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Serviço Nacional da Contratação Pública Manual Prático da Contratação Pública Angolana Luanda, Setembro de 2016

Manual Prático da Contratação Pública Angolana - SNCP - Manua… · Telefone: (+) 244 917 269 025 / 942 642 251 e-mail: [email protected] ... instrumento de trabalho essencialmente,

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  • Servio Nacional da Contratao Pblica

    Manual Prtico

    da

    Contratao Pblica

    Angolana

    Luanda, Setembro de 2016

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 2/91

    FICHA TCNICA

    Ttulo: Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana

    Edio: Servio Nacional da Contratao Pblica

    Coordenao: Rosria Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do SNCP

    Superviso: Archer Mangueira, Ministro das Finanas

    Direco Institucional: MINISTRIO DAS FINANAS (MINFIN)

    Servio Nacional da Contratao Pblica (SNCP)

    Morada: Rua Kwamne Nkrumah, 217 221, Edifcio Metrpolis, 3 Andar,

    Maianga-Luanda, Caixa Postal n. 6869

    Telefone: (+) 244 917 269 025 / 942 642 251

    e-mail: [email protected]

    Site: www.contratacaopublica.minfin.gv.ao

    http://www.contratacaopublica.minfin.gv.ao/
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    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 3/91

    ndice ndice ................................................................................................................................................... 3

    ndice de Tabelas .............................................................................................................................. 5

    ndice de Figuras ............................................................................................................................... 7

    Lista de Abreviaturas e Acrnimos ................................................................................................. 8

    1 Introduo .................................................................................................................................. 9

    2 Sistema da Contratao Pblica Angolana ....................................................................... 11

    3 Legislao Aplicvel ............................................................................................................... 14

    4 mbito Subjectivo e Objectivo da Lei dos Contratos Pblicos ........................................ 15

    4.1 Formao de contratos ................................................................................................... 15

    4.2 Execuo de contratos ................................................................................................... 17

    4.3 Regime de Excluso ......................................................................................................... 18

    5 Princpios Orientadores da Contratao Pblica ............................................................... 20

    6 Regras de Participao .......................................................................................................... 22

    6.1 Conduta dos interessados ............................................................................................... 22

    6.2 Princpios de Governo Societrio ................................................................................... 23

    6.3 Interessados, Candidatos e Concorrentes ................................................................... 23

    6.4 Impedimentos ................................................................................................................... 23

    6.5 Candidatos e Concorrentes estrangeiros ..................................................................... 25

    6.6 Fomento do Empresariado Nacional ............................................................................ 25

    7 Etapas do Processo de Contratao Pblica ..................................................................... 26

    7.1 Planeamento das necessidades .................................................................................... 26

    7.2 Autorizao da Despesa ................................................................................................. 28

    7.3 Escolha do procedimento ............................................................................................... 30

    7.3.1 Escolha do procedimento em funo do valor estimado do contrato ........... 31

    7.3.2 Diviso por lotes ......................................................................................................... 32

    7.3.3 Escolha do procedimento em funo de critrios materiais ............................. 32

    7.4 Comisso de Avaliao .................................................................................................. 33

    7.5 Peas do Procedimento .................................................................................................. 34

    7.5.1 Definio do critrio de adjudicao das propostas ......................................... 36

    7.6 Tramitao dos Procedimentos ..................................................................................... 40

    7.6.1 Concurso Pblico ...................................................................................................... 40

    7.6.2 Concurso Limitado por Prvia Qualificao ......................................................... 67

    7.6.3 Concurso Limitado por Convite .............................................................................. 74

    7.6.4 Contratao Simplificada ....................................................................................... 77

    7.6.5 Sntese da Tramitao dos Procedimentos ........................................................... 81

    7.7 Controlo e Fiscalizao dos Contratos.......................................................................... 82

    8 Regras Especiais de Contratao Pblica .......................................................................... 85

    8.1 Concurso para trabalhos de concepo .................................................................... 85

    8.2 Acordos-quadro ................................................................................................................ 87

    8.2.1 Competncia para a celebrao de acordos-quadro ..................................... 88

    8.2.2 Vinculao de entidades pblicas contratantes aos acordos-quadro ........... 89

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 4/91

    8.2.3 Execuo dos acordos-quadro .............................................................................. 89

    8.2.4 Procedimento de adjudicao dos contratos pblicos de aprovisionamento

    89

    8.2.5 Prazo de vigncia dos acordos-quadro ................................................................ 90

    8.2.6 Publicidade de acordos-quadro ............................................................................ 90

    9 Portal da Contratao Pblica ............................................................................................. 91

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    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 5/91

    ndice de Tabelas

    Tabela 1: Descrio conceptual das atribuies ...................................................................... 12

    Tabela 2: mbito subjectivo na formao de contratos Entidades pblicas contratantes

    ............................................................................................................................................................ 15

    Tabela 3: mbito objectivo na formao de contratos - Contratos sujeitos LCP ............. 16

    Tabela 4: mbito subjectivo na execuo de contratos Entidades pblicas contratantes

    ............................................................................................................................................................ 17

    Tabela 5: mbito objectivo na execuo de contratos Contratos sujeitos LCP ............ 18

    Tabela 6: Regime de excluso Contratos Excludos da LCP .................................................. 18

    Tabela 7: Princpios fundamentais da contratao pblica .................................................... 20

    Tabela 8: Conduta dos interessados ............................................................................................ 22

    Tabela 9: Princpios de Governo Societrios ............................................................................... 23

    Tabela 10: Candidatos e concorrentes ....................................................................................... 23

    Tabela 11: Impedimentos ............................................................................................................... 24

    Tabela 12: Entidades estrangeiras ................................................................................................ 25

    Tabela 13: Fomento do Empresariado Nacional ........................................................................ 25

    Tabela 14: Planeamento das Necessidades ............................................................................... 27

    Tabela 15: Limites de competncia para autorizar a despesa com base no critrio de

    valor ................................................................................................................................................... 28

    Tabela 16: Limites de competncia para a autorizao da despesa com base em

    critrios materiais ............................................................................................................................. 29

    Tabela 17: Tipos de Procedimentos .............................................................................................. 30

    Tabela 18: Escolha do procedimento em funo do valor estimado do contrato.............. 31

    Tabela 19: Escolha do procedimento em funo dos critrios materiais .............................. 33

    Tabela 20: Competncia da Comisso de Avaliao ............................................................. 34

    Tabela 21: Peas do Procedimento ............................................................................................. 34

    Tabela 22: Tipos de peas para cada procedimento .............................................................. 35

    Tabela 23: Mapeamento do Concurso Pblico ......................................................................... 40

    Tabela 24: Elaborao das peas de procedimentos do Concurso Pblico ....................... 42

    Tabela 25: Documentos de habilitao ...................................................................................... 45

    Tabela 26: Documentos que constituem a proposta ................................................................ 47

    Tabela 27: Outros documentos que constituem a proposta em procedimentos de

    formao de contratos de empreitada ou de concesso de obras pblicas ..................... 47

    Tabela 28: Prazo para apresentao das propostas por tipo de procedimento ................. 49

    Tabela 29: Acto Pblico - Abertura e actos subsequentes ....................................................... 50

    Tabela 30: No admisso e admisso condicional de concorrentes ..................................... 52

    Tabela 31: No admisso de propostas ...................................................................................... 54

    Tabela 32: Causas de excluso das Propostas ........................................................................... 56

    Tabela 33: Aspectos fundamentais da Negociao ................................................................ 58

    Tabela 34: Adjudicao ................................................................................................................. 60

    Tabela 35: Cauo definitiva ........................................................................................................ 62

    Tabela 36: Aspectos fundamentais da celebrao do contrato ........................................... 64

    Tabela 37: Mapeamento do Concurso Limitado por Prvia Qualificao ............................ 67

    Tabela 38: Tramitao do Concurso Limitado Por Prvia Qualificao................................. 70

    Tabela 39: Abertura, anlise e avaliao das candidaturas ................................................... 73

    Tabela 40: Mapeamento do Concurso Limitado Por Convite ................................................. 75

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 6/91

    Tabela 41: Tramitao do Concurso Limitado por Convite ...................................................... 76

    Tabela 42: Mapeamento da Contratao Simplificada .......................................................... 78

    Tabela 43: Tramitao da Contratao Simplificada ............................................................... 79

    Tabela 44: Sntese da Tramitao dos Procedimentos .............................................................. 81

    Tabela 45: Concurso para trabalho de concepo ................................................................. 85

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 7/91

    ndice de Figuras

    Figura 1: Modelo de relacionamento do sistema da contratao pblica angolana ....... 12

    Figura 2: Sntese das competncias e atribuies por entidade ............................................ 13

    Figura 3: Critrios de Adjudicao ............................................................................................... 38

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 8/91

    Lista de Abreviaturas e Acrnimos

    AKZ Kwanzas

    BAD Banco Africano de Desenvolvimento

    BNA Banco Nacional de Angola

    CLC Concurso Limitado por Convite

    CLPQ Concurso Limitado por Prvia Qualificao

    CP Concurso Pblico

    CS Contratao Simplificada

    DNPE-DAP Direco Nacional do Patrimnio do Estado - Departamento de

    Aprovisionamento Pblico

    EPC Entidade (s) Pblica (s) Contratante (s)

    FMI Fundo Monetrio Internacional

    IGAE Inspeco-Geral da Administrao do Estado

    IGF Inspeco-Geral de Finanas

    LCP Lei dos Contratos Pblicos (Lei n. 9/16, de 16 de Junho)

    MINFIN Ministrio das Finanas

    OGE Oramento Geral do Estado

    PEMV Proposta Economicamente Mais Vantajosa

    PMB Preo Mais Baixo

    SACP Secretaria para os Assuntos da Contratao Pblica

    SNCP Servio Nacional da Contratao Pblica

    TC Tribunal de Contas

    TCO Total Cost of Ownership

    TPE Titular do Poder Executivo

    UO Unidade Oramental

    UTN Unidade Tcnica de Negociao

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 9/91

    1 Introduo

    A Lei n. 9/16, de 16 de Junho, diploma que aprova a Lei dos Contratos Pblicos (LCP),

    estabelece normas sobre a formao e execuo dos contratos de empreitada de obras

    pblicas, locao e aquisio de bens mveis e servios, bem como os demais contratos

    no regidos por lei especial, dividindo-se em duas fases:

    Formao de contratos referente aos procedimentos tendentes celebrao do

    contrato, regulando os processos desde o momento da tomada da deciso de

    contratar at ao momento em que o contrato outorgado;

    Execuo de contratos concernente regulao dos direitos, obrigaes e

    garantias das partes no mbito da materializao dos contratos pblicos, cuja

    disciplina vem estabelecida na LCP e em regimes conexos.

