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18 # 130 | FEVEREIRO DE 2014 1 FOTOS 1 e 3 Shutterstock 2 Divulgação AQUECIMENTO Uma pesquisa apresentada no VI Congresso Brasileiro e IV Congresso Internacional de Fisioterapia, em 2013, apontou que a fascite plantar é a lesão mais comum entre maratonistas. Para o estudo, o especialista em fisioterapeuta esportiva, membro da Sociedade Nacio- nal de Fisioterapia Esportiva e diretor clínico da Prime Fisioterapia Evaldo Bosio e sua equipe avaliaram 285 corredores que participaram da Maratona Internacional de São Paulo de 2012. Os atletas tinham entre 18 e 60 anos, sendo 237 homens e 48 mulheres. Eles coletaram os dados epidemiológicos e também realizaram uma avaliação clínica em cada indivíduo antes da largada. Entre todos os participantes, 247 (que representam 86%) apresentaram algum tipo de lesão. A intenção do estudo de Bosio é identificar as princi- pais lesões entre os maratonistas brasileiros. “Existem muitas pesquisas científicas com dados de corredo- res americanos ou europeus, e geralmente as lesões mais encontradas em outros países são diferentes das sentidas por nossos corredores”, afirma o fisioterapeuta. “Isso se explica, muitas vezes, pelo tipo de treinamento, condições climáticas e até mesmo as vias públicas que, em alguns circuitos ou provas, têm desníveis no asfalto e pequenos buracos que podem causar algum tipo de lesão.” Segundo Bosio, “é importante saber as particula- ridades de nossos atletas e traçar medidas preventivas para diminuir ou minimizar os problemas”. Para finalizar, ele alerta: “Aos primeiros sinais de incômodo durante a corrida é importante diminuir o ritmo e, se persistir ou aumentar, é hora de parar e procurar ajuda de um especialista”, completa. LESÃO DE MARATONISTA 2 O calor está dominando boa parte do País neste início de ano. Participar de uma maratona em tais condições climáticas é bem desafiador. Mas e o oposto? Imagine correr 42 km com temperaturas atingindo até –37°C. O russo Boris Fyodorov, de 37 anos, fez isso na noite de Ano-Novo. Foi a primeira vez que ele correu a distância e completou o percurso no vilarejo Oymyakon — considerado o local inabitado mais frio do Hemisfério Norte —, na Sibéria, em 5h08min. Sua história foi contada no jornal local The Siberian Times . Na reportagem, ele afirma que já havia ouvido falar de algumas maratonas consideradas as mais frias do mundo, como a do Polo Norte — com temperaturas na casa de –28°C —, mas sabia que não estava certo. O russo chegou a fazer o último treino antes do desafio a uma temperatura de –45°C e esperava o mesmo no dia da prova. Fyodorov quer agora organizar maratonas para para mais participantes a temperaturas ainda mais extremas. No meio de janeiro, por exemplo, o local onde o corredor completou sua façanha chega a –60°C. Você encararia? CORRIDA NEGATIVA ©2 ©1 ©2 Veja o ranking dos lesionados: LESÃO Fascite plantar Síndrome patelofemoral Tendinopatia patelar Tendinopatia de calcâneo Canelite Síndrome do trato iliotibial Lesão muscular Impacto nos pés Neuroma de Morton PORCENTAGEM 30% 21% 15% 11% 8% 7% 5% 2% 1% ATLETAS 74 51 38 27 19 16 13 6 3 O2ed130_Aquecimento.indd 18 1/27/14 6:19 PM

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Uma pesquisa apresentada no VI Congresso Brasileiro e IV Congresso Internacional de Fisioterapia, em 2013, apontou que a fascite plantar é a lesão mais comum entre maratonistas. Para o estudo, o especialista em fisioterapeuta esportiva, membro da Sociedade Nacio-nal de Fisioterapia Esportiva e diretor clínico da Prime Fisioterapia Evaldo Bosio e sua equipe avaliaram 285 corredores que participaram da Maratona Internacional de São Paulo de 2012. Os atletas tinham entre 18 e 60 anos, sendo 237 homens e 48 mulheres. Eles coletaram os dados epidemiológicos e também realizaram uma avaliação clínica em cada indivíduo antes da largada.Entre todos os participantes, 247 (que representam 86%) apresentaram algum tipo de lesão. A intenção do estudo de Bosio é identificar as princi-pais lesões entre os maratonistas brasileiros. “Existem muitas pesquisas científicas com dados de corredo-res americanos ou europeus, e geralmente as lesões mais encontradas em outros países são diferentes das sentidas por nossos corredores”, afirma o fisioterapeuta. “Isso se explica, muitas vezes, pelo tipo de treinamento, condições climáticas e até mesmo as vias públicas que, em alguns circuitos ou provas, têm desníveis no asfalto e pequenos buracos que podem causar algum tipo de lesão.” Segundo Bosio, “é importante saber as particula-ridades de nossos atletas e traçar medidas preventivas para diminuir ou minimizar os problemas”. Para finalizar, ele alerta: “Aos primeiros sinais de incômodo durante a corrida é importante diminuir o ritmo e, se persistir ou aumentar, é hora de parar e procurar ajuda de um especialista”, completa.

