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Revista Março 2018 Edição #16 Radar Educação Novo modelo de gestão da Rede Marista de Colégios e Rede Marista de Solidariedade Um itinerário possível de Educação para Solidariedade Missão Solidária Marista

Marista Presença · 2019-11-08 · mudança de consciência e postura dos jovens. A partir da vivência, muitos deles transformam seu pro - jeto de vida”, comenta Diogo Galline,

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Revista Março 2018 Edição #16

Radar EducaçãoNovo modelo de gestão da Rede Marista de Colégios e Rede Marista de SolidariedadeUm itinerário possível de

Educação para Solidariedade

MissãoSolidáriaMarista

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“E I S Q U E FA Ç O N O VA S T O D A S A S C O I S A S ”( A P 2 1 , 5 )

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Conheça e acompanhe a campanha e os ODS no site:

nossosobjetivos.com.br

A campanha Nossos Objetivos, Novas Possibilidades tem como objetivo difundir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em toda a América Latina e Caribe.

Os ODS integram um plano mundial para o desenvolvimento adotado em 2015 pelos países membros da ONU, com prazo para ser cumprido até 2030. A Agenda 2030 é ousada e desafiadora, por isso, precisa de todas as pessoas, instituições e governos mobilizados para a implementação de uma nova proposta de desenvolvimento.

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ExpedienteA Revista Presença Marista é uma publicação trimestral distribuída aos colaboradores do Grupo Marista.

TIRAGEM8 mil exemplares

CONSELHO PROVINCIALIr. Benê Oliveira (Superior Provincial)Ir. Rogério MateucciIr. Cezar CavanusIr. Délcio Afonso BalestrinIr. Tercílio SevegnaniIr. Tiago FedelIr. Vanderlei Siqueira

SUPERINTENDENTE DE EDUCAÇÃO, SAÚDE, COMUNICAÇÃO, SOLIDARIEDADE E NEGÓCIOS SUPLEMENTARESPaulo Serino de Souza

SUPERINTENDENTE FTDAntônio Rios

PRODUÇÃO E EDIÇÃO

Comunicação InstitucionalCamilla da Silva e SouzaCarmem MuraraFabíola RoesJuliana Maria Fontoura

COLABORARAMDaiane VieiraJorge Olavo

FOTOGRAFIA E ILUSTRAÇÃOInstituto dos Irmãos MaristasJoão BorgesDepositphotos

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOCapitular Design & Editorial

REVISÃOMônica Ludvich

Conheça e acompanhe a campanha e os ODS no site:

nossosobjetivos.com.br

A campanha Nossos Objetivos, Novas Possibilidades tem como objetivo difundir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em toda a América Latina e Caribe.

Os ODS integram um plano mundial para o desenvolvimento adotado em 2015 pelos países membros da ONU, com prazo para ser cumprido até 2030. A Agenda 2030 é ousada e desafiadora, por isso, precisa de todas as pessoas, instituições e governos mobilizados para a implementação de uma nova proposta de desenvolvimento.

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ÍndiceMarço 2018 Edição #16

62 Colaborador em Pauta

20 Variedade24 Registro & Tome Nota28 Radar Educação42 Radar Saúde

04 Editorial06 Especial10 Patrimônio Espiritual Marista16 Capa

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44 24 horas

em Chapecó

14Entrevista

50 Dica Cultural51 Na Mídia52 Espiritualidade54 Vida de Irmão56 Viva+Valores58 Voluntariado60 Sinergia66 Solidariedade68 Caminhada do Grupo

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04 . R E V I STA Presença Marista

Editorial

Presença Marista em todas as unidades

A primeira edição do ano da revista Presença Marista foi feita sob medida para deixá-lo informado sobre os principais acontecimentos da Instituição, por

meio de uma leitura leve e descontraída. Em dezembro de 2017, ocorreu o Capítulo Provincial na Província Marista Brasil Centro-Sul. Na ocasião, foram empossados o Superior Provincial e o novo Conselho. Nesse contexto, a equipe da revista não poderia deixar de entrevistar o Ir. Benê Olivei-ra na editoria Especial. Na entrevista, ele comenta sobre suas perspectivas para a condução do Grupo Marista no próximo triênio.

Na editoria Patrimônio Espiritual Marista você poderá conferir os desta-ques da atuação de alguns Superiores Gerais do Instituto Marista ao longo da história da Congregação, como o Ir. Francisco, primeiro sucessor de Marce-lino Champagnat; Ir. Basílio Rueda, um dos principais animadores espirituais do Instituto, entre outros Irmãos que deixaram sua marca pessoal no Insti-tuto Marista.

Na editoria Entrevista, a equipe da revista teve a honra de conversar com o Ir. Ernesto Sánchez, novo Superior Geral do Instituto Marista. No bate-pa-po ele comentou sobre os planos do Governo Geral para os próximos anos e deixou uma mensagem inspiradora a todos nós, Maristas de Champagnat.

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A matéria de Capa desta edição é sobre a Missão Solidá-ria Marista (MSM), uma experiência formativa e vivencial voltada às juventudes Maristas. Ela está integrada a um itinerário de Educação para a Solidariedade que proporciona aos alunos e educandos Ma-ristas novas experiências de vida e a imersão em realida-des diferentes das suas. Entre as atividades estão os gestos concretos, que revitalizam espaços em praças e escolas, e as visitas às famílias, uma verdadeira iniciativa de escu-ta sobre a realidade das pes-soas que vivem em regiões de vulnerabilidade social.

Na editoria Radar Educação você poderá conferir as princi-pais notícias sobre essa área de atuação do Grupo Marista. Apresenta-se o novo modelo de gestão da Rede Marista de Colégios e da Rede Marista de Solidariedade; uma entre-vista exclusiva com o professor Waldemiro Gremski, Reitor da PUCPR, sobre as principais mudanças que ocorreram na Universidade para torná-la cada vez mais focada em excelência e bons valores; a troca do maquinário de aca-bamento do parque gráfico da FTD Educação, que pretende aumentar ainda mais a sua produtividade; a parceria entre PUCPR e TECPUC na oferta de cursos a distância, entre ou-tras novidades.

Em Radar Saúde, o destaque está nos gestores dos hos-pitais. No Hospital Marcelino Champagnat, o diretor da

unidade, José Octávio da Silva Leme Neto, foi eleito um dos 100 brasileiros mais influentes no ramo da saúde em 2017. No Hospital Cajuru, o destaque está no novo diretor da unidade, André Garcia.

Aproveite para viajar conosco na editoria 24 Horas em Chapecó. Confira os principais pontos turís-ticos e opções de lazer nessa bela cidade do oeste de Santa Catarina. Em Dica Cultural você poderá fa-zer uma visita à Capela Sistina e à Praça São Pedro sem sair de casa, em um tour virtual 360 graus dis-ponível no site do Vaticano e, na editoria Espiritualidade, você vai ficar por dentro dos movimentos

que a Instituição tem feito em torno do Ano do Laicato.

São muitos os textos elaborados com cuidado e dedicação especialmente para você. Aproveite para utilizar os temas da revista, sobretudo os que abordam assuntos canônicos, como subsídio para trabalhar a identidade Marista com suas equipes.

Boa leitura!

SE TIVER DÚVIDAS, CRÍTICAS OU SUGESTÕES, ESCREVA PARA NÓS:[email protected]

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Especial

Ir. Benê Oliveira: Animador Provincial da Província Marista Brasil Centro-SulSuperior Provincial conta sobre suas perspectivas para a condução do Grupo Marista no próximo triênio

1. Presença Marista: O senhor foi nomeado Superior Provincial da Província Marista Brasil Centro-Sul para o triênio 2018-2020. Quais são as suas expectativas e sentimentos quanto ante essa convocação?

Ir. Benê: A minha expectativa, como Superior Provin-cial, é ser um Animador. A missão de um Provincial é reunir todos os Irmãos em Cristo, no Evangelho, em torno da nossa regra de vida, das nossas Constituições, e provocar ali um novo ardor na vocação, missão e pertença ao Instituto Marista, assim como motivar os Leigos e as Leigas Maristas no desenvolvimento da vocação e na vivência do Carisma Marista. Ademais, a trajetória de vida, dedicação e pertença ao Instituto, à Província, tem me proporcionado verdadeira escola de cultura provincial e um amor cada vez mais entra-nhado à vocação e missão Maristas. Tenho recebido dos Irmãos e de todos muito apoio, compreensão e demonstrações de fraternidade e preces para levar a bom termo a missão. Mas, claro, fiquei e me encontro inquieto, como Maria “ao fio da espera”, a me pergun-tar como acontecerá isso?! Todavia, confiante, pois, com o “sim” de Maria, Jesus não apareceu já adulto e forte, mas seguiu todo o percurso de um ser humano. O que está claro, para mim, é que deverei recorrer ain-da mais e diuturnamente às lideranças servidoras de Jesus e de Maria, assim espero e confio… O ofício de um animador provincial é com a “missio Dei”, com a missão que é de Deus, que parece querer contar com o servo peregrino e pecador. Daí que a nomeação do Superior Geral é, antes de tudo, para mim, uma con-vocação a converter-me mais e mais para continuar a seguir e a melhor servir o Senhor, agora num ofício diferente em prol da nossa família religiosa.

2. PM: Como o senhor pretende animar o Grupo Marista e como este pode alavancar a Missão Marista?

IB: A herança espiritual, missional e institucional de São Marcelino Champagnat continua viva, atual e pro-missora a inspirar, motivar e iluminar nossas vidas, vocação, missão, empreendimentos e decisões. A Pro-víncia Marista Brasil Centro-Sul, o Grupo Marista, é uma

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07Instituição cristã, católica e Marista. Em nossa Instituição religiosa, a dimensão confessional e a identidade assumem papel central na organização, como pre-missa e foco de todas as Frentes de Missão! E, nesse contexto, o Planejamento Estratégico do Grupo Marista, por meio das Diretrizes Institucionais, tem seu posicionamento e o firme propósito de promover a unidade de todas as Frentes de Missão. A Missão, a visão e os valores do Grupo Marista, hoje, continuam sendo pautados por esse legado explícito de compromisso com a “formação de cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho, do jeito Marista” (Missão/GM). Temos um rumo a trilhar pelas quatro Prioridades do novo Conselho da PMBCS (2018-2020), a saber:

1) Maristas de Champagnat; 2) Evangelização e defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens;3) Cultura e animação vocacional; 4) Gestão a serviço da Missão.

Nossa pauta de animação e governo provincial prevê a continuidade e consecu-ção dos planejamentos estratégicos do Grupo Marista, da UMBRASIL, da nossa Região América Sul. Também deverá ocupar nossa atenção e pautas o esforço para integrar em nossos planos estratégicos os desafios, princípios e sugestões do XXII Capítulo Geral do Instituto Marista numa “caminhada como família global”. Por aqui vemos a imperativa necessidade do empenho de todos na arte e na capacidade de “trocar as rodas sem parar o trem”.

3. PM: Como o senhor avalia e qual a sua esperança na Vida Consagrada e na Formação dos Irmãos na atual conjuntura do mundo e da Igreja?

IB: Vivemos tempos difíceis na Vida Consagrada no conjunto das Famí-lias Religiosas da nossa Igreja: todas atravessando um inverno vocacional. Tal como as caravanas no deserto, estamos carregando o peso duro de passar por muitas provações e levar adiante as muitas obras de Deus na Província, no Instituto. O baixíssimo índice de natalidade, hoje, assim como os ventos fortes do secularismo, para além de outros fatores, tornam o clima não muito propício para o surgimen-to de vocações. Mas Deus nos fala por meio desses fenômenos. Nem sempre quantidade foi sinônimo de qualidade. Todavia, nosso Instituto Marista, com tão poucos Irmãos, em nenhum outro momento da nossa história bicentená-ria se encontrou presente em tantos países do mundo como hoje e em qua-se todos os Estados do Brasil. Vocação é dom de Deus. Com os olhos fixos em Jesus e a fidelidade de todos quantos o seguem, haveremos de assistir a um NOVO COMEÇO em nossa família reli-giosa. O XXII Capítulo Geral nos convi-da a caminhar como “família carismá-tica global, farol de esperança neste mundo turbulento”, e a perscrutar “quem Deus quer que SEJAMOS e o que deseja que FAÇAMOS” em nossa PMBCS, em nossa Região América Sul.

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Especial

A nós, cabe atenção às realidades emergentes da nova vida consagrada e do novo perfil da juventude que a procura. Neste ano, temos 11 jovens formandos fazendo o itinerário forma-tivo nos centros de formação da Pro-víncia. Com eles reavivamos em nós a chama do amor-primeiro, o encontro e caminhada com Jesus. A presença de jovens num centro de formação é sinal de fecundidade, de florescimento de novos rebentos para uma família re-ligiosa. A partir do chamado de Deus, nasce e renasce o caminho da espe-cial consagração a Ele. Precisamente, esse é o segredo para manter a atrati-vidade da vida consagrada e a chama acesa do ideal Marista de tornar Jesus conhecido e amado pelas crianças e jovens. Esses jovens anseiam desco-brir em nós, Irmãos, pessoas que se deixaram encontrar e se transformar por Jesus e Maria. Devemos fazer atos de fé e de esperança para acreditar que Deus continua chamando jovens para a especial consagração e para agra-decer por aqueles que Ele nos envia, ajudando-os a crescer e a se desenvol-verem como discípulos e missionários.

4. PM: Durante o Capítulo Provincial realizado em dezembro de 2017, um novo Conselho Provincial foi eleito e os Irmãos receberam as colocações e novas atribuições na Província. Como o senhor vê este momento?

IB: Um Animador Provincial é asses-sorado pelo Conselho Provincial, um grupo de Irmãos que auxiliam nas questões de vida consagrada, Missão e gestão da Província. Nosso anseio é que todos os Irmãos, Leigos, lide-ranças e colaboradores da Instituição coloquem seus dons, suas competên-cias e habilidades em prol do cresci-mento e desenvolvimento da Missão

do Instituto Marista, assumindo Deus como o centro de suas vidas, responsa-bilidades e atividades no Grupo Marista. Espero que todos estejam abertos a dar sua parcela de contribuição à consecução do planejamento estratégico do Grupo Marista. Temos ali muitos desafios e acredito que só vamos conseguir dar conta dos projetos se empenharmos nossa energia e trabalharmos unidos. Em recente videoconferência do Ir. Ernesto Sánchez, Superior Geral, aos participantes da Assembleia Geral Ordinária da UMBRASIL, ele abordou sete programáticos princípios do Governo Geral para os próximos oito anos do Instituto Marista: integração, sinergia, unidade, direção, organização, comunicação e serviço. Tais princípios e atitudes são muito assertivos e valem também para a gestão e governança do Grupo Marista, para cada Marista de Champagnat!

5. PM: No planejamento estratégico do Grupo Marista há uma diretriz para as Frentes de Missão relacionada ao seguimento de Jesus Cristo, a incultu-ração do Evangelho, a vivência da espiritualidade Marial e apostólica como inspiração para ser e atuar. Na prática, como o senhor acha que deve ser esta expressão da identidade institucional nas Frentes de Missão?

