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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
MARCUS VINICIUS GRIGION POTRICH
NR 18: UM ESTUDO COMPARATIVO DO NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS EM UMA OBRA CIVIL PÚBLICA
Santa Maria, RS 2016
MARCUS VINICIUS GRIGION POTRICH
NR 18: UM ESTUDO COMPARATIVO DO NÃO CUMPRIMENTO DOS
REQUISITOS EM UMA OBRA CIVIL PÚBLICA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Orientadora: Profª. Drª. Janis Elisa Ruppenthal
Santa Maria, RS 2016
MARCUS VINICIUS GRIGION POTRICH
NR 18: UM ESTUDO COMPARATIVO DO NÃO CUMPRIMENTO DOS
REQUISITOS EM UMA OBRA CIVIL PÚBLICA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Aprovado em 16 de dezembro de 2016:
_______________________________________ Janis Elisa Ruppenthal, Dra. (UFSM)
(Presidente/Orientadora)
_______________________________________ Denis Rasquin Rabenschlag, Dr. (UFSM)
_______________________________________ Ana Laura Felkl Cassiminho, Ms. (UFSM)
Santa Maria, RS 2016
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus por me conceder saúde para realizar minhas
tarefas diárias, força para superar os obstáculos e fé para acreditar que sonhos são
possíveis de serem realizados.
Aos meus pais, Zeno e Dilema, sem eles nada seria possível, eternos
conquistadores dos seus sonhos, lutaram a vida inteira para oferecer aos filhos uma
educação de qualidade, no qual iniciou desde o berço, sempre nos guiando para o
caminho do bem. Serei eternamente grato pela minha formação como pessoa e agora
minha formação como profissional.
As minhas irmãs, Ani Caroline e Ana Paula, sempre me aconselhando quando
necessário, me incentivando todos os dias a ser uma pessoa melhor. Meus
agradecimentos por serem essas pessoas fantásticas.
A todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização
desse trabalho, sem vocês, amigos, nada disso seria possível, e o sonho se tornaria
mais um sonho. Com vocês, o sonho se tornou realidade.
Aos meus orientadores, Prof Janis Ruppenthal e Marcos Lucas, obrigado pelos
ensinamentos e os conselhos no decorrer do percurso. Ao NIC – Núcleo de Inovação
e Competitividade - pela hospitalidade que fui recebido e a disponibilidade do espaço
físico que ocupei para realização do trabalho. Obrigado.
RESUMO
NR 18: UM ESTUDO COMPARATIVO DO NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS EM UMA OBRA CIVIL PÚBLICA
AUTOR: Marcus Vinicius Grigion Potrich ORIENTADORA: Janis Elisa Ruppenthal
O crescente incentivo econômico dado à construção civil nas últimas décadas, ocasionou um aumento significativo de oferta por empregos no setor. A desqualificação e alta rotatividade de empregados, somado ao baixo investimento dos empregadores em segurança do trabalho nos canteiros de obras, fazem do Brasil um dos países campeões em acidentes na construção civil. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo aplicar e verificar os requisitos da NR-18 em uma obra pública localizada na cidade de Santa Maria, RS, além de identificar o custo que o empregador despenderia com multas caso ocorresse uma possível autuação por parte do Ministério do Trabalho, representado por um Auditor Fiscal. A metodologia utilizada é de um estudo de caso. O mapeamento da obra ocorreu através de um checklist adaptado da NR-18 e a projeção dos valores das multas ocorrem conforme descrição na NR-28. A justificativa principal do trabalho está intimamente ligada a alertar os empregadores que concorrem a licitações públicas na área da construção civil sobre a importância da implementação da NR-18 como meio de prevenção de acidentes. Como resultado esse trabalho evidencia que o investimento em segurança do trabalhador é muito inferior ao valor de possíveis multas referentes ao não cumprimento da NR-18. Além disso a obra em análise apresenta-se com grau de risco elevado em alguns aspectos, como a queda em altura, podendo ser facilmente corrigido com as sugestões dada pelo autor do trabalho. Com as adequações sugeridas, o local de trabalho poderá contar com um ambiente seguro e confiável. Palavras-chave: NR-18, NR-28, Construção Civil, Segurança do Trabalho.
ABSTRACT
NR 18: A COMPARATIVE STUDY OF NOT COMPLYING THE REQUIREMENTS IN A PUBLIC CIVIL WORK
AUTHOR: Marcus Vinicius Grigion Potrich ADVISOR: Janis Elisa Ruppenthal
The increase of economic incentives given to civil construction in recent decades has led to a significant increase of the supply of jobs in the sector. The disqualification and high turnover of employees, in addition to the employers low investment on job security at construction sites, make Brazil one of the champion countries in accidents on the sector. In this sense, the present work aims to apply and verify the requirements of NR-18 in a public work located in the city of Santa Maria, RS. In addition, it aims to identify the cost that the employer would spend with fines in case of a possible assessment by the Ministry Of Labour, represented by a Fiscal Auditor. The methodology used is a case study. The mapping of the work occurred through a checklist adapted from the NR-18 and the projection of the values of the fines occur as described in the NR-28. The main justification for this work is closely related to alerting the employers who compete for public tenders in the construction sector to the importance of implementing the NR-18 as a manner of accident prevention. As a result, this work shows that investment in worker safety is much lower than the value of possible fines for non-compliance with NR-18. Besides, the construction work under analysis presents a high degree of risk in some aspects, such as fall in height, that can be easily corrected with the suggestions given by the author of this study. With the suggested adaptations, the workplace can count on a safe and reliable environment.
Keywords: NR-18, NR-28, Civil Construction, Work Safety.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Cabeçalho utilizado no checklist da NR 18 ............................................ 28
Quadro 2 – Legenda usada para diferenciar a conformidade dos itens
com a NR 18 .......................................................................................... 28
Quadro 3 – Gradação de multas, Anexo 1 da NR 28 ................................................ 30
Quadro 4 – Instalações sanitárias ............................................................................. 32
Quadro 5 – Vestiário ................................................................................................. 34
Quadro 6 – Alojamento ............................................................................................. 35
Quadro 7 – Local para refeições ............................................................................... 36
Quadro 8 – Carpintaria .............................................................................................. 38
Quadro 9 – Escadas, rampas e passarelas .............................................................. 40
Quadro 10 – Medidas de proteção contra quedas de altura ..................................... 41
Quadro 11 – Instalações elétricas ............................................................................. 43
Quadro 12 – Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas ................................ 44
Quadro 13 – Equipamento de proteção individual ..................................................... 46
Quadro 14 – Sinalização ........................................................................................... 47
Quadro 15 – Fornecimento de água potável ............................................................. 47
Quadro 16 – Ordem e limpeza .................................................................................. 48
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Detalhes das instalações sanitárias ......................................................... 33
Figura 2 – Detalhes do alojamento ............................................................................ 36
Figura 3 – Detalhes do local para refeição (1)........................................................... 37
Figura 4 – Detalhes do local para refeição (2)........................................................... 38
Figura 5 – Detalhes da serra circular ........................................................................ 39
Figura 6 – Detalhes de escada de mão e rampa ....................................................... 41
Figura 7 – Detalhes das aberturas no piso do 2º pavimento ..................................... 42
Figura 8 – Detalhes da periferia da edificação .......................................................... 43
Figura 8 – Detalhe da instalação elétrica principal do canteiro de obras .................. 44
Figura 9 – Detalhes de entulhos e lixo jogados no canteiro de obras ....................... 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Participação percentual dos valores das incorporações, obras
e/ou serviços, segundo o setor de atividade – Brasil – 2013-2014
............................................................................................................... 17
Gráfico 2 – Comparativo global referente as multas por item verificado ................... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados gerais da indústria da construção – BRASIL – 2013-2014 ........... 17
Tabela 2 – Resumo das contas nacionais - PIB e VAB Total Brasil, VAB
Indústria e VAB Construção Civil, Taxa (%) de crescimento do
PIB Total, VAB Construção Civil e Participações (%) ............................ 18
Tabela 3 – Comparativo global dos itens verificados ................................................ 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AEAT Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho AT Acidente de Trabalho
Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INSS Instituto Nacional de Seguro Social
MT Ministério do Trabalho
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
NR Norma Regulamentadora
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PAIC Pesquisa Anual da Indústria da Construção PIB Produto Interno Bruto
PNSST Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
Sinduscon-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
SMT Segurança e Medicina do Trabalho
SST Segurança e Saúde do Trabalho
ST Segurança do Trabalho
TST Tribunal Superior do Trabalho
UFSM Universidade Federal de Santa Maria
VA Valor Adicionado
