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14 Panorama da AQÜICULTURA, março, abril 2013 A EXPERIÊNCIA DO VIETNÃ Alberto J. P. Nunes, Ph.D. [email protected] Raul Malvino Madrid, Dr. [email protected] LABOMAR - Instituto de Ciências do Mar Universidade Federal do Ceará - Fortaleza, Ceará criação de peixes marinhos é uma atividade ainda pouco conhecida no Brasil. Embora nos últimos cinco anos tenha havido iniciativas por empresas e instituições governamentais, em escala experimental, na criação de algumas espécies de peixes, não há ainda operações de cultivo em larga escala com tecnologias consolidadas. Ao redor do mundo a piscicultura marinha é um segmento em evolução, com alguns países e regiões já se destacando em pro- dução e tecnologia. Em 2011, segundo a FAO, o continente asiático produziu 1,3 milhões de toneladas de peixes marinhos, equivalente a 86% da produção mundial. Embora ainda pouco representativa em termos volumétricos, a criação de peixes marinhos já participa com 18% do valor monetário total gerado pela aquicultura. Não é surpresa que esta atividade cresça a taxas aceleradas, superiores a 17% ao ano. Em março desse ano viajamos ao Vietnã, país que está entre os de maior produção aquícola no continente asiático. O país produziu em 2012 quase 3 milhões de toneladas de peixes, crustáceos e moluscos em fazendas aquáticas, um aumento de quase 7% em relação ao ano anterior. Com um consumo per capita de pescado de 37,2 kg/ano, a produção aquícola no país continua a progredir, com milhares de projetos voltados para criação de peixes marinhos. O presente artigo apresenta nosso olhar sobre o perfil técnico da piscicultura marinha desse país, apontando os principais aspectos que o têm levado a se destacar neste segmento. DESMISTIFICANDO A PISCICULTURA MARINHA:

Marine Fish Farming in Vietnam (in Portuguese)

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14 Panorama da AQÜICULTURA, março, abril 2013

A EXPERIÊNCIA DO VIETNÃ

Alberto J. P. Nunes, Ph.D. [email protected] Malvino Madrid, [email protected]

LABOMAR - Instituto de Ciências do MarUniversidade Federal do Ceará - Fortaleza, Ceará

criação de peixes marinhos é uma atividade ainda pouco conhecida no Brasil. Embora nos últimos cinco anos tenha havido iniciativas por empresas e instituições governamentais,

em escala experimental, na criação de algumas espécies de peixes, não há ainda operações de cultivo em larga escala com tecnologias consolidadas. Ao redor do mundo a piscicultura marinha é um segmento em evolução, com alguns países e regiões já se destacando em pro-dução e tecnologia. Em 2011, segundo a FAO, o continente asiático produziu 1,3 milhões de toneladas de peixes marinhos, equivalente a 86% da produção mundial. Embora ainda pouco representativa em termos volumétricos, a criação de peixes marinhos já participa com 18% do valor monetário total gerado pela aquicultura. Não é surpresa que esta atividade cresça a taxas aceleradas, superiores a 17% ao ano.

Em março desse ano viajamos ao Vietnã, país que está entre os de maior produção aquícola no continente asiático. O país produziu em 2012 quase 3 milhões de toneladas de peixes, crustáceos e moluscos em fazendas aquáticas, um aumento de quase 7% em relação ao ano anterior. Com um consumo per capita de pescado de 37,2 kg/ano, a produção aquícola no país continua a progredir, com milhares de projetos voltados para criação de peixes marinhos. O presente artigo apresenta nosso olhar sobre o perfil técnico da piscicultura marinha desse país, apontando os principais aspectos que o têm levado a se destacar neste segmento.

DESMISTIFICANDO A PISCICULTURA MARINHA:

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Espécies marinhas na Galícia

Piscicultura marinha

Figura 1. Uso de barco a remo para acesso a gaiolas de cultivo de peixes e ostras (fundo) na ilha de Cát Bà, norte do Vietnã. Uso de embarcações torna-se essencial para suprir as unidades de cultivo com mantimentos (água doce, alimento) e insumos para o cultivo (combustível, trash-fish, ração, alevinos)

Figura 2. Polo de piscicultura marinha em uma enseada no mar,

adjacente a um cais na província de Bà Rịa–Vũng Tàu, Sul do Vietnã

Ambientes e estruturas de cultivo O cultivo de peixes marinhos no

Vietnã é realizado quase na sua totalidade em gaiolas posicionadas em enseadas e baías abrigadas no mar, em áreas muito próximas a costa. Embora também exista a engorda de peixes marinhos em viveiros escavados, o cultivo está restrito a algumas espécies, como barramundi, robalo asiáti-co e garoupas. O acesso às gaiolas é feito por barco a motor ou a remo (Figura 1) e os deslocamentos até os locais de cultivo podem durar entre 5 a 30 minutos, variando em função da localização do projeto e a velocidade da embarcação.

