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1 Mapa da Exclusão/ Inclusão Social e Qualidade de Vida de Marília Relatório Final – Sub-projeto vinculado ao GUTO Coordenador: Edemir de Carvalho Sub-coordenador: Carmem Silvia Bueno de Freitas Carvalho UNESP- Marília Dezembro 2003

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Mapa da Exclusão/ Inclusão Social e Qualidade de Vida de Marília

Relatório Final – Sub-projeto vinculado ao GUTO

Coordenador: Edemir de Carvalho Sub-coordenador: Carmem Silvia Bueno de Freitas Carvalho

UNESP- Marília Dezembro 2003

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38 Lista de Tabelas e Gráficos 03 Apresentação 05 1. Introdução ao debate sobre a exclusão/inclusão social 10

2. Percursos e elaboração dos Mapas e Índices da Exclusão/Inclusão Social 20

3. Análises conjunturais dos Mapas Temáticos 38

4. Breve análise conjuntural das favelas 75

Considerações Finais 79

Bibliografia 80

Anexos - Tabelas e Gráficos - Favelas

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Lista de Tabelas e Gráficos

1. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Responsáveis – Sem Rendimento 2. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Responsáveis com rendimento – até 1 Salário

Mínimo. 3. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Responsáveis com rendimento – de 1 a 3 Salários

Mínimos. 4. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Responsáveis com rendimento – mais de 10 Salários

Mínimos. 5. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão autonomia. 6. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Condição de Ocupação – Outras Condições. 7. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Banheiros por Morador. 8. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Moradores por Domicílio. 9. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão Habitabilidade. 10. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Equipamentos urbanos por mil habitantes. 11. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Água: outras formas de

abastecimento. 12. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Lixo: outras formas de

destino. 13. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Esgoto: outras formas de

escoamento. 14. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Escolaridade – Não alfabetizados. 15. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão Qualidade de Vida. 16. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em Risco – Vítimas crimes contra o

patrimônio. 17. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em Risco – Vítimas crimes contra a

pessoa. 18. Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão Vulnerabilidade. 19. Índice de Exclusão/ Inclusão Social. 20. Índice dos Setores – Autonomia, Habitabilidade, Qualidade de Vida e Vulnerabilidade.

Índice de Exclusão/ Inclusão Social.

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Mapa do Estado de São Paulo - Localização de Marília

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Apresentação

A principal característica da elaboração dos resultados propostos por um

projeto como este - “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” –

reside no fato de que ele sempre será um trabalho inconcluso, por dois aspectos que o faz

dinâmico e requerente de inovações e aperfeiçoamento: em primeiro lugar ele necessita de

ser constantemente abastecido com novos dados e tecnologias e, em segundo lugar, o

aspecto mais importante, a participação dos cidadãos na própria reelaboração do projeto.

Esta primeira versão do projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade

de vida de Marília” pautou suas atividades apoiadas na perspectiva de ampliar o debate e

as práticas que privilegiassem temas muito próximos como democracia, direitos universais,

cidadania e espaço público. Pois, sem esta expectativa não haverá possibilidade do poder

local inovar na criação de políticas públicas inventivas e de largo alcance popular.

Portanto, o campo político no qual se insere este projeto está permeado por

questões de profunda significância para a sociedade contemporânea, onde os fundamentos

do mundo moderno são continuamente revisados. Contudo, temas correlatos como a

exclusão social, a pobreza e, conseqüentemente, as persistentes desigualdades continuam a

ocupar posições privilegiadas no debate aberto pela iniqüidade tão visível e, ao mesmo

tempo, posta ao nível de segundo plano das práticas mais democráticas.

Ao colocar as desigualdades sociais, no centro do debate, apoiando-se no que

passamos a denominar de exclusão social, remete-nos ao grande “mal estar” da exigência

de repensarmos as possibilidades da construção de temas tão caros para a nossa

sobrevivência em sociedade.

É nesse contexto que o “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida

de Marília” intenta, modestamente, dentro das suas limitações regionais e locais, trabalhar

na esfera da constituição do espaço público, interpondo o discurso dos diversos segmentos

sociais ao realizado pelo poder local. Este posicionamento revela de imediato quem deve

ser o protagonista do debate, obviamente que nós estamos nos referindo aos subalternos,

em outras palavras, aos excluídos socialmente.

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O município de Marília está localizado em uma das regiões mais pobres do

Estado de São Paulo, mesmo assim, este município tem apresentado condições mais

favoráveis no que diz respeito a sua dimensão econômica. Seu “parque” industrial é

destaque na região, com uma significativa produção no setor alimentício e metalúrgico,

como também desfruta de um comércio varejista de ampla influência micro regional.

Destacando setores de serviços como os de saúde e educacional.

Em que pese uma significativa estrutura econômica, vista pelo aspecto da

importância regional, os problemas sociais diversificam e avolumam-se, fazendo com que

parcelas da sociedade vivam em condições de privação socioeconômica. Deste modo o

nível relativamente significativo do crescimento da indústria e do comércio local alcançado

tem, em vistas da manifestação da pobreza no município associa-se fundamentalmente à

incapacidade da estrutura econômica local de gerar empregos suficientes que permitam

uma remuneração maior e mais ampla das parcelas da população em progressivo

empobrecimento.

Em outras palavras, a dimensão da pobreza no município constitui um fato,

sobretudo quando observamos a distribuição da população por faixas de renda. Tendo

como conseqüência a geração de carências materiais nessa população, as quais não

decorrem da ausência de capacidade de produção do município. Pelo contrário, posto que é

a repartição discricionária da renda gerada localmente é que produz e reproduz a maior

dimensão da pobreza aqui, tal como no resto do país.

Dentro dessa perspectiva é mais prudente que a mensuração das condições de

privação socioeconômica tendem a levar em consideração principalmente a problemática

das políticas públicas, especialmente àquelas voltadas para a satisfação das demandas

sociais dos segmentos mais empobrecidos do município.

Assim, este projeto procurou, como orienta suas experiências em outras

cidades do país, estabelecer originais relações entre os dados estatísticos, criando uma

relação mais imediata e próxima do real manifesto das condições de vida, no município de

Marília.

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

foi elaborado sob a inspiração do “Mapa da Exclusão/Inclusão social da cidade de São

Paulo”, cuja responsável, a Profa. Dra. Aldaíza Sposati, esteve em Marília, colaborando

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com o projeto e proferindo uma conferência sobre os consagrados resultados do seu

trabalho desenvolvido na cidade de São Paulo.

A propositura deste projeto foi a partir do segundo semestre de 2001, quando

iniciamos alguns diálogos com grupos de pesquisa e entidades civis, cujo interesse num

projeto deste tipo lhes fossem adequados. Além disso, foram realizados alguns contatos

com investigadores da UNESP – Campus de Presidente Prudente, PUC de Minas Gerais, a

do Rio Grande do Sul e, principalmente, a de São Paulo cujos contados foram

positivamente estimuladores para iniciarmos os trabalhos de elaboração e planejamento.

Além disso, a cidade de Marília também apresenta condições ideais para o

desenvolvimento de um projeto deste tipo, visto que a cidade possui um significativo

elenco de entidades civis sem fins lucrativos, alem de concentrar os principais escritórios,

diretorias ou superintendências regionais das secretarias estaduais. Este fato é significativo

para estabelecermos posteriormente uma rede de informações estatística, ou mesmo, de

intercâmbio de conhecimento e de articulação das suas respectivas políticas públicas.

Quando o projeto já estava em fase inicial de andamento, recebeu a proposta

para ser parceiro, enquanto sub-projeto, do Grupo de Pesquisa e Gestão Urbana do

Trabalho Organizado – GUTO - que também iniciava o projeto “Geografia do crime de

Marília: diagnósticos para uma ação social comunitária”, que naquele período havia sido

selecionado para receber auxílio do Programa de Políticas Públicas da FAPESP (Proc.: Nº

00/01754-9). Foi dentro destas condições que o projeto “Mapa da exclusão/inclusão social

e qualidade de vida de Marília” buscou compor com sua equipe inicial no GUTO.

Nesta segunda fase o projeto do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade

de vida de Marília” agregou no rol das suas parcerias, a Secretaria Municipal do Bem Estar

Social de Marília, cuja colaboração foi de fundamental importância, na elaboração e

execução da pesquisa efetuada nas áreas de favelas do município de Marília. Além disso,

ressalta-se a infra-estrutura oferecida por esta Secretaria Municipal, principalmente durante

a realização da pesquisa.

Foi a partir deste conjunto de condições que o “Mapa da exclusão/inclusão

social e qualidade de vida de Marília” foi elaborado e se constituiu em uma ferramenta

básica, cuja principal capacidade é o de impor um novo conhecimento, de fácil manuseio

pela população de modo geral, como também, de abrir uma conjuntura inédita de debates

nos bairros, através das suas lideranças representativas.

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Nesta perspectiva a cidade de Marília foi mapeada e apresentada através de

uma mensuração que privilegia as diferenças intra-urbanas, condensadas nos trezes setores

que subdividem a cidade. Portanto, a exclusão social passa a ser demarcada por uma

territorialidade qualificada por essas desigualdades, consubstanciadas pela exclusão social.

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

ultrapassa as fronteiras de um mero diagnóstico, para induzir um repensar sobre a cidade,

cuja população, indistintamente, é a principal protagonista, coadjuvada pelos órgãos

públicos responsáveis pela organização e controle dos espaços públicos.

Esta primeira versão do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida

de Marília” inaugura uma série de possibilidades sociais e políticas na cidade de Marília,

especialmente no que se refere a elaboração e implantação de inovadoras políticas

públicas. Desse modo, este projeto configura-se quase um marco no rompimento das

tradicionais formas de se fazer políticas públicas no município, na medida em que for

paulatinamente incorporado às práticas sociais da população, teremos mais chances do

surgimento de inovações que poderão emergir das deliberações orientadas diretamente dos

interesses dos segmentos sociais mais necessitados de políticas públicas orientadas para a

satisfação das suas demandas.

Portanto, o projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de

Marília” que ora encerra uma fase importante de sua longa jornada daqui para frente,

constitui uma ferramenta ainda em fase inicial ou de gestação de outros projetos que

poderão induzir ações criativas nas políticas públicas municipais de Marília.

Cumpre informar que este apresentará um relato das atividades desenvolvidas

na segunda fase, cuja principal tarefa foi a de elaborar o Mapa da exclusão/inclusão social

de Marília. Estas atividades aqui relatadas são para o Programa de Políticas Públicas da

FAPESP, como projeto vinculado ao “Geografia do crime de Marília: diagnósticos para

uma ação social comunitária”, através do Grupo de Pesquisa e Gestão Urbana do Trabalho

Organizado – GUTO.

Este relatório apresenta uma breve discussão sobre o atual estágio do debate

sobre a questão da exclusão social e suas implicações sobre a sociedade, em função das

perspectivas da globalização e das suas conseqüências negativas para as economias e

sociedades de menor desenvolvimento econômico.

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Além disso, estão relatadas as atividades que compuseram esta fase do projeto,

especialmente as adaptações metodológicas, as quais não comprometeram a sua

elaboração. Foram adaptações que postergaram algumas atividades para a continuação e

reavaliação na próxima fase futura, que se seguirá.

Quanto ao Mapa propriamente dito, o relatório traz todos os mapas elaborados,

bem como as tabelas correspondentes, acompanhados de uma breve análise conjuntural dos

resultados encontrados pelos índices calculados. Salientamos que os dados utilizados na

construção dos mapas e dadas tabelas e gráficos da exclusão social são do censo

demográfico do ano 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Foram incorporadas ao Mapa as informações resultantes dos levantamentos de

dados socioeconômicos efetuados nas áreas de favela de Marília, apresentando, além do

mapa de localização destas áreas. Foi produzida uma razoável quantidade de tabelas e

gráficos que delimitam um significativo perfil dessas favelas. Neste relatório optou-se por

uma análise, em um capítulo particular e mais geral sobre as favelas, que estará

acompanhada dos gráficos e das tabelas elaboradas, destacando a sua significância social,

enquanto situação de exclusão absoluta em que se concretiza esta realidade.

Por último, a avaliação geral dos resultados e as perspectivas geradas a partir

deste primeiro resultado sobre a exclusão/inclusão social de Marília que, certamente, já

possui uma experiência acumulada e uma rede de apoio e contatos, dentre as diversas

equipes que continuam atualizando os seus respectivos mapas em suas cidades.

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1. Introdução ao debate sobre a exclusão/inclusão social.

O debate sobre a exclusão social retoma velhas e atualizadas questões que

permearam as realidades sociais. Estas questões sempre fizeram parte do repertório teórico

dos cientistas sociais, de modo geral.

Na sociedade contemporânea e, particularmente no Brasil, assistimos o

aprofundamento das desigualdades sociais, manifestas mais explicitamente pelos imensos

contingentes empobrecidos que engrossam as estatísticas sociais. Obviamente, estas

estatísticas dão conta de reportarem-se aos aspectos quantitativos da pobreza ou da miséria

absoluta ou indigência e, em algumas ocasiões, confundindo-as com o que denominamos

de exclusão social.

A questão social de maior profundidade e alcance que gerou o debate sobre

a exclusão social são as desigualdades sociais, consubstanciadas pelas iniqüidades

multidimensionais e polissêmicas. O que se está aqui se afirmando é a negação de

argumentações sobre a exclusão social, de que o seu aparecimento é em decorrência das

novas características do capitalismo globalizado. Em parte isto é real, todavia o eixo

central posto exclusão social está nas questões estruturais da desigualdade social. Pois

bem, se isto é correto, então a exclusão social pode ser tomada como uma questão

subjacente à principal.

Para entender isto é necessário colocarmos, em primeiro lugar, alguns

pontos sobre as desigualdades e de como a exclusão social se insere, contemporaneamente,

nesta antiga discussão, além disso, temos de ter em conta os diversos modos como as

Ciências Sociais abordaram o tema, obviamente, privilegiaremos aquela que pensamos ser,

no momento a mais adequada ao debate.

O grande desafio que enfrentamos é o da centralidade das iniqüidades

sociais, ou seja, as desigualdades têm oferecido dimensões da realidade muito concretas,

tais como: as de gênero, raça, região e etnicidade, além das outras como, hierarquia de

poder e outras questões relacionadas aos transnacionalismos culturais.

Algum balanço “crítico” do conceito de exclusão tem sido produzido para

identificar as matrizes teóricas das suas aplicações. Segundo Mariângela Belfiore-

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Wanderely, faz um alerta diante da forma de utilização do tema como modismo. O

conceito engloba a problemática da geração da 3ª idade, das crianças em situação de risco,

moradores de rua, os deficientes, as mulheres, as minorias étnicas, os desempregados, os

jovens impossibilitados de acender ao mercado de trabalho, e etc. (Belfiore-Wanderley,

1999, p.17).

