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Manual online - SHE Escolas Promotoras de Saúde na Europa 5 Passos para uma escola promotora de saúde

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Manual online - SHE Escolas Promotoras de Saúde na Europa

5 Passos para uma escola promotora de saúde

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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Ficha Técnica Título

Manual online SHE - Escolas Promotoras de Saúde na Europa: 5 passos para uma escola

promotora de saúde

Autores

Erin Safarjan M.P.H.

Goof Buijs M.Sc.

Silvia de Ruiter M.Sc.

Tradução Pedro d’Orey

Adaptação para Portugal

Filomena Pereira – Coordenação - Direção-Geral da Educação (DGE)

Isabel Lopes – DGE

Laurinda Ladeiras- DGE

Rui Matias Lima - DGE

Revisão científica

Teresa Vilaça – Universidade do Minho

Agradecimentos

Os conteúdos do Manual online SHE baseiam-se nos manuais HEPS Tool for Schools: A Guide for School Policy Development on Healthy Eating and Physical Activity e no Manual online Healthy High School (Handleiding Gezonde School Middelbaar Beroepsonderwijs), da Holanda. As secções introdutórias são sobre porque é importante para a escola e o que resulta? As 6 componentes da abordagem da escola como um todo baseiam-se no documento Promoting health in schools: From evidence to action.

Financiado por

Esta publicação surge da subvenção de funcionamento do CBO-FY2013, financiada pela União Europeia, no quadro do Programa para a Saúde. Nem a União Europeia nem qualquer pessoa que trabalhe em sua representação é responsável pelo conteúdo desta publicação.

Data de publicação

Dezembro de 2013 Documento disponível no portal da rede SHE: www.schoolsforhealth.eu/for-schools/ CBO P.O. Box 20064, 3502 LB Utrecht, the Netherlands Email: [email protected]

© CBO, Utrecht, 2013. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem autorização por escrito. Os pedidos para a transferência de imagens ou texto devem ser dirigidos a: [email protected]

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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Índice

1. Introdução ........................................................................................................................................... 5

1.1. Qual a finalidade e o grupo alvo? ................................................................................................. 5

1.2. Como se encontra estruturado? .................................................................................................. 5

1.3. Como pode ser usado? ................................................................................................................. 6

1.4. Qual o conceito de saúde? ........................................................................................................... 7

1.5. O que significa “promoção da saúde na escola”? ........................................................................ 7

1.6. Porque é importante a promoção da saúde na escola? .............................................................. 8

1.7. O que resulta? .............................................................................................................................. 8

1.8. O que é a abordagem da escola como um todo? ......................................................................... 9

2. Fase 1: Como começar ...................................................................................................................... 10

2.1 Assumir o compromisso .............................................................................................................. 10

2.2. Garantir o apoio da direção da escola........................................................................................ 11

2.3. Obter o apoio da comunidade educativa ................................................................................... 12

2.4. Identificar e envolver outros/as parceiros/as ............................................................................ 12

2.5. Identificar os recursos disponíveis ............................................................................................. 13

2.6. Criar um grupo de trabalho ........................................................................................................ 14

2.7. Planificar a comunicação ............................................................................................................ 15

2.8. Planificar a avaliação .................................................................................................................. 15

3. Fase 2: Fazer o diagnóstico ................................................................................................................ 16

3.1. Avaliação inicial .......................................................................................................................... 16

3.2. Definir prioridades ...................................................................................................................... 16

4. Fase 3: Planificar as ações ................................................................................................................. 17

4.1 Planificar as ações ....................................................................................................................... 17

4.2. Objetivos e metas ....................................................................................................................... 18

4.3. Indicadores ................................................................................................................................. 20

4.4. Planificar a comunicação ............................................................................................................ 20

4.5. Planificar a avaliação .................................................................................................................. 22

4.6. Redigir e rever o plano de ação .................................................................................................. 23

5. Fase 4: Implementar as ações ........................................................................................................... 23

5.1. Dar a conhecer o plano de ação ................................................................................................. 23

5.2. O plano como parte das práticas quotidianas ............................................................................ 24

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6. Fase 5: Monitorizar e Avaliar ............................................................................................................. 25

6.1. Monitorização e Avaliação ......................................................................................................... 25

7. Referências ........................................................................................................................................ 26

Apêndice 1. Informação adicional: Introdução ..................................................................................... 28

1.1. As seis componentes da abordagem da escola como um todo ................................................. 28

Apêndice 2. Informação adicional: Fase 1 ............................................................................................. 29

2.1. Questões: Comunicar as vantagens à direção da escola............................................................ 29

2.2. Envolver outros/as parceiros/as ................................................................................................ 29

2.3. Exemplo: Obter apoios locais ..................................................................................................... 30

2.4. O que faz um grupo de trabalho? .............................................................................................. 30

2.5. Questões para identificar potenciais elementos do grupo de trabalho .................................... 31

2.6. Sugestões para criar um grupo de trabalho ............................................................................... 31

2.7. Exemplo: Um grupo de trabalho - Criar e implementar tarefas ................................................ 31

Apêndice 3. Informação adicional: Fase 2 ............................................................................................. 33

3.1. Questões para ajudar no diagnóstico inicial .............................................................................. 33

3.2. Workshop para a definição de prioridades ................................................................................ 33

Apêndice 4. Informação adicional: Fase 3 ............................................................................................. 35

4.1. Aspetos a considerar ao elaborar o plano de ação .................................................................... 35

4.2. Exemplo: Trabalhar o bullying e a violência escolar .................................................................. 35

4.3. Exemplo: Planificar detalhadamente o plano de ação ............................................................... 36

4.4. Questões ao planificar a avaliação ............................................................................................. 36

4.5. Tipos de avaliação: Processo, produtos (output) e resultados .................................................. 37

4.6. Questões para discutir ao elaborar e rever o plano ................................................................... 38

Apêndice 5. Informação adicional: Fase 4 ............................................................................................. 39

5.1. Canais de comunicação do plano de ação final .......................................................................... 39

5.2 Questões a considerar durante a implementação da ação......................................................... 39

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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1. Introdução

1.1. Qual a finalidade e o grupo alvo?

Qual a finalidade do manual?

1. Facultar às escolas o enquadramento do que é uma escola promotora de

saúde;

2. Apoiar as escolas a tornarem-se ou progredirem como escolas promotoras de

saúde.

A quem se destina?

O Manual online SHE - Escolas Promotoras de Saúde na Europa destina-se a diretores/as

de escola, docentes e outros/as profissionais da escola, envolvidos/as no

desenvolvimento de escolas promotoras de saúde (EPS) na educação pré-escolar e nos

ensino básico e secundário. Pode ser usado com o apoio de técnicos/as de saúde ou de

educação dos serviços locais, se estiverem disponíveis.

Embora se destine às escolas, a informação poderá também ser útil para todos/as os/as

decisores/as políticos/as envolvidos/as no desenvolvimento das políticas nacionais das

escolas promotoras de saúde e para outros ambientes académicos.

1.2. Como se encontra estruturado?

O Manual é um guia organizado em cinco fases consecutivas que orienta, passo a passo,

sobre como é que uma escola pode tornar-se uma escola promotora de saúde. Como se

pode observar no Diagrama 1, as fases representam um processo cíclico e contínuo.

Neste Manual encontra uma secção para cada uma das fases. Para cada fase são descritos

os conceitos-chave e as atividades necessárias para ajudar a realizar a implementação

das ações essenciais. A comunicação e a avaliação são duas componentes do processo a

considerar e a planificar em cada uma das fases.

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Diagrama 1.

Fases para uma abordagem da escola como um todo, para se tornar e permanecer uma

escola promotora de saúde

O Manual inclui dois recursos, concebidos para ajudar a implementar as fases 1, 2 e 3:

Instrumento de avaliação rápida - SHE: Pode ser usado na fase 2 para ajudar a

fazer o diagnóstico das políticas e práticas da escola e começar a definir as

prioridades da escola promotora de saúde. O Instrumento de avaliação rápida -

SHE, está disponível online e pode ser descarregado e/ou impresso em

www.schoolsforhealth.eu/for-schools/

Plano de ação para a promoção da saúde na escola - SHE: para ser usado com

o Manual nas fases 1, 2 e 3 do processo. Está desenhado para apoiar no processo

de elaboração do plano de ação da escola promotora de saúde.

Nota: O Manual não inclui sugestões de tópicos de saúde a abordar pela escola

promotora de saúde. A seleção dos tópicos de saúde faz parte do processo. Os conteúdos

da escola promotora de saúde deverão ser decididos pela escola durante a fase 2.

1.3. Como pode ser usado?

Este Manual pode ser usado de diferentes modos, dependendo das necessidades e das

prioridades da comunidade educativa. Destina-se a apoiar o processo de transformação

da escola em escola promotora de saúde. A maioria das escolas poderá ter já realizado

muito trabalho na área da promoção da saúde, integrando as temáticas no currículo ou

1. Como começar

2. Fazer o diagnóstico

3. Planificar as ações

4. Implementar

as ações

5. Monitorizar e avaliar

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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implementando projetos para a promoção da saúde social/emocional. As cinco fases

para tornar-se e manter-se uma escola promotora de saúde podem ser implementadas

sistematicamente, para conceber um plano de ação mais abrangente e o colocar em

prática.