IB: São Marcelino tinha uma convicção muito profunda de que a obra Marista é de Deus, de Maria. A espiritualidade Marial e apostólica foi sendo desenvolvida pelos primeiros Irmãos do Instituto e vem sendo cultivada até os dias atuais. Trata-se da vivência da espiritualidade cristã de um modo Marial, isto é, do jeito de Maria, e apostólico – quer dizer, influenciada pela realidade e nesta encontra Deus, transformando-a. É experiência viva e dinâmica de Deus, que se orienta, ao mesmo tempo, à contemplação e à ação. Constrói o modo como compreendemos o mundo, a natureza, as pessoas, Deus e como nos relacionamos com eles. É a força propulsora de nossa vida. A espiritualidade é um dos valores institucionais que devem nortear a atuação da PMBCS. Podemos traduzir “Marial e apostóli-ca” como uma espiritualidade prática, relacional e afetiva, fundamentada no Evangelho e que tem Maria como inspiradora de nosso jeito de ser e atuar. Essa convicção deve iluminar e permear todas as Frentes de Missão. É importante a corresponsabilidade de todos, animados pela igual convicção de Champagnat de que Deus é o centro de tudo, o propulsor do nosso trabalho.

6. PM: O senhor carrega alguma preocupação?

IB: Ultimamente, tenho refletido muito sobre o ato de trabalhar sob pressão (no bom sentido, como se diz!) e a vantagem que pode encerrar sobre nosso modo de pensar, agir e atuar. Temos observado que essa atitude vem sendo uma ha-bilidade cada vez mais necessária aos seres humanos e profissionais, hoje, em qualquer área de atuação. Todavia, essa nova forma de encarar o trabalho e de primar pelos resultados deve saber conjugar o intangível com o tangível, a vita-lidade com viabilidade e sustentabilidade numa Instituição como a nossa, que congrega uma missão humano-divina. Importa conduzir a vida e o trabalho sem sofrimento com as cobranças e o estresse. Espero que possamos nos entreajudar mutuamente nos desafios da gestão compartilhada, na arte da resiliência e for-mação das equipes para esse adicional de dificuldade, tais como a convivência

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Ir. Benê Oliveira | Biografia

O Ir. Benê Oliveira nasceu no dia 8 de abril de 1964, na cidade de Ituverava, em São Paulo (SP). É graduado em Ciências Religiosas e em Teologia pela PUCPR e em Educação-Pedago-gia pela Universidade Federal do Amazonas (AM) e pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR); Pós-Graduação em Metodologia da Ciência, em Curitiba (PR); Psicologia Social na PUCSP.

Foi formador, pastoralista, diretor de colégios (Pio XII, Santista, Glória e Arquidiocesano), superintendente educacional das unidades escolares Maristas, atuando na formação conti-nuada de educadores e pastoralistas, no plane-jamento dos colégios e unidades sociais Maris-tas da Província. Na PUCPR, atuou na diretoria de relações internas (Pró-Reitoria Comunitária). Exerceu atividade na PMBCS como Vice-Pro-vincial; diretor do Setor de Vida Consagrada e Laicato (SVCL) e do Memorial Marista, diretor do CMMC. Há 16 anos integra o Conselho Provin-cial, os Conselhos de Administração da PMBCS e da Editora FTD. Além disso, participa e ainda atua em outros Conselhos, Comitês, Grupos de Trabalho, Comissões da PMBCS, da UMBRASIL, da Região América-Sul e Conferência dos Reli-giosos do Brasil (CRB).

O período de formação inicial na vocação e na educação Marista, bem como a atuação apos-tólica nas comunidades religiosas, de formação e educativas foram muito importantes para a vida pessoal, profissional e religiosa do Ir. Benê. Em sua vivência nos centros de formação e nas comunidades apostólicas, cultivou e vivenciou a dinâmica da consagração em meio às alegrias e vicissitudes próprias de quem se decide a se-guir a vida consagrada.

09com as regras “rígidas”, a busca do equilíbrio sustentável, mas sem minar a motivação, a confiança, o prazer pelo trabalho, a participação ativa nas reflexões em vista das decisões a tomar. O Ir. Seán Sammon, antigo Superior Geral, já nos alertara no começo do século que “o trabalho à nossa frente não exigirá menos do que já foi exigido para chegarmos até aqui: mentes abertas, disposição para superar visões ideológicas desagre-gadoras e muito sacrifício”. Devemos todos nos esforçar para aprender a conviver com essa realidade e a motivar as pessoas a darem o melhor nas piores condições que se nos apresenta-rem. Daí nossa preocupação e mobilização para trabalhar com alegria, esforço, empenho, domínio do humor, oportunizando às equipes condições necessárias para expressar o pensamento e as proposições criativas, capazes de transformar qualquer situação desagradável em oportunidade de crescimento e de desenvolvimento pessoal, profissional e institucional. Pessoas felizes, satisfeitas, dando o melhor de si!

7. PM: Por fim, que mensagem o senhor deixa para os Maristas de Champagnat na construção de um novo La Valla; desafio do terceiro centenário do Instituto Marista

IB: Em 2018, no dia 2 de janeiro, completamos 201 ANOS de Fundação do Instituto Marista. Temos muitos e belos motivos para recordar na fé a graça das origens e a beleza da entrada no III Século do Instituto Marista, ocasião propícia de relembrar não somente o maravilhoso passado, mas também a profe-cia de um futuro esperançoso pelo nosso compromisso com a educação, evangelização, promoção dos direitos e defesa das crianças e jovens. Reconhecemos o bem que fizemos e a bela história que ainda temos a viver, a narrar e a escrever! E que bonito: muitos Irmãos, Maristas de Champagnat, você e eu fazemos parte desta história! Sigamos em frente com audácia e esperança, pois são muitas necessárias e imprescin-díveis as mudanças a que estamos instados a enfrentar com as constantes chamadas do mundo, da Igreja, da Vida Consa-grada, dos apelos das crianças e jovens, do Instituto Marista, da UMBRASIL, das Províncias da nossa Região América Sul, do coração de cada Irmão, Leigo, liderança ou colaborador. Não podemos assumir o medo e o pessimismo como organizado-res de nossas vidas, vocação e Missão. Para além de reconhe-cer o que é belo, edificante, o que funciona bem na Província, convocamos todos a empenharem suas melhores energias no desenvolvimento do nosso Plano Estratégico 2016-2022, que contou com amplo processo participativo, envolvendo todas as Frentes de Missão do Grupo Marista.

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Patrimônio Espiritual Marista

Superiores Gerais do

InstitutoConheça as principais conquistas e curiosidades

C onsta nas Constituições, no artigo 130, que o Superior Geral do Instituto Marista é

um sucessor do fundador. Este deve ser o responsável por reunir os Irmãos do Instituto em torno de Cristo, guiando-os e acompanhando-os na fidelidade a seus compromissos. Com eles deve discernir o que favore-ce a adaptação do seu apostolado às necessidades dos tempos, conforme o Carisma do Instituto.

IR. FRANCISCO (GABRIEL RIVAT)

Marista

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O primeiro sucessor de Marcelino Champagnat foi o Ir. Francisco (Gabriel Rivat), que, ainda criança, foi consagra-do por sua mãe a Maria, ao pé do altar, na Igreja de La Valla. Mais tarde, viu que a vida reli-giosa era o melhor caminho a seguir, com confiança na Boa Mãe. Foi eleito em 1839 e, durante seu gover-no, o número de Irmãos passou de 280 para 2.000 em 1860. Sua presença foi de extrema importância, pois foi o responsável pela unidade, espiritualidade e governo do Instituto logo após a morte do fundador.

IR. BASÍLIO RUEDA

Todos os Superiores Gerais deixaram um gran-de legado para o Instituto Marista, mas alguns se destacaram por conta das circunstâncias. O Ir. Basílio Rueda, por exemplo, foi Superior Geral de 1967 a 1985, num período muito delicado do Instituto Marista, pós-Concílio Vaticano II. De acordo com Angelo Diniz, cola-borador do Setor de Vida Consagrada e Laicato, ele precisou enfrentar a saída de muitos Irmãos da Congregação. Quando assumiu, havia 9.000 Irmãos e, ao final de seu mandato, viu-se com apenas 6.000 Irmãos. “Viu escoar em um curto período de tempo quase um terço de todos os re-ligiosos, mas, se não tivesse feito nada, o número seria bem maior”, diz.

Segundo Angelo, para tentar remediar esse pro-blema, deixou as coisas práticas e jurídicas do governo para o Vigário Geral e assumiu o papel de Animador Espiritual do Instituto. Dessa for-ma, conseguiu se tornar um homem inspirador para os Irmãos que seguiam firmes na vocação, organizando retiros e cursos de oração e escre-vendo cartas inspiradoras. “Eu recomendo a lei-tura das belíssimas Circulares que o Ir. Basílio Rueda deixou ao Instituto Marista”, afirma.

O Superior Geral é um sucessor do fundador. Este deve ser o responsável por reunir os Irmãos do Instituto em torno de Cristo, guiando-os e acompanhando-os na fidelidade a seus compromissos

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12 . R E V I STA Presença Marista

Patrimônio Espiritual Marista

O Ir. Charles Howard governou o Instituto entre 1985 e 1993. Nesse período houve a aprovação definitiva das Constituições renovadas à luz do Concílio Vaticano II e, por seu amor aos pobres, encaminhou o Instituto Marista em direção aos mais vul-neráveis. Também conseguiu abrir a Con-gregação para os Leigos e Leigas Maristas. De acordo com o Ir. Joaquim Sperandio, o Ir. Charles foi o pioneiro nesse senti-do. “Houve a oficialização do Movimento Champagnat da Família Marista e, a partir daquele momento, uma aproximação dos consagrados com os Leigos”, explica.

IR. CHARLES HOWARD

IR. THÉOPHANE DURAND

Outro Irmão Superior Geral que se destaca na história Marista é o Ir. Théophane Durand. Ele foi um exemplo de religioso, educador, ges-tor e empreendedor. Ao longo de sua gestão como Superior Geral, deu um grande impulso para que os Irmãos do Instituto Marista tiras-sem o diploma (brevet) de Ensino Superior e escrevessem livros didáticos. Em 1886, nasce a Coleção FTD, cujo nome remete às iniciais do nome do Irmão: Frére Théophane Durand. O nome da Editora FTD Educação é uma ho-menagem a esse Irmão.

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13Por ser Superior Provincial da Província Marista Brasil Centro-Sul (Grupo Marista) por seis anos (dois mandatos), o Ir. Joaquim teve bastante con-tato com o Ir. Emili Turú. “Havia muita franqueza e honestidade entre nós”, afirma. O Ir. Emili foi, para o Ir. Joaquim, um bom conselheiro. Sabe como tornar a vida mais leve, sempre vendo o lado bom das coisas, mesmo nas piores situações. Segundo o Ir. Joaquim, o Ir. Emili trata a vida com carinho e poesia e sempre tem um simbolismo para desta-car. Além disso, incentiva a Missão Marista, ama a juventude e não tem medo de incentivar grandes projetos, pois confia no trabalho das pessoas.

Muitas foram as conquistas desses Irmãos Superiores Gerais. Não fosse a competência deles e a verdadeira confiança em Maria, os Maristas de Champagnat não estariam inaugurando o terceiro centenário da Institui-ção. Em 2017, o Ir. Ernesto Sánchez foi eleito Superior Geral do Instituto Marista. Confira nas próximas páginas uma entrevista exclusiva com ele sobre as perspectivas do Instituto para os próximos anos.

Linha do Tempo dos Superiores Gerais

1839Ir. Francisco (Gabriel Rivat)

1869Ir. Luis Maria (Pierre-Alex-Labrosse)

1880Ir. Nestor (Jean Baptiste Granier)

1883Ir. Théophane (Adrien Durand)

1907Ir. Stratonique (Antoine Usclard)

1920Ir. Diogène (Henri Becuwe)

1946Ir. Leônidas (François J. Garrigue)

1958 Ir. Charles Raphael (Jean Ergen)

1976Ir. Basílio Rueda ( Basílio Rueda Guzmán)

1985 Ir. Charles Howard

1993 Ir. Benito Arbués

2001 Ir. Seán Sammon

2009 Ir. Emili Turú

IR. EMILI TURÚ

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14 . R E V I STA Presença Marista

Entrevista • Ir. Ernesto Sánchez

família global Superior Geral traz novas

perspectivas do Instituto Marista para os próximos anos e deixa mensagem inspiradora para os líderes e colaboradores do Grupo Marista

1. Presença Marista: O XXII Capítulo Geral, realizado na Colômbia, teve como chamado a seguinte frase: “Caminhemos como Família Global”. Comente sobre essa inspiração para os Maristas de Cham-pagnat de todo o Mundo Marista.

Ernesto Sánchez: A ideia dessa expressão é que nós somos uma só família do Mundo Marista. Estamos presentes em 80 países. Historica-mente, estamos organizados em Províncias e Regiões e muitas vezes ficamos fechados em nosso espaço geográfico. Agora a ideia para o futuro é a unidade. Antes falávamos em corpo global, mas era uma expressão que denotava algo mais estático. Queríamos uma expressão dinâmica e assim passamos a nos conceber como família, que vem do “espírito de família” herdado de Champagnat.

2. Presença Marista: Os Maristas de Champagnat acabaram de ter contato com os apelos do XXII Capítulo Geral, bem como os prin-cípios e sugestões. Em sua opinião, como é possível dinamizá-los na prática, nas Províncias Maristas do mundo?

Ernesto Sánchez: Eu acredito que o XXII Capítulo Geral foi ousado. Foi possível planejar o nosso futuro a partir do mundo atual. Logo no início fizemos um exercício de olhar o mundo e pensar como ele será em cinco ou dez anos em diversas áreas. Depois nos perguntamos: e nós? O que seremos? O que vamos fazer? O que Deus quer de nós?

O Ir. Ernesto Sánchez, novo Superior Geral do Instituto Marista, conce-deu entrevista à equipe da revista

Presença Marista sobre as perspectivas do Instituto Marista para os próximos anos, so-bretudo no que diz respeito à consolidação da ideia de família global.

Ele comentou sobre como é possível vivenciar na prática os apelos do XXII Capítulo Geral; como deve ser o nosso estilo de governo e a gestão dos bens para a sustentabilidade da Missão e, por fim, deixou uma mensagem inspiradora para os líderes e colaboradores do Grupo Marista. Confira.

Caminhemos como

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Foram dessas reflexões que surgiram os apelos e princípios. Ficamos atentos para que eles tivessem uma lingua-gem atual, adaptada aos tempos de hoje. Por exemplo: quando falamos de comunidade e fraternidade, queremos nos referir a um lar vivo, onde todo mundo possa sentir-se parte da famí-lia. Em vez de falar de martirização, queremos trazer à tona um farol de esperança. As lideranças locais e os co-laboradores de cada Província Marista do mundo precisam compreender que esses apelos são para eles e são tam-bém para mim como Superior Geral.

3. Presença Marista: Os princípios e as sugestões resultantes do XXII Capítulo Geral abordam também o estilo de governo e a gestão dos bens. Gostaria que o senhor comen-tasse o assunto e nos indicasse o que devemos ter em mente para realizar o crescimento sustentável e equilibra-do da Província.

