45
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial Renan Fernandes Nascimento MARKETING EDUCACIONAL: uma ferramenta essencial para as Instituições de Ensino LINS – SP 2011

MARKETING EDUCACIONAL: uma ferramenta essencial para as ...unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/53469.pdf · AGRADECIMENTOS A Deus Dedico esse trabalho primeiramente a Deus

  • Upload
    lamdung

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão

Empresarial

Renan Fernandes Nascimento

MARKETING EDUCACIONAL: uma ferramenta

essencial para as Instituições de Ensino

LINS – SP

2011

RENAN FERNANDES NASCIMENTO

MARKETING EDUCAIONAL: uma ferramenta essencial para as instituições de

ensino

Monografia apresentada à Banca Examinadora do centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão Empresarial sob a orientação das professores M. Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

Lins – SP

2011

Nascimento, Renan Fernandes

Marketing Educacional: uma ferramenta essencial para as instituições de ensino / Renan Fernandes Nascimento. – – Lins, 2011.

52p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão Empresarial, 2011.

Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Heloisa Helena Rovery da Silva Marketing Educacional. 2. Satisfação. 3. Alunos. I Título.

CDU 658

N198m

RENAN FERNANDES NASCIMENTO

MARKETING EDUCACIONAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial

Aprovada em: ___/___/____

Banca Examinadora:

Profª M. Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame

Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba –

UNIMEP

_______________________________________________________________

Profª M. SC. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Adiministração pela CNEC/FACECA - MG

_______________________________________________________________

Lins – SP

2011

AGRADECIMENTOS

A Deus

Dedico esse trabalho primeiramente a Deus que me permitiu a inteligência e

sabedoria pra concretizá-lo, pois sem ele, nada é possível.

Aos meus familiares

Que sempre me apoiaram em todos os momentos. Em especial meu pai Jose e

minha mãe Cirlei e minha irmã Rafaela, que estiveram ao meu lado à vida toda.

O meu obrigado por tudo aquilo que me transmitiu e por todos os valores que

só se adquirem com uma boa educação.

Ás minhas Orientadoras

Máris e Heloisa, que agradeço a paciência e compreensão, obrigado por

compartilhar seus conhecimentos e experiências me orientando com motivação

para que chegasse ao termino desse trabalho.

RESUMO

Atualmente, o marketing passou a ocupar um importante destaque em organizações de todos os setores devido suas estratégias para driblar vários fatores que vêem dificultando o crescimento das empresas. Como aumento da concorrência a disputa pelos clientes e insatisfação dos consumidores é primordial que se invista em marketing para sobreviver no mercado. E o marketing fornece inúmeras técnicas e ferramentas para vencer ou driblar a concorrência e ganhar novos clientes. O Marketing Educacional é um tipo de marketing totalmente voltado para instituições de ensino, é indispensável sua implementação nas instituições para conseguir sucesso e se manter em uma boa posição no mercado, pois antigamente era considerado apenas um diferencial e muitas instituições não viam o aluno como um cliente que tinha suas necessidades em constante mudança, por isso, não aplicavam ou aprimoravam o marketing. Mas hoje é de grande importância e muito interesse para as instituições de ensino, pois é uma das soluções para os grandes problemas enfrentados, mais o mesmo precisa ser desenvolvido e aprimorado continuadamente para ter o efeito e eficácia esperada. É importante destacar que o marketing não é somente propaganda que envolve muitas outras estratégias para conquistar e satisfazer seus clientes como a segmentação, posicionamento, valorização e divulgação da marca. O objetivo dessa pesquisa foi demonstrar como o Marketing Educacional e suas estratégias melhoram o desempenho das instituições de ensino superior na retenção dos alunos e também na busca de novos. E após a pesquisa bibliográfica foi concluído que indiscutivelmente as estratégias propostas pelo Marketing Educacional aperfeiçoam e melhoram todos os processos das instituições satisfazendo os alunos e atraindo novos, vencendo assim a concorrência e fortalecendo mais a marca.

Palavras-chave: Marketing Educacional. Satisfação. Alunos

ABSTRACT

Currently the marketing has occupied an important highlight in all organizations from different segments, this happens because now it’s necessary to create a lot of strategies to overcome several factors that has been an obstacle to the companies’ growth. The investment in marketing has become the most important instrument to survive the market, due the increase competition and the dispute for new clients and to avoid the dissatisfaction from the customers. The marketing provides many techniques and tools to win or overcome the competition and get new clients. The education marketing is a kind of marketing totally directed to educational institutions. It is necessary to implement it in the institutions to get success and keep a good position in the market. In the past it was considered only a differential and many institutions didn’t give a lot of importance to it, they also did not see the student as a potential client who had his needs in constant changing for this reason they did not improve the marketing technics. Nowadays it is extremely important to the educational institutions because, it is one of solutions to solve the major problems faced for them, but it needs to be developed and improved constantly to get expected effects and efficacy. It is important to highlight that marketing isn’t only advertisement but it also involves many strategies to get and satisfy their clients as segmentation, positioning, valorization and brand’s promotion. The goal of this research was show up how the educational marketing and its strategies improves the performance of the high educational institutions to keep their students and also getting new ones. After this bibliographic research, was concluded that the strategies proposed by educational marketing indeed improve all process of the institutions, satisfying their current students and attracting new ones, overcoming the competition, strengthening and consolidating the brand. Keywords: Strategies. Satisfaction. Students.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEO – Chief Executive Officer

CET’s – Centro de Educação Tecnológica

CFO – Chief Financial Officer

CMO – Chief Marketing Officer

EAESP – Escola de Administração de Empresas de São Paulo

ESPM – Escola Superior de Propagando e Marketing

FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado

FACAMP – Faculdades de Campinas

FGV – Fundação Getulio Vargas

FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista

IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais

IES – Instituições de Ensino Superior

MEC – Ministério da Educação

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... 10

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS DE MARKETING.............. .................... 11

1 CONCEITOS E APLICAÇÕES DE MARKETING.............. ......... 11

1.1 Definição de Marketing................................................................... 11

1.2 A Importância do Marketing............................................................ 12

1.3 Função do Marketing...................................................................... 13

1.4 O Marketing na empresa e na sociedade....................................... 14

CAPíTULO II – MARKETING NO SETOR EDUCAIONAL........ ................ 16

2 MARKETING PARA O SERVIÇO EDUCACIONAL............. ........... 16

2.1 História e desenvolvimento das IES................................................ 16

2.2 Serviço Educacional........................................................................ 17

2.3 Desenvolvimento do Marketing na IES........................................... 18

CAPÍTULO III – MARKETING ESTRATÉGICO PARA IES...... ................. 21

3 ESTRATÉGIAS NA CAPTAÇÃO E RETENÇÃO DE CLIENTES... 21

3.1 Segmentando o mercado................................................................ 21

3.1.1 Segmentos de preferências de segmentação................................. 23

3.1.2 Vantagens da segmentação............................................................ 25

3.1.3 Tipos de segmentação.................................................................... 25

3.2 Posicionamento no mercado........................................................... 25

3.2.1 Posicionamento Estratégico para IES............................................. 26

3.2.2 Passos para o posicionamento....................................................... 27

3.2.3 Dificuldades e falhas no posicionamento estratégico...................... 27

3.3 Imagem de uma instituição de ensino............................................. 29

3.3.1 Best-price......................................................................................... 29

3.3.2 Convenientes................................................................................... 30

3.3.3 Tradicionais...................................................................................... 30

3.3.4 Diferenciadas................................................................................... 30

3.3.5 Elitizadas.......................................................................................... 30

3.4 Marca de uma instituição................................................................. 31

3.4.1 Pilares da marca de uma instituição.............................................. 32

3.4.1.1 Diferenciação............................................................................... 32

3.4.1.2 Relevância................................................................................... 32

3.4.1.3 Estima............................................................................................ 32

3.4.1.4 Conhecimento................................................................................ 33

3.4.2 Fatores de construção de uma marca de sucesso........................ 33

3.4.3 Níveis de significados da marca.................................................... 33

3.4.3.1 Benefícios...................................................................................... 34

3.4.3.2 Atributos......................................................................................... 34

3.4.3.3 Valores associados à marca.......................................................... 34

3.4.3.4 Personalidade................................................................................ 34

3.5 Comunicação................................................................................. 35

3.5.1 Composto de comunicação........................................................... 36

3.5.1.1 Venda pessoal............................................................................... 36

3.5.1.2 Serviço ao cliente.......................................................................... 36

3.5.1.3 Propaganda................................................................................... 36

3.5.1.4 Tipos de propaganda.................................................................... 37

3.5.1.5 Medindo a eficácia da propaganda.............................................. 38

3.6 Fatores que influenciam na escolha da IES.................................. 39

3.7 Marketing em sala de aula............................................................. 40

CONCLUSÃO ......................................... ................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 43