    O Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana (Manual), apesar de ter como base

    a LCP, apresenta uma abordagem mais reduzida, uma vez que constitui apenas um

    instrumento de trabalho essencialmente, voltado para a formao de contratos, prevendo

    a identificao dos actos e formalidades tendentes escolha do adjudicatrio e

    consequente celebrao de contrato pblico, isto , os actos prvios execuo.

    A utilizao e o cumprimento das orientaes constantes do Manual altamente

    recomendvel e visa, em termos gerais, auxiliar e facilitar a actividade de todos os

    funcionrios, agentes pblicos e responsveis envolvidos no processo de contratao

    pblica, em obedincia aos princpios fundamentais que regem a actividade

    administrativa, com destaque para a transparncia, a racionalidade econmica, a

    igualdade, a concorrncia e o interesse pblico aquisitivo.

    Neste contexto, o presente Manual tem como objectivos:

    Estruturar e sintetizar o processo da contratao pblica, em particular no que

    concerne fase de formao de contratos, de modo a permitir aos seus utilizadores

    uma fcil interpretao e aplicao da LCP;

    Evidenciar as obrigaes necessrias formao dos procedimentos pr-

    contratuais;

    Fornecer orientaes a todos funcionrios e agentes pblicos envolvidos na gesto

    do errio pblico, nomeadamente os gestores financeiros, os membros das

    comisses de avaliao ou os responsveis pela rea do planeamento das

    Entidades Pblicas Contratantes (EPC), os responsveis pela elaborao das peas

    de procedimento, e os gestores de contratos, ajudando-os a evitar erros frequentes

    no que se refere tramitao de procedimentos de contratao pblica;

    Constituir uma fonte de informao de "como fazer" as tarefas e os elementos que

    compem o processo de aquisio, apresentando explicaes sobre tpicos

    especficos da LCP exigveis s EPC; e

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 10/91

    Facilitar a abertura, conduo e concluso dos procedimentos concursais, atravs

    da incluso de alertas e elementos interactivos com ligaes para outras

    ferramentas ou outros documentos de apoio pertinentes e teis.

    Finalmente, importa realar que neste Manual se apresenta, primeiramente, uma

    abordagem sobre o sistema da contratao pblica angolano, com base na legislao

    aplicvel e, num segundo momento, faz-se um enquadramento temtico subordinado s

    boas prticas internacionais, reconhecidas e sugeridas pelo Servio Nacional da

    Contratao Pblica, enquanto rgo responsvel pela regulao e superviso da

    contratao pblica.

    Assim, quem diariamente tem responsabilidades na gesto pblica, deve utilizar este

    Manual como um "guia" que visa facilitar a conduo dos procedimentos de contratao

    pblica, sem desprimor da utilizao e consulta da LCP e demais legislao, bem como o

    acesso ao Portal da Contratao Pblica enquanto fonte privilegiada de informao.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 11/91

    2 Sistema da Contratao Pblica Angolana

    As prticas internacionais, defendidas por organismos como o Fundo Monetrio

    Internacional (FMI), a Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico

    (OCDE) e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), sugerem que um sistema de

    contratao pblica deve assentar em quatro pilares:

    Legal e regulatrio;

    Institucional;

    Contratao e prticas de mercado;

    Integridade e transparncia.

    O pilar legal e regulatrio, que atravs da definio de um quadro normativo slido

    favorece o desenvolvimento econmico e social do pas, melhor desenvolvido no captulo

    seguinte, assenta numa Lei que unifica, no mesmo diploma, o regime de formao e

    execuo dos contratos de empreitadas de obras pblicas, de aquisio de bens e

    servios, e ainda de concesses de obras pblicas ou de servios pblicos, permitindo

    salvaguardar os princpios estabelecidos pela Constituio da Repblica de Angola para

    o funcionamento da administrao do Estado.

    No pilar institucional, o sistema angolano conta com um conjunto de entidades que

    desempenham diferentes papis na contratao pblica, designadamente o Titular do

    Poder Executivo (TPE), que atravs da Casa Civil tutela a Secretaria para os Assuntos da

    Contratao Pblica (SACP) e, do Ministrio da Finanas (MINFIN) atravs do Servio

    Nacional da Contratao Pblica (SNCP), constituindo este a vertente de orientao, cuja

    funo propor polticas e estratgias relacionadas com a matria.

    Numa vertente de conformidade, o Tribunal de Contas (TC), os diferentes rgos

    inspectivos, com especial destaque para a Inspeco-Geral de Finanas (IGF) e a

    Inspeco-Geral da Administrao do Estado (IGAE) e o prprio SNCP, enquanto rgo

    responsvel pela regulao e superviso da contratao pblica exercem, de igual

    modo, o seu papel de fiscalizao e auditoria.

    Finalmente, completam o sistema as diferentes EPC, que representam os compradores do

    mercado, a Unidade Tcnica de Negociao (UTN), responsvel pela conduo de

    procedimentos de contratao pblica, cuja autorizao de despesa compete ao TPE,

    bem como a Direco Nacional do Patrimnio do Estado atravs do Departamento de

    Aprovisionamento Pblico (DNPE-DAP), que assume um papel especialmente relevante na

    centralizao de compras e ainda os Fornecedores, que representam a contraparte do

    processo, isto , os vendedores do mercado.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 12/91

    Figura 1: Modelo de relacionamento do sistema da contratao pblica angolana

    Por outro lado, tendo por base as Leis Orgnicas dos diferentes intervenientes do sistema

    da contratao pblica angolana, as competncias e atribuies das diferentes

    entidades foram sumarizadas por rea funcional, cuja descrio conceptual consta

    abaixo:

    Tabela 1: Descrio conceptual das atribuies

    rea

    Funcional Descrio Conceptual

    Regulao Definio de medidas polticas e regulamentares com vista

    ao aumento da eficincia do funcionamento do mercado.

    Planeamento Planeamento de compras de modo a melhor alocar os

    recursos

    Contratao Tramitao de procedimentos, incluindo preparao e

    conduo dos mesmos, e avaliao de propostas.

    Monitorizao

    Recolha e tratamento de informao relacionada com a

    contratao pblica e disponibilizao da mesma s

    autoridades competentes.

    Reclamaes

    e recursos

    Processo atravs do qual os candidatos, concorrentes ou

    partes no processo de formao ou execuo de contratos

    pblicos podem recorrer das decises proferidas pelo rgo

    competente para a tomada de deciso de contratar.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 13/91

    rea

    Funcional Descrio Conceptual

    Auditoria e

    controlo

    A reviso de processos e procedimentos quanto ao

    cumprimento e conformidade com a LCP e outras

    conexas.

    A figura seguinte sintetiza, para cada uma das entidades referidas no modelo de

    relacionamento (ilustrao 1), quais as competncias e atribuies que por Lei lhes so

    conferidas.

    Figura 2: Sntese das competncias e atribuies por entidade

    Os restantes pilares, a Contratao e prticas de mercado e a Integridade e

    transparncia, so representados pela essncia do presente manual.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 14/91

    3 Legislao Aplicvel

    Na abertura de qualquer procedimento de contratao pblica imprescindvel que

    todos os interessados directos tenham conhecimento da legislao, em especial a Lei dos

    Contratos Pblicos (LCP) Lei n. 9/16, de 16 de Junho e a Lei do Oramento Geral do

    Estado Lei n. 15/10, de 14 de Julho.

    Na LCP, que estabelece o regime jurdico dos contratos pblicos, esto definidas as regras

    referentes formao e execuo dos contratos pblicos, ou seja, as aquisies sujeitas

    s formalidades da lei e o regime da relao jurdico-contratual pblica a que deve

    obedecer os contratos celebrados.

    A Lei Oramento Geral do Estado o principal mecanismo de definio das regras

    respeitantes preparao, elaborao, aprovao, execuo e o respectivo controlo do

    Oramento Geral do Estado (OGE), bem como a Lei que Aprova o OGE para cada ano

    econmico, sendo diplomas importantes que permitem ter conhecimento do oramento

    disponvel, das respectivas limitaes impostas e da despesa sujeita a determinadas

    aprovaes ou vistos de conformidade.