A autora ainda chama a atenção para a necessidade de se contextualizar e

delimitar a discussão, dependendo do espaço-tempo do primeiro mundo, pois a questão da

exclusão emerge do processo de crise do Estado-Providência, crise da chamada sociedade

salarial, do desemprego e, da precarização das relações de trabalho.

A autora coloca, porém, que a pobreza não é sinônimo de exclusão, ainda

que possa a ela conduzir. A “nova pobreza” ou “pobreza contemporânea” revela-se como

fenômeno multidimensional: além da questão da ausência de renda há a ausência de acesso

aos serviços públicos, à precariedade das relações de trabalho e, principalmente, a ausência

de poder tanto para agir como para fazer representar. É neste ponto que a pobreza se

associa à exclusão, estabelecendo uma relação fundamental com a questão da democracia.

A relação com o debate francês Mariângela B. Wanderley, destaca duas

concepções acerca da exclusão:

a. desqualificação: Serge Paugam (1991) – o conceito de desqualificação está

relacionado à questão dos franceses e sucessos da integração social. A pobreza é

em parte “produto de uma construção social” e de outro “problema de integração

normativa e funcional” de indivíduos, que passa essencialmente pelo emprego.

Seria o inverso da integração social. Cabendo assim ao Estado criar políticas

indispensáveis à regulação do vínculo social;

b. desafiliação: Robert Castel – entende que a desafiliação, significa ruptura de

pertencimento, de vínculo societal aos fragilizados pela instabilidade do tecido

relacional, não somente em vias de pauperização, mas de desafiliação, ou seja, a

perda de vínculo societal... “O que chamei de desafiliação, não é o equivalente,

necessariamente a uma ausência de inscrição do sujeito em estruturas que têm um

sentido. (Castel, 1995:416).

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Para Castell ao utilizar a noção de exclusão, é necessário que se coloque um

maior rigor, uma vez que parte das situações classificada como tal, resulta das

vulnerabilidades decorrentes das transformações que se operam no mundo do trabalho,

degradando as relações de trabalho e os sistemas de proteção correlata de crise da

sociedade salarial.

Maura Pardini Bicudo Véras, refere-se aos anos 90 à influência entre nós do

debate francês e europeu na constituição do conceito de exclusão. Atkinson, da

Comunidade Européia tem como referência Serge Paugam, que trabalha numa perspectiva

multidimensional. Para ele, “quanto mais excluídos”, mais a coesão social fica

comprometida, numa espiral viciosa de produção de exclusão”. (idem, p. 94).

Ainda a autora Véras, em discussão1 com o grupo, nos afirma que “é preciso

ter uma urbanização democrática, participativa, que combata a desigualdade no acesso ao

ambiente construído e que garanta a memória, a identidade, o calor do “lugar” a seus

ocupantes”.

Na verdade, a igualdade dos cidadãos supõe para todos uma acessibilidade

semelhante aos bens de serviços, os quais não é possível viver, com o mínimo de

dignidade. É nesse ponto que a exclusão social articula-se à pobreza, isto é, na constituição

do vínculo societal ou da sociabilidade.

A desconstrução dos padrões de sociabilidade, diz respeito ao tempo que

vivemos, no qual a fragmentação social se multiplica dentro das cidades, fragilizando os

vínculos societais, não como conseqüência do empobrecimento da população e das suas

desqualificações e desfiliações, mas de uma convivência com processos desconstrutivos

dos tradicionais padrões de sociabilidade.

Todavia o que nos interessa mais de perto é a importância do debate sobre a

exclusão social, como questão interior às desigualdades. Também, por óbvias razões, não

adentraremos às atualíssimas questões postas pela cultura na sociedade contemporânea.

Portanto, entendemos que hoje, as políticas sociais são a garantia da busca pela eqüidade

social e a promoção dos direitos fundamentais da cidadania. Sabemos que as políticas

públicas estão em processo de descentralização, as quais são repassadas ao poder local cuja

1 Reunião do grupo PUC-SP, projeto CAPES/COFECUB. “ Saúde, Desigualdades e Rupturas Sociais” ou “Santé, Inegalités et Ruptures Sociales – SIRS”.

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competência no trato de determinadas questões ainda são fortemente obstadas por diversos

fatores.

O fator de maior risco no debate sobre a exclusão social é o seu alto risco de

ser facilmente incorporado por discursos ideológicos, confundindo-se de forma íntima com

reflexões mais aprofundadas. Talvez o maior risco esteja de tomar o Estado como uma

instituição capaz de potencialmente ter condições de resolver questões como o da

iniqüïdade.

Barros, Henriques e Mendonça1 entendem que os elevados níveis de pobreza

que afligem a sociedade brasileira encontram seu principal determinante na estrutura da

desigualdade brasileira – desigualdade na distribuição de renda e das oportunidades de

inclusão social. Sem descartar o crescimento econômico propõem uma estratégia de

redistribuição de renda, que combata a desigualdade.

Mercadante2 enfatiza que a pobreza não é um fenômeno isolado, conjuntural ou

residual mas sim uma manifestação inerente à dinâmica de um processo: o

desenvolvimento do capitalismo nas condições específicas da realidade do país.

Entendendo que a geração e reprodução continuada de modalidades de pobreza, exclusão

social, desigualdade e marginalidade são determinadas pelas características estruturais da

sociedade brasileira: passado colonial e escravocrata, padrão de inserção subordinada e

dependente; organização social interna calcada no monopólio da terra, na concentração

brutal da riqueza e em profundas desigualdades sociais e regionais; bem como um padrão

de intervenção do Estado na economia e na sociedade.

O autor Milton Santos observa que nas condições de globalização, novas fontes

de riqueza e novas razões de pobreza se estabelecem nas cidades. O número de grandes

cidades aumenta e nessas áreas se dá a criação da iniqüidade, sobretudo nas áreas

populosas, e uma produção ilimitada de irracionalidade e escassez. O outro lado dos novos

dinamismos é o que podemos chamar de involução metropolitana. Ao mesmo tempo em

que as grandes cidades são propiciais para receber e acolher gente pobre, ela também cria

gente pobre: a extrema variedade de capitais presentes tanto fixo como os variáveis,

assegura a possibilidade de uma extrema variedade de trabalho. A globalização chega a se

1 Barros, Ricardo Paes, Henrique Ricardo e Mendonça, Rosane. Desigualdade e Pobreza no Brasil a Estabilidade Inaceitável.Rio de Janeiro, IPEA, 2000. 2 Mercadante, Aloízio. Uma economia de Justiça e Solidariedade. Propostas Alternativas para o Combate à Pobreza e à Desigualdade Social. Documento da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal.Brasília, set 1999.

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sobrepor à estrutura social e econômica desigual de um país que se equilibra fragilmente

entre a nação e a barbárie (Sampaio, Jr 2000), é sobre a calamitosa e desequilibrada cidade

desigual que vem sobrepor, no bojo da globalização econômica, os novos paradigmas para

as cidades do século XXI, isto porque a cidade continua sendo instrumento da acumulação,

o lócus privilegiado para a produção e acumulação do capital, e, portanto, o espaço

privilegiado para a expressão da globalização. (Milton Santos (1996:83), resume “a cidade

é o lugar em que o mundo se move mais”. Isso se deve ao fato de que a maioria das

atividades associadas à mundialização diz respeito à suposta expansão ´vitoriosa`, da

modernidade capitalista ocidental”.

Além disso, como fator de maior complexidade, são as novas desigualdades e

pautas de diferenciação socioeconômica no interior das cidades (Ziccardi, 1998). Ainda em

Ziccardi (1998) encontramos a descrição dos processos gerais que contribuem para as

transformações das questões sociais e políticas urbanas:

- “Los procesos de globalización de la economía que han disminuido la importancia de la

localización espacial para la realización de las actividades productivas en el territorio, ya

que los flujos y redes de capital tienden a flexibilizar y a la vez desterritorializar el

proceso productivo. La principal consecuencia para las grandes ciudades es el

protagonizar un irreversible proceso de desindustrialización y terciarización de su

economía. Esto se ha traducido en un número cada vez menor de empleos estables y bien

remunerados y en la proliferación de actividades informales, de las cuales, el comercio

ambulante en los centros y en las calles de las grandes ciudades del mundo, se halla a la

vista de cualquier observador.2 Esta transformación económica ha modificado en su

fisonomía y en su sustancia la cuestión social.

- La reforma del estado de bienestar, aunque sea como modelo nunca plenamente

desarrollado en los países latinoamericanos, que afecta principalmente los procesos de

gestión gubernamental de bienes y servicios urbanos. Las ciudades deben reestructurar las

políticas sociales, entre éstas las políticas urbanas, puesto que disminuyen los recursos y

acciones de los gobiernos nacionales sobre el territorio, lo cual obliga a los locales a

generar más ingresos propios a través de expandir e incrementar los gravámenes fiscales

y establecer nuevas formas de relación entre lo público y lo privado para el suministro de

2 Véase entre otros: Castells, Manuel (1997), Borja, J. y Castells, M. (1997); Coraggio, J.L: (1998a ) ; Ziccardi, A. (1995a).

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servicios urbanos. La cuestión social parece expandirse mientras la acción estatal se

retrae y se transfieren cada vez más responsabilidades a la sociedad.

- La revolución informacional que ha creado nuevas tecnologías que acortan las

distancias, desdibujan el rol que tradicionalmente asumieron las ciudades y transmiten

una cultura globalizada, a través de un sistema de comunicación internacionalmente

operado. Esto contribuye a homogeneizar los gustos, preferencias y el mismo paisaje

urbano, pero paradójicamente, ha reforzado la identidad de las sociedades locales.3 La

cuestión social se internacionaliza en el imaginario colectivo ya que las necesidades y

conflictos tienden a compartirse no obstante las diferencias nacionales y regionales. Su

atención se remite a las agencias gubernamentales, aunque cada vez más se amplía el

espacio de actuación de las organizaciones de la sociedad civil”. (Ziccardi, 1998, p. 4).

Esta investigadora social aponta com propriedade para fatores de inegável

importância nas recentes transformações ocorridas, particularmente no meio urbano,

todavia, não podemos deixar de destacar outros fatores que compõem as múltiplas

determinações que estão transformando a sociedade: dentre estes outros fatores estão as

diversas ações promovidas ou executadas pelos poderes públicos no que diz respeito ao

estabelecimento de condições necessárias para que, por exemplo, a globalização se instale

sem a mínima possibilidade de diálogo entre os diversos segmentos sociais diretamente

envolvidos pelas conseqüências desse processo.

No que se refere ao famigerado e inexpressivo Estado de Bem Estar Social,

nunca conseguiu obstar a truculência da economia brasileira, seja nos setores financeiros,

seja nos setores industrial ou comercial. O que se produziu foi uma falácia, apoiada em um

poderoso conjunto de leis que mais servem para iludir do que para garantir um ambiente

civilizado de existência em sociedade. É o próprio Estado que não cumpre com seus

compromissos sociais, além do que rompe continuamente com as regras estabelecidas

pelos meios mais reconhecidos e legítimos da sociedade: a Constituição. O resultado é

óbvio: a lógica empresarial se sobrepõe à lógica social, fazendo com que as condições de

vida na cidade sejam cada vez mais caras e mais precárias.

Ziccardi, na citação acima afirma: “La cuestión social parece expandirse

mientras la acción estatal se retrae y se transfieren cada vez más responsabilidades a la

3 Véase García Canclini, N. (1995), Castells, M. (1996); Safa, P. (1998); García Canclini, N. (Coord.) (1998).

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sociedad.”. As responsabilidades do Estado eram as da sociedade, equivocamos quando

dizemos que o Estado está transferindo suas responsabilidades à sociedade, na verdade o

que está ocorrendo é uma transmutação no papel do Estado em salvaguardar o que é

público, para transformar o público em privado. Pois, nessas transferências, quem na

maioria das vezes recebe é o setor privado, capitalizando ou mercantilizando aquilo que

seria de domínio público.

O PIB dos paises mais pobres tem se multiplicado, como é o caso do Brasil,

contudo, as desigualdades, especialmente na distribuição da riqueza gerada, continuam

inalteradas. Como síntese: há um custo social alto para os segmentos empobrecidos e um

risco e custo muito baixo para apropriar-se da riqueza gerada.

Se a chamada revolução informacional tem provocado nas cidades ”...una

cultura globalizada, a través de un sistema de comunicación internacionalmente

operado...”(Ziccardi, idem), ou seja, o anonimato não está em nós mas principalmente no

controle e operação que não sabemos quem decide ou executa. Com todas estas novidades,

o que permanece inalterada é a estrutura desigual e ratificadora de ações desumanizadoras

da sociedade.

É nessa conjuntura que a sociedade brasileira participa da globalização,

gerando um profundo mal estar na sociedade, quando vemos que nada ou muito pouco

resolvermos da questão social. A pergunta que cabe é a seguinte: se a desigualdade é

estrutural, então o que realmente tem mudado ou está mudando na sociedade brasileira?

Os conceitos de pobreza apresentam-se assim simplificados pela idéia de

anomalia ou do fracasso. A simplificação está no fato da sua "pasteurização", de um lado,

através do exagero do peso das estatísticas e das causas psicológicas, de outro, pela

ineficiência do Estado. "De um lado a pobreza é vista como variável dependente de um

projeto de crescimento econômico capaz de absorver os que foram, até então, dele

excluídos - nesse caso, ela desaparece sob a crença liberal nas virtudes redentoras do

mercado. De outro, nas suas conseqüências mais dramáticas, vista como patologia. Na

sua referência à multidão dos miseráveis, é vista como carência que clama pela ação

tutelar e assistencial do Estado para minorar a desgraça dos despossuídos. Nesse caso, cria-

se a figura do necessitado, numa lógica perversa em que os direitos se transformam em

ajuda, a participação em tutela estatal, a justiça em caridade e a condição de pobreza em

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estigma que diferencia o pobre de todos outros, os trabalhadores, que estão supostamente

capacitados para garantir sua sobrevivência com os frutos de seu trabalho.

A imensa quantidade de excluídos concentram-se de forma cada vez mais

explícita nas cidades brasileiras. As favelas, os cortiços são as manifestações mais

extremas dessa exclusão, contudo os sinais exteriores da miséria podem ser verificados nas

super dimensionadas periferias urbanas.

O Estado, como um imenso absorvedouro, promove de forma continuada

“soluções" políticas e sociais, enquanto instituição fora do lugar, pois diante da a ausência

de um espaço público, hegemônico e privilegiado, onde os privilégios se desvaneçam e

as classes sociais promovam a igualdade, o Estado tem se apresentado como instância

legítima e única, para resolver todas as contendas e contradições sociais. O resultado disso

é o papel contraditório que o Estado desenvolve frente aos insolúveis dilemas sociais.