As áreas de cultivo mais remotas não necessariamente estão longe da costa. Mesmo em fazendas distantes 15 km do ponto de embarque, as mesmas ficam adjacentes a praias, dunas e mais frequen-temente a montanhas oceânicas. Esta con-dição confere às estruturas de cultivo uma proteção natural contra ventos, correntes

áreas de cultivo são sujeitas a uma grande amplitude vertical de marés, com alturas superiores a 3 metros. Isto provavelmente facilita a reno-vação de água no local de cultivo, o transporte de material orgânico e a remoção de metabólitos oriundos de excretas dos peixes cultivados, e do alimento não consumido para áreas mais afastadas.

A instalação de gaiolas em áreas abrigadas no mar e a proximidade com a costa oferecem a vantagem do uso de estruturas de cultivo de baixo custo, fabricadas de forma arte-sanal. Estas gaiolas adotam um baixo nível tecnológico e são frequentemente operadas por famílias de pescadores. As estru-turas são em grande maioria de pequeno volume, entre 27 m3 (3x3x3 m, largura, comprimento, altura) e 108 m3 (6x6x3 m). As gaiolas artesanais flutuantes possuem formato quadrado ou retangular e são formadas por molduras e passarelas feitas com linhas ou terças de madeira, às vezes bambu, tendo geralmente como flutuadores bombonas plásticas recicladas (Figura 3).

marinhas e tufões. Algumas fazendas podem também ser encontradas nas imediações de cidades, próximas a pon-tes, rodovias, cais e portos, com grande fluxo de veículos, pessoas, embarcações e mercadorias (Figura 2). Não há fazendas localizadas offshore (em alto mar), mas existem unidades de cultivo próximas ao mar aberto.

As áreas de instalação de gaiolas não apresentam profundidades elevadas, geralmente entre 10 e 30 m. A pro-fundidade da área de cultivo não é considerada uma restri-ção para a instalação de gaiolas, desde que a área apresente um bom fluxo de correntes promovido por marés. Muitas

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Nas gaiolas de maior volume há a preocupação na rotação de malhas para evitar a colmatação (incrustação) excessiva de algas e outros organismos e assim, garantir um bom fluxo de água e oxigenação no in-terior das estruturas de cultivo. Para isto as malhas são trocadas uma vez por mês, de forma manual ou, no caso de gaiolas de maior circunferência, com o auxílio de um guindaste acoplado a uma embarcação (Figura 4). As gaiolas de PEAD, embora menos comuns, oferecem mais vantagens sobre as gaiolas tradicionais feitas de madeira (Tabela 1), como uma maior vida útil (mais de 10 anos) e menor retenção de patógenos entre ciclos de produção. Essas gaiolas são também preparadas para resistir a correntes com velocidade superior a 1,5 m/seg. e ondas acima de 6 metros de altura, podendo, portanto, serem empregadas em áreas mais expostas, próximo ao mar aberto ou offshore.

As gaiolas, tanto as artesanais como as industriais, podem ainda fazer o uso de redes anti pássaros nas etapas iniciais do cultivo. As estruturas de maior porte, frequentemente requerem o uso de barcaças utilizadas como dormitórios para funcionários, armazém de ração e de outros insumos e de equipamentos (Figura 5).

Características Gaiolas

Tipo/Fabricação Artesanal Industrial

Material Madeira Polietileno de Alta Densidade

Formato Quadrada ou retangular Circular

Volume operacional 27 - 108 m3 1.400 - 4.020 m3

Profundidade da rede 3 m 5 m

Flutuadores Bombonas recicladas Tubos PEAD

Molduras Rígidas Flexíveis

Passarelas Trafegáveis Pouco trafegáveis

Distribuição Agrupadas em blocos Alinhadas, distantes 100 m

Velocidade de ventos* < 100 km/h > 110 km/h

Velocidade de correntes* < 1,0 m/s 1,5 m/s

Altura de ondas* < 2 m > 6 m

Locais de instalaçãoÁrea abrigadas próximas a costa

Áreas abrigadas, próximas ao mar aberto ou offshore

*Refere-se a resistência

Figura 3. Típicas gaiolas artesanais (esquerdo) e industriais (direita) usadas no cultivo do beijupirá nas províncias de Bà Rịa–Vũng Tàu e Khanh Hoa, Vietnã, respectivamente

Figura 4. Barco da Marine Farms Vietnam equipado com guindaste para manuseio e transporte de equipamentos, materiais e insumos usados em gaiolas de grande volume para criação do beijupirá e pampo

Tabela 1. Resumo das principais características estruturais das gaiolas empregadas no cultivo de peixes marinhos no Vietnã, modelo artesanal e industrial. Fonte: Marc Campet (InVivo NSA Vietnam)

As gaiolas são agrupadas em módulos de até 30 unidades e possuem abrigos feitos de madeira, utilizados como área de repouso, depósito e local para preparação de insumos ou para manejo do cultivo.

Gaiolas circulares feitas em tubos de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) são en-contradas somente em fazendas que operam em escala industrial no cultivo de peixes marinhos, geralmente com produção anual acima de 1.000 toneladas. Neste caso, as gaiolas apresentam diâmetro interno entre 19 a 32 m, profundidade de 5 m, possibilitando áreas de cultivo com volumes individuais entre 1.400 a 4.020 m3.

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Espécies marinhas na Galícia

Piscicultura marinha

Principais Espécies Cultivadas

Pelo menos 14 espécies de peixes marinhos são cultiva-das, ou consideradas para o cultivo comercial, no Vietnã (Tabela 2). No entanto, a produção de alevinos em larga escala e a en-gorda concentram-se em cinco principais espécies ou grupos: o beijupirá Rachycentron canadum; as garoupas Epinephelus spp.; o barramundi ou robalo asiático Lates calcarifer; e o pampo Trachinotus blochii.

Embora a engorda seja realizada em grande parte com alevinos produzidos em cativeiro, ocorre ainda o uso de alevinos selvagens, em especial de garoupas que alcançam preços mais

Características Gaiolas

Tipo/Fabricação Artesanal Industrial

Material Madeira Polietileno de Alta Densidade

Formato Quadrada ou retangular Circular

Volume operacional 27 - 108 m3 1.400 - 4.020 m3

Profundidade da rede 3 m 5 m

Flutuadores Bombonas recicladas Tubos PEAD

Molduras Rígidas Flexíveis

Passarelas Trafegáveis Pouco trafegáveis

Distribuição Agrupadas em blocos Alinhadas, distantes 100 m

Velocidade de ventos* < 100 km/h > 110 km/h

Velocidade de correntes* < 1,0 m/s 1,5 m/s

Altura de ondas* < 2 m > 6 m

Locais de instalaçãoÁrea abrigadas próximas a costa

Áreas abrigadas, próximas ao mar aberto ou offshore

*Refere-se a resistência

Figura 5. Barcaça da empresa Australis Vietnam Ltd. (acima), usada para dar suporte as operações de cultivo do barramundi em gaiolas no distrito de Van Ninh, província de Khanh Hoa, Vietnã. Abaixo, estrutura usada com a mesma finalidade em uma fazenda de pequeno porte

Nome em Inglês Nome em Português Espécie1 Black king fish, cobia Beijupirá Rachycentron canadum

2 Red drum Corvinão de pintas Sciaenops ocellatus

3 Orange-spotted grouper Garoupa alaranjada Epinephelus coioides

4 Duskytail grouper Garoupa de cauda escura Epinephelus bleekeri

5 Malabar grouper Garoupa malabar Epinephelus malabaricus

6 Coral grouper Garoupa de coral Plectropomus leopardos

7 Mouse grouper Garoupa rato Crommileptes altivelis

8 King grouper, giant grouper Garoupa rei, garoupa gigante Epinephelus lanceolatus

9 Hybrid grouper* Garoupa híbrida Epinephelus sp.

10 Mangrove snapper Pargo do mangue Lutjanus argentimaculatus

11 Snub-nuse pompano Pampo de nariz arrebitado Trachinotus blochii

12 Fourfinger threadfin Barbudo do Indo Pacífico Eleutheronema tetradactylum

13 Asian seabass, barramundi Robalo Asiático Lates calcarifer

14 Yellowfin seabream Dourada de barbatana amarela Acanthopagrus latus

* Garoupa alaranjada ♀ x garoupa gigante/rei ♂

Tabela 2. Espécies de peixes marinhos cultivadas ou sendo estudadas para reprodução em cativeiro no Vietnã. Fonte: Cao Van Hanh (Research Institute for Aquaculture Nº 1 - RIA1)

Figura 6. Produção de alevinos do robalo Asiático e garoupa rei (a maior de todas) no National Breeding Center for Marine Aquaculture do Sul (RIA2, Research Inst itute for Aquaculture Nº 2,acima) e Norte (RIA1, abaixo) do Vietnã, respectivamente

elevados no mercado. Os alevinos são produzidos em cativeiro por dezenas de pequenos laboratórios privados ou por institutos de pesquisa do governo (Figura 6). Neste cenário, a participação governamental na produção de alevinos de peixes marinhos tem permitido a disseminação de tecnologias para o cultivo com novas espécies e a ca-pacitação de técnicos qualificados na área de reprodução, larvicultura e alevinagem.

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Os laboratórios públicos possuem esforços concentrados na pesquisa, no entanto, conseguem também abastecer o mercado com alevinos com preços mais baixos, promovendo o desenvol-vimento da atividade. Os funcionários, embora públicos têm sua remuneração baseada também no volume de comercialização de alevinos.

A escolha da espécie cultivada por parte dos produtores recai sobre aspectos como dis-ponibilidade e custo de alevinos, facilidade de manejo, rusticidade, resistência a enfermidades na engorda e velocidade de crescimento (Tabela 3). No entanto, a demanda do mercado e o preço mais atrativo de comercialização são os principais pontos que prevalecem na escolha da espécie a ser cultivada. Enquanto a garoupa, o barramundi, o pampo e o pargo podem ser comercializados no

A produção de alimento vivo, em especial de copépodos, mais adequada para atender as exigências nu-tricionais de larvas de peixes marinhos, é considerada um dos gargalos na larvicultura de muitas espécies de peixes marinhos. A nutrição inadequada é apontada como uma das razões para a baixa sobrevivência desses peixes na larvicultura. Dependo da espécie, rotíferos enriquecidos são fornecidos em laboratório como alimento durante as primeiras duas semanas pós-eclosão (pe), podendo se prolongar, no caso das garoupas, por até 25 dias. A intro-dução de náuplios de Artemia ocorre geralmente a partir do 10o dia pós-eclosão, enquanto as dietas secas podem ser introduzidas gradualmente a partir da 2a semana, de acordo com a espécie.

Parâmetros Barramundi Beijupirá Garoupas Pargo PampoDensidade 20 pxs./m3 2,5 pxs./m3 14 pxs./m3 6 pxs./m3 16 pxs./m3

Fonte alevinos Laboratório Laboratório Labt./Selv. Labt./Selv. Labt./Selv.

Tempo cultivo (meses) 8 12 12 - 15 10 - 14 10 - 14

Peso na comercialização (kg) 0,5 - 1,0 kg 4,0 - 8,0 kg 0,6 - 0,8 kg 0,8 - 1,0 kg 0,7 - 1,2 kg

Sobrevivência 50 - 90% 50 - 70% 30 - 50% 70 - 80% 80%

Produtividade (kg/m3) 10 - 20 5 - 10 8 - 15 5 - 15 15

Preço por kg (USD)* 2,5 3,5 - 4,5 7,0 - 8,8 4,1 3,5 - 5,8*Preço de venda em dólar americano por kg de peixe na fazenda

Tabela 3. Resumo dos parâmetros de desempenho zootécnico na engorda e preço de venda alcançado com o cultivo, em gaiolas próximas à costa, das principais espécies de peixes marinhos no Vietnã. Fonte: Marc Campet (InVivo NSA Vietnam), Nguyeu Hiu Thaul (Research Institute for Aquaculture Nº 2 - RIA2), Jorge Alarcon (Marine Farms Vietnam)

Figuras 7. Produção de microalgas

(acima) e copépodos ciclopóides e calanóides (à

direita) usados na larvicultura de peixes

marinhos no RIA1

atraente mercado de peixes vivos, seja local ou internacional (e.g., Hong-Kong, China, Taiwan), o beijupirá, devido ao seu elevado peso corporal na despesca (entre 4 a 8 kg) tem sua comercialização restrita ao mercado de peixes frescos ou congelados, geralmente no Japão ou Taiwan. O cultivo do barramundi tem se popularizado em toda Ásia devido a sua rusticidade e das técnicas de reprodução bem estabelecidas. A escolha do beijupirá, por outro lado, se dá tanto pela sua rusticidade como também pelo seu rápido crescimento na engorda. No caso das garoupas, embora sejam consideradas mais vulneráveis a enfermidades, têm sua comercialização garantida a preços de venda premium.

Larvicultura e Reprodução

Para a larvicultura de peixes marinhos é necessária a produção massal de alimento vivo. As presas vivas podem incluir rotíferos, copépodos e náuplios de Artemia para es-tágios mais avançados. A necessidade de produção de rotí-feros ou copépodos se dá pela pequena abertura da boca das larvas de peixes marinhos, além da necessidade de alimento com mobilidade na água. Enquanto os náuplios de Artemia alcançam um tamanho entre 400-500 µm no seu primeiro estágio larval (Instar I), os rotíferos possuem entre 90-350 µm, dependendo da espécie e estágio de desenvolvimento, enquanto algumas espécies de copépodos podem possuir menos de 70 µm (Figuras 7).

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Espécies marinhas na Galícia

Piscicultura marinha

Dado a dificuldade da produção de alimento vivo, muitos produtores no Vietnã optaram pela larvicultura reali-zada em águas verdes (sistema de mesocosmo). Esta condição de cultivo, embora inconsistente e imprevisível, permite uma produção simples e barata de alevinos de peixes marinhos. Se-gundo relatos, em função da grande quantidade de produtores não há escassez na oferta de alevinos usados para engorda, com exceção da garoupa dado a dificuldade na maturação e a grande procura por alevinos. Dito isto, há também a importação de alevinos de peixes marinhos vindos de países vizinhos, como Taiwan, China e Tailândia, em particular o beijupirá, a garoupa e o pampo que podem ser entregues a preços mais baixos e com maior variedade de espécies (no caso da garoupa).

A larvicultura, quando realizada em viveiros escavados em terra, é conduzida com o beijupirá, barramundi e (ou) ga-roupa, embora apenas os dois primeiros possam ser diretamente povoados em viveiros, ainda na fase de ovo fertilizado, sem grandes prejuízos à produção. No caso das garoupas, os ovos fertilizados são transferidos para laboratório quando ocorre a eclosão, sendo as larvas alimentadas em laboratório com copépodos antes da transferência para viveiros ou tanques de alvenaria com água verde, inoculados com rotíferos. O cultivo em água verde baseia-se na fertilização da água para promoção de fitoplâncton e consequentemente de presas para alimentação direta das larvas de peixes. A fertilização da água ocorre no próprio viveiro de povoamento das larvas, ou se faz a inoculação de zooplâncton capturado através de rede de arrasto em viveiros adjacentes (Figuras 8). A técnica de larvicultura em água verde (sistema de mesocosmo) deverá evoluir nos próximos anos, com sistemas de cultivo mais controlados. Com isto, a produção de alevinos se tornará mais consistente, simples e econômica.

Figuras 8. Puçá com rede de arrasto (topo) para captura e inoculação de zooplâncton em viveiro de terra estocados com alevinos de peixes marinhos. O zooplâncton é mantido em baldes com oxigenação (centro) até sua transferência para o viveiro onde se localiza as larvas de peixes. Esses viveiros possuem área coberta com sombrite e oxigenação leve, realizada por meio de sopradores e difusores de ar

"A produção de alimento vivo, em

especial de copépodos, mais adequada para

atender as exigências nutricionais de larvas de peixes marinhos,

é considerada um dos gargalos na larvicultura de muitas espécies de

peixes marinhos."

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Na larvicultura realizada em laboratório pelo RIA1, os copépodos são fornecidos às larvas recém eclodidas durante 4 a 5 dias em tanques mantidos em área coberta ou indoor, quando são então transferidas para tanques de concreto de 700 m3 com água verde, previamente inoculada com rotíferos e copépodos. Neste período, os peixes são gradualmente expostos a dieta seca e, quando cerca de 70% da população já aceita ali-mento seco (geralmente após 15 dias de cultivo em água verde), os animais são transferidos para tanques de 12 m3

em área coberta . Esta última etapa é importante, pois é quando se inicia a seleção e repicagem de peixes visando diminuir o canibalismo entre a população, predominante em espécies de peixes marinhos. No laboratório, os pei-xes são alimentados com náuplios de Artemia durante 1 a 2 dias, quando passam a ser alimentados unicamente com dieta seca (Tabela 4).

Os ovos fertilizados (aqueles flutuantes) são co-letados de gaiolas com volume entre 25 a 100 m3, onde as matrizes de peixes marinhos são mantidas sob baixa densidade de estocagem (1 kg/m3). Muitos produtores, além de envolvidos com a engorda, mantêm matrizes para venda de ovos fertilizados. Esta simplificação no processo de produção favorece o baixo preço dos alevi-nos de peixes marinhos praticado no Vietnã. A manuten-ção de reprodutores em laboratório até sua maturação é considerada altamente dispendiosa.

A desova de reprodutores ocorre de forma parce-lada e espontânea na maioria das espécies, embora possa ser também realizada a indução hormonal, no caso, por exemplo, do barramundi e das garoupas. A produção de híbridos de garoupa tem se popularizado no Vietnã e no resto da Ásia como uma forma de contornar sua difícil e prolongada maturação em cativeiro. Isto tem tornado possível a produção de alevinos mediante o uso de diferentes espécies do mesmo gênero aptas a desova.

Os reprodutores são alimentados somente com alimento fresco (3 - 5% da biomassa estocada/dia), uma dieta úmida consistindo de sardinha, ostra, lula, caranguejo e camarão (Figura 9). As ostras são forneci-

Parâmetros Barramundi Beijupirá Garoupas PampoTamanho venda 10 - 11 cm 8 - 10 cm 8 cm 5 cm

Sobrevivência* > 30% 5 - 10% 5 - 7% 22 - 25%

Preço alevino US$ 0,30/und. US$ 0,85/und. US$ 2,0/und. US$ 0,25/und.

Tempo de cultivo** 40 dias 60 dias 90 dias ---

Dens. em água verde 2.000 larvas/L 1.500 larvas/L 1.700 larvas/L 1.100 larvas/L

Dens. em laboratório 500 alvs./L 170 alvs./L 80 alvs./L 330 alvs./L

Início da alimentação com:Rotíferos 50 h pós-eclosão (pe) -Náuplios de Artemia 10 dias pe 8 dias pe 15 dias pe -Dieta seca 20 dias pe 15 dias pe 30 dias pe -

*da larva até alevino, **de ovo até alevino

das em intervalos de quatro dias. Uma única alimentação é ofertada ao dia (manhã ou tarde), de acordo com o horário da entrega de peixe fresco nas gaiolas.

A formação de matrizes de peixes marinhos é considerada uma das áreas estratégicas para se obter melhores resultados na larvicultura e engorda. Para isto, o governo do Vietnã vem investindo fortemente em um programa de desenvolvimento genético de matrizes usando mais de 400 espécimes de peixes obtidos de diferentes partes do

Figura 9. Pequeno produtor de peixes

marinhos no sul do Vietnã aguardando a desova do barramundi recém

induzido com hormônio (acima). Gaiolas do RIA1

(abaixo) onde estão localizadas 122 gaiolas

com 15 toneladas de biomassa de matrizes

de uma diversidade de espécies de peixes marinhos. O governo

vietnamita gastou cerca de US$ 5 milhões

entre 2006 e 2013 para manutenção desta

estrutura

Tabela 4. Parâmetros produtivos na larvicultura das principais espécies de peixes marinhos no Vietnã

mundo. A formação de um plantel de reprodutores de peixes marinhos é algo demorado (Tabela 5), e para algumas espécies, como a garoupa rei, pode levar até 10 anos. Ao contrário de algumas práticas disseminadas, no RIA1 peixes adultos já em fase reprodutiva obtidos em ambiente selvagem não são usados como matrizes. Isto se deve a não adaptabilidade dos animais ao ambiente confinado, frequentemente levando a lesões e dificuldade no manuseio destes indivíduos. As matrizes são formadas a partir de peixes juvenis, utilizando tanto animais capturados no ambiente natural como animais provenientes de cultivos.

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21Panorama da AQÜICULTURA, março, abril 2013

Alimento e manejo

A ração é considerada um dos pontos de estrangulamento para o desenvolvimento mais acelerado da piscicultura marinha no mundo inteiro. Ao contrário da maioria dos peixes de água doce, os peixes marinhos de interesse para o cultivo apresentam um hábito alimentar carnívoro. Isto significa que a ração precisa apresentar altos teores de proteína, gordura e energia digestível, fazendo o uso de grandes quantidades de ingredientes de origem marinha para composição das dietas, uma condição que eleva os preços da ração. As rações comerciais no Vietnã alcançam preços de US$ 1,5/kg (rações de engorda e terminação) e apresentam teores de proteína bruta entre 43 e 45% (níveis mínimos) e de gordura entre 5 a 8% (níveis mínimos). Os diâmetros das rações variam de 3 até 25 mm, esta última granulometria para peixes acima de 4 kg.

No Vietnã, mais da metade dos pis-cicultores marinhos fazem o uso do trash fish em alguma fase do cultivo ou na sua totalidade. Ao contrário do que se afirma, o trash fish disponível no Vietnã na verdade não é by-catch ou rejeitos da pesca, e sim sardinha inteira capturada com a finalida-de exclusiva para alimentação dos peixes marinhos. A sardinha está disponível o ano inteiro, alcança um preço de US$ 0,5/kg, bem inferior ao das rações comerciais (Fi-gura 10) e a entrega por barco nas áreas de cultivo pode levar poucos minutos ou horas. Esta particularidade tem mantido muitos produtores, em especial os de menor porte, longe das rações comerciais, embora várias empresas de ração, locais e internacionais, atuem no mercado vietnamita.

A maioria dos peixes marinhos cul-tivados no Vietnã alcança na engorda um fator de conversão alimentar econômico (o FCAe incorpora nos cálculos a perda de biomassa por mortalidade), entre 1,5 e 2,5

quando os peixes são alimentados com ração e, entre 7 e 8, quando ali-mentados com sardinha. Exceção a esta regra é o beijupirá que passa a apresentar uma perda significativa no FCAe a partir de peixes de 2 kg (até este peso o FCAe varia entre 1,6 e 1,7). Esta condição leva a uma perda de competitividade no mercado, já que os custos de produção são significativamente incrementados. No início do cultivo do beijupirá, os produtores envolvidos com a criação da espécie estabeleceram como meta um custo de produção de US$ 3,0/kg, próximo ao do salmão. No entanto, os custos de operações de cultivo do beijupirá em escala industrial podem chegar a US$ 4,7/kg devido, principalmente, a perda de desempenho zootécnico a partir de peixes de 2 kg. Como alterna-tiva, os produtores intensificaram o uso da sardinha ou trash fish na alimentação do beijupirá, iniciando a partir de animais de 2 kg, sendo a ração gradativamente substituída até alcançar 100% quando os peixes chegam a 4 kg. Nesta condição, dependendo da época de povoamento dos peixes, o FCAe pode ser inferior a 2,3.

Parâmetros Barramundi Beijupirá Garoupas PampoRelação ♀ x ♂ 1:1 1:2 1:3 ---

Peso corporal ♀ < 8 kg 18 - 25 kg > 50 kg 3 - 4 kg

Tempo p/ formação de plantel 8 anos 2 - 3 anos 10 anos 3 - 4 anos

Indução da desova Hormonal Espontânea Espont./Hormonal Espontânea

Período de desova Jan. - Set. Jan. - Junho Jan. - Junho Jan. - Junho*da larva até alevino

Figura 10. Alimentação de p e i xe s ma r i n ho s com sardinha (acima) e ração comercial para o beijupiraácom 47% de proteína bruta e 18% de gordura (níveis mínimos) usados na terminação

Tabela 5. Características produtivas na reprodução das principais espécies de peixes marinhos no Vietnã

Espécies marinhas na Galícia

Piscicultura marinha

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22 Panorama da AQÜICULTURA, março, abril 2013

Beijupirás maiores de 4 kg elevam muito o custo de produção, enquanto peixes menores que 2 kg não são aceitos no mercado local, devido a diferenças na textura e sabor (menor teor de gordura na carne). Uma outra alternativa tem sido o uso de rações com níveis elevados de energia diges-tível durante todo ciclo produtivo do beijupirá, adotando-se inclusões de farinha e óleo de peixe muito elevadas. Neste caso, os teores de gordura da ração são incrementados de 8 até mais de 20% na medida em que se reduz a quantidade de proteína digestível na ração no decorrer do cultivo.

Os peixes são alimentados de uma até, no máximo, três vezes ao dia. O barramundi, por exemplo, somente aceita uma única refeição a partir das 400 g. Diferentemente do beijupirá, que pode se alimentar na superfície, as demais espécies marinhas formam cardumes e raramente sobem à superfície, ao não ser no final do dia, antes do escurecer. Portanto, o uso de rações com afundamento lento (slow--sinking) torna-se indispensável, em especial em áreas com fortes correntes. Quando o cultivo de peixes marinhos é realizado em viveiros, se faz a opção por rações flutuantes.

No Vietnã, há pouca mecanização no processo de alimentação de peixes marinhos. Mesmo em empreendi-mentos de grande porte, a mecanização limita-se ao uso de sopradores para lançar a ração mais distante e de forma mais homogênea sobre a área de cultivo. A observação do consu-mo alimentar é ainda decisiva para se alcançar a saciedade e restringir as perdas de ração. As taxas de alimentação para a maioria das espécies ficam em torno de 3% da biomassa ao dia (entre 1 a 5%), com exceção do beijupirá que adota taxas mais elevadas.

Os peixes podem ser cultivados em uma única ou em duas etapas. O barramundi pode ser povoado nas gaiolas como alevinos e repicados com 200 g quando alcançam uma

biomassa de 10 kg/m3, ocasião em que são transferidos para gaiolas de maior volume até uma biomassa de 20 kg/m3. O beijupirá é frequentemente povoado em gaiolas com 10 a 12 cm, até um peso de 2 a 3 kg, quando é repicado e transferido para gaiolas até um peso de 4 a 6 kg. A época de povoamento dos peixes é considerada decisiva nos re-sultados de desempenho zootécnico. Tem sido observado por alguns empreendimentos, que o beijupirá povoado en-tre abril e maio são alevinos oriundos da primeira desova do ano e por isto possuem mais nutrientes e apresentam maior velocidade de crescimento, podendo gerar uma redução no tempo de cultivo de até quatro meses.

Comercialização

Uma grande parcela da produção de peixes ma-rinhos produzidos no Vietnã vem sendo comercializada no próprio mercado interno, no valorizado segmento de peixes vivos. O consumidor vietnamita possui o hábito de adquirir mantimentos para consumo diário dado sua preferência sobre o frescor do alimento. Como conse-quência, peixes vivos podem ser encontrados em mercados locais, restaurantes ou mesmo em ruas de grandes cidades (Figuras 11 e 12). Os animais são mantidos em aquários ou em bacias com água contendo suprimento de ar fornecido por pequenos sopradores portáteis.

Mesmo as empresas de grande porte que operam no Vietnã vêm optando pela comercialização em mercados locais. O beijupirá, por exemplo, pode ser vendido fresco (sem sangramento e evisceração) no mercado doméstico. Peixes de 3 a 4 quilos custam US$ 4,65/kg; de 4 a 5 quilos custam US$ 4,90/kg e, com mais de 5 quilos US$ 5,25/kg, e são adquiridos por compradores que trazem até a pro-

Figura 11. Comércio de pescado fresco e vivo em um mercado na cidade de Ho Chi Minh City (esquerda). Restaurante com local de escolha e pesagem de peixe vivo para seu posterior preparo e consumo (direita)

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Page 10: Marine Fish Farming in Vietnam (in Portuguese)

23Panorama da AQÜICULTURA, março, abril 2013

priedade um caminhão frigorífico com gelo. Ao se realizar o processamento da espécie, além dos custos associados a esta prática, o preço do filé (aproveitamento de 35%) aumenta para US$ 16-17/kg, tornado-o pouco competitivo frente a outros peixes de carne branca. Embora a espécie venha sendo trabalhada há pelo menos sete anos no mercado americano, ainda é considerado um peixe desconhecido para a maioria dos compradores. Há também a comercialização direta a embarcações de transporte de peixes vivos vindos da China, Hong-Kong e Taiwan que frequentam a costa do Vietnã. Neste caso, a comercialização para as embarcações ocorre principalmente com garoupas criadas em gaiolas.

Considerações Finais

A piscicultura marinha no Vietnã é, em grande par-te, praticada por milhares de pequenos produtores, pouco tecnificados, que fazem desde a reprodução até a engorda de diferentes espécies de peixes marinhos. Os módulos de engorda podem ser ocupados por famílias inteiras. Dessa forma, os custos de produção são significativamente mais baixos, em especial quando o próprio aquicultor está também envolvido com a pesca do trash fish comumente utilizado na alimentação dos peixes cultivados. O grande número de espécies de peixes cultivados, o que para alguns pode ser considerado dispersão de esforços, demonstra na verdade, que os produtores estão comprometidos e alinha-dos com os consumidores e com a rentabilidade do negócio, produzindo o que dita o mercado.

A criação de peixes marinhos no Vietnã também apre-senta uma série de particularidades, as quais a torna mais competitiva e atrativa frente à mesma atividade, quando praticada em outras partes do mundo. No país existe uma

grande facilidade na obtenção de licenças para implantação de empreendimentos aquícolas (menos de 2 meses entre a solicitação e a autorização); o custo com mão de obra é baixo (salário mínimo alcança US$ 100/mês); os países asiáticos emergentes, em que o consumo per capita de pescado ultra-passa 30 kg/ano, estão geograficamente próximos; além do envolvimento direto e comprometimento do governo para o desenvolvimento social através da aquicultura.

Embora ainda prevaleça o empirismo na piscicul-tura marinha vietnamita, com pouquíssima preocupação ambiental e sanitária, a atividade funciona, cresce e é lucrativa. Obviamente este modelo não pode ser repro-duzido integralmente no Brasil devido às normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento do setor aquícola no país. A lição que os envolvidos com a atividade no Vietnã transmitiu, sejam atores privados ou públicos, é a busca pela popularização e simplificação dos processos de criação de peixes marinhos, pautada por práticas pouco complexas, formação de recursos humanos qualificados, contudo sem grandes investimentos em infraestrutura, utilizando tecnologia local.

AgradecimentosA viagem dos autores ao Vietnã foi financiada com recursos aprovados no Edital 036/2009 – Chamada 2, MCT/CNPq/CT-AGRONEGÓCIO/MPA, Processo No. 559527/2009-8. A elaboração deste artigo somente foi possível com acesso às instalações de cultivo autorizadas pelas seguintes empresas privadas e órgãos governamentais do Vietnã: National Breeding Center for Marine Aquaculture do Norte e Sul (Research Institute for Aquaculture No. 1 e 2), Australis Vietnam Ltd., InVivo NSA Vietnam e Marine Farms Vietnam. Somos muito gratos pela receptividade e informações gentilmente compartilhadas por aquicultores locais e pelo Sr. Nguyeu Hiu Thaul (RIA2), Dra. Dang To Van Cam (RIA2), Sr. Marc Campet (InVivo NSA Vietnam), Dr. Carlos Massad (Blue Genetics), Sr. Jorge Alarcon (Marine Farms Vietnam) e Sr. Cao Van Hanh (RIA1). O primeiro autor é pesquisador do CNPq/MCT em Produtividade em Pesquisa (Processo No. 305513/2012-5).

Figura 12. Uma banca de venda de mariscos frescos nas ruas do centro de Hanoi, onde o preparo e consumo é feito in loco, nas próprias calçadas da cidade (esquerda). O barramundi preparado em um restaurante em região rural do Vietnã (direita)

Espécies marinhas na Galícia

Piscicultura marinha