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Capítulo 5 Aspectos Petrográficos e Texturais das Rochas Plutônicas

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  • Captulo 5Aspectos Petrogrficos e Texturais das Rochas Plutnicas

  • Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com nfase no plton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)

    PPGG/CCET/UFRN Captulo 5 - Aspectos Petrogrficos e Texturais das Rochas Plutnicas

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    CAPTULO 5

    ASPECTOS PETROGRFICOS E TEXTURAIS DAS ROCHAS PLUTNICAS

    5.1 - Introduo.

    Este captulo enfoca as caractersticas petrogrficas das rochas plutnicas, tanto com

    relao aos seus aspectos macroscpicos, considerando texturas e estruturas, como tambm

    aspectos microscpicos, feies mineralgicas e microtexturais. Para a caracterizao de

    propriedades ticas, identificao mineral e de microtexturas, foram utilizados os textos bsicos

    de Phillips (1980), Deer et al. (1966, 1982, 1996), Roubault (1982) e Hibbard (1995).

    Na classificao petrogrfica, foi empregada a terminologia proposta por Streckeisen

    (1976), com o plote dos valores modais de quartzo, feldspato alcalino e plagioclsio no

    diagrama Q-A-P. Para uma melhor identificao das possveis fcies e/ou subfcies, usou-se o

    diagrama Q-(A+P)-M do mesmo autor. Esses valores modais (tabela 5.1 a 5.5) foram obtidos a

    partir da contagem de pontos (em mdia 1000 pontos por seo), com o auxlio do contador

    de pontos tipo Swift modelo F. Para uma melhor identificao das litologias, os minerais

    mficos, quando presentes em quantidade superior a 5%, aparecem na ordem crescente de

    abundncia, precedendo o nome da rocha. De acordo com os diferentes padres texturais

    encontrados nas fases minerais, adotou-se uma seqncia numrica (1, 2, 3 etc.) para

    diferenciar esses minerais. As simbologias NX e N//, encontradas nas fotomicrografias,

    representam nicis cruzados e paralelos, respectivamente.

    5.2- Aspectos Gerais e Nomenclatura.

    O estudo petrogrfico das rochas plutnicas foi efetuado a partir de um total de 53

    sees delgadas, sendo 16 para o lcali-feldspato granito (Plton Caxexa), 8 para o anfiblio-

    biotita granito (Plton Cabeudo), 14 para o biotita microgranito, 9 para as rochas bsicas a

    intermedirias e 6 para o granitide aluminoso. Para a nomenclatura das rochas plutnicas,

    utilizaram-se as terminologias propostas por Streckeisen (1976) e Le Maitre (1989).

    De acordo com o diagrama da figura 5.1, as rochas do Plton Caxexa so

    representadas exclusivamente por lcali-feldspato granitos, em virtude do carter albtico (An0-

    2) do plagioclsio. Observa-se que a mineralogia mfica nunca ultrapassa os 10% modais,

    classificando essas rochas como hololeucocrticas. Essa composio praticamente idntica

    a de rochas alcalinas associadas Zona de Cisalhamento Remgio-Pocinhos (ZCRP), descritas

    por R.S.C. Nascimento (1998) e Nascimento et al. (1999b).

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    Figura 5.1 - a) Diagrama Q-A-P e Q-A+P-M (Streckeisen 1976) com os campos das sries magmticas, de

    acordo com Lameyre & Bowden (1982) para as rochas plutnicas aqui estudadas. b) Diagrama

    classificatrio Pl-Px-Hb (Le Maitre 1989), para os termos menos diferenciados das rochas bsicas a

    intermedirias.

    Legenda: 2. lcali-feldspato granito; 3b. monzogranito; 4. granodiorito; 5. tonalito; 8. monzonito; 9.

    monzodiorito/monzogabro; 10. diorito/gabro. tr. trondhjemtico; th. tholetico; calc. clcio-alcalino; mz.

    monzontico; al. granitides aluminosos em provncias alcalinas; alc. alcalino; mob. mobilizados crustais.

    As rochas do Plton Cabeudo plotam no campo de monzogranitos, com algumas

    amostras plotando como granodioritos (fig. 5.1a). A mineralogia mfica bastante variada,

    oscilando entre 13,2 a 54,3%, desta forma, caracterizando essas rochas como leucocrticas a

    mesocrticas. Os diques e soleiras de microgranitos representam anfiblio-biotita

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    monzogranitos, com algumas amostras plotando no campo de granodioritos, semelhante o

    que ocorre para as rochas porfirticas. H uma pequena variao na quantidade de minerais

    mficos (2,9-13,4%), o que permite classific-las como rochas hololeucocrticas a

    leucocrticas.

    As rochas da sute bsica a intermediria quando plotadas no diagrama Q-A-P

    apresentam uma variao composicional gradativa, oscilando desde termos gabrides at

    monzogabros e monzonitos (fig. 5.1a). As que plotaram no campo dos dioritos/gabros foram

    submetidas ao diagrama 5.1b, com a finalidade de classific-las mais apropriadamente. Neste

    caso, elas so gabronoritos, principalmente devido a sua baixa quantidade de anfiblio, em

    mdia nunca ultrapassando os 3% modal. As rochas bsicas a intermedirias apresentam

    como minerais mficos principalmente piroxnios e biotita, chegando a atingir 35% nas rochas

    mais diferenciadas e 43% nas menos evoludas. Desta forma, em termos de ndice de cor elas

    so melanocrticas a leucocrticas.

    As rochas aluminosas (tipo-S), que so pobres em feldspato alcalino, classificam-se

    como tonalitos, no diagrama Q-A-P (fig. 5.1a). A grande quantidade de minerais mficos, em

    especial biotita e granada, confere a essas rochas um carter mesocrtico, com apenas uma

    amostra plotando no campo dos tipos leucocrticos (fig. 5.1a).

    Sintetizando, os dados petrogrficos permitem distinguir claramente a sute bsica a

    intermediria, os lcali-feldspato granitos e os granitides aluminosos, em termo de seus

    contedos relativos em quartzo e feldspatos (fig. 5.1a). As rochas do Plton Cabeudo e os

    biotita microgranitos so modalmente indistintas no diagrama Q-A-P (fig. 5.1a). Estes dois

    ltimos grupos podem, todavia, ser distinguidos pelo total de minerais mficos (maior no Plton

    Cabeudo) e contedo de anfiblio (raros ou ausentes nos biotita microgranitos).

    5.3- Descrio Petrogrfica.

    5.3.1 - lcali-feldspato granito (Plton Caxexa).

    Macroscopicamente, no h variaes faciolgicas proeminentes neste plton.

    Predominam rochas hololeucocrticas, de composio lcali grantica (fig. 5.1a), textura

    equigranular, colorao cinza esbranquiada a rsea, e granulao fina a mdia. De

    ocorrncia localizada, registram-se bandas esverdeadas, de espessura milimtrica a

    centimtrica, enriquecidas em clinopiroxnio, formando por vezes um acamamento

    magmtico, bem como ndulos milimtricos de granada vermelho-amarelada.

    Volumetricamente subordinadas e sem localizao preferencial ao longo do macio,

    destacam-se as seguintes fcies: i) tipos com textura mdia, inequigranular, microporfirticos,

    com fenocristais milimtricos de feldspato alcalino, ocorrendo como soleiras ou diques

    (truncam em baixo ngulo tramas de litologias prvias) de espessura decimtrica a mtrica nos

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    leucogranitos alcalinos descritos acima, ou em micaxistos e ortognaisses do substrato; ii) tipos

    de textura inequigranular, com fenocristais globulares de quartzo cinza-azulado em uma matriz

    fina, homognea; iii) duas geraes de diques de pegmatito mdio a grosso, de composio

    lcali grantica (com turmalina), a mais antiga anterior aos microgranitos, e outra posterior,

    sendo que todas as fcies apresentam as mesmas tramas lineares magmticas.

    A composio modal (tabela 5.1) e as texturas das rochas que compem o macio em

    questo so bastante homogneas, em acordo com seus aspectos macroscpicos. A

    mineralogia essencial representada por feldspatos (microclina e albita) e quartzo, os quais

    perfazem entre 90,2% e 99,0% do conjunto de minerais, enquanto as fases mficas variam entre

    1,0% e 9,8%. O mineral mfico dominante o clinopiroxnio, que pode atingir 7%, ocorrendo

    ainda os acessrios titanita, granada (atinge 4% em algumas amostras), opacos, allanita, zirco

    e apatita. Algumas amostras de borda do corpo mostram maior proporo de minerais

    secundrios (sericita, carbonato) provenientes de alterao de feldspatos e clinopiroxnio.

