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IV Simpósio Brasileiro de Geomática – SBG2017
II Jornadas Lusófonas - Ciências e Tecnologias de Informação Geográfica - CTIG2017 Presidente Prudente - SP, 24-26 de julho de 2017
p. 119-125
L. E. C. Souza; N. N. Imai; M. H. Shimabukuro; M. L. B. T. Galo ISSN 1981-6251
MAPA DE SUSCEPTIBILIDADE A VAZAMENTOS NA REDE DE
DISTRIBUIÇÃO D’ÁGUA DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP BASEADO
NA TÉCNICA AHP
LUIZ EDUARDO CHRISTOVAM DE SOUZA
NILTON NOBUHIRO IMAI
MILTON HIROKAZU SHIMABUKURO
MARIA DE LOURDES BUENO TRINDADE GALO
Universidade Estadual Paulista - Unesp
Faculdade de Ciências e Tecnologia - FCT
Departamento de Cartografia, Presidente Prudente – SP
{nnimai, miltonhs, mlourdes}@fct.unesp.br
RESUMO – O controle de perdas é um desafio importante enfrentado pelas empresas de saneamento, visto
que recursos financeiros alocados na captação, tratamento e distribuição são desperdiçados, com a perda
d'água no caminho reservatório-cliente. Dentre as atividades realizadas para minimizar as perdas, está a de
manutenção preventiva. Contudo, decidir onde realizar essa atividade é uma tarefa complexa, visto que
diversos são os fatores relacionados às falhas na rede. Com o propósito de escolher, de modo lógico e
hierárquico, os locais onde a manutenção preventiva deve ser realizada, foi empregada a técnica Processo
Analítico Hierárquico (AHP, do inglês). Esse método permitiu determinar pesos aos fatores: diâmetro,
material, setores de abastecimento, declividade e hipsografia. A partir dos pesos gerados e de álgebra de
mapas foi produzido o mapa de susceptibilidade a vazamentos na rede de distribuição d'água de Presidente
Prudente. Baseado em uma escala de classificação de risco foi verificado que 7,2% da rede apresenta baixo
risco a vazamentos, 89,4% risco moderado e 3,4% alto risco.
Palavras chave: Análise Multicritério, Processo Analítico Hierárquico, Rede de distribuição d’água,
Controle de perdas.
ABSTRACT – The control of losses is an important challenge to water supply companies, due to the
financial resources invested on captation, treatment and distribution are wasted, with the water losses on
the path from water source to consumer spots. Many activities are realized with the objective of minimize
the losses, one of them is to perform the preventive maintenance. However, deciding where to do this
activity is complex task, since several factors are related with pipelines fails. Intending to choose suitable
places to perform the preventive maintenance in a logic and organized way, was applied the multi-criteria
decision technique, Analytic Hierarchy Process (AHP). This method allowed to determine weights to the
factors used (map layers): diameter, material, supply sector, declivity and hypsography. Using the weights
determined by the AHP and map algebra, a susceptibility map of leaks in the water distribution network of
Presidente Prudente was built. Based on a risk classification scale was verified that 7.2% of the network
has low failing risk, 89.4% has moderate risk and 3.4% has high risk.
Key words: Multi-criteria Analysis, Analytical Hierarchy Process, Water distribution system, Water losses
control.
1 INTRODUÇÃO
O controle de perdas integra as atividades da
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp) desde a década de 90 (Sabesp, s.d.). A empresa
objetiva minimizar as perdas físicas (perdas d’água)
reduzindo o número de vazamentos na rede, que segundo
Cheong (1991) é o principal responsável pelas perdas reais.
Com o propósito de controlar as perdas reais, a Sabesp
adota ações como o controle da pressão interna da rede, a
manutenção rápida em locais com vazamentos visíveis,
identificar e realizar manutenção de vazamentos não
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visíveis e realizar a troca seletiva de redes e ramais em
áreas que podem vir a apresentar falhas (Yoshimoto, 2006).
Métodos acústicos são utilizados para pesquisar
locais em que há presença de vazamentos não visíveis,
contudo esses procedimentos exigem a inexistência de
ruídos sonoros (Hunaidi et al., 2004), o que é improvável
em cidades de grande e médio porte como Presidente
Prudente. Técnicas acústicas ainda têm como
inconvenientes: a obrigatoriedade do caminhamento total
da rede, a necessidade de um profissional experimente para
realizar o procedimento, e a impossibilidade de detectar
locais de prováveis falhas, o que, segundo Leu e Bui
(2016), é um dos maiores desafios das companhias de
saneamento básico.
