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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS Mariano Ribeiro Filho A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR NA PROTEÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: um estudo em hidrologia e Qualidade da Água Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andrea Aparecida Zacharias Ourinhos-SP 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho”

CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS

Mariano Ribeiro Filho

A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR NA PROTEÇÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS: um estudo em

hidrologia e Qualidade da Água

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andrea Aparecida Zacharias

Ourinhos-SP

2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho”

CAMPUS EXPERIMENTAL DE OURINHOS

Mariano Ribeiro Filho

A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR NA PROTEÇÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS: um estudo em

hidrologia e Qualidade da Água

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas pela UNESP – Campus de Ourinhos, sob orientação da Profª Drª Andréa Aparecida Zacharias.

Ourinhos-SP

2012

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Banca Examinadora

Prof.ª Dr.ª Andrea Aparecida Zacharias (Orientadora)

______________________________________________

Prof.º Dr.__________________________________

_________________________________________

Prof.º Dr.__________________________________

_________________________________________

Ourinhos, 14 de dezembro de 2012.

Ourinhos-SP

2012

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Dedico

Aos meus familiares, esposa e filhos que

me encorajaram e colaboraram para que

pudesse levar adiante este sonho que se

torna realidade.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida.

Aos meus professores e colegas de curso que estiveram sempre comigo

durante essa caminhada ajudando e incentivado para que pudéssemos levar adiante

e concluir este curso.

A todos que colaboraram para a elaboração deste trabalho.

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EPÍGRAFE

A natureza não faz nada em vão. Aristóteles.

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RIBEIRO, Mariano Filho. Mata Ciliar: Com Ênfase em Hidrologia e Qualidade da Água. 2012. Monografia (Especialização em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Campus Experimental de Ourinhos, Ourinhos (SP) 2012.

RESUMO

O nome mata ciliar advém da comparação da importância que os cílios dão

ás pessoas como protetores para os olhos. As matas ciliares compostas por florestas de cobertura vegetal nativa localizam-se ás margens dos rios e lagos, olhos d’água e represas, e servem para proteção dos mesmos. A mata ciliar é fundamental para os seres humanos para a manutenção de sua vida. É necessário e fundamental que se cuide dela não somente como patrimônio do homem, mas também como sendo fonte de sua subsistência, já que ela proporciona melhor qualidade de vida purificando o ar e embelezando o ambiente. O objetivo principal deste trabalho será avaliar a importância das matas ciliares discutindo o uso de técnicas adequadas de manejo das ervas daninhas que comprometem o desenvolvimento das matas ciliares. Assim, fazer um levantamento explicitando a colocação correta das árvores por m2, bem como o uso adequado de mudas para diminuir as erosões e a degradação dos mangues e represas, serão os resultados pretendidos com esta monografia.

Palavras-chave: Recursos hídricos, mata ciliar e qualidade da água.

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RIBEIRO, Mariano Filho. Riparian Forest: With Emphasis on Hydrology and Water Quality. 2012. Monograph (Specialization in Water Resources Management and Environmental Planning in Watershed) - University Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Experimental Ourinhos Campus, Ourinhos (SP) 2012.

ABSTRACT

The name comes from the riparian comparison of the importance that the eyelashes give to people as shields for the eyes. The riparian forests composed of native vegetation located on the banks of rivers and lakes, dams and water eyes, and serve to protect them. The riparian vegetation is essential for humans to maintain your life. It is necessary and essential to take care of her not only as heritage of man, but also as a source of their livelihood, as it provides better quality of life by purifying air and beautifying the environment. The main objective of this study is to evaluate the importance of riparian forests discussing the use of appropriate techniques for management of weeds that compromise the development of riparian forests. So do a survey explaining the proper placement of trees per m2, as well as the proper use of plants to reduce erosion and degradation of wetlands and dams, are the desired outcomes of this monograph.

Key words: Water resources, riparian vegetation and water quality.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 13 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 13

3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14

4 MATA CILIAR: IMPORTÂNCIA NA SUSTENTABILIDADE PLANETÁRIA ........... 15

5 MATA CILIAR: DISCUSSÕES EPISTEMOLÓGICA E CONCEITO ....................... 17

6 FUNÇÕES DAS MATAS CILIARES E SUA CORRELAÇÃO COM RECURSOS

HÍDRICOS ................................................................................................................ 24

7 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A QUESTÃO DA MATA ATLÂNTICA .............................................................................................................. 30

8 ASPECTOS DO DIREITO SOBRE O TEMA DAS MATAS CILIARES ................ 34

9 ENCARGOS ADMINISTRATIVOS E AS RESPONSABILIDADES CIVÍS E PENAIS ..................................................................................................................... 37

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 43

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INDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 E 2: IDH BAIXO E POPULAÇÃO ..................................................................... 17 FIGURA 3: EROSÃO E ASSOREAMENTO DOS RIOS ......................................................... 19

FIGURA 4: ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) ............................................. 20

FIGURA 5: MANEJO RUIM DE SÍTIOS E FAZENDAS DA MICROBACIA ................................. 20

FIGURA 6: CARVOARIA CLANDESTINA .......................................................................... 22

FIGURA 7: OCUPAÇÃO DESORGANIZADA DE MORADIAS ................................................ 22

FIGURA 8: INTERIORES DE MATAS DE BREJOS PRESERVADOS ...................................... 23

FIGURA 9: DIFERENÇAS DE ÁREAS SEM PRESERVAÇÃO E ÁREAS PRESERVADAS ............ 26

FIGURA 10: RESTAURAÇÃO E REGENERAÇÃO DE ÁREA DE PASTAGEM ........................... 29

FIGURA 11: ÁREA DE ASSOREAMENTO ANTRÓPICO ...................................................... 29

FIGURA 12: MATA ATLÂNTICA ..................................................................................... 31

FIGURA 13: MAPA DA BIODIVERSIDADE PAULISTA ......................................................... 33

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1. INTRODUÇÃO

O nome mata ciliar advém da comparação da importância que os cílios dão

ás pessoas como protetores para os olhos. As matas ciliares compostas por

florestas de cobertura vegetal nativa localizam-se ás margens dos rios e lagos, olhos

d’água e represas, e servem para proteção dos mesmos.

Diante dos diversos fatores responsáveis pelos problemas de degradação

ambiental como o desordenado crescimento socioeconômico das urbes, o acelerado

processo de urbanização e a ocupação irregular de áreas fragilizadas

ambientalmente, busca-se demonstrar neste trabalho a implantação de práticas para

instalação e regeneração de matas ciliares. E das áreas degradadas para proteger

ao mesmo tempo de Áreas de Preservação Permanente (APP), contribuindo assim

para uma melhoria da qualidade de vida e da sustentabilidade.

Um ecossistema perde sua propriedade de recuperação natural e se torna

degradado após distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. De acordo com a

magnitude do distúrbio, fatores essenciais para a conservação da resiliência como,

banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espécies,

chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, bloqueando o procedimento

de regeneração espontânea ou tornando-o muito lento.

Matas ciliares são acometidas por distúrbios naturais como: queda de

árvores, deslizamentos de terra, raios entre outras, que se derivam em clareiras, ou

seja, fissuras no dossel, que são cicatrizadas por meio da invasão de espécies

pioneiras acompanhadas de espécies secundárias.

As atividades humanas, porém causam distúrbios mais intensos que os

naturais comprometendo a sucessão secundária na área afetada. Os

desmatamentos, principalmente os usados para expansão de áreas cultivadas em

propriedades rurais como de áreas urbanas para a obtenção de madeira, os

incêndios, a extração de areia nos rios, bem como os empreendimentos turísticos

mal planejados causam prejuízos quase sempre irreparáveis às matas ciliares.

O processo de degradação é quase sempre antigo tendo principiado com o

desmatamento para modificação da área em campo de cultivo ou em pastagem. Ao

longo do tempo e, e de acordo com a intensidade de uso, a degradação pode ser

agravada através da diminuição da fecundidade do solo pela saída de nutrientes

pelas culturas e, ou, pela prática da queima de resíduos vegetais e de pastagens, da

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compactação e da erosão do solo pelo pisoteio do gado e pela circulação das

máquinas agrícolas.

Também no campo ambiental a geração de energia elétrica por sistema

hidráulico causa problemas que se acentuam na fase de construção e início da

operação com tendência a reencontrar equilíbrio no sistema ambiental se o manejo

for adequado.

