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MAPAS CONCEITUAIS COMO UM RECURSO PEDAGÓGICO: A VERIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO PRÉVIO DOS ALUNOS FRENTE AO
ESTUDO DE CÉLULAS
Autora: Sueli de Lurdes Bratz Esser 1
Orientador: Carlos Eduardo Bittencourt Stange2 Resumo
A proposta da pesquisa refere-se a investigação sobre possíveis dificuldade
que os alunos apresentam em vincular os conhecimentos teóricos, obtidos na
escola com aqueles práticos, cotidianos adquiridos na comunidade em que
vivem. Tal pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Aurélio Buarque de
Holanda – EFM. Com o público do objeto da intervenção, os alunos da 7ª
Série, ou seja, 8º Ano Ensino Fundamental. Diante da importância da
organização do plano de trabalho docente, essencial é a existência de
estratégias pedagógicas adequadas que priorizem diferentes formas de
ensinar, aprender e avaliar, possibilitando um trabalho pedagógico que aponte
na direção da abordagem conceitual integradora. Isso leva o professor a refletir
e a aprofundar conhecimentos e, também, novas práticas pedagógicas em sala
de aula. Assim, mister ao professor apropriar-se de estratégias de ensino –
aprendizagem que privilegiem atividades que incentivem maior interesse,
propiciando a assimilação do conhecimento numa interação “professor, aluno e
conhecimento”. Sem dúvida é preciso inovar nossas aulas de ciências,
considerando que a aprendizagem ocorre nessa relação em que o aluno não é,
dicotomicamente nem ativo e nem passivo, mas sim, ativamente “interativo”.
Dinâmica. Cabe ao professor facilitar a construção de conhecimentos que
possam ser bem articulados com o uso de recursos instrumentais, os quais são
fundamentais, além de contemplar uma aprendizagem significativa e do
conteúdo. Nesta linha de trabalho, foram utilizadas estratégias de ensino como,
mapas conceituais, práticas experimentais, slides, vídeos, produção de painéis,
maquete e jogos, de modo a proporcionar envolvimento dos alunos nas
atividades, incentivando a construir novos saberes.
Palavras-chave: Ensino de Ciências; Conhecimento prévio; Mapas
Conceituais; Células; metodologias.
1 Aluna PDE – Professora do Colégio Estadual Aurélio Buarque de Holanda – EFM, Pitanga –Pr. 2 Orientador PDE - Professor Mestre da Universidade do Centro Oeste do Paraná – UNICENTRO – Guarapuava, Pr
1. INTRODUÇÃO
A utilização dos mapas conceituais como um recurso instrucional para a
contribuição na aprendizagem nas aulas de ciências é recente nas Diretrizes
Curriculares, onde, pressupõem-se, não é tão utilizado pelos professores em
sala de aula.
Neste contexto de problemas de aprendizagem, busca-se compreender
caminhos em como o professor de Ciências pode facilitar a construção
conceitual dos saberes científicos na escola.
Assim, o presente trabalho constitui-se como um apoio aos professores
de Ciências da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná, sendo
parte do processo de formação continuada do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), promovido pela Secretaria de Estado da Educação do
Paraná (SEED).
A elaboração deste material surgiu pela iniciativa de se criar um material
que promovesse a integração dos conteúdos científicos com os materiais
multimídia ao alcance da escola.
Assim, tendo em vista as orientações das Diretrizes Curriculares
Estaduais do Estado do Paraná da disciplina de Ciências, as tecnologias
disponíveis hoje nas escolas, a escassez de material destinado aos alunos e
as dúvidas dos professores quanto ao encaminhamento metodológico dos
conteúdos de natureza complexa e abstrata, definiu-se desenvolver um
material que envolvesse todos estes aspectos. O conteúdo escolhido para esta
abordagem metodológica é a Célula, dado ser esta condição básica
morfofuncional na constituição e estrutura dos seres vivos.
A célula é a unidade estrutural, morfofisiológica fundamental dos seres
vivos, desempenha inúmeras funções necessárias para a manutenção da vida.
A variabilidade gênica determina distintas funções que, por conseguinte
imprimem às células diferentes condições em tamanho, aparência e posição
estrutural, neste caso, em relação a pluricelulares. Sendo peça fundamental da
vida se alimentam, crescem, se reproduzem, convertem energia de uma forma
para outra, morrem.
Muitos estudos, trabalho e dedicação foram necessários pelos cientistas
para aperfeiçoar o desenvolvimento das técnicas histológicas a fim de obterem
maiores informações sobre a compreensão morfofisiológica da célula, pois
“todos os seres vivos são formados por células e por estruturas que elas
produzem; as células são, portanto, as unidades morfológicas dos seres vivos”.
(STROPPA, p. 1, 2013).