    A utilizao dos diplomas anteriormente mencionados deve ainda ser complementado

    com outros abaixo indicadas:

    Diploma que aprova as Regras Anuais de Execuo do OGE (Decreto Presidencial

    n. 1/15, de 2 de Janeiro);

    Diploma que aprova as Regras sobre os Procedimentos e Critrios de Confirmao

    de Contratos pelo Ministro das Finanas (Decreto Presidencial n. 155/14, de 27 de

    Maio);

    Lei do Patrimnio Pblico (Lei n. 18/10, de 6 de Agosto);

    Lei Orgnica e do Processo do Tribunal de Contas (Lei n. 13/10, de 9 de Julho);

    Diploma que aprova as Normas do Procedimento e da Actividade Administrativa

    (Decreto-Lei n. 16-A/95, de 15 de Dezembro).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 15/91

    4 mbito Subjectivo e Objectivo da Lei dos Contratos Pblicos

    A actividade contratual do Estado e das demais pessoas colectivas pblicas no actual

    contexto, cada vez mais dinmica e exige novas formas de concretizao, em funo dos

    objectivos que se pretendem atingir na senda da satisfao das necessidades colectivas.

    Para a LCP existe uma delimitao das entidades e dos contratos a que se deve aplicar,

    quer na fase da formao como na da execuo.

    Apesar desta delimitao objectiva e subjectiva, deve-se entender que a LCP constitui o

    regime geral para a formao e execuo de todo e qualquer contrato a ser celebrado

    pelo Estado e demais pessoas colectivas pblicas ou privadas, quando em causa estiver o

    exerccio de funes materialmente administrativas.

    Adicionalmente, a LCP apresenta um conjunto de contratos que em funo da sua

    natureza especfica, ficam excludos da aplicao do seu regime. Porem, esta excluso

    no inibe da aplicao dos princpios gerais que aliceram a actividade de contratao

    na Administrao Pblica.

    4.1 Formao de contratos

    A Lei dos Contratos Pblicos aplica-se formao dos contratos a serem celebrados pelas

    seguintes entidades:

    Tabela 2: mbito subjectivo na formao de contratos Entidades pblicas contratantes

    Entidades Sujeitas LCP Observaes Base

    Legal

    Presidente da Repblica;

    rgos da Administrao

    Central e Local do Estado;

    Assembleia Nacional;

    Tribunais;

    Procuradoria-Geral da

    Repblica;

    Instituies e Entidades

    Administrativas Independentes;

    Representaes de Angola no

    Exterior;

    Independentemente do valor estimado

    do contrato a celebrar, desde que esteja

    no mbito objectivo da LCP, devem

    seguir os actos e formalidades para a

    formao dos respectivos contratos.

    art. 6.

    e n. 2

    do art.

    7. As Autarquias Locais; No quadro da institucionalizao das

    autarquias Locais, estas devem aplicar a

    LCP no processo de formao dos seus

    contratos pblicos, salvo se outro no for

    criado para o efeito no mbito da

    descentralizao financeira e

    oramental.

    Os Institutos, Fundos Pblicos e

    Associaes Pblicas;

    Sejam estes detentores de receitas

    prprias ou no.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 16/91

    Entidades Sujeitas LCP Observaes Base

    Legal

    As Empresas Pblicas e as

    Empresas com Domnio Pblico1;

    A LCP aplica-se a estas entidades a partir

    de:

    a) Akz. 500.000.000,00, no caso de

    contratos de empreitada de obras

    pblicas, de concesso de obras pblicas

    ou de concesso de servios pblicos;

    b) Akz. 182.000.000,00, no caso de

    contratos de locao ou aquisio de

    bens mveis ou de aquisio de servios.

    Os rgos de Defesa e

    Segurana;

    Desde que no sejam para aquisio de

    armamento ou de tcnica militar e

    policial relativo defesa e segurana ou

    outros que sejam declarados secretos.

    al. c)

    do n. 1

    do art.

    2. e al.

    b) do

    art. 7.

    A Lei dos Contratos Pblicos aplica-se formao dos seguintes contratos:

    Tabela 3: mbito objectivo na formao de contratos - Contratos sujeitos LCP

    Contratos Sujeitos LCP Observaes Base

    Legal

    Contratos de empreitada de

    obras pblicas;

    Locao ou aquisio de bens

    mveis; e

    Aquisio de servios.

    Esta classificao representa os

    chamados contratos administrativos

    tradicionais. n. 1 do

    art. 2.

    Contratos cuja concretizao

    seja efectuada por intermdio

    de uma Parceria Pblico-

    Privada, independentemente

    da modalidade a adoptar.

    A Lei n. 2/11, de 14 de Janeiro, Lei das

    Parcerias Pblico-Privada, submete a

    formao das parcerias ao regime

    aplicvel contratao pblica. Esta

    disposio da LCP vem, desta forma,

    acolher aquela remisso, tornando

    objectiva a ideia de que, cumpridos

    determinados pressupostos, o processo

    de escolha do parceiro privado deve

    basear-se nos termos e limites definidos

    pela LCP.

    al. b)

    do n. 1

    do art.

    2.

    1 Entre os trs pilares que compem o Sector Empresarial Pblico (Empresas Pblicas, Empresas

    com Domnio Pblico e Participaes Pblicas Minoritrias) nos termos da Lei de Bases do Sector

    Empresarial Pblico, fica excluda da aplicao da LCP apenas as participaes pblicas

    minoritrias.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 17/91

    Contratos Sujeitos LCP Observaes Base

    Legal

    As concesses administrativas,

    designadamente:

    Concesso de obras

    pblicas;

    Concesso de servios

    pblicos;

    Concesso de explorao

    de domnio pblico;

    Concesso de uso privativo

    de domnio pblico.

    Em determinados sectores, existem

    diplomas especiais que definem o regime

    de formao das concesses, excluindo-

    se a aplicao da LCP. Por exemplo, das

    concesses no sector petrolfero, sector

    dos transportes, no sector diamantfero

    bem como no sector de explorao dos

    jogos de fortuna e azar.

    al. a)

    do n. 1

    do art.

    2.

    A todos os demais contratos,

    desde que no exista um regime

    especial.

    Entende-se, por exemplo, que a

    formao do contrato de Sociedade em

    que seja uma EPC parte, deve ser regido

    pela LCP, isto , a escolha do operador

    econmico privado para se tornar scio

    da EPC deve seguir o regime de

    formao da LCP. Outros contratos

    abrangidos pela LCP: os contratos de

    hospedagem, os contratos de produo

    e divulgao de eventos, os contratos de

    assistncia tcnica estrangeira, os

    contratos de gesto, contratos relativos a

    programas destinados emisso, por

    parte de identidades de radiodifuso,

    televiso ou tecnologias de informao,

    contratos celebrados ao abrigo dos

    acordos de financiamento, entre outros.

    al. a)

    do n. 1

    do art.

    2.

    4.2 Execuo de contratos

    A LCP aplica-se a execuo dos contratos a serem celebrados pelas seguintes entidades:

    Tabela 4: mbito subjectivo na execuo de contratos Entidades pblicas contratantes

    Entidades Sujeitas LCP Observaes Base

    Legal

    Todas as entidades pblicas

    contratantes mencionadas no

    artigo 6. da presente lei;

    Por regra, a LCP aplica-se execuo

    dos contratos celebrados pelas entidades al. a)

    do n. 3

    do art.

    181.

    Quaisquer pessoas colectivas

    que, independentemente da sua

    natureza pblica ou privada,

    celebrem estes contratos no

    exerccio de funes

    materialmente administrativas.

    O mbito subjectivo de execuo dos

    contratos com base na LCP , desta

    forma, mais amplo que o de formao.

    Estabelece-se, por esta via, o critrio da

    actividade material e no da qualidade

    do sujeito.

    al. b)

    do n. 3

    do art.

    181.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 18/91

    A Lei dos Contratos Pblicos aplica-se execuo dos seguintes contratos:

    Tabela 5: mbito objectivo na execuo de contratos Contratos sujeitos LCP

    Contratos Sujeitos LCP Observaes Base

    Legal

    Contratos de empreitada de

    obras pblicas;

    Locao ou aquisio de bens

    mveis; e

    Aquisio de servios

    A LCP estabelece o regime substantivo

    destes contratos, isto , os direitos e

    deveres de cada parte, bem como, a

    disciplina aplicvel modificao e

    extino.

    art.

    181.

    ao art.

    400.

    Aplicao subsidiria

    execuo de todos os demais

    contratos, para alm dos

    previstos no ponto anterior.

    Esta aplicao fica condicionada a no

    existncia de um regime prprio n. 2 do

    art. 2.

    4.3 Regime de Excluso

    Apesar do seu leque objectivo e subjectivo dilatado, a LCP prev ainda um regime de

    excluso de determinados contratos, conforme tabela seguinte:

    Tabela 6: Regime de excluso Contratos Excludos da LCP

    Contratos Excludos da LCP Observaes Base

    Legal

    Contratos regidos por lei

    especial.

    art. 7.

    Os contratos celebrados por

    fora de regra de uma

    organizao internacional de

    que a Repblica de Angola

    parte.

    Contratos regidos pelas normas do direito

    internacional.

    Os contratos de aquisio de

    armamento e tcnicas militar e

    policial, relativos defesa ou a

    segurana do Estado ou os

    Contratos declarados secretos.

    No leque de todos os possveis objectos

    de contratao por parte dos rgos de

    defesa e segurana, justifica-se que estes

    estejam excludos dado o seu caracter

    estratgico e operacional para a

    garantia de segurana e defesa. Neste

    sentido, todas as demais contrataes,

    desde que no sejam objecto de

    regulao autnoma, devem ser

    desencadeadas ao abrigo dos ditames

    da LCP.

    Contratos de locao ou

    aquisio de bens imveis

    Contratos celebrados entre EPC Os chamados contratos inter-

    administrativos, quando a actividade

    desenvolvida pela EPC no for parte

    essencial do objecto social e estiver em

    regime de concorrncia

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 19/91

    Contratos Excludos da LCP Observaes Base

    Legal

    Os contratos de aquisio de

    servios financeiros (por

    exemplo, emisso, compra e

    venda, a transferncia de ttulos

    ou outros produtos financeiros) e

    os contratos relativos aos servios

    prestados pelo Banco Nacional

    de Angola (BNA).

