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FACULDADE DE TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO Carlos Alberto Ribeiro de Araújo MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2 São Paulo 2007

MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

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Material para pessoas que queiram conhecer um pouco sobre o processo de fotolitografia em microeletrônica

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Page 1: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

FACULDADE DE TECNOLOGIA DO ESTADO

DE SÃO PAULO

Carlos Alberto Ribeiro de Araújo

MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

São Paulo

2007

Page 2: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Carlos Alberto Ribeiro de Araújo

MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Tecnologia do

Estado de São Paulo para obtenção do

título de Tecnólogo em Materiais, Processos

e Componentes Eletrônicos.

São Paulo

2007

Page 3: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Carlos Alberto Ribeiro de Araújo

MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Tecnologia do

Estado de São Paulo para obtenção do

título de Tecnólogo em Materiais, Processos

e Componentes Eletrônicos.

Orientador:

Luis da Silva Zambom

Co-orientador

Alexandre Marques Camponucci

São Paulo

2007

Page 4: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos

meus pais Aluizo e Marta,

assim como a todos os meus

familiares e amigos.

Page 5: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste

trabalho, especialmente àqueles cuja colaboração foi decisiva, como a do Tecnólogo

Alexandre Marques Camponucci e do Prof. Dr. Luis da Silva Zambom, pela

disponibilidade e dedicada atenção durante o período da dissertação; a Profª Me.

Silvia Wapke Graf, por sempre ter me apoiado durante todo o curso; ao Prof. Dr.

Nilton Itiro Morimoto, pela oportunidade e condições oferecidas à realização do

trabalho; aos técnicos do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica

da Universidade de São Paulo pela atenção e colaboração e a minha família e

amigos pelo incentivo constante.

Page 6: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

RESUMO

Inicialmente este trabalho visou à manutenção do equipamento fotoalinhador

localizado na Sala Limpa do Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo que se encontrava fora de uso, assim não

permitindo a sua utilização. Após a apresentação do equipamento, uma investigação

sobre as possíveis causas que danificaram o sistema. Com isso um levantamento

completo da infra-estrutura necessária foi executado, assim como algumas

entrevistas com usuários. O equipamento em questão é importante no processo de

produção de dispositivos, por pertencer à etapa mais executada durante esse

processo, que é a litografia. Essa etapa visa à transferência de formas de um meio

para a superfície das lâminas de silício utilizadas como substrato. Quando o

equipamento teve sua manutenção terminada, uma série de testes foi proposta para

se constatar o funcionamento satisfatório do sistema e com isso liberá-lo para o uso

do laboratório. Esses testes envolveram homogeneidade de exposição, seletividade

do processo, valores médios de degrau e uma relação de tempo de exposição e

revelação para o processo utilizando o fotorresiste TSMR-V90. Finalizado todos os

testes propostos, conseguiu-se atingir linhas entre 2 e 3 µm, com o tempo de

exposição de 12 segundos e tempo de revelação de 13 segundos, valores esses

que demonstram que a manutenção foi executada e permitindo a utilização para fins

de pesquisa.

Palavras-chave: Litografia, Fotorresiste, Alinhamento

Page 7: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tipos de resiste quanto ao resultado após revelação[3] ........................... 14

Figura 2 - Evolução do processo litográfico[4] ........................................................... 15

Figura 3 - Alinhamento entre máscara e substrato[5] ................................................ 17

Figura 4 - a) Máscara de corpo claro; b) máscara de corpo escuro .......................... 18

Figura 5 - Esquema básico de uma fotoalinhadora ................................................... 19

Figura 6 - Esquema de três técnicas litográficas[9] ................................................... 20

Figura 7 - Resultados após revelação[5] ................................................................... 23

Figura 8 - Resultados obtidos com os tipos de resiste e máscara[10] ...................... 23

Figura 9 - Tipos de litografia[11] ................................................................................ 24

Figura 10 - Espectro de radiações[11] ...................................................................... 25

Figura 11 - Evolução de tecnologia[4] ....................................................................... 26

Figura 12 - Esquema de um sistema de litografia por feixe de elétrons[9] ................ 27

Figura 13 - a. Sistema exposição com alinhamento; b. Expositora por raio-X[9] ...... 28

Figura 14 - Etapas do processo litográfico[9] ............................................................ 30

Figura 15 - Mask Holder ............................................................................................ 38

Figura 16 - Esquema das válvulas solenóides .......................................................... 41

Figura 17 - Fonte ....................................................................................................... 43

Figura 18 - Região de testes de intensidade luminosa .............................................. 44

Figura 19 - Pontos de medição para obtenção da espessura do filme depositado ... 47

Figura 20 - Gradiente de exposições ........................................................................ 48

Figura 21 - Tempo de revelação: 20 seg ................................................................... 51

Figura 22 - Tempo de revelação: 13 seg ................................................................... 52

Figura 23 - Tempo de revelação: 16 seg ................................................................... 53

Figura 24 - Resultado de corrosão de silício policristalino ......................................... 57

Page 8: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Condições para a utilização da alinhadora ............................................... 35

Tabela 2 - Medida de degrau médio após revelação ................................................ 47

Tabela 3 - Medida de degrau médio após hard bake ................................................ 47

Tabela 4 - Primeiro teste de exposição. .................................................................... 49

Tabela 5 - Segundo teste de exposições .................................................................. 49

Tabela 6 - Terceiro teste de exposição ..................................................................... 50

Tabela 7 - Perfis de litografia ..................................................................................... 50

Tabela 8 - Perfis de litografia ..................................................................................... 51

Tabela 9 - Degraus após corrosão do silício ............................................................. 54

Tabela 10 - Degraus após corrosão do silício ........................................................... 54

Tabela 11 - Degraus após corrosão do fotorresiste .................................................. 54

Tabela 12 - Degraus após corrosão do fotorresiste .................................................. 54

Tabela 13 - Seletividade em relação ao tempo de exposição ................................... 55

Tabela 14 - Seletividade em relação ao tempo de exposição ................................... 55

Page 9: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

SÚMARIO

1 Introdução .......................................................................................................... 11

2 Fundamentos teóricos ........................................................................................ 12

2.1 Litografia ..................................................................................................... 12

2.2 Processo litográfico em Microeletrônica ...................................................... 12

2.3 Tipos de resistes ......................................................................................... 13

2.4 Resolução ................................................................................................... 14

2.5 Alinhamento ................................................................................................ 16

2.6 Tipo de máscaras ........................................................................................ 17

2.7 Expositora / Alinhadora ............................................................................... 19

2.8 Tipos de exposição ..................................................................................... 20

2.9 Revelação ................................................................................................... 21

2.10 Tipos de Litografia ....................................................................................... 24

2.10.1 Litografia óptica .................................................................................... 25

2.10.2 Litografia por feixe de elétrons ............................................................. 26

2.10.3 Litografia por raios X ............................................................................ 27

2.10.4 Litografia por feixe de íons ................................................................... 29

3 Etapas de processo no LSI ................................................................................ 30

3.1 Deposição do Fotorresiste .......................................................................... 30

3.1.1 Desidratação ........................................................................................ 30

3.1.2 Preparação das Lâminas ..................................................................... 31

3.1.3 Deposição do Resiste .......................................................................... 31

3.2 Pré-cura ...................................................................................................... 32

3.3 Alinhamento/Exposição ............................................................................... 32

3.4 Revelação ................................................................................................... 32

3.5 Cura ............................................................................................................ 33

4 Equipamento fotoalinhador AL4-2 ...................................................................... 34

4.1 Descrição .................................................................................................... 34

4.2 Infra-estrutura ............................................................................................. 35

4.3 Funcionamento resumido ............................................................................ 36

4.4 Análise dos problemas ................................................................................ 38

4.4.1 Metodologia ......................................................................................... 39

Page 10: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.5 Manutenção ................................................................................................ 40

5 Resultados ......................................................................................................... 46

6 Conclusão .......................................................................................................... 58

7 Referências ........................................................................................................ 59

Anexos ...................................................................................................................... 61

A. Diagrama da linha de ar comprimido ................................................................. 61

B. Manual detalhado .............................................................................................. 62

C. Diagrama esquemático da placa mãe ............................................................... 71

D. Placa secundária nº1 ........................................................................................ 71

E. Placa secundária nº2 ......................................................................................... 72

F. Placa secundária nº3 ......................................................................................... 72

G. Placa secundária nº4 ........................................................................................ 73

H. Placa secundária nº5 ........................................................................................ 73

I. Placa secundaria nº6 .......................................................................................... 74

J. Placa secundária nº7 ......................................................................................... 74

Page 11: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

1 Introdução

A cada dia percebemos que os equipamentos utilizam a eletrônica para torná-

los mais confiáveis e fornecer resultados mais rápidos. Com o avanço da tecnologia,

esses circuitos estão tomando formas menores e devido ao processo produtivo, os

tornam bem mais acessíveis.

Hoje em dia é muito difícil viver sem a eletrônica e o seu processo de

diminuição de tamanho e convergência de tecnologias. Tudo está tendendo para

aparelhos que executam muitas funções, com velocidades de troca de informações

maiores e com dimensões físicas menores.

Tudo isso só pode ser feito com a miniaturização dos componentes

eletrônicos utilizados nesses circuitos e também pelo volume de produção. Como é

sabido, na indústria de componentes eletrônicos, são utilizadas muitas etapas de

processo para se fabricar um circuito integrado. Conforme esses circuitos vão

diminuindo, o processo se torna mais complexo. Como a produção é basicamente

feita por máquinas, o custo inicial de uma nova tecnologia é alto, devido ao tempo e

ao valor necessários para se desenvolver essa nova tecnologia, no entanto quanto

mais se produz, menor vai se tornar o custo dessa produção.

Um dos desafios para a indústria de microeletrônica é como produzir mais em

menos tempo, componentes mais rápidos, que consumam menos energia e com

dimensões menores. Para produzir mais, o melhor aproveitamento dos materiais

envolvidos na produção é essencial.

