicos das escolas de cavalaria da Europa, acompanha o extraordinrio desenvolvimento do hipismo nas ltimas dcadas, definindo e regulando o que de novo foi confirmado pela experincia. Limita-se a ordenar os novos ensinamentos dispersos com o fim de criar uma unidade de doutrina na instruo equestre elementar. Enio Monte

SumrioApresentao Prefcio Introduo 1Nomenclaturas CavaloArreiosdesportivosEmbocadurasCabeadasEquipamentosdeproteo 2Mtodonaturaldetreinamento RoteirodeintroduoEmbridareenfrearEncilharConduomo Montar - Desmontar 3Preparaoatlticadocavaleiro ExercciosapExercciosnomanequim 4Princpiosbsicosdemontaria PosioclssicaEstribosPernasJoelhosCoxasAssentoTroncoCabea OmbrosBraosAntebraosMosMododesegurarasrdeas 5Equilbriodocavalo CentrodegravidadedocavaloDoconjunto Posiesdocavaleiro:clssicaassentoleve,livreeprofundo 6- Estudopreliminardasajudas AodasmosPernasPesodocorpoAjudassecundrias 7Conduodocavalo RdeasdiretasRdeasdeaberturaRdeascontrrias Andaduras:passotrotegalope Exercciosacavalo:exercciosvisandoposioexercciosdasarticulaes exerccios de ligaes ao movimento - exerccios de conduo no picadeiro - exterior 8Efeitodasrdeas-pernasisoladaspesodocorpo 9Trabalhoemduaspistas CessopernaEspduaadentroApoio-Rotaes 10Equitaosecundria Assimetria da coluna vertebral Bibliografia 3 5 9 11 29

37 47

57

65 73 101 111 121 131

IntroduoA equitao um dos esportes mais completos, pois proporciona ao homem a perfeita harmonia no desenvolvimento do corpo e do esprito. A equitao d ao corpo fora e flexibilidade. Como elemento de formao moral, desenvolve: Espritodedecisoeiniciativa; Confianaetenacidade; Perseveranaecalma; Domniodesi,modelandoapersonalidade; Hbitodedirigir,submetereaprendercadavezmais. Por sua nobreza, o cavalo permite uma atividade esportiva em harmonia com a idade e as condies fsicas de cada um, desde o adestramento, saltos de obstculos, enduro, equitao de trabalho, volteio, passeios ou equoterapia, todos de hbitos saudveis com normas exemplares. De acordo com as exigncias da instruo equestre nos seus diferentes graus, a equitao divide-se em: Equitaoelementar; Equitaosecundria; Equitaosuperior. EquitaoelementarDestina-seespecialmenteaosprincipiantes.Unificaasbasesdainstruoequestre para o perfeito entrosamento do aluno com o cavalo e dos princpios bsicos para montaria e conduo do cavalo. EquitaosecundriaDestina-seespecializaodoscavaleirosnoadestramentoenosprincpiosbsicos para o salto e concurso completo de equitao. EquitaosuperiorDestina-seaoaperfeioamentodoscavaleirosquepretendematingiraptidoequestre especial nos mais altos graus do adestramento e alta escola.

Captulo 1

NomenclaturasAo longo da fase inicial de aprendizado da equitao o aluno deve familiarizar-se com os nomes da anatomia doanimaledosequipamentosnecessriosprticadoesporte.Esseconhecimentofacilitaacomunicaocomo instrutor e com o tratador do animal e a compreenso de manuais e da literatura especializada.

CavaloNuca Orelhas Fronte Olhos Chanfro Face Narinas Focinho Bochechas Calha Ganacha Mento Borda inferior de Pescoo Peitoral Brao Antebrao Espdua Torax Centrode Vazio gravidade Codilho Umbigo Soldra Ventre Cilhadouro Castanha Joelho Castanha Pregado curvilho Canela Machinho Coroadocasco Membrosanteriores Membrosposteriores11

Borda superior pescooCrineira Cernelha

Dorso

Lombo

Garupa Anca Flanco Cauda Rabo Ndega Coxa Perna Ponta de Curvilho Curvilho

Canela Boleto Quartela

Boleto Quartela Casco

Casco

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MensuraoAltura H Medida do ponto mais alto da cernelha ao solo

Permetro Torcico PT Medido passando pelo ponto mais alto da cernelha e pelo externo logo atrs dos codilhos Permetro de Canela PC Medido na parte mdia da canela

PelagenssimplesPreta Alaz Castanha Baia Isabelouamarilha S pelos pretos Pelos vermelhos com crina e cauda da mesma cor Pelos castanhos com crina e cauda pretas Pelos amarelos com crina e cauda pretas Pelos amarelos com crina e cauda claras

PelagenscompostasTordilha Rosilha Pampa Pelos pretos ou castanhos com pelos brancos. Os tordilhos nascem castanhos ou pretos com alguns pelos brancos ao redor dos olhos e do nus; gradativamente vo aparecendo pelos brancos pelo corpo at que, finalmente, com a idade, tornam-se totalmente brancos Pelos alazes fortemente interpolados com pelos brancos Fundo de pelos brancos com malhas pretas, castanhas ou alazs

Manchasbrancasnafronteechanfro So estrelas, cordes ou frente aberta Manchasnosmembrosanterioreseposteriores So calados de branco em um ou mais membros Cascos So pretos, brancos ou rajados

ArreiosdesportivosSelasSela o equipamento colocado na regio dorso-lombar do cavalo para proporcionar um assento mais seguro ao cavaleiro. As selas so produzidas em diferentes dimenses. O tamanho adequado ao atleta possibilita seu exato posicionamento e equilbrio.12

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H trs tipos bsicos de sela:

Adestramento

Salto

Salto/adestramento

A sela de hipismo composta pelas seguintes partes:

Cepilho Sobreaba

Fundodasela

Patilha

Aroexterno doestribo Soleira doestribo

Manta Arointernodoestribo

Aba Loro

Cilha

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Cepilho a parte dianteira da sela, que envolve a cernelha. Deve ter largura e altura suficientes para no feri-la.

Patilha a parte traseira da sela. Deve sempre ser mais alta que o cepilho.

AssentoDeve ser ligeiramente inclinado para frente, a fim de aliviar o lombo do cavalo e distribuir o peso do cavaleiro maisprximocernelha,ondepassaaverticaldocentrodegravidadedocavalo,mantendo,assim,umperfeito equilbrio do conjunto.

Suador a parte inferior da sela, que exerce presso direta sobre a regio dorso-lombar do cavalo, apoiando-se sobre a manta. Por isso, deve ter enchimento perfeito para atuar como amortecedor.

AbasesobreabasAsabasdevemsersuficientementelongasparadarapoioperfeitospernase,normalmente,tmumasalincia acolchoada na frente, destinada a apoiar os joelhos. As sobre abas so curtas, cobrindo o apoio dos loros e dandomaisestticasselas.

Cilha a pea de couro, algodo ou nilon que passa pelo trax do cavalo, tendo a finalidade de ajustar a sela, dando segurana ao cavaleiro. Deve passar atrs do codilho para no causar ferimentos.

LorosSo tiras de couro que sustentam os estribos, colocados de preferncia na vertical que passa pelo centro de gravidade do cavalo.

EstribosServem de apoio aos ps do cavaleiro, devendo sempre ficar perpendiculares ao corpo do cavalo, para facilitar o flexionamento e a solidez do cavaleiro.

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Estribo de segurana

Estribo compensadosoleira Inclinada facilita toro do p

Estribo normal - com uma volta do loro na parte externa do estribo faz-se a sua compensao

EmbocadurasEmbocadurassoosequipamentoscolocadosnabocadoanimal,sendofixadosnacabeadaeligadosmo do cavaleiro atravs das rdeas. Basicamente h dois tipos: brides e freios.

BridesPor sua suavidade o brido a primeira e a ltima de todas as embocaduras. A primeira por ser a indicada para potros, ainda com pouca confiana na mo do cavaleiro. A ltima por ser para o cavalo bem ensinado a que menos o incomoda. Deve-se usar sempre o brido com os anis de borracha para proteger a comissura dos lbios. Em posio normal, a articulao do brido descansa sobre a lngua do cavalo. Quando o cavaleiro fecha os dedos tensionando as rdeas, a articulao central do brido se fecha e os dois tramos do brido se apoiam sobre as barras inferiores do maxilar. Normalmente, o cavalo se defende da dor procurando abrir a boca, razo pela qual se usa sempre a focinheira para que o flexionamento exigido atue no maxilar inferior e na nuca, pois esta ativa toda a coluna vertebral: pescoo, dorso, lombo garupa e membros posteriores.

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ApoiodoBridosobreasBarras

P - Pinas, M - mdios; GN - Extremos; C - Caninos, B - Barras; MC - Molares anteriores; MP - Molares posteriores

Os tipos bsicos de brido so:

Chantilly ou brido de argolas

D Verden

Travincas ou agulhas16

Elevador ou relver

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CabeadasCabeadasdebrido4 1

5 2 8 7 6 10 9 3

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Cachaceira Faceiras Cisgola Testeira Focinheira Barbela Argola Brido Rdea Controle para martingal

FocinheiradebridoFocinheiras so destinadas a impedir que o cavalo abra a boca tentando livrar-se da ao do brido ou freio. Permitindo assim um perfeito flexionamento do maxilar e da nuca, com elevao do pescoo transferindo o peso para os posteriores. Cachaceira

Testeira

Faceira Focinheira

Cisgola Afogador

Focinheira normal acima do brido

Focinheira italiana abaixo do brido17

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Focinheira mexicana

Cabeada com brido elevador

FreiosO freio uma embocadura com uma pea que atravessa a boca do animal (bocado), com ou sem montada (elevao) e formando uma nica pea com os ramos laterais (cambas). Deve ser usado com barbela. O freio tanto mais violento quanto maiores forem as cambas, mais fino o bocado e mais acentuada a montada.

Bocado Barbela

Camba

Normal18

LHotte

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O freio pelham colocado em cabeada simples possibilita, em uma nica embocadura, combinar os efeitos diferentes de freio e brido. O freio polo tem cambas articuladas com o bocado, tornando-o mais suave, tendo ao de descontrao para os cavalos com o maxilar muito rgido.

Polo

Pelham

Barbela a corrente presa nas argolas superiores das cambas que regula a intensidade de ao do freio. O ajuste perfeito da barbela deve deixar as barras laterais do freio (cambas) fazendo um ngulo de 45 graus com a boca do cavalo.

45Barbela bem ajustada, ngulo de 45o

90Barbela muito larga, ngulo de 90o

< 45Barbela muito justa, ngulo menor de 45o19

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O freio pelham condensa numa s pea o brido com cambas e barbela atuando, assim, como freio. uma embocadura suave, sem muita preciso, predispondo a uma colocao baixa da cabea e prpria para uma equitao simples. A rdea superior atua como brido; a rdea inferior aciona a camba, atuando em alavanca como freio.