Em Presidente Prudente, os locais em que as
manutenções preventivas devem ser realizadas são
determinados por meio de mapas de vazamentos, os quais
indicam as regiões em que a incidência de falhas é maior.
Entretanto, essa metodologia negligencia os diversos
agentes relacionados a possíveis falhas na rede de
distribuição d’água.
Segundo Lijuan et al. (2012), vários fatores têm
correlação com as falhas na tubulação, dentre eles é
possível citar a pressão interna da rede, data de
assentamento da tubulação, tipo de material, diâmetro e
corrosão. Assim, com o propósito de incorporar outros
fatores na caracterização dos locais susceptíveis a
vazamentos na rede de distribuição d’água de Presidente
Prudente, foi adotada a análise multi-critério, processo
analítico hierárquico (AHP) aplicado juntamente com
álgebra de mapas.
O AHP é uma ferramenta de suporte a tomada de
decisão e é útil em aplicações em que múltiplos fatores
devem ser ponderados no processo decisório (Chen et al.,
2010).
Os fatores empregados na determinação dos locais
susceptíveis a vazamentos na rede d’água de Presidente
Prudente foram: diâmetro, material, setores de
abastecimento, declividade e hipsografia. As justificativas
para a seleção e os pré-processamentos aplicados aos
fatores são apresentadas no decorrer do trabalho, que está
estruturado da seguinte forma: a Seção 2 apresenta o
método AHP, a Seção 3 trata dos fatores (planos de
informação, PI) utilizados no processo decisório, a Seção
4 expõe os procedimentos realizados para gerar o mapa de
susceptibilidade a vazamentos, e por último, na Seção 5 são
feitas as conclusões sobre a aplicação da técnica em prol
do controle de perdas.
2 PROCESSO ANALÍTICO HIERÁRQUICO
O AHP foi apresentado em Saaty (1978), o qual
mostrou que é possível chegar a resposta de uma questão
complexa por intermédio de uma estrutura lógica e
hierárquica. O uso desse método possibilita determinar as
importâncias relativas dos fatores que façam parte do
processo decisório. Os pesos determinados são aplicados
aos elementos de cada fator com o propósito de que o
resultado indique a melhor solução para a problemática
analisada.
Segundo Saaty (2008), para efetuar a tomada de
decisão de forma organizada, deve-se adotar os seguintes
procedimentos: delimitar o problema, definir a hierarquia
entre os fatores que influenciam a escolha, construir a
matriz de comparações pareadas entre esses fatores,
verificar a consistência dessa matriz, determinar o peso de
cada um dos fatores e aplicá-los sobre os elementos dos
fatores com o objetivo de realizar a tomada de decisão.
As comparações pareadas são feitas com o
propósito de determinar a importância que um fator tem em
relação ao que é comparado, o que permite construir a
matriz de comparações pareadas. As linhas e colunas dessa
matriz indicam os fatores pertinentes ao processo
decisório, e o valor presente na posição (i,j) da matriz,
indica a importância do elemento i sobre o j. As
importâncias utilizadas para construir essa matriz seguem
a escala determinada em Saaty (1980) e que é apresentada
no Quadro 1.
Quadro 1 - Escala de importância da matriz de
comparações. Adaptado de Saaty (1980).
Valor de importância Definição
1 Mesma importância
3 Importância moderada
5 Importância forte
7 Importância muito forte
9 Importância extrema
2, 4, 6, 8 Valores intermediários
Construída a matriz de comparações pareadas, é
necessário calcular o índice de consistência (IC), Equação
1, e a razão de consistência (RC), Equação 2.
IC =
λmáx - n
n - 1 (1)
onde: λmáx é o maior autovalor da matriz de comparações
pareadas elevada ao seu posto; e n é o número de fatores
utilizados na tomada de decisão.
RC =
IC
IA (2)
onde: IA é a inconsistência aleatória.