Reafirmam-se as condições de subalternidade dos excluídos, via presença de

um Estado centralizador, onde a correlação de forças sociais inserem-se no cipoal de

contradições catalizadoras de políticas sociais seletivas e fortalecedoras dos processos

perversos de exclusão, cuja conseqüência é o aprofundamento da desigualdade.

A questão central deste debate está no fato de alguns estudos vincular

exclusivamente a exclusão social à pobreza, contudo, mais recentemente nesta última

década foram desenvolvidos trabalhos muito importantes nesta área, principalmente

trabalhos como os de Sposati (1996) , colocam em pauta aspectos que antes não constavam

dos conteúdos conceituais da exclusão, ou seja, as características relacionais e

multidimensionais que a exclusão social incorporar. Em Guimarães (2002, et al.)

demarcam estas novas possibilidades abertas com a concepção multidimensional e

multifacetada que a exclusão pode assumir, como aqui transcrevemos

“a) Exclusão estrutural: decorreria do processo seletivo do mercado, que não garante

emprego a todos, gerando contínua desigualdade. A exclusão, aqui, encontrar-se

associada a um modelo de desenvolvimento excludente.

b) Exclusão absoluta: decorrente da condição de pobreza absoluta de uma parcela

crescente da sociedade. Trata-se aqui da privação, tomada em seu sentido material e não

material.

c) Exclusão relativa: Sofrida por aqueles que possuem os níveis mais baixos de acesso e

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apropriação da riqueza social e das oportunidades historicamente acessíveis ao ser

humano.

d) Exclusão da possibilidade de diferenciação: Decorrente do grau de normalização e

enquadramento que as regras de convívio estabelecem entre os grupos de uma sociedade,

não efetivando o direito de minorias. No caso, o padrão de tolerância/intolerância inclui

ou não as heterogeneidades de gênero, etnia, opção sexual, opção religiosa, necessidades

especiais etc.

e) Exclusão da representação: Grau pelo qual a democracia de uma sociedade possibilita

tornar presentes e públicas as necessidades, interesses e opiniões dos vários segmentos ,

especialmente na relação Estado-sociedade.

f) Exclusão Integrativa: a exclusão é perversamente a forma de um segmento da

população

permanecer precariamente presente na lógica da acumulação, tal como anteriormente

sugerido por Martins (1997)

Revela-se, assim, a enorme complexidade de situações passíveis de serem

abarcadas pelo conceito de exclusão, sendo que os esforços teóricos devem se dirigir,

paulatinamente, para aproximar seu conteúdo das reais possibilidades de alcançar as

situações concretas de indivíduos, família e comunidades.”(ver p.4).

Se, por um lado esta abordagem amplia e redimensiona completamente o

conceito de exclusão social, elegendo-a como eixo central no debate sobre as políticas

públicas, por outro lado, o nível mais aparente e quantitativo da realidade empírica ganha

uma significação hegemônica na construção do conceito. O risco impetrado por esta

perspectiva é a sua inserção empírica e da possibilidade de manipulação ideológica que ela

oferece.

Em contrapartida as possibilidades abertas valem o risco, visto que “Por mais

difuso e sujeito a controvérsias, entretanto, o conceito tem a capacidade de jogar luz sobre

as facetas múltiplas do econômico, do social, do político e do psicológico que se perdeu

para cada um frente ao estado de destituição de recursos de toda espécie para o

enfrentamento de suas vulnerabilidades e riscos”.(Guimarães, idem, idem).

É inconteste o campo de debate social e político quando atrelamos a discussão

da exclusão social à elaboração de um “mapa da exclusão social”, o qual demarca de forma

imediata e precisa os territórios da cidade, como também, as faces conflituosas ou não da

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vida urbana. A mais importante revelação desta demarcação territorial é a explicitação

gráfica dos dados estatísticos e, principalmente, das desigualdades e contradições da

cidade.

Castel (1998), analisando o conceito de “desfiliação social” identifica o mundo

do trabalho permeado pelo desemprego e pela precarização do trabalho identificam um

“déficit de lugares” ocupacionais na estrutura social (em termos de utilidade social e

reconhecimento público) Koga (2003, p. 78). Para esta autora, Dirce Koga, podemos

estender o conceito de Castel, “déficit de lugares”, para outro campo, como assim se

refere:

“No campo da cidadania há um `déficit de lugares´, fazendo com que em suas longas

franjas convivam parcelas cada vez maiores de população consideradas `inúteis´ para a

sociedade regida pelas leis do mercado. Produz-se, assim, um `superávit de lugares de

sofrimento`, de desfiliação, de desqualificação.

Os lugares de exclusão e pobreza revelam uma composição cada vez mais

sólida, onde formam um verdadeiro mar de `déficit de cidadania´, em torno de algumas

ilhas de inclusão e riqueza.”(ibid.:78).

Deste modo o projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida

de Marília” tem cumprido com este papel de identificar os “déficit de lugares” e onde se

dão os “déficit de cidadania”, além de ativar de identificar essas territorialidades

qualificadas pela exclusão/inclusão social, os espaços públicos e os lugares privilegiados

de discussão da cidade desigual.

O “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, além de

suscitar o debate teórico acerca da exclusão/inclusão social, também abre novos espaços

públicos de discussão, sem a tutela de instituições públicas.

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2. Percursos dos Mapas e dos índices da exclusão/inclusão social de Marília

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e da qualidade de vida de

Marília” se insere, como já foi observado anteriormente, tanto no debate teórico, quanto no

debate da inovação das políticas públicas. Vale ressaltar que o interesse maior deste

relatório é o de fazer prevalecer o “Mapa da exclusão/inclusão social e da qualidade de

vida de Marília” como um instrumento de mensuração das desigualdades sociais e como

possível avaliador e controlador das intervenções públicas.

E, a partir deste potencial embutido neste trabalho, intenta-se fazer com que se

debata a gestão democrática e o financiamento da cidade, através do Estatuto da Cidade,

impondo-o como exigência e instrumento de reforma urbana, buscando elaborar uma

proposta que alimente a luta pela sustentabilidade urbana, contra a desigualdade e a

injustiça social, respeitando e protegendo o pleno exercício do direito à cidade.

Para tanto, o percurso metodológico deste trabalho sempre esteve orientado

pelos parâmetros estabelecidos pela Plataforma Nacional pelo Direito à Moradia e Cidade,

pela Gestão Democrática e pela Reforma Urbana, assim discriminados:

• Uma cidade que respeite e proteja o direito à cidades sustentáveis, entendido como

o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura

urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as

presentes e futuras gerações.

• Uma cidade constituída de direitos e de valores, que inclua o trabalhador como

sujeito de sua construção;

• Uma cidade cujos governos sejam comprometidos com a política urbana nas

diversas áreas e em todos os níveis de governo;

• Uma cidade que articule, integre políticas habitacionais com políticas de inclusão

social;

• Uma cidade que articule políticas locais com políticas regionais;

• Uma cidade em que as políticas públicas habitacionais expressem a auto-

sustentabilidade;

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• Uma cidade com gestão democrática que contemple a universalidade de visões

sobre ela;

• Uma cidade que garanta a função social da propriedade;

• Uma cidade em que o acesso à terra signifique acesso a terra urbanizada;

• Uma cidade planejada em que os eixos de transporte coletivo e do uso do solo

urbano sejam questões centrais.

Estes parâmetros foram expostos nas várias reuniões realizadas com a

população dos diversos setores que compõem a zona urbana de Marília. Pois, a utilização

do Mapa exige que a participação na avaliação e melhoria do Mapa siga parâmetros que

possam ampliar os espaços democráticos de participação e decisão sobre as políticas

públicas prioritárias para o município. Assim, o trabalho apresentado tem como escopo o

estabelecimento de uma mensuração inicial, dimensionando as carências coletivas e sua

distribuição espacial na cidade.

Portanto, o mapa aqui construído destina-se prioritariamente a mobilizar a

população entorno dos seus interesses coletivos e, secundariamente, a ser utilizado como

ferramenta para formulação de políticas públicas, de acordo com os seus interesses.

Outra grande vantagem que o projeto do Mapa apresenta é a sua metodologia

estar apoiada nos interesses diretos da população interessada, ou seja, as mensurações

estarão asseguradas contra resultados de medições conflituosos, como ocorre com a

medição da linha da pobreza, pelas diversas instituições públicas ou privadas.

Dentro de uma concepção que vise a ampliação dos espaços de discussão e

deliberação democrática, o projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida

de Marília” buscou estabelecer uma série de atividades e parcerias que reforçassem suas

bases de sustentação. Nesse sentido, a primeira oferta de parceria surgiu dentro da própria

Unesp – campus de Marília, através do convite formulado pela Coordenadora do Projeto

“Geografia do crime de Marília: diagnósticos para uma ação social comunitária”, a Profa.

Dra. Sueli Andruccioli Felix, para que esta equipe integrasse o Grupo de Pesquisa e Gestão

Urbana do Trabalho Organizado – GUTO, como sub-projeto.

O “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” esteve

vinculado ao GUTO, cuja experiência tornou possível o contato com instituições públicas

que, pelas características do projeto, dificilmente entraríamos em contato. Estes contatos

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propiciados pelo GUTO, ampliou os horizontes acerca das relações inter-institucionais.

Além disso, a hospedagem no GUTO propiciou que tivéssemos acesso a equipamentos e

software necessários ao desenvolvimento da parte gráfica do Mapa.

Cumpre salientar que as presenças de bolsistas do GUTO, orientados pela

Coordenadora estiveram presentes em ocasiões importantes do desenvolvimento do nosso

trabalho, colaborando de diversas maneiras com o projeto, cujas atividades estão relatadas

mais adiante, neste relatório.

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

constituiu sua primeira equipe de alunos, a partir da colaboração da Profa. Dra. Sueli

Andruccioli Felix quando concedeu-nos um dos bolsistas técnicos sob sua

responsabilidade, para desenvolver as atividades técnicas mais especializadas, junto ao

nosso trabalho. É importante esclarecer que este bolsita-técnico foi obrigado a deixar o

projeto do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, por motivo

de saúde, no início do ano de 2003.

Além disso, duas outras bolsistas (Bolsa – Programa de Auxílio ao Estudante –

PAE), compuseram a equipe, sendo que uma delas participou do projeto até o final de

2002. No ano de 2003, quatro alunas se apresentaram como voluntários, para colaborarem

no projeto sem receberem qualquer auxílio, permanecendo no projeto até o mês de

julho/2003, próximo passado.

Assim os únicos membros fixos durante todo desenvolvimento do projeto

foram o seu coordenador e a sub-coordenadora, que mantiveram, sob determinadas

restrições de trabalho o desenvolvimento do projeto até o final desta fase.

Observou-se durante os contatos com as instituições públicas que há uma

necessidade premente no município, de constituir uma base de dados confiáveis que possa

ser utilizada por todos os interessados em análises e diagnósticos sobre a realidade do

município. Além disso, esta base de dados sistematizadas através de um banco de dados

poderá dar sustentabilidade à qualquer iniciativa conseqüente às formulações para as

políticas públicas.

O “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” tem como

um dos seus objetivos constituir um conjunto de indicadores, discutidos, analisados e

deliberados por representação popular dos treze setores que compõem o “Mapa da

exclusão/inclusão social de Marília”. Assim, a formulação de indicadores e índices, além

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de proporcionar uma visão das conjunturas socioeconômica, urbanística e ambiental

municipal que poderão fornecer uma visão das tendências destas conjunturas.

O impacto dos resultados de um projeto como este está no fato de possibilitar a

construção de diagnósticos que possam facilitar a antecipação de soluções, amplamente

debatidas, dentro de um elenco de prioridades democraticamente deliberadas.

Sob tal perspectiva torna-se necessário que se promovam gestões públicas

democraticamente participativas e conscientes desta visão integrada dos problemas

urbanos.

Desse modo, o referencial do estabelecimento de índices, com resultado de

mapas temáticos, quando aplicado às cidades pode fundamentar determinados

procedimentos que possam tratar de maneira mais abrangente e integrada os vários

aspectos que integram a dinâmica das diversas dimensões da exclusão/inclusão social e da

qualidade de vida urbana municipal.

Portanto, em que pese as limitações, a ampliação analítica possibilitada pela

comparação entre quesitos relativos aos aspectos econômicos, sociais e ambientais, tem-se

a oportunidade de estabelecermos um monitoramento de um ou de vários indicadores ao

longo de um período. Desse modo, a interpretação de uma dada condição também se

amplia ao se estabelecer comparações temporais, isto implica que o “Mapa da

exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, necessariamente terá em sua

continuidade a melhoria dos sues conteúdos e dos aspectos metodológicos e técnicos,

especialmente no que se refere à geração dos mapas temáticos.Podemos dizer que este

projeto torna possível a criação e implementação de instrumentos balizadores dos aspectos

ambientais, sociais econômicos e políticos e as suas diferentes interações que podem ser

denominados de Indicadores de Sustentabilidade Urbana, em suas futuras versões.

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

teve desde o seu início, a influência direta do “Mapa da exclusão/inclusão social da cidade

de São Paulo”, cuja responsável esteve em Marília, proferindo uma conferência sobre esse

trabalho desenvolvido em São Paulo. Além disso, nossos contatos foram estabelecidos com

outras equipes com trabalhos semelhantes, como as que elaboraram “Mapas” em

Presidente Prudente, em Belo Horizonte, assim como os organizadores do Atlas da

Exclusão Social do Brasil.

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Há que se destacar que durante a trajetória da formulação deste projeto, as

presenças de dois importantes geógrafos que em muito colaboraram em definições

metodológicas para o nosso trabalho, facilitando tarefas e atividades para a conclusão de

algumas etapas. Estes geógrafos são: Prof. Dr. Guillermo Angel Velázquez, do Centro de

Investigaciones Geográficas – CIG, da Universidad Del Centro dela Província de Buenos

Aires –UNICEN – Tandil – Argentina; Prof. Dr. Hervè Théry, do CNRS e na Faculdade de

Geografia da Universidade de Brasília – UNB.

Os procedimentos metodológicos, particularmente nos seus aspectos técnico

operativos seguiram aqueles já consagrados em São Paulo, sendo aqui reformulado em

função das condições e limitações que estivemos submetidos, particularmente pela

ausência de uma consistente base de dados.

Dentre estes aspectos técnico operativos, destacamos os seguintes:

a. constituição do núcleo de trabalho para construção do Mapa da exclusão/inclusão

social e qualidade de vida de Marília;

b. consolidação da base territorial – subdivisão da zona urbana em treze setores;

c. construção de uma base de dados, a partir dos dados do censo 2000,

disponibilizados pelo IBGE;

d. estabelecimento de uma articulação entre várias representações comunitárias e a

equipe do projeto;

e. construção dos indicadores de exclusão/inclusão social territorializados e, por

último,

f. a geração de um conjunto de “Mapas temáticos”, tabelas e gráficos a partir dos

dados georeferenciados.