10

INTRODUÇÃO

Atualmente no mundo globalizado onde a concorrência e cada dia mais

intensa é muito difícil conquistar e fidelizar clientes. E todas as organizações é

fundamental que se desenvolva o marketing e não seria diferente nas

Instituições de Ensino, pois nesse ramo a concorrência é bem acirrada.

Por isso, é de extrema importância que as instituições de ensino utilizar-

se das estratégias do Marketing Educacional, para atrair fidelizar alunos. Além

das estratégias atraírem novos alunos quando bem desenvolvidas agregam

valor à marca e ao crescimento no mercado.

Por meio do marketing, as empresas devem divulgar sua marca para

que fique na mente do cliente e nos casos das Instituições os alunos. As

empresas necessitam também diversificar seus produtos para que seus

clientes tenham variedade e qualidade, buscando continuamente a fidelização

que hoje em dia é muito difícil de manter em virtude da concorrência.

Assim, a utilização do Marketing Educacional torna-se fundamental e

imprescindível nas IES (Instituições de Ensino Superior) com a utilização de

ferramentas e processos estratégicos, adequando-se às necessidades do

mercado educacional. O foco de toda empresa deve ser o cliente, pois é ele

quem ajuda a conduzir a sua imagem e faz com que seja líder no mercado

atuante e também responsável pela lucratividade da mesma

Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento:

O marketing educacional influencia positivamente uma instituição de

ensino superior na busca e retenção de alunos?

A pesquisa foi realizada através do método de revisão bibliográfica que

abrangeu o período de 1994 a 2010.

A pesquisa apresenta-se estruturada em três capítulos sendo:

Capítulo I: Fundamentos do Marketing

Capítulo II: Marketing no Setor Educacional

Capítulo III: Marketing Estratégico para IES

Finalizando, apresenta-se a conclusão.

11

CAPÍTULO I

FUNDAMENTOS DE MARKETING

1 CONCEITOS E APLICAÇÕES DE MARKETING

1 .1 Definição de Marketing

O Marketing é conceituado e definido por diversos autores de maneiras

e palavras diferentes, mas sempre com mesmo significado e essência.

Segundo Las Casas (2010), o marketing é uma atividade de comercialização

que teve a sua base no conceito de troca. No momento em que os indivíduos e

organizações de uma sociedade começaram a desenvolver-se e a necessitar

de produtos e serviços, criaram-se especializações. Com a especialização, o

processo de troca tornou-se mais fácil, uma vez que a sociedade beneficiou-se

com a qualidade e a produtividade dos mais capacitados.

De acordo com o conceito de Kotler e Fox (1994), o marketing é a

análise, planejamento, implementação e controle de programas

cuidadosamente formulados para causar trocas voluntárias de valores com

mercados alvo e alcançar os objetivos institucionais. O marketing envolve e

programa as ofertas da instituição para atender as necessidades e os desejos

de mercados alvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes para

informar, monitorar e atender a esses mercados.

Já segundo Dalrymple e Parsons (2003), definem marketing como o

processo de planejamento e execução da concepção, definição de preços,

promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que

satisfaçam os indivíduos, as organizações e a sociedade. Eles afirmam

também que o marketing é uma das mais poderosas ferramentas empregadas

pelas organizações em sua luta eterna pelo crescimento e sobrevivência.

12

Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa

mercado. É utilizada para explicar a ação voltada para o mercado. Assim,

entende-se que a empresa que pratica o marketing tem o mercado como a

razão de suas ações, explica Limeira (2005).

1.2 A importância do Marketing

Atualmente, todas as organizações possuem um departamento de

marketing ou alguém responsável já que é muito evidente a importância de se

desenvolver o marketing na empresa. Conforme explica Kotler e Keller (2006),

o marketing está por toda parte. Formal ou informalmente, pessoas e

organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam

ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente

cada vez mais indispensável para o sucesso nos negócios. E o marketing afeta

profundamente a vida cotidiana. Ele está em tudo o que se faz às vezes as

pessoas nem percebem – das roupas que se veste aos sites em que se clica,

passando pelos anúncios que se vê.

O bom marketing não é acidental. Ele resulta de planejamento e execução cuidadosos. Em quase todos os setores, as práticas de marketing estão sendo continuadamente refinadas e reformuladas para aumentar as chances de sucesso. (KOTLER; KELLER, 2006, p.3)

Kotler e Keller (2006), salientam que o sucesso financeiro muitas vezes

depende da habilidade de marketing. Finanças, operações, contabilidade e

outras funções de negócios não terão sentido se não houver uma demanda

para produtos e serviços suficiente para que a empresa obtenha lucro. Depois

que os nomes com ‘C’ para altos executivos entraram na moda, como Chief

Executive Officer (CEO) para o diretor-presidente e chief Financial Officer

(CFO) para o diretor financeiro, muitas empresas contrataram seu Chief

Marketing Officer (CMO), ou diretor de marketing, para colocar o marketing em

pé de igualdade com as outras funções.

13

1.3 Função do Marketing

O marketing, na perspectiva aqui adotada de função empresarial, integra

o conjunto de funções desempenhadas na empresa, como produção, finanças,

logística, recursos humanos, sistema de informação, engenharia de produtos,

pesquisa tecnológica, entre outras, que gerenciam recursos e geram resultados

para agregar valor econômico ao processo empresarial como um todo.

Portanto, a função de marketing engloba a tomada de decisões, a gestão de

recursos, a coordenação de processos e a avaliação de resultados, como

qualquer outra função empresarial, explica Limeira (2005).

Limeira (2005), afirma também que dentro desse contexto, o gerente de

marketing assume a posição de líder, estimulando a inovação, coordenando

processos de mudança, assumindo riscos, apoiando e orientando equipes,

integrando as várias funções organizacionais, representando a empresa

perante comunidades e órgãos do governo e zelando pelos interesses dos

clientes diante dos acionistas mesma.

De acordo com Limeira (2005), o relacionamento do gerente de

marketing com as outras áreas funcionais está resumido a seguir:

a) finanças: compartilha as decisões de custo produto/serviço, margem

de lucro, preço, estimativa de vendas, financiamentos das vendas,

investimentos em produção, tecnologia e marketing;

b) pesquisa e desenvolvimento: decisões de atributos e benefícios de

produtos/serviços e embalagens; tecnologia de produção e materiais;

custo de produtos; testes de conceitos; protótipos;

c) recursos humanos: seleção, treinamento e avaliação das equipes

operacionais e de marketing; valores e políticas da empresa que

afetem sua imagem, a atitude dos funcionários e os resultados;

d) produção: decisões de custo e qualidade; tempo de produção;

qualidade e atributos do produto e embalagem; plano de produção e

estoque de segurança; tempo de resposta/entrega; logística de

distribuição; localização de depósitos; custos;

14

e) suprimentos: decisões de custo e qualidade de matérias;

fortalecimento e estoque de segurança de materiais; estimativa de

vendas; tecnologia.

