20
____________________________ ¹Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial da Faculdade de Tecnologia de Garça- FATEC ²Docente da Faculdade de Tecnologia de Garça- FATEC 1 MÁQUINA AUTOMATICA DE PRODUZIR ESPETINHO DE CARNE Joelson Alves da Costa Júnior¹ [email protected] Rodolfo Mendonça Pedroza da Silva¹ [email protected] Prof. Paulo Sérgio Castro² [email protected] Abstract - Based on surveys conducted in butchers, people who work in manufacturing and selling kabobs and information collected in articles and rules on the handling of food given by ANVISA, we found the need for greater worker safety and the use of PPE and EPC, for example, and better care of their hygiene when working with food. Based on collected information sought by industrial automation and mechanical systems, design and build an automated machine to make meat kabobs. This machine has the proposal to ensure worker safety, increase quality in the manufacturing maintaining the uniformity of the product, ensure hygiene and reduce manufacturing time skewer the meat. keywords: security, hygiene, food, industrial automation.

MÁQUINA AUTOMATICA DE PRODUZIR ESPETINHO DE CARNE · Resumo: Com base em pesquisas realizadas em açougues, pessoas que ... segurança e a saúde do trabalhador em seu âmbito de

  • Upload
    vanhanh

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

____________________________ ¹Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial da Faculdade de Tecnologia de Garça- FATEC ²Docente da Faculdade de Tecnologia de Garça- FATEC

1

MÁQUINA AUTOMATICA DE PRODUZIR ESPETINHO DE CARNE

Joelson Alves da Costa Júnior¹

[email protected]

Rodolfo Mendonça Pedroza da Silva¹

[email protected]

Prof. Paulo Sérgio Castro²

[email protected]

Abstract - Based on surveys conducted in butchers, people who work in

manufacturing and selling kabobs and information collected in articles and rules on

the handling of food given by ANVISA, we found the need for greater worker safety

and the use of PPE and EPC, for example, and better care of their hygiene when

working with food. Based on collected information sought by industrial automation

and mechanical systems, design and build an automated machine to make meat

kabobs. This machine has the proposal to ensure worker safety, increase quality in

the manufacturing maintaining the uniformity of the product, ensure hygiene and

reduce manufacturing time skewer the meat.

keywords: security, hygiene, food, industrial automation.

2

Resumo: Com base em pesquisas realizadas em açougues, pessoas que

trabalham na fabricação e venda de espetinhos e informações coletadas em artigos

e normas sobre a manipulação de alimentos dada pela ANVISA, encontrou-se a

necessidade de maior segurança para o trabalhador como o uso de EPI e EPC, por

exemplo, e maiores cuidados com a higiene no trabalho com o alimento. Com base

nessas informações coletadas buscamos através da automação industrial e

sistemas mecânicos, projetar e construir uma máquina automatizada de fazer

espetinhos de carne. Esta máquina tem a proposta de garantir a segurança do

trabalhador, aumentar a qualidade na fabricação mantendo a uniformidade do

produto, garantir a higiene e diminuir o tempo de fabricação do espetinho de carne.

Palavras-chave: Segurança. Higiene. Alimento. Automação Industrial.

INTRODUÇÃO

Não existe referência exata sobre a origem do churrasco, mas presume-se

que a partir do domínio do fogo, na pré-história, o homem passou a assar a carne

que era caçada quando percebeu que o processo a deixava mais macia.

Entretanto o churrasco tornou-se no Brasil um prato típico muito consumido

em toda extensão territorial do país. Comumente podemos ver em diversos locais

espalhados pela cidade o famoso espetinho de carne servido as dezenas, e muitos

desses espetinhos servidos são comprados de terceiros. Entretanto muitos desses

fornecedores não seguem todas as normas de higiene estabelecidas pela ANVISA

na portaria CVS 5, de 09 de abril de 2013.

“Aprova o regulamento técnico sobre boas práticas para estabelecimentos comerciais de alimentos e para serviços de alimentação, e o roteiro de inspeção, anexo.”