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 15 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 15 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16
2.1 AMBIENTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL ............................................ 16 2.1.1 A influência do setor da construção civil no PIB brasileiro ....................... 18 2.1.2 Histórico do número de empregados no setor da construção .................. 19 2.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO .......................................................... 20
2.2.1 Conceito legal de acidente de trabalho ........................................................ 20 2.2.2 Causas de acidente de trabalho .................................................................... 21
2.2.3 Custos de acidente de trabalho à sociedade brasileira .............................. 22 2.2.4 Legislação aplicada à Segurança e Saúde do Trabalho ............................. 23 2.3 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................ 24 2.3.1 Normas Regulamentadoras ........................................................................... 25
2.3.2 NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção .............................................................................................................. 26 2.3.3 NR-28 Fiscalização e penalidades ................................................................ 27
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 28
4 OBJETO DE ESTUDO ........................................................................................... 31
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA EM ESTUDO ........................................ 31
4.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA EM ESTUDO ................................................ 31
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 32
5.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS ............................................................................. 32
5.1.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 33 5.2 VESTIÁRIO ......................................................................................................... 34
5.2.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 34
5.3 ALOJAMENTO .................................................................................................... 35 5.3.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 36 5.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES ................................................................................ 36 5.4.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 38 5.5 CARPINTARIA .................................................................................................... 38
5.5.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 39 5.6 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS .............................................................. 40 5.6.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 41 5.7 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA ............................ 41 5.7.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 43
5.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .............................................................................. 43
5.8.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 44
5.9 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS ........................ 44 5.9.1 Sugestões necessárias para adequação ...................................................... 45 5.10 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................................ 46 5.10.1 Sugestões necessárias para adequação .................................................... 46 5.11 SINALIZAÇÃO ................................................................................................... 47 5.11.1 Sugestões necessárias para adequação .................................................... 47 5.12 FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL ........................................................... 47
5.13 ORDEM E LIMPEZA ......................................................................................... 48
5.13.1 Sugestões necessárias para adequação .................................................... 49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52
14
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, somente em 1919, surgiria a primeira Lei de Acidentes do Trabalho,
com o Decreto Legislativo nº 3.724 de 15 de janeiro, ao qual regulou as obrigações
resultantes dos acidentes de trabalho. Já em 1943 o governo brasileiro apresenta a
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho – com objetivo de unificar as leis
trabalhistas. Em 1978, as buscas pela diminuição dos acidentes de trabalho
culminaram com a aprovação das Normas Regulamentadoras (NR) relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho (SMT), que atualmente são compostas por 35 NRs
(BRASIL, 1919; BRASIL, 1943; BRASIL, 1978; CAMPOS, 2015, p. 18-70).
A indústria da construção civil tem o poder de desenvolver aspectos
econômicos e sociais, participando ativamente, através de obras de infraestrutura,
geração de empregos e renda e reduzindo o défice habitacional (OLIVEIRA, CONTO
e RUPPENTHAL, 2016). Todavia, somente da década de 70, os acidentes de trabalho
(AT) e as doenças ocupacionais tornaram-se motivo de preocupação, em vista do país
ter sido apontado como campeão mundial no setor (RUPPENTHAL, 2013).
Diante disso, com a incidência de acidente historicamente elevadas, o
Ministério do Trabalho e Emprego, tornou a NR-18 exclusiva para a construção civil,
cujo título atual é “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção”.
A NR 18 tem por objetivo principal o estabelecimento de procedimentos que garantam a segurança dos trabalhadores da indústria da construção, em todas as fases do processo construtivo. Esses procedimentos se referem a diretrizes de ordem administrativa, planejamento e de organização, e visam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho (CAMISASSA, 2016).
O insucesso dos programas de segurança do trabalho na construção civil
ocorre, na maioria dos casos, devido à alta rotatividade e baixa qualificação de
empregados e a limitação das empresas em investir na formação de mão de obra
qualificada (ARAÚJO, 2011, p. 1385).
15
1.1 OBJETIVO GERAL
Verificar o cumprimento dos requisitos da NR-18 em uma obra pública
localizada na cidade de Santa Maria – RS.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a. Identificar no empreendimento o grau de conformidade da NR-18;
b. Analisar as desconformidades do empreendimento mediante a NR-18;
c. Analisar o custo da adequação e o custo das multas referentes aos itens
não cumpridos da NR-18 através da NR-28;
d. Apresentar as adequações necessárias ao empreendimento.
1.3 JUSTIFICATIVA
A importância do setor da construção civil e a necessidade cada vez maior da
redução dos riscos ligados a labor dos empregados, são pontos relevantes para
justificar o tema deste trabalho. Os acidentes fatais no setor da construção civil
registrados no Brasil passaram de 10,1%, em 2006, para 16,5%, em 2013, tornando-
se o setor que mais mata trabalhadores no país (FILGUEIRAS, 2015, p. 16-17). Nesse
sentido, observa-se que mesmo o país tendo uma norma regulamentadora especifica
para a construção civil desde 1978, essa passa a ser negligenciada pelas construtoras
em vista que seus gestores a visualizam como um custo.
Portanto, este estudo pretende alertar os empregadores da área da construção
civil sobre a importância da implementação da NR-18 como meio de prevenção de
acidentes. Além disso, visa identificar o custo que o empregador despenderia com
multas devido aos itens não conformes da NR-18 caso seja autuado pelo Ministério
do Trabalho (MT).
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 AMBIENTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL
O quadro geral da construção civil torna-se difícil de descrever, em vista de ser
um setor extremamente heterogêneo, passando a exigir uma análise de tarefas
multifacetadas, seja pela gama enorme de atividades, pela tipologia das empresas,
ou pela dispersão geográfica (AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO
INDUSTRIAL - ABDI, 2009, p. 5).
De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) –
versão 2.0, a construção subdivide-se em três atividades: construção de edifícios,
obras de infraestrutura e serviços especializados para a construção (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2007, p. 205-216). Além
dessas atividades, também são consideradas atividades e serviços da indústria da
construção: demolições, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral,
podendo ter qualquer número de pavimentos, ou qualquer tipo de construção, obras
de paisagismo e urbanização (CAMISASSA, 2016, p. 536).
A importância do setor da construção, segundo a ABDI (2009, p. 6),
(...) pode ser resumida na sua capacidade de inicialização de ciclos virtuosos de crescimento e desenvolvimento da sociedade. Sem embargo, nos aspectos ligados à construção habitacional, que é majoritário na absorção da produção do setor, os impactos são significativos, praticamente influindo em todos os segmentos da sociedade e na qualidade de vida das famílias. O aumento de produção pode levar à redução do custo da construção, melhoria da qualidade das obras, gerando maior demanda, que retroalimenta o crescimento, com impactos positivos no emprego e outros benefícios sociais.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a facilidade de crédito
foram os grandes responsáveis pelo crescimento da construção civil no ano de 2010,
registrando mais de 2,7 milhões de pessoas empregadas e sendo criados 314.000
novos postos de trabalho no setor (AYRES E CORRÊA, 2011).
17
Tabela 1 – Dados gerais da indústria da construção – BRASIL – 2013-2014
Fonte: Pesquisa anual da Indústria da Construção (PAIC) - 2014 (IBGE, 2016).
Analisando os dados apresentados na Tabela 1, disponibilizados através do
PAIC 2014 (IBGE, 2016), o número de empresas ativas teve leve aumento de 2013
para 2014, passando a contabilizar R$ 2,9 milhões de pessoal ocupado. As empresas
de incorporações, obras e/ou serviços registraram um valor corrente de R$ 382
bilhões, sendo a atividade que mais contribuiu.
Gráfico 1 – Participação percentual dos valores das incorporações, obras e/ou serviços, segundo o setor de atividade – Brasil – 2013-2014
Fonte: PAIC – 2014 (IBGE, 2016). (Elaboração: Autor).