Las Casas (2010), descreve que o marketing tem ainda a função de

coordenar qualquer processo de troca. Portanto, as organizações podem

aplicar o marketing para corrigir mercados, aumentar o nível de

conscientização dos consumidores em relação ao produto, transformar uma

demanda negativa em positiva. Gerar demanda, criar mercados, corrigir uma

demanda declinante, superar sazonalidades, adequar demandas excessivas,

manter a demanda plena e evitar a demanda indesejada.

1.4 O Marketing na empresa e na sociedade

A abrangência do marketing é muito grande e está presente em tudo o

que se pode imaginar desenvolvendo um papel importante no desenvolvimento

econômico e social, conforme afirma Las Casas (2010). O marketing tem

influência tanto na empresa como na sociedade. Há aceitação geral sobre a

aplicação de técnicas de marketing dentro da empresa para gerar satisfação

nos seus empregados. Aplicação das técnicas de marketing na empresa ou o

marketing interno é uma realidade. Com certeza, procura orientar a empresa

para os funcionários e gera satisfação e motivação entre eles.

Conseqüentemente, como funcionários motivados há dedicação maior

por parte destes indivíduos, que passam a tratar melhor também os clientes da

empresa. Internamente, a aplicação do marketing poderá trazer muitos

benefícios para os colaboradores.

O marketing interno requer que todas as pessoas da organização aceitem os conceitos e objetivos do marketing e se envolvam na escolha, na prestação e na comunicação do valor para cliente. (KOTLER; KELLER, 2006, p.701)

Kotler e Keller (2006), explicam que o marketing na sociedade

desempenha um fator de extrema importância para todos os segmentos.

15

Além de regular as relações econômicas de troca, com funções de

equilíbrio entre a oferta e a demanda, o marketing desempenha papel

fundamental nas relações de âmbito macro mercado.

Las Casas (2010), também salienta que o marketing também é uma

atividade que tem como função melhorar o padrão de vida. Através de sua

orientação para os consumidores, as empresas procuram atendê-los o melhor

possível e a busca dos melhores produtos é uma constante nos mercados mais

competitivos. Portanto, consumidores acabam lucrando com esta competição e

recebem os produtos aperfeiçoados e ampliados para melhor satisfazer a suas

necessidades e desejos.

16

CAPÍTULO II

MARKETING NO SETOR EDUCACIONAL

2 MARKETING PARA O SERVIÇO EDUCACIONAL

2.1 História e desenvolvimento das IES

Segundo Cobra e Braga (2004), a educação superior no Brasil sempre

foi um bom negócio, mas estava restrita a poucos privilegiados. A burocracia

do MEC e a exigência de que as IES tinham que ser sem fins lucrativos não

animava o empresariado brasileiro a investir no setor.

Tudo começou a mudar quando na gestão de Fernando Henrique

Cardoso, com Paulo Renato Souza no Ministério da Educação. Nesta época, o

país presenciou uma abertura sem precedentes no setor educacional privado.

Facilitou-se a abertura de novas instituições e foi extinta a obrigatoriedade da

instituição ser sem fins lucrativos.

São indiscutíveis as vantagens que a expansão e a abertura do mercado

trouxeram para o setor educacional. Atendimento a toda uma demanda

reprimida de alunos; acesso ao ensino superior a um maior número de pessoas

de classes sociais menos favorecidas; aumento da concorrência entre as IES,

exigindo mais profissionalização, com conseqüente aumento da qualidade do

ensino.

Mas Cobra e Braga (2004), explica que, no entanto, essa expansão não

ocorreu, nem está ocorrendo, de forma equilibrada. Todo o setor econômico

que se expande demasiadamente rápido, como acontece com o setor da

educação superior privada, passa por diversas situações de instabilidade.

Mas Cobra e Braga (2004), classificam a estrutura do ensino superior

brasileiro, que está alicerçada em um conceito de sistema que envolve as

seguintes modalidades de instituições:

17

a) universidades;

b) faculdades;

c) faculdades integradas;

d) faculdades isoladas;

f) institutos superiores ou escolas superiores;

g) centro de educação tecnológica – CET’s.

2.2 Serviço Educacional

De acordo com Cobra e Braga (2004), o serviço educacional pode ser

entendido como um desempenho oferecido por uma parte à outra. O

desempenho é essencialmente intangível. Os serviços educacionais são

atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para os alunos

entendidos como clientes e para as empresas que os empregam.

O serviço educacional é por natureza intangível e impessoal no que

concerne ao que oferece, mas ao mesmo tempo pode ser considerado tangível

quando é avaliado pelo MEC. Como depende de cada aluno o serviço

educacional é heterogêneo, e também perecível, considerando que o prazo de

validade do conhecimento é a cada dia mais curto. E ao mesmo tempo em que

o serviço é produzido, é consumido pelo aluno.

O serviço educacional não pode ser testado, experimentado ou avaliado antecipadamente, ou seja, é intangível. Não há como uma pessoa testar várias escolas antes de fazer sua escolha. Por isso, sua decisão enfrenta medo muito pertinentes: perda de tempo, de dinheiro, insatisfação e a quase impossibilidade de reversão, uma vez que não há como recuperar o processo e outro estabelecimento, dando seu caráter durativo. (FACÓ, 2005, p. 21).

Mas Cobra e Braga (2004), definem o serviço educacional como um

produto, que no caso de uma IES, o produto é, na verdade, um serviço, ou

seja, os cursos oferecidos por essa instituição que se dividem em categorias ou

modalidades em:

a) cursos de extensão;

b) cursos de graduação (bacharelado e licenciatura);

c) cursos seqüenciais;

18

d) cursos superiores em tecnologia;

e) cursos de pós-graduação (lato sensu e strincto sensu).

2.3 Desenvolvimento do Marketing nas IES

Cobra e Braga (2004), explicam que a origem do marketing no Brasil

teve em 1954, quando a Fundação Getulio Vargas (FGV) trouxe ao país um

grupo de professores norte-americanos para ministrar diversas aulas e

palestras sobre marketing. Formou-se então a primeira turma de professores

no assunto. O termo marketing foi introduzido no país com significado inicial de

mercadologia, depois passou a ser traduzido como mercadização, para

somente a partir da década de 1970 ser mantida a expressão marketing que

significa o ato de comerciar ou de negociar.

Conforme Facó (2005), em grande parte do século XX, as instituições

guardavam uma imagem de certa forma intocada, como se estivessem em

redomas de vidro, tanto no viés do diálogo com a realidade quanto a

preocupação voltada ao seu olhar para o público consumidor de seu serviço.

Era como se a escola, com seus modelos tradicionais e, em grande parte,

antiquados, se auto-sustentasse com a imagem de centro norteador da

formação intelectual do indivíduo e fizesse por ele escolhas, estabelecendo ela

mesma os parâmetros de satisfação.

Palavras como “cliente” ou “consumidor” não faziam parte do vocabulário do mundo acadêmico. No caso do marketing educacional, precisamos primeiro definir claramente que são os usuários desse serviço. Muitos acreditam que somente o aluno é o “cliente”. (FACÓ, 2005, p.18)

Cobra e Braga (2004), ainda afirmam que devido à concorrência e a

sofisticação do cliente, o conceito do marketing evoluiu para uma orientação no

sentindo de satisfazer as necessidades do cliente. Sob esse conceito de

marketing, como algo oposto a orientação tradicional para vendas, o produto é

uma variável a ser realizada e modificada em resposta às mudanças nas

exigências do cliente.