Freiopelham

FreioebridoO freio e brido so utilizados simultaneamente no adestramento em virtude da sua interpendente ao compensadora. O freio essencialmente um abaixador, devendo ser utilizado no sentido do eixo do cavalo. O brido deve ser empregado nos deslocamentos laterais e em todo o trabalho que implique na elevao da cabea e pescoo e a encurvao do pescoo e da coluna vertebral.

Cabeadadefreioebrido

2 1 3 4 8 5

6 7

1 Focinheira 2 Faceira do freio 3 Faceira do brido 4 Rdea do brido 5 Rdea do freio 6 Brido 7 Freio 8 Barbela do freio

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RdeasAs rdeas normais podem ser de couro ou parte de couro na sada do brido e o restante de tecido ou nilon, com peas de couro anti-deslizantes ou emborrachadas.

Martingalfixoedeanisgamarradeargolas

Martingal fixo

Martingal de anis

So dispositivos para limitar os movimentos de elevao da cabea do cavalo, amortecendo as aes das mos dos cavaleiros. Deveserreguladanaalturadalinhaqueligaardeadabocadocavalomodocavaleiro,pormnunca mais baixa.21

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Mal regulado

Correto

Hackamore um tipo de freio focinheira que atua fora da boca do cavalo, atravs da compresso do focinho contra o mento do cavalo. Atinge mxima potncia fora da boca do cavalo.

Hackamore22

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RdeasalemsSo duas rdeas fixadas uma em cada lado na parte mdia da cilha e que passam pela argola do brido e voltamsmosdocavaleiro,combinandoasfunesderdeaemartingalabaixadores. Aumentam a potncia da embocadura, limitam a flexo lateral do pescoo e os movimentos de elevao do focinho. Sua maior eficcia alcanada com atuao de uma rdea direta ativa e outra reguladora, para as mudanas de direo. Fixadas na parte inferior da cilha entre os anteriores, podem encapotar o cavalo, tornando-as prejudiciais. Rdeasalems

Incorreto

Correto

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So formadas por uma nica pea comprida que no seu ponto mdio se apoia sobre o pescoo do cavalo, passadecadaladopelaargoladobridoevoltasmosdo cavaleiro, atuando como rdeas levantadoras, ao inverso das rdeas alems. Aumentam a flexo da nuca, com a vantagem que o cavaleiro pode mudar a qualquer momento o ponto de apoio. Quanto mais perto da base do pescoo maior ser o efeito de flexo da nuca e maior ser o efeito levantador.

RdeasColbert

Rdeas Colbert

RdeasChambonOequipamentoconstadeumapeadecouropresacachaceiracomduasargolaslaterais,umacordade nilon de 1,35m de cada lado, presa com um mosqueto no brido, passando pela argola superior da pea de couro presa na cachaceira, fixando-se na rdea central da parte inferior da cilha entre os anteriores do cavalo. O Chambon um dos melhores equipamentos para o trabalho de guia para treinar cavalos novos, porque desenvolve os msculos da linha superior do cavalo, pescoo, dorso, lombo, garupa e engajamento dos membros posteriores. Torna o cavalo flexvel e estabelece um equilbrio natural. D total liberdade para o cavalo movimentar a cabea lateralmente, para frente ou para trs, limitando somente levantar a cabea e o pescoo para cima, e, neste caso, a presso do brido no para trs e sim na parte superior da boca. Abaixa o pescoo, mantendo a cabea inclinada para frente, nunca encapotando o cavalo.

Rdeas Chambon24

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RdeasGogueIndependente anlogaaoChambon,comadiferenaqueseusextremosnoestopresossargolas dobrido,mas,passandoporelas,vofixar-serdea central que est presa na parte inferior da cilha entre os anteriores do cavalo. Pode ser usada para os trabalhos de guia ou montados com rdeas normais, pois acalma o cavalo.

Rdea independente

Dirigida anloga independente, porm as extremidades,aoinvsdeserematadasrdeacentral presa na parte inferior da cilha, depois de passarem pelas argolas do brido vo at a mo do cavaleiro. Nunca deve ser utilizada como rdea nica, mas sim, com as rdeas normais do brido. Apresentam uma vantagem sobre as rdeas alems, pois exercem presso sobre dois lugares, nuca e boca, de modo mais suave, e facilitam a encurvao do pescoo diretamente que, quando obtida, o cavaleiro deve soltar as rdeas imediatamente e acariciar o cavalo.

Rdea dirigida

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EquipamentosdeproteoTodos os tipos de proteo so indispensveis para manter a boa sade das articulaes, tendes e ligamentos. Impedem o contato da ferradura com reas sensveis do animal, evitando cortes e leses. Protegem as articulaes do impacto com obstculos ou durante o transporte.

Caneleira

Boleteira

Cloche

Protetores de joelhos

Protetores dos curvilhes

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Bandagemligasdeproteo ColocaodasligasIniciaracolocaopelaparteinferiordojoelho; Deixarumpedaodaligalivre,darumaprimeiravoltadaligasobreacanela; Dobrarapartelivredaligasobreacanela; Enrolaraligadecimaparabaixo,envolvendotodaacanelaatoboletoouacoroadocasco; Depoiscontinuarenrolandodebaixoparacimaatojoelhoeamarrarnaparteexternadacanela.

LigasdedescansoDe preferncia no elsticas em tecido aflanelado, colocadas desde o joelho envolvendo os boletos at a coroa do casco.

LigadetrabalhoDe preferncia em tecido elstico, colocadas desde a parte inferior do joelho at a parte superior do boleto, deixando-o livre.

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LiganacaudaA cauda deve ser ligada de cima para baixo, sendo amarrada na parte inferior.

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MtodonaturaldetreinamentoO instrutorO instrutor a base da instruo equestre, por isso, alm das qualidades de cavaleiro completo, deve possuir sentimento de pontualidade, firmeza de carter, aprumo moral e fsico que o imponham permanentemente a seus alunos. Deve estar seguro daquilo que pretende ensinar e obter, ser perseverante, seguir uma progresso lgica de ensino, repetindo os ensinamentos tantas vezes quantas necessrias, at ter a certeza de ser bem compreendido. Nodeixarpassardefeitosindividuaisrelativosposioouconduo,poisnosenoporumacrtica incessante dos mesmos erros que eles sero corrigidos, tendo o cuidado de no demonstrar, por palavras ou atitudes, impacincia ou irritao. O instrutor deve encontrar ideias e palavras de incentivo, que permitam despertar nos alunos o interesse em evoluir cada vez mais a fim de atingirem a perfeio. Finalmente, o instrutor deve demonstrar aos alunos sua boa vontade, abnegao e prazer de ensinar.

Captulo 2

RoteirodeinstruoUmdosprincipaisobjetivosdainstruoaosalunosprincipiantesodetransmitirconfianaaosmesmos, eliminando o receio instintivo que o cavalo muitas vezes desperta em quem no conhece sua natural docilidade. O cavalo tem qualidades prprias, que o distinguem de outros animais: Carternaturalmuitobomeequilibrado; Muitosensvelereflexivo; Susceptvelacarcias; Memrialocalmuitogrande; Aprendefacilmente; Uniformedesentimentos. Essa confiana depende essencialmente da forma com a qual a instruo organizada, sendo ideal: 1-Ensinararespeitarecuidardocavalocomoumparceiro; 2 - Desenvolver uma relao de intimidade entre aluno e cavalo, atravs de atividades de recreao como banho, cuidados com a crina, engraxar os cascos etc. 3-Ensinaraembridar,enfrear,aparelhar,amontaredesmontar; 4-Conduzirocavalomo; 5-Ensinaraposiodocavaleironaselaeamaneiradesegurarasrdeas;29

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6-Fazerexercciosbsicosparaoequilbrioecombaterarigidez,deprefernciasobremanequim; 7-Primeirasliesdepicadeiroiniciaoapassoelevaonosestribosetroteelevado; 8 - Passeios no exterior, ao passo ao trote e ao galope.

OalunoO aluno deve gostar de cavalos, confiar no instrutor, ser cumpridor rigoroso de todos os regulamentos, ter apresentao irrepreensvel, convvio fcil e interesse na prtica e teoria da equitao, bem como deve estabelecer contato direto com o cavalo na cocheira, aprender a preparar o cavalo para ser montado, ou seja, embridar, aparelhar e conduzir o cavalo.

Embridareenfrear

1 - O cavaleiro coloca-se do lado esquerdo do animal, segura a cabeada com a mo esquerda e passa as rdeasporcimadopescoo;

Rdeas por cima do pescoo

2 - Depois, segurando a cabeada com a mo direita e o brido/freio com a mo esquerda, introduz a embocadura na boca do cavalo, colocando o dedo indicadorentreasbarras; 3 - Segurando a cabea pela cachaceira coloca-a sobre a nuca, livrando as orelhas e o topete ao colocar a testeira.

Colocao do brido30

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4 - Termina por ajustar a cisgola de modo que fique uma folga de dois dedos entre a ganacha e a cisgola afogador. O freio e o brido devem ser colocados na boca do cavalo de forma que o brido encoste na comissura dos lbios e o freio assente sobre as barras, a dois dedos dos dentes cantos para as guas e a um dedo dos colmilhos para os cavalos. A barbela deve ser ajustada de forma que as cambas do freio faam um ngulo de 45 com a linha da boca do cavalo quando as rdeas estiverem tensionadas.Ajuste da cisgola

Encilhar1 - O cavaleiro deve passar a mo sobre o dorso do cavalo para verificar se no existe algum ferimento ou corpoestranho; 2 - Colocar a manta, tendo o cuidado de levantar a frente para deixar a cernelha livre, escorregando-a da frenteparatrsparaqueospelosfiquemassentados; 3 - Depois de levantar a cilha sobre a sela e subir os estribos pelos loros, pegar a sela sustentando-a com a mo esquerda pelo cepilho e com a mo direita pela arcada de trs (patilha), colocar a sela sobre a cernelha, deslizando paratrssobreodorso; 4 - Depois de verificar se a sela est bem assentada sobre o dorso e a cernelha livre, ajustar a cilha de maneira quefiqueafastadadoscodilhos; 5-Antesdeapertaracilha,passarasrdeaspelobraoesquerdo,paraevitareventualfugadocavalo; 6 - Com a mo esquerda segurar uma das correias da cilha forando para baixo e com a mo direita ajustar a outra correia para cima at o ponto desejado, depois inverter para ajustar a outra correia.

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ConduodocavalomoO cavaleiro desmontado deve conduzir o cavalo com brido com as rdeas para baixo, de modo que a extremidade da rdea do brido fique segura pelo polegar da mo esquerda, formando gancho, e o corpo das rdeas pela mo direita, com as unhas para baixo, prxima ao brido com o dedo indicador entre elas. Se o cavalo estiver com freio e brido, as rdeas do freio ficam por cima do pescoo e as rdeas do brido ficam por baixo para conduzir o cavalo. A apresentao do cavalo parado deve ser feita com as rdeas para cima presas pela mo direita, na alturadoombroeprximasganachas,mantendoaltaa cabea do cavalo. A apresentao do cavalo ao passo ou trote em exposies deve ser feita segurando-se as rdeas somente na mo direita, ficando a esquerda livre para usar o pingalim ou indicar mudana de direo.