    Em relao ao BNA ficam excludos da

    aplicao da LCP apenas os contratos de

    natureza eminentemente financeiro,

    porque os outros, como aquisio de

    mobilirio, consumveis ou realizao de

    empreitada de obra pblica, cabem

    directamente do mbito de aplicao

    objectiva da Lei.

    art. 2.

    Contratos individuais de trabalho

    em funes pblicas

    al. d)

    do n. 1

    do art.

    7

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 20/91

    5 Princpios Orientadores da Contratao Pblica

    A contratao pblica um procedimento administrativo que permite ao Estado suprir as

    suas necessidades aquisitivas, orientando-se por princpios que disciplinam a actuao dos

    agentes administrativos. Os princpios no se manifestam sempre da mesma maneira e

    com o mesmo rigor em todos os procedimentos.

    A LCP enumera apenas os princpios administrativos mais relevantes em matria de

    contratao pblica, sem desprimor dos demais princpios orientadores da actividade

    administrativa que devem ser considerados na formao e execuo dos contratos

    pblicos:

    Tabela 7: Princpios fundamentais da contratao pblica

    Princpio da

    prossecuo do

    interesse pblico

    As contrataes promovidas pelas EPC devem ter por fim nico e

    exclusivo a satisfao de uma necessidade colectiva. Este princpio

    tem a sua concretizao mais visvel no acto de adjudicao, ou

    seja, na escolha da proposta que melhor possa satisfazer o interesse

    aquisitivo.

    Princpio da

    Igualdade

    A EPC deve assegurar o tratamento uniforme de todos os

    candidatos e concorrentes, isto , garantir iguais condies de

    acesso e de participao2. A escolha do co-contratante no deve

    ser arbitrria, subjectiva, diferenciada e discriminatria. Esse

    princpio encontra-se manifestado na LCP em quase todas as fases

    mas destaca-se na notificao a todos os interessados sobre os

    esclarecimentos e rectificaes efectuados s peas do

    procedimento e na notificao do adjudicatrio e dos restantes

    concorrentes da deciso de adjudicao.

    Princpio da

    Concorrncia

    O procedimento deve ser o mais inclusivo sempre que possvel,

    permitindo a participao dos agentes econmicos e a recepo

    de mltiplas ofertas. Manifesta-se por exemplo na escolha de

    procedimentos que permitam a participao de um nmero

    elevado de concorrentes ou candidatos3, na admissibilidade de

    agrupamentos de candidatos ou concorrentes, na excluso de

    propostas que violem as regras da concorrncia.

    Princpio da

    Imparcialidade

    A actuao das pessoas responsveis pela conduo dos

    procedimentos deve ser de iseno e neutra de qualquer

    influncia4. Este princpio manifesta-se na conduta que os

    funcionrios pblicos envolvidos na formao e execuo dos

    contratos pblicos devem ter.

    Princpio da

    Transparncia

    A EPC deve definir as regras essenciais do procedimento para a

    escolha do adjudicatrio, isto , definir previamente as fases do

    procedimento, o critrio de adjudicao, as condies do contrato

    e dar a conhecer a todos os interessados atravs das peas do

    procedimento.

    2 Desde que preencham os requisitos previstos na lei e nas peas do procedimento. 3 Vide captulo 7.2 Escolha do procedimento. 4 Vide captulo 7.4 Comisso de Avaliao.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 21/91

    Princpio da

    Economia

    Na abertura do procedimento a EPC deve visar a obteno de

    solues econmicas mais vantajosas, ou seja, no deve propiciar

    o desperdcio de recursos pblicos. A contratao pblica deve ser

    sempre orientada no sentido de se comprar o melhor com a menor

    utilizao de recursos, visando maior eficcia e eficincia.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 22/91

    6 Regras de Participao

    Para garantir maior competitividade no processo de seleco do operador econmico

    que ir contratar com a EPC, o ideal que todo e qualquer interessado participe nos

    procedimentos de contratao pblica. Porm, existem algumas limitaes em funo de

    alguns valores que devem ser considerados e protegidos na tramitao dos

    procedimentos de contratao pblica.

    6.1 Conduta dos interessados Tabela 8: Conduta dos interessados

    Conduta dos interessados Base

    Legal

    Os interessados em procedimentos de contratao pblica no podem

    envolver-se, participar ou apoiar:

    Prticas corruptas, tais como oferecer quaisquer vantagens patrimoniais,

    tendo em vista influenciar indevidamente deliberaes ou decises a

    serem tomadas no procedimento;

    Prticas fraudulentas, tais como a declarao intencional de factos falsos

    ou errados, tendo por objectivo a obteno de deliberaes ou decises

    favorveis em procedimentos de contratao ou em sede de execuo

    de um contrato;

    Prticas restritivas da concorrncia, traduzidas em quaisquer actos de

    conluio ou simulao entre interessados, em qualquer momento do

    procedimento, com vista a, designadamente, estabelecer artificialmente

    os preos da proposta, impedir a participao de outros interessados no

    procedimento ou, por qualquer outra forma, impedir, falsear ou restringir

    a concorrncia;

    Prticas criminais, tais como ameaas a pessoas ou entidades, tendo em

    vista coagi-las a participar ou no, em procedimentos de contratao;

    Quaisquer outras prticas ticas ou socialmente censurveis

    art. 9.

    A EPC que tenha conhecimento de que algum interessado, candidato ou concorrente

    envolvido em alguma destas prticas deve:

    Excluir a candidatura ou proposta apresentada por esse interessado no

    procedimento de contratao, notificando-o dos exactos motivos da excluso;

    Informar ao SNCP da prtica ilegal cometida e da excluso operada, devendo

    constar da lista de empresas incumpridoras publicada no Portal da Contratao

    Pblica (art. 9. e 56.).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 23/91

    6.2 Princpios de Governo Societrio

    Tabela 9: Princpios de Governo Societrios

    Princpios de Governo Societrio Observao Base

    Legal

    Os operadores econmicos que

    participam no processo de

    formao e ou execuo dos

    contratos sujeitos LCP, devem

    observar os princpios e regras da

    governao societria

    designadamente, a prestao

    regular de informao,

    contabilidade organizada,

    sistemas de controlo interno e a

    responsabilizao social e

    ambiental

    Nos contratos que se destinem a ter um

    perodo de vigncia superior a trs

    anos, os candidatos ou concorrentes

    devem comprovar, documentalmente,

    no respectivo procedimento, a

    adopo de prticas de bom governo

    societrio compatveis com os padres

    recomendados em Angola pelas

    instituies de referncia, bem como a

    publicao de relatrio anual de boas

    prticas de governo societrio ou

    documento equivalente

    art. 4.

    6.3 Interessados, Candidatos e Concorrentes Tabela 10: Candidatos e concorrentes

    Definio Base

    Legal

    Interessados pessoa singular ou colectiva, que manifesta, pela aquisio

    ou solicitao das peas do procedimento, pela colocao de pedidos de

    esclarecimentos e pela apresentao de listas de erros e omisses, inteno

    em participar num procedimento de contratao pblica.

    Candidato - pessoa singular ou colectiva, que participa na fase de

    qualificao de um concurso limitado por prvia qualificao, mediante a

    apresentao de uma candidatura;

    Concorrente - pessoa singular ou colectiva, que participa em qualquer

    procedimento de formao de um contrato, mediante a apresentao de

    uma proposta;

    al. e) e h)

    do art. 5.

    Esta distino reveste-se de particular importncia porque permite saber se a EPC precisa

    ou no qualificar o operador econmico para depois apresentar a sua proposta, no caso

    concreto do concurso limitado por prvia qualificao.

    6.4 Impedimentos

    A EPC, no sentido de garantir a melhor realizao do interesse pblico aquisitivo pode

    indicar, no Programa de Procedimento alguns requisitos de habilitao, que no sejam

    discriminatrios, em cumprimento do princpio da igualdade, ficando, em termos

    genricos, inibidos de participar em procedimentos, os operadores econmicos sobre os

    quais se verifique algum dos aspectos mencionados na tabela seguinte.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 24/91

    Tabela 11: Impedimentos

    Impedimentos Base

    Legal

    Sejam objecto de um boicote por parte de organizaes internacionais e

    regionais de que Angola faa parte, nomeadamente a Organizao das

    Naes Unidas (ONU), o Fundo Monetrio Internacional (FMI), o Banco

    Internacional para a Reconstruo e Desenvolvimento (Banco Mundial), a

    Unio Africana, a Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral

    (SADC), a Comunidade Econmica da frica Central (CEAC) e o Banco

    Africano de Desenvolvimento (BAD);

    Se encontrem em estado de insolvncia ou falncia, declarada por

    sentena judicial, em fase de liquidao, dissoluo ou cessao de

    actividade, sujeitas a qualquer meio preventivo de liquidao de

    patrimnios ou em qualquer situao anloga ou tenham o respectivo

    processo pendente;

    Tenham sido condenadas por sentena transitada em julgado por crime

    que afecte a sua honorabilidade profissional, se entretanto no tiver

    ocorrido a sua reabilitao, no caso de se tratar de pessoas singulares ou,

    no caso de se tratar de pessoas colectivas, tenham sido condenados por

    aqueles crimes os titulares dos seus rgos sociais de administrao,

    direco ou gerncia, e estes se encontrem em efectividade de funes;

    Tenham sido objecto de aplicao de sano administrativa por falta

    grave em matria profissional, se entretanto no tiver ocorrido a sua

    reabilitao, no caso de se tratar de pessoas singulares ou, no caso de se

    tratar de pessoas colectivas, tenham sido objecto de aplicao daquela

    sano administrativa, os titulares dos seus rgos de administrao, de

    direco ou de gerncia, e estes se encontrem em efectividade de

    funes;

    No tenham a sua situao regularizada relativamente s contribuies

    para a segurana social;

    No tenham a sua situao regularizada relativamente s suas obrigaes

    fiscais;

    Tenham, a qualquer ttulo, prestado, directa ou indirectamente, assessoria

    ou apoio tcnico na preparao e elaborao das peas do

    procedimento, susceptvel de falsear as condies normais de

    concorrncia;

    Constem da lista de empresas incumpridoras elaborada e compilada pelo

    SNCP e publicada no Portal da Contratao Pblica.

    art. 55.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 25/91

    6.5 Candidatos e Concorrentes estrangeiros Tabela 12: Entidades estrangeiras

    Participao de Entidades Estrangeiras Base

    Legal

    As pessoas singulares ou colectivas

    estrangeiras podem candidatar-se ou

    apresentar propostas em procedimentos de

    formao de contratos cujo valor estimado

    seja igual ou superior a Kz:

    500 000 000,00, quando se trate de

    empreitadas de obras pblicas, e a

    182 000 000,00, quando se trate de

    locao ou de aquisio de bens

    mveis ou servios.