    A textura observada normalmente equigranular a ligeiramente inequigranular, com

    freqentes mosaicos poligonais de feldspato al calino e albita. Via de regra, os gros de

    feldspatos e quartzo possuem formas alongadas ou definem laminaes que produzem uma

    trama planar em praticamente todas as amostras. Nas rochas contendo granada, observa-se,

    adicionalmente, a textura esqueltica deste mineral.

    A microclina ocorre como cristais subdricos a andricos, em parte micropertticos (tipo

    filetes), localmente com geminao segundo a lei albita-periclnio, associada a restos de

    geminao Carlsbad, podendo evidenciar transformao ou reequilbrio subsolidus de

    feldspato potssico monoclnico de mais alta temperatura (ortoclsio), para feldspato triclnico

    de mais baixa temperatura (microclina). Possui dimenses de at 2,5 mm, alm de

    microfraturas preenchidas por carbonatos e incluses de plagioclsio, titanita e clinopiroxnio.

    No tocante ao plagioclsio, possvel reconhecer dois tipos texturais, conforme segue.

    O PL1 corresponde queles inclusos nos cristais maiores de microclina; apresenta formas

    subdricas, geminao polissinttica e dimenses de at 0,4 mm, e estimativa do teor em

    anortita (mtodo Michel-Lvy) inferior a 4%. O PL2 (albtico An0-2, dados de microssonda),

    encontra-se na matriz da rocha, exibindo morfologia subdrica a andrica, tambm com

    geminao polissinttica, tamanho variando de 0,2 a 0,7 mm, contendo incluses de zirco,

    titanita e apatita.

    O quartzo ocorre como cristais andricos, com dimenses entre 0,2 e 0,5 mm,

    apresentando extino ondulante e localmente desenvolvendo textura em mosaico poligonal.

    Possui incluses de zirco, titanita, apatita, opacos e plagioclsio, denotando sua

    recristalizao tardia.

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    O clinopiroxnio tem colorao verde acastanhada a verde escura, forte absoro,

    ngulo de extino (Zc^) de 10-12 e elonga o negativa. Ocorre como gros subdricos a

    andricos, em associao com cristais quadrticos de minerais opacos. Pode ter incluses de

    zirco. Anlises com microssonda eletrnica (cap. 6) permitem distinguir dois tipos de

    piroxnios: i) aegirina-augita - presente nas fcies cujas associaes minerais no possuem

    granada; ii) hedenbergita observada nas rochas portadoras de granada (foto 5.1). Nas

    proximidades de zonas de cisalhamento e bordas do plton, verifica-se a maior abundncia

    de transformao do clinopiroxnio para carbonatos.

    A granada encontrada sob duas formas texturais. A primeira est associada com

    hedenbergita, com a qual exibe contatos interdigitados ou interlobados, tem cor amarela

    clara, hbito eudrico, e tamanho inferior a 0,6 mm. Nestes casos, sugere-se que a granada se

    formou por reaes envolvendo o clinopiroxnio (foto 5.1). O segundo tipo tem cor amarela

    escura, hbito intersticial, esqueltico ou em atol (foto 5.2), com freqentes incluses de

    plagioclsio e quartzo, atingindo dimenses milimtricas, destacando-se do conjunto de outros

    minerais. Composicionalmente, os dois tipos texturais so similares, verificando-se teores de 82-

    88% mol de andradita, 3-6% de grossulria, 3-6% de espessartita e 1-6% de almandina (mais

    detalhes no cap. 6).

    A titanita eudrica a subdrica, de tamanho inferior a 0,5 mm, tendo forma

    losangular, cor castanha escura, podendo mostrar geminao simples; aparece como

    incluses em quartzo, Pl2 e microclina. Os minerais opacos so predominantemente magnetita,

    encontrada como gros subdricos de hbito quadrtico e tamanho inferior a 0,4 mm. Um

    outro tipo com borda de titanita deve representar ilmenita. Zirco e apatita definem cristais

    eudricos, menores que 0,2 mm, encontrados como incluses em quartzo, feldspatos e

    clinopiroxnio.

    A allanita muito rara, sendo encontrada como cristais amarelo acastanhados,

    zonados, eudricos a subdricos, comumente inclusos em quartzo, alcanando at 0,4 mm.

    Carbonato e sericita so produtos de transformao de clinopiroxnio e plagioclsio, onde

    preenchem fraturas ou se acomodam em planos cristalogrficos e terminaes destes

    minerais.

    5.3.2 - Anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo).

    So rochas leuco a mesocrticas, de composio granodiortica a grantica (fig. 5.1a),

    textura mdia a grossa, com cristais de feldspato potssico medindo at 4 cm de eixo maior.

    Em regies de forte deformao, quartzo e feldspatos encontram-se estirados, definindo faixas

    lenticulares. Os fenocristais esto dispersos em uma matriz de granulao fina a mdia e

    colorao cinza escura, composta por nveis de quartzo+feldspato e anfiblio+biotita.

    Macroscopicamente, possvel notar bordas recristalizadas de quartzo+feldspato ao redor dos

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    fenocristais de feldspato potssico. Bandas milimtricas, ricas em anfiblio+biotita e

    quartzo+feldspato (com barras de quartzo), contornam os fenocristais de feldspato potssico,

    gerando a textura augen. Biotita e anfiblio so os mficos principais, com titanita, opacos,

    zirco e apatita como mineralogia acessria (tabela 5.2). Cristais de mica branca, clorita e

    epdoto granular representam produtos de substituio de plagioclsio, biotita e anfiblio.

    Tabela 5.2 - Composio modal representativa do anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo).

    Plton Cabeudogranodiorito monzogranito

    Minerais MA-272B MA-177A MA-160A MA-272A MA-175 MA-161A MA-271 MA-177B X r V

    Qz 13,4 20,9 17,0 19,3 19,6 22,9 26,3 29,5 21,1r4,8 Pl 24,8 38,7 19,8 20,8 37,8 29,1 20,2 23,8 26,9r7,2 Kf 7,5 16,9 14,6 26,1 26,1 17,3 40,1 17,8 20,8r9,2 Bio 26,6 10,8 33,5 22,7 8,3 14,9 7,7 17,7 17,8r8,6 Anf 26,7 6,7 7,8 9,2 6,7 10,4 3,6 5,3 9,6r6,8 Tit 0,6 0,8 2,2 0,8 0,3 2,4 0,9 1,8 1,2r0,7 Alan - - Tr - - 0,2 Tr - Tr Epid Tr 2,1 3,0 - Tr 0,1 - 1,4 0,8r1,1 Op 0,1 1,5 0,7 0,1 1,0 1,6 0,6 2,1 1,0r0,7 Ac 0,2 - 1,1 0,7 - 0,9 0,4 0,5 0,5r0,4 Sec 0,1 1,6 - - Tr - - 0,1 0,2r0,5 Total 100,0 100,0 99,7 99,7 99,8 99,8 99,8 100,0 99,9r0,1 Q 29,3 27,3 32,9 29,1 22,6 33,0 30,4 41,5 30,8r5,1 A 16,4 22,1 28,3 39,3 31,6 24,9 46,3 33,5 30,3r9,0 P 54,1 50,6 38,4 31,3 45,6 41,9 23,3 25,0 38,8r10,1 6M 54,3 23,5 48,3 33,5 16,3 30,5 13,2 28,9 31,1r13,4 Q 13,4 20,9 17,0 19,3 19,6 22,9 26,3 29,5 21,1r4,8 A+P 32,3 55,6 34,7 47,2 64,1 46,6 60,5 41,6 47,8r10,8

    Legenda: Qz = quartzo; Pl = plagioclsio; Kf = feldspato alcalino; Bio = biotita; Anf = anfiblio; Tit = titanita; Alan = allanita; Epid = epidoto; Op = opacos; Ac = acessrios (zirco + apatita); Sec = secundrios (mica branca + clorita); Q = quartzo; A = feldspato alcalino; P = plagioclsio; 6M = somatrio de mficos; Q = quartzo; A+P = feldspato alcalino + plagioclsio; Tr = Traos.

    Os cristais de microclina representam os augens e possuem tamanho de at 8 mm. So

    fenocristais subdricos a andricos com pertitas do tipo filetes e vnulas e geminao do tipo

    albita-periclnio (foto 5.3), associada Carlsbad, podendo indicar transformao de ortoclsio

    para microclina. H incluses de plagioclsio, biotita e opacos. Nos contatos entre cristais de

    microclina, forma-se textura mirmequtica do tipo bulbosa (Phillips 1980), como tambm nos

    contatos com plagioclsio. Os cristais maiores e mais deformados possuem bordas com gros

    menores neoformados, semelhantes aos que ocorrem dispersos na matriz, com dimetro menor

    que 1 mm.