Lesão deMArATONIsTA

2O calor está dominando boa parte do País neste início de ano. Participar de uma maratona em tais condições climáticas é bem desafiador. Mas e o oposto? Imagine correr 42 km com temperaturas atingindo até –37°C. O russo Boris Fyodorov, de 37 anos, fez isso na noite de Ano-Novo. Foi a primeira vez que ele correu a distância e completou o percurso no vilarejo Oymyakon — considerado o local inabitado mais frio do Hemisfério Norte —, na Sibéria, em 5h08min.

Sua história foi contada no jornal local The Siberian Times. Na reportagem, ele afirma que já havia ouvido falar de algumas maratonas consideradas as mais frias do mundo, como a do Polo Norte — com temperaturas na casa de –28°C —, mas sabia que não estava certo. O russo chegou a fazer o último treino antes do desafio a uma temperatura de –45°C e esperava o mesmo no dia da prova. Fyodorov quer agora organizar maratonas para para mais participantes a temperaturas ainda mais extremas. No meio de janeiro, por exemplo, o local onde o corredor completou sua façanha chega a –60°C. Você encararia?

corrida negativa

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Veja o ranking dos lesionados:LESÃO

Fascite plantar

Síndrome patelofemoral

tendinopatia patelar

tendinopatia de calcâneo

Canelite

Síndrome do trato iliotibial

Lesão muscular

impacto nos pés

neuroma de Morton

PORCENTAGEM

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19 VOLTA AO MuNdO SEM SAiR dO LuGARJá imaginou correr pela manhã no Central Park, em Nova York (EUA), e à tarde dar seus trotes pelo Parque do Ibirapuera, em São Paulo? Um novo lançamento no ramo de esteiras permite que o corredor se aproxime desse feito. O modelo E570 foi desenvolvido com a função “Volta ao Mundo”, permitindo ao atleta selecionar um parque entre os predeterminados pelo sistema e correr de acordo com a topografia original do local. Outro recurso do aparelho é o sistema Shock Absorver Control (SAC), que foi desenvolvido pela marca Movement em parceria com o Laboratório de Biomecânica da Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo (USP). Os usuários podem escolher até três níveis de absorção de impacto: soft, para um piso mais macio; hard, com o chão mais duro e optimum, em que o amortecimento é calculado a partir do seu peso. Além disso, a E570 vem com televisão, tela touch screen e sensores de mão para calcular o batimento cardíaco. Seu preço é de (salgados) R$ 26.790.

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Corredores gostam de ser velozes. Porém, há um momento em que a pressa pode atrapalhar: a hora de co-mer. Quanto mais rápido se come, me-nor a sensação de saciedade, de acor-do com um estudo da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos. Isso quer dizer que você pode se ali-mentar com mais do que o necessário por mastigar pouco a comida e, con-sequentemente, ganhar alguns quilos.

Os pesquisadores utilizaram 45 pessoas para o teste — indivíduos dentro do peso, acima e obesos. Pri-meiro, os cientistas pediram que cada um comesse uma pizza roll (tipo de calzone tradicional entre os norte-americanos) com a quantidade de mastigadas a que está habituado. Depois, por três vezes em uma semana, solicitaram que os participantes mastigassem 150% e 200% mais do que o normal.

O consumo do alimento diminuiu 9,5% quando mastigaram 150% a mais do que o habitual e 14,8% quando fizeram o movimento 200% de vezes mais. Segundo a pesquisa, mastigar um número maior de vezes interfere na quantidade de comi-da ingerida, mas não no apetite. Outro ponto encontrado pelos cientistas é que os participantes que estavam em dia com a balança comiam mais devagar — ou seja, mastigavam mais vezes — do que as pessoas acima do peso e obesas.

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27.500 pessoas (20.625 homens e 6.875 mulheres) largaram para a edição da São Silvestre — o novo recorde da competição. 22.520 completaram a corrida. Atletas de 42 países participaram da prova. 1.500 pessoas trabalharam na organização do evento. 150 agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo ajudaram a bloquear as ruas e avenidas para a realização da corrida; 1.300 cavaletes, 800 cones e 4 mil grades foram dispostos nas cercanias. 150 profissionais da saúde deram suporte aos atletas. 300 banheiros químicos estavam à disposição dos atletas. 400 mil garrafas de água foram distribuídas nos 5 postos de hidratação. O queniano Edwin Rotich venceu a prova com o tempo de 43min47s e recebeu R$ 60.000 pela conquista. Sua compatriota, Nancy Kipron, foi a campeã no feminino, terminando a corrida em 51min58s. Giovani dos Santos foi o melhor brasileiro da São Silvestre: 4º lugar, com o tempo de 44min49s. Entre as mulheres, Sueli Pereira da Silva foi a melhor colocada: 6º lugar, fechando a prova em 53min00s.