    Esta medida justifica-se por

    duas razes:

    Proteco da indstria

    nacional nascente; e

    Captao de investimento

    estrangeiro qualificado

    art. 53.

    e anexo

    V

    6.6 Fomento do Empresariado Nacional Tabela 13: Fomento do Empresariado Nacional

    Fomento do Empresariado Nacional Base

    Legal

    As peas do procedimento podem conter regras destinadas a promover a

    contratao preferencial de pessoas singulares ou colectivas nacionais e a

    priorizar a produo nacional, nos seguintes momentos:

    a) No que respeita fase de negociao, o programa do concurso ou o

    convite apresentao de propostas podem fixar regras de

    preferncia no acesso a essa fase por parte de concorrentes que sejam

    pessoas singulares ou colectivas nacionais;

    b) No que respeita adjudicao, quando o critrio de adjudicao seja

    o do mais baixo preo, o programa do concurso ou o convite

    apresentao de propostas podem estabelecer uma margem de

    preferncia para os preos propostos por concorrentes que sejam

    pessoas singulares ou colectivas nacionais, a qual no pode exceder

    10% do preo proposto por estes;

    c) No que respeita adjudicao, quando o critrio de adjudicao seja

    o da proposta economicamente mais vantajosa, o programa do

    concurso ou o convite apresentao de propostas podem

    estabelecer um aumento da pontuao global atribuda s propostas

    dos concorrentes que sejam pessoas singulares ou colectivas nacionais,

    a qual no pode exceder 10% daquela pontuao;

    d) No que respeita priorizao da produo nacional, o programa do

    concurso ou o convite apresentao de propostas podem, nos casos

    art. 52.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 26/91

    Fomento do Empresariado Nacional Base

    Legal

    em que seja adoptado o critrio de adjudicao da proposta

    economicamente mais vantajosa, conter regras que prevem a

    atribuio de pontuao superior a bens produzidos, extrados ou

    cultivados em Angola;

    No que respeita aos procedimentos de formao de contratos em que o

    concorrente pretenda recorrer a subcontratados, o programa do concurso

    ou o convite apresentao de propostas podem impor que uma

    percentagem mnima do valor das prestaes subcontratadas seja reservada

    a pessoas singulares ou colectivas nacionais.

    Nos procedimentos de contratao pblica as Entidades Pblicas

    Contratantes devem reservar 25% do seu oramento para contratar com as

    Micro, Pequenas e Mdias Empresas (MPME). As Empresas de Grande

    Dimenso ficam, igualmente, obrigadas a subcontratar s MPME pelo menos

    10% nos contratos de prestao de servios e 25% nos contratos de

    empreitadas.

    Decreto

    Executivo

    Conjunto

    n.

    157/14,

    de 4 de

    Junho5.

    7 Etapas do Processo de Contratao Pblica

    O processo de contratao pblica envolve diversas etapas e intervenientes. Neste

    captulo do Manual pretende-se abordar cada uma das etapas, desde o planeamento

    de necessidades assinatura do contrato e sua eventual sujeio ao processo de

    confirmao de contratos previstos no Decreto Executivo n. 155/14, de 27 de Maio e ao

    processo de fiscalizao preventiva pelo Tribunal de Contas, previsto na Lei n. 13/10, de 9

    de Julho.

    7.1 Planeamento das necessidades

    Em paralelo com o processo de elaborao do oramento individual das entidades, que

    mais no do que fazer um exerccio de previso dos gastos que iro ser assumidos num

    5 Sobre os Apoios Institucionais s MPME, da Lei de Fomento do Empresariado Nacional (Lei n. 14/03,

    de 18 de Julho) e da Lei das Micro Pequenas e Mdias Empresas (Lei n. 30/11, de 13 de Setembro).

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas dos Procedimentos

    Tramitao dos

    Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas dos Procedimentos

    Tramitao dos

    Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 27/91

    determinado perodo, as EPC devem proceder ao planeamento das necessidades, isto ,

    a definio dos bens e servios que as vo satisfazer, as quantidades, a qualidade e os

    mecanismos de contratao, bem como os prazos de desencadeamento de cada uma

    das fases ao longo do perodo oramentado.

    Tabela 14: Planeamento das Necessidades

    Aspectos

    fundamentais Formas de concretizao

    Base

    Legal

    Objectivos do

    Plano6

    Identificar quais vo ser as necessidades aquisitivas, bem

    como conhecer o momento em que essas necessidades

    aquisitivas vo surgir;

    Evitar compras urgentes;

    Melhor disciplinar o processo de contrataes; e

    Racionalizar a despesa.

    n. 1 e

    2 do

    art.

    404.

    Contedo

    essencial

    Com base nas experincias desenvolvidas em anos

    anteriores, a EPC deve elaborar o seu plano, contendo entre

    outros os seguintes elementos:

    Identificao da EPC;

    Tipo de bens, servios a adquirir ou empreitada de obra a

    realizar;

    Existncia ou no de lotes para cada categoria do

    objecto a contratar;

    Valor estimado do contrato a celebrar;

    Tipo de procedimento; e

    Data previstas para cada fase do procedimento.

    art.

    404.

    Momento do

    Planeamento

    O Plano deve ser elaborado em simultneo com o processo

    de oramentao da entidade, devendo ser alvo de

    acompanhamento regular e, se necessrio, actualizao.

    Por fora das regras de elaborao do OGE, at finais do

    ms de Outubro, a Unidade Oramental (UO) j tem

    visibilidade do tecto financeiro a que ter direito no ano

    subsequente. com base nesta informao que a UO,

    enquanto EPC, deve elaborar o seu plano anual de

    contrataes.

    art.

    404.

    6 De modo a facilitar o processo de planeamento das EPC, encontra-se disponibilizado no Portal

    da Contratao Pblica um modelo de Plano Anual de Contratao.

    NOTA: A LCP d a possibilidade de se desencadear um determinado procedimento sem

    que a respectiva verba esteja inscrita no oramento do ano em que ocorra o

    procedimento desde que conste do anncio, do convite ou do programa de

    procedimento que a adjudicao estar dependente da correspondente inscrio

    oramental no ano seguinte (n. 2 do art. 31.).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 28/91

    Aspectos

    fundamentais Formas de concretizao

    Base

    Legal

    Dever de

    comunicar

    Depois de preenchido, ainda que a ttulo provisrio, o Plano

    Anual de Contratao das EPC deve ser remetido ao SNCP

    para publicar no Portal da Contratao Pblica, devendo,

    entretanto, estar disponvel a verso definitiva, aps a

    entrada em vigor do OGE. Esta medida visa satisfazer a

    necessidade de publicidade dos actos de planificao da

    contratao pblica em cumprimento do princpio da

    transparncia e da promoo da concorrncia entre os

    operadores econmicos.

    art.

    404.

    7.2 Autorizao da Despesa

    O processo de realizao das despesas pblicas contratuais envolve um conjunto de actos

    internos que devem ser praticados pelos rgos competentes para o efeito, nos termos do

    estatuto orgnico de cada EPC ou de acordo com o regime jurdico aplicvel a cada

    despesa a ser executada. Em contratao pblica, regra geral, a competncia para a

    autorizao da despesa fixada em vrios nveis de valores pela LCP, em funo da

    posio hierrquica, como se pode constatar na tabela seguinte.

    Tabela 15: Limites de competncia para autorizar a despesa com base no critrio de valor

    rgos competentes Limites de Valores (Valores em Akz)

    At

    320

    milhes

    At

    500

    milhes

    At

    1 000

    milhes

    At

    1 500

    milhes

    Acima de

    1 500

    milhes

    Titular do Poder Executivo

    Vice-Presidente da Repblica

    Ministros de Estado, Ministros e

    Governadores Provinciais

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas dos Procedimentos

    Tramitao dos Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

    NOTA: A planificao permite saber o que se vai comprar, quando se vai compra,

    onde se vai comprar e como se vai comprar. No mbito da contratao pblica,

    esta etapa funciona como um promotor de eficincia e eficcia na gesto dos

    recursos pblicos alocados a cada EPC e como uma forma de realizao do

    princpio da transparncia, que neste sentido, contribui significativamente para o

    aumento da concorrncia nos mercados, dando maior visibilidade s oportunidades

    e permitindo aquisies sustentveis.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 29/91

    rgos mximos dos Institutos

    Pblicos, Empresas Pblicas e

    com Domnio Pblico, Servios

    Pblicos e os demais gestores

    das Unidades Oramentais dos

    rgos da Administrao

    Central do Estado

    Gestores das Unidades

    Oramentais dos rgos da

    Administrao Local do Estado

    A LCP define os rgos mximos da EPC competentes para autorizar a despesa inerente

    formao dos contratos, em funo de critrios materiais, adoptando o procedimento

    de contratao simplificada.