Ernesto Sánchez: Quanto à gestão e ao governo, pensamos que, cada vaez mais, as Províncias devem criar estruturas flexíveis, com foco nas pessoas. Acreditamos que a melhor forma de responder às necessidades atuais é que as pessoas tenham uma integridade humana, cristã e de va-lores Maristas. O Capítulo Geral foi muito bom no sentido de integrar os Maristas de Champagnat para admi-nistrar seus bens, com o intuito de disponibilizá-los totalmente à Missão e não para servi-los. Saímos de lá com a ideia de que devemos compartilhar nossos bens com a família global e colocá-los a serviço da Missão.

4. Presença Marista: A Província Marista Brasil Centro-Sul acaba de realizar seu Capítulo Provincial e fez uma grande reflexão sobre o passa-do, presente e futuro da sua atuação. Que mensagem inspiradora o senhor deixa para os Irmãos e Leigos neste momento tão importante?

Ernesto Sánchez: A Província Marista Brasil Centro-Sul tem um lugar muito importante no Instituto. É grande o número de pessoas envolvidas (Irmãos e Leigos), estruturas, obras sociais, es-colas, universidades e editoras. O Capí-tulo Provincial é um momento muito importante, pois o Provincial e seu Conselho começam uma caminhada. Fiquei encantado quando vi o número de Irmãos e Leigos que participaram do Capítulo. Para mim, isso é uma res-posta para sonharmos juntos o futuro com a construção de um novo La Valla.

Minicurrículo Ir. Ernesto Sánchez

O Ir. Ernesto Sánchez nasceu em Guadalajara, México, no dia 21 de fevereiro de 1961. Foi alu-no Marista do pré-primário ao pré-vestibular e entrou no Postulado aos 17 anos. Cursou a Escola Normal, no Escolasticado, e depois fez as licenciaturas em Ciências Religiosas e Matemáti-ca. Em Roma, completou a licen-ciatura em Pastoral vocacional. Participou do curso para forma-dores em Lyon, na França, e em seguida foi professor nos níveis primário e secundário, sendo ao mesmo tempo formador no Juve-nato. Durante cinco anos integrou a equipe provincial de Pastoral Vocacional e Juvenil e lecionou no pré-vestibular. Foi também diretor do Postulado e, em seguida, foi chamado à Administração Geral, ocupando, por quatro anos, a fun-ção de secretário das Comissões de Vida Religiosa e da Pastoral Vocacional e, por dois anos, a de diretor do Secretariado das Vo-cações. No dia 23 de dezembro de 2008, assumiu como Superior da Província do México Ocidental. Foi eleito Conselheiro Geral em 3 de outubro de 2009 e nomeado Superior Geral em 3 de outubro de 2017.

Para saber mais sobre os apelos do XXII Capítulo Geral, acesse:http://lavalla200.champagnat.org

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que se vive e senteSolidariedadeA Missão Solidária Marista proporciona aos jovens Maristas a experiência de sair em direção ao próximo e refletir sobre seu projeto de vida

D epois de uma semana intensa, repleta de ativida-des e da vivência de novas experiências, o sem-blante de jovens Maristas dos colégios, das unida-

des sociais e da universidade é diferente. Mesmo cansados, eles voltam para suas casas cheios de histórias para contar, sensíveis com ensinamentos que aprenderam e que vão durar por toda a vida. Esse retrato pode ser visto em todas as cidades em que acontece a Missão Solidária Marista (MSM).

A experiência formativa, que faz parte do Itinerário de Educação para a Solidariedade dos Setores Provinciais de Pastoral e Solidariedade, tem o propósito de fazer com que os alunos e educandos incorporem integralmente a soli-dariedade no cotidiano de suas vidas, indo além de atos solidários pontuais, promovendo verdadeira transformação social. A MSM nasceu em 1985 e, desde 2005, acontece neste atual modelo. Até o momento, estimasse que 5 mil jovens tenham se envolvido neste Itinerário. A MSM se fundamenta a partir de algumas ideias centrais correla-cionadas entre si: a dignidade humana, a evangelização, a

educação para a solidariedade, o princípio da solidariedade cristã, a imersão no contexto social com respeito à alteri-dade e ao voluntariado.

A Missão que agrega o maior número de pessoas é a que leva o nome do Ir. Miguel Angel. Em janeiro, durante as férias escolares, os jovens que participam da PJM, Pastoral Juvenil Marista, deixam de lado o descanso e tornam-se missionários. “Queremos que eles pratiquem a solidarie-dade horizontal. O pensamento é de troca, aprendizado. Que os adolescentes saiam da sua zona de conforto e en-contrem realidades mais desafiadoras do que as que estão habituados”, comenta Laura Ferraz, do Setor de Pastoral.

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17A percepção da presença do outro

O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, convida a “pôr-se à escuta do povo” e, com isso, descobrir “as aspirações, as riquezas e as limitações, as maneiras de orar, amar, de encarar a vida e o mundo, que caracterizam este ou aquele aglomerado humano”. Tal solicitação pode ser vista durante a Missão Solidária.

No caso das MSM Ir. Miguel Angel e Henri Vergès, por meio de ações programadas anteriormente pela equipe orga-nizadora, os jovens passam a observar e a efetivamen-te enxergar o próximo. A integração com a comunidade acontece nas oficinas e atividades que envolvem brinca-deiras com as crianças, as visitas pastorais e a realização do gesto concreto.

O gesto concreto e as visitas às famílias locais são rea-lizados durante dois dias. Nas visitas, os alunos buscam conhecer as realidades, as pessoas e saber mais sobre o território. Depois de bater em várias portas, os adolescentes encontram exemplos de vida e trazem rela-tos de algumas tentativas frustradas durante a partilha. “Pude perceber o carinho entre as pessoas que vivem na comunidade. Nunca tinha imaginado viver uma experiência como esta. O mais importante na Missão é estar aberto e sentir tudo o que é proporcionado”, comenta Pedro Costa, ex-aluno do Colégio Marista de Criciúma.

Já o gesto concreto tem como objetivo contribuir com a revitalização de algum espaço comunitário, como escolas e praças. Em Florianópolis, uma das cidades em que a MSM foi realizada neste ano, o gesto concreto consistia em montar hortas residenciais autoirrigáveis e auxiliar na coleta de lixo reciclável pelo Morro do Mont Serrat, onde está localizado o Centro Educacional Lucia Mayvorne. “A MSM desperta a mudança de consciência e postura dos jovens. A partir da vivência, muitos deles transformam seu pro-jeto de vida”, comenta Diogo Galline, membro da equipe de coordenação da MSM e do Setor de Pastoral.

O Padre Vilson Groh, afiliado Marista e mo-rador no Morro do Mont Serrat, incentivava os jovens a refletir no papel de agente trans-formador que cada um de nós pode exer-cer, em qualquer fase da vida. “Pratique sua cidadania. Passe a ter um olhar crítico do mundo e de tudo o que está ao seu redor. Não podemos ser indiferentes às pessoas e às nossas realidades”, diz.

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Famílias acolhedoras

Uma das experiências mais marcantes durante a Missão Solidária é a acolhida das famílias que moram na área de atuação da experiência for-mativa. Existe uma grande articulação por parte da unidade social, que vai em busca de acolhimento para os jovens. O contato é feito por meio da equipe de pastoral da unidade ou da Igreja local.

As famílias recebem os missionários de acordo com suas possibi-lidades. Foi o caso do casal Ana Célia Arruda Maria e Fabiano Gon-çalves, de Florianópolis, que acolheram alunos de Curitiba. “Somos muito ligados às atividades da Igreja e temos o hábito de hospedar missionários, mas foi a primeira vez que recebemos jovens. Nossa casa ficou mais descontraída com a chegada deles”, comenta Ana. Já para Claudio de Paula e sua esposa, a experiência foi inovadora. “Nunca recebemos ninguém em nossa casa. Quando a equipe do CEM Lucia Mayvorne nos pediu para acolher jovens durante a Missão, não pensamos duas vezes. Passamos dias especiais com a companhia das meninas”, comenta.

Já com os jovens Maristas, a mudança é significativa. Para muitos deles, passar uma semana com outra família faz com que repensem sua relação com seus pais e irmãos. “Muitas vezes me vi nos gestos e comportamentos das pessoas que vivem na minha família acolhedo-ra. Isso me fez pensar nas minhas relações familiares”, conta Arthur Salomão Cabral, aluno do Colégio Marista Santa Maria. Já para Gabriel Bach, ex-aluno do Colégio Marista Paranaense, a segunda participação na Missão Solidária Ir. Miguel Angel trouxe uma nova visão sobre a família acolhedora. “Ficamos ansiosos no dia da acolhida. Desta vez,

fui um dos primeiros a conhecer minha família e a convivência com eles foi significativa. Nossos ‘pais’ nos mostraram como é viver aqui”, explica o jovem, que também participou da Missão na capital catarinense.

O fato de conversar diariamente, dar atenção e conhecer os costumes da família acolhedora cria laços e desperta a reflexão dos alunos sobre como estão convivendo com suas famílias. Após uma semana, muitos voltam com novos propósi-tos e percebem a importância da boa convivência com seus familiares.

Depois de tantas novas vivências e partilhas, a Missão Solidária Marista deixa marcas profun-das em quem participa. Além das lembranças, fica o apelo de praticar a solidariedade ao longo da vida, de diversas maneiras. Basta descobrir o caminho e lembrar um dos conselhos que Padre Vilson deixou aos adolescentes: “Que esta ação evangelizadora reacenda no coração a chama do amor e da esperança. Que vocês saiam daqui enamorados por esta causa, pois gente enamo-rada faz transformação”, finaliza.

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19Etapas do Itinerário de Educação para a Solidariedade

O Setor de Pastoral, em diálogo com a área do Voluntariado, vem desenvolvendo um caminho integrado nas experiências de solidariedade com jovens (alunos, educandos e universitá-rios), egressos e colaboradores. As Missões Solidárias direcionam pessoas que desejam aprofundar-se para as experiências de volun-tariado e Missão Ad gentes.

MSM IR. MIGUEL ANGEL

Tem o objetivo de educar para a solidariedade. Utilizando-se da metodologia de imersão em uma comunidade desafiadora, preferencialmente vinculada a alguma unidade Marista, os jovens são convidados a olhar a realidade e a refletir sobre o seu estar no mundo.

MSM HENRI VERGÈS (MISSÃO UNIVERSITÁRIA)

Tem o mesmo objetivo da MSM Ir. Miguel Angel, porém, é realizada com o público universitário.

MSM IR. LOURENÇO

Tem o objetivo de educar para a solidariedade por meio da imersão em reali-dades desafiadoras não vin-culadas à instituição. Prima pelo aprofundamento e aná-lise das realidades, uma vez que os próprios jovens ela-boram as atividades a serem desenvolvidas.

MSM CHAMPAGNAT

Caracteriza-se pela entrega e despoja-mento. Tem como premissa a inserção em território de alta vulnerabilidade, com atuação em parceria com organizações não governamentais.

Confira o Itinerário de

Educação para a Solidariedade:

MSM

Ir. Lourenço (7 dias)

MSM

Champagnat (15 a 20 dias)

Voluntariado

Internacional para jovens (1 ano)

Ad gentes | Leigos e Leigas (3 anos)

Nacional (6 meses)

MSM

Miguel Angel (7 dias)

Henri Vérges (7 dias)

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Variedade

T odos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza e organiza a Campanha da Fraternidade, que se inicia no período da Quaresma e estende-se ao longo do ano. A Campanha trabalha sempre

um tema relevante para a sociedade, objetivando a solidariedade entre os fiéis católicos. Neste ano, o tema escolhido é “Fraternidade e superação da violência”, tendo como lema: “Em Cristo somos todos irmãos" (Mt 23,8).

A Campanha da Fraternidade, além de mapear a violência, também colocará em evidência as iniciativas que existem para superar esse problema, bem como despertar novas propostas com esse objetivo. Esse tema foi escolhido pela Igre-ja, no Brasil, em decorrência do crescimento dos índices de violência no país.

Tema: “Fraternidade e superação da violência”Lema: “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8)”

Campanha da Fraternidade 2018

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O respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos é um pressuposto da paz, sua violação gera violência. Confira abaixo algumas luzes que ajudam no caminho da superação da violência:

› Destaca-se o direito à vida: somos todos convocados a fazer o possível para garantir o indiscutível direito à vida, do qual a pessoa é depositária desde sua concepção;

› Não se vence a violência sem atenção aos pobres e sem combate à pobreza: a pobreza encontra-se frequentemente entre os fatores que favorecem ou agravam os conflitos;

› A solidariedade é fundamental para a paz: é a busca de um objetivo que aponte para o bem de cada um e de todos. Para que uma sociedade seja pacífica, é preciso que seja unida, coerente consigo e solidária;

› A vitória sobre a violência é conquistada por meio do perdão e da reconciliação: na perspectiva cristã, esse é o único caminho para alcançar a meta da paz;

› Colaboração com crentes de outras religiões: somos chamados a conjugar os esforços com os crentes de outras religiões, que incansavelmente, por outros caminhos, também buscam a construção de um mundo mais justo e solidário;

› É uma tarefa que cabe, direta e principalmente, aos dirigentes políticos: a presença nos espaços de discussão e construção de políticas públicas é fundamental.

Fonte: CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade 2018, n. 192-203.

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Variedade

Entende-se por violência qualquer ação contra a vida ou a sociedade que possa causar-lhes prejuízo ou destruí-las por completo. A problemática está presente nas esferas econômica, social, política, cultural e antropológica. É preciso analisar todos os tipos de violência, levando em conta o contexto histórico das diferentes realidades. Nesse contexto, a Missão Marista de formar cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho, tem muito a contribuir para a Campanha da Fraternidade deste ano.

Se a violência é uma coisa aprendida, ela pode ser desaprendida, porque ninguém nasce violento. Por meio da educação, como somos capazes de con-tribuir para o processo de superação da violência? É importante que todos os cidadãos vejam-se como educadores, pois seus atos e discursos influenciam pessoas de diferentes maneiras. Depois disso, é necessário entender os territórios onde vivemos, habitamos e trabalhamos. Assim os mecanismos de violência são lidos dentro de um contexto e o entendimento sobre qual o papel da educação se clareia, para a superação das diferentes violências, seja na rua, dentro de casa, pela condição social, pelo gênero, nos meios de comunicação e até na intolerância das palavras.

A desigualdade gera violência. Isso não quer dizer que os excluídos reajam violentamente. Bem mais grave do que isso é o sistema econômico pautado na promoção da desigualdade, que produz violência, na medida em que favorece o bem-estar de uma pequena parcela enquanto nega oportunidades de desenvol-vimento a milhões de pessoas. A injustiça social traz consigo a morte.

Fonte: CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade 2018, n. 52-73.

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Paulo Freire, pensador notável na pedagogia mun-dial, defendia que o educador precisa pensar o ho-mem, a sociedade e suas relações com o compro-misso e a participação de todos. Sua perspectiva era de uma educação libertadora, capaz de contribuir para que o educando se torne sujeito de seu próprio desenvolvimento diante da presença orientadora que tem o educador. Para ele, a educação é ato de amor e coragem, sustentada no diálogo, na discus-são, no debate. É necessária a compreensão de que a história, inclusive a que apresenta a violência, é um processo de participação de todos.

Para apoiar as Frentes de Missão a vivenciarem o propósito da Campanha, o Setor de Pastoral do Grupo Marista disponibilizou cinco subsídios que sugerem encontros promotores de reflexão e dis-cussão acerca do tema. O material está disponível no Marista Mais. Além disso, a Igreja possui outras fontes de apoio e pesquisa no site da Edições CNBB.