Nesse trabalho será mostrado o processo litográfico, que é a etapa de

transferência de padrões de uma máscara para uma lâmina de silício, onde um filme

polimérico é previamente depositado, e sensibilizado por um tipo de radiação, que

poderá ser revelado e corroído, de acordo com os padrões estabelecidos pela

máscara.

Os tipos de litografia são separados pelo tipo de radiação utilizada, que deve

ser incidida sobre um tipo de material sensível depositado sobre as lâminas. Será

descrito a litografia por radiação ultravioleta, litografia por raios-X e litografia por

feixe de elétrons, suas vantagens e desvantagens, mas o processo que terá mais

ênfase será a litografia por radiação ultravioleta.

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Page 12: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2 Fundamentos teóricos

2.1 Litografia

Litografia (do grego λιθογραφία, de λιθος-lithos [pedra] e γραφειν-graféin

[grafia, escrita]) é um tipo de gravura. Essa técnica de gravura envolve a criação de

marcas (ou desenhos) sobre uma matriz (pedra calcária) com um lápis gorduroso[1].

Essa técnica foi inicialmente estudada e executada por Simon Schmidt[2],

professor bávaro que viveu no final do século XVIII. A técnica utilizava pedras como

matrizes para cópias de imagens de plantas, mapas, etc. Na mesma época, Alois

Senefelder[1] foi considerado o criador do processo litográfico, uma vez que ele foi a

pessoa que padronizou o processo como um todo. Após essa padronização, a

técnica propagou-se pelo continente europeu.

Portanto, a ação de transferência de padrões é considerada uma forma de

impressão e por isso é uma das inovações tecnológicas mais importantes

desenvolvidas na história humana.

2.2 Processo litográfico em Microeletrônica

Por se tratar de dimensões submicrométricas, o processo litográfico em

microeletrônica tem um tratamento diferenciado em relação ao processo

desenvolvido no século XVIII. A essência do processo é a mesma, porém os

materiais e a quantidade de etapas são totalmente diferentes[1].

Em microeletrônica, o processo de transferência não difere do processo

inicialmente desenvolvido por Schmidt[1] e Senefelder[2], mas a base desse

processo está em se fazer passar luz através de uma máscara, uma espécie de

estêncil (método muito utilizado antigamente para reproduzir cópias de documentos).

A máscara possui, na verdade, um desenho, em escala real ou aumentada do

que deverá ser o componente, parte do componente ou do circuito que se quer

produzir na lâmina de silício. Por meio de um complexo conjunto de lentes, as

formas impressas na máscara são transferidas sobre a lâmina de silício, já recoberto

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Page 13: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

pelo polímero sensível à radiação. Ao receber essa radiação, o filme polimérico é

sensibilizado. Uma solução, mais conhecida como revelador, é utilizada para retirar

da lâmina parte do material sensibilizado ou não, dependendo diretamente do

material sensível utilizado no processo e deixando as regiões que serão usadas em

processos seguintes.

A litografia é considerada a etapa mais importante na produção de um circuito

integrado, por ser realizada diversas vezes no processo de produção. Essa etapa é

considerada um limitante no processo, pois uma vez executada de forma

inadequada, implicará no funcionamento inadequado dos componentes produzidos e

até mesmo a perda de todo um lote de produção.

O material que é utilizado como base para as formas que se deseja transferir

para o substrato é chamado de fotorresiste. Esse material é um polímero que

recebendo determinado tipo de radiação tem sua estrutura química modificada, ou

sensibilizada, para posterior remoção com uma solução básica ou solvente orgânico

mais conhecido como revelador. Os fotorresistes são conhecidos também como

resistes e são classificados de acordo com o resultado obtido após a revelação.

2.3 Tipos de resistes

O resiste ou material fotossensível é um polímero que ao receber uma

radiação diretamente tem sua estrutura química totalmente modificada. Antes de ser

exposto, ele deve permitir o espalhamento por toda a superfície da lâmina, assim

produzindo camadas finas e ter um controle do processo químico durante a

exposição.

Um dos tipos de resiste é o resiste positivo que ao ser sensibilizado pela

radiação, tem sua estrutura química modificada de tal forma a reagir com o revelador

durante o processo de revelação. Duas famílias de resistes são bem conhecidas, o

Polimetilmetacrilato (PMMA), que possui um componente e o resiste composto por

dois componentes (DQN), um Ester diazoquinona fotoativo (DQ) e uma resina

fenólica novolak (N).

O outro tipo de resiste, o negativo, tem o comportamento oposto ao positivo,

tendo sua estrutura modificada de tal forma a não reagir com o revelador durante o

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Page 14: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

processo de revelação. A Figura 1 mostra as imagens reveladas com cada tipo de

resiste:

Figura 1 - Tipos de resiste quanto ao resultado após revelação[3]

Para que haja a melhor transferência dos padrões projetados na máscara

sobre a lâmina, um fator muito importante é a resolução das imagens que serão

transferidas para a lâmina. O termo resolução, na prática é a menor dimensão

possível de ser obtida em condições litográficas normais.

2.4 Resolução

Quando o termo resolução (R) é usado, isso quer dizer sobre a habilidade do

processo óptico de distinguir objetos com espaçamento bem próximo. Em

microeletrônica, especificamente refere-se à resolução mínima do processo

litográfico, que é a medida mínima de uma linha ou geometria que todo o sistema

pode produzir, englobando o tipo de resiste utilizado, o comprimento de onda da

radiação incidida e do conjunto óptico que o equipamento possui.

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Page 15: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Para se compreender melhor o que é limite de resolução utiliza-se a equação

1, conhecida como equação de Rayleigh:

NAkR λ*1= (1)

Nessa equação, NA é o valor da abertura numérica do sistema óptico que o

equipamento possui, λ é o comprimento de onda da radiação usada e é uma

constante que depende do resiste utilizado, da tecnologia do processo e da técnica

usada para formar as imagens. Tipicamente utilizam-se valores de entre 0,5 até

0,8 e valores de NA entre 0,5 e 0,6.

1k

1k

Para se ter uma idéia da evolução do processo litográfico e de sua resolução,

Figura 2 e mostra a diminuição do comprimento de onda da radiação utilizada ao

longo dos anos.

Figura 2 - Evolução do processo litográfico[4]

Para se obter maiores resoluções, diferentes tipos de radiação, que possuem

comprimentos de onda menores, sistemas ópticos com abertura numérica maiores e

formulações de fotorresistes podem ser usados.

15

Page 16: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.5 Alinhamento

Outro ponto importante que deve ser abordado é a correta posição das

máscaras entre um processo e outro. Esse processo de colocar a máscara sobre a

lâmina é chamado de alinhamento. Todos os alinhamentos devem seguir o máximo

de precisão possível, caso contrário trará problemas no dispositivo que será

produzido. Como o alinhamento é feito por uma máquina, algumas medidas devem

ser tomadas para que o alinhamento não interfira na produção dos circuitos

integrados.

Normalmente quando é feito o alinhamento segue-se um gabarito, que é uma

copia dos padrões desenvolvidos sobre a máscara, que mostra as geometrias que

deverão ser projetadas sobre as lâminas. Para auxiliar o alinhamento, estruturas

específicas também são impressas. Essas estruturas são chamadas de estruturas

de alinhamento, normalmente posicionadas nas extremidades das máscaras. As

estruturas auxiliam o operador do equipamento fotoalinhador no momento de alinhar

as máscaras às lâminas.

Na Figura 3, temos um exemplo de como deve ser feito um alinhamento entre

substrato e máscara.

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Page 17: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Figura 3 - Alinhamento entre máscara e substrato[5]

2.6 Tipo de máscaras

Máscaras como são conhecidas, são ferramentas que possuem as

geometrias necessárias para se produzir componentes eletrônicos específicos e

circuitos integrados (CI).

O material utilizado para a produção das máscaras é normalmente vítreo.

Alguns tipos de vidros são usados como os a base de sódio, os borossilicatos e o

quartzo. O quartzo é o material mais utilizado na produção de máscaras por permitir

a passagem de radiações próximas do Ultra-Violeta Profundo (deep UV), mesmo

tendo o seu valor de produção mais caro que o processo com outros tipos de

materiais. Com o início da produção de quartzo sintético[6], esse se estabeleceu

como principal material utilizado para se produzir as máscaras, devido ao menor

custo de produção.

Os materiais que serão utilizados sobre as placas de vidro podem ser o cromo

e o óxido de ferro. Esses metais têm a função de refletir a radiação incidida sobre a

17

Page 18: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

lâmina e as regiões onde não há esse filme metálico permitem a passagem da

radiação, gerando sobre o filme fotossensível os padrões necessários para as

etapas seguintes de produção dos circuitos integrados.

A deposição do metal sobre a lâmina de vidro é feita pelos processos de

evaporação[7], ou sputtering[7]. A espessura desses filmes metálicos pode ser da

ordem de 800Å[8]

As máscaras utilizadas na produção de circuitos são feitas de uma forma que

não contenham nenhum tipo de defeito estrutural em ambas as superfícies, assim

como em sua estrutura interna, além de possuir um alto nível de transmissão óptica,

para que haja a menor quantidade de radiação absorvida pelo material durante a

exposição do resiste. Por se tratar de um processo que usa radiações, qualquer

defeito na estrutura atômica da máscara poderá gerar barreiras para essa radiação

atravessar as máscaras, e com isso não transferir as imagens de forma fiel ao que

foram projetadas.

Todos esses cuidados devem ser levados em consideração ao se produzir

uma máscara, para que haja uma alta resolução do processo de exposição, baixas

taxas de defeitos e ser opticamente compatível com os equipamentos de exposição,

resistes, processos de limpeza e deposição.

Há dois tipos de máscaras, as de campo claro e as de campo escuro. As

máscaras de campo claro permitem a maior passagem da luz, por possuírem poucas

regiões cobertas pelo metal. As máscaras de campo escuro têm a maior parte de

sua área coberta por metal, tendo poucas regiões em que a luz possa passar. A

Figura 4 mostra como são esses tipos de máscaras.