    Tabela 16: Limites de competncia para a autorizao da despesa com base em critrios materiais

    rgos competentes Limites de Valores (em Akz)

    At

    18

    Milhes

    At

    36

    milhes

    At

    91

    milhes

    At

    182

    milhes

    Acima de

    182

    milhes

    Titular do Poder Executivo

    Vice-Presidente da Repblica

    Ministros de Estado

    Ministros, Governadores

    Provinciais e os rgos

    mximos dos Institutos

    Pblicos, Empresas Pblicas e

    com Domnio Pblico, Servios

    Pblicos e os demais gestores

    das Unidades Oramentais

    dos rgos da Administrao

    Central do Estado

    Gestores das Unidades

    Oramentais dos rgos da

    Administrao Local do Estado

    As despesas relativas a contratos que dem lugar a encargo oramental em mais de um

    ano econmico, ou em ano econmico que no seja o da sua realizao7 no podem

    ser efectuadas sem prvia autorizao conferida por Decreto Executivo Conjunto8 do

    7 Dentro dos 60 dias anteriores ao fim do ano econmico podem ser celebrados contratos que

    impliquem a realizao de despesa no comeo do ano econmico imediato desde que a despesa

    seja certa e indispensvel e que os encargos no excedam a importncia de dois duodcimos da

    verba consignada a despesas da mesma natureza no oramento do ano em que se celebrar o

    contrato. 8 Os Decretos Executivos Conjuntos e os contratos respectivos devem fixar o limite mximo do

    encargo correspondente a cada ano econmico.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 30/91

    titular do departamento ministerial de tutela e do titular do departamento ministerial

    responsvel pelas finanas pblicas, salvo se resultem de planos ou programas plurianuais

    legalmente aprovados, no excedam o limite de 320 milhes de Kwanzas e o prazo de

    execuo do contrato no exceda os 3 anos (art. 40.).

    Os valores apresentados nas duas tabelas anteriores mantm-se para as despesas

    provenientes de alteraes, de variantes, de revises de preos e de contratos adicionais9,

    desde que o respectivo custo total no exceda os 5% do limite da competncia inicial,

    caso em que a autorizao do acrscimo da despesa compete ao rgo que detm a

    competncia para autorizar a despesa no seu montante total, incluindo os acrscimos.

    vedada a celebrao de adendas a contratos em execuo ou finalizados cujo valor

    exceda o montante imposto pelas regras anuais de execuo do Oramento Geral do

    Estado em vigor (art. 40).

    7.3 Escolha do procedimento

    A LCP prev, como regra geral, quatro tipos de procedimentos de contratao pblica:

    Tabela 17: Tipos de Procedimentos

    Tipo de

    Procedimento Descrio Base legal

    Concurso

    Pblico

    Procedimento de contratao pblica em que

    qualquer interessado possa participar como

    concorrente.

    art. 69. ao

    art. 116.

    9 Est aqui em causa o limite para a autorizao da despesa resultantes de adendas e no o

    limite para a celebrao de adendas aos contratos. Os limites para a celebrao de adendas

    so os definidos no Decreto Presidencial que aprova as regras para a execuo do OGE.

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas dos Procedimentos

    Tramitao dos Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

    NOTA: A despesa a considerar a do custo total com a execuo do respectivo

    contrato ainda que o preo tenha de ser liquidado e pago em fraces, de acordo

    com as respectivas clusulas contratuais ou com as disposies legais e regulamentares

    aplicveis.

    NOTA: Para os encargos resultantes da celebrao de contratos que impliquem a

    realizao de despesa no comeo do ano econmico imediato, assumidos dentro dos

    60 dias anteriores ao fim do ano econmico, deve o rgo competente do Ministrio

    das Finanas declarar que no projecto de oramento aplicvel foi inscrita a verba para

    suportar aquela despesa, declarao essa que supre a informao de cabimentao

    legalmente exigida e obedece condio de o encargo vir a ser suportado pela

    correspondente verba do oramento do ano econmico imediato (art. 40).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 31/91

    Concurso

    Limitado Por

    Prvia

    Qualificao

    Procedimento de contratao pblica em que

    qualquer interessado possa participar como candidato,

    sendo convidados para apresentar proposta os

    candidatos seleccionados na sequncia da avaliao

    da sua capacidade tcnica e financeira.

    art. 117.

    ao art.

    135.

    Concurso

    Limitado Por

    Convite

    Procedimento de contratao pblica em que se

    convida trs ou mais pessoas singulares ou colectivas a

    apresentar proposta, com base no conhecimento da

    aptido e da credibilidade que a EPC reconhece para

    a execuo do contrato pretendido, ou com o recurso

    ao Portal da Contratao Pblica, que contm uma

    base de dados de fornecedores cadastrados e

    certificados.

    art. 136.

    ao art.

    142.

    Contratao

    Simplificada

    Procedimento de contratao pblica em que se

    convida uma pessoa singular ou colectiva para

    apresentar proposta.

    art. 143.

    ao art.

    149.

    A deciso de escolha do procedimento de contratao pblica a adoptar cabe ao

    rgo competente para a deciso de contratar, devendo ser devidamente

    fundamentada.

    7.3.1 Escolha do procedimento em funo do valor estimado do contrato

    A escolha do procedimento pr-contratual pela EPC deve ser feita, regra geral, em funo

    do valor estimado do contrato, conforme os limites de valor estabelecidos na tabela 16,

    abaixo:

    Tabela 18: Escolha do procedimento em funo do valor estimado do contrato

    Procedimentos

    Limite de Valor

    Inferior a

    Akz 5 000 000,00

    Inferior a

    Akz 182 000 000,00

    Acima de

    Akz 182 000 000,00

    Concurso Pblico (CP)

    Concurso Limitado por Prvia

    Qualificao (CLPQ)

    Concurso Limitado por

    Convite (CLC)

    Contratao Simplificada

    (CS)

    O valor estimado do contrato, que para efeitos da LCP o preo base do procedimento,

    corresponde ao valor mximo que a EPC se dispe a pagar como contrapartida da

    execuo do contrato a celebrar e deve ser calculado em funo do valor econmico

    de todas as prestaes objecto do contrato a celebrar.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 32/91

    7.3.2 Diviso por lotes

    Quando prestaes do mesmo tipo, susceptveis de constiturem objecto de um nico

    contrato, sejam divididas em vrios lotes, o valor a atender para efeitos de escolha do

    procedimento o somatrio dos valores estimados dos vrios lotes, podendo cada um dos

    lotes corresponder a um contrato separado (art. 25 da LCP).

    7.3.3 Escolha do procedimento em funo de critrios materiais

    A regra que se devem escolher os procedimentos em funo do valor estimado do

    contrato. Porm, em algumas situaes independentemente do valor estimado do

    contrato, a LCP prev a possibilidade de se adoptar a contratao simplificada, isto , o

    menos concorrencial entre os procedimentos, quando em funo de determinados

    motivos no seja possvel ou desaconselhvel desencadear-se um procedimento mais

    concorrencial. Para estas situaes escolhe-se a contratao simplificada em funo de

    critrios materiais. Esta escolha deve ser fundamentada nos termos previstos na LCP (artigos

    26. a 30. da LCP).

    NOTA: Se no caderno de encargos no apresentar o valor estimado do contrato, o

    preo base do procedimento o menor dos seguintes valores:

    i) O limite da competncia, fixado por lei ou por delegao, para autorizar a

    despesa inerente ao contrato a celebrar;

    ii) 182 000 000,00 Akz em concursos limitados por convite;

    iii) 5 000 000,00 Akz em contratao simplificada.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 33/91

    Tabela 19: Escolha do procedimento em funo dos critrios materiais

    Tipos de Contratos Base Legal

    Escolha do procedimento de contratao simplificada

    independentemente do objecto do contrato a celebrar art. 27.

    Escolha do procedimento de contratao simplificada para a

    formao de contratos de locao ou de aquisio de bens mveis art. 28.

    Escolha do procedimento de contratao simplificada para a

    formao de contratos de aquisio de servios art. 29.

    Escolha do procedimento de contratao simplificada para a

    formao de contratos de empreitadas de obras pblicas

    art. 30.

    7.4 Comisso de Avaliao

    Os procedimentos de contratao pblica so conduzidos por uma Comisso de

    Avaliao nomeada por despacho do rgo competente para a deciso de contratar,

    a qual inicia as suas funes na data indicada no despacho que a constitui, sendo

    composta por cinco membros (trs efectivos e dois suplentes) ou por sete membros (cinco

    efectivos e dois suplentes) de acordo com os art. 41., 42. e 43..

    A Comisso de Avaliao pode ser nomeada no mesmo despacho que contm a

    autorizao da despesa e a escolha do tipo de procedimento.

    Os funcionrios pblicos, agentes administrativos, pessoal contratado e trabalhador das

    entidades pblicas contratantes envolvidos na formao e execuo dos contratos

    pblicos devem preencher a Declarao de Imparcialidade, Confidencialidade e

    Independncia10, utilizando para tal o modelo disponvel no Portal da Contratao

    Pblica.

