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Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formador B-learning Sub-Módulo 1.2 Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo 1 MÓDULO 1 FORMADOR: sistema, contextos e perfil Sub-Módulo 1.2: Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo

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Sub-Módulo 1.2 – Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo

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MÓDULO

1 FORMADOR: sistema, contextos e perfil

Sub-Módulo 1.2:

Aprendizagem, Criatividade e

Empreendedorismo

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O Formador deve Planear, Animar, Avaliar

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INDICE

Sugestões para o Futuro Formador 4 Sub-Módulo 1.2 Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo 5 Princípios da Teoria da Aprendizagem 6 A Aprendizagem 8 Teorias da Aprendizagem 9 A Modelagem 13 Uma Perspetiva Atual 14 Em Formação Profissional 14 Pedagogia,Andragogia, Didática e Psicologia da Aprendizagem 14 Diferenças entre Pedagogia e Andragogia 16 Processos, Etapas e Fatores Psicológicos da Aprendizagem 17 Agentes Facilitadores da Aprendizagem 18 Conceitos, Características e Percursos da Aprendizagem 20 Fatores Cognitivos de Aprendizagem 22 Espírito Empreendedor na Formação 25 Pedagogia Diferenciada e Diferenciação Pedagógica 28 A PNL e a Aprendizagem 32

Os Estados de Aprendizagem 37 As Cinco Etapas de Aprendizagem 40 A Finalidade da Aprendizagem 43 Princípios da Criatividade Pedagógica 44 Conclusão 48 Bibliografia 49

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Seguem-se sugestões para o futuro Formador de Topo

Criar uma relação pedagógica com os formandos, mostrando dignidade e respeito pelos mesmos e, simultaneamente, fazendo-se respeitar através dos conhecimentos que deve transmitir de modo confiante e do controlo que exerce sobre a situação de formação; Estimular a abertura ao diálogo, questionando o grupo, pois tal atitude fomentará a comunicação e a participação e dará aos formandos a oportunidade para exprimirem as suas ideias e opiniões; A comunicação utilizada, desde os termos à dicção deve ser acessível aos formados, que devem compreender o que o formador lhes transmite. O conhecimento da cultura dos formandos ajudará ao êxito desta missão; Estimular a troca de experiências entre os formandos, criando simultaneamente, interesse e motivação através da ênfase no que transmite e à forma como procede; Utilizar as dinâmicas de grupo, de modo a dar seguimento a uma formação dinâmica e centrada nos formandos; Estimular a discussão e orientar a reflexão e a troca de ideias em relação aos objetivos a atingir; Dar atenção a cada individualidade, e ao grupo em geral. A ação do formador visa atingir todo o grupo sem exceção; Desviar perguntas diretas, dando ênfase a perguntas dirigidas ao grupo, permitindo que cada formando possa apresentar a sua opinião. Deverá, em qualquer caso, situar sempre primeiro o problema e só depois incitar o grupo à reflexão; Aplicar o reforço positivo, elogiando as boas respostas e clarificar as situações duvidosas que

surjam, de modo a permitir que os formados descubram por si próprios a verdadeira resposta.

Face a perguntas erradas, tentar aproveitar o conteúdo mais apropriado, de modo a

apresentar a resposta certa.

Sugestões param o Futuro Formador

Liderar um grupo em formação é, acima de tudo, uma arte. Motivar e Promover a ambição de aprendizagem por parte dos participantes.

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Aspetos a ter em conta: Postura corporal; Linguagem: Clareza; Fluidez; Dicção; Rapidez; Tom de voz; Contacto: Visual; Distância física; Empatia; Facilidade de comunicação; Relacionamento; Promoção da participação individual e dinâmica de grupo; Perspicácia; Dinamismo; Atitude face às dúvidas e situações adversas; Feedback; Respeito pelos ritmos de aprendizagem de cada formando; Gestão do tempo; Criatividade e Imaginação; Persuasão; Adaptação a novos contextos.

SUB-MÓDULO: 1.2.

APRENDIZAGEM, CRIATIVIDADE E

EMPREENDEDORISMO

Um Formador de

TOPO não pode

ficar parado!

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Princípios da Teoria da Aprendizagem

A aprendizagem é

um processo que

varia de acordo com

inúmeras variáveis.

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O presente submodelo pretende explorar os fatores mais importantes que influenciam o quotidiano do formador.

A heterogeneidade dos formandos e os diferentes ritmos de aprendizagem exigem ao formador que aprofunde os seus conhecimentos acerca dos fatores que influenciam a obtenção e retenção de conhecimentos no jogo que se estabelece entre formando e formador. O conhecimento acerca das condicionantes que influem neste processo de transferência é indispensável para o formador adequar os conteúdos aos objetivos a que se propõe.

A importância da exploração das teorias e modelos de aprendizagem, bem como da perceção e das suas características vem munir o formador de competências essenciais ao desenvolvimento das suas ações. Nesta intrincada e complexa atividade é necessário não só procurar conhecer os seus formandos bem como facilitar os processos de aprendizagem, conseguir motivar os formandos, criar um contexto formativo que seja encarado como um local de partilha de conhecimento, de confronto de ideias, de crescimento pessoal. O formador atual necessita, além de ser competente e eficaz na transmissão dos conhecimentos, de ser um excelente descodificador de comportamentos e condutor de motivações. Se falhar neste ponto, correrá o risco de não atingir com a excelência que pretende os objetivos formativos a que se propôs. Deste modo explorar-se-ão as grandes teorias da motivação desde Maslow até à Teoria do Reforço.

A avidez de conhecimento e a revitalização/atualização dos mesmos deve ser um

princípio norteador da prática do Formador.

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A aprendizagem é um processo que está presente ao longo de toda a vida. É pela via da aprendizagem que desenvolvemos a capacidade de responder aos estímulos ambientais com que nos deparamos no nosso quotidiano e de nos adaptarmos a novas situações. Podemos entender a aprendizagem como um processo que resulta numa mudança, relativamente estável, no comportamento, baseando-se na experiência (Gerrig, R. J. & Zimbardo, P. G., 2005). Nesta perspetiva a mudança assume um papel central. Isto porque na interação com o meio o indivíduo recebe vários estímulos, através dos sentidos, que propicia a alteração das estruturas cognitivas por forma a produzir novas respostas, isto é, novos comportamentos.

Neste sentido podemos considerar que o Ser Humano traz à nascença, no seu

equipamento genético, a capacidade para aprender, muito embora a aprendizagem

não dependa apenas do indivíduo mas também das circunstâncias ambientais em que

se processa. Assim, e de acordo com esta linha de raciocínio nascemos com um

repertório limitado de comportamentos (reflexos) que se expandem graças à

aprendizagem (Gleitman e Reisberg, 2007).

A Aprendizagem

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A Habituação De todas as formas de aprendizagem a habituação é, talvez, a mais simples.

Consiste na diminuição da frequência e intensidade de uma resposta comportamental a um estímulo que se tornou familiar (Gleitman e Reisberg, 2007). Por exemplo: “Por vezes ouvimos um ruído que nos assusta, mas na segunda vez que ouvimos esse ruído o susto é menor, à terceira vez dificilmente provocará reação; depois disso, o ruído será

completamente ignorado.” Uma das principais vantagens da habituação é diminuir o número de estímulos que provocam uma reação de medo. Esta perspetiva dá enfâse à memória, pois só com o recurso à memória é que poderemos reconhecer como familiar um determinado estímulo. Em suma, esta abordagem embora pareça simples conta certamente como exemplo de aprendizagem e, claramente, baseia-se no que o organismo recorda acerca das suas experiências anteriores.