Figura 4 - a) Máscara de corpo claro; b) máscara de corpo escuro

18

Page 19: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.7 Expositora / Alinhadora

O alinhamento e a exposição são feitos por equipamentos específicos para

cada tipo de radiação utilizada. O nome genérico desse equipamento é fotoexpositor

ou fotoalinhador. Nesse trabalho será mostrado o funcionamento de um

fotoalinhador que emite radiação ultravioleta. Outros equipamentos com

características próprias podem emitir radiação de raios-X[8], feixe de elétrons[8] ou

mesmo feixe de íons[8]. Cada um desses tipos de processos será melhor descrito

mais a frente.

Além de possuírem um sistema único de emissão de radiação, cada

equipamento alinhador/expositor deve possuir um conjunto óptico especifico.

A Figura 5 mostra um esquema de um equipamento.

Figura 5 - Esquema básico de uma fotoalinhadora

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Page 20: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.8 Tipos de exposição

Existem três métodos principais de transferir opticamente as geometrias que

se deseja de uma máscara até o substrato recoberto com o filme fotossensível, são

eles: a impressão por contato, proximidade e projeção. A Figura 6 mostra cada

método de forma esquemática.

Figura 6 - Esquema de três técnicas litográficas[9]

A exposição por contato tem sido utilizada desde o início da fabricação de

CI´s, no meio da década de 1970. O princípio dessa técnica é fazer com que a

máscara toque o substrato recoberto com resiste, e assim receber a incidência da

radiação. Antes de haver o contato, um alinhamento entre máscara e lâmina deve

ser feito, e após o alinhamento estiver bem executado, o contato deve ser feito e por

fim a exposição será executada. Essa técnica é usada para processos que não

contenham alta densidade de dispositivos e consegue atingir medidas de até 1µm[8]

Dependendo do tipo de resiste utilizado, pode atingir valores menores para os

padrões.

Esse contato, quando freqüente, podrá causar muitos problemas para as

máscaras, camada de resiste ou em ambos ao mesmo tempo. Por ser um contato

físico, parte do filme pode ficar sobre a máscara, alterando a resolução do sistema

ou a uniformidade da exposição. Esses problemas causam variações no tamanho

dos padrões transferidos e erros durante o alinhamento.

O processo de exposição por proximidade é a evolução natural do processo

por contato, com seus equipamentos conhecidos como máquinas de contato suave.

20

Page 21: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

O sistema não difere muito do sistema por contato e o que o torna diferente é um

mecanismo, que distância a máscara do filme de resiste, fazendo com que as

máscaras tenham uma vida útil maior e não gerem problemas devido à sujeita.

A distância entre máscara e resiste pode causar problemas de definição das

imagens, já que há uma dispersão natural da luz até alcançar o resiste. Ao mesmo

tempo esse contato suave ou distanciamento reduz muito o número de defeitos

associados a resistes danificados. Normalmente a distância típica entre máscara e

substrato é de 20-50µm[8], e assim nesse processo a resolução mínima pode

chegar entre 2 e 3µm[8].

Como mostrado na figura 6, o processo de exposição por projeção deve

possuir um conjunto óptico constituído por lentes e espelhos, que focalizarão as

imagens das máscaras na superfície do substrato. Por esse processo ter como

diferencial focar a luz sobre o substrato, o feixe de luz tem que percorrer toda a área

da lâmina, e assim um novo parâmetro deve ser considerado e controlado, o tempo

de varredura.

Uma desvantagem desse processo é o tempo de varredura que o sistema

necessita para percorrer toda área do substrato, não tornando esse processo muito

usado em escala industrial. Outros problemas encontrados são: a distorção da luz,

defeitos induzidos pelas máscaras quando há poeira ou sujeira sobre elas e

prováveis defeitos do vidro utilizado para produzir as máscaras.

A técnica por projeção permite a estruturação de superfícies curvas, aliada à

possibilidade de fazer impressões diretamente nas superfícies "sem contato" estão

entre as principais qualidades dessa técnica.

2.9 Revelação

Após o substrato completar as etapas de alinhamento e de exposição à

radiação, formando áreas sensibilizadas e não sensibilizadas, esse substrato deverá

passar pela revelação. Há dois processos de revelação, o úmido que é o processo

mais difundido e o processo seco, que vem sendo muito usado e tem substituído o

processo úmido em processos que requerem melhores resoluções de largura de

linha[9].

21

Page 22: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

A revelação é outra etapa crítica na litografia, pois é um processo difícil de ser

controlado e medido. Durante esse processo deseja-se: manter a espessura original

do filme não exposto (quando o resiste é o positivo), o tempo de revelação deve ser

curto e quando revelado, o filme não pode sofrer distorções e por fim as dimensões

específicas dos padrões devem ser transferidas e reproduzidas com exatidão[9].

O sucesso da revelação depende do tipo de resiste utilizado, já que cada tipo

tem suas particularidades estruturais e também dependerá dos mecanismos de

exposição.

O resiste negativo, quando sensibilizado torna-se resistente à solução

reveladora. A taxa de revelação entre as regiões sensibilizadas e não sensibilizadas

é alta. Soluções de xileno são usadas como solvente e seguido de enxágüe em

solução n-butil acetato, para que não haja a absorção de solvente pelo fotorresiste.

Quando o resiste usado é o positivo, o processo de revelação funciona ao

contrário do resiste negativo, ou seja, as regiões sensibilizadas saem e as que não

foram sensibilizadas ficam. Em condições ideais, todo o resiste sensibilizado deve

ser retirado das lâminas.

O resiste positivo é revelado com soluções alcalinas em água. As soluções

alcalinas podem ser o hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio

Outro fator muito importante na revelação é o tempo de exposição. Se o

tempo de exposição não for muito bem controlado, resultados não esperados podem

ocorrer, a Figura 7 expõe claramente essa idéia, mostrando resultados após

diferentes tempos de exposição, sendo esse tempo curto ou longo. O tipo de resiste

utilizado é o negativo.

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Page 23: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Figura 7 - Resultados após revelação[5]

A Figura 8 mostra um quadro mostrando as possibilidades da litografia somente modificando o tipo de resistes e tipo de máscara.

Figura 8 - Resultados obtidos com os tipos de resiste e máscara[10]

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Page 24: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.10 Tipos de Litografia

Figura 9 - Tipos de litografia[11]

O ponto mais importante no processo litográfico é a resolução do processo.

Essa resolução nos mostra até que ponto o processo será capaz de produzir

geometrias de acordo com os projetos. Na litografia, essa capacidade de projetar

imagens tem sido usada por anos, e desde seu início as medidas das estruturas vêm

sendo diminuídas e com isso, diferentes tipos de radiação são utilizadas para atingir

as necessidades. Além da utilização de radiações com comprimentos de onda

menores, novos sistemas ópticos e resistes fazem com que a litografia consiga

transferir padrões com medidas cada vez menores

Há casos de litografia que necessitam de processos mais específicos, isso fez

com que o processo litográfico necessitasse de novos tipos de tecnologia para suprir

essas necessidades e estender a capacidade de transferir padrões além dos limites

do processo fotolitográfico.

As tecnologias mais conhecidas e que têm sido utilizadas e pesquisadas são:

litografia óptica (OL), litografia por feixe de elétrons (ELB)[8], litografia por raio-X[8] e

litografia por feixe de íons[8].

Cada uma dessas tecnologias será explicada a seguir.

24

Page 25: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.10.1 Litografia óptica

A litografia óptica é o processo mais utilizado em escala industrial devido ao

alto conhecimento do processo e grande poder de reprodutibilidade. No início, essa

tecnologia utilizava comprimentos de onda entre (365 a 405) nm, permitindo

resoluções entre (500 a 600) µm nos anos 90[12]. Atualmente, com a melhoria do

processo, os comprimentos de onda usados são menores, entre (248 a 193) nm[12].

Essa radiação é produzida por uma lâmpada de mercúrio, é concentrada por um

sistema de lentes e chega até o substrato contendo um filme de resiste, assim

sensibilizando-o.

Na Figura 10 é mostrado o espectro de luz e suas subdivisões em função de

freqüência e comprimento de onda. Também se pode ter a idéia como evoluiu o

sistema de litografia óptica.

Figura 10 - Espectro de radiações[11]

Desde seu início, essa técnica tinha data para ser descontinuada e

substituída por algo diferente. Mas como a tecnologia dos sistemas ópticos, dos

materiais fotossensíveis e dos tipos de radiação utilizadas, faz com que atualmente

continue sendo utilizada, conseguindo atingir resoluções de até 45nm[13].

A Figura 11 nos mostra como evoluiu a tecnologia no tempo e como o

espectro de radiação utilizada.

25

Page 26: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Figura 11 - Evolução de tecnologia[4]

2.10.2 Litografia por feixe de elétrons

O processo litográfico por feixe de elétrons, ou EBL como é mais conhecido,

tem como princípio formar imagens sobre um substrato utilizando um feixe de

elétrons. No início, essa técnica era usada utilizando um microscópio por varredura

de feixe de elétrons comercial.

Com essa técnica, não foi necessário muito tempo até se perceber as

vantagens sobre o processo de litografia óptica. Inicialmente, o principal fator que

diferenciou as duas técnicas foi a produção de imagens menores que as

conseguidas na litografia óptica sem necessitar de máscara. Com a evolução da

técnica, consegue-se produzir imagens entre 100 e 250Å[14]. Um esquema desse

sistema é mostrado na Figura 12.

26

Page 27: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Figura 12 - Esquema de um sistema de litografia por feixe de elétrons[9]

No entanto, esse processo possui desvantagens, assim não permitindo o seu

uso em ambiente de produção em larga escala. A principal desvantagem é o tempo

que é necessário para se expor uma determinada região. Como o processo é feito

por varredura, ou seja, ponto a ponto, o feixe deve passar por toda a extensão da

máscara, e dependendo do tamanho, pode levar minutos ou até mesmo horas. E por

fim, o preço do processo é bem elevado, pois o sistema de controle do feixe de

elétrons é bem complexo e caro.

A resolução desse processo tem limitações devido à dispersão da radiação

ser direta sobre o resiste e indireta pelo substrato. Isso acarreta na exposição de

regiões aonde não se quer expor

Por se tratar de um processo que não é usado em larga escala na indústria,

mas produzindo resultados muito bons essa técnica é usada principalmente na

produção de fotomáscaras para os processos litográficos diversos.