Conduomo Rdeas na mo direita

Conduomo Rdeas nas mos direita e esquerda

Conduomo Rdeas na mo direita e mo esquerda livre para indicar mudana de direo

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CuidadospreliminaresAntes de montar, o cavaleiro deve ter os seguintes cuidados: Verificarseofreioebridoestoemboaalturanabocadocavaloeabarbelabemregulada; Verificarseasrdeasnoestotorcidas; Verificarseacsgolaeopeitoralnoestomuitoapertados; Acertaramanta; Ajustaracilha; Ajustarosestribos,comparandooseucomprimentoaocomprimentodobraodireito; Compararaalturadeambososestriboscolocando-sefrentedocavalo; Acariciarocavalonochanfro,pescooeancas,baternasela,afastareaproximarosestribos. Para montar, o cavaleiro deve seguir os seguintes passos: 1 - Voltar-se para o cavalo e segurar as rdeas na mo esquerda, sobre a crineira, depois de as ajustar em volta do pescoo com o auxilio da mo direita,tensionandomaisardeadireitaparaqueocavalonoseafaste; 2 - De costas para cabea do cavalo, introduzir o p esquerdo no estribo, bem fundo, auxiliando-se com a mo direita e aproximando-se do cavalodemodoaapoiarojoelhonasela; 3 - Firmando-se no fundo da sela com a mo direita e aproveitando o impulso dado pela perna direita, elevar-se sobre o estribo de forma a ficar com os ps unidos, tendo o cuidado de manter a ponta do p abaixada apoiada sobre a cilha para no cutucar o ventre do cavalo, os braos estendidos e o corpo direito, ligeiramente inclinado para frente para impedir que aselasedesloque;

Montar

Rdea direita mais tensionada

Montar com a ponta do p para baixo

Apoiar-se sobre os estribos33

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4 - Transferir a mo direita do fundo da sela para o lado direito do cepilho e passar a perna direita fletida sobreagarupa,sematocar; 5 - Aps calar o estribo direito e o cavalo dar alguns passos, sentar-se suavemente na sela.

Perna direita passa para o lado oposto sem tocar a garupa

Apoio sobre os joelhos, acertar os estribos

Depois de alguns passos sentar suavemente

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Montar sem estribo

Errado: segurar na patilha deforma a sela

Para montar sem estribos, o cavaleiro coloca-se na linha das espduas voltadas para o cavalo, a mo esquerda segurando as rdeas e a crineira e a mo direita no cepilho. Salta de maneira a aproveitar melhor possvel o impulso das pernas, sem deslocar as mos, fica com os ps juntos e o corpo bem direito durante uns segundos, depois passa a perna direita sobre a garupa, montando suavemente sobre a sela. Obs.: No segurar a patilha com a mo direita, pois deforma a sela.

DesmontarO cavaleiro deve fazer os mesmos movimentos de montar, na ordem inversa. 1 - Manter o cavalo parado, segurar as rdeas com a mo esquerda, de modo que a rdea direita fique mais tensionadaqueaesquerdaeacariciaropescoodocavalo; 2-Apoiaramoesquerdanopescoodocavaloeamodireitanocepilho; 3 - Ao mesmo tempo, tirar ambos os ps dos estribos, pois se o cavalo se assustar, pode arrastar o cavaleiro comopesquerdopresodentrodoestribo; 4 - Apoiado com as duas mos, os braos dobrados, passar a perna direita sobre a garupa (sem toc-la com a bota) e escorregar o corpo devagar ao longo da sela, com as pernas unidas.

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Captulo 3

PreparaoatlticadocavaleiroNo hipismo dois atletas trabalham em conjunto: cavalo e cavaleiro. A preparao atltica do cavaleiro to importante quanto a do animal. Alguns exerccios especficos preparam o cavaleiro e combatem os principais vcios dos cavaleiros iniciantes. O cavaleiro principiante tem tendncia a: Sentar-semuitoatrsnasela,quandodeveriaseromaisadiantepossvel,prximoaocepilhoecoma cinturaavanada; Inclinarocorpoparafrente,quandodeveriaestarnavertical,opeitonaturalmentesaliente,osombros afastadosedescidos; Colocaraspernasadiante,apoiadassobreosestribos,quandoaspernasdeveriamestarfletidaspelojoelho, oscalcanharesabaixadossobalinhaverticaldoassentodocavaleiro; Abaixaracabea,olhandoparabaixo,quandoacabeadeveriaestaralta,semesforo,olhandoemfrente nahorizontal; Desunirojoelhodaselaaotomarcontatocomoventredocavaloporintermdiodafaceinternadabarriga da perna, quando a combinao racional da inclinao da perna e da articulao do tornozelo com pequena toro (sola da bota para fora, leve abertura da ponta do p e calcanhar para baixo), permite manter sem qualquer dificuldadeauniodojoelhocomasela; Pressionardemaisojoelhocontraasela,oquecausaumcontatoerradodaspernascomocorpodecavalo, perdendo-seapressodaspernaseprejudicandooequilbriodocorpo; Adotarumaposiocontrada,quandonecessriomovimentar-sediscretamenteacompanhandoosmovimentosdocavalo; Agarrar-senasrdeas,procurandoequilibrar-senasmesmas,quandooqueinteressaoequilbriodobusto atravs do assento e barriga das pernas e no com o auxilio das mos. Essas tendncias so combatidas com exerccios de flexibilizao e corretivos. No entanto, uma vez instrudo, a vontade do cavaleiro para aprimorar-se que desempenha o papel principal para a correo da posio.

ExercciosbsicosA fim de conseguir um equilbrio perfeito a cavalo, e combater a rigidez comum a todos os cavaleiros principiantes so aconselhveis diversos exerccios.37

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Essesexerccios,almdeaumentarsuaauto-confiana,doaflexibilidadenecessriasdiferentespartesdo corpo, permitindo assim uma perfeita ligao do corpo do cavaleiro com os movimentos do cavalo. Os principais exerccios so:

Exercciosap

1 - Girar ritmicamente a cabea para a direita e esquerda, para cima e para baixo. Rotao da cabea e pescoo. Este exerccio alonga e solta os msculos do pescoo.

2 - Rotao dos braos para o alto e descendo pelo lado oposto. Este exerccio solta a musculatura e as articulaes dos ombros.

3 - Jogar os braos para cima e para trs. Este exerccio alonga e solta os msculos do peito.38

4 - Bambolear os braos. Este exerccio solta a cintura e os ombros.

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5 - Braos estendidos para cima. Abaixando o tronco na horizontal e a cabea para baixo. Este exerccio solta, alonga e fortifica os msculos extensores e flexores do tronco, dorso e pernas.

6 - Flexionar a coluna colocando o peito no solo. Este exerccio melhora a posio das costas e confere elasticidadecolunavertebral.

7 - Brao levantado inclinando o corpo lateralmente para os dois lados. Este exerccio solta e alonga os msculos laterais do tronco e do quadril.

8 - Levantar lateralmente uma perna e esticar os braos. Este exerccio solta os msculos do quadril e alarga a regio do assento, facilitando a montaria.39

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9 - Abrir as pernas lateralmente e descer as mos at os ps. Este exerccio alarga notavelmente a regio do assento.

10 - De p ou sentado, levantar e abaixar a ponta do p e fazer rotao descrevendo crculos com a ponta do p, nos dois sentidos. Esteexercciodamplasolturaarticulaodotornozelo, facilitando abaixar o calcanhar na montaria.40

11 - Deitado sobre o cho, fazer um arco apoiando-se s nos ps e ombros. Este exerccio flexiona a musculatura as costas, facilitando sua ao na montaria.

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ExercciosacavaloO passo, o trote e o galope sem estribos, devidamente dosados, so os exerccios mais completos para melhorar a flexibilidade, principalmente para enforquilhar o assento do cavaleiro na sela com a descida das coxas, desde que o tronco fique reto e a cintura para frente e para trs com a rotao do ilaco, facilitando o assento deslizar sobre a sela de trs para frente. Alem destes, os principais exerccios a cavalo so:

ExercciovisandoposiodocavaleironaselaO cavaleiro deve ficar de p sobre os estribos, com o calcanhar bem descido a cintura bem avanada e, em seguida procurar sentar-se na sela junto ao cepilho, na direo da vertical dos loros, posio normal. Este exerccio inicia-se parado e, mais tarde, ao trote e ao galope.

Colocar o cavaleiro sobre a sela

Cavaleiro colocado

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ExercciosdasarticulaesDe inicio conveniente executar estes exerccios sobre um cavalo manequim.

Exerccio1Segurar com as mos a patilha da sela, levantar os joelhos o mais alto possvel, mantendo os calcanhares para baixo e a ponta dos ps para cima, inspirando profundamente. Baixar os joelhos e as pernas na posio original, expirando. Este exerccio fortalece o abdome, os msculos das costas e do estomago e facilita o assento profundo de adestramento.

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Exerccio2Idem ao exerccio 1 Levantar a parte inferior das pernas para trs e para cima, mantendo os calcanhares baixos e a ponta dos ps para cima e os joelhos fixos. Respirar ritmicamente. Este exerccio desenvolve e alonga os msculos do assento, da panturrilha e das pernas.

Exerccio3Idem ao exerccio 1 Respirar ritmicamente, descrevendo movimentos circulares com a ponta dos ps. Os joelhos e a parte inferior das pernas devem manter-se fixos. Este exerccio alonga as articulaes dos tornozelos, facilitando abaixar os calcanhares, e promovem maior aderncia das pernas.

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Exerccio4Idem ao exerccio 1 Manter a parte superior do corpo imvel, perfeita aderncia das pernas, calcanhares para baixo e ponta dos ps para cima. Respirar ritmicamente encostando o queixo no peito e fazendo movimentos circulares com a cabea. Este exerccio fortalece e alonga os msculos do pescoo e d equilbrio ao cavaleiro.

Obs.: Ateno, este exerccio pode causar tontura.

Exerccio5Na posio de assento clssico, com estribos, segurar com uma das mos a patilha e com a outra o tornozelo e levar a perna para cima, o mais alto possvel, enquanto a outra perna se mantm na posio inicial. Os joelhos devem manter-se firmes em seus lugares. A seguir soltar o p e, sem olhar, colocar o p no estribo. Este exerccio, alm de alongar a perna, ensina a encontrar os estribos rapidamente em qualquer situao.44

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Exerccio6Partindo da posio de assento clssico, sem estribos, colocar os braos em cruz, girando o tronco de um lado para o outro, seguindo o movimento com a cabea. Respirar ritmicamente. Este exerccio d equilbrio e fortalece a parte superior do corpo e o diafragma.