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
Construção de edifícios Obras de infraestrutura Serviços especializadospara construção
42,8%40,2%
17,0%
43,8%
39,0%
17,2%
2013 2014
18
A construção de edifícios se manteve no topo com 43,8% do total das
incorporações, obras e/ou serviços de 2014 (R$ 167,2 bilhões). Seguido do
seguimento de obras de infraestrutura com 39,0% (R$ 149,1 bilhões). E por último
com 17,2%, os serviços especializados para construção com R$ 65,7 bilhões. (Gráfico
1).
2.1.1 A influência do setor da construção civil no PIB brasileiro
Segundo dados do IBGE, em 2015, observou-se no Brasil um PIB em preço
corrente de 5,9 trilhões de reais, que resultou em uma taxa negativa de 3,8%, gerando
uma queda em relação a 2014. No setor da construção civil também tivemos um
decréscimo de 7,6%, a maior queda dos últimos 12 anos, ficando com um acumulado
no biênio 2014-2015 de 8,5% negativos (Tabela 2).
Tabela 2 – Resumo das contas nacionais - PIB e VAB Total Brasil, VAB Indústria e VAB Construção Civil, Taxa (%) de crescimento do PIB Total, VAB Construção Civil e Participações (%)
ANO
PIB BRASIL - Valores Correntes
(R$ milhões)
VALOR ADICIONADO BRUTO - VABpb
Valores Correntes (R$ milhões) TAXA REAL DE
CRESCIMENTO (%)
PARTICIPAÇÃO DO VABpb CONSTRUÇÃO
CIVIL
BRASIL CONSTRUÇÃO
CIVIL INDÚSTRIA
BRASIL - PIBpm
CONSTRUÇÃO CIVIL - VABpb
VABpb TOTAL BRASIL
(%)
VABpb INDÚSTRIA
(%)
2000 1.199.092 1.031.326 71.780 275.871 ... ... 7,0 26,0
2001 1.315.755 1.120.422 70.182 297.881 1,4 (1,6) 6,3 23,6
2002 1.488.787 1.270.215 81.980 334.908 3,1 4,8 6,5 24,5
2003 1.717.950 1.470.717 67.878 396.569 1,1 (8,9) 4,6 17,1
2004 1.957.751 1.661.982 82.057 475.863 5,8 10,7 4,9 17,2
2005 2.170.585 1.842.818 84.571 524.686 3,2 (2,1) 4,6 16,1
2006 2.409.450 2.049.290 89.102 567.281 4,0 0,3 4,3 15,7
2007 2.720.263 2.319.528 105.871 629.071 6,1 9,2 4,6 16,8
2008 3.109.803 2.626.478 114.802 717.907 5,1 4,9 4,4 16,0
2009 3.333.039 2.849.763 154.624 729.222 (0,1) 7,0 5,4 21,2
2010 3.885.847 3.302.840 206.927 904.158 7,5 13,1 6,3 22,9
2011 4.373.658 3.717.737 233.544 1.010.892 3,9 8,2 6,3 23,1
2012 4.805.913 4.085.412 265.237 1.064.812 1,9 3,2 6,5 24,9
2013 5.316.455 4.538.596 291.541 1.131.810 3,0 4,5 6,4 25,8
2014 5.687.309 4.877.935 323.756 1.169.169 0,1 (0,9) 6,6 27,7
2015 5.904.331 5.055.367 325.081 1.149.415 (3,8) (7,6) 6,4 28,3
Fonte: IBGE (2015) apud Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (2016a).
19
Analisando a Tabela 2, mais precisamente os dados recentes, de 2015, o Valor
Adicionado (VA) da construção civil, (que representa o valor que o setor acrescenta
aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo), contribuiu para o PIB
brasileiro com 345.081 milhões de reais, que correspondeu a 6,4% do total.
De acordo com Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), para retomar o crescimento
do PIB da construção e do PIB nacional, são necessários ajustes da economia por
parte do governo federal, por meio do “acerto da meta fiscal, controle de gastos
públicos e fim do controle artificial de preços para segurar a inflação” (CBIC, 2014).
2.1.2 Histórico do número de empregados no setor da construção
Conforme os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2002
a 2013, o estoque de trabalhadores na construção civil manteve-se em constante
crescimento, subindo de, 1,1 milhão em 2002 para 3,09 milhões em 2013. Porém de
2013 a 2015 este número decresceu de, 3,09 milhões em 2013 para 2,58 milhões em
2015 (RAIS, 2002-2015 apud CBIC, 2016b). Segundo o presidente do Sinduscon-SP,
as possíveis causas da desaceleração foram as interrupções de obras e demissões
por atrasos de pagamento dos governos da União e dos Estados, adiamento das
ordens de serviço e cita também alguns cancelamentos devido aos desdobramentos
da Operação Lava Jato1 (AMORIM, 2015).
Entre os 2,6 milhões de trabalhadores na construção civil em 2015, 955 mil são
do grupo de construção de edifícios, computando cerca de 37,0% do total, seguido do
grupo de Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções, com
12%, somando 295 mil trabalhadores (RAIS, 2015 apud CBIC, 2016c).
Dados atuais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a
construção civil já perdeu 224.807 vagas com carteira assinada no acumulado de
janeiro a outubro de 2016, somente em outubro, foram 33.517 vagas, tornando o setor
que mais perdeu postos de trabalho no mês (FREITAS, 2016).
1Operação que investiga um esquema de corrupção no Brasil, envolvendo políticos e grandes empreiteiras.
20
2.2 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Gonçalves (2011), conceitua segurança do trabalho (ST) como sendo uma
ciência que estuda as possíveis causas e consequências de acidentes de trabalho
(AT) por meio de observações, análises e uma metodologia apropriada. Pode ser
entendida também como um conjunto de medidas que visa minimizar os AT e doenças
ocupacionais, assim como proteção da integridade e a capacidade de trabalho das
pessoas envolvidas (PEIXOTO, 2011).
2.2.1 Conceito legal de acidente de trabalho
Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, vide Lei Complementar nº 13.135,
de 2015, conceitua acidente de trabalho,
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (BRASIL, 2015a)
Segundo Dwyer (apud ALMEIDA et al., 2014), AT são eventos, na maioria das
vezes, previsíveis, tendo origem em rede de múltiplos fatores técnicos e sociais de
interação, definindo eventos complexos e multicausais. Já a NBR 14.280 conceitua
AT como “ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o
exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal”. (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT, 2001).
Ainda, segundo a NBR 14.280 (ABNT, 2001):
Acidente sem lesão: Acidente sem lesão pessoal.
Acidente de trajeto: Quando o empregado sofre o acidente no caminho
para o local do trabalho ou do trabalho para sua residência.
Acidente impessoal: Caracteriza-se por independer de existir
acidentado.
Acidente pessoal: Caracteriza-se pela dependência de existir
acidentado.
Agente do acidente: Caracteriza-se pela coisa, substância ou ambiente
que tenha provocado o acidente.
21
2.2.2 Causas de acidente de trabalho
Segundo Araújo (2004), o acidente é resultado de inúmeros fatores que
interagem entre si, não sendo apenas ocasionado por uma única causa, e sim devido
a vários motivos envolvendo desvios organizacionais. Soares (2008) lista alguns
fatores que podem ocasionar AT e as doenças profissionais, tais como, baixa
escolaridade dos trabalhadores, falta de treinamentos específicos, desqualificação da
mão de obra e um ambiente de trabalho com situação inerente.
A NBR 14.280, editada pela ABNT (2001), traz três fatores responsáveis pelos
AT: fator pessoal de insegurança, ato inseguro e condição ambiente de insegurança
Fator pessoal de insegurança (fator pessoal): Causa relativa ao comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática do ato inseguro. Ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente. Condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.
De acordo com Barsano e Barbosa (2012, p. 80-81), o fator pessoal de
insegurança pode ser entendido quando o trabalhador realiza suas tarefas laborais
sem nenhuma experiência, com má vontade ou em más condições físicas. Eles ainda
definem atos inseguros como atos voluntários ou involuntários, devido à negligência,
imprudência ou imperícia do trabalhador. Já condições inseguras, são os fatores
ambientais de risco a que o trabalhador está sendo exposto, sem ter nenhuma culpa
pelos ocorridos.