2.10.3 Litografia por raios X

A litografia por raios-X, ou XRL comumente chamada, tem o seu princípio

similar ou processo da litografia óptica. Nesse caso, o raio X é usado como radiação

que será incidido diretamente sobre um substrato com fotorresiste. A utilização do

raio-X tem como principal vantagem o comprimento de onda desse tipo de radiação,

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Page 28: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

que é duas ordens de grandeza menor que a radiação ultravioleta[15], usada no

processo fotolitográfico. A Figura 13 ilustra como é o sistema.

Figura 13 - a. Sistema exposição com alinhamento; b. Expositora por raio-X[9]

Litografia por raios-X tem um custo alto, porque boa parte desse custo está no

equipamento que gera o raio X, normalmente um synchrotron. Dependendo do

equipamento, o custo por hora de trabalho, pode chegar a centenas de dólares e o

investimento inicial para aquisição de equipamentos na ordem de milhões de

dólares.

Atualmente esse processo tem como desafio se firmar como processo

industrial, já que experimentalmente tem-se conseguido bons resultados com

demonstrações de resoluções menores que 100 nm[16].

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Page 29: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

2.10.4 Litografia por feixe de íons

Existem 3 tipos de litografia por feixe de íons, são eles:

• Focused Ion Beam Lithography

• Masked Ion Beam Lithography

• Ion Projection Lithography

Essa técnica é uma variação do processo feito pela litografia por feixe de

elétrons, somente utilizando um feixe de íons ao invés de elétrons. Mais conhecido

como FIBL, Focused Ion Beam Lithography. Essa variação do processo também

chega ao esquemático do processo que também é parecido com um microscópico

de varredura por feixe de elétrons, assim emitindo um feixe de íons sobre a

superfície de um substrato que tem um filme sensível aos tipos de íons que serão

incididos.

O princípio da litografia por projeção iônica consiste de um feixe de íons hélio,

gerados pela ionização do gás. Tal feixe é dirigido e modificado por um sistema de

lentes eletrostáticas, o qual permite projetar sobre a placa de silício um feixe quatro

vezes mais fino que a fonte. Essa técnica utiliza íons de átomos leves (hidrogênio,

hélio), podendo também funcionar com elementos como o argônio ou o xenônio.

As vantagens desse processo; os resistes são mais sensíveis devido as

massas desses íons serem maiores, não penetrarão em profundidade como os

elétrons, há a possibilidade de corrosão e implantação sem máscaras e o feixe pode

ser focado sobre linhas finas.

29

Page 30: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

3 Etapas de processo no LSI

Esse capítulo tem como objetivo apresentar todo o processo de litografia

óptica usado no Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo (LSI-EPUSP). Por ser um processo usado em ambiente

laboratorial, quando comparado ao processo industrial poderá resultar na falta de

etapas. Outro motivo pela descrição mais especifica do processo óptico é porque o

equipamento de estudo é uma fotoalinhadora de radiação UV

O processo será descrito a partir do momento em que a lâmina termina de

receber o processo de limpeza e segue para o seu primeiro processo litográfico.

Todas as etapas descritas nesse capitulo poderão ser executadas mais de uma vez

durante a fabricação dos circuitos, sofrendo algumas modificações. A Figura 14

mostra um diagrama com a seqüência de um processo litográfico.

Figura 14 - Etapas do processo litográfico[9]

3.1 Deposição do Fotorresiste

3.1.1 Desidratação

Inicialmente, as lâminas de silício devem receber um processo chamado de

limpeza completa que visa retirar o máximo de contaminantes e impurezas

orgânicas, metálicas, contidas na superfície das lâminas, para que essas

substâncias não alterem o os processos de fabricação.

30

Page 31: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Como o processo de limpeza é um processo que utiliza soluções líquidas para

remover cada tipo de contaminante, uma quantidade de água ou outra solução pode

permanecer sobre as lâminas.

É sabido que o álcool tem função de desidratar as regiões onde ele é

aplicado, assim O objetivo dessa etapa é de retirar o máximo de resíduos líquidos

que possam ter ficado sobre a lâmina depois do processo de limpeza. Isso é feito

depositando álcool, que no laboratório é utilizado o Iso 2-Propanol com grau VLSI.

As lâminas devem ser colocadas sobre uma base que será rotacionada. O

equipamento utilizado para executar essa rotação é chamado de spinner, que é um

dispositivo que possui controle de velocidade e de tempo de rotação, importantes

para a etapa de deposição dos filmes como o promotor de aderência e do polímero

fotossensível, que serão descritos mais a frente. Com a rotação, o álcool depositado

sobre a lâmina será espalhado por toda a superfície e rapidamente evaporado.

3.1.2 Preparação das Lâminas

Antes de aplicar o resiste, materiais que melhoram a interface entre o silício e

resistem chamados de promotores de aderência. Eles são usados principalmente se

há umidade na superfície do silício. O resiste positivo não adere muito bem à

superfície do silício[10] nessa situação e assim o promotor de aderência é muito

usado.

No LSI-EPUSP, o material promotor de aderência utilizado é o

Hexametildissilazana(HMDS).

Após a deposição do HMDS sobre a lâmina de silício, ela será rotacionada

para promover um filme bem homogêneo sobre toda a superfície e induzir a

permanência de uma camada bem fina sobre essa superfície.

3.1.3 Deposição do Resiste

O resiste deve ser depositado agora, uma vez que toda a preparação foi

executada para que haja a melhora adesão entre silício e polímero.

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Page 32: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Usando o mesmo equipamento, o spinner, uma quantidade de resiste é

colocada sobre a lâmina que novamente é rotacionada, para permanências de filmes

espessos, velocidades de rotação baixas são utilizadas, já para que filmes finos

permaneçam sobre a lâmina, velocidades altas devem ser utilizadas. A quantidade

de resiste depositado e o tipo de resiste também influenciam na espessura do filme

resultante desse processo.

3.2 Pré-cura

Pre bake ou soft bake, são os termos utilizados para a etapa que tem como

objetivo remover o máximo de solvente contido na solução do resiste previamente

depositado e preparar esse mesmo filme para a etapa de alinhamento e exposição.

A retirada de solvente visa também o endurecimento do filme resistivo e

melhorar as ligações de interface silício resiste. A lâmina é colocada sobre um hot

plate, ou prato quente, que é uma chapa transfere o calor gerado por resistências

para as lâminas. O tempo de permanência do substrato sobre a chapa é indicado

pelo fabricante do resiste, para que o filme não tenha sua estrutura danificada pelo

calor e assim prejudique o restante do processo litográfico.

3.3 Alinhamento/Exposição

Terminado o processo de deposição do filme fotossensível, a lâmina deve ser

colocada no equipamento fotoalinhador. Uma máscara será colocada sobre a lâmina

e assim receber a radiação, que nesse caso é a radiação de raios ultravioleta.

3.4 Revelação

Para o filme de resiste ser revelado, as lâminas devem ser imersas na

solução definida pelo tipo de resiste por um determinado tempo. O tempo de

revelação varia quanto ao tempo de exposição, tipo de resistes e solução de

revelador utilizada.

No caso desse trabalho, a solução utilizada como revelador é uma solução de

hidróxido de potássio, KOH, diluída em água. A solução tem concentração de 17 g/L.

32

Page 33: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

3.5 Cura

Também conhecida como postbaking ou hard bake, tem o propósito de

remover solvente residual, melhorar a aderência e aumentar a resistência do resiste

ao processo de corrosão.

Nessa etapa a lâmina deve ser colocada novamente no hot plate, respeitando

as condições de tempo e de temperatura recomendadas pelo fabricante do

fotorresiste, devendo ser respeitadas para que não cause algum.

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Page 34: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4 Equipamento fotoalinhador AL4-2

4.1 Descrição

A fotoalinhadora AL4-2 da empresa Electronic Visions Co. é um equipamento

que executa a etapa de alinhamento e exposição das lâminas de silício após

receberem um filme de material fotossensível. Este equipamento é semi-automático,

pois a etapa de colocação de lâmina sobre o chuck e o alinhamento dessa lâmina

com a máscara são feitos manualmente.

Esse sistema é utilizado no processo de litografia óptica dentro do LSI-

EPUSP, e emite radiação ultravioleta, com λ = 340 nm, produzida através de uma

lâmpada do tipo incandescente com atmosfera de vapor de mercúrio em alta

pressão[17] para sensibilizar o fotorresiste depositado sobre a lâmina previamente.

Atualmente utiliza-se a lâmpada HBO 350W da empresa OSRAM[17].

O sistema foi adquirido entre os anos de 1997 e 1998 com o objetivo de

melhorar o processo litográfico dentro do LSI, uma vez que o este laboratório possui

outro equipamento que executa essa etapa manualmente e com algumas

características diferentes.

A alinhadora AL 4-2 é muito utilizada em pesquisas com alunos de pós-

graduação da Universidade de São Paulo (USP) e de outras instituições de ensino

superior. A Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC-SP) também

utiliza esse equipamento no curso de Materiais, Processos e Componentes

Eletrônicos (MPCE). Durante o curso, os alunos da graduação devem simular todas

as etapas de produção de micro-componentes.

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Page 35: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.2 Infra-estrutura

O equipamento necessita de condições específicas para o seu

funcionamento. Caso uma dessas condições não esteja ajustada adequadamente,

implicará no funcionamento inadequado do sistema.

A tabela 1 expõe os valores efetivos das condições de utilização do

equipamento.

Tabela 1 - Condições para a utilização da alinhadora Tensão e freqüência da rede 220 V/ 50 Hz

Potencia requerida 0,5 – 1,3 kW (dependendo da lâmpada utilizada)

Ar comprimido 5,5 bar (4,1kTorr)

Nitrogênio 6 bar (4,5 kTorr)

Vácuo 850 mBar (637.5 Torr)

Como a fotoalinhadora possui um sistema pneumático de acionamento de

válvulas, as pressões de nitrogênio (N2) e ar comprimido são essenciais. A máscara,

lâmina e o chuck são fixos através do sistema de vácuo.