Exerccio7Partindo da posio de assento clssico, sem estribos, inclinar o corpo para frente, expirando, com os braos esticados e tocar a ponta dos ps. Levantar o corpo inspirando e deitar para trs at alcanar a garupa. Depois, lentamente, levantar os braos e o corpo at voltar posioinicial. Este exerccio alonga e fortalece os msculos das costas e do corpo inteiro.45

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Exerccio8Partindo do assento clssico, perna esquerda no estribo, com a mo esquerda na patilha e a direita no cepilho, inspirando, levantar a perna direita, passando-a por cima do pescoo do cavalo e, expirando, descer a perna para o lado oposto apoiando-a na espdua. Depois, inspirando, levantar a perna e, expirando, baix-la at a posio original calando o estribo. Este exerccio melhora o equilbrio do cavaleiro, fortalece e flexibiliza os msculos do assento e do abdome.

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Captulo 4

PrincpiosbsicosparamontariaOs princpios bsicos que orientam a perfeita montaria do cavaleiro tm por base: Flexibilidade - Elasticidade dos msculos e mobilidade das articulaes. Desenvolvida por meio de exerccios apropriados a p e a cavalo. A flexibilidade na posio desportiva obtida depois de adquirida na posio clssica. Equilbrio - Ligao com os movimentos do cavalo. Resultantedaflexibilidadeedaadaptaodocavaleirosreaesnaturaisdocavalo,aperfeioadomedida que se desenvolve a flexibilidade e se adquire o hbito de montar na posio clssica. Solidez - Aderncia das superfcies de contato do cavaleiro com o cavalo. Obtem-se pela ampliao das superfcies em contato, que so a parte plana das coxas at o joelho e a face internadasbarrigasdapernas,asuperfcietantomaiorquantomaisfrenteestiveroassentodocavaleiroemais baixo, o calcanhar. Ritmo - Manuteno da sequncia da cadncia: o tipo de movimento executado num tempo determinado em cada tipo de andadura, equilbrio ao passo, trote e galope. O princpio fundamental consiste no desenvolvimento da flexibilidade dos msculos e articulaes, de onde nasce o equilbrio e deste, a solidez. Na realidade, a solidez impossvel sem equilbrio e o equilbrio s pode manifestar-se por uma adaptao elstica que exige a descontrao dos msculos e o jogo fcil das articulaes, isto , a flexibilidade. Estesprincpiosaplicam-setantoposioclssicaquantoposiodesportiva,queumaadaptaoda posioclssicavelocidadeeaosobstculos.

Posioclssicaaquelaquepermiteaocavaleiroumaadaptaofcilsreaesdocavalo,atravsdesuaflexibilidadee equilbrio perfeito, mantendo uma ligao permanente de seu corpo com os movimentos do cavalo. Esta posio do corpo depende diretamente da: Colocaodopnoestribo; Adernciadaparteinternadacoxa; Apoiodojoelhonaselasemmuitapresso;47

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Inclinaodapernaexercendofortepressodabarrigadapernasobreasela; Posicionamentodocalcanharmaisbaixoqueapontadopeestefazendoumngulomximode30com o corpo do cavalo.

EstribosComo regra, quando o estribo no est calado, a soleira deve ficar na altura do tornozelo, estando o cavaleiro com as coxas bem descidas e pernas cadas naturalmente.

Soleira do estribo deve estar na altura do tornozelo

Noinciodotreinamento,vantajosoprenderosestriboscilhapor meio de francaletes, deixando-os como uma folga de 10 cm, pois assim o lugar imposto ao p pelo estribo determina a posio da perna e da coxa e arrasta o assento e costas, isto , a linha de equilbrio do cavaleiro, obrigando-o a dobrar a perna, o que reduz a tendncia de fixar o joelho e levar a perna para frente.

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PO cavaleiro deve apoiar o p sobre o estribo pelo tero anterior e interior do p (grande artelho), junto ao aro interno do estribo. A soleira do estribo deve ficar levemente inclinada para a frente, de modo que o aro externo do estribo fique prximo da ponta do p. O apoio sobre o grande artelho permite que o tornozelo conserve toda sua flexibilidade e permite que a perna fique mais prxima do cavalo. Isso ocasiona uma pequena toro do p, ficando a soleira do estribo e a sola da bota ligeiramente voltadas para o exterior (facilitada pelo uso de estribos compensados). O calcanhar deve ficar mais baixo que a ponta do p, atuando assim como amortecedor dos movimentos. Para que este apoio seja mais eficaz, a ponta do p deve ficar ligeiramente voltada para fora em ngulo de mais ou menos 30, assim a soleira do estribo ficar perpendicular ao corpo do cavalo, tornando o apoio perfeitamente elstico e deixando a barriga da perna naturalmente em contato com o ventre do cavalo. No entanto, para que o joelho no se afaste da sela, o ngulo de abertura do p em relao ao eixo do cavalo nunca deve ir alm de 45.

Pernamo.

Soleira do estribo perpendicular ao corpo do cavalo

A posio da perna depende diretamente do comprimento do estribo e da forma como o p se apoia no mes-

Quando o loro estiver na vertical e o estribo corretamente calado, a perna ficar um pouco inclinada para trs, aderindo ao ventre do cavalo pela parte interna da barriga da perna, logo atrs da cilha. Esta aderncia maior pelo abaixamento do calcanhar, ligeira abertura do bico do p, do apoio do artelho sobre a parte interna do estribo e a soleira do estribo e sola da bota levemente inclinadas para fora (ideal com estribos compensados).49

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A descida do calcanhar d maior aderncia barriga da perna transmitindo aes ntidas e enrgicas e funciona como amortecedor dos impactos

JoelhoO joelho deve estar suficientemente livre para desempenhar o seu papel de ngulo amortecedor no desenvolvimentodaflexibilidade.Devepermanecerunidosela,deformaacontribuirparamaioradernciadocavaleiro. Sempre que houver necessidade de libertar a perna do joelho para baixo, como sucede ao empregar-se a ao impulsiva das pernas, a solidez mantida pela aderncia da parte plana das coxas at o joelho. O jogo do joelho, como ngulo amortecedor, depende da flexo da perna com a coxa e da aderncia da barriga da perna, e ser tanto mais fcil quanto mais fechado estiver o ngulo em causa e mais vertical estiver a coxa, dentro das limitaes impostas pelo comprimento do estribo e da articulao do tornozelo. A descida do calcanhar d maior aderncia da barriga da perna com o ventre do cavalo e evita qualquer possvel desequilbrio para diante ou para trs.

CoxaA coxa deve ficar to descida quanto possvel na vertical, fixando-se na sela pela sua parte plana, contribuindo assim para a solidez do cavaleiro.

AssentoO cavaleiro deve enforquilhar-se, assentando-se na regio dos squios do perneo e ndegas, o mais adiante possvel do fundo da sela, prximo ao cepilho, mantendo os ossos ilacos da plvis na posio vertical. Isso ne50

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cessrio para manter um perfeito equilbrio do peso do cavaleiro com o centro de gravidade do cavalo, situado na vertical que passa pela cernelha. Razo pela qual os loros da sela de esporte devem seguir na vertical que passa pelo centro de gravidade do cavalo. O assento ento constitudo por ndegas descontradas, o perneo e cinco centmetros da parte interna e superior das coxas. Perneooconjuntodemsculosetendesqueconstituiaparteinferiordaplvisquevaidocccixaos rgos sexuais.

Ilaco

Isquios

Rotao do Ilaco

Estrutura do Ilaco girando em funo da posio do assento e tronco do cavaleiro, jogo da cintura, facilitando o assento deslizar na sela51

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TroncoNa posio normal, o tronco do cavaleiro deve estar direito na vertical e descontrado, a cintura para frente, o peito naturalmente saliente e os ombros afastados descontrados e descidos sobre os cotovelos.

CabeaA cabea deve estar levantada, sem esforo, de modo que o olhar esteja dirigido para frente, na horizontal. Olhar para o cho prejudicial, pois faz o cavaleiro abaixar a cabea, colocar a cintura para trs, deslocar o assento da parte dianteira da sela para trs e levando as pernas para frente da cilha. A cabea deve mover-se na direodomovimento,solidriacomalinhadosombros,edevesempreserperpendicularqueladireo.Posio da cabea

incorreta

correta

A respirao abdominal apropriada para os principiantes que, ao montar, contraem os msculos at a ocorrncia de cimbras.52

Respirao

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O cavaleiro deve inspirar lentamente pelo nariz, enchendo o abdmen como se fosse um balo, depois encher o peito de ar, enquanto prolonga a inalao. Assim se preenche a parte mdia dos pulmes e subindo as clavculas, oarchegapartesuperiordospulmes. A expirao deve ser feita lentamente pelo nariz e com a contrao do diafragma, de forma a esvaziar totalmente os pulmes. Assim pode-se manter a calma e obter mais energia, com a perfeita oxigenao do organismo.

BraosantebraosmosOs braos devem ser posicionados ligeiramente adiante da vertical, com os cotovelos junto ao corpo;os antebraossensivelmentehorizontais;asmosnoprolongamentodosantebraos,com as unhas dos polegares para cima,situadasprximascernelhaeafastadasentresinomnimode12centmetros. Os cotovelos junto ao corpo evitam que as aes das mos se exeram de diante para trs puxando as rdeas, como tendncia dos cavaleiros principiantes, prejudicando a boca do animal.

MododesegurarasrdeasPosio correta Com cotovelos junto ao corpo unhas dos polegares para cima o cavaleiro mantm suave contato com a boca do cavalo.

Posio incorreta Girando as mos e abaixando os polegares os cotovelos se afastam do corpo, e a boca do cavalo recebe o peso dos braos.53

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Posio correta Munhecas e dorso das mos continuam na linha do antebrao, permitindo abrir e fechar os dedos mdio anular e mnimo atuando como molas e acompanhar as rdeas.

Posies incorretas

Articulao dos dedos para cima

Munhecas muito dobradas rgidas

Mo dura pesando no bocado54

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RdeascombridoQuando se utiliza embocadura com brido, a conduo sempre feita com as rdeas separadas, entrando cada uma delas na mo por baixo do dedo mnimo ou entre o mnimo e o anular e saindo por cima entre os dedos polegar e indicador. As rdeas ficam presas entre esses doisdedos.Oabrirefechardosoutrosdedosdoaos rdeas como se fossem molas, mantendo com a boca do cavalo uma ligao elstica, flexvel e constante. A extremidade das rdeas deve cair sobre o lado direito de preferncia entre o pescoo do cavalo e a rdea direita. A rdea pode entrar por baixo do mnimo A posio ideal obtida ficando as munhecas na ou entre o mnimo e o anular vertical, os polegares com as unhas para cima, e os demais dedos voltados uns para os outros. Essa posio permite que os cotovelos fiquem bem prximos ao corpo e a movimentao dos mesmos como se fosse uma mola. Quando o cavaleiro gira as munhecas na horizontal os dedos abaixaro e a tendncia a de os cotovelos se afastarem do corpo, alm de pesar na boca do cavalo.