A superação da violência nasce da relação com o outro. A cultura da paz acontece em todas as realidades da vida e na relação com todos os seres. Ninguém nasce violento. Contudo, a pes-soa pode vir a ser violenta. A Igreja pensa que, por meio de cada um de seus membros e por toda a sua comunidade, pode ajudar muito a tornar mais humana a família e a sua história. Ninguém pode eximir-se de suas responsabili-dades, imaginando que a violência sempre está no outro. É preciso que cada um se pergunte: “O que tenho feito para ajudar a construir uma cultura da paz?”.

Fonte: CNBB. Texto-base da Campanha da Fraternidade 2018, n. 204-280.

“Educação é ato de amor e coragem, sustentada no diálogo, na discussão, no debate”

Paulo Freire

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Registro • Tome Nota

Diretor de TI do Grupo Marista recebe Prêmio de CIO Influente e Inovador

Grupo Marista conquista prêmio nacional da Aberje com o projeto Oração da Hora e o regional em outras duas categorias

O diretor de TI do Grupo Marista, Sandro Marques, recebeu em dezembro de 2017 o Prêmio de CIO Influente e Inovador para o Segmento Privado. Essa premiação é concedida pela Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações do Paraná (SUCESU-PR), uma entidade tradicional na área da informática, sem fins lucrativos, a instituições que, por meio de sua atuação, tenham contribuído para o desenvolvimento da informática, das telecomunicações e para a disseminação de informações no Estado do Paraná, bem como nas suas empresas e/ou na comunidade científica e acadêmica.

A série de vídeos Oração da Hora ganhou o Prêmio de Melhor Projeto Audiovisual do Brasil (Prêmio Aberje 2017 | Etapa Nacional) pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). A inspiração princi-pal nasceu da história de Marcelino Champagnat, que a cada hora cheia fazia um momento de oração com os primeiros Irmãos Maristas. Esse costume era chamado de Oração da Hora. Na série, cada um dos 12 vídeos de aproximadamente um minuto traz temas eclesiais e Maristas fundamentados teoricamente e roteirizados a partir de ações comuns da atuação institucional para facilitar a identificação dos colaboradores. O Grupo Marista também ganhou o Prêmio Aberje – Regional Sul com o projeto Territoriar, na categoria Comunicação e Relacionamento com a Sociedade, e Viva + Valores, na categoria Comunicação e Relacionamento com o Público Interno.

Prêmios e reconhecimentosaos Maristas de Champagnat

Sandro Marques, diretor de TI do Grupo Marista, recebendo o prêmio de CIO Influente e Inovador

Colaboradoras Camilla da Silva e Souza e Fabíola Roes, da Assessoria

de Comunicação Institucional, recebendo o Prêmio Aberje 2017

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TECPUC e Colégio Marista Paranaense ganham Prêmio SINEPE 2017 de Práticas Inovadoras em Educação

Programa de Mentoring Marista fica em segundo lugar na sétima edição do Prêmio Ser Humano da ABRH

O “Projeto Chega de Bullying”, do TECPUC, foi o segundo colocado na categoria Edu-cação Profissional, no Prêmio SINEPE de Práticas Inovadoras em Educação. O pro-jeto surgiu a partir da iniciativa da Pasto-ral Juvenil Marista (PJM). O projeto intitu-lado “A África está entre nós”, do Colégio Marista Paranaense, também recebeu a primeira colocação na categoria Ensino Infantil e Fundamental I. O projeto envol-veu mais de 200 estudantes, trabalhou estrategicamente áreas múltiplas do co-nhecimento e contou com a participação de uma missionária moçambicana, que foi relatar aos estudantes a vida e os costumes de seu povo.

O Programa de Mentoring do Grupo Marista, realizado pela Diretoria de Desenvolvimento Humano e Organizacional, recebeu o segundo lugar no Prêmio Ser Humano, da Associação Brasileira de Recur-sos Humanos (ABRH), na ca-tegoria Desenvolvimento, que contava com a maior quanti-dade de inscrições. O Prêmio visa estimular as melhores práticas de gestão que fa-voreçam a participação e a iniciativa das pessoas, con-tribuindo com ideias pragmá-ticas e transformadoras.

Diogo Benke, à esquerda, diretor do TECPUC, recebendo o Prêmio SINEPE

Troféu Prêmio Ser Humano

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A primeira edição do Vivemar é um curso formativo e viven-cial do Programa de Formação e Vivência Marista. A primeira edição do Vivemar deste ano acontece entre os dias 23 e 27 de abril, no CMMC, em Curitiba. O Setor de Vida Consagrada e Laicato enviará em breve as informações e a ficha de inscrição. Caso o leitor tenha interesse em participar, deve ficar ligado nas datas e conversar com seu gestor. O Vivemar tem como propósito fazer com que colaboradores, Leigos, Leigas e Irmãos possam realizar um caminho repleto de humanidade, espiritualidade e Carisma Marista.

Registro • Tome Nota

No mês de fevereiro, alunos de cursos de graduação, especia-lização e mestrado da PUCPR conquistaram o primeiro lugar na 11ª edição do Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sus-tentável, iniciativa do ISAE – Escola de Negócios, com o projeto “ih! Sobrou”, que foi desenvolvido durante a última edição do Programa Institucional de Bolsas de Empreendedorismo da PUCPR, onde os estudantes contaram com formação, mentoria, networking e investimento.

PUCPR conquista Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável

Alunos da PUCPR recebendo o prêmio Ozires Silva

acontece em abril

Primeira edição do2018

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Irmãos estarão reunidos na Assembleia Provincial de Partilha do XXII Capítulo Geral

Votos Perpétuos: o sim para a vida religiosa

Entre os dias 19 e 20 de abril, os Irmãos Maristas da Província Marista Brasil Centro-Sul vão discutir os apelos e to-das as ações realizadas durante o XXII Capítulo Geral, que aconteceu em outu-bro de 2017, na Colômbia.

Ao longo de 2018, alguns jovens Irmãos da Província Marista Brasil Centro-Sul entrarão definitivamente para o Instituto Marista ao proclamarem os seus Votos Perpétuos. São eles: Ir. Alison Humberto Furlan, cuja cerimônia realizou-se no dia 10 de fevereiro, em Ponte Serrada (SC); e os Irmãos Ronaldo Luzzi, Rafael Fagner Ferreira e Miguel Fernandes Ribeiro, que terão as cerimônias realizadas, respectivamente, nas datas de 14 de abril, em Itapejara D’Oeste (PR), 21 de abril, em Curitiba e 19 de maio, em Doutor Camargo (PR).

1. Irmão Alison 2. Irmão Ronaldo 3. Irmão Rafael 4. Irmão Miguel

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Radar Educação

PUCPR: passado, presente e futuro na excelência em educaçãoConfira a entrevista com o Prof. Waldemiro Gremski, Reitor da PUCPR

Em dezembro de 2017, o Reitor da PUCPR, Prof. Waldemiro Gremski, foi reconduzido ao cargo para estar à frente da Universidade no pe-ríodo de 2017 a 2021. Na cerimônia, realizada no Câmpus Curitiba, foram empossados também o Vice-Reitor, Vidal Martins; a Pró-Reitora de Graduação, Maria Beatriz Balena Duarte; a Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Paula Trevilatto, e o Pró-Reitor de Missão, Identidade e Extensão, Ir. Rogério Mateucci.

Com a dedicação deste grupo de trabalho, são grandes as perspec-tivas da PUCPR para os próximos anos. A equipe da revista Presença Marista entrevistou o Prof. Waldemiro a respeito dos avanços do seu último período de gestão e sobre os planos para o desenvolvimento da Universidade. Confira.

1. Presença Marista: No seu primeiro período de gestão (2013-2017), foram desenvolvidas várias ações buscando implantar mudanças na Universidade que se refletissem na modernização da sua atividade acadêmica e administrativa. Quais as principais conquistas?

Waldemiro Gremski: Tivemos profundas alterações na forma do ensino da graduação, área que foi prioridade absoluta no primeiro mandato. Hoje é uma atividade dinâmica, com a implantação de dife-rentes metodologias ativas de aprendizagem, com o aluno passando a ser um importante protagonista do seu processo de formação. Isso nos obrigou a realizar um trabalho intenso na preparação e adequa-ção de ambientes apropriados a essa metodologia e na formação dos professores, o que exigia não apenas adequação técnica, mas principalmente uma mudança de caráter cultural. O sucesso des-

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29se trabalho se deve, em grande parte, ao apoio e parceria de importantes instituições estrangeiras, coordenado pela Pró-Reitoria de Graduação. O projeto foi implantado em 2015 e hoje alcança toda a Universidade.

2. Presença Marista: Na graduação, uma das mudanças mais significativas foi a alteração dos Projetos Pedagógi-cos de Curso. Comente essa iniciativa.

Waldemiro Gremski: Com o compromisso de formar pro-fissionais preparados para enfrentar os desafios que a so-ciedade apresenta, a PUCPR decidiu alterar todos os seus PPCs (Projetos Pedagógicos de Curso) para um novo siste-ma: a formação por competências. Trata-se de um sistema construído no decorrer de 2017, em implantação a partir de 2018, que busca tornar os estudantes aptos a serem aprendizes autônomos por toda a vida, pela mobilização de saberes de forma integrada para poder resolver problemas que hoje ainda não são conhecidos.

3. Presença Marista: Quais as mudanças mais signifi-cativas na pós-graduação?

Waldemiro Gremski: Na pós-graduação stricto sensu trabalhamos nos últimos anos para tornar os programas mais assertivos nas suas linhas de pesquisa, com o cre-denciamento obedecendo a critérios de rigor, conforme indicadores internacionais, além da iniciação científica – ampliando seu espectro de alcance para dez modalidades. Além disso, a contratação de talentos será feita mediante a obrigatoriedade de publicação de editais internacionais, condição que deve ser adotada a partir de 2018 também para contratar docentes na graduação. Nesse contexto está a Agência PUC de Inovação, conduzindo ações relacionadas com o empreendedorismo, inovação e relação com setores da sociedade.

4. Presença Marista: A PUCPR está cada vez mais inter-nacional, sobretudo com os programas de intercâmbio e parcerias com outras universidades. Comente essa ideia de universidade global.

Waldemiro Gremski: A internacionalização está na es-sência de uma instituição que aspira atingir patamares equivalentes a uma universidade de classe mundial, como é o nosso caso. A PUCPR tem investido fortemente nesse pro-cesso. Hoje, oferece mais de 80 disciplinas do currículo nor-mal da graduação em inglês. É o English Semester, iniciativa

pioneira no Brasil, oferecida hoje em todas as escolas, que atrai um grande contingente de alunos estrangeiros de vários países da América Latina, Europa, Estados Unidos, como também da Ásia. Uma novidade é que a partir do se-gundo semestre de 2018, a universidade estará iniciando a oferta de uma nova modalidade de curso, que equivale ao Liberal Arts americano, em parceria com a Kent State Uni-versity, dos Estados Unidos. Denominado como American College, o curso, no total com quatro ou cinco anos, terá os dois primeiros sendo ministrados no Brasil totalmente em inglês, sob a responsabilidade dos professores da Kent University, e nos anos seguintes nossos alunos poderão completar o curso na universidade americana, nos Esta-dos Unidos, ou na PUCPR, com dupla diplomação. Essa será uma iniciativa absolutamente pioneira no Brasil, que certamente terá uma forte repercussão.

5. Presença Marista: Por fim, gostaria que o senhor ressaltasse os principais desafios e perspectivas para a PUCPR em 2018.

Waldemiro Gremski: A Universidade é uma instituição complexa de se administrar, tendo em vista sua enorme abrangência. Ela tem a ver com tudo o que diz respeito à educação, mas também a todas as demais áreas que constroem um país: o social, o econômico, o político, o ambiental. Por isso, um dos aspectos mais importantes é mantê-la atualizada, buscando estar à frente de seu tempo. Nesse contexto, deve contar com um cabedal de competências adequado a essa função. Outro desafio re-fere-se à missão e identidade. Somos uma Universidade Católica e Pontifícia, que pertence à Igreja, o que faz de nós uma Instituição com deveres de formar cidadãos iden-tificados com seus princípios, onde a ética, a solidariedade e o pluralismo sejam seu apanágio. Somos, além disso, uma Universidade Marista, tendo o Carisma de Marcelino Champagnat a nos guiar e inspirar. Com o objetivo de levar as crianças e jovens a também descobrirem e amarem a Deus, ele escolheu o caminho da educação. E nós, hoje, somos os responsáveis por este sonho de tornar Jesus conhecido e amado pelos jovens que procuram a PUCPR para sua formação. Queremos que eles não tenham ape-nas uma boa educação profissional, mas que saiam da nossa Instituição com uma formação em que estejam presentes valores e atitudes que façam deles cidadãos conscientes de seus deveres com o outro, conscientes de que eles estão aqui para servir.

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Radar Educação

DERC e DEAS fortalecem atuação em rede

As duas diretorias do Grupo Marista adotaram um novo modelo de go-vernança desde janeiro deste ano. Cada diretoria construiu um modelo próprio que converge com seus obje-tivos específicos, porém, com grandes características em comum. Os novos modelos têm como principal objetivo a excelência educacional.

Com mudança de modelo de gestão, a Diretoria Executiva da Rede de Colégios (DERC) e a Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS) têm maior sinergia frente a seus processos e posicionamentos

Diretoria Executiva da Rede de Colégios

A Diretoria da Rede de Colégios, antecipando-se às tendências e mu-danças no cenário educacional, mobilizou um estudo e revisão em seu modelo organizacional com o intuito de viabilizar a sustentabilidade de sua missão. Esse processo de revisão contou com olhares de diferentes profissionais que atuam no campo educacional, desenvolvimento or-ganizacional, políticas públicas e tecnologias. Os processos pedagógi-cos foram analisados em profundidade para a construção de um novo modelo de governança.

Cerca de 60 profissionais de diferentes áreas do Grupo Marista contri-buíram com suas impressões, analisando o cenário interno. Já a análise de tendências foi contemplada por entrevistas com profissionais da área de educação de outras 16 redes de colégios e de especialistas em educação de quatro países: Brasil, Finlândia, Singapura e Austrália. Todo o diagnóstico e análise dos ambientes interno e externo foram acompanhados por uma consultoria externa.

A proposta fortalece uma área voltada à expansão e gestão de projetos. Em termos educacionais, potencializa-se de forma mais estratégica a atuação da coordenação dos segmentos da educação básica. Há a inclusão no organograma de consultores de componentes curriculares (Matemática, Português, Química, etc.) para a qualificação do processo ensino-aprendizagem-avaliação, aprofundando e articulando as áreas do conhecimento.

Com a construção de objetivos de aprendizagem alinhados, materiais didáticos unificados e um processo avaliativo em rede, a DERC intensifi-ca o acompanhamento das aprendizagens dos estudantes, por meio de uma gestão educacional mais assertiva, baseada em uma organização pedagógica comum, que se transforma em vivências locais fortalecidas e também diversificadas pela mobilização criativa dos colégios.

