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MANUAL TÉCNICO DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO Aplicado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Válido para o exercício de 2010, de forma facultativa e obrigatoriamente em 2.011. (Portaria STN nº , de 2009) edição VOLUME IV Demonstrações Contábeis do Setor Público

MANUAL TÉCNICO DE CONTABILIDADE APLICADA AO … · os procedimentos contábeis nos três níveis de governo, de forma a garantir a consolidação das contas públicas. Assim,

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  • MANUAL TCNICO DE CONTABILIDADE APLICADA AO

    SETOR PBLICO

    Aplicado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios. Vlido para o exerccio de 2010, de forma facultativa e obrigatoriamente em 2.011.

    (Portaria STN n , de 2009)

    1 edio

    VOLUME IV

    Demonstraes Contbeis do Setor Pblico

  • Impresso no Brasil

    MINISTRO DA FAZENDA Guido Mantega SECRETRIO-EXECUTIVO Nelson Machado SECRETRIO DO TESOURO NACIONAL Arno Hugo Augustin Filho SECRETRIOS-ADJUNTOS Lscio Fbio de Brasil Camargo Marcus Pereira Auclio Paulo Fontoura Valle Eduardo Coutinho Guerra Clber Ubiratan de Oliveira CHEFE DE GABINETE Lindemberg de Lima Bezerra COORDENADOR-GERAL DE CONTABILIDADE Paulo Henrique Feij da Silva COORDENADOR DE CONTABILIDADE Gilvan da Silva Dantas GERENTE Francisco Wayne Moreira EQUIPE TCNICA Allan Lcio Sathler Caio Cesar Sales Nogueira Heriberto Henrique Vilela do Nascimento Rosilene Oliveira de Souza Welinton Vtor dos Santos Informaes STN: Fone: (61) 3412-3011 Fax: (61) 3412-1459 Correio Eletrnico: [email protected] Pgina Eletrnica: www.tesouro.fazenda.gov.br Ministrio da Fazenda Secretaria do Tesouro Nacional Esplanada dos Ministrios, Bloco P, Edifcio Anexo do Ministrio da Fazenda, Trreo, Ala A CEP: 70048-900 Braslia DF

  • MANUAL TCNICO DE CONTABILIDADE APLICADA AO

    SETOR PBLICO

    Aplicado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios Vlido para o exerccio de 2010, de forma facultativa e obrigatoriamente em 2.011.

    (Portaria STN n , de 2009)

    1 edio

    VOLUME IV

    Demonstraes Contbeis do Setor Pblico

    Braslia DF 2009

  • COORDENAO EDITORIAL / REVISO DE TEXTO Secretaria do Tesouro Nacional / Coordenao-Geral de Contabilidade CRIAO CAPA: Marcelo Alvim Ferreira TIRAGEM: Publicao na Internet Referncia bibliogrfica Brasil. Ministrio da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Demonstraes Contbeis. Braslia: STN/Coordenao-Geral de Contabilidade, 2008. xxxp. Ficha Catalogrfica Brasil. Ministrio da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional Manual de Demonstraes Contbeis Nacional: Aplicado Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios / Ministrio da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional 1. ed. Braslia : Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenao-Geral de Contabilidade, 2009. p. ISBN: 1. Demonstraes Contbeis Brasil. 2. Direito financeiro Brasil. 3. Responsabilidade fiscal Brasil. I. Brasil. II.Titulo. CDD CDU

  • APRESENTAO A Secretaria do Tesouro Nacional STN, na qualidade de rgo Central do Sistema de Contabilidade Federal, nos termos da Lei n 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, e do Decreto n 3.589, de 6 de setembro de 2000, vem emitindo normas gerais para atender ao disposto no pargrafo 2, do artigo 50 da Lei Complementar n 101, de 04 de maio de 2000, de forma a padronizar os procedimentos contbeis. Este Manual visa promover a transparncia s contas pblicas, e representa o esforo para padronizar os procedimentos contbeis nos trs nveis de governo, de forma a garantir a consolidao das contas pblicas. Assim, as demonstraes contbeis contribuem para a governana no setor pblico e o controle social, com a gerao de informaes teis para a tomada de decises pelos gestores pblicos e para que os rgos de controle possam avaliar o seu desempenho. Nesta oportunidade, a STN e a SOF agradecem aos colaboradores individuais e institucionais que, direta ou indiretamente, contriburam para a edio deste Manual.

  • 6 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    PORTARIA N xxx, DE xx DE xxxxxxxxxx DE 2009

    Aprova a 1 edio do Manual Tcnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico

    Demonstraes Contbeis do Setor Pblico

    O SECRETRIO DO TESOURO NACIONAL, no uso das atribuies que lhe confere a Portaria n403, de 2 de dezembro de 2005, do MF, e Considerando o disposto no 2, do art. 50 da Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, que atribui competncias ao rgo central de contabilidade da Unio para consolidao das contas pblicas; Considerando o disposto no inciso I do art. 4 do Decreto n 3.589, de 6 de setembro de 2000, e no inciso I do art. 17 da Lei n 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, que conferem Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministrio da Fazenda, a condio de rgo central do Sistema de Contabilidade Federal; Considerando as competncias do rgo central do Sistema de Contabilidade Federal, estabelecidas no art. 5 do Decreto n 3.589, de 6 de setembro de 2000, complementadas pelo disposto no inciso XVII do art. 10 do Anexo I do Decreto n 6.193, de 22 de agosto de 2007, Considerando o disposto no inciso II do art. 1 da Portaria n 184, de 25 de agosto de 2008, do Ministrio da Fazenda, sobre a necessidade de Plano de Contas Nacional para a elaborao de demonstraes contbeis consolidadas e padronizadas. resolve: Art. 1 Aprovar a 1 edio do Manual de Demonstraes Contbeis do Setor Pblico, que dever ser utilizado pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios de forma facultativa no exerccio de 2010 e obrigatoriamente a partir de 2011. Art. 2 Delegar competncia Coordenao-Geral de Contabilidade, da Secretaria do Tesouro Nacional, para a coordenao e a execuo do processo de atualizao permanente das Demonstraes Contbeis do Setor Pblico. Art. 3 Disponibilizar o arquivo digital no stio da Secretaria do Tesouro Nacional, de acesso pblico atravs do endereo eletrnico http://www.tesouro.fazenda.gov.br/legislacao/leg_contabilidade.asp. Art. 4 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao e tem seus efeitos aplicados a partir do exerccio financeiro de 2010, revogando-se, a partir daquele exerccio, as disposies em contrrio.

    ARNO HUGO AUGUSTIN FILHO Secretrio do Tesouro Nacional

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................................... 10 2 BALANO ORAMENTRIO ............................................................................................. 11 2.1 CONCEITO........................................................................................................................... 11 2.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 12 2.2.1 Previso Inicial ................................................................................................................... 14 2.2.2 Previso Atualizada............................................................................................................ 14 2.2.3 Receitas Realizadas ............................................................................................................ 14 2.2.4 Dotao Inicial ................................................................................................................... 15 2.2.5 Crditos Adicionais ............................................................................................................ 15 2.2.6 Dotao Atualizada ............................................................................................................ 15 2.2.7 Despesas Empenhadas........................................................................................................ 15 2.2.8 Despesas Liquidadas .......................................................................................................... 15 2.2.9 Saldos de exerccios anteriores........................................................................................... 15 2.3 ANLISE.............................................................................................................................. 16 2.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 17 3 BALANO FINANCEIRO ..................................................................................................... 18 3.1 CONCEITO........................................................................................................................... 18 3.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 19 3.2.1 Definies........................................................................................................................... 19 3.2.1.1 Destinao Ordinria....................................................................................................... 19 3.2.1.2 Destinao vinculada....................................................................................................... 19 3.2.1.3 Transferncias financeiras recebidas ............................................................................... 20 3.2.1.4 Transferncias financeiras concedidas ............................................................................ 20 3.2.1.5 Recebimentos extra-oramentrios ................................................................................. 20 3.2.1.6 Pagamentos extra-oramentrios..................................................................................... 20 3.2.1.7 Disponibilidade ............................................................................................................... 20 3.3 ANLISE.............................................................................................................................. 20 3.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 21 4 DEMONSTRAO DAS VARIAES PATRIMONIAIS................................................... 21 4.1 CONCEITO........................................................................................................................... 21 4.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 22 4.2.1 Variaes Quantitativas ..................................................................................................... 24 4.2.1.1 Tributrias ................................................................................................................... 24 4.2.1.2 Contribuies .................................................................................................................. 24 4.2.1.3 Servios e explorao de bens......................................................................................... 24 4.2.1.4 Transferncias ................................................................................................................. 24 4.2.1.5 Outras ................................................................................................................... 24 4.2.1.6 Pessoal e encargos ........................................................................................................... 25 4.2.1.7 Benefcios sociais ............................................................................................................ 25 4.2.1.8 Uso de bens e servios..................................................................................................... 25 4.2.1.9 Transferncias ................................................................................................................. 25 4.2.1.10 Outras ................................................................................................................... 25 4.2.1.11 Resultado Financeiro Lquido ....................................................................................... 26 4.2.1.12 Ganhos/Perdas No Operacionais ................................................................................. 26 4.2.1.13 Resultado da Equivalncia Patrimonial ......................................................................... 26 4.2.2 Variaes Qualitativas ....................................................................................................... 26 4.3 ANLISE.............................................................................................................................. 26 4.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 26