O Condicionamento Clássico Esta perspetiva teve na sua origem as investigações do psicólogo russo Ivan Pavlov. Este autor foi pioneiro a explicar a forma como nós aprendemos a partir de experiências com cães. Ele descobriu que, de uma forma muito elementar, a aprendizagem processa-se através da associação de estímulos, na qual um estímulo ou evento indica a ocorrência de outro estímulo ou evento (ibidem).

O condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem na qual um comportamento

(resposta condicionada) é gerado por um estímulo (estímulo condicionado) que

adquiriu o seu poder por via de uma associação com um estímulo significativo

(estímulo não-condicionado).

Teorias da Aprendizagem

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IVAN PAVLOV 1849 – 1936

Fisiologista russo, começou por investigar as secreções gástricas.

Foi precisamente durante uma das suas experiências com cães,

na qual estava a coletar saliva, que constatou que o cão salivava

não só quando via o alimento – reflexo inato – mas também a

sinais associados, por exemplo o som da campainha – reflexo

condicionado.

Antes do Condicionamento

Comida Estímulo Não-Condicionado

Comida elicia automaticamente

Salivação Resposta Não-Condicionada

Som Estímulo Neutro

Sem Salivação Sem resposta

Durante o condicionamento

Som Estímulo Condicionado

Seguido de Comida elicia Estímulo Não-Condicionado

Salivação Resposta Não-Condicionada

Após Condicionamento

Som Estímulo Condicionado

Elicia

Salivação Resposta Condicionada

Esquema explicativo com referência à experiência laboratorial realizada pelo autor com um cão

Desta forma, o condicionamento clássico é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se converte em condicionado. Este processo dá-se através da associação entre os dois estímulos (incondicionado e neutro). Para que o condicionamento clássico se produza deve-se sempre apresentar primeiro o Estímulo Neutro e alguns segundos depois o Estímulo Incondicionado (o processo deve repetir-se várias vezes), para que possa haver associação.

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O Condicionamento Operante O condicionamento operante parte do pressuposto de que as consequências do ambiente exercem um efeito sobre o comportamento.

A partir dos trabalhos de Thorndike, Skinner desenvolveu um trabalho de pesquisa

cujo propósito era descobrir, por meio da avaliação sistemática das condições de

estímulo, a forma como várias condições do ambiente afetam a probabilidade de

ocorrência de uma determinada resposta.

Esta perspetiva tem por base o conceito da lei do efeito, desenvolvido por Thorndike, que diz que o poder de um estímulo para evocar uma resposta é maior quando essa resposta é seguida de uma recompensa, e enfraquecido quando não é. Foi no entanto Skinner que desenvolveu o conceito. O condicionamento operante descreve a relação entre o comportamento e as consequências. Uma resposta operante é aquela que se produz sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja, é um comportamento voluntário (ibidem). No entanto, este investigador com o objetivo de controlar a probabilidade de ocorrência de um determinado comportamento decidiu introduzir estímulos contingentes a esses mesmos comportamentos. Estes estímulos quando introduzidos para aumentar a probabilidade de um

comportamento são chamados de reforço, e punição quando o objetivo é diminuir a

probabilidade de ocorrência de um comportamento.

Assim, temos:

Reforço positivo: comportamento seguido da apresentação de um

estímulo agradável, aumentando a probabilidade daquele

comportamento;

Reforço negativo: comportamento seguido da remoção de um

estímulo desagradável, aumentando a probabilidade daquele

comportamento.

Punição positiva: comportamento seguido da apresentação de um

estímulo desagradável, diminuindo a probabilidade daquele

comportamento;

Punição negativa: comportamento seguido da remoção de um

estímulo agradável, diminuindo a probabilidade daquele

comportamento.

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Estímulo Agradável

Estímulo Desagradável

Aumentar

Reforço positivo (1)

Punição positiva (2)

Diminuir

Punição negativa (3)

Reforço negativo (4)

Burrhus Frederic Skinner 1904 - 1990 Autor e psicólogo americano desenvolveu trabalhos pioneiros na área da psicologia experimental e foi o impulsionador do Behaviorismo Radical, abordagem que procura entender o comportamento em função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo. Skinner adotava práticas experimentais derivadas da física e outras ciências. Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem.

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Também conhecida por teoria de Aprendizagem Social, esta perspetiva foi desenvolvida pelo psicólogo Albert Bandura e enfatiza a importância da observação e da modelagem dos comportamentos, atitudes e respostas emocionais dos outros. Bandura parte do pressuposto de que a maior parte do comportamento humano é aprendido pela observação através da modelagem. Pela observação dos outros, uma pessoa forma uma ideia de como novos comportamentos são executados e, em ocasiões posteriores, esta informação codificada serve como um guia para a ação. A teoria da aprendizagem social entende o comportamento humano em termos de interação permanentemente recíproca entre influências cognitivas, comportamentais e ambientais.

Desta forma, como a teoria da aprendizagem social abrange a atenção, a memória e a

motivação, ela abrange as estruturas cognitiva e comportamental.

A Modelagem

Os processos mentais inerentes à aprendizagem pela observação são:

Atenção, relativamente ao que é observado – complexidade, valor funcional, frequência, etc. – e às características do observador – capacidades cognitivas, nível de atenção, etc.;

Retenção, incluindo a codificação simbólica, organização cognitiva e memorização,

Reprodução motora,

Motivação, entendida como a força intrínseca do indivíduo.

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As alterações sociais, económicas e tecnológicas, bem como a crescente globalização conferem novos formatos de aprender e de ensinar. As tecnologias de informação têm substituído cada vez mais o método tradicionalista

do processo de ensino, dando lugar a um processo mais dinâmico, criativo, cativante e

inovador.

Formador = Facilitador da aprendizagem Atualmente a aprendizagem sofreu algumas alterações, tornando-se mais dinâmica,

criativa e interativa, destacando o papel do formando como agente principal e ativo de

toda a aprendizagem.

Após termos abordado os paradigmas explicativos da forma como o Ser Humano aprende, iremos agora destacar o papel do agente facilitador das aprendizagens. Ora, como o nosso contexto de ensino – aprendizagem se enquadra na formação profissional, entendemos o formador como um agente facilitador das aprendizagens ou, por outras palavras, o pedagogo. Pedagogia: é a ciência da educação que tem como objeto de estudo o desenvolvimento e a organização das formas, os procedimentos, os métodos e as técnicas através das quais se transmite o conhecimento científico e cultural acumulado pela humanidade. Andragogia: é um subconjunto da pedagogia, e nessa qualidade tem os mesmos objetivos, apenas com a particularidade de estar direcionada para os aprendizes adultos. Pedagogo: (1) é o profissional da educação que se converte em formador de pessoas,

em diferentes contextos educativos e que utiliza diferentes práticas educativas de

forma crítica, criativa e inovadora; e para isso (2) domina a forma de organização dos

conteúdos de modo a torná-los assimiláveis pelos aprendizes sejam eles crianças,

jovens ou adultos.