Para as escolas que já são promotoras de saúde, estas fases podem ser usadas para

avaliar e atualizar a planificação e atividades em curso de promoção da saúde na escola,

para introduzir melhorias no futuro.

1.4. Qual o conceito de saúde?

Não existe uma definição única de saúde. No entanto, a saúde pode ser descrita como

“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas como ausência de

doença ou enfermidade”. (1)

O estilo de vida e as condições de vida são dois fatores importantes para a saúde como

um conceito amplo: (2)

• O estilo de vida inclui comportamentos e hábitos de saúde, tais como

alimentação, atividade física, consumo de substâncias e comportamento sexual.

As escolhas do estilo de vida são frequentemente uma opção individual;

• As condições de vida referem-se ao ambiente em que as pessoas vivem e

trabalham bem como à forma como o meio circundante e a sociedade exercem

impacto sobre a vida do indivíduo. As condições de vida podem ser difíceis mas

não impossíveis de alterar e é importante tentar melhorá-las;

• O estilo de vida e as condições de vida estão interligados. Por exemplo, viver

numa zona segura, com locais onde as crianças podem brincar ao ar livre,

aumenta a probabilidade destas poderem ser suficientemente ativas.

A saúde alcança-se através da interação entre as pessoas e o seu meio ambiente. Por

conseguinte, a promoção da saúde inclui tanto o comportamento individual e qualidade

das relações sociais, como o ambiente e as condições de vida. As escolas promotoras de

saúde refletem sobre a forma como estes fatores individuais e ambientais influenciam a

saúde e o bem-estar.

1.5. O que significa “promoção da saúde na escola”?

A promoção da saúde na escola pode ser descrita como “qualquer atividade realizada

para melhorar e/ou proteger a saúde de todo/as na comunidade escolar”. (3)

A promoção da saúde inclui a educação para a saúde, que se trabalha em contexto de

sala de aula. Integra ainda os esforços para criar um ambiente escolar, políticas na escola

e um currículo saudáveis.

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Uma escola promotora de saúde trabalha a escola como um todo (consulte a secção 1.8

deste manual). É mais do que uma escola com atividades promotoras de saúde. Uma

escola promotora de saúde aborda a saúde e o bem-estar de forma sistemática e

integrada e inscreve essa política no projeto educativo. Está orientada para a ação e é

participativa. A comunidade educativa, incluindo alunos/as, pessoal docente e não

docente e pais/mães/encarregados/as de educação tem um papel ativo na tomada de

decisões e nas atividades. Preocupa-se igualmente com o desenvolvimento de

capacidades relacionadas com o desenvolvimento de conhecimentos e competências e

com o compromisso de todos os membros da comunidade educativa para com a

promoção da saúde e do bem-estar.

1.6. Porque é importante a promoção da saúde na escola?

A saúde e a educação estão intimamente relacionadas: (3)

• As crianças saudáveis têm melhor capacidade de aprendizagem e

assiduidade;

• As crianças que frequentam a escola têm mais probabilidade de serem

saudáveis;

• Os/as alunos/as que têm laços positivos com a escola e com adultos de

referência têm menos probabilidade de participarem em comportamentos

de risco e maior probabilidade de conseguirem resultados de

aprendizagem positivos;

• O sucesso educativo está positivamente relacionado com a prosperidade

económica a longo prazo e com benefícios na saúde;

• A promoção da saúde e do bem-estar do pessoal docente e não docente

pode levar à redução do absentismo e a uma maior satisfação laboral;

• Ao promover ativamente a saúde do pessoal docente e não docente e a

dos/as alunos/as, o pessoal docente e não docente potencia o seu papel de

modelo positivo.

Desta forma, a promoção da saúde na escola apoia a consecução dos objetivos

educativos e sociais e influencia a saúde de toda a comunidade educativa.

1.7. O que resulta?

São vários os fatores que contribuem para a eficácia da promoção da saúde na escola.

Estes fatores incluem: (3)

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• Desenvolver e manter o espírito democrático e a participação no seio da

comunidade educativa;

• Garantir que os membros da comunidade educativa, incluindo os/as

alunos/as, pessoal docente e não docente, pais/mães/encarregados/as de

educação evidenciam um sentido de pertença à vida da escola;

• Seguir uma abordagem de promoção de saúde considerando a escola como

um todo em vez da tradicional intervenção esporádica;

• Criar um ambiente social que apoie relações interpessoais abertas e honestas

no seio da comunidade educativa;

• Criar um clima onde há altas expectativas sobre os relacionamentos sociais e

o sucesso educativo dos/as alunos/as;

• Usar diversas estratégias de ensino e de aprendizagem que tenham em conta

os diferentes estilos de aprendizagem, incluindo a disponibilização de

informação através de diferentes canais (p. ex. currículo, políticas/regras,

atividades fora da sala de aula);

• Explorar as questões de saúde no contexto de vida dos/as alunos/as e da

comunidade;

• Ter em mente que os resultados da escola promotora de saúde ocorrem a

médio e longo-prazo (3-4 anos depois de ser tornar uma escola promotora de

saúde) e que a sua efetiva implementação é essencial para o sucesso.

1.8. O que é a abordagem da escola como um todo?

O Manual usa a abordagem da escola como um todo na promoção da saúde. Esta

abordagem focaliza-se na aquisição de resultados educativos e de saúde, através de uma

abordagem sistemática, participativa e orientada para a ação. Baseia-se nas evidências

da investigação e das práticas da escola promotora de saúde. Para mais informações

sobre o que resulta, consulte a secção anterior (1.7) deste manual.

A abordagem da escola como um todo pode ser dividida em seis componentes:

Políticas de saúde na escola

Ambiente físico da escola

Ambiente social da escola

Competências individuais e competência para a ação

Parcerias com a comunidade

Serviços de saúde

Para mais informação sobre as seis componentes, veja o Apêndice 1, 1.1 – As seis

componentes da escola como um todo.

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Ao abordar simultaneamente a saúde e o bem-estar através das seis componentes, estas

reforçam-se mutuamente contribuindo para a eficácia das atividades de promoção da

saúde.

Por exemplo, os comportamentos alimentares saudáveis podem ser promovidos através

de políticas da escola que regulamentem os géneros alimentícios que podem ser

servidos e disponibilizados na escola. O refeitório da escola pode ser concebido como

um ambiente social e fisicamente positivo onde os/as alunos/as e o pessoal docente e

não docente se encontram para almoçar e conviver. Criar um ambiente positivo

diminuirá a tendência em sair da escola para almoçar em locais onde provavelmente as

opções alimentares são menos saudáveis. Para além disso, a alimentação, a avaliação

nutricional e o conhecimento sobre opções saudáveis podem ser ensinados na sala de

aula, em grupo ou individualmente pelo/a enfermeiro/a ou nutricionista da Unidade de

Saúde local ou outros/as profissionais de saúde. O envolvimento dos

pais/mães/encarregados/as de educação, os estabelecimentos de restauração coletiva

locais e outras empresas podem reforçar as iniciativas no ambiente escolar.

Apêndices relevantes:

Apêndice 1. Informação adicional: Introdução

o 1.1. As seis componentes da abordagem da escola como um todo

2. Fase 1: Como começar

2.1 Assumir o compromisso

A decisão sobre tornar-se uma escola promotora de saúde pode surgir de diferentes

motivações e ser iniciada por diferentes atores/atrizes, tanto do interior como de fora

da comunidade escolar. Por exemplo:

Os serviços de saúde locais e nacionais, definiram como objetivo apoiar as escolas

a tornarem-se escolas promotoras de saúde, disponibilizando-se para as

apoiarem a alcançar esse objetivo;

O pessoal docente e não docente reconhece a importância de alguns tópicos de

saúde (p. ex. saúde mental, uso de substâncias, bullying ou excesso de peso) e

decide trabalhá-los através da abordagem da escola promotora de saúde;

Algumas escolas já são promotoras de saúde. A atenção de que são alvo leva a que

outras escolas tomem consciência das vantagens de integrarem a promoção da

saúde na sua comunidade educativa;

A implementação nas escolas da abordagem da escola promotora de saúde deve

fazer parte da política educativa e ser valorizada;

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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Os pais/mães/encarregados/as de educação, alunos/as, têm questionado a

escola sobre tópicos particulares de saúde como por exemplo, saúde mental,

competências para a vida, qualidade da oferta alimentar. A escola quer abordar

estas questões usando a abordagem da escola promotora de saúde;

A escola pretende melhorar e organizar as suas atividades como escola

promotora de saúde.

A motivação é importante para a discussão e decisões a tomar para a escola se tornar

uma escola promotora de saúde. Independentemente da forma como for tomada a

decisão, a escola promotora de saúde deverá incluir as seis componentes da abordagem

da escola como um todo.

2.2. Garantir o apoio da direção da escola

O apoio inicial e a manutenção do compromisso da direção da escola são essenciais para

a escola se tornar e manter uma escola promotora de saúde. Embora os/as profissionais

de saúde e de educação exteriores à escola sejam importantes neste processo, devem ser

os/as diretores/as das escolas a assumir o papel de liderança pela escola promotora de

saúde, em parceria com os membros da comunidade educativa.

Se a decisão para tornar-se uma escola promotora de saúde é proveniente do exterior da

escola, a direção da escola pode ter que ser convencida dos benefícios de tornar-se uma

escola promotora de saúde e expressar o seu compromisso a longo termo.