  • 8 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    5 BALANO PATRIMONIAL .................................................................................................. 27 5.1 CONCEITO........................................................................................................................... 27 5.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 29 5.2.1 Anexo ao Balano patrimonial - demonstrativo do supervit financeiro apurado no balano patrimonial ..................................................................................................................... 30 5.2.2 Definies .......................................................................................................................... 30 5.2.2.1 Ativo circulante ............................................................................................................... 30 5.2.2.2 Ativo no-circulante ........................................................................................................ 31 5.2.2.3 Passivo circulante ............................................................................................................ 31 5.2.2.4 Passivo no-circulante ..................................................................................................... 32 5.2.2.5 Patrimnio Lquido / Saldo Patrimonial .......................................................................... 32 5.2.2.6 Ativo Financeiro.............................................................................................................. 32 5.2.2.7 Ativo Permanente ............................................................................................................ 32 5.2.2.8 Passivo Financeiro........................................................................................................... 32 5.2.2.9 Passivo Permanente......................................................................................................... 33 5.2.2.10 Contas de compensao................................................................................................. 33 5.2.2.11 Supervit Financeiro...................................................................................................... 33 5.3 ANLISE.............................................................................................................................. 33 5.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 33 6 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA........................................................................ 34 6.1 CONCEITO........................................................................................................................... 34 6.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 35 6.2.1 Pelo Mtodo Direto ............................................................................................................ 36 6.2.2 Pelo Mtodo Indireto.......................................................................................................... 37 6.2.3 Definies........................................................................................................................... 38 6.2.3.1 Ingressos operacionais..................................................................................................... 38 6.2.3.2 Transferncias intergovernamentais ................................................................................ 38 6.2.3.3 Transferncias intragovernamentais ................................................................................ 38 6.2.3.4 Ingressos de investimento................................................................................................ 38 6.2.3.5 Ingressos de financiamento ............................................................................................. 38 6.2.3.6 Dispndios operacionais.................................................................................................. 38 6.2.3.7 Dispndios de investimento............................................................................................. 38 6.2.3.8 Dispndios de financiamento .......................................................................................... 39 6.2.3.9 Caixa e equivalente-caixa................................................................................................ 39 6.3 ANLISE.............................................................................................................................. 39 6.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 40 7 DEMONSTRAO DO RESULTADO ECONMICO ........................................................ 40 7.1 CONCEITO........................................................................................................................... 40 7.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 41 7.3 ANLISE.............................................................................................................................. 41 7.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 41 8 DEMONSTRAO DAS MUTAES NO PATRIMNIO LQUIDO............................... 42 8.1 CONCEITO........................................................................................................................... 42 8.2 ESTRUTURA ....................................................................................................................... 43 8.3 ANLISE.............................................................................................................................. 43 8.4 AVALIAO DA GESTO................................................................................................ 44 9 ANLISE DA CONSISTNCIA DAS DEMONSTRAES CONTBEIS ........................ 44 9.1 BALANO ORAMENTRIO........................................................................................... 45 9.2 BALANO FINANCEIRO .................................................................................................. 45 9.3 DEMONSTRAO DAS VARIAES PATRIMONIAIS................................................ 46 9.4 BALANO PATRIMONIAL ............................................................................................... 46

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    9.5 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA..................................................................... 46 9.6 DEMONSTRAO DO RESULTADO ECONMICO ..................................................... 47 9.7 DEMONSTRAO DAS MUTAES DO PATRIMNIO LQUIDO............................ 47 10 CONSOLIDAO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS E NOTAS EXPLICATIVAS47 11 EXERCCIO PRTICO......................................................................................................... 49 11.1 ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PBLICO.............. 49 11.2 LANAMENTOS TPICOS............................................................................................... 51 11.2.1 Previso da Receita .......................................................................................................... 51 11.2.2 Fixao da Despesa .......................................................................................................... 51 11.2.3 Receita de Taxas............................................................................................................... 51 11.2.4 Contratao de Operao de Crdito................................................................................ 52 11.2.5 Alienao de Bens ............................................................................................................ 52 11.2.6 Registro de Bens Recebidos por Doao.......................................................................... 53 11.2.7 Despesa de Servios ......................................................................................................... 53 11.2.8 Aquisio de Bens do Imobilizado................................................................................... 55 11.2.9 Depreciao...................................................................................................................... 56 11.2.10 Baixa de Bens Doados.................................................................................................... 56 11.3 ELABORAO DO BALANCETE CONTBIL ............................................................. 56 11.4 LEVANTAMENTO DAS DEMONSTRAES CONTBEIS........................................ 58 11.4.1 BALANO ORAMENTRIO...................................................................................... 58 11.4.2 BALANO FINANCEIRO ............................................................................................. 59 11.4.3 DEMONSTRAO DAS VARIAES PATRIMONIAIS........................................... 60 11.4.4 BALANO PATRIMONIAL .......................................................................................... 61 11.4.5 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA................................................................ 62 11.4.6 DEMONSTRAO DAS MUTAES NO PATRIMNIO LQUIDO....................... 63

  • 10 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    1 INTRODUO Este trabalho, intitulado Demonstraes Contbeis do Setor Pblico, tem como objetivo propiciar o processo de consolidao dos conceitos, regras e procedimentos relativos s demonstraes contbeis do setor pblico, com o estabelecimento de padres a serem observados pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, permitindo a evidenciao e a consolidao das contas pblicas em nvel nacional. A Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico o ramo da cincia contbil que aplica, no processo gerador de informaes, os Princpios Fundamentais e as normas contbeis direcionados ao controle patrimonial das entidades do setor pblico. Tem como objetivo fornecer aos usurios informaes sobre os resultados alcanados e os aspectos de natureza oramentria, econmica, financeira e fsica do patrimnio da entidade do setor pblico, em apoio ao processo de tomada de deciso, a adequada prestao de contas e ao necessrio suporte para a instrumentalizao do controle social.

    Nesse contexto, as demonstraes contbeis assumem um papel fundamental, por representarem as principais sadas de informaes geradas pela Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, promovendo transparncia ao setor pblico. Para cumprimento do objetivo de padronizao dos procedimentos contbeis, este Manual observa os dispositivos legais que regulam o assunto, como a Lei n 4.320, de 17 de maro de 1.964 e a Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, e tambm as disposies do Conselho Federal de Contabilidade relativas aos Princpios Fundamentais de Contabilidade, sobretudo as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico (NBCT 16).. De acordo com a Lei 4.320/1.964, art. 101, os resultados gerais do exerccio sero demonstrados no Balano Oramentrio, no Balano Financeiro, no Balano Patrimonial, na Demonstrao das Variaes Patrimoniais, alm de outros quadros demonstrativos.

    Assim, as demonstraes contbeis das entidades definidas no campo Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, disciplinadas por este Manual, so: a) Balano Patrimonial; b) Balano Oramentrio; c) Balano Financeiro; d) Demonstrao das Variaes Patrimoniais; e e) Demonstrao dos Fluxos de Caixa. A essas demonstraes, acrescida a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido. Facultativamente, pode ser elaborada, ainda, a Demonstrao do Resultado Econmico. As demonstraes contbeis previstas neste Manual devem ser divulgadas da seguinte forma: - Demonstraes Contbeis Consolidadas - devem compor a Prestao de Contas Anual de Governo, que recebe parecer prvio pelo Tribunal de Contas competente; - Demonstraes Contbeis No-Consolidadas - devem compor a tomada ou prestao de contas anual dos administradores pblicos. O Manual descreve os principais conceitos relativos a essas sete demonstraes, alm de definir a estrutura e as instrues de preenchimento e demonstra os principais pontos para anlise e avaliao

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    da gesto. Indica, ainda, os principais exames que devem ser efetuados pelos gestores para garantir a consistncia das informaes e os procedimentos para a consolidao. Por fim, o Manual contempla um exerccio prtico, com os lanamentos contbeis tpicos do setor pblico, luz da nova estrutura do Plano de Contas Aplicado ao Setor Pblico (PCASP), com o objetivo de ilustrar o levantamento das demonstraes contbeis. 2 BALANO ORAMENTRIO

    2.1 CONCEITO

    O Balano Oramentrio, definido na Lei n 4.320/1964, demonstra as receitas e despesas

    previstas em confronto com as realizadas. Esse balano tambm est previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, porm de forma mais detalhada e com periodicidade de publicao bimestral. Integra o Relatrio Resumido de Execuo Oramentria - RREO, e dever ser publicado at trinta dias aps o encerramento de cada bimestre.

    Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas oramentrias, por categoria

    econmica, confrontar o oramento inicial e as suas alteraes com a execuo, demonstrar o resultado oramentrio e discriminar: (a) as receitas por fonte (espcie); e (b) as despesas por grupo de natureza.

    Segundo a LRF, o Balano Oramentrio apresentar as receitas, detalhadas por categoria econmica, origem e espcie (destacando as receitas intra-oramentrias), especificando a previso inicial, a previso atualizada para o exerccio, a receita realizada no bimestre atual, a realizada at o bimestre atual e o saldo a realizar. Demonstrar tambm as despesas, por categoria econmica e grupo de natureza da despesa (destacando as despesas intra-oramentrias), discriminando a dotao inicial, os crditos adicionais, a dotao atualizada para o exerccio, as despesas empenhadas no bimestre atual e at o bimestre atual, as despesas liquidadas no bimestre atual e at o bimestre atual, e o saldo a liquidar.

    Para permitir maior transparncia por meio da apurao total e lquida das receitas e despesas, estas devero ser apresentadas nesta demonstrao segregadas em: a) receitas oramentrias lquidas das intra-oramentrias; b) receitas intra-oramentrias; c) despesas oramentrias lquidas das intra-oramentrias; e d) despesas intra-oramentrias.