Campos (2015, p. 246-247), acrescenta ainda que causas básicas têm origem
administrativa na maioria das vezes. Ele considera como causas básicas aquelas que,
uma vez corrigidas, previnem por um longo período um acidente similar:
Falta de conhecimento ou treinamento;
Posto de trabalho inadequado;
Falta de reforço em práticas seguras;
Falhas de engenharia (projeto e execução);
Uso de EPI inadequado;
Verificações e programas de manutenção inadequadas;
22
Compra de equipamento de qualidade inferior;
Sistema de recompensa inadequado;
Métodos ou procedimentos inadequados.
Nesse viés, proporcionar um ambiente de trabalho agradável pode influenciar
diretamente nas relações interpessoais e de produtividade, reduzindo os riscos de
acidentes e doenças do trabalho (KRONE, et al., 2013). Ainda, segundo Barsano e
Barbosa (2012, p. 49), precisa-se ter no ambiente de trabalho o máximo de proteção
e satisfação no trabalho, que combinados resulta em maior produtividade, maior
qualidade do serviço realizado, reduz o absenteísmo e o mais importante, a
diminuição drástica dos acidentes e doenças do trabalho.
2.2.3 Custos de acidente de trabalho à sociedade brasileira
Ferreira e Peixoto (2015, p. 52), trazem uma interessante perspectiva geral do
que se perde com um acidente de trabalho,
Todos perdem com a ocorrência de um acidente de trabalho, ou seja, o indivíduo (lesões, incapacidades, afastamentos, diminuição do salário, desamparo à família, etc.), a empresa (tempo perdido, diminuição da produção, danos às máquinas, materiais ou equipamentos, gastos com primeiros socorros, gastos com treinamento para substitutos, atraso na produção e aumento de preço no produto final) e a Nação (acúmulo de encargos assumidos pela Previdência Social e aumento dos preços, prejudicando assim, o consumidor e a economia e com isso, os impostos e as taxas de seguro).
A partir de abril de 2007, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) instituiu
uma nova sistemática para a concessão dos benefícios acidentários, alterando a
forma como são levantadas as estatísticas de acidentes do trabalho (BRASIL, 2007).
Está incumbido ao INSS administrar a prestação de benefícios, como o auxílio-doença
acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal,
aposentadoria por invalidez e pensão por morte.
Aconteceram no Brasil, entre 2007 e 2013, mais de 5 milhões de AT, destes,
45% acabaram em morte, invalidez permanente ou afastamento temporário do
emprego. (BRASIL, 2014).
Segundo o economista José Pastore, pesquisador da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas e professor da Universidade de São Paulo (USP), em palestra
23
realizada no Seminário de Prevenção de Acidentes de Trabalho, pelo Tribunal
Superior do Trabalho, o custo dos acidentes de trabalho por ano pode chegar a R$ 71
bilhões, em uma avaliação subestimada, representando cerca de 9% da folha salarial
anual dos trabalhadores do setor formal no Brasil (INFORMATIVO IP, 2011).
2.2.4 Legislação aplicada à Segurança e Saúde do Trabalho
Em 1919, o Decreto nº 3.724, de 15 de janeiro, regula as obrigações resultantes
dos acidentes no trabalho. Tal decreto é conhecido como a primeira lei sobre AT
(BRASIL, 1919; FERREIRA E PEIXOTO, 2014, p. 21).
Em 1934, com o Decreto Legislativo nº 24.637, de 10 de julho, é criada a
Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, o conceito de doença profissional cria
um novo parâmetro (FERREIRA E PEIXOTO, 2014, p. 22). É reconhecida a doença
profissional atípica como sendo acidente de trabalho. Considerada a segunda lei de
AT (CAMPOS, 2015, p. 18).
Em 1943, por meio do Decreto nº 5.452, entra em vigor a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), a qual consolidou em um único documento várias das
legislações sobre direito do trabalho e segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 1943;
CAMISASSA, 2016, p. 5).
De acordo com Camisassa (2016, p. 5), até a década de 1970, a legislação em
vigor no Brasil era considerada corretiva e não preventiva. Não havia a preocupação
de prevenir e investigar os acidentes, somente tinha-se o cuidado da busca por
indenizações. Nesse viés, em 1977, através da Lei nº 6.514, é alterado o Capítulo V
da CLT, que passa a ser exclusivo para SMT (BRASIL, 1977). Ainda na década de
70, foram aprovadas, em 1978, com a Portaria nº 3.214, de 8 de junho, as Normas
Regulamentadoras (NR), 28 ao todo, do Capítulo V, Título II, da CLT, relativas à
Segurança e Medicina do Trabalho (BRASIL, 1978).
No contexto atual, Ayres e Corrêa (2011, p. 7), defendem que a Portaria nº
3.214 de 1978, deveria ser totalmente reformulada e atualizada. Mesmo algumas NRs
ao longo do tempo tendo sido ampliadas e atualizadas, não são suficientes para
24
modernizá-las e adequá-las às atuais condições de trabalho no país. Atualmente
existem 35 NRs em vigor2.
A Constituição Federal de 1988, no art. 7º, inclui os incisos XXII, XXIII e XXVIII,
que trata dos direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais (BRASIL, 1988),
XXII – Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXVIII – Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou em culpa.
Em 2011, a Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho – PNSST é
aprovada com o Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Seus principais
objetivos são a melhoria da qualidade de vida e a promoção da saúde dos
trabalhadores, assim como a prevenção de acidentes e de danos à saúde, eliminando
ou reduzindo os riscos nos ambientes de trabalho (BRASIL, 2011).
2.3 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Como a atividade da construção civil possui características próprias, geradoras
de riscos ambientais múltiplos e grande capacidade para absorver mão de obra
desqualificada, ela tem se destacado como um ramo que apresenta elevados índices
de acidentes de trabalho, por essas razões justifica-se a existência de uma norma
regulamentadora de SST específica para o setor (GONÇALVES, 2011, p. 508).
O Brasil apresenta índice de mortalidade e doenças ocupacionais na
construção civil, quatro vezes maiores que países europeus (AYRES E CORRÊA,
2011). Nesse sentido, Filgueiras (2015, p. 17), destaca que o risco de um trabalhador
da área da construção civil morrer é o dobro da média em relação ao conjunto do
mercado de trabalho brasileiro. Em 2009, a mortalidade por AT na Indústria da
2 A NR-27 – Registro profissional do Técnico de Segurança do Trabalho foi revogada pela Portaria GM
nº 262, 29 de maio de 2008. A NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados foi aprovada com a Portaria MTE nº 555, 18 de abril de 2013 (CAMPOS, 2015, p. 18-70). Atualmente com 35 NRs em vigor.
25
Construção foi de 18,6 óbitos para cada 100 mil trabalhadores, enquanto que em
outras atividades econômicas é de apenas 7,4 a cada 100 mil (SANTANA, 2012).
Se considerarmos apenas os empregados vinculados à CNAE, que integram o
setor F (Indústria da Construção), morrem mais de 450 trabalhadores no setor, por
ano, de acordo com os últimos Anuários Estatísticos de Acidentes de Trabalho (AEAT)
(FILGUEIRAS, 2015, p. 16).
Para Araújo (2011, p. 1385), os fatores críticos de insucesso dos programas de
SST estão diretamente ligados à baixa qualificação dos trabalhadores, à elevada
rotatividade do setor e à limitação das empresas em investir em mão de obra.
2.3.1 Normas Regulamentadoras
A preocupação com acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no setor
ocorreu somente da década de 70, em vista do país ter sido apontado como campeão
em acidentes do trabalho (RUPPENTHAL, 2013, p. 17). Tal preocupação culminou
com a criação das NRs, em 1978, através da Portaria nº 3.214, relativa à SMT
(BRASIL, 1978).
A elaboração e reformulação das normas passam por um longo período até a
aprovação, começa pela redação de um texto-base inicial, consulta pública, discussão
tripartite, redação do texto final, aprovação pelas autoridades competentes e
publicação na imprensa oficial (CHAGAS, SALIN E SERVO, 2011, p. 37).
Atualmente existem 35 normas regulamentadoras, que são divididas por temas.
Enquanto algumas normas se aplicam a todas as atividades econômicas, outras são
conhecidas como setoriais por possuírem atividades econômicas específicas
(CAMISASSA, 2016, p. 6).