    O plagioclsio (Pl1 - An22-28, dados de microssonda) encontrado como cristais

    subdricos a andricos com tamanho inferior a 1,5 mm. Ocorre com geminao polissinttica

    contnua e localmente parcial, podendo ter zonao normal. Comumente mostra

    transformao para epdoto granular, e pode existir como cristais inclusos na microclina. Um

    outro tipo textural (Pl2 = An24-29) exibe textura poligonal e extino ondulante de intensidade

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    variada, estando presente na matriz. O Pl3 observado nos contatos com cristais de microclina,

    representando mirmequitas, ou incluso nos cristais maiores de microclina.

    Texturalmente so identificados trs tipos de quartzo. O Qz1 refere-se aos gros com

    cerca de 1,5 mm de dimenso, andricos e com extino ondulante em bandas. Os cristais

    menores (< 1,5 mm), representam o Qz2 e ocorrem recristalizados sob a forma de fitas (ribbons)

    paralelas foliao S3, tambm possuindo extino ondulante. O Qz3 compreende as formas

    vermiculares encontradas nas mirmequitas.

    A biotita possui hbito lamelar, subdrico a andrico e pleocrosmo intenso nas cores

    castanho claro a escuro. Pode ter incluses de zirco, opacos e titanita, e o contato com o

    anfiblio interdigitado, sugerindo uma cristalizao ou recristalizao simultnea entre esses

    dois minerais. possvel reconhecer a alterao para clorita, associada presena de finos

    cristais de opacos ao longo dos planos de clivagem. Epdoto e titanita tambm podem ser

    formados atravs da desestabilizao da biotita e do anfiblio (foto 5.4).

    O anfiblio subdrico, com tamanho mximo de 1,2 mm, pleocrosmo variando de

    verde escuro a verde acastanhado, ngulo de extino (Zc^) oscilando entre 24-31 q e ngulo

    2VX estimado em 70q, sugerindo ser um anfiblio do grupo das hornblendas. Pode ter incluses

    de titanita, zirco, opacos e apatita. freqente a transformao para clorita, epdoto e

    opacos.

    A titanita (Tit1) ocorre como cristais subdricos com tamanho inferior a 0,8 mm e cor

    castanha clara, por vezes apresentando sees losangulares. Possui incluses de opacos e est

    inclusa em anfiblio, biotita, quartzo e feldspatos. comum ter-se titanitas, denominadas de

    Tit2, bordejando cristais de opacos, geradas por processo de esfenitizao. Uma terceira

    gerao (Tit3) est relacionada transformao de anfiblio+biotita, ocorrendo como cristais

    menores que 0,3 mm. Os minerais opacos so subdricos, por vezes de forma quadrtica,

    seguindo a clivagem da biotita, e distribudos aleatoriamente na matriz. Possuem tamanho

    menor que 0,7 mm e esto inclusos em quartzo e feldspatos ou com coroas de Tit2 sendo

    denominados de Op1 (foto 5.5). Os Op2 so andricos, menores que 0,2 mm, e ocorrem como

    produtos de transformao de biotita e anfiblio.

    O epdoto ocorre sob duas formas distintas. O Ep1 compreende cristais subdricos,

    subordinadamente eudricos, menores que 1,0 mm e com pleocrosmo variando em tons de

    amarelo. Mostra extremidades arredondas, s vezes com geminao simples, podendo indicar

    cristais magmticos. O Ep2 subdrico a andrico, com tamanho inferior a 0,4 mm,

    desenvolvendo-se a partir da transformao tardia de biotita (foto 5.4), anfiblio e plagioclsio,

    claramente tratando-se de epdotos secundrios. A allanita ocorre preferencialmente como

    cristais subdricos, de tamanho menor que 0,4 mm, colorao amarelada, podendo ter

    geminao simples ou estar parcialmente metamictizada..

    O zirco e a apatita so eudricos, menores que 0,2 mm, exibindo sees prismticas

    alongadas com bordas arredondadas. Esto inclusos nos minerais essenciais da rocha, bem

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    como em biotita e anfiblio. Mica branca e clorita representam minerais de transformao de

    plagioclsio e biotita, respectivamente.

    5.3.3 - Biotita microgranito.

    So rochas hololeucocrticas a leucocrticas, de composio monzograntica (fig.

    5.1a). Possuem colorao rsea ou acinzentada e textura equigranular fina, sendo o somatrio

    de minerais flsicos (microclina, plagioclsio e quartzo) superior a 90% (tabela 5.3). A biotita

    representa o mineral mfico dominante, ocorrendo ainda titanita, anfiblio, allanita, opacos e

    zirco como mineralogia acessria. Muscovita, epdoto e clorita representam produtos de

    transformao tardi-magmtica de biotita e anfiblio.

    A microclina ocorre como cristais subdricos a andricos, com tamanho atingindo at 4

    mm. Exibe geminao albita-periclnio e textura perttica venular ou em barras. Os cristais

    maiores podem ter incluses de biotita, quartzo, plagioclsio e titanita, dando um aspecto

    poiquiltico microclina.

    Os plagioclsios so individualizados em trs tipos texturais. O Pl1 apresenta-se como

    gros subdricos, inclusos nos cristais maiores de microclina, possuindo tamanho inferior a 0,4

    mm e geminao polissinttica. O Pl2 (An15-22, dados de microssonda) compreende os gros da

    matriz, sendo subdricos a andricos, com tamanho que variam de 0,3 a 0,8 mm e portando

    macla polissinttica, s vezes associada Carlsbad, e zoneamento normal. O Pl3 representa os

    tipos mirmequticos, desenvolvidos nos contatos entre Pl2 e microclina.

    So identificados dois tipos texturais de quartzo. O Qz1 ocorre como cristais andricos

    com tamanho inferior a 0,8 mm e textura em mosaico poligonal. O Qz2 corresponde aos tipos

    vermiformes encontrados na textura mirmequtica.

    A biotita ocorre como cristais lamelares subdricos, de cor marrom clara a

    avermelhada, freqentemente inclusos em gros de microclina, quartzo e Pl2. Como produto

    de desestabilizao de biotita, destacam-se muscovita, clorita e opacos. Os cristais de titanita

    so subdricos e no ultrapassam 0,3 mm em tamanho, sendo encontrados como incluses

    em microclina, biotita, quartzo e Pl2 (Tit1) ou associados transformao de minerais opacos

    (Tit2).

    O anfiblio andrico, no ultrapassando 0,5 mm, tendo como caractersticas ticas o

    pleocrosmo verde escuro a verde acastanhado, ngulo de extino (Zc^) de 26-30 q e 2VX de

    65q, sugerindo tratar-se de um anfiblio do grupo das hornblendas (foto 5.6). Transformaes

    tardias desse mineral originam clorita, epdoto e opaco.

    So identificados dois tipos texturais de opacos. O Op1 subdrico, tem tamanho entre

    0,2 e 0,4 mm, mostra bordas de titanita e est incluso em Pl2 e quartzo. O Op2 representa cristais

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    51

    andricos, formados a partir da desestabilizao de biotita. A allanita tabular, andrica,

    bastante metamictizada (foto 5.7), de cor amarela escura.

    O zirco e a apatita so prismticos curtos, eudricos, de cor castanha escura e incolor,

    respectivamente, ambos com tamanho inferior a 0,2 mm. Esto inclusos em Pl2, microclina,

    anfiblio e biotita. Mica branca (muscovita), epdoto granular e clorita representam cristais

    andricos com tamanho inferior a 0,4 mm, provenientes da alterao de biotita, plagioclsio e

    anfiblio.

    5.3.4. - Gabronorito a Monzonito (Sute Bsica a Intermediria).

    As rochas da sute bsica a intermediria apresentam uma grande variedade

    petrogrfica, representando-se desde os termos gabronorticos at os monzonticos, mais

    evoludos (fig. 5.1a,b). No primeiro caso, constituem rochas mesocrticas a melanocrticas, de

    textura fanertica fina, com mineralogia essencial constituda de dois piroxnios, biotita,

    plagioclsio e k-feldspato. Opacos, anfiblio, titanita, quartzo, apatita e zirco compreendem

    as principais fases acessrias. Os termos mais diferenciados correspondem a rochas

    leucocrticas a mesocrticas, com textura equigranular, variando de fina a mdia, contendo

    maior quantidade de feldspato potssico e menos biotita (tabela 5.4).

    O plagioclsio (An21-31; dados de microssonda) tem formas tabulares, curtas ou

    alongadas, subdricas a andricas, com dimenses variando de 0,4 a 2,0 mm. Possuem

    geminao polissinttica, por vezes associada a geminao do tipo Carlsbad, bem como

    zonao normal. Em alguns cristais, possvel perceber alteraes para saussurita nas suas

    partes centrais, ou formao de carbonato em microfraturas. Ocorrem incluses de zirco,

    opacos, apatita, biotita e piroxnios.