Como produto final, foram gerados mapas, tabelas, gráficos e diagramas

através das informações geoprocessadas para visualização dos resultados da

exclusão/inclusão social de Marília. foram gerados diversos Mapas, sem contudo esgotar

todas as possibilidades de geração de outros, com temas e tipos de mapas diversos.

Sem dúvida, o geoprocessamento de dados constitui a principal referência

territorial enquanto suporte básico para a formulação de prioridades em políticas públicas

e, conseqüentemente, para a capacitação do município no que tange à configuração de uma

mensuração dos gastos públicos, particularmente em relação aos seus investimentos

sociais.

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O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”,

nesta primeira versão construiu um índice de exclusão/inclusão social e, a partir dos

valores obtidos com o seu cálculo, estabelecer uma hierarquização, baseada na

desigualdade identificada nos treze setores em que foi subdividida a cidade de Marília.

Estes treze setores foram estabelecidos depois das discussões realizadas com a

equipe do projeto “Geografia do crime de Marília: diagnósticos para uma ação social

comunitária”, particularmente com a sua coordenadora Profa. Dra. Sueli Andruccioli Felix.

Essa subdivisão obedeceu tanto critérios físico-territoriais quanto socioeconômicos,

respeitando os limites dos setores censitários usados pelo IBGE.

Seguiu-se à formulação dessa subdivisão territorial da cidade, o processo de 2

(duas) fases conceituais: a primeira, foi a definição das dimensões da exclusão social e, em

seguida, a seleção dos indicadores e variáveis que comporiam os cálculos dos índices da

exclusão social; sendo que esta seleção esteve condicionada pelos dados confiáveis

existentes, ou seja, o censo demográfico do ano 2000; numa segunda fase, foi adotado uma

fórmula já consagrada para o cálculo do índice de exclusão/inclusão social.

Cumpre salientar que estas fases foram influenciadas pelas discussões que a

equipe do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” promoveu

por vários setores da cidade.

Os treze setores que subdividem a cidade foram assim discriminados e

localizados na cidade:

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Mapa dos treze setores de Marília

Região SulRegião Centro-SulRegião CentralRegião Sudoeste Região Oeste Região Centro-Oeste Região Noroeste Região Centro-Norte Região Norte Região Nordeste

Região Centro-Leste

Região Leste

Região Sudeste

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Esses setores foram assim discriminados: BAIRROS QUE PERTENCEM AOS SETORES CARDEAIS: CENTRO 15 – Rodolfo da Silva Costa 28 – Jardim Dirceu 2 – Jardim Barbosa 16 – Saliola 1 – Alto Cafezal SUL 123 – Vila Real 161 – Pq. dos Ipês 130 – Jd. Teotônio Vilela 180 – Santa Clara 105 – Jd. Planalto 218 – Nova Marilia IV 217 – Nova Marilia III 216 – Jd. Domingos de Léo 129 – Jd. Nacional 140 - Jd. Marilia 114 – Chácara Laranjais 212 – Jd. Damasco I 61 – Jóquei Clube 204 – Jd. Damasco II 203 – Vila Operária da Alimentação II 135 – Jd. Marajó 55 – Jd. Vitória 56 – Vila Hípica Paulista 163 – Pq. das Acácias 155 – BO. Luiz Homero Zaninotto 141 – Nova Marilia (COHAB) 172 – Núcleo Habitacional Maria Angélica Mattos (Marilia XI) 213 – Conjunto Habitacional Paulo Lucio Nogueira 54 – Jd. Vista Alegre 57 – Pq. São Jorge 200 – Jd. Regina 65 – Pq. São Jorge – Prolongamento 144 – Jd. dos Bancários 90 – Núcleo Habitacional Costa e Silva 152 – Jd. Aparecida Nasser 94 – Jd. Conquista 118 – Jd. Continental 171 – Jd. Brasília

SUDESTE 42 – Jd. Maria Izabel 117 – Jd. Tangará 80 – Jd. Maria Izabel – Prolongamento 101 – Jd. Tropical 190 – Pq. das Esmeraldas 205 – Pq. das Esmeraldas II OESTE 164 – Núcleo Habitacional Thereza B. de Argolo Ferrão 211 – 225 – Conjunto Residencial Sargento José Carlos Alves Ferreira 209 – Vila dos Comerciários 111 – Jd. Califórnia e Conjunto Residencial San Remo 186 – Núcleo Habitacional José Teruel Martinez 89 – Jd. Poliana 158 – BO. Luiz Homero Zaninotto 182 – Vila Mariana 37 – Rio Branco 39 – Higienópolis 95 – Jd. Paraiso – Prolongamento 106 – Pq. das Vivendas 110 – Jd. Cavalari 109 – Jd. Universitário 165 – Sitio Recreio Céu Azul 133 – Jd. Morumbi 168 – Sitio de Recreio Panambi 214 – Jd. Flamingo SUDOESTE 79 – Salgado Filho – Prolongamento 72 – Salgado Filho – Prolongamento 153 – Salgado Filho – Prolongamento 75 - Salgado Filho – Prolongamento 127 – Jd. Acapulco 138 – Jd. São Gabriel 120 – Jd. Acapulco II 31 – Souza 108 – 174 – Pq. Serra Dorada

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CENTRO SUL 68 – Pq. dos Industriários 69 – Pq. das Industrias – Prolongamento 71 – Fragata – Seção C 185 – Fragata – Seção D 41 - Fragata – Seção A e B 151 – Jd. Itaipu 228 – Residencial Portal do Parati 178 – Jd. Casadei 183 – Jd. Portal do Sol – Prolongamento 147 – Jd. portal do Sol 128 – Jardim Parati I e II NORTE 156 – Pq. das Primaveras 132 – Pq Nova Almeida 128 – Jd. Parati I e II 226 – Jd. Sancho B. da Costa 207 – Profº Liliane de Souza Gonzaga 215 – Jd. Rinata 103 – Santa Antonieta 199 – Santa Antonieta III 139 – Santa Antonieta II 221 – Pq. Residencial Julieta 198 – Distrito Industrial Santo Bálio 194 – Jd. Sasazaki 231 – Res. Campo Limpo 49 – Palmital – Prolongamento 181 – Jd. Marajoara 102 – Distrito Industrial 125 – Núcleo Habitacional J.K. 173 – Conjunto Habitacional Jânio Quadros 220 - Conjunto Residencial Alcides Mateuzzi 222 – Jd. Adolpho Bim 223 – Conjunto Residencial Luiz Egydio de C. Cezar 224 – Conjunto Residencial Alcir Raneri 233 – Jd. Janaina 219 – Jd. Nazareth LESTE 162 – Residencial Vale Verde 136 – Jd. Itamarati 99 – Jd. Jequitibá 196 – Condomínio Vilage do Bosque

232 - Conjunto Residencial Jd. Colibri 112- Jd. Luciana 113 – Jd. Colibri 148 – Jd. Europa 96 – Jd. Aeroporto 22 – Recreio 176 – Jd. Santa Gertrudes I 175 – Pq. Cecap – Aeroporto 98 – Vila Romana 206 – Pq. Residencial Santa Gertrudes 179 – Jd. São Domingos 150 – Pq. Residencial Novo Horizonte 201 – Jd. Altos da Cidade 167 – Sitio de Recreio Gertrudes 11 – Loteamento da Fazenda Bonfim NORDESTE 159 – Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha 191 – Palmital – Prolongamento 7 160 – Conjunto HAbitacional Cabo PM Rubens Picelli 49 – Palmital – Prolongamento 70 – Núcleo Habitacional Castelo Branco 17 – São Paulo 50 – São Paulo – Prolongamento 38 – Vila Barros 59 – Jd. Floresta 115 – Jd. Marambaía 183 – Jd. Portal do Sol – Prolongamento 100 – Jd. dos Lírios – prolongamento 05 – Maria Paula 06 – Francisco Fernandes 85 – Chácara anexa ao Bairro Betel 60 – São João 07 – Palmital 03 – Jd. Marilia CENTRO LESTE 210 – 197 – Jd. Flora Rica 40 – Betel 229 – Condomínio Residencial Jd. do Bosque 34 – Altaneira 53 - Jd. Alvorada 33 – Jd. Progresso 43 – Altaneira

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116 – Jd. Bethania 88 – Santa Lourdes 04 – Cascata 45 – Banzato 25 – Lucrécia 24 – Amarante NOROESTE 169 – Sítio de Recreio Morada do Sol 208 – Vila Operária da Alimentação I 170 – Sítio de Recreio portal do Sol 124 – Jd. Olinda 67 – Jd. América Prolongamento 104 – Jd. das Pérolas 91 – Jd. Eldorado 93 – Jd. das Bandeiras 134´- Cavalieri I e II 227 – Vila da Itália 76 – Núcleo Habitacional Bela Vista CENTRO NORTE 149 – Jd. Rivieira 82 – Jd. Marajo 142 – Jd. Aquarius 119 – Jd. Maria Marta 107 – Jd. São Francisco 87 – Ana Clara

86 – Santa Teresa – prolongamento 74 – Núcleo Habitacional Cecap 145 – Jd. Ohara 48 – Erminio Felino Colombo 63 – Lorenzetti B 30 – São Miguel – Prolongamento 14 – Jd. América 08 – São Miguel 67 – Jd. América – Prolongamento 23 – Paulista 09 – Bassan 52 – Lorenzetti 64 – Cavalieri 21 – Somenzari CENTRO OESTE 81 – Chác. São Carlos - sessões A, B, C, D 20 – Jd. Marilia 137 – Jd. Ontoneli 46 – Montolar 10 – Polon 11 – Loteamento da Fazenda Bonfim 13 – Senador Salgado Filho 44 – Quarto Centenário 36 – Realengo 47 – Palmeira

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Conceitualmente, a construção do índice de exclusão/inclusão social tomou

como critério prioritário para a sua formulação a possibilidade da avaliação das

discrepâncias intra-urbanas e quantificação das distâncias entre os mais incluídos e os mais

excluídos, explicitando, deste modo, a cidade desigual e segmentada.

Além desse critério, foi denominado Índice de Exclusão/Inclusão Social, os

valores inseridos numa escala de variação entre o mais excluído e mais incluído, cuja

escala possui uma variação que vai de zero até 1 (um). Considerou-se mais preciso e mais

adequado dimensionar o Índice de Exclusão/inclusão Social a partir da seleção das

dimensões, indicadores e variáveis.

Metodologicamente, a construção do Índice de Exclusão/Inclusão Social

considerou os seguintes passos:

Seleção dos temas considerando as variáveis disponíveis pela

fonte confiável de dados (IBGE) e com uma base sólida de dados

georeferenciados;

Dimensionamento das variáveis através de indicadores, nas

suas 4 (quatro) dimensões;

Agregação das variáveis através dos indicadores que

circunscrevem um campo síntese para suas respectivas dimensões

compondo o Índice de Exclusão/inclusão Social;

O quadro das definições e nomenclatura das Dimensões da

exclusão/inclusão Social, dos indicadores e das respectivas variáveis

utilizadas, ficou assim estruturado:

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Dimensões Indicadores Variáveis

Responsáveis Sem Rendimento Responsáveis com Rendimento até 1 Salário Mínimo

Responsáveis com Rendimento mais de 1 até 3 Salários Mínimos Autonomia Renda

Responsáveis com Rendimento mais de 10 Salários Mínimos

Condição de Ocupação Casa (Outra condição da Ocupação)

Número de banheiros por Morador Habitabilidade

Estresse Domiciliar Número de moradores por Domicilio

Equipamentos Urbanos Equipamentos por mil Habitantes

Infra-Estrutura Sanitária: Água: Outras formas de abastecimento Qualidade Ambiental Infra-Estrutura Sanitária: Lixo: Outras formas de destino

Infra-Estrutura Sanitária: Esgoto: Outras formas de escoamento Qualidade de Vida

Escolaridade Não-Alfabetizados

Vitimas Crimes Contra o Patrimônio Vulnerabilidade População em Risco Vitimas Crimes Contra a Pessoa

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Algo importante a ser enfocado por essa medidas socioterritoriais é “... o fato

de produzir medidas do território e não somente uma caracterização da população ou do

próprio território, pois há no interior do` ranking´, das desigualdades verificadas,

medidas claras que diferenciam o significado de se viver em determinado território da

cidade e não em outro. Trata-se de uma medida territolializada com o foco na coletividade

que vive em uma região” (Koga, op cit., p. 147). Deste modo, a mensuração através dos

resultados dos cálculos dos índices podemos resignificar o lugar em que vivemos.

A partir dos dados censitários do ano 2000, foram georeferenciadas os 13

(treze) setores que subdividem a cidade de Marília. foram utilizados 14 (quatorze)

variáveis para cálculo do Índice de Exclusão/Inclusão Social de Marília.

Os cálculos dos indicadores permitiu a análise dos resultados através de mapas

temáticos, tabelas e gráficos, elaborados para cada uma das variáveis e para cada uma das

dimensões formuladas, ou seja:

Dimensão da Exclusão/Inclusão social - Autonomia;

Dimensão da Exclusão/Inclusão social - Habitabilidade;

Dimensão da Exclusão/Inclusão social – Qualidade de Vida e,

Dimensão da Exclusão/Inclusão social - Vulnerabilidade.

A fórmula utilizada para estes cálculos levou em conta a fotografia da

desigualdade interna da cidade, como também que os índices obtidos necessitam

constantemente serem avaliados e aprimorados, bem como os cálculos dos índices de

exclusão social, segundo as deliberações das representações de cada um dos 13 (treze)

setores e assim a transformação dos 7 (sete) indicadores dessas 4 (quatro) dimensões em

índices propriamente ditos, utilizou-se de uma fórmula consagrada mundialmente pelo

IDH.

Para o cálculo do Índice de Exclusão/Inclusão Social de Marília a fórmula

ficou assim estruturada.

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FÓRMULA PARA O CÁLCULO DOS ÍNDICES DE EXCLUSÃO/INCLUSÃO

SOCIAL

Xip = Xi – MIN(X i) __ = MAX(Xi) - MIN(Xi) X = Valor do indicador ou variável utilizados no cálculo do índice. i = Indicador ou variável objeto de cálculo. p = Identifica o setor em estudo.

MAX(Xi) =Valor máximo encontrado do indicador ou da variável.

MIN(Xi) = Valor mínimo encontrado do indicador ou da variável.

A variação do índice vai de 0 (zero) até 1 (um), distribuída em 5 (cinco) faixas definidoras de exclusão ou inclusão social: 1. Faixa de valor mínimo de exclusão: 0 (zero); 2. Faixa de valor intermediário inferior de exclusão: 0,25; 3. Faixa de valor intermediário: 0,50; 4. Faixa de valor intermediário superior de inclusão: 0,75; 5. Faixa de valor máximo de inclusão: 1 (um).