Em função disto, comparam-se aqui os critérios para uso de pequenas

usinas de força hidráulica na região de Piraju e os médios esquemas de geração

para procurar analisar os desequilíbrios que causa a relevância do desenvolvimento

sustentável nas cidades, bem como a importância e a necessidade de se preservar

as áreas verdes urbanas atualmente desocupadas.

Os recursos hídricos proveniente dessas áreas são os mais afetados diante

de um processo desordenado, tornando-se escasso e de má qualidade, por isto, é

nossa preocupação maior, pois é um bem de consumo que deve ser conservado,

tendo em vista a possível insuficiência deste para as futuras gerações.

Os objetivos gerais deste trabalho são: avaliar a importância das matas

ciliares; discutir o uso de técnicas adequadas de manejo das ervas daninhas que

comprometem o desenvolvimento das matas ciliares; fazer um levantamento e

colocação correta das árvores por m2, e o uso de mudas na mata Atlântica para

diminuir as erosões e a degradação dos mangues e represas.

Os objetivos específicos são: verificar a maneira como se deve proceder

para melhorar as margens das represas para diminuir erosão e assoreamento;

demonstrar métodos eficazes para manter a sustentabilidade e o bioma; coletar e

divulgar informações para o incentivo e motivação de incrementação de novas áreas

para diminuir os prejuízos causados pelas destruições das matas ciliares; sugerir e

adequar trabalhos a serem realizados na região de Piraju e do entorno.

A mata ciliar é fundamental para os seres humanos para a manutenção de

sua vida. É necessário e fundamental que se cuide dela não somente como

patrimônio do homem, mas também como sendo fonte de sua subsistência, já que

ela proporciona melhor qualidade de vida purificando o ar e embelezando o

ambiente.

Tendo em vista que toda forma de vida depende de água tem-se que

preservar as matas ciliares e conservar as nascentes e áreas de Preservação

Permanente (APP), pois se isto não for feito os rios e córregos e afluentes dos rios

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represados irão sofrer com assoreamento e degradação de suas margens,

chegando mesmo a alterar e diminuir seus cursos pondo em risco a disponibilidade

no planeta.

Deste modo, identificar os principais modelos de recuperação de mata ciliar

e de nascentes a partir da utilização dos conhecimentos científicos existentes será

material importante neste trabalho como agrônomo, e o mesmo poderá servir para

orientação posterior a todos a aqueles que convivem diretamente com o assunto em

questão.

Tendo em vista as hidroelétricas de Piraju como alvo procurará contatar as

autoridades locais, às autoridades regionais da bacia Hidrográfica para exposição no

sentido de expor idéias, e procurar por parcerias para implantação de correção das

degradações das matas ciliares através de levantamento de dados de campo, nas

propriedades envolvidas e nas áreas de lazer.

O caminho escolhido no desenvolvimento deste estudo foi a pesquisa

bibliográfica de autores consagrados (como estudo sistematizado desenvolvido com

base em material publicado de acesso ao público em geral), e de forma descritiva,

expondo características de determinada população ou fenômeno e/ou

estabelecendo correlações entre variáveis, para aprofundar os conhecimentos do

determinado tema, assim como possibilitando estabelecer relações entre diferentes

posicionamentos.

A pesquisa apresenta fatos e evidências para basear diferentes argumentos

e onde o autor expõe suas próprias idéias, seus argumentos e suas evidências

sobre o assunto pesquisado.

Foram usados fichamentos, questionários, amostragens em gráficos e

resumos. O material para pesquisa foi coletado na Universidade, e as obras foram

pesquisadas na biblioteca local da cidade e acervos particulares.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Diante das discussões supracitadas, esta monografia tem como objetivo

principal avaliar a importância das matas ciliares, discutindo o uso de técnicas

adequadas de manejo, bem como sua correlação com os recursos hídricos como

potencializador na diminuição das erosões e da degradação ambiental.

2.2 Objetivos Específicos

E para atingir tal proposta, apresenta como objetivos específicos, as metas

de:

- Verificar a maneira correta para diminuir os problemas de erosão e

assoreamento, ao longo das margens dos rios e represas;

- Demonstrar métodos eficazes para manter a sustentabilidade do bioma;

- Coletar e divulgar informações que incentivem a proteção de áreas

permanentes, a fim de minimizar prejuízos causados com suas destruições.

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3. JUSTIFICATIVA

A mata ciliar é fundamental para a manutenção da vida dos seres humanos.

Assim, é necessário que o homem cuide dela não somente como seu patrimônio,

mas também como sendo fonte de sua subsistência, já que ela pode proporcionar

melhor qualidade de vida.

Tendo em vista que toda forma de vida depende de água tem-se que

preservar as matas ciliares e conservar as nascentes e APPs, pois se isto não for

feito os rios e córregos e afluentes dos rios represados irão sofrer com

assoreamento e degradação de suas margens chegando mesmo a alterar e diminuir

seus cursos pondo em risco a água no planeta.

Deste modo, identificar os principais modelos de recuperação de mata ciliar

e de nascentes a partir da utilização dos conhecimentos científicos existentes será

material importante nesta monografia. E, como agrônomo de formação, tais

informações poderão contribuir, no futuro, a todos aqueles que convivem

diretamente com a temática em questão.

Para tanto, o trabalho será realizado mediante pesquisa Bibliográfica, que

consiste em buscar informações em livros, boletins técnicos, artigos científicos,

mapas e publicações sobre o tema abordado.

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4. MATA CILIAR: IMPORTÂNCIA NA SUSTENTABILIDADE PLANETÁRIA

O planeta terra também é chamado de planeta da água, pois em três partes

do mesmo, somente uma é de terra e o restante é de água.

No planeta somos em torno de 7 bilhões de seres humanos e vários bilhões

de animais mamíferos de grande porte como: boi, cavalos, elefantes, suínos,

bípedes. Todos contribuem para emissão de carbono, e poluem o meio ambiente de

maneiras diversas causando desequilíbrios climáticos, biológicos entre outros.

Com o tempo o homem pode ficar sem seu bem maior que é a água,

essencial para a vida de todos, podendo se tornar escassos e impróprios para o

consumo humano devido o descaso dos órgãos oficiais nacionais e internacionais,

por conta da poluição, do consumo inapropriado da população e da poluição que

atinge de forma intensa as fontes e nascentes. Situações que poderá tornar em

médio prazo inviável a vida das pessoas no planeta.

O homem explora a natureza sem piedade desde a antiguidade até os dias

atuais sem lembrar-se que algumas fontes são não renováveis, e isto pode levar o

planeta à exaustão. Deste modo, destruir os recursos naturais e o uso dele sem

planejamento especialmente das florestas caracterizou o processo de ocupação do

Brasil. Ao longo da história do País, a cobertura florestal nativa, representada pelos

diferentes biomas, vem sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas

agrícolas, as pastagens e as cidades (MARTINS, 2001).

A população tem impressão de que as dimensões continentais do país

possui recursos naturais inesgotáveis, estimulando a expansão da fronteira agrícola

sem a preocupação com o aumento ou, pelo menos, com uma manutenção da

produtividade das áreas já cultivadas.

Exaustão esta que se estende ao meio ambiente que está sendo alterado e

modificado quase diariamente através de desmatamentos, terraplanagens e

crescimento desordenado dos grandes centros urbanos. Acresce-se a isto como o

consumo da madeira para produção do carvão, energias renováveis, e que podem

poluir devido à emissão de carbono pelas queimadas e pelo uso dessas matérias

primas e da grande quantidade de lixo e resíduos dos grandes centros urbanos e

industriais.

Nas regiões economicamente mais desenvolvidas, sobretudo o Sudeste e o

Sul, avançam rapidamente para o Centro Oeste e Norte, o processo de

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fragmentação é intenso ficando a vegetação arbórea autóctone representada,

principalmente, por florestas secundárias, em um alterado estado de degradação e

apenas são algumas reservas de florestas bem conservadas.

Este método de destruição das florestas se perpetuou num conjunto de

problemas ambientais, como a destruição de várias espécies da fauna e da flora, as

alterações climáticas locais, a erosão dos solos e o desmatamento de matas ciliares

(MARTINS, 2001).

O modo de viver equilibrado não produz esgotamento das fontes de matéria-

prima. O homem é parte da natureza, uma vez que ao destruí-la está destruindo a si

mesmo.

A relação Homem e Natureza são intrínsecas ao meio ambiente e deve

tratar da questão ambiental com cautela, porque é comum fugir da verdadeira raiz

do problema.