RdeascomfreioebridoQuando a embocadura de freio e brido, as quatro rdeas podem ser usadas separadas ou juntas em qualquer mo. Quando separadas distribuem-se da seguinte forma: Nasmosardeadobrido, por fora, entra por baixo do dedo mnimo e a do freio, por dentro, entra entre o mnimo e o anular, saindo ambas por cima entre o polegar e o indicador. Pode-se tambm segurar as rdeas do mesmo modo, porm saindo a do brido entre o polegar e indicador e a do freio entre o indicador e o mdio.

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RdeascomfreioebridoemumamoQuando juntas em uma s mo esquerda, por exemplo, a ordem a seguinte: rdea esquerda do brido e rdeaesquerdadofreio,separadaspelodedomnimo;rdeadireitadofreioerdeadireitadobridoseparadas pelo dedo mdio saindo todas entre o polegar e indicador.

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Captulo 5

EquilbriodocavaloCentrodegravidadedocavalo

O centro de gravidade do cavalo parado est situado no encontro da linha horizontal que passa pela ponta da espdua com a linha vertical da cernelha que passa na altura da sexta costela. O peso do cavalo sustentado pelos quatro membros: Osanterioresrecebemaproximadamente60%dopeso. Osposterioresrecebemaproximadamente40%dopeso.

Centro de gravidade

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CavaloemmovimentoO centro de gravidade do cavalo em movimento desloca-se para frente, para trs e lateralmente. Parafrenteaceleraavelocidade; Paratrsdiminuiavelocidade. O deslocamento do centro de gravidade provoca a mudana de posio dos membros, de tal modo que, para manter o equilbrio, o centro de gravidade deve cair sempre dentro da base de sustentao do animal. Obalanceirocervicalconstitudopeloconjuntopescoocabeadegrandemobilidade.Acontrao,extenso, elevao ou oscilao lateral desse conjunto ativa as articulaes da maxila, nuca, cernelha e anca, e comanda a atividade dos membros, dando sustentao e movimentao ao cavalo.

CavalomontadoCentro de gravidade

cavaleiro

l

lcavalo

conjunto

Centro de gravidade do conjunto: Nas selas de esporte os loros passam na vertical do centro de gravidade

Para executar os mais variados exerccios com perfeio, segurana e menor desgaste fsico, o cavaleiro deve utilizar todas as suas ajudas de rdeas, inclinao do corpo, posio do assento e fixao de suas pernas com flexionamento do joelho e tornozelos, de modo a seguir os deslocamentos do centro de gravidade do cavalo. Por natureza todos os potros, desde as primeiras semanas de vida, galopam no campo perfeitamente em equilbrio. No entanto, aps serem montados, tm grande dificuldade de incio para manter o equilbrio, devido ao peso adicional do cavaleiro mudar o centro de gravidade do conjunto. Por isso, muito importante a posio do cavaleiro na sela. Para apreciar a dificuldade de um potro restabelecer seu equilbrio natural enquanto carrega o cavaleiro, faamos uma analogia com um homem e um cavalo carregando um peso.58

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Pesonocentrodegravidade O homem carregando um peso nos ombros arredonda as costas, (convexa), alonga e abaixa o pescoo com a cabea para frente. O cavalo arredonda o dorso e o lombo (convexo), alonga e abaixa o pescoo e a cabea para frente, facilitando o engajamento dos posteriores. Ambos tm facilidade de carregar o peso.

Carregando peso no centro de gravidade

Pesoatrsdocentrodegravidade O homem carregando um peso na cintura levanta o pescoo e a cabea e encurva as costas (cncava), o cavalo tambm levanta o pescoo e a cabea, afunda sua coluna (cncava) e desloca os posteriores para trs, dificultando o engajamento. Ambos tm dificuldade de carregar o peso.

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Nas etapas iniciais de treinamento, o potro nunca deve ser montado apoiado no bocado, mas sim com as rdeas soltas, abrindo e fechando os dedos suavemente atuando como molas. Somente assim o potro ter oportunidade de recobrar o seu equilbrio natural carregando um cavaleiro, porque pode movimentar-se com uma colocao de cabea e pescoo baixa. Isto lhe permite utilizar o lombo e os posteriores com liberdade. Umavezqueopotrorestabeleaseuequilbrionaturalsobreoterrenoplano,pode-semontaremterreno desnivelado, na posio de assento livre, de p sobre os estribos e com rdeas soltas. Este um excelente pr-treinamento para o equilbrio de um futuro cavalo de salto. Para um cavalo de salto, muito importante que o cavaleiro, em todas as etapas do salto, acompanhe com seu corpo a mudana do centro de gravidade do cavalo. Para apreciar a dificuldade que o cavalo enfrenta quando o cavaleiro desloca seu peso desordenadamente, imaginemos um homem carregando em seus ombros outro homem que se desloca sobre seu centro de gravidade, ou que se desloca para frente ou para trs, desequilibrando totalmente o homem que o carrega. O equilbrio do cavalo afetado da mesma maneira, especialmente quando, durante o salto, o cavaleiro se joga para trs ou para frente, deslocando seu peso excessivamente para frente ou para trs, deixando de acompanhar o deslocamento do centro de gravidade do cavalo.

Cavaleirocomocorpoparaafrente-estribosnormaisO cavaleiro seguindo o centro de gravidade do cavalo mantm equilbrio perfeito do conjunto e executa um salto perfeito.

O cavaleiro no desequilibra o cavalo

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Cavaleirocomocorpoparatrs-estriboslongosO cavaleiro fica mais para trs, caindo sobre a sela enquanto est no ar, equilibra-se nas rdeas e, desta forma, puxa a cabea do cavalo e eleva seu pescoo. A repentina mudana de equilbrio do cavaleiro no ar e a alta colocao da cabea e pescoo do cavalo faro afundar o dorso (cncavo) e deslocar seu centro de gravidade para trs. O cavalo ter facilidade de derrubar o obstculo com os posteriores.

Corpo para trs desequilibra o cavalo para trs

CavaleirocomocorpomuitoparafrenteestriboscurtosO cavaleiro pe seu corpo muito para frente no salto, sua perna vai para trs e para cima, obrigando o animal a mudar seu centro de gravidade para frente. O cavaleiro se apoia no pescoo do cavalo e solta as rdeas, perdendo o contato com a boca do cavalo. O animal perde seu equilbrio com a repentina mudana de equilbrio do cavaleiro, abaixando a frente e derrubando o obstculo com os anteriores.

Corpo para frente desequilibra o cavalo para a frente61

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Resumo: O cavaleiro, seguindo o Mtodo Natural de Treinamento, obtm gradativamente todas as condies fsicas de musculao, flexibilidade e equilbrio a cavalo, em todas as andaduras e velocidades, mantendo sempre um contato suave e elstico com o bocado, acompanhando o deslocamento do centro de gravidade do cavalo.

PosiesdocavaleironaselaDe acordo com a modalidade de equitao e o estgio de adestramento do cavalo, o cavaleiro necessita assumir diferentes posies na sela, para alcanar bons resultados na modalidade escolhida, procurando sempre distribuir seu peso na vertical que passa pelo centro de gravidade do cavalo. O assento o eixo da equitao, pois de acordo com sua posio em aes interligadas e independentes, so comandadas todas as ajudas do cavaleiro para atingir o objetivo desejado.

Posiodeassentototalclssica a posio ideal para os esportes hpicos no plano, permitindo ao cavaleiroadaptar-sesreaesdocavalo,mantendoperfeitoequilbriocom osmovimentosdomesmo.Ocavaleirosenta-secomodamentebemfrente da sela, apoiando-se com o perneo e os squios, estando os ossos ilacos na vertical. A parte superior do corpo deve ficar reta, de modo que uma vertical imaginria passe pelas orelhas, ombros, assento na sela e calcanhar do cavaleiro. A posio clssica ideal para o cavalo parado, ao passo, ao trote curto sentado, ao galope curto e mdio, ideal, portanto, para a equitao elementar e secundria. No trote elevado, mantendo a mesma posio clssica, o cavaleiro precisa utilizar apenas o jogo da cintura, rotao do ilaco dos joelhos e dos calcanharescomoamortecedores.Oassentoafasta-seevoltaselasuavemente, tal como uma agulha de uma mquina de costura. Dessa posio clssica, prpria para o adestramento e passeios, o cavaleiro pode passar facilmente para a posio de assento leve, inclinando o corpo levemente para frente ou para a posio desportiva de assento livre prpriaparasalto,inclinandomaisocorpoparaafrente,bemcomoposio de adestramento superior de assento profundo com o corpo levemente inclinado para trs.

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Posiodeassentolevedoma a posio ideal para a doma e adestramento de cavalos de salto e potros ou para montar cavalos sensveis de lombo, os quais geralmente corcoveiam ao serem montados. Esta posio permite aos cavalos arredondarem o dorso, aliviando o lombo. Nestaposioocavaleirosenta-semaisfrentedasela,juntoaocepilho, apoiando-se sobre os squios e o perneo, com o osso ilaco levemente inclinado para frente, colocando mais peso sobre a cernelha, pernas e estribos, aliviando assim o excesso de peso sobre os msculos ainda pouco desenvolvidos do lombo dos cavalos novos. Os estribos so ajustados em mdia dois furos acima da posio normal. A parte superior do corpo do cavaleiro se inclina levemente para frente, de modo que os ombros fiquem um pouco adiante da vertical imaginria que passa pelo assento e calcanhares.