Uma Perspetiva Atual

Em Formação Profissional

Pedagogia, Andragogia, Didática e Psicologia da Aprendizagem

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Pedagogia Clássica (Formador Tradicional)

Centra a formação na sua pessoa;

Toma decisões por si;

Faz escutar;

Aplica normas rígidas;

O Plano de Sessão definido é centrado nas suas capacidades e nos seus objetivos de acordo com a temática;

O respeito pela disciplina é muito importante;

Avalia os formandos numa ação isolada;

Não estabelece uma relação pedagógica favorável, utiliza sanções e intimida.

Andragogia (Formador Moderno)

Apresenta-se como o elemento facilitador da aprendizagem;

Promove o saber (ensina a aprender);

Cria responsabilidade;

Aponta as decisões como um fator a dinamizar;

Utiliza técnicas de grupo;

Propõe objetivos e planifica em função do grupo;

Preocupa-se com o processo de aprendizagem;

A avaliação é feita em grupo, junto de todos os elementos do grupo;

Cria estímulos, transmite reforços positivos, favorece a relação pedagógica.

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Pedagogia = Ensinar crianças | Andragogia = Ensinar adultos.

Características da Aprendizagem

Pedagogia

Andragogia

Relação professor/ aluno

Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem.

A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na autogestão da aprendizagem.

Razões da Aprendizagem

Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um currículo padronizado).

As pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária).

Experiência do aluno

O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor.

A experiência é uma rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo.

Orientação da Aprendizagem

Aprendizagem por assunto ou matéria.

Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar à solução.

Um dos fatores que afasta as formas de aprendizagem, andragógica da pedagógica, é a

experiência. O adulto é detentor de várias experiências no seu percurso de vida, sendo

neste sentido que deve ser canalizada e potencializada a aprendizagem.

O Formador deve aproveitar as experiências de cada um dos formandos para desenvolver competências e estimular novas aprendizagens. O formando necessita de saber onde poderá encaixar as novas aprendizagens

recebidas na sua vida, ou seja, que utilidades terão para as suas vivências.

Diferenças entre Pedagogia e Andragogia

1. A Aprendizagem é um processo que está presente ao longo de toda a vida, e que se caracteriza fundamentalmente pela mudança do comportamento em função da experiência.

2. As principais teorias da aprendizagem são a Habituação, o Condicionamento Clássico, Condicionamento Operante e a Modelagem.

3. Existem fatores envolvidos no processo de aprendizagem que, com a sua influência, podem condicionar positiva ou negativamente a aquisição de novos conhecimentos.

4. No contexto de formação profissional o modelo teórico subjacente é a Andragogia.

Este modelo atribui grande relevância à experiência do formando e à sua postura de

pró-atividade na orientação das suas aprendizagens.

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COMO SE PROCESSA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Fatores Intervenientes no Processo de Aprendizagem Para melhor compreensão da complexidade do processo de aprendizagem, apresentam-se de seguida alguns fatores que intervêm e interferem diretamente no processo. São eles:

a) A Perceção; b) A atenção e a concentração; c) A atividade mnésica: Memória; Inteligência; Pensamento; A motivação; d) As Diferenças Individuais: Idade; Estado Emocional; Caraterísticas da Personalidade; Estilos de Aprendizagem; Maturidade; e) O Local de Aprendizagem.

Processos, Etapas e Fatores Psicológicos da Aprendizagem

A explorar

A observar

A reproduzir

A repetir

A recordar

A experimentar

Com o grupo

Com o problema

Com o contexto

Com o formador

Com quem / quê? Como aprendemos?

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MOTIVAÇÃO Quando os formandos, se encontram motivados, ou seja, com

vontade para, é muito mais fácil de interiorizarem a informação e de

aprenderem com muito mais facilidade. O Formador é a peça chave

para motivar e estimular a atenção do grupo de formação

CONHECIMENTO DOS OBJETIVOS Não basta o Formador definir os objetivos de formação para si. É necessário que os objetivos sejam comunicados aos formandos no sentido destes saberem aquilo que lhes será reivindicado no final da formação. REFORÇO POSITIVO A utilização de reforços positivos pelo Formador é também um ponto-chave para o sucesso e desempenho dos formandos, bem como, para incentivá-los a agirem, participarem e darem as suas opiniões. ESTRUTURA A formação deve ser enquadrada segundo uma estrutura lógica que seja de fácil compreensão para o formando, tendo por base sempre um início, introdução e conclusão. O Formador deve apresentar os conteúdos de forma crescente de dificuldade, ou seja, começando pelos conteúdos mais simples para os mais complexos. ATIVIDADE Quanto mais ativo e implicado na formação o formando estiver, mais interessado e entusiasmado se sentirá na aquisição dos conhecimentos. EXPERIÊNCIA Este elemento é sem dúvida um grande facilitador da aprendizagem, no sentido em que o que se pretende é que o formando recorra o mínimo possível à memória, e o máximo às suas experiências comparando-as com temáticas da formação, estabelecendo assim, pontes que resultem em sucesso na aprendizagem. A Aprendizagem deve ser feita em Espiral, daí que surge o nome de Aprendizagem em

Espiral.

Agentes Facilitadores da Aprendizagem

A aprendizagem em espiral consiste em se iniciarem as aprendizagens a partir do

conhecimento, experiência e vivências do formando. O formando relata as suas

experiências e a partir daí o formador inicia a aprendizagem, utilizando analogias e

exemplos práticos.

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CONHECIMENTO DOS RESULTADOS O desempenho do formando permite situá-lo dentro da formação, ao mesmo tempo que funciona como reforço. PROGRESSIVIDADE O avanço gradual dos conteúdos funciona como fator facilitador da aprendizagem uma vez que permite uma abordagem por etapas. REDUNDÂNCIA A redundância, referente à repetição de um ou mais conceitos, facilita a retenção e consolidação de conhecimentos. IMAGEM E DEMONSTRAÇÃO A utilização de um método de estimulação multissensorial ativa várias áreas cerebrais

que permitem ao formando assimilar, reter e acomodar melhor os conhecimentos,

sendo que a utilização de imagens e de demonstrações permitem ativar essas áreas.

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Relativamente ao processo de aprendizagem podemos referir seis caraterísticas que lhe são inerentes: Global: Dado que exige a participação total e global do indivíduo, englobando conhecimentos, valores, capacidades, levando a que todos os aspetos constitutivos da sua personalidade entrem em atividade no ato de aprender. Dinâmico: Não é um processo de absorção passivo, uma vez que a aprendizagem só se consegue através de atividades, sejam elas de natureza física, mental, afetiva, externa ou interna de quem aprende. Daí a importância da incitação da atividade e envolvimento dos formandos na aprendizagem. Contínuo: A aprendizagem é um processo que decorre ao longo de toda a vida. Pessoal: É um processo individual porque varia de pessoa para pessoa e não é transmissível. Por esta razão, frequentemente se diz que “ensinar não implica aprender”, ou seja, a mesma forma de ensinar pode não ser eficaz com dois sujeitos diferentes. A aprendizagem depende assim da pessoa que aprende. Gradativo: É um processo que se realiza através de etapas, inicialmente mais simples, passando depois às etapas mais complexas, em que cada nova situação envolve um número de elementos maior.

Cumulativo: A aprendizagem resulta da atividade anterior. Isto significa que a nossa

capacidade de aprender coisas novas aumenta, se já possuímos alguns conhecimentos

sobre o assunto.