Um apoio ativo e continuado da direção da escola é importante porque uma escola

promotora de saúde é um processo em evolução, a longo prazo, que implica planificação,

implementação, avaliação e melhoria contínua. *

Poderá ser necessário um ano para estabelecer os apoios e elaborar o plano de

ação da escola promotora de saúde.

Uma vez elaborado o plano, desenvolver as ações de uma forma completa e

sistemática é essencial para o sucesso da escola promotora de saúde.

A maioria dos objetivos será alcançada 3 a 4 anos após o início da abordagem

escola promotora de saúde.

* Consulte neste manual o Diagrama 1 (secção 1.2.) para uma imagem gráfica deste

processo.

Para dar a conhecer as vantagens da abordagem escola promotora de saúde à direção da

escola e obter o seu apoio, será de grande utilidade desenvolver um plano de

comunicação eficaz. Para mais informações sobre a elaboração de um plano de

comunicação veja a fase 3, secção 4.4 - Planificar a comunicação. Veja também a secção

correspondente no Instrumento de avaliação rápida –SHE.

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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Apêndices relevantes:

Apêndice 2. Informação adicional: Fase1

o 2.1. Questões: Comunicar as vantagens à direção da escola

2.3. Obter o apoio da comunidade educativa

O apoio consensual da comunidade educativa é essencial para a eficácia da escola

promotora de saúde. Os elementos da comunidade educativa devem partilhar uma visão

comum sobre o que é a escola promotora de saúde e o que pretende alcançar. O sentido

de pertença e o envolvimento de toda a comunidade educativa no processo de tomada

de decisões facilita a criação de uma projeto comum.

Os/As diretores/as dos agrupamentos de escolas/escola podem desempenhar um papel

importante na motivação dos elementos da comunidade educativa, designadamente,

pessoal docente e não docente.

Sugestões para a construção de consensos no seio da comunidade educativa (2)

1. Organizar uma reunião ou uma assembleia de escola (p. ex., para pessoal docente

e não docente, pais/mães/encarregados/as de educação e alunos/as). O/A

diretor/a do agrupamento de escolas/escola com o apoio de um/a profissional de

saúde envolvem a comunidade educativa no diálogo sobre o que é tornar-se uma

escola promotora de saúde. Deverá ser uma discussão aberta em que os

participantes podem partilhar opiniões e preocupações. É simultaneamente uma

oportunidade para apresentar as vantagens de tornar-se uma escola promotora

de saúde. Para preparação da reunião/assembleia, poderá ser consultada a

secção 4.4. Planificar a comunicação neste Manual e 4.3 do Planificar a

comunicação do Plano de ação - SHE.

2. Visitar uma escola promotora de saúde, levar colegas, alunos/as e pais/mães a

visitarem essa escola, poderá ser uma oportunidade de perceberem as vantagens

da abordagem da escola promotora de saúde e poderá motivá-los/as a apoiar a

decisão de se tornarem uma escola promotora de saúde.

2.4. Identificar e envolver outros/as parceiros/as

Existem outros/as parceiros/as no exterior da escola importantes para o processo de

tornar-se uma escola promotora de saúde. Estes parceiros/as podem ser pessoas

individuais ou coletivas, tal como municípios, unidades de saúde, associações de pais.

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Identificar e envolver estes/as parceiros/as poderá levar a um maior apoio da

comunidade alargada à escola promotora de saúde. O envolvimento e a criação de

parcerias com as unidades de saúde locais, poderá levar a uma escola promotora de

saúde mais eficaz.

Nota: Cada escola tem as suas partes interessadas. Algumas serão comuns à maioria das

escolas e outras serão específicas da escola e das prioridades da comunidade educativa.

Por exemplo, se a escola quer tornar os percursos para a escola mais seguros para ir de

bicicleta ou a caminhar, o município será um parceiro importante.

Apêndices relevantes:

Apêndice 2. Informação adicional: Fase1

o 2.2. Envolver outros/as parceiros/as

o 2.3. Exemplo: Obter apoios locais

2.5. Identificar os recursos disponíveis

Obter apoios para as iniciativas de implementação da escola promotora de saúde

levarão a que o plano da escola e as atividades sejam mais efetivos e eficazes. Ao mesmo

tempo, é igualmente importante arranjar os recursos indispensáveis para levar a cabo as

mudanças que se pretendam efetuar.

Antes de começar a planificação importa analisar-se o que já existe em relação à

promoção da saúde na escola e quais os recursos disponíveis.

Os recursos incluem:

Recursos humanos tal como pessoal docente e não docente,

pais/mães/encarregados/as de educação e especialistas externos já

envolvidos/as nas atividades da escola;

Recursos financeiros que possam ser usados no processo de implementação da

escola promotora de saúde.

Ao fazê-lo poderá concluir que:

Pode planificar e implementar a escola promotora de saúde com recursos

limitados, possuindo já alguns dos que necessita;

Atualmente não possui recursos suficientes. Necessita mobilizar capital humano

e/ou encontrar uma forma de conseguir verbas ou candidatar-se a

financiamento;

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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Poderá encontrar forma de obter recursos financeiros ou humanos adicionais;

As atividades da escola promotora de saúde são desenvolvidas de acordo com os

recursos existentes.

2.6. Criar um grupo de trabalho

O primeiro passo é criar um grupo de trabalho para operacionalização da escola

promotora de saúde. O grupo de trabalho pode ser constituído por representantes da

comunidade educativa e deverá incluir também parceiros externos à escola.

Os membros do grupo de trabalho devem representar a comunidade educativa, ser

respeitados e competentes ou particularmente interessados na promoção da saúde na

escola e estarem motivados para participar.

O grupo de trabalho poderá incluir:

Diretor/a do agrupamento de escolas/escola

Coordenadores/as de escola/Diretores/as de turma

Alunos/as (antigos/atuais)

Pais/mães /encarregados/as de educação

Docentes de diferentes disciplinas

Médico/a, enfermeiro/a, técnico/a da equipa de saúde escolar

Psicólogo/a da escola

Pessoal não docente

Outros/as técnicos/as de saúde / educação

Uma vez criado o grupo de trabalho, é importante designar entre os/as docentes, um/a

coordenador/a. O/A coordenador/a deverá ter características de liderança e horário

disponível para o efeito. Deve ter o apoio de toda a comunidade escolar e ter a

capacidade de promover mudanças na escola.

O documento Plano de ação para a promoção da saúde na escola - SHE pode ser útil para

o estabelecimento do grupo de trabalho da escola promotora de saúde.

Nota: poderá já existir uma equipa que possa funcionar como grupo de trabalho da

escola promotora de saúde.

Apêndices relevantes:

Apêndice 2. Informação adicional: Fase1

o 2.4. O que faz um grupo de trabalho?

o 2.5. Questões para identificar potenciais elementos do grupo de trabalho

o 2.6. Sugestões para criar um grupo de trabalho

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

15

2.7. Planificar a comunicação

A comunicação é uma parte importante em cada fase da operacionalização da escola

promotora de saúde. Comunicar as mensagens certas e usar os canais certos no seio da

comunidade educativa, poderá ajudar a conseguir apoios para a escola. Ajudará a

clarificar os passos importantes no processo e a garantir um sentido de pertença da

comunidade educativa em relação ao processo e aos resultados. É também importante

manter uma boa comunicação com os/as parceiros/as externos/as à comunidade

educativa, por exemplo informá-los/las sobre a escola promotora de saúde, obter o seu

suporte e possivelmente pedir-lhes assistência.

As mensagens e os canais utilizados dependerão do grupo alvo e podem variar de acordo

com a fase em que se encontra o processo. Por exemplo, as mensagens para a

comunidade educativa serão diferentes, consoante se trate de uma fase inicial ou já da

planificação da ação.

Será importante fazer um plano de comunicação desde o início, i.e., no momento em que

se procura o apoio dos elementos da comunidade educativa e dos/as parceiros/as

externos/as. Este plano inclui os objetivos de comunicação, as mensagens que se

desejam passar e dos canais que se querem usar para cada grupo alvo. Assim, o processo

pode ser mais organizado e eficiente.

O pessoal docente e não docente pode ajudar na elaboração do plano de comunicação.

Para mais informações e para o iniciar, veja a secção 4.4. Planificar a comunicação neste

Manual e 4.3 do Plano de ação - SHE.

2.8. Planificar a avaliação

Enquanto se estabelece o grupo de trabalho, é aconselhável começar também a

planificar a avaliação. Poderá parecer cedo, mas uma avaliação bem elaborada requer

uma planificação atempada. Isto fará com que todo o processo corra melhor.

Depois de criado o grupo de trabalho, uma das primeiras tarefas será decidir quem fará

a avaliação. Serão os elementos do grupo de trabalho a coordenar e a realizar a

avaliação? Será preferível convidar um/a avaliador/a externo/a? Por exemplo, o/a

avaliador/a externo/a poderá pertencer, por exemplo, ao departamento de ciências

sociais e humanas ou educação. Para mais informações sobre os passos no processo de

avaliação veja a secção 4.5. Planificar a avaliação neste Manual.

Uma vez identificado o/a avaliador/a ou a equipa de avaliação, será útil começar a

planificar a avaliação, i.e., que atividades se devem realizar, quando e por quem. Os

detalhes do plano de avaliação, tal como o que deverá ser avaliado e qual a metodologia

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a seguir, podem ser decididos posteriormente, depois do diagnóstico e da seleção das

prioridades. A avaliação é parte do plano global de ação.