Todos os anos, a Corrida Internacional de São Silvestre atrai milhares de corredores para São Paulo, que visam completar os seus desa-fiadores 15 km. Em 2013, foi realizada a 89ª edição da corrida. Veja o resumo da prova em alguns números:

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5Um estudo — publicado no Journal of Science and Medicine in Sport — sugere que quanto maior a intensidade do aque-cimento, mais rápido um atleta pode correr em sequência. Os cientistas utilizaram 11 pessoas treinadas e acostuma-das com provas longas, que foram testadas em duas situa-ções. Na primeira, trotaram por 10 minutos, correram mais forte — ainda abaixo do ritmo de prova — por 5 minutos e deram seis tiros de 10 segundos — já com o pace que seria adotado na corrida ou maior. Após um descanso de 10 minutos, fizeram uma série de saltos, outra corrida em rit-mo de prova por 5 minutos e foram para uma esteira para um teste de velocidade máxima. Na segunda situação, os atletas repetiram exatamente os mesmos exercícios, mas usaram uma roupa com peso durante os tiros de 10 segun-dos. De acordo com os resultados, as vestimentas pesadas influenciaram tanto na corrida intensa de 5 minutos quanto no teste de velocidade máxima, aplicados no final dos tes-tes. A unidade de medida usada pelos pesquisadores foi a chamada “economia de corrida”: quanto maior ela for, mais rápido um atleta pode correr com o mesmo esforço. Após terem usado a roupa com pesos, essa economia foi 6%

aqueça Forte para voar

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maior na bateria de 5 minutos e 2,9% no teste de veloci-dade máxima em relação a quando se aqueceram sem o sobrepeso. É claro que isso não significa que você deva vestir um colete antes de sair para correr. Mas o estudo é importante para mostrar que acrescentar certa dificul-dade no aquecimento antes de uma prova cuja meta seja melhorar o tempo, por exemplo, pode ajudar no ganho de velocidade. A pesquisa aponta, por fim, que o efeito do aquecimento mais intenso antes da largada é mais eficien-te em distâncias curtas, ou seja, em provas mais velozes.

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por isso nós corremos

Dentre tantos tipos de atividades físicas disponíveis, a empresa especia-lizada em serviços tecnológicos Acesso Digital optou por oferecer a corri-da aos seus funcionários por um simples motivo: seu poder democrático. “Cogitamos adotar outro tipo de exercício, mas a corrida foi a modalidade escolhida por se tratar de um esporte que poderia ser praticado por todos, da copeira ao presidente, como de fato acontece na Acesso Digital”, explica Gabriella Teco, primeira gestora do grupo. Desde que foi implementado na empresa, em 2011, o programa Ser Saudável cresceu e hoje conta com 20 corredores. Um deles é Josineide Silva, atual gestora do programa e participante ativa dos treinos e provas. “Não praticava nada. Eu era ‘para-dona’. Mas descobri a corrida e hoje tenho medalhas da Meia-maratona do Rio de Janeiro, da Maratona de São Paulo e da São Silvestre”, orgulha-se. “Hoje em dia, quando não faço exercício por algum motivo, sinto como se faltasse alguma coisa no meu dia”, completa. O “vício” bom de Josilene é compartilhado por todos os participantes do projeto, o que acaba refletindo em um melhor desempenho no trabalho. “Como empresa, acreditamos que os colaboradores que cuidam de sua saúde são mais produtivos e felizes. E, para a gente, isso é o mais importante”, finaliza Gabriella.

Projeto Ser Saudável, da empresa paulista Acesso Digital oferece aos seus funcionários a oportunidade de saírem do sedentarismo

acesso à Corrida

SER SAudáVEL

CIdAdE: São PauloNúMERo dE fUNCIoNáRIoS: 110QUANtoS CoRREM: 20

QUANdo IMPLANtoU A CoRRIdA: 2011QUEM tREINA: CGFIT Assessoria em Saúde

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Corrida para a SoLida­riedadeCorrer e fazer o bem. Essa foi a proposta de uma campanha da empresa de baterias automotivas Moura. Para a ação, um aplicativo para smartphones com o nome “Doe Sua Energia” foi lançado. Ao ligar o app, cada quilômetro percorrido pelos atletas se transformava em R$ 1 doado pela própria empresa para instituições de caridade. O site oficial da campanha (www.doesuaenergia.com.br) mostra um ranking dos usuários que mais quilômetros percorreram com o aplicativo e, consequentemente, que mais ajudaram as instituições até o dia 26 de janeiro, data em que se encerrava a campanha. Até o fechamento desta edição, mais de R$ 35 mil foram doados.

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