A partir desta preocupação com a higiene no manuseio, e de problemas de

contaminação de alimentos já relatados na mídia, foi observada a necessidade de

um dispositivo que reduza o contato físico com o ambiente e que terceiros venham a

manusear a carne, para que as pessoas não corram riscos de se machucarem ao

manipular a carne, devido ao uso de espetos e facas, além de que, poderão ocorrer

contaminações se o fornecedor não manipular conforme as normas estabelecidas de

higiene, necessárias ao manusear e produzir o alimento, Podendo haver a

3

contaminação da carne pelo homem, pois atualmente os processos de fazer o

espetinho de carne são manuais, tendo a possibilidade de afetar a integridade das

pessoas que venham a consumir um alimento possívelmente contaminado.

Foi visualizada então a solução através da aplicação da automação no

processo estudado. Desta forma foi utilizado um CLP (controlador lógico

programável), para realizar o controle total do processo com base em variáveis

captadas por sensores posicionados na estrutura do protótipo para o devido

acionamento dos atuadores.

Portanto máquina automatizada de fazer espetinhos tem por objetivo evitar

que ocorram os problemas acima citados durante o processo de fabricação, além de

aumentar a produtividade, segurança do trabalhador e reduzir o tempo empregado

na tarefa. Também foi encontrada a necessidade uma uniformidade no produto, e

desta forma alcançar o conceito de qualidade no produto final que será obtido

através da máquina.

Desta forma será demonstrada uma das diversas aplicações da mecatrônica

na atualidade, buscando a partir dela obter segurança ao trabalhador, higiene e

aumento de produtividade.

Capítulo 1 Higiene e Segurança na manipulação de alimentos.

1.1Saúde e segurança dos funcionários:

Com o tempo as técnicas para se fazer o churrasco foram aperfeiçoadas,

principalmente entre os caçadores e criadores de gado, dependendo sempre do tipo

de carne e lenha disponíveis. Na América do Sul, a primeira grande área de criação

de gado foi o pampa, uma extensa região de pastagem natural que compreendia

parte do território do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, além da Argentina e

Uruguai. Foi ali que os vaqueiros, conhecidos como gaúchos tornaram o prato

famoso e típico. Mas como todo alimento a ser consumida, a carne também pode

sofrer contaminação, e isto pode ser ocasionado desde o abate do animal, até a

chegada ao consumidor final. Uma das formas de ocorrer à contaminação, não só

na carne, mas em todos os alimentos são através do manipulador bem como seus

4

equipamentos ou demais materiais utilizadas por ele no processo, como por

exemplo, a água, instrumentos e etc. segundo Prof. Roberto de Oliveira Roça:

“A contaminação da carne ocorre por contato com a pele, pelo, patas, conteúdo gastrintestinal, leite do úbere, equipamentos, mãos e roupas de operários, água utilizada para lavagem das carcaças,equipamentos e ar dos locais de abate e armazenamento. A contaminação pode ocorrer em todas as operações de abate, armazenamento e distribuição e sua intensidade depende da eficiência das medidas higiênicas adotadas.”

Devido a todos estes possíveis problemas que podem vir a ocorrer, a ANVISA

se ateve a detalhes para preservar a integridade do consumidor em relação a todo o

tipo de alimento, criando também medidas para o controle de saúde dos funcionários

que trabalhem com alimentos, medidas como:

A saúde do manipulador de alimentos deve ser verificada

através de atestados médicos, exames e laudos laboratoriais realizados por

especialistas, para evitar a transmissão de doenças pelo manipulador. Estes

exames devem ser feitos anualmente ou em periodicidade reduzida, de

acordo com as indicações médicas, e estes exames devem permanecer à

disposição das autoridades sanitárias;

Não é permitida a manipulação de alimentos por pessoas que

apresentem patologias, lesões na pele, unhas ou mucosas, feridas ou cortes,

infecções, entre outros impedimentos detectados pelo médico. O funcionário

que apresente qualquer um desses impedimentos deve ser encaminhado a

um médico e afastado de suas atividades enquanto necessário devido às

condições de saúde.