A NR-01 estabelece as disposições gerais, assim como dispõe sobre a
obrigatoriedade do cumprimento das NRs de SST (BRASIL, 1983)
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Garcia (2011, p. 24) alerta que as normas de SMT têm papel fundamental para
estabelecer critérios que tragam a segurança e a saúde do trabalhador, prevenindo,
26
protegendo, recuperando e preservando sua capacidade para tratar as relações de
ambiente no labor.
2.3.2 NR-18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Com a criação das NRs pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, foi
concedida uma norma específica para a área da construção civil, recebendo o nome
de “NR-18 - Obras de Construção, Demolição e Reparos” (BRASIL, 1978). Após
passar por diversas alterações, através de 22 portarias desde sua criação, atualmente
recebe o nome de “Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção”
(BRASIL, 2015b).
Conceituando o objetivo da NR-18 (BRASIL, 2015b),
Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção3.
A NR-18 é uma norma setorial, pois é aplicada exclusivamente a uma atividade
econômica apenas, a indústria da construção, sendo essa uma das atividades com
maior número de acidentes do trabalho no Brasil. A queda de altura, o soterramento
e o choque elétrico estão entre os as principais causas de acidentes (CAMISASSA,
2016, p. 535).
De acordo com Gonçalves (2011, p. 510), a atual NR-18 “possui uma
sistematização bem mais feliz que a anterior”. Ele explica que a nova norma está mais
detalhada nos aspectos técnicos e aspectos tendentes a uma adequação mais rápida
dos itens, e ainda contemplando a participação dos trabalhadores no processo.
Camisassa (2016, p. 535), saliente que se fossem cumpridos dispositivos
básicos de proteção coletiva presentes na NR-18, seria notório a diminuição drástica
dos índices de AT na construção civil.
3 Considera-se Indústria da Construção as atividades de construção de edifícios, obras de infraestrutura
e serviços especializados para a construção, seguindo a CNAE 2.0 – seção F (IBGE, 2007).
27
2.3.3 NR-28 Fiscalização e penalidades
Com a aprovação da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, surge uma
norma responsável pela fiscalização e aplicação de penalidades, a NR-28. Tal norma
dispõe sobre os procedimentos de fiscalização referentes à SST, também, a respeito
das penalidades no caso de descumprimento dos preceitos legais e regulamentares
(CAMISASSA, 2016, p. 669).
O Auditor Fiscal do Trabalho (AFT), ao visitar um estabelecimento, constatando
irregularidades, deverá lavrar um auto de infração. O AFT, com base em critérios
técnicos, poderá dar prazo máximo de 60 dias ao estabelecimento para a
regularização da situação que estava em desconformidade. Ainda, se constatado
situação de grave ou iminente risco à saúde e/ou integridade física do trabalhador,
este deverá propor de imediato ao Superintendente Regional do Trabalho e Emprego
a interdição do estabelecimento ou o embargo parcial ou total da obra, e ainda
determinar as medidas necessárias para a correção das irregularidades.
28
3 METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como um estudo de caso, sendo sua abordagem
qualitativa, ao qual possui como objetivo geral a aplicação e verificação dos requisitos
da NR-18 em uma obra pública localizada na cidade de Santa Maria – RS. O estudo
foi segmentado em quatro fases, sendo essas:
Para a fase I, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre segurança do
trabalho, construção civil, NR-18 e NR-28, composto por livros, periódicos, artigos,
cartilhas, entre outros materiais.
Quadro 1 – Cabeçalho utilizado no checklist da NR 18
ITEM A SER ANALISADO NR 18
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Fonte: Autor (2016)
Na fase II, foi adaptado um checklist4 baseado nos requisitos da NR-18 (Quadro
1), essa compôs: (i) o item a ser analisado; (ii) o nível de conformidade, o item de
conformidade ao requisito analisado seguiu a legenda descrita no Quadro 2; (iii) o
valor da multa, caso há desconformidade; (iv) observações; (v) o e valor de
adequação.
Quadro 2 – Legenda usada para diferenciar a conformidade dos itens com a NR 18
Fonte: Autor (2016)
4 Checklist do Ministério Público do Trabalho (BRASIL, 2016a).
LEGENDA:
Em conformidade com a NR-18
Algum aspecto não conforme com a NR-18
Totalmente desconforme com a NR-18
29
Na fase III, foi selecionado a obra pública a ser analisada, essa por sua vez,
encontrava-se na fase de superestrutura. Dessa forma, uma adaptação do checklist,
criado a priori, foi necessário a fim de destinar a aplicação para a fase atual da obra,
os itens selecionados da NR 18 a serem verificados e analisados foram:
Instalações sanitárias;
Vestiário;
Alojamento;
Local para refeições;
Carpintaria;
Escadas, rampas e passarelas;
Medidas de proteção contra queda de altura;
Instalações elétricas;
Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas;
Equipamento de proteção individual;
Sinalização;
Fornecimento de água potável;
Ordem e limpeza.
Para a fase IV, os resultados da aplicação serão tabulados através de uma
análise comparativa de custos de implementação versus multas de desconformidades
conforme a NR-28, simulando uma possível fiscalização do Ministério do Trabalho,
representado por um Auditor Fiscal do Trabalho. A NR-28 aplica o valor da multa
devido ao número de funcionários e da classificação quanto o grau de infração
(Quadro 3).
30
Quadro 3 – Gradação de multas, Anexo 1 da NR 28
Fonte: Norma Regulamentadora 28 (BRASIL, 2016b).
Como os critérios de autuação e penalidades decorrem de uma interpretação
dos agentes fiscalizadores, tomou-se como base um rigor de nível máximo para os
critérios fiscalizados e para as faixas de multas por não cumprimento. Na atual fase
da edificação, trabalham onze operários, portanto os valores das multas aplicadas
serão de R$830,00 para grau I1, R$1664,00 para grau I2, R$2495,00 para grau I3 e
R$3334,00 para grau I4, conforme o Quadro 3.
Na fase V, o estudo irá apresentar as discussões, conclusões do estudo e as
sugestões de melhorias para os itens não conformes descritos nas tabelas de
aplicação. Os valores de adequação para os itens não conformes, terão como base o
preço do comercio local, isto é, região do centro do estado do Rio Grande do Sul.
31
4 OBJETO DE ESTUDO
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA EMPRESA EM ESTUDO
A construtora atua no mercado da construção civil há mais de 5 anos,
executando projetos arquitetônicos e execução de obras, desde as fundações até os
acabamentos finais. Está situada na região sul do Brasil, no estado do Rio Grande do
Sul, mais especificamente na cidade de Santa Maria.
4.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA EM ESTUDO
A edificação é uma obra licitada que está sendo executada no campus da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), bairro Camobi, na cidade de Santa
Maria – Rio Grande do Sul.
A obra tem o objetivo de definir os trabalhos de construção do prédio da
Unidade Básica de Ensino II do Colégio Politécnico, com área total de 2.897,59 m². A
edificação possui dois pavimentos. Serão 20 salas para professores, incluída as
coordenações, 13 salas de aula, 3 banheiros masculinos, 3 femininos, 3 banheiros
para Portadores de Necessidades Especiais (PNE), 2 laboratórios de informática,
além de diversas áreas de circulação e conveniência.
Atualmente, trabalham 11 operários na obra, divididos em diversas áreas:
montagem e fixação das formas de madeira, desforma de laje, corte e dobra de
ferragens, operador de serra circular e betoneira, etc. A obra está em fase inicial,
aproximadamente 15% concluída.