A IA depende da quantidade de elementos
considerados na tomada de decisão. Os valores de IA
utilizados em aplicações com até 6 elementos são
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Índice de consistência aleatória. Adaptado de
Saaty (1980).
n 1 2 3 4 5 6
IA 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24
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Para que a matriz de comparações seja considerada
consistente e os pesos determinados para os fatores possam
ser considerados consistentes entre si, o valor de RC deve
ser inferior a 0,10. Caso contrário, o processo deve ser
refeito a partir da etapa de comparações pareadas.
O peso de cada fator é determinado com a Equação
3, descrita em Saaty (2008). Esses devem ser aplicados
sobre os elementos que integram cada um dos fatores para
assim ser indicada a escolha ideal.
P(i) =
∑ M(i,j)nn
j=1
∑ ∑ M(k,j)nn
j=1nk=1
(3)
onde: P(i) é o peso que fator i exerce no processo de
decisão; M(i,j) é o elemento da matriz de comparações na
linha i e coluna j; e n é o posto da matriz de comparações.
A técnica AHP é adequada para aplicações que
envolvem diversos fatores decisivos. Portanto, também é
pertinente na construção de mapas de susceptibilidade, que
frequentemente são construídos a partir de grande
quantidade de dados e envolvem diversos fatores (Kordi,
2008). Nesse caso os fatores decisórios são planos de
informação espacial (PI) que devem ser padronizados, ou
seja, ter seus elementos (classes) associados a valores que
variam de 0 à 1, de acordo com o risco associado a classe,
sendo que 0 indica risco inexistente e 1 aponta risco
máximo.
Por meio de álgebra de mapas os pesos
determinados devem ser aplicados sobre os PI para se obter
o mapa de susceptibilidade utilizado no processo decisório.
Uma revisão do AHP aplicado a informações geográficas
é encontrada em Chandio et al. (2013).
3 PLANOS DE INFORMAÇÃO
Os PI definidos como relevantes para a aplicação
apresentada são os elementos que têm associados a eles o
risco de falha na rede de distribuição d’água.
Neste trabalho foram representados os PI, diâmetro,
material e setores de abastecimento gerados a partir de
dados vetoriais disponibilizados pela Sabesp, além dos PI
declividade e hipsografia que foram produzidos a partir do
modelo digital de superfície adquirido pela Shuttle Radar
Topography Mission (SRTM).
Os componentes vetoriais da rede de distribuição
d’água apresentavam em seus atributos dentre outros
campos, os referentes às variáveis material, diâmetro,
pressão e data de instalação. Segundo Rajani e Kleiner
(2001), esses elementos estão relacionados a possíveis
falhas na rede de distribuição d’água, portanto são
pertinentes ao caso proposto. Contudo, após a análise da
tabela de atributos foi observado que grande parte dos
campos referentes a pressão e data de instalação não
estavam preenchidos. Diante disso, decidiu-se selecionar
os atributos: material e diâmetro. Para isto, foram aplicadas
duas classificações sobre a representação da rede de
distribuição d’água, gerando os vetores material e
diâmetro, com suas classes definidas pelos valores
existentes em cada um desses campos.
Tal como a representação da rede de distribuição
d’água, uma representação vetorial dos setores de
abastecimento foi disponibilizada pela Sabesp. O emprego
dessa informação justifica-se pelo fato de que os limites de
cada setor de abastecimento indicam a região que têm o
mesmo reservatório como fonte de abastecimento, portanto
é possível supor que a água presente na rede de distribuição
de cada setor apresenta as mesmas características químicas,
que segundo Rajani e Kleiner (2001) é outra variável que
influência a deterioração da tubulação devido a corrosão.
Os PIs que representam material, diâmetro e setores
de abastecimento constituem dados do tipo discreto, sendo
assim a padronização desses foi realizada atribuindo
valores de 0 à 1, com base no nível de risco associado a
cada uma das classes existentes nesses PI. Os valores
utilizados na padronização desses dados são apresentados
no Quadro 2.
Para padronizar os PI diâmetro e material, foram
utilizados os conhecimentos de um especialista em
saneamento. Ao PI diâmetro foram associados os maiores
valores, considerando que em redes com tubos de menor
diâmetro, a frequência de falhas é maior. Já os valores de
padronização do PI material foram determinados de acordo
com os problemas vivenciados na cidade de Presidente
Prudente.