    A microclina ocorre mais abundantemente nas fcies mais diferenciadas, possuindo

    formas subdricas a andricas, e geminao albita-periclnio e/ou Carlsbad. Em alguns cristais,

    observam-se texturas de exsoluo perttica. Fenocristais subdricos so comuns, podendo

    atingir at 4,0 mm, com incluses de titanita, biotita, piroxnios, e gros de opacos. O quartzo

    andrico, com forte extino ondulante, podendo desenvolver barras lenticulares, sempre

    com tamanho dos cristais no ultrapassando 0,3 mm.

    O ortopiroxnio ocorre como cristais subdricos a andricos, com dimenses entre 0,6 e

    2,0 mm. Caractersticas tais como sinal tico (biaxial negativo), ngulo 2VX (| 70q), extino reta

    e cor marrom clara permitem distingui-lo do clinopirnio. Dados de microssonda (cap. 6)

    permitem classific-lo como ferrosilita. Em muitas ocasies, o ortopiroxnio apresenta-se

    transformado para anfiblio (foto 5.8), alm de gros irregulares de opacos. O clinopiroxnio

    aparece como cristais de dimenses menores que 0,4 mm, s vezes com macla simples e

    freqentemente com borda de anfiblio. As ca ractersticas ticas observadas, do tipo

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    pleocrosmo em tons de verde, ngulo de extino elevado (Zc^ = 38-43 q), sinal tico positivo e

    2VZ de 60q, permitem classific-lo como fazendo parte da srie diopsdio-hedenbergita.

    O anfiblio tem cor verde escura a marrom, dimenses entre 0,5 e 1,0 mm, geminao

    simples, ocorrendo preferencialmente como produto de transformao dos piroxnios (foto

    5.8). Pode conter incluses de titanita, opacos, zirco e apatita. Suas propriedades ticas

    (cores de pleocrosmo verde clara a verde acastanhada, ngulo de extino (Zc^) de 25-30 q e

    elongao positiva) sugerem classific-lo como do grupo das hornblendas.

    A biotita aparece como cristais lamelares, subdricos a andricos, de cor marrom

    avermelhada, desenvolvendo contatos interdigitados e retos com os demais minerais

    ferromagnesianos. As relaes texturais sugerem que a biotita se formou posteriormente aos

    piroxnios.

    Os minerais opacos apresentam-se em dois tipos texturais distintos. Os Op1 representam

    cristais eudricos a subdricos dispersos na matriz, atingindo at 0,3 mm de dimenso. J os

    chamados Op2 compreendem gros andricos, derivados da transformao de piroxnios,

    biotita e anfiblio. A allanita encontra-se em pequena quantidade, tendo hbito subdrico,

    cor amarelada e tamanho menor que 0,2 mm. A titanita1 subdrica de dimenso inferior a 0,4

    mm, inclusa em piroxnios e biotita ou relacionada transformao desta.

    Cristais de zirco ocorrem como gros eudricos, com tamanho inferior a 0,2 mm,

    includos em piroxnios, biotita, plagioclsio e quartzo. A apatita encontrada como pequenos

    cristais prismticos finos ou na matriz da rocha, ou inclusos em plagioclsio e feldspato

    potssico. Carbonatos e saussurita so encontrados como produtos de transformao tardia

    do plagioclsio.

    5.3.5 - Granitide aluminoso (tipo-S).

    So rochas leucocrticas a mesocrticas, de composio tonaltica (fig. 5.1a). A

    grande quantidade de biotita encontrada em todas as amostras (tabela 5.5) permite

    denomin-las de biotita tonalito. Como minerais acessrios mais importantes, citam-se granada

    e andaluzita, que podem ser reconhecidos vista desarmada ou com lupa de bolso (aumento

    de 10x).

    O plagioclsio (An20-24, dados de microssonda) ocorre como cristais subdricos a

    andricos, de tamanhos variados, atingindo at 1,5 mm, e geminao polissinttica associada

    ou no Carlsbad. H incluses de biotita e de pequenos cristais de quartzo, alm de ligeira

    saussuritizao de alguns gros, so outras feies encontradas.

    O quartzo compreende cristais andricos, inferiores a 0,5 mm, com extino ondulante.

    Cristais maiores podem conter incluses de biotita e granada. Alguns cristais de microclina so

    identificados pela geminao albita-periclnio + Carlsbad.

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    A biotita tem tamanhos variados, podendo atingir at 2,5 mm de comprimento. Possui

    forte pleocrosmo, com cores em tons de castanho, ocorrendo como incluses em cristais

    poiquilticos de andaluzita e granada, podendo, por vezes, reter incluses de zirco e

    monazita. Algumas lamelas esto alteradas para clorita e filmes de cristais opacos ao longo da

    clivagem ou nas terminaes das biotitas (foto 5.9). Tambm se observam lamelas de

    muscovita com hbito subdrico a eudrico e comprimento de at 1,0 mm, podendo ser

    produto de transformao de biotita, ou primrias.

    Tabela 5.5 - Composio modal representativa do granitide aluminoso.

    Granitide aluminosotonalito

    Minerais MA-187A MA-187 MA-212 MA-214A MA-234 MA-265 X r V

    Qz 22,7 23,0 23,6 24,3 24,7 25,0 23,9r0,9 Pl 26,3 35,0 33,8 43,9 34,9 33,7 34,6r5,1 Kf 2,0 1,5 - 2,6 - - 1,0r1,1 Bio 41,7 29,0 35,9 26,0 35,0 34,3 33,7r5,0 And 3,6 Tr - - - 3,0 1,1r1,6 Gran - 7,5 1,5 - 2,5 2,0 2,3r2,5 Epid 0,3 Tr - - - - Tr Op 2,8 2,0 2,5 1,2 2,2 1,4 2,0r0,6 Ac 0,3 0,5 0,7 0,5 0,5 0,3 0,5r0,1 Sec 0,3 1,5 1,8 1,4 0,2 0,2 0,9r0,7 Total 100,0 100,0 99,8 99,9 100,0 99,9 99,9r0,1 Q 44,5 38,7 41,1 34,3 41,4 42,6 40,4r3,2 A 3,9 2,5 - 3,7 - - 1,7r1,7 P 51,6 58,8 58,9 62,0 58,6 57,4 57,9r3,1 6M 49,0 40,5 42,6 29,2 40,4 41,3 40,5r5,8 Q 22,7 23,0 23,6 24,3 24,7 25,0 23,9r0,9 A+P 28,3 36,5 33,8 46,5 34,9 33,7 35,6r5,5

    Legenda: Qz = quartzo; Pl = plagioclsio; Kf = feldspato alcalino; Bio = biotita; And = andaluzita; Gran = granada; Epid = epidoto; Op = opacos; Ac = acessrios (zirco + monazita + apatita); Sec = secundrios (muscovita + clorita); Q = quartzo; A = feldspato alcalino; P = plagioclsio; 6M = somatrio de mficos; Q = quartzo; A+P = feldspato alcalino + plagioclsio; Tr = Traos.

    Pequenos cristais de granada (Gran1), com dimenses menores que 0,3 mm e hbito

    subdrico, ocorrem inclusos em biotita, no entanto, o que mais se destaca nessas rochas so as

    granadas denominadas de Gran2, as quais tm forma de atol, englobando vrios cristais de

    biotita (foto 5.10), quartzo e plagioclsio, caracterizando seu crescimento posterior aos outros

    minerais.

    A andaluzita encontrada como cristais subdricos a andricos (foto 5.9), atingindo at

    3,0 mm, poiquilticos, com abundantes incluses de biotita, quartzo, opacos e plagioclsio.

    Notam-se contatos interdigitados entre biotita e andaluzita, demonstrando o crescimento

    tardio e simultneo de ambas.

    possvel individualizar dois tipos texturais de opacos. O Op1 compreende cristais

    subdricos, retangulares ou quadrticos, atingindo at 0,3 mm de tamanho; e esto inclusos

    em quartzo, biotita e andaluzita. O tipo Op2 representa cristais finos e alongados (

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    seguindo o plano de clivagem da biotita (foto 5.9). Pequenos cristais (

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    oligoclsio clcico. Por fim, encontra-se anfiblio precoce apenas no anfiblio-biotita granito e

    no biotita microgranito.

    Em um estgio tardi-magmtico de alta temperatuta, so identificadas lamelas de

    biotita em todas as sutes, exceto no lcali-feldspato granito. Cristais de granada so

    encontrados no granitide aluminoso e no lcali-feldspato granito, tendo composies ricas

    em almandina e andradita, respectivamente. Representando produto de transformao dos

    piroxnios, cita-se o anfiblio da sute bsica a intermediria.

    Minerais relacionados ao estgio subsolidus de baixa temperatura, provavelmente

    refletindo efeitos de fluidos tardios, so representados por clorita, mica branca e opacos2. Alm

    destes, tem-se o carbonato, encontrado apenas no lcali-feldspato granito e na sute bsica a

    intermediria, e titanita2, observada nesta ltima sute, no anfiblio-biotita granito e no biotita

    microgranito.