    No entanto, existem procedimentos de contratao pblica que podem dispensar a

    constituio de uma Comisso de Avaliao, como o caso concreto do procedimento

    de contratao simplificada (art. 146.), quer em funo do critrio do valor estimado do

    contrato como em funo de critrios materiais, uma vez que, regra geral, temos apenas

    uma entidade concorrente, mediante um convite formulado pela EPC.

    10 A Declarao de Imparcialidade, Confidencialidade e Independncia deve ser preenchida por

    todos os membros da Comisso de Avaliao e remetida ao rgo mximo da entidade pblica

    contratante at cinco dias aps a nomeao dos membros da Comisso de Avaliao.

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas do Procedimento

    Tramitao dos Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 34/91

    Tabela 20: Competncia da Comisso de Avaliao

    Competncias11 Base Legal

    Prestar os esclarecimentos necessrios boa compreenso das

    peas do procedimento;

    Receber as candidaturas e ou as propostas;

    Conduzir o acto pblico do concurso, praticando no seu mbito aos

    actos de admisso, admisso condicional e de no admisso de

    concorrentes;

    Proceder apreciao formal e material das candidaturas e ou das

    propostas;

    Elaborar os relatrios de anlise e de avaliao das candidaturas e

    ou das propostas;

    Propor ao rgo competente para a deciso de contratar a prtica

    dos actos de excluso de candidaturas e ou de propostas, de

    qualificao de candidatos e de adjudicao de propostas; e

    Exercer as competncias que lhe sejam delegadas pelo rgo

    competente para a deciso de contratar.

    art. 43.

    7.5 Peas do Procedimento

    As peas do procedimento so documentos que contm um conjunto de informaes

    referentes exteriorizao da vontade da EPC em escolher um operador econmico para

    contratar, os termos e condies a que se est disposta a vincular, bem como a forma

    como os actos e formalidades tendentes a esta escolha se iro desencadear. Nos termos

    do art. 4. da LCP, a EPC pode exigir nas peas de procedimentos, documentos de

    comprovativos da adopo de boas prticas de governao societria.

    As peas de procedimento podem ser elaboradas de acordo com os modelos

    disponibilizados no Portal da Contratao Pblica.

    Tabela 21: Peas do Procedimento

    Tipos de pea Caracterizao Base legal

    Anncio Representa a primeira forma de exteriorizao e

    divulgao da vontade de contratar por parte de uma

    EPC.

    n. 1 do

    art. 44.

    Convite a pea utilizada para solicitar a apresentao de

    propostas, seja em funo de uma prvia qualificao

    art. 44.

    11 No so delegveis na Comisso de Avaliao as decises relativas prtica dos actos de

    excluso de candidaturas e propostas, de qualificao de candidatos e de adjudicao de

    propostas. Entretanto, a Comisso de Avaliao deve tomar conhecimento das peas do

    procedimento antes do exerccio das competncias referidas nos pontos anteriores.

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas do Procedimento

    Tramitao dos Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 35/91

    ou em funo do conhecimento que EPC tem sobre os

    vrios operadores econmicos.

    Programa de

    Procedimento

    Estabelece as regras sob as quais o procedimento vai

    ser conduzido, os prazos12 estabelecidos, a tramitao

    a que o procedimento obedece, eventuais requisitos

    de capacidade tcnica ou financeira bem como toda

    a documentao necessria para a participao no

    procedimento

    art. 45.

    Caderno de

    Encargos

    Transmite aos interessados o objecto do contrato a

    celebrar, bem como as respectivas clusulas tcnicas,

    jurdicas e financeira.

    art. 46.

    Termos de

    Referncia

    Quando o procedimento tenha por objecto a

    contratao de servios de consultoria e no

    procedimento especial de concurso para trabalho de

    concepo, o programa de procedimento e o

    caderno de encargos so substitudos pelos termos de

    referncia.

    n. 2 e 3

    do art.

    44. e art.

    156.

    A cada tipo de procedimento correspondem um conjunto especfico de peas:

    Tabela 22: Tipos de peas para cada procedimento Peas

    Procedimentos

    Programa

    do

    concurso13

    Caderno

    de

    encargos14

    Convite Anncio Termos de

    referncia

    Base

    legal

    Concurso

    Pblico

    al. a) do

    art. 44.

    e art.

    48.

    Concurso

    Limitado por

    Prvia

    Qualificao

    15

    al. b) n.

    1 do art.

    44.

    Concurso

    limitado por

    convite

    al. c) n.

    1 do art.

    44.

    Procedimento

    de

    contratao

    Simplificada

    al. d) n.

    1 do art.

    44.

    n. 3 do

    art. 46.

    12 Os prazos estabelecidos na LCP contam-se em dias teis, suspendendo-se nos sbados, domingos

    e feriados nacionais. Os prazos fixados para a apresentao de candidaturas e ou propostas so

    contnuos, no se suspendendo nos sbados, domingos e feriados. Por fora do Decreto-Lei n. 16-

    A/95, de 15 de Dezembro, que aprova o diploma sobre as Normas do Procedimento e da

    Actividade Administrativa, quando o termo do prazo que caia em dia em que o servio perante o

    qual deva ser praticado o acto no esteja aberto ao pblico ou no funcione durante o perodo

    normal, transfere-se para o primeiro dia til seguinte. 13 Quando o contrato tenha por objecto a aquisio de servios de consultoria, o programa do

    concurso e o caderno de encargos so substitudos pelos termos de referncia. O mesmo acontece

    no procedimento especial de concurso para trabalhos de concepo. 14 Idem. 15 No CLPQ, o convite aplica-se fase de apresentao de propostas, e dirigido aos candidatos

    qualificados.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 36/91

    Peas

    Procedimentos

    Programa

    do

    concurso13

    Caderno

    de

    encargos14

    Convite Anncio Termos de

    referncia

    Base

    legal

    Acordo-

    quadro16

    art.

    168.

    Concurso

    para trabalho

    de

    concepo

    n. 3 do

    art. 44.

    No caso de empreitadas e de concesses de obras pblicas, o caderno de encargos inclui

    um projecto constitudo por peas escritas e desenhadas necessrias para uma correcta

    definio da obra e execuo dos trabalhos. Para alm de outros elementos reputados

    necessrios, das peas escritas constam (art. 48.):

    A memria descritiva;

    O mapa de medies, contendo previso das quantidades e da qualidade dos

    trabalhos necessrios execuo da obra;

    O programa de trabalhos, com indicao do prazo de execuo e eventuais

    prazos intermdios;

    Os estudos de impacto ambiental, nos termos da legislao aplicvel; e

    Os estudos de impacto social, legal, econmico e/ou cultural, que se justifiquem,

    incluindo as aces de expropriao a efectuar, os bens e direitos a adquirir e os

    nus ou servides a impor.

    Quando a natureza do objecto das prestaes do contrato a celebrar seja

    manifestamente simples, as clusulas do caderno de encargos podem consistir numa mera

    fixao de especificaes tcnicas ou em simples referncias ao preo, as quantidades e

    ao prazo de entrega (n. 3 do art. 46.).

    7.5.1 Definio do critrio de adjudicao das propostas

    A LCP obriga que o programa do concurso deve indicar um dos seguintes critrios de

    adjudicao:

    O do Preo Mais Baixo (PMB): quando os bens, servios ou empreitadas de obras

    pblicas ou outros objectos da contratao, forem facilmente padronizveis,

    constituindo como factor diferenciador, apenas o preo; e

    O da Proposta Economicamente Mais Vantajosa (PEMV): que pode ter em conta,

    entre outros factores, a qualidade, as caractersticas tcnicas, estticas ou

    funcionais, a assistncia tcnica, os prazos de entrega ou de execuo, o preo e

    o grau de impacto na sade pblica, na assistncia social ou no ambiente.

    16 O tipo de pea a utilizar varia em funo do tipo de procedimento a ser utilizado para a

    celebrao de um acordo-quadro

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 37/91

    A definio do critrio de adjudicao das propostas assume particular importncia na

    medida em que pode vir a determinar o sucesso da aquisio. Um critrio de adjudicao

    bem formulado permite seleccionar a proposta que proporciona maior benefcio para a

    EPC.

    Em termos de boas prticas, o critrio de adjudicao deve ser:

    Equilibrado - O rcio entre o peso tcnico e econmico deve ser escolhido com

    base nas caractersticas especficas do produto/servio (complexidade, impacto

    no negcio, entre outros) e nas caractersticas do mercado (competitividade,

    acessibilidade, entre outras);

    Mensurvel - Estabelecer subfactores claros, objectivos e mensurveis para reduzir

    avaliaes subjectivas. Devem ser definidos subfactores detalhados e os respectivos

    pesos devem reflectir a sua importncia relativa; e

    Transparente - Comunicar de forma clara os critrios de adjudicao por forma a

    facilitar a avaliao das propostas por parte da Comisso de Avaliao e permitir

    aos fornecedores elaborar propostas que satisfaam melhor as necessidades da

    EPC. A comunicao do critrio de adjudicao aumenta a confiana por parte

    dos participantes nos procedimentos de contratao pblica.

    O critrio de adjudicao comunicado tanto no Anncio, quando a este haja lugar,

    como no Programa do Procedimento ou Convite. importante comunicar os critrios

    antecipadamente para que os fornecedores possam preparar melhor as suas propostas e

    assim melhor satisfazer as necessidades e requisitos das EPC. Esta antecipao tambm

    permite uma maior transparncia ao processo e facilita o trabalho da Comisso no

    momento de avaliar as propostas recebidas.

    No sendo possvel criar uma frmula que determine qual o melhor critrio de adjudicao

    a ser utilizado, algumas questes devem ser ponderadas, nomeadamente:

    complexidade do bem ou servio a adquirir;

    maturidade do mercado de fornecedores; e

    NOTA: Existe a possibilidade de se estabelecer no Programa de Concurso regras

    destinadas a promover a contratao preferencial de pessoas singulares ou colectivas

    nacionais e a priorizar a produo nacional.