    As receitas e despesas intra-oramentrias, quando existentes, podero ser apresentadas em uma tabela no final do demonstrativo. Entretanto, caso no prejudique a transparncia dos dados, a unidade contbil poder optar por apresent-las logo abaixo da linha totalizadora das receitas e despesas intra-oramentrias, no corpo do demonstrativo, contendo o mesmo nvel de desdobramento das outras receitas e despesas oramentrias.

    Os valores referentes ao refinanciamento da dvida mobiliria e de outras dvidas devero constar, destacadamente, nas receitas de operaes de crdito internas e externas e, nesse mesmo nvel de agregao, nas despesas com amortizao da dvida de refinanciamento.

  • 12 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    No nvel de detalhamento em que so apresentadas no modelo (3 nvel Espcie), as receitas devero ser informadas pelos valores lquidos das respectivas dedues, tais como restituies, descontos, retificaes, dedues para o FUNDEB, e reparties de receita entre os entes da Federao, quando registradas como deduo, conforme orientao do Manual de Receita Nacional.

    O Balano Oramentrio demonstra a execuo oramentria em um determinado exerccio, apresentando um resultado positivo (supervit) ou negativo (dficit). No entanto, em funo da utilizao do supervit financeiro de exerccios anteriores, identificado no Balano Patrimonial do exerccio anterior ao de referncia, para abertura de crditos adicionais, o Balano Oramentrio poder demonstrar uma situao distinta, quando considerados os saldos de exerccios anteriores que foram utilizados no exerccio de referncia.

    Esse desequilbrio aparente ocorre porque o supervit financeiro de exerccios anteriores, quando fonte de recursos para abertura de crditos adicionais, no pode ser demonstrado como parte dos itens do Balano Oramentrio que integram o clculo do resultado oramentrio. O supervit financeiro no receita do exerccio de referncia, pois j o foi em exerccio anterior, mas constitui disponibilidade para utilizao no exerccio de referncia. Por outro lado, as despesas executadas conta do supervit financeiro so despesas do exerccio de referncia, por fora legal, visto que no foram empenhadas no exerccio anterior.

    Dessa forma, no momento inicial da execuo oramentria, tem-se o equilbrio entre receita prevista e despesa fixada e constata-se que toda despesa a ser executada est amparada por uma receita prevista a ser arrecadada no exerccio.

    No entanto, iniciada a execuo do oramento, quando h supervit financeiro de exerccios anteriores, tem-se um recurso disponvel para abertura de crditos para as despesas no fixadas ou no totalmente contempladas pela Lei Oramentria.

    O Balano Oramentrio definido neste manual proporciona ao usurio de suas informaes a possibilidade de analisar o seu resultado, confrontando-o com o supervit financeiro de exerccios anteriores, pois apresenta a linha SALDOS DE EXERCCIOS ANTERIORES.

    Dessa forma, o equilbrio entre receita prevista e despesa fixada no Balano Oramentrio pode ser verificado (sem influenciar o seu resultado), somando-se os valores da linha TOTAL (item VII) e da linha SALDOS DE EXERCCIOS ANTERIORES constantes da coluna PREVISO ATUALIZADA e confrontando-se esse montante com o total da coluna DOTAO ATUALIZADA (item XIV).

    A recomendao deste manual que sejam utilizadas notas explicativas para esclarecimentos a respeito da utilizao do supervit financeiro e sua influncia no resultado oramentrio, de forma a possibilitar a correta interpretao das informaes.

    2.2 ESTRUTURA

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    BALANO ORAMENTRIO

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA: PREVISO PREVISO RECEITAS SALDO

    RECEITAS ORAMENTRIAS INICIAL ATUALIZADA REALIZADAS (a) (b) (a-b)

    RECEITAS (EXCETO INTRA-ORAMENTRIAS) (I)

    RECEITAS CORRENTES RECEITA TRIBUTRIA Impostos Taxas Contribuio de Melhoria RECEITA DE CONTRIBUIES Contribuies Sociais Contribuies Econmicas RECEITA PATRIMONIAL Receitas Imobilirias Receitas de Valores Mobilirios Receita de Concesses e Permisses Outras Receitas Patrimoniais RECEITA AGROPECURIA Receita da Produo Vegetal Receita da Produo Animal e Derivados

    Outras Receitas Agropecurias RECEITA INDUSTRIAL Receita da Indstria de Transformao Receita da Indstria de Construo Outras Receitas Industriais RECEITA DE SERVIOS TRANSFERNCIAS CORRENTES Transferncias Intergovernamentais Transferncias de Instituies Privadas Transferncias do Exterior Transferncias de Pessoas Transferncias de Convnios Transferncias para o Combate Fome OUTRAS RECEITAS CORRENTES Multas e Juros de Mora Indenizaes e Restituies Receita da Dvida Ativa Receitas Correntes Diversas RECEITAS DE CAPITAL OPERAES DE CRDITO Operaes de Crdito Internas Operaes de Crdito Externas ALIENAO DE BENS Alienao de Bens Mveis Alienao de Bens Imveis AMORTIZAES DE EMPRSTIMOS TRANSFERNCIAS DE CAPITAL Transferncias Intergovernamentais Transferncias de Instituies Privadas Transferncias do Exterior Transferncias de Pessoas Transferncias de Outras Instit. Pblicas Transferncias de Convnios Transferncias para o Combate Fome OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL Integralizao do Capital Social Dv. Ativa Prov. da Amortiz. Emp. e Financ.

    Restituies Receitas de Capital Diversas RECEITAS (INTRA-ORAMENTRIAS) (II) SUBTOTAL DAS RECEITAS (III) = (I + II) OPERAES DE CRDITO/ REFINANCIAMENTO (IV)

    Operaes de Crdito Internas Mobiliria Contratual Operaes de Crdito Externas Mobiliria Contratual SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (V) = (III + IV)

    DFICIT (VI) TOTAL (VII) = (V + VI) SALDOS DE EXERCCIOS ANTERIORES (UTILIZADOS PARA CRDITOS ADICIONAIS)

  • 14 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    DOTAO INICIAL

    CRDITOS ADICIONAIS

    DOTAO ATUALIZADA

    DESPESAS EMPENHADAS

    DESPESAS LIQUIDADAS

    INSCRIO EM RP NO

    PROCESSADOS

    SALDO DA DOTAO

    DESPESAS ORAMENTRIAS

    (d) (e) (f)=(d+e) (g) (h) (i)=(g--h) (j)=(f-g) DESPESAS (EXCETO INTRA-ORAMENTRIAS) (VIII)

    DESPESAS CORRENTES PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS JUROS E ENCARGOS DA DVIDA OUTRAS DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL INVESTIMENTOS INVERSES FINANCEIRAS AMORTIZAO DA DVIDA RESERVA DE CONTINGNCIA RESERVA DO RPPS DESPESAS (INTRA-ORAMENTRIAS) (IX)

    SUBTOTAL DAS DESPESAS (X) = (VIII + IX)

    AMORTIZAO DA DVIDA/ REFINANCIAMENTO (XI)

    Amortizao da Dvida Interna Dvida Mobiliria Outras Dvidas Amortizao da Dvida Externa Dvida Mobiliria Outras Dvidas SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (X + XI)

    SUPERVIT (XIII) - - TOTAL (XIV) = (XII + XIII)

    Para levantamento do Balano, necessrio se definir os seguintes conceitos:

    2.2.1 Previso Inicial

    Identifica os valores da previso inicial das receitas, constantes na Lei Oramentria Anual - LOA. Os valores registrados nessa coluna permanecero inalterados durante todo o exerccio, pois devero refletir a posio inicial do oramento constante da LOA. As atualizaes monetrias autorizadas por lei, efetuadas at a data da publicao da LOA, devero compor a coluna, sendo mencionadas em notas explicativas.

    2.2.2 Previso Atualizada

    Identifica os valores da previso atualizada das receitas para o exerccio de referncia, que devero refletir a parcela da reestimativa da receita utilizada para abertura de crditos adicionais, seja mediante excesso de arrecadao ou mediante operaes de crdito, as novas naturezas de receita no previstas na LOA e o remanejamento entre naturezas de receita. Se no ocorrer nenhum dos eventos mencionados, a coluna da previso atualizada dever identificar os mesmos valores da coluna previso inicial. As atualizaes monetrias autorizadas por lei, efetuadas aps a data da publicao da LOA, devero compor a coluna, sendo mencionadas em notas explicativas.

    2.2.3 Receitas Realizadas

    Identifica as receitas realizadas no perodo. Consideram-se realizadas as receitas arrecadadas diretamente pelo rgo, ou por meio de outras instituies como, por exemplo, a rede bancria.

  • 15 15

    2.2.4 Dotao Inicial

    Identifica o valor dos crditos iniciais constantes da Lei Oramentria Anual.

    2.2.5 Crditos Adicionais Identifica os crditos adicionais abertos e ou reabertos durante o exerccio, deduzidas as anulaes/cancelamentos correspondentes.

    2.2.6 Dotao Atualizada

    Identifica o valor da dotao inicial mais os crditos adicionais abertos ou reabertos durante o exerccio, deduzidas as anulaes/cancelamentos correspondentes. a soma da coluna DOTAO INICIAL (d) com a coluna CRDITOS ADICIONAIS (e).