A linha de ar comprimido é composta por um sistema formado por dois

compressores que mantém a pressão da linha constante em 10 bar (7,5 kTorr).

Existem 7 filtros responsáveis pela eliminação de impurezas e umidade provenientes

do sistema de compressão do ar. O diagrama esquemático dessa linha esta no

anexo A.

A pressão de nitrogênio é gerada a partir de um conjunto composto por um

tanque de nitrogênio líquido e um vaporizador, fornecendo 12 bar (9 kTorr) na saída

para toda a linha.

O vácuo utilizado no equipamento é produzido através de uma bomba

mecânica modelo E2M 1.5 da empresa Edwards[18].

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Page 36: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.3 Funcionamento resumido

Para se utilizar o equipamento fotoalinhador AL 4-2 deve-se seguir uma rotina

pré-definida. Nesse tópico será descrita essa rotina de forma resumida. No anexo B,

encontra-se o manual detalhado de utilização do sistema que foi desenvolvido

durante a manutenção do equipamento.

Inicialmente as válvulas correspondentes ao ar comprimido, nitrogênio e

vácuo são abertas, verificando os respectivos valores de pressão nos manômetros

localizados próximos a cada válvula. Para o sistema de vácuo, além da abertura da

válvula localizada entre a bomba e o equipamento, deve-se conferir se a bomba se

encontra ligada.

Após esta etapa, a chave principal (Main Switch) localizada no painel de

controle é acionada. Essa chave permite a passagem de sinais elétricos e os fluxos

dos gases por todo o equipamento.

A lâmpada utilizada no sistema possui uma fonte específica para controlar

sua potência e intensidade. Essa fonte faz a ignição da lâmpada e também controla

o seu sistema de resfriamento. O tempo de estabilização de corrente que passa pela

lâmpada é de aproximadamente 20 minutos antes de ser utilizada.

Ao pressionar a tecla POWER ON, o equipamento é efetivamente ligado e

iniciará o processo de alinhamento, com a movimentação da base que sustenta a

máscara (mask holder).

Terminada a inicialização, a máscara é ser posicionada e fixa sobre o mask

holder¸ o substrato é colocado e também fixo sobre uma base (chuck). O tempo de

exposição e o tamanho do substrato poderão ser configurados pelo usuário.

Antes de se iniciar o alinhamento, o equipamento faz a aproximação da

máscara em direção à lâmina, com o objetivo posicioná-la de tal forma que não

esteja inclinada em relação à máscara. Esse procedimento ocorre ao pressionar a

tecla W-Error no painel.

Com o conjunto máscara e lâmina devidamente posicionados, o alinhamento

é feito através de pequenos movimentos no chuck e observados por um

microscópio.

Feito o alinhamento, deve-se escolher o tipo de exposição, que nesse sistema

pode ser por contato ou por proximidade, sendo a última etapa antes da exposição.

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Page 37: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Durante esse processo, uma parte do equipamento, denominada castelo, se

direciona automaticamente até a posição onde se encontra a máscara e substrato. É

recomendada a utilização de óculos protetores, já que a radiação UV prejudica a

visão.

Ao terminar a exposição, o castelo retorna a posição inicial, o mask holder se

distancia da lâmina, assim poderá ser retirada e revelada, dando seqüência no

processo de litografia.

Quando o equipamento for desligado, deve-se observar o tempo mínimo de

resfriamento da lâmpada (20min).

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Page 38: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.4 Análise dos problemas

A fotoalinhadora, como descrita no item 3.1, esteve operacional por vários

anos, sendo utilizada em diversos cursos ministrados no LSI. No início da

manutenção, a falta de documentos, esquemas elétricos, pneumáticos e manuais de

utilização detalhados dificultaram a compreensão do sistema.

O primeiro problema detectado foi no conjunto de válvulas solenóides do

equipamento. Durante a inicialização, uma destas válvulas era acionada

indevidamente e impedia a operação do equipamento.

O aparelho também apresentava um funcionamento inadequado no

deslocamento do mask holder, que é uma base metálica onde as máscaras

utilizadas são fixadas a vácuo. Esta base se movimenta perpendicularmente através

da atuação de um motor. A Figura 15 mostra a foto do mask holder no equipamento.

Figura 15 - Mask Holder

Outro problema observado estava relacionado à fonte que alimenta a

lâmpada de mercúrio, que emitia um alarme incomum ao sistema. No mesmo

sistema foi constatado um funcionamento inconstante da lâmpada.

38

Page 39: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.4.1 Metodologia

A falta de documentação relativa aos procedimentos de testes e manutenção

conduziu à elaboração de uma metodologia específica para identificação e correção

dos problemas existentes no equipamento.

Uma pesquisa com todos os antigos usuários forneceu informações

importantes como tempo de exposição, freqüência de utilização e ajustes dos

diversos parâmetros de configuração. De acordo com esses dados, foi iniciado um

estudo com o objetivo de alcançar os problemas propostos.

Esta análise proporcionou o desenvolvimento de um esquema estrutural do

sistema, incluindo esquemas pneumáticos, eletrônicos e de infra-estrutura.

Estes esquemas, somados com um roteiro básico de funcionamento do

equipamento, permitiram a identificação e troca de componentes defeituosos de

forma preventiva. Seguindo esta metodologia, diversos componentes pneumáticos e

eletrônicos foram substituídos. Estes estão detalhados no item 3.5 deste trabalho.

A cada etapa resolvida, testes eram realizados mensurando-se efeito das

mudanças realizadas no funcionamento geral do equipamento.

Eliminando todos os problemas identificados, diversos processos de

alinhamento e exposição foram realizados e estudados, possibilitando a liberação do

equipamento para uso geral no LSI e para as aulas do Curso de MPCE. Estes

resultados estão expostos no item 4 deste trabalho. Um manual de utilização foi

desenvolvido e está em anexo nesse trabalho.

39

Page 40: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4.5 Manutenção

Segundo a metodologia descrita no item 3.4.1 foi realizado um mapeamento

do sistema eletrônico composto por uma placa principal, tratada neste trabalho como

placa mãe, e sete placas secundárias.

Foram identificados na placa mãe todos os conectores de entrada e saída de

informações, tais como sinais de vídeo, sensores, atuadores, entre outros. O

diagrama esquemático desta placa encontra-se no anexo C.

Cada placa secundária foi caracterizada, buscando-se identificar seu

funcionamento básico, função e disposição física, bem como suas conexões. Nos

anexos D-J, encontram-se os diagramas esquemáticos das placas anteriormente

citadas.

Foi realizado um estudo detalhado da placa 42DC1, que é a placa cuja função

é controlar o motor que movimenta o mask holder descrito no item 3.4. Após a

identificação dos principais circuitos integrados (CI´s) dessa placa, foram

pesquisados seus respectivos data-sheets, proporcionando uma compreensão

detalhada do circuito.

Foi gerado um diagrama elétrico com cerca de 60 a 70% das ligações dessa

placa. Durante a análise, foram identificados e trocados os transistores de potência

BD437 e BD438 que estavam com defeito.

Um procedimento especificando a seqüência lógica e duração de cada etapa

do equipamento foi desenvolvida a partir das entrevistas com antigos usuários do

equipamento. Durante o preparo deste material, foi observado um vazamento de

água no regulador de ar comprimido localizado no painel frontal da alinhadora. Este

vazamento foi proveniente do acúmulo de água na tubulação do sistema

pneumático.

Após a drenagem da água, foram adicionados filtros específicos na linha de ar

comprimido, abrangendo desde a saída dos compressores até as válvulas de

entrada do equipamento. Este sistema previne o acúmulo de água e impurezas nas

paredes na tubulação, o que pode causar o entupimento da linha de ar, prejudicando

o fluxo necessário para o funcionamento adequado da fotoalinhadora.

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Page 41: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Após a limpeza e mapeamento detalhado da linha de ar comprimido, os

sensores e válvulas pneumáticas que controlam a movimentação do mask holder

foram ajustados.

Dentro do equipamento, as tubulações de ar comprimido, nitrogênio e vácuo

são centralizadas em um bloco de distribuição composto de válvulas solenóides,

reguladores de pressão, atuadores e sensores pressão e posicionamento.

Cada válvula deste bloco tem uma função específica no equipamento, e está

identificada com a sigla MV. A Figura 16 mostra, esquematicamente, o

posicionamento das válvulas.

Figura 16 - Esquema das válvulas solenóides

A válvula MV9, responsável pela movimentação do conjunto de lentes,

espelhos e lâmpada de mercúrio (denominado de castelo) apresentava

comportamento alterado e impedia a inicialização do equipamento. Seqüencialmente

a este atuador, foram identificadas duas válvulas de ajuste de pressão, bem como

dois sensores de posição responsáveis por delimitar os extremos da movimentação

horizontal do castelo. Após o ajuste das válvulas Lh align (solenóide Mv9), Lh exp

(solenóide Mv10) e dos sensores de posição, a movimentação inicial do castelo foi

normalizada.

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Page 42: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Seguindo a metodologia descrita no item 3.4.1, foi realizado um detalhamento

do sistema pneumático do equipamento. Após a inicialização e com a correta

movimentação do mask holder, a máscara e a lâmina são fixas a vácuo mediante

acionamento da teclas V-mask e V-chuck, respectivamente, no painel de controle.

A movimentação do mask holder foi ajustada através das válvulas agulhas

(Mask↑ e Mask↓). Esse conjunto de válvulas é controlado pelo solenóide MV11.

Após a fixação do substrato, a base do chuck (chuck stage) é deslocada até a

posição inicial, que é sob a máscara e pressionada ativando um sensor pneumático

e permitindo a continuidade do processo.

O sensor de vácuo posicionado abaixo da base do chuck é da empresa

FESTO[19], modelo EV15/64. Se a pressão for insuficiente para ativá-lo, a

mensagem no pressure é indicada no display e o equipamento precisa ser reiniciado

através da tecla reset do painel de controle. O ajuste do switch de posição foi feito

através de seus terminais (sysin-4) localizados na placa mãe, baseando-se nos

diagramas esquemáticos desenvolvidos durante este trabalho.