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  • Captulo 6Qumica Mineral

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    CAPTULO 6

    QUMICA MINERAL 6.1 - Introduo.

    Com a finalidade de obter as composies qumicas precisas das fases minerais mais

    importantes das sutes plutnicas pesquisadas, foram selecionadas 3 sees delgadas do

    Plton Caxexa (lcali-feldspato granito) e uma das demais sutes. As anlises foram realizadas

    utilizando-se microssondas eletrnicas das universidades de Braslia (Brasil) e Blaise Pascal

    (Clermont-Ferrand, Frana). Na primeira, usou-se o equipamento Cameca SX-50 com sistema

    EDS acoplado, sendo as condies operacionais de 15 kV, corrente de 20 nA e tempo mdio

    de contagem de 10s para cada anlise. No segundo laboratrio, o equipamento utilizado foi

    uma microssonda do tipo Camebax SX-100, com voltagem de 15 kV, corrente de 11 nA e

    tempo de contagem de 10s para cada anlise. Os resultados obtidos esto sumarizados nas

    tabelas 6.1 a 6.7, com os resultados completos e mais detalhados colocados no anexo 4. Para

    o clculo das frmulas estruturais foram aplicados os programas Minfile (Afiffe & Essene 1988) e

    Norma (Ulmer 1993).

    6.1.1 - Piroxnios.

    A classificao dos piroxnios baseia-se nos critrios propostos por Morimoto (1988),

    onde os mesmos so individualizados em quatro tipos: Ca-Mg-Fe (Quad), Ca-Na, Na e outros.

    Inicialmente, utilizam-se os parmetros Q (Ca+Mg+Fe+2) vs. J (2Na), com base no nmero total

    de ctions nas posies octadricas M1 e M2. Em seguida, utiliza-se o diagrama Q (Wo+En+Fs)-

    Jd (jadeta)-Ae (aegirina), para distinguir os piroxnios do tipo Quad dos demais. No caso de os

    piroxnios plotarem no campo Quad, emprega-se o diagrama Wo-En-Fs, com a finalidade de

    classificar os termos ricos em Ca-Mg-Fe.

    A frmula estrutural adotada em Morimoto (1988), tomando como base 6 tomos de

    oxignio e 4 ctions, do tipo

    MVI2 MVI1 TIV2 O6

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    O ortopiroxnio da fcies monzontica da sute bsica a intermediria pobre em Ca

    (0,02-0,10) e Mg (0,50-0,55) e rico em Fe+2 (1,29-1,40). Utilizando os diagramas propostos por

    Morimoto (1988), eles so classificados como do tipo Quad (Ca-Mg-Fe) (fig. 6.1a) e

    enriquecidos em ferrosilita (fig. 6.1b), tendo a composio mdia En28Fs70Wo2 (tabela 6.1).

    O clinopiroxnio encontrado nas rochas do Plton Caxexa mostra uma variao

    composicional de acordo com a paragnese mfica presente (tabela 6.1), semelhante ao

    descrito para as rochas alcalinas associadas a Zona de Cisalhamento Remgio-Pocinhos (R.S.C.

    Nascimento 1998; Nascimento et al. 1999a). Em rochas contendo granada e titanita, o

    clinopiroxnio mais enriquecido em Ca (0,82-0,87), Mg (0,16-0,27) e Fe+2 (0,53-0,64), e

    empobrecido em Na (0,12-0,16), comparativamente ao clinopiroxnio com paragnese

    mfica sem granada e apenas com titanita, onde o Ca possui valores de 0,55-0,58, o Mg de

    0,10-0,19, o Fe+2 de 0,32-0,43 e o Na de 0,41-0,45.

    Esta subdiviso composicional bem clara nos diagramas de Morimoto (1988),

    representados na figura 6.2, onde os tipos descritos anteriormente correspondem a

    hedenbergita (composio mdia En13Fs37Wo50) e aegirina-augita, respectivamente. A figura

    6.3a demonstra que o clinopiroxnio do tipo hedenbergita plota no campo dos piroxnios de

    sutes metaluminosas saturadas em slica (Bonin & Giret 1984), e segue a trajetria evolutiva de

    clinopiroxnio clcico segundo Aoki (1964). Isto melhor visualizado na figura 6.3b, onde h

    uma boa correlao linear entre os termos hedenbergita (Hd=Mn+Fe+2+Fe+3) e diopsdio

    (Di=Mg+Ca+Al), e, portanto, uma troca significativa de Mg, Ca e Al por Mn, Fe+2 e Fe+3.

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    Tabela 6.1 - Mdias de anlises qumicas representativas de ortopiroxnio da sute bsica a intermediria e de clinopiroxnio do lcali-feldspato granito (Plton Caxexa), com frmulas estruturais calculadas para 6 oxignios.

    PiroxniosOrtopiroxnio Clinopiroxnio

    Bsica a Intermediria Plton Caxexa com granada sem granada MA-197A (n=7) MA-18 (n=6) MA-66 (n=11) MA-21 (n=8)

    Elementos mdia V mdia V mdia V mdia V

    SiO2 48,45 0,20 48,71 0,33 49,38 0,28 50,62 0,50TiO2 0,12 0,05 0,03 0,03 0,03 0,02 0,06 0,04 Al2O3 0,34 0,07 1,08 0,11 0,93 0,13 0,63 0,06 Cr2O3 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,00 0,00 FeOt 40,51 0,70 22,89 1,03 23,59 1,03 25,59 0,96 MnO 1,59 0,20 0,97 0,07 1,06 0,05 1,12 0,07 MgO 8,66 0,33 3,54 0,45 3,76 0,59 2,27 0,51 CaO 1,03 0,57 19,66 0,25 19,93 0,47 13,37 0,33 Na2O 0,02 0,01 1,65 0,05 1,82 0,13 5,66 0,19 K2O 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,11 Total 100,74 0,24 98,54 0,68 100,56 0,42 99,53 0,45

    Si 1,975 0,005 0.966 0,011 1,953 0,010 1,972 0,010 AlIV 0,016 0,004 0,034 0,011 0,047 0,010 0,024 0,005 Fe+3 0,009 0,006 0,000 0,000 0,000 0,000 0,004 0,007 T = 2,0 2,000 - 2,000 - 2,000 - 2,000 -

    AlVI 0,000 0,000 0,017 0,006 0,003 0,004 0,003 0,006 Fe+3 0,020 0,011 0,144 0,019 0,188 0,020 0,433 0,040 Ti 0,004 0,002 0,001 0,001 0,001 0,000 0,002 0,001 Cr 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Mg 0,526 0,018 0,213 0,027 0,221 0,033 0,132 0,030 Fe+2 0,450 0,029 0,613 0,020 0,573 0,032 0,380 0,034 Mn 0,000 0,000 0,012 0,006 0,011 0,007 0,025 0,011 M1=1,00 1,000 - 1,000 - 1,000 - 0,987 -

    Fe+2 0,901 0,024 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Mn 0,055 0,007 0,021 0,007 0,025 0,007 0,012 0,011 Ca 0,045 0,025 0,850 0,010 0,845 0,019 0,558 0,011 Na 0,001 0,001 0,129 0,004 0,140 0,010 0,428 0,015 K 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,006 0,005 M2=1,00 0,046 - 1,000 - 1,007 - 0,992 -

    Total 3,046 - 4,000 - 4,007 - 3,992 -

    Ca+Mg+Fe+2 1,920 0,010 1,676 0,019 1,637 0,023 1,070 0,046 2Na 0,003 0,002 0,258 0,008 0,281 0,019 0,856 0,030

    Q 99,8 0,1 86,6 0,4 85,4 1,0 55,6 1,9 Jd 0,1 0,1 3,5 0,1 3,1 0,4 2,7 0,3 Ae 0,1 0,1 9,8 0,5 11,6 0,8 41,8 2,2

    Wo 2,4 1,3 49,8 0,3 50,5 0,9 - - En 27,4 0,9 12,5 1,5 13,7 1,9 - - Fs 70,2 1,5 37,8 1,4 35,8 2,3 - -

    Fe/(Fe+Mg) 0,82 0,01 0,87 0,02 0,86 0,02 0,92 0,02

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    Figura 6.3 - (a) Diagrama Di-Ac-Hd com o plote de clinopiroxnio das rochas alcalinas do Plton Caxexa;

    a rea destacada em cinza compreende os piroxnios de sutes metaluminosas saturadas em slica (Bonin

    & Giret 1984) e a seta representa a linha evolutiva de clinopiroxnio rico em Ca (Aoki 1964); (b) Diagrama

    Di-Hd evidenciando a substituio de Mg, Ca e Al por Mn, Fe+2 e Fe+3 para clinopiroxnio do tipo

    hedenbergita.