32
5 RESULTADOS
5.1 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Quadro 4 – Instalações sanitárias
(continua)
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Há lavatório na proporção de 1 para 20 trabalhadores? (18.4.2.4 )
Há mictório na proporção de 1 para 20 trabalhadores? (18.4.2.4 )
Há vaso sanitário na proporção de 1 para 20 trabalhadores? (18.4.2.4 )
Há chuveiro na proporção de 1 para 10 trabalhadores? (18.4.2.4 )
As instalações sanitárias estão em perfeito estado de conservação e higiene? (18.4.2.3a)
1664,00 Lixeira não possuía
tampa. 0,00
Há portas de acesso que impeçam o devassamento? (18.4.2.3 b)
As paredes são de material resistente e lavável (podendo ser de madeira)? (18.4.2.3 c)
Os pisos são impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante? 18.4.2.3 d)
830,00 O piso não é
impermeável. 300,00
Não se ligam diretamente com os locais destinados às refeições? (18.4.2.3 e)
Há separação por sexo? (18.4.2.3 f)
830,00 Não há separação
por sexo. 1500,00
Há instalações elétricas adequadamente protegidas? (18.4.2.3 g)
Há ventilação e iluminação adequadas? (18.4.2.3h)
2595,00 Não há janelas. 200,00
O pé direito é de no mínimo 2,50m? (18.4.2.3 i)
Há deslocamento superior a 150m do posto de trabalho aos sanitários? 18.4.2.3 j)
O gabinete sanitário possui porta com trinco e borda inferior de, no máximo, 0,15m de altura? (18.4.2.6.1 b)
Os mictórios são providos de descarga provocada ou automática? (18.4.2.7.1 c)
Os mictórios ficam a uma altura máxima de 0,50m do piso? (18.4.2.7.1 d)
Há chuveiro com água quente? (18.4.2.8.3)
33
Quadro 4 – Instalações sanitárias
(conclusão)
Os chuveiros elétricos são aterrados adequadamente? (18.4.2.8.5)
Total: 5919,00 Total: 2000,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 1 – Detalhes das instalações sanitárias
Fonte: O autor (2016)
5.1.1 Sugestões necessárias para adequação
As instalações sanitárias encontravam-se em situação de cunho moderado
perante as normas. A lixeira não possuía tampa, uma obrigatoriedade conforme o item
18.4.2.6.1.d) da NR18. A adequação consistiria em usar uma placa de madeira usada,
fixando uma alça para abrir e fechar, sem custos para a empresa. O piso não sendo
impermeável, a empresa teria que comprar um azulejo cerâmico (2,5m²
aproximadamente) para assentamento do mesmo no ambiente. O problema de existir
dois banheiros com separação por sexo exigiria um investimento maior, pois seria
necessário a compra de lavatório, vaso sanitário, torneira e novo chuveiro. O ambiente
não possuía ventilação devido a falta de janelas, a contratação de um carpinteiro para
instalação da janela custaria em torno de R$200,00.
34
5.2 VESTIÁRIO
Quadro 5 – Vestiário
VESTIÁRIO
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Há paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente? (18.4.2.9.3 a)
Há pisos de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente? (18.4.2.9.3b)
Há cobertura que proteja contra as intempéries? (18.4.2.9.3 c)
A área de ventilação correspondente a 1/10 de área do piso? (18.4.2.9.3 d)
830,00 Não possui área de ventilação.
300,00
Há iluminação natural e/ou artificial? (18.4.2.9.3e)
Há armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado? (18.4.2.9.3 f)
830,00 Não há armário para os empregados.
300,00
Os vestiários têm pé-direito mínimo de 2,50m? (18.4.2.9.3 g)
São mantidos em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza? (18.4.2.9.3 h)
1664,00
O vestiário está em péssimas condições de higiene e limpeza.
0,00
Há banco em número suficiente para atender aos usuários, com largura mínima de 0,30m? (18.4.2.9.3i)
830,00 Não há bancos para todos sentarem simultaneamente.
250,00
Total: 4154,00 Total: 850,00 Fonte: O autor (2016)
5.2.1 Sugestões necessárias para adequação
Necessário implementar uma cultura aos empregadores sobre a importância
de manter um bom ambiente para o vestiário. Não possuía área de ventilação,
necessitando da contratação de um carpinteiro para a abertura de pontos de
ventilação. Os bancos eram em número inferior ao de funcionários, com compra de
algumas madeiras e corte, adequaria tranquilamente as necessidades de todos. A
falta de armário para todos os empregados causa desconforto e desconfiança, pois
35
os pertences eram deixados em qualquer lugar na peça, sendo necessário a
contratação de um carpinteiro para a montagem e instalação dos armários.
5.3 ALOJAMENTO
Quadro 6 – Alojamento
ALOJAMENTO
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
O alojamento está situado no subsolo? (18.4.2.10.1 h)
Possui paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente? (18.4.2.10.1 a)
O piso é de concreto, cimentado, madeira ou material equivalente? (18.4.2.10.1b)
Há área mínima de 3,00m2 por módulo cama/armário, incluindo a área de circulação? (18.4.2.10.1 f)
Há lençol, fronha, cobertor, se necessário, e travesseiro em condições adequadas de higiene? (18.4.2.10.6 )
830,00 Não possuem condições de higiene.
0,00
Os alojamentos possuem armários? (18.4.2.10.7)
830,00
Nenhum armário, os pertences dos funcionários ficam pendurados.
300,00
Há atividade de cozinhar e aquecer refeição dentro do alojamento? (18.4.2.10.8)
O alojamento é mantido em permanente estado de conservação, higiene e limpeza? (18.4.2.10.9)
1664,00 Não possuem condições de higiene.
0,00
Há bebedouros de jato inclinado, na proporção, de 1 para 25 trabalhadores? (18.4.2.10.10)
3334,00 Bebedouro estava estragado.
800,00
O pé-direito é de 2,50m para cama simples e de 3,00m para camas duplas? (18.4.2.10.1 g)
830,00 Não possui pé direito de 3 metros para cama dupla.
200,00
É proibido o uso de 3 ou mais camas na mesma vertical? (18.4.2.10.2)
Total: 7488,00 Total: 1300,00 Fonte: O autor (2016)
36
Figura 2 – Detalhes do alojamento
Fonte: O autor (2016)
5.3.1 Sugestões necessárias para adequação
O alojamento estava com as mesmas condições do vestiário, falta de higiene e
conservação, assim como os lençóis e fronhas, necessitando serem lavados e
melhores guardados para haver conservação dos itens. Para os armários, a
contratação de um carpinteiro resolveria o problema. Um bebedouro deveria ser
adquirido pela empresa, sendo necessário desembolsar uma quantia de
aproximadamente R$800,00 reais. Possuía camas duplas, porém não respeitava o pé
direito mínimo de 3 metros, necessitando um ajuste da altura do alojamento, além
disso, as camas superiores não possuíam proteção lateral contra queda.
5.4 LOCAL PARA REFEIÇÕES
Quadro 7 – Local para refeições
(continua)
LOCAL PARA REFEIÇÕES
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
O local para refeição está situado em subsolos ou porões das edificações? (18.4.2.11.2 j)
O local para refeição tem comunicação direta com as instalações sanitárias? (18.4.2.11.2 k)
O local para refeição tem pé-direito mínimo de 2,80m? (18.4.2.11.2 l)
37
Quadro 7 – Local para refeições
(conclusão)
O local para refeições tem (18.4.2.11.2 ):
a) paredes que permitam o isolamento durante as refeições?
830,00 O local é totalmente aberto.
400,00
b) piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável?
c) cobertura que proteja das intempéries?
d) capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições?
e) ventilação e iluminação natural e/ou artificial?
f) lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior?
g) mesas com tampos lisos e laváveis?
830,00 A mesa do ferreiro é usada como mesa para refeitório.
100,00
h) assentos em número suficiente para atender aos usuários?
830,00 Não possui assentos suficientes.
100,00
i) depósito, com tampa, para detritos?
830,00 Não possui. 100,00
Há bebedouro? (18.4.2.11.4)
830,00 Bebedouro estragado.
700,00
Total: 4150,00 Total: 1400,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 3 – Detalhes do local para refeição (1)
Fonte: O autor (2016)
38
Figura 4 – Detalhes do local para refeição (2)
Fonte: O autor (2016)
5.4.1 Sugestões necessárias para adequação
Necessário a compra de tapumes de madeira e contratação de um carpinteiro
para o fechamento do local de refeição, uma vez que o local é totalmente conjunto
com o canteiro de obras. Instalação de uma nova mesa e bancos faz-se necessário,
pois o local também é usado para corte e dobra das ferragens. Aquisição de um novo
bebedouro.
5.5 CARPINTARIA
Quadro 8 – Carpintaria
(continua)
CARPINTARIA
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Quanto à serra circular (18.7.2):
a) a mesa é estável, resistente, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior?
2495,00 Não é totalmente fechada nas suas faces inferiores.