Todos os procedimentos realizados envolveram o acúmulo de água no

sistema pneumático do equipamento, o que causou alteração no ajuste das válvulas,

modificando parâmetros importantes para o funcionamento básico da alinhadora.

Estes procedimentos não alteraram a ignição da lâmpada mercúrio, necessária na

etapa de exposição.

Durante o deslocamento da máscara em direção a lâmina, foi identificada

uma mensagem SOFT CONTACT ERROR no display do equipamento, impedindo o

processo de proximidade.

Quando um usuário muda o tempo de exposição, automaticamente o valor do

diâmetro da lâmina retorna a zero e T=0 aparecerá no display. A configuração do

diâmetro da lâmina corrige esse erro. O anexo B detalha esse procedimento.

A pressão que o equipamento exerce quando a máscara é levada em direção

ao substrato, é controlada pela válvula HARD CONTACT localizada no painel. O

valor nominal dessa pressão é de 930 mbar (697 Torr), mas alguns processos

poderão necessitar de valores diferentes.

O ajuste adequado desse valor evita que a máscara não se solte do mask

holder com uma pressão baixa, ou danifique o filme fotossensível com uma pressão

alta, que também poderá danificar a própria máscara.

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Page 43: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

A etapa de exposição compreende a incidência de radiação UV produzida por

uma lâmpada do tipo incandescente com atmosfera de vapor de mercúrio em alta

pressão[17]. Esta é alimentada por uma fonte que possui controles de intensidade

de iluminação e potência aplicada. A Figura 17 mostra uma foto da fonte da

lâmpada.

Figura 17 - Fonte

Como mencionado no item 3.4 deste trabalho, a fonte emitia um alarme

sonoro inicialmente relacionado ao sistema de refrigeração da lâmpada. Entretanto,

observou-se que a real causa deste problema era o ajuste de intensidade luminosa

que estava acima do limite proposto pelo fabricante. Isto foi identificado após a troca

da lâmpada, que estava com os contatos oxidados e não possuía controle das horas

de uso no equipamento.

A uniformidade da radiação incidida sobre a lâmina é um parâmetro

necessário para a exposição e deve ser calibrado a cada substituição de lâmpada.

Utilizando um UV-meter (medidor de radiação UV), foram identificados pontos com

valores de radiação diferentes. As medidas foram feitas utilizando pontos pré-

determinados no próprio equipamento, como indicado na Figura 18.

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Page 44: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Figura 18 - Região de testes de intensidade luminosa

Baseando-se em uma lâmina de silício de 3 polegadas, os pontos 2,4,5,6 e 8

formam a região onde o substrato receberá a radiação. O posicionamento correto da

lâmpada é feito por controles no castelo, obtendo o valor médio de incidência de

25mW/cm², que é o valor nominal da lâmpada. Com esse valor estabelecido, o valor

de potência aplicada na lâmpada é de 250 W.

O tempo de vida útil da lâmpada é de aproximadamente 700 horas, no

entanto, tem uma redução de 7 horas a cada ignição (segundo contato com o

fabricante). Observou-se que após um determinado tempo de utilização do

equipamento, ocorria o desligamento indevido da mesma.

Analisando-se o castelo, foi identificado um sistema de refrigeração da

lâmpada composto por: um sensor de temperatura, tubulação de nitrogênio

direcionada e uma linha de exaustão.

O sensor de temperatura corta a alimentação da lâmpada quando um valor

específico é atingido, evitando a possível explosão devido ao superaquecimento do

sistema, além de prevenir o acionamento da lâmpada quando o castelo está aberto.

Identificou-se que a pressão de nitrogênio responsável pela refrigeração

estava sofrendo interferências de outros equipamentos dentro do laboratório,

atingindo níveis menores que o valor mínimo exigido pelo sistema (5.5 bar). Como a

linha de nitrogênio é comum para toda a sala limpa, a queda de pressão foi

percebida mediante a utilização de mais de um equipamento simultaneamente.

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Page 45: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Uma linha dedicada de nitrogênio foi implementada a partir do vaporizador de

nitrogênio líquido, eliminando as interferências mencionadas.

Paralelamente, a linha de ar comprimido foi alterada com a substituição de

filtros e a elaboração de um novo painel de controle, facilitando a visualização dos

valores de pressão e drenagem do sistema.

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Page 46: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

5 Resultados

Nesse tópico serão mostrados alguns resultados conseguidos com a

utilização do equipamento após a manutenção.

As lâminas utilizadas possuem as seguintes características:

• Resistividade: 1-10 Ω/cm

• Diâmetro: 3” (7,62 cm)

• Orientação: <100>

• Tipo de Dopante: P/Boro

• Espessura: 13-17 Mils (330-431 µm)

O fotorresiste utilizado foi o TSMR-V90 e possui as seguintes especificações do

fabricante:

• Resolução de 1µm

• Pre bake: 90 °C / 90 seg

• Hard bake 110 °C / 90 seg

O equipamento fotoalinhador tem a capacidade de gerar padrões na ordem de

2µm.

Inicialmente, foi proposto obter a espessura de degrau obtido pelo processo

litográfico, para isso utilizou-se duas lâminas. Com isso foram medidos valores de

degrau após a revelação das regiões não sensibilizadas e novas medidas foram

executadas após o hard bake.Os parâmetros desse processo são os seguintes:

• Promotor de aderência Hexametildissilazana (HMDS), 1 mL a 2 mL

• Resiste TSMR-V90, 2 mL

• Soft bake: Temperatura: 105 °C

Tempo: 90 segundos

• Rotação: 3500 RPM

• Exposição: 10 segundos

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Page 47: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

• Solução reveladora de KOH (C = 17 g/L) 1:1 de água, 500ml

• Tempos de revelação Lâmina 1: 20seg

Lâmina 2: 15seg

O esquema de medida foi feito como demonstrado na figura 19. Após as

medições, as tabelas 2 e 3 mostram os valores médios dos degraus após a

revelação e após o hard bake.

Figura 19 - Pontos de medição para obtenção da espessura do filme depositado

Tabela 2 - Medida de degrau médio após revelação

Lâmina 1 Lâmina 2

Altura média (Å) 12706 12885

Tabela 3 - Medida de degrau médio após hard bake

Lâmina 1 Lâmina 2

Altura média (Å) 12153 12275

Após as medidas notou-se a diminuição média dos valores de degraus entre

as etapas de 581 Ângstrons.

Os parâmetros utilizados no processo litográfico a seguir, com 2 lâminas

de silício, foram:

• Promotor de aderência Hexametildissilazana (HMDS), 1 mL a 2 mL

• Resiste TSMR-V90, 2 mL

• Soft bake: Temperatura: 105 °C

Tempo: 90 segundos

47

Page 48: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

• Rotação: 3500 RPM

• Exposição: 3, 6, 9 e 12 segundos

• Revelação: solução de KOH (C = 17 g/L)

Iniciando o processo de exposição, o primeiro teste visou gerar um gradiente

de exposição sobre o resiste e com isso avaliar o tempo de revelação. O esquema

da figura 20 ilustra a ordem de exposição de duas lâminas utilizadas nesse teste.

Todos os valores medidos e colocados em tabelas foram medidos em Ângstrons (Å).

Figura 20 - Gradiente de exposições

O teste de exposição teve como objetivo analisar a homogeneidade de

exposição que a lâmpada e seu sistema óptico incidem sobre as lâminas. Os tempos

de exposição foram de três segundos, onde a região 1 recebeu quatro doses de

radiação, totalizando 12 segundos de exposição e a região 4 recebeu somente uma

dose, recebendo 3 segundos de radiação.

Para analisar os degraus gerados durante a revelação, foi usado um

equipamento que move uma agulha sobre a superfície da lâmina, e com esse

sistema móvel é possível observar as diferenças de altura ao percorrer uma

distância definida. O equipamento que gera esse perfil da superfície da lâmina é

conhecido como perfilômetro.

As lâminas utilizadas durante o primeiro teste foram denominadas lâmina 1 e

2. Na Tabela 4 é mostrado os valores das alturas médias obtidas no intervalo de 2

mm de varredura na região onde os degraus foram formados.

48

Page 49: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Tabela 4 - Primeiro teste de exposição. Região Lâmina 1 (Å) Lâmina 2 (Å)

1 1478 1282

2 5227 6197

3 6599 5998

4 13037 12576

A lâmina 1 foi revelada em 16 segundos, e a lâmina 2 foi revelada em 14

segundos, conseguindo manter as 4 regiões de exposição.

Como a divisão das regiões para exposição foi feita utilizando pedaços de

lâminas, isso afetou a boa definição e assim não proporcionando exposição

uniforme. Isso é mostrado pela variação nos valores de degraus medidos.

O segundo teste teve como objetivo analisar diferentes tempos de exposição

com o mesmo esquema do primeiro teste, porém o tempo de revelação foi fixado em

20 segundos. Para isso duas lâminas foram utilizadas e denominadas como lâmina 3

e 4.

Tabela 5 - Segundo teste de exposições

Região Lâmina 3 (Å) Lâmina 4 (Å)

1 0 0

2 2495 2628

3 7945 8307

4 12007 11642

Não houve a possibilidade de medição de degraus na região 1 devido ao

tempo de exposição ter alto. Após a revelação das lâminas, notou-se valores mais

uniformes na lâmina 3 em relação a lâmina 4. A diferença ocorreu devido a solução

de revelador estar mais usado durante o último processo de revelação.

Para finalizar os testes com lâminas inteiras, foi proposto analisar o processo

litográfico sobre filme de alumínio. As lâminas utilizadas foram denominadas 5 e 6.

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Page 50: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Tabela 6 - Terceiro teste de exposição Região Lâmina 5 (Å) Lâmina 6 (Å)

1 994 555

2 4009 3393

3 8935 6822

4 10710 10496

O filme de alumínio depositado tem aproximadamente 2000 Å.

Após observamos a uniformidade de exposição com os testes citados acima,

foi proposto caracterizar o fotorresiste TSMR-V90, por esse tipo de resiste utilizar

outros parâmetros de soft e hard bake.