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    63

    6.1.2 - Anfiblios.

    As mdias de anlises qumicas de anfiblio da sute bsica a intermediria, anfiblio-

    biotita granito (Plton Cabeudo) e biotita microgranito encontram-se na tabela 6.2. Observa-

    se que todos os anfiblios analisados so ricos em CaO, com teores mdios similares para o

    anfiblio do Plton Cabeudo e biotita microgranito (11%) e ligeiramente menores para o

    anfiblio da sute bsica a intermediria (10%). Os valores mdios de MgO aumentam no

    sentido sute bsica a intermediria (5,3%), Plton Cabeudo (7,0%) e microgranito (9,1%),

    ocorrendo o contrrio com o FeOt. Um enriquecimento relativo em Al2O3 e K2O e

    empobrecimento em TiO2 se observa no anfiblio do Plton Cabeudo, ao passo que o

    anfiblio da sute bsica a intermediria tem composies apostas.

    Tabela 6.2 - Mdias de anlises qumicas representativas de anfiblio do anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo), biotita microgranito e sute bsica a intermediria, com frmulas estruturais calculadas para 23 oxignios.

    AnfibliosPlton Cabeudo Biotita microgranito Bsica a Intermediria

    MA-161A (n=5) MA-59 (n=4) MA-197A (n=5) Elementos mdia V mdia V mdia V

    SiO2 40,18 0,21 42,38 0,31 41,45 0,25TiO2 0,46 0,02 0,52 0,02 2,22 0,21 Al2O3 11,73 0,16 10,04 0,18 9,39 0,15 Cr2O3 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 FeOt 22,82 0,17 20,66 0,07 26,31 0,39 MnO 0,70 0,04 0,71 0,03 0,42 0,05 MgO 6,99 0,08 9,07 0,07 5,28 0,16 CaO 11,14 0,24 11,44 0,08 10,41 0,18 Na2O 1,46 0,10 1,55 0,05 1,62 0,08 K2O 1,51 0,25 1,36 0,09 1,20 0,16 H2O 1,93 0,01 1,97 0,00 1,91 0,01 Total 99,35 0,41 100,04 0,35 100,22 0,46

    Si 6,252 0,013 6,470 0,033 6,506 0,035 AlIV 1,748 0,013 1,530 0,033 1,494 0,035 T = 8,00 8,000 - 8,000 - 8,000 -

    AlVI 0,404 0,030 0,277 0,010 0,243 0,021 Ti 0,053 0,002 0,060 0,003 0,262 0,025 Cr 0,002 0,002 0,000 0,000 0,001 0,001 Fe+3 0,499 0,056 0,411 0,026 0,019 0,024 Mn 0,093 0,005 0,091 0,004 0,055 0,006 Mg 1,621 0,016 2,064 0,016 1,235 0,036 Fe+2 2,328 0,052 2,097 0,029 3,185 0,022 C = 5,00 5,000 - 5,000 - 5,000 -

    Fe+2 0,142 0,031 0,129 0,013 0,250 0,028 Ca 1,858 0,034 1,871 0,012 1,750 0,029 B = 2,00 2,000 - 2,000 - 2,000 -

    Ca 0,004 0,008 0,000 0,000 0,000 0,000 Na 0,441 0,029 0,458 0,014 0,494 0,027 K 0,299 0,050 0,264 0,018 0,240 0,032 A = (0,0-1,0) 0,745 0,058 0,722 0,026 0,733 0,029

    Total 15,745 - 15,722 - 15,733 -

    Mg/(Mg+Fe+2) 0,39 0,004 0,48 0,00 0,26 0,01

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    A classificao qumica dos anfiblios, de acordo com os critrios detalhados em Leake

    et al. (1997), tem como base a frmula estrutural geral para 23 oxignios, sendo do tipo

    AB2CVI5TIV8O22(OH2)

    onde,

    Quando a frmula padro determinada, o anfiblio pode ser classificado em quatro

    grupos, de acordo com os valores de (Ca+Na)B e NaB. Deste modo, os anfiblios estudados so

    caracterizados como do tipo clcico, ou seja, com CaB t 1,5, (Na+K)A t 0,5 e Ti < 0,5.

    Aplicando-se, ento, a relao Si vs. Mg/(Mg+Fe+2), estes anfiblios so do tipo hastingsita (AlVI

    < Fe+3) no caso do Plton Cabeudo e biotita microgranito, e ferropargasita (AlVI t Fe+3) a ferro-

    edenita no caso da sute bsica a intermediria (fig. 6.4).

    Figura 6.4 - Composio de anfiblio do anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo), do biotita

    microgranito e da sute bsica a intermediria, de acordo com os parmetros propostos por Leake et al.

    (1997).

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    6.1.3 - Biotitas.

    Foram analisadas biotitas da sute bsica a intermediria, do anfiblio-biotita granito

    (Plton Cabeudo), do biotita microgranito e do granitide aluminoso, com os teores mdios

    encontrados na tabela 6.3. A comparao qumica das biotitas corrobora a separao entre

    as sutes magmticas especificadas acima. De acordo com a tabela 6.3, tem-se um ntido

    enriquecimento em Al2O3, bem como menor razo Fe/(Fe+Mg), em biotitas do granitide

    aluminoso. Por sua vez, a biotita da sute bsica a intermediria claramente mais rica em TiO2,

    bem mais pobre em Al2O3 e com maior razo Fe/(Fe+Mg) (tabela 6.3), que so caractersticas

    tambm detectadas no anfiblio da referida sute. Concernente ao par anfiblio-biotita

    granito vs. biotita microgranito, a tabela 6.3 revela que a biotita do primeiro relativamente

    mais pobre em SiO2, TiO2 e MgO, porm mais rica em Al2O3.

    Utilizando-se a composio catinica, as micas estudadas podem ser classificadas

    como trioctadricas, ou seja, possuem 3 ctions bivalentes na posio Y (Deer et al. 1996) e

    plotam no campo das biotitas (fig. 6.5). Aquelas da sute bsica a intermediria destacam-se

    pela elevada razo Fe/(Fe+Mg), e as do granitide aluminoso e do biotita microgranito, por

    serem as menos e as mais silicosas, respectivamente. No diagrama AlIV vs. razo Fe/(Fe+Mg)

    (fig. 6.6), as biotitas do Plton Cabeudo, biotita microgranito e granitide aluminoso mostram

    propores aproximadamente iguais de molculas de flogopita e anita, sendo as da sute

    bsica a intermediria ricas em anita.

    A frmula estrutural para as micas, de acordo com Deer et al. (1966), pode ser escrita

    como

    X2Y4-6Z8O22(OH, F, Cl)2

    onde, Z = Si+4, Al+3 e Fe+3 ( = 8,00);

    Y = Al+3, Mg+2, Fe+2, Fe+3, Ti+4, Mn+3, Cr+3 e Li+1 ( = 6,00);

    X = K+1, Na+1, Ca+2, Ba+1, Rb+1, Cs+1 ( = 2,00);

    A frmula calculada com base em 22 oxignios.

    Figura 6.5 - Diagrama de classificao de

    micas trioctadricas de acordo com Deer et

    al. (1966).

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    Figura 6.6 - Diagrama de classificao para as micas com

    base na quantidade de AlIV e na razo Fe/(Fe+Mg),

    conforme Speer (1984).

    Alguns diagramas geoqumicos podem ser utilizados com o intuito de correlacionar a

    composio da biotita com diferentes associaes magmticas. Nachit et al. (1985) emprega

    o contedo dos ctions AlT e Mg para a distino de sutes alumino-potssica, clcio-alcalina,

    subalcalina, alcalina e peralcalina, representadas na figura 6.7a. J recentemente, Abdel-

    Rahman (1994) usa como base as porcentagens em peso de Al2O3 e MgO (fig. 6.7b), definindo

    os campos clcio-alcalino, peraluminoso e alcalino. Deste modo, possvel verificar que as

    biotitas do anfiblio-biotita granito e do biotita microgranito plotam no campo clcio-alcalino,

    ao passo que aquelas da sute bsica a intermediria plotam no campo subalcalino. J as

    biotitas do granitide aluminoso situam-se no campo alumino-potssico (fig. 6.7a) ou na

    transio clcio-alcalino a peraluminoso (fig. 6.7b). A tendncia alcalina de biotitas da sute

    bsica a intermediria ilustrada na figura 6.7b.

    Figura 6.7 - Diagramas discriminantes para as biotitas das rochas plutnicas da rea estudada: (a) - AlT vs.

    Mg segundo Nachit et al. (1985); (b) - Al2O3 vs. MgO de acordo com Abdel Rahman (1994). Segue a

    mesma legenda da figura 6.6.

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    6.1.4 - Plagioclsios.