Não é possível interromper a exploração de uma matéria-prima para que se

explore outra, é preciso que se tenha um projeto com o objetivo da sobrevivência do

próprio homem, sem que prejudique ou interrompa a cadeia ambiental.

Observou-se isso na pesquisa realizada em 2006 pela organização WWF

(Worldwide Fund for Nature- Fundo Mundial para a natureza) onde em Pequim

foram analisadas duas variáveis, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano

estabelecido pela ONU) e o “rastro ecológico” ou “pegada ambiental” (questionário

que faz relação com seus hábitos e o que isso causa de impacto no ambiente), que

conseguiu fazer uma análise da relação entre o desenvolvimento de um país e a

destruição que isso provoca no ambiente.

O objetivo era enxergar se um país que estava em crescimento, se

desenvolvendo, conseguindo fazer essa caminhada em uma velocidade onde o meio

ambiente pudesse se reproduzir. A pesquisa mostra que os países onde o IDH

(Índice de Desenvolvimento Humano estabelecido pela ONU) é alto a “pegada

ambiental” é alta também, ou seja, conforme o país se desenvolve mais ele destrói o

ambiente.

Na África onde o IDH é baixo, o consumo de energia acompanha sendo

baixo, mesmo sem uma grande destruição do meio ambiente a população daquela

região, não tem as condições mínimas necessárias para sobreviver.

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Observando as Figuras 1 e 2 pode-se constatar que na África o que

acontece com a população com IDH baixo:

Figura 1 e 2: Índice de IDH Baixo e população Fonte Imagens e Letras – O homem contra o homem

http://olavosaldanha.wordpress.com/o-homem-contra-o-homem/

Entretanto, nessa pesquisa o país de Cuba se mostrou uma exceção à

regra. Não porque tem o maior IDH ou a menor “pegada ambiental”, mas sim,

porque há o desenvolvimento social sem grande destruição do Meio Ambiente,

devido ao baixo consumo energético. Cuba é o único país do mundo com

desenvolvimento sustentável, diz a pesquisa.

O Brasil e o mundo apesar de não terem o IDH baixo acabarão como a

África se não cuidarem do meio ambiente como ele merece e precisa.

No Brasil a sociedade capitalista que busca o lucro elevado distorcendo as

pessoas, levando-as ao consumismo. O objetivo na sociedade Socialista Cubana

não é o alcance do lucro máximo e sim a socialização da produção para que todos

igualmente vivam e se desenvolvam, sendo assim é país com desenvolvimento

sustentável, embora possa ter problemas outros em termos de democracia que não

temos.

5. MATA CILIAR: DISCUSSÕES EPISTEMOLÓGICA E CONCEITO

De acordo com Carvalho (1994) as analogias exercidas entre o espaço

aquático e o vegetal terrestre, que margeiam os cursos de água fazem com que

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diversos autores considerem várias denominações, diferenciações e cátedras para

esta vegetação.

De acordo com Mantovani (1989) as nomenclaturas mais usuais são:

Mata ripária; floresta de galeria (termo utilizado pelos europeus, para as vegetações existentes no Centro-Oeste do país) mata de fecho e anteparo (termo este utilizado no Rio Grande do Sul); mata aluvial, floresta paludosa ou de várzeas aluviais; florestas inundadas (termo utilizado na região amazônica. Este termo se subdivide em igapós – sempre alagados e várzeas – áreas sujeitas a inundações parciais e periódicas); veredas (termo utilizado no nordeste e Centro-Oeste brasileiro). Além desses termos e tendo em conta a posição destas vegetações nos cursos d’água, se utilizam os seguintes: florestas de beira-rio, floresta de borda, floresta justafluvial, floresta marginal, floresta ribeirinha e ripícola. (MANTOVANI, 1989, p. 16).

Asseveram Martins (2001) e Rodrigues (2000) que os desenvolvimentos,

florestais que margeiam os rios são chamados de florestas ou mata ciliar, mata de

galeria, floresta beiradeira, floresta ripária, floresta ribeirinha e floresta paludosa.

Ribeiro & Walter (1988) designam tanto o termo mata de galeria como mata

ciliar classificando com base na largura da faixa de floresta e fisionomia da

vegetação de entorno, entretanto as duas são caracterizadas pela conciliação

Florísticas e deciduidade. Para a vegetação estreita, restringida à borda dos diques

marginais dos rios, comumente mais bitolado que a floresta de galeria, e com certa

deciduidade designa-se mata ciliar.

Porém, o termo mata ciliar tem sido empregado para defini-la de forma

genérica. A mata ciliar se faz respeitável por sua diversidade genética, e pelo seu

papel no abrigo dos recursos hídricos, da fauna silvestre e aquática (RIBEIRO,

1998).

Estas matas possuem a finalidade de dar sustentabilidade às comunidades

da flora e da fauna, e funcionam como filtro de escoamento restaurando as

nascentes, e dando garantia da disponibilidade da água com qualidade e

quantidade, mantendo a constância do volume das mesmas, e dos nutrientes que se

acumulam nas margens, além de uma melhoria das condições hidrológicas do solo.

Além disto, garantem a contenção da erosão, alimentam a biodiversidade e

garantem a existência da fauna ictiológica aumentando o estoque de pescados

(BORGES, 1995).

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Na Figura 3, pode-se observar o que um solo maltratado pode ocasionar ao

solo e leitos de rios.

Erosão Rio assoreado

Figura 3: Erosão e assoreamento dos rios Fonte: Manual de Recuperação de Matas Ciliares para produtores rurais. p.2. s/d

As matas de galeria ou ciliares são matas mais úmidas e podem fornecer

habitat para mamíferos, principalmente no cerrado, aumentando a biodiversidade

deste bioma. Assim, as matas de galeria podem funcionar como corredores de

dispersão para estas espécies (JOHNSON, 1999).

Por sua localização, próximo às nascentes elas protegem as margens da

erosão e do ressecamento evitando o estreitamento de seus leitos e facilitando a

infiltração da água da chuva, que chega com maior facilidade ao lençol freático, e

também estabilizam a temperatura das águas.

As matas ciliares são consideradas áreas de preservação permanente pelo

código florestal e pelas legislações estaduais. A área que abrange a mata ciliar é

considerada pelo Código Florestal Federal como APP (Área de Preservação

Permanente) como mostra a figura 4 abaixo.

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Figura 4 - Área de Preservação Permanente (APP). Fonte http://www.pactomataatlantica.org.br/pdf/referencial-teorico.pdf

O homem agride e termina com as matas ciliares principalmente para usá-la

para pastagens que melhoram por causa da umidade das várzeas e da beira dos

rios. Os fazendeiros recorrem a esta opção que é simples, principalmente por que na

época da seca estes lugares dão pastagens com melhores rendimentos.

Figura 5: Manejo ruim de sítios e fazendas da microbacia Fonte: Manual de Recuperação de Matas Ciliares para produtores rurais. p.6.s/d

As políticas de incentivo às pecuárias e culturas de exportação (café, cacau

entre outras) fazem com que haja desmatamento como se percebe hoje na

Amazônia.

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A destruição de vastas extensões de florestas nativas na região se dá pelo

aumento da população que pratica sistemas de produções que, não são adaptados

ás condições locais.

Desde sua história pregressa aos poucos no Brasil, as coberturas tão ricas

de florestas nativas foram dando espaço para culturas agrícolas sem planejamento,

e como consequência houve e há destruição de recursos naturais fragmentando a

cobertura florestal nativa e seus biomas, agora transformadas em pastagens e

cidades.

A eliminação das florestas teve como consequência imediata problemas

ambientais, com aniquilamento de diferentes classes da fauna e da flora, as

mutações climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d'água.

Neste quadro, as matas ciliares não resistiram à destruição e foi alvo de todo

o tipo de deterioração. Muitas cidades formadas às margens dos rios pagaram e

pagam um alto preço por destruírem a vegetação ciliar, sofrendo inundações

contínuas.

Alguns produtores também desmatam para que os igarapés aumentem a

produção de água no período de estiagem. Esta realidade deve-se ao fato de as

árvores deixarem de “bombear” água usada na transpiração das plantas.

Contudo, pesquisas mostram que esta prática, com o tempo, tem efeito

contrário, pois com a ausência da mata ciliar ocorre um rebaixamento do nível do

lençol freático.