Independente das teorias tem-se que todas as formas de vida, sejam
elas simples ou não,
uma vez que organismos unicelulares passaram permanentemente para colônias, começaram a se especializar em funções diferentes. Esta divisão de trabalho tornou as colônias mais eficientes. Elas conseguiam crescer mais rápido do que colônias menos especializadas (MICHOD, 2013, pp 1-2)
As quais são constituídas por unidades menores denominadas células.
Segundo Junqueira (2000, p. 02), “A célula é a unidade que constitui os seres
vivos, podendo ocorrer isoladamente, nos seres unicelulares, ou formar
arranjos ordenados, os tecidos, que constituem o corpo dos seres
pluricelulares”.
O artigo fala-se muito sobre os mapas conceituais e desta forma
defende-se que todo professor precisa ter como referencial para seu trabalho
em sala de aula, uma teoria de aprendizagem. Crê-se que várias metodologias
apresentadas pelos professores não está respaldado no seu anseio consciente
de aperfeiçoar as formas de aprendizagem de seus alunos e sim convive na
ocorrência do professor, em ignorar esta teoria de aprendizagem, que sem
conhecimento busca a melhor forma de ensinar, e infelizmente sem êxito.
Para o bom andamento e a prática diária e deste trabalho, escolhemos
como referencial de aprendizagem a teoria da aprendizagem significativa de
Ausubel. Pois, segundo este autor, a aprendizagem é abundantemente
significativa à medida que um novo conteúdo é adicionado às estruturas de
conhecimento do aluno e apanha significado para ele a partir da relação com
seus conhecimentos prévios.
Dentre os contribuintes de Ausubel e de sua teoria de aprendizagem
tem-se Novak, podemos destacar que esse pesquisador além de humanizar a
teoria da Ausubel que se expunha inicialmente muito cognitivista indica um
instrumento facilitador da aprendizagem significativa, chamado de Mapas
Conceituais.
Para então, realizar as notas da construção da aprendizagem dos alunos
empregam-se os mapas conceituais. Onde representa respectivamente o
processo de disposição do conhecimento, com o estabelecimento das relações,
e o produto, por meio dos conceitos (NOVAK, 1977). Assim, ao dispor sob a
forma de um esquema os conceitos conhecidos, relacionando as noções
iniciais com outras também já conhecidas e estabelecendo uma hierarquia, o
aluno pode organizar o seu conhecimento de maneira autônoma e corrigir seu
raciocínio durante a organização do mapa.
2. MAPAS CONCEITUAIS COMO UM RECURSO PEDAGÓGICO:
Para realizar os registros da construção da aprendizagem dos alunos,
usamos os mapas conceituais. Para Novak & Gowin (1995, p. 58), “o valor
educativo [dos mapas conceituais] está no reconhecer e valorizar a mudança
no significado da experiência humana”.
Ainda para Novak (2000, p. 36) conceitos são “regularidades percebidas
em fatos ou objetos, designados por um rótulo”. Assim, ao dispor sob a forma
de um esquema os conceitos conhecidos, relacionando as noções iniciais com
outras também já conhecidas e estabelecendo uma hierarquia, o aluno pode
organizar o seu conhecimento de maneira autônoma e corrigir seu raciocínio
durante a organização do mapa.
Assim, parte-se do princípio que uma aprendizagem significativa dos
conhecimentos científicos requer a participação dos estudantes na construção
dos conhecimentos, que habitualmente são transmitidos já elaborados.
Acredita ser preciso superar o reducionismo e as visões deformadas da
natureza para que os alunos deem novo sentido às coisas que acontecem ao
seu redor, aproximando seu pensamento do científico.
O conhecimento é significativo por definição. É o produto significativo de um processo psicológico cognitivo (“saber”) que envolve a interação entre ideias “logicamente” (culturalmente) significativas, ideias anteriores (“ancoradas”) relevantes da estrutura cognitiva particular do aprendiz (ou estrutura dos conhecimentos deste) e o “mecanismo” mental do mesmo para aprender de forma significativa ou para adquirir e reter conhecimentos (AUSUBEL, 2003, folha de rosto).
Só podemos aprender a partir daquilo que já conhecemos, pois sabemos
que nossa mente é conservadora, aprendemos a partir do que já temos em
nossa estrutura cognitiva e se queremos promover a aprendizagem significativa
é necessário averiguar esse conhecimento prévio e ensinar de acordo com o
mesmo, conforme Moreira (2000, p.3), nos confirma:
[...] em última análise, só podemos aprender a partir daquilo que já conhecemos. David Ausubel já nos chamava atenção para isso em 1963. Hoje, todos conhecemos que nossa mente é conservadora, e que aprendemos a partir do que temos em nossa estrutura cognitiva. Como dizia ele, já nessa época, “se queremos promover aprendizagem significativa, é preciso averiguar este conhecimento e ensinar de acordo”.
O professor também poderá fazer uso de Mapas Conceituais na
avaliação da aprendizagem, não com objetivo de testar conhecimento e dar
nota ao aluno, mas no sentido de obter informações e de verificar que
conceitos o aluno já tem daquele determinado conteúdo, sendo assim a
principal ideia é a de avaliar o que o aluno sabe em termos conceituais,
inclusive em termos de conhecimento prévio do aluno.
