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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PÓS - GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
VALERIA FERREIRA MARTINELLI
PERFIL CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICO E
OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO PELO
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INFLAMATÓRIA INTESTINAL EM HOSPITAL DE
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
VALERIA FERREIRA MARTINELLI
Perfil clínico-epidemiológico e ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus
em pacientes com doença inflamatória intestinal em hospital de referência
no Nordeste do Brasil
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Pernambuco, para a obtenção do grau de Mestre.
Orientadora
Profª. Dra. Ana Lúcia Coutinho Domingues Prof
a Adjunta do Depto. de Medicina Clínica, CCS-UFPE
Co-Orientador
Prof. Dr. Carlos Alexandre Antunes de Brito Prof Adjunto do Depto. de Medicina Clínica, CCS-UFPE
RECIFE/PE
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
REITOR
Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
VICE-REITOR
Prof. Sílvio Romero de Barros Marques
PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Francisco de Souza Ramos
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DIRETOR
Prof. Nicodemos Teles de Pontes Filho
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DIRETOR SUPERINTENDENTE
Prof. George da Silva Telles
DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA
CHEFE
Profa. Jocelene Tenório Albuquerque Madruga Godoi
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA INTERNA
COORDENADOR
Prof. José Ângelo Rizzo
VICE-COORDENADOR
Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto
CORPO DOCENTE
Prof ᵃ. Ana Lúcia Coutinho Domingues
Prof ᵃ. Ângela Luiza Branco Pinto Duarte
Prof. Brivaldo Markman Filho
Prof. Décio Medeiros Peixoto
Prof. Dinaldo Cavalcanti de Oliveira
Prof. Edgar Guimarães Victor
Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto
Prof. Emanuel Sávio de Cavalcanti Sarinho
Prof ᵃ. Heloísa Ramos Lacerda de Melo
Prof. Hilton Justino de Oliveira
Prof. Jair Carneiro Leão
Prof. José Ângelo Rizzo
Prof. Lucio Villar Rabelo Filho
Prof ᵃ. Maria de Fátima Militão de Albuquerque
Prof. Odwaldo Barbosa e Silva
Prof ᵃ. Simone Cristina Soares Brandão
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho
Aos meus filhos Pedro, Felipe e Carolina, que apesar de ansiarem
pelo seu término, em busca de mais atenção, sempre colaboraram com a
sua realização.
A Floriano, meu marido, que me substituiu em meus afazeres com
dedicação e boa vontade.
Aos meus pais, Sylvia Maria e Martinelli (in memoriam†), que
tanto me ensinaram, e ele, que hoje me ensina o verdadeiro sentido da
palavra SAUDADE.
Aos doentes portadores de Doença Inflamatória Intestinal, maior
razão deste estudo. Espero que os frutos desta dissertação originem uma
contribuição, mesmo pequena, para esta enfermidade.
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AGRADECIMENTOS
Desde que me interessei pelo estudo das doenças inflamatórias intestinais, tive a
oportunidade de conhecer e conviver com inúmeros profissionais, que muito acrescentaram à
minha formação profissional e pessoal; a todos eles, minha gratidão.
Agradeço a minha orientadora Dra. Ana Lúcia Coutinho Domingues, referencial de
padrões éticos e científicos, pela confiança, sempre disposta a conversar e orientar.
Ao meu co-orientador Carlos Brito, pela oportunidade de trabalhar ao seu lado e pela
valiosa contribuição na realização desta dissertação, sempre com importantes sugestões.
A Dra. Norma Jucá que se dispôs a realizar TODOS os exames de histologia, sem
nenhuma restrição, sempre disposta a discutir e fazer revisões.
A Dra. Norma Lucena que desde o início de nosso estudo, mostrou-se interessada e
envolvida, organizando reuniões e dividindo tarefas, com metas ambiciosas que me
estimularam a seguir em frente.
A Jurandir, Laís e especialmente a Renan, pela importante colaboração na realização
das entrevistas, coleta das amostras, organização das planilhas, extração do DNA etc.
Ao IHENE, na pessoa de Adriana Barros, sem a qual não seria possível a coleta de
sangue dos doadores.
A Silvana e Mônica, biomédicas, que se empenharam na realização dos exames
sorológicas, sem hesitar devido à sobrecarga de trabalho.
Aos amigos residentes que sempre me ajudaram, principalmente nos cuidados aos
doentes, com dedicação e carinho especial, e por muitas vezes, se sacrificaram pela minha
ausência nos momentos que eu deveria estar realizando preceptoria.
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Aos amigos Dr. Fernando, Eduardo, Júlia, Rafaela e Hugo que souberam
compreender minhas trocas, sem trocas, no Serviço de Endoscopia do RHP e que, ao
absorverem minhas atividades, me proporcionaram tranquilidade e tempo para realização
desta dissertação.
Aos amigos do Hospital da Restauração, principalmente nas pessoas de Dr. Admar,
Dr. Miguel Arcanjo e Kalina, pelo estímulo e incentivo, que sem isto não teria conseguido
comparecer as aulas e realizar este trabalho.
Aos funcionários do setor de endoscopia do LIKA-HC, nas pessoas de Uidete, Niedja,
Suely, Marlene, Rogéria, Noêmia, Joana, Edeilson e todos que trabalham no LIKA, sempre
disponíveis na realização de mais um exame de colonoscopia.
A Helena, minha fiel ajudante, sempre amável e disposta a colaborar.
Aos funcionários do setor de patologia, especialmente a Célia, por não medirem
esforços para disponibilizarem o preparo das lâminas e os resultados dos exames.
Aos colegas Dr. Claúdio Panutti, Dr. Humberto Kishi, Dr. Alexandre, Lucy Vilas
Boas e Neila, Darcy, por terem aberto as portas do serviço do HC-USP.
Ao meu marido Floriano e aos meus filhos, pelo amor, carinho, pela paciência na
‘’fase mestrado’’ e pela compreensão dos constantes momentos de ausência.
Aos pacientes que tornaram possível a realização desse estudo, minha homenagem e
agradecimento especiais.
Muito obrigado!
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“A cada dia que vivo, mais me
convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas
forças que não usamos, na prudência
egoísta que nada arrisca, e que,
esquivando se do sofrimento, perdemos
também a felicidade”
Carlos Drummond de Andrade
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SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS................................................................................................. xii
LISTA DE QUADROS................................................................................................ xiv
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS................................................................. xvi
RESUMO...................................................................................................................... xvii
ABSTRACT.................................................................................................................. xviii
APRESENTAÇÃO....................................................................................................... 01
Referências.................................................................................................................... 05
CAPÍTULO I................................................................................................................ 07
1. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 07
1.1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 07
1.1.1 Doença inflamatória intestinal.............................................................................. 07
1.1.2 Citomegalovírus e Doença Inflamatória Intestinal............................................... 12
1.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 22
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................ 23
1.3.1 Objetivo geral........................................................................................................ 23
1.3.2 Objetivos específicos............................................................................................ 23
1.4 HIPÓTESES............................................................................................................. 24
1.5 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 25
1.6 ARTIGO DE REVISÃO SISTEMÁTICO.............................................................. 37
Papel do citomegalovírus na doença intestinal inflamatória......................................... 37
RESUMO....................................................................................................................... 37
ABSTRACT................................................................................................................... 37
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 38
Estratégia de pesquisa................................................................................................... 38
Critérios de seleção....................................................................................................... 38
Análise dos dados........................................................................................................... 38
Resultados...................................................................................................................... 39
Prevalência.................................................................................................................... 39
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Seleção dos casos e tamanho da amostra...................................................................... 42
Diagnóstico do CMV: como fazer?................................................................................ 42
CMV: Patógeno ou subproduto da inflamação? Quando tratar?................................. 44
CONCLUSÕES............................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 44
1.7 ATUALIZAÇÃO DO ARTIGO DE REVISÃO..................................................... 46
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 47
CAPÍTULO II.............................................................................................................. 48
2. MÉTODOS............................................................................................................... 48
2.1 Métodos do artigo 1................................................................................................ 48
2.1.1 Delineamento do Estudo....................................................................................... 48
2.1.2 Local e período de realização do estudo............................................................... 48
2.1.3 População em estudo............................................................................................. 48
2.1.3.1 Critérios de inclusão........................................................................................... 48
2.1.3.2 Critérios de exclusão.......................................................................................... 48
2.1.4 Tipo e definição do tamanho amostral.................................................................. 49
2.1.5 Definição e categorização das variáveis............................................................... 49
2.1.5.1 Diagnóstico da DII............................................................................................. 49
2.1.5.2 Diagnóstico da infecção pelo CMV................................................................... 49
2.1.6 Elenco de variáveis............................................................................................... 50
2.1.6.1 Variável dependente........................................................................................... 50
2.1.6.2 Variáveis independentes.................................................................................... 53
2.1.7 Etapas e métodos de coleta dos dados.................................................................. 53
2.1.7.1 Etapas................................................................................................................. 53
2.1.8 Métodos laboratoriais............................................................................................ 55
2.1.8.1Análise sorológica............................................................................................... 55
2.1.8.2 Análise histológica............................................................................................. 55
2.1.8.3 Imunohistoquímica (IHQ).................................................................................. 56
2.1.9 Tabulação dos dados............................................................................................. 58
2.1.10 Análise estatística................................................................................................ 58
2.9 Aspectos éticos......................................................................................................... 58
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2.2 Métodos do artigo 2................................................................................................ 59
2.2.1 Delineamento do estudo....................................................................................... 59
2.2.2 Local e período de realização do estudo............................................................... 59
2.2.3 População em estudo............................................................................................. 59
2.2.3.1 Critérios de inclusão........................................................................................... 59
2.2.3.2 Critérios de exclusão.......................................................................................... 59
2.2.4 Tipo e definição do tamanho amostral.................................................................. 59
2.2.5 Definição e categorização das variáveis............................................................... 59
2.2.5.1 Diagnóstico da DII............................................................................................. 59
2.2.6 Elenco de variáveis............................................................................................... 60
2.2.6.1 Variável dependente........................................................................................... 60
2.2.6.2 Variáveis independentes.................................................................................... 60
2.2.7 Etapas e métodos de coleta dos dados.................................................................. 61
2.2.7.1 Etapas................................................................................................................. 61
2.2.8 Tabulação dos dados e análise estatística............................................................ 61
2.2.9 Aspectos éticos...................................................................................................... 61
2.1.10 Referências.......................................................................................................... 62
CAPÍTULO III............................................................................................................. 64
3. ARTIGOS ORIGINAIS.......................................................................................... 64
3.1 ARTIGO ORIGINAL 1……………………………………………………..….... 64
Ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com doença inflamatória
intestinal em hospital de referência no Nordeste do Brasil.......................
65
RESUMO....................................................................................................................... 66
ABSTRACT................................................................................................................... 68
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 70
MÉTODOS.................................................................................................................... 71
Pacientes e Controle...................................................................................................... 71
Procedimentos………………………………………………………………………… 71
Critérios para diagnóstico…………………………………………………….……. 72
Análise estatística…………………………………………………………………… 73
RESULTADOS……………………………………………………………………….. 73
Parâmetros demográficos, clínicos e medicamentos..................................................... 73
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Prevalência de infecção e doença pelo CMV................................................................ 73
Fatores associados com a infecção pelo CMV.............................................................. 78
Utilidades dos métodos diagnósticos………………………………………..……… 80
DISCUSSÃO……………………………………………………………………..…... 81
Prevalência de CMV Infecção……………………………………………………….. 81
Prevalência de CMV doença…………………………………………………………. 82
Fatores associados com infecção pelo CMV................................................................. 84
Imunossupressores......................................................................................................... 84
Fatores associados: Sexo e idade.................................................................................. 84
Métodos diagnósticos………………………………………………………………….……… 85
Significado clínico da infecção pelo CMV.................................................................... 86
CONCLUSÃO.............................................................................................................. 87
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 88
3.2 ARTIGO ORIGINAL 2........................................................................................... 93
Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com doença inflamatória intestinal
atendidos em hospital de referência no Nordeste do Brasil...........................................
94
RESUMO....................................................................................................................... 95
ABSTRACT................................................................................................................... 96
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 97
MÉTODOS.................................................................................................................... 98
Critérios de inclusão...................................................................................................... 99
RESULTADOS.............................................................................................................. 100
Dados epidemiológicos.................................................................................................. 100
Dados clínicos................................................................................................................ 101
DISCUSSÃO................................................................................................................. 104
CONCLUSÃO............................................................................................................... 109
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 110
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 114
APÊNDICES................................................................................................................. 116
APÊNDICE A................................................................................................................ 116
Termo de consentimento livre e esclarecido.................................................................. 116
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Termo de consentimento livre e esclarecido.................................................................. 117
APÊNDICE B................................................................................................................ 118
Ficha Clínica.................................................................................................................. 118
ANEXOS....................................................................................................................... 123
ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa............................................ 123
ANEXO B – Instruções dos autores da Revista World Journal Gastroenterol............. 124
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LISTA DE TABELAS
Artigo Original 1
Ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com doença
inflamatória intestinal em hospital de referência no Nordeste do Brasil.
Tabela 1 Dados demográficos, clínicos e medicamentos dos pacientes com
doença inflamatória intestinal, Recife, 2012..................................
74
Tabela 2 Características endoscópicas dos 117 pacientes com doença
inflamatória intestinal, Recife, 2012...............................................
75
Tabela 3 Distribuição do grau de atividade histológica em 117 pacientes
com doença inflamatória intestinal, Recife , 2012..........................
75
Tabela 4. Soroprevalência do citomegalovírus nos paciente com doença
inflamatória intestinal, Recife, 2012...............................................
77
Tabela 5. Soroprevalência do citomegalovírus nos pacientes com doença
inflamatória intestinal e nos doadores de sangue, Recife, 2012....
78
Tabela 6. Comparação dos diversos graus de atividade da doença
inflamatória intestinal com e sem citomegalovírus, Recife, 2012..
78
Tabela 7. Características demográficas, clínicas e terapêuticas: doença
inflamatória intestinal com e sem citomegalovírus, Recife, 2012..
79
Tabela 8. Padrão 2x2 comparando os resultados dos testes de
imunohistoquímica com IgM – CMV, Recife, 2012.....................
80
Tabela 9. Cálculo da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo,
valor preditivo negativo e prevalência, utilizando-se a
comparação entre os métodos da imunohistoquímica e anti-
citomegalovirus IgM com intervalo de confiança inferior e
superior de 95%, Recife, 2012........................................................
80
Tabela 10. Padrão 2x2 comparando os resultados dos testes de
imunohistoquímica com hematoxilina-eosina, Recife, 2012.........
80
Tabela 11. Cálculo da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo,
valor preditivo negativo e prevalência, utilizando-se a
comparação entre os métodos da imunohistoquímica e
hematoxilina-eosina com intervalo de confiança inferior e
superior de 95%. Recife, 2012........................................................
81
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Artigo Original 2
Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com doença inflamatória intestinal
atendidos em hospital de referência no Nordeste do Brasil
Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos 220 pacientes com
doença inflamatória intestinal atendidos em Recife, 2012...............
100
Tabela 2. Distribuição de acordo com a faixa etária de 220 pacientes com
doença inflamatória intestinal atendidos em Recife, 2012..............
100
Tabela 3. Distribuição de acordo com a localização (L) da doença pela
classificação de Montreal de 72 pacientes com doença de Crohn
atendidos em Recife, 2012................................................................
102
Tabela 4. Distribuição de acordo com o comportamento da doença (B) e
acometimento perianal (p) segundo a classificação de Montreal de
72 pacientes com doença de Crohn atendidos em Recife, 2012.....
102
Tabela 5. Distribuição de acordo com a extensão do comprometimento
intestinal pela classificação de Montreal de 143 pacientes com
retocolite ulcerativa atendidos em Recife, 2012...............................
103
Tabela 6. Distribuição de pacientes com doença de Crohn e retocolite
ulcerativa em relação à presença de manifestações extraintestinais
atendidos em Recife, 2012................................................................
103
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Métodos diagnósticos da infecção pelo CMV................................ 19
Quadro 2. Métodos diagnósticos da infecção pelo CMV intestinal e
utilidade na prática clínica..............................................................
20
Quadro 3. Classificação de Montreal para retocolite ulcerativa quanto à
extensão...........................................................................................
51
Quadro 4. Classificação de Montreal para DC................................................ 51
Quadro 5. Índice de atividade (IA) inflamatória na doença de Crohn............ 51
Quadro 6. Classificação da RCU quanto à gravidade do surto agudo............. 52
Quadro 7. Escore de Mayo............................................................................... 52
Quadro 8. Índice endoscópico simplificado de gravidade endoscópica (SES-
CD)..................................................................................................
52
Quadro 9. Pontuação de Rutgeerts para recorrência endoscópica pós-
ressecção na DC..............................................................................
52
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Reativação e replicação do CMV na DII........................................... 21
Figura 2. Fluxograma.................................................................................... 54
Figura 3. Corte histológico em HE, mostrando célula de inclusão
citomegálica (200x).......................................................................
56
Figura 4 Cortes histológicos com reação IHQ positiva para o CMV,
demonstrando a imunomarcação preferencial dos núcleos
(coloração marrom) notando-se também partículas no citoplasma
(400X).............................................................................................
57
Artigo Original 1
Ocorrência de colite pelo Citomegalovírus em pacientes com Doença
Inflamatória Intestinal em Hospital de referência em Recife-PE
Figura 1. Fluxograma de 117 pacientes com DII submetidos a colonoscopia
e pesquisa do CMV intestinal pela IHQ............................................
76
Figura 2. Topografia do CMV intestinal.......................................................... 77
Figura 3. Corte histológico em HE, mostrando célula de inclusão
citomegálica (200x)..........................................................................
81
Figura 4. Corte histológico com reação IHQ positiva para o CMV
(400x),demonstrando a imunomarcação preferencial dos núcleos
(coloração marrom).........................................................................
81
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Ac – anticorpos
ASCA – Anti-saccharomyces cerevisiae
CI – colite indeterminada
CMV – citomegalovirus
CNC – colite não classificada
DC – Doença de Crohn
DII – Doença Inflamatória Intestinal
DNA – ácido desoxirribonucleico
HE – hematoxilina-eosina
HIV – vírus da imunodeficiência humana
IC – intervalo de confiança
IgG – imunoglobulina G
IgM – imunoglobulina M
IHG – imunohistoquímimica
IL – interleucina
nm – nanômetros
p-ANCA – anticitoplasma de neutrófilos padrão periférico
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase
RCU – Retocolite ulcerativa
RM – Ressonância magnética
SES-DC – Índice endoscópico simplificado de gravidade endoscópica para
Doença de Crohn
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
TC – tomografia computadorizada
TNF – fator de necrose tumoral
VPN – valor preditivo negativo
VPP – valor preditivo positivo
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RESUMO
A Doença Inflamatória Intestinal (DII) compreende a Retocolite Ulcerativa e a Doença de
Crohn. Portadores de DII são considerados de risco para reativação do citomegalovírus
(CMV). A relação entre CMV e a DII é complexa e ainda está para ser determinada.
Pacientes com doença intensa e/ou refratários ao tratamento com imunossupressores devem
ser investigados quanto a infecção pelo CMV. A colite pelo CMV mimetiza o quadro clínico
da atividade da DII e o diagnóstico diferencial se faz necessário devido a diferentes
abordagens de tratamento. A frequência do CMV como causa de colite nos pacientes com DII
varia em função do método utilizado para o diagnóstico e de acordo com o grupo de paciente
estudado. O objetivo do presente estudo foi estabelecer a frequência do CMV na DII em
hospital de referência no Nordeste do Brasil (artigo original 1), descrever o perfil clínico e
epidemiológico destes pacientes (artigo original 2) e realizar uma revisão da literatura sobre a
infecção do CMV nos pacientes com DII (artigo de revisão). Para a pesquisa da infecção pelo
CMV foi realizado sorologia para CMV, histologia pela hematoxilina-eosina (HE) e
imunohistoquímica (IHQ) nos fragmentos da biópsia intestinal. O diagnóstico do CMV foi
correlacionado com as diferentes fases de atividade, com a refratariedade ao tratamento e com
o uso de medicamentos. Resultados: Infecção por CMV foi diagnosticada pela IHQ em 21,4%
de 117 pacientes submetidos à colonoscopia, com positividade em 19% (16/84) para os casos
de RCU e de 27% (9/33) para DC. A sorologia e a coloração por HE apresentaram baixa
sensibilidade de 12% e 16% respectivamente. O CMV foi encontrado nos portadores de DII
em suas diferentes formas clínicas, com predomínio nas formas moderada e intensa, não
sendo encontrado na mucosa histologicamente normal. Sorologia positiva para anti-CMV IgG
em 106 (90,6%) portadores de DII e em 85(86,8%) casos do grupo controle de doadores de
sangue. Na análise do perfil clínico e epidemiológico 220 pacientes com DII foram estudados,
65% apresentavam RCU, 32,7% apresentavam DC e 2,3% colite não classificada (CNC).
Predominou na RCU (51,8%) acometimento pancolônico e para os casos de DC acometido do
íleo terminal (54,2%), com padrão de doença estenosante e/ou penetrante atingindo 69,5%
destes pacientes. Conclusões: Embora o CMV seja considerado marcador de doença grave e
causa de refratariedade ao tratamento, também pode ser encontrado nos pacientes com formas
leve e inativa da DII. O diagnóstico realizado através da sorologia anti-CMV e histologia
apresenta baixa positividade, fazendo necessário uso de técnicas com maior sensibilidade e
especificidade. No perfil clínico dos pacientes no ambulatório do hospital estudado, houve
uma preponderância das formas mais extensas na RCU e complicadas na DC. Foi observado
intervalo diagnóstico demasiadamente longo, o que pode ter contribuído para maior
agressividade da doença.
Palavras-chave: Doenças inflamatórias intestinais. Citomegalovírus. Prevalência.
Patogenicidade. Métodos diagnósticos.
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ABSTRACT
The Inflammatory Bowel Disease (IBD) includes ulcerative colitis and Crohn's disease.
Patients with IBD are at risk for cytomegalovirus (CMV) reactivation. The relationship
between CMV and IBD is complex and has not clear yet. CMV colitis mimics flares of IBD
and the differential diagnosis is necessary due to different treatment approaches. Patients with
severe and / or refractory to treatment with immunosuppressive drugs should be tested for
CMV infection. The frequency of the colitis due to CMV infection depends on the method
used for diagnosis and according to the IBD patient group studied. The aims of this study
were to establish the frequency of CMV in IBD in a reference hospital in a developing
country (first original article), describe clinical-epidemiological profile of this IBD patients
( second original article) and realize a review of the literature about the role of CMV in IBD
and its frequency (review article). The diagnostic methods used by the researchers to detect
CMV infection were the review article: CMV serology and histology with hematoxylin-
eosin (HE) and immunohistochemistry (IHQ) in intestinal biopsy fragments. The CMV
infection was associated with different IBD activity phases, resistance to treatment and
medications. Results: CMV infection was diagnosed by IHQ in 21.4% (25/117) of patients
with IBD, representing 19% (16/84) of positivity for the UC cases, and 27% (9/33) for DC.