0,00
b) a carcaça do motor é aterrada eletricamente?
1664,00 Não é aterrada. 50,00
c) o disco está afiado, travado, sem trincas, sem dentes quebrados ou empenamentos?
d) as transmissões de força mecânica estão protegidas por anteparos fixos e resistentes?
e) possui coifa protetora do disco e cutelo divisor e ainda coletor de serragem?
39
Quadro 8 – Carpintaria
(conclusão)
São utilizados dispositivo empurrador e guia de alinhamento? (18.7.3)
As lâmpadas de iluminação da carpintaria estão protegidas contra impactos? (18.7.4)
830,00 As lâmpadas estão desprotegidas.
50,00
O piso é resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura? (18.7.5)
Total: 4989,00 Total: 100,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 5 – Detalhes da serra circular
Fonte: O autor (2016)
5.5.1 Sugestões necessárias para adequação
A serra elétrica é um potencial causador de acidentes, por isso deve-se ter
todas as faces fechadas para o isolamento da lâmina. Com a fixação de pedaços de
madeira nas laterais da serra, a adequação torna-se simples e rápida. A carcaça do
motor deve ser aterrada. Compra de fiação e o aterramento fica a cargo de um
eletricista especializado. Para a proteção das lâmpadas da carpintaria, é necessário
a compra e instalação de uma tela resistente.
40
5.6 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
Quadro 9 – Escadas, rampas e passarelas
ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
As madeiras das escadas/rampas/passarelas são de boa qualidade, sem nós e rachaduras? (18.12.1)
As escadas de uso coletivo / rampas/ passarelas são de construção sólida e dotadas de corrimão e rodapé? (18.12.2 )
2495,00 A passarela não é dotada de corrimão e rodapé.
200,00
Há escadas ou rampas na transposição de pisos com diferença de nível superior a 0,40m? (18.12.3)
Escadas de mão têm até 7m de extensão e o espaçamento entre os degraus varia entre 0,25m a 0,30m?( 18.12.5.3)
Há uso de escada de mão com montante único? (18.12.5.4)
É proibido colocar escada de mão (18.12.5.5):
a) nas proximidades de portas ou áreas de circulação?
b) onde houver risco de queda de objetos ou materiais?
c) nas proximidades de aberturas e vãos?
A escada de mão (18.12.5.6):
a) ultrapassa em 1,00m (um metro) o piso superior?
1664,00 Não foram feitas para ultrapassar o piso superior.
100,00
b) é fixada nos pisos inferior e superior ou é dotada de dispositivo que impeça o seu escorregamento?
1664,00 Não é fixada no piso superior.
15,00
c) é dotada de degraus antiderrapantes?
d) é apoiada em piso resistente?
As rampas/passarelas provisórias são construídas e mantidas em condições de uso e segurança? (18.12.6.1)
2494,00
Construídas e usadas sem condições de segurança.
100,00
As rampas provisórias são fixadas no piso inferior e superior e não ultrapassam 30º de inclinação? (18.12.6.2)
Total: 8317,00 Total: 415,00 Fonte: O autor (2016)
41
Figura 6 – Detalhes de escada de mão e rampa
Fonte: O autor (2016)
5.6.1 Sugestões necessárias para adequação
Os principais problemas ficaram com as escadas de mão, pois a empresa
gastaria aproximadamente R$215,00 reais para as adequações, tornando-se um valor
muito abaixo caso fosse autuado. A montagem das escadas de mão deveria
ultrapassar 1 metro acima do nível, o uso de madeira resistente e metragem correta
da altura resolveria o problema, assim como a fixação em chão que impeça o
escorregamento. A rampa não estava em perfeitas condições e não possuía corrimão.
A adequação do layout da obra, poderia evitar a passagem pelo local inadequado.
5.7 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS DE ALTURA
Quadro 10 – Medidas de proteção contra quedas de altura
(continua)
MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDA DE ALTURA
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Há proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção e materiais? (18.13.1)
3334,00 Não há nenhuma proteção.
1000,00
As aberturas no piso têm fechamento provisório resistente? (18.13.2)
3334,00
Não possui fechamento nas aberturas provisórias.
300,00
42
Quadro 10 – Medidas de proteção contra quedas de altura
(conclusão)
Os vãos de acesso dos elevadores possuem fechamento provisório de 1,20m de altura fixado à estrutura? (18.13.3)
3334,00
Não possui fechamento nas aberturas provisórias.
300,00
Há, na periferia da edificação, instalação de proteção contra queda de trabalhadores e materiais? (18.13.4)
3334,00 Não há nenhuma proteção.
1000,00
A proteção contra quedas por meio de guarda-corpo e rodapé (18.13.5):
a) é construída com altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para o travessão intermediário?
2495,00 Não possui guarda-corpo.
1000,00
b) tem rodapé com altura de 0,20m?
2495,00 Não possui guarda-corpo.
200,00
c) tem vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o fechamento seguro da abertura?
2495,00 Não possui guarda-corpo.
200,00
Total: 20821,00 Total: 4000,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 7 – Detalhes das aberturas no piso do 2º pavimento
Fonte: O autor (2016)
43
Figura 8 – Detalhes da periferia da edificação
Fonte: O autor (2016)
5.7.1 Sugestões necessárias para adequação
As medidas de proteção contra queda em altura são as mais importantes
proteções coletivas do setor da construção civil, por isso as multas por não
conformidade são de valor elevado. A contratação de dois carpinteiros, compra de
madeira resistente para utilização como guarda-corpo e telas sinalizadas, adequariam
todos os requisitos necessários.
5.8 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Quadro 11 – Instalações elétricas
(continua)
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
A execução e manutenção das instalações elétricas são realizadas por trabalhador qualificado? (18.21.1)
Serviços em circuito elétrico ligado apresentam medidas de proteção, uso de ferramentas apropriadas e EPIs? (18.21.2.1)
As instalações elétricas provisórias de um canteiro de obras são constituídas de (18.21.11):
a) chave geral do tipo blindada e localizada no quadro principal de distribuição?
b) chave individual para cada circuito de derivação?
3334,00 Não possui chaves individuais.
350,00
44
Quadro 11 – Instalações elétricas
(conclusão)
c) chave-faca blindada em quadro de tomadas?
d) chaves magnéticas e disjuntores para os equipamentos?
3334,00 Não possui. 300,00
Total: 6668,00 Total: 650,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 8 – Detalhe da instalação elétrica principal do canteiro de obras
Fonte: O autor (2016)
5.8.1 Sugestões necessárias para adequação
A contratação de um eletricista capacitado para a instalação de disjuntores e
chaves individuais, mais a compra dos materiais necessários, resolveriam os
problemas das instalações elétricas.
5.9 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS
Quadro 12 – Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas
(continua)
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS DIVERSAS
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
As partes móveis e perigosas das máquinas ao alcance dos trabalhadores são protegidas? (18.22.2)
45
Quadro 12 – Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas
(conclusão)
As máquinas e os equipamentos que ofereçam risco são providos de proteção adequada? (18.22.3)
As máquinas e os equipamentos têm dispositivo de acionamento e parada localizado de modo que (18.22.7):
a) seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho?
b) não se localize na zona perigosa da máquina ou do equipamento?
c) possa ser desligado em caso de emergência por outra pessoa que não seja o operador?
d) não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador ou por qualquer outra forma acidental?
e) não acarrete riscos adicionais?
As máquinas têm dispositivo de bloqueio para impedir seu acionamento por pessoa não autorizada? (18.22.8)
2495,00
Betoneira e a serra elétrica não possuíam tal dispositivo.
500,00
As máquinas, equipamentos e ferramentas são submetidos à inspeção e manutenção? (18.22.9)
As inspeções de máquinas e equipamentos são registradas em documento específico? (18.22.11)
830,00
Não é emitido documento após a inspeção e manutenção.
0,00
Os condutores elétricos das ferramentas não sofrem torção, ruptura nem obstruem o trânsito de trabalhadores? (18.22.19)
As ferramentas elétricas manuais possuem duplo isolamento? (18.22.20 )
Total: 3325,00 Total: 500,00 Fonte: O autor (2016)
5.9.1 Sugestões necessárias para adequação
Instalação de dispositivos de bloqueio na betoneira e na serra elétrica para
evitar o acionamento por pessoa não autorizada. Após a inspeção e manutenção das
máquinas, pedir documentos comprovatórios que houve tal serviço.