19

Assim, a função marketing deve fazer essencialmente mais do que encontrar clientes para produtos e serviços. Entre outras tarefas, o marketing deve se integrar com os clientes. Isso requer, além da tradicional orientação para troca e venda que se considerem os clientes partes integral do desenvolvimento, fabricação e entrega dos produtos com atributos do seu interesse. (NAUMANN, SHANNON,1992 apud COBRA; BRAGA, 2004, p.48)

Devido à concorrência e mudanças e outros obstáculos as IES tiveram

que desenvolver e melhorar o marketing e suas ferramentas. Como afirma

Kotler e Fox (1994), que as instituições tornaram-se realmente conscientes de

marketing quando seus mercados passaram a sofrer mudança. Quando

estudantes, membros conselheiros, fundos ou outros recursos necessários

passaram a ser escasso ou difíceis de atrair, elas começaram a preocupar-se.

Se as matrículas ou doações declinaram ou tornaram-se voláteis, novos

concorrentes ou novas necessidades dos consumidores surgiram, essas

instituições ficaram mais respectivas às possíveis soluções, como o marketing.

Isso começou acontecer nas instituições educacionais nos anos 70.

A IES pode obter muitos benefícios compreendendo e praticando

eficazmente o conceito de marketing educacional, que de acordo com Kotler e

Fox (1994), podem ser.

a) maior sucesso no atendimento da missão da instituição: marketing

fornece ferramentas para comparar o que a instituição está

realmente fazendo em relação a sua missão e metas declaradas. A

análise cuidadosa prepara a base para programas dirigidos a

problemas reais. O marketing ajuda a identificar problemas e planejar

respostas que ajudarão a instituição a atender sua missão;

b) melhorar a satisfação dos públicos da instituição: para serem bem-

sucedidas, as instituições devem satisfazer às necessidades dos

consumidores de alguma forma. Marketing, ao insistir na importância

de mensurar e satisfazer necessidades de consumidores tende

produzir um nível melhor de serviços ao cliente;

c) melhorar a atração de recursos de marketing: ao esforçar-se para

satisfazer seus clientes, as instituições devem atrair vários recursos,

incluindo estudantes, funcionários, voluntários, doadores, subvenção

e outros apoio. Marketing fornece uma abordagem disciplinada para

melhorar a atração destes recursos necessários;

20

d) melhorar a eficiência das atividades de marketing; marketing enfatiza

a administração e coordenação racional do desenvolvimento de

programas, preços, comunicação e distribuição. Muitas instituições

educacionais tomam estas decisões sem considerar seus inter-

relacionamentos, resultando em mais custos no resultado obtido.

21

CAPÍTULO III

MARKETING ESTRATÉGICO PARA IES

3 ESTRATÉGIAS NA CAPTAÇÃO E RETENÇÃO DE CLIENTES

3.1 Segmentando o mercado

Segmentar significa dividir mercados heterogêneos em grupos menores,

que sejam formados por consumidores homogêneos entre si. Esta

homogeneidade depende de uma série de fatores e um deles pode ser as

preferências, explica Las Casas (2010).

Os mercados não são homogêneos. Uma empresa não pode atender a todos os clientes em mercados amplos ou diversificados. Os consumidores diferem entre si em muitos aspectos e, em geral, podem ser agrupados segundo uma ou mais características. (KOTLER; KELLER, 2006, p.236)

Primeiramente para uma instituição de ensino divulgar e vender seus

serviços ela deve definir qual seu público alvo adequado e se posicionar no

mercado, bem como planejar suas estratégias para vencer a concorrência e

não desperdiçar recursos e tempo com públicos que não darão nenhum

retorno, explica Las Casas (2010).

Segundo Cobra e Braga (2004), os critérios de segmentação de

mercado utilizados habitualmente para agrupar consumidores de produtores de

produtos e serviços têm uma utilização semelhante para o estudo de divisão de

mercado para cursos em geral. Pois, como se vive em um período de rápidas

transformações, os consumidores de cursos dispõem de muitas ofertas e se

tornam cada vez mais exigentes. Diante desses desafios, as escolas precisam

se tornar estrategicamente diferenciadas e possuir um claro posicionamento no

mercado. Segmentar o mercado e direcionar o seu foco para públicos

específicos pode ser uma saída interessante.

22

O mercado, além de ser específico para cada região do país, guarda

características específicas dada a complexidade social das diversas camadas

da população. E por outro lado, a obsolescência do conhecimento, a saturação

do mercado para muitos dos cursos atuais, estimula o avanço tecnológico

como forma de produção de conhecimento de forma personalizada. Assim, é

que o ensino a distância caminha a passos largos, integrando o país de norte a

sul. Dessa maneira, para vender cursos não basta a IES abranger a sua

área geográfica mais próxima, ela precisa atender, de forma agrupada,

preferências homogêneas ou difusas. (COBRA; BRAGA, 2004).

Cobra e Braga (2004), também descrevem procedimentos para a

segmentação de mercado educacional que são:

a) pesquisa de mercado: primeiro passo é definir a escala de atributos a

serem utilizados, por exemplo: faixa etária, classe de renda, origem

educacional, formação básica do candidato, o aluno do curso, escala

de preferência de cursos; atitude do candidato em relação aos

diversos cursos; e demais fatores demográficos – sexo, religião, etc.;

dados geográficos – do tipo local de residência e trabalho do

candidato a aluno; e fatores psicográficos – como estilo de vida,

valores sociais, entre outros;

b) análise dos dados obtidos: em seguida, com base e análises

qualitativas e quantitativas é possível estabelecer o potencial de

mercado de cada agrupamento obtido;

c) estudo de mercado: estudo da lucratividade de cada segmento de

mercado identificado.

Kotler e Fox (1994), dizem que segmentação de mercado é baseada no

fato de que as preferências dos consumidores são freqüentemente

aglomeradas. Somente algumas pessoas ficaram satisfeitas com o programa

educacional sob medida e podem pagar um preço alto, enquanto que a maioria

delas ficam mais satisfeitas com um programa mais barato destinado a um

mercado mais amplo. A segmentação e um dos primeiros passos para atingir o

público alvo e também pode reduzir gastos já que restringe e separa o mercado

que se pretende alcançar.

23

3.1.1 Segmentos de preferências de segmentação

Kotler e Fox (1994), classificam os segmentos de preferência de

segmentação que possui três padrões possíveis:

a) preferências homogêneas: descreve o caso onde todos os alunos

têm quase a mesma preferência. O mercado não mostra nenhum

segmento natural, pelo menos em relação aos dois atributos que

estão sendo considerados. Poderia - se prever que se os alunos, em

geral, tem a mesma preferência, as faculdades seriam muito

semelhantes porque teriam que agradar o mesmo tipo de estudante;

b) preferências difusas; em outro extremo, as preferências individuais

dos alunos podem ser tão diferentes que ficaria espalhadas no

espaço sem nenhuma área de concentração. Pode-se prever que

seriam necessários muitos tipos diferentes de faculdades para

satisfazer mercado diversificado;

c) preferências aglomeradas; uma possibilidade intermediária é o

surgimento de aglomerado de preferências, chamados segmentos de

mercado naturais. Neste caso pode-se prever que três aglomerados

básicos de faculdades atenderiam os três tipos de alunos.

De acordo com Dias (2005), sabe-se que os consumidores não são

todos iguais, e tampouco suas preferências para o mesmo tipo de produto. Há

uma complexidade de realidades que devem ser analisadas, selecionadas e

definidas para que se tenha uma boa imagem do perfil qualitativo do mercado

potencial. Sexo, idade, renda, escolaridade, tipo de localização de domicilio,

profissão, grau de utilização do produto, personalidade e etc, são algumas das

variáveis dessa realidade analisada.

3.1.2 Vantagens da segmentação

Dias (2005), diz que as vantagens da segmentação são inúmeras e ele

descreve algumas:

24

a) talvez a mais importante seja que, se você conhece melhor seu

cliente, você poderá servi-lo melhor: quando mais detalhado for esse

conhecimento, melhor será o ajuste das variáveis de marketing,

portanto, melhor será o plano de marketing;

b) conhecendo quem são seus clientes e tendo-os agrupado, será mais

fácil contá-lo: então, a segmentação de mercado acaba sendo um

pré-requisito fundamental para o trabalho de qualificação de

mercado, definindo-se quantos são os clientes potenciais;

c) quando se sabe quem são, onde estão e quantos são, fica mais fácil

o trabalho de definir o tipo e a intensidade da distribuição que se

deve desenvolver para atender corretamente aos clientes-alvo. Pode

definir com mais precisão o tipo de distribuição, o perfil do

intermediário ideal e a quantidade e localização desses

intermediários, o que remeterá também às informações sobre a

logística necessária (e seu custo);

d) conhecendo as características dos grupos de clientes-alvo, seus

costumes e hábitos, pode-se comunicar melhor com eles, dado que,

estando interados de seus hábitos de costume de mídia. São

maiores as chances de utilização mais objetivamente os recursos da

propaganda;

e) fica mais objetiva a tarefa de pesquisar o mercado: desenvolver cada

vez mais as informações sobre os segmentos-alvo implica

desenvolver, cada vez mais, os planos e as estratégias mais

adequados a esses segmentos;

f) o conhecimento do segmento-alvo permite que faça um trabalho de

melhor resultado no que concerne aos esforços de posicionamento

do produto. E fica mais fácil identificar oportunidades de novos

lançamentos de produtos.

De acordo com Dias (2005), é importante voltar a frisar que a

segmentação de mercado é importante em qualquer circunstância, para

qualquer tipo de negócio e qualquer objetivo de plano mercadológico. Diante

dessa afirmação, alguém poderia argumentar que ela è valida para o marketing

de massa, mas não é relevante para o micromarketing, o marketing um a um.

Isso não é verdade, porque mesmo que se faça uso do marketing cliente a

25

cliente, um a um, individual e personalizado, ainda assim, esse cliente terá

perfil, características e hábitos de consumo compatíveis com os do segmento-

alvo. Assim, o processo de segmentar mercados é vital para a correta

qualificação de mercado que, como insumo para qualquer plano e estratégia de

marketing é fundamental.

3.1.3 Tipos de segmentação

Dias (2005), também descreve alguns tipos de segmentação de

mercado como:

a) segmentação demográfica: estuda estatisticamente as populações e

suas características. Algumas variáveis são: faixa etária, sexo,

estado civil, nacionalidade, religião, raça, número de unidades

domiciliares;

b) segmentação socioeconômica: divide o mercado com base nas

características sociais e econômicas da população. Algumas

variáveis são: classe social, renda, escolaridade, ocupação

profissional, posse de bens;

c) segmentação geográfica: divide o mercado com base em critérios

geográficos, como localização e densidade populacional. Os critérios

podem ser: países, estados, municípios, bairros, microrregiões);

d) segmentação psicográfica: divide o mercado com base no modo

como as pessoas pensam e levam suas vidas. Por meio de

segmentação psicográfica podem ser analisados: estilo de vida,

fatores psicológicos, sociológicos, antropológicos, personalidade,

valores atividades, interesses e opiniões.

3.2 Posicionamento no mercado

Cobra e Braga (2004), definem como deve ser o posicionamento de

26

serviços educacionais, que a partir da definição do foco da instituição de ensino

que estabelece o tipo de clientela a ser estendida, a IES precisa definir como

irá se posicionar perante essa clientela. O posicionamento deve transparecer

em todas as outras estratégias e componentes de marketing, visando reforçar a

imagem e a identidade da IES. Nesse caso, é importante lembrar que a

qualidade real de uma instituição é freqüentemente menos importante que sua

qualidade percebida (seu prestígio, sua reputação), porque é sua excelência

percebida que de fato orienta as decisões de alunos potenciais.

Uma vez definido o posicionamento da instituição de ensino, ele precisa

ser comparado com o posicionamento das instituições concorrentes.

Quando a empresa procura fazer o posicionamento dos produtos e serviços, ela busca ocupar uma posição de destaque na mente do cliente em alguma de suas características e atributos. (LAS CASAS, 2010, p. 229)

Os autores ainda afirmam que posicionar um serviço educacional na

mente do consumidor é um esforço de longo prazo, pois exige conhecimento e

reconhecimento. Ou seja, é preciso que o serviço seja conhecido e admirado.

Uma escola constrói sua imagem no mercado ao longo de um período de bons

serviços. Sem conhecer o que o público consumidor realmente valoriza em

uma escola, fica difícil posicioná-la competitivamente no mercado.

3.2.1 Posicionamento Estratégico para IES

Segundo Cobra e Braga (2004), a formulação de estratégias decorre do

processo de planejamento da IES, que dependendo da metodologia utilizada,

começa com a finalidade socioeconômica fundamental da instituição em termos

da sua missão e termina com a definição de programas e projetos. Com base

numa verificação do ambiente constituído de concorrentes atuais e potenciais,

a idéia do planejamento é defender os negócios da instituição de ensino

orientando o seu posicionamento estratégico, que, por sua vez, orienta a

estrutura organizacional e o funcionamento da escola.

27

3.2.2 Passos para o posicionamento

Cobra e Braga (2004), também mostram que existem diversas técnicas

que orientam as tomadas de decisões procurando reduzir a subjetividade

delas. Dente os principais passos para o posicionamento estratégico podem-se

anotar os seguintes:

a) identificar as variáveis ambientais mais importantes para o negócio

da educação;

b) identificar os diferenciais competitivos das competências essenciais,

estratégias e táticas;

c) identificar e priorizar os hiatos de competência, para que se possa

definir os objetivos de competitividade e identificar os necessários

alinhamentos organizacionais e funcionais;

d) definir ações táticas em termos de canais de distribuição e preço.

3.2.3 Dificuldades e falhas no posicionamento estratégico

São muitas as dificuldades encontradas pelas IES para desenvolverem

um posicionamento estratégico bem definido e encontrarem um share of mind

único, singular, na mente de seus clientes. Eis algumas dificuldades de acordo

com Cobra e Braga (2004):

a) a maior parte das IES privadas oferece o mesmo conjunto de cursos,

existindo poucos cursos originais;

b) são raras as IES que conseguem se posicionar em um conjunto

homogêneo de cursos, em uma mesma área ou setor da economia.

A maioria das IES quer ter de tudo um pouco e acaba não sendo

referência em nada;

c) não há segmentação do público-alvo. As IES utilizam estratégias de

divulgação idênticas para diferentes tipos de clientes potenciais

(prospects). Quando se sabe que valores e percepções de egressos

do ensino médio (jovens e adolescentes) são distintos dos valores e

28

percepções de pessoas com mais idade.

Segundo Cobra e Braga (2004), outra falha na distinção da

segmentação do público alvo diz respeito a classe econômica. A forma de

abordar, estrategicamente, pessoas das classes A e B é uma; das classes C e

D é outra. Por exemplo, se a instituição se posicionar para atender essas

classes, deverá buscar outros tipos de diferenciais qualitativamente válidos

para fazer frente a uma forte concorrência, e deve considerar prioritária a

questão do preço.

Nesse segmento socioeconômico da população (C e D), 30 reais a mais

ou a menos na mensalidade podem representar a perda ou ganho de centenas

ou milhares de alunos. Se optar por esse posicionamento, a IES deve buscar

uma maior lucratividade no ganho em escala e em fontes alternativas de

receita (cross-selling) para se tornar competitiva.

O posicionamento da instituição, quando existe, é comunicado somente

pelo canal da propaganda de massa. A propaganda é um excelente elemento

de visibilidade para a IES, mas não é o canal mais adequado para comunicar o

valor agregado presente nos diferenciais da instituição, e já mais deveria ser

utilizada isoladamente sem estar devidamente integrada aos demais elementos

do marketing.

Como conseqüência da falta de um posicionamento estratégico bem

definido, as propagandas feitas pelas IES são descontextualizadas de seus

diferenciais. São propagandas conceituais, centradas em antigos chavões; sem

elementos que agreguem valor, acabam não inspirando credibilidade.

Conforme Cobra e Braga (2004), um período como o atual, de

consolidação do mercado do ensino superior particular, em que muitas IES já

estão sucumbindo, somente dois tipos de instituições sobreviverão:

a) de um lado, as grandes IES que souberem tirar partido do ganho em

escala, de estratégias de localização dos seus campi, e que tiverem

gestão profissionalizada;

b) de outro, as pequenas e médias IES que forem segmentadas e

tiverem posicionamento bem definido, com diferenciais qualitativos

específicos. As que ficarem no meio termo, isto é, não forem nem

uma nem outra terão sérias dificuldades competitivas.

29

3.3 Imagem de uma instituição de ensino

A imagem de uma instituição deve ser mais positiva possível, pois a

imagem reflete como os clientes vêem a instituição.

Segundo Kotler e Fox (1994), a imagem é a soma de crenças, idéias e

impressões que uma pessoa tem de um objeto. Uma instituição que responde

ao mercado tem forte interesse em saber como seus públicos vêem a escola e

seus programas e serviços, uma vez que as pessoas se relacionam

freqüentemente a sua imagem, não necessariamente a realidade. Públicos que

têm a imagem negativa de uma escola vão evitá-la ou desprestigiá-la, mesmo

se ela for de alta qualidade, e aqueles que têm uma imagem positiva ficarão

indecisos.

As pessoas tendem a formar imagens das escolas baseados em

informações frequentemente limitadas, mesmo, imprecisas. Essa imagem afeta

suas possibilidades de receber matrículas por indicações a um parente, doador

ou de unir o corpo docente ou funcionários.

O termo imagem começou a ser popular nos anos 50 e, atualmente é

utilizado em uma variedade de contextos: imagem institucional, imagem

corporativa, imagem nacional, imagem da marca, imagem pública, auto-

imagem e assim por diante

De acordo com Cobra; Braga (2004) a classificação da IES quanto a

imagem para o mercado são:

3.3.1 Best-price

São IES de todos os tamanhos que competem com base no menor

preço. São instituições exclusivamente diplomadoras, que atraem alunos das

classes econômicas C e D e parte da classe B - aqueles preocupados apenas

com a obtenção do diploma.

30

3.3.2 Convenientes

São IES que captam alunos com base na tríade localização, acesso e

preço. A maior parte das IES do país se classificam nessa categoria, em que

estão também as faculdades isoladas, de qualidade variável, situadas em

cidades de pequeno e médio porte, onde existe apenas uma ou duas IES. Seus

cursos não apresentam diferencias competitivo (são commodities).

3.3.3 Tradicionais

São IES que existem há mais de duas décadas e hoje estão na

categoria de universidade. Atraem alunos com base no amplo portfólio de

produtos, na tradição e no porte da instituição.

3.3.4 Diferenciadas

São IES que conquistaram um share of mind do público-alvo, ou seja,

são marcas lembradas por apresentarem diferenciais claramente percebidos

pelo mercado. Exemplos: Universidade Anhembi Morumbi, FACAMP, ESPM,

FAAP, FIAP.

3.3.5 Elitizadas

São IES que já consolidaram uma imagem de excelência no mercado e

cobram mensalidades bem mais altas que as demais. Exemplo: FGV- EAESP e

IBMEC.

31

3.4 Marca de uma instituição

Cavalheiro (2005), diz que em um ambiente tão imprevisível, uma

instituição de ensino não pode mais se apoiar somente em seus produtos e

serviços. Desenvolver uma estratégia de marca coerente e consistente com

seu mercado é questão de sobrevivência na era do conhecimento, em que

qualquer deslize é percebido rapidamente por muitas pessoas.

O gerenciamento da marca leva em conta aspectos como reputação,

visibilidade e afinidade desta com o consumidor. No caso de uma instituição de

ensino, para o futuro aluno, todos esses aspectos influenciarão em sua decisão

de escolha da instituição. O que vai diferenciar uma instituição de ensino da

outra é cada vez mais o poder intangível de estabelecer cumplicidade com o

universo que a cerca.

A chave dessa relação está na mensagem implícita na marca da

instituição, atrelada não apenas aos cursos e serviços que oferece, mas

também ao comportamento que a instituição demonstra enquanto escola,

faculdade ou universidade enquanto empresa como um todo.

Cavalheiro (2005), salienta a importância dos atributos de uma marca de

define claramente que os atributos de uma marca não é tão simples. Em geral,

inicia-se com uma pesquisa para avaliação da percepção da marca, como ela é

percebida por seus públicos (internos e externos). Os atributos definidos como

essência da marca deverão permanecer todos os seus produtos, processos e

serviços. Eles terão que ser percebidos nas atitudes da empresa e de seus

gestores com relação a todos os seus públicos, inclusive com relação a

sociedade de um modo geral.

De acordo com Cobra e Braga (2004), a marca pode ser entendida como

um nome, termo, logo, símbolo, desenho ou uma combinação de tudo isso,

criada com a finalidade de identificar bens ou serviços de um vendedor e

diferencia-los dos competidores. No caso de uma instituição de ensino,

representa mais do que um nome: é o valor de uma imagem, um verdadeiro

símbolo, que caracteriza valores morais, éticos e de qualidade no saber.

Segundo Gracioso (2005), a imagem da marca é a impressão coletiva

que as pessoas têm a respeito de uma marca de produto ou serviço. Trata-se

32

da informação – positiva ou negativa – que alguém adquiriu sobre uma marca

em particular, naturalmente, se dependesse apenas das experiências pessoais,

a imagem de marca de difundiria muito lentamente. Para apressar este

processo surgiu a propaganda.

3.4.1 Pilares da marca de uma instituição

Segundo Gracioso (2005), a marca de uma Instituição baseia-se em

quatro pilares, as quais são:

3.4.1.1 Diferenciação

Uma escola precisa ter foco em diversos pontos importantes que a

façam se diferenciar de outras instituições de ensino. Uma marca se distingue

das demais quando a IES tem um ou mais fatores que a diferencie das outras.

3.4.1.2 Relevância

Os cursos oferecidos devem ter relevância para o mercado. Quando o

seu ensino se destaca das demais IES, essa relevância é um forte propulsor da

marca no mercado educacional.

3.4.1.3 Estima

A escola deve gerar estima nos alunos. Quando uma marca é admirada

e amada, destaca-se das demais IES.

33

3.4.1.4 Conhecimento

A disseminação do conhecimento pode gerar simpatia da comunidade

de aluno. A disseminação da marca no mercado educacional pode fortalecer o

conhecimento que o mercado tem dela. A sociedade desenvolve uma imagem

positiva da Instituição.

3.4.2 Fatores de construção de uma marca de sucesso

Segundo Cobra e Braga (2004), existem fatores importantes e

primordiais para a construção de uma marca de sucesso no mercado

educacional os quais são:

a) é preciso agregar valor a marca da escola, e isso requer penetrar no

mundo real, demonstrando os atributos da marca educacional;

b) importante que a marca gere forte emoção: adrenalina pura;

c) é preciso penetrar no mundo real das pessoas: benefícios da marca;

d) importante penetrar no mundo imaginário: mensagens simbólicas de

amor;

e) é necessário criar preferência pela marca;

f) a marca deve provocar lealdade: amor e paixão;

g) fidelidade: amor, paixão e exclusividade;

3.4.3 Níveis de significados da marca

Segundo Kotler (apud LIMEIRA 2005b), a marca pode englobar até

quatro níveis de significados, a saber:

34

3.4.3.1 Benefícios

É o resultado esperado com o uso do produto. Por exemplo, um carro

não oferece apenas o benefício básico de transporte, mas também os

benefícios de status, aceitação pelo grupo, conforto e segurança. Os clientes

não compram atributos, compram benefícios.

3.4.3.2 Atributos

São as características estéticas e funcionais do produto. No caso do

exemplo do carro, os atributos serão a cor, o tamanho, a potência do motor, o

consumo de combustível, a mecânica, o custo de manutenção, a resistência, a

durabilidade etc.

3.4.3.3 Valores associados à marca

São reconhecidos, identificados e valorizados pelo público-alvo. Como

exemplo, a marca pode transmitir valores associados a família, igualdade

social, ajuda ao próximo, preservação do meio ambiente, etc.

3.4.3.4 Personalidade

Os traços de personalidade associados à marca por meio da

propaganda, como modernidade, autonomia, independência, ética, maturidade,

experiência etc. A marca atrai o público cuja auto-imagem real ou projetada se

encaixa na imagem percebida da marca. Portanto, as marcas são instrumentos

de projeção de auto-imagem ou autoconceito de cada indivíduo.

35

3.5 Comunicação

A comunicação é essencial para o sucesso e crescimento da instituição

e através dela é que vai ser divulgada a marca, imagem, produtos e serviços

da instituição.

Conforme Daud (2005), toda comunicação, desde os anúncios até o

contato com os profissionais de atendimento das matrículas, deve articular um

discurso de modo que o consumidor perceba valor na proposta da escola.

Deve persuadir o cliente para proporcionar maior satisfação as suas

necessidades e desejos. As pessoas efetuarão a matrícula naquelas escolas

que oferecerem, segundo sua percepção, o maior valor agregado.

De acordo com Cobra e Braga (2004), no setor de serviços

educacionais, a comunicação pode desempenhar um duplo papel: obter e reter

alunos. Desempenha também um importante papel no posicionamento das IES

e seus cursos no mercado. A comunicação pode ser utilizada para.

a) informar acerca de cursos oferecidos e demais dados pertinentes a

cada programa;

b) persuadir o possível aluno acerca de determinados cursos,

oferecidos como a melhor solução as suas necessidades;

c) relembrar o aluno potencial das vantagens de um curso e motivá-lo.

Um jovem pode ser despertado para a oportunidade de se inscrever

em um determinado curso por meio de comunicação aberta ou

mesmo de comunicação dirigida. Uma simples informação pode ser a

pista que o aluno necessita para a sua decisão. A persuasão

envolve a utilização de argumentos superiores aos da concorrência

com o objetivo de estimular o possível aluno à decisão de compra de

um determinado curso. Mostrando que o curso pode suprir as

necessidades do aluno e também superar suas todas suas

expectativas deixando totalmente satisfeito com a Instituição de

Ensino

36

3.5.1 Composto de comunicação

Cobra e Braga (2004), também descrevem os elementos do composto

de comunicação:

3.5.1.1 Venda pessoal

É recomendável para a venda de cursos de especialização ou de

extensão universitária.

3.5.1.2 Serviço ao cliente

O atendimento aos alunos é um poderoso instrumento de comunicação

para reforçar a imagem da IES junto aos alunos, pais e empresas que pagam

os cursos para seus funcionários. Vai desde uma simples informação ou

reclamação até uma matrícula de aluno ou um pedido de revisão de notas.

3.5.1.3 Propaganda

Ainda conforme Cobra e Braga (2004), a propaganda é adequada com

mídia de massa para atingir um público em grandes proporções. A mensagem

deve conter os benefícios básicos que se pretende transmitir ao público-alvo,

tais como.

a) mídia eletrônica: TV, rádio e internet – é adequada quando o público-

alvo está disperso em uma grande área geográfica;

b) mídia impressa: jornais e revistas – quando o público-alvo é leitor do

veículo específico:

37

c) outdoors e outros meios: cartazes e pôsteres, displays eletrônicos,

publicidade móvel, display em escolas e eventos – quando o público-

alvo deve ser atingido em diversos momentos, na rua, no trânsito, em

eventos como shows para jovens, em locais de esporte e outros tipos

de eventos dirigidos ao público que se pretende atingir;

d) cinema – quando o custo por mil justifica o investimento;

e) marketing direto – leva a mensagem diretamente ao consumidor de

cursos que se pretende atingir;

f) telemarketing – o contato telefônico pode ser adequado para a venda

de determinados programas;

g) e-mail – um meio mais barato para se atingir sobretudo o internauta.

3.5.1.4 Tipos de propaganda

Limeira (2005a), define os seguintes tipos de propaganda:

a) propaganda de marca ou produto: concentra-se na divulgação e

criação de imagem para um produto ou marca;

b) propaganda de lançamento de produto: aquela que visa criar rápido

conhecimento da marca e estimar o consumidor a experimentar pela

primeira vez, rompendo a inércia e quebrando hábitos; deverá ter alto

impacto, alta cobertura e freqüência para acelerar o crescimento das

vendas do produto;

c) propaganda de sustentação de produto: visa manter a lembrança da

marca e estimular a repetição de compra, sustentado ou aumentando

os níveis de vendas da marca;

d) propaganda institucional: promove o nome, a imagem, os

profissionais e as iniciativas de uma empresa, organização ou setor

de atividades;

e) propaganda comparativa: compara as qualidades e os benefícios de

uma marca com as marcas concorrentes ou produto substitutos;

f) propaganda cooperada: os fabricantes e as redes de loja varejistas

patrocinam, em conjunto, a propaganda de produtos, visando gerar

38

tráfego para as lojas do varejista e, simultaneamente, aceleração das

vendas dos produtos. Também pode ocorrer propaganda cooperada

entre dois fabricantes, com produtos complementares;

g) propaganda promocional: visa comunicar uma promoção de vendas

para o público-alvo do produto;

h) propaganda de categoria: propaganda feita por uma associação de

fabricantes, visando estimular a demanda de uma categoria de

produto, como o chocolate; esse tipo de propaganda é assinada pela

associação e, em geral, não menciona marcas nem fabricantes;

I) propaganda de proteção ou defesa: realização por empresas e

outras, visa comunicar um ponto de vista sobre um assunto

controvertido em relação ao ambiente social, público ou econômico.

3.5.1.5 Medindo a eficácia da propaganda

Segundo Limeira (2005a), a capacidade de uma empresa de medir a

eficácia de sua propaganda é crucial no desenvolvimento de anúncios mais

eficientes, na determinação do nível de gastos e na alocação de fundos

disponíveis para a mídia. Assim que a relação entre a pressão e a eficiência é

conhecida, uma empresa pode calcular o orçamento para a propaganda,

comparar os vários tipos de mídia e selecionar os veículos dentro da mesma

mídia.

A Propaganda, portanto, age como um tambor que repercute e amplia a penetração de nossa marca. Mas a propaganda, por si só, não cria a imagem de marca. Esta depende basicamente da qualidade do produto e de sua adequação às necessidades do comprador. (GRACIOSO, 2005, p.83)

Limeira (2005a), demonstra que as quatro medidas de eficácia da

propaganda mais utilizadas são: mudanças nas vendas, número de consultas

recebidas, aumento no conhecimento sobre o produto e mudanças de atitude.

No caso da propaganda on-line, a medição é feita através da contagem de

cliques em um anúncio, ou seja, o número de vezes que um banner é

realmente clicado pelo visitante.

39

Embora as medidas intermediárias de eficácia possam fornecer visões

interessantes, a venda é o melhor critério de avaliação dos resultados da

propaganda.

3.6 Fatores que influenciam na escolha da IES

De acordo com Cobra e Braga (2004), há cerca de 10 anos a verba

destinada para marketing e publicidade de ensino variava de 2 a 3% do

faturamento bruto da instituição. Atualmente, essa verba varia de 5 a 7% do

faturamento bruto, chegando até 10% em algumas IES.

Em pesquisas realizadas pela Hoper Comunicação e Marketing entre

prospects de instituições de ensino superior, os fatores que influenciam a

tomada de decisão na escolha de uma IES são:

a) valor das mensalidades;

b) localização da escola;

c) qualidade das instalações;

d) imagem percebida da qualidade do ensino e dos professores;

e) fatores psicológicos: objetivos de vida, expectativas de familiares,

status pretendido, identificação dos valores do aluno e da família com

os da instituição, vínculos de amizades.

Esses fatores recebem valor ponderal entre os diferentes segmentos de

clientes do ensino superior. Para as classes sociais A e B, os fatores são

considerados mais ou menos importantes na seguinte proporção: 87% imagem

da qualidade percebida, 78% qualidade das instalações, 62%

contextualizações com as necessidades pessoais, 58% valor das

mensalidades, descontos e bolsas, 42% localização da escola, 22% outros

fatores, afirmam Cobra e Braga (2004).

Para as classes sociais C e D, a importância desses fatores muda de

proporção: 82% valor das mensalidades, descontos e bolsas, 72% imagem da

qualidade percebida, 58% localização da IES, 52% qualidade das instalações,

45% contextualização com as necessidades pessoais, 32% outros fatores,

enfatizam Cobra e Braga (2004)

40

De acordo com Dalrymple e Parsons (2003), a propaganda é empregada

no mundo inteiro por ser um método cuja relação custo - benefício na

comunicação de idéias para grandes públicos vale a pena. Ela funciona tanto

para divulgar a prevenção de doenças como para vender sabão.

3.7 Marketing em sala de aula

Segundo Cobra e Braga (2004), o marketing em sala de aula tem

ganhado novos adeptos de uma forma quase intuitiva. O professor que procura

ganhar a estima de seus alunos se autopromove, dá shows de conhecimento e

usa técnicas multimídia, entre outros recursos. Os autores também descrevem

a luz do conhecimento de marketing denominado 4 Cs, de Robert Lauterbom:

a) o cliente: o aluno é o cliente da escola e do professor, mas a estória

de o cliente tem sempre razão nem sempre é válida. Como cliente, é

preciso saber o que estimula o aluno a prestar atenção na aula e de

que maneira ele deve ser estimulado a estudar. A pesquisa intuitiva

do professor nem sempre funciona, por isso, muitas vezes uma

pesquisa de opinião precisa ser realizada, para descobrir o que tem

valor para o aluno;

b) a conveniência: para estimular o aluno a estudar, é preciso

proporcionar convênios que o motivem ao bom desempenho

acadêmico. Dentro da sala de aula, conforto, número adequado de

lugares, boa visibilidade, acústica, temperatura ambiente e bons

equipamentos fazem parte do cenário de marketing para um

aprendizado eficiente. Em suma, é preciso proporcionar um elenco

de conveniências aos alunos;

c) a comunicação: ter bons recursos físicos na sala de aula não basta,

é preciso que o professor seja um bom comunicador. O professor

deve ter boa expressão corporal, tal qual um artista em um palco de

teatro, boa dicção, boa entonação de voz e, sobretudo, trazer bons

assuntos para sala de aula. Um verdadeiro e entusiasmado narrador,

contador de boas estórias;

41

d) o custo: o produto sala de aula nem sempre é barato. Com todos os

equipamentos multimídia necessários, é preciso um bom

investimento para compor o cenário da sala de aula. Mas via de

regra compensa. Professores bem remunerados também

compensam. É importante atender às necessidades de conforto e

bem-estar do cliente, e somar alguns desejos específicos de cada

IES. Um serviço educacional bem elaborado faz parte do bom

marketing em sala de aula.

O professor precisa estar motivado a ser um personagem importante do marketing da sua IES. Para isso, deve ser orientado e estimulado. (COBRA; BRAGA, 2004, p.128).

Cobra e Braga (2004), enfatizam que em sala de aula, o professor deve

procurar proporcionar conveniência que estimulem o aluno à busca incessante

do conhecimento. Com material didático atualizado, bibliografia de interesse e

outros recursos didáticos estimulantes, como a internet para pesquisa

bibliográfica, o professor deve agir com muita magia e sedução em sala de

aula. Em sala de aula, o professor tem à sua disposição uma audiência cativa.

Sabendo estimular seus ouvintes, ele deixa de ser apenas um profissional de

dar aulas e se torna uma referência na vida atual e futura do aluno. Agindo de

forma mágica e sedutora, ele pode motivar o aluno a pesquisar informações

para o seu aprendizado contínuo.

42

CONCLUSÂO

A pesquisa visou demonstrar que o marketing sendo bem aplicado é

uma ferramenta indispensável para qualquer tipo de organização, inclusive

para instituição de ensino, pois as estratégias utilizadas fará com que a mesma

tenha um diferencial competitivo no mercado. O Marketing Educacional pode

aperfeiçoar e melhorar todas as atividades e processos de uma instituição,

deste a segmentação de mercado, relacionamento com cliente, melhoramento

corpo docente, divulgação e valorização da marca.

Por fim, pode-se concluir que os objetivos da pesquisa foram alcançados

com êxito e a pergunta problema respondida, pois o Marketing Educacional

com todas suas técnicas e benefícios expostos atraem sim novos alunos

inclusive alunos insatisfeitos já matriculados em outras instituições e também

fidelizando os atuais.

O trabalho trouxe um maior aprofundamento teórico, mas cabe ressaltar

que esse assunto não está totalmente esgotado, visto que o Marketing

Educacional é muito mais abrangente e possui novas idéias e estratégias que

poderão ser aplicadas e aprofundadas pelas IES, podendo assim, outros

acadêmicos aprofundá-lo e redirecioná-lo.

43

REFERÊNCIAS

CAVALHEIRO, W. Branding: gestão da marca em instituições de ensino in: COLOMBO, S. S. (org). Marketing educacional em ação : estratégias e ferramentas. São Paulo: Artmed, 2005, p. 35 – 50. COBRA, M.; BRAGA, R. Marketing educacional : ferramentas de gestão para instituições de ensino. São Paulo: Cobra Editora e Marketing, 2004. DALRYMPLE, D. j.; PARSONS, L. J. Introdução a administração de marketing . Tradução Iolanda Paula da Silva; Mayara Ribeiro Guimarães. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. DAUD, M. D. Propaganda e promoção in: COLOMBO, S. S. (org.). Marketing educacional em ação: estratégias e ferramentas . São Paulo: Artmed, 2005, p. 79 – 93. DIAS, S. R. (org). Gestão de marketing . São Paulo: Saraiva, 2005. FACÓ, M. H. A. A essência do marketing educacional in: COLOMBO, S. S. (org.). Marketing educacional em ação : estratégias e ferramentas. São Paulo: Artmed, 2005, p. 18 – 34. GRACIOSO, F. Marketing estratégico : planejamento estratégico orientado para o mercado. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2005. KOTLER, P.; FOX, K. F. A. Marketing estratégico para instituições educacionais . São Paulo: Atlas, 1994. KOTLER, P.: KELLER, K. L. Administração de Marketing . Tradução Mônica Rosenberg; Claudia Freire; Brasil Ramos Fernandes. 12. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAS CASAS, A. L. Administração de Marketing : conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2010. LIMEIRA, T. M. V. Administração das comunicações de marketing in: DIAS, S. R. (coord.). Gestão de marketing . São Paulo: Saraiva, 2005a, p. 271 – 307.

44

______. Administração de produtos in: DIAS, S. R. (coord.). Gestão de marketing . São Paulo: Saraiva, 2005b, p. 95 – 123.