Para se iniciar a caracterização do fotorresiste duas lâminas receberam o

processo litográfico até a etapa de revelação. Os parâmetros utilizados foram:

• Promotor de aderência Hexametildissilazana (HMDS), 1 mL a 2 mL

• Resiste TSMR-V90, 2 mL

• Soft bake: Temperatura: 105 °C

Tempo: 90 segundos

• Rotação: 3500 RPM

• Exposição: 3, 6, 9 e 12 segundos

• Revelação: solução de KOH (C = 17 g/L)

Antes do processo de revelação, cada lâmina foi dividida em 4 partes. Cada

parte da lâmina permaneceu um tempo específico na solução de revelador, que

variou de 8 a 12 segundos. O valor médio de cada degrau será demonstrado nas

tabelas 7 e 8.

Tabela 7 - Perfis de litografia

Grupo 1

Tempo (s) 8 10 12 14

Média (Å) 12747 13088 13122 12227

50

Page 51: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Tabela 8 - Perfis de litografia Grupo 2

Tempo (s) 8 10 12 14

Média (Å) 6315 7200 5485 9022

Primeiramente nota-se valores diferentes entre o grupo 1 e 2. Essa diferença

de valores é explicada pela diferença da quantidade de solução de revelador, onde a

revelação do grupo 1 foi feita com a solução utilizada nos testes de uniformidade,

portanto uma solução muito utilizada. O grupo 2 teve a solução de revelador nova,

porém numa quantidade menor.

A figura 21 mostra o resultado de revelação após 8 segundos de exposição.

Figura 21 - Tempo de revelação: 20 seg

51

Page 52: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

A figura 22 mostra o resultado de revelação após 10 segundos de exposição.

Figura 22 - Tempo de revelação: 13 seg

52

Page 53: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

A figura 23 mostra o resultado de revelação após 12 segundos de exposição

Figura 23 - Tempo de revelação: 16 seg

53

Page 54: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Após a revelação cada pedaço de lâmina recebeu o processo de corrosão seca do

silício e posteriormente o resiste foi retirado utilizando o mesmo processo. Os

parâmetros do processo foram:

• Plasma de SF6 para corrosão do

silício

V (25sccm)

P (100mTorr)

Potência (25W)

Tempo (2min)

• Plasma de O2 para corrosão do

fotorresiste

V (50sccm)

P (100mTorr)

Potência (50W)

Tempo (2min)

Os degraus medidos após a corrosão do silício estão nas tabelas 9 e 10.

Tabela 9 - Degraus após corrosão do silício

Grupo 1

Tempo (s) 8 10 12 14

Média (Å) 17458 17752 17931 16283

Tabela 10 - Degraus após corrosão do silício

Grupo 2

Tempo (s) 8 10 12 14

Média (Å) 11764 11117 8971 12351

As tabelas 11 e 12 mostram os valores de degraus após o fotorresiste ser

corroído pelo processo de corrosão seca.

Tabela 11 - Degraus após corrosão do fotorresiste

Grupo 1

Tempo(s) 8 10 12 14

Média (Å) 10794 11442 10957 10004

Tabela 12 - Degraus após corrosão do fotorresiste

Grupo 2

Tempo (s) 8 10 12 14

Média (Å) 4204 4124 3662 6820

54

Page 55: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Terminado o processo de corrosão, para finalizar o processo de analise e

caracterização de exposição, foi proposto o cálculo da seletividade do processo. Os

valores obtidos são determinados pela formula (3). As tabelas 13 e 14 mostram os

valores de seletividade calculados para cada tempo de exposição:

tHHHS )( 321 −−

= (3)

Onde: H1 é a medida do degrau sem corrosão

H2 é a medida do degrau medido após a corrosão do substrato

H3 é a medida do degrau medido após a corrosão do fotorresiste

t é o tempo do processo de corrosão.

Tabela 13 - Seletividade em relação ao tempo de exposição

Grupo 1

Tempo (s) 8 10 12 14

Seletividade (Å) 9415 10023 9634 9088

Tabela 14 - Seletividade em relação ao tempo de exposição

Grupo 1

Tempo (s) 8 10 12 14

Seletividade (Å) 2535 3704 2810 6267

Como último teste, foi decidido utilizar um processo de litografia de um aluno

de pós-graduação, como prova de que o sistema de exposição está funcionando de

acordo com as expectativas feitas antes de se iniciar o processo de manutenção. Os

parâmetros desse processo foram cedidos por aluno de pós-graduação Marciel

Guerino, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e serão expostos a seguir:

Etapas da fotolitografia de silício policristalino, estando o mesmo depositado

sobre óxido de silício, o qual foi crescido a partir de uma lâmina de silício.

a) secagem com álcool Isopropílico por 20 s a 3500 rpm;

b) aplicação de promotor de aderência Hexametildissilazana (HMDS) por 20 s a

3500 rpm;

c) aplicação de 1,5 mL de fotorresiste por 20 s a 3500 rpm;

d) cura de 90 s na temperatura de 105 °C;

55

Page 56: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

e) exposição à luz ultravioleta por 12 s;

f) revelação do fotorresiste por cerca de 50 s na solução de 1 parte de água + 1

parte de KOH;

g) cura de 5 minutos a 130 °C;

Etapas posteriores:

• Corrosão do silício poly por plasma.Parâmetros:

- 25 sccm de SF6

- pressão de 100 mTorr

- Potência de 50 W

- tempo de corrosão = 7 minutos

• Retirada do fotorresiste utilizando plasma de O2 por um tempo de 4 minutos.

56

Page 57: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Após as etapas de corrosão, algumas fotos foram feitas e com isso pode-se

observar a qualidade do processo que teve o valor mínimo de largura de linha 50µm.

Abaixo são mostrados os resultados após a corrosão.

Figura 24 - Resultado de corrosão de silício policristalino

57

Page 58: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

6 Conclusão

Como o objetivo principal desse trabalho foi executar a manutenção do

equipamento fotoalinhador que se encontrava danificado, pode-se afirmar que esse

objetivo foi atingido com sucesso, devido aos testes executados posteriormente a

essa manutenção mostrarem resultados satisfatórios.

No início do trabalho, houve alguns problemas quanto à documentação do

equipamento, pois essa não existia assim, em paralelo a manutenção do sistema,

alguns esquemas foram feitos, com o intuito de se montar uma documentação para

futuras manutenções, se necessário.

Para a analisar o funcionamento do equipamento, o fotorresiste TSMR-V90 foi

utilizado e caracterizado, assim produzindo padrões da ordem de 2 µm. Os tempos

de exposição e de revelação foram de 10 e 13 segundos respectivamente.

A medida de 2 µm foi alcançada também alterando as temperaturas e os

tempos de soft bake e hard bake, uma vez que os valores recomendados pelo

fabricante do fotorresiste não produziram resultados satisfatórios. As temperaturas

recomendadas pelo fabricante são de 90 °C, com tempo de 90 segundos para o soft

bake e 110 °C, com tempo de 90 segundos para o hard bake. Os tempos e

temperaturas que melhor se adequaram ao processo foram: soft bake 90 segundos

a 105 °C e hard bake 300 segundos a 130°C

Durante a manutenção, um manual de utilização do equipamento foi

desenvolvido, para que futuros usuários possam usar o sistema, assim evitando

qualquer problema decorrente da utilização inadequada.

58

Page 59: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

7 Referências

[1] http://www.babylon.com/definition/Lithography/Portuguese

Retirado 24/06/2007

[2] http://www.glatt.com.br/tec_lito.asp

Retirado em 21/06/2007

[3] http://www.njnano.org/pasi/event/talks/cirelli.pdf

Retirado em 21/08/2007

[4] http://www.labelectron.org.br/artigos/eventech_012.pdf

Retirado em 15/11/2007

[5] http://www.memsnet.org/mems/processes/lithography.html

Retirado em 05/07/2007

[6] R. Iscoff, “Photomask and Reticle Materials Review”, Semiconductor Internatl

[7] , Sorab K., “VLSI Fabrivation Principles”, Silicon and Gallium Arsenide

[8] Madou, Marc J., “Fundamentals of Microfabrication”, The Science of

Miniaturization, second edition

[9] Wolf, Stanley and Tauber, Richard N.

“Silicon Processing for The VLSI ERA Vol.1”

[10] Zant, P. V., “Microchip Fabrication”, A practical Guide to SEMICONDUCTOR

PROCESSING

[11]http://www.ece.nus.sg/stfpage/eleaao/EE6504/2007_EE6504_Nanofabrication_1

_double.pdf

Retirado em 10/07/2007

59

Page 60: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

[12]http://liqcryst.chemie.uni-

hamburg.de/lcionline/training/train_01/topics/2DSPT3.htm

Retirado em 10/07/2007

[13]http://www.smalltimes.com/Articles/Article_Display.cfm?Section=ARTCL&PUBLI

CATION_ID=109&ARTICLE_ID=260007&C=Feats

Retirado em 15/08/2007

[14] http://www_raith/nanolithography/nano_faqs2.html

Retirado em 14/09/2007

[15] J.G Chase and B. W. Smith, “Overview of Modern Lithography Techniques and a

MENS-Based Approach to High Thoughput Rate Electron Beam Lithography,”

[16] J. P. Silverman, “Challenges and Progress in X-ray Lithography,”

[17] http://www.msscientific.de/mercury_lamps.htm

Retirado em 30/08/2007

[18] http://www.edwardsvacuum.com/brasil/

Retirado em 03/07/2007

[19] http://www.festo.com.br

Retirado em 15/06/2007

60

Page 61: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

Anexos

A. Diagrama da linha de ar comprimido

61

Page 62: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

B. Manual detalhado

Rotina de funcionamento da alinhadora Al4-2 VISÃO GERAL DO EQUIPAMENTO

1- Chave MAIN SWITCH

2- Botão POWER ON

3- Botões V MASK, V CHUCK,

SEPARATION, RESET

4- Ajuste da pressão do HARD

CONTACT

5- DISPLAY do equipamento

6- Teclado da AL4-2

7- Controle das lentes objetivas

8- Lentes objetivas

9- CHUCK

10- MASK HOLDER

11- Controle de iluminação das lentes

12- Monitor do equipamento

13- Controlador do CHUCK

14- Ajuste da pressão do Nitrogênio

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Page 63: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

INICIALIZAÇÃO DA ALINHADORA:

1. Ligar a bomba de vácuo

A bomba esta posicionada próxima da janela da sala limpa, ao lado da alinhadora

antiga, e abrir a válvula de vácuo.