46
5.10 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Quadro 13 – Equipamento de proteção individual
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
A empresa fornece aos trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento? (18.23.1 c/c NR 6.6.1 “a” e “b”)
O cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado em atividades a mais de 2,00m de altura do piso? (18.23.3)
3334,00 Não foi observado o uso do cinto em cinco funcionários.
1000,00
O cinto de segurança é dotado de dispositivo trava-quedas e é ligado a cabo de segurança independente da estrutura do andaime? (18.23.3.1)
Não aplicável na data da visita.
Total: 3334,00 Total: 1000,00 Fonte: O autor (2016)
5.10.1 Sugestões necessárias para adequação
Todos funcionários utilizavam capacetes, porém, parte da frente de trabalho
executava serviços no 2º pavimento, acima de 2,0 metros de altura, mas não foi
observado o uso de linha de vida e cinto para a proteção dos trabalhadores. A compra
dos cintos e a exigência de seu uso é de responsabilidade da empresa.
47
5.11 SINALIZAÇÃO
Quadro 14 – Sinalização
SINALIZAÇÃO
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
São colocados cartazes alusivos à prevenção de acidentes e doenças de trabalho? (18.37.1)
830,00
Não possuía nenhum tipo de aviso sobre prevenção de acidentes na obra.
100,00
Total: 830,00 Total: 100,00 Fonte: O autor (2016)
5.11.1 Sugestões necessárias para adequação
A compra de placas sobre prevenção de acidentes e doença de trabalho não
custaria mais que R$100,00 reais.
5.12 FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
Quadro 15 – Fornecimento de água potável
FORNECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
Há água potável, filtrada e fresca, em bebedouro de jato inclinado, na proporção de 1 p/ cada grupo de 25 trabalhadores? Há deslocamento superior a 100m no plano horizontal? Há uso de copos coletivos? (NR 18.37.2 c/c NR 18.37.2.1 c/c NR 18.37.2.2)
Total: 0,00 Total: 0,00 Fonte: O autor (2016)
48
5.13 ORDEM E LIMPEZA
Quadro 16 – Ordem e limpeza
ORDEM E LIMPEZA
Co
nfo
rmid
ade
MULTA (R$)
OBSERVAÇÕES
VALOR PARA
ADEQUAR (R$)
O canteiro de obras está organizado, limpo e desimpedido nas vias de circulação, passagens e escadarias? (18.29.1)
2495,00
Em muitos ambientes, foi encontrado diversos tipos de entulhos e lixo.
0,00
O entulho e sobras de materiais são regulamente coletados e removidos, evitando poeiras? (18.29.2)
2495,00 Alguns materiais estão jogados no canteiro de obra.
500,00
A remoção de entulhos é feita por meio de equipamentos ou calhas fechadas em locais com diferença de nível? (18.29.3 )
É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras? (18.29.4)
É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados do canteiro de obras? (18.29.5)
1664,00 Foi encontrado lixo acumulado.
0,00
Total: 6654,00 Total: 500,00 Fonte: O autor (2016)
Figura 9 – Detalhes de entulhos e lixo jogados no canteiro de obras
Fonte: O autor (2016)
49
5.13.1 Sugestões necessárias para adequação
A empresa em análise poderá utilizar das ferramentas de qualidade como o
caso do 5’s ou Cinco Sensos para adequar a ordem e limpeza em seu canteiro de
Obra. Essa filosofia japonesa enfatiza o conceito de manter em ordem o local de
trabalho, propiciando melhores condições laborais, eficiência e eliminação de
desperdícios, o que garante consequentemente maior segurança, qualidade e
produtividade. Além disso, a empresa poderá terceirizar o serviço através da
contratação de uma empresa especializada para retirada do entulho com o foco em
manter o ambiente de trabalho limpo, organizado, padronizado e por suma reduzindo
os prováveis acidentes de trabalho consequentemente.
Nesse viés, a empresa poderá adotar, ainda, a ferramenta de diálogos com os
operários. Essa, visa diálogos mensais a fim de repassar treinamentos objetivando
aprimorar e repassar a cultura da empresa. Concomitantemente tem por finalidade
deixar um canal de comunicação entre colaboradores, ao qual poderão discutir
possíveis problemas identificados e por suma as melhorias. Portanto, essa ferramenta
gera a empresa um aprimoramento da relação entre operário e gestor, impactando,
consequentemente, no aumento desempenho produtivo da obra e na autonomia do
funcionário.
50
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral proposto no trabalho de verificar o cumprimento dos requisitos
da NR-18 em uma obra pública localizada na cidade de Santa Maria – RS, foi
alcançado com sucesso, pois foram analisados no empreendimento o grau de
desconformidade de acordo com o checklist adaptado da NR-18. Conclui-se que o
valor em multas caso haja uma possível autuação por parte do Ministério do Trabalho
seria no valor R$76649,00 reais, totalizando 83% a mais, caso fossem feitas as
devidas adequações, com o custo de R$12815,00 reais (Tabela 3).
Tabela 3 – Comparativo global dos itens verificados
ITEM MULTA (R$)
VALOR NECESSÁRIO
PARA ADEQUAÇÃO (R$)
Instalações sanitárias 5919,00 2000,00
Vestiário 4154,00 850,00
Alojamento 7488,00 1300,00
Local para refeições 4150,00 1400,00
Carpintaria 4989,00 100,00
Escadas, rampas e passarelas 8317,00 415,00
Medidas de proteção contra quedas de altura 20821,00 4000,00
Instalações elétricas 6668,00 650,00
Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas 3325,00 500,00
Equipamento de proteção individual 3334,00 1000,00
Sinalização 830,00 100,00
Fornecimento de água potável 0,00 0,00
Ordem e limpeza 6654,00 500,00
TOTAL 76649,00 12815,00
Fonte: O autor (2016)
Observando os resultados no Gráfico 2, pode-se concluir que as medidas de
proteção contra queda de altura representaram aproximadamente 27% do valor total
51
da possível multa, evidenciando que este serviço deve ser tratado de forma mais
rigorosa, já que é um dos responsáveis pelo maior número de mortes no setor da
construção civil, exposto por Camisassa (2016, p. 535).
Gráfico 2 – Comparativo global referente as multas por item verificado
Fonte: O autor (2016)
Portanto, conclui-se que o valor para adequação se torna pequeno comparado
com o valor das multas, porém, não basta olhar somente a questão financeira, e sim
para a saúde e bem-estar do empregado. Como já citado por Barsano e Barbosa
(2012, p. 49), o ambiente de trabalho que tenha máxima proteção e satisfação no
trabalho, resulta em maior produtividade, melhoria do serviço realizado e uma
diminuição drástica de perdas com acidentes e doenças do trabalho.
5919
4154
7488
4150
4989
8317
20821
6668
3325
3334
830
0
6654
0 5000 10000 15000 20000 25000
Instalações sanitárias
Vestiário
Alojamento
Local para refeições
Carpintaria
Escadas, rampas e passarelas
Medidas de proteção contra quedas de altura
Instalações elétricas
Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas
Equipamento de proteção individual
Sinalização
Fornecimento de água potável
Ordem e limpeza
VALOR TOTAL DE MULTA POR SERVIÇO (R$)
MULTA (R$)
52
REFERÊNCIAS
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______. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. dez. 1977. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6514.htm>. Acesso em 30 nov. 2016.
53
______. Portaria n° 3.214, 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. jun. 1978. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2016. ______. Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983. Altera o item 1.1 da NR-1 – Disposições Gerais. mar. 1983. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR1.pdf>. Acesso em 20 nov. 2016. ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 5 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.html> Acesso em: 22 ago. 2016 ______. Ministério da Previdência Social. Instituto Nacional do Seguro Social. Estatísticas. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www1.previdencia.gov.br/aeps2007/16_01_03_01.asp>. Acesso em 29 nov. 2016. ______. Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7602.htm>. Acesso em 29 nov. 2016. ______. Ministério da Previdência Social. Instituto Nacional do Seguro Social. Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho. Brasília, 2014. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/dados-abertos-sst/>. Acesso em 29 nov. 2016.
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54
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