Conceitos, Características e Percursos da Aprendizagem (Individualizada/Em Grupo)

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Quanto mais integrados e ativos os formandos estiverem na formação, mais fácil será a apreensão da informação dada. Pretende-se que o formando não decore, mas sim que saiba relacionar os conteúdos com as suas experiências e vivências. O Formador é detentor da chave de ouro para estimular e cativar o grupo

de formação, fazendo com que o mesmo obtenha sucesso e novas

aprendizagens.

A RETER

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Enquanto a perceção diz respeito à organização dos estímulos atuais, a memória respeita a organização dos pensamentos e acontecimentos do passado. Podemos entender a memória como o registo dos acontecimentos das nossas vidas, e também das informações e competências que compilamos desses acontecimentos. Seria difícil conceber um Ser Humano que não possuísse esta capacidade. Sem memória não haveria imagens do passado, nunca poderíamos falar do antes mas apenas do agora. Não haveria nenhuma possibilidade de adquirir ou aprofundar competências. Estaríamos condenados a viver num presente completamente circunscrito, que nem sequer reconheceríamos como nosso, pois não teríamos memória dos acontecimentos que dão forma à nossa vida. Em suma, não teríamos a possibilidade de nos construirmos enquanto indivíduos,

seríamos organismos sem identidade, pois este sentimento de identidade pessoal

assenta, evidentemente, na continuidade das recordações que ligam o passado ao

futuro.

CURIOSIDADES…. AS MEMÓRIAS SÃO

FEITAS DE CONEXÕES NEURONAIS, E O

NÚMERO DE CONEXÕES POSSÍVEIS ENTRE NEURÓNIOS NO

CÉREBRO HUMANO É QUASE ILIMITADO

Fatores Cognitivos de Aprendizagem

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O PROCESSO DE MEMORIZAÇÃO: CODIFICAÇÃO, ARMAZENAMENTO E RECUPERAÇÃO Comecemos por examinar o que todos os tipos de memória têm em comum. Todo o ato de recordar implica o sucesso em três aspetos do processo de memória. Para recordar é preciso, em primeiro lugar, ter aprendido. Pode parecer óbvio, mas é importante realçar este aspeto pois muitas falhas de memória são na realidade falhas na fase inicial de aquisição. A aquisição traduz a forma como codificamos a informação na memória para que mais tarde essa informação possa ser recordada. Em seguida vem o armazenamento. Para que seja recordada a informação (ou por outras palavras a experiência codificada) necessita de ser armazenada e conservada de forma mais ou menos permanente. O último dos estádios é a recuperação, ou seja, o momento em que o indivíduo tenta lembrar-se de alguma informação que armazenou no passado. Uma das formas de recuperar informação é através da recordação, que diz respeito aos nossos esforços para reproduzir informação a partir da memória em resposta a um determinado estímulo ou pergunta. TIPOS DE MEMÓRIA Depois de analisado o processo de memorização daremos agora ênfase aos tipos de

memória.

A principal diferença entre os tipos de memória que de seguida apresentaremos prende-se com a maior ou menor capacidade de manter codificada a informação recebida até ao momento da sua evocação. Na memória a curto prazo a informação pode ser esquecida, devido a qualquer atividade que

impeça a sua recapitulação, ou transferida para a memória a longo prazo e armazenada para

mais tarde poder ser recordada

FATO As pessoas recordam com mais facilidade uma informação que confirme aquilo em que

acreditam do que outra que ponha em causa conceitos pré-existentes.

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Assim ao nível da memória fala-se de três sistemas principais: Memória a curto prazo: processos de memória associados à preservação de experiências recentes; a memória de curto prazo tem uma capacidade limitada e armazena informações por um curto período de tempo. Memória operativa: capacidade de memória utilizada para desempenhar tarefas como raciocínio e compreensão da linguagem; é utilizada para manter informação pertinente durante a resolução de uma qualquer atividade.

Memória a longo prazo: processos de memória associados à preservação da

informação, por períodos longos, para posterior recuperação.

A RETER

A memória é a faculdade mental responsável pela organização e interiorização da informação percecionada. A memória de curto prazo tem uma capacidade de armazenar informação

limitada, porém a memória a longo prazo tem uma capacidade ilimitada.

Estes dois tipos de memória variam em função do período de tempo

durante o qual a informação é retida.

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Sub-Módulo 1.2 – Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo

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Formar é um processo continuo que acompanha as condições do mundo e sofre as influências sociais, económicas e políticas. Atualmente a educação através de instituições de ensino pretende formar um individuo consciente, critico, autónomo, tais características são resultantes do empreendedor. A escola serve de bússola para navegar no mar do conhecimento onde as oportunidades de aprendizagem são múltiplas. A educação através da escola passa a ser gestora do conhecimento. Acredita-se firmemente que o despertar dos jovens portugueses para atitudes empreendedoras só se dará de forma consistente, contínua e relativamente rápida se for utilizado o sistema educacional como meio de divulgação. É POSSÍVEL ENSINAR ALGUÉM A SER EMPREENDEDOR? A Formação transformou-se num instrumento fundamental para inserir novas formas de adaptação do trabalhador a uma era de revolução tecnológica, na qual os novos conhecimentos diferem daqueles aprendidos nos bancos das escolas que mantêm currículos pouco adequados para a conjuntura atual.

O formador empreendedor é aquele que promove a reflexão e desenvolve o senso

crítico do formando, é capaz de liderar e mobilizar as pessoas. Os pilares da

aprendizagem podem auxiliar na formação do aluno a se tornar um grande

empreendedor.

Aprender a aprender: explorar conhecimento informações gerais.

Aprender a fazer: o saber agir, empreendedor é aquele que sabe fazer.

Aprender a conviver: trabalho em equipa e respeito pela equidade.

Aprender a ser: relacionado com os valores e ética.

Espírito Empreendedor na Formação (CONCEITO, COMPETÊNCIAS E PRINCIPAIS OBSTÁCULOS)

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Os conteúdos conceituais (conceitos) referem-se ao pilar aprender a aprender;

atitudinais (mudança de atitude) aprender a ser e aprender a conviver; e conteúdos

procedimentais (saber o que fazer, e fazer diretamente ligado ao aprender a fazer).

O FORMADOR EMPREENDEDOR: É determinado e focado no objetivo Ultrapassa os obstáculos Aceita riscos calculados É otimista e corajoso É realista e responsável Utiliza os erros e falhanços enquanto ferramentas de aprendizagem Age, não planeando apenas

O FORMADOR ASSEGURA QUE A APRENDIZAGEM É:

Direcionada e dirigida a cada um Focada para as atividades Prática, não teórica Incorpora um trabalho individual, de pares e grupos Dirigida para a obtenção de resultados através de processos definidos Baseada na constante comunicação com os alunos Compreendida pelos alunos, seus pares e formadores Destinada a toda a comunidade

O FORMADOR DEVERÁ GUIAR OS FORMANDOS PARA:

Serem corresponsáveis pelo processo de aprendizagem Definirem metas realistas, procurando depois a sua realização Definirem objetivos e resolverem problemas da vida real Aprenderem com a experiência Aprenderem com os erros Perceberem que o esforço, mais do que o sucesso, é a chave para uma performance

de qualidade O FORMADOR ENVOLVE A COMUNIDADE ATRAVÉS DE:

Identificação de pessoas chave, nomeadamente os líderes do grupo Convidando participantes da Comunidade envolvente para participarem no

programa Assegurar a participação significativa de todos Aceitando e promovendo outputs de fora da turma

Estabelecendo uma parceria com dois sentidos, ou seja, havendo contribuições dos

professores para os alunos e vice-versa

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Sub-Módulo 1.2 – Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo

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A RETER…

O empreendedor na formação, quer mudança e age de forma participativa

e motivadora. Assim a escola reflexiva pode utilizar meios para ajudar na

formação do empreendedor do futuro, através de uma pedagogia de

projetos que aplica os conteúdos (conceituais, atitudinais e

procedimentais) e fortalece os pilares da educação (aprender a aprender,

aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer).