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O novo modelo está sendo implantado em ondas, para que as boas práticas e experiências sejam replicadas até a to-talidade da Rede. Nos Colégios Santa Maria, Paranaense, Pio XII, São Luís, São Francisco, Frei Rogério e Marista de Criciúma, o novo modelo já está ativo. O modelo apresenta novos papéis no organograma: os diretores de Cluster. Eles atuam como facilitadores entre os colégios e a DERC, tanto no planejamen-to estratégico quanto no financeiro. Importante lembrar que ele não substitui o diretor do colégio, que continua sendo a referência da família.

De acordo com o Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos, diretor executivo da Rede de Colégios, as responsabilidades se alteraram para fortalecimento da Rede e para que o planejamento es-tratégico conte com um profissional de referência que responda e busque sinergias para um grupo de Colégios. “A visão não é mais segmentada. Os profissionais precisam ser pessoas Maristas, alinhadas com o mercado, com visão estratégica, conhecimento pastoral, pedagó-gico e de negócio”, afirma.

Ainda como novidade, houve a criação de um centro de formação denominado “Casa L’Hermitage”, inspirada na Casa de L’Hermitage fundada por Marcelino Champagnat. O objetivo é desenvolver os profissionais de forma personalizada, mantendo a identidade e o carisma Maristas vivos. Professores e coordenadores são prioridade para a formação no contexto de atuação para neste ano.

DERC e DEAS

A convite do diretor executivo da Rede de Colégios, Vanderlei Siqueira, a diretora executiva de Ação Social, Alessandra Horousko, acompanhou todo o caminho para ativação desse novo modelo organizacional. “Essa partilha e colaboração entre as diretorias e equipes faz com que a troca de insights e experiências seja muito rica. Além disso, caminhamos unidos em direção a uma mesma missão”, relatou Irmão Vanderlei. Alessandra e sua equipe adaptaram as boas práticas da Rede de Colégios para os objetivos específicos da Ação Social.

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Radar Educação

Diretoria Executiva de Ação Social

No novo modelo da DEAS, quatro diretorias regionais começaram a atuar de forma tá-tica e operacional junto às unidades sociais. Anteriormente, essa gestão era realizada diretamente pela diretora executiva Alessandra Hovorusko. Com esta nova estrutura, Alessandra passou a atuar de forma mais estratégica junto às diretorias de negócios e de educação, além das diretorias regionais.

Os diretores regionais atuam como uma ponte entre o executivo e o atendimento educa-cional, proporcionando suporte e desenvolvimento dos diretores das unidades, acompa-nhamento e gestão dos resultados de sua regional. Parcerias e captação de recursos na esfera pública e privada, apoiados pelo coordenador Rodolfo Schneider, também fazem parte do escopo desses diretores.

A estrutura e os fluxos passam a ser mais claros e a gestão, mais presente nas uni-dades. O objetivo principal da mudança é a qualificação educacional, contando com uma atuação mais focada e especializada de cada profissional. “O redesenho fez com que nossos as-sessores e analistas edu-cacionais estejam focados exclusivamente na sala de aula e nos processos edu-cacionais, o que se reflete positivamente na qualida-de de nosso atendimento. Além disso, o espírito de rede, a troca de boas prá-ticas entre as unidades e a gestão participativa vêm sendo potencializados”, afirma Alessandra.

O redesenho das duas di-retorias teve participação ativa das equipes, incenti-vando a corresponsabilização dos profissionais. A grande oportunidade de partilha não só entre unidades sociais e colégios, mas também entre diretorias, repassa ainda mais a identidade Marista, a sinergia e o engajamento dos profissionais.

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33Symplicity CSM: nova plataforma de gestão de carreiras da Católica de Santa Catarina

Instituição de ensino é a única do Brasil a ter essa ferramenta funcionando

Symplicity CSM, plataforma de gestão de carreiras da Católica de Santa Catarina

A Symplicity CSM (Career Services Manager) é a nova plataforma de gestão de carreiras da Católica de Santa Catarina, que tem como objetivo aproximar do mercado de trabalho cerca de 5 mil alunos da Instituição. A plataforma serve como um ponto para concentrar a divulgação das vagas oferecidas por cerca de 700 instituições parceiras da Católica de Santa Catarina. O estudante pode saber sobre todas as oportunidades abertas e as empresas têm mais facilidade para buscar profissionais quali-ficados para preenchê-las, pois têm acesso às informações completas do perfil e das competências dos candidatos.

De acordo com o vice-reitor da Católica de Santa Catarina, Sandro Vaz, essa tecnologia vai aumen-tar as chances de empregabilidade do aluno, pois as empresas conveniadas têm informações mais precisas sobre o perfil dos estudantes. Além disso, ele afirma que a plataforma gera estatísticas para saber como está o índice de inserção dos alunos no mercado de trabalho e as áreas com maior demanda. “Esses índices também ajudam a Instituição a adaptar sua matriz curricular para atender àquilo que o mercado procura”, afirma.

Além de aproximar os acadêmicos do mercado de trabalho, a tecnologia permite melhor relaciona-mento com os egressos da Instituição. A plataforma faz um mapeamento do perfil profissional dos alunos que se formam para oferecer cursos de extensão e pós-graduação de acordo com a demanda, para que continuem se qualificando e progredindo na carreira.

Acesse a plataforma: catolicasc-csm.symplicity.com

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Radar Educação

FTD Educação adquire nova máquina de acabamento para aumentar a produtividade da finalização dos livros

Para atender a um mercado extremamente exigente, que impõe prazos desafiadores e a entrega de produtos de ele-vada qualidade a um custo mais baixo a cada dia, os in-vestimentos em inovação tecnológica são indispensáveis e configuram-se em grande diferencial competitivo.

Ciente dessa realidade, no final de 2015 a FTD colocou soli-citações de ofertas para linhas integradas de acabamento, convidando os fabricantes desse tipo de equipamento a apresentarem suas melhores soluções, condizentes com o cenário e expectativa traçados pela editora. Após um lon-go período de estudos, que contemplou aspectos comer-ciais e técnicos do negócio e que incluiu também visitas

presenciais em gráficas no exterior, a editora optou pela compra da linha completa de acabamento da fabricante alemã Kolbus, cuja expertise já é conhecida e reconhecida pela equipe técnica da FTD. Pesou na decisão o know-how dos colaboradores, que desde maio de 2010 operam equi-pamento semelhante, do mesmo fabricante, e que em 2017 produziram, juntos, mais de 33 milhões de livros.

O processo de modernização prevê, também, a venda de duas antigas linhas de acabamento, mais simples e me-canizadas, que não mais respondem às necessidades da empresa, pois, além da baixa produtividade, precisam dos sistemas de segurança que evitam troca de páginas ou fa-lhas durante a aplicação de cola, que são recursos usuais dos equipamentos mais modernos.

A nova Kolbus trabalha com velocidade produtiva de 15 mil livros/hora e é composta por vários acessórios, entre os quais se destacam o dispositivo para colagem de CDs/DVDs nas capas dos livros e o dobrador de orelhas, que são recursos extremamente demandados para livros de literatura hoje em dia. Apresenta inovações como um sistema de aplicação

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de adesivo mais econômico, que reduzirá sensivelmen-te o consumo desse material. Destacam-se, também, a serra separadora para produção de livros de menor formato e o corte de lombada para livros em espiral, entre outras. Algumas operações, feitas em mais de um equipamento ou de forma manual, agora serão realiza-das em uma única passagem, em menor tempo e com menor desperdício.

“Essa foi uma solução voltada para a qualidade e para a economia de recursos”, diz Reginaldo Damasceno, diretor de Operações e Produção Gráfica. O novo equi-pamento chegará à gráfica no final de fevereiro e entrará em operação já no início de abril. “Certamen-te, assim que o equipamento entrar em operação, as diferenças no produto final serão perceptíveis”, finaliza Reginaldo.

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Iniciativa da DEAS, o “Ler e Escrever pra Valer” foi criado para que todos os alunos se apropriem da prática da leitura e da escrita

Em 2015, a equipe da DEAS (Diretoria Executiva de Ação Social) teve acesso a índices preocupantes de educan-dos dos Centros Sociais e Educacionais do Grupo Marista: muitas crianças chegavam ao terceiro ano do Ensino Fun-damental sem estarem plenamente alfabetizadas. O diag-nóstico foi feito mediante sondagens, levantamentos de dados, índices de aprovação e reprovação.

Diante do cenário, foi criado o projeto “Ler e Escrever pra Valer”, aplicado em todas as unidades que oferecem o En-sino Fundamental 1. Num primeiro momento, o objetivo principal era formar lideranças pedagógicas, como uma espécie de teia, que repassariam o conhecimento para os educadores. “Na época, foi constatado que, em média, 50% dos alunos chegavam ao 3° ano do Ensino Fundamental sem estarem capacitados à leitura e à escrita. Eles tinham conhecimento, mas não o esperado para o final do 3° ano”, comenta Carla Tosatto, responsável pelo projeto e pelas formações.

O primeiro passo foi estabelecer eixos norteadores. Com eles, trabalhar temas específicos que proporcionassem a melhoria no aprendizado dos alunos. Esses tópicos foram se modificando ou trazendo novos elementos, a partir da execução do trabalho. “Essa é uma formação contínua, permanente e que está pautada na reflexão constante da prática que acontece naquela escola. Os conteúdos da

Projeto aumenta índice de alfabetização de crianças nas unidades sociais

formação emanam da sala de aula, do que ali precisa ser ressignificado, transformado”, explica Carla.

Depois de traçadas as metas, a equipe pedagógica e alguns educadores participaram de formações. Com isso, práticas foram compartilhadas, métodos passaram a ser revistos e as ações foram executadas. Uma delas foi o incentivo à produção de texto, o que potencializou as práticas de leitura. Outra foi a implantação das bibliotecas de sala, um espaço criado na sala de aula, a partir do olhar do professor e dos alunos, para atender às especificidades da turma.

Após meses de trabalho, as quatro unidades que oferecem o Ensino Fundamental I alcançaram resultados significativos. “A partir do modelo criado, cada unidade trabalhou a seu tempo tudo o que foi planejado. Esse projeto ainda está em construção, mas tudo indica que estamos no caminho certo”, diz. Como continuidade do projeto desenvolvido para a Língua Portuguesa, agora a DEAS e as unidades sociais estão desenvolvendo novas práticas para o ensino da Ma-temática. Tudo o que está sendo feito tem como objetivo qualificar ainda mais o ensino nas unidades educacionais da Rede Marista de Solidariedade.

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37Confira os índices de alfabetização nas unidades desde 2015:

CEM Champagnat CEM Santa Mônica

CEM Lucia Mayvorne CEM São José

Os eixos norteadores do projeto foram essenciais para a formação da equipe pedagógica e educadores

› Formação de formadores: construindo lideranças pedagógicas

› Formação de professores: fortalecendo autorias

› Fortalecimento de comunidades leitoras: diálogos com o território

› De olho na projetualidade: imersão nas práticas sociais de leitura e escrita

› Implantação de bibliotecas de sala: um mundo de leituras e escritas na sala de aula

› Estabelecimento dos direitos de aprendizagem na área da Língua Portuguesa

› Revisão do currículo com vistas à Educação Integral em Tempo Integral

› Revisão do uso do livro didático com vistas à ampliação dos recursos, materiais, tempos e espaços de aprendizagem

› Avaliação e acompanhamento

› Registro e socialização de práticas: compondo memórias e aprendizagens

2017

90%

2016

75%

2017

91%

2016

84%

2015

72%

2017

82%

2016

56%

2015

48%

2017

90%

2016

85%

2015

80%

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Radar Educação

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TECPUC passa a ofertar graduação em formato EaD

Dez cursos são oferecidos em parceria com a PUCPR

Depois de um período de planeja-mento e na constante busca pela educação de qualidade e que aten-da às necessidades do mercado de

pais e alunos, o TECPUC começa 2018 reestruturado. No ano passado, a unidade buscou o desenvolvimento por meio de iniciativas construídas pela direção, equipe pedagógica, comercial e administrativa. Hoje, um dos grandes diferenciais do TECPUC é a oferta de cursos de graduação tecnológica na modalidade EaD (Ensino a Distância), em conjunto com a PUCPR.

Estão sendo oferecidos dez cursos tecnólogos em formato EaD: Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Gestão Hospitalar, Gestão Logística, Marketing em Mídias Digitais, Processos Gerenciais, Gestão Comercial, Gestão da Tecnologia da Informação e mais um curso inovador na área de Tecnologia da Informação que está em fase de validação.

Parceria entre TECPUC e PUCPR

Desde janeiro, o TECPUC passou a realizar suas atividades de forma integrada com a PUCPR. O curso técnico de nível médio (integrado) e a graduação em formato EaD fazem parte da estrutura da Universidade. “A partir de agora, nossa unidade tem uma estrutura física como uma Escola da universidade e o reporte se dá a uma diretoria de negócio, como ocorre também com um câmpus fora de sede”, explica Diogo Benke, diretor da unidade.

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Para iniciar um processo tão específico como o da graduação online, foi preciso um olhar e estudo específicos para que o projeto fosse adiante. Segundo Diogo, segmentar o processo em diversas escolas não traria bons resultados, pois a ação seria pulverizada. “Resolveu-se focar em uma área de negócio que já está consolidada, que tem uma característica para o ensino tecnólogo muito próxima ao ensino técnico, por isso, a escolha do TECPUC para oferecer mais essa modalidade de ensino, que é inovadora, no Paraná”, comenta.

Além disso, a união das instituições favorece o aprendizado dos alunos. “O ensino de ponta, a pesquisa, a sinergia com os laboratórios e as áreas comuns da Universidade propiciam que nossos estudantes estejam em contato com tecnologias e metodologias de ponta”, diz Diogo.

Novo modelo de ensino técnico de nível médio

Também seguindo uma tendência de mercado, o TECPUC criou uma nova matriz curricular para o curso técnico de nível médio (integrado), que está sendo aplicado em 2018. Anteriormente, duas disciplinas com propostas muito semelhantes eram ofertadas separadamente, para cursos diferentes. Com a união das matrizes foi possível unificá-las, suprindo as necessidades de alunos de cursos diferentes.

Com isso, o ensino ficou mais orgânico. Segundo Diogo, os principais objetivos do TECPUC para este ano são a consolidação da graduação em formato EaD, o bom funcionamento do novo modelo de ensino técnico de nível médio e a criação de um modelo de ensino técnico em formato EaD para 2019.

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Radar Educação

Novo conceito de biblioteca na Rede Marista de ColégiosEspaços adaptados incentivam a leitura dos alunos Maristas

Uma das premissas da Rede Marista de Colégios é estar sempre atenta às tendências do mundo educacional, sobretudo quando o assunto é o incentivo à leitura. Para garantir a excelência em todas as suas unidades, os Colégios de toda a Rede têm reformulado as suas bibliotecas para que se tornem ainda mais inovadoras, permeadas por tecnologias e diferentes linguagens.

De acordo com Caroline Serqueira, da Diretoria Executiva da Rede de Colégios, as bibliotecas deixaram de ser apenas lugares de empréstimo de livros. Hoje são espaços mais integrados aos processos de aprendizado. “O movimento que estamos fazendo é de expansão do uso da biblioteca, criando espaços mul-tifuncionais que podem compor ambientes informais de leitura, com mesas coletivas e paredes exclusivas para projeções”, afirma. Além disso, estamos trabalhando em parceria com a FTD para a composição dos acervos, divulgação de lançamentos, disponibilização de conteúdos digitais e livros, que podem ser lidos no tablet e Kindle ou em outros suportes tecnológicos.