Aquilo que o aluno já sabe, isto é, o seu conhecimento prévio, parece
ser o fator isolado que mais influência a aprendizagem subsequente. O seu uso
é uma estratégia para “manipular a estrutura cognitiva a fim de facilitar a
aprendizagem significativa subsequente” (MOREIRA e MASINI, 2005, p. 21).
Se assim for, este conhecimento torna-se extremamente importante para a
instrução de avaliar. Os Mapas Conceituais se constituem em uma visualização
de conceitos e relações hierárquicas entre conceitos que pode ser muito
valiosos para o professor e para o aluno, como uma maneira de exteriorizar o
que o aluno já sabe, obviamente, não se trata de uma representação precisa e
completa do conhecimento prévio do aluno, mas provavelmente de uma boa
aproximação (MOREIRA, 2006, p.19).
O conhecimento prévio conceituado por Ausubel (2003, p. 85) é aquele
caracterizado como declarativo, mas pressupõe um conjunto de outros
conhecimentos procedimentais, afetivos e contextuais, que igualmente
configuram a estrutura cognitiva prévia do aluno que aprende.
A teoria da aprendizagem significativa ao estabelecer o conhecimento
prévio do sujeito como referência explicita claramente que este é elemento
básico e determinante na organização do ensino. Segundo Ausubel, “se eu
tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único princípio, diria
isso: o fator singular que mais influência a aprendizagem é aquilo que o
aprendiz já conhece. Descubra isso e ensine-o de acordo” (AUSUBEL,
NOVARK, HANESIAN, 1980, p. 137).
Nesse sentido ao tratar-se do conhecimento prévio, Ausubel esta se
referindo a uma situação de ancoragem onde novos conteúdos (conceitos,
preposições) se processam na estrutura cognitiva do sujeito. Por vez a ideia
que se adquirem os novos significados através da interação de novos
conhecimentos anteriores aprendido. Esse processo interativo resulta numa
alteração quer do potencial significado das novas informações, quer do
significado dos conceitos ou preposições aos quais estão ancorados e cria,
também, um novo produto ideário que constitui o novo significado para o
aprendiz. (AUSUBEL, 2003, p. 106).
Quando Ausubel refere-se ao conhecimento prévio, não o estuda por ele
mesmo (o conhecimento previamente adquirido), mas tem como horizonte o
processo de ensino e aprendizagem escolar. Moreira (1999, p. 13) enfatiza que
não se trata de simples associação, mas “(...) de interação entre os aspectos
específicos e relevantes da estrutura cognitiva e as novas informações, por
meio da qual essa adquirem significados e são integradas à estrutura
cognitiva”. Em função desse processo é que considera necessária a
identificação e o estudo dos conceitos iniciais relevantes – conceitos
ancorados, subsunçores, articuladores, integradores – presentes na estrutura
cognitiva do estudante para que funcionem como estruturas integradoras de
novos conteúdos ensinados na escola. Assim, conhecimento prévio define-se
num trânsito, em função de uma mudança, na qual certa estrutura cognitiva
inclusiva já existe e está em relação a um novo conhecimento. Nesse
processo, tanto a estrutura cognitiva já existente como o novo conhecimento
incorporado são modificados, pois se influenciam mutuamente durante a
experiência de aprender significativamente (AUSUBEL, 2003, p.85).
Lemos (2006, p. 57) refere-se à aprendizagem significativa como
produto porque caracteriza “(...) um significado identificado em um momento
específico, entretanto, é sempre um produto provisório porque no instante
seguinte, dependendo dos fatores contextuais e da intencionalidade do sujeito,
esse conhecimento poderá modificar-se”.
Como enfatiza Pontes Neto (2001, p. 65), a aprendizagem mecânica ou
“(...) um certo grau de mecanicidade, não deve ser desprezada porque também
conteúdos que não podem ser substantivamente modificados são necessários
no dia a dia”. Para o mesmo autor (p. 78), “(...) nem sempre o que se aprende
significativamente é compatível com o conhecimento especializado de uma
determinada área”, ou o “desejável”. Os graus de significação ou mecanicidade
numa aprendizagem definem-se quando o novo conteúdo relaciona-se com os
conhecimentos prévios do estudante. Para Coll (1995, p. 149),
(...) a significância da aprendizagem não é uma questão de tudo ou nada e sim de grau; em consequência, em vez de propormo-nos que os alunos realizem aprendizagens significativas, talvez fosse mais adequado tentar que as aprendizagens que executam sejam, a cada momento da escolaridade, o mais significativa possível.
Como afirma Moreira (2002, p. 2), não há proposições sem conceitos
que lhes deem suporte, estes são “ingredientes necessários das proposições”.