    2.2.7 Despesas Empenhadas

    Identifica os valores das despesas empenhadas no bimestre e as acumuladas at o bimestre de referncia. O empenho de despesa o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigao de pagamento pendente ou no de implemento de condio. Corresponde primeira fase da execuo da despesa.

    2.2.8 Despesas Liquidadas

    Identifica os valores das despesas liquidadas no bimestre e as acumuladas at o bimestre de referncia, bem como o percentual das despesas liquidadas at o final do bimestre em relao dotao atualizada. Devero ser consideradas, inclusive, as despesas que j foram pagas.

    A liquidao o segundo estgio da execuo da despesa, que consiste na verificao do

    direito adquirido pelo credor, tendo por base os ttulos e documentos comprobatrios da entrega do material ou servio.

    Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas no pagas at o dia 31 de

    dezembro distinguindo-se as processadas das no processadas. Durante o exerccio, no devero ser includos os valores das despesas empenhadas que

    ainda no foram liquidadas. No encerramento do exerccio, as despesas empenhadas, no liquidadas e inscritas em restos a pagar no-processados devero compor, em funo do empenho legal, o total das despesas liquidadas. Portanto, durante o exerccio, so consideradas despesas executadas apenas as despesas liquidadas e, no encerramento do exerccio, so consideradas despesas executadas as despesas liquidadas e as inscritas em restos a pagar no-processados.

    2.2.9 Saldos de exerccios anteriores

    Identifica o valor de recursos provenientes de supervit financeiro de exerccios anteriores, identificados no Balano Patrimonial do exerccio anterior ao de referncia, que est sendo utilizado como fonte de recursos para abertura de crditos adicionais. Dever demonstrar, tambm, os valores referentes aos crditos adicionais autorizados nos ltimos quatro meses do exerccio anterior ao de

  • 16 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    referncia, reabertos no exerccio corrente. Apresentar valores somente nas colunas que se referem previso atualizada e receita realizada e devero corresponder ao valor da execuo dos referidos crditos adicionais. Inclui, ainda o saldo da reserva do RPPS utilizado no exerccio.

    As receitas arrecadadas e classificadas no exerccio anterior ao de referncia, portanto, pertencentes quele exerccio, que constaram do supervit financeiro identificado no Balano Patrimonial do ente, e que serviram de fonte de financiamento de abertura e reabertura de crditos adicionais no exerccio atual, devem ter seus valores identificados nessa linha, no montante equivalente aos crditos autorizados e executados.

    2.3 ANLISE

    A anlise e a verificao do Balano Oramentrio tem como fator predominante preparar

    os indicadores que serviro de suporte para a avaliao da gesto oramentria. Uma das principais anlises consiste em relacionar a coluna de Previso Inicial com a

    coluna de Dotao Inicial; e as colunas da Previso Atualizada e Receita Realizada, com as colunas da Dotao Atualizada e Despesa Executada.

    O supervit oramentrio representado pela diferena a maior entre a execuo da Receita

    e da Despesa e dever ser adicionada coluna de Execuo da Despesa para igualar com a Execuo da Receita.

    O dficit oramentrio representado pela diferena a menor entre a execuo da Receita e

    da Despesa e dever ser adicionada coluna da Execuo da Receita para igualar com o total da Execuo da Despesa.

    Na receita, pode-se verificar ainda uma diferena a maior ou a menor entre a coluna Previso Atualizada e a coluna Realizao, correspondente a insuficincia ou excesso de arrecadao ocorrido no exerccio.

    Na despesa, a diferena a maior entre a coluna Dotao Atualizada e a coluna Execuo

    corresponde a uma economia na realizao de despesa. A receita, por ser prevista, pode ser arrecadada a maior ou a menor. Entretanto, a despesa,

    por ser fixada, s pode ser realizada at o valor autorizado, significando que somente pode ser emitido empenho at o valor do crdito oramentrio disponvel, observando-se, ainda, a especificidade do oramento.

    A comparao entre Previso/Dotao e a Execuo pode indicar as seguintes situaes: a) Receita Prevista > Receita Arrecadada, demonstra que houve insuficincia de arrecadao; b) Receita Prevista < Receita Arrecadada, demonstra que houve excesso de arrecadao; c) Despesa Fixada > Despesa Realizada, demonstra economia na realizao de despesas; d) Despesa Fixada < Despesa Realizada, demonstra que houve excesso de despesas (situao de inconsistncia);

  • 17 17

    e) Receita Arrecadada > Despesa Realizada, demonstra que houve supervit oramentrio; f) Receita Corrente Arrecadada > Despesa Corrente Realizada, demonstra que houve supervit corrente; g) Receita de Capital Arrecadada > Despesa de Capital Realizada, demonstra que houve supervit de capital; h) Receita Corrente Arrecadada < Despesa Corrente Realizada, demonstra que houve dficit corrente; i) Receita de Capital Arrecadada < Despesa de Capital Realizada, demonstra que houve dficit de capital; j) Receita Arrecadada < Despesa Realizada, demonstra que houve dficit oramentrio; e l) Receita Arrecadada = Despesa realizada, demonstra o equilbrio oramentrio na execuo.

    2.4 AVALIAO DA GESTO

    A avaliao da execuo do oramento pblico extremamente importante para a

    formulao de opinio acerca da conduo da poltica fiscal. Dessa forma, formulam-se opinies a respeito de que grau a gesto das finanas pblicas

    promove o equilbrio fiscal e contribui para que o endividamento pblico esteja em nveis aceitveis. Deve-se determinar tambm de que forma o equilbrio ou desequilbrio fiscal impactado

    pelo nvel e eficincia da arrecadao e pela execuo de despesas pblicas de pessoal, custeio, investimentos e de encargos da dvida pblica. interessante observar que o Balano Oramentrio til, ainda, para a avaliao do cumprimento da regra de ouro estabelecida pela Constituio Federal de 1.988, a qual se destaca:

    Art. 167. So vedados:

    (...)

    III - a realizao de operaes de crditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante crditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; (Constituio Federal de 1988)

    A avaliao tambm se refere a julgar o nvel dos objetivos alcanados em relao aos fixados no oramento e as modificaes nele ocorridas durante a execuo. A eficincia com que se realizam as aes empregadas, em comparao com a meta fsica atingida permite inferir o grau de racionalidade na utilizao dos recursos correspondentes.

    No se pode avaliar apenas a posteriori. A avaliao deve ser ativa, desempenhar um papel importante como orientadora da execuo e permitir a fixao das futuras programaes em bases consistentes.

  • 18 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    A avaliao impe a necessidade de um sistema estatstico cuja informao bsica se obtm nos rgos e entidades. De posse dos dados podem-se elaborar tabelas, calcular indicadores e apresentar informes peridicos para uso e tomada de decises por parte dos gestores.

    Nos casos de dficit ou supervit referentes execuo oramentria, pode-se observar o seguinte:

    a) se a execuo da receita apresentar-se menor que a execuo da despesa, pode-se deduzir que o supervit financeiro do exerccio anterior deve ter sido utilizado no corrente exerccio;

    b) se a execuo da receita apresentar-se maior que a da despesa, a avaliao poder afirmar que houve um excesso de arrecadao que no foi utilizado no corrente exerccio.

    3 BALANO FINANCEIRO

    3.1 CONCEITO

    Segundo a Lei 4.320/64, o Balano Financeiro demonstra os ingressos (entradas) e dispndios (sadas) de recursos financeiros a ttulo de receitas e despesas oramentrias, bem como os recebimentos e pagamentos de natureza extra-oramentria, conjugados com os saldos de disponibilidades do exerccio anterior e aqueles que passaro para o exerccio seguinte.

    Assim, o Balano Financeiro um quadro com duas sees: Ingressos (Ingressos Oramentrios e Extra-Oramentrios) e Dispndios (Dispndios Oramentrios e Extra-Oramentrios), que se equilibram com a incluso das Disponibilidades do Perodo Anterior na Seo dos Ingressos, e as disponibilidades para o perodo seguinte na Seo dos Dispndios.

    O resultado financeiro do exerccio corresponde diferena entre o somatrio dos ingressos

    oramentrios com os extra-oramentrios e dos dispndios, oramentrios com os extra-oramentrios. Se os ingressos forem maiores que os dispndios, ocorrer um supervit; caso contrrio, ocorrer um dficit. Este resultado no deve ser entendido como supervit ou dficit financeiro do exerccio, cuja apurao obtida atravs do Balano Patrimonial. O resultado financeiro do exerccio pode ser tambm apurado pela diferena entre as disponibilidades para o exerccio seguinte e as disponibilidades do exerccio anterior.

    O Balano Financeiro evidencia a movimentao financeira das entidades do setor pblico no perodo a que se refere, e discrimina: (a) a receita oramentria realizada por destinao de recurso; (b) a despesa oramentria executada por destinao de recurso; (c) os recebimentos e os pagamentos extra-oramentrios; (d) as transferncias ativas e passivas decorrentes, ou no, da execuo oramentria; e (e) o saldo inicial e o saldo final das disponibilidades.

    Devero ser apresentadas as vinculaes nas reas de sade, educao, previdncia social e outras vinculaes legais, alm da destinao ordinria, de maneira que o grupo de Outras Vinculaes no ultrapasse 10% do total da Receita Oramentria ou Despesa Oramentria.