PosiodeassentolivredesportivaO assento fica prximo, mas nunca apoiado na sela. Os estribos so ajustados no mnimo dois furos acima da posio normal para dar mais sensao de firmeza. Os ps so posicionados ligeiramente inclinados para fora, com os calcanhares mais baixos do que a ponta dos ps, que ficam levemente afastadas, formando um ngulo de aproximadamente 30 com o corpo do cavalo. Dessa forma o apoio elstico, funcionando como amortecedor. Esse posicionamento permite que a face interna da barriga da perna tenha uma grande aderncia com o ventre do cavalo. Os ps, colocados ligeiramente atrs da cilha, do impulso e mantm um perfeito equilbrio do cavaleiro. Para no perder o equilbrio, o cavaleiro deve manter o corpo inclinado para frente, de forma a seus ombros no se posicionarem muito adiante da vertical que passa pelos joelhos. O cavaleiro deve manter a cabea alta, olhando para frente e endireitando as costas, com o peito saliente e a cintura para frente, de forma a manter as costas flexveis levemente cncavas. As mos devem estar fora do pescoo do cavalo, preparadas a todo momento para seguir o movimento da cabea do cavalo, sem prejudicar sua boca. As rdeas so tomadas mais curtas, de acordo com a inclinao da parte superior do corpo. Os cotovelos devem ser mantidos junto ao corpo.63

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O antebrao deve ser posicionado em uma linha reta que une o cotovelo com as rdeas e chega at a boca do cavalo. Os ombros, cotovelos e mos devem estar flexveis, para assegurar um contato sensvel e uniforme com a boca do cavalo. Para o cavaleiro manter um equilbrio perfeito na posio desportiva deve manter as pernas fixas do joelho para baixo, mudando apenas a inclinao do corpo, a fim de fazer coincidir a vertical do seu centro de gravidade com o centro de gravidade do cavalo. Aposiodesportivaidealparaoscavalosdesalto,comosjoelhosbaixoseimveisjuntosela,atuando como amortecedores das aes da parte superior do corpo do cavaleiro. A barriga das pernas deve permanecer imvel e fixada firmemente ao ventre do cavalo, com o calcanhar mais baixo que a ponta do p. Se o calcanhar estiver mais alto, os msculos dorsais do cavaleiro se contraem, tornando os ombros mais rgidos, endurecendo as mos e acionando fortemente a boca do cavalo. Nesta posio o cavaleiro fica praticamente de p sobre os estribos, inclusive quando se recebe aps um salto ou descendo fortes declives. Isso somente possvel se o cavaleiro se apoia firmemente nos joelhos e nos estribos, mantendo firme fixao das barrigas das pernas.

Posiodeassentoprofundo adestramento superiorNesta posio o cavaleiro senta-se mais atrs na sela, girando o osso ilaco para trs e ao mesmo tempo impulsionando o assento para frente, sentando no fundodasela.Essemovimentodoassento,somadoao das pernas com presso de trs para frente, aumenta a impulso do cavalo para a mo do cavaleiro. Os estribos devem ser ajustados mais compridos que da posio normal e o p deve ficar paralelo ao corpo do cavalo e no ligeiramente aberto. A parte superior do corpo permanece na vertical, tal como na posio normal, mantendo as costas flexveis, braos cados naturalmente, cotovelos junto ao corpo, antebraos flexveis na direo das rdeas, para acompanhar os movimentos da cabea e do pescoo do cavalo. a posio ideal para a equitao superior de Alta Escola.

Posio de assento profundo contato no fundo da sela

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Captulo 6

EstudopreliminardasajudasPara um cavalo executar um dado movimento necessrio dar-lhe a posio que permita ou facilite o movimento que se quer obter, bem como produzir, manter, aumentar ou moderar a ao impulsiva que determina esse movimento. por meio das ajudas que se d ao cavalo a posio e ao. As ajudas naturais do cavaleiro so: Mos; Assento; Pernas; Pesodocorpo; Posiodocorpo. As ajudas secundrias so: Poderdamente; Voz; Chicote; Esporas; Recompensa; Punio. Atravs da combinao das ajudas o cavaleiro d ao cavalo informaes para modular seu movimento, que tem basicamente quatro componentes:Impulsooaumentodaforapropulsoradosposterioresparaprojetarocavaloparafrenteemanteraandaduracom elasticidade, leveza e elegncia. Cadnciaotipodepassadadecadaandaduracomtemposdeelevao. Ritmo a manuteno da sequncia da cadncia, ou seja, do tipo de movimento executado num determinado intervalo de tempo, nas trs andaduras: ao passo, trote e galope. Reuniooengajamentodosposterioresbemflexionadossobocorpodocavalo.Deve-seiniciarostrabalhosdereunio somente com cavalos com o dorso bem musculado e flexionado, sempre de trs para frente.65

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AjudasnaturaisMosAs mos atuam - resistem ou cedem - sobre a boca do cavalo por intermdio das rdeas e do freio e/ou brido. Para que seus efeitos sejam ntidos necessrio que as mos mantenham com a boca do cavalo um contato constante, suave e flexvel, como se as rdeas fossem um fio elstico. Rdeasflutuantes-podemtornar-seconfusaseirregulares; Rdeastensas-podemoriginar,porpartedocavalo,resistnciasemvontade. As mos atuam quando: Aumentam a tenso das rdeas, por um cerrar de dedos executado de baixo para cima. As rdeas so mantidas no comprimento desejado pela fixao do polegar e indicador. So os outros dedos (mnimo, anular e mdio) que ao cerrarem-se sobre as rdeas determinam a ao da mo. Os dedos cedendo agem como molas. A ao das duas mos regula a andadura, a velocidade, a ao impulsiva e o equilbrio, neste caso por meia parada. As mos resistem quando: Fixam-se, com os cotovelos unidos ao corpo, em seguida a uma ao das mos, destinadas a regularizar uma atitude ou impedir que a ao impulsiva das pernas se manifeste em outro sentido. As mos cedem quando: Acompanham o movimento do pescoo, por um abrir dos dedos (mnimo, anular e mdio) e pelo deslocamento dos cotovelos para frente. As mos mudam de direo quando: Atuam isoladamente para o cavalo mudar de direo. A mo determina a posio dentro da qual a rdea produz o efeito desejado, podendo ser direta ou contrria, conforme a direo que atua.

RdeasRdeassimplesFazem parte da equitao elementar e no atuam sobre a garupa, limitam-se a levar o cavalo para frente ou em voltas, de modo aos posteriores passarem pela mesma pista dos anteriores. Elas so: Rdeasdiretasparaconduoemfrente,pararourecuar; Rdeadiretadeaberturaparamudananadireonaqualardeaatua; Rdea contrria ou de apoio para mudar na direo oposta da rdea que atua apoiada no pescoo. O efeito da rdea contrria de apoio melhor empregado quando as rdeas so conduzidas em uma nica mo. A mo dirigida na direo que se quer o movimento, para o lado e para frente e pela presso exercida no66

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pescoo levar o cavalo mudar de direo. ideal para os militares e jogadores de polo, que necessitam ficar com uma das mos livres.

RdeasdeoposioFazempartedaequitaosecundria.Atuamsobreagarupa,poroposiodasespduasgarupa.Sordeasqueseopemaomovimentodocavaloparafrente,agindocomoumfreioimpulso.Podemser: Rdeadiretadeoposio; Rdeacontrriadeoposionafrentedacernelha; Rdeacontrriadeoposioatrsdacernelhaouintermediria.

PernasAs pernas atuam: Por batimentos e por presso atrs da cilha. A ao simultnea das pernas por batimentos das duas pernas ou dos calcanhares, estes com ou sem esporas, promovem ou mantm o movimento para diante. Por presso, canalizam melhor impulso do cavalo no sentido desejado. Os batimentos dos calcanhares ou presso das barrigas das pernas constituem a ao normal das pernas, quando destinadas a obter o movimento para diante. As pernas cedem: Quando se manifesta o movimento para diante. As pernas resistem: Separadamente, por presso, opondo-se ao deslocamento da garupa. Empregada isoladamente a ao das pernas pode ser: DeImpulsodeumadaspernasparainiciaroumanteromovimentoparadiante; DePosio,obtidaporpressonosentidodaancaoposta,deslocandoagarupaparaoladocontrario.

Peso do corpoO corpo do cavaleiro deve permanecer na linha do centro de gravidade do cavalo. O cavaleiro precisa inclinar o corpo para frente quando o movimento do cavalo aumentar e transferir o peso para trs quando o movimento do cavalo diminuir. Com o peso distribudo nos quatro membros, o cavalo tem tendncia a deslocar-se para o lado para o qual o peso do cavaleiro se desloca, a fim de manter ou recuperar mais facilmente o seu equilbrio. O cavaleiro deve procurar distribuir seu peso para facilitar o equilbrio do cavalo, atuando sempre no sentido de efetuar os exerccios com a maior eficincia. O peso do cavaleiro, ajudado pela coordenao da expirao, que leva ao abaixamento do centro da gravidade do cavaleiro, torna-se um indispensvel auxiliar, conseguindo substituir ou reforar a ao das outras ajudas.67

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Peso do cavaleiro distribudo uniformemente sobre os dois squios

Peso do cavaleiro deslocado para a direita

Para facilitar a mudana de direo do cavalo para direita ou para a esquerda o cavaleiro deve colocar mais peso sobre o squio direito ou esquerdo, atravs do assento.

AjudassecundriasPoder da menteO poder da mente do cavaleiro uma das ajudas mais importantes para a execuo dos trabalhos. O cavaleiro deve visualizar perfeitamente o que vai fazer antes de pedir com suas ajudas. Para fazer um cavalovirardireitaocavaleirodeveprimeiramentepensarquevaiviraradireita,depoisdarasajudasnecessrias e o cavalo far o exerccio com grande facilidade. Transpondo este conceito para outros exerccios o cavaleiro ver como isso facilita ao cavalo entender as ajudas.

VozTem um valor considervel de comunicao se for usada regularmente, com as mesmas palavras e o mesmo tom, incentivando, acalmando e recompensando.

Chicote a principal ajuda para o cavalo compreender os sinais das pernas por isso deve ser usado com pequenos toques atrs das botas. Para punio s deve ser usado em caso extremo de vcios repetitivos.68

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EsporasDevem ser usadas com delicadeza, por cavaleiros experientes, como meio de comunicao mais efetivo que as pernas. Nunca para punio. So ajuda fundamental para a produo e complementao de melhor impulso.

RecompensaO afeto fsico manifestado atravs da voz, batidas no pescoo, desmontar e oferecer cenouras ou acar facilmente compreendido pelo cavalo.

PunioO cavaleiro deve primeiramente verificar se o cavalo entendeu o que deveria fazer e somente depois de repetidas desobedincias que dever punir o cavalo, com batidas firmes no ventre. A seguir pode usar o recurso de dar umas batidas no pescoo para reafirmar sua amizade e conseguir mais colaborao do cavalo.

AcordodasajudasDeve haver um perfeito acordo entre as aes das mos, das pernas e do assento, do cavaleiro com o cavalo para atingir o fim desejado. O assento uma das ajudas mais importantes. o eixo que regula o bom funcionamento de todas as outras ajudas. O assento capaz de controlar, equilibrar e impulsionar o animal. Produz a total aderncia e independncia do cavaleiro. De fato, atuando as pernas sobre o ps-mo, fonte da ao impulsiva, e as mos no ante-mo, que domina a posio do cavalo, o perfeito acordo entre as mos e as pernas a base da equitao. Em equitao elementar, quando as pernas atuam as mos cedem; quando as mos atuam as pernas cedem.

Exercciosparaposiodeassentolivre- desportivaComo j vimos a posio desportiva uma adaptaodaposioclssicavelocidadeeaoobstculo. Esta posio desportiva liberta o corpo do cavaleiro das reaes violentas originadas pelos andamentos vivos e pelos saltos de obstculos.