A deterioração ambiental acontece também pelo emprego de queimadas que

são empregadas na prática agropecuária, na renovação de pastagens, e na limpeza

do solo na extração de madeira para fazer carvão, o que leva a exaustão do mesmo

(figura 6).

Por fim conclui-se que, não é dada às matas ciliares e às reservas legais a

devida importância que devem ter para a sustentabilidade humana, animal e vegetal.

As atividades de pesquisa e extensão na Amazônia e na maioria das escolas

agroflorestais no Brasil, por exemplo, privilegiam a destruição das florestas, dando

importância secundária à agricultura familiar. Há uma grande falta de informações

sobre muitas atividades potenciais e ecologicamente adequadas à região.

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Figura 6: Carvoaria Clandestina Fonte: Carvoaria clandestina Carvão ilegal é alvo de ação da Polícia Ambiental.

<http://www.jureia.com.br/mostramateria.asp?idmateria=1560>

Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão do

homem por uma cadeia de fatores: na construção das hidrelétricas em regiões de

topografia acidentada, onde são as mais afetadas, na construção de estradas além

da locação de culturas agrícolas quando representam dificuldade de acesso do gado

para o curso da água.

A pior destruição antrópica, porém acontece quando cede lugar às

especulações imobiliárias, com residências construídas de forma desordenada ou

mesmo sendo perdidas sem qualquer tipo de produção.

.

Figura 7: Ocupação desorganizada de moradias Fonte Imagens e Letras – O homem contra o homem

<http://olavosaldanha.wordpress.com/o-homem-contra-o-homem/>

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Há maior necessidade de posturas rígidas para preservação das florestas

ciliares. Para isto, mais do que nunca faz necessário que se conscientize a

população em geral, como observada na figura 8.

Figura 8: Interiores de matas de brejos preservadas

Fonte: Manual de Recuperação de Matas Ciliares para produtores rurais, p.9.s/d

Esta conscientização deve ser de agricultores e outros, para que haja

intensificação na ação de educação ambiental tanto de adultos quanto de crianças

sobre os problemas que as derrubadas de matas ciliares causam ao ambiente e ao

homem.

Como as matas ciliares são importantes para a estabilização ecológica e tem

como desempenho a proteção de erosões e assoreamentos dos rios impedindo

enchentes, a filtragem de resíduos químicos além de sustentar e proteger a

biodiversidade, defender o solo, estabilizar do clima e melhorar a qualidade de vida,

entre outros.

Faz necessário que haja estudos e conscientização de todos aqueles que

necessitam da água e principalmente para os moradores das margens do rio, pois

muitos fazem parte de sua existência sem ao menos saber da sua importância,

tomando atitudes censuráveis, agredindo sem ciência e não a valorizando.

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6. FUNÇÕES DAS MATAS CILIARES E SUA CORRELAÇÃO COM RECURSOS

HÍDRICOS

Por estar diretamente ligada á água o tema admite em primeiro lugar uma

análise da mesma e da importância que ela tem na vida do ser humano.

A Hidrosfera é a parte do planeta composta pela água líquida ou sólida. Ela

cobre 70% do Planeta.

A maioria das águas do planeta Terra é inadequada para uso direto por

estarem em oceanos e mares, e em função disto, precisam ser dessalinizadas para

serem adequadas ao consumo humano e para a indústria. Outros 2% localizam-se

em geleiras, mas o processo tecnológico para utilização destas águas ainda é de

elevado custo, e de complexa disponibilidade.

Sendo assim, somente 1% da água encontrada no planeta é doce e

possibilita sua utilização quase que imediata para a ingestão humana. Estas águas

estão localizadas em rios, lagos e lençóis subterrâneos.

Todo o ser vivo necessita de água para viver. O homem é constituído de

70% de água e para manter esta porcentagem precisa constantemente ingeri-la,

assim como as plantas e outros animais que têm na água um importante e

indispensável alimento.

Proporcionalmente, a Terra e o corpo humano possuem a mesma

quantidade de água de onde se pode concluir o quanto ela é importante para o ser

humano que necessita renová-la em seu organismo e também para o planeta.

A água é de domínio público por ser um recurso natural de grande valor

econômico, porém limitada. Possui um ciclo de vida que permite ao homem o seu

uso por ser um recurso renovável desde que seja respeitada de forma coerente e

equilibrada, para segurança da ininterrupção do seu ciclo.

A natureza é pródiga. A água muda do estado líquido para o gasoso

evaporando-se e condensando-se constantemente. O ciclo hidrológico admite que a

água percorra diversos caminhos desde o alto de uma montanha até o mar.

Em forma de chuva ou de neve há precipitação de parte da água que se

infiltra em parte no solo e de outra que escoa pra a superfície retrocedendo para

lagos, rios e mares. A água infiltrada no solo sustenta o lençol freático que se

aglomera em razão de estar armazenada em rocha permeável e limitada.

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Na relação entre a camada da rocha impenetrável com o solo, desenvolvem-

se nascentes que darão procedência aos cursos de água. As nascentes se acham

nas amostras de terra mais altas de uma área, isso faz com que os filetes de água e

o desempenho da força de gravidade percorram das partes mais altas para as mais

baixas.

As gotas de chuva que escoam do caule das plantas atingem as raízes

(fluxo do tronco). A água de solo, por sua vez, se agita e perpetuam os rios

formando os denominados aquíferos freáticos e profundos. Com a percolação (abalo

das águas no solo para abordar os lençóis freáticos) é lento, mas associado a outros

fatores como: a topografia, relevo, regime pluvial do local, rochas e mesmo do tipo

de solo acabam por formarem os rios. Cursos de água que encontram outros rios

mais caudalosos e, finalmente, deságuam no mar.

O conjugado dos filetes de água, córregos e rios configuram a rede

hidrográfica. O conjugado dos rios de uma determinada área é denominado Bacia

Hidrográfica.

De início a radiação solar altera a água, mas outros fatores colaboram para

que este bem se renove, dentre eles se realçam a vegetação e solo. Com que

rapidez isto acontece depende da profundidade. Quanto mais inclinado mais

aumenta a velocidade tornando-o mais rebaixado e a sua altura fica a favor do

fundo, o que leva a concepção de corredeiras.

De acordo com Silva (2011) os grandes rios, geralmente, têm uma gradiente

encurtada de queda. O rio Amazonas, por exemplo, possui uma declividade de

apenas, 2 (dois) centímetros por quilômetro! Deste modo pode-se afirmar que um

maior volume de água é garantido por uma gradiente mais homogêneo durante o

seu percurso.

Assim a água vai se completando renovando seu ciclo que seria infinito e

proporcionaria ao homem bens infinitos se ele mesmo não se encarregasse de

destruir este equilíbrio magnífico da natureza para obter lucros ou simplesmente

para alterá-lo o que é mais triste sem finalidade alguma.

Desse modo, a água vai se completando renovando seu ciclo que seria

infinito e proporcionaria ao homem bens infinitos se ele mesmo não se encarregasse

de destruir este equilíbrio magnífico da natureza para obter lucros ou simplesmente

para alterá-lo o que é mais triste sem finalidade alguma.

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É dos mananciais que o homem retira a água que usa para o abastecimento

industrial, urbano, rural e na aquicultura sendo usada como recurso natural com

derivação e também usa- a sem derivação para geração de energia elétrica,

recreação, pesca e navegação. Além disso, utilizar-se a água para diluição,

oxidação e emanação de fluidos.

De acordo com Martins (2004)1 saindo da vida errante e nômade o homem

evoluiu e usou água sempre sem muito cuidado e as matas ciliares não aquilatadas

como elementos de qualidade dos recursos hídricos não fugiram da destruição,

sendo alvo de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às

margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabaram

pagando um preço alto por isto, através de constantes inundações.

Um rio que mantém suas margens com cobertura vegetal tem menos perda

de quantidade de água. A vegetação associada à água em abundância evita que

sulcos se formem na terra, pois ao se avolumarem podem desenvolver erosões e

desertificações (figura 9).

Figura 9: Diferenças de áreas sem preservação e áreas preservadas Fonte: Manual de Recuperação de Matas Ciliares para produtores rurais. p. 4. s/d

1 MARTINS, O. S. Determinação do potencial de seqüestro de carbono na recuperação de

matas ciliares na região de São Carlos – São Paulo: Universidade Federal de São Carlos. 2004.

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Desmatamentos incomensuráveis como tem acontecido no mundo inteiro,

atividades agrícolas intensas e mal planejadas, com a ação do sol, chuva e vento

podem levar às chamadas boçorocas ou voçorocas que se associadas às erosões,

dependendo do tipo de solo e associadas a processos de queimadas dão início a um

processo de desertificação do solo. Tais processos já acontecem atualmente no

pampa gaúcho (BELMONTE, 2011) onde o clima e o solo são os principais atrativos

para megas empresas, de celulose.

O tempo de rotação de reflorestamento das espécies exóticas chega a ser

até 10 vezes menor do que em países nórdicos. Em sete anos a árvore pode ser

"colhida". Além disso, há facilidade de acesso marítimo devido à proximidade do

Porto de Rio Grande, domínio tecnológico para o manejo dos plantios e terras

disponíveis.

De acordo com Belmonte 20112

O Rio Grande do Sul entrou com toda a força na rota dos mega investimentos da indústria da celulose. O custo poderá ser a descaracterização definitiva do Pampa gaúcho. O maior temor dos ambientalistas é a possibilidade de ocorrer no Rio Grande do Sul o que aconteceu no Espírito Santo, Uruguai e também no Sul do Chile. Nestes lugares, os chamados "desertos verdes" reduziram a água disponível, extinguiram espécies e também empregos, pois as atividades foram todas mecanizadas.

Calcula-se que entre 3% e 6% dos 15 milhões de hectares da Metade Sul

poderia ser ocupado pelas árvores exóticas.

A bacia hidrográfica é controlada pela mata ciliar que ajuda regular o fluxo

das águas superficiais e subterrâneas, a umidade do solo e a existência de

nutrientes.

Os reservatórios subterrâneos armazenam a maior parte da água doce do

mundo. Estima-se que o Brasil possui um verdadeiro oceano de reserva de água

doce nestes aquíferos profundos, cerca de 40 mil quilômetros cúbicos de água. Esta

quantidade de água seria capaz de abastecer a população atual do país por cerca

de 2.000 anos.3

2BELMONTE Roberto Villar. Pampa pode virar deserto verde

http://ametadesultextos.blogspot.com/2008/11/pampa-pode-virar-deserto-verde.html acessado

em 18/05/2011 3 Fonte: www.uniagua.org.bracessado em 10/05/2001

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A água é um recurso renovável e poderia ser mesmo inesgotável se não

fosse à degradação que as matas ciliares sofrem pelo homem moderno.

Portanto, a preservação dos mananciais, das bacias hidrográficas e dos

lençóis subterrâneos é de fundamental importância para a garantia deste recurso

natural.

Neste sentido, na atualidade, observa-se que grande parte da água doce

superficial está comprometida com a poluição doméstica, industrial e rural-agrícola,

fato que leva as regiões mais populosas a buscarem em outras bacias mais

distantes.

A população doméstica consome água doce e as melhores e mais puras

águas estão nos aquíferos profundos e são abrigadas pelas constituições geológicas

e geomorfológicas. Não obstante se há um não controle nas áreas de proteção

ambiental fazendo-as perder a qualidade habitual, os lençóis ficam contaminados

gerando poluição, o que compromete a pureza e a qualidade e chega mesmo, a

tornar inviável o seu emprego.

Em longo prazo o homem pagará caro por este desperdício em função de

que a proteção das águas superficiais e subterrâneas somente pode sobrevir com a

prevenção e recomposição das matas ciliares, que avalizam a característica deste

recurso natural e admitem a criação de táticas para a sua adequada utilização, além

de fornecer recarga dos aqüíferos subterrâneos.

Pode-se afirmar que:

Os principais objetivos das matas ciliares são: reduzir as perdas de solo e os processos de erosão, bem como o assoreamento (arrastamento de partículas do solo) das margens dos corpos d’água; garantir o aumento da fauna silvestre e aquática, proporcionando refúgio e alimento para esses animais; manter a perenidade das nascentes e fontes; evitar o transporte de defensivos agrícolas para os cursos d’água; possibilitar o aumento de água e dos lençóis freáticos, para utilização humana e agrícola; garantir o repovoamento da fauna e maior reprodução da flora; controle da temperatura, com um clima mais ameno; valorização da propriedade rural.

4

Manter as matas é possível de acordo com o problema do local como

exemplificam as figuras 10 e 11 abaixo.

4 MATAS CILIARES. Fonte: www.uniagua.org.br in Fonte: www.uniagua.org.br(s.a)

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Figura 10: Restauração e regeneração de área de pastagem Fonte: Pacto pela restauração da Mata Atlântica. 2009

Figura 11: Área de assoreamento antrópico

Fonte: Pacto pela restauração da Mata Atlântica. 2009

Manter as matas ciliares garantirá uma maior quantidade de nutrientes á

água bem como o controle dos produtos químicos, e além do mais dará aumento da

produção da mesma na bacia.

A manutenção da mata ciliar garante uma maior quantidade de nutrientes,

permite o controle da contribuição destes e de produtos químicos, bem como

possibilita o aumento da produção de água na bacia hidrográfica em função de que

o escoamento direto das águas pluviais são infiltradas em suas margens.

A recuperação de matas ciliares deveria ser aprimorada restaurando-se com

coberturas rápidas e protegendo os recursos hídricos sem implicar em novas

devastações de áreas, mas, pelo contrário, com atividade antrópica bem planejadas,

e poupando a vegetação ciliar da degradação que vem sofrendo desde que o

homem começou a se estabelecer e deixou de ser nômade dando origem a

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agricultura. Processo que se deu s entre 8.000 e 5.000 a.C.(neolítico),

sedentarizando-se às margens dos rios e lagos, cultivando trigo, cevada e aveia e

começando portanto, o desmatamento.

7. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A QUESTÃO DA MATA

ATLÂNTICA

A Educação Ambiental (EA) deve ser vista como um procedimento

constante no qual os indivíduos e a comunidade se conscientizam sobre o seu meio

ambiente e passam a ter com os conhecimentos, valores, habilidades, experiências

e determinação que os tornem capazes a agir e definir problemas ambientais,

presentes e futuros (DIAS,2004).

A EA principiou a receber ênfase a partir das décadas de 60 e 70 quando,

com o descomedido aumento tecnológico, o homem começou a exagerar os limites

de uso dos recursos naturais, incomodando a classe científica e as organizações

ambientalistas ( SANTOS e RUFINO, 2003).

Muitas atividades podem ser feitas para conscientizar as pessoas envolvidas

para que percebam que devem contribuir com o meio ambiente e isto precisa ser

iniciado na escola. O reflorestamento das matas ciliares deveria ser um dos

enfoques mais estudados. A Educação Ambiental (E A) precisa ser usada como

ferramenta para que seu admirável papel de abrigo dos cursos d’águas possa ser

valorizado e incluído pelas pessoas que se beneficiam dele.

A Mata Atlântica além de significar abrigo para um contingente de

populações tradicionais é segurança de abastecimento de água para mais de 122

milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira.

A parte expressiva de seus restantes está hoje localizada em encostas de

grande declividade, analisadas impróprias a métodos agrícolas. Sua proteção é a

maior garantia para a estabilidade geológica dessas áreas, evitando assim as

grandes calamidades que já aconteceram onde a floresta foi suprimida, com

decorrências econômicas e sociais muito graves.

Esta região abriga admiráveis paisagens, cuja proteção é fundamental ao

incremento do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais crescem no

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mundo. A destruição da Mata Atlântica é um espelho direto do abuso desordenado

de seus recursos naturais, principalmente madeireiros e da sua ocupação (Dean,

1996), o que derivou em milhões de hectares de áreas desflorestadas convertidas

em pastagens, lavouras e centros urbanos (Myers et al., 2000; Galindo-Leal &

Câmara, 2003).

A destruição da Mata Atlântica chegou a tal ponto que hoje já se faz

necessário tratar de sua recuperação. Para que as ações nessa direção sejam

coerentes, é preciso entender que praticamente todas as áreas remanescentes

dessa floresta que ainda hoje existem devem ser preservadas.

Figura12: Mata Atlântica Fonte: Pacto Mata Atlântica <http://www.pactomataatlantica.org.br/pdf/referencial-

teorico.pdf<

Essa preservação e recuperação são fundamentais para a conservação de

sua biodiversidade. E ela só se dará através da ampliação da área de seus

remanescentes e de suas Unidades de Conservação que hoje são redutos

insuficientes para garantir a proteção de todas as suas espécies. Nessa mesma

direção é de grande importância o plantio de corredores biológicos entre áreas hoje

isoladas que permitam o intercâmbio de vida entre elas.

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Em razão dos sucessivos ciclos de uso do solo e também à pressão pelo

aumento populacional, grande parte das regiões tropicais proporciona sua cobertura

florestal aborígine altamente despedaçada e/ou restrita a pequenas porções de terra

(BARBOSA. 2000).

Assim, a florística e a estrutura dessa sociedade reparada decorrem da

interação entre as ações implementadas e os métodos de migração e seleção de

espécies que irão se desenvolver no local em restauração (GANDOLFI & Rodrigues,

2007).

Em função disto, necessita-se atentar para o desenvolvimento temporal da

diversidade de espécies e de formas de vida, das características da regeneração

natural, indicadora do funcionamento da comunidade, para a restauração da

diversidade genética, do restabelecimento da descendência ecológica, do papel dos

díspares grupos funcionais de espécies nativas regionais e dos demais processos

ecológicos mantenedores dos ecossistemas naturais.

São ações que devem estar reunidas ao afastamento das áreas restauradas

e dos remanescentes naturais dos fatores de degradação mais intensos e diretos,

como fogo, extrativismo, caça, deposição de sedimentos ou outros materiais, e a

eliminação de espécies exóticas invasoras (Kageyama & Gandara, 2003, Gandolfi &

Rodrigues, 2007).

Passou-se a considerar que o mais respeitável não é manter os indivíduos,

mas sim, seus genes, pois os sujeitos morrem, mas seus genes são conservados na

população por meio das sucessivas gerações, conservando o processo da evolução.

Diversas questões ainda dependem de discussão e esclarecimento, não

importando o quanto as atuais descobertas científicas tenham estudado e atualizado

dados sobre o papel dessa diversidade e o quanto a manutenção das características

das florestas precisa ser plenamente compreendido.

A questão genética precisa ser vista com seriedade havendo necessidade

de sua inclusão nos projetos de restauração ecológica.

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Figura 13: Mapa da Biodiversidade Paulista Fonte: Pacto da mata Atlântica http://www.pactomataatlantica.org.br/pdf/referencial-

teorico.pdf

A heterogeneidade genética como uma das colunas de manutenção do

funcionamento das florestas restauradas. Desse modo, passa-se a considerar,

dentro do conjugado de estratégias de reparo ecológico, a inserção do uso de alta

diversidade genética regional para a produção de mudas ou para semeadura direta,

além da adoção de artifícios de favorecimento do virtual de auto-recuperação local

como escolha de conservação do objetivo genético regional.

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8. ASPECTOS DO DIREITO SOBRE O TEMA DAS MATAS CILIARES

A preocupação com a proteção das matas ciliares é antiga. Neste sentido

assevera Pereira (1997), questionando o termo do Código Florestal-usado pelos

legisladores de 1934:

Com efeito, não bastam às florestas para proteger a terra, na sua formação aproveitada pelo homem. Casos há em que as simples capoeiras ou prados são vegetações tão indispensáveis como as florestas. Eles também dificultam a erosão, retendo o húmus indispensável à fertilidade, prendendo as barrancas dos arroios e dos rios , necessárias para conservar as correntes em seus leitos e impedir as inundações, nas cheias pluviais, prestando, enfim, toda a sorte de benefícios que a agronomia, a silvicultura e a ecologia ensinam.

Esta preocupação também é refletida pela legislação atual que no art. 2º do

Código Florestal (lei nº 4.771/65) dispõe o seguinte: “Art. 2º. Consideram-se de

preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de

vegetação situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível

mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez)

metros de largura;

2) de 50 (cinqüenta) metros paras os cursos d’água que tenham de 10

(dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

3) de 100 ( cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50

(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200

(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos de d’água que tenham largura

superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios

d’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes nos

chamados olhos d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio

mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes,

montanhas e serras; e ) na encostas ou partes destas , com declividade

superior a 45º (quarenta e cinco graus), equivalentes a 100% (cem por cento) na

linha de maior declive; f ) nas restingas , como fixadoras de dunas ou

estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da

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linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções

horizontais; h) em altitude superior a 1800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que

seja a vegetação.”

A tabela abaixo apresenta uma síntese das dimensões das faixas de mata

ciliar em relação à largura dos rios, lagos, entre outros.

Tabela1: Preservação das matas de acordo com o art. 2º.

Rios com menos de 10 m de largura 30 m em cada margem

Rios com 10 a 50 m de largura 50 m em cada margem

Rios com 50 a 200 m de largura 100 m em cada margem

Rios com 200 a 600 m de largura 200 m em cada margem

Rios com largura superior a 600 m 500 m em cada margem

Nascentes Raio de 50 m

Lagos ou reservatórios em áreas urbanas 30 m ao redor do espelho d'água

Lagos ou reservatórios em zona rural,

com área menor que 20 ha

50 m ao redor do espelho d'água

Lagos ou reservatórios em zona rural,

com área igual ou superior a 20 ha

100 m ao redor do espelho d'água

Represas de hidrelétricas 100 m ao redor do espelho d'água

Fonte: Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação. 2004.p.91

Contudo, a nossa legislação federal não impede que os Estados possam

ampliar as faixas de preservação ao longo dos cursos d’água, para assegurar

proteção aos recursos hídricos.

Essas matas consideradas de preservação permanente somente

eventualmente podem ser parcial, ou totalmente suprimidas, desde que haja

disposição legal e visem a projetos de utilidade pública ou interesse social.

Além das áreas mencionadas o Poder Público pode declarar áreas de

preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural que se

destinem: a atenuar a erosão; fixar dunas; faixas de proteção ao longo de rodovias e

ferrovias; visem garantir a beleza de locais de valor científico e histórico; possibilitar

o isolamento de animais e vegetais ameaçados de extinção, para garantir a

perpetuação das espécies, possibilite a manutenção das populações indígenas e

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assegurem condições de bem-estar público, nos moldes do art. 3o referido diploma

legal.

Estas áreas podem ser suprimidas parcial ou totalmente desde que haja

autorização do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis) e sejam necessárias para execução de obras, planos

atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social (art. 3º § 1º).

As áreas de preservação permanente, previstas no art. 2º Código Florestal,

por imposição da regra prevista no art. 18 da lei nº 6.938/81, foram transformadas

em reservas ou estações ecológicas, sob a responsabilidade do IBAMA (Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).5

As estações ecológicas - assim consideradas aquelas representativas de

ecossistemas brasileiros e voltadas para pesquisa básica e aplicação de estudos

ecológicos, proteção do ambiente natural e desenvolvimento de consciência e

educação conservacionista (art. 1º) só podem ser estabelecidas pela União, Estados

e Municípios, em suas terras dominiais, com limites geográficos determinados,

sendo que se submetem à fiscalização e controle do IBAMA, nos moldes da lei nº

6.902/81.

Por outro lado, as terras particulares são consideradas reservas ecológicas

ou protetoras e, como tais, continuam nas mãos de particulares que deverão mantê-

las e conservá-las. Nesta hipótese, a lei não cogita de desapropriação destas áreas,

mas de sua limitação, visando, inclusive a atender a função social da propriedade,

consoante as regras previstas nos art. 5º XXIII, 170, III, 186.

Igualmente, somente se fala em desapropriação, e sua correspondente

indenização nas hipóteses de criação pelo Poder Público de estações ecológicas em

terras particulares ou no caso de impossibilidade absoluta de exploração das áreas

de preservação permanente instituídas pelo Poder Público (art. 3º do Código

Florestal).

5 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação.

2004.p.91

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9. ENCARGOS ADMINISTRATIVOS E AS RESPONSABILIDADES CIVIS e

PENAIS

Compete a União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, proteger o

meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (art. 23,VI).

Há permissão para que o município legisle sobre a flora e sobre o

ordenamento territorial, mediante o planejamento, conservação, uso e parcelamento

solo urbano (arts. 30, I, II e VIII).

O Poder Público de qualquer esfera administrativa também pode declarar

imune de corte qualquer árvore, por motivo de sua localização, raridade, beleza ou

condição de porta semente. (art. 7º).

Pessoas físicas ou jurídicas podem refrear nas esferas administrativas, civis

e penais, nos termos da lei nº 9.605/98 a degradação das matas ciliares.

A referida lei salienta que as infrações ambientais são decorrentes de ação

ou omissão, e surgem quando há violação das regras jurídicas de uso, gozo,

promoção e recuperação do meio ambiente (art. 70“caput”).

No SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), qualquer pessoa pode

comunicar a ocorrência de inflação através de seus agentes de fiscalização.

O SISNAMA6, nos termos do art. 6º da Lei nº 6.938/81 é constituído por

órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal, Territórios e Municípios,

além de fundações instituídas pelo Poder Público para proteção e melhoria da

qualidade ambiental, sendo estruturado da seguinte forma: a) Órgão Superior, b)

Órgão Consultivo e Deliberativo (Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA),

c) Órgão Central, d) Órgão Executor, e) Órgãos Seccionais, f) Órgãos locais.

O mesmo artigo possibilita aos Estados e municípios elaborarem normas

supletivas e complementares e padrões para proteção do meio ambiente (art. 6º,§§

1o e 2º).

6 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação.

2004.p.95

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Segundo a lei nº 6.938/817:

As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo, assegurada ampla defesa e o contraditório, impondo-se as seguintes sanções: advertência, multa simples, multa diária, apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração, destruição ou inutilização do produto; suspensão de venda e fabricação do produto; embargo de obra ou atividade, demolição da obra; suspensão parcial ou total de atividades e restritivas de direitos (suspensão de registro, licença ou autorização; cancelamento de registro; licença ou autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais, perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais créditos; proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de três anos).

A fiscalização no Estado de São Paulo é exercida pela Polícia Militar,

DEPRN (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais) Capitania dos

Portos, Ministério da Marinha e CETESB (Companhia Estadual de Tecnologia de

Saneamento Básico) e pelos órgãos locais municipais.

As infrações administrativas, referentes especificamente sobre as matas

ciliares, no Estado de São Paulo, estão estabelecidas no art. 4. da Lei Estadual nº

9.989/98 e são as seguintes: advertência, multa (de 100 a 1000 UFESP, o dobro em

caso de reincidência), perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais

concedidos pelo Poder Público, perda ou restrição de financiamento de linhas de

crédito8.

Qualquer cidadão pode denunciar irregularidades com a conservação das

matas. O Código Florestal ao lado das APPs também estabelecem as chamadas

reservas florestais legais, que nas regiões Sul, Leste Meridional da parte sul do

Centro-Oeste brasileiro, atingem 20% do imóvel privado ou público. Na região Norte

e parte Centro-Oeste esta faixa passa a ser de 50% do imóvel. Nesta parte do

imóvel não se permite o corte raso de vegetação existente, inclusive nas áreas de

cerrado, nos termos dos art. 16 e 449.

7 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação.

2004.p.98

8 Idem p.101

9 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação.

2004.p.89

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Poder Público Federal pelo art.18 do código Florestal se o proprietário não

fizer reflorestamento pode fazê-lo sem desapropriação da propriedade. Se as tais

áreas estiverem sendo utilizadas com culturas, estas devem ser indenizadas (art.

18º, § 1º).

A Lei nº 8.171/91 determina que a partir de 17.01.92 o proprietário rural está

obrigado a recompor a reserva florestal legal da área eventualmente degradada,

prevista no Código Florestal, mediante o plantio de 1/30 da área total, em cada ano.

Havendo dano ambiental, os proprietários rurais deverão recuperar a reserva legal

de uma única vez, em sua totalidade, seja através de uma via administrativa ou

judicial, com proposição de ações civis públicas.

Assim, os proprietários destas áreas rurais degradadas terão o prazo de

trinta anos para recuperá-las10 havia uma medida provisória que revogou o art.99

que obrigava o proprietário a recompor a reserva florestal na propriedade. Outra

medida provisória alterou o art.44 da lei e a obrigatoriedade voltou.

Neste sentido Lima (1994, p. 68), Assevera que:

De fato, a revogação deste artigo de Lei Agrícola dá a impressão de que os fazendeiros não mais serão obrigados a recuperar suas áreas de reserva legal. No entanto, revela alertar que este artigo revogado pela Lei de Política Agrícola, na verdade beneficia os fazendeiros, na medida em que lhes concedia um dilatado prazo de trinta anos para que procedessem as recuperações exigidas tanto pela Constituição Federal, como pela Lei de

Política Nacional de Meio Ambiente (art. 14, § 1º).

As despesas que o poder público efetuar para recompor estas áreas pode

ser cobrado dos proprietários. A lei estadual de nº 9.989/98 no Estado de São Paulo

prescreve que os proprietários sejam obrigados a recompor as matas ciliares, com

projetos antecipadamente elaborados por eles, e aprovados pelo Poder Público e

sua execução não pode ser superior a 5 (cinco) anos.

Por outro lado, a lei nº 9.605/98 define claramente e possibilita a punição da

pessoa física e jurídica, seja como autora ou coautora (art. 3º).

Esta Lei ficou conhecida como a Lei dos crimes ambientais, apresenta diversas inovações definindo de maneira clara e uniforme as infrações e penalidades para condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente. Inclui a responsabilidade criminal para a pessoa jurídica. Modifica a pena para quem matar animal da fauna silvestre, que antes era considerado crime inafiançável questão polêmica. Este ato continua sendo crime só que

10

Idem. Lei 8.171/91 p.99

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descrimina o abate quando o motivo for para saciar a fome do agente ou da família

11.

Há pena restritiva de direitos ou multa pela lei nos crimes de menor ofensivo

ambiental, desde que haja prévia composição do dano ambiental.

As APP’s são protegidas penalmente nos art. 38, 39, 40, 48, e 50 da

mencionada lei.

A tutela penal em relação às matas ciliares é resguardada pelo crime

definido no art. 48 da lei nº 9.605/98, com a seguinte redação: “impedir ou dificultar a

regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação”12. A pena para esta

infração penal é de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Quando há destruição ou dano, de floresta de preservação permanente, sem

a obediência das normas de proteção ou, ainda, o corte de árvores de floresta

ponderada como de preservação permanente, sem a devida permissão da

autoridade competente, haverá pena de detenção de um a três anos de detenção ou

multa ou ambas, cumulativamente, conforme os arts. 38 e 39. O parágrafo único do

art. 38 prevê modalidade culposa, com a pena reduzida pela metade (idem p.102).

Os danos causados ás áreas de conservação ambiental sujeitam o infrator a

pena de reclusão de um a cinco anos, nos termos do art. 40.

O crime previsto no art. 50 que é o de destruir ou danificar florestas nativas,

ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto

especial de preservação possibilita a punição, daquele que destrói ou danifica matas

ripárias de florestas nativas ou plantadas existentes nos estuários (ecossistema de

extrema complexidade e representativo da comunicação das águas de um ou vários

rios com o mar onde ocorrem, frequentemente, os mangues). A pena de detenção

de três meses a um ano, e multa13.

11 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de Mudas e Legislação.

2004.p.101

12

Idem- lei9. 605.Art.48.p.102 13

Lei 9.605. Art.50.p.102 Florestas-sinais de Recuperação com Essências Nativas, produções de

Mudas e Legislação. 2004.

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema mata ciliar é complexo e envolve fatores políticos, econômicos,

sociais e até mesmo culturais entre todas as nações, e por isto a resolução do

problema não é tão simples. No Brasil, está aumentando a consciência ecológica e

há leis mais rígidas, mas ainda não há uma ação política efetiva nessa área.

Evidente que essas atitudes estão mudando, embora lentamente. Nas campanhas

eleitorais atuais alguns partidos incluíram em seus planos de governo questões

ambientais como aquelas discutidas no Tratado de Kioto.

O Código Florestal, há mais de trinta anos, estabeleceu que a vegetação ao

longo dos cursos d’água é de preservação permanente, estabelecendo faixas

variáveis proporcionais à largura de tais mananciais, evitando-se efeitos

catastróficos incalculáveis e quiçá irreparáveis.

Na condição de área de preservação permanente, o tema deve ser

enxergado de forma ampla e multidisciplinar, aplicando-se regras de direito para

proteção e recuperação deste complexo e rico sistema ecológico.

O maior número de leis de proteção ambiental, os grandes investimentos em

pesquisas e tecnologias limpas por empresas, a criação de ONGs e a participação

mais ativa da sociedade são uma realidade mundial serão sempre necessários para

tentar-se evitar a perda das matas ciliares, pois que todos esses avanços, ainda não

são suficientes para salvar o planeta.

Conclui-se desse modo que há má vontade tanto por parte das

hidroelétricas, como pelos proprietários devido a dificuldade de locomoção nas

margens da represa em função dos declives e tipo de solo. Há dificuldade de um

processo adequado de revitalização das matas ciliares. O que se conclui que é a

natureza sempre padece e fica a mercê da poluição e da ação antrópica.

Em síntese, diante dos argumentos expostos pode-se extrair que o

ecossistema ripário ou ciliar é de fundamental importância na proteção dos cursos

d’água. Sua manutenção visa, dentre os seus vários objetivos, o combate a erosão e

queda na atividade biológica e níveis de matéria orgânica, garantindo um maior

volume de água, para suprir as necessidades de nossas cidades e aumento da

produção agrícola.

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Apesar de o país estar se destacando na área ambiental frente outros países

da América Latina, ainda é no Brasil que ocorrem os maiores desastres ecológicos

atribuídos a indústria.

Para que os danos ambientais não atinjam maiores proporções, ou seja,

danos irreversíveis, serão indispensáveis neste século que todos os povos se unam

em prol da defesa da natureza em geral.

A educação ambiental será absolutamente necessária para conscientizar a

sociedade e, com isso, obter a participação mais ativa da mesma. A adoção de uma

política ambiental mais eficiente com leis mais rigorosas, monitoramento ambiental

adequado e permanente, fiscalização, maiores investimentos em pesquisas de

solução ecologicamente sustentável para os problemas ambientais e incentivos

fiscais a empresas. Será a única alternativa viável para conter os danos ao meio

ambiente e garantir o futuro do Brasil e do planeta.

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SILVA Hiram Reis e. O Rio das Amazonas http://libertatum.blogspot.com/2011/05/o-rio-das-amazonas.html

ANEXOS

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BÁSICA APLICÁVEL

I - Legislação Federal

-Constituição da República Federativa do Brasil, de 05.10.88.

-LEIS: Lei nº 4.77l, de 15.09.65, Institui o Novo Código Florestal (e suas

modificações: Lei nº 5.870, de 26.03.73, Lei nº 6.535, de 15.06.78, Lei nº 7.511, de

07/07/86 e Lei nº 7.803, de 18.07.89.

-Lei n º 6.938, de 31.08.81, Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,

seus fins e mecanismos de formulação e aplicação (com redação dada pelas

-Leis nº 7.804, de 18.07.79 e 8.028, de 12.04.90).

-Lei nº 7.347, de 24.07.85, Disciplina a ação civil pública de responsabilidade

por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor

artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (com redação dada pela Lei

nº8.078, de 11.09.90).

-Lei nº 9.433, de 08.01.97, Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recurso Hídricos regulamenta i

inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13

de março de l.998, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de l989.

Lei nº 9.605, de 12.02.98, dispõe sobre as sanções penais e administrativas

Derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências.

-Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade – Regulamenta os

arts. 182 e 183 da Constituição Federal estabelecem diretrizes gerais da política

urbana e dá outras providências.

-Lei nº 10.881/04, Dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência

Nacional de Águas e entidades delegatórias das funções de Agências de Águas

relativas à gestão de recursos hídricos de domínio da União e dá outras

providências.

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MEDIDAS PROVISÓRIAS:

-Medida Provisória nº 1.736-31, de 14.12.98, dá nova redação aos arts. 3º, 16

e 44 da lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dispõe sobre a proibição do

incremento da conversão de áreas florestais agrícolas na região Norte e na parte

Norte da região Centro-Oeste, e dá outras providências.

-Medida Provisória nº 1.885-41, de 24.09.99, dá nova redação aos arts. 3º, 16

e 44 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dispõe sobre a proibição do

incremento da conversão de áreas florestais agrícolas na região Norte da região

Centro-Oeste, e dá outras providências.

DECRETOS:

-Decreto nº 24.643, de 10.07.34, Decreta o Código de Águas. Decreto nº 5.263 de

05 de novembro de 2004, Regulamenta o CNRH e indica que representantes das

organizações civis e ONGs poderão ter despesas de

deslocamento e estada pagas à conta de recursos orçamentários do MMA para

atividades do Colegiado.

PORTARIAS:

-Portaria Interministerial nº 1, de 23.01.78, Recomenda que a classificação e

o enquadramento de águas federais e estaduais, para efeito de seu controle,

deverão levar em conta as condições existentes de produção de energia hidrelétrica

e de navegação.

-Portaria MME nº 1.832, de 17.11.78, Dispõe sobre a concessão de autorização

para derivar águas públicas, dependendo da apresentação de projeto de sistemas

de tratamento de efluentes.

-Portaria SEMA nº 2, de 09.02.79, Estabelece normas para pedidos de concessão

ou autorização para derivar águas públicas.

-Portaria MINTER nº 124, de 20.08.80, Baixa normas no tocante à prevenção

de poluição hídrica (distância mínima de 200 m das coleções hídricas ou cursos

d’água mais próximos).

-Portaria nº 36, de 19.01.90, Aprova normas e o padrão de potabilidade de

água destinada ao consumo humano.

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RESOLUÇÕES:

-Resolução CONAMA nº 20, de 18.06.86, Classifica as águas doces, salobras

e salinas do Território Nacional, em nove classes, segundo seus usos

preponderantes

(esta Resolução revogou as portarias MINTER nº 0013, de 15.01.76, e 536, de

07.12.76).

Resolução CONAMA nº 04, de 18.09.85, Dispõe sobre Reservas Ecológicas,

Formações Florísticas e áreas de Preservação Permanente mencionadas no art.18

da lei nº 6.938/81, bem como as que forem estabelecidas pelo Poder Público, de

acordo com o que preceitua o artigo 1º, do Decreto nº 89.336/84.

-Resolução CONAMA nº 05, de 15.06.88, Sujeitam-se a licenciamento, no

órgão ambiental competente, as obras de sistemas de abastecimento de água,

sistemas de esgotos sanitários, sistemas de drenagem e sistemas de limpeza

urbana(publicada no D. O. U. de 16.11.88).

II - Legislação Estadual Constituição do Estado de São Paulo, de 05.10.89.

LEIS:

-Lei nº 997, de 31.05.76, Dispõe sobre o controle de poluição do meio ambiente. (v.

Decreto nº 8.468/76, que regulamenta esta Lei)

-Lei nº 1.172, de 17.11.76, Delimita as áreas de proteção relativas aos mananciais

cursos e reservatórios de água, a que se refere o art. 2º, da Lei nº 898, de 18.12.75,

estabelece normas de restrição de uso do solo em tais áreas e dá providências

correlatas.

-Lei nº 6.134, de 02.06.88, Dispões sobre a preservação dos depósitos naturais

de águas subterrâneas do Estado de São Paulo (v. Decreto nº 32.955, de 07.02.91).

-Lei nº 9.866, de 28.11.97, Dispõe sobre diretrizes e normas para a proteção

e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do

Estado de São Paulo e dá outras providências.

-Lei nº 9.989, de 22.05.98, Dispõe sobre recomposição da cobertura vegetal

no Estado de São Paulo.

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DECRETOS:

-Decreto nº 8.468, de 08.09.76, Aprova o regulamento da lei nº 997, de

31.05.76, que dispõe sobre a prevenção e controle da poluição do meio ambiente

(com as modificações posteriores).

-Decreto nº 10.755, de 22.11.77, Dispõe sobre o enquadramento dos corpos

de água receptores na classificação prevista no Dec. nº 8.468, de 08.09.76.

-Decreto nº 14.806, de 04.03.80, Institui o programa de Controle da Poluição

(com a redação dada pelo Decreto nº 21.880, de 11.01.84).

PORTARIAS:

-Portaria DAEE nº 39, de 23.06.86, Dispõe sobre a outorga de concessões,

autorizações e permissões para uso e derivação de água, bem como lançamento de

efluentes líquidos em cursos de águas públicas de domínio do Estado de São Paulo,

pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE.

-Portaria DAEE nº 40, de 23.06.86, Normas sobre outorga de concessões,

autorizações e permissões para uso de derivação de águas, bem como lançamento

de efluentes líquidos em curso de água, bem como lançamento de efluentes líquidos

em cursos de águas públicas de domínio do Estado de São Paulo, pelo

Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, a que se refere a Portaria DAEE

nº 39, 23.06.86.

RESOLUÇÃO:

-Resolução SMA 29/97, dispõe sobre a recuperação das matas ciliares.