Outro ponto que deve ser levado em consideração na produção de alimentos

é a segurança das pessoas que vierem a trabalhar com os mesmos. Preservar a

segurança, evitando riscos aos funcionários, garante não só a qualidade do alimento

a ser produzido, bem como a integridade física do profissional.

Uma das maneiras encontradas para a preservação desta integridade e

saúde é a utilização de EPIs (equipamento de proteção individual). Estes

equipamentos, tem por objetivo assegurar a proteção individual do trabalhador que o

5

utiliza, destinando-se a proteção contra possíveis riscos que venham ameaçar a

segurança e a saúde do trabalhador em seu âmbito de trabalho.

Estes dispositivos são obrigatórios segundo a NR 6 (norma regulamentadora

6), que aborda especificamente a necessidade do uso dos mesmos, e segundo a

ANVISA, abordado em parágrafo único na seção II.

“Parágrafo único A empresa deve

dispor, em local de fácil acesso, de equipamentos de proteção individual (EPI), limpos e em bom estado de conservação, em número suficiente e em tamanhos

adequados, considerando-se o quadro de funcionários e visitantes e as atividades desenvolvidas no local. [...]”

Estes equipamentos são necessários em diversas atividades, entretanto

existem equipamentos específicos para as atividades do ramo alimentício, são eles:

Uniforme, jalecos, toucas e aventais: estes equipamentos devem

ser de cor clara, tendo o branco como mais usual, pois permite a identificação

de resíduos alimentares, desta forma identifica-se a necessidade de substituí-

los ou lavá-los, de acordo com a necessidade de tal equipamento;

Protetores auriculares: estes protegem a pessoa exposta a

ruídos que estejam acima dos limites permitidos provenientes das maquinas e

equipamentos dispostos em seu ambiente de trabalho;

Máscaras respiratórias: estas máscaras são específicas para

cada atividade e é recomendável quando houver a manipulação com produtos

suscetíveis a contaminação. As mesmas devem ser descartáveis e

substituídas no prazo de 30 minutos;

Luvas: elas protegem a pessoa do produto a ser manipulado e o

produto a ser manipulado também é protegido por ela. Estas devem ser

mantidas limpas e em perfeitas condições sanitárias;

Botas: protegem os pés contra riscos de ordem térmica,

umidade, produtos tóxicos à pessoa e possíveis quedas devido a sua

aderência;

Óculos: estes protegem contra objetos ou respingos de

substâncias que podem ser projetadas contra os olhos causando ferimentos

ou outros malefícios.

6

Estes equipamentos citados além de evitar acidentes e lesões proporcionam

também maior higiene e consequentemente reduzem o risco de contaminação

existente na manipulação por bactérias e fungos. É recomendado também a não

utilizar anéis, colares, brincos, pulseiras e outras jóias e adereços durante o

trabalho, pois os mesmos são difíceis de higienizar e há o perigo de caírem no

produto.

1.2 Condições sanitárias

Segundo PELCZAR ET AL, 1996 a carne fresca cortada de carcaça

refrigerada será contaminada em sua superfície por microrganismos do ambiente e

de serras e facas empregadas para cortar a carne. Cada novo corte expõe uma

nova superfície, com o potencial de acréscimo de mais microrganismos no tecido

exposto. Picar ou moer a carne propicia a exposição de um grande número de novas

superfícies e permite um alto potencial de contaminação.

Na pele humana existe uma flora que é infecciosa. Além da estimativa de que

a camada cutânea é descamada em sua totalidade entre um período de 48 horas,

sendo isso um fator importante para a contaminação da carne. Á partir daí vê a

necessidade de maiores cuidados com o preparo da carne que venha a ser utilizada

no espetinho de carne, pois ela apresenta alto índice de contaminação com grande

facilidade para isto.

Como citado acima, o material utilizado no corte como a faca, por exemplo,

deve ser higienizado constantemente, pois através dele pode haver uma fonte de

contaminação. A lâmina obrigatória para o corte de alimentos é constituída de aço

inoxidável AISI 316L. Este material é fácil de higienizar e é resistente a corrosão

(oxidação). Também deve ser verificado o material utilizado para o armazenamento

e manipulação da carne, este não deve possuir ranhuras onde pode acumular restos

de carne, pois a carne uma vez acumulada pode atrair fungos e bactérias que por

sua vez contaminará o alimento que será manipulado posteriormente no mesmo

recipiente.