Por outro lado, não existem conceitos sem proposições. São estas que
permitem derivações enquanto os conceitos podem oferecer condições para
representações adequadas. “Proposições podem ser verdadeiras ou falsas;
conceitos podem ser apenas relevantes ou irrelevantes”. Ainda, com base em
Moreira (2002, p. 2), é possível afirmar que os conceitos e proposições que os
indivíduos carregam consigo – no processo de aprendizagem, caracterizados
como conhecimento prévio – inicialmente são construídos por meio da
aprendizagem por representação (AUSUBEL, 2003, p. 88)
Uma proposição explícita pode ser debatida, uma proposição tida como verdadeira de maneira totalmente implícita, não. Assim, o caráter do conhecimento muda se for comunicável, debatido e compartilhado. (MOREIRA, 2002, p. 4).
Quando ocorre uma aprendizagem significativa há uma interação entre o
novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida
que o conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à
nova informação, ele também se modifica. Conforme afirma Ausubel (2003, p.
155):
Adquirem-se mais facilmente os conceitos e as regras, se as circunstâncias específicas de onde são abstraídos estiverem frequentes, e não raramente, associadas aos atributos (critérios) de definição ou exemplares dos mesmos, e se os sujeitos possuírem mais, e não menos, informações relevantes sobre a natureza destes atributos.
Na aprendizagem significativa o novo conhecimento nunca é
internalizado pelo aprendiz de maneira literal. Como a estrutura cognitiva do
aluno é idiossincrática, cada indivíduo fará do processo de aprendizagem
significativa, um processo único. “(...) uma nova proposição (ou ideia
compósita) se relaciona com a estrutura cognitiva para dar origem a um novo
significado compósito” (AUSUBEL, 2003, p. 85). Ou seja, o significado da
proposição é mais que – e diferente – a soma dos significados isolados das
palavras que a compõem:
(...) na medida em que a própria proposição se cria a partir da combinação ou relação de múltiplas palavras individuais (conceitos), representando cada uma delas um referente unitário; e, as palavras individuais se combinam de tal forma (geralmente na forma de frase) que a nova ideia resultante é mais do que a soma dos significados das palavras individuais componentes (AUSUBEL, 2003, p. 85).
É o “(...) processo de vincular informações a segmentos preexistentes da
estrutura cognitiva” (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980, p. 48; AUSUBEL,
2003, p. 94).
(...) combinações sensíveis de ideias previamente aprendidas que podem relacionar-se não arbitrariamente ao amplo armazenamento de conteúdo, geralmente relevante, na estrutura cognitiva, em virtude da sua congruência geral com este conteúdo como um todo (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980, p. 50; AUSUBEL, 2003, p. 96).
Ausubel, (2003, p. 11) ao tratar dos “efeitos das variáveis da estrutura
cognitiva na aquisição, retenção e transferência de conhecimentos”, refere-se
ao princípio da diferenciação progressiva afirmando que “(...) a maioria da
aprendizagem e toda a retenção e a organização das matérias é hierárquica
por natureza, procedendo de cima para baixo em termos de abstração,
generalidade e inclusão”, de “(...) regiões de maior inclusão para as de menor,
cada uma delas ligada ao degrau mais acima na hierarquia, através de um
processo de subsunção (...) de conceitos e de proposições menos inclusivos,
bem como características de dados informativos específicos” (AUSUBEL, 2003,
p. 60; 166).
(...) as ideias ancoradas na estrutura cognitiva, não só manifestam, inicialmente, pouca força de dissociabilidade, como também a perdem muito rapidamente, pois estas novas ideias podem representar-se, de forma adequada, pelas que estão mais estabelecidas, para fins de memória. Por outras palavras, pressupõe-se que apenas as variantes categóricas discrimináveis de ideias anteriormente apreendidas possuem potencialidades de retenção a longo prazo (AUSUBEL, 2003, p. 170).
A aprendizagem significativa implica, necessariamente, atribuição de
significados pessoais. Neste sentido, os mapas conceituais, traçados por
alunos refletirão tais significados. Quer dizer, mapas feitos por alunos têm
componentes idiossincráticos.
Isso significa que não existe mapa conceitual “correto”. Um professor
não deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de certo conteúdo, como se
fosse o correto, e sim um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os
significados que ele atribui aos conceitos e às relações significativas entre eles.
Na teoria ausubeliana significação é uma experiência “(...) consciente,
claramente articulada e precisamente diferenciada que emerge quando
proposições ou conceitos, símbolos e sinais potencialmente significativos são
relacionados e incorporados numa estrutura cognitiva individual numa base não
arbitrária e substantiva” (AUSUBEL, 2003, p. 43).
