Marta é uma figura simpática no Evangelho, com o irmão Lázaro e Maria, morava em Betânia, a 3 km de Jerusalém. São chamados amigos de Jesus, pois muitas

vezes Ele hospedava em sua casa. Antiquíssima tradição da Igreja, tanto no Oriente quanto no Ocidente, atribui a Marta um culto litúrgico. Embora se

desconheça o seu paradeiro depois da morte e ressurreição do Divino Mestre.

Em algumas ocasiões Marta é mencionada no Evangelho, e elas são inesquecíveis, pois alimentam a piedade e contemplação cristã através dos

séculos. O evangelista São Lucas nos narra uma das visitas de Jesus na casa de Marta: Estando em viagem, diz o Evangelho, entrou Jesus à casa de certa mulher

chamada Marta, lhe deu hospedagem em sua casa.

Tinha ela uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do senhor, escutava sua palavra. Marta, ao contrário, mostrava-se muito ocupada com o serviço da mesa.

Prontamente Marta se detém um pouco com seus afazeres e aproximando-se de Jesus lhe diz: "Senhor, como te parece que minha irmã me haja deixado sozinha a fazer todo o

trabalho da casa? Por que não lhe dizes que me ajude um pouco?".

Mas Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, tu te afliges e te inquietas por muitas coisas; mas uma só é necessária, Maria escolheu a melhor parte e não lhe será tirada”. Através desta cena, Santos padres e Teólogos encontraram nas duas irmãs um

modelo de vida ativa (Marta) e contemplativa (Maria) com confirmação por parte de Cristo, na excelência superior da vida contemplativa. Talvez o núcleo central do ensinamento de

Cristo seja: a importância absoluta do reino messiânico eterno e espiritual sobre o puramente corporal e temporal.

A outra cena é na morte de Lázaro. Este adoeceu gravemente, enquanto Jesus se achava longe, na Galiléia. Foi solicitada a presença urgente de Cristo, mas Ele continuava sua

atividade quase aparentando indiferença, até que chegou outra noticia: “Lázaro está morto”. Só então Jesus decidiu viajar para Betânia, a aldeia de Lázaro, lá chegando quatro dias

depois do enterro.

O diálogo de Marta com Jesus é dos mais belos do Evangelho de São João: Apenas Marta ouviu que Jesus chegara, saiu ao seu encontro: Maria continuava sentada chorando. Dentro

de casa. Observe a profissão de Fé de Marta! Disse Marta a Jesus: “Senhor se estivesses aqui , meu irmão não teria morrido.

Mas, ainda agora sei que tudo que pedires a Deus Ele te concederá”.

A profundidade desse diálogo é de fato comovente! Oxalá pudéssemos cada um de nós ter a liberdade de falar com o Senhor com toda essa transparência, com toda essa franqueza e

serenidade que essa conversa entre amigos aqui relatada. O diálogo de Jesus e Marta, nos transmite e nos transcende, mostrando-nos o quanto preenchida de Deus estava Marta, uma

vez diante de Jesus, o próprio Deus nosso Salvador.

Esse é para nós, um modelo de oração ideal, ou seja, dialogar com o Senhor de forma franca, livre e desprendida, abrindo-se a ele de maneira sincera e irrestrita. Afirmou-lhe

Jesus ‘Teu irmão ressuscitará’! ‘Eu sei, tornou-lhe a dizer Marta, que ressuscitará na ressurreição do último dia’. Jesus lhe disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; todo aquele

que crê em mim, mesmo que esteja morto, viverá, e todo o que vive e crê em mim, não morrerá jamais”.

Diante desse trecho do evangelho de João, nos deparamos com um Jesus justo poderoso e glorioso, mas por outro lado um Jesus extremamente humano a

ponto de se comover e até chorar, ao receber a notícia de que seu amigo Lázaro já havia morrido há quatro dias

Depois, Jesus se fez conduzir até o sepulcro, mando-o abrir e deu a ordem: “Lázaro, vem para fora!” Ele veio! Estava ressuscitado! Que o Senhor Jesus possa nos inspirar e nos

impulsionar a agirmos com a reta consciência e firme convicção, de que podemos ressuscitar, desde que ressuscitemos todos juntos, em comunidade, unindo forças em prol

de uma igreja cada vez mais viva, comprometida e vivificante.

29/07/2010