Quadro 2 - Valores de padronização dos dados discretos. Fonte: Autores.
VALOR DIÂMETRO MATERIAL SETORES DE ABASTECIMENTO
0,0 - - A. Shiraiwa / A. Cohab
0,1 300 / 350 / 400 / 500 conc B. Shiraiwa / B. Formosa (1) / B. Cohab (1)
0,2 - - B. Pioneiros (2) - Marechal
0,3 200 / 250 - B. Formosa (3) / A. Pioneiros / Alto Eta
0,4 - pead / desconhecido A. Marcondes / B. Aviação
0,5 - - B. Pioneiros (3) – Luiz Cunha / B. Cohab (2)
0,6 - pvc A. Formosa
0,7 - - B. Formosa (2)
0,8 125 / 150 fofo / defofo / fg A. Aviação
0,9 60 / 62 / 75 / 100 - B. Eta
1,0 0 / 12 / 20 / 25 / 32 / 40 / 50 ca B. Pioneiros (1) – Marechal / B. Marcondes
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A padronização do PI setores de abastecimento foi
realizada de acordo com o número de ocorrências de
vazamentos em cada setor, assim foram associados os
maiores valores aos setores que registraram mais falhas.
Realizada a padronização dos PI mencionados,
esses foram convertidos para o formato matricial com
resolução espacial de 5 metros. Os planos de informação
diâmetro, material, e setores de abastecimento
padronizados, são apresentados nas Figura 1, 2 e 3,
respectivamente.
Figura 1 - PI diâmetro padronizado. (Fonte: Autores).
Figura 2 - PI material padronizado. (Fonte: Autores).
Figura 3 - PI setores de abastecimento padronizado. (Fonte:
Autores).
Na Figura 1 é possível verificar que o PI diâmetro
padronizado se concentra no valor 1, isso é decorrente da
tubulação da rede de distribuição d’água de Presidente
Prudente apresentar o diâmetro de 50 milímetros de forma
predominante em sua extensão.
Já na Figura 2 é possível constatar uma maior
variação nos valores, pelo fato da rede de distribuição
d’água apresentar uma variabilidade maior em relação ao
tipo de material utilizado. Ainda assim há uma
predominância do tipo pvc, seguida pelas redes dos tipos
defofo, fofo e fg.
A partir do MDS SRTM 1 Arc-Second Global,
foram gerados os PI declividade e hipsografia, o primeiro
indica a declividade e o segundo a altitude ortométrica na
cidade de Presidente Prudente. O uso desses PI é
fundamentado no fato de que a pressão d’água na rede está
diretamente relacionada com a variação do relevo.
Tanto o PI declividade quanto o hipsografia
apresentam dados do tipo contínuo, portanto a
padronização foi realizada por meio de funções fuzzy.
A padronização do PI declividade foi realizada por
meio da Equação 4. Essa transformação associa os maiores
valores às regiões em que a declividade também é maior.
O PI declividade padronizado é apresentado na Figura 4.
Dp=
{
0, se D0 < 5
1- cos2 ((π
2) (
D0-5
30-5)) , se 5 ≤ D0 ≤ 30
1, se D0 > 30
(4)
onde: Dp é a declividade padronizada e D0 é a declividade
original.
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Figura 4 - PI declividade padronizado. (Fonte: Autores).
A padronização do PI hipsografia foi realizada a
partir da Equação 5. Essa padronização relaciona as áreas
de maior altitude com os menores valores. O PI hipsografia
padronizado é apresentado na Figura 5.
Hp=
{
0, se H0 > 490
cos2 ((π
2) (
H0-390
490-390)) , se 390 ≤ H0 ≤ 490
1, se H0 < 390
(5)
onde: Hp é o valor da altura padronizada; e H0 é o valor de
altura no PI hipsografia original.
Figura 5 - PI hipsografia padronizado. (Fonte: Autores).
4 MAPA DE SUSCEPTIBILIDADE
Seguindo os procedimentos do método AHP para a
construção do mapa susceptibilidade, foi necessário
realizar a comparação pareada entre as variáveis
explicativas. Essas comparações foram realizadas com o
auxílio de um especialista em saneamento e assim foi
construída a matriz de comparações pareadas, que é
apresentada na Equação 6.