Por conseguinte, parece aparente que não só a presença de ideias
ancoradas claras, estáveis, discrimináveis e relevantes na estrutura cognitiva é
o principal fator de facilitação da aprendizagem significativa, como também a
ausência de tais ideias constitui a principal influência limitadora ou negativa
sobre a nova aprendizagem significativa. Um destes fatores limitadores é a
existência de ideias preconcebidas erradas, mas tenazes. Contudo e
infelizmente, tem-se feito muito pouca investigação sobre este problema
crucial, apesar do fato de que a não aprendizagem de ideias preconcebidas,
em alguns casos de aprendizagem e retenção significativas, pode muito bem
provar ser o único e mais determinante e manipulável fator na aquisição e
retenção de conhecimentos de matérias (AUSUBEL, 2003, p. 155).
(...) influência de fatores tais como a primazia e a frequência e porque estão, geralmente, ancoradas a ideias preconcebidas altamente relacionadas, estáveis e antecedentes de natureza inclusiva (por exemplo, proposições gerais e não qualificadas expressivas de uma relação positiva, em vez do inverso, predicadas numa causalidade única e não múltipla, ou numa variabilidade dicotômica e não contínua) (AUSUBEL, 2003, p. 155).
Numa sequencia de aprendizagens, os primeiros significados bem
estabelecidos na estrutura de conhecimentos do sujeito desempenham um
papel orientador e de subsunção em relação aos últimos conteúdos
apresentados:
Estes compreendem-se e interpretam-se em termos de compreensões e paradigmas existentes, proporcionados por ideias análogas, familiares, anteriormente apreendidas e já estabelecidas na estrutura cognitiva. Por isso, para que ocorra a aprendizagem das novas ideias desconhecidas, estas devem ser adequadamente discrimináveis das ideias familiares estabelecidas; de outro modo, os novos significados seriam permeados por ambiguidades, ideias erradas e confusões até deixarem de existir parcial ou completamente, por direito (AUSUBEL, 2003, p. 169).
Os mapas conceituais foram desenvolvidos originalmente por Joseph D.
Novak e pelos membros de seu grupo de pesquisa, como projeção prática da
teoria da aprendizagem significativa de Ausubel (NOVAK, 2000, p. 3).
Surgem na década de 1970 no interior do processo de deslocamento do
foco no comportamento observável para os processos cognitivos como objeto
de estudo da psicologia da aprendizagem.
Para Novak & Gowin (1995, p. 58), “o valor educativo dos mapas
conceituais está no reconhecer e valorizar a mudança no significado da
experiência humana”.
Novak considera o mapa conceitual como uma ferramenta de
representação do conhecimento, ou seja, um suporte para o trabalho em
diferentes campos conceituais, que tem como principal objetivo facilitar a
aprendizagem, criação e utilização desse conhecimento. Basicamente, porque
são diagramas que explicitam conceitos de uma fonte de conhecimentos
hierarquicamente organizados e as relações entre esses conceitos, cuja
estrutura deve estar de acordo com a própria estrutura da fonte (NOVAK, 2000,
p. 3; 32).
Moreira (1980, p. 9) afirma que o mapa conceitual é “(...) uma ilustração
da estrutura conceitual de uma fonte de conhecimentos, um mapeamento
conceitual que reflete a organização conceitual de uma disciplina ou de outra
fonte ou área de conhecimento”, a sua estrutura lógica.
Assim, duas questões são fundamentais: o mapa constrói-se a partir dos
conceitos e relações que se queira destacar num conjunto de conhecimentos
formando as proposições. Será sempre “um mapa” possível em certa
circunstância. E, um mapa pode conter concepções equivocadas do ponto de
vista lógico, mas não da estrutura psicológica (NOVAK; GOWIN, 1996, p. 38).
Daí a importância para a aprendizagem significativa, da identificação e
discussão do conhecimento prévio, do diálogo, troca e negociação de
significados (AUSUBEL et al, 1980, 2003; NOVAK; GOWIN, 1996).
Ao discutir a fundamentação teórica para a aprendizagem significativa e
correspondentes estratégias facilitadoras, Moreira (2003, p. 34) também
enfatiza que são vários os modos de estabelecer-se a hierarquia conceitual em
um diagrama, pois este expressa determinada compreensão e a interpretação
das relações entre os conceitos de certa área. Nesse sentido, é “(...) apenas
uma das possíveis representações de certa estrutura conceitual”.
Ontoria (1994, p. 27) destaca o mapa conceitual como uma técnica
criada por Novak, que o apresenta como estratégia, método, recurso de ensino
e aprendizagem:
Estratégia: ‘Procuraremos colocar exemplos de estratégias simples, embora poderosas, para ajudar os estudantes a aprender e para ajudar os educadores a organizar os materiais que serão objeto desse estudo’ (NOVAK & GOWIN, 1988, p. 19). Método: ‘A construção dos mapas conceptuais [...], que é um método para ajudar os estudantes e educadores a captar o significado dos materiais que se vão aprender’ (NOVAK & GOWIN, 1988, p. 19). Recurso: ‘Um mapa conceptual é um recurso esquemático para representar um conjunto de significados conceptuais incluídos numa estrutura de proposições’ (NOVAK & GOWIN, 1988, p. 33).