  • 19 19

    3.2 ESTRUTURA

    BALANO FINANCEIRO

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA:

    INGRESSOS

    DISPNDIOS

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    Receita Oramentria Ordinria Vinculada Sade Educao Previdncia Social Transferncias obrigatrias de outro ente Convnios Dvida Pblica Outras Vinculaes

    Dedues da Receita

    Recebimentos Extra-Oramentrios

    Transferncias Financeiras Recebidas Disponvel do Exerccio Anterior

    Despesa Oramentria Ordinria Vinculada Sade Educao Previdncia Social Transferncias obrigatrias de outro ente Convnios Dvida Pblica Outras Vinculaes

    Pagamentos Extra-Oramentrios

    Transferncias Financeiras Concedidas Disponvel p/ o Exerccio Seguinte

    TOTAL TOTAL

    3.2.1 Definies Para o levantamento do Balano Financeiro, necessrio definir os seguintes conceitos:

    3.2.1.1 DESTINAO ORDINRIA

    o processo de alocao livre entre a origem e a aplicao de recursos, para atender a quaisquer finalidades.

    3.2.1.2 DESTINAO VINCULADA

    o processo de vinculao entre a origem e a aplicao de recursos, em atendimento s finalidades especficas estabelecidas pela norma.

  • 20 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    3.2.1.3 TRANSFERNCIAS FINANCEIRAS RECEBIDAS

    Reflete a movimentao de recursos financeiros entre rgos e Entidades da Administrao Direta e Indireta. Podem ser Oramentrias ou Extra-Oramentrias. Aquelas efetuadas em cumprimento execuo do Oramento so as cotas, repasses e sub-repasses. Aquelas que no se relacionam com o Oramento em geral decorrem da transferncia de recursos relativos aos restos a pagar. Esses valores, quando observados os demonstrativos consolidados, so compensados pelas Transferncias Financeiras Concedidas.

    3.2.1.4 TRANSFERNCIAS FINANCEIRAS CONCEDIDAS

    Reflete a movimentao de recursos financeiros entre rgos e Entidades da Administrao Direta e Indireta. Podem ser Oramentrias ou Extra-Oramentrias e so a contrapartida das Transferncias Financeiras Recebidas.

    3.2.1.5 RECEBIMENTOS EXTRA-ORAMENTRIOS

    Nesse grupo temos os ingressos no previstos no oramento, que sero restitudos em poca prpria, por deciso administrativa ou sentena judicial.

    Consistem, por exemplo, em:

    - ingresso de recursos que se constituem obrigaes relativas a consignaes em folha, fianas, caues, etc; e

    - inscrio de restos a pagar, com a funo de compensar o valor da despesa oramentria imputada como realizada, porm no paga no exerccio da emisso do empenho, em atendimento ao pargrafo nico do artigo 103 da Lei n 4.320/1964.

    3.2.1.6 PAGAMENTOS EXTRA-ORAMENTRIOS

    Nesse grupo temos pagamentos que no precisam se submeter ao processo de execuo oramentria, como:

    - aos relativos a obrigaes que representaram ingressos oramentrios (ex. devoluo de depsitos); e

    - aos restos a pagar do exerccio inscritos em exerccios anteriores.

    3.2.1.7 DISPONIBILIDADE

    Compreende o numerrio em espcie e depsitos bancrios disponveis, alm das aplicaes financeiras de curto prazo, de liquidez imediata, que so prontamente conversveis em um montante conhecido de caixa e que esto sujeitas a um insignificante risco de mudana de valor. Inclui, ainda, a receita oramentria arrecadada que se encontra em poder da rede bancria em fase de recolhimento.

    3.3 ANLISE

    A anlise e a verificao do Balano Financeiro tem como objetivo predominante preparar

    os indicadores que serviro de suporte para a avaliao da gesto financeira.

  • 21 21

    As informaes sobre o fluxo de recursos das disponibilidades so teis para que os

    usurios possam tomar decises que iro influenciar o fluxo de caixa da entidade. Possibilita, ainda, mensurar se o disponvel suficiente para pagar os bens e servios adquiridos e contratados e ainda satisfazer os gastos de manuteno.

    A anlise do Balano Financeiro permite, ainda, a verificao da execuo da despesa com

    as principais vinculaes face s respectivas receitas.

    3.4 AVALIAO DA GESTO

    A avaliao da gesto consiste, dentre outros, em observar a necessidade de existncia de recursos nas disponibilidades para o exerccio seguinte, destinados aos pagamentos das despesas no pagas no exerccio anterior, notadamente quanto aos valores inscritos em restos a pagar. Alm disso, deve-se analisar a liquidez da entidade, de forma a se prevenir possvel insolvncia futura.

    A movimentao dos recursos referentes ao Balano Financeiro pode ser sintetizada pela

    seguinte equao: saldo inicial (anterior) + entradas (ingressos oramentrios e extra-oramentrios) - sadas (dispndios oramentrios e extra-oramentrios) = saldo atual.

    A avaliao da gesto financeira realizada a partir da correspondncia dos valores do

    Balano Financeiro com os ndices percentuais que possibilitem a anlise do seu contedo sob o enfoque gerencial. 4 DEMONSTRAO DAS VARIAES PATRIMONIAIS

    4.1 CONCEITO

    Segundo a Lei n 4.320/64, artigo 104, a Demonstrao das Variaes Patrimoniais

    evidenciar as alteraes verificadas no patrimnio, resultantes ou independentes da execuo oramentria, e indicar o resultado patrimonial do exerccio.

    As alteraes verificadas no patrimnio consistem nas variaes quantitativas e qualitativas. As variaes quantitativas so decorrentes de transaes no setor pblico que aumentam ou diminuem o patrimnio lquido. J as variaes qualitativas so decorrentes de transaes no setor pblico que alteram a composio dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimnio lquido.

    O resultado patrimonial do perodo apurado pelo confronto entre as variaes patrimoniais

    quantitativas ativas e passivas.

    Para um melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, podemos dizer que ele tem funo semelhante Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) da rea privada, qual seja a de apurar as alteraes verificadas no patrimnio, acrescendo-se a isso o fato de a DRE tratar apenas as variaes quantitativas, enquanto que a DVP trata das variaes quantitativas e qualitativas.

  • 22 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    importante ressaltar tambm que a DRE apura o resultado em termos de lucro ou prejuzo lquido, como um dos principais indicadores de desempenho da empresa. J no setor pblico, o resultado patrimonial no um indicador de desempenho, mas um medidor do quanto a atividade estatal proporciona alteraes quantitativas e qualitativas no patrimnio.

    4.2 ESTRUTURA

  • 23 23

    DEMONSTRAO DAS VARIAES PATRIMONIAIS

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA: VARIAES PATRIMONIAIS QUANTITATIVAS

    Exerccio Atual

    Exerccio Anterior

    Variaes Ativas Operacionais

    Tributrias X X

    Contribuies X X

    Servios e Explorao de Bens X X

    Transferncias X X

    Outras X X

    Total das Variaes Ativas Operacionais X X

    Variaes Passivas Operacionais

    Pessoal e Encargos X X

    Benefcios Sociais X X

    Uso de Bens e Servios X X

    Transferncias X X

    Outras X X

    Total das Variaes Passivas Operacionais X X

    Supervit/(dficit) das atividades operacionais X X

    Resultado Financeiro Lquido (X) (X)

    Ganhos e Perdas No Operacionais X X

    Resultado da Equivalncia Patrimonial X X

    Supervit/(dficit) Patrimonial do Perodo X X

    VARIAES PATRIMONIAIS QUALITATIVAS (decorrentes da execuo oramentria)

    Incorporao de Ativos No-Financeiros X X

    Desincorporao de Passivos No-Financeiros X X

    Incorporao de Passivos No-Financeiros X X

    Desincorporao de Ativos No-Financeiros X X

  • 24 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    A Demonstrao dever ser apresentada utilizando-se o terceiro nvel do Plano de Contas Aplicado ao Setor Pblico PCASP.

    4.2.1 Variaes Quantitativas As variaes quantitativas so aquelas decorrentes de transaes no setor pblico que

    aumentam ou diminuem o patrimnio lquido e so divididas em variaes patrimoniais ativas e passivas. As VARIAES ATIVAS OPERACIONAIS compreendem os seguintes grupos de contas:

    4.2.1.1 TRIBUTRIAS

    Compreende Registra o somatrio da variao patrimonial ativa/receita decorrente de impostos, taxas e contribuies de melhoria. Compreende: impostos sobre importao de produtos estrangeiros, exportao de produtos nacionais, rendas e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados, propriedade territorial rural, grandes fortunas, propriedade predial e territorial urbana, transmisso causa mortis e doao, circulao de mercadorias e prestao de servios, servios de qualquer natureza, entre outros.

    4.2.1.2 CONTRIBUIES

    Registra o somatrio da variaes patrimoniais ativas/receitas de contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas como instrumento de interveno nas respectivas reas. Compreende: contribuies previdencirias, contribuio para o financiamento da seguridade social, contribuies sobre a receita de concurso de prognsticos, contribuio para o "Programa de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico", entre outras.

    4.2.1.3 SERVIOS E EXPLORAO DE BENS

    Representa o somatrio da variaes patrimoniais ativas/receita industriais compostas de: receita de produo vegetal, animal e derivados, decorrentes das atividades ou exploraes agropecurias; receita da indstria de extrao mineral, de transformao, de construo e outros; receita originria da prestao de servios, tais como: atividades comerciais, de transporte, de comunicao, de sade, de armazenagem, servios cientficos e tecnolgicos, de metrologia, agropecurios e etc, e; de remunerao pela explorao de bens como alugueis, royalties, entre outras.