Há constante necessidade de limpeza das maquinas e equipamentos e

cuidados no armazenamento do alimento sob temperatura indicada pelos frigoríficos

7

produtores e ambientes adequados a eles. A carne geralmente deve ficar sob

temperatura de 4 a 7ºC (quatro a sete graus Celsius).

Capítulo 2- Automação industrial

É a aplicação de softwares ou equipamentos específicos em uma

determinada máquina ou processo industrial, com o objetivo de aumentar a sua

eficiência, aumentar a produção com o menor consumo de energia ou matérias

primas, menor emissão de resíduos de qualquer espécie, melhores condições de

segurança, seja material, humana ou das informações referentes a esse processo,

ou ainda, de reduzir o esforço ou a interferência humana sobre esse processo ou

máquina. É um passo além da mecanização, onde operadores humanos são

providos de maquinaria para auxiliá-los em seus trabalhos.

É largamente aplicada nas mais variadas áreas de produção industrial.

A parte mais visível da automação, atualmente, está ligada à robótica, mas também

é utilizada nas indústrias química, petroquímicas e farmacêuticas, com o uso de

transmissores de pressão, vazão, temperatura e outras variáveis necessárias para

um Sistema Digital de Controle Distribuído ou CLP (Controlador Lógico

Programável). A Automação industrial visa, principalmente, a produtividade,

qualidade e segurança em um processo. Em um sistema típico toda a informação

dos sensores é concentrada em um controlador programável o qual de acordo com o

programa em memória define o estado dos atuadores. Atualmente, com o advento

de instrumentação de campo inteligente, funções executados no controlador

programável tem uma tendência de serem migradas para estes instrumentos de

campo específicos para a área industrial em tese estes barramentos se assemelham

a barramentos comerciais tipo ethernet, intranet, mas controlando equipamentos de

campo como válvulas, atuadores eletromecânicos, indicadores, e enviando estes

sinais a uma central de controle conforme descritos acima. A partir destes

barramentos que conversam com o sistema central de controle eles podem também

conversar com o sistema administrativo da empresa conforme mostrado no

parágrafo abaixo.

Uma contribuição adicional importante dos sistemas de Automação Industrial

é a conexão do sistema de supervisão e controle com sistemas corporativos de

administração das empresas. Esta conectividade permite o compartilhamento de

8

dados importantes da operação diária dos processos, contribuindo para uma maior

agilidade do processo decisório e maior confiabilidade dos dados que suportam as

decisões dentro da empresa para assim melhorar a produtividade.

2.1 CLP

O CLP é um controlador lógico programável que pode ser definido com um

dispositivo de estado sólido, um computador industrial capaz de armazenar

instruções para implementação de funções de controle como uma sequência lógica,

temporização e contagem, ou seja, é inserida uma programação que é realimentada

ativando ou não suas saídas (output).

A programação do CLP É feita com uma ferramenta de Programação que

pode ser um programador manual (terminal de programação) ou através de um

computador com um software de programação especifico. As linguagens utilizadas

são ladder ou statement list tendo a primeira como a mais popular devido a sua

maior facilidade de compreensão.

2.2 Os principais blocos que compõem um CLP:

A CPU: (unidade central de processamento) compreende o processador que

seria os microcontrolador e microprocessador ou processador dedicado) o sistema

de memória (ROM e RAM) e os circuitos auxiliares de controle.

Circuitos de Módulos de entrada e saída: que podem ser discretos sinais

digitais 12VDC, 110VDC, contatos normalmente abertos e fechados ou analógicos

os sinais analógicos são de 4-20mA, 0-10VDC termopar.

A fonte de alimentação que e a responsável de alimentar a CPU e os circuitos

de entrada e saídas. E em alguns casos pode fornecer saída auxiliar de baixa

corrente.

Base ou RACK : que proporciona a conexão mecânica e elétrica entra a CPU

os módulos de entrada e saída e a fonte de alimentação. Contem um barramento de

comunicação entre eles no qual os sinais de dados, endereços, controle e tensão de

alimentação estão presentes.