Para Ontoria (1994, p. 27), pensar o mapa conceitual como técnica não
autoriza a pensá-lo como uma “fórmula de imediata aplicação”, mas os autores
insistem que seja considerado como um “instrumento ou meio”, portanto, deve
ser associado aos fins a que destina-se, pois o seu valor define-se
relativamente à meta que pretende-se alcançar e à sua capacidade para
produção do efeito desejado.
Para Novak (2000, p.14) e Novak & Gowin (1996, p. 36), o mapa
conceitual é adequado para a avaliação do conhecimento prévio e para
diagnóstico de concepções alternativas ao conhecimento, científica e/ou
socialmente aceito; é um organizador para ilustração da hierarquia conceitual e
proposicional da natureza do conhecimento, e promoção da aprendizagem
significativa, ao evocar o conhecimento prévio e a sua diferenciação
progressiva.
Segundo Moreira e Buchweitz (1993, p. 48) “o mapeamento conceitual é
uma técnica muito flexível e em razão disso pode ser usado em diversas
situações, para diferentes finalidades: instrumento de análise do currículo,
técnica didática, recurso de aprendizagem, meio de avaliação”.
Nosso interesse nesse instrumento reside no fato de que eles podem ser
usados para mostrar relações significativas entre conceitos ensinados em uma
aula ou em uma unidade de estudo.
Explicações do aluno, orais ou escritas, em relação a seu mapa facilitam
muito a tarefa do professor nesse sentido. É neste momento que o professor
terá mais clareza de como os alunos construíram e relacionaram os conceitos
em questão.
Com relação aos momentos em que os mapas podem ser utilizados em
sala de aula, Moreira (1988 p. 4) descreve que:
Na medida em que os alunos utilizarem mapas conceituais para integrar, reconciliar e diferenciar conceitos, na medida em que usarem essa técnica para analisar artigos, textos capítulos de livros, romances, experimentos de laboratório, e outros materiais educativos do currículo, eles estarão usando o mapeamento conceitual como um recurso de aprendizagem. Como instrumento de avaliação da aprendizagem, mapas conceituais podem ser usados para se obter uma visualização da organização conceitual que o aprendiz atribui a um dado conhecimento. Trata-se basicamente de uma técnica não tradicional de avaliação que busca informações sobre os significados e relações significativas entre conceitos-chave da matéria de ensino segundo o ponto de vista do aluno.
A aprendizagem significativa implica, necessariamente, atribuição de
significados pessoais. Neste sentido, os mapas conceituais, traçados por
alunos refletirão tais significados. Quer dizer, mapas feitos por alunos têm
componentes idiossincráticos.
Isso significa que não existe mapa conceitual “correto”. Um professor
não deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de certo conteúdo, como se
fosse o correto, e sim um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os
significados que ele atribui aos conceitos e às relações significativas entre eles.
3. METODOLOGIA
O projeto foi implementado no primeiro semestre de 2013 no Colégio
Estadual do Campo Aurélio Buarque de Holanda, Ensino Fundamental, Médio,
no Distrito de Vila Nova Pitanga, com educandos do oitavo ano do Ensino
Fundamental.
O Projeto teve início, durante a Semana Pedagógica, sendo que no dia
06/02/13, ocorreu à apresentação para a equipe pedagógica da escola e
demais docentes, com aplicação de um Pré-teste e leituras sobre Mapas
conceituais e aprendizagem significativa na construção do conhecimento.
Conforme gráfico a seguir, onde foi questionado se os 20 professores
conheciam o trabalho com Mapas Conceituais.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1. Você em suaprática-pedagógica jáutilizou da técnica deMapas Conceituais?
2. Você já fez leiturasdirecionadas sobre
Mapas Conceituais eAprendizagemsignificativa?
3. Você conheceprofessor (a) que jáutiliza a técnica dosMapas Conceituais?
4. Você conhece o software
“CmapTools”disponível nos laboratórios de
informática das escolas estaduais?
SIM
NÃO
Gráfico 1: (Pré – Teste docentes)
Fonte: ESSER, S, B. (2013)
Após a apresentação os docentes acharam interessante, muitos
disseram que gostariam de conhecer mais e adotar essa metodologia. Ainda na
fase de reuniões foi realizado um encontro com os pais dos alunos
participantes do projeto, eles também gostaram da proposta, pois com certeza
é ainda melhor quando se acrescenta e enriquece a metodologia, pois o
professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de
organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar
com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los. Nessa reunião
procurou-se mostrar aos pais o trabalho que seria iniciado, despertando sua
consciência para a questão do projeto, pois se faz necessário explicar para os
pais como será apresentada uma nova metodologia para seus filhos, bem
como o apoio dos pais frente ao novo trabalho que será realizado.
Deu-se início do Projeto no dia 27/02/2013, onde se aplicou o pré-teste,
para verificação dos conhecimentos prévios dos alunos frente ao estudo da
célula.