Serology and HE staining showed a low sensitivity of 12% and 16% respectively. CMV was
found in IBD patients presenting different clinical forms more often in moderate or severe
forms, but it was not found in histologically normal mucosa. Seropositive for anti-CMV IgG
in 106 (90.6%) patients with IBD and in 85 (86.8%) patients in the health blood donors. The
profile clinical-epidemiological analysis, 220 patients with IBD were studied, of whom 65
had ulcerative colitis (UC), 32.7% had Crohn's disease (CD) and 2.3% indeterminate colitis.
Ulcerative colitis was more often with the involvement all colon (51.8%), CD mainly in the
terminal ileum (54.2%) with 69.5% stricturing and/or penetrating. Conclusions: Although
CMV is considered a marker of severe illness and cause of resistance to treatment, it can also
be found in patients with the mild and inactive IBD. CMV detection based on serology and
anti-CMV histology positivity is low, reinforcing the necessity of techniques with greater
sensitivity and specificity for diagnosing CMV active infection.The clinical and
epidemiological profile of patients with IBD treated at this hospital was the preponderance of
the most extensive in the UC and complicated in the DC, and was observed a too long
interval the diagnosis that may have contributed to more aggressive disease.
Key words: Inflammatory bowel disease. Cytomegalovirus. Prevalence. Pathogenicity.
Diagnostic methods.
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APRESENTAÇÃO
A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma denominação geral para um grupo de
distúrbios inflamatórios do trato gastrintestinal de causa ainda não plenamente conhecida, que
incluem a Retocolite Ulcerativa (RCU) e a doença de Crohn (DC). A incidência e a
prevalência da DII tem aumentado nos últimos 50 anos em todo mundo(1)
.
A doença apresenta dois picos de incidência, um com predomínio dos 15 aos 30 anos
e, outro menos evidente, dos 60 a 80 anos. Está associada a importante morbidade,
caracterizada pela sua cronicidade com frequentes recidivas e necessidade de uso prolongado
de medicamentos. Complicações graves como hemorragias, obstrução intestinal, megacólon
tóxico, perfuração e necessidade de cirurgias reforçam ainda mais o impacto da doença.
A etiopatogenia da doença envolve interação de fatores imunológicos, genéticos e
ambientais. Os fatores ambientais, prováveis gatilhos da doença, nos indivíduos
geneticamente predispostos, desencadeiariam uma resposta imunológica descontrolada e
exarcebada, culminando com inflamação crônica cujo principal órgão é o intestino. O
surgimento da DII em áreas antes não existentes pode ser explicado pela participação dos
fatores ambientais, levando ao aumento da incidência da DII. Os fatores ambientais podem
predispor, desencadear ou modular o curso do desfecho de DII(2)
.
Entre os fatores de risco notadamente de importância na fisiopatogenia e
desencadeamento da doença estão os agentes infecciosos. Microorganismos como
Clostridium difficile, Listeria monocytogenes, Chlamydia tracomatis, Escherichia coli,
Saccharomyces cerevisiae, Mycobacterium paratuberculosis, Helicobacter pylori,
Citomegalovirus (CMV) e vírus Epstein-Barr têm sido estudados(3,4)
.
Citomegalovírus é um vírus DNA, membro da família dos Herpesviridae, subfamília
Betaherpesvirinae e gênero citomegalovírus, agente causal de uma frequente infecção em
humanos, atingindo 40 a 100 % dos adultos(5)
. É caracterizado por possuir ciclos reprodutivos
longos, aumento das células infectadas e múltiplos sítios de latência. A primo-infecção é
habitualmente assintomática em imunocompetentes, podendo levar em 5% dos casos a uma
síndrome mononucleose-Like, febre isolada ou hepatite leve embora casos de colite,
miocardite e encefalite tenham sido descritos Por outro lado, pode ser grave e mesmo fatal se
ocorrer antes do nascimento ou em indivíduos imunocomprometidos(6)
. Nos indivíduos
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imunocompetentes, a infecção tornar-se crônica e o vírus fica latente, podendo reativar caso
os pacientes apresentem imunossupressão.
Os pacientes com DII são considerados de maior risco para desenvolver colite pelo
CMV. A imunodeficiência secundária ao uso da terapia imunossupressora, a desnutrição e as
alterações imunológicas da doença tornam os pacientes com DII susceptíveis a reativação do
CMV(7)
. O CMV tem tropismo pelo tecido intestinal inflamado. Com a liberação das citocinas
pró-inflamatórias na DII em atividade, particularmente o TNF α, ocorre a reativação viral que
perpetua a inflamação através da liberação da interleucina-6 (IL-6) pelas células infectadas
com CMV(8)
.
A relação entre CMV e DII está para ser determinada. O vírus poderia ser o agente
desencadeador do processo em indivíduo geneticamente predisposto(9)
, estar envolvido apenas
nas recidivas da doença ou em casos de doença ativa refratária ao tratamento(10)
ou ainda, ser
um mero achado, isto é, uma colonização não patogênica(11)
. Estudos de incidência de CMV
em DII têm apresentado resultados variáveis, mas também utilizam diferentes metodologias
para o diagnóstico da infecção bem como diferentes grupos de pacientes(8)
.
Colite pelo CMV é a apresentação mais frequente nos pacientes imunocomprometidos
caracterizada por diarreia, hematoquezia, dor abdominal, febre, anorexia e perda de peso. A
colite por CMV pode mimetizar um quadro de exarcebação da doença(12)
onde o indivíduo
apresenta, em ambas as situações, diarreia sanguinolenta, dor abdominal e febre. A
coexistência de colite pelo CMV com DII desafia clínicos e patologistas a estabelecer o
diagnóstico correto.
É importante estabelecer a diferença entre CMV infecção, onde o indivíduo está
infectado com o vírus, mas não apresenta características de dano tecidual, causado pelo vírus
e CMV doença onde a reativação do vírus leva a dano tecidual e sintomas clínicos. Um
número significativo da população mundial está infectada com o vírus, embora a maioria dos
casos não apresentem doença.
Diferenciação entre CMV infecção e doença pode ser realizada através de exames de
sangue e biópsia intestinal. Os métodos disponíveis para diagnóstico da infecção e da doença
pelo CMV são: sorologia, cultura, histologia (hematoxilina-eosina – HE) e
(imunohistoquímica – IHQ), identificação de antígenos virais (antigenemia) e ácidos
nucléicos (Reação em Cadeia da Polimerase – PCR).
A prevalência de CMV infecção gira em torno de 70% nos pacientes com DII(13)
. A
prevalência de CMV na colite aguda intensa gira em torno de 21 a 34% e a prevalência no
subgrupo de pacientes refratários ao corticoide é de 33 a 36%(14)
. A refratariedade ao
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tratamento com imunossupressores implica no uso de uma terapia mais agressiva, quer seja
com potentes drogas imunossupressoras ou cirurgia, ressaltando a necessidade do diagnóstico
diferencial entre colite pelo CMV e atividade da DII.
O mais recente guideline da Organização Europeia de Doença de Crohn e RCU
recomenda a pesquisa do CMV-DNA por PCR ou IHQ no tecido intestinal para investigar
CMV em todos os pacientes com DII nas formas graves e/ou refratários a terapia com
imunossupressores15
.
A maioria dos estudos foi realizada em centros de países desenvolvidos, onde as
condições socioeconômicas diferem da nossa realidade. O CMV é um vírus que predomina
principalmente em regiões pobres e carentes de recursos, educação e higiene, pois se propaga
através do contágio. Consequentemente, esperamos encontrar neste trabalho, uma prevalência
de infecção pelo CMV maior que os achados na literatura mundial. No entanto, os poucos
casos de colite pelo CMV diagnosticados em nossa prática médica e, consequentemente, o
pouco uso de terapia antiviral levanta a questão sobre a patogenicidade deste vírus neste
grupo de pacientes. O CMV deve ser responsável pela gravidade e/ou refratariedade aos
imunossupressores numa parcela de pacientes com DII, principalmente RCU. Porém, na
maioria da vezes, deve representar apenas uma colonizacão não patogênica.
Em nosso meio, não se conhece a frequência do CMV doença nos pacientes com DII.
Os métodos utilizados na nossa prática médica, sorologia (IgG e IgM) e histologia (HE) não
são adequados para o diagnóstico da colite. A sorologia diagnostica infecção, sendo a maioria
dos adultos positivos para IgG e negativos para IgM e a histologia pelo HE apresenta baixa
sensibilidade para o diagnóstico da doença. Os métodos mais sensíveis e específicos para
diagnóstico da colite pelo CMV são a PCR no sangue, no tecido ou nas fezes, e a IHQ, que
são caros e inaccessíveis a maioria dos serviços médicos em nosso país.
O desconhecimento acerca dessa frequência, revelada pela escassez de estudos nessa
população específica em países em desenvolvimento, ressalta a importância deste trabalho,
cujo objetivo foi determinar a ocorrência do CMV doença em pacientes com DII num hospital
de referência do Nordeste do Brasil através da IHQ, método laboratorial considerado padrão
ouro.
O presente estudo foi realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências em
Saúde, no ambulatório de especialidade de doença inflamatória intestinal, da disciplina de
Gastroenterologia do HC-UFPE, tendo como orientadora a Prof. Dra. Ana Lúcia Coutinho
Domingues e como co-orientador o Prof. Dr. Carlos Alexandre Antunes Brito.
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Esta dissertação de mestrado será apresentada em três artigos. O primeiro intitulado:
“Papel do Citomegalovírus na Doença Inflamatória Intestinal”, artigo de revisão sistemática
publicado no Jornal Brasileiro de Gastroenterologia, estrato B5, na área Medicina I, ISSN
1678-5436. Neste artigo o objetivo foi identificar, a frequência do CMV nos pacientes com
RCU e DC nas diferentes fases de atividade da doença, os métodos laboratoriais para o
diagnóstico, bem como a relação da infecção com a história natural da doença.
O segundo artigo intitulado: Ocorrência da infecção oportunista pelo CMV nos
pacientes com DII atendidos num hospital de referência no Nordeste do Brasil, será
submetido como artigo original na revista World Journal of Gastroenterology , estrato B1, na
área de Medicina I , ISSN 1007-9327 . Neste artigo o objetivo foi determinar a ocorrência de
CMV nos pacientes com RCU e DC em suas diferentes fases da atividade da doença através
de diferentes métodos laboratoriais.
O terceiro artigo intitulado: “Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com doença
inflamatória intestinal atendidos em hospital de referência no Nordeste do Brasil”, que será
submetido como artigo original na revista World Journal of Gastroenterology, estrato B1, na
área de Medicina I, ISSN 1007-9327. Neste artigo o objetivo foi fazer levantamento de nossa
casuística, no sentido de verificar possíveis diferenças nas características epidemiológicas e
clínicas quando comparadas com aspectos existentes na literatura nacional e internacional.
O projeto desta dissertação é derivado de um outro grande projeto intitulado
“Associação de Polimorfismo Genético com a Susceptibilidade a Doença Inflamatória
Intestinal ”, que está sendo realizado no CPqAM/Fiocruz , coordenado pela pesquisadora Dra
Norma Lucena Cavalcanti Licínio da Silva e tem como autores Dr Carlos Alexandre Brito,
Dra Valéria Martinelli e pelo aluno de mestrado em Biociências e Biotecnologia em Saúde
(CPqAM) Renan Garcia Gomes.
Ao final da dissertação foram realizadas sugestões para realizações de futuros trabalhos
utilizando o método quantitativo da pesquisa do DNA viral (Reação em Cadeia da Polimerase
em tempo real) nos pacientes com DII sabidamente portadores do CMV intestinal não tratados
com antivirais e compará-los com os pacientes com DII cuja pesquisa do CMV por IHQ
foram negativas quanto aos parâmetros de número de recaídas, refratariedade ao tratamento,
necessidade de corticoides, frequência de internações e cirurgias.
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CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Introdução
1.1.1 Doença inflamatória intestinal
Doença inflamatória intestinal (DII) é um termo amplo, empregado para designar
principalmente a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), enfermidades
imunologicamente mediadas, de curso recorrente, responsáveis por algumas das
manifestações mais graves de doença gastrointestinal(1)
.
A DC foi descrita pela primeira vez, como entidade nosológica, em 1932, quando
Crohn, Ginnzburg e Oppenheimer, do Mount Sinai Hospital, em Nova York, EUA,
descreveram uma série de casos de pacientes com enterite granulomatosa submetidos a
tratamento cirúrgico(2)
. Já a RCU, data de 1859, com o relato da necrópsia do primeiro caso da
enfermidade, encaminhado por carta ao Medical Times and Gazette, por Samuel Wilks, do
Hospital Guy de Londres, Inglaterra(3)
.
A partir de então, são muitas as evidências de que as DII têm sido cada vez mais
reconhecidas ao redor do mundo(4)
. Esse aumento tornou-se ainda mais evidente após a
segunda guerra mundial, época em que as mesmas só eram encontradas na América do Norte
e no norte da Europa. Passado esse período, começaram a ser diagnosticadas com mais
frequência na Europa Central e Ocidental, Japão e Austrália, seguidos pela América do Sul e
Europa Oriental sendo, na última década, evidenciado os primeiros relatos no eixo Ásia-
Pacífico, com aumento constante de sua incidência em vários países asiáticos(4–7)
.
Atualmente, esta incidência continua em ascensão em praticamente todo o planeta,
mas ainda de maneira heterogênea, sendo menos pronunciada em países já altamente afetados,
tendendo a estabilização nestas regiões(4,7-9)
. A doença é, tradicionalmente, mais comum em
populações sócioeconomicamente favorecidas que residem em áreas urbanas de países
industrializados e desenvolvidos, em comparação com aquelas de regiões em
desenvolvimento(8–10)
.
Sua incidência geral pode ser dividida em zonas geográficas: as de alta incidência
(América do Norte e norte europeu), as de incidência intermediária (sul da Europa, África do
Sul, Austrália e Nova Zelândia) e as de baixa incidência (Ásia e América do Sul)(9,11)
. As
demais localidades permanecem com incidência desconhecida(10)
.
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Observa-se que ainda é possível identificar uma inclinação decrescente de norte a sul
e, em menor proporção, do ocidente para o oriente(8,9,11)
. Esta discrepância está cada vez
menos pronunciada no mundo e praticamente já extinta na Europa, podendo ser atribuída às
peculiaridades étnicas e aos diferentes estilos de vida destas regiões(9,10)
.
A redução gradativa desta diferença interrregional ocorre em paralelo com a maior
industrialização/urbanização das cidades, melhoria das condições de vida da população,
crescimento do poder aquisitivo, mudança nos hábitos de higiene, acesso a saneamento básico
e à água encanada, entre outros fatores(12)
.
Além disso, todo este crescimento sócioeconômico, associa-se à ocidentalização do
estilo de vida, incluindo novo perfil alimentar, tabagismo, uso de contraceptivos orais,
estresse, agentes infeciosos e outras condições ambientais que podem estar envolvidas no
desencadeamento da cadeia inflamatória, mas que necessitam de estudos mais consistentes
para sua confirmação(9,13,14)
.
As DII caracterizam-se pela inflamação crônica da mucosa, de etiologia multifatorial,
onde estão envolvidos diferentes fatores genéticos, imunológicos e ambientais, de
mecanismos ainda não completamente esclarecidos(4)
.
A hipótese mais aceita é a que indivíduos geneticamente predispostos ao interagirem
com fatores ambientais, prováveis gatilhos da doença, desencadeiem resposta imunológica
descontrolada e exacerbada, culminando com a inflamação crônica, cujo principal órgão alvo
é o intestino. Observa-se perda da tolerância às bactérias e aos antígenos da própria
microbiota intestinal(1,4)
.
Os mecanismos imunológicos decorrem de alterações da resposta imune fisiológica. O
aumento da população de células B e células plasmáticas na mucosa sugere que as DII são
mediadas por anticorpos e dependentes de complemento. Entretanto, a principal anormalidade
que desencadeia a inflamação parece ser decorrente de exagerada resposta de células T a um
microrganismo. Na DC, há uma resposta predominante do tipo Th1, com aumento da
liberação de citocinas IL-2, INF- e TNF- e, mais recentemente, foi descrita também do tipo
Th 17 (via estimulada pela IL-23), com geração de IL-17. Na RCU há um padrão do tipo Th2
com produção de IL-10 e IL-4(15,16)
. Contudo, as células Th 17 também estão presentes na
mucosa dos pacientes com RCU, embora em menor número do que observado na DC(17)
.
A predisposição genética parece estar associada ao desenvolvimento da doença.
Ocorrência familiar da DII, aumento da concordância em gêmeos monozigóticos e a
descoberta de mutações no gene NOD2/CARD 15 fortalecem uma base genética que vem se
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desenvolvendo progressivamente(18)
. Número cada vez maior de mutações genéticas, não só
na DC, inicialmente reconhecida como de conotação genética mais forte, mais também na
RCU, tem sido descobertas(19)
. A maioria dos polimorfismos genéticos recém-descoberto tem
alguma correlação com o controle da imunidade, pois os genes encontrados codificam
proteínas que regulam o sistema imune. No entanto, a falta de concordância em todos os
gêmeos monozigóticos (20 a 50 % para DC) sugere a existência de importantes fatores não
genéticos, provavelmente ambientais ou luminais intestinais, que desempenhariam o papel de
gatilho para o desencadeamento da doença naqueles geneticamente susceptíveis(20)
.
Acredita-se, então, que os portadores de DII apresentem polimorfismos genéticos,
ainda não totalmente decifrados, que determinam predisposição a um maior risco de adoecer,
a depender da interação com fatores agressivos ambientais e padrão de resposta imunológica
individual(20)
.
A doença pode acometer indivíduos de qualquer idade, mas preferencialmente pessoas
jovens, entre a segunda e a terceira década de vida, são as mais atingidas. É descrito também
outro pico, de menor expressão, a partir dos 50 a 70 anos(8,21)
. Apresenta distribuição
semelhante para ambos os sexos, havendo ligeira preponderância da DC na população
feminina e da RCU na masculina(8,22,23)
. Prevalece na raça caucasiana e em parentes de
primeiro grau de indivíduos acometidos, que são mais susceptíveis à enfermidade, refletindo a
influência de fatores genéticos no seu desencadeamento(8,24,25)
.
A faixa etária economicamente ativa é a mais acometida e a moléstia exibe um
comportamento crônico, cursando com recidivas frequentes, formas clínicas de alta gravidade
e um importante impacto na qualidade de vida(12)
. Há um elevado ônus para os indivíduos e
para os órgãos públicos devido às frequentes interrupções das atividades profissionais, ao uso
prolongado de medicamentos, a maioria custeados pelo governo, à necessidade de inúmeros e
complexos exames diagnósticos e as numerosas internações hospitalares(1,12)
.
Exibe manifestações clínicas e evolutivas diversas, que são determinadas por vários
fatores, como a localização e extensão da doença, grau de atividade do processo inflamatório,
associação com sintomas sistêmicos e complicações. A doença de Crohn é uma doença com
comprometimento segmentar e transmural e pode manifestar-se em qualquer segmento do
tubo digestivo (da cavidade oral ao ânus). A retocolite ulcerativa é doença restrita a mucosa
do cólon, acometendo o reto na maioria dos doentes, de padrão contínuo e simétrico.
Entretanto, quando na forma de pancolite, pode atingir o íleo terminal em alguns pacientes,
acarretando quadro inflamatório leve e superficial, conhecido como ileíte de refluxo. De um
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modo geral, as manifestações clínicas mais comuns são a diarreia crônica, a dor abdominal e o
sangramento retal. Há ainda a possibilidade de acometimento extraintestinal, que ocorre em
cerca de 30% dos casos, aumentando significativamente a morbidade da doença(26,27)
.
Os achados clínicos na RCU geralmente são relacionados à extensão da doença,
embora nem sempre exista proporcionalidade entre extensão do comprometimento colônico e
a gravidade dos sintomas. A colite distal ocorre em 20% a 30% dos casos e corresponde ao
acometimento dos 30cm a 40cm distais do cólon e reto. A colite esquerda ocorre em 30% a
40% dos casos e apresenta acometimento até a flexura esplênica. O termo pancolite é
reservado para os casos em que o processo inflamatório se estende proximalmente à flexura
esplênica, correspondendo a cerca de 30% do total de casos. Esta forma apresenta pior
prognóstico pelo maior risco de desenvolvimento de câncer. Aproximadamente 10% dos
pacientes apresentam uma forma clínica grave chamada de colite fulminante, sendo algumas
vezes a primeira manifestação da doença(27,28)
.
Na DC, a localização do processo inflamatório também influencia as características
clínicas. Até 50% dos pacientes podem apresentar acometimento do íleo e do cólon,
principalmente íleo terminal e ceco. Cerca de um terço apresenta envolvimento limitado ao
delgado, principalmente em íleo terminal, podendo também envolver áreas salteadas do
jejuno. Aproximadamente, 20% a 25% terão apenas acometimento do cólon. Acometimento
isolado do esôfago, estômago e duodeno é raro na DC, sendo geralmente associado ao
envolvimento do íleo e/ou do cólon. Doença perianal é outra manifestação comum da DC,
podendo preceder os sintomas intestinais. Os achados podem ser caracterizados como lesões
cutâneas ou do canal anal e fístulas perianais, com formação de fissuras, abscessos e estenose
do canal anal. A manifestação perianal é mais comum quando há envolvimento colônico e
retal(29,30)
.
Por se tratar de moléstias relativamente recentes, dificuldades diagnósticas surgem
tanto na formulação da hipótese clínica como no processo de investigação. A inexistência de
um exame único, padrão ouro, torna necessária a associação de dados clínicos, exames
sorológicos, radiológicos, endoscópicos e histológicos para a confirmação da DII(1)
.
Os exames endoscópicos (endoscopia digestiva alta, enteroscopia por balão único ou
duplo e íleocolonoscopia), são os métodos de escolha para o diagnóstico das DII, pois
permitem acessar o local da doença, ter uma visão direta das lesões e colher material para
exame histopatológico. A histologia pode auxiliar na diferenciação entre DC e RCU.
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Ocasionalmente, ocorre discordância entre os aspectos endoscópicos e histológicos, ou seja,
aparência endoscópica de doença em remissão com achados histológicos de atividade(31)
.