Uma das bibliotecas reformuladas foi a do Colégio Marista Glória, em São Paulo. O espaço passou por uma reforma em 2017 e foi batizado com o nome do Ir. Leonardo, um Irmão Marista que deu aulas no Glória por muitos anos e sempre prezava pelos cuidados com a biblioteca. Com as mudanças, agora os alunos podem desfrutar de espaços individuais de leitura, local exclusivo para con-tação de histórias e mobiliários mais modernos e ergonômicos. Além disso, foi ampliada a sua capacidade tecnológica para atender à demanda dos alunos.

Biblioteca Ir. Leonardo, do Colégio Marista Glória

Valéria Aparecida Cordero dos Santos, bibliotecária do Glória, ficou muito feliz com o resultado da reforma e explica que essa mudança é algo que altera completamente o modo como os alunos se relacionam com os livros. A novidade começa logo na entrada da biblioteca. Antes havia apenas uma porta. Agora, com as portas laterais abertas, o acesso ao mundo dos livros e da leitura ficou muito mais fácil. Também foram colocadas mesas em formato arredondado, que possibili-tam o trabalho colaborativo, e foram disponibilizados notebooks em vez de desktops para a maior mobilidade. Há ainda uma vitrine com os livros da FTD para que os alunos possam conhecer as obras feitas pela editora.

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Ricardo e Cláudia, bibliotecários que apoiaram a estruturação da biblioteca do

novo Colégio Marista Anjo da Guarda

Ricardo Tomasiello Pedro, bibliotecário do Colégio Marista Arquidioce-sano, afirma que a mudança nas bibliotecas da Rede de Colégios não é somente na estrutura, mas na própria função que os bibliotecários exer-cem. Eles devem estar cada vez mais inseridos no processo de ensino e aprendizagem, em contato direto com o professor de Língua Portuguesa e na organização de atividades.

“A biblioteca do Arqui é uma das mais antigas da cidade de São Paulo e nós temos uma responsabilidade muito grande de mantê-la, por seu valor histórico”, explica. Esse cuidado, porém, não os impede de adaptar os espaços às necessidades informacionais dos alunos e às suas faixas etárias. Ricardo percebe que as bibliotecas do Arqui para os adolescentes e jovens agora são pontos de encontro e um local para debater e trocar ideias. “Eu noto também que os alunos gostam de participar das decisões sobre o espaço escolar e acho que podemos ouvi-los para que se sintam parte da unidade”, afirma.

Cláudia Borinelli é bibliotecária do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba. Ela comenta que o trabalho dela é bastante dinâmico e integrado com projetos pedagógicos dos professores. Ela dá apoio na realização de contação de histórias e também em atividades de troca de livros, como o Santa Troca, pelo qual os alunos se permitem indicar leituras aos colegas. Em relação aos espaços, Cláudia afirma que as bibliotecas do Santa são convidativas para o desenvolvimento da leitura e que esse aspecto é fundamental para a realização do trabalho.

Às vésperas da inauguração do Colégio Marista Anjo da Guarda, em Curitiba, Cláu-dia e Ricardo foram apoiar a estruturação da biblioteca da nova unidade. “Com a nossa experiência já estamos visualizando como esse espaço pode ficar ainda mais convida-tivo para os alunos que vão chegar”, afirma Ricardo. Cláudia explica que o apoio também contou com uma análise do acervo, que será disponibilizado tanto na qualidade de con-teúdo quanto nos aspectos físicos dos livros. Com esse trabalho conjunto, mais uma uni-dade Marista estará adaptada ao novo concei-to de biblioteca da Rede de Colégios, que, por sua vez, formará os novos leitores do Brasil.

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Radar Saúde

Diretor do Hospital Marcelino Champagnat está entre os 100 mais influentes da saúde

André Garcia assume a direção do Hospital Universitário Cajuru

O diretor-geral do Hospital Marcelino Champagnat (HMC), José Octávio da Silva Leme Neto, foi eleito um dos 100 brasileiros mais influentes no ramo da saúde em 2017. Em 15 de março, ele será um dos cinco homenageados na categoria Projetos de Humanização no encerramento da feira South America Health Exhibition (SAHE), em São Paulo.

“O prêmio 100 Mais Influentes da Saúde está em sua sexta edição e, atualmente, é considerado o Oscar da saúde. Nele, são homena-geados empresários, diretores, presidentes, C-levels de hospitais, empresas, indústrias, operadoras e demais vertentes do setor. É um prêmio que abrange toda a comunidade da saúde”, explica Carla de Paula Pinto, editora do Grupo Mídia, que promove a premiação.

Para Leme Neto, a indústria da saúde tem conquistado relevância cada vez maior nos cenários econômico, político e social do Brasil. “Com este reconhecimento, temos cada vez maior responsabilidade na construção e transformação do sistema de saúde brasileiro, em busca da sustentabilidade, da prevenção, promoção e prestação de serviços de saúde, da garantia da qualidade e segurança assistencial e da transformação da experiência de nossos clientes”, diz.

Destaques

Em 2017, o HMC foi incluído no ranking das me-lhores instituições de saúde da América Latina, segundo a AméricaEconomía Intelligence. Ape-sar da conjuntura econômica desfavorável, com reflexos diretos no mercado da saúde privada, o hospital superou as metas operacionais, assis-tenciais e econômicas estabelecidas. A revisão do Planejamento Estratégico da Área da Saúde do Grupo Marista firmou a base para o futuro da Instituição. “Esses resultados se devem ao con-ceito de nossa marca, à solidez do Grupo Marista e à força e qualificação de nossas equipes de profissionais”, afirma Leme Neto.

Depois de um longo período na área corporativa do Grupo Marista, André Garcia tem um novo desafio profissional: estar à frente do Hospital Universitário Cajuru. Depois de três anos e meio na Diretoria do Centro Marista de Serviços (DCMS) e mais seis anos na Diretoria Executiva da Rede de Colégios (DERC), o diretor assumiu a direção da unidade em fevereiro.

Vários projetos ligados ao Planejamento Estratégico da área da saúde já vinham sendo executados pelo antigo gestor, June Cruz, e o foco de André é dar conti-nuidade a esse trabalho. “Algo importante para destacar na última gestão foi a preocupação com a ambientação do hospital, a criação do jardim e a colocação de adesivos de identificação nas alas. Os colaboradores escolheram as cores dos ambientes e isso deu um sentimento grande de pertença, o que contribui para a melhoria do ambiente de trabalho. As pessoas estão felizes e vou me dedicar

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43Projeto Cajuru Humanizado fica entre melhores iniciativas de empreendedorismo social

O projeto de humanização do Hospital Universitário Cajuru esteve entre os finalistas da 11ª edição do Prêmio Ozires da Silva de Em-preendedorismo Sustentável. A indicação é uma conquista do hospital com o Programa Cajuru Humanizado, que faz parte do Planejamento Estratégico da Área da Saúde e busca tornar a Instituição referência nacional em humanização e reforçar o Carisma Marista.

Entre as ações do projeto estão a reestruturação de áreas internas do hospital e a repaginação de setores da Instituição, fazendo com que intervenções artísticas tragam mais leveza à estadia dos pacientes e de seus familiares.

Com o novo Setor de Humanização – que integra serviços de pastoral, humanização, voluntariado e equipe multiprofissional – e dois jardins internos (para convivência e terapia), o Hospital Universitário Cajuru tem o intuito de agilizar e ampliar o cuidado e a atenção aos pacientes, além de deixar colaboradores e voluntários ainda mais próximos das pessoas internadas e atendidas pela Instituição.

Promovido pelo Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE) e pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), o prêmio busca identificar iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável da sociedade, estimulam a competitivi-dade empresarial e incentivam a produção científica, contribuindo para a melhoria de vida de milhares de brasileiros. A categoria Empreendedorismo Social, da qual participou a iniciativa do HUC, é voltada a projetos de promoção da cidadania e dos direitos humanos, soluções para problemas sociais, reversão da miséria, redução da pobreza e campanhas sociais e pastorais. A premiação ocorreu em 7 de fevereiro.

para que isso permaneça. A questão visual mexe com as pessoas, faz com que todos se preocupem em cuidar e manter os espaços. Essa é uma das bases do projeto de humanização”, conta.

E esse olhar para as pessoas é uma das grandes preo-cupações do diretor. “Uma das minhas prioridades será com o cuidado da vida e a dignidade dos pacientes e de quem cuida deles. Uma equipe satisfeita produz melhores resultados. E, para isso, vamos buscar forma-ções e o aprofundamento do Carisma Marista, que é fundamental no processo de humanização. Outro pon-to-chave é fazer com que os colaboradores do hospital sejam ouvidos e participem ativamente das atividades, sugerindo, propondo e encontrando respostas”, explica.

Outros pontos serão prioridade na gestão de André: o controle da infecção hospitalar; a expansão das oportunidades de atuação da Escola de Medicina, agregando valor, e o aumento da participação de outras escolas da universidade no hospital. “Como hospital universitário, um dos objetivos é fazer com que os alunos e pro-fessores da PUCPR possam aumentar e aprofundar a realização de estudos e pesquisas”, diz.

Também baseado no planejamento estratégico, André quer apro-fundar a integração operacional com o Hospital Marcelino Cham-pagnat. “Vamos manter a identidade e o posicionamento de cada unidade, mas trabalhando em sinergia”, destaca. Todas as ações propostas tendem a manter a sustentabilidade do hospital. “Deve-mos manter o foco para aumentar os recursos, além de sustentar e fidelizar nosso posicionamento na sociedade”, finaliza.

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44 . R E V I STA Presença Marista

24 horas em Chapecó

Ecoparque

O local mais indicado para fazer um passeio ou pra-ticar exercícios em Chapecó é o Ecoparque. O espaço oferece aos moradores da cidade e aos visitantes aca-demia aberta, parque infantil, palco de apresentações, anfiteatro e coretos.

Entre as atrações ambientais encontram-se grandes eucaliptos, um riacho e uma lagoa. Após a reforma feita em 2014, o Ecoparque ganhou sinalização e iluminação adequadas para utilização noturna pela comunidade. Isso garante parque cheio no início da manhã e no entardecer, com a presença dos pratican-tes de caminhadas e corridas. O Ecoparque está aberto à comunidade das 6h às 21h.

ChapecóOs encantos de

Confira os melhores destinos e não deixe de conhecer o município!

A bela Chapecó está si-tuada no oeste de Santa Catarina. Os moradores

têm muito orgulho da sua cidade e contribuem, dia a dia, para man-tê-la como um dos grandes polos do Estado. O Grupo Marista está presente em Chapecó com o Colé-gio Marista São Francisco e com o Programa Vida Feliz.

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24 horas em Chapecó

Monumento “O Desbravador”

Foi inaugurado em 25 de agosto de 1981 com o objetivo de homenagear os primeiros desbravadores que colonizaram e construíram a cidade. Criado pelo artista plástico Paulo de Siqueira, mostra a figura de um gaúcho empunhando um machado, simbolizando o trabalho. Na mão esquer-da possui um louro, simbolizando a conquista e a vitória. O monumento tem 14 metros de altura, 5,7 metros de lar-gura e pesa nove toneladas. A obra é um cartão de visitas e ponto de identificação da cidade. Na base do monumento está o Memorial Paulo de Siqueira.

No espaço é possível encontrar algumas das inúmeras obras do artista plástico, pintor, escultor, paisagista e ceramista homenageado pelo memorial. Seu acervo é relativamente reduzido, se comparado à totalidade da gi-gantesca obra do autor. São encontradas, também, fotos e informações sobre parte da obra do artista, espalhadas pelos três Estados do sul do país, na Argentina e Paraguai.

Catedral Santo Antônio

A Paróquia Santo Antônio de Chapecó foi criada por Dom Daniel Hostin, Bispo de Lages, em 13 de junho de 1931. A escolha do nome da catedral deu-se pela passagem do sétimo centenário da morte de Santo Antônio de Pádua.

A primeira matriz da paróquia, construída em madeira, foi destruída no famoso incêndio criminoso da noite de 4 para 5 de outubro de 1950, do qual sobrou somente a torre. A nova catedral foi idealizada pelo Frei João, vigário de Chapecó, e arquitetada por Cristiano Betamim. Vista do alto, a Catedral possui formato de cruz. Atrás da Catedral há uma gruta em pedra com imagens de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora das Graças, onde diariamente inúmeras pessoas fazem orações.

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Arena Condá

Dificilmente quem visita Chapecó deixa de conhecer a Arena Condá. O espaço foi inaugurado em 24 de janeiro de 1976 e chamava-se Estádio Regional Índio Condá. Em 2008 precisou ser demolido para ampliação e construção da Arena Condá, no mesmo local. A Arena está localizada no centro da cidade, próximo ao Ginásio de Esportes Ivo Silveira e do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em frente ao Colégio Marista São Francisco. Com as modificações, tem capacidade para 25 mil pessoas, sendo um dos maiores estádios de futebol de Santa Catarina. Os moradores da cidade têm muito orgulho do seu time e do estádio e fazem questão de demonstrar isso lotando a Arena Condá em todos os jogos disputados pela Chape-coense. Ao lado da Arena Condá, os turistas encontram a loja oficial com produtos do time de futebol.

A Arena está localizada no centro da cidade, próximo ao Ginásio de Esportes Ivo Silveira e do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em frente ao Colégio Marista São Francisco

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24 horas em Chapecó

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Vale do Rio Uruguai

Na descida da serra da SC-480, com ótima vista para o Rio Uru-guai e ponte de divisa com o Es-tado do Rio Grande do Sul, o Vale do Rio Uruguai, no Distrito de Goio-En, proporciona bela paisa-gem que pode ser vista ao longo da serra ou pelo mirante. Fica a aproximadamente 15 quilôme-tros do centro da cidade.

Os visitantes que percorrem a es-trada de acesso às comunidades de Alto Capinzal e São José do Capinzal encontram a paisagem rústica, exuberante, que nos leva por caminhos que serpenteiam as curvas do Rio Uruguai, onde se tem a impressão de estar em um local mágico que vivenciou parte da história dos primeiros mora-dores de Chapecó, dos balseiros, do ciclo da madeira. Descendo pela estrada de chão encontra-se um refúgio onde o turista pode observar e apreciar a beleza do Vale. Dependendo do clima e do horário, poderá ver os primeiros raios de sol nascendo em meio à névoa que paira sobre as águas e que mais parece um algodão envolvendo todo o Vale.

Também no Vale do Rio Uruguai, os turistas podem se divertir com passeios de quadriciclo, de jipe, além de terem a oportunidade de desfrutar a linda paisagem des-cendo por uma tirolesa.

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Dica Cultural

Tour virtual 360 graus permite uma viagem online incrível

Visite a Capela Sistina e a Praça São Pedro sem sair de casa

Q uer conhecer a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro sem sair de casa? Basta acessar o site oficial do Vaticano (vatican.com/tour) e embarcar nessa

viagem. O 3D Virtual Tours é uma experiência inovadora, baseada em tecnologia de ponta, que reflete a atmosfera do Vaticano respeitando suas co-res, formas, simetria, tamanhos, composições e proporções. Tan-to na Capela Sistina quanto na Basílica de São Pedro é possível fazer o tour guiado (em inglês) ou no autocomando, de ma-neira autônoma, para que você possa analisar como preferir todos os detalhes dos locais.