Dia Mat SAbas Dec Hip
(6)
Dia 1 1/5 3 1/3 1/3
Mat 5 1 7 3 3
SAbas 1/3 1/7 1 1/5
1/7
Dec 3 1/3 5 1 1/3
Hip 3 1/3 7 3 1
onde: Dia corresponde ao PI diâmetro, Mat ao PI material,
SAbas ao PI Setores de Abastecimento, Dec ao PI
declividade e Hip ao PI hipsografia.
Na sequência verificou-se que a matriz pode ser
considerada consistente, visto que o valor de RC, calculado
pela Equação 2, foi de 0,059, logo inferior ao limiar do
critério de consistência. A partir dessa verificação, por
meio da Equação 3, foi calculado o peso de cada um dos
PI, os quais são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 - Pesos calculados pelo método AHP
Plano de Informação Peso
Diâmetro 0,081
Material 0,456
S. Abastecimento 0,037
Declividade 0,158
Hipsografia 0,266
Conhecendo a importância que cada PI tem no
processo decisório, foi possível por meio de álgebra de
mapas (Equação 7), construir o mapa de susceptibilidade a
vazamentos na rede de distribuição d’água de Presidente
Prudente, o qual é apresentado na Figura 6.
Risco = 0,081(Dia)+0,456(Mat)+
+0,037(SAbas)+0,158(Dec)+ 0,266(Hip) (7)
onde: Dia corresponde ao PI diâmetro, Mat ao PI material,
SAbas ao PI Setores de Abastecimento, Dec ao PI
declividade e Hip ao PI hipsografia.
O mapa de susceptibilidade a vazamentos foi
classificado em 3 classes, baixa susceptibilidade (risco <
0,4), susceptibilidade moderada (0,4 ≤ risco < 0,7) e alta
susceptibilidade a vazamentos (0,7 ≤ risco ≤ 1,0).
Utilizando essa escala verificou-se que 7,2% da rede de
distribuição d’água de Presidente Prudente está inserida na
primeira categoria, 89,4% na segunda e somente 3,4% da
rede apresenta alta susceptibilidade a vazamentos. O mapa
de susceptibilidade a vazamentos classificado como
descrito, é apresentado na Figura 7.
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Figura 6 - Mapa de susceptibilidade a vazamentos na rede de distribuição d’água de Presidente Prudente. (Fonte: Autores).
Figura 7 - Classificação da susceptibilidade a vazamentos na rede de distribuição d'água de Presidente Prudente. (Fonte:
Autores).
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5 CONCLUSÕES
A Sabesp, mais intensamente depois da crise hídrica
que ocorreu em 2014, tem buscado controlar as perdas
d’água. Dentre as muitas práticas realizadas com esse
propósito está a manutenção preventiva da rede, que
consiste na troca de tubulações que podem vir a apresentar
problema.
Tradicionalmente em Presidente Prudente, a
seleção dos locais a realizar a manutenção preventiva é
feita por meio de mapas que indicam os locais com maior
ocorrência de vazamentos. Entretanto, essa metodologia
desconsidera fatores relacionados com a falha da tubulação
que, portanto, deveriam ser incluídos no processo
decisório. Neste trabalho, foram apresentados os PI
diâmetro, material, setores de abastecimento, declividade e
hipsografia como fatores a serem considerados na tomada
de decisão.
Os PI foram padronizados e sobre esses foi aplicada
a técnica de análise multicritério AHP, assim foi obtida a
importância de cada PI na decisão final. O PI com maior
peso foi material (0,456), já o fator que tem menor
influência na decisão final é o PI setores de abastecimento
(0,037).
Aplicando os pesos aos PI por meio da técnica de
álgebra de mapas foi construído o mapa de susceptibilidade
à vazamentos, o qual indica que a maior parte da rede de
distribuição d’água de Presidente Prudente apresenta risco
moderado a vazamentos.
Em trabalhos futuros há a necessidade de avaliar os
resultados, confrontando os locais de vazamentos reais
com o mapa gerado. Também há a possibilidade de
incorporar outras informações como: mapa de uso e
ocupação do solo, mapa de tráfego, data de assentamento
da tubulação e pressão média na rede, entre outros, que
devem contribuir com o processo decisório.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) por disponibilizar
os dados, utilizado no desenvolvimento deste trabalho.
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