Exames de imagem são uma alternativa valiosa no estudo do intestino delgado, tanto
para o diagnóstico da DC quanto para o estadiamento da doença e a identificação de
complicações obstrutivas e fistulizantes(32)
. O primeiro exame utilizado para estudo do
intestino delgado foi o trânsito intestinal, que vem sendo paulatinamente substituído pela
enterografia através da tomografia computadorizada (TC) ou da ressonância magnética (RM).
A TC e a RM proporcionam informações sobre a parede intestinal, o envolvimento do
mesentério e a presença de coleções ou abscessos(33-35)
.
Ultrassonografia abdominal pode identificar aumento da espessura da parede
intestinal, presença de estratificação mural e aumento do fluxo sanguíneo através do Doppler.
Através do exame de ultrassonografia é possível avaliar o íleo terminal com elevada acurácia
na diferenciação entre o espessamento da parede decorrente de fibrose ou edema(36,37)
. Estudo
mostra uma sensibilidade que varia de 75% a 94 % e uma especificidade de 67 % a 100 % no
diagnóstico inicial da DC(38)
.
A cápsula endoscópica e a enteroscopia com biópsia são procedimentos diagnósticos
úteis em pacientes selecionados, quando a ileocolonoscopia e os exames radiológicos
falharam em estabelecer o diagnóstico. A cápsula endoscópica possui sensibilidade maior na
detecção de lesões do intestino delgado quando comparada a TC e a RM, sendo considerada
uma ferramenta na avaliação de pacientes com suspeita de DC(39)
. A enteroscopia com balão
também possui alta sensibilidade, mas a avaliação de toda a extensão do delgado é
tecnicamente mais difícil e com maior risco(32,34)
.
A utilização de biomarcadores inflamatórios auxiliam no acompanhamento dos
pacientes com DC e RCU, pois existem discrepâncias entre sintomatologia e atividade
inflamatória tecidual tornando difícil a diferenciação entre atividade e remissão com bases
puramente clínicas. Velocidade de sedimentação das hemácias, proteína C-reativa (PCR),
calprotectina e lactoferrina fecal são os biomarcadores mais utilizados na prática diária(40-42)
.
Os anticorpos (Ac) anti-Saccharomyces cerevisiae (ASCA) e anticitoplasma de
neutrófilos padrão periférico (p-ANCA) podem ajudar no diagnóstico diferencial de colite
indeterminada quando há dúvida diagnóstica entre RCU e DC. O p-ANCA é mais comum na
RCU, enquanto o ASCA é mais comum na DC. Os testes não são específicos, podendo o p-
ANCA está presente em 60%-70% dos pacientes com RCU e em até 40% dos pacientes com
DC. Os testes apresentam também baixa sensibilidade, podendo o p-ANCA ser encontrado
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em apenas 50% dos pacientes com RCU, conforme demonstrado em outras séries. A
associação dos dois marcadores pode aumentar a sensibilidade e especificidade diagnóstica.
Assim, p-ANCA positivo associado ao ASCA negativo tem valor preditivo positivo (VPP) de
75% para RCU, enquanto p-ANCA negativo associado ao ASCA positivo tem VPP de 85%
para doença de Crohn(43,44)
.
O tratamento das DII consiste na terapia de indução da remissão e na manutenção da
remissão. Um extenso arsenal terapêutico existe para tratamento de ambas as doenças. As
drogas mais frequentemente utilizadas para DII incluem corticosteroides, aminossalicilatos,
azatioprina, metotrexate, ciclosporina e a terapia biológica representada pelos anti-TNF-. No
Brasil, as drogas biológicas comercializadas são o infliximabe (anti-TNF quimérico, 75 %
humano) e o adalimumabe (anti-TNF 100% humano). Todos esses medicamentos apresentam
diferentes níveis de respostas e efeitos adversos que requerem monitoramento vigilante e
adequado. A escolha dessas drogas depende, dentre outros fatores, da intensidade da doença,
bem como padrão clínico e localização. Os imunobiológicos anti-TNF- foram indicados
inicialmente para a DC fistulizante, para formas graves da doença e para pacientes que não
respondiam à terapia usual. Mais recentemente, os imunobiológicos também passaram a ter
indicação para RCU não responsiva a imunossupressores e para algumas manifestações
extraintestinais(45-49)
.
A DII representa um dos desafios da medicina por apresentar origem obscura, curso
indefinido e prognóstico extremamente variável. A cura ainda é inexistente, mas o tratamento
mantém-se em constante evolução. As novas terapias acenam para um melhor controle e até
mesmo remissão profunda da doença, devolvendo aos indivíduos a chance de uma vida ativa e
sem tantas restrições(1)
.
1.1.2 Citomegalovírus e Doença inflamatória intestinal
Citomegalovirus (CMV) ou Herpesvírus 5 é um DNA vírus, membro da subfamília
Betaherpesviridae, da família Herpesviridae e tem o nome derivado da palavra grega herpein,
que significa rastejar, caminhar de forma lenta. Os herpervírus são bastante disseminados,
sendo que a maioria das espécies animais apresenta pelo menos um herpesvírus(50)
. Alguns
herpesvírus infectam mais de uma espécie, sendo que até o momento já existem mais de 200
membros da família Herpesviridae identificados, dos quais oito são denominados herpesvírus
humanos, que são o Herpes simples tipo 1 e 2, o vírus Epstein-Barr, o vírus da varicela zoster,
o vírus herpes humano tipo 6,7 e 8 e o citomegalovírus (CMV)(51,52)
.
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PERFIL CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICO E
OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO PELO
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O primeiro relato relacionado com o CMV é de 1881, quando Ribbert observou
estruturas celulares semelhantes aos protozoários em tecidos de recém-nato falecido com
suspeita de sífilis congênita(53)
. Em 1921, Goodpasture e Talbot sugeriam que as células
aumentadas e com inclusões intranucleares encontradas na posteriormente descrita “doença de
inclusão citomegálica” seriam causadas por um agente viral. Somente por volta de 1956,
Smith, Weller e Rowe isolaram, cada um separadamente, o CMV humano e o murino. Em
1960, Weller propôs a denominação citomegalovírus(53,54)
. Sua denominação relaciona-se com
o seu principal efeito citopático, que é a formação de grandes células com inclusões
citoplasmáticas e nucleares.
O CMV infecta assintomaticamente a maioria dos seres humanos, com taxas de
soroprevalência mundiais entre 40 a 100 % dos adultos conforme a população estudada,
variando de 40 a 70% nos grupos socioeconômicos elevados e maior que 90 % em grupos
socioeconômicos menos favorecidos(55,56)
.
O CMV varia em tamanho de 120 a 260 nanômetros (nm) de diâmetro e tem um
genoma na faixa de 150 milhões de dáltons. A transmissão ocorre através do contato com
secreções fluidas como saliva, urina, sangue, leite materno, secreções genitais ou transplante
de órgãos sólidos e de medula óssea(54)
.
A aquisição inicial é bimodal com o primeiro pico durante a gravidez (transmissão
vertical) e primeira infância e um segundo pico na idade adulta, principalmente através do
contato sexual. A transmissão vertical do CMV da mãe para o feto ou para o recém-nascido é
bastante comum, sendo importante epidemiologicamente na manutenção do vírus na
população. Esse tipo de transmissão do CMV pode ser transplacentária (tanto de mulheres
com reativação ou infecção primária), intraparto ou via aleitamento materno (a forma mais
comum de transmissão da mãe para o filho). Os órgãos infectados utilizados para transplante
são uma fonte potencial de infecção pelo CMV. Também pode ser transmitido por outras
formas de contato físico como o beijo, por exemplo, e através de materiais contaminados com
sangue pela injeção de drogas. É caracterizado por possuir ciclos reprodutivos longos,
aumento das células infectadas e múltiplos sítios de latência(54)
.
A primo-infecção é habitualmente assintomática em imunocompetentes, podendo
levar em 5% dos casos a uma síndrome mononucleose-like, com quadro de febre prolongada,
fraqueza, astenia, sudorese, mialgia, hepatomegalia, esplenomegalia ou ambos e adenopatia.
Por outro lado, pode ser grave e mesmo fatal se ocorrer antes do nascimento ou em indivíduos
imunocomprometidos. Como os outros herpesvírus, o CMV fica latente no organismo dos
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indivíduos imunocompetentes e a infecção torna-se crônica, podendo recidivar caso os
pacientes apresentam imunossupressão(57)
.
Os principais reservatórios do CMV são as células fibroblásticas, as mieloides e as
endoteliais. Acometimento intestinal em imunocompetentes é incomum, porém tem sido
descrito, mas frequentemente associado a pacientes idosos e com comorbidades(58)
. Situações
onde os indivíduos tornam-se imunossuprimidos como os portadores de Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), receptores de transplantes de órgão e de medula óssea,
com câncer, submetidos a quimioterapia, usuários crônicos de corticoides e outros
imunossupressores são considerados de risco para reativação do CMV, caracterizando este
vírus como agente oportunista(57)
. A infecção ativa pelo CMV em pacientes
imunocomprometidos pode estar associada a doenças de difícil tratamento, tais como
pneumonite, retinite, meningoencefalite, neuropatias, vasculites, miocardites, hepatites,
esofagites, gastrites e colites(59,60)
.
O CMV apresenta significativa variabilidade genética(61)
. Existem controvérsias a
respeito de como esta variabilidade genética pode estar associada ao tropismo celular, a
doença pelo CMV e a severidade dos sintomas, mas, é possível que certas combinações de
diferentes variações genéticas possam definir ou prever o curso clínico da infecção(61-63)
. O
indivíduo infectado pelo CMV pode apresentar evidências de infecção com cepas distintas em
tempos diferentes, assim como estar coinfectado com cepas distintas ao mesmo tempo(61,62)
.
Esta variabilidade genética representa um desafio no desenvolvimento de vacinas e também
problemas em relação a resistência a drogas antivirais(64)
.
Pacientes com DII são considerados de risco para reativação do CMV, não só pelo uso
frequente de drogas imunossupressoras e pelo déficit nutricional que frequentemente
apresentam, mas também pela própria fisiopatogenia da DII, onde se observa diminuição da
função das células “natural killer” associada ao tropismo que o CMV tem pelo tecido
inflamado, levando ao risco aumentado de infecção ativa.(65-67)
.
A teoria mais aceita atualmente é que o CMV apresenta tropismo pelo tecido
inflamado, podendo causar injúria e necrose. Um importante papel na patogênese das úlceras
do trato gastrointestinal é a isquemia causada pelo estreitamento do lúmen dos vasos pelas
células endoteliais citomegálicas(68,69)
. Pacientes com DII apresentam níveis elevados de TNF-
α e IFN-γ. Essas citocinas estimulam a reatividade viral. A reativação do CMV também libera
citocinas pró-inflamatórias, particularmente a IL-6 que irá exarcerbar a colite da DII, gerando
um ciclo vicioso(70)
. Apesar desta teoria, observam-se pacientes com DII com infecção ativa
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pelo CMV que melhoram com uso de corticoide e não requerem terapia antiviral,
possivelmente relacionada a genótipos não patogênicos(70-72)
.
Pesquisas revelaram associação do CMV com várias manifestações autoimunes como
anemia hemolítica, granulocitopenia e doenças autoimunes, como a doença do enxerto contra
o hospedeiro(73,74)
. Estudos associaram o CMV com uma proteína humana CD 13 (N-
aminopeptidase) e autoanticorpos contra esta proteína são frequentemente encontrados em
indivíduos pós-transplante de medula óssea infectados pelo CMV que desenvolvem a doença
do enxerto contra hospedeiro(73)
. Estudo realizado por este mesmo grupo de pesquisadores,
em portadores de DII, pesquisou autoanticorpos citotóxicos CD 13 específico no soro de 28
pacientes com RCU e 26 pacientes com DC que apresentavam 90% de positividade para
CMV no tecido intestinal e compararam com indivíduos saudáveis. Autoanticorpos CD 13
específicos foram encontrados em 66% dos pacientes com RCU e 58% dos pacientes com
DC, com anticorpo CMV IgG-CMV positivo e em nenhum do grupo controle. Concluiram
que os autoanticorpos podem contribuir para a inflamação crônica da DII(74)
.
Colite é a apresentação mais frequente nos pacientes imunocomprometidos
caracterizada por diarreia, hematoquezia, dor abdominal, febre, anorexia e perda de peso. A
colite por CMV pode mimetizar um quadro de exarcebação da DII(75)
onde o indivíduo
apresenta, em ambas as situações, diarreia sanguinolenta, dor abdominal e febre. A
coexistência de colite pelo CMV com DII desafia clínicos e patologistas a estabelecer o
diagnóstico correto(72)
.
É importante saber a diferença entre CMV infecção onde o indivíduo está infectado
com o vírus, mas não apresenta características clínicas de dano tecidual causado pelo vírus, e
CMV doença onde a reativação do vírus leva a dano tecidual e sintomas clínicos. A infecção
pelo CMV pode ser latente ou ativa. Na infecção latente o indivíduo é portador do vírus
porém não há replicação viral e na infecção ativa o vírus está se replicando no sangue
periférico ou nos órgãos(76)
. Um número significativo da população mundial está infectada
pelo CMV, mas a maioria dos casos não apresenta doença(74)
.
O diagnóstico clínico da infecção ativa ou da doença pelo CMV é difícil de ser
firmado, sendo necessário a utilização de exames laboratoriais. Os métodos disponíveis para
diagnóstico da infecção e da doença pelo CMV apresentam diferentes sensibilidades e
especificidades de acordo com Kandiel et al(64)
e Pillet et al(57)
(quadros 1 e 2) e são: sorologia
(dosagem das imunoglobulinas anti-CMV das classes IgM e IgG), cultura, histologia
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(hematoxilina-eosina HE e imunohistoquímica IHQ), identificação de antígenos virais
(antigenemia) e ácidos nucléicos através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)(54,61)
.
O diagnóstico sorológico é realizado pela detecção de anticorpos produzidos contra o
CMV. Apesar dos testes sorológicos serem solicitados rotineiramente por diversos métodos
como a reação de fixação do complemento, Enzyme - Linked Immunosorbent Assay (ELISA),
radioimunoensaio, imunofluorecência indireta e quimioluminescência, as detecções de IgM e
IgG tem papel limitado no diagnóstico de infecção ativa pelo CMV ou doença. Embora a
sensibilidade e a especificidade dos testes sorológicos sejam adequadas, a exigência de
amostras pareadas de soro limita a utilidade de tais exames no estabelecimento de um
diagnóstico temporal(64)
. Os níveis de anticorpos IgM caem com dois a três meses em
indivíduos imunocompetentes e geralmente tornam-se indetectáveis com 12 meses embora
ocasionalmente podem persistir por mais de dois anos após a infecção aguda, e portanto,
fornecer resultados enganosos, se um teste anterior não estiver disponível(77)
. Esta
característica dificulta o diagnóstico de infecção primária, pois deixa o clínico na dúvida se a
IgM é oriunda da infecção recente ou é apenas IgM residual. Dessa forma, a alternativa para
resolver a questão é o imunoensaio de avidez da IgG, uma vez que, até os três primeiros
meses após a infecção primária, as IgG produzidas apresentam uma baixa avidez ao reagir
com os antígenos do CMV. Assim, a detecção de IgG anti-CMV de baixa avidez evidencia
uma infeção recente. Caso seja detectada IgG anti-CMV de alta avidez, em concomitância
com a IgM anti-CMV, fica caracterizada uma infeção de longo prazo com a presença de IgM
residual(78)
.
Pacientes imunocomprometidos algumas vezes não apresentam elevação da IgM(79)
.
Anticorpos IgG pode indicar infecção passada ou recente. Recoleta na convalescência (após
15 dias) pode evidenciar viragem sorológica ou aumento de quatro vezes ou mais na
convalescência em relação ao soro colhido na fase aguda. Ser soropositivo não permite
distinguir infecção da doença pois 40 a 100 % da população são IgG positivo sem doença pelo
CMV. Esses testes tem papel elevado em excluir CMV infecção; se o paciente é soronegativo,
ele não tem infecção (a não ser que tenha sido testado na primeira semana do contágio) e não
apresentará CMV doença(80)
.
Cultura do CMV, considerada no passado como padrão ouro, é um método direto que
pode ser feita com amostras de sangue, tecido, urina ou saliva. Hemocultura apresenta
sensibilidade de 45% a 78% e elevada especificidade. É pouco utilizada na prática clínica pois
além de demorada (mais de 21 dias), não permite quantificação do vírus, pode apresentar
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resultado falso negativo e apresenta menor sensibilidade que as novas técnicas como a
antigenemia e a PCR(79,81)
. Detecção do CMV pela cultura é reservado para laboratórios
especializados capazes de isolar cepas virais, determinar seu tropismo e resistência a drogas
antivirais. Esta técnica apresenta a vantagem de detectar replicação viral e permite
diagnosticar infecção ativa(57)
. Um método rápido de cultura (um a dois dias) onde se detecta
antígenos precoces em culturas de fibroblastos com o uso de anticorpos monoclonais (Shell
Vial) apresenta melhor sensibilidade porém não é de uso na prática clínica(57,82)
.
A colonoscopia com biópsia permite estudo macroscópico das lesões com retirada de
material para histologia onde rotineiramente se faz a coloração pela HE e, na suspeita de
colite pelo CMV, a reação de IHQ. Os trabalhos a respeito dos achados endoscópicos na colite
pelo CMV são geralmente em pacientes com SIDA e transplantados(83)
.
Os achados da colite pelo CMV nos pacientes com DII são variados e incluem
eritema, exsudato, microerosões, edema difuso da mucosa, múltiplas erosões, úlceras
profundas e pseudo-tumores. Esses achados não permitem distinguir a exarcerbação da DII
com a infecção pelo CMV superposta. Úlceras largas com limites bem definidos são
encontradas na RCU grave mais também são sugestivas de infecção pelo CMV(81,84-86)
.
Poucos estudos de achados colonoscópicos de RCU complicada pela infecção pelo
CMV foram encontrados na literatura(85,87,88)
. Suzuki et al.(88)
(2010), compararam os
achados colonoscópicos de pacientes com RCU e CMV com os sem CMV e concluíram que
achados específicos das lesões ulceradas podem facilitar o diagnóstico precoce. Nesse
trabalho, a presença de ulcerações irregulares demonstrou sensibilidade de 100%, ulcerações
largas com especificidade de 95%, úlceras penetrantes e úlceras longitudinais, sensibilidade e
especificidade maiores que 70%. Esses achados implicam na realização de exames específicos
para diagnóstico da infecção pelo CMV. A colite pelo CMV pode afetar exclusivamente o
cólon direito em mais de 30% dos casos, portanto, a retossigmoidoscopia flexível com biópsia
apresentam baixa sensibilidade nessas circunstâncias(89)
. O CMV pode ser encontrado em
mucosa macroscopicamente normal(65)
.
Os achados histológicos mais característicos, secundários ao efeito citopático do vírus
(mudança no aspecto celular) são as células volumosas, cerca de duas a quatro vezes maior
que as células circunvizinhas, com núcleos largos pleomórficos que contêm inclusões
intranucleares eosinofílicas e pequenas inclusões citoplasmáticas. A inclusão pode ter o
diâmetro da metade do núcleo e estar circundada por um halo claro nitidamente demarcado da
membrana celular, aspecto típico “olhos de coruja”(66,82,90)
. Contudo, falsos negativos podem
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ocorrer devido a erro de amostragem e erros de análise com estudos mostrando uma variação
na sensibilidade de 10 a 87%(91)
. O método histológico convencional, com coloração pelo HE,
requer um exame cuidadoso por um patologista treinado, pois as inclusões não são facilmente
vistas nesta coloração e porque as células infectadas nem sempre são citomegálicas, com
37,5% de resultado falso-negativo nos pacientes com doença gastrointestinal pelo CMV(92)
.
O diagnóstico histológico pode ser considerado o padrão ouro para o diagnóstico da
doença com o auxílio de método mais acurado como a IHQ(64,93)
. A IHQ consiste num método
que localiza antígenos específicos em tecidos ou células baseado na reação antígeno-
anticorpo. A IHQ é significativamente mais sensível que a coloração pela HE e deve ser
considerada como parte da rotina na avaliação dos pacientes com DII com exarcebação
intensa ou refratariedade ao corticoide antes da associação com outras drogas ou opção
cirúrgica(91,94,95)
. A sensibilidade da IHQ para detectar infecção pelo CMV varia de 78% a
93%(94,96)
.
A antigenemia é um método laboratorial semiquantitativo da carga viral por
determinar a proporção do antígeno pp65 no núcleo dos neutrófilos infectados no sangue do
paciente ao se analisar 150.000 a 200.000 células. Esta técnica tem sido usada para vigilância
da infecção pelo CMV em pacientes imunocomprometidos. Exige processamento de material
fresco, é laboriosa e, quando realizada por imunofluorescência, produz resultados dependentes
de uma interpretação subjetiva(57)
. Este teste é realizado com amostra sanguínea e líquido
cefalorraquidiano, com uma sensibilidade de 60 a 100% e uma especificidade de 83 a
100%(80,97,98)
. A antigenemia vem sendo progressivamente substituída pelos testes
moleculares. Os pacientes com DII não apresentam níveis elevados de antigenemia não sendo
este método de boa sensibilidade para diagnóstico de infecção neste grupo de pacientes(99-101)
.
Nos últimos anos, as técnicas de biologia molecular vem sendo amplamente utilizada
na detecção genômica de CMV, possuindo sensibilidade superior à do isolamento viral em
cultura celular e da antigenemia(101)
. As duas principais técnicas usadas são a hibridização in
situ por captura e a PCR sendo esta última mais sensível(102)
.