O CLP surgiu na década de 1960 devido ao aumento da competitividade das

indústrias automotivas.

9

Procurando melhorar o desempenho das linhas de produção tanto em

confiabilidade do processo como também em produtividade e qualidade no produto

final fazia-se necessário encontrar uma alternativa para os sistemas de controle a

reles.

Foi quando a GM (General Motors) imaginou um sistema baseado em um

computador. Então a GM determinou em 1968 os critérios para o projeto do CLP e

em 1969 foi construído o primeiro CLP pela Gould Modicon.

E na década de 1970 os CLPS tiveram um grande avanço tecnológico dos

microprocessadores, aumentou a flexibilidade e um grau também maior de

inteligência onde os novos CLPs incorporavam novas funções como de

temporização e contagem, manipulação de dados e comunicação com

computadores, comunicação com interfaces homem e maquina, aumentou a

capacidade de memória, e a capacidade de controle de posicionamentos.

E na década seguinte o CLP se tornou o equipamento mais atraente da

automação industrial.

2.2.1 Linguagem LADDER Programação por Estágios

A linguagem Ladder foi a primeira linguagem criada para a programação do

CLP o fato de ser um linguagem baseada em símbolos semelhantes aos

encontrados nos esquemas elétricos, como contatos e bobinas, foi o que facilitou a

implementação do CLP por técnicos e engenheiros acostumados com os sistemas

de controle a reles e a mais utilizada atualmente.

“O nome LADDER deve-se à representação da

linguagem se parecer com uma escada (ladder), na qual

duas barras verticais paralelas são interligadas pela lógica

de controle, formando os como degraus (rungs) da escada.

A cada lógica de controle existente no programa de

aplicação dá-se o nome de rung, a qual é composta por

colunas e linhas[...]”

A linguagem de programação LADDER e feita por estágios onde tem as

principais vantagens e as desvantagens.

2.2.2 Desvantagens:

10

Dificuldade de localização de problemas durante a manutenção,

pois toda a lógica tem que ser verificada.

Dificuldade no gerenciamento de programas extensos, devido a

falta de estruturação.

2.2.3 Vantagens:

Facilidade de gerenciamento do programa de aplicação

independente de tamanho ou complexidade devido a sua estruturação.

Facilidade de alterações posteriores devido a clareza da

documentação utilizada para a lógica de controle.

Mais a maior vantagem da programação por estágios esta na forma como a

CPU executa o programa de aplicação. Durante a execução de programas

desenvolvidos com métodos convencionais a maior parte do tempo é consumida

gasta verificando condições desnecessárias a aquela sequência de operação. Onde

a CPU só executara apenas a lógica de controle presente nos estágios ativos, ou

seja, consome-se tempo verificando apenas condições necessárias a sequência de

operação naquele momento.

2.3 Os estágios podem ser ativados

Por meio de um jump ou set ativando um estagio referenciado nas instruções

e mantendo ativado o estagio que o executou.

E pode ser desativado por um reset e por meio de um jump também onde irá

desativar o estagio que o executou a instrução e ativando o estagio referenciado

nela.

2.3.1 Utilização da hidráulica na Automação Industrial

Com a constante evolução tecnológica, tem-se no mercado a intensa

necessidade de se desenvolverem técnicas de trabalho que possibilitem ao homem

o aprimoramento nos processos produtivos e a busca da qualidade.

Para se buscar a otimização de sistemas nos processos industriais, faz-se o

uso da junção dos meios de transmissão de energia: como a Hidráulica, utilizada no

sistema do protótipo.

11

Experiências têm mostrado que a hidráulica vem se destacando e ganhando

espaço como um meio de transmissão de energia nos mais variados seguimentos

do mercado, apresentando um maior crescimento em relação aos outros atuadores.

Mesmo durante os séculos anteriores, quando a tecnologia não foi

desenvolvida, os seres humanos tinham encontrado várias maneiras de aproveitar a

aplicabilidade desta ferramenta com o uso da força de rios, por exemplo. Mas esta

fonte de energia chegou a sua força total em torno de um século atrás. Desde então

a indústria ganhou muito com isso.