3. Fase 2: Fazer o diagnóstico

3.1. Avaliação inicial

Nesta fase, avaliar o “estado de saúde da escola” é o ponto de partida central. Isto inclui

identificar as políticas e práticas relacionadas com o atual estado de saúde e bem-estar

da escola para definir as prioridades e necessidades da comunidade educativa. Inclui

também uma avaliação dos fatores pessoais, físicos e organizativos e da forma como

facilitam ou obstaculizam as atividades de promoção da saúde na escola.

Pode ser utilizado o Instrumento de avaliação rápida - SHE para ajudar na avaliação ou

pode definir a sua própria estratégia. O Instrumento de avaliação rápida - SHE consiste

numa série de questões relacionadas com a abordagem da escola como um todo. Discutir

e chegar a um consenso sobre essas questões pode ajudar a identificar as necessidades e

as prioridades da escola. Realizar esta avaliação na escola pode ajudar a identificar o

ponto de partida para o desenvolvimento, monitorização e avaliação da escola

promotora de saúde.

O Instrumento de avaliação rápida - SHE, poderá ser usado a par de outros métodos de

avaliação. Pode servir por exemplo, como ponto de partida para a discussão num

workshop, sobre a definição de prioridades da comunidade educativa.

Nota: O Instrumento de avaliação rápida - SHE pode ser descarregado no portal

www.schoolsforhealth.eu/for-schools/

Apêndices relevantes:

Apêndice 3. Informação adicional: Fase 2

o 3.1. Questões para ajudar no diagnóstico inicial

o 3.2. Workshop para a definição de prioridades

3.2. Definir prioridades

Uma escola promotora de saúde utiliza uma abordagem holística para promover a saúde

e o bem-estar. Ao mesmo tempo, é importante que defina prioridades sobre os tópicos

de saúde que deseja focalizar. Recomenda-se que se concentre em 2 ou 3 temáticas,

introduzindo um tópico por ano, para garantir que a escola é efetivamente capaz de os

concretizar e de lhes dar continuidade.

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O grupo de trabalho pode desempenhar um papel importante na definição de

prioridades em relação aos tópicos de saúde, mas o seu papel específico dependerá da

escola. O grupo de trabalho pode decidir escolher os tópicos de saúde. Por exemplo,

poderá usar o Instrumento de avaliação rápida- SHE para fomentar a discussão,

selecionar prioridades e procurar o feedback de outros membros da comunidade

educativa antes de definir as suas escolhas.

Workshop para definição de prioridades

Como alternativa, o grupo de trabalho pode assumir um papel de supervisão para ajudar

a comunidade educativa a definir as prioridades. Esta abordagem pode assumir a forma

de um workshop para definição de prioridades.

Neste workshop, vários elementos escolhidos na comunidade educativa são divididos em

grupos de pessoal docente e não docente, pais/mães/encarregados/as de educação e

alunos/as que, orientados pelos dinamizadores do workshop, são convidados a definir

prioridades e a escolher as temáticas de saúde a tratar na escola. O grupo de trabalho

deve usar os resultados do workshop para definir a escolha dos tópicos de saúde.

Feedback baseado em questionários

Como alternativa ao workshop, os elementos da comunidade educativa podem

preencher um questionário no qual indicam até que ponto consideram importantes as

diferentes tópicos de saúde. Depois de analisados os resultados, os dois ou três tópicos

mais referidos, são incluídos nas prioridades da escola promotora de saúde.

Nota: Depois de definidas as prioridades, poderá verificar que estas requerem o

envolvimento de uma parceria externa i.e., por exemplo um/a especialista numa

temática de saúde.

Apêndices relevantes:

Apêndice 3. Informação adicional: Fase 2

o 3.1. Questões para o ajudar no diagnóstico inicial

o 3.2. Workshop para definição de prioridades

4. Fase 3: Planificar as ações

4.1 Planificar as ações

Depois do diagnóstico e identificadas as necessidades e prioridades da comunidade

educativa, essa informação deve ser usada para elaborar o plano de ação da escola

promotora de saúde.

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Neste passo, os elementos da comunidade educativa trabalham em conjunto para decidir

o futuro da escola promotora de saúde, i. e., no que se querem focalizar, o que

pretendem alcançar, como e qual a calendarização.

Recomendamos a implementação de uma prioridade por ano letivo. Consideremos por

exemplo as prioridades A, B e C. No primeiro ano letivo são implementadas as atividades

relacionadas com a prioridade A. No segundo ano, prosseguem as atividades

relacionadas com a prioridade A e entram em ação as novas atividades relacionadas com

a prioridade B. No terceiro ano letivo, prosseguem as atividades relacionadas com A e B

e entram em ação as atividades relacionadas com a prioridade C. A continuidade das

atividades relacionadas com cada prioridade, deve incluir a verificação regular das

atividades introduzidas e da sua implementação. Ao fasear as prioridades deste modo, o

tempo a disponibilizar para as prioridades anteriormente introduzidas será menor e a

atenção estará mais concentrada na sua manutenção/ aperfeiçoamento.

Desenvolver um plano de ação

O passo seguinte é elaborar um plano de ação concreto. Este ajuda a atingir as metas e

objetivos da escola promotora de saúde e a avaliar o seu sucesso. O plano de ação inclui

uma lista de estratégias e atividades definidas para alcançar as metas e objetivos e a

calendarização da sua implementação. Poderá ser útil elaborar uma listagem dos

materiais necessários e definir o/a responsável pela realização das atividades previstas.

Nota: o plano de ação deverá incluir também uma estratégia de preparação da

comunidade educativa para a implementação do plano da escola promotora de saúde,

oferecendo, por exemplo, formação profissional relacionada com a área.

Antes de implementar o plano de ação, é aconselhável solicitar a colaboração de

especialistas da educação ou técnicos/as de saúde locais para orientarem na formulação

de um plano realista.

Para desenvolver o plano de ação pode utilizar o Plano de ação - SHE.

Apêndices relevantes:

Apêndice 4. Informação adicional: Fase 3

o 4.1. Aspetos a considerar ao elaborar o plano de ação

4.2. Objetivos e metas

A definição de objetivos e metas claros e razoáveis ajudarão a clarificar as finalidades da

escola promotora de saúde ao longo do próximo ano letivo e nos 2 a 5 anos seguintes. Os

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objetivos e as metas também estabelecem a base para a avaliação; são a base para

determinar se a metodologia da escola promotora de saúde foi implementada com

sucesso e se alcançou os resultados pretendidos.

Os objetivos são as melhorias globais desejadas na saúde e no bem-estar e

deverão ser baseados nas prioridades selecionadas.

As metas são os objetivos partidos em atividades mensuráveis e resultados que

se esperam que atinjam os objetivos.

Os objetivos devem ser SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant, Timeframe), i.

e., Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e definidos no Tempo. Os objetivos

SMART ajudam a elaborar o plano de avaliação.

Objetivos do processo e dos resultados

Existem dois tipos de objetivos, os objetivos do processo e os dos resultados.

Os objetivos do processo são atividades que serão implementadas para atingir as metas,

i. e., um número específico de sessões de formação de docentes relacionadas com a

promoção da saúde ou o número de alunos/as que participou no workshop para

definição de prioridades. Os objetivos do processo correspondem à avaliação do

processo.

Os objetivos dos resultados são resultados mensuráveis, versões mais específicas das

metas que determinam se estas foram alcançadas. Por exemplo, um objetivo de

resultados poderá ser uma alteração mensurável nos comportamentos de saúde ou bem-

estar emocional dos alunos/as e de todo o pessoal da escola. Os objetivos dos resultados

correspondem à avaliação dos resultados.

Nota: Verifique o Apêndice 1, 1.1. - As seis componentes da abordagem da escola como um

todo, quando forem definidas as metas e objetivos. O ideal será abordar as prioridades

através de várias destas componentes o que ajudará a garantir que a promoção da saúde

é efetiva e se encontra estruturalmente integrada na escola, assegurando a sua

sustentabilidade. O período de tempo para a realização dos objetivos e níveis de

mudança esperados, deve ser realista e realizado com os/as especialistas de saúde e/ou

educação externos à comunidade educativa que poderão ajudar neste processo.

Apêndices relevantes:

Apêndice 1. Informação adicional: Introdução

o 1.1. As seis componentes da abordagem da escola como um todo

Apêndice 4. Informação adicional: Passo Fase 3

o 4.2. Exemplo: Trabalhar o bullying e a violência escolar

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4.3. Indicadores

Um indicador pode ser comparado a um marco de estrada; “indica se estamos na estrada

certa, quanto se andou e quanto falta ainda para chegar.” (4) Por outras palavras, os

indicadores ajudam a medir os progressos na escola promotora de saúde, o que já se

atingiu e o que falta ainda para alcançar as metas e objetivos inicialmente definidos. Os

indicadores refletem o desenvolvimento do programa/atividade e o processo de

implementação ou os produtos (outputs) /resultados e são utilizados para monitorizar e

avaliar a escola promotora de saúde.

Os indicadores devem ser também SMART , i. e., Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis,

Relevantes e Calendarizados.

Nota: Por vezes as metas poderão servir como indicadores mas noutras ocasiões terão

que ser criados outros indicadores. Isso dependerá da complexidade, especificidade e

mensurabilidade das metas propostas.