2. Abrir as válvulas do ar comprimido e do nitrogênio

Essas válvulas estão localizadas abaixo da alinhadora, num painel, e os valores de

pressão encontram-se indicados, 5,5 bar para o ar comprimido e 6 bar para o

nitrogênio.

Abra apenas as válvulas, os manômetros já estão ajustados nas respectivas

pressões.

3. LIGAR CHAVE PRINCIPAL (Main Switch)

Chave amarela que está localizada no canto superior direito do painel de controle da

alinhadora. Essa é a primeira chave a ser ligada na alinhadora e a última a ser

desligada após a utilização

63

Page 64: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

4. FONTE

Equipamento, de cor preta, que controla a lâmpada de ultravioleta, localizada à

esquerda da alinhadora. Liga-se o equipamento na chave POWER e em seguida

pressiona-se o botão START, por alguns segundos, para ligar a lâmpada.

Displays da Fonte Nessa fonte existem dois displays, um para mostrar a potência e intensidade (direita)

da lâmpada e outro para mostrar a corrente e a tensão da lâmpada (esquerda. Antes

de qualquer exposição, a lâmpada deve ter sua corrente e tensão estabilizadas por

10 minutos. Ao se ligar a lâmpada, a tensão de trabalho máxima é de 60 V e a

corrente máxima é de 5,9 A. Quando a tensão e a corrente estiverem estabilizadas,

seus valores devem ser respectivamente de 55 V e entre 3,5 a 4 A.

No display de potência da lâmpada e intensidade, a potência deve se estabilizar em

250 W e a intensidade em aproximadamente 25 mW/cm².

Após cerca de 10 minutos pode-se fazer exposição.Deixe a lâmpada UV o máximo

de tempo possível ligada. Ligar e desligar várias vezes ao dia degrada a lâmpada

rapidamente.

64

Page 65: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

PROCEDIMENTO DE ALINHAMENTO DA MÁSCARA COM OBJETIVAS:

1. O castelo (é a torre que compreende o sistema da lâmpada) deve estar

totalmente para trás antes de iniciar o equipamento.

Caso o castelo não esteja na sua posição, aguarde até o castelo se mover ate a

posição inicial.

2. POWER ON

Pressionar a tecla POWER ON(tecla verde) no painel. Em seguida esta realiza um

procedimento de inicialização.

3. Z MOTOR aparece no display

4. O mask holder(base metálica, aonde a máscara deverá ser colocada)

sobe lentamente (entre 10 a 15s)

5. MASK LOAD aparece no display

A alinhadora possui dois teclados, o da direita acessa-se o menu de controle de

tempo de exposição, distâncias entre a máscara e o substrato, etc. Deve-se mexer

apenas no tempo de exposição, se necessário.

6. Máscara é colocada

7. Pressionando V MASK, o vácuo para prender a máscara é ligado

Ao colocar a mascara sobre o maskholder, chegar se a mesma se encontra fixa por

vácuo, aplicando um pequeno toque na máscara.

8. SUBS LOAD aparece no display

Nesse momento, o conjunto chuck stage(conjunto que contém chuck de colocação

de lâminas e micrômetros para ajustes de alinhamento da lâmina) deve estar

posicionado a frente da máscara e não abaixo.

9. A lâmina é colocada

65

Page 66: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

10. Liga-se o vácuo da lâmina, pressionando V CHUCK

Confira se a lâmina se encontra presa ao chuck por vácuo, fazendo uma pequena

pressão com o auxilio de uma pinça. Ao se certificar da fixação da lâmina, o conjunto

chuck stage deve ser empurrado ate ser situado abaixo da mascara.

11. A base do chuck é pressionada

Ao exercer uma pressão no base do chuck stage, note um som de alivio de válvula.

Se esse som não for notado, pressione novamente ate ouvi-lo.

12. WEDGE ERROR aparece no display

13. W-ERRO é pressionado

Essa etapa é feita para que a máscara pressione a lâmina, assim promovendo um

proximidade e retirando qualquer inclinação entre mascara e lâmina.

Caso a máscara se soltar do maskholder, pressione RESET(tecla vermelha), mude a

pressão no manômetro Contact Force. A pressão mínima é de 0,95bar, mas se

necessário aumente ou diminua essa pressão. Repita esse processo até a máscara

não se soltar na etapa WEDGE ERROR.

Obs.: O tempo de exposição e a distância de separação entre máscara e lâmina

podem ser configurados a qualquer momento. O recomendado é que essas

configurações sejam feitas antes da exposição.

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Page 67: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

CONFIGURANDO O TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Antes de expor sua lâmina a radiação UV, deve-se configurar o tempo dessa

exposição. Os passos são os seguintes:

1. Pressione a tecla MENU (confira se um led amarelo se acende),

2. Selecione <PROC> e pressione ENTER,

3. Selecione <EXPO> e pressione ENTER,

4. Selecione <EXP> e pressione ENTER,

5. A opção <TIME> aparecerá no display, pressione ENTER

6. TIME = .... surge no display, para alterar digite o tempo necessário e

pressione ENTER.

7. Para sair do menu, pressione MENU novamente (confira se o led amarelo se

apaga)

Obs 1.: Os tempos selecionados são em segundos, variando de 001 ate 999

segundos.

Obs 2.: Se algum erro for cometido na seqüência descrita acima, pressione MENU 2

vezes, a primeira para sair do modo de configurações e a segunda para retornar a

esse modo, já que as etapas devem ser feitas em seguida da outra.

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Page 68: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

CONFIGURANDO O TAMANHO DA LÂMINA: Após a escolha do tempo de exposição, deve-se configurar o tamanho da lâmina

utilizada no processo. Os passos são os seguintes:

1. Pressione a tecla MENU (confira se um led amarelo se acende),

2. Selecione <PROC> e pressione ENTER,

3. Selecione <EXPO> e pressione ENTER,

4. Selecione <PRE> e pressione ENTER,

5. A opção <SELECT> aparecerá no display, pressione ENTER

Nesse momento, surgirá no display SELECT e abaixo 6 números em seqüência, de

1 a 6. Selecione o valor 4 e pressione ENTER.

6. Para sair do menu, pressione MENU novamente (confira se o led amarelo se

apaga)

Obs 1.: Note em seu display que o valor do tempo escolhido aparecerá ao lado da

palavra TIME e o tamanho da lâmina será uma unidade menor do que a

selecionada, no caso ET será igual a 3 e não a 4. Isso não acarretará em erros

futuros.

Obs 2.: Ao configurar o tempo de exposição, note que o valor T ao lado do tempo

muda para 0, esse valor deverá ser mudado em seguida, pois se o processo

continuar ocorrerá um erro chamado SOFT CONTACT ERROR.

Obs 3.: Se algum erro for cometido na seqüência descrita acima, pressione MENU 2

vezes, a primeira para sair do modo de configurações e a segunda para retornar a

esse modo, já que as etapas devem ser feitas em seguida da outra.

68

Page 69: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

PROCEDIMENTOS PARA EXPOSIÇÃO:

1. Tecla SEPARATION liga

2. ALIGN aparece no display

3. Quando a tecla SEPARATION é pressionado, o led apaga

Essa tecla serve para aproximar mas a lâmina da mascara, para que haja um melhor

alinhamento entre elas. Essa distancia pode ser configurada antes dessa etapa.

4. Antes da exposição (ALIGN aparece no display)

A tecla scan pode ser usada nesse instante para um melhor alinhamento entre

mascara e lâmina, pois o castelo fica solto para uma movimentação manual e com a

ajuda do microscópio, pode-se observar o que for necessário.

As teclas H-Cont e V-Cont também podem ser utilizadas. H-Cont significa Hard

Contact, isso faz com que a mascara seja forçada sobre a lâmina para haver um

melhor contato, já usando o V-Cont ou Vaccum Contact, assim através do vácuo

formado entre máscara e lâmina proporcionando o contato sob a lâmina.

Caso a máscara se soltar do maskholder ao escolher uma das opções de contato,

pressione reset e siga as instruções a partir da etapa WEDGE ERROR.

5. Após a tecla EXP ser pressionada, o castelo se movimentará para frente

6. Após a exposição, o castelo se movimentar para trás

7. Quando o castelo retorna o ponto inicial

8. O processo retorna para a etapa de colocação da lâmina, SUBS LOAD

69

Page 70: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

DESLIGANDO O EQUIPAMENTO

Após a utilização do equipamento, alguns cuidados devem ser tomados. Primeiro

deve ser desligar a alinhadora somente no botão POWER ON. Isso é importante,

pois como o resfriamento desse equipamento é feito por nitrogênio, e desligando o

Main Switch, esse fluxo se encerrará. A fonte deve ser desligada e ligada após o

uso, para que a lâmpada continue recebendo o fluxo de nitrogênio. O tempo mínimo

que a lâmpada precisa para ser resfriada e religada e de 20 minutos. Se esse tempo

não for respeitado, a lâmpada não ligará novamente.

SEQUÊNCIA DE DESLIGAMENTO EQUIPAMENTO: 1. POWER ON

2. Desligue e ligue a fonte

3. Após 20min (tempo mínimo para resfriamento da lâmpada), coloque o MAIN

SWITCH na posição OFF

4. Feche a válvula do ar comprimido

5. Feche a válvula do nitrogênio

6. Feche a válvula da bomba de vácuo

7. Desligue a bomba de vácuo

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Page 71: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

C. Diagrama esquemático da placa mãe

D. Placa secundária nº1

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Page 72: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

E. Placa secundária nº2

F. Placa secundária nº3

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Page 73: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

G. Placa secundária nº4

H. Placa secundária nº5

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Page 74: MANUTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO FOTOALINHADOR AL4-2

I. Placa secundaria nº6

J. Placa secundária nº7

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