ExercciosvisandoposioOsexercciosvisandoessencialmenteposiotambm devem ser executados sem estribos, numa fase mais adiantada do ensino do cavaleiro, a fim de aumentar a adernciadaspernasedarposiomaiorestabilidade.Galope em suspenso flexvel69

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Podem grupar-se da seguinte forma: Comestribosmaiscurtosdaposionormal; Elevaosobreosestribos,aopasso,troteegalope; Semestribos,comaspernasmantidasnamesmaposiodeestriboscurtos,pontadoplevantada,calcanhar para baixo e forte fixao da barriga das pernas no ventre do cavalo.

ExercciosdasarticulaesAnlogos ou j vistos no manequim em cavalos parados: Flexeserotaesdacabea; Flexesdotronco(abrirefecharongulocoxofemoral); Flexeseextensesdaspernas(jogodojoelho); Flexeseextensesdop(jogodotornozelo); Flexeseextensesdosbraos; Rotaesdosbraos; Jogodasmosnosentidobasculantedocavalo.

ExercciosdeligaesaomovimentoTm como finalidade obter, na posio desportiva, a ligao do cavaleiro, em equilbrio, com o movimento do cavalo e, por conseqncia, a coordenao do jogo das articulaesessenciaiselasticidadedestaposiocoma velocidade e a reao originada pelo salto.

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Galopeepequenossaltos Posio de assento leve, inclinao mdia do corpo para o galope de trabalho e pequenos saltos; Maior inclinao do corpo para galope alongado.

Saltodeobstculos Posiodesportivadeassentolivre,maiorinclinaodocorpocomoaumentodavelocidadeounossaltos maiores; Inclinandolevementeocorpoquandoogalopenormalouosaltomaissuave.

Assim, os exerccios a aplicar podem ser os seguintes: Alongarogalopeeinclinarmaisocorpo; Encurtarogalopeeinclinarmenosocorpo; Saltarcavaletesepequenosobstculoscomocorpolevementeinclinadonaposiodeassentolivre; Saltarobstculosmaisaltoselargoscomocorpomaisinclinadonaposiodeassentolivre.71

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CavaletesPosio desportiva, inclinao do corpo mdia e apoio nos estribos e joelhos.

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Captulo 7

ConduodocavaloPasso,trote,galopeerecuarInicialmente o cavalo deve ser conduzido de forma natural, utilizando-se somente as rdeas simples diretas, diretas de abertura e contrria de apoio, em retas ou voltas, de modo aos posteriores passarem pela mesma pista que os anteriores passaram.

Rdeas diretas

Rdea direta de abertura

Rdea contrria de apoio73

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Para iniciar os exerccios de conduo o cavaleiro dever primeiramente colocar o cavalo na mo, ou seja, unir o cavalo de trs para frente, de tal modo que, tanto parado como em movimento, se estabelea entre a boca do cavalo, a mo e a perna do cavaleiro um contato absolutamente seguro, ainda que elstico e suave. Para colocar o cavalo na mo, o cavaleiro deve: Pararocavaloapsefetuarmeiaparadaemassentoclssico; Efetuarfortetensonoassentodetrsparafrenteemassentoprofundo; Pressionarambasaspernascomsuavesbatidas,impulsionandoocavalocontraasmos; Manterasmosfirmes,aindaqueelsticas,abrindoefechandoosdedoseflexionandooscotovelosatuandocomoumamolaconectadabocadocavalo.

Resultado: O cavalo adiantar seus posteriores, aproximando-os do centro de gravidade, elevar seu pescoo e mastigar a embocadura. O peso do cavaleiro ser distribudo igualmente sobre os quatro membros. Impulsionando com as duas pernas, segurando as rdeas igualmente com as unhas dos polegares para cima e cedendo com abertura dos dedos, o cavalo iniciar o passo, trote ou galope.

Cavalo colocado linha pontilhada Posteriores avanam para o centro de gravidade (C. G.) do cavalo A< B74

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Cavalo colocado partindo ao passo

RdeasdiretasAesdocavaleiroRdeas de comprimento igual fixadas entre o polegar e o indicador com as unhas do polegar viradas para cima e acionadas pelos demais dedos que, abrindo e fechando-se, agem como molas mantendo um contato seguro, elstico e suave com a boca do cavalo. Pernasaplicadasnaposionormaljuntocilhaagindoporpresso e batidas para gerar e manter a impulso. Assento na posio clssica de assento total.

EfeitossobreocavaloOcavaloficadireitodacabeacauda; Engajaosposterioresparafrente; Levantaopescoocomofocinhoparafrente. Resultado: O cavalo parte em frente ao passo, trote ou galope. Para parar, o cavaleiro sentado na posio clssica de assento total deve colocar o corpo levemente para trs, mantendo as mos firmes com os dedos fechados, ou ainda se necessrio, levantar as mos, sem jamais puxar as rdeas para trs.75

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RdeadiretadeaberturaARdeaativa-determinante Palma da mo para cima com os dedos cerrados RRdeareguladora Polegar para cima abrindo e fechando os dedos IPernasdeimpulso

A

R

Aesdocavaleiro Amodireitadesloca-separaadireitaeparafrente,comobrao estendidoeapalmadamovoltadaparacima; Amoesquerdareguladora,inicialmentecede,depoisregula; Aspernassoaplicadasnaposionormaleagemporpressoe batidaslimitando-seageraremanteraimpulso; Oassentolevadoligeiramenteparaadireita.

EfeitossobreocavaloAcabeaviralevementeparaadireita; Afaceviralevementeparaadireita; Opescooencurvaparaadireita; Agarupanosofrenenhumefeito. Resultado: A rdea direita de abertura leva o peso do pescoo para a espdua direita sem fazer oposio sancas,queseguemadireotomadapelasprimeiras.Ocavaloviradireita,avanando;osposteriores seguem as marcas dos anteriores.

Depois de o cavalo estar bem acostumado com a rdea de abertura, uma simples flexo da munheca far o mesmo efeito

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passo trote galope

No canto do picadeiro a volta deve ser feita em um quarto de circulo com raio mdio de 4 metros

RdeacontrriaoudeapoioMilitaroudepolo AesdocavaleiroA mo esquerda age para a direita e para frente da cernelha sobre o pescoodocavalo,comapalmadamovoltadaparacima; Amodireitareguladora; Aspernasagemigualmentenaposionormalporpressoebati das,gerandoaimpulso; Oassentolevadoparaadireita.

EfeitossobreocavaloAcabeaviraparaesquerdaeanuca,levementeparaadireita; Afaceviraparaesquerda,paratrseparabaixo; Opescooencurvalevementeparaaesquerda;77

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Aespduadireitaficalevementesobrecarregada; Agarupanosofrenenhumefeito. Resultado: A rdea esquerda contrria faz inclinar a nuca para a direita e coloca o peso do pescoo sobre a espduadireita,semfazeroposiosancas.Ocavaloviradireitaavanando;osposterioresseguemamarca dos anteriores.

ObservaesMudanasdedireoPara mudar de direo por meio da rdea direta de abertura, o cavaleiro atua deslocando a mo para diante e para o lado desejado, cerrando os dedos com a palma da mo para cima e mantendo o movimento para diante por meio da ao das pernas. Para evitar que o cotovelo se afaste do corpo e permitir que o cavaleiro exera uma ao de trao de diante para trs, conveniente acentuar a posio da mo com as unhas para cima, durante as aes da rdea de abertura. As aes devem ser descontnuas para evitar que o cavalo resista. Se,indicaodardeadeabertura,ocavalonoviraparaoladodesejado,noaumentandoaaodamo que ele ir obedecer, mas sim aumentando a ao impulsiva das pernas. Seocavaloencurvademasiadamenteopescoosemdeslocaroante-mo,ardeaopostareguladora que dever resistir para impedir o excesso de encurvao, se bem que de incio o cavaleiro deve ceder o suficiente para determinar a mudana de direo. A utilizao das duas rdeas como ativa e reguladora absolutamente necessria. A rdea de fora (contrria) limita a ao da rdea direta. No caso da rdea direta, a rdea de fora limita igualmente, sempre seguindo o movimento para frente produzido pelo assento e pernas. Para mudana de direo para a esquerda, por exemplo, por meio da rdea contrria, o cavaleiro desloca a mo direita para a esquerda, de trs para diante na frente da cernelha por aes descontinuas, depois de ter colocado o focinho do cavalo na direita. Atuando com as pernas para manter o movimento para diante o cavalo vira para a esquerda. Sendo o emprego da rdea contrria mais difcil do que o da rdea direta de abertura conveniente, de inicio, aproveitar os cantos do picadeiro para melhor aprender a maneira de aplic-la. A rdea da mo esquerda reguladora que dever resistir para evitar o excesso de encurvao do pescoo do cavalo, ou ceder para acompanhar o movimento do pescoo. Essa rdea tambm se chama de apoio, porque atua na direo oposta do movimento do cavalo, apoiando-se sobre o seu pescoo, sem jamais cruz-lo. Embora muito usada para aqueles que tm necessidade de montar com uma das mos livres, como os militares, jogadores de polo ou vaqueiros, essa rdea provoca certa resistncia por parte do cavalo e interfere negativamente na sua impulso, devendo ento o cavaleiro usar a ao das pernas para aplic-la. De acordo como a mo atua, resiste e cede o cavaleiro considerado de mo dura ou de boa mo. Como o cavalo se serve do pescoo como balanceiro, necessrio dar-lhe liberdade suficiente para utiliz-lo, acompanhando com as mos, flexo dos cotolevos e abertura dos dedos, os movimentos basculantes do cavalo. Mantendo com a boca do cavalo uma sustentao elstica, flexvel e constante, jamais puxando as rdeas para trs, pois78

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elas esto em contato com a lngua comissura dos lbios e gengivas (barras) do cavalo. Puxando as rdeas para trs, pelo princpio de ao e reao, o cavalo puxar em sentido inverso, para frente, svezesfugindoaocontroledocavaleiroedisparando. A fora do cavaleiro jamais vence a do cavalo. Atravs do correto uso das ajudas obtm-se uma boa qualidade de resposta do animal. Quando o cavaleiro fecha os dedos e eleva as mos o cavalo deve diminuir a andadura sem elevar a cabea. Se essa ao de mo se intensificar o cavalo dever parar.

Andaduras1 - PassoO passo uma andadura marchada, na qual os membros do cavalo se apoiam, um aps o outro, em quatro tempos bem marcados e sem intervalo de suspenso.Para evitar de encurtar as rdeas, levantar as mos

Impulso com posterior direito

Apoio com posterior e anterior direito

Apoio posterior esquerdo anterior direito

Apoio com posterior esquerdo e anterior esquerdo

AjudasparainiciaropassoPartindo da posio clssica, atua-se simultaneamente fazendo presso com ambas as pernas atrs da cilha e impulsionando o assento sob forma de presso contra a sela de trs para frente, cedendo com as mos, abrindo os dedos a fim de manter um contato suave e elstico com o bocado.79

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AjudasduranteopassoUtilizam-seaspernaseoassentoalternadamente:quandoamoesquerdadocavalotocaosolo,atua-secom a perna direita e squio direito e, quando a mo direita do cavalo toca o solo, atua-se com a perna esquerda e squio esquerdo. Existemquatrotiposdepasso:

PassodetrabalhoO cavalo alonga o pescoo com as narinas na altura das ancas. Os posteriores ultrapassam um pouco a marca dos anteriores. No passo de trabalho os cavalos fazem 100 m/min ou 6 km/h, com o menor dispndio de energia. a andadura ideal para iniciar qualquer trabalho e para efetuar marchas.