4.4. Planificar a comunicação

A comunicação tem um papel importante em todas as fases da implementação da escola

promotora de saúde. Por exemplo, uma boa comunicação é importante para:

obter e manter o apoio dos elementos da escola e da comunidade envolvente

indicar quem é responsável por cada atividade, i. e., pela realização do plano de

ação da escola e pela concretização das atividades de acordo com a

calendarização prevista.

O plano de comunicação pode ser muito útil para uma comunicação eficiente em

diferentes situações.

Passos do plano de comunicação: (5)

1. Estabelecer objetivos de comunicação claros

2. Definir mensagens claras e simples

3. Escolher os melhores meios de comunicação

4. Descrever todas as atividades de comunicação

5. Elaborar um orçamento para as atividades de comunicação

Nota: Os três primeiros passos do plano estão descritos neste Manual; podem anotar as

componentes chave do plano de comunicação no Plano de ação - SHE, secções 4.3.

Planificar a comunicação e 4.5.2. - Tabela: Plano de comunicação da escola promotora de

saúde.

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Estabelecer objetivos de comunicação claros (6)

É importante ter objetivos de comunicação claros como base para a comunicação. Os

objetivos de comunicação definem o que se pretende alcançar com as mensagens de

comunicação:

os objetivos devem estar relacionados com os conhecimentos, atitudes ou

comportamentos do grupo alvo

os objetivos devem, também, ser SMART, i. e., Específicos, Mensuráveis,

Alcançáveis, Relevantes e Calendarizáveis.

Vejamos, por exemplo, um objetivo relacionado com o conhecimento tendo o pessoal

docente e não docente como grupo alvo: todos os elementos do pessoal docente e não

docente estão conscientes dos benefícios da escola tornar-se uma escola promotora de

saúde no final dos três primeiros meses do plano.

Exemplos de possíveis grupos alvo:

Alunos/as

Direção da escola

Pessoal docente e não docente

Pais/mães/encarregados/as de educação

Profissionais de saúde

Serviço local de saúde

Meios de comunicação locais

Dirigentes de estruturas locais

Definir mensagens simples e claras

Depois de ter definido os objetivos de comunicação, é importante criar mensagens claras

e concisas para os grupos alvo. Recomendamos que se disponibilize algum tempo para

criar as mensagens adequadas. Consultar investigação sobre que tipo de mensagens

funcionam melhor, poderá ser útil. Na maioria das situações é preferível usar uma

mensagem positiva. Por exemplo, poderá dizer que ‘alunos/as serão mais saudáveis’ ou

que ‘alunos/as ficarão doentes com menor frequência’.

Algumas sugestões para a criação de mensagens eficazes:

Considerar qual será a mais apropriada para os objetivos e grupo alvo, uma

mensagem positiva ou negativa;

Considerar a eficácia do uso do humor em alternativa ao envio de uma mensagem

séria;

Conceber mensagens SMART;

Relacionar as mensagens com conhecimentos, atitudes ou comportamentos;

Pensar sobre como é que as mensagens podem ajudar na implementação da

escola promotora de saúde.

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Escolher os melhores meios de comunicação

Um meio de comunicação adequado é tão importante como a própria mensagem. Ao

escolher os meios de comunicação será útil questionar se estes ajudam a alcançar o

objetivo da comunicação. Deve também considerar-se a sua adequação ao grupo alvo

específico. Se os pais/mães/encarregados/as de educação não usam a internet ou as

redes sociais, os meios de comunicação online e as redes sociais não são adequados para

divulgar as mensagens de comunicação a este grupo.

Alguns exemplos de meios de comunicação são:

Brochuras, folhetos ou posters

Jornais da escola

Portal da escola na internet

Reuniões informativas (i.e., assembleia de escola ou reuniões com docentes e

pais/mães/encarregados/as de educação)

Nota de imprensa

Redes sociais (Twitter, Facebook, Hyves)

4.5. Planificar a avaliação

A avaliação da escola promotora de saúde deve ser planificada como parte do plano de

ação. Depois de definidas as prioridades, objetivos e metas haverá uma ideia melhor

sobre o que se pretende avaliar e quando.

Passos no processo de avaliação (5)

Existem vários passos para planificar e realizar uma avaliação, que são os seguintes:

1. Na fase 1 (implementação da abordagem de escola promotora de saúde):

Começar a planificar o programa de avaliação.

2. Na fase 1: Decidir quem vai dirigir a avaliação (i.e., elementos do grupo de

trabalho ou um/a avaliador/a externo/a ao grupo).

3. Nas fases 2-3: Elaborar um plano de avaliação incluindo os detalhes do desenho

da avaliação, a calendarização, os recursos necessários e a atribuição de tarefas.

4. Na fase 3: Escolher um método de avaliação adequado, tal como, entrevistas,

observações ou questionários. A adequação do método de avaliação depende de

vários fatores, i. e., o tempo e os recursos disponíveis bem como do que se está a

aferir.

Nota: Os resultados da avaliação inicial da escola servem também como ponto de

partida da avaliação da escola promotora de saúde.

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5. Na fase 5: Realizar a avaliação.

6. Na fase 5: Utilizar os resultados da avaliação para introduzir ajustes na

metodologia de intervenção da escola.

Pode preencher o plano de avaliação no Plano de ação - SHE.

Apêndices relevantes:

Apêndice 4. Informação adicional: Fase 3

o 4.4. Questões ao planificar a avaliação

o 4.5. Tipos de avaliação: Processo, produtos (output) e resultados

4.6. Redigir e rever o plano de ação

O grupo de trabalho é responsável por elaborar o plano de ação para a implementação

da escola promotora de saúde mas aconselha-se a manter a comunidade educativa

informada, de forma simples e clara, sobre os progressos. Será importante conseguir

algum feedback dos diversos elementos da comunidade educativa antes de dar por

concluída a elaboração do plano de ação. Garante desta forma o sentido de pertença e o

compromisso para com o plano e a sua prossecução. Poderá facilitar o feedback a

aplicação de questionários adaptados aos diferentes destinatários (i.e., alunos/as,

pessoal docente/não docente, pais/mães/encarregados/as de educação).

Nota: vai demorar algum tempo até conseguir obter o feedback e aplicá-lo. Este tempo

deve ser tido em conta no plano de ação.

Após feedback sobre o plano preliminar, o grupo de trabalho deve discuti-lo e introduzir

as alterações necessárias.

Apêndices relevantes:

Apêndice 4. Informação adicional: Fase 3

o 4.6. Questões para discutir ao elaborar e rever o plano

5. Fase 4: Implementar as ações

5.1. Dar a conhecer o plano de ação

Tornar-se uma escola promotora de saúde é um processo colaborativo partilhado por

toda a comunidade educativa. Por isso, divulgar e celebrar o plano de ação final faz parte

desse processo e oferece a todos/as os/as envolvidos a possibilidade de apreciar o fruto

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do seu trabalho. É uma oportunidade para informar e conquistar futuros apoios entre

os/as intervenientes externos/as.

Decidir como, e a quem divulgar o plano de ação final, deve fazer parte do plano de

comunicação.

As secções Planificar a comunicação do Plano de ação - SHE e deste Manual poderão ser

úteis para decidir a estratégia de comunicação a adotar.

Apêndices relevantes:

Apêndice 5. Informação adicional: Passo 4

o 5.1. Canais de comunicação do plano de ação final

5.2. O plano como parte das práticas quotidianas

Para atingir os objetivos e as metas da escola promotora de saúde, o plano deverá fazer

parte da vida quotidiana dos elementos da comunidade educativa. Para o colocar em

prática, deverão ser cumpridas as estratégias definidas no plano de ação. Do mesmo

modo, as atividades relativas a cada objetivo, deverão ser organizadas, delegadas e

dotadas de recursos suficientes.

Nesta fase do processo, poderá ser solicitado o apoio adicional dos

pais/mães/encarregados/as de educação, alunos/as e das parcerias locais ou

intervenientes externos à comunidade educativa.

Sugestões para a ação

É aconselhável criar marcos de referência (2). Estes marcos permitem avaliar o

processo de implementação e efetuar ajustes em conformidade.

Nesta fase do processo, é vital haver uma efetiva coordenação e comunicação.

Isso garante que os desafios são identificados e resolvidos, as ações necessárias

são realizadas atempadamente e assim o sucesso pode ser celebrado. É, por isso,

importante garantir algum tempo para a partilha de experiências, desafios e

progressos.

A partilha com toda a comunidade educativa, dos exemplos de boas práticas na

implementação da escola promotora de saúde, assegurará também o correto

entendimento da perspetiva, do processo e dos resultados; poderá estimular o

interesse pelo que já se conseguiu e gerar um debate que conduza à inserção de

aperfeiçoamentos no plano desenhado.

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Apêndices relevantes:

Apêndice 5. Informação adicional: Fase 4

o 5.2. Questões a considerar na implementação da ação

6. Fase 5: Monitorizar e Avaliar

6.1. Monitorização e Avaliação

A monitorização e a avaliação oferecem informação essencial sobre as atividades e o

plano de ação da escola promotora de saúde, incluindo:

O progresso das atividades a decorrer;

Os desafios e os sucessos da aplicação do plano;

O desempenho da escola em relação aos objetivos e às metas traçados;

A adequação da escola promotora de saúde à comunidade educativa, ao longo do

processo.