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Pedagogia Diferenciada e Diferenciação Pedagógica:

Conceitos, Tipos e Formas de Diferenciação Entendemos por diferenciação “o conjunto de medidas didáticas que visam adaptar o processo de ensino aprendizagem às diferenças importantes inter e intra-individuais dos alunos, a fim de permitir a cada aluno atingir o seu máximo na realização dos objetivos didáticos” (De Corte (1990). Les Fondements de l’Action Didactique. Bruxelas: De Boek, p. 280

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Diferenciar significa “tornar diferente”, “distinguir”, “diferir”. (Cegalla: 2005, p.309). Em nível de sistema educacional, precisamos ser ousados. O princípio “a cada um, conforme as suas necessidades” leva-nos a refletir que cada educando é diferente do outro, principalmente no que diz respeito ao tempo de aprendizagem, por isso, far-se-ia necessário um tratamento quase que individualizado aos nossos formandos, o que, nos dias de hoje, é quase impossível numa sala de aula. Mas essa individualização não seria simplesmente um fim em si mesmo ou uma consequência aristotélica de causa-e-efeito. Ela seria o resultado de uma atitude audaciosa, arrojada, coerente e ambiciosa da Pedagogia das Diferenças agindo e interferindo no processo ensino-aprendizagem. A individualização proposta aqui não é no sentido de personalizar percursos, mas diversificá-los efetivamente a partir de estratégias coerentes com as situações apresentadas, a fim de trabalhar aquilo que realmente cria obstáculos à progressão dos estudos, avaliando continuamente a práxis para verificar se a estratégia precisa ou não ser revista, se há ou não necessidade de redesenhar o caminho para chegar ao objetivo, desde o princípio almejado; este, não se muda! Inclusive, devemos ter em mente que, quando falamos em modificar possivelmente a nossa estratégia inicial não queremos, todavia, dizer com isso que, ao primeiro obstáculo, precisamos modificar tudo. Não. Precisamos parar, sim, avaliar o que pode ter dado errado. Não se trata de persistir no erro por inércia, mas por acreditar que pode dar certo. Também não podemos iniciar o projeto e parar no meio do caminho, sob o pretexto de que aquele estudante é um caso perdido. Essa ousadia que a Pedagogia Diferenciada remete, leva-nos à tarefa coerente de

pensar certo, de agir certo, de fazer uma reflexão crítica sobre a nossa prática e de

acreditar que, realmente, como educadores, podem fazer a diferença.

Pedagogia Diferenciada

FATO “Se o objetivo é dar a todos a chances de aprender, quaisquer que sejam suas

origens sociais e seus recursos culturais, então, uma pedagogia diferenciada é uma

pedagogia racional. Diferenciar é, pois, lutar para que as desigualdades diante da escola

atenuem-se e, simultaneamente, para que o nível de ensino se eleve”.

Perrenoud

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DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA A formação deve gerir a heterogeneidade e promover a igualdade de oportunidades de sucesso dos alunos. Para conseguir diferenciar, é necessário não se ser indiferente às diferenças e estar atento à especificidade da comunidade escolar. Diferenciar a formação é permitir que cada formando desenvolva as suas capacidades ao seu ritmo, passando pela seleção apropriada de métodos de ensino adequados a cada situação. A diferença é, assim, um dos principais fatores a ter em conta na ação de formação e dos formadores. Deste modo, a entidade formadora deve criar condições para que os formandos tenham tempos, espaços e recursos materiais que melhor permitam as suas aprendizagens; por outro lado, os formadores devem refletir e procurar soluções capazes de responder às situações de desadaptação, às diferenças de comportamento e aos diversos ritmos de aprendizagem no contexto grupo/turma. O formador deverá ainda, com os formandos, estabelecer regras de funcionamento que permitam a existência de um clima de trabalho adequado, de modo a desenvolver um conjunto de atividades diferenciadas. Utilizar uma variedade de estratégias de ensino, adaptando as aulas a alunos individualmente e a pequenos grupos, aumenta o rendimento escolar. A diferenciação pedagógica é um processo integrado de diagnóstico e intervenção que combina várias das práticas anteriormente referidas– os programas de tutoria, a aprendizagem de mestria, a aprendizagem cooperativa e o ensino de estratégias de aprendizagem – num sistema de gestão para adaptar o ensino às necessidades individuais e do pequeno grupo. Referências bibliográficas utilizadas Walberg e Haertel, 1997; Wang, 1992; Wang, Haertel e Walberg, 1998; Wang, Oates e

Whitesthew, 1995; Wang e Zollers, 1990; Waxman e Walberg, 1999

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A RETER…

A diferenciação requer fases de implementação executadas por um formador experiente, incluindo a planificação, a atribuição do tempo, a delegação de tarefas em colaboradores e formandos e o controle de qualidade. Ao contrário da maioria das outras práticas, a diferenciação pedagógica é um programa exaustivo e não um método isolado. A sua focalização no formando de forma individual requer que as

limitações para a aprendizagem sejam primeiro diagnosticadas para

posteriormente se desenvolver um plano que permita resolvê-las.

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Desde que nascemos, aprendemos sem que ninguém nos diga como fazê-lo, e assim, prosseguimos aprendendo e desaprendendo, de maneira consciente e inconsciente. Esta aptidão para a aprendizagem contínua faz com que a maioria das pessoas se habitue a preocupar-se mais com o que aprende do que como o faz. A falta de compreensão que manifestamos sobre a nossa forma de aprender faz-nos cair em, pelo menos dois problemas:

1. Não atentamos no fato de haver muitas áreas da nossa vida em que desenvolvemos resistências à aprendizagem e continuamos a realizar ações ineficazes. Cometemos continuamente os mesmos erros seguindo os mesmos modelos e enfrentando as mesmas dificuldades.

2. Ainda que tenhamos aprendido, deixamos de reconhecer que o

podíamos ter feito melhor.

Compreendendo a importância deste assunto a pergunta que nos surge é: como podemos aprender ainda melhor?

E qual a sua aplicabilidade no contexto formativo?

METAMODELO Segundo Nicolai C. Santos e João L. Cortez (2010)

“Existe um desfasamento entre o que processamos

mentalmente, isto é, entre as nossas cognições e, a

verbalização das mesmas, ou seja a passagem para a

comunicação verbal.”

A PNL e a Aprendizagem

“Parece-me muito apropriado descrever a PNL como um processo educativo. Basicamente, desenvolvemos formas de ensinar as pessoas a utilizar as suas próprias cabeças.” RICHARD BANDLER

Aprender a aprender é uma capacidade que pode mudar as nossas vidas de forma

fundamental. Uma capacidade que afeta toda a nossa maneira de ser: quem

somos, quem temos sido, e quem podemos ser.