PassoalongadoO cavalo amplia ao mximo suas passadas, alonga e abaixa um pouco seu pescoo, ficando com as narinas abaixo da linha horizontal das ancas. Os posteriores ultrapassam bem a marca dos anteriores. No se deve praticar este passo por muito tempo, pois obriga o cavalo a deslocar seu centro de gravidade para frente, inclinando seu corpo para frente e pesando sobre as mos.

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Passo reunidoO cavalo engaja os posteriores, levanta e arredonda o pescoo, ficando com as narinas acima da linha das ancas. O passo tem mais cadncia, cobrindo menos terreno, pois os posteriores no atingem a marca dos anteriores. o passo no qual o cavalo fica mais na mo do cavaleiro. Sua velocidade inferior do passo de trabalho. Deve ser executado apenas em curtas reprises em cavalos com treinamento adiantado.

Passolivre o passo de repouso realizado com rdeas soltas, pois assim o cavalo alonga e abaixa o pescoo vontade, facilitando o seu movimento. o passo ideal para finalizar os trabalhos, propiciando um relaxamento fsico e mental para os cavalos retornarem aos boxes.

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2-TroteO trote uma andadura a dois tempos, com movimento alternado das diagonais (p e mo oposta), separadas por um tempo de suspenso. No trote, a espdua e a garupa se elevam (ou abaixam) ao mesmo tempo e o pescoo permanece praticamente fixo. Os posteriores devem seguir a mesma pista dos anteriores, mantendo perfeito paralelismo.

Diagonal esquerda

Suspenso

Diagonal direita

Suspenso

AjudasparainiciarotroteParainiciarotroteapartirdopassoasajudassoanlogassqueseaplicamparainiciaropasso.Comao mais intensa das pernas atrs da cilha, atuando da frente para trs e de baixo para cima e o assento para de trs para frenteprximocernelha.Cedendoasmoscomaberturadosdedoseflexodoscotovelos,ocavalosemovimenta livre e ativamente para frente, iniciando o trote. Seguindo com as ajudas o trote ser feito com ritmo, equilbrio e elasticidade. Htrstiposdetrote:

TrotedetrabalhoO cavalo alonga o pescoo, mantendo suave contato com a mo do cavaleiro. O chanfro fica inclinado para frente, adiante da vertical, e as narinas na altura horizontal das ancas. As passadas so de comprimento, altura e tempo de suspenso mdios. O cavalo movimenta-se para frente energicamente, com passadas uniformes e equilibradas. No trote de trabalho os cavalos atingem aproximadamente 200 m/min ou 12 km/h. a andadura que se utiliza para o trabalho dirio.82

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TrotealongadoO cavalo alonga o pescoo sendo a nuca o ponto mais alto, o chanfro inclinado para frente e as narinas abaixo da horizontal das ancas. O trote alongado s deve ser feito em curtas distncias, pois caso contrrio o cavalo perde o engajamento inclinando seu corpo para a frente, pesando sobre as mos do cavaleiro. o trote no qual o cavalo alonga ao mximo as passadas e o tempo de suspenso, mantendo, porm, o ritmo, equilbrio e elasticidade

TrotereunidoO cavalo engaja os posteriores, o pescoo se eleva e arredonda e a fronte fica sempre inclinada para frente, com as narinas acima da horizontal das ancas. As passadas so executadas com grande impulso e elasticidade sendo, porm, mais curtas e mais altas que no trote de trabalho e executadas com grande leveza na embocadura. A verticalidade do chanfro o limite mximo da reunio ramener, pois ultrapassando esse limite, por pouco que seja (com o chanfro do cavalo para trs da vertical), o cavalo estar encapotado, o que muito prejudicial para o dorso e lombo do cavalo. uma andadura para um estgio mais adiantado, que se consegue com meias paradas ao trote, atuando com o assento profundo do cavaleiro de trs para frente, e forte ao das pernas atrs da cilha, mantendo as rdeas tensas.

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Posio do assento no trote1-Posioclssica-assentototalPara manter o cavaleiro sentado na sela, com a mxima firmeza e comodidade, absorvendo todos os movimentos verticais e horizontais do cavalo, o cavaleiro dever:

A flexo da cintura mantem a aderncia do assento amortecendo o movimento ascendente do dorso do cavalo

A extenso da cintura mantm a aderncia do assento no movimento descendente do dorso do cavalo

Manterocorponavertical,cabealevantada,olharparafrente,peitosaliente,espduasparatrs,braos cados naturalmente, cotovelos junto ao corpo, antebraos na mesma direo das rdeas, mantendo um contatoelsticocomabocadocavalo; Manteracinturadescontrada,flexionadanomovimentododorsodocavaloparacimaedistendidano movimento para baixo com rotao do ilaco, jogo da cintura, auxiliando, assim, o assento permanecer sobreasela,deslizandodetrsparafrente; Manterperfeitaadernciadabarrigadaspernas,pressionandooventredocavalodafrenteparatrsede baixoparacima,facilitandooassentodeslizarsobreasela; Flexionarosngulosarticularesdojoelhoetornozelos,mantendooscalcanharesparabaixo,juntocilha, com as pontas dos ps para cima e ligeiramente afastadas do corpo do cavalo e inclinadas para fora, agindo comoamortecedoresbsicosdomovimento; Manteroossoilacodoquadrilnaverticalquepassapelasorelhas,ombrosecalcanhares,linhadeequilbrio. Essa posio de assento utilizada principalmente em concursos de adestramento clssico.

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2 - Posio de assento profundoO cavaleiro gira o assento para trs, ficando o osso ilaco inclinado para trs, forando mais o fundo da sela. Estemovimentodoassento(comoseestivessenumabalana),emadioaodaspernascompressodetrs para frente aumenta a reunio e a impulso do cavalo para a mo do cavaleiro, sendo prprio para os passos de alta escola, passage e piaffer. Esta posio, atuando com o assento atrs, na parte mais dbil do dorso lombo, s deve ser adotada em cavalos treinados, bem musculados e depois de bem aquecidos. Nunca em cavalos novos.

3-PosiodeassentoleveEsta a posio bsica e a mais usada para os exerccios de salto, para doma de cavalos novos ou para montar cavalos sensveis de lombo, os quais geralmente corcoveiam ao serem montados. Nesta posio de assento o cavaleirosenta-semaisfrentedasela,comocorpolevementeinclinadoparafrente,apoiando-sesuavementemaisna frente da sela com o ilaco, que permanece levemente inclinado para frente. Seu peso fica distribudo basicamente em suas coxas, joelhos, pernas e tornozelos at os calcanhares, estes agindo como amortecedores. Os squios do seu assento mantm somente um leve contato com a sela. Esta posio apropriada para a maior parte dos exerccios de salto. Deve ser feita com os estribos dois furos mais curtos do que na posio clssica, de forma a permitir que o cavaleiro passe instantaneamente para a posio de assento total clssica ou para a posio de assento livre desportiva conforme a necessidade.

TroteelevadoPara reduzir ao mnimo as reaes sofridas pelo cavalo na posio clssica, o cavaleiro utiliza o trote elevado em suspenso flexvel, no qual o assento se apoia suavemente na sela a cada duas passadas. O incio deste trote pode realizar-se de duas maneiras: Apartirdotrotesentado,passandoapsalgumaspassadasaotroteelevadoemumadasdiagonais. Apartirdotrotedepsobreosestribos,passandoapsalgumaspassadasaotroteelevadoemumadas diagonais. Nopicadeiro,otroteelevadodeveserfeitonadiagonalexterna,ouseja,ocavaleirodevevoltarselaquando se apoiam a mo externa e o p interno. Seotrotefeitomoesquerdadopicadeiro,ocavaleirodevevoltarselaquandoseapoiamnosoloamo direita e o p esquerdo do cavalo. Seotrotefeitomodireitadopicadeiroocavaleirovoltaselaquandoseapoiamnosoloamoesquerda e o p direito do cavalo. Na pista, o cavaleiro deve mudar de diagonal cada vez que mudar de direo. Nos passeios, deve-se mudar de diagonal pelo menos a cada quilmetro, para aliviar o cavalo.

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Para mudar de diagonal o cavaleiro tem duas opes: Permanecesentadonaselamaisumapassada,iniciandootroteelevadonaoutradiagonal; Permanecedepsobreosestribosmaisumapassada,iniciandootroteelevadonaoutradiagonal. Ocavaleiro,voltandoselanumadiagonal,eleva-senaturalmente,acompanhandoaelevaododorsona distenso da diagonal oposta, mantendo o assento um pouco acima da sela e, aps um tempo de suspenso, voltandosuavementeselanaoutradiagonal.Ocavaleiro,elevandoocorpo,foraoscalcanharesparabaixoe para trs, permanecendo, assim, sobre a linha de equilbrio e com os joelhos flexveis, em contato com a sela, mas sem apertar, funcionando como amortecedores. O apoio da barriga das pernas sobre o ventre do cavalo da frente para trs, leva o assento para frente e permite ao cavaleiro manter o equilbrio. O trote elevado assim realizado, com o cavaleiro deslizando em suspenso flexvel sobre a linha de equilbrio, com os calcanhares e joelhos trabalhando como amortecedores, um trote menos cansativo para o cavalo, aliviando o lombo e os curvilhes do animal.

Trote em suspenso flexvel

Posiesdoassentonotroteelevado1-PosioclssicaDeve ser feita unicamente em suspenso flexvel para proteger o lombo, que a parte mais sensvel do cavalo e onde se encontra o rim.

2-PosioassentolevePartindo da posio clssica, a parte superior do corpo do cavaleiro se encontra ligeiramente inclinada para86

Manual de Equitao da Federao Paulista de Hipismo

frente da vertical e o assento levemente apoiado na sela. O cavaleiro levanta-se um pouco em suspenso flexvel, voltando suavemente ao fundo da sela, auxiliado pela flexo dos joelhos e calcanhares para melhor distribuir seu peso. O equilbrio do cavaleiro mantido pela ao da barriga das pernas.

3-GalopeO galope uma andadura basculante a trs tempos, uma sequncia seguida de um tempo de suspenso.

Posterior esquerdo

Diagonal esquerda

Anterior direito

Suspenso

Ocavalopodeefetuarogalopedireitaouesquerda.

GalopedireitaQuando o anterior e posterior direitos tocam o solo respectivamente na frente do anterior e posterior esquerdos.

Galope direita87

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