Capela Sistina

A Capela Sistina situa-se no Palácio Apostólico, que é a residência oficial do Papa no Vaticano. Sua arquitetura é muito famosa, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos foi pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Mi-chelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli.

Um dos atributos mais notáveis da Capela Sistina é seu teto, que foi pintado por Miche-langelo. O artista demorou quatro anos para terminar esse trabalho, que é um dos mais importantes da História da Arte. Cerca de 20 mil pessoas passam pela Capela Sistina a cada ano. Hoje é também o local onde se realiza o conclave, processo pelo qual um novo Papa é escolhido.

Basílica de São Pedro

A Basílica de São Pedro é um dos locais mais visitados do cristianismo. Possui área de 23 mil metros quadrados e é ca-paz de receber mais de 60 mil devotos. Localizada na Praça de São Pedro, que fica no Vaticano, a Basílica é o edifício mais proeminente do local e conta com 340 estátuas que servem de adorno. A maio-ria das cerimônias papais é realizada nesse local.

Não deixe de reparar na grande e impo-nente cúpula projetada por Michelan-gelo. Ela pode ser vista de longe. Exis-tem muitas obras de arte na Basílica. Uma das mais famosas é “A Piedade”, também de Michelangelo, que atrai milhares de visitantes todos os anos. A escultura de mármore é uma das máximas expressões do artista.

Acesse vatican.com/tour e aproveite a visita!

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Na Mídia

HOSPITAL MARCELINO ESTÁ ENTRE OS MELHORES DA AMÉRICA LATINA

O Hospital Marcelino Champagnat (HMC) está pela primeira vez entre os melhores hospitais e clínicas da Amé-rica Latina, de acordo com o ranking da AméricaEconomía Intelligence. A notí-cia foi publicada na Gazeta do Povo, em 19 de novembro de 2017.

POSSE DA REITORIA DA PUCPR É DESTAQUE NA GAZETA DO POVO

O reitor da PUCPR, Waldemiro Gremski, foi reconduzido ao cargo em 14 de dezembro de 2017 para estar à frente da Universidade no período de 2017 a 2021. Na soleni-dade de posse, ocorrida no Câmpus Curitiba, também foram empos-sados o Vice-Reitor, Vidal Martins; a Pró-Reitora de Graduação, Maria Beatriz Balena Duarte; a Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inova-ção, Paula Trevilatto; e o Pró-Reitor de Missão, Identidade e Extensão, Ir. Rogério Renato Mateucci. A pos-se foi destaque na coluna social de Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo.

ANEC DIVULGA PROJETO TERRITORIAR

O lançamento do Documentário “Ter-ritoriar: Ambientes Educativos Ins-piram Novas Aprendizagens” e dos livros “Relatório de Percurso Formati-vo” e “Registro Fotográfico”, realizado pela Rede Marista de Solidariedade (RMS), por meio do Centro Marista de Defesa da Infância (CEDIN), foi desta-que no portal da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), no dia 28 de novembro de 2017.

NÚCLEO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO COLÉGIO MARISTA CRICIÚMA É DESTAQUE NO SITE NOTISUL

Fábio Machado Fernandes, colaborador de Educação Física do Colégio Marista Criciúma, escreveu para o site e destacou o esporte como uma atividade eficaz para auxiliar na constituição de valores individuais e sociais, que contribui para as relações humanas das crianças e adolescentes. O texto foi publicado em 22 de fevereiro de 2018.

PREMIAÇÃO DE ALUNOS DO COLÉGIO SANTA MARIA

Os alunos do Colégio Marista Santa Maria estão entre os vencedores do 1º Concurso Estadual de Produção de Material Audiovisual sobre Drogas. O curta-metragem “Falsa Esperança” foi produzido em 2017 pelos alunos da pri-meira e da segunda série do Ensino Mé-dio, dentro do tema “Drogas: Prevenção é o Caminho”. O assunto foi destaque no jornal Metro do dia 5 de dezembro de 2017.

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JORNAL A NOTÍCIA DESTACA A INAUGURAÇÃO DA CAPELA DA CATÓLICA DE SANTA CATARINA

A revitalização da área faz parte das obras de restauro do complexo histórico no centro da cidade. No espaço, que hoje abriga o centro universitário, funcionou a Meta-lúrgica Wetzel durante quase um século. O local está aberto à cele-bração de missas e poderá ser fre-quentado por toda a comunidade.

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Espiritualidade

O ano do Laicato na Igreja e na Província Marista Brasil Centro-SulLeigos e Leigas participaram do encontro Caminheiros para conhecer a Praça da Vida Marista

E m novembro de 2017, a Igreja Católica realizou a celebração que marcou o início do Ano do Laicato. O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos Leigos e

Leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino”, e o lema: “Sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). O Bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, foi designado como presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato.

A iniciativa vem ao encontro do Plano Provincial do Laicato, que começa a ser desenvolvido no Setor de Vida Consagrada e Laicato: a Praça da Vida Marista e que leva esse nome por querer ser um lugar de acolhida, no qual se celebra a tradição e se projeta o futuro de Irmãos, Leigos e Leigas, juntos na Missão e no desenvolvimento do Carisma Marista.

Para entender como funciona o itinerário da Praça da Vida Marista, Leigos e Leigas foram convidados a participar do encontro Caminhei-ros no mês de dezembro de 2017. “Com isso, demos início a um novo ciclo da Vocação Laical Marista”, comenta João Luis Fedel Gonçalves, responsável pela área do Laicato na Província Marista Brasil Centro-Sul.

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A Praça está inserida em uma realidade social, eclesial e institu-cional e a entrada se dá por grupos e comunidades que se reú-nem a partir do Carisma Marista, tais como MChFM (Movimento Champagnat da Família Marista), Laicato Jovem, grupos laicais, entre outros.

Existem também os grupos que participam das experiências for-mativas, como o Vivemar e o Violetas, e que podem ser desper-tados a colaborar para um processo rico de possibilidades e com diferentes níveis de aprofundamento e adesão. “A proposta do itinerário é que todos façam o caminho juntos, cada pessoa na sua perspectiva”, explica João.

Segundo ele, a Vocação Marista é um dom para a Igreja. “Leigos e Leigas são chamados a ser Igreja reconhecendo que o dom vem a partir dos Irmãos. O futuro nos pede união e comunhão entre Irmãos e Lei-gos para levarmos adiante o Carisma Marista”, explica.

Todas as ações da Praça da Vida Marista estão focadas em cinco ele-mentos estruturantes: Seguimento de Jesus, Eclesialidade, Missão, Fraterni-dade e Espiritualidade.

O que é um Leigo?

Os Leigos são os cristãos batizados que não estão ligados como membros às Sagradas Ordens, ou seja, os que foram incorporados a Cristo pelo Batismo, que formam o Povo de Deus e que participam da função sacerdotal, profética e régia de Cristo.

Os cristãos Leigos estão na linha mais avan-çada da vida da Igreja. Devem ter uma cons-ciência clara não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem e sentirem com a Igreja”, isto é, a comunidade dos fiéis na terra em unidade com o Santo Padre, o Papa, e em

comunhão com seus Bispos. Juntos, como a Igreja.

Ano do Laicato

O Ano do Laicato tem como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos Leigos e Leigas no Brasil; aprofundar sua identidade, vocação, espiri-tualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

Pretende ainda: “Dinamizar o estudo e a prática do documento 105, que estabelece: ‘cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na sociedade’ e demais documentos do magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos Leigos e Leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n° 497a), como ‘sal, luz e fermento’ na Igreja e na sociedade” (Fonte CNBB).

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Vida de Irmão

Irmão Sadi Cella segue os ensinamentos de Champagnat e tem como objetivo principal ajudar na construção de um

mundo mais justo e igualitário

A felicidade dos jovens como meta de vida

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A judar no processo de construção do projeto de vida dos jovens. Esse pensamento move, todos os dias, o Irmão Sadi Cella a cum-

prir sua missão como um Marista de Champagnat. Vocacionado há mais de 28 anos, Sadi tem uma trajetória marcada por bons exemplos e pessoas que contribuíram a atuar hoje com os jovens.

Desde a infância, aprendeu com os pais e Irmãos os valores humanos e cristãos, sobretudo a cultura, o amor ao trabalho, o respeito, o silêncio introspectivo e a vida cristã orante.

A vida familiar era simples e laboriosa na Colônia Cella, em Chapecó (SC). Os dias eram ocupados pela convivência familiar no trabalho da lavoura e com animais. Também havia os momentos de escola, oração noturna, catequese e grupo de jovens, culto semanal (domingos de manhã) e futebol com os primos e amigos.

Sadi passou a ter contato com os Irmãos quando iniciou seus estudos no Colégio Marista São Fran-cisco. “Fiz o 1º e o 2º ano do Ensino Médio. Concluí o 3º ano no Colégio Marista São Luís, de Jaraguá do Sul, já como formando à vida Marista”, conta.

A identificação com o Carisma e com os ensinamen-tos de Champagnat no colégio foram imediatos, graças à presença significativa dos Irmãos. “O Irmão Diretor da época nos dava palestras interessantes sobre as realidades da vida; já os Irmãos Angelo Gazzi e Afonso Heck permeavam suas aulas de His-tória e Biologia com uma maestria incomparável, trazendo significação de vida para tais momentos, e que a mim marcavam e calavam fundo. Não se tratava só de ciência pura, mas havia ‘algo mais’. A presença de Deus neles era nítida”, conta.

Já como Irmão Marista, Sadi Cella atuou durante vários anos como formador de vocacionados, vice-diretor do Co-légio Marista São Luís, além de se dedicar em Ji-Paraná (RO) e Porto Velho (RO) a atividades voltadas aos Leigos e Leigas e à formação da vida Marista na Amazônia. Toda essa bagagem o fez olhar com mais profundidade os di-lemas e a preocupação dos jovens.

Hoje à frente do programa Vida Feliz, em Ribeirão Preto (SP), e atuando como diretor Institucional do Ensino Médio e Fundamental II do Centro Educacional Marista Ir. Rui, ele destaca a importância da educação e orientação para as juventudes. “O mundo, ao mesmo tempo em que oferece muitas opções aos jovens, também os deixa inseguros frente à essência de suas vidas. Não lhes oferecem nada ou oferecem excesso de coisas, mas não lhes proporcionam sentido de vida, e este está profundamente relacionado com a vocação. É aí que programas como o Vida Feliz en-tram para dar um pequeno suporte de esperança a tantos jovens que buscam sentido de vida e serem úteis para o bem da humanidade”, diz.

A felicidade dos adolescentes dá vigor ao Irmão e o incen-tiva a continuar levando o sonho de Champagnat adiante. “Gosto de trabalhar, viver e conviver com adolescentes e jovens. Eles trazem vida e desejo vibrante de convivência e de busca de sentido da existência, da vocação”, diz.

O que um dia fez com que o Irmão entendesse seu sentido de vida como vocacionado continua sendo seu lema de vida e serve de exemplo para que os adolescentes bus-quem ser protagonistas de suas vidas, com base nos valo-res humanos. “Sou uma pequena ferramenta na busca de qualidade de vida desses jovens. Decidi fazer parte da vida Marista porque sempre sonhei com um mundo melhor, mais justo e igualitário, tendo as ciências e a presença de Deus como pontos marcantes na realização humana. E vejo isso acontecer de diversas formas”, finaliza.

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Viva + Valores

A Missão Marista retratada por um novo olhar

Setor de Pastoral produz série de vídeos que mostra como pessoas tiveram suas vidas transformadas por meio dos ensinamentos de Marcelino Champagnat

A Missão Marista acontece de diversas formas, todos os dias, nas unidades sociais, colégios, hospitais e univer-sidade. Os ensinamentos de Marcelino Champagnat,

que duram mais de 200 anos, perpetuam-se por meio de nossos gestos, ações e atitudes.

Mas, para algumas pessoas, o Carisma chegou a transformar o modo de agir e pensar. Suas vidas foram modificadas quando tiveram contato, seja como aluno, educando ou colaborador, com a vivência de valores como amor ao trabalho e espírito de família.

Retratar as histórias de vida dessas pessoas e de que forma a Missão Marista pode contribuir para a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário inspirou o Setor de Pastoral a produzir a série intitulada “Retratos de uma Missão”.

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Produção da série de vídeos

Para produzir os vídeos, o Setor de Pastoral contou com a colaboração das equipes das Unidades Maristas, que enviaram relatos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas por meio da Missão. Todas as Frentes de Missão vão participar do projeto. “Fizemos uma leitura de todas as histórias enviadas e encontramos pessoas comprometidas com o Carisma”, explica Mariel Mannes, um dos responsáveis pelo projeto.

Parte dos vídeos já está pronta e as gravações devem ser finalizadas no mês de abril. Mais do que uma simples história sendo contada, os vídeos inspiram reflexões sobre como age um Marista. “Percebemos muita verdade e sentimento em cada pessoa que encontramos para fazer as gravações. Existe um sentimento de gratidão e a vontade de fazer com que os ensinamentos de Champagnat cheguem a todos”, conta Mariel.

E tal fato tem sido notado quando o material é apresentado para grupos de gestores. Muitos têm se surpreendido com a riqueza de detalhes e com a sensibilidade do material. “A discussão que acontece após a exibição de um dos vídeos traz à tona a maneira como conduzimos nosso trabalho, como é nossa relação com o Carisma Marista e o que almejamos para o futuro”, complementa.

O lançamento da série de vídeos está previsto para o mês de junho, em evento organizado pelo Setor de Pastoral e Comunicação Institucional. “A ideia é que, após o lançamento, o material seja disponibilizado por todos os colabo-radores em momento de formação, reuniões ou em dias programados para planejamento nas unidades”, finaliza. Os vídeos mostram que bons exemplos podem propagar a transformação e a vivência diária dos valores Maristas.

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Voluntariado

Marista em Missão na Austrália

Jovem Marista dedica-se à Missão trabalhando com a PJM

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Você também pensa em atender à Missão Marista por meio do voluntariado internacional? Se quiser dar o

seu “sim” para esta experiência, entre em contato pelo e-mail: [email protected]

O Programa de Voluntariado Internacional do Grupo Marista tem sido uma experiência rica para aqueles que, no seu discernimento, deci-

dem dedicar um período da sua vida a serviço da Missão Marista. O jovem Matheus Alessandro Silva, ex-aluno Marista, de 23 anos, embarcou desde março de 2017 rumo a Melbourne, na Austrália, para dar início à sua trajetória no voluntariado internacional.

Atualmente, ele exerce atividades junto à PJM do Centro Marista de Melbourne, auxiliando os demais colaborado-res e Irmãos na evangelização de crianças e jovens, do jeito de Maria. De acordo com Matheus, sua vida mudou completamente e nada mais é como antes. Hoje ele está vivendo do outro lado do mundo, trabalhando com jovens, desenvolvendo projetos pastorais de formação, com encontros, reuniões e festivais. “Tenho ótimos ami-gos morando na mesma casa, que me ajudam e me inserem cada vez mais em suas vidas, sua cultura e me fazem crescer como pessoa”, afirma.