Uma das razões da sua elevada densidade de potência é o fato de que utiliza

a corrente de fluido, que tem um maior potencial para gerar energia, além de ele

possuir uma maior gama de cursos em comparação com outras fontes, sendo eles:

“não queimar”: ou seja, em relação à segurança ou durabilidade pode-

se dizer que esses cilindros são muito mais vantajosos, eles são duros

e resistentes, portanto, mesmo sendo gerada uma sobrecarga não

haveria qualquer combustão. Ele pode parar de funcionar

interrompendo seu curso, mas não causa nenhum dano a si mesmo ou

para as suas propriedades;

vida útil: mais elevada, como eles são menos suscetíveis a tais

vulnerabilidades devido a sua elevada robustez;

Diferentes velocidades: Um cilindro hidráulico pode operar em

velocidades diferentes e que o usuário pode exercer um bom controle

sobre ele.

Economia: se compararmos cilindros hidráulicos com outros atuadores

descobrirá que o mesmo possui uma relação custo/benefício mais

vantajosa uma vez que, máquinas hidráulicas são mais fáceis de

controlar, desse modo a sua velocidade pode ser flutuante isso garante

que há menos desperdício no processo.

Armazenamento: A energia gerada por essas máquinas podem ser

armazenados e utilizados durante a crise ou em momentos de

emergência.

12

FIG. 1:Cilindro hidráulico

Capítulo 3- O Protótipo

Com base em dados pesquisados e identificados nos dois primeiros capítulos

deste artigo, projetamos uma maquina automatizada com a capacidade de

solucionar os problemas ocorrentes na fabricação em de espetinhos de carne

atendo-se as normas estabelecidas pela ANVISA quanto à segurança dos

colaboradores e higiene durante o processo.

Utilizamo-nos de conceitos teóricos e práticos da automação industrial com a

finalidade de além de sanar os problemas de higiene e saúde, aumentar a

produtividade. Este aumento de produtividade tem por objetivos principais a redução

do tempo necessário para a produção e a redução de custos com o produto a fim de

se tornar um investimento rentável ao empresário.

3.1 POLICETAL

Este material foi utilizado na produção do recipiente (fig.2) que conterá a

carne e no compartimento onde serão colocados os espetos de madeira nos quais a

carne será fixada. Este polímero é largamente utilizado na indústria alimentícia, em

restaurantes, outros estabelecimentos que fornecem alimentos e até mesmo na

cozinha doméstica na popular “tábua” de cortar carne. Descoberto em 1956, é um

polímero muito resistente e com excepcional estabilidade dimensional e excelente

resistência ao escoamento e a fadiga por vibrações. Ele foi escolhido por algumas

características:

13

Elevada resistência a agentes químicos;

Ponto de fusão mais elevado que outros polímeros;

Baixa absorção de umidade;

Elevada rigidez;

Alta resistência à flexão alternada.

Estas características conferem a este material facilidade na higienização e

baixa absorção a umidade o que evita a proliferação de fungos e bactérias. Sua alta

resistência a agentes químicos favorece o seu uso pois evita durante a limpeza a

absorção de produtos utilizados na higienização que posteriormente se absorvidos

poderiam passar para a carne trazendo riscos a saúde.

Fig. 2: recipiente de policetal

3.2 Faca Elétrica

A melhor solução encotrada para a realização do corte da carne contida no

molde foi a utilização de um modelo de dispositivo elétrico (fig.3) que realizasse o

movimento de lâminas sequencialmente a fim de realizar precisamente o corte.

Devido a altos custos de montagem deste dispositivo utilizou-se a faca elétrica, tal

dispositivo sequencia duas lâminas, como pretendido, realizando o corte de diversos

tipos de alimentos com precisão. Esta faca também foi escolhida por se ater as

normas de higiene com os alimentos e segurança para com quem venha a utilizá-la,

pois ela possui lâminas travadas constituídas de aço inoxidável AISI 316L, material

que é resistente a corrosão, e ejetáveis, facilitando assim a higienização das

mesmas com segurança fora da maquina.