As prioridades, necessidades e resultados pretendidos na comunidade educativa, podem

sofrer alterações. Assim, a planificação, adaptação e concretização do plano de ação é um

processo contínuo. Requer uma monitorização, revisão e avaliação recorrentes, pelo

menos a cada 3 – 4 anos.

Nota: A ideia de ser avaliado pode ser entendida de forma negativa pelo pessoal docente

e não docente e por outros elementos da comunidade educativa. Poderão sentir que

estão a ser julgados. É importante comunicar os benefícios da monitorização e da

avaliação como uma experiência de aprendizagem e uma oportunidade de

aperfeiçoamento.

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7. Referências

1. Preâmbulo à Constituição da Organização Mundial de Saúde, como adotada pela

Conferência Internacional de Saúde, Nova Iorque, 19 de Junho – 22 de Julho de

1946; assinada a 22 de Julho de 1946 pelos representantes de 61 Estados

(Registos Oficiais da Organização Mundial de Saúde, n. 2, p. 100) e com entrada

em vigor a 7 de Abril de 1948. A definição não foi emendada desde 1948.

2. Simovska, V., Dadaczynski, K., Viia, N.G., Tjomsland, H.E., Bowker, S.,

Woynarowska, B., de Ruiter, S., Buijs, G. (2010). HEPS Tool for Schools: A Guide

for School Policy Development on Healthy Eating and Physical Activity. Woerden,

NIGZ.

3. St Leger, L., Young, I., Blanchard, C., Perry, M. (2010) Promoting Health in Schools:

from Evidence to Action. An International Union for Health Promotion and

Education (IUHPE) publication http://www.iuhpe.org/index.html

4. Barnekow, V., Buijs, G., Clift, S., Jensen, B. B., Paulus, P., Rivett, D. & Young, I.

(2006). Health-promoting schools—definition and role of indicators in “Health

Promoting Schools: a resource for developing indicators”(41-60). IPC, WHO

regional Office for Europe, Copenhagen

5. RIVM (2013). Handleiding Gezonde School middelbaar beroepsonderwijs.

http://www.gezondeschool.info/mbo/de-handleiding/

6. RIVM (2013). Handleiding Gezonde School middelbaar beroepsonderwijs,

Communicatieplan. http://www.gezondeschool.info/mbo/dehandleiding/

bijlagen/

7. Bruinen, G. (2009). Effective and efficient health promotion in schools; the

Rotterdam experience. In G. Buijs, Jociute A., Paulus P. & Simovska V. (Ed.) “Better

schools through health: learning from practice. Case studies of practice presented

during the third European Conference on 2 Health Promoting Schools, held in

Vilnius, Lithuania, 15-17 June 2009”(33-35). ISBN 978-9986- 649-33-5

8. Vezzoni, M., Morelli, C., Calaciura, A., Mariani, C., Acerbi, L. Tassi, R., Penati, M.,

Bonaccolto, M., Fantini, Luigi, Sequi, C. & Germani, T. (2009). “My dear Pinocchio”:

The Italian way to the health promoting school. In G. Buijs, Jociute A., Paulus P. &

Simovska V. (Ed.) “Better schools through health: learning from practice. Case

studies of practice presented during the third European Conference on 2 Health

Promoting Schools, held in Vilnius, Lithuania, 15-17 June 2009”(22-24). ISBN

978-9986- 649-33-5

9. Dawson, M., Bessems, K., Buijs, G. (2006) schoolSlag Prioriteitenworkshop

Basisonderwijs. Woerden, NIGZ

10. Sokou, K. (2009). Pupils as health promoters and researchers on understanding,

genuineness and respect. In G. Buijs, Jociute A., Paulus P. & Simovska V. (Ed.)

“Better schools through health: learning from practice. Case studies of practice

presented during the third European Conference on 2 Health Promoting Schools,

held in Vilnius, Lithuania, 15-17 June 2009”(48-50). ISBN 978-9986- 649-33-5

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Manual online SHE- Escolas Promotoras de Saúde na Europa

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11. Lanfranconi, E. (2006). A self-evaluation tool for linking health-promoting

schools with school development in Switzerland. In V. Barnekow, Buijs, G., Clift,

S., Jensen, B. B., Paulus, P., Rivett, D. & Young, I. “Health Promoting Schools: a

resource for developing indicators”(159-168). IPC, WHO regional Office for

Europe, Copenhagen

12. World Health Organization (2008) “School Policy Framework: implementation of

the WHO global strategy on diet, physical activity and health.” ISBN 978 92 4

159686 2

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Apêndice 1. Informação adicional: Introdução

1.1. As seis componentes da abordagem da escola como um todo

A abordagem da escola como um todo para a promoção da saúde pode ser dividida em

seis componentes (3):

As políticas da escola saudável são documentos claramente definidos ou

práticas elaboradas para a promoção da saúde e o do bem-estar. Estas políticas

podem regular a oferta e os consumos alimentares nas escolas ou descrever como

prevenir ou enfrentar o bullying. Estas políticas fazem parte do projeto educativo

da escola.

O ambiente físico da escola inclui os edifícios e os espaços exteriores da escola.

Por exemplo, criar um ambiente físico saudável poderá passar por tornar os

espaços exteriores da escola mais convidativos para o recreio e para a atividade

física.

O ambiente social da escola relaciona-se com a qualidade das relações com e

entre os elementos da comunidade escolar, i. e., entre alunos/as, e o pessoal

docente e não docente. O ambiente social é influenciado pelas relações com os

pais/mães/encarregados/as de educação e com a comunidade em geral.

Competências de saúde individuais e competência para a ação podem ser

desenvolvidas no currículo e noutras atividades que permitam aos/às alunos/as

desenvolver competências e realizar ações relacionadas com a saúde, o bem-estar

e o sucesso educativo.

As ligações à comunidade são as ligações entre a escola e as famílias dos/as

alunos/as e entre a escola e os grupos/indivíduos chave da comunidade

envolvente. A consultoria e a colaboração das partes interessadas da comunidade

apoiará as iniciativas da escola e da comunidade educativa nas suas atividades de

promoção da saúde.

Os serviços de saúde são os serviços locais responsáveis pelos cuidados de

saúde dos/as alunos/as e pela promoção da saúde, através da Saúde Escolar,

incluindo os/as alunos/as com necessidades de saúde especiais. Os/As técnicos

de saúde podem trabalhar com os/as docentes sobre questões específicas, p. ex.,

higiene e educação sexual.

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Apêndice 2. Informação adicional: Fase 1

2.1. Questões: Comunicar as vantagens à direção da escola

Ao preparar a comunicação das vantagens da escola promotora de saúde à direção da

escola, poderá ser útil considerar as seguintes questões e encontrar argumentos para as

refutar ou contornar.

1. O que poderá obstar a que a direção ou o/a diretor/a da escola apoiem a decisão

de implementar a abordagem de escola promotora de saúde? Por exemplo:

a. A escola já se encontra envolvida em programas idênticos, ex., Escola

Segura, Eco-escola, e receiam que a escola promotora de saúde possa

relegar o que já está implementado ou exigir um trabalho adicional*;

b. Limitações de tempo/financiamento;

c. A crença de que a promoção da saúde não é uma prioridade para o meio

escolar;

d. Não estarem convencidos dos benefícios para a escola.

2. Quais são as prioridades do/a diretor/a da escola?

*Se este exemplo se aplica à sua escola, poderá querer consultar a informação seguinte

Escolas com programas ou atividades idênticas

Se a sua escola já se encontra envolvida em programas ou atividades idênticas à escola

promotora de saúde (ex., escola segura ou outras atividades relacionadas com a saúde)

os/as diretores/as dos agrupamentos de escolas/escola poderão sentir-se relutantes em

introduzir “novas” mudanças para integrar a abordagem de escola promotora de saúde.

Poderão sentir que a abordagem escola como um todo vem substituir as atividades

correntes.

A escola promotora de saúde pode oferecer um enquadramento à organização destes

programas ou atividades, ajudando-os a tornarem-se mais efetivos. Poderá constituir

uma mensagem importante, a transmitir à direção da escola.

2.2. Envolver outros/as parceiros/as

Como e quando envolver estes/as parceiros/as no processo de implementação de uma

escola promotora de saúde depende do tipo de parceria e, em última análise, é uma

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decisão da escola. Se a parceria pode ajudar a implementar a abordagem de escola

promotora de saúde, deverá estar idealmente envolvida desde o início e pode ser um

bom elemento do grupo de trabalho. Outras parcerias poderão vir a ser, posteriormente,

envolvidas no processo.

Por exemplo:

Após definidas as prioridades da escola promotora de saúde, a colaboração com

determinadas parcerias poderá ser necessária para a realização das principais

alterações;

Após ter uma versão preliminar do plano de ação, poderá querer contactar as

parcerias externas à escola (p. ex., municípios) para obter o seu apoio e feedback.

Ou, em alternativa, poderá informá-las acerca do plano de ação na fase

Implementar a ação (passo 4).

2.3. Exemplo: Obter apoios locais

É importante conseguir o apoio dos/as decisores/as políticos/as locais. No entanto,

convencê-los/as a apoiar a promoção da saúde nas escolas poderá representar um

desafio, uma vez que, frequentemente, os benefícios apenas são visíveis a longo prazo.

Em Roterdão, uma cidade Holandesa, os/as políticos/as foram persuadidos/as a apoiar

as escolas promotoras de saúde através de uma mensagem de ‘maximização do seu

potencial’. (7) Nesta cidade portuária, com elevados índices de abandono escolar, os/as

políticos/as locais interessados/as no sucesso escolar, tornaram-se embaixadores/as da

abordagem da escola promotora de saúde.