    Em virtude de problemas de amostragem, os plagioclsios aqui discutidos representam

    apenas aqueles da matriz das rochas estudadas. As mdias das anlises de plagioclsios das

    sutes plutnicas em foco encontram-se na tabela 6.4, sendo detalhadas no anexo 4. A figura

    6.8 compara graficamente os teores em anortita dos plagioclsios das diferentes sutes. Nas

    rochas bsicas a intermedirias, os teores de anortita indicam oligoclsio clcico ou

    transicional a andesina (An21-31). J os teores de anortita dos plagioclsios encontrados em

    anfiblio-biotita granito, biotita microgranito e granitide aluminoso permitem classific-los

    como oligoclsio (fig. 6.8).

    Figura 6.8 - Representao comparativa de

    plagioclsios do anfiblio-biotita granito

    (MA-161A), biotita microgranito (MA-59),

    sute bsica a intermediria (MA-197A) e

    granitide aluminoso (MA-187A).

    Com respeito s rochas alcalinas, os plagioclsios analisados possuem composio

    significativamente diferente dos descritos anteriormente. Eles correspondem a albita, notando-

    se ligeiras diferenas de acordo com a paragnese mfica encontrada na rocha, a exemplo

    dos clinopiroxnios descritos no tem 6.1.1. Nas litologias em que ocorrem clinopiroxnio e

    titanita, o plagioclsio apresenta composio de albita pura (fig. 6.9). Ainda que a

    composio seja de albita, o teor de anortita ligeiramente mais elevado (An1-2) quando

    ocorre clinopiroxnio, titanita e granada A figura 6.10 mostra todas as anlises plotadas no

    diagrama Or-Ab-An, que permite distinguir claramente o plagioclsio do lcali-feldspato

    granito (Plton Caxexa) das demais sutes.

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    Figura 6.9 - Representao

    esquemtica para as diferentes

    composies dos plagioclsios

    encontrados no Plton Caxexa, de

    acordo com a presena ou no de

    granada.

    Figura 6.10 - Diagrama Or-Ab-An para os plagioclsios das sutes estudadas. Os dados completos

    encontram-se no anexo 4.

    As substituies do tipo ortoclsio-albita (K Na) e albita-anortita (Na Ca) explicam

    as diferenas composicionais dos plagioclsios nas rochas alcalinas, modificando de acordo

    com a paragnese mfica (R.S.C. Nascimento 1998; Nascimento et al. 1999a). Segundo esses

    autores, os plagioclsios das rochas sem granada, menos clcicos, no apresentam nenhum

    desses tipos de substituies, que seriam observadas atravs de inclinao positiva ou

    ausncia de inclinao. No caso ora em lide, tem-se uma ntida correlao negativa K Na

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    (fig. 6.11a) para o plagioclsio de rochas com granada. Para aquelas sem granada, no

    possvel afirmar se h ou no substituio K Na. Por outro lado, a figura 6.11b sugere a

    existncia de substituio Na Ca.

    Figura 6.11 - Vetores de substituio para os plagioclsios encontrados no Plton Caxexa. (a) Substituio

    do tipo ortoclsio-albita e (b) Substituio do tipo albita-anortita. Os dados completos podem ser vistos no

    anexo 4.

    6.1.5 - Granadas.

    Granadas so comuns principalmente em rochas metamrficas, entretanto podendo

    ocorrer em granitos de natureza peraluminosa, cuja gnese se d pela fuso de

    metassedimentos, conhecidos com granitos tipo-S (stricto sensu). A presena deste mineral em

    outras litologias est relacionada a alguma particularidade especial. o que ocorre com as

    rochas alcalinas do Plton Caxexa, onde a granada representa um mineral atpico em

    litologias desta natureza por toda a Provncia Borborema. A tabela 6.5 mostra mdias de

    anlises qumicas de granadas do lcali feldspato granito (Plton Caxexa) e do granitide

    aluminoso, cujas discusses seguem abaixo.

    As granadas identificadas no Plton Caxexa podem ocorrer sob duas formas texturais:

    (i) cristais eudricos ou subdricos, amarelo claros, associados parageneticamente

    hedenbergita, com texturas sugestivas de cristalizao a partir desta; e (ii) cristais andricos,

    amarelo citrino, com textura intersticial ou esqueltica, evidenciando uma cristalizao tardia.

    Este segundo tipo textural mais comum, com as anlises representadas na tabela 6.5.

    Infelizmente no foi possvel obter anlises de granadas do tipo 1, impedindo maiores

    comparaes. Composicionalmente, so granadas ricas na componente andradita (84,7-

    87,3%), com baixos Al2O3 (1,8-2,9%) e TiO2 (0,2-0,5%), tendo composio mdia

    And86Gro4Esp3Alm2 (tabela 6.5 e fig. 6.12)

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    Tabela 6.5 - Mdias de anlises qumicas representativas de granada do lcali-feldspato granito (Plton Caxexa) e granitide aluminoso, com frmulas estruturais calculadas para 24 oxignios.

    GranadasPlton Caxexa Granitide aluminoso

    MA-18 (n=2) MA-66 (n=6) MA-187A (n=8) Elementos mdia V mdia V mdia V

    SiO2 40,36 4,94 35,49 0,17 36,37 0,26TiO2 0,21 0,12 0,46 0,64 0,03 0,02 Al2O3 1,77 0,54 2,93 0,66 21,14 0,11 FeOt 25,93 2,70 25,79 1,65 30,69 0,26 MnO 1,17 0,06 1,16 0,40 5,30 0,13 MgO 1,78 1,78 0,03 0,03 3,42 0,09 CaO 27,91 2,99 31,71 0,85 0,95 0,07 Na2O 0,45 0,45 0,04 0,04 0,06 0,03 Cr2O3 0,00 0,00 0,02 0,02 0,06 0,03 ZnO 0,06 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 100,61 0,78 100,41 0,19 99,46 0,39

    Si 6,512 0,545 5,918 0,046 5,889 0,024 Ti 0,026 0,015 0,057 0,080 0,004 0,003 AlIV 0,017 0,017 0,082 0,046 0,111 0,024 AlVI 0,325 0,100 0,493 0,093 3,923 0,022 Cr 0,000 0,000 0,003 0,003 0,006 0,005 Fe+3 3,172 0,332 3,484 0,211 0,193 0,039 Fe+2 0,141 0,141 0,093 0,087 4,140 0,024 Mn 0,161 0,015 0,164 0,057 0,727 0,019 Mg 0,413 0,407 0,008 0,007 0,825 0,018 Ca 4,869 0,709 5,664 0,126 0,163 0,013 Na 0,135 0,135 0,011 0,011 0,017 0,008 Zn 0,015 0,005 0,000 0,000 0,000 0,000 Total 15,786 - 15,977 - 15,998 -

    Gro 2,17 2,17 5,73 5,15 0,00 0,00 Alm 2,34 2,34 1,92 1,31 70,70 0,34 Pir 7,87 7,77 0,13 0,14 14,08 0,26 Esp 2,85 0,06 2,75 0,94 12,41 0,36 And 84,77 3,20 87,73 5,99 2,81 0,20 Uva 0,01 0,01 0,08 0,09 0,00 0,00

    Figura 6.12 - Composio das granadas para as

    rochas alcalinas. Verificar o enriquecimento na

    molcula de andradita.

    A ocorrncia mais comum da andradita em calcrios impuros que sofreram

    metamorfismo de contato, e particularmente em depsitos de escarnito metassomtico.

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    Todavia, tambm ocorre como resultado de metassomatismo relacionado com efeitos

    trmicos de rochas gneas ricas em Ca, tal como andesitos (Varet 1970; Gustafson 1974; Deer et

    al. 1982; Ulrych et al. 1994). A sua origem est associada transformao de clinopiroxnios

    clcicos, por meio da oxidao de Fe+2 para Fe+3 (Huckenholz 1969, equao 1), implicando

    no aumento da fugacidade de oxignio (Varet 1970; Robie et al. 1987; Moecher & Chou 1990,

    equao 2).

    [4CaFe+2Si2O6+2CaMgSi2O6] + O2 [CaFe+3(Fe+3Si)O6+2CaMgSi2O6] + Ca3Fe2+3Si3O12 + 4SiO2 (1)clinopiroxnio ferri-diopsdio andradita quartzo

    9CaFe+2Si2O6 + O2 3Ca3Fe2+3Si3O12 + Fe3O4 + 9SiO2 (2) hedenbergita andradita magnetita quartzo

    Por outro lado, R.S.C. Nascimento (1998), estudando granitos alcalinos da Zona de

    Cisalhamento Remgio-Pocinhos (ZCRP), sugeriu a introduo de ons de Ca+2 que, reagindo,

    em meio oxidante com aegirina-augita, formaria andradita juntamente com magnetita e

    quartzo, de acordo com a equao 3.