A PCR é uma técnica rápida (em torno de 6 h) e de alta sensibilidade baseada na
amplificação seletiva de sequências específicas do ácido nucleico viral. É muito utilizada,
apesar do seu alto custo e de sua difícil execução(103,104)
. A PCR pode fornecer resultados
qualitativos ou quantitativos, apresentando vantagens como maior flexibilidade com os
materiais em teste, permitindo armazená-los a - 20ºC até o processamento, e a possibilidade
de repetir os testes em caso de resultados duvidosos, devido à utilização de pequenos volumes
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do material clínico(101)
. Atualmente, a metodologia mais recomendada para o diagnóstico da
doença pelo CMV é a PCR quantitativa em tempo real, podendo ser com amostra sérica,
tecidual ou fecal, evitando-se assim, resultados falso-positivos pela técnica do PCR
qualitativo(57,105-109)
. A pesquisa do DNA nas fezes é uma técnica atrativa por não ser invasiva,
poder detectar infecção quando localizada no cólon direito, portanto, fora do alcance do
retossigmoidoscópio, por apresentar sensibilidade maior que nas amostras séricas e ser órgão
específico. Também pode apresentar sensibilidade maior que com amostra de tecido colônico
dado a possibilidade de erros de amostragem que pode ocorrer quando se realiza biópsia(64)
. A
sensibilidade do PCR varia de 65% a 100% e a especificidade de 40 a 92%(80)
, com valor
preditivo negativo de 94 a 100% e valor preditivo positivo de 32 a 68%(76)
. Carga viral
elevada correlaciona com doença sintomática e pode ser útil para monitorar resposta ao
tratamento(110)
, sendo assim considerada uma ferramenta para o diagnóstico pois permite
definir um “cut-off” que pode prever CMV doença com mais acurácia que o PCR
qualitativo(106,111)
. Atualmente, não é possível a comparação dos resultados quantitativos
obtidos com técnicas moleculares diferentes. Portanto, é importante o mesmo método de
ensaio para o monitoramento das mudanças na carga viral em pacientes ao longo do
tempo(99,112,113)
.
Quadro 1. Métodos diagnósticos da infecção pelo citomegalovírus
Métodos Sensibilidade Especificidade
Histologia (HE) 10 - 87% 92 - 100%
Histologia (Imunohistoquímica) 78 - 93% 92 - 100%
CMV IgG 100% 99%
CMV IgM 98-100% 96 - 99%
Cultura 45-78% 89 - 100%
Antigenemia 60-100% 83 - 100%
DNA-CMV 65-100% 40 - 92%
(Fonte: Eyre-Brook; Dundas, 1986)(63)
HE: hematoxilina-eosina; Ig: imunoglobulina; CMV: citomegalovírus; DNA: ácido ribonucleico
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Quadro 2. Métodos diagnósticos da infecção pelo citomegalovírus intestinal e utilidade na prática
clínica
Método Material Diagnóstico Quantifica-
ção
Sensibilidade Especifi-
cidade
Utilidade na
prática
clínica
Cultura
convencional
Sangue, urina,
saliva, tecido Direto Não +
+++
tecidual +
Cultura rápida Sangue, urina,
saliva, tecido Direto Sim ++
+++
tecidual +
Antigenemia
pp65 Sangue Direto Sim ++ + +
DNA-CMV Sangue, urina,
saliva, tecido Direto Simᵇ +++
++
tecidual +++ tecidual
mRNA- pp67 Sangue Direto Sim ++ + +
Histologia Tecido Direto Não + +++ +++
IHQ Tecido Direto Sim ++ +++ +++
Hibridização
in situ Tecido Direto Sim ++ +++ +++
Anticorpos
IgG - CMV Sangue Indireto Não SR SR SR
Anticorpos
IgM - CMV Sangue Indireto Não SR SR SR
(Fonte: Pillet et al. 2012)(57)
SR: sem relevância para diagnóstico da infecção CMV intestinal; PCR: reação em cadeia da polimerase; DNA: ácido
desoxirribonucléico; RNA: ácido ribonucléico mensageiro; CMV: citomegalovírus;+ baixa, ++ intermediária,+++ alta semi-
quantitativa; ᵇ PCR em tempo real é a técnica mais utilidade para quantificar o DNA–CMV.
Hommes et al.(114)
(2004), propuseram um modelo de replicação viral nos pacientes
soropositivos para CMV com DII em atividade, com divisão em três fases (figura 1). Durante
a fase de iniciação, a mucosa intestinal acometida pela inflamação libera mediadores pró-
inflamatórios; citocinas (ex: TNF-α e IFN-ϒ) e quimioquinas que irão promover a migração
dos monócitos infectados com o CMV em estágio de latência para o tecido inflamado. Neste
momento, os pacientes apresentam sorologia positiva para CMV (IgG) com exames pelo PCR
sérico e IHQ negativos. Subsequentemente, ocorre diferenciação dos monócitos infectados em
macrófagos e células dendríticas com reativação do CMV, estimulados pelas citocinas,
particularmente o TNF-α, restrita a área de mucosa inflamada. As células infectadas poderão
ser detectdas à biópsia pelos exames histológicos (HE e IHQ). Finalmente, durante a fase de
consolidação, a replicação ativa do vírus acomete também as células endoteliais com
agravamento do processo inflamatório. Partículas virais são disseminadas na circulação e no
lúmen intestinal podendo ser detectada pelo PCR sérico e fecal respectivamente.
O modelo proposto por Hommes não considera a pesquisa pelo PCR tecidual, que tem
se mostrado mais sensível que os métodos histológicos, permitindo a detecção precoce do
DNA do CMV no tecido colônico, antes mesmo da ocorrência da colite pelo CMV(100,111,114-
116). Roblin et al.
(117) (2011), determinando a carga viral no tecido colônico nas primeiras 24
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horas da internação dos pacientes com recaída da DII, observaram elevada sensibilidade dos
métodos moleculares através do PCR em tempo real num estágio precoce da infecção, quando
os exames de IHQ e séricos ainda permaneciam negativos. Com o advento do PCR em tempo
real, quantitativo, podemos utilizar deste método no tecido intestinal, diminuindo assim, os
resultados falso-positivos encontrados pelo exame de PCR qualitativo tecidual quando
combinados com exame histológico negativo(118)
.
Figura 1. Reativação e replicação do CMV na DII (Adaptado: Hommes et al (2004)(114)
O CMV pode originar três tipos de desordens nos pacientes com DII(57)
:
1) CMV doença sem envolvimento do trato gastrointestinal, secundária a infecção
primária ou reativação do CMV e apresentar manifestações clínicas sistêmicas
como febre, leucopenia, hematofagocitose, complicações extraintestinais etc.;
2) CMV doença envolvendo o intestino também chamada de colite pelo CMV no
qual apresenta sintomas de febre, anorexia, perda de peso, dor abdominal,
diarreia, hematoquezia, tenesmo etc. e achados endoscópicos de infecção pelo
CMV confirmados pelos exames laboratoriais específicos;
3) CMV infecção intestinal com reativação do vírus porém sem manifestações
clínicas do trato gastrointestinal ou sistêmicas.
A droga de escolha para o tratamento da colite pelo CMV é o ganciclovir que inibe a
enzima DNA polimerase do vírus na dose de 5 mg/kg intravenosa a cada 12 horas durante o
• CMV soro positivo
• DII em atividadeNíveis elevados de citocinas( Ex.: TNF α, IFN γ) e quimiocinas
FASE I
Iniciação
• Diferenciação dos monócitos infectados com vírus latente à macrófagos e células dendríticas
• Reativação do CMV restrita à mucosa intestinal inflamada
FASE II
Reativação
• Vigilância imunológica diminuída pelo uso de imunossupressores
• Inibição da MHC – 1, IL – 10
• Aumento da reativação
• Alteração do curso da doença (?)
FASE III
Consolidação
• IgG positiva
• PCR negativa
• Biópsia negativa
• IgG positiva
• PCR negativa
• Biópsia positiva
• IgG positiva
• PCR positiva
• Biópsia positiva
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período de 2 a 3 semanas. Depois de 3 a 5 dias da administração intravenosa, a droga pode ser
substituída pelo valganciclovir oral. Nos casos de intolerância ou falta de resposta, a droga de
escolha é o foscarnet, também inibidor da enzima DNA polimerase porém não necessita da
fosforilação para ser ativada. Administra-se 90mg/kg intravenosa a cada 12 horas durante
duas a três semanas(77)
.
Kandiel et al.(64)
propôs que nos pacientes admitidos com recaída da DII deve ser
administrado corticoide venoso e, se não houver melhora com duas a três dias, submetê-lo a
exame de retossigmoidoscopia com biópsias, para pesquisa histológica do CMV e exame de
sangue para pesquisa do DNA viral. Caso os testes sejam positivos e o paciente esteja
apresentando resposta de refratariedade ao corticoide depois de 5 a 7 dias de tratamento,
ganciclovir deve ser administrado. Porém, se as condições clínicas do paciente estiverem
declinando antes dos 5 dias, deve se iniciar o antiviral precocemente.
A remissão da colite pelo CMV após o tratamento antiviral varia entre 67% a 100%.
Desconhecemos a taxa de recaída após o tratamento da colite pelo CMV no pacientes com
DII(90,91,118)
.
1.2 Justificativa
A relação entre o CMV e a DII é complexa e permanece incerta atribuindo-se a
patogenicidade da reativação do CMV a subgrupos de pacientes nas formas graves e
refratárias a terapia imunossupressora. A não realização do diagnóstico diferencial entre colite
pelo CMV e recaída da DII tem como consequência direta terapia imunossupressora mais
agressiva ou cirurgia(101)
.
Estudos soro-epidemiológicos demonstram que as infecções são mais frequentes
quanto mais baixo o nível socioeconômico da população estudada, sendo a maioria dos
estudos de prevalência do CMV oriundos de países desenvolvidos(55)
. Existe uma lacuna deste
conhecimento em nosso meio, pois os métodos por nós utilizados não apresentam
sensibilidade e especificidade adequadas e não permitem fazer o diagnóstico diferencial entre
infecção e doença.
Face ao exposto, espera-se com este trabalho, determinar a ocorrência da colite pelo
CMV nos pacientes com DII em nosso meio e oferecer suporte para confecção de protocolos
de conduta para pesquisa de CMV em DII nas diferentes situações clínicas. Isto terá grande
importância na prática clínica do manejo desses pacientes.
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Além disto, será realizada uma revisão sistemática da literatura a fim de fazer uma
atualização sobre o papel do CMV na DII.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Descrever as características clínicas e epidemiológicas e verificar a ocorrência de
infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com DII (Doença de Crohn e Retocolite
Ulcerativa) atendidos em hospital de referência, no Nordeste do Brasil.
1.3.2 Objetivos específicos
1. Descrever a população estudada quanto aos aspectos clínicos e epidemiológicos;
2. Verificar a ocorrência de infecção pelo CMV em pacientes com RCU e DC que
frequentam o ambulatório especializado do Hospital das Clínicas da UFPE e
comparar com a de doadores de sangue;
3. Determinar a ocorrência de colite pelo CMV em pacientes com RCU e DC que
frequentam o ambulatório especializado do Hospital das Clínicas da UFPE;
4. Analisar a associação da colite pelo CMV com o grau de atividade clínica,
endoscópica e histológica da DII;
5. Avaliar a frequência de reativação do CMV correlacionando com uso de drogas
imunossupressoras;
6. Comparar os diferentes métodos de diagnóstico da colite pelo CMV determinando a
sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo.
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1.4 Hipóteses
A prevalência de infecção pelo CMV é maior nos pacientes com DII do que na
população saudável;
A ocorrência de colite pelo CMV é maior nos pacientes com RCU do que nos
pacientes com DC;
Pacientes com DII nas formas moderadas a grave e refratárias aos
imunossupressores devem ser investigados quanto à infecção pelo CMV;
A reativação do CMV nos pacientes com DII pode ou não ser patogênica.
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1.6 Artigo de Revisão Sistemática
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1.7 Atualização do Artigo de Revisão
Objetivando atualizar a busca dos trabalhos do artigo de revisão (término em 2011),
foram encontrados mais três estudos de prevalência do CMV na DII.
Kim et al.(1)
(2012), na Coreia, num estudo prospectivo multicêntrico, pesquisaram
CMV nos pacientes com RCU nas formas moderadas a grave, encontraram uma prevalência
de 43% de CMV numa amostra de 72 doentes. Ao selecionarem os pacientes refratários ao
corticoide, a prevalência elevou-se para 67%. Os métodos utilizados para o diagnóstico foram
a sorologia (IgM), histologia com HE e IHQ e, em 16 pacientes, o PCR tecidual. As únicas
diferenças encontradas nos grupos com CMV, quando comparadas com os sem CMV, foram
a quantidade de corticoide usada durante a recaída e o comportamento de refratariedade ao
corticoide no primeiro grupo. Apenas o grupo refratário ao corticoide receberam tratamento
com ganciclovir com eficácia de 79%. O grupo com CMV responsivo ao corticoide não
receberam terapia com antiviral e teve resposta clínica, sugerindo uma colonização não
patogênica do CMV neste subgrupo de pacientes.
Um trabalho retrospectivo de 10 anos, realizado por Al-Zafiri et al.(2)
(2012), no
Canadá, encontraram prevalência de 0,5 % ao ano do CMV nos 612 pacientes com DII
atendidos na emergência, concluindo ser o CMV uma complicação incomum nesses pacientes
e sua presença um fator de risco para colectomia. Idade avançada, sexo masculino,
comorbidades, hipoalbuminemia também foram consideradas de risco para cirurgia. O uso de
ganciclovir não foi associado com benefícios significativos.
O único estudo encontrado na literatura, onde a população de DII era composta por
apenas pacientes com DC, foi realizado na Finlândia, onde Aarnio et al.(3)
(2012) não
encontraram CMV em espécimes cirúrgicas de cólon dos pacientes operados. Apesar da
amostra ser composta por apenas 16 pacientes, os autores concluíram que o CMV
provavelmente não teria papel na patogênese da colite na DC com indicação cirúrgica,
necessitando de mais estudos com maior número de doentes portadores de DC com colite em
atividade.
Observam-se resultados contraditórios nesses dois trabalhos mais recente, pois Kim et
al.(1)
, encontraram elevada prevalência com boa resposta ao ganciclovir e Al Zafiri et al.(2)
baixa prevalência e pouca resposta ao tratamento antiviral. Concluindo, permanece
controvertido o papel do CMV na DII.
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Referências
1. Kim, Y.S. et al. The prevalence and efficacy of ganciclovir on steroid-refractory ulcerative colitis
with cytomegalovirus infection: a prospective multicenter study. Journal of Clinical
Gastroenterology, United States, v. 46, n. 1, p. 51–6, 2012.
2. Zafiri, R. et al. Al-Cytomegalovirus complicating inflammatory bowel disease: a 10-year
experience in a community-based, university-affiliated hospital. Gastroenterology & Hepatology,
United States, v. 8, n. 4, p. 230–9, 2012.
3. Aarnio, M.T. et al. Absence of cytomegalovirus from the gastrointestinal tract of patients with
active Crohn’s disease. In vivo, Grécia, v. 26, n. 1, p. 151–5, 2012.
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CAPÍTULO II
MÉTODOS
2.1 Métodos do Artigo 1
2.1.1 Delineamento do estudo
O estudo foi de prevalência do tipo descritivo seccional com comparação entre grupos.
2.1.2 Local e Período de realização do estudo
O estudo foi realizado no ambulatório especializado em DII, no setor de Endoscopia
Digestiva (LIKA) do Hospital das Clínicas (UFPE) e no Instituto de Hematologia do Nordeste
(IHENE) no período de janeiro de 2011 a agosto de 2012. A escolha pelo Hospital das
Clínicas ocorreu por ser centro de referência da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco
em atendimento aos pacientes com RCU e DC e por ser a pesquisadora principal
coordenadora deste ambulatório.
A sorologia para CMV dos pacientes com DII e do grupo controle foram realizadas no
Laboratório do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco
(ULAB/HC/UFPE). A histologia pelo HE foi realizada no Laboratório de Patologia do
Hospital das Clínicas (UFPE) , a reação da IHQ foi realizada no Laboratório de Patologia do
Hospital das Clínicas – FMUSP – São Paulo e a leitura da IHQ foi realizada no Studio de
Patologia Cirúrgica (SPAC) no Recife-PE.
2.1.3 População em estudo
2.1.3.1 Critérios de inclusão
Pacientes com diagnóstico confirmado de RCU e DC estabelecido por meios de
achados clínicos, radiológicos, endoscópicos e histopatológicos;
Idade maior que 18 anos, de ambos os sexos.
2.1.3.2 Critérios de exclusão
Transplantados;
Portadores de HIV/AIDS;
Pacientes com neoplasias malignas.
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2.1.4 Tipo e definição do tamanho amostral
A pesquisa do CMV no sangue (sorologia) e no tecido intestinal foi realizada com
amostra de conveniência nos pacientes com DC ou RCU que tiveram indicação do exame de
colonoscopia no período da pesquisa. O cálculo do tamanho da amostra do grupo controle da
soroprevalência foi realizado através do EPIinfo 6.04, com 95% de coeficiente definindo uma
amostra de 117 indivíduos.
Cento e dezessete pacientes, portadores de DC e de RCU, foram selecionados para o
estudo, atendendo os critérios de inclusão.
2.1.5 Definição e categorização das variáveis
Para uniformizar as informações do estudo foram estabelecidos os seguintes critérios:
2.1.5.1 Diagnóstico da DII
Serão utilizados as características clínicas, radiológicas, endoscópicas e
histopatológicas para classificação das DII (1,2)
:
a) Retocolite ulcerativa (RCU);
b) Doença de Crohn (DC);
c) Colite não classificada (CNC) ou Indeterminada (CI).
Colite não classificada corresponde a 5% dos pacientes com DII colônica cujos
parâmetros clínicos, radiológicos, endoscópicos e histológicos apresentam características de
ambas as doenças. O termo colite indeterminada fica reservado para casos onde a colectomia
foi realizada e o patologista permanece incapaz de classificá-la como DC ou RCU(3)
.
2.1.5.2 Diagnóstico da infecção e da doença pelo CMV
a ) Sorologia para CMV (IgG ou IgM);
b) Histologia pelo HE;
c) Imunohistoquímica (IHQ).
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2.1.6 Elenco de variáveis
2.1.6.1 Variável dependente
Nome da variável Definição Categorização
Portador de infecção e
doença pelo CMV
CMV infecção foi definida como sorologia para IgM ou
IgG. CMV doença intestinal foi definida pela presença
de pelo menos uma célula citomegálica com corpúsculo
de inclusão basofílico com ou sem halo claro (aspecto
em “olho de coruja”) pela histologia (HE) e/ou IHQ.
Positiva e Negativa
2.1.6.2 Variáveis independentes
Nome da variável Definição Categorização
Idade Variável categórica definida pelos anos de idade desde
o nascimento até o momento da coleta de dados
Menor ou igual a 40 anos
Maior que 40 anos
Sexo Variável dicotômica
Sexo biológico do indivíduo
Masculino
Feminino
Tabagismo atual ou
prévio
Variável dicotômica de acordo com a resposta do
paciente
Presente
Ausente
História familiar de
primeiro grau
Variável dicotômica de acordo com a resposta do
paciente
Presente
Ausente
Cirurgia Variável dicotômica referente a cirurgia relacionada a
DII
Presente
Ausente
Tipo de doença Variável categórica de acordo com a definição do tipo
de doença
DC , RCU , CNC , CI
Localização da
doença
Variável categórica segundo a classificação de
Montreal 2005
Quadro 3 e 4
Grau de atividade
clínica
Variável categórica segundo a classificação de Harvey-
Bradshaw
Variável categórica segundo a classificação de
Truelove&Witts
Quadro 5
Quadro 6
Grau de atividade
endoscópica
Variável categórica segundo Escore de Mayo
Variável ordinal segundo SES-DC e índice de
Rutgeerts
Quadro 7
Quadro 8 e 9
Grau de atividade
histológica
Variável categórica segundo a ausência ou presença de
infiltrado inflamatório com ou sem ulceração epitelial
Remissão, leve, moderada,
intensa
Medicamentos Variável categórica definida como a utilização de
medicamentos para controle da DII
Nenhum,
aminossalicílicos,
corticoides, azatioprina,
MTX, ciclosporina,
tacrolimus, biológicos
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Quadro 3. Classificação de Montreal para retocolite ulcerativa quanto à extensão.
Extensão Anatomia
E1 – Proctite ulcerativa Acometimento limitado ao reto (extensão da inflamação até a porção distal
da junção retossigmoide)
E2 – RCU lado esquerdo Acometimento da inflamação se estende até a flexura esplênica.
E3 – RCU extensa O acometimento se estende além da flexura esplênica.
Fonte: Satsangi et al (2006)(4)
Quadro 4. Classificação de Montreal para doença de Crohn.
Idade do diagnóstico
A1 – < ou = 17 anos
A2 – 17 a 40 anos
A3 – > 40 anos
Localização do acometimento
L1 – Ileal
L2 – Colônica
L3 – Ileocolônica
L4 – TGI superior
Comportamento
B1 – Não penetrante / não estenosante
B2 – Estenosante
B3 – Penetrante
p – Doença perianal
Fonte: Satsangi et al (2006)(4)
Quadro 5. Índice de atividade (IA) inflamatória na doença de Crohn.
Pontuação
Estado geral (ótimo = 0; bom + 1; mau = 3; péssimo = 4 )
Dor abdominal (ausente = 0;duvidosa = 1; moderada = 2;grave = 3)
0 - 4
0 - 3
Número de evacuações líquidas/dia
Massa abdominal (ausente = 0;duvidosa – 1;bem definida = 2; dolorosa = 3)
n˚/dia
0 - 3
Complicações : artralgias/artrite,uveíte/itite,eritema nodoso, aftas orais,
Pioderma gangrenoso, fissura anal, fístula, abscesso, etc
1 ponto cada
Fonte: Harvey; Bradshaw (1980)(5)
<8 : inativa e leve; 8 a 10 : leve a moderada; > 10 moderada/grave
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Quadro 6. Classificação da retocolite ulcerativa quanto à gravidade do surto agudo.
Leve Moderada Grave
1. Número de evacuações/dia ≤ 4 4 a 6 6
2. Sangue vivo nas fezes ± + ++
3. Temperatura Normal Valores intermediários Temperatura média noturna >
37,5 ˚ou > 37,8˚C em 2 dias
dentro de 4 dias
4. Pulsos Normal Intermediário 90 bpm
5. Hemoglobina (g/dl) > 10,5 Intermediária < 10,5
6. VSH (mm/1 horaª) < 30 Intermediária 30 mm, 1ª hora
Fonte: Truelove; Witts (1955)(6) VSH : velocidade de hemossedimentação
Quadro 7. Escore de Mayo.
0 Normal ou doença em remissão
1 Doença leve ( eritema, padrão vascular diminuído, friabilidade leve )
2 Doença moderada ( eritema evidente, ausência de padrão vascular, friabilidade, erosões
3 Doença grave ( sangramento espontâneo, ulcerações )
Fonte: Pineton et al (2010)(7)
Quadro 8. Índice endoscópico simplificado de gravidade endoscópica (SES-CD).