Gráfico 2: ( Pré-teste alunos)
Fonte: ESSER, S, B. (2013)
Foi realizado um diálogo com os alunos antes de iniciar a construção
dos mapas conceituais, destinado à apresentação da metodologia, da técnica
de construção, exemplo de mapa conceitual, sendo realizado de forma
criteriosa e cuidadosa, pois a compreensão é fundamental para o sucesso da
utilização da mesma. Possibilitou-se uma aprendizagem conceitual do estuda
da célula, frente aos fenômenos relacionados ao seu cotidiano e a necessidade
da organização do pensamento e a maneira de expressá-la.
Após a familiarização, foi aplicado um Mapa Conceitual como recurso
pedagógico, possibilitando através deste recurso a construção conceitual, a fim
de verificar os conhecimentos prévios, frente ao estudo células, a partir de
conceito previamente organizado, buscou-se com os mapas conceituais os
quais necessitam de uma prévia explicação e mediação do professor, pois não
são auto-instrutivos, embora possam ser usados para dar uma visão geral do
assunto em estudo. É preferível usá-los quando os alunos já possuem uma
compreensão e familiaridade com o mapa, ou seja, deve ser introduzido aos
poucos, permitindo assim a integração, reconciliação e a diferenciação de
significados e de conceitos trabalhados.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
Para a construção do conhecimento sabe-se que o experimento é uma
ferramenta eficaz de aprendizagem, sendo a microscopia relevante, para o
estudo da citologia e na área das ciências biológicas, é indispensável o seu
conhecimento, foi realizada uma apresentação do microscópio para que o
aluno venha familiariza-se com o uso do mesmo.
Depois de entrar em contato com alguns conceitos simples e com a
explicação, foram familiarizando-se e começaram a trabalhar os mapas
conceituais em relação ao conteúdo de ciências, sendo apresentados mais
adiante outros conceitos complexos que levaram os alunos a desenvolver
mapas conceituais mais elaborados.
Desse modo, unir a teoria à prática configura-se como sendo um meio
de aprendizagem tornando-se mais significativa. Nesse sentido, convocaram-
se os estudantes para as atividades experimentais, identificando as partes
básicas constituintes da célula, analisando células animais e vegetais, levando
em consideração as suas características específicas, forma e estrutura, bem
como ter conhecimento de micro-organismos presentes na água, despertando
interesse ao aluno pelo conhecimento do assunto.
Para sensibilizar a turma em estudo, apresentou-se a importância dos
mapas conceituais e a sua utilização na construção de conhecimentos e
conceitos para auxiliar na aprendizagem significativa. Após a sensibilização da
importância do uso e da construção dos mapas conceituais para auxiliar na
aprendizagem dos conteúdos de ciências, os alunos passaram por
treinamentos, para familiarizar-se com os mapas.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
Para a produção dos mapas, fize-se leitura direcionadas ao estudo de
células, ainda foi assistido um vídeo, questionando-se sobre os conceitos
relevantes.
Quando ocorre uma aprendizagem significativa há uma interação entre o
novo conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. À medida
que o conhecimento prévio serve de base para a atribuição de significados à
nova informação, ele também se modifica. Conforme afirma Ausubel (2003, p.
155):
A cada mapa apresentado, solicitava-se a interferência, para negociar a valia desses conceitos. Nesse momento à intervenção do professor (a) faz-se necessária, no sentido de apontar caminhos. Ao término dessa atividade os alunos colocaram seus mapas em um painel, que ficou exposto na escola. Receberam-se admiração por parte dos educandos, pais, professores e funcionários da escola.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
A maioria consegui identificar os conceitos relevantes no estudo da
unidade básica dos seres vivos, comprovando a eficácia da técnica em relação
a aprendizagem significativa.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
A aprendizagem significativa implica, necessariamente, atribuição de
significados pessoais. Neste sentido, os mapas conceituais, traçados por
alunos refletirão tais significados. Quer dizer, mapas feitos por alunos têm
componentes idiossincráticos.
Isso significa que não existe mapa conceitual “correto”. Um professor
não deve apresentar aos alunos o mapa conceitual de certo conteúdo, como se
fosse o correto, e sim um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os
significados que ele atribui aos conceitos e às relações significativas entre eles.
Daí a importância de se criar ambientes de aprendizagens significativas
e colaborativas, visando a construção de novos conhecimentos através de
práticas reflexivas, relevantes e contextualizadas.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
A análise e a comparação das informações fornecem resultados que
comprovam a evolução na construção dos mapas conceituais após a
familiarização dos alunos com os conceitos trabalhados em sala de aula. Os
critérios utilizados na avaliação dos mapas conceituais construídos pelos
alunos da turma pesquisada foram: analisar a célula, utilizando-se dos Mapas
Conceituais.