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Enquanto falamos encontramo-nos a processar uma informação que pretendemos partilhar com o recetor, de uma forma mais lenta do que ela foi criada. O resultado final é que a mensagem que transmitimos de forma verbal nem sempre corresponde à ideia original formada no nosso cérebro. Esta encontra-se resumida e com algumas partes da ideia original eliminadas. As nossas ideias podem ter sido influenciadas por filtros, generalizações, eliminações e distorções limitando assim a nossa perceção da realidade. O metamodelo surge assim como uma poderosa ferramenta da Programação Neurolinguística que traduz o que o seu interlocutor disse para o que ele realmente pretendia dizer. A partir daí, compreendemos melhor o mapa de outra pessoa. Além disso, como o mapa do comunicador não é o território, proporciona novas perceções que nem ele tinha, criando opções adicionais (in Cortez, J.L. e Santos, N.C., 2010).

O meta modelo foi a primeira ferramenta desenvolvida por Richard Bandler e John

Grinder para a PNL, a partir da modelagem de padrões linguísticos de Fritz Perls e

Virginia Satir.

ÍNDICE REFERENCIAL NÃO ESPECIFICADO É a eliminação ou ausência de referência, do nome, numa frase ou comunicação. Ou seja, as pessoas, lugares ou coisas não estão especificadas na sua estrutura superficial de comunicação. Este tipo de linguagem é muito utilizada pelos políticos ou jornalistas que transmitem ao público informações generalizadas e distorcidas. Existem perguntas estrategicamente colocadas, usadas pelos peritos em comunicação, para explorar os níveis mais profundos da comunicação, com o objetivo de chegar, rapidamente e com precisão, o mais próximo possível da experiência ou linguagem profunda. Ocorre quando o sujeito ou objeto da frase não são especificados.

Através do Meta modelo: Recuperamos Informações, ou seja, obtemos dados eventualmente omitidos na linguagem oral; Compreendemos o que o nosso interlocutor quer dizer, evitando interpretações diferentes do que a mensagem da outra pessoa objetivava transmitir;

Exemplos:

Eles reclamam sempre;

Querem que as pessoas trabalhem mais;

Gostam muito do meu trabalho;

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Pergunta a colocar nestas situações: “Quem ou o quê exatamente (ou especificamente) …? VERBOS NÃO ESPECIFICADOS Desafiar ou questionar os verbos é procurar esclarecer o processo, a ação, pela qual a experiência ou objetivo é comunicado. Uma vez que o sujeito referencial da ação está definido, o segundo passo é esclarecer como a ação se processa. O desafio é: “Como, ou de que maneira, especificamente?”

A resposta a esta pergunta leva à descoberta da experiência profunda, ou seja, da

comunicação oculta por este verbo não especificado. Na comunicação normal, pode-se

pressupor que quase todos os verbos usados são não especificados. Um verbo não

especificado não descreve como o evento ocorre ou a sua forma de ação.

Pergunta a colocar nestas situações: “Como exatamente...?” UNIVERSAIS Neste caso tomamos uma experiência de referência e generalizamos para todas as outras. Esta falha pode levar o ser humano a criar regras para si e para os outros, podendo muitas vezes criar a crença de que todas as experiências posteriores podem ser boas ou más. A generalização acontece quando uma experiência se torna a base para todas as outras impossibilitando a pessoa de encontrar exceções e novas descobertas para si e para o outro. São generalizações do tipo “sempre”, “nunca”, “todo a gente”, “ninguém”,…

Exemplos:

Fiz uma excelente apresentação;

Vou entrar em forma;

Conduzimos a reunião de forma brilhante;

Exemplos:

Tu nunca me levas ao cinema!

Toda a gente quer este carro.

Eu fico sempre com a parte mais pesada do trabalho.

Os homens não são confiáveis.

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OPERADORES MODAIS Um Operador Modal (OM) é um "modo de operação", uma maneira de estar no mundo e relacionar-se com parte dele, ou com todo ele. Um OM é um verbo que modifica outro verbo, portanto é sempre seguido por outro verbo. "Eu preciso trabalhar." "Eu posso ter sucesso". Tendo-se em mente que um verbo descreve sempre uma atividade ou processo, o OM é um verbo que modifica a maneira como uma atividade é feita. O OM estabelece uma orientação geral ou uma direção global antes de sabermos qual é a atividade. Por vezes, a pessoa diz, simplesmente, "Eu não posso" ou "Eu quero", já que o conteúdo é especificado pelo contexto. No entanto, uma vez que as próprias palavras não especificam um conteúdo ou contexto, é muito fácil generalizar a sentença para diversos conteúdos/contextos. O OM modula, de maneira muito significativa, a nossa experiência sobre grande parte (ou o total) daquilo que fazemos.

Exercício: Pense numa atividade neutra simples, e descreva-a numa frase curta, como "olhar pela janela". Depois, diga as frases seguintes e tome consciência da forma como experimenta cada uma delas, notando de que maneira a sua experiência muda em cada uma delas, principalmente para onde vai a sua atenção, e como se sente:

"Eu quero olhar pela janela". "Eu tenho que olhar pela janela". "Eu posso olhar pela janela". "Eu escolho olhar pela janela".

O "modo de operação" da primeira consiste em puxar em direção à atividade, com uma sensação de prazer e antecipação. O "modo de operação" da segunda é de empurrar em direção à atividade, geralmente por trás, e quase sempre com uma sensação de não querer fazer isso. As duas últimas são um pouco diferentes; "posso" simplesmente foca a sua atenção para caminhos alternativos de possibilidade.

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Há três tipos de operadores modais: Os de NECESSIDADE: Apresentam regras do que é necessário ou adequado numa determinada situação.

Exemplos:

“Tenho de trabalhar muito neste projeto.” “Tu não devias acordar tarde todos os dias” “Tu devias pedir a minha opinião antes de tomar qualquer decisão.” “Os homens não devem chorar.” Pergunta a colocar nestas situações: “O que aconteceria se…?” Os de POSSIBILIDADE: Apresentam regras do que é possível e do que não é possível por exemplo: “Eu não posso pedir isso ao meu chefe.” “Tu não podes contar a verdade.” “Não consigo manter-me empregado.” “É impossível estudar e trabalhar ao mesmo tempo.” Pergunta a colocar nestas situações: “O que aconteceria se…?” “O que te impede” “Como seria se…?” Os de COMPARAÇÕES: Comparam uma coisa em relação à outra. Algum elemento da comparação está omisso ou não disponível. “É melhor ficar quieto.” “Coaching é mais eficaz.” “Estou perdido.” “Este processo é mais fácil.” Pergunta a colocar nestas situações: “…em relação a que especificamente?” “Comparado com que?” ou “… em comparação a que?”

É fundamental que o Meta modelo seja feito com rapport para que este atinja os seus objetivos. A nossa conversa tornar-se-ia extremamente monótona se, em todos os momentos, utilizássemos as informações disponíveis. Desta forma, praticamente a todo o momento, (?) é possível utilizar o meta modelo. O meta

modelo deverá se utilizado apenas quando o significado da comunicação estiver

comprometido, ou quando, na sua opinião, houver a possibilidade de limitações significativas

nas opções do comunicador. Aqui deverá questionar-se se realmente necessita de mais

informações.

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Os Estados de Aprendizagem

Longe do que comummente se entende por aprender, a aprendizagem não é um produto exclusivo da capacidade intelectual; a disposição emocional desempenha aqui um papel preponderante. Para aprender temos de estar imersos num estado adequado. Estado é a soma total da experiência humana numa situação determinada. Engloba os processos intelectuais, emocionais e físicos que se produzem nessa situação.