Variáveis Escore
0 1 2 3
Tamanho das
Úlceras (cm)
Nenhuma Úlceras aftosas
( Ø 0,1 – 0,5 )
Úlceras grandes
( Ø 0,5 – 2,0)
Úlceras maiores
( Ø > 2,0)
Superfície
Ulcerada (%)
Nenhuma <10 10 – 30 30
Superfície afetada (%) Segmento não afetado < 50 50-75 75
Presença de
Estenoses
Nenhuma Única e permeável Múltiplas
permeáveis
Não permeáveis
Fonte: Daperno et al (2004)(8)
Quadro 9. Pontuação de Rutgeerts para recorrência endoscópica pós-ressecção na DC.
i˳ Nenhuma lesão
i₁ < ou = 5 lesões
i₂ > 5 lesões (restritas à anastomose)
i₃ Ileíte aftosa difusa
i₄ Inflamação difusa, com úlceras grandes e/ou estenoses
Fonte: Rutgeerts et al (1990)(9)
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2.1.7 Etapas e métodos de coleta dos dados
2.1.7.1 Etapas
Etapa 1 - Os pacientes foram informados do objetivo e etapas do estudo e em seguida
convidados a ler o TCLE em conjunto com o pesquisador e assiná-lo, no setor de endoscopia
digestiva do LIKA-UFPE (APÊNDICE A).
Etapa 2 - Após concordância e assinado o TCLE, os pacientes foram submetidos a um
questionário composto por duas partes: a primeira, relativa ao perfil demográfico e
epidemiológico e a segunda referida aos aspectos clínicos e medicamentos; calculando-se os
índice de atividade da doença (APÊNDICE B).
Etapa 3 - Puncionada veia periférica para sedação anestésica do exame de
retossigmoidoscopia ou colonoscopia e na sequencia foi colhido 5 mL de sangue com
Vacutaine® para sorologia do CMV. Os pacientes foram orientados para que um dia antes do
exame iniciassem dieta sem resíduos, contendo água, chá, suco coado, gelatina, torrada e
caldo de carne ou frango. Na véspera do exame deveriam tomar quatro comprimidos de
Dulcolax® e no dia do exame, um copo, de 10 em 10 minutos, de solução contendo 500 mL
de manitol a 20% e 1000 mL de água de coco ou suco de limão até apresentarem evacuações
aquosas e sem resíduos fecais. Caso contrário, ingerir mais 500 mL da solução do manitol a
20% com água de coco ou suco de limão, um copo, de 10 em 10 minutos. Recomendou-se
jejum completo 4 horas antes do exame.
Para os pacientes com 70 anos ou mais, doença associada ou ainda dificuldade na
realização do preparo, optou-se por realizar os exames com o paciente hospitalizado, por
medida de segurança durante o preparo intestinal.
Todos os pacientes receberam esclarecimento oral sobre o procedimento, com
informações sobre riscos e benefícios porém não foi utilizado termo de consentimento por
escrito. A sedação foi da responsabilidade do endoscopista e, quando necessária, foi
administrada pelo anestesiologista. Aferição prévia dos valores de pressão arterial, saturação
de oxigênio, ritmo e frequência cardíaca e reavaliadas durante o exame foram realizadas pela
equipe de enfermagem e/ou pelo colonoscopista.
Realizou-se sedação consciente individualizada e titulada para os níveis visados de
sedação de acordo com as necessidades clínicas, idade e medicações concomitantes. Utilizou-
se midazolan (0,5 a 2 mg), cloridrato de meperidina (25 a 100 mg) e/ou propofol (dose inicial
de 0,5 a 1,0 mg/kg – 0,8 a 1,0 se <70a e 0,5 a 0,8 se > 70ª, com doses adicionais em bolus
conforme necessário, sem limite de dose) por via intravenosa. Todos os pacientes eram
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monitorados com oxímetro de pulso e recebiam administração contínua de oxigênio
suplementar no fluxo de 2 a 4 l /min através de cateter nasal.
Todos os exames foram executados pelo pesquisadora principal com aparelho de
vídeo da marca Olympus XIF Q 150. Após término do exame, os pacientes permaneceram no
repouso até recuperação anestésica sendo liberado para seu domicílio, sendo imprescindível a
presença de um acompanhante.
A avaliação endoscópica, utilizada para os portadores de RCU, foi baseada no escore
de Mayo(7)
(quadro 7). Em portadores de DC, foi usado o índice endoscópico simplificado de
gravidade da doença de Crohn (SES-CD)(8)
(quadro 8).
Durante a realização das colonoscopias foram realizadas biópsias com fórceps padrão
da marca Olympus em pelo menos três áreas com maior intensidade de inflamação e no centro
das úlceras quando presentes, colhendo também material do cólon direito, caso apresentasse
atividade de doença.
Todas as amostras foram enviadas para o Laboratório de Patologia do Hospital das
Clínicas na solução de formaldeído a 10% para análise histológica. As lâminas foram
silanizadas e remetidas ao Laboratório de Patologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo para realização da reação da IHQ e
posteriormente enviadas ao Studio de Patologia Cirúrgica (SPAC) no Recife para a leitura da
IHQ.
Figura 2: Fluxograma
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2.1.8 Métodos laboratoriais
2.1.8.1 Análise sorológica
Foram colhidos, no setor de endoscopia digestiva do LIKA-UFPE, através de punção
venosa à vácuo, 5 mL de sangue, em tubo seco com gel separador. Após a formação de
coágulo, o material foi submetido à centrifugação de 3.000 RPM durante 6 minutos para
obtenção de soro. A pesquisa foi realizada com o ensaio ARCHITECT CMV IgG e IgM que é
um imunoensaio quimioluminescente por micropartículas (CMIA) para a detecção qualitativa
e determinação semi-quantitativa de anticorpos IgG e IgM para o citomegalovírus no soro e
plasma humanos com protocolos flexíveis, conhecidos como Chemifex, conforme o protocolo
proposto pelo fabricante (Abbott Laboratório do Brasil Ltda®
).
Na primeira etapa, a amostra, o diluente de ensaio e as micropartículas paramagnéticas
revestidas com lisado do vírus CMV (cepa AD 169) são combinados. O anti-CMV IgG e IgM
presentes nas amostras ligam-se as micropartículas revestidas com lisado do vírus CMV (cepa
AD 169). Após a lavagem, o conjugado marcado com acridínio anti-humano IgG e IgM é
adicionado para criar uma mistura de reação. Após outro ciclo de lavagem, as soluções pre-
tigger (Pré-Gatilho) e trigger (Gatilho) são adicionadas à mistura da reação. A reação
quimioluminescente resultante é medida como unidades relativas de luz (RLUS). Existe uma
relação direta entre a quantidade de Anti-CMV IgG e IgM na amostra e as RLUS detectadas
pela unidade óptica do sistema ARCHITECT. A presença ou ausência de anti-CMV IgG e
IgM na amostra é determinada pela comparação do sinal quimioluminescente na reação com o
sinal cutoff determinado através de uma calibração prévia. Se o sinal quimioluminescente na
amostra for maior ou igual ao índice pré determinado, a amostra é considerada reativa para
anti-CMV IgG e IgM.
2.1.8.2 Análise histológica
Fragmentos de biópsias foram colocados em formaldeído a 10% na sala de
procedimento e encaminhados ao laboratório de patologia do HC-UFPE onde foi incluído em
bloco de parafina, permitindo a obtenção de cortes de tecido. O tecido cortado foi submetido à
remoção da parafina, re-hidratação e coloração histológica para avaliação do grau de
inflamação tecidual. A detecção do CMV foi realizado através da coloração pelo HE.
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Avaliação histológica: Os achados histopatológicos para o diagnóstico da doença
foram padronizados em reunião de consenso realizado em 3 de agosto de 2007(10)
, em Natal
RN. Vários dados foram estudados na avaliação histológica entre eles:
Tipo celular de infiltrado inflamatório na lâmina própria;
Abscessos de criptas;
Redução do número de células caliciformes;
Presença de erosão e/ou ulceração;
Distorção de criptas;
Agressão de criptas;
Presença de granuloma;
Presença de folículos linfoides.
A análise histológica foi realizada por uma única patologista treinada (NTJ) que não
teve conhecimento a respeito do resultado do teste sorológico. Foram considerados
patognomônicos para o diagnóstico histológico do CMV a presença de células de inclusão
citomegálica com ou sem halo claro (aspecto “em olho de coruja”) respectivamente(11)
. A
figura 3 mostra um exemplo da presença de células de inclusão citomegálica.
Figura 3. Corte histológico em HE, mostrando
célula de inclusão citomegálica (200x).
2.1.8.3 Imunohistoquímica (IHQ)
A IHQ consiste num método que localiza antígenos específicos em células ou tecidos
baseado numa reação de reconhecimento entre antígenos e anticorpo. São utilizados
anticorpos primários (monoclonais ou policlonais) e um coquetel de polímero marcado com
peroxidase conjugado com imunoglobulina de cabra (anticamundongo ou anticoelho
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respectivamente). A imunoglobulina se liga ao anticorpo primário formando um complexo
entre os anticorpos primários, secundários e polímero. A evidenciação da formação do
complexo ocorre pela reação da peroxidase com o agente cromógeno. A positividade da
reação caracteriza-se pela imunomarcação preferencial dos núcleos, notando-se também
partículas no citoplasma (Figura 4).
O estudo imunohistoquímico foi realizado em secções histológicas de 4 μm de
espessura em lâminas silanizadas, previamente tratadas para remoção da parafina, re-
hidratação e inibição da peroxidase endógena. A recuperação antigênica foi realizada com
ácido cítrico pH 6.0, em panela de pressão por 3,30 minutos e o polímero Revial (SPRING)
foi utilizado para amplificar a reação. Os anticorpos primários anti-CMV usados foram os
clones DD69 e CCH2 (monoclonal, Código: M854, DAKO, diluição 1:500). O anticorpo
secundário conjugado a peroxidase foi utilizado na formação do complexo antígeno-
anticorpo. A revelação do complexo foi feita com diaminobenzidina (DAB-PLUS, Código:
02020, Invitrogen) e a lâmina foi contracorada com hematoxilina de Mayer. Controles
positivos e negativos foram utilizados para atestar a fidelidade das reações.
Figura 4. Cortes histológicos com reação IHQ positiva para o CMV, demonstrando a
imunomarcação preferencial dos núcleos (coloração marrom) notando-se também partículas no
citoplasma (400X).
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2.1.9 Tabulação dos dados
As planilhas para armazenamento e análise dos dados foram elaboradas no programa
Microsoft Excel 2010.
2.1.10 Análise estatística
Os resultados foram mostrados utilizando média ou porcentagem quando apropriados.
O teste exato de Fischer foi utilizados para as variáveis categóricas. O nível de significância
adotado foi de 5%. O teste do qui-quadrado foi utilizado para comparar proporções.
Considerando o método de IHQ como referência, foram calculados os valores de
Sensibilidade, Especificidade, Valor Preditivo Positivo (VPP), Valor Preditivo negativo
(VPN) e Prevalência, de acordo com as seguintes definições:
Sensibilidade: proporção dos indivíduos com a doença que tem um teste positivo
para a mesma;
Especificidade: proporção dos indivíduos sem a doença que tem um teste negativo;
Valor Preditivo Positivo: probabilidade de doença em paciente com o resultado do
teste positivo;
Valor Preditivo Negativo: probabilidade não ter doença em paciente com o
resultado do teste negativo.
Significância estatística foi considerada para valores de p < 0,05 e o intervalo de
confiança foi de 95% (IC95).
2.1.11 Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa Institucional conforme
exigência da comissão nacional em pesquisa na Resolução no 196/96, sob o registro no
CEP/CPqAM/FIOCRUZ: 39/10 e registro no CAAE: 0040.0.095.000-10 (ANEXO A).
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2.2 Métodos do Artigo Original 2
2.2.1 Delineamento do estudo
O estudo foi descritivo com uma coorte prospectiva.
2.2.2 Local e Período de realização do estudo
O estudo foi realizado no ambulatório especializado em DII do Hospital das Clínicas -
UFPE no período de janeiro de 2011 a março de 2012.
2.2.3 População em estudo
2.2.3.1 Critérios de inclusão
Pacientes com diagnóstico confirmado de RCU , DC , CNC e CI estabelecido por
meios de achados clínicos, radiológicos, endoscópicos e histopatológicos que
mantivessem acompanhamento regular no ambulatório de DII do HC-UFPE.
2.2.4 Tipo e Definição do tamanho amostral
Foi realizada uma amostra de conveniência nos pacientes com de DII que
frequentavam o ambulatório e/ou eram internados na enfermaria de Gastroenterologia do HC-
UFPE.
Duzentos e vinte pacientes de DII foram selecionados para o estudo, atendendo os
critérios de inclusão.
2.2.5 Definição e Categorização das variáveis
2.2.5.1 Diagnóstico da DII
Serão utilizados as características clínicas, radiológicas, endoscópicas e
histopatológicas para classificação das DII (1,2)
:
a) Retocolite ulcerativa (RCU);
b) Doença de Crohn (DC);
c) Colite não classificada (CNC) ou Indeterminada (CI).
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2.2.6 Elenco de variáveis
2.2.6.1 Variáveis dependentes
Nome da variável Definição
Retocolite ulcerativa Doença de etiologia desconhecida, não curável por tratamento clínico,
caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que acomete
predominantemente a camada mucosa do cólon(12)
Doença de Crohn Doença de etiologia desconhecida, não curável por tratamento clínico ou
cirúrgico e que acomete o trato gastrointestinal de forma uni ou
multifocal, de intensidade variável e transmural(13)
.
Colite não classificada Doença de etiologia desconhecida cujos parâmetros clínicos,
radiológicos, endoscópicos e histológicos não permitem fazer o
diagnóstico diferencial entre retocolite ulceratva e doença de Crohn3
Colite indeterminada Colite não classificada submetida a colectomia e o patologista permanece
incapaz de classificá-la como DC ou RCU3
2.2.6.2 Variáveis independentes
Nome da variável Definição Categorização
Sexo Variável dicotômica
Sexo biológico do indivíduo
Masculino
Feminino
Idade Variável categórica ≤ 20 anos
21 a 40 anos
41 a 60 anos
> 60 anos
Cor da pele Variável categórica referente a cor da
pele observada
Branca
Parda
Negra
Renda familiar Variável categórica referente ao
salário mínimo da região
< que 2 salário mínimo
entre 2 e 4 salário mínimo
> 4 salário mínimo
Local que reside Variável categórica referente ao local
que reside
Urbana
Rural
Tabagismo atual ou prévio Variável dicotômica de acordo com a
resposta do paciente
Presente
Ausente
História familiar de primeiro grau Variável dicotômica de acordo com a
resposta do paciente
Presente
Ausente
Cirurgia Variável dicotômica referente a
cirurgia relacionada a DII
Presente
Ausente
Intervalo entre o início dos sintomas
ao diagnóstico
Variável contínua referente ao tempo
em meses do início dos sintomas ao
diagnóstico da doença
Localização da DII Variável categórica segundo a
classificação de Montreal 2005
Quadro 3 e 4
Comportamento da doença de Crohn Variável categórica segundo a
classificação de Montreal 2005
Quadro 4
Manifestação extraintestinal Variável categórica referente as
manifestações extraintestinais
Osteoarticular
Oftalmológica
Dermatológica
Vascular
Hepatobiliar
Nefrológica
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2.2.7 Etapas e Métodos de coleta dos dados
2.2.7.1 Etapas
Etapa 1 - No ambulatório de DII do HC-UFPE os pacientes foram informados do
objetivo do estudo e em seguida convidados a ler o TCLE em conjunto com o pesquisador e
assiná-lo (APÊNDICE A).
Etapa 2 - Após concordância e assinado o TCLE, os pacientes foram submetidos a um
questionário composto por duas partes: a primeira, relativa ao perfil demográfico e
epidemiológico e a segunda referida aos aspectos clínicos na ocasião do diagnóstico e
durante a evolução dos mesmos (APÊNDICE B). Em casos de dúvidas por parte do
entrevistado, respostas incompletas ou contraditórias, foi realizada uma revisão minuciosa do
prontuário para coleta de tais informações. Os aspectos epidemiológicos (demográficos e
sociais) incluíram: sexo, idade, raça,local de residência (zona urbana ou rural), acesso à água
encanada e renda familiar. Registraram-se ainda dados sobre a história de tabagismo (atual ou
prévia) e sobre a existência ou não de parentes de primeiro grau acometidos pela doença.
Quanto ao perfil clínico, foram extraídos dados relacionados à localização do segmento do trato
gastrointestinal acometido, necessidade de intervenções cirúrgicas, classificação clínica (DC) e
presença de manifestações extraintestinais agrupadas em osteoarticulares, oftalmológicas,
dermatológicas, vasculares, hepatobiliares e nefrológicas. O tempo transcorrido entre o início
dos sintomas e o diagnóstico definitivo também foi abordado neste estudo.
Etapa 3 – Durante o período do estudo o questionário era preenchido caso o paciente
apresentasse algum dado novo de relevância para a pesquisa.
2.2.8 Tabulação dos dados e Análise estatística
As planilhas para armazenamento e análise dos dados foram elaboradas no programa
Microsoft Excel 2010. Os resultados foram mostrados utilizando média ou porcentagem
quando apropriados. Foi calculada a proporção de indivíduos com doença de Crohn, retocolite
ulcerativa ou colite não classificada com relação a cada uma das variáveis descritas.
2.2.9 Aspectos éticos
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa Institucional conforme
exigência da comissão nacional em pesquisa na Resolução n˚ 196/96, sob o registro no
CEP/CPqAM/FIOCRUZ : 39/10 e registro no CAAE : 0040.0.095.000-10 (ANEXO A).
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2.2.10 Referências
1. Stange, E.F. et al. European evidence-based Consensus on the diagnosis and management
of ulcerative colitis: Definitions and diagnosis. Journal of Crohn’s & Colitis, United
States, v. 2, n. 1, p. 1-23, 2008.
2. Assche, G. V. et al. The second European evidence-based Consensus on the diagnosis and
management of Crohn’s disease: Definitions and diagnosis. Journal of Crohn’s & Colitis,
United States, v. 4, n. 1, p. 7–27, 2010.
3. Mowat, C. et al. Guidelines for the management of inflammatory bowel disease in adults.
Gut, England, v. 60, n. 5, p. 571–607, 2011.
4. Satsangi, J. et al. The Montreal classification of inflammatory bowel disease:
controversies, consensus, and implications. Gut, England, v. 55, n. 6, p. 749–753, 2006.
5. Harvey, R.F.; Bradshaw, J.M. A simple index of Crohn’s-disease activity. Lancet,
England, v. 1, n. 8167, p. 514, 1980.
6. Truelove, S.C.; Witts, L.J. Cortisone in ulcerative colitis; final report on a therapeutic trial.
British Medical Journal, England, v. 2, n. 4947, p. 1041–1048, 1955.
7. Pineton de Chambrun, G. et al. Clinical implications of mucosal healing for the
management of IBD. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, England, v. 7, n.
1, p. 15–29, 2010.
8. Daperno, M. et al. Development and validation of a new, simplified endoscopic activity
score for Crohn’s disease: the SES-CD. Gastrointestinal Endoscopy, United States, v. 60,
n. 4, p. 505–12, 2004.
9. Rutgeerts, P. et al. Predictability of the postoperative course of Crohn’s
disease. Gastroenterology, United States, v. 99, n. 4, p. 956–963, 1990.
10. Carpenter, H.A.; Talley, N.J. The importance of clinicopathological correlation in the
diagnosis of inflammatory conditions of the colon: histological patterns with clinical
implications. The American Journal of Gastroenterology, United States, v. 95, n. 4, p.
878–896, 2000.
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11. Lawlor, G.; Moss, A.C. Cytomegalovirus in inflammatory bowel disease: pathogen or
innocent bystander? Inflammatory Bowel Diseases, United States, v. 16, n. 9, p. 1620–
1627, 2010.
12. Jewell, D. P. Ulcerative colitis. In: Feldman, M.; Scharschmidt, B. F.; Sleisenger, M. H.
6th
edition. Philadelphia: WB Saunders Co; 1998.
13. Lichtenstein, G. R.; Hanauer S. B.; Sandborn W.J. Management of Crohn's disease in
adults. American College of Gastroenterology, United States, v. 104, n. 2, p. 465-483,
2009.
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CAPÍTULO III
ARTIGOS ORIGINAIS
3.1 ARTIGO ORIGINAL 1
Ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com doença inflamatória
intestinal em hospital de referência no Nordeste do Brasil.
Valéria Ferreira Martinelli
Orientadora
Ana Lúcia Coutinho Domingues
Co-Orientador
Carlos Alexandre Antunes de Brito
Recife/PE
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Ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com doença inflamatória
intestinal em hospital de referência no Nordeste do Brasil
.
Valéria Ferreira Martinelli1, Ana Lúcia Coutinho Domingues
2, Carlos Alexandre Antunes de
Brito3, Norma Lucena-Silva
4, Renan Garcia Gomes
5, Norma Jucá
6
1Médica do Serviço de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas (HC-UFPE), responsável
pelo ambulatório de Doenças Inflamatória Intestinal do HC-UFPE. Mestranda do PPG em
Ciências da Saúda da UFPE
2Professora Adjunta do Departamento de Medicina Clínica da UFPE, responsável pelo
ambulatório de Esquistossomose do HC-UFPE. Doutora em Gastroenterologia pela UFPE
3Professor Adjunto do Departamento de Medicina Clínica da UFPE. Doutor em Ciências pelo
CPqAM/FIOCRUZ
4Médica Pesquisadora do Laboratório de Imunogenética do Centro de Pesquisa Ageu
Magalhães-FIOCRUZ (CPqAM), Doutorado em Biologia Molecular pela University of St
Andrews, Reino Unido (1994); pós doutorado na University of Alberta, Canadá
5Mestrando em Biociências e Biotecnologia em Saúde (CPqAM).
6Professora Adjunta do Departamento de Patologia da UFPE e do Instituto do Fígado pela
UFPE. Doutora pela Universidad Complutense de Madrid (1993)
Correspondência:
Valéria Ferreira Martinelli
Rua Teles Júnior, 65/2002 – Rosarinho – 52050-040 – Recife, PE – Fone: 55 81 3242-4105
Conflito de interesse: nenhum
Financiamento: nenhum
Artigo Original que será submetido para publicação e formatado de acordo com as normas da Revista World Journal of
Gastroenterology, [email protected] (ANEXO B)
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RESUMO
Embora um grande número de trabalhos tenha demostrado associação do Citomegalovirus
(CMV) com Retocolite ulcerativa (RCU) nas formas graves e refratárias aos
imunossupressores, causando, piorando ou apenas representando marcador de gravidade,
pouco é conhecido da participação do CMV nos pacientes não selecionados com Doença
Inflamatória Intestinal (DII) nas formas leve, moderada e inativa. Os métodos de diagnóstico
utilizados na prática clínica apresentam sensibilidades e especificidades variáveis,
dificultando o diagnóstico da doença. Neste trabalho, objetivou-se determinar a ocorrência do
CMV em pacientes com DII em um hospital de referência do Nordeste do Brasil, através da
imunohistoquímica (IHQ), método considerado padrão-ouro para diagnóstico do CMV
intestinal.