    2CaFe+3Si2O6 + Ca+2 + 3O2 Ca3Fe2+3Si3O12 + Fe3O4 + SiO2 (3) aegirina-augita andradita magnetita quartzo

    R.S.C. Nascimento (1998) fundamentou sua interpretao a partir da presena de

    venulaes com concentraes de andradita, a qual diminui em quantidade afastando-se

    das vnulas. Portanto, ela admite uma origem metassomtica para a gerao da andradita

    nos granitos alcalinos da ZCRP. Origem similar para granadas ricas em andradita associada a

    complexos vulcnicos alcalinos tambm foi sugerida por Ulrych et al. (1994).

    No caso do granito alcalino aqui estudado, no foram observadas venulaes com

    andradita, o que, em princpio, enfraquece a hiptese de origem metassomtica deste

    mineral. Por outro lado, o hbito esqueltico e a associao paragentica com clinopiroxnio

    e magnetita demonstra a formao tardia de andradita (cap. 5). De acordo com discusso

    precedente, a andradita interpretada como derivada da desestabilizao de clinopiroxnio

    em meio oxidante, havendo a alternativa da presena adicional de ons Ca+2 (equao 3).

    Todavia, como a andradita em anlise est associada com hedenbergita e no aegirina-

    augita, consideramos na discusso que segue apenas as equaes 1 e 2.

    No caso das equaes 1 e 2, no h necessidade de introduo metassomtica de

    Ca+2 ao final da cristalizao do plton. A comparao de anlises qumicas de rocha total

    com e sem granada (cap. 8) no mostra diferenas significativas entre uma fcies e outra em

    termos de Fe2O3t, CaO e TiO2. Inclusive, na fcies sem andradita que se encontram as

    amostras mais ricas em CaO, de modo que no h uma correlao direta entre presena de

    granada e maior quantidade de CaO. Infere-se, da, que a gerao de andradita deve-se ao

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    reequilbrio geoqumico do magma grantico alcalino sob condies particulares de

    fugacidade de oxignio. Neste sentido, a repartio geoqumica dos elementos envolve as

    associaes das fcies sem granada (aegirina-augita + titanita + plagioclsio An0) e com

    granada (hedenbergita + titanita + andradita + plagioclsio An0-2). A titanita da primeira

    associao mais rica em Al2O3, CaO e Na2O e mais pobre em TiO2, em confronto com a

    titanita da segunda associao. O balanceamento geoqumico dos elementos citados nesta

    associao se d com a formao de clinopiroxnio clcico (hedenbergita), andradita (Al2O3,

    CaO e TiO2) e plagioclsio ligeiramente mais clcico (An0-2).

    As granadas encontradas no granitide aluminoso ocorrem sob duas formas texturais.

    As do tipo 1, que representam os cristais maiores, tm hbito em atol, enquanto as do tipo 2

    so de pequenas dimenses e inclusos em lamelas de biotita. As anlises obtidas (tabela 6.5)

    se referem ao primeiro tipo. Elas so enriquecidas em FeOt (31,9-32,2%), MnO (5,1-5,5%) e MgO

    (3,3-3,5%) e empobrecidas em CaO (0,9-1,1%), tendo a composio mdia Alm71Pir14Esp12And3

    (fig. 6.13). No foram observadas zonaes qumicas nos cristais de granada.

    Figura 6.13 - Composio das granadas do

    granitide aluminoso.

    6.1.6 - Titanitas.

    O vasto campo de estabilidade da titanita responsvel pela sua presena como um

    dos principais minerais acessrios em rochas gneas e metamrficas (Ribbe 1982). As titanitas

    analisadas so aquelas de texturas sugestivas de cristalizao magmtica. Os dados analticos

    foram recalculados com base em 20 oxignios (Deer et al. 1996), sendo os resultados

    apresentados na tabela 6.6.

    As titanitas do anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo) e do biotita microgranito

    possuem composies muito semelhantes entre si, sendo observadas apenas diferenas sutis

    nos teores de TiO2 e CaO, que so maiores em titanitas do ltimo. Por outro lado, as titanitas do

    lcali-feldspato granito (Plton Caxexa) mostram composies distintas dependendo da

    associao mfica presente: i) as titanitas das rochas com andradita + hedenbergita so

  • Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com nfase no plton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)

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    empobrecidas em Al2O3, FeOt, CaO, Na2O e K2O e enriquecidas em TiO2; ii) as titanitas de

    rochas sem granada e com aegirina-augita apresentam composies opostas quelas citadas

    acima. Como tendncia geral, nota-se que as titanitas do Plton Caxexa possuem teores de

    Al2O3 e Ca+2 menores e de FeOt maiores do que as titanitas do Plton Cabeudo e do biotita

    microgranito. Os valores absolutos dos xidos Al2O3, CaO, FeOt e TiO2, especialmente Al2O3, so

    inferiores aos determinados por Tulloch (1979) e Enami et al. (1993) para titanitas de

    cristalizao no estgio subsolidus ou tardi-magmticas, onde os teores de Al2O3 superam 6%.

    Isto corrobora a suposio anterior de que parte das titanitas so precoces na cristalizao

    magmtica do Plton Caxexa.

    Tabela 6.6 - Mdias de anlises qumicas representativas de titanita do lcali-feldspato granito (Plton Caxexa), anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo) e biotita microgranito, com frmulas estruturais calculadas para 20 oxignios.

    TitanitasPlton

    CaxexaPlton

    CabeudoBiotita

    microgranito MA-21 (s/ gran) (n=2) MA-66 (c/ gran) (n=3) MA-161A (n=4) MA-59 (n=2)

    Elementos mdia V mdia V mdia V mdia V

    SiO2 30,25 0,01 29,91 0,16 30,04 0,23 30,50 0,10TiO2 33,17 0,21 35,78 0,10 34,41 0,46 35,32 0,37 Al2O3 1,73 0,15 1,34 0,28 2,62 0,31 2,68 0,28 Cr2O3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,01 0,00 0,00 FeOt 3,96 0,41 2,00 0,25 1,43 0,15 1,42 0,20 MnO 0,10 0,04 0,08 0,03 0,10 0,02 0,12 0,01 MgO 0,04 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 CaO 28,80 1,17 26,72 0,18 27,47 0,21 28,39 0,16 Na2O 0,17 0,01 0,08 0,04 0,02 0,02 0,11 0,09 K2O 0,09 0,09 0,01 0,01 0,03 0,05 0,05 0,05 Total 98,28 0,65 96,04 0,51 96,27 0,46 98,73 0,19

    Si 4,020 0,009 4,036 0,007 4,012 0,002 3,972 0,004

    Ti 3,316 0,013 3,632 0,005 3,456 0,015 3,458 0,009 Alt 0,268 0,005 0,212 0,011 0,412 0,012 0,412 0,011 Cr 0,000 0,000 0,000 0,000 0,004 0,000 0,000 0,000 Fe+3 0,400 0,016 0,120 0,006 0,116 0,005 0,113 0,019 Y = 4,00 3,982 - 3,964 - 3,988 - 3,981 -

    Fe+2 0,040 0,006 0,104 0,002 0,044 0,004 0,049 0,005 Mn 0,012 0,001 0,008 0,001 0,011 0,001 0,012 0,000 Mg 0,006 0,001 0,000 0,000 0,004 0,000 0,000 0,000 Ca 3,884 0,004 3,864 0,002 3,932 0,001 3,960 0,007 Na 0,044 0,001 0,020 0,002 0,004 0,001 0,026 0,006 K 0,016 0,004 0,001 0,002 0,005 0,002 0,008 0,002 X = 4,00 4,002 - 3,997 - 4,000 - 4,004 -

    Total 12,004 - 11,997 - 12,000 - 11,957 -

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    6.1.7 - Opacos.

    No anfiblio-biotita granito (Plton Cabeudo) e no biotita microgranito, os minerais

    opacos ocorrem do seguinte modo (cap. 5): (i) cristais subdricos dispersos na matriz da rocha,

    quimicamente identificados como magnetita; (ii) cristais andricos, gerados a partir da

    desestabilizao de biotita e anfiblio. Em vrios casos, tem-se o processo de esfenitizao,

    com a formao de coroas de titanita bordejando ilmenitas. Isso se deve a um processo de

    metassomatismo a partir da reao entre um lquido residual com quantidades elevadas de

    Ca+Si, cuja troca pelo Fe permite a formao de titanita + ilmenita (Haggerty 1981). Os opacos

    do Plton Cabeudo e do biotita microgranito so tipicamente magnetitas de baixo titnio

    (tabela 6.7).

    Na sute bsica a intermediria, os opacos so texturalmente semelhantes aos descritos

    anteriormente. Quimicamente, classificam-se como ilmenitas, caracterizadas pela elevada

    quantidade de TiO2 (50,2-50,8%) e FeO (43,4-44,2%) e baixos teores nos demais xidos (em

    mdia

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