2.4. O que faz um grupo de trabalho?

O papel do grupo de trabalho da escola promotora de saúde é orientar a comunidade

educativa no processo de tornar-se e manter-se uma escola promotora de saúde.

O grupo de trabalho realiza uma avaliação das atuais políticas e práticas da escola

relacionadas com a saúde para determinar as necessidades e as prioridades da

comunidade educativa;

O grupo de trabalho orienta a comunidade educativa ao longo dos passos das

fases de desenvolvimento e continuidade da escola promotora de saúde;

O grupo de trabalho apoia o compromisso continuado da comunidade educativa

em tornar-se e manter-se uma escola promotora de saúde.

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2.5. Questões para identificar potenciais elementos do grupo de trabalho

1. Quem representa ou pertence à comunidade educativa e que

perspetivas/entendimentos pode oferecer às atividades mencionadas no

Apêndice 2, 2.4. O que faz um grupo de trabalho?

2. Existem organizações/indivíduos no exterior da comunidade educativa que

deveriam pertencer ao grupo de trabalho? Pense em competências relevantes

que poderão faltar na comunidade educativa.

3. Que papeis podem desempenhar ou como poderão contribuir para o grupo de

trabalho?

4. Quais os elementos mais relevantes e motivados, tanto dentro como fora da sua

comunidade educativa?

5. Será que estes elementos se podem comprometer com o tempo necessário ao

desempenho da sua função neste momento e, idealmente, durante os próximos

anos?

2.6. Sugestões para criar um grupo de trabalho

Recomendamos que o grupo de trabalho se mantenha pequeno, de preferência entre 5 a

8 elementos. Um grupo maior poderá encontrar mais dificuldades na criação de

consensos e exigir mais recursos humanos. Ao mesmo tempo, é necessário obter a

opinião, o apoio e a ajuda de todos/as os/as representantes dos principais grupos alvo.

É importante envolver ativamente os/as alunos/as no processo de desenvolvimento,

implementação e avaliação da escola promotora de saúde. Os/As alunos/as têm uma

perspetiva importante e oferecer-lhes um papel ativo no processo irá reforçar o seu

sentido de pertença e compromisso para com a adoção e prossecução das novas

políticas e práticas da escola promotora de saúde. A participação ativa dos/as alunos/as

é fundamental para as atividades da escola promotora de saúde.

Após estar estabelecido o grupo de trabalho, é importante confirmar o papel de cada

elemento e o seu compromisso para com esse papel. Para além disso, os elementos

devem acordar a frequência das reuniões e quanto tempo esperam que dure cada

reunião. Consultar as grelhas nas secções 2.1 e 2.2 (Como começar- estabelecer um grupo

de trabalho) do Plano de ação -SHE para realizar estes passos importantes.

2.7. Exemplo: Um grupo de trabalho - Criar e implementar tarefas

Às escolas em Lombardia, região da Itália que concordaram em participar no programa

das escolas promotoras de saúde em My der Pinocchio* foi-lhes pedido três passos:

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1. Obter apoio formal da direção da escola;

2. Fornecer uma descrição dos objetivos de tornar-se uma escola promotora de saúde no

plano educativo da escola e no Website da escola;

3. Formar um grupo de trabalho da escola promotora de saúde com docentes e não

docentes, alunos/as e profissionais de saúde.

O grupo de trabalho foi responsável pelas seguintes tarefas:

1. Definir e investigar o estado de saúde da escola;

2. Escolher as prioridades da escola promotora de saúde com a ajuda da comunidade

educativa;

3. Propor objetivos, metas e ações orientados para as prioridades de saúde;

4. Integrar os tópicos de saúde/ áreas em foco no currículo formal usando métodos de

ensino participativos;

5. Integrar os tópicos de saúde/ áreas em foco nas políticas da escola, ambiente e

serviços de saúde;

6. Participar no processo de capacitação (empowerment) da comunidade educativa e da

comunidade fora da escola e promover a sua participação;

7. Avaliar as atividades e resultados da escola promotora de saúde em colaboração com

um especialista em avaliação da universidade local / ou unidade de saúde.

O grupo de trabalho reuniu-se, pelo menos, uma vez por mês. Na primeira reunião

discutiram o seu plano de comunicação para divulgar à comunidade escolar as

vantagens de tornar-se uma escola promotora de saúde. Tiveram reuniões de

acompanhamento em todas as fases do projeto para se tornarem uma escola promotora

de saúde.

*Este exemplo é baseado em My dear Pinocchio: The Italian way to the health promoting

school, a case study in Better schools through health: Learning from practice. (8)

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Apêndice 3. Informação adicional: Fase 2

3.1. Questões para ajudar no diagnóstico inicial

Antes de utilizar o Instrumento de avaliação rápida - SHE ou outro método de avaliação,

poderá ser útil discutir primeiro as questões seguintes entre o grupo de trabalho. Estas

questões podem ajudar a iniciar a avaliação e a pensar sobre o ponto de partida.

1. Existe uma política da escola centrada na promoção da saúde da comunidade

educativa? Se sim, é geralmente conhecida e utilizada pelo pessoal docente e não

docente/comunidade educativa? Está atualmente em prática?

2. A direção da escola tem algumas prioridades em relação à promoção da saúde e

do bem-estar na escola?

3. Quais são as práticas atuais relacionadas com a promoção da saúde na escola?

Diferem consoante o docente ou o ano letivo? Incluem toda a comunidade

educativa?

4. Quais os fatores de organização que promovem ou impedem as atividades de

promoção da saúde na escola pelos/as alunos/ as e pessoal docente e não

docente? Por exemplo, a crença de que se trata de um trabalho que pertence

apenas aos docentes de Ciências Naturais e não de toda a escola.

5. Que fatores físicos promovem ou prejudicam, as atividades de promoção da

saúde na escola pelos/as alunos/as e pelo pessoal docente e não docente?

6. Que fatores individuais, tais como as atitudes, as crenças ou o tempo, promovem

ou prejudicam as atividades de promoção da saúde na escola?

7. Existem na comunidade educativa diferenças étnicas, religiosas ou

socioeconómicas com repercussões nos hábitos de saúde? Se for esse o caso, em

que consistem essas diferenças e como podem ser trabalhadas?

8. Existem parceiros/as externos/as à escola que estejam presentemente a apoiar

as iniciativas de promoção da saúde na escola? Se sim, quem são e qual o seu

papel?

9. Que recursos financeiros e humanos tem a escola atualmente disponíveis para as

iniciativas de promoção da saúde?

3.2. Workshop para a definição de prioridades

A finalidade do workshop para definição de prioridades é:

Conseguir um maior apoio da comunidade educativa para tornar-se uma escola

promotora de saúde;

Obter um consenso e um sentido de pertença quanto ao foco e às prioridades da

escola promotora de saúde;

Discutir e selecionar as áreas prioritárias.

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O papel do grupo de trabalho da escola promotora de saúde: um ou dois elementos

do grupo de trabalho podem funcionar como dinamizadores do workshop. Desenvolvem

uma estratégia de seleção e abordagem aos potenciais participantes no workshop e

organizam-no. Baseados nos resultados do workshop, todo o grupo de trabalho vota as

temáticas finais a incluir no plano para a escola promotora de saúde.

Como funciona o workshop: os elementos da comunidade educativa são selecionados

ou oferecem-se para participar no workshop. São repartidos em grupos de pessoal

docente/não docente, alunos/as e pais/mães/encarregados/as de educação.

Sugerimos que divida o workshop em três partes: 9

1. Introdução: Os/As participantes são informados/as dos resultados da avaliação

e é-lhes dada a visão global de como o workshop segue os objetivos e o processo

de definição de prioridades de saúde.

2. Definir prioridades: Os/as participantes do workshop são orientados/as pelo/a

dinamizador/a desta atividade para selecionar várias prioridades de saúde.

3. Conclusão: Em grupo, os/as participantes identificam 3 a 5 prioridades a tratar

ao longo dos próximos 3 a 5 anos, introduzindo uma temática por ano.

No final do workshop, cada grupo apresenta as suas prioridades finais. O/A

dinamizador/a ou dinamizadores/as do workshop recolhe(m) os resultados e

apresentam-nos ao grupo de trabalho, para discussão e definição final das prioridades. O

workshop pode ser realizado em 1.5-2 horas.

Envolver alunos/as

Dependendo da idade dos/as alunos/as e da sua capacidade para compreender e

participar na definição de prioridades de saúde, poderá não ser adequado incluí-los num

grupo do workshop. É uma decisão que a escola terá que tomar. Se, efetivamente, os/as

alunos/os participarem no workshop, este deverá ser adaptado ao seu nível de

desenvolvimento.

Como alternativa, poderá ser mais adequado pedir ao/à docente destes/as alunos/as

que dirija uma sessão de definição de prioridades na sala de aula, realizando um

‘brainstorming’, selecionando duas ou três dessas prioridades.