    4.2.1.4 TRANSFERNCIAS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais ativas/receitas com transferncias intergovernamentais (interferncias) e intragovernamentais para entes governamentais, instituies multigovernamentais, instituies privadas com ou sem fins lucrativos e transferncias ao exterior, alm de subvenes socias, subvenes econmicas e doaes recebidas.

    4.2.1.5 OUTRAS

  • 25 25

    Representa o somatrio das demais variaes patrimoniais ativas/receitas no includas nos grupos anteriores. Compreende: reavaliao, ganho na alienao de ativos, ganhos na variao cambial, resultado positivo a equivalncia patrimonial, cancelamento de passivos, reverso de provises, recuperao de despesas, multas (exceto tributria), entre outras.

    As VARIAES PASSIVAS OPERACIONAIS compreendem os seguintes grupos de

    contas:

    4.2.1.6 PESSOAL E ENCARGOS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas/despesas de natureza salarial decorrentes do exerccio efetivo do cargo ou do emprego pblico, quer seja civil ou militar, funo de confiana, bem como as obrigaes trabalhistas e os benefcios de responsabilidade do empregador incidentes sobre a folha de salrios. Compreende: salrios, remuneraes, gratificaes, funes, 1/3 de frias, dcimo terceiro salrio, encargos patronais, entre outros. (as despesas com aposentadorias, reformas e penses sero registradas em grupo especfico denominado "Despesas de Benefcios Sociais").

    4.2.1.7 BENEFCIOS SOCIAIS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas/despesas com benefcios previdencirios e assistenciais. Compreende: aposentadorias, penses, reformas, benefcios de assistenciais, programas sociais tais como, Programa Fome Zero, Prouni, Farmcia Popular, Luz para Todos, Programa de Erradicao do Trabalho Infantil, bolsas, auxlios, entre outros.

    4.2.1.8 USO DE BENS E SERVIOS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas/despesas com manuteno e operao da mquina pblica, exceto despesas com pessoal e encargos que sero registradas em grupo especfico (Despesas de Pessoal e Encargos). Compreende: dirias, material de consumo, material de distribuio gratuita, passagens e despesas com locomoo, servios de terceiros, arrendamento mercantil operacional, aluguel, depreciao, amortizao, exausto, entre outras.

    4.2.1.9 TRANSFERNCIAS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas/despesas com transferncias intergovernamentais e intragovernamentais para entes governamentais, instituies multigovernamentais, instituies privadas com ou sem fins lucrativos e transferncias ao exterior, compreende subvenes sociais, subvenes econmicas e doaes concedidas.

    4.2.1.10 OUTRAS

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas/demais despesas no includas nos grupos anteriores e que no compreendem despesas no operacionais.

    As variaes ativas e passivas no operacionais compreendem os seguintes grupos de

    contas:

  • 26 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    4.2.1.11 RESULTADO FINANCEIRO LQUIDO

    Representa o somatrio das variaes patrimoniais passivas com operaes financeiras. Compreende: juros incorridos, descontos concedidos, comisses e despesas bancrias, correes monetrias, remuneraes de depsitos, entre outras. So deduzidas das receitas financeiras.

    4.2.1.12 GANHOS/PERDAS NO OPERACIONAIS

    Compreende reavaliao ou ajuste ao valor recupervel, ganho ou perda na alienao de ativos no-financeiros, alm dos sinistros como incndio e inundaes.

    .

    4.2.1.13 RESULTADO DA EQUIVALNCIA PATRIMONIAL

    Consiste no resultado positivo ou negativo da equivalncia patrimonial das empresas e outras entidades, em conformidade com a legislao aplicvel.

    4.2.2 Variaes Qualitativas Correspondem s variaes qualitativas decorrentes da execuo oramentria que

    consistem em incorporao de ativos no-financeiros, desincorporao de passivos no-financeiros, desincorporao de ativos no-financeiros e incorporao de passivos no-financeiros. Para fins da Demonstrao das Variaes Patrimoniais, considerar-se-o apenas as decorrentes das receitas e despesas de capital.

    4.3 ANLISE

    Pela demonstrao, deve-se avaliar o resultado patrimonial, que afetado tanto por fatos oramentrios quanto extra-oramentrios, observando os itens mais relevantes que interferiram no supervit ou dficit patrimonial.

    A comparao entre variaes quantitativas ativas e passivas pode indicar as seguintes situaes:

    a) variaes quantitativas ativas > variaes quantitativas passivas = supervit patrimonial; b) variaes quantitativas ativas < variaes quantitativas passivas = dficit patrimonial; e c) variaes quantitativas ativas = variaes quantitativas passivas = resultado patrimonial

    nulo.

    4.4 AVALIAO DA GESTO

    A avaliao de gesto, a partir da Demonstrao das Variaes Patrimoniais, tem o objetivo

    de apurar o quanto e que de forma a atividade estatal influenciou nas alteraes patrimoniais do setor pblico.

  • 27 27

    5 BALANO PATRIMONIAL

    5.1 CONCEITO

    O Balano Patrimonial a demonstrao contbil que evidencia, qualitativa e

    quantitativamente, a situao patrimonial da entidade pblica, por meio de duas colunas, que compreendem as contas representativas de bens, direitos, obrigaes e o patrimnio lquido ou saldo patrimonial da instituio pblica, alem das contas de compensao, conforme as seguintes definies:

    (a) Ativo - compreende as disponibilidades, os direitos e os bens, tangveis ou intangveis adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor pblico, que seja portador ou represente um fluxo de benefcios, presente ou futuro, inerentes prestao de servios pblicos; (b) Passivo - compreende as obrigaes assumidas pelas entidades do setor pblico para consecuo dos servios pblicos ou mantidas na condio de fiel depositrio, bem como as contingncias e as provises; (c) Patrimnio Lquido - representa a diferena entre o Ativo e o Passivo; (d) Contas de Compensao - compreende os atos que possam vir a afetar o patrimnio.

    No Patrimnio Lquido, deve ser evidenciado o resultado do perodo segregado dos

    resultados acumulados de perodos anteriores. A classificao dos elementos patrimoniais considera a segregao em "circulante" e "no

    circulante", com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Os ativos devem ser classificados como "circulante" quando satisfizerem a um dos

    seguintes critrios: (a) estarem disponveis para realizao imediata; (b) tiverem a expectativa de realizao at o trmino do exerccio seguinte.

    Os demais ativos devem ser classificados como no circulante.

    Os passivos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem um dos seguintes critrios: (a) corresponderem a valores exigveis at o final do exerccio seguinte; (b) corresponderem a valores de terceiros ou retenes em nome deles, quando a entidade do setor pblico for a fiel depositria, independentemente do prazo de exigibilidade.

    Os demais passivos devem ser classificados como no circulante. As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de conversibilidade;

    as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade.

    A Lei n 4.320/1.964, artigo 105, confere vis oramentrio ao Balano Patrimonial, j que separa o Ativo e Passivo em dois grandes grupos em funo da dependncia ou no de autorizao oramentria para realizao dos itens que o compem: O Balano Patrimonial demonstrar: I - O Ativo Financeiro;

  • 28 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    II - O Ativo Permanente; III - O Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente; V - O Saldo Patrimonial; VI - As Contas de Compensao. 1 O Ativo Financeiro compreender os crditos e valores realizveis independentemente de autorizao oramentria e os valores numerrios. 2 O Ativo Permanente compreender os bens, crditos e valores, cuja mobilizao ou alienao dependa de autorizao legislativa. 3 O Passivo Financeiro compreender as dvidas fundadas e outros pagamento independa de autorizao oramentria. 4 O Passivo Permanente compreender as dvidas fundadas e outras que dependam de autorizao legislativa para amortizao ou resgate. 5 Nas contas de compensao sero registrados os bens, valores, obrigaes e situaes no compreendidas nos pargrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimnio. (Lei n 4.320/1.964)

    Dizemos que o Balano Patrimonial esttico, pois apresenta a posio patrimonial em determinado momento, funcionando como uma fotografia do patrimnio da entidade para aquele momento.

  • 29 29

    5.2 ESTRUTURA

    BALANO PATRIMONIAL

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA: ATIVO PASSIVO

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    PASSIVO CIRCULANTE Depsitos Obrigaes em Circulao PASSIVO NO-CIRCULANTE Obrigaes Exigveis a Longo Prazo

    TOTAL DO PASSIVO PATRIMNIO LQUIDO

    ESPECIFICAO Exerccio Atual

    Exerccio Anterior

    Patrimnio/Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Aes em Tesouraria Resultados Acumulados

    ATIVO CIRCULANTE Disponvel Crditos em Circulao Bens e Valores em Circulao Valores Pendentes a Curto Prazo Investimentos dos Regimes Prprios de Previdncia Dvida Ativa ATIVO NO-CIRCULANTE Realizvel a Longo Prazo Investimento Imobilizado

    TOTAL DO PATRIMNIO LQUIDO TOTAL TOTAL

    ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE SALDO PATRIMONIAL

    Compensaes

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    COMPENSAES DO ATIVO Responsabilidades por Valores, Ttulos e Bens Garantias e Contragarantias de Valores Direitos e Obrigaes Conveniados Direitos e Obrigaes Contratuais Outras Compensaes

    COMPENSAES DO PASSIVO Responsabilidades por Valores, Ttulos e Bens Garantias e Contragarantias de Valores Direitos e Obrigaes Conveniados Direitos e Obrigaes Contratuais Outras Compensaes

    O Balano Patrimonial dever ser apresentado utilizando-se o quarto nvel do Plano de

    Contas Aplicado ao Setor Pblico PCASP, com exceo do Patrimnio Lquido, que dever ser apresentado utilizando-se o segundo nvel e das compensaes, que sero apresentadas utilizando-se o terceiro nvel. Os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial sero apresentados pelos seus valores totais.