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EXERCÍCIO DE CÁLCULO DOS ÍNDICES DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO SOCIAL

Dimensão escolhida – Qualidade de Vida Setor para cálculo – CENTRO(p) Indicador – escolaridade do responsável – Variável escolhida para cálculo – fundamental incompleto (i) Valor da variável escolhida para o Setor Centro – Xip = 34.8 Valor mínimo encontrado – MIN(Xi) = 13.9 Valor máximo encontrado – MAX(Xi) = 53.1

Assim a fórmula: Xip = Xi – MIN(Xi) = MAX(Xi) - MIN(Xi)

Xip = 34.8 – 13.9 = 20.9_ = 0.53 53.1 – 13.9 39.2 Índice encontrado para a variável Fundamental incompleto é: 0.53 Esta variável apresentaria o seguinte Índice de Exclusão/Inclusão Social – Intermediário.

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Exclusão social absoluta – Favelas. Desde o início do planejamento do

projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” estava prevista

a realização de um levantamento socioeconômico das favelas de Marília. Neste mesmo

período, foram contatados vários parceiros para tal levantamento, visto que os discursos

eram sempre favoráveis e apontavam a necessidade de uma atualização dos dados

existentes. Destacamos que apenas a Secretaria Municipal do Bem Estar Social de Marília,

através da Secretária Municipal Anadir Dourado de Oliveira Hila que conseguimos firmar

uma parceria para a realização do levantamento.

Em Marília, apesar do propalado nível de crescimento econômico do

município, o problema das favelas não poderia ser mais evidente, observa-se no relatório

que há pouco ou mesmo nenhum planejamento para acomodar a população que se desloca

para a cidade ou migra internamente, em busca de uma vida melhor. Ademais, as causas da

persistência da precariedade das condições de vida são apontadas por conta da apatia e

falta de vontade política dos governos para enfrentar a questão da pobreza urbana,

lembrando-se que situações de extrema pobreza geram a comportamentos

manifestadamente de insatisfação social.

As favelas de Marília, por uma questão conceitual, não se enquadram no

conceito formulado pelos tecnocratas do IBGE, este fato trouxe implicações diretas no que

se refere às políticas ou projetos sociais, visto que, elas não existem, estatisticamente

falando, aos “olhos” do IBGE. A conseqüência imediata disto é a persistência de projetos

sociais que pouco avançam na criação de políticas públicas de longo e amplo alcance

social, cujo resultado é a manutenção dessa população em condições de exclusão social

absoluta.

A ausência de dados estatísticos confiáveis sobre as favelas, acaba por

subsidiarem eventos ou atividades sociais, nessas áreas, de maneira muito instável ou

fragmentada. Dentre estes fatores destacados, a precariedade de informações favorecem a

ausência de políticas públicas resolutivas, pelo menos do problema da habitação.

Quando realizamos as discussões sobre o problema das favelas de Marília, com

a Secretaria Municipal do Bem Estar Social concordamos com a necessidade de

realizarmos um levantamento socioeconômico das favelas. Além disso, o staff de técnicos

desta Secretaria mostrou-se muito sensível aos problemas enfrentados por esta população

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no seu cotidiano. Discutimos a formulações de políticas para o setor, bem como as

possibilidades e condições que a Secretaria tem enfrentado seus compromissos.

Depois das discussões técnicas, de operacionalização do levantamento dos

dados socioeconômicos, a Secretaria Municipal do Bem Estar Social manifestou o

interesse de que o levantamento também servisse de recadastramento da população

favelada.

Desse modo, o levantamento objetivou cumprir, de forma mais imediata, dois

propósitos: um levantamento de todos os domicílios situados nessas áreas, ou de modo

mais próximo disto, bem como, atualizar o cadastro que a Secretaria Municipal do Bem

Estar Social já possuía e estava defasado.

Os questionários foram elaborados pela equipe do projeto “Mapa da

exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, com colaboração da análise

crítica dos questionários realizada pelos técnicos da Secretaria.

Esta Secretaria concedeu o transporte e a impressão de 1500 (mil e quinhentos)

questionários. Enquanto, a equipe do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de

vida de Marília” ficou com a responsabilidade de mobilizar alunos da Unesp – Campus de

Marília, como voluntários para realizar os levantamentos.

A Secretaria também forneceu cadastro para dimensionarmos a pesquisa, o que

foi discutido em conjunto. O resultado foi uma listagem contendo 17 áreas de ocupação

irregular, cuja maioria absoluta eram áreas públicas.

As equipes foram formadas por grupos de alunos que se revezavam em suas

tarefas acadêmicas e aquelas destinadas aos levantamentos que eram efetuados no período

da tarde, em função das aulas serem ministradas de manhã ou no período noturno. Estes

obstáculos impuseram um ritmo descontinuado ao desenvolvimento da pesquisa, visto que

sempre havia uma variação no número de alunos se predispunham a percorrer essas áreas.

O levantamento propriamente dito foi realizado nas duas primeiras semanas do

mês de dezembro de 2002 e foi retomado em meados de março/2003, encerrando a

aplicação dos questionários na primeira quinzena de maio/2003. A partir desse período, a

equipe do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, passou a

sistematizar a tabulação dos dados.

A ação voluntária por parte dos alunos trouxe uma pequena desvantagem para

a tabulação dos dados, pois, com a interrupção dos trabalhos no período de férias, em

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julho, os trabalhos só foram retomados e finalizados no início de setembro. A partir desta

data reduziu-se o número de alunos colaboradores, ficando os ajustes, correções, a

construção das tabelas e gráficos por parte dos coordenadores do projeto. Para concluirmos

as breves análises em dezembro.

Os levantamentos obtiveram um resultado muito positivo, na medida em que

produziu-se uma massa de informações sobre essa população, que poderá ser atualizada e

ampliada ou comparada com outras pesquisas que possam ser realizadas, no município de

Marília.

Uma das mais importantes atividades dos procedimentos metodológicos do

“Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” é a mobilização da

população, nos seus locais ou áreas de residência, através de reuniões com debates sobre a

cidade que queremos. Nesta fase do projeto foram realizadas várias reuniões, onde a

expectativa de novas reuniões está manifesta nas já agendadas para a próxima fase do

projeto.

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3. Análises conjunturais dos Mapas Temáticos

O Mapa da exclusão/inclusão social é um instrumento que apreende a realidade

de forma instantânea e a encerra em fragmentos de uma territorialidade que, nem sempre,

consegue deter dentro de suas fronteiras toda a manifestação cultural, social e econômica.

E, menos ainda, os liames das alianças políticas. Portanto, estamos seguros das limitações

deste instrumento, enquanto mensuração de quantificações e de caráter pontual.

Estas primeiras análises servirão de parâmetro para as discussões que

continuarão a serem realizadas com a população, de modo geral. Serão textos breves e de

fácil leitura, sem deixar de apontar para problemas cruciais vivenciados em todas as

cidades.

Marília tem exibido contradições na sua dinâmica social, pois, o crescimento

industrial noticiado pela imprensa local, contrasta com a quantidade de desempregados que

perambulam pelos quatro cantos da cidade em busca de uma oportunidade de emprego. A

explicitação deste contraste é facilmente evidenciada pela quantidade de pessoas que

acorrem aos lugares onde anunciam algum posto de trabalho em aberto.

Se os processos mais globais passaram a influenciar diretamente as conjunturas

locais, principalmente de maneira negativa, cabe ao poder público intervir de modo mais

intenso nas áreas sociais, tendo em vista que esses processos são operados de lugares que,

em muitos casos, pouco tem haver com esses locais.

A construção dos Índices de Exclusão/Inclusão Social resgata a possibilidade

de empreendermos novas políticas públicas, com a participação da sociedade, através da

criação de novos espaços públicos, como este projeto propõe.

Dentre os treze setores que subdividem a cidade estão concentrados nos

Setores Norte e Sul grandes aglomerações de trabalhadores. O fato importante a ser

observado entre dois setores é a implantação deles ocorrerem quase simultaneamente. Os

dois abrem grandes flancos para a expansão urbana de padrão periférico, obedecendo à

lógica de uma gestão urbana empresarial.

Tanto num, quanto noutro setor, foram também implantados empreendimentos

industriais, o que relativamente barateou a terra urbana e facilitou investimentos

imobiliários populares nestes setores.

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Curiosamente, o Setor Norte foi urbanizado a partir de loteamentos

populares,enquanto o Setor Sul foi ocupado através de grandes investimentos públicos na

habitação popular, construíram-se muitas casas, inicialmente quase 3 (três) mil casas

construídas com recursos originários da inesgotável fonte que é a classe trabalhadora –

FGTS e outras formas de financiamento da casa própria.

São nestes setores que obviamente que lá também vamos encontrar os

desempregados.

Os índices proporcionados por esta variável indicam cinco setores de ruim para

péssimo desempenho: Sul, com o pior índice, o Norte, juntamente como o Centro Oeste,

Nordeste e Oeste tiveram desempenho idêntico, todavia muito próximos do pior acima

discriminado.

São setores notadamente de concentração de trabalhadores, cujos rendimentos

são baixos, conforme veremos adiante, além de levarmos em conta a presença de estratos

mais baixos, inclusive com áreas de ocupação irregular.

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3.1. Análise conjuntural - Dimensão Autonomia.

Dentre outras condições esta primeira versão do “Mapa da exclusão/inclusão

social e qualidade de vida de Marília”, para a Dimensão Autonomia selecionou-se um

indicador, assim composto com as suas respectivas variáveis: Responsáveis Sem

Rendimento; Responsáveis com Rendimento até 1 Salário Mínimo, Responsáveis com

Rendimento de 1 até 3 Salários Mínimos, Responsáveis com Rendimento com mais de 10

Salários Mínimos.

Os responsáveis pelo domicílio, com renda até um salário mínimo, poucos

setores apresentaram desempenho ruim ou péssimo, ou seja, são quase os mesmos do

índice anterior, sem rendimento. Porém neste índice, a variação é positiva para a maioria

dos setores.

Este comportamento pode ser explicado pela exigüidade de pessoas que

auferem com regularidade uma renda de até um salário mínimo. Isto se põe com

propriedade quando verificamos que o Setor Nordeste ganha duas posições negativas. É

conveniente lembrar que neste setor se localiza a maior favela do município, a Vila Barros,

indicando que lá se localizam trabalhadores com baixíssima remuneração.

O desempenho do Setor Sul melhora um pouco mais, em função da queda de

outros dois setores. Em contrapartida o Setor Norte passa para uma posição muito boa se

comparada com a anterior. Do mesmo modo, podemos explicar esta situação pelo fato de o

Setor Sul concentrar os maiores conjuntos habitacionais da cidade, também apresenta um

número significativo de ocupações irregulares. Enquanto o Setor Norte ser urbanizado

predominantemente por loteamentos populares e por processos construtivos denominados

de autoconstrução, não possui a quantidade de favelas do Sul.

Os demais setores ocupam posições intermediárias para boas e ótimas

confirmando suas respectivas posições do índice anterior. Isto implica dizer que há poucos

trabalhadores nesta condição de percepção de renda.

Observa-se a permanência do Setor Centro Oeste com índices negativos. Este

setor é de ocupação antiga e tradicionalmente de trabalhadores com baixa remuneração,

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sua situação na representação deste Mapa, é a de um enclave, dentre outros setores

populares e de ocupação menos antiga mas com índices mais positivos.

O Índice correspondente ao rendimento do responsável pelo domicílio, na faixa

de 1 (um) até 3 (três) salários mínimos, retrata a realidade mais apropriada para o padrão

de emprego na cidade de Marília. a grande quantidade de trabalhadores residentes nos

setores Norte, Sul e Centro Oeste.

Esta faixa salarial confirma uma constância na distribuição salarial no conjunto

dos treze setores, ou seja, há uma predominância desta faixa salarial nos setores de forte

concentração de assalariados. Observa-se uma demarcação territorial muito precisa nesta

faixa salarial, pois, setores como Sudoeste, Centro Sul, Centro Leste, Leste e Sudeste

demarcam um território de níveis salariais mais altos conforme indica os índices

observados nestas áreas.

Estes índices podem ser consubstanciados com a intersecção analítica entre os

salários recebidos e outras condicionantes da exclusão/inclusão social, desses cruzamentos

possíveis estão as características das políticas públicas que “desenharam” a urbanização de

Marília, do desenvolvimento socioeconômico e dos aspectos culturais que permeiam a vida

cotidiana do município.

Outro ator que podemos destacar é a distribuição homogênea desta faixa

salarial entre os responsáveis pelo domicílio, pois, ao contrário de ser algo positivo, sugere

que a cidade está precisamente demarcada economicamente por um universo de

trabalhadores submetidos a postos de trabalho que remuneram inadequadamente a força de

trabalho, como também, o tipo de mercado de trabalho que se desenvolveu na cidade.

Portanto, ao analisar este índice verifica-se que há estratificação salarial que

acentua uma desigualdade que vai determinar algumas características do comportamento e

das necessidades cuja demanda pública compões a “cesta” de exigências e compromissos

das políticas públicas a serem formuladas.

Os Índices de Exclusão/Inclusão Social mensurados a partir da distribuição

salarial entre os responsáveis pelo domicílio, evidenciam uma cidade desigual e

territorialmente demarcada por esta característica. Como já foi observado, há uma

insistente constância da distribuição, ou seja, há uma homogeneidade da distribuição

salarial por entre os setores.

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Cabe entender quais são as condições de habitabilidade que condicionam a

vivência nestes setores assim distribuídos, em virtude da capacidade do poder aquisitivo

dessas famílias, o município vai orientar seus investimentos públicos de forma distinta.

Esta relação entre os salários percebidos pelos responsáveis pelos domicílios e

as políticas públicas pode fornecer pistas interessantes sobre a logicidade, se é que há

alguma, das políticas públicas nos investimentos estatais municipais. Ou seja, se

concordarmos com a hipótese de que os investimentos públicos têm como parâmetro a

capacidade de pagamento da população pelos investimentos realizados, podemos então

dizer que estes setores onde estão as pessoas melhor remuneradas da cidade serão aqueles

que terão infraestrutura de equipamentos e serviços mais adequados às exigências de uma

vida cidadã plena.

Dentro desta perspectiva podemos afirmar que o bloco de setores formados

por: Centro Sul, Sudoeste, Leste, Sudeste e Centro são as áreas melhor atendidas no que

diz respeito aos índices mais adequados de urbanização.

O Índice da Exclusão/Inclusão Social encontrado para a Dimensão da Exclusão

– Autonomia foi um resultado que retrata aquilo que o Indicador Renda, já havia

anunciado através de suas variáveis: uma cidade desigual e com uma população com baixo

poder de compra, vivendo em sua maioria próximo a linha da pobreza.

Estas condições são fortemente identificadas nos setores que persistiram, nas

diferentes variáveis em patamares negativos, quando observados os índices aplicados nas

suas respectivas áreas territoriais. Desse modo, setores como Centro Oeste, Sul, Nordeste e

Norte apresenta índices negativos que sugerem uma exclusão social no que diz respeito

Autonomia, ou seja, a capacidade dessas pessoas gerenciarem seus meios de vida com seus

próprios recursos, principalmente aqueles que dependem dos rendimentos auferidos através

do trabalho.