14

Dimensões da faca:

Altura: 7,00 cm

Largura: 6,00 cm

Profundidade: 31,00 cm

Peso: 698,00 g

Consumo de Energia (kW/h): 0,015kWh/10 minutos

Potência: 100 W

Fig.3: Faca elétrica

3.3 Aço Inoxidável

Os aços inoxidáveis surgiram a partir de estudos realizados em 1912 na

Inglaterra e na Alemanha. Eles são basicamente ligas de ferro-cromo, podendo

haver outros metais nesta liga. Esta liga se divide em três principais grupos que são

caracterizados de acordo com a sua microestrutura: austenísticos, martensíticos e

ferríticos.

Este material possui as seguintes características:

Alta resistência à corrosão

Resistência mecânica adequada

Facilidade de limpeza/Baixa rugosidade superficial

Resistência a altas temperaturas

15

Resistência a temperaturas criogênicas (abaixo de 0 °C)

Resistência às variações bruscas de temperatura

Acabamentos superficiais e formas variadas

Relação custo/benefício favorável

Baixo custo de manutenção

Densidade média 7,85 (g/cm3)

Este material se divide em diversos tipos possuindo cada tipo aplicações

específicas. O aço inoxidável foi utilizado na lâmina de corte da carne, para esta

aplicação foi utilizado o aço inoxidável austenítico AISI 316L, este tipo é um dos

mais utilizados e fazem parte da série SAE 300. Nesta série está um grupo de ligas

cromo-níquel austenítico. Eles possuem entre 2 e 3% de molibdênio, isto impede

formas específicas de oxidação aumentando assim sua resistência.

3.3.1Suas principais aplicabilidades são:

Utensílios domésticos;

Equipamentos para indústria química e naval;

Indústria farmacêutica;

Refinaria de petróleo;

Permutadores de calor;

Válvulas e peças de tubulações em geral;

Indústria frigorífica;

Instalações criogênicas;

Tanques de fermentação de cerveja;

Equipamentos para leiteria;

Cúpula para casa de reator de usina nuclear.

3.4 Motor

Para o fechamento do recipiente que conterá a carne utilizamos um

sistema que fechará em um movimento simples realizado por um motor CC.

16

Este motor (fig.4) foi escolhido para ser o atuador do sistema devido ao torque

que é mantido por ele durante seu período de atuação, isto é para produzir um

mesmo torque com um motor CA, você precisara adquirir um motor mais

robusto, ou de potência maior.

Outro fator preponderante para a escolha deste motor foi a velocidade

reduzida e principalmente a precisão que ele oferece com muita facilidade no

seu controle. As posições do motor durante todo o processo serão definidas

por duas chaves fim de cursos instalados em sentidos opostos uma das outras

e a alimentação será controlada pelo CLP na abertura e fechamento de relés.

Fig.4: Motor DC

3.5 Programação

Toda a programação da máquina foi realizada no software FST 4.10

disponibilizado para a faculdade FATEC- Garça pela FESTO. Foi utilizada a

linguagem Ladder (fig.5 e 6).

17

Fig.5: Allocation list

fig.6: Trecho da programação

18

3.6 Funcionamento

O protótipo consiste no acionamento sincronizado de cilindros

hidráulicos, um sistema de fechamento de tampa e por fim o acionamento das

facas elétricas para a realização do corte.

A carne será introduzida no recipiente por meio de uma abertura que

durante o processo permanecerá fechada por questões de segurança. Ao ser

colocado toda a carne e fechada esta abertura, poderá iniciar-se o processo

onde serão introduzidos os espetos (colocados por outra abertura que

também será fechada durante o funcionamento) na carne. Após a inserção

dos espetos, o recipiente que contém a carne será levado à região de corte,

onde este será realizado por meio de laminas conduzidas por pistões

sequencialmente para evitar colisões. Após o corte ser realizado o operador

será avisado através de um sinal luminoso que o processo foi concluído e os

espetos podem ser retirados, entretanto os espetos só serão elevados para

fora do recipiente após a abertura da máquina.