  • 30 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    5.2.1 Anexo ao Balano patrimonial - demonstrativo do supervit financeiro apurado no balano patrimonial

    Como anexo ao Balano Patrimonial, dever ser elaborado o demonstrativo do supervit financeiro apurado no Balano Patrimonial do exerccio anterior, que corresponde diferena positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos crditos adicionais transferidos e as operaes de credito a eles vinculadas, que uma das fontes para abertura de crdito adicional, segundo o artigo 43 da Lei n 4.320/64.

    O pargrafo nico do artigo 8 e o artigo 50 da Lei Complementar n 101/2000 Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece:

    Art. 8 Pargrafo nico. Os recursos legalmente vinculados a finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Art. 50 Alm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas pblicas observar as seguintes: I a disponibilidade de caixa constar de registro prprio, de modo que os recursos vinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; (Lei Complementar 101/2000)

    Para atendimento desses mandamentos legais, existe o mecanismo denominado DESTINAO DE RECURSOS (DR) ou FONTE DE RECURSOS (FR). Ela identifica se os recursos so vinculados ou no e, no caso dos vinculados, indica a sua finalidade, o que poder ser verificado por este demonstrativo.

    Nesse anexo, podem ser apresentadas algumas fontes com dficit outras com supervit

    financeiro, de maneira que o total seja igual ao supervit financeiro apurado no balano patrimonial do exerccio.

    DEMONSTRATIVO DO SUPERVIT FINACEIRO APURADO NO BALANO PATRIMONIAL

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA:

    FONTE DE RECURSOS SUPERVIT

    FINANCEIRO

    TOTAL

    5.2.2 Definies

    5.2.2.1 ATIVO CIRCULANTE

  • 31 31

    Compreende as disponibilidades de numerrio, bem como outros bens e direitos pendentes ou em circulao, realizveis at o trmino do exerccio seguinte, bem como as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte. O Ativo Circulante dividido da seguinte maneira:

    a) Disponvel - registra o somatrio dos valores em caixa e em bancos, bem como

    equivalentes, que representam recursos com livre movimentao para aplicao nas operaes da unidade e para os quais no haja restries para uso imediato.

    b) Crditos em circulao - Registra os direitos realizveis ate o termino do exerccio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos, emprstimos, valores em transito e outros.

    c) Bens e Valores em Circulao - registram o somatrio dos valores dos estoques, ttulos e valores, materiais em trnsito e demais em circulao.

    d) Valores Pendentes a Curto Prazo registra os custos e despesas pagos antecipadamente e os valores diferidos.

    e) Investimentos dos Regimes Prprios de Previdncia - representa os valores aplicados pelo regime prprio destinados a cobertura das obrigaes previdencirias

    f) Dvida Ativa - Registra os direitos realizveis ate o termino do exerccio seguinte, referente a divida ativa do ente. Os direitos de dvida ativa realizveis aps o trmino do exerccio seguinte so classificados no ativo no-circulante realizvel a longo prazo.

    5.2.2.2 ATIVO NO-CIRCULANTE

    Compreende os demais ativos no classificados como circulante segregado em ativo realizvel a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangvel, conforme segue:

    a) Ativo Realizvel a Longo Prazo representa os direitos realizveis aps o trmino do

    exerccio seguinte. b) Investimento - representa as participaes permanentes em outras sociedades e os

    direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da entidade.

    c) Imobilizado - Representa o conjunto de bens e direitos no destinados transformao direta em meios de pagamento e cuja perspectiva de permanncia na entidade ultrapasse um exerccio.

    d) Intangvel - Representa os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido.

    5.2.2.3 PASSIVO CIRCULANTE

    Representa as obrigaes conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se no curso do exerccio subseqente data do balano patrimonial , dividido da seguinte forma:

    a) depsitos - Compreende os dbitos, independentemente do prazo de

    exigibilidade, relativos a recebimentos a titulo de depsitos, consignaes em folha, caues e outros.

    b) Obrigaes em circulao - Compreende os compromissos assumidos, exigveis ate o termino do exerccio seguinte, representados por obrigaes a pagar,

  • 32 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    credores entidades e agentes, emprstimos e financiamentos, adiantamentos recebidos, valores.

    5.2.2.4 PASSIVO NO-CIRCULANTE

    Compreende os demais passivos no classificados como circulante. a) Obrigaes exigveis a longo prazo - registra as obrigaes exigveis aps o

    trmino do exerccio seguinte, classificados nos elementos obrigaes de credito internas, operaes de crdito externas, obrigaes legais e tributrias, obrigaes a pagar e outras operaes exigveis.

    5.2.2.5 PATRIMNIO LQUIDO / SALDO PATRIMONIAL

    Compreende os recursos prprios da Entidade, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes em tesouraria e prejuzos acumulados. Seu valor a diferena positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expresso Patrimnio Lquido deve ser substituda por Passivo a Descoberto. Seguem as definies:

    a) Patrimnio/Capital Social - Registra o resultado patrimonial dos rgos da

    administrao direta bem como o capital dos rgos da administrao indireta. b) Reservas de Capital - Compreende os valores acrescidos ao patrimnio que no

    transitaram pelo resultado como receitas. c) Ajustes de Avaliao Patrimonial Registra as contrapartidas de aumentos ou

    diminuies de valor atribudos a elementos do ativo e do passivo, em decorrncia da sua avaliao a valor justo, enquanto no computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de competncia.

    d) Reservas de Lucros - Compreendem parcelas do resultado positivo das entidades, retidas com finalidades especificas.

    e) Aes em Tesouraria Registra o valor do custo de aquisio das aes da empresa que foram emitidas e adquiridas pela prpria companhia.

    f) Resultados Acumulados Registra o valor dos resultados acumulados do setor pblico e das empresas.

    5.2.2.6 ATIVO FINANCEIRO

    Compreende os crditos e valores realizveis independentemente de autorizao oramentria e os valores numerrios.

    5.2.2.7 ATIVO PERMANENTE

    Compreender os bens, crditos e valores, cuja mobilizao ou alienao dependa de autorizao legislativa.

    5.2.2.8 PASSIVO FINANCEIRO

  • 33 33

    Compreende as dvidas fundadas e outros compromissos exigveis cujo pagamento independa de autorizao oramentria, como os restos a pagar, os servios da dvida a pagar, os depsitos e os dbitos de tesouraria (operaes de crdito por antecipao de receita).

    5.2.2.9 PASSIVO PERMANENTE

    Compreende as dvidas fundadas e outras que dependam de autorizao legislativa para amortizao ou resgate.

    5.2.2.10 CONTAS DE COMPENSAO So contas representativas dos atos que possam vir a afetar o patrimnio, compreendendo as

    compensaes do ativo e do passivo: a) Atos Potenciais do ativo - Compreende contas relacionadas s situaes no

    compreendidas no patrimnio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afet-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados execuo oramentria e financeira e as contas com funo precpua de controle.

    b) Atos Potenciais do passivo - Compreende contas relacionadas s situaes no compreendidas no patrimnio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afet-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados execuo oramentria e financeira e as contas com funo precpua de controle.

    5.2.2.11 SUPERVIT FINANCEIRO

    Corresponde a diferena positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro.

    5.3 ANLISE

    O Patrimnio Pblico o conjunto de direitos e bens, tangveis ou intangveis, onerados ou

    no, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor pblico, que seja portador ou represente um fluxo de benefcios, presente ou futuro, inerente prestao de servios pblicos ou explorao econmica por entidades do setor pblico e suas obrigaes. A anlise do Balano Patrimonial consiste na sua decomposio, comparao e interpretao, permitindo conhecer detalhadamente a situao patrimonial da entidade.

    Os processos mais utilizados na anlise do Balano Patrimonial so a anlise horizontal e a

    anlise vertical. A anlise horizontal consiste em se verificar a evoluo dos elementos patrimoniais durante um determinado perodo. A anlise vertical envolve elementos relativos a um mesmo exerccio.

    5.4 AVALIAO DA GESTO

    A avaliao dos elementos do Ativo e Passivo pode ser realizada mediante a utilizao da

    anlise por quocientes, dentre os quais se destacam os de ndices de liquidez e endividamento. Alguns ndices so descritos a seguir:

  • 34 DEMONSTRAES CONTBEIS DO SETOR PBLICO 1 EDIO

    a) Liquidez imediata (LI) - Disponvel/Passivo Circulante Este ndice mede a capacidade financeira da entidade em honrar imediatamente seus compromissos de curto prazo contando apenas com suas disponibilidades, ou seja, os recursos disponveis em caixa ou bancos. b) Liquidez corrente (LC) - Ativo Circulante/Passivo Circulante A liquidez corrente um dos ndices mais utilizados em anlise econmico-financeira mostrando quanto a entidade poder dispor em recursos a curto prazo (caixa, bancos, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dvidas circulantes (fornecedores, emprstimos e financiamentos a curto prazo, contas a pagar, etc.). c) Liquidez seca (LS) - (Ativo Circulante Itens No Monetrios)/Passivo Circulante Esse ndice uma medida mais rigorosa da liquidez da entidade. Mostra quanto poder dispor de recursos circulantes, sem levar em considerao seus itens no monetrios como os estoques, almoxarifados e as despesas antecipadas, para fazer face s suas obrigaes a curto prazo. d) Liquidez geral (LG) - Ativo Circulante + Ativo Realizvel a Longo Prazo / Passivo Circulante + Passivo Exigvel a Longo Prazo A liquidez geral, ou ndice de solvncia geral, uma medida de capacidade da entidade em honrar todas as suas exigibilidades, contando, para isso, com os seus recursos realizveis a curto e longo prazos. e) Endividamento Geral (EG) Passivo Circulante + Passivo Exigvel a Longo Prazo x 100 / Passivo Total Esse ndice demonstra o grau de endividamento da entidade. Reflete tambm a estrutura de capital da entidade. 6 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA

    6.1 CONCEITO

    A demonstrao do fluxo de caixa tem o objetivo de contribuir para a transparncia da

    gesto pblica, na medida em que permite um melhor gerenciamento e controle financeiro dos rgos e entidades do setor pblico.