Se, de um lado, determinados segmentos da população são detentores de baixa

renda, por outro, Marília tem um outro segmento que se localiza na outra ponta da

exclusão, ou seja, os incluídos socialmente. Neste último segmento estão aqueles

indivíduos com rendimento acima de dez salários mínimos.

Se compararmos os setores, verificaremos que há três faixas de renda,que se

destacam: na faixa até três salários mínimos, os setores Centro Oeste, Noroeste, Norte,

Oeste, Sul e Nordeste todos com 30% dos responsáveis pelo domicílio tem rendimento

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nesta faixa. Na faixa de renda entre três e cinco salários mínimos, os setores Centro, Centro

Norte, Centro Sul, Leste e Centro Leste, os responsáveis nesta faixa são 26%,

aproximadamente. Por ultimo, os setores que detém maior número de responsáveis – entre

30% e 37% - com rendimentos acima de vinte salários mínimos estão nos setores Sudoeste

e Sudeste (Gualberto, 2002, p.53).

Os níveis de renda dos responsáveis pelo domicílio são muito representativos

em uma cidade onde há uma forte desigualdade e uma relação de dependência também

acentuada.

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 1: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis Sem Rendimento Tabela 2: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis Sem Rendimento

Descrição Nº do Setor Sem Rendimento Índice Exclusão/Inclusão

Sul 10 0,07 0

Centro Oeste 3 0,06 0,167

Nordeste 13 0,06 0,167

Norte 7 0,06 0,167

Oeste 8 0,06 0,167

Noroeste 6 0,04 0,500

Centro Leste 12 0,03 0,667

Centro Norte 2 0,03 0,667

Centro Sul 4 0,03 0,667

Leste 5 0,03 0,667

Centro 1 0,02 0,833

Sudeste 11 0,01 1,000

Sudoeste 9 0,01 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 2: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento até 1 Salário Mínimo Tabela 2: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento até 1 Salário Mínimo

Descrição Nº do Setor Até 1 Salário Mínimo Índice Exclusão/Inclusão

Centro Oeste 3 0,15 0

Nordeste 13 0,14 0,091

Sul 10 0,12 0,273

Centro Leste 12 0,11 0,364

Noroeste 6 0,1 0,455

Oeste 8 0,1 0,545

Centro 1 0,09 0,545

Centro Norte 2 0,09 0,545

Norte 7 0,09 0,909

Centro Sul 4 0,05 0,909

Leste 5 0,05 0,909

Sudeste 11 0,04 1,000

Sudoeste 9 0,04 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 3: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento mais de 1 até 3 Salários Mínimos Tabela 3: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento mais de 1 até 3 Salários Mínimos

Descrição Nº do Setor Mais de 1 até 3 SM Índice Exclusão/Inclusão

Norte 7 0,39 0

Sul 10 0,37 0,061

Centro Oeste 3 0,34 0,152

Nordeste 13 0,32 0,212

Oeste 8 0,31 0,242

Noroeste 6 0,28 0,333

Centro 1 0,2 0,576

Centro Leste 12 0,19 0,606

Centro Norte 2 0,17 0,667

Leste 5 0,13 0,788

Centro Sul 4 0,11 0,848

Sudeste 11 0,1 0,879

Sudoeste 9 0,06 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE

MARÍLIA

Mapa 4: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento mais de 10 Salários Mínimos Tabela 4: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Responsáveis com rendimento mais de 10 Salários Mínimos

Descrição Nº do Setor Mais de 1 até 3 SM Índice Exclusão/Inclusão

Norte 7 0,04 0

Sul 10 0,05 0,020

Centro Oeste 3 0,05 0,020

Nordeste 13 0,05 0,020

Oeste 8 0,07 0,060

Noroeste 6 0,1 0,120

Centro Leste 12 0,19 0,300

Centro 1 0,2 0,320

Centro Norte 2 0,24 0,400

Sudeste 11 0,26 0,440

Leste 5 0,3 0,520

Sudoeste 9 0,45 0,620

Centro Sul 4 0,54 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 5: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Dimensão Autonomia

Tabela 5: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Dimensão Autonomia

Descrição Nº do Setor Autonomia Índice de Exclusão/Inclusão

Centro Oeste 3 0,338 0 Sul 10 0,353 0,004

Nordeste 13 0,490 0,044 Norte 7 0,712 0,107 Oeste 8 0,924 0,168

Noroeste 6 1,408 0,307 Centro Leste 12 1,936 0,459

Centro 1 2,275 0,556 Centro Norte 2 2,279 0,557

Leste 5 2,884 0,731 Sudeste 11 3,319 0,856

Centro Sul 4 3,424 0,886 Sudoeste 9 3,820 1

Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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3.2. Análise conjuntural - Dimensão Habitabilidade.

Quando nos referimos à Dimensão habitabilidade, pensa-se num conjunto de

condições que estão diretamente envolvidas com as exigências necessárias para uma vida

digna e humana para os cidadãos, especialmente aquelas condições sob as quais são

imprescindíveis à uma boa qualidade de vida urbana.

Dentre outras condições esta primeira versão do “Mapa da exclusão/inclusão

social e qualidade de vida de Marília” selecionou-se dois indicadores, assim compostos

com as suas respectivas variáveis: o indicador - Condição de Ocupação, com uma variável

Casa (outra condição de ocupação) e o outro indicador – Estresse Domiciliar, com duas

variáveis: Número de Banheiros por Morador e Número de Moradores por Domicílio.

Esta dimensão poder ser aprimorada a partir da utilização de outras variáveis

que dizem respeito à como: habitação popular, a rua, praças públicas, acesso à terra urbana,

Bem como, ainda outras aqui não relacionadas podem configurar o rol de

variáveis que provavelmente comporão o projeto na sua continuidade.

Certamente a habitabilidade é um das dimensões que mais interfaces possui

com as outras dimensões, definindo tênues fronteiras entre elas principalmente com a da

Dimensão Qualidade de Vida. Esta proximidade ajuda na compreensão mais clara dos

problemas que a população enfrenta no seu cotidiano.

Na cidade de Marília, segundo o censo demográfico do ano 2000, a maioria

dos moradores declararou-se proprietários de seus imóveis, o que propiciou a escolha do

indicador Condição da Ocupação, optar pela reunião em uma só variável – Outras

Condições – as condições de alugada, cedida, emprestada e outras.

Desse modo, o reflexo dessa opção é muito sintomático, visto que o resultado é

muito análogo ao da distribuição dos Rendimentos dos Responsáveis por Faixas de Renda.

Ou seja, o desempenho dos Setores: Centro Oeste, Noroeste, Norte, Oeste, Sul e Nordeste,

todos aparecem com o mesmo desempenho, da dimensão anteriormente analisada.

Enquanto, os setores Centro, Centro Norte, Centro Sul, Leste e Centro Leste e aqui

podemos incluir os do Sudoeste e Sudeste.

Podemos deduzir que a habitabilidade está fortemente atrelada às condições

financeiras do grupo familiar, esta afirmação poderia ser tomada como constatação do

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óbvio, se não estivéssemos também incluindo as condições mais gerais da habitabilidade,

ou seja, aquelas condições que dizem respeito à responsabilidade do poder público, ou seja

a dos seus compromissos sociais.

Quando nos referimos às condições da habitabilidade, elas inter-relacionam

aquelas que são internas e externas ao domicílio, pois, entende-se que a capacidade de

escoamento de esgoto tem, necessariamente, de levar em conta a quantidade de banheiros e

de pessoas que residem no domicílio, além de outros fatores que incidem nessa relação.

Portanto, o indicador Estresse Domiciliar, remete ao desconforto que a relação de

moradores por banheiros ou a relação de moradores por domicílio pode acarretar. A

hipótese aqui levantada é a de que os grupos familiares com rendimentos mais altos

residem em domicílios com menos estresse do que aqueles que se situam em estratos com

rendimentos mais baixos.

Observou-se que o Estresse Domiciliar, nas suas duas variáveis, seguem

praticamente a mesma seqüência de desempenho, seja o positivo quanto o negativo. Nesta

primeira versão do “Mapa”, as análises mais gerais são prioritárias, enquanto as mais

detalhadas e por setor serão objeto de elaboração, quando estes resultados forem discutidos

com a população interessada e com as instituições públicas, como a Prefeitura Municipal

de Marília.

Desse modo, a Dimensão Habitabilidade, apresentou um Índice da

Exclusão/Inclusão Social caracterizado por um ranking que poucos setores apresentaram

Índices de Exclusão, prevalecendo a Inclusão Social, para a maioria dos setores analisados.

Assim setores como: Norte, Sul, Noroeste, Oeste, Nordeste e Leste, apresentam

Índices abaixo do nível Intermediário da Exclusão/Inclusão Social. Enquanto que setores

como: Centro Oeste, Centro Norte, Sudeste, Centro Leste, sudoeste, Centro Sul e Centro

apresentam Índices acima do nível Intermediário da Exclusão/Inclusão Social.

Considerando que no Brasil, a exclusão social é, na maioria da suas dimensões,

econômica o que tem conseqüência a exclusão social quando a referenciamos nas

condições internas ou nas vivências no interior dos domicílios, os quais estão diretamente

relacionados com a renda familiar.

O que se observou foi que a caracterização da população residente nos Setores,

onde se calculam os Índices de Exclusão/Inclusão Social, particularmente para esta

Dimensão, que contém contingentes altos de crianças e adolescentes, o que pressupomos

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que o Estresse domiciliar seja mais alto, se levarmos em conta o tempo de utilização do

domicílio ou a relação de dependência por domicílio.

Adverte-se que nesta dimensão poderão ser incorporadas ponderações oriundas

dos aspectos culturais que possam balizar os Índices com as valorações positivas ou

negativas sobre as variáveis consideradas para confecção do Índice de Exclusão/Inclusão

Social.

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 6: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Condição de ocupação – Outras condições Tabela 6: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Condição de ocupação – Outras condições

Descrição Nº do Setor Outras cond. de ocup. Índice de Exclusão/InclusãoNorte 7 0,17 0 Leste 5 0,19 0,095 Sul 10 0,21 0,190

Noroeste 6 0,22 0,238 Oeste 8 0,23 0,286

Sudoeste 9 0,26 0,429 Sudeste 11 0,26 0,429 Nordeste 13 0,27 0,476

Centro Norte 2 0,29 0,571 Centro Leste 12 0,32 0,714 Centro Sul 4 0,33 0,762

Centro Oeste 3 0,37 0,952 Centro 1 0,38 1

Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 7: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Banheiros por morador

Tabela 7: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Banheiros por morador

Descrição Nº do Setor Banheiros/Morador Índice de Exclusão/InclusãoOeste 8 1,17 0 Norte 7 1,18 0,007 Sul 10 1,23 0,039

Nordeste 13 1,29 0,078 Centro Oeste 3 1,34 0,111

Noroeste 6 1,4 0,150 Centro Leste 12 1,8 0,412

Centro 1 1,84 0,438 Centro Norte 2 1,95 0,510

Leste 5 2,07 0,588 Centro Sul 4 2,12 0,621 Sudeste 11 2,6 0,935

Sudoeste 9 2,7 1 Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 8: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Moradores por domicílio

Tabela 8: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Estresse Domiciliar – Moradores por domicílio

Descrição Nº do Setor Moradores/Domicílio Índice de Exclusão/Inclusão

Norte

7

3,7 0 Noroeste 6 3,66 0,052

Sul 10 3,66 0,052 Leste 5 3,5 0,260 Oeste 8 3,5 0,260

Centro Oeste 3 3,48 0,286 Nordeste 13 3,48 0,286

Centro Norte 2 3,37 0,429 Sudeste 11 3,36 0,442

Sudoeste 9 3,3 0,519 Centro Sul 4 3,16 0,701

Centro Leste 12 3,14 0,727 Centro 1 2,93 1

Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 9: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Dimensão Habitabilidade Tabela 9: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Dimensão Habitabilidade

Descrição Nº do Setor Habitabilidade Índice Exclusão/Inclusão

Norte 7 0,007 0

Sul 10 0,282 0,113

Noroeste 6 0,440 0,178

Oeste 8 0,545 0,222

Nordeste 13 0,840 0,343

Leste 5 0,943 0,385

Centro Oeste 3 1,349 0,552

Centro Norte 2 1,510 0,818

Sudeste 11 1,805 0,740

Centro Leste 12 1,853 0,760

Sudoeste 9 1,948 0,799

Centro Sul 4 2,084 0,8545

Centro 1 2,438 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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3.3. Análise conjuntural - Dimensão Qualidade de Vida.

Quando nos referimos à Dimensão Qualidade de Vida, pensamos num conjunto

de condições que estão diretamente envolvidas com as exigências necessárias para uma

vida que propicie a menor possibilidade de conflitos e problemas de ordem individual e

coletiva ou ainda de ordem psicológica, social e econômica, especialmente aquelas

condições sob as quais são imprescindíveis à uma boa qualidade de vida urbana.

As exclusões sociais dizem respeito a precarização da vida social como um

todo, principalmente quando nos referimos à saúde pública (equipamentos e serviços de

saúde), a educação pública de qualidade e gratuita como compromisso do poder público

(federal, estadual e municipal). Além disso, criar alternativas de superação às novas

exclusões sociais, que dêem conta das diferenças sociais, culturais, étnicas, religiosas, de

gênero, opção sexual, entre outras. Ainda, como aspectos da qualidade de vida, devemos

pensar na importância do lazer como conquista básica de civilidade.

Dentre outras condições esta primeira versão do “Mapa da exclusão/inclusão

social e qualidade de vida de Marília” selecionou-se três indicadores, assim compostos

com as suas respectivas variáveis: o indicador – Equipamentos Urbanos -, com uma

variável: Equipamentos por mil Habitantes; o outro indicador – Qualidade Ambiental -,

com três variáveis: Infra-estrutura Sanitária – Água: outras formas de abastecimento; Infra-

estrutura Sanitária – Lixo: outras formas de destino escoamento; Infra-estrutura Sanitária –

Esgoto: outras formas de escoamento e, por último, o indicador – Escolaridade -, com uma

variável: Não Alfabetizados.

Marília possui uma significativa distribuição de equipamento por mil

habitantes, sem, contudo, que isto venha representar que a população se considere bem

servida, neste aspecto. Pois, são diversas as condicionantes que influenciam uma valoração

positiva ou negativa, pela população usuária destes equipamentos.