Um fator importante para a segurança que foi levado em consideração

foi a colocação de sensores em todas as aberturas da máquina. Estes

sensores tem por objetivo indicar os estados da porta (aberta ou fechada), já

que uma vez a porta aberta, todos os atuadores (cilindros hidráulicos, motores

e facas) presentes no sistema serão desligados automaticamente com o

objetivo de garantir a integridade do operador ou qualquer outra pessoa que

acidentalmente ou intencionalmente venha interferir ou manipular a maquina

durante seu funcionamento.

Capítulo 4º CONCLUSÃO

A partir do desenvolvimento de estudos e montagem de protótipos ao longo

do ano acadêmico e durante o processo de desenvolvimento deste artigo e desta

máquina tornou-se notório a enorme importância da mecatrônica na criação,

manutenção e implementação de processos no mundo atualmente. Esta grande

19

importância e larga utilização de seus recursos podem ser vistos nos mais diversos

campos de atuação, desde o campo com máquinarios e sensoriamento para uma

otimização do processo, até as grandes indústrias nas grandes cidades onde células

integradas de manufatura são implementadas e todos os dados do processo são

armazenados e controlados por sistemas ERP (Enterprise Resourse Planning).

Os dados coletados foram satisfatórios em relação as expectativas e

pesquisas informais realizadas com pessoas que atuam na área, e através destas

mesmas pesquisas obitivemos a aprovação da idéia, conceito e máquina que veio a

ser desenvolvida. Assim, o protótipo a ser apresentado é um esboço geral da idéia

onde buscamos durante todo o desenvolvimento aperfeiçoá-lo para obter um melhor

desempenho, redução de custos com materiais e sistemas utilizados na sua

construção e aumento da velocidade de funcionamento da máquina.

Alguns dos sistemas utilizados, como o da faca elétrica por exemplo,

facilitaram o modo de funcionamento e reduziram custos no protótipo, além de

verificarmos a não necessidade de reinventar a roda, ou seja, sistemas e materiais

já existentes puderam ser utilizados, pois atendiam as especificações necessárias

para o processo não havendo a necessidade de inventar algo que já existe.

Portanto em linhas gerais, foram satisfatórios os resultados obtidos com

construção da máquina durante o dado período de tempo e as devidas melhorias

poderão ser estudadas e futuramente implementadas com a finalidade de melhorar a

versão atual da máquina e aumentar a sua capacidade podendo colocá-la em escala

industrial posteriormente.

REFERÊNCIAS

DOE de 19/04/2013 - nº. 73 - Poder Executivo – Seção I – p. 32 – 35 GEORGINI, Marcelo. Automação aplicada: descrição e implementação de sistemas

sequenciais com PLCs. 9. Ed. São Paulo: Érica, 20

<http://www.br.all.biz/cilindros-hidrulicos-bgg1083081> acesso em: 9 nov. 2013.

20

SIVEIRA, Cristiano Bertulucci o que é automação industrial. Disponível em:

<http://www.citisystems.com.br/o-que-e-automacao-industrial/> acesso em: 10 nov. 2013. <http://www.euroaktion.com.br/Tabela%20de%20Densidade%20dos%20Materiais.pdf> acesso em: 9 nov.2013

<http://www.kloecknermetals.com.br/pdf/3.pdf>acesso em: 3 nov. 2013.

<http://pt.ez9articles.appspot.com/article/6-advantages-of-a-hydraulic-cylinder-over-other-sources-of-power>acesso em: 21 out. 2013 <http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-451349581-maquina-formadora-de-

espetinho-faca-chaira-e-frete-gratis-_JM>acesso em: 21 out. 2013.

<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR-

06%20(atualizada)%202010.pdf>acesso em: 15 out. 2013.

PECZAR, Júnior Michael; Et al. Microbiologia: conceitos e aplicações. vol. 2.

20 Ed., São Paulo: Makron Books, 1996.

ROÇA. R. O.Microbiologia da Carne. Disponível em

<http://pucrs.campus2.br/~thompson/Roca106.pdf> acesso em 11 nov. 2013.

<http://unedserra-ehp.tripod.com/m_2001_1.pdf>acesso em: 10 out. 2013.