Além da experiência na Austrália, Matheus também teve a oportunidade de conhecer algumas obras Maristas pelo Timor-Leste. Lá ele foi muito bem acolhido por 15 dias em duas comunidades distintas. “Foi o suficiente

para me apaixonar pelo país”, explica. Na primeira comunidade ele teve oportunidade de conviver com o Ir. Lécio, da Província Marista Brasil Sul-Amazônia, e com um australiano. Trabalhou como professor de inglês, português e violão; pôde partici-par em atividades da comunidade e da Igreja, promovendo brincadeiras nas ruas com crianças e jovens. Na segunda co-munidade, teve a oportunidade de conviver por algum tempo com dois Irmãos australianos e com o Ir. Pedrinho Tambosi, também do Grupo Marista, que há muitos anos está em Missão naquelas bandas.

Para Matheus, o voluntariado é uma experiência que pode e deve ser feita por todos aqueles que têm paixão pela vida Marista e nutrem a vontade de prestar um serviço humanitário.

“Não importa se é na América do Sul, Europa, África, Oceania… todos os lugares têm pessoas precisando de auxílio, basta que a gente entenda isso e busque meios de ajudá-las”, explica. Inicialmente, Matheus tinha vontade de ser jogador de futebol, mas, com o passar do tempo, foi entendendo que seu propósito de vida era ser voluntário, aprender com o próximo, crescer e evoluir como ser humano. “Finalmente entendi que às vezes os planos mudam, os sonhos mudam e temos que nos reinventar sempre”, finaliza.

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Sinergia

A Católica de Santa Catarina adotou um novo sistema para garantir mais si-nergia entre os cursos oferecidos nas modalidades presencial e a distância. As graduações passaram a ser ordenadas em seis escolas: Escola de Arquitetu-

ra e Design, Escola de Direito, Escola de Educação e Humanidades, Escola de Negócios, Escola Politécnica e Escola de Saúde. A Instituição segue modelo semelhante ao que já funciona na PUCPR, com quem a Católica de Santa Catarina mantém uma aliança educacional estratégica desde 2010.

O Reitor da Católica de Santa Catarina, Robert Burnett, explica que esse ordenamento vai possibilitar a implantação de um maior número de projetos multidisciplinares entre os cursos que pertencem à mesma escola, otimizando a gestão acadêmica. De acordo com ele, essa nova forma de organização garantirá maior aproximação com as iniciativas realizadas pelas escolas da PUCPR, que possuem expertise comprovada por meio de acreditações nacionais e internacionais.

Católica de Santa Catarina estreita aliança estratégica com a PUCPR

Iniciativa garante mais sinergia entre os cursos presenciais e a distância

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“ No momento em que a Católica de Santa Catarina organiza-se em escolas e amplia seu leque de cursos presenciais e a distância, cria um diferencial que garante uma troca de experiências mais ampla entre os estudantes das diferentes graduações e das duas instituições”Robert Burnett

Ampliação do leque de cursos a distância

A Católica de Santa Catarina lançou a edu-cação a distância e hoje oferece 13 cursos na modalidade. Também ampliou a oferta de cursos presenciais, com a abertura de três novas graduações a partir de 2018: Ciências da Segurança Pública, Tecnolo-gia em Jogos Digitais (nas unidades de Jaraguá do Sul e Joinville) e Engenharia de Software (em Jaraguá do Sul). Atual-mente, a Instituição oferece 12 gradua-ções na unidade de Jaraguá do Sul e 15 em Joinville, onde também funcionam os polos da EaD.

Burnett também destaca que a equivalência na metodologia de ensino adotada pelas duas instituições garantirá um know-how ainda mais robusto à Católica de Santa Catarina. Segun-do o Reitor, o Centro Universitário poderá beneficiar-se da experiência e do reconhecimento que a PUCPR já possui com a estruturação dos cursos por áreas de conhecimento. Esse inter-câmbio acadêmico ocorrerá por meio de atividades em parceria que atendam à demanda de qualificação dos estudantes de ambas, como a promoção de eventos, congressos, cursos de especialização, entre outras.

Na prática, os credenciamentos obtidos pelas escolas da universidade paranaense ratificam que a arquitetura dos cursos e os protocolos seguidos são qualificados o suficiente para a formação profissional exigida de acordo com as melhores práticas internacionais na área e reconhecida em qualquer lugar do mundo.

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Colaborador em Pauta

A Missão Marista

Priscila Staniski, da DTS do Grupo Marista, foi à Colômbia trabalhar no XXII Capítulo Geral e voltou com inúmeras conquistas profissionais e uma nova visão sobre a vida

e o poder de transformar vidas

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Colaborador em Pauta

Priscila Staniski e Laércio da Cruz Loureiro (esq.) e Angelo Frizzo, desenvolveram o novo sistema de votação do Capítulo Geral

“Desde que voltei da Colômbia, estou em processo de reconstrução dos objetivos de vida”Priscila Staniski

Priscila Staniski acompanhando as

conferências no XXII Capítulo Geral

Priscila reunida com os Irmãos no

XXII Capítulo Geral

E star durante 62 dias em um país desconhecido para cumprir um objetivo profis-

sional bem estabelecido e repleto de responsabilidades. Esse era o objetivo de Priscila Staniski e Laércio da Cruz Loureiro, da Diretoria de Tecnologia e Sistemas do Grupo Marista. Eles foram a Rio Negro com uma missão desafia-dora: dar todo o suporte tecnológico aos Irmãos, Leigas e Leigos Maristas que participaram do Capítulo Geral, em outubro de 2017.

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65Alguns fatos foram determinantes para essa mudança de pensamento. Priscila partilhou de momentos inesquecíveis com os Irmãos. “Em um dos passeios que fizemos, fomos a uma igreja e me emocionei no local por me lembrar da mi-nha mãe, que perdi recentemente. O Ir. João Carlos do Prado me perguntou o que estava acontecendo e sua fisionomia mudou quando contei. Pediu-me para pensar no orgulho da minha mãe vendo o trabalho que estava sendo feito, o sucesso que tinha alcançado. Ele e os outros Irmãos tiveram um cuidado muito especial e sou grata por isso”, conta.

Outro ensinamento foi a simplici-dade. Ela viu com os Irmãos que não era preciso de muito para ser feliz. “Eles me fizeram refle-tir e hoje estou em processo de reconstrução dos meus objetivos de vida”, explica. Antes ela era uma pessoa que fazia parte da engrenagem capitalista: traba-lhava para ter dinheiro e gastá-lo. Priscila comenta que levou uma mala para passar dois meses na Colômbia e não usou metade das roupas e sapatos. Quando voltou se questionou se precisava de tudo o que tinha.

Algo que também tocou Priscila na experiência foi a felicidade dos Irmãos. Por várias vezes ela os viu se divertindo e então se pergun-tou de onde vinha toda aquela

alegria. Perguntou ao Irmão Soteras, Conselheiro Geral, como era possível ser feliz assim o tempo todo? E ele res-pondeu: “A felicidade é algo que vem de dentro para fora”. Hoje, após aprender tantas coisas com os Irmãos, Priscila sente-se grata por tudo o que viveu. “Fui unindo uma peci-nha a cada dia para construir o que sou hoje e o que serei daqui para a frente”, finaliza.

A DTS levou para a Colômbia uma nova forma de votação para a escolha do Superior, Vigário e Conselho Geral. O ob-jetivo era fazer com que todos pudessem acompanhar o processo capitular e ter acesso às informações por meio de tablets. Além de prático e moderno, o novo método tinha como um dos princípios trazer agilidade às votações.

Depois da escolha do equipamento, desenvolvimento do sistema e de todo o trabalho que precisou ser realizado nos meses que antecederam o Capítulo, Priscila chegou a Rio Negro duas semanas antes do início das atividades. “O nosso primeiro trabalho foi configurar os 116 tablets e personalizá-los para cada usuário”, comenta.

Uma semana antes do início do Capítulo Geral, a Comissão Pre-paratória fez os primeiros testes com os equipamentos e algumas dificuldades surgiram.

Uma delas foi entender e adaptar o trabalho à cultura de cada um dos participantes. “Inicialmente, cada um tinha sua maneira de se apresentar. Fomos identifican-do um a um e sabendo qual era o perfil deles. Com o tempo e a convivência, nos sentíamos em família. Foi um grande desafio”, diz. E justamente a convivência diária e a curiosidade em viver uma nova experiência profissional fizeram com que Prisci-la percebesse ainda mais a importância da Missão Marista. “Hoje, minha visão de mundo mudou. Me vejo como Leiga Marista. Quando vou para uma reunião da DTS, lembro de como eles tomariam uma decisão e tento passar um pouco da experiência que tive.” De acordo com ela, não tem como voltar e só fazer o seu trabalho, programação e cronograma. Existe a vontade constante de propagar a experiência que viveu.

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Solidariedade

Campanha Nossos Objetivos, Novas Possibilidades traz como enfoque os ODS

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável integram um plano mundial para o desenvolvimento dos países-membros da ONU

E m 2015, os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram um plano mundial para o desenvolvimento em diversas áreas, com prazo para ser cumprido até 2030. Os ODS,

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também chamados de Agenda 2030, surgiram a partir dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e resultaram em 17 objetivos e 169 metas.

A Agenda 2030 é ousada e desafiadora, por isso, precisa de todas as pessoas, instituições e governos mobilizados para a implementação de uma nova proposta de desenvolvimento que busca equilibrar as dimensões econômica, social e ambiental, tendo como núcleo a concretização dos direitos humanos e a paz universal.

Desde que foram lançados os ODS, vários segmentos da sociedade têm so-mado esforços para promover sua difusão, fomentar práticas e acompanhar a implementação dessa agenda em âmbito local e global. A Fundação Marista Internacional de Solidariedade, o Movimento Mundial pelas Infâncias (MMI) e a Rede de Coalizão Nacional Ciranda 2030 criaram a campanha Nossos Objetivos, Novas Possibilidades.

A iniciativa tem como meta difundir os Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável (ODS) em toda a América Latina e Caribe. Com enfoque em crianças, adolescentes e jovens, o conteúdo virtual da campanha está disponível para todas as organizações da sociedade civil, governos, escolas e outros espaços educativos e sociais que se propõem a refletir e desenvolver projetos e ações que contribuam para tornar os ODS uma realidade em âmbito local e global.

Lançamento da Campanha “Nossos objetivos, novas possibilidades” reuniu especialistas nos ODS

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Em cada cenário também é possível ter acesso a informações divulga-das, por exemplo, pela Unicef e pelo próprio MMI. “Tais dados contribuem para que as pessoas tenham conhecimento sobre as metas e o panora-ma das realidades no Brasil, na América Latina e no Caribe”, comenta.

A iniciativa da campanha é compartilhada por redes de organizações nacionais e internacionais. “O trabalho em rede é fundamental para o avanço dos ODS e garantia dos direitos das crianças, adolescentes e jovens. Por isso, convidamos todos para discutir e agir com vistas ao alcance de Nossos Objetivos e a criação de Novas Possibilidades para todas as crianças e jovens do mundo”, finaliza Juliana.

A plataforma digital interativa, com linguagem amigável e em 3D, possibilita a aproximação dos ODS e suas metas de realidades cotidianas que precisam ser superadas em muitas cidades latino-americanas, e também a perspecti-va de ambientes favoráveis para crianças, jovens e adultos, a partir do cumprimento das metas. “Acreditamos que as crianças, adolescentes e jovens são grandes agentes transformadores de suas realidades. Por isso, a campa-nha busca oferecer uma ferramenta que possa promover a participação infantil e juvenil na reflexão e no desenvol-vimento de práticas locais”, diz Lilian Juliana Buhrer, da Rede Marista de Solidariedade.

Objetivo 4Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Objetivo 5Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Objetivo 16.2Acabar com o abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças.

Para o lançamento nacional, que aconteceu em fevereiro, três ODS foram enfocados:

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Por Ir. Délcio Afonso Balestrin, Presidente

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Caminhada do Grupo

Leveza, foco e espírito de família

O ano de 2018 inicia com esperançosa perspectiva. O Capítulo Provincial, realizado em dezembro de 2017, reafirmou nossa identidade e valeu-se da

metáfora da pipa para inspirar sua dinâmica de funciona-mento. Gostaria que você, Marista de Champagnat, carre-gasse consigo essa ideia, no cotidiano de seu trabalho, no Grupo Marista.

O segredo do voo altivo e firme da pipa, num céu anil, está na sua construção. O material deve ser resistente para não ruir e, ao mesmo tempo, deve ter a flexibilidade e a leveza necessárias para garantir um voo constante e seguro. Assim, o substrato do nosso trabalho deve ser firme e fundamen-tado no Planejamento Estratégico, documento norteador a oferecer os parâmetros necessários para conhecermos o caminho a trilhar e atingirmos os objetivos estabelecidos.

Tanto as áreas corporativas quanto as Frentes de Missão devem, porém, atentar-se para a leveza na condução dos trabalhos e para salutar a relação entre os membros das equipes. Para realizar nossos objetivos, precisamos encon-

trar a melhor forma de nos relacionarmos e, mais do que isso, prezar pela harmonia do trabalho conjunto. Nesse sentido, recordo o valor do “espírito de família e do alinhamento institucional.”. Acredito que só é possível, ou ao menos será mais fácil, construir algo consistente quando nos compreendermos e nos assu-mirmos como diferentes e complementares; e, melhor ainda, ao vivermos o acolhimento, o diálogo, o amor, no intuito de construirmos uma comunidade.

Empinar pipa é uma brincadeira típica das crianças e jovens, nosso público preferencial. Em cada reunião, em cada planejamento e atividade, somos convida-dos a pensar em nosso objetivo e compromisso de formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. Voltando ao voo da pipa, nosso sonho ou nossa tensão deve ser ascendente e em ritmo adequado para atingir-mos os objetivos previstos para os próximos anos, em torno da inspiração do Fundador e dos valores que professamos no campo da educação e demais frentes de atuação.

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O Capítulo Provincial confirmou-me nos encargos que exerci, no mandato precedente – o que constitui tarefa exigente e de reconhecida responsabilidade. Continuarei a fazer meu trabalho da melhor forma possível, por en-tender que constitui o serviço que a Província me confia e para o qual conto com o apoio e a cooperação de cada um de vocês, Maristas de Champagnat. Oxalá, em todas as nossas áreas de atuação – Educação, Solidariedade e Saúde – possamos atuar sob a proteção da inspiração de nosso Fundador, São Marcelino Champagnat!

Sem dúvida, todos desejamos um mun-do melhor, mais justo, coerente e soli-dário; isso requer que arregacemos as mangas em favor de uma ação efetiva, decorrente de nossa fé e de nosso pro-jeto de vida. Gandhi, líder espiritual e pacifista indiano que, em 1893, foi à África do Sul para lutar pelos direitos iguais dos hindus que viviam nesse país, ensinava na época e hoje recorda a nós: “Seja parte da mudança que você deseja para o mundo!”.

Sejamos agradecidos por tudo quanto já conquistamos; comprometidos com a ação que, juntos, desenvolvemos; e convictos da proteção que Deus nos concede, porque a missão educativa que exercemos – direta ou indiretamen-te – nos aproxima dos educandos e/ou de nossos filhos, mediante os valores evangélicos que vivemos, cultivamos e anunciamos. Maria, a Boa Mãe, nos acompanhe e con-duza ao longo deste ano!

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Luz que esperançarenova a

“E I S Q U E FA Ç O N O VA S T O D A S A S C O I S A S ”( A P 2 1 , 5 )