    As informaes dos fluxos de caixa so teis para proporcionar aos usurios da informao

    contbil instrumento para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez.

    Assim, a Demonstrao dos Fluxos de Caixa permite aos usurios projetar cenrios de fluxos futuros de caixa e elaborar anlise sobre eventuais mudanas em torno da capacidade de manuteno do regular financiamento dos servios pblicos.

  • 35 35

    A Demonstrao dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo mtodo direto ou indireto e evidenciar as movimentaes havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos: (a) das operaes; (b) dos investimentos; e (c) dos financiamentos.

    O fluxo de caixa das operaes compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas originrias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ao pblica e os demais fluxos que no se qualificam como de investimento ou financiamento.

    O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados aquisio e alienao

    de ativo no circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidao de adiantamentos ou amortizao de emprstimos concedidos e outras operaes da mesma natureza.

    O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados captao e

    amortizao de emprstimos e financiamentos.

    6.2 ESTRUTURA

    A demonstrao do fluxo de caixa pode ser levantada pelo mtodo direto ou indireto. Caso

    se opte pelo mtodo indireto, devero ser demonstrados em nota explicativa os ajustes para conciliar o lucro lquido ao caixa lquido gerado pelas atividades operacionais.

  • 6.2.1 Pelo Mtodo Direto

    DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA: INGRESSOS DISPNDIOS

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    OPERACIONAIS OPERACIONAIS Recursos Ordinrios Recursos Ordinrios Imposto sobre Renda e Produtos Industrializados Imposto sobre Renda e Produtos Industrializados Contribuio para Financiamento da Seguridade Contribuio para Financiamento da Seguridade Contribuio sobre o Lucro das Empresas Contribuio sobre o Lucro das Empresas Contribuies para os Programas PIS/PASEP Contribuies para os Programas PIS/PASEP Recursos destinados MDE Recursos destinados MDE Contribuio Patronal para o PSS Contribuio Patronal para o PSS Contribuio do Servidor para o PSS Contribuio do Servidor para o PSS Contribuio do Salrio-Educao Contribuio do Salrio-Educao Recursos No-Financeiros Diretam. Arrecadados Recursos No-Financeiros Diretam. Arrecadados Recursos Financeiros Diretamente Arrecadados Recursos Financeiros Diretamente Arrecadados Taxas pelo Exerccio do Poder de Polcia Taxas pelo Exerccio do Poder de Polcia Dividendos Dividendos Transferncias Transferncias Intergovernamentais Intergovernamentais Intragovernamentais Intragovernamentais Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Operacionais Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Operacionais DE INVESTIMENTO DE INVESTIMENTO Alienao de Ativo No Circulante Aquisio de Ativo No Circulante Amortizao de Emprstimos Concedidos Concesso de Emprstimos e Financiamentos Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Investimento Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Investimento DE FINANCIAMENTO DE FINANCIAMENTO Operaes de Crdito Amortizao/Refinanciamento da Dvida Fluxo de Caixa Lquido das Ativ. Financiamento Fluxo de Caixa Lquido das Ativ. de Financiamento GERAO LQUIDA POSITIVA DE CAIXA GERAO LQUIDA NEGATIVA DE CAIXA CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA DO EXERCCIO ANTERIOR

    CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA PARA O EXERCCIO SEGUINTE

    DISPONIBILIDADES COMPENSATRIAS DISPONIBILIDADES COMPENSATRIAS

  • 37 37

    6.2.2 Pelo Mtodo Indireto

    DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA

    EXERCCIO: MS: EMISSO: PGINA:

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    RESULTADO PATRIMONIAL AJUSTES PARA CONCILIAR O RESULTADO PATRIMONIAL AO FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Fluxo de Caixa Lquido das Atividades Operacionais

    INGRESSOS DISPNDIOS

    ESPECIFICAO

    Exerccio Atual

    Exerccio Anterior

    ESPECIFICAO

    Exerccio

    Atual

    Exerccio Anterior

    DE INVESTIMENTO DE INVESTIMENTO Alienao de Ativo No Circulante Aquisio de Ativo No Circulante Amortizao de Emprstimos Concedidos Concesso de Emprstimos e Financiamentos Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Investimento Fluxo de Caixa Lq. das Ativ. Investimento DE FINANCIAMENTO DE FINANCIAMENTO Operaes de Crdito Amortizao/Refinanciamento da Dvida Fluxo de Caixa Lquido das Ativ. Financiamento Fluxo de Caixa Lquido das Ativ. de Financiamento GERAO LQUIDA POSITIVA DE CAIXA GERAO LQUIDA NEGATIVA DE CAIXA CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA DO EXERCCIO ANTERIOR

    CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA PARA O EXERCCIO SEGUINTE

    DISPONIBILIDADES COMPENSATRIAS DISPONIBILIDADES COMPENSATRIAS

  • 6.2.3 Definies

    Para o levantamento da Demonstrao do Fluxo de Caixa, necessrio definir os seguintes conceitos:

    6.2.3.1 INGRESSOS OPERACIONAIS

    Corresponde receita arrecadada corrente de atividades operacionais, demonstrando-se a destinao ordinria e as principais destinaes vinculadas, considerando-se as respectivas dedues. Inclui, ainda, as transferncias intra-governamentais e intergovernamentais.

    6.2.3.2 TRANSFERNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS

    Reflete as movimentaes de recursos financeiros que no representam arrecadao ou aplicao direta.

    6.2.3.3 TRANSFERNCIAS INTRAGOVERNAMENTAIS

    Reflete as movimentaes de recursos financeiros entre rgos e entidades da Administrao Direta e Indireta. Aquelas efetuadas em cumprimento execuo do oramento so as cotas, repasses e sub-repasses. Aquelas que no se relacionam com o Oramento, em geral, decorrem da transferncia de recursos relativos aos restos a pagar. Esses valores, quando observados os demonstrativos consolidados, so compensados.

    6.2.3.4 INGRESSOS DE INVESTIMENTO

    Corresponde receita oramentria arrecadada referente alienao de ativo no financeiro ou de amortizao de emprstimos concedidos. Inclui, ainda, as transferncias intra-governamentais e intergovernamentais com a finalidade de atender a dispndios de investimento.

    6.2.3.5 INGRESSOS DE FINANCIAMENTO

    Corresponde receita oramentria arrecadada de operaes de crdito, amortizao de emprstimos e outras. Inclui, ainda, os ingressos extra-oramentrios, excluindo-se a inscrio em restos a pagar.

    6.2.3.6 DISPNDIOS OPERACIONAIS

    Corresponde despesa oramentria de atividades operacionais paga, demonstrando-se a destinao ordinria e as principais destinaes vinculadas, incluindo o pagamento dos restos a pagar processados e no processados de exerccios anteriores. Inclui, ainda, as transferncias intra-governamentais e intergovernamentais.

    6.2.3.7 DISPNDIOS DE INVESTIMENTO

    Corresponde despesa oramentria paga com investimentos e inverses financeiras, incluindo o pagamento dos restos a pagar processados e no processados de exerccios anteriores. As concesses de emprstimos e financiamentos figuraro em linha especfica neste grupo. Inclui,

  • 39 39

    ainda, as transferncias intra-governamentais e intergovernamentais com a finalidade de atender a dispndios de investimento.

    6.2.3.8 DISPNDIOS DE FINANCIAMENTO

    Corresponde despesa oramentria paga com amortizao e refinanciamento da dvida, incluindo o pagamento dos restos a pagar processados e no processados de exerccios anteriores. Inclui, ainda, os dispndios extra-oramentrios, excluindo-se o pagamento dos restos a pagar.

    6.2.3.9 CAIXA E EQUIVALENTE-CAIXA

    Compreende o numerrio em espcie e depsitos bancrios disponveis, alm das aplicaes financeiras de curto prazo, de liquidez imediata, que so prontamente conversveis em um montante conhecido de caixa e que esto sujeitas a um insignificante risco de mudana de valor. Inclui, ainda, a receita oramentria arrecadada que se encontra em poder da rede bancria em fase de recolhimento. As entradas e sadas meramente compensatrias (depsitos de terceiros) figuraro de forma destacada.

    Assim, na Demonstrao de Fluxo de Caixa, figuraro como ingressos as receitas

    oramentrias arrecadadas e como dispndios as despesas oramentrias e os restos a pagar pagos. As transaes de investimento e financiamento que no envolvem o uso de caixa ou

    equivalentes de caixa, como aquisies financiadas de bens e arrendamento financeiro, no devem ser includas na demonstrao dos fluxos de caixa. Tais transaes devem ser divulgadas nas notas explicativas demonstrao, de modo que forneam todas as informaes relevantes sobre essas transaes.

    6.3 ANLISE

    A Demonstrao do F