Método: Foi realizada a pesquisa do CMV intestinal em fragmentos de mucosa colônica e/ou
de delgado com coloração pela hematoxilina-eosina (HE) e IHQ em pacientes com DII
obtidos durante a realização do exame endoscópico. O grupo controle consistiu nos pacientes
que fizeram colonoscopia cuja a pesquisa de CMV foi negativa. Foi avaliado a
soroprevalência de CMV e comparada com doadores de sangue.
Resultados: Um total de 117 pacientes consecutivos foram incluídos (retocolite ulcerativa, n=
84; doença de Crohn, n=33). Foram diagnosticados CMV intestinal pela IHQ em 21,4%
(25/117) dos pacientes com DII, com positividade em 19% (16/84) para os casos de RCU e de
27% (9/33) para DC. A sorologia e coloração por HE apresentaram sensibilidade de 12% e
16%, respectivamente. Dos 21 pacientes com CMV intestinal que estavam em uso de drogas,
5 (20%) pacientes estavam em uso de um imunossupressor, 9 (36%) em uso de dois
imunossupressores e 7 (28%) estavam em uso de aminossalicílicos na ocasião do diagnóstico.
Deetctou-se CMV em 6 (24%) pacientes em remissão clínica, porém todos os pacientes
infectados apresentavam atividade endoscópica e histológica. Apenas dois (8%) pacientes
fizeram uso de terapia antiviral, ambos córtico-refratários. Sorologia positiva anti-CMV IgM
ocorreu em 6 (5,2%) casos e para anti-CMV IgG em 106 (90,6%) portadores de DII e em 85
(86,8%) casos do grupo controle de doadores de sangue.
Conclusão: Os resultados demonstram uma alta prevalência de detecção de colite pelo CMV
presente em pacientes com diferentes formas clínicas de apresentação da DII, incluindo
formas inativas e leves, sugerindo que a presença do CMV pode ser encontrada como
colonização não patogênica. A reativação em portadores de DC foi frequente sugerindo que
outros fatores além do tipo de resposta dos linfócitos T helper devem estar envolvidos para a
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reativação do CMV. A sorologia e coloração por HE mostrou baixa sensibilidade, reforçando
a necessidade de técnicas como IHQ na detecção em casos de doença refratária. O estudo
detectou ainda alta soroprevalência de IgG para CMV em nosso meio, superiores a outras
regiões do mundo, o que torna esta população sob risco aumentado de reativação do CMV
decorrente das alterações imunes da doença de base ou pelo uso de imunossupressores.
Palavras chave : Doença inflamatória intestinal, citomegalovírus, prevalência, métodos
diagnósticos
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ABSTRACT
Although a large number of studies have shown an association of cytomegalovirus (CMV)
with ulcerative colitis, especially in moderate to severe forms and /or steroid- refractory active
ulcerative colitis (UC), in the onset, worsening or simply a surrogate marker for severe colitis,
little is known about the involvement of CMV infection in inflammatory bowel disease (IBD)
patients with mild, moderate or inactive disease. The diagnostic methods used in clinical
practice have varying sensitivities and specificities, complicating diagnosis. In this study, we
aimed to determine the frequency of CMV intestinal infection in IBD subjects attended in a
University hospital in Northeastern Brazil.
Methods: We conducted a survey of intestinal CMV infection using hematoxylin and eosin
(HE) and immunohistochemistry (IHQ) stains on biopsy specimens of IBD patients who
received indication for colonoscopy study. The control group consisted of patients who
underwent colonoscopy whose research was CMV negative. We assessed the CMV serology
in IBD subjects and healthy blood donors and compared the seroprevalence in both group.
Results: A total of 117 consecutive patients were included (ulcerative colitis, n = 84; Crohn’s
disease, n = 33). Intestinal CMV infection was diagnosed by IHQ in 21.4% (25/117) of
patients with IBD, representing 19% (16/84) of positivity for the UC cases, and 27% (9/33)
for DC. Serology and HE staining showed a low sensitivity of 12% and 16% respectively. Of
the 21 patients with intestinal CMV who were under pharmacological therapy, 5 (20%)
patients were taking immunosuppressive medicine, 9 (36%) in use of two immunosuppressive
and 7 (28%) were using aminosalicylates at the time of diagnosis. CMV infection was found
in 6 (24%) patients in clinical remission, but all infected patients were presenting endoscopic
and histological activities. Only two (8%) patients were on antiviral therapy, both steroid-
refractory. Anti-CMV IgM was detected in 6 (5.2%) IBD-patients’ sera; while anti-CMV IgG
was detected in sera of 106 (90.6%) IBD-patients and 85 (86.8%) healthy donors.
Conclusion: The results showed a high prevalence of CMV colitis in patients with different
IBD clinical forms, including inactive and mild forms; suggesting that the presence of CMV
is not by itself determinant of the disease severity, but contributes to it. The reactivation in
patients with DC was often suggesting that factors other than the type of T helper response
should be involved in the reactivation of CMV. Serology and HE staining showed low
sensitivity for CMV detection, reinforcing the need for techniques such as IHC with high
sensitivity for CMV detection in cases of refractory disease. The study also found high
seroprevalence of IgG antibodies to CMV in our country, more than other regions of dumb,
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which makes this population at increased risk of reactivation of CMV immune changes
resulting from the resulting from the underlying disease or the use of immunosuppressants.
Key words: Inflammatory bowel disease, cytomegalovirus, prevalence, diagnostic methods
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INTRODUÇÃO
Citomegalovírus (CMV) ou Herpesvírus 5 é um Beta-herpesvírus que infecta de
forma assintomática a maioria dos seres humanos, com taxas de soroprevalência mundiais
entre 40 % a 100%[1,2]
. Como os outros herpesvírus, o CMV persiste latente nos indivíduos
afetados após a primo-infecção. Em recém-nascidos ou pacientes imunossuprimidos a
infecção pode estar relacionada a significativa morbidade ou a mortalidade[3,4]
.
O CMV tem sido reconhecido como causador de colite em pacientes
imunossuprimidos como receptores de transplante de órgãos e medula óssea, pacientes com
AIDS ou neoplasias malignas, sendo rara em imunocompetentes[3]
.
Nas últimas décadas, casos de doença inflamatória intestinal (DII) associado com
CMV têm sido reportados, especialmente nos pacientes com formas graves e refratárias ao
tratamento[5-7]
. Estudos retrospectivos encontraram CMV no histopatológico das peças
cirúrgica dos pacientes submetidos a colectomia por megacólon tóxico ou refratariedade ao
corticoide[8-10]
. Pesquisas tem sugerido que o CMV pode desencadear[11]
, mimetizar[12,13]
ou
complicar a recaída da DII[6,14-16]
.Porém, trabalhos recentes tem questionado a importância da
reativação do CMV no curso clínico das DII, podendo representar apenas um processo de
colonização não patogênica, sem interferir na evolução e prognóstico das DII[14,17,18]
.
Estudos soro-epidemiológicos demonstram que a infecção pelo CMV é mais frequente
quanto mais baixo o nível socioeconômico da população estudada, apesar da maioria dos
estudos de prevalência em pacientes com DII serem oriundos de países desenvolvidos[1]
. No
Brasil, especialmente no Nordeste do país, a frequência do CMV na DII é desconhecida.
Em muitas regiões do país, os métodos utilizados para o diagnóstico da infecção em
pacientes com DII são a sorologia pelo teste de Elisa (IgG e IgM) e a histologia com
coloração de hematoxilina eosina (HE), em parte decorrente da pouca disponibilidade de
recursos para realização de outros métodos, porém estes exames apresentam limitações e não
são os métodos de escolha para o diagnóstico da doença. A sorologia apresenta baixa
sensibilidade, com a maioria dos adultos positivos para IgG e negativos para IgM, assim
como a histologia pelo HE que também apresenta baixa sensibilidade. Os métodos mais
sensíveis e específicos para diagnóstico da colite pelo CMV são a Reação em Cadeia de
Polimerase (PCR) no soro, no tecido ou nas fezes e a imunohistoquímica (IHQ), métodos
estes caros e inaccessíveis a maioria dos serviços médicos nos países em desenvolvimentos e
subdesenvolvidos(2)
.
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A prevalência do CMV na DII varia entre os estudos, dependente do tipo de paciente
estudado e do método laboratorial aplicado. A maioria dos trabalhos pesquisa o CMV em
população de maior risco de reativação, com poucos estudos entre pacientes com as formas
inativa, leve ou moderada. O objetivo deste estudo foi identificar a ocorrência de colite pelo
Citomegalovírus nos pacientes com DII (Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa), atendidos
em Hospital de Heferência no Nordeste do Brasil, através da imunohistoquímica, método
considerado padrão ouro.
MÉTODOS
Pacientes e controle
De janeiro de 2011 a agosto de 2012 foram selecionados para o estudopacientes de DII
atendidos no Serviço de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFPE que tiveram
indicação para realizar colonoscopia. As indicações incluíram recaída da doença,
refratariedade ao tratamento, diagnóstico diferencial com síndrome do intestino irritável ou
outras causas de colites, esclarecer alterações laboratoriais ou de exames de imagem e para
rastreamento de câncer.
Os critérios de inclusão foram : idade maior que 18 anos; diagnóstico confirmado de
RCU e DC estabelecido por meios de achados clínicos, radiológicos, endoscópicos e
histopatológicos. Foram considerados os critérios de exclusão: portadores de HIV/ AIDS;
pacientes com neoplasias malignas e transplantados. O grupo controle consistiu nos pacientes
que fizeram colonoscopia cuja a pesquisa de CMV foi negativa. Indivíduos saudáveis,
doadores de sangue, foram utilizados para comparação da frequência do CMV pela sorologia.
Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido . A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco.
Procedimentos
Os pacientes responderam a um questionário contendo dados demográficos, clínicos e
informações quanto ao uso de medicamentos, além da coleta de 5 mL de sangue para exame
de sorologia do CMV pelo teste de quimioluminescência .
A atividade clínica da RCU e da DC foi avaliada através dos critérios de
Truelove&Witts[19]
e Harvey-Bradshaw[20]
, respectivamente e a atividade endoscópica da
RCU avaliada pelos Escore de Mayo[21]
e da DC pelos índice endoscópico simplificado de
gravidade da DC (SES)[22]
e pelo Índice de Rutgeerts[23,24]
nos pacientes pós ressecção
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cirúrgica. Utilizou-se a classificação de Montreal[25]
2005 para avaliar a extensão da doença.
Biópsia intestinal para estudo histológico (HE e IHQ) foram realizadas em todos os pacientes.
As pesquisas de anticorpos contra o CMV das classes IgM e IgG foram realizadas em
todos os pacientes e comparadas com doadores de sangue que realizavam pesquisa de IgG
usando o ensaio ARCHITECT da marca Abbott (imunoensaio quimioluminescente por
micropartículas-CMIA) para a detecção qualitativa e determinação semi-quantitativa dos
anticorpos.
Colonoscopia ou retossigmoidoscopia foram realizadas com aparelho de colonoscopia
(Olympus – XIF Q 150) em todos os pacientes e enteroscopia por via retrógrada (Fuginon EM
– 450T5) foi realizada nos pacientes com doença isolada de intestino delgado.
Foram realizadas biópsias das margens e da base das úlceras e nas áreas de maior
atividade inflamatória. As biópsias eram coradas com HE, e avaliadas por um mesmo
patologista, que analisava a atividade inflamatória e alterações citopáticas (células
citomegálicas e inclusões basofílicas intranucleares e citoplasmáticas) no setor de patologia
do HC.
A atividade da DII foi classificada de acordo com o sistema padrão: a) remissão na
ausência de inflamação; b) doença ativa intensa na presença de infiltrado inflamatório com
ulcerações epiteliais; c) doença ativa moderada na presença de infiltrado inflamatório sem
ulceração epitelial; d) doença ativa leve na presença de mínimo infiltrado inflamatório, sem
ulceração epitelial[26]
.
No mínimo duas amostras de áreas mais inflamadas foram submetidas a
imunohistoquímica com anticorpos monoclonais anti-CMV (DD69, CCH2; DAKO) e
avaliadas por dois patologistas, que desconheciam o resultado do exame de coloração pelo
HE. O número de células positivas eram avaliadas numa escala semi-quantitativa de 1 a 3
interpretadas pela intensidade da coloração (1 = rara, 2 = comum e fácil de encontrar, 3 =
numerosas células positivas)[27]
.
Critérios para diagnóstico
Infecção pelo CMV foi definida como: Anticorpo IgM-CMV ou Anticorpo IgG-CMV
positivo; colite pelo CMV foi definida como a presença de inclusão intranuclear basofílica
pelo HE e/ou IHQ positiva[28]
.
Doença refratária ao corticoide foi definida como ausência de resposta clínica depois
de 7 a 10 dias de corticoide venoso[29]
. Dependência ao corticoide foi definida como aquela
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em que ocorre recidiva da doença quando a dose de prednisona é reduzida abaixo de 10
mg/dia ou quando a recidiva ocorre dentro das primeiras 12 semanas após a suspensão do
corticoide[30]
.
Análise estatística
Descrição estatística foram analisadas como média e porcentagem. Variáveis
categóricas e contínuas foram comparadas usando o teste exato de Fisher. O teste do qui-
quadrado foi utilizado para comparar proporções. Pacientes CMV positivos foram
comparados com pacientes CMV negativos através de diferentes parâmetros: sexo, idade, tipo
de doença, passado cirúrgico, gravidade clínica, endoscópica, histológica e medicamento. A
soroprevalência dos pacientes com DII foram comparadas com doadores de sangue. As
análises estatísticas foram feitas utilizando-se o programa Epi Info 6,04d .Valor de p < 0.05
foi considerado significante.
RESULTADOS
Parâmetros demográficos, clínicos e medicamentos
De janeiro de 2011 a agosto de 2012, 117 portadores de DII foram submetidos a
exame de endoscopia digestiva baixa com biópsia. Dos 117 pacientes, 84 (71,7%) eram
portadores de RCU e 33 (28,2%) eram portadores de DC. O sexo feminino predominou, tanto
para RCU (M/F: 0,4) como em DC (M/F:0,8).
História de tabagismo, atual ou prévio, estava presente em 32 (38,14%) dos pacientes
com RCU e 11(33,3) pacientes com DC. História familiar de DII estava presente em sete (8,3
%) dos pacientes com RCU e em dois (6,0 %) dos pacientes com DC.
A média de idade dos pacientes com RCU foi de 44,7 anos e dos pacientes com DC de
42,3 anos. Passado cirúrgico de ressecção intestinal estava presente em oito (24,2%) dos
pacientes com DC e em quatro (4,8%) dos pacientes com RCU (tabela 1).
Na análise de atividade clínica a forma moderada estava presente em 24 (28,5%)
pacientes e a forma intensa em 12 (14,2%) pacientes com RCU pelo índice de Truelove &
Witts. Na DC a forma moderada estava presente em 6 (18,2%) pacientes e a forma intensa em
10 (30,3%)pacientes com DC pelo índice de Harvey-Bradshaw (tabela 1).
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Tabela 1. Dados demográficos, clínicos e medicamentos dos pacientes com doença inflamatória intestinal,
Recife, 2012
DC RCU Total
Doença n(%) n(%) n(%)
Nº de pacientes 33(28,2) 84(71,7) 117
Sexo(mas/fem) 15(45,4)- 18(54,6) 26(30,9)-58(69,1) 41(35,1)-76(64,9
Média de idade (máx-mín) (anos) 42,3[18;74] 44,7[18;73] 43,5
Passado de ressecção (anos) 8 (24,2) 4 (4,8) 12(10,2)
Grau de atividade clínica
Inativa 10(30,3) 21(25,2) 31(26,4)
Leve 7(21,2) 27(32,1) 34(29,2)
Moderada 6(18,2) 24(28,5) 30(25,6)
Grave 10(30,3) 12(14,2) 22(18,8)
Medicamentos
Nenhum 3(2,6) 7(5,9) 10(8,5)
Corticóide 6(5,1) 21(17,9) 27(23,1)
AZA,MTX 16(13,6) 21(17,9) 37(31,6)
Ciclosporina,Tacrolimus 0 2(2,3) 2(2,3)
Anti-TNF 9(7,6) 5(4,3) 14(11,9)
Córtico-dependência 4(3,4) 8(6,8) 12(10,2)
Córtico-refratariedade 1(0.8) 3(2,6) 4 (3,4)
Mais de um imunossupressor 18 (54,5) 13 (15,4) 31 (26,5) DC: doença de Crohn; RCI : retocolite ulcerativa; mas : masculino; fem:feminino; AZA:azatioprina, MTX:metotrexato,TNF:fator de necrose
tumoral.
Utilizando a classificação de Montreal de 2005(25)
para avaliar a extensão da doença,
predominou a forma extensa E3 (pancolite) presente em 46 (54,7%) dos pacientes com RCU e
a forma colônica predominou entre os portadores de DC, presente em 19 (57,5%) (tabela 2).
Utilizando a classificação endoscópica de Mayo[21]
para RCU, predominaram as
formas moderadas presente em 24 (28,5%) e intensas 28 (33,3%).
Os valores do SES-DC variaram de 0 a 35 pontos com valor médio 16,2 pontos. Foi
considerado que qualquer valor maior que zero indicava atividade. Encontrou-se 23 (69,7%)
pacientes com valor do SES-DC > 0. Sete (21,2%) pacientes apresentavam Índice de
Rutgeerts igual a i3 ou i4 (tabela 2).
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Tabela 2 Características endoscópicas dos 117 pacientes com doença inflamatória intestinal, Recife, 2012.
DC RCU
Doença n (%) n (%)
Extensão da doença:
E1 3(3,6)
E2 35(41,7)
E3 46(54,7)
L1 3(9,1)
L2 19(57,6)
L3 9(27,3)
L4 , (L1+L4),(L2+L4),(L3+L4) 2(6,1)
Índice endoscópico:
Escore de Mayo 0 16(19,1)
Escore de Mayo 1 16(19,1)
Escore de Mayo 2 24(28,5)
Escore de Mayo 3 28(33,3)
SES-DC = 0 2(6,1)
SES-DC > 0 23(69,6)
Rutgeerts i˳ - i₂ 1((3,1)
i₃ e i₄ 7(21,2)
DC: doença de Crohn; RCU:retocolite ulcerativa; SES: escore endoscópico simplificado; i:íleo
Na análise do grau de atividade histológica também predominou formas mais intensas.
Na RCU, 31 (36,9%) pacientes apresentavam atividade leve, 25 (29,7%) pacientes
apresentavam atividade moderada, 26 (30,9%) apresentavam atividade acentuada e apenas
dois (2,3%) apresentavam remissão histológica. Nos pacientes com DC, observou-se que 5
(15,1%) pacientes apresentavam atividade leve, 11 (33,3%) pacientes apresentavam atividade
moderada, 15 (45,5%) apresentavam atividade acentuada e 2 (6,1%) apresentavam remissão
histológica (Tabela 3).
Tabela 3. Distribuição do grau de atividade histológica em 117 pacientes com doença inflamatória intestinal,
Recife , 2012.
Doença DC RCU
Grau de atividade n (%) n (%) Total n(%)
Remissão 2(6,1) 2(2,3) 4 (3,4)
Leve 5(15,1) 31(36,9) 36 (30,8)
Moderada 11(33,3) 25(29,7) 36 (30,8)
Intensa 15(45,5) 26(30,9) 41(35)
DC: doença de Crohn; RCU:retocolite ulcerativa.
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Terapia medicamentosa: No momento da inclusão no estudo, 21 (25%) pacientes com
RCU e 6 (5,1%) pacientes com DC estavam em uso de corticoide. O uso de azatioprina
estava prescrito para 21 (17,9%) pacientes com RCU e 16 (13,6%) pacientes com DC. Terapia
com anti-TNFα era utilizado por cinco (4,3%) pacientes com RCU e nove (7,6%) pacientes
com DC. O uso de um imunossupressor estava prescrito para 19 (22,6%) pacientes com RCU
e 8 (24,2%) pacientes com DC. Dois imunossupressores estavam prescritos para 13 (15,4%)
pacientes com RCU e 18 (54,5%) pacientes com DC. Dos 117 pacientes, 49 (41,8 %) vinham
em uso de apenas aminossalicílicos, sendo que 44 eram (89,7%) portadores de RCU e 5
(10,2%) portadores de DC. Dez (8,5%) pacientes estavam sem nenhuma medicação, sendo 7
portadores de RCU e 3 portadores de DC (tabela 1).
Prevalência de infecção e doença pelo CMV
Foram diagnosticados com CMV intestinal pela imunohistoquímica 25 (21,4%)
pacientes, destes 16 (64%) eram portadores de RCU e 9 (36%) portadores de DC (figura 1) ,
correspondendo a 19% dos casos de RCU e 27% dos casos de DC. Apenas 4 (3,4%)
pacientes apresentaram histologia positiva pelo HE.
Figura 1 Fluxograma de 117 pacientes com doença inflamatória intestinal submetidos a colonoscopia
e pesquisa do CMV intestinal pela IHQ
Das 44 biópsias positivas pertencentes aos 25 pacientes, CMV foi detectado em todos
os segmentos do intestino distribuídos segundo a topografia em: 63% no cólon esquerdo;
29,7% no cólon direito e 6,8% nas demais localidades (íleo terminal, bolsa ileal e anastomose
íleo-transverso) (figura 2).
DII N=117
DC N=33
CMV+ N=9
CMV- N=24
RCU N=84
CMV+ N=16
CMV- N=68
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0
2
4
6
8
10
12
íleo ascendente transverso descendente sigmoide reto bolsa ileal anast. Íleo-t
1 (2%)
6 (14%)7 (16%)
8 (18%)
11 (25%)
9 (21%)
1 (2%) 1 2%)
Figura 2. Localização de 44 fragmentos de biópsias positivas para citomegalovírus pela imunohistoquímica
retirados de 117 pacientes com doença inflamatória intestinal, Recife , 2012.
Sorologia anti-CMV IgM positiva ocorreu em 6 (5,2%) dos 117 pacientes, sendo que
em 2 houve concordância com a IHQ e HE e em 1 concordância com a IHQ, e estes 3
apresentavam atividade clínica. Os outros 3 pacientes não confirmaram diagnóstico de colite
pelo CMV através do HE e IHQ. Sorologia positiva para anti-CMV IgG ocorreu em 106
(90,6%) portadores de DII e em 85 (86,8%) pacientes do grupo controle (tabelas 4 e 5).