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Apêndice 4. Informação adicional: Fase 3

4.1. Aspetos a considerar ao elaborar o plano de ação

Ao elaborar o plano de ação será importante considerar os seguintes aspetos:

1. as características, necessidades e prioridades da comunidade educativa

2. o plano de ação/atividades, deve ser realista quanto ao tempo esperado para a

sua conclusão e ter em consideração os recursos humanos e financeiros

disponíveis

3. as tarefas, papéis e a calendarização para as atividades devem estar claramente

definidos e documentados. O Plano de ação - SHE pode ser útil para planear os

pormenores antes de elaborar o documento de planificação

4. um número limitado de atividades e áreas focais a incluir de cada vez. A

introdução de demasiadas mudanças de uma vez poderá sobrecarregar os

docentes, diminuindo a qualidade e a motivação.

4.2. Exemplo: Trabalhar o bullying e a violência escolar

Um aumento alarmante do bullying e da violência escolar levou o/a diretor/a da Escola

Primária n.º 24, Piraeus, Grécia 10, a convidar investigadores/as e promotores de saúde

do Instituto de Saúde da Criança para ajudarem a desenvolver um plano de escola

promotora de saúde. O ponto de partida da escola foi avaliado com a colaboração dos/as

investigadores/as e dos/as docentes da escola.

O principal objetivo da escola promotora de saúde consistia em desenvolver uma escola

amiga, realçando a compreensão, a naturalidade e o respeito entre alunos/as, os

pais/mães/encarregados/as de educação e os docentes. O objetivo foi selecionado em

colaboração com alunos/as, os/as docentes e os promotores de saúde.

Os/As alunos/as escolheram e realizaram as atividades da escola promotora de saúde

com a orientação dos/as docentes.

Atividades:

Os/As alunos/as, orientados/as por docentes, realizaram uma investigação sobre

a experiência e os sentimentos da comunidade educativa em relação ao bullying;

Os/As alunos/as delinearam a sua visão da escola promotora de saúde;

Os/As alunos/as redigiram histórias e fizeram desenhos sobre eventos positivos

e negativos na escola;

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Os/As alunos/as atuaram e representaram papéis em peças de teatro

relacionadas com a comunicação, a amizade e a resolução de problemas;

Os/As alunos/as trabalharam para criar na escola um ambiente agradável e

compensador;

Os/As docentes tiveram horas de formação relacionada com a criação e avaliação

da escola promotora de saúde, desenvolvendo competências relacionadas com a

promoção da saúde na escola e praticando métodos de aprendizagem ativa;

A escola promotora de saúde foi celebrada com uma exposição e um festival para

apresentação do trabalho dos/as alunos/as à comunidade educativa.

4.3. Exemplo: Planificar detalhadamente o plano de ação

A seguinte matriz baseia-se no esquema que uma escola na Suíça elaborou para a

implementação da escola promotora de saúde, com o objetivo de conseguir avaliar o seu

programa. 11

O que queremos mudar? (objetivo)

Como observamos a mudança? (Indicador)

Como queremos alcançar os objetivos? (ações)

Como e quando medimos a mudança? (avaliação)

Ob

jeti

vo 1

Aumentar a participação dos/as alunos/as e pais/mães/encarregados/as de educação

Os/As alunos/as estão envolvidos nas decisões; pais/mães/encarregados/as de educação têm uma delegação oficial

Estabelecer um conselho de escola ou uma reunião de pais/mães/encarregados/as de educação e um método para registar e relatar o conteúdo das reuniões a toda a escola/direção da escola

O trabalho do conselho de alunos/as será avaliado no final do ano letivo; no verão do segundo ano saber-se-á como funcionaram as reuniões de pais/mães/encarregados/as de educação

Ob

jeti

vo 2

Evitar a violência – abordar o conflito e as situações difíceis de forma construtiva

Os/as alunos/as abordam as situações difíceis através do diálogo, talvez com o apoio de uma terceira pessoal neutral

‘Projeto Peacemaker’ que pretende aumentar o diálogo e o respeito mútuo entre alunos/as

Avaliação mensal na reunião dos miúdos ‘peacemakers’ e uma avaliação escrita após dois anos

4.4. Questões ao planificar a avaliação

Quando planificamos a avaliação, as seguintes questões relacionadas com a avaliação

poderão ser úteis. Se optar por usá-las, deverão ser desenvolvidos os respetivos

indicadores e métodos de aferição:

1. Até que ponto foram as atividades implementadas como planeado?

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2. Até que ponto as metas e objetivos foram alcançados?

3. Quais as dificuldades e os desafios e como podem ser abordados?

4. Que lições se podem tirar ao ultrapassar os desafios?

5. Quais são as atitudes do pessoal docente e não docente da escola em relação às

novas práticas da escola promotora de saúde?

6. Quais são as atitudes dos pais/mães/encarregados/as de educação em relação às

novas práticas da escola promotora de saúde?

7. Quais são as atitudes dos/as alunos/as em relação às novas práticas da escola

promotora de saúde?

8. Os sucessos da escola promotora de saúde têm sido divulgados e comemorados?

4.5. Tipos de avaliação: Processo, produtos (output) e resultados

Tipos de avaliação

Uma forma de classificar os tipos de avaliação é através da avaliação do processo, da

produção e dos resultados.

A avaliação do processo mede até que ponto as atividades da escola promotora de

saúde são realizadas de acordo com o planeado. É uma forma de monitorizar o processo

e o progresso do programa da escola promotora de saúde e, ao fazê-lo, avaliar o que

resulta, o que não resulta e porquê. Sabendo o que não resulta e porquê, as atividades, a

comunicação ou os recursos poderão ser alterados de modo a cumprir o programa de

forma mais fiel e efetiva. Ao mesmo tempo, permite a comemoração dos sucessos.

A avaliação dos resultados (output) mede os processos de curto prazo e as alterações

Por exemplo:

Um ambiente mais solidário;

Uma secção de promoção da saúde no portal da escola;

Encontro de pais/mães/encarregados/as de educação sobre a promoção da

saúde;

Disponibilizar um local próprio para guardar as bicicletas;

Oferta alimentar saudável no refeitório e bufete da escola;

Maior conhecimento sobre escolhas e estilos de vida saudáveis.

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Os produtos (output) consistem nos resultados das atividades da escola promotora de

saúde. Os resultados da avaliação do processo e da produção oferecem uma informação

que será útil para introduzir alterações no desenvolvimento do plano e do programa.12

A avaliação dos resultados mede até que ponto os objetivos e/ou os indicadores dos

resultados foram alcançados e se a escola promotora de saúde teve um impacto positivo

na saúde.

4.6. Questões para discutir ao elaborar e rever o plano

Ao redigir e ao rever o plano de ação, poderá ser útil discutir as seguintes questões. As

questões podem ajudar a aperfeiçoar o plano.

As metas e áreas focais baseiam-se no enquadramento da escola promotora de

saúde e nos valores da escola?

As metas e prioridades baseiam-se nas necessidades e prioridades de saúde

atuais da comunidade educativa, bem como na perspetiva para o

desenvolvimento futuro da escola?

Como poderão as metas e objetivos propostos influenciar os objetivos de ensino,

as metas da escola e a organização das atividades quotidianas?

De que modo poderá este plano/atividades da escola promotora de saúde

influenciar as políticas escolares existentes?

Os elementos da comunidade educativa, incluindo alunos/as, foram

suficientemente consultados durante o processo de desenvolvimento?

Existem grupos específicos de alunos/as ou componentes da vida escolar que

deveriam merecer uma atenção particular no plano/programa da escola

promotora de saúde, de acordo com a avaliação das necessidades (avaliação do

ponto de partida)? Se sim, mereceram a atenção devida no plano de ação?

Todos os comentários e sugestões foram sistematicamente analisados e aplicados

de modo a refletir as desejos da comunidade educativa?

Os objetivos e as metas propostos são SMART e refletem o feedback da

comunidade?

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Apêndice 5. Informação adicional: Fase 4

5.1. Canais de comunicação do plano de ação final

Os meios de comunicação escolhidos para informar os elementos da comunidade escolar

e os/as parceiros/as exteriores à escola sobre o plano final da escola promotora de

saúde, serão variados de acordo com a escola e o grupo alvo. No entanto, estes são

alguns dos canais possíveis:

fazer circular o plano entre os/as pais/mães/encarregados/as de educação,

pessoal docente e não docentes, publicando-o no portal da escola e publicitando-

o no jornal da escola

organizar encontros de informação para apresentar e discutir o plano da escola

promotora de saúde

informar alunos/as através de reuniões do conselho de alunos/as, discussões na

sala de aula, assembleias de escola, posters e outros métodos de comunicação

visual

colocar um placard com notícias sobre a promoção da saúde

organizar eventos de divulgação, por exemplo, no refeitório da escola

envolver os meios de comunicação locais para dar a conhecer o plano à

comunidade local e para informar sobre questões de saúde.

5.2 Questões a considerar durante a implementação da ação

Os elementos da comunidade educativa possuem um sentido de pertença em

relação ao plano da escola promotora de saúde e o compromisso para o pôr em

ação?

A promoção da escola promotora de saúde decorreu junto da comunidade local?

Toda a escola está confiante quanto à sua própria capacidade para levar o plano

adiante?

Existem recursos financeiros e humanos e o tempo suficiente para executar

adequadamente o plano?

As tarefas, metas e calendário estão claramente apresentados e divulgados?

Existe um sistema estabelecido para a motivação e apoio contínuo de todos/as

durante o processo de ação?

Foi tido em consideração como informar os novos/as alunos/as, pessoal docente

e não docente acerca da escola promotora de saúde?

Existem condições para a realização das atividades da escola promotora de saúde

a longo prazo?