DISPOSIÇÕES EMOCIONAIS DIFICULTADORAS DA APRENDIZAGEM

Há muitas razões pelas quais as pessoas perdem as oportunidades de aprender no momento em que se deparam com algo de novo. Distinguiremos algumas dessas emoções: A. Quando o novo não é visto como novo. Certeza: “Isto já sei”, ou “Isto é o mesmo que

aquilo”. Arrogância: neste estado não estamos disponíveis para aprender, porque dizemos: “Eu sei tudo o que se pode saber acerca disto e não há quem possa ensinar-me.”

B. Quando podemos ver o novo como novo. Falta de Autoconfiança: “Nunca aprenderei isto”, ou “Isto é muito complicado para mim.” Confusão: “Estes novos conhecimentos provocam-me confusão e isso não me agrada”. Ao agir desta maneira, a confusão é algo de negativo. No entanto, os momentos de confusão podem constituir o gérmen da aprendizagem, logo que se aprenda a considerá-los uma oportunidade. Resistência: “Isto é novo para mim, mas não me agrada”.

Os Estados de Aprendizagem

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DISPOSIÇÕES EMOCIONAIS FACILITADORAS DA APRENDIZAGEM Estas são algumas das atitudes emocionais que podem facilitar a aprendizagem: Curiosidade: “Quero saber mais, ou alguma coisa sobre este tema”. Abertura: “Esta é uma oportunidade para eu progredir ou para me enriquecer”. Assombro: aqui podemos ver o novo como uma expansão do que será possível no futuro. É como dizer: “Isto é novo e agrada-me, é maravilhoso”. Para que compreenda a importância da disposição emocional no momento de

aprender, sugerimos-lhe que faça o seguinte exercício.

COMO PODEMOS APRENDER A APRENDER

Para adquirir qualquer capacidade, em qualquer área na nossa vida, há 4 requisitos básicos que, quando cumpridos, nos facilitarão enormemente a aprendizagem:

1. Reconhecer que não sabemos ou que ainda temos muito a aprender.

Assumirmos a nossa ignorância é colocarmo-nos no umbral da aprendizagem.

2. Encontrar alguém com quem possamos aprender, alguém que nos possa

ensinar, e assumir que será o nosso professor numa determinada área. Pode ser que essa pessoa não nos sirva de professor noutras áreas. Podemos ter a mesma atitude perante um livro.

3. Manter uma disposição emocional favorecedora da aprendizagem.

4. Começar com a prática assídua das capacidades que se pretendam adquirir

sem prática não existe aprendizagem porque não se produz uma

modificação neurónica que mude a conduta anterior.

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EXERCÍCIO 2 – COMO FACILITAR QUALQUER APRENDIZAGEM

1. Determinar qual é o tema ou a área de aprendizagem em que queira ter mais conhecimentos. Tome consciência de que ainda não pode aprender mais coisas e pense nos benefícios que obterá com estes novos conhecimentos.

2. Descubra com quem pode adquirir esses conhecimentos: Pode ser uma pessoa

ou um livro.

3. Das três experiências que à pouco recordou e através das quais aprendeu algo, escolha aquela que para si teve um cargo emocional mais agradável. Volte a conjugar-se com essa experiencia “Como se estivesse a vivê-la de novo, como se estivesse a ver com os seus próprios olhos o que via nessa ocasião, escutar o que chegava aos seus ouvidos, dando-se conta do que pensava e revivendo as emoções desse momento.”

4. Quando já estiver em conjunção emocional com ela, imagine-se como se

estivesse a aprender um novo tema, vendo com os seus olhos tudo o que o rodeia, escutando os sons que lhe chegaram aos ouvidos e deixe que a emoção facilitadora envolva esta nova experiência da sua vida. Imagine-se a por em prática os conhecimentos adquiridos e como beneficiará dos novos conhecimentos que derivam da aprendizagem.

5. Abra os olhos e, se possível, dedique-se nesse mesmo momento a estudar e a

praticar esse tema.

Pode utilizar este processo em qualquer momento em que queira motivar-se para

qualquer aprendizagem.

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Estas são as etapas pelas quais passamos durante o processo de aprendizagem: INCOMPETÊNCIA INCONSCIENTE Quando alguém “ Não sabe que não sabe”. Por exemplo, quando saímos de uma comunidade e entramos noutra, geralmente não conhecemos a forma como as pessoas se comportam nessa comunidade. Agimos em função dos nossos anteriores costumes sem que nos demos conta de que há coisas que deveriam fazer-se de maneira diferente. Para os que já integravam a nova comunidade que conhecem as regras do meio, os recém-chegados apresentam-se como incompetentes, porém, estes não são sequer conscientes de que há algumas ações que, segundo os códigos da nova comunidade não se estão a realizar, e outras que se realizam de forma equivoca. Você não sabe que não sabe. INCOMPETÊNCIA CONSCIENTE Quando “reconhecemos que não sabemos”. Aqui, o juízo de que não sabemos, fazemo-los nós próprios, e isto situa-nos no umbral da aprendizagem. Esta é uma etapa difícil, pois descobrimos as limitações produzidas pelos nossos antigos hábitos (físicos, intelectuais e emocionais). Requer muita prática, atenção e perseverança para que não se abandone a aprendizagem. Você sabe que não sabe. COMPETÊNCIA CONSCIENTE Quando “começamos a ser minimamente competentes” no que estamos a aprender. Movemo-nos com grande atenção em cada uma das ações que realizamos. Aprendeu-se algo e compreenderam-se as suas regras, mas estas ainda não são inteiramente dominadas. Você sabe que sabe, mas precisa de se lembrar disto. COMPETÊNCIA INCONSCIENTE É esta a finalidade da aprendizagem, quando todos os padrões, que aprendemos de forma tão conscienciosa, se harmonizam numa tranquila unidade de conduta. Age-se com um baixo grau de reflexão, num fluxo de ações. Apenas as situações inesperadas

As Cinco Etapas de Aprendizagem

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obrigam a interromper esse fluxo. A parte consciente determina o objetivo e deixa que o inconsciente o execute, libertando a sua atenção para outras coisas. Você sabe que sabe e nem se lembra disto.

MAESTRIA A maestria é mais do que a competência inconsciente. Ocorre quando algo que exige grande habilidade é executado de forma que pareça fácil de ser feito. Quem viu o Pele a jogar futebol tem a exata noção disto. É na maestria que se alcança o estado de fluir. Você flui. EXERCÍCIO 3 - COMO FEZ PARA APRENDER? Recorde algo que tenha aprendido em qualquer momento da sua vida. Pode ser algo banal, como andar de bicicleta, ou mais complexo. Como conduzir um carro ou utilizar um computador. Recorde como foi passando sucessivamente pelas etapas da incompetência consciente à competência inconsciente.

1. Descreva a dificuldade que mais lhe custou a superar na segunda etapa.

2. Descreva a parte do processo em que mais precisou de insistir na terceira etapa.

3. Descreva uma situação que, na quarta etapa, lhe tenha feito abandonar a

competência inconsciente, e, talvez, voltar à segunda etapa. Apercebeu-se, pela sua própria experiência de como passou por estas etapas quando aprendeu alguma coisa. Porém, se a aprendizagem se aplica a alguma capacidade que envolva transformação ou desenvolvimento pessoal, essa capacidade, que se transformou em hábito inconsciente, corre o risco de se ter edificado sobre hábitos que talvez não sejam os mais eficazes para a realização da tarefa a que nos propomos. Os nossos filtros (convicções, critérios, valores, etc.) podem ter-nos feito perder alguma informação importante.