    Concretamente no que respeita adjudicao, caso o critrio seja o do mais baixo

    preo, o programa do concurso ou o convite podem estabelecer uma margem de

    preferncia de at 10% para os preos propostos por pessoas singulares ou colectivas

    nacionais. Caso o critrio de adjudicao seja o da PEMV, o programa do concurso ou

    o convite podem estabelecer um aumento da pontuao global atribuda s propostas

    de concorrentes nacionais de at 10%.

    Nos casos em que seja possvel recorrer subcontratao, podem as EPC impor que

    uma percentagem mnima do valor das prestaes subcontratadas seja reservada a

    pessoas singulares ou colectivas nacionais (n. 1 do art. 52., n. 2 art. 84.).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 38/91

    competitividade existente nesse mercado.

    A ttulo de exemplo, apresenta-se uma ilustrao representativa de questes a considerar

    na definio das ponderaes para os diferentes factores e subfactores que compem o

    critrio de adjudicao.

    Figura 3: Critrios de Adjudicao

    7.5.1.1 O Preo Mais Baixo - PMB

    Pela sua simplicidade, o critrio mais utilizado o de menor preo, no entanto nem sempre

    representa o melhor valor, ou seja, a proposta com o preo mais baixo nem sempre se

    traduz na proposta mais barata ou a que mais benefcios traga para a EPC.

    Existem muitos casos em que surgem associados aquisio da definio do preo ou de

    outros subfactores, um conjunto, por vezes alargado de custos escondidos, tais como:

    Consumveis dos equipamentos;

    Contratos de manuteno;

    Despesas de transporte;

    Prazo de execuo.

    As boas prticas internacionais aconselham a utilizao de metodologias para avaliao

    de propostas que contemplem os custos globais do bem/servio, tendo em conta todo

    seu ciclo de vida.

    O Total Cost of Ownership (TCO), tambm conhecido como custo total de propriedade,

    uma anlise feita com o objectivo de incluir os custos e benefcios que uma entidade tem

    com os seus activos durante a vida til do mesmo.

    Tradicionalmente, o clculo do custo de um equipamento contempla apenas o preo de

    aquisio e manuteno do activo, porm com esta anlise possvel olhar para os custos

    e benefcios a curto e longo prazo por forma a tomar uma deciso mais acertada.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 39/91

    Durante a anlise TCO so consideradas trs subcategorias de custos:

    Custo de aquisio do bem/servio e do processo de aquisio;

    Custo de transporte e armazenagem os fretes e, por exemplo, o arrendamento do

    espao para armazenagem dos bens;

    Custo de operao e manuteno relacionados com a operao, a

    manuteno, melhorias (upgrade), formao e adaptao ao novo bem/servio.

    7.5.1.2 A Proposta Economicamente Mais Vantajosa - PEMV

    A PEMV aquela que apresenta o maior benefcio para o Estado. Nestes termos, torna-se

    necessrio valorizar a mesma, atravs da atribuio de pesos ou ponderaes distintas a

    cada um dos factores e subfactores que densificam o critrio de adjudicao,

    transformando cada um dos factores e subfactores numa pontuao.

    Existem duas formas de calcular a pontuao de qualquer factor ou subfactor,

    independentemente da sua natureza:

    i. Modelo absoluto - onde a pontuao calculada atravs da avaliao do preo

    de cada proposta independentemente das outras ofertas; ou

    ii. Modelo relativo - onde a pontuao calculada atravs da comparao do preo

    entre as propostas.

    No primeiro caso, cada concorrente conseguir calcular o valor da sua proposta ainda

    antes de a entregar, podendo assim ajustar a sua oferta. J no caso do modelo relativo, o

    concorrente apenas conseguir calcular o valor da sua proposta quando todas as

    NOTA: No contexto da contratao pblica, so passveis de valorizar os aspectos da

    execuo do contrato a celebrar submetidos concorrncia pelo caderno de

    encargos, desde que este fixe os parmetros base desses aspectos e desde que tais

    atributos sejam definidos apenas quantitativamente e a sua avaliao seja efectuada

    atravs de uma expresso matemtica indicada no Programa de Procedimento (al. s)

    do n. 1 do art. 70)

    Por outras palavras, a EPC apenas poder valorizar os aspectos para os quais define

    um valor base (mnimo ou mximo) aceitvel para o bem ou prestao em causa. So

    exemplos de factores que podem ser submetidos concorrncia o preo, o prazo de

    entrega ou de execuo, o tempo de garantia, a velocidade de impresso de uma

    impressora ou o nvel de emisses de CO2 de um carro, etc.

    Os restantes aspectos definidos pela EPC como parmetros fixos, tambm chamados

    de termos ou condies, no so passveis de valorizao. De facto, se uma

    determinada proposta no respeita esses parmetros fixos deve ser excluda, na

    medida em que se mostram contratualmente inaceitveis, por violarem o disposto no

    caderno de encargos. Constitui exemplo de um termo ou condio a dimenso ou

    gramagem do papel num processo de aquisio de resmas de papel A4 de 80 gr/m2

    (al. f) do n.1 do art. 83.).

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 40/91

    propostas forem conhecidas, j que cada proposta comparada com a mais competitiva

    apresentada.

    7.6 Tramitao dos Procedimentos

    7.6.1 Concurso Pblico

    Tabela 23: Mapeamento do Concurso Pblico

    # Nome da Actividade Base Legal

    01 Deciso e contratar, competncia para autorizao da despesa art. 31., 35. e

    38.

    02 Seleco do procedimento de Concurso Pblico al. a) do n. 1 e

    2 do art. 22.,

    art. 24. e 32.

    03 Elaborao e aprovao das peas do procedimento art. 44., 45.,

    46.e 69.

    04 Formao da Comisso de Avaliao (CA) art. 41.

    05 Publicao do anncio de abertura do procedimento de

    contratao Comunicao ao SNCP

    n. 1 do art.

    69.

    06 Disponibilizao das peas do concurso aos concorrentes art. 71.

    07 Esclarecimento das dvidas e/ou apresentao de retificaes art. 51.

    08 Recepo das propostas art. 58. a 67.

    09 Abertura do acto pblico art. 72.a 75.

    10 Anlise dos documentos de habilitao al. d) do art.

    75.

    11 Deliberao sobre a no admisso e admisso condicional de

    concorrentes

    art. 76.

    12 Continuao do acto pblico (em caso de haver admisso

    condicional de concorrentes)

    n. 4 e 5 do

    art. 76. e art.

    77.

    13 Anlise formal das propostas art. 78.

    14 Admisso e no admisso de propostas n. 4 do art.

    78. e 79.

    Planeamento das

    Necessidades

    Autorizao da Despesa

    Escolha do Procedimento

    Comisso de Avaliao

    Peas do Procedimento

    Tramitao dos

    Procedimentos

    Controlo e Fiscalizao

    dos Contratos

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 41/91

    # Nome da Actividade Base Legal

    15 Deliberao sobre as eventuais reclamaes apresentadas

    pelos concorrentes

    n. 4 do art. 78

    e n. 3 do art.

    79.

    16 Concluso do acto pblico n. 4 do art.

    79. e n. 6 do

    art. 74.

    17 Anlise material das propostas em sesso reservada art. 81.

    18 Solicitao de esclarecimentos sobre as propostas admitidas art. 82.

    19 Avaliao das propostas no excludas art. 83. e 84.

    20 Elaborao do relatrio preliminar art. 85.

    21 Audincia prvia dos concorrentes (eventuais reclamaes dos

    concorrentes anlise e deliberao)

    art. 86.

    22 Elaborao do relatrio final17 n. 1 do art.

    87.

    23 Envio do relatrio final ao rgo competente da EPC para

    aprovao

    n. 3 do art.

    87.

    24 Negociao de propostas (caso previsto no programa ou nos

    termos de referncia do concurso)

    n. 2 do art.

    88., 89. e 90.

    25 Relatrio preliminar da negociao n. 1 do art.

    91.

    26 Audincia prvia da negociao n. 3 do art.

    91., 86. e 87.

    27 Relatrio final da negociao18 n. 3 do art.

    91.

    28 Deciso de adjudicao art. 98. e 99.

    29 Notificao da deciso de adjudicao ao adjudicatrio e,

    caso aplicvel, de prestao da cauo definitiva

    n. 1 do art.

    98., 101., 102.

    e 103.

    17 Tendo sido apresentado alguma reclamao ou verificada alguma causa de excluso superveniente sobre

    qualquer proposta gerando a modificao do relatrio preliminar realiza-se uma nova audincia prvia. 18 Vide nota anterior.

  • Verso preliminar, sujeita a alteraes.

    Manual Prtico da Contratao Pblica Angolana 42/91

    # Nome da Actividade Base Legal

    30 Notificao da adjudicao aos restantes concorrentes n. 2 do art.

    98.

    31 Comunicao da Adjudicao ao SNCP art. 99.

    32 Celebrao do Contrato Reduo ou no a escrito art. 108. e

    109.

    33 Outorga / assinatura do contrato art. 114. e

    115.

    34 Confirmao de contratos pelo Ministro das Finanas n. 5 do art. 7.

    do DP n. 1/15

    Regras Anuais

    Execuo OGE

    e DE n. 155/14

    Confirmao

    de Contratos.

    35 Fiscalizao preventiva do contrato pelo Tribunal de Contas Conforme Lei

    Anual de

    Aprovao do

    OGE

    36 Execuo do contrato n. 1e 2 do art.

    2., 1