Após a construção dos mapas conceituais, passados uns vinte dias, a
turma pesquisada foi submetida a uma avaliação escrita, onde cada aluno teve
a oportunidade de explicar o entendimento dos conceitos e conhecimentos que
foram passados e trabalhados em sala de aula e utilizados na construção dos
mapas conceituais. Os quais comprovam no gráfico a seguir:
Gráfico: 3 ( Pós-Teste alunos )
Fonte: ESSER, S, B. (2013)
Quando as informações ocorrem antes de se trabalhar os conceitos,
formando um novo conhecimento que é subsidiado pela discussão, reflexão,
anotações e explicações, de modo que o educando relacione não só os
conceitos, mas as diferentes maneiras de entender as ciências, o professor
deve elaborar cuidadosamente atividades que possibilitem a construção dos
saberes, numa visão abrangente, valendo-se de diversas ferramentas
pedagógicas, promovendo uma aprendizagem significativa.
Como tarefa eles foram convidados a fazer uma maquete (Célula
comestível), Usando da criatividade. Foi um momento de socialização e
conhecimento.
Expostas as regras do jogo, cabe uma discussão sobre a sua aplicação
e suas consequências no que diz respeito à reação dos alunos e aos
desencadeamentos esperados e acontecidos mediante a prática lúdica. O
assunto será abordado com mais profundidade numa próxima divulgação,
quando convergirmos a ludicidade numa perspectiva de aprendizagem
significativa, entretanto, algumas considerações devem ser introduzidas. Levar
para a sala de aula materiais e propostas de trabalho centradas na ludicidade
educativa desperta curiosidade nos educandos. Mesmo aqueles que, por
vezes, não se interessam pelo conteúdo, quando em presença do jogo – que é
novidade e é dinâmico - querem saber do que se tratam os assuntos e tendem
a procurar participar integralmente. Este fato, por si só já motiva o professor a
desenvolver tal trabalho. Diante do jogo o desafio, o improvável, a não certeza
do resultado final, tudo isso aguça alunos e professores a efetivamente
inserirem-se no contexto de tal forma que a integração entre sujeitos e
conteúdos acontece de maneira quase sempre prazerosa, alegre e
descontraída, além de altamente interativa.
FONTE: Sueli de Lurdes Bratz Esser
Finalmente foi aplicado o pós-teste e, de posse dos dados coletados,
iniciou-se a análise e discussão que se apresenta a seguir.
4. RESULTADOS
Os resultados da avaliação no geral indicaram os benefícios que os
mapas conceituais trouxeram para esses alunos, possibilitando a construção
de conhecimentos e conceitos trabalhados nas aulas de ciências em especial
com o conteúdo de células, e com a vantagem do manuseio de um recurso
pedagógico ou uma nova metodologia que pode ser utilizada em todas as
outras disciplinas.
O acompanhamento durante toda a pesquisa possibilitou a avaliação
dos mapas conceituais construídos pelos alunos, verificando assim, a evolução
na criação e na montagem dos mapas conceituais durante todo o processo, ou
seja, o desenvolvimento na construção dos mapas conceituais pelos alunos
desde os primeiros mapas manuscritos nos cadernos e folhas no início da
pesquisa até os últimos mapas conceituais construídos, na fase final da
pesquisa.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta de utilizar uma metodologia baseada na construção de
mapas conceituais para melhorar a aprendizagem dos alunos na disciplina de
ciências, trouxe, inicialmente, medo, resistência e dificuldade na compreensão
dos conteúdos da disciplina e desta metodologia.
Com explicação e treinamento dos conceitos os alunos, que
anteriormente produziram mapas fracos, com pouca exploração no estilo, como
cores, objeto, forma, relações e conceitos, passaram a produzir mapas mais
consistentes, considerados bons, por terem boa distribuição dos conceitos
explicativos dentro do espaço, com cores vibrantes e inclusive apresentando
exemplos.
O trabalho proporcionou aos alunos a vontade de pesquisar e investigar
nos materiais didáticos, os conceitos dos conteúdos, refletindo na assimilação,
na aprendizagem e na formação crítica, participativa e segura nas colocações
em sala de aula. Esse método também trouxe a cobrança dos alunos com os
demais professores da escola, para também fazer uso do método de ensino, na
formação do conhecimento. O método de construção de mapas conceituais e a
utilização das tecnologias da informação transformaram a maneira de aprender
e estudar do aluno, ao sintetizar o conteúdo em conceitos ligados por suas
relações, facilitando o entendimento da disciplina.
Os mapas conceituais contribuíram para ajudar os alunos que possuíam
dificuldades no aprendizado de outros conteúdos, onde não conseguiam
assimilar ou estudar pelo método tradicional, optando, assim, pela metodologia
de construção de mapas conceituais, para obter êxito na aprendizagem e
refletindo na avaliação das disciplinas. Neste sentido, esta metodologia de
construção de mapas conceituais proporcionou a oportunidade de escolha na
forma de estudar, pesquisar e aprender sobre os conteúdos ensinados em sala
de aula, melhorando a concentração, interpretação, rendimento e
aprendizagem dos alunos.
5. BIBLIOGRAFIA
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