Nessa situação, ter-se-á de proceder a um recuo nas etapas de aprendizagem, até à

fase da “desaprendizagem” antes de se reaprender. A única razão para se fazer isto é a

de se construírem novas opções, modelos mais eficazes.

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Ap

ren

der

Incompetência Inconsciente Incompetência consciente Competência Consciente

Competência Inconsciente Maestria

Desap

rend

er Todo aquele que queira estar em constante evolução e desenvolvimento

deve estar disposto a passar por um permanente processo de

aprendizagem, que passa pelo constante movimento de desaprender e

aprender.

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Encerramos o Ciclo da Aprendizagem com o reconhecimento de que agora os formandos serão capazes de fazer o que anteriormente não podiam fazer. Quando tal acontece, sabemos que sabemos, e sabemos que aprendemos. Através da aprendizagem delineamo-nos a nós próprios, chegamos a ser pessoas diferentes. Expandimos a ação que realizamos, transformamos aquilo que somos através de um processo que dá mais consciência e realidade à nossa vida.

Por essa razão:

A Finalidade da Aprendizagem

Aprender a aprender é uma das atividades mais importantes que podemos

realizar na nossa vida.

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A Educação, é um processo que vai além do ensinar, instruir ou treinar; ela é essencialmente um processo de formação que precisa estimular a curiosidade, desenvolver a autonomia crítica e criativa do formando. Assim, o processo educativo é compreendido como um exercício de reflexão da realidade, reflexão esta, fundamentada em conhecimentos adquiridos ao longo da vida, de maneira formal (escola, livros...) e informal (no processo de viver...). A busca do conhecimento reflete-se numa mudança de atitude pois queremos que os formandos façam mais do que simplesmente pensar, é importante que sejam capazes de analisar e apreender o que uma situação apresenta, declara, implica e/ ou sugere. A expressão do potencial criativo é de grande importância, não só para o indivíduo como também para a sociedade, pois é da criatividade que depende o próprio desenvolvimento da humanidade. Porém, a prática pedagógica mostra que o potencial criativo tem sido usualmente inibido e bloqueado. E COMO TEM SIDO ENTENDIDO O CONCEITO DE CRIATIVIDADE? Sabe-se que os conceitos modificam, evoluem através dos tempos, e atualmente a criatividade está sendo o foco da moda sempre presente no discurso neoliberal e da globalização. Percebemos esta realidade ao analisarmos as diretrizes curriculares nacionais para os cursos das diferentes áreas, em qualquer um dos níveis de formação, que focalizam a necessidade da formação do profissional crítico-criativo. Portanto, é fundamental que se analise o significado desta proposta, para não continuarmos somente na retórica e sim partirmos para uma relação pedagógica que se apresente como uma importante ferramenta para a formação deste profissional.

Princípios da Criatividade Pedagógica

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O talento individual relaciona-se com as competências de cada indivíduo para realizar

determinada coisa; contudo esta competência precisa de ser estimulada e uma das

maneiras de fazê-lo é propiciar um espaço de liberdade para procurar o que lhe dá

prazer.

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O processo educativo, tanto em casa como na escola, pode inibir este potencial. Para Gardner, a criatividade não está somente na ideia, no processo ou na habilidade do artista, nem no domínio de uma prática e tampouco no grupo de juízes, mas sim numa interação entre todas essas dimensões. Com este entendimento, ressaltamos que os fatores culturais influenciam o processo criativo, que este processo é dinâmico e resulta em potencial para a mudança, ação ou produto. Todo indivíduo tem a capacidade de ser criativo e cada pessoa tem uma maneira diferente de expressá-la. Portanto, a criatividade não pode ser só definida em termos de novidade, mas também em termos de melhoramentos individual e da sociedade. Foram vários os estudos que constataram, que o estímulo em sala de aula repercute diretamente no processo ensino-aprendizagem. Estes estudos ressaltam a importância da aprendizagem através do estímulo à criatividade, que se processa a partir do interesse do próprio indivíduo e da sua motivação interna, tendo, portanto, efeito mais duradouro. Para que isto aconteça, deve-se estimular a produção do pensamento divergente, ou seja, a busca da solução de problemas através de várias alternativas e possibilidades, estimulando a imaginação. Assim, a criatividade está intimamente relacionada a factores como espontaneidade, entusiasmo e motivação. Entendemos a criatividade, não como um dom ou talento, mas sim como algo que pode ser estimulado ou inibido a partir das relações que o indivíduo estabelece ao longo da vida, e por isso a importância da relação pedagógica.

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VANTAGENS DAS PESSOAS CRIATIVAS São empreendedoras; Curiosas e atualizadas; Agressivas e autossuficientes; Persistentes e perseverantes; Autónomas e corajosas; Sempre bem informadas; Autodisciplinadas em busca de autorrealização e

Auto motivadores e motivantes.

OBSTÁCULOS QUE IMPEDEM A CRIATIVIDADE: Fronteiras, dificuldades imaginárias; Conformismo; Desistência; Preguiça mental; Medo do ridículo e de errar, tudo tem que estar correto; Pouco ou nenhum incentivo por parte da organização; Excesso de lógica; Resistência a quebra de modelos mentais.

A RETER…

Estimular a criatividade é estimular também a flexibilidade, a visão de futuro, a autonomia os trabalhos em

equipa, a liderança, explorar soluções alternativas etc. Num mundo de mudanças, marcado por turbulências e incertezas; tudo isso torna-se fundamental.

Ou seja, devemos criar ou inovar algo que possa ser aproveitado pela sociedade. Em alguns casos, é necessário

mudar o pensamento. Desta forma, não há hora marcada para criar, pois tal prática deve ser constantemente

estimulada e desenvolvida pelas instituições através de uma sistematização e preparação das mesmas para

este novo cenário.

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A atuação do formador está intimamente ligada ao seu contexto, daí que seja necessário proceder a adaptações ou reajustamentos na sua forma de abordar os formandos, de estruturar os conteúdos, e até do planeamento de atividades a executar durante a formação. É necessário encarar o espaço de formação como uma aposta mútua, um espaço de partilha de conhecimento onde todos os intervenientes são coprodutores dos objetivos a alcançar com a formação. Esta relação de interdependência que se cria é importante para a responsabilização conjunta dos resultados formativos, pois se por um lado cabe ao formador um grande papel ao nível do planeamento, animação e avaliação das sessões formativas, ao formando também compete a assunção de uma atitude pro-ativa ao nível das suas intervenções e de verdadeira escuta ativa relativamente aos conceitos a serem transmitidos, de forma a atingir os perfis de competências a que se predispuseram. Este manual procurou apresentar os pontos mais pertinentes relativos ao formador e o

seu contexto, procurando relevar a importância da flexibilidade e da gama de

habilidades necessárias aos formadores para fazerem frente aos desafios que as

mudanças impostas por um mercado em constante mutação, seja ao nível da sua

atuação, seja ao nível da estruturação da formação mediante a sua natureza e, os

objetivos a atingir.

Conclusão

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