É importante ressaltar que as variáveis do indicador qualidade Ambiental, são

variáveis que apresentam altos Índices de Inclusão Social, ou seja, as taxas de

abastecimento de água residencial, com ligação na rede geral atingem médias de 95%,

ainda, as taxas da coleta de lixo, em Marília é efetuada pelo serviço público, com taxas

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também elevadas de atendimento, atingindo em média os mesmos 95%, de atendimento da

cidade. E, a variável esgoto também Possui taxas igualmente elevadas, no que diz respeito

à captação e escoamento através de rede geral, todavia a vulnerabilidade do sistema de

esgoto está na sua destinação final e, conseqüentemente no seu tratamento. Não há

tratamento adequado dos líquidos ou resíduos provenientes da coleta feita pela rede geral,

ou seja, praticamente todo o esgoto é literalmente despejado a céu aberto.

Optou-se por considerar as outras formas de abastecimento, as de destinação do

lixo e as de escoamento de esgoto. Pois, entendemos que a construção do Índice de

Exclusão/Inclusão Social explicita de forma mais enfática os resultados dos Índices,

calculando apenas as outras formas, preponderantemente menos usadas. Pelo menos essa

opção revela onde estão os setores onde estão sendo praticadas estas outras formas destas

variáveis.

Marília é uma cidade incluída, se tomadas essas variáveis selecionadas,

todavia, tomando as questões que envolvem o tratamento do esgoto ou a destinação final

do lixo, verificaremos que os grandes e importantes problemas estão a elas relacionados,

fato que necessita de uma análise mais precisa e específica por porte do projeto “Mapa da

exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”, na sua continuidade.

Ainda, nesta Dimensão – Qualidade de Vida – foi utilizada a variável não

alfabetizados. Comparativamente, Marilia apresenta taxas altas de alfabetização, pois,

segundo o último censo demográfico, apenas 11%, aproximadamente, da população de

Marília, não é alfabetizada. Igualmente, utilizamos a variável não alfabetizado por conta

que sua utilização daria resultados mais interessantes para a confecção dos Índices de

Exclusão/Inclusão Social.

Os setores de maior exclusão social sob este aspecto coloca em evidência as

marcas da desigualdade social, ou seja, setores como Centro Oeste e Sul apresentaram o

Índices negativos, cujo desempenho em outras dimensões também foram assim negativas.

O Setor Norte, com Índices de baixo desempenho em outras dimensões, contrariando as

expectativas, se aproximou da zona de Inclusão, com um Índice de Exclusão/Inclusão

Social da seguinte ordem: 0,403, ou seja, muito próximo do nível intermediário que é par

esta variável, 0,565.

A espetacular rede de Escolas Municipais de Educação Infantil, as EMEIs, não

entrou como variável, a qual certamente elevaria o nível deste Indicador – Escolaridade.

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Os Índices encontrados não possuem a capacidade de revelarem se o serviço ou

o equipamento funciona bem ou mal, pois a real função de um trabalho deste tipo é iniciar

um trabalho de medição da eficiência da cidade, visto que esta mensuração é decorrente de

uma relação, isto é, ela formula um ranking dos setores, na medida em que eles se

hierarquizam quando comparados entre si. Questões sobre a qualidade, funcionamento,

ineficácia dos serviços ou precariedade dos mesmos, ainda não estão contemplados pelo

projeto, o que poderá ocorrer na sua continuidade.

Assim, ao voltar para o território (Setor) e para a população, significa trabalhar

as políticas públicas intersetorialmente, rompendo a tradicional cultura de gestão pública

em trabalhar as demandas de forma particular e pontual.

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 10: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Equipamentos urbanos – Por mil habitantes

Tabela 10: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Equipamentos urbanos – Por mil habitantes

Descrição Nº do Setor Equip. Urb./Mil habs. Índice de Exclusão/InclusãoOeste 8 0,42 0

Nordeste 13 0,53 0,037 Norte 7 0,59 0,058 Leste 5 0,6 0,061

Noroeste 6 0,6 0,061 Sul 10 0,69 0,092

Centro Oeste 3 1,07 0,220 Centro Norte 2 1,29 0,295

Sudeste 11 1,39 0,329 Centro Leste 12 1,43 0,342 Centro Sul 4 1,47 0,356

Centro 1 1,64 0,414 Sudoeste 9 3,37 1

Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 11: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Água: Outras formas de abastecimento Tabela 11: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Água: Outras formas de abastecimento

Descrição Nº do Setor Outras formas abast. Índice Exclusão/Inclusão

Centro Sul 4 0,00 0

Sudoeste 9 0,00 0,000

Sudeste 11 0,00 0,000

Centro Leste 12 0,00 0,000

Centro 1 0,00 0,130

Centro Norte 2 0,00 0,130

Noroeste 6 0,00 0,174

Centro Oeste 3 0,00 0,217

Leste 5 0,00 0,304

Nordeste 13 0,00 0,522

Oeste 8 0,00 0,826

Norte 7 0,00 0,957

Sul 10 0,00 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 12: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Lixo: Outras formas de destino Tabela 12: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Lixo: Outras formas de destino

Descrição Nº do Setor Outros destinos Índice de Exclusão/Inclusão

Centro 1 0,00 0

Centro Norte 2 0,00 0,015

Centro Oeste 3 0,00 0,017

Centro Leste 12 0,00 0,032

Centro Sul 4 0,00 0,059

Norte 7 0,01 0,116

Nordeste 13 0,01 0,186

Sul 10 0,02 0,212

Leste 5 0,03 0,361

Noroeste 6 0,04 0,473

Sudoeste 9 0,04 0,578

Sudeste 11 0,05 0,636

Oeste 8 0,08 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 13: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Esgoto: Outras formas de escoamento Tabela 13: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Qualidade Ambiental – Esgoto: Outras formas de escoamento

Descrição Nº do Setor Outros destinos Índice de Exclusão/Inclusão

Centro 1 0,00 0

Centro Norte 2 0,00 0,002

Centro Oeste 3 0,00 0,013

Centro Leste 12 0,00 0,017

Sudoeste 9 0,00 0,048

Sudeste 11 0,01 0,057

Norte 7 0,01 0,096

Centro Sul 4 0,01 0,125

Leste 5 0,02 0,184

Sul 10 0,02 0,274

Nordeste 13 0,03 0,377

Noroeste 6 0,06 0,656

Oeste 8 0,09 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA

Mapa 14: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Escolaridade – Não alfabetizados

Tabela 14: Índice de Exclusão/Inclusão Social – Escolaridade – Não alfabetizados

Descrição Nº do Setor Não alfabetizados Índice de Exclusão/InclusãoCentro Oeste 3 0,925 0

Sul 10 0,935 0,161 Nordeste 13 0,935 0,161 Noroeste 6 0,947 0,355

Oeste 8 0,947 0,355 Norte 7 0,95 0,403

Centro Norte 2 0,96 0,565 Centro 1 0,967 0,677

Centro Leste 12 0,968 0,694 Centro Sul 4 0,978 0,855

Leste 5 0,98 0,887 Sudeste 11 0,985 0,968

Sudoeste 9 0,987 1 Fonte: Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. - cálculos (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 15: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão da Qualidade de Vida Tabela 15: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão da Qualidade de Vida

Descrição Nº do Setor Qualidade de Vida Índice Exclusão/Inclusão

Centro Oeste 3 0,032 0

Nordeste 13 0,461 0,291

Centro Norte 2 0,586 0,375

Sul 10 0,648 0,418

Centro Leste 12 0,694 0,448

Centro 1 0,740 0,480

Norte 7 0,746 0,484

Noroeste 6 0,754 0,490

Centro Sul 4 0,916 0,599

Leste 5 1,101 0,724

Sudeste 11 1,227 0,810

Oeste 8 1,355 0,897

Sudoeste 9 1,507 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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3.4. Análise conjuntural - Dimensão da Vulnerabilidade.

“Violência é um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico ou psíquico

contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e

intimidação, pelo medo e pelo terror. A violência se opõe à ética porque trata seres

racionais e sensíveis, dotados de linguagem e de liberdade, como se fossem coisas, isto é,

irracionais, insensíveis, mudos, inertes ou passivos” (Chauí, 1999, p. 5-3).

Nesta primeira versão do projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e

qualidade de vida de Marília”, a Dimensão Vulnerabilidade, diferentemente de outros

trabalhos sobre a exclusão social, é aqui concebida como uma dimensão da

exclusão/inclusão social, onde a sociedade e os cidadãos estão suscetíveis aos riscos que a

violência os tem circunscrito. Desse modo, optou-se pelo Indicador População em Risco e

por duas variáveis: Vítimas crimes contra o patrimônio e Vítimas crimes contra a pessoa.

Como já foi observado anteriormente, este relatório apresenta, tão somente,

uma análise conjuntural das variáveis e dimensões da exclusão/inclusão social de Marília,

através dos Índices de Exclusão/Inclusão Social elaborados a partir dos cálculos pela

fórmula já descrita. Também, corrobora para esta breve análise conjuntural as

representações cartográficas que foram elaboradas através do ranking definido pelos

Índices de Exclusão/Inclusão Social.

O Grupo de Pesquisa e gestão Urbana do Trabalho Organizado – GUTO -,

através do projeto “Geografia do crime de Marília: diagnósticos para uma ação social

comunitária”, com auxílio do Programa de Políticas Públicas da FAPESP (Proc.: Nº

00/01754-9) tem desenvolvido diversas pesquisas relacionados aos aspectos da

violência

na cidade de Marília. Dentre estas pesquisas destacamos a de vitimização e aquela que

resultou no Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia, intitulada “Marília – SP:

aspectos da qualidade de vida objetiva e a criminalidade” (Dez/2000), elaborada por Alam

Gualberto Teixeira. Estes trabalhos realizaram um diagnóstico relativo a alguns aspectos

da violência e da criminalidade em Marília.

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Estes trabalhos, já haviam identificado as áreas de maior ocorrência da

criminalidade no município. Foi a partir destes trabalhos realizados pela equipe coordenada

pela Profa. Dra. Sueli Andruccioli Felix que o bolsista pesquisador Alam Gualberto

Teixeira elaborou as tabelas, bem como efetuou os cálculos das variáveis que

selecionamos.

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

tem como concepção de violência, aquele elaborado por Chauí (1999). Deste modo, este

projeto tem em conta que a criminalidade se encerra nesta concepção, Assim, a Dimensão

Vulnerabilidade, seguramente, não se esgota nas duas variáveis escolhidas, todavia elas

servem como ponto de partida para adentrarmos neste complexo universo da violência e,

conseqüentemente, da criminalidade.

Os Índices da Exclusão/Inclusão Social dessas duas variáveis além de

confirmarem as constatações dos levantamentos efetuados pelo GUTO e, criam a partir

delas, uma mensuração dos treze setores em relação à criminalidade.

Conforme Gualberto (2002) já havia identificado, os setores com maior

número de residências vítimas de crimes contra o patrimônio por mil habitantes foram as

seguintes, por ordem decrescente de incidência: Sudoeste, Centro Sul, Centro Leste,

Sudeste Centro Norte, Centro , Centro Oeste e Nordeste (p.65).

Os resultados do cálculo dos Índices verificamos que há uma inversão no

ranking dos setores, pois, aqueles setores que haviam apresentado desempenho positivos e

Índices de Inclusão Social, passaram para níveis mais excluídos, ou seja, com essas

variáveis selecionadas, os setores com pessoas ricas e com maior rendimento, possuem

Índices de Exclusão Social, nesses aspectos.

O interessante a ser observado é os resultados que obtivemos com essas

variáveis, cuja impressão mais imediata é a de que os setores excluídos nesta Dimensão

Vulnerabilidade são os setores que apresentam maior Vulnerabilidade de Marília ou

quando vista sob a ótica do Indicador População em Risco, teríamos então os setores onde

se encontra a maior incidência de pessoas em situação de risco.

A importância da elaboração do “Mapa” é a possibilidade que o projeto oferece

em colocar em discussão com a população conceituações e idéias como a acima descrita.

Isto porque, perguntaríamos: o que é uma População em Risco? Como podemos ampliar o

conceito de População em Risco? Quais as variáveis mais adequadas para isto?

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Nesta perspectiva o conceito de violência adquire um fórum público e ganha

novos elementos de discussão, ampliando o debate para além das punições ou repressões

legitimadas pelo Estado. A violência, assim como a criminalidade, passa para o domínio da

sociedade, enquanto tema da questão social, deixando de tomar como eixo central na

discussão da violência e criminalidade a esfera policial ou institucional.

O “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” parte do

pressuposto que a exclusão/inclusão social é um predicado relativo ao contexto social, não

se estabelece a priori limiares de exclusão. Os índices podem ser utilizados na produção de

uma cartografia temática que possa contribuir para elucidar as diferenças e as

desigualdades sócio-espaciais intra-urbana (ver Nahas, 2000). Para além desta cartografia

temática e concomitante a ela, a criação de espaços públicos livres e democráticos pode

ampliar nossa compreensão sobre a violência e da criminalidade em nossa sociedade.

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 16: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em risco – Vítimas crimes contra o patrimônio Tabela 16: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em risco – Vítimas crimes contra o patrimônio

Descrição Nº do Setor Crimes contra patrim. Índice Exclusão/Inclusão

Sudoeste 9 57,08 0

Centro Sul 4 52,52 0,108

Centro Leste 12 40,4 0,394

Sudeste 11 37,74 0,457

Centro Norte 2 36,93 0,476

Centro 1 29,23 0,658

Centro Oeste 3 28,29 0,680

Nordeste 13 27,59 0,697

Leste 5 24,09 0,780

Oeste 8 23,99 0,782

Norte 7 22,82 0,810

Sul 10 15,65 0,979

Noroeste 6 14,77 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 17: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em risco – Vítimas crimes contra a pessoa. Tabela 17: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – População em risco – Vítimas crimes contra a pessoa.

Descrição Nº do Setor Crimes contras pessoas

Índice Exclusão/Inclusão

Norte 7 11,72 0

Nordeste 13 11,23 0,061

Sudoeste 11 10,38 0,166

Centro Oeste 3 9,48 0,277

Centro 1 9,08 0,327

Sul 10 8,71 0,373

Centro Sul 4 8,29 0,425

Noroeste 6 8,05 0,454

Centro Norte 2 7,27 0,551

Oeste 8 7,15 0,566

Centro Leste 12 5,86 0,725

Leste 5 4,98 0,834

Sudeste 11 3,64 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 18: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão Vulnerabilidade Tabela 18: Índice de Exclusão/ Inclusão Social – Dimensão Vulnerabilidade

Descrição Nº do Setor Vulnerabilidade Índice Exclusão/Inclusão

Sudoeste 9 0,166 0

Centro Sul 4 0,532 0,253

Nordeste 13 0,758 0,409

Norte 7 0,810 0,445

Centro Oeste 3 0,958 0,547

Centro 1 0,985 0,566

Centro Norte 2 1,027 0,595

Centro Leste 12 1,119 0,659

Oeste 8 1,348 ,816

Sul 10 1,352 0,819

Noroeste 6 1,454 0,890

Sudeste 11 1,457 0,892

Leste 5 1,614 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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3.5. Índice da Exclusão/Inclusão Social de Marília

O projeto “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”

tem por opção metodológica inserir-se, como uma ferramenta de trabalho, em dois campos

de atuação muito distintos e próximos: o da política, no seu sentido mais amplo, e no da

cidadania.

Este parâmetro serve para o balizamento dos limites institucionais que,

necessariamente, deve ser interposto pela população às instituições públicas participantes

deste processo de democratização. Pois, o “Mapa” é uma poderosa ferramenta que pode

democratiza-las e torná-las mais legítimas as discussões e deliberações sobre os principais

problemas da cidade, sobre o controle do orçamento público e na determinação de

prioridades de investimentos públicos, pela população, de modo geral.

Enquanto ferramenta, o “Mapa” define de forma preliminar as áreas ou setores

mais excluídos, bem como os mais incluídos. Nesta primeira versão, elaborada em Marília,

a cartografia temática produzida delimitou os setores mais excluídos e os mais incluídos de

acordo com os cálculos com as variáveis selecionadas, resultando em uma primeira

imagem da exclusão/inclusão social de Marília.

Dentro dos níveis inferiores dos Índices da Exclusão/Inclusão Social estão

demarcadas três áreas assim compostas pelos setores:

a maior área e mais excluída está constituída pelos Setores Norte e

Nordeste, com Índices situados entre o valor mínimo 0 (zero) e 0,25;

uma área menor, mas situada no mesmo nível inferior ou mais excluída o

Setor Centro Oeste, com o Índice 0,022 e ainda,

a terceira área, também situada no nível de valor mínimo de exclusão,

compreendida pelo Setor Sul com o Índice 0,141.

Os cálculos dos Índices da Exclusão/Inclusão Social definiram como setores

situados em níveis intermediários os setores assim distribuídos:

os setores situados na faixa de valor intermediária inferior de exclusão com

Índices entre 0,25 e 0,50 e mais próximo do nível intermediário, estão: Setor

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Noroeste com 0,367; o Setor Oeste com 0,472 e o Setor Centro Norte com

0,491;

os setores situados no nível intermediário da exclusão/inclusão com Índices

entre 0,50 e 0,75, estão: o Setor Centro Leste com 0,570; o Setor Centro Sul

0,689 e o Setor Centro com 0,693;

os setores situados no nível intermediário superior da inclusão com Índices

entre 0,75 e 1 (um), estão: o Setor Sudoeste com 0,779 e o Setor Leste com

0,798 e ainda,

o setor situado na faixa de valor máximo de inclusão, com Índice de

Inclusão Social de valor 1 (um), está o Setor Sudeste com 1 (um).

Obviamente os resultados encontrados não se colocam como valores absolutos

ou imutáveis, pois o “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília”,

como instrumento ou ferramenta de mensuração de caráter democrático e aberta ao debate

avaliativo, tem desenhado no seu desenvolvimento futuro a necessidade da sua discussão

pública, retificadora e, principalmente, a tarefa de aprimorar esta ferramenta de

mensuração da cidade.

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE

MARÍLIA Mapa 19: Índice de Exclusão/ Inclusão Social

Tabela 19: Índice de Exclusão/ Inclusão Social

Descrição Nº do Setor Discrepância Índice Exclusão/Inclusão

Norte 7 1,036 0

Nordeste 13 1,086 0,022

Centro Oeste 3 1,099 0,028

Sul 10 1,354 0,141

Noroeste 6 1,865 0,367

Oeste 8 2,103 0,472

Centro Norte 2 2,146 0,491

Centro Leste 12 2,326 0,570

Centro Sul 4 2,593 0,689

Centro 1 2,602 0,693

Sudoeste 9 2,799 0,779

Leste 5 2,841 0,798

Sudeste 11 3,297 1

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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MAPA DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA DE MARÍLIA Mapa 20: Índice de Setores – Autonomia, Habitalidade, Qualidade de Vida e Vulnerabilidade. Índice de Exclusão/ Inclusão Social Tabela 20: Índice de Setores – Autonomia, Habitalidade, Qualidade de Vida e Vulnerabilidade. Índice de Exclusão/ Inclusão Social

Dimensões e Exclusão/ Inclusão Social

Setores Autonomia Habitabilidade Qualidade de Vida

Vulnerabilidade Índice

Exclusão/Inclusão

1. Centro 0,556 1 0,480 0,566 0,693

2. Centro Norte

0,557 0,618 0,375 0,595 0,491

3. Centro Oeste

0 0,552 0 0,547 0,028

4. Centro Sul 0,886 0,854 0,599 0,253 0,689

5. Leste 0,731 0,385 0,724 1 0,798

6. Nordeste 0,307 0,178 0,490 0,89 0,367

7. Norte 0,107 0 0,484 0,445 0

8. Oeste 0,168 0,222 0,897 0,816 0,472

9. Sudoeste 1 0,799 1 0 0,779

10. Sul 0,004 0,113 0,418 0,819 0,141

11. Sudeste 0,886 0,74 0,810 0,892 1

12. Centro Leste

0,459 0,76 0,448 0,659 0,57

13. Nordeste 0,044 0,343 0,291 0,409 0,022

Fonte; Censo Demográfico 2000 – FIBGE Elaboração: G.U.T.O. – cálculo (Alam G. Teixeira) Diagramação: Raphael T. Garcia

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4. Breve análise geral da conjuntura das favelas.

"A cidade. Os modernos quase que completamente esqueceram o verdadeiro sentido desta palavra: a maior parte confunde as construções materiais de uma cidade com a própria cidade e o habitante da cidade com um cidadão. Eles não sabem que as casas constituem a parte material, mas que a verdadeira cidade é formada por cidadãos."

Jean-Jacques Rousseau in O Contrato Social 4.1. Entendemos a Moradia como Direito de Cidadania

No Brasil a miserabilidade, o desemprego, a insalubridade, a exclusão social,

ficam nu na visão das moradias indignas de milhões de brasileiros. Conforme documento

informativo da 1ª Conferência Nacional das cidades “...as cidades brasileiras são

caracterizadas pelas suas peculiaridades, onde os problemas urbanos são na verdade

decorrentes de modelos ultrapassados de gestão autoritária e da falta de planejamento –

que levam a um crescimento desordenado e agressivo ao meio ambiente – bem como da

insuficiência de recursos direcionados ao provimento da mínima infra-estrutura para que a

população possa viver com dignidade”.

Os centros urbanos de médio e de grande porte são marcados por uma

significativa periferização que, é agravada pela dificuldade do acesso à terra, e que vem

favorecendo a ocupação informal do solo urbano, estando presente a cidade legal, que no

Brasil e nas cidades de médio porte não é a cidade, pois grande parte de nossos

assentamentos humanos são irregulares.

No Brasil observamos uma radiografia dramática, segundo várias pesquisas

como do SNIU, IBGE entre outras fontes o número de moradores em favelas passou de

2.248.336 para 5.020.517 em apenas uma década – de 1980 a 1990. O último censo reitera

de maneira mais nítida esse crescimento da desigualdade, da exclusão social no país: nas 8

(oito) principais regiões metropolitanas as periferias cresceram 30%, nos últimos 10 (dez)

anos, enquanto as áreas mais ricas cresceram (5%).

“Viver em risco” – é a tragédia permanente de viver em moradia indigna, sem

acesso a água, esgotos, transportes eficientes, saúde e, finalmente sem segurança, com a

violência avançando até como resultado das precárias condições de vida, da população.

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Aqui está presente a “cidade oculta”, representada pelas moradias ilegais, que têm um

“custo alto” ou “um preço alto”, uma vez que é a única alternativa para vários brasileiros

em particular para milhares de marilienses.

Esses habitantes necessitam de moradia/domicílio, essa moradia indigna é,

involuntariamente, um forte agente agressor do meio ambiente, com todas as suas

conseqüências (desarmoniosas) desastrosas para a qualidade de vida da população. É

necessário, com urgência investimentos, que impeçam o avanço desse quadro de

deterioração e comecem a reverte-lo; certamente deveremos contar com o apoio e o

envolvimento de toda sociedade.

Pensarmos o exercício da cidadania é remetermos à inclusão social, na qual o

Estado tem um papel fundamental, mas não exclusivo e a sociedade civil é determinante

em sua concretização, sendo um envolvimento indispensável, para que o direito à moradia

e às cidades integre a construção de um projeto social concreto, suprindo a falta de

moradia, alterando também, de maneira decisiva os mecanismos que geram ao principais

problemas urbanos, a violência, a marginalidade, a exclusão social, buscando assim, a

construção de um sólido tecido social e de uma sólida democracia.

As - favelas ou as habitações sub-normais - possuem a seguinte classificação

segundo o IBGE: - as favelas são consideradas aglomerados com no mínimo 51 domicílios,

que ocupam terreno de propriedade alheia (público ou particular), sua disposição se

apresenta de forma desordenada e precária, carentes, na sua maioria, de serviços públicos

essenciais e - as habitações sub-normais: são as que não oferecem condições de segurança,

durabilidade, tamanho, higiene.

Para o Mapa da Exclusão/Inclusão social e qualidade de vida de Marília,

consideramos favela, as habitações, em Marília, que apresentam visível empobrecimento

da cidade e o surgimento de favelas e o alargamento da periferia urbana da cidade, teve

um processo iniciado no final da década de 70, e se consolidando nos anos 90.

A expansão do número de favelas fez emergir, na cidade, um processo de

segregação espacial, pelo qual, milhares de pessoas passaram a viver em espaços de risco,

sem a mínima infra-estrutura, constituindo-se num dos principais problemas urbanos de

Marília e expressando fisicamente o aprofundamento das desigualdades e da exclusão

social.

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A “favelização” adquire inquestionável relevância, visto que constatações desse

quilate sempre estiveram acompanhadas de propostas, de soluções e ações limitadas ou, na

pior das hipóteses, duvidosas. Além disso, o poder público processa explicações apressadas

e de fácil aceitação pela opinião pública.

O recadastramento das favelas da cidade de Marília foi realizado em parceria

com a Secretaria do Bem Estar Social, sob a coordenação dos responsáveis pelo Mapa da

Exclusão/Inclusão social e qualidade de vida de Marília.

Atualmente, são 17 (dezessete) favelas e, aproximadamente, 6.000 (seis mil)

pessoas nelas habitando. Esse fenômeno está ocorrendo fora do eixo mais dinâmico da

principal economia do estado de São Paulo4, constituindo-se em exemplo significativo da

pobreza urbana.

Todas essas favelas cujo processo de ocupação, foi diretamente ou

indiretamente avalizado pelo poder público local, encontram-se situadas em áreas públicas.

Ao contrário dos grandes centros, em Marília, nunca houve um movimento de favelados

que promovesse ocupações em larga escala, porém o próprio poder público, sem

estabelecer uma política para o setor, foi instalando ou estimulando a ocupação dessas

áreas.

A questão implícita às constatações observadas não diz respeito somente ao

papel do Estado perante a sociedade, mas aos aspectos sociais mais amplos, com relação

aos limites delineados às desigualdades sociais, à exclusão social e à cidadania.

O Instituto do Habitat, ligado à ONU (Organização das Nações Unidas),

divulgou o estudo mais completo já realizado sobre o assunto. A população mundial de

favelados deve dobrar até o ano de 2030 e chegará a 2 bilhões de pessoas Hoje, 1 bilhão de

pessoas vivem em favelas – esse número corresponde a um terço da população urbana do

planeta, o que significa que de cada seis pessoas, uma mora em favela.

De acordo com o relatório, a tendência é que a situação se agravará nos

próximos anos. Kofi Annan, secretário-geral da ONU, chama o fenômeno de “urbanização

da pobreza” e coloca que este processo é o resultado do crescimento rápido e desordenado

das cidades em países em desenvolvimento.

Cerca de 60% dos moradores de favela do mundo vivem na Ásia. Na África,

estão 24%, e na América Latina, 14%. A maioria das favelas latino-americanas está no 4 O município de Marília está localizado na segunda Região mais pobre do estado de São Paulo.

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Brasil. De acordo com o IBGE, 6,5 milhões de brasileiros estão nas chamadas “habitações

subnormais”, que são as moradias não legalizadas.

Entendemos que a pobreza, desigualdade, exclusão social e miséria no Brasil,

particularmente na cidade de Marília, não estão associadas à escassez de recursos e sim a

necessidade de definir uma estratégia de políticas públicas, que priorizem a redução dessas

desigualdades e melhor qualidade de vida.

Acreditamos que a análise dos dados das favelas abrirá novos e relevantes

caminhos para a análise das questões urbanas e sociais, uma vez que temas como pobreza,

desigualdade, mercado de trabalho, condições de vida entre outros, poderão num futuro

próximo, receberem um vigoroso impulso através das informações levantadas.

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Considerações finais

A tarefa da construção do “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de

vida de Marília” é, sem dúvida, uma obra que sempre estará sendo construída e

reconstruída, tendo em vista a participação da população discutindo e deliberando acerca

dos resultados e dos processos que fundamentam a existência de um trabalho desta

natureza.

Sem eufemismos pode-se afirmar que o aspecto multidimensional deste projeto

caracteriza as possibilidades que o “Mapa” pode abrir para a sociedade, principalmente no

que se refere à mobilização dos diversos segmentos sociais, à abertura de novos espaços

públicos para discussão dos problemas da cidade e para pensar a cidade. E, posto como um

horizonte aberto, a possibilidade de implantação do orçamento participativo, completando

a função instrumental desse tipo de medida da cidade.

Portanto, para pensar e definir a cidade que queremos é necessário levar em

conta os eficientes instrumentos que estão disponíveis, para qualquer cidadão, em qualquer

instituição pública, quais sejam: o “Mapa da exclusão/inclusão social”, a planificação

urbana orientada pelo Estatuto da Cidade e, para completar, o Orçamento Participativo.

Esta tríade de ferramentas quando articulada numa prática política democrática

colocará em evidência os reais problemas urbanos e, porque não os problemas das

ultrapassadas formas de gestão pública que negam o “público”, pela centralização de poder

e, conseqüentemente, os recursos existentes.

Para o “Mapa da exclusão/inclusão social e qualidade de vida de Marília” o

principal esforço será o de superar a “máquina discursiva” de poderosa e fácil veiculação

ideológica produzida nas várias dimensões da vida social pelos indivíduos que detém

alguma forma de poder e saber na cidade de Marília. Ou seja, é a existência desta

“máquina discursiva” responsável em certo sentido pela desmobilização e formação de

uma “blindagem” ideológica entorno do poder público. O “Mapa” serve à desconstrução

desta “máquina discursiva”, na medida em que propõe uma outra realidade municipal

possível, formulada a partir de uma desconcentração e descentralização do poder local.

O “Mapa” per si não produz “milagres” urbanos, pois será necessário empenho

democrático coletivo para formular propostas que viabilizem uma outra realidade

municipal possível.

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ANEXOS – Tabelas e Gráficos – Favelas

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