Dos 25 pacientes com CMV positivo pela IHQ, 1 (4%) apresentou intensidade da
coloração, grau 2 e os demais (96%) com grau 1. Nenhum pacientes apresentou grau 3.
Um paciente (4%) foi a óbito devido a infecção respiratória intersticial.
Tabela 4. Soroprevalência do citomegalovírus nos paciente com doença inflamatória intestinal, Recife, 2012.
RCU = 84 DC = 33
Sorologia n (%) n (%) Total ( DII)
IgM + IgG + 5(5,9) 1(3) 6(5,1)
IgM - IgG+ 72(85,8) 28(84,9) 100(85,5)
IgM - IgG- 7(8,3) 4(12,1) 11(9,4)
P (qui-quadrado): 0,6845 IgM: imunoglobulina M; IgG: imunoglobulina G; RCU: retocolite ulcerativa
DC: Doença de Crohn; DII: doença inflamatória intestinal
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Tabela 5. Soroprevalência do citomegalovírus nos pacientes com doença inflamatória intestinal e nos doadores
de sangue, Recife, 2012
Doador de sangue DII
IgG + 85(86,8) 106(90,6)
IgG - 13(13,2) 11(9,4)
P (qui-quadrado): 0,3924 IgG: imunoglobulina G; RCU: retocolite ulcerativa
DC: Doença de Crohn; DII: doença inflamatória intestinal
Fatores associados com a infecção pelo CMV
Ao se comparar a atividade clínica, observou-se maior proporção de pacientes com
CMV intestinal nas formas mais graves da colite, apresentando atividade moderada e intensa
em 64% (16/25) destes casos, quando comparado com os pacientes negativos para o CMV
intestinal com 39,1% (36/92) apresentando as formas graves, uma diferença estatisticamente
significativa (p= 0,0400). O estudo detectou seis casos com a forma inativa (24%) e outros
três (12%) com a forma leve. Resultados semelhantes foram observados para os parâmetros
de atividade histológica, com as formas moderada e intensa presente em 88% dos infectados
(22/25) e em 59,8% (55/92) dos negativos (p=0.0087), porém nenhum caso positivo para
CMV foi detectado entre pacientes com doença histológica inativa.
Ao se analisar o grau de atividade endoscópica na RCU houve uma percentual
significativamente maior da forma moderada e intensa (87,5%) em pacientes CMV intestinal
positivos quando comparados aos pacientes com CMV intestinal negativos (55,9%), uma
diferença estatisticamente significativa, com valor de p = 0,0225 (tabela 6).
Não foi encontrado CMV intestinal nos pacientes em remissão endoscópica e
histológica. Não foi comparado atividade endoscópica da DC em virtude da graduação ser
feita apenas por escores, sem subclassificar em leve, moderada e intensa (SES-DC) (tabela 2).
Tabela 6. Comparação dos diversos graus de atividade da doença inflamatória intestinal com e sem
citomegalovírus, Recife, 2012.
Atividade
clínica
Atividade endoscópica
(RCU)
Atividade
Histológica
CMV
+ n=25
CMV –
n= 92
p
valor
CMV +
n=16
CMV -
n=68
p
valor
CMV+
n=25
CMV-
n=92
p
valor
Leve/Inativa 9(36) 56(60,8) 0,0400 2(12,5) 30(44,1) 0,0225 3 (12) 37(40,2) 0,0087
Mod/Intensa 16(64) 36(39,1) 14(87,5) 38(55,9) 22(88) 55(59,8)
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Não houve diferenças estatísticas entre infectados e negativos para o CMV intestinal
em relação ao sexo, idade e passado cirúrgico (tabela 7).
Na análise de tipo de medicação utilizada e frequência de infecção não houve
diferenças estatísticas entre os grupos, exceto para anti-TNF, prescritos para 28% (7/25) dos
infectados e para 7,6% (7/92) de pacientes negativos para CMV intestinal(tabela 7).
Tabela 7. Características demográficas, clínicas e terapêuticas: doença inflamatória intestinal com e sem
citomegalovírus, Recife, 2012
CMV positivo
n=25
CMV negativo
n=92
Características n (%) n (%) RR [IC 95%] p valor
Idade > 40 anos 15(60) 57(61,9) 0,94(0,46-1,90) 0,9573
Masculino 8(32) 32(34,7) 0,91 (0,43-1,91) 0,9822
DC (%) 9(36) 24(26) 1,43(0,70-2,91) 0,4678
RCU (%) 16(64) 68(74) 0,70(0,34-1,42) 0,4678
Passado cirúrgico 3(12) 10(10,9) 1,09(0,38-3,15) 1,0000
Medicamentos
- nenhum 4(16) 6(6,5) 2,04 (0,87-4,77) 0,2175
- SSZ ou 5-ASA 7(28) 43(46,7) 0,61 (0,29-1,30) 0,2755
- corticóide 5(20) 22(23,9) 0,83 (0,35-2,01) 0,8854
- AZA , MTX, T,
Cls
11(44) 27(29,3) 1,63(0,82-3,25) 0,2516
- Anti-TNF 7(28) 7(7,6) 2,86 (1,46-5,60) 0,0111
- Mais que um IMS 9(36) 17(18,5) 1,97(0,99-3,93) 0,1102
- Córtico-
dependência
2(8) 12(13) 0,64 (0,17-2,43) 0,7311
- Córtico-resistência 2(8) 2(2,1) 2,46 (0,86-6,99) 0,1996
DC : Doença de Crohn; RCU: retocolite ulcerativa; SSZ : sulfassalazina; 5 ASA: aminossalicílico; MTX: metotrexato; T: tacrolimus; Cls;
ciclosporina; TNF: fator de necrose tumoral; IMS: imunossupressor; RR: risco relativo; ; IC : intervalo de confiança .
Dos 25 pacientes com infecção intestinal pelo CMV, 14 (56%) pacientes vinham em
uso de imunossupressores isolados ou combinados: 5 estavam em uso de corticoides, 10
estavam em uso de azatioprina; 1 em uso de tacrolimus e 7 em uso de anti-TNFα (infliximabe
ou adalimumabe). Na terapia com biológicos quatro utilizaram azatioprina associada e três
terapia isolada. Pacientes em uso de uma única droga imunossupressora correspondeu a cinco
(20%) casos, nove (36%) com dupla imunossupressão. Em uso exclusivo de aminossalicilato
ocorreu em sete (28%) pacientes e quatro (16%) casos não faziam uso de nenhuma
medicação. Terapia antiviral foi prescrito apenas em dois (8%) pacientes.
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Utilidades dos métodos diagnósticos
A sorologia anti-CMV IgM esteve presente em seis casos (5%), três confirmados por
IHQ. A sensibilidade do método foi de 12%, com especificidade de 96%, VPP de 50%, VPN
de 80% quando comparados a IHQ, método considerado padrão ouro (tabelas 8 e 9).
A coloração pelo HE detectou infecção em quatro casos (3,4%). Considerando-se a
IHQ o padrão ouro, a sensibilidade da histologia foi de 16%, especificidade 100%, VPP 100%
e VPN 81% (tabelas 10 e 11, figuras 3 e 4).
Tabela 8. Padrão 2x2 comparando os resultados dos testes de imunohistoquímica com IgM – CMV, Recife,
2012.
IHQ
Anti-CMV IgM + - Total
+ 3 3 6
- 22 89 111
Total 25 92 117
Tabela 9. Cálculo da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e
prevalência, utilizando-se a comparação entre os métodos da imunohistoquímica e anti-citomegalovirus IgM
com intervalo de confiança inferior e superior de 95%, Recife,2012.
IC (95%)
Sensibilidade 12% 3,2-32,3
Especificidade 96% 90,1-99,2
VPP 50% 13,9-86,1
VPN 80% 71,3-86,9
Prevalência 21,3%
Tabela 10. Padrão 2x2 comparando os resultados dos testes de imunohistoquímica com hematoxilina-eosina,
Recife, 2012.
IHQ
HE + - Total
+ 4 0 4
- 21 92 113
Total 25 92 117
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Tabela 11. Cálculo da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e
prevalência, utilizando-se a comparação entre os métodos da imunohistoquímica e hematoxilina-eosina com
intervalo de confiança inferior e superior de 95%. Recife, 2012.
% IC (95%)
Sensibilidade 16 5,3-36,9
Especificidade 100 95-100
VPP 100 39,6-100
VPN 81 72,8-87,9
Prevalência 21,3
DISCUSSÃO
Prevalência de CMV Infecção
Maior prevalência de CMV em pacientes com DII quando comparada com população
saudável tem sido relatada na literatura[31]
. Moss[32]
, relatou prevalência de CMV em
pacientes com DII nos EUA de 70 %. Em revisão sistemática Lawlor & Moss[33]
estimaram
prevalência de CMV na população americana entre 35% a 80%, sendo mais comum na raça
negra não hispânica e nos americanos-mexicanos do que na população de brancos não
hispânicos. No presente estudo, a prevalência de anti-CMV IgG foi semelhante entre os
pacientes e os doadores de sangue.
Estudos de soroprevalência em pacientes saudáveis relatam diferentes resultados,
estando relacionados com condições sócio econômicas da população estudada. Um estudo
multicêntrico publicado por Krech et al[1]
identificaram grandes diferenças de exames
positivos em doadores de sangue nas diferentes partes do mundo, com soroprevalência
Figura 3– Corte histológico em HE, mostrando
célula de inclusão citomegálica (200x).
Figura 4 – Corte histológico com reação IHQ
positiva para o CMV (400x),demonstrando
a imunomarcação preferencial dos núcleos (coloração
marrom)
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variando de 40 % de positividade em países industrializados a 100 % em países em
desenvolvimento. Em Joanesburgo, na África do Sul, o estudo identificou uma
soroprevalência de 75 % de na população de brancos e de 100% na população de negros
Bantu, reforçando a associação de alta prevalência com mais baixo nível socioeconômico(1)
.
No Brasil, desconhecemos a soroprevalência do CMV na população de DII. Há
estudos de soroprevalência em população de gestantes e doadores de sangue que evidenciam
taxas entre 80 a 97%[34-37]
.
Os dados do presente estudo demonstram que a prevalência da infecção é alta no nosso
meio mesmo em indivíduos saudáveis, não permitindo fazer associação de maior risco de
infecção em portadores de DII, relacionados a doença ou ao uso de imunossupressores. A
prevalência elevada deve estar relacionado a uma população com menor poder aquisitivo.
Apesar de não se prestar para diagnóstico de infecção aguda reflete exposição passada e
eventual risco de reativação, portanto em nossa região pacientes diagnosticados com DII estão
sob um risco aumentado de reativação de doença, por alterações da resposta imune ou devido
o uso de imunossupresores, visto que grande parte da população já entrou em contato com o
vírus.
Prevalência de CMV doença
Detectou-se frequência do CMV intestinal de 21,4% entre pacientes com DII. A
prevalência de CMV entre a população com DII varia de 0,5% a 72% na literatura, e depende
da população estudada e do método laboratorial utilizado, com maior prevalência entre os
artigos que envolvem pacientes com doença intensa ou refratários aos corticosteroides.
Dimitroulia et al[38]
, em estudo prospectivo, utilizando pesquisa do genoma viral no
tecido, detectaram CMV em 27,1% (23/85) dos pacientes com DII e em apenas 2,4%(1/42)
no grupo controle, representado por pacientes com outras doenças não inflamatórias,
mostrando associação do CMV com a DII.
Cottone et al[6]
, em estudo prospectivo envolvendo 62 pacientes, utilizando IHQ e
coloração HE em biópsia intestinal, detectou CMV em 36% (7/19) dos pacientes com doença
grave e refratárias ao corticoide, resultados semelhantes ao encontrado por Wada et al[16]
que
detectaram 34% (16/47) de positividade pelo teste de antigenemia, com 44% desses pacientes
apresentando inclusões nucleares pela histologia padrão (HE) em material de biópsia
colônica. Yoshino et al[39]
utilizando PCR em tempo real, detectou presença do CMV em
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56,7% (17/30) em pacientes com RCU apresentando exacerbações graves e refratários aos
imunossupressores.
Este estudo apresentou prevalências mais baixas do que as relatadas na literatura,
podendo estar relacionado com o tipo de paciente selecionado, que não incluiu a exemplo da
literatura a seleção de pacientes com maior gravidade ou refratariedade e de apenas pacientes
com RCU. No estudo atual 28,2 % dos pacientes apresentavam DC, 55,6% apresentavam a
forma inativa ou leve da doença.
Poucos estudos incluíram pacientes com formas menos graves da doença. Kim et al[40]
avaliaram 144 pacientes com RCU e DC com doença ativa, com diferentes graus de
intensidade e encontraram prevalência de 10% de CMV. Lévêque et al[41]
, em amostra não
selecionada com 53 pacientes, encontraram prevalência semelhante de 10,4%, e Domènech et
al[7]
, pesquisando CMV numa população com 114 pacientes com DII, incluindo doença
inativa e sem corticoide, encontraram baixa prevalência (5,2%).
Considerando para comparação este perfil de pacientes com diferentes formas clínicas,
os dados do presente artigo apresentam maior prevalência do que os dados da literatura, que
pode decorrer do fato de termos uma alta soroprevalência no nosso meio, como demonstrado
no grupo de doadores de sangue, reforçando a importância de se pesquisar reativação de
infecção em pacientes com DII em uma população de alta circulação viral.
O estudo detectou frequência maior de CMV em portadores de DC do que descrito na
literatura[27,40,42,43]
. A diferente resposta imune entre RCU e DC provavelmente é responsável
pela diferença encontrada na incidência da colite pelo CMV nestas duas doenças. Pacientes
com RCU apresentam resposta imunológica do tipo Th2 com importante participação do fator
de necrose tumoral alfa (TNF-α). O TNF α possui importante papel na reativação do CMV
nos monócitos e nas células dendríticas nos pacientes com DII. Na DC ocorre resposta
imunológica do tipo Th 1 com grande expressão do IFN-γ, que podem suprimir a reativação
do CMV consequentemente, paciente com DC apresentam menos reativação do vírus[43,44]
. O
presente estudo sugere que outros fatores, independente do tipo de resposta dos linfócitos T
helper, poderiam estar envolvidos na reativação do CMV na DC. O uso de mais de um
imunossupressor em 54,5% (18/33) dos pacientes com DC, poderia também justificar a
frequência mais elevada de CMV.
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Fatores associados com a infecção pelo CMV
Imunossupressores
O uso de terapia imunossupressora pode está associado a reativação de infecção por
CMV, particularmente os corticoides e a ciclosporina[18,38,45]
. Neste estudo, a frequência de
utilização de corticosteroides é outro fator que pode estar relacionado a prevalência, visto que
apenas 23,1% dos pacientes desta casuística estavam em uso de corticoides e apenas 2
pacientes haviam feito uso de ciclosporina e tacrolimus, bem inferior a outros estudos onde
100% dos pacientes faziam uso de corticosteroides no momento da pesquisa do
CMV[8,9,17,46,47]
.
Em nosso estudo ao se comparar pacientes infectados e negativos para a infecção
intestinal não se encontrou diferenças significativas para as diferentes drogas
imunossupressoras, exceto para anti-TNF, contrariando os trabalhos anteriores que
demonstraram proteção da terapia biológica à reativação do CMV pelo bloqueio ao TNF-α[44]
.
A associação com outros imunossupressores como azatioprina, presente em 57% destes
pacientes poderia justificar este achado, pois apenas 18,5% dos pacientes não infectados
estavam com dupla imunossupressão.
Os resultados são conflitantes sobre a associação da reativação do CMV com a
azatioprina. Cottone et al[6]
, Domènech et al[7]
e, mais recentemente, Pillet et al[45]
não
encontraram associação, com significado estatístico, entre o tratamento com azatioprina e a
infecção pelo CMV.
A maior frequência de infecção intestinal pelo CMV em pacientes em uso de
imunossupressor foi relatada por Domènech et al[7]
que não encontraram pacientes com CMV
sem estar em uso de imunossupressor numa amostra de 114 pacientes com DII. O resultado
do presente estudo pode reforçar o fato de que mesmos pacientes sem imunossupressão
podem estar infectados pelo CMV, provavelmente como consequência de alterações imune da
doença de base ou ao tropismo do vírus pelo tecido inflamado.
Fatores associados: Sexo e idade
Como o estudo de Kojima et al[48]
, neste estudo, o sexo feminino não esteve mais
relacionado com CMV na DII como reportados nos trabalhos de Kishore et al[15]
, Wada et
al[16]
e Maher et al[49]
. Por sua vez, o sexo masculino foi mais frequentemente encontrado nos
pacientes com DII e CMV nos trabalhos de Léveque et al[41]
e de Al-Zafiri et al[27]
.
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A idade avançada foi considerada, no estudo de Kojima et al[48]
, como fator de risco
para indicação cirúrgica nos pacientes com DII intensa infectados com CMV. Wada et al[16]
,
Kuwabara et al[42]
, Léveque et al[41]
e Al-Zafiri et al[27]
também consideraram a idade como
fator predisponente à reativação da infecção pelo CMV atribuindo este fenômeno ao declínio
da função imune dos pacientes idosos e à associação com comorbidades. Apesar do pequeno
número da amostra deste estudo, a idade avançada não foi fator predisponente para colite pelo
CMV.
Métodos diagnósticos
Na prática clínica, em países em desenvolvimento, é frequente a utilização de técnicas
de coloração por HE em mucosa intestinal, em virtude da facilidade e baixo custo, bem como
testes sorológicos com pesquisa de IgM.
Neste estudo a sensibilidade da técnica pelo HE, apesar de alta especificidade e VPP
de 100%, apresentou baixa sensibilidade de 16%. Células citomegálicas contendo inclusão
nuclear, algumas vezes com halo claro (aspecto “em olho de coruja”) e inclusões
citoplasmáticas menores são visualizadas através da coloração por HE. Apesar da elevada
especificidade, essas células podem ser de difícil localização, requerendo tempo e dedicação
de um patologista treinado. A identificação dessas células varia também conforme o número
de fragmentos examinados. Nos indivíduos imunocomprometidos, as lesões intranucleares
características nos tecidos pesquisados podem não ser encontradas (apesar da presença de
lesões histopatológicas extensas), levando à necessidade de identificar os casos da infecção
pelo CMV com métodos mais acurados, como a IHQ e a Reação em Cadeia da Polimerase[41]
principalmente em agudizações graves e refratariedade ao tratamento com imunossupressores,
antes de se adotar conduta de segunda ou terceira linha com imunossupressores ou cirurgia.
A sorologia anti-CMV IgM esteve presente em seis casos (5,1%), três confirmados por
IHQ. A sensibilidade deste método foi de 12%, com especificidade de 96%, VPP de 50%,
VPN de 80% quando comparados ao padrão ouro. Em virtude dos níveis séricos de IgM
poderem ser detectados até 2 anos após a infecção primária, a positividade não permite
diferenciar se a IgM é oriunda de infecção recente ou se é apenas uma IgM residual, motivo
pelo qual não foi atribuído o diagnóstico de CMV intestinal aos 3 pacientes com positividade
isolada da sorologia IgM[50,51]
.
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O estudo utilizando IHQ detectou 25 casos (21,6%). A técnica utiliza anticorpos
contra antígenos do CMV, sendo considerado padrão-ouro para diagnóstico da colite pelo
CMV, com sensibilidade de 78 % a 93% e especificidade de 92% a 100%[52,53]
.
Apesar da localização mais frequente do CMV ter sido o cólon esquerdo (63%),
encontrou-se CMV em todos os segmentos do cólon, assim como na bolsa ileal, no íleo e na
anastomose íleo-colônica. Neste estudo, apenas seis (24%) pacientes não teriam sido
diagnosticados com exame de retossigmoidoscopia. Cottone et al[6]
recomendaram a
utilização da retossigmoidoscopia devido a baixa frequência de lesões em colón direito,
porém Hinnant et al[54]
e Streetz et al[55]
detectaram a presença do CMV em colón direito em
75% e 30% respectivamente. Estes dados reforçam a importância de se realizar, quando as
condições clínicas e endoscópicas permitirem, colonoscopia e não apenas
retossigmoidoscopia, para aumentar a sensibilidade de detecção de casos com colite pelo
CMV.
Significado clínico da infecção pelo CMV
Como não foram diagnosticados na ocasião da colonoscopia ou enteroscopia, em sua
grande maioria, quase todos foram tratados com imunossupressores e não receberam drogas
antivirais. A ausência de terapia antiviral nos permite estudar a história natural dos pacientes
com DII e CMV.
Neste estudo muitas das amostras foram armazenadas e o diagnóstico realizado
posteriormente, não interferindo na definição de conduta em tempo real e quase todos com
reativação de doença foram tratados com imunossupressores e não receberam drogas
antivirais. Ao se analisar a evolução clínica dos pacientes infectados observou-se que nenhum
desenvolveu complicações, como colite fulminante ou megacólon tóxico, que necessitassem
de cirurgia, diferindo de trabalhos publicados por Kishore et al[15]
e Hommes et al[5]
que
mostraram taxa de colectomia de 40% e 62% e mortalidade de 30% e 44%
respectivamente[56]
.
Apesar da maior frequência de formas clínicas moderadas e intensas entre os positivos
para CMV intestinal, o estudo detectou seis casos com a forma inativa (24%) e outros três
(12%) com a forma leve, que associado a ausência de complicações graves apesar do uso de
imunossupressores, sugere que a presença do CMV intestinal pode não apresentar importância
clínica em uma parcela de pacientes com DII. O estudo detectou entre os casos com CMV
formas mais intensas (87,5%) de atividade inflamatória histológica, com dois (12,5%) casos
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com atividade inflamatória leve e nenhum paciente com doença histológica inativa era
positivo para CMV.
Como o CMV tem tropismo pelo tecido inflamado e a liberação das citocinas pró-
inflamatórias desencadeiam a reativação viral, o achado do CMV no cólon pode refletir
intensidade da doença de base, mais do que patogenicidade, ou mesmo colonização não
patogênica. Criscuoli et al[14]
sugeriram que a possível diferença entre as manifestações do
CMV possa ser explicada pela existência de genótipos patogênicos e não patogênicos. O
achado do CMV em pacientes em remissão sugere que o este vírus pode tem duplo papel na
DII, funcionando como patógeno e como colonização não patogênica e que a detecção do
vírus não indica necessariamente que o vírus esteja causando a doença.
Neste trabalho, nenhum paciente apresentou à IHQ grau 3 de intensidade da coloração
e apenas 1 paciente apresentou grau 2, podendo explicar a evolução favorável da maioria dos
pacientes sem o tratamento antiviral. A densidade de células infectadas foi considerada, no
trabalho de Kuwabara et al[42]
, como marcador de relevância clínica, com maior densidade
nos pacientes idosos e que evoluíram para megacólon tóxico e peritonite.
Como o diagnóstico do CMV foi tardio, apenas dois pacientes se beneficiaram da
terapia antiviral, ambos com comportamento de refratariedade. Com o advento da pesquisa do
DNA viral pela técnica do PCR em tempo real quantitativo, será possivel avaliar melhor qual
o paciente que irá se beneficiar do uso de antiviral , evitando a exposição desnecessária a
drogas imunossupressoras[39,47]
.
CONCLUSÃO
Os resultados demonstram uma alta prevalência de infecção intestinal pelo CMV,
presente em 21,4% da amostra, em pacientes com diferentes formas clínicas de apresentação,
com maior prevalência entre as formas de apresentação clínica moderadas e intensas, porém
cerca de um terço dos casos apresentavam forma inativa ou leve da doença o que sugere que a
presença do CMV pode ser encontrado como colonização não patogênica, não indicando
terapia antiviral apenas na presença do mesmo. O estudo demonstrou reativação frequente em
portadores de DC sugerindo que outros fatores além da resposta dos linfócitos T helper devem
estar envolvidos para a reativação do CMV. Técnicas para diagnóstico de infecção ativa por
sorologia e coloração por HE mostrou baixa sensibilidade, reforçando a necessidade de outros
métodos como a IHQ, para aumentar a sensibilidade de detecção em casos de doença
refratária suspeita de infecção por CMV. O estudo detectou ainda alta soroprevalência de IgG
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para CMV em nosso meio, em doadores de sangue e em pacientes com DII, superiores a
outras regiões do mundo, o que torna esta população sob risco aumentado de reativação de
doença decorrente das alterações imunes da patologia de base e/ou pelo uso de
imunossupressores.
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the steroid-naive patient. Am J Gastroenterol 2001; 96: 895–899.
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3.2 ARTIGO ORIGINAL 2
Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com doença inflamatória intestinal atendidos
em hospital de referência no Nordeste do Brasil
Valéria Ferreira Martinelli
Orientadora
Ana Lúcia Coutinho Domingues
Co-Orientador
Carlos Alexandre Antunes de Brito
Recife/PE
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Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com doença inflamatória intestinal atendidos
em hospital de referência no Nordeste do Brasil
Valéria Ferreira Martinelli1, Ana Lúcia Coutinho Domingues
2, Norma Lucena-Silva
3, Renan
Garcia Gomes4, Norma Jucá
5 , Carlos Alexandre Antunes de Brito
6
1Médica do Serviço de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas (HC-UFPE), responsável
pelo ambulatório de Doenças Inflamatória Intestinal do HC-UFPE. Mestranda do PPG em
Ciências da Saúda da UFPE
2Professora Adjunta do Departamento de Medicina Clínica da UFPE, responsável pelo
ambulatório de Esquistossomose do HC-UFPE. Doutora em Gastroenterologia pela UFPE
3Médica Pesquisadora do Laboratório de Imunogenética do Centro de Pesquisa Ageu
Magalhães-FIOCRUZ (CPqAM), Doutorado em Biologia Molecular pela University of St
Andrews, Reino Unido (1994); pós doutorado na University of Alberta, Canadá
4Mestrando em Biociências e Biotecnologia em Saúde (CPqAM).
5Professora Adjunta do Departamento de Patologia da UFPE e do Instituto do Fígado pela
UFPE. Doutora pela Universidad Complutense de Madrid (1993)
3Professor Adjunto do Departamento de Medicina Clínica da UFPE. Doutor em Ciências pelo
CPqAM/FIOCRUZ
Correspondência:
Valéria Ferreira Martinelli
Rua Teles Júnior, 65/2002 – Rosarinho – 52050-040 – Recife, PE – Fone: 55 81 3242-4105
Conflito de interesse: nenhum
Financiamento: nenhum
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RESUMO
CONTEXTO: A doença inflamatória intestinal (DII) representa um grupo de condições
inflamatórias crônicas, resultantes de ativação inadequada do sistema imunológico. Apesar do
aumento do número de casos destas enfermidades no Brasil, ainda há escassez de estudos
acerca das características demográficas, sociais e clínicas das mesmas, especialmente nas
regiões norte e nordeste do país. OBJETIVOS: Descrever o perfil clínico-epidemiológico
dos pacientes com doença inflamatória intestinal atendidos no Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Pernambuco. MÉTODOS: Estudo descritivo em uma coorte
prospectiva, que inclui avaliação de pacientes em acompanhamento ambulatorial sistemático.
Foram colhidos dados demográficos, sociais e clínicos, mediante preenchimento de
questionário, de janeiro de 2011 a março de 2012. RESULTADOS: De 220 pacientes com
DII estudados, 65% apresentavam retocolite ulcerativa (RCU), 32,7% apresentavam doença
de Crohn (DC) e 2,3 % colite não classificada. Entre os casos de RCU 51,8% apresentavam
acometimento pancolônico, e para os casos de DC acometimento do íleo terminal ocorreu em
54,2%, e do cólon isolado em 44 % com padrão de doença estenosante e/ou penetrante
atingindo 69,5% dos pacientes. O tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi, em
média, de 2 anos e 4 meses. Houve predomínio de mulheres, RCU (64%) e DC (51%), e de
indivíduos brancos e pardos (88,6%). As principais manifestações extra-intestinais foram as
osteoarticulares. Procedimentos cirúrgicos por complicações ou por intratabilidade clínica
ocorreram em 34,7% dos pacientes com DC e 5,6% dos com RCU. CONCLUSÃO: os
pacientes avaliados apresentaram, em geral, características clínico-epidemiológicas
semelhantes às encontradas na literatura, destacando-se, entretanto, a preponderância das
formas mais extensas na RCU e complicadas na DC. Foi observado um prolongado tempo
para o diagnóstico, o que pode ter contribuído para um padrão de doença mais intensa.
Descritores: Doença de Crohn. proctocolite. epidemiologia.
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ABSTRACT
Background: The inflammatory bowel disease (IBD) represents a group of chronics
inflammatory conditions, resulting from inappropriate activation of the immune system.
Despite the increasing number of cases of these diseases in Brazil, although few studies about
the demographic, social and clinical characteristics of the same, especially in the northern and
northeast. Objectives: To describe the clinical and epidemiological profile of patients with
inflammatory bowel disease treated at the Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco. Methods: Descritive in a prospective cohort studies, includes evaluation of
patients in outpatient systematic. Were characterized demographics data, social and clinical,
collected through of forms from January 2011to march 2012. Results: 220 patients with IBD
were studied, of whom 65 had ulcerative colitis (UC) with the involvement all colon (51.8%),
32.7% had Crohn's disease (CD) mainly in the terminal ileum (54.2%)and colon (44%).69.5%
stricturing and/or penetrating and 2.3% unclassified colitis. The time between the begins of
the symptom and diagnosis was on average 2.4 years. There was a predominance of women,
UC (64%) and CD (51%), and whites and browns persons (88.6%). The main extra-intestinal
manifestations were osteoarticulars. 34.7% of CD patients and 5,6% of those with UCI, have
already undergone surgery for complications or clinical intractability. Conclusion: Patients
have evaluated mostly clinical and epidemiological characteristics similar to those found in
the literature, emphasizing, however, the preponderance of the most extensive in the UCI and
complicated in the DC. Was observed a too long interval the diagnosis that may have
contributed to more aggressive disease.
Keywords: Crohn's disease. proctocolitis. epidemiology.
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INTRODUÇÃO
Doença inflamatória intestinal (DII) é um termo amplo, empregado para designar
principalmente a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), enfermidades
imunologicamente mediadas, de curso recorrente, responsáveis por algumas das
manifestações mais graves de doença gastrointestinal [1-4]
.
De etiologia multifatorial, caracterizam-se pela inflamação crônica da mucosa, , onde
estão envolvidos diferentes fatores genéticos, imunológicos e ambientais[2,3]
. A hipótese mais
aceita é que indivíduos geneticamente predispostos ao interagirem com fatores ambientais,
prováveis gatilhos da doença, desencadeiam uma resposta imunológica descontrolada e
exacerbada, culminando com a flogose crônica, cujo principal órgão alvo é o intestino[1,3]
.
A prevalência de DII, inicialmente descrita na América do Norte e no norte da Europa,
têm aumentado no mundo, de forma mais evidente após a segunda guerra mundial, surgindo
descrições na Europa Central e Ocidental, Japão e Austrália, seguidos pela América do Sul e
Europa Oriental. Na última década surgiram os primeiros relatos no eixo Ásia-Pacífico, com
aumento constante de sua incidência em vários países asiáticos. [3,5-8]
Atualmente, esta incidência continua em ascensão em praticamente todo o planeta,
mas ainda de maneira heterogênea, sendo menos pronunciada em países com alta prevalência,
que tende a estabilização[4, 7-12]
.
Sua incidência geral pode ser dividida em zonas geográficas: as de alta incidência
(América do Norte e norte europeu), as de incidência intermediária (sul da Europa, África do
Sul, Austrália e Nova Zelândia) e as de baixa incidência (Ásia e América do Sul)[13-16]
. As
demais localidades permanecem com incidência desconhecida[15]
.
O crescimento sócioeconômico, associa-se à ocidentalização do estilo de vida,
incluindo novo perfil alimentar, tabagismo, uso de contraceptivos orais, estresse, agentes
infeciosos e outras condições ambientais que podem estar envolvidas no desencadear da
cadeia inflamatória, mas que necessitam de estudos mais consistentes para sua
confirmação[9,13,17-21]
.
A doença pode acometer indivíduos de qualquer idade, predominando entre jovens,
entre a segunda e a terceira década de vida. Um outro pico, menos frequente é descrito entre
os 50 e 70 anos[9,11,17,22]
. A distribuição é semelhante para ambos os sexos, havendo uma
discreta preponderância da DC na população feminina e da RCU na masculina[9,11,23-25]
.
Prevalece na raça caucasiana e em parentes de primeiro grau de indivíduos acometidos, que
são mais susceptíveis à enfermidade, refletindo a influência de fatores genéticos no seu
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desencadeamento[11,26,27]
.
Por ser a faixa etária economicamente ativa a mais afetada, apresentando padrão de
doença crônica, com recidivas frequentes, a enfermidade está associada não só a importante
impacto na qualidade de vida como também um elevado ônus para os indivíduos e para os
órgãos públicos devido às frequentes interrupções das atividades profissionais, ao uso
prolongado de medicamentos, a necessidade de inúmeros e complexos exames diagnósticos e
frequentes internações hospitalares[1,28-30]
.
As manifestações clínicas e evolutivas são variáveis, estando relacionadas a vários
fatores, como a localização e extensão da doença, grau de atividade do processo inflamatório,
associação com sintomas sistêmicos, complicações e presença de possíveis comorbidades.
Diarreia crônica, dor abdominal e sangramento retal são as mais frequentes. Acometimento
extraintestinal ocorre em cerca de 30% dos casos, aumentando significativamente a
morbidade da doença[31, 32]
.
Os estudos epidemiológicos no Brasil são poucos e, de um modo geral, restritos a
poucas regiões como Sul e Suldeste , com taxas de prevalência e incidência ainda
desconhecidas, apesar de relatos regionais descreverem aumento significativo do número de
casos[1,9,14,28]
.
Diante do limitado número de publicações na nossa região, este estudo tem por
objetivo descrever os aspectos clínicos e epidemiológicos de uma coorte de pacientes com DII
atendidos em um hospital de referência do Nordeste do Brasil.
MÉTODOS
Trata-se de estudo descritivo com uma coorte prospectiva de pacientes acompanhados
no ambulatório de doença inflamatória intestinal do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco.
Foram estudados 220 pacientes atendidos com diagnóstico de DII no período
compreendido entre janeiro de 2011 e março de 2012.
O diagnóstico foi baseado na presença das manifestações clínicas, radiológicas,
endoscópicas e anatomopatológicas, características da DC e da RCU. Nos casos em que tais
características não foram capazes de distinguir uma enfermidade da outra, foi definida a
doença como colite não classificada.
Todos os pacientes, após esclarecimento verbal e concordância com assinatura de
consentimento livre informado, foram submetidos ao protocolo de investigação, composto por
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questionário com ítens objetivos acerca do perfil epidemiológico e clínico dos mesmos na
ocasião do diagnóstico e durante a evolução da doença. Em casos de dúvidas por parte do
entrevistado, respostas incompletas ou contraditórias, foi realizada revisão minuciosa do
prontuário para coleta de tais informações.
Os aspectos epidemiológicos (demográficos e sociais) incluíram: sexo, idade, raça,
local de residência (zona urbana ou rural) e renda familiar. Registraram-se ainda dados sobre
a história de tabagismo (atual ou prévia) e sobre a existência ou não de parentes de primeiro
grau acometidos pela doença.
Quanto ao perfil clínico, foram extraídos dados relacionados à localização do
segmento do trato gastrointestinal acometido e o comportamento da doença (Classificação de
Montreal33
), necessidade de intervenções cirúrgicas e presença de manifestações extra-
intestinais. Estas últimas, quando presentes, foram agrupadas em osteoarticulares,
oftalmológicas, dermatológicas, vasculares, hepatobiliares e nefrológicas. O tempo
transcorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico definitivo também foi abordado neste
estudo.
Foi calculada a proporção de indivíduos com doença de Crohn, retocolite ulcerativa ou
colite não classificada com relação a cada uma das variáveis descritas.
Critérios de inclusão
Indivíduos com diagnóstico de doença de Crohn, retocolite ulcerativa, colite não
classificada ou indeterminada, comprovado por critérios clínicos, radiológicos, endoscópicos
e/ou histopatológicos, que mantivessem acompanhamento no ambulatório de doença
inflamatória intestinal do serviço de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Pernambuco.
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RESULTADOS
Dados epidemiológicos
Nesse estudo foram analisados 220 pacientes com doença inflamatória intestinal (DII),
destes 143 (65%) apresentavam RCU, 72 (32,7%) apresentavam DC e 5 (2,3%) colite não
classificada (CNC). Houve predominância do sexo feminino para a RCU e DC ( tabela 1).
A média de idade dos pacientes foi de 34,7 e 35,9 anos para DC e RCUI
respectivamente (tabela 1). Menores de 20 anos corresponderam a 19,5% (14/72) dos
pacientes na DC, predominando faixa etária entre 21 a 40 anos (45,8%). Para RCU 13,9%
eram menores de 20 anos e 53,2% apresentavam-se entre 21 a 40 anos (tabela 2).
Tabela 1. Características demográficas e clínicas dos 220 pacientes com doença inflamatória intestinal atendidos
em Recife, 2012.
Doença RCU DC
n˚de pacientes 143 (65) 72 (32,7)
sexo feminino 91 (64) 37 (51)
Média de idade (anos) 35,9[12-84] 34,7[12-65]
Mediana (anos) 34 38
Intervalo início do sintoma
ao diagnóstico (meses)
27,1 meses 29,3 meses
Tabagismo atual/prévio 52 (36,4) 24 (33,7)
Passado cirúrgico 8 (5,6) 25 (34,7)
RCU:retocolite ulcerativa;DC : doença de Crohn; M : masculino;F : feminino
Tabela 2. Distribuição de acordo com a faixa etária de 220 pacientes com doença inflamatória intestinal
atendidos em Recife, 2012.
Idade Total RCU DC
n % n % n %
≤ 20 anos 35 15,9% 20 13,9% 14 19,5%
21 a 40 anos 111 50,5% 76 53,2% 33 45,8%
41 a 60 anos 67 30,4% 42 29,4% 23 31,9%
>60 anos 7 3,2% 5 3,5% 2 2,8%
Quanto à cor da pele, foi verificado que 111 (50,4%) pacientes eram pardos, 84
(38,2%) eram brancos e 25 (11,4%) eram negros.
Na análise da renda familiar, considerou-se como referência o salário mínimo da
região de R$ 622,00, com 129 pacientes (58,7%) com renda inferior a dois salários mínimos,
43(19,5%) pacientes entre 2 a 4 salários e 48 (21,8%) tinham renda familiar maior que quatro
salários.
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Analisando o histórico de tabagismo, 33,3% (24/72) dos pacientes com DC relatavam
o antecedente atual ou prévio e 36,4% (52/143) entre portadores de RCU. Nos pacientes com
a forma estenosante/penetrante e com a forma inflamatória, história de tabagismo estava
presente em 33% (18/50) e 22% (5/22) respectivamente.
Antecedentes cirúrgicos por complicações da doença ou por intratabilidade clínica,
ocorreu em 25 (34,7%) pacientes com DC, em 8(5,6%) pacientes com RCU e em um (16,6%)
dos casos com CNC. Cinco (3,5%) pacientes com RCU foram submetidos a proctocolectomia
total.
Em relação ao histórico familiar, 5 (7,0%) pacientes com DC informaram ter parentes
de primeiro grau acometidos pela doença e entre os casos de RCU, 10 (6,9%) referiram
parentes de primeiro grau com a enfermidade. Nenhum relato de casos na família entre os
pacientes com CNC.
Quanto ao intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico definitivo, observou-
se, na DC, média de 29,3 meses, com mediana de 48 meses e na RCU uma média de 27,1
meses, com mediana de 12 meses .
Dados clínicos
De acordo a Classificação de Montreal, segundo a localização da doença (L),
predominou o acometimento colônico na DC, presente em 44,4% (23/72) dos pacientes.
Acometimento ileocolônico estava presente em 32% (23/72) e ileal isolado em 12,5% (9/72)
dos pacientes com DC (Tabela 3).
Na análise de comportamento da DC, a forma estenosante e a não estenosante/não
penetrante ou inflamatória esteve presente em 30,5% (22/72), penetrante isolada em 13,9%
(10/72), associada ao comprometimento perianal em 19,5% (14/72) dos pacientes e formas
mistas: estenosante e penetrante em 2,8% (2/72) ; estenosante e penetrante com
comprometimento perianal em 2,8% (2/72) (tabela 4).
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Tabela 3. Distribuição de acordo com a localização (L) da doença pela classificação de Montreal de 72 pacientes
com doença de Crohn atendidos em Recife, 2012.
Localização n %
Íleo terminal – L1 9 12,5
Cólon – L2 32 44,4
Íleocolon – L3 23 32,0
Trato gastrointestinal superior – L4 0 0,0
Íleo terminal + trato gastrointestinal superior (L1+L4) 4 5,5
Cólon + trato gastrointestinal superior L4 (L2+l4) 1 1,4
Íleocolon + trato gastrointestinal superior (L3+L4) 3 4,2
Tabela 4. Distribuição de acordo com o comportamento da doença (B) e acometimento perianal (p) segundo a
classificação de Montreal de 72 pacientes com doença de Crohn atendidos em Recife, 2012.
Comportamento n %
Não estenosante, não penetrante – B1 22 30,5
Estenosante – B2 22 30,5
Penetrante – B3 10 13,9
Penetrante + perianal – B3p 14 19,5
Estenosante + Penetrante (B2 + B3) 2 2,8
Estenosante + Penetrante + perianal (B2+B3p) 2 2,8
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No que diz respeito à extensão do comprometimento da doença na RCU, 51,8%
(74/143) pacientes apresentavam pancolite, 42,6% (61/143) colite esquerda e 8 (5,6%) com
proctite (tabela 5). Dos cinco indivíduos com CNC, 2 (50%) apresentavam colite esquerda, 2
(50%) pancolite e 1 (25%) apresentava doença restrita ao reto.
Tabela 5. Distribuição de acordo com a extensão do comprometimento intestinal pela classificação de Montreal
de 143 pacientes com retocolite ulcerativa atendidos em Recife, 2012.
Extensão da doença n %
Proctite Ulcerativa – E1 8 5,6
Colite ulcerativa esquerda – E2 61 42,6
Colite ulcerativa extensa inflamatória – E3 74 51,8
Manifestações extraintestinais estavam presentes em 112 (50,9%) pacientes com DII,
sendo 31(43,6%) com DC e 77(54,2%) com RCU (Tabela 6).
Tabela 6. Distribuição de pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa em relação à presença de
manifestações extraintestinais atendidos em Recife, 2012.
Tipo da manifestação DC RCU
n= 72 n= 143
Osteoarticular Artralgia 11 (15,2) 50(34,9)
Artrite 12(16,6) 19(13,2)
Espondilite anquilosante 1(1,4) 1(0,7)
Sacroileíte 1(1,4) 2(1,4)
Oftálmica Uveíte 3(4,2) 0
Conjuntivite 0 1(0,7)
Episclerite 0 0
Dermatológica Aftas 3(4,2) 0
Eritema nodoso 4(5,5) 2(1,4)
Psoríase 0 0
Pioderma gangrenoso 1(1,4) 3(2,1)
Vascular Fenômenos trombóticos nos
membros inferiores
1(1,4) 7(4,9)
Hepatobiliar Litíase biliar 4(5,5) 0
CEP 0 13(9,1)
Nefrológicas Litíase renal 3(4,2) 4(2,8)
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DISCUSSÃO
Há poucos estudos epidemiológicos sobre DII publicados no Brasil. Dados oficiais de
incidência e da prevalência também são limitados, decorrentes de deficiências nos sistemas de
registro de dados, da inexistência de um método de coleta sistematizado de dados clínicos e
epidemiológicos de pacientes atendidos nos principais centros de referência, bem como da
impossibilidade de acesso às informações em serviços privados[1]
. Por não se tratarem de
doenças de notificação compulsória, não se dispõe de informações precisas sobre todos os
novos casos diagnosticados, que muitas vezes deixam de ser inclusos nas estatísticas
nacionais.
Os estudos publicados no Brasil são de base hospitalar, em serviços de referência para
o atendimento da DII, não se conhecendo a real prevalência e incidência da doença. Um
estudo realizado no Estado de São Paulo, utilizando o registro de 115 casos atendidos no
ambulatório de um hospital de referência da região estimou por extrapolação taxas da
incidência e prevalência de 4,48 casos/100.000 e 14,81 casos/100.000 habitantes,
respectivamente, para RCU e de 3,50 casos/100.000 habitantes e 5,65 casos/100.000
habitantes, respectivamente, para DC na Região Nordeste de São Paulo[34].
O território brasileiro ainda é considerado área de baixa prevalência, porém várias
publicações em diferentes regiões, ainda que de base hospitalar, sugerem um aumento da
frequência da DII[1,14,28,34,35]
. Souza et al[35]
num estudo retrospectivo, estudaram a frequência
de admissão de casos de DC e RCU ao longo de 20 anos, registrando 257 casos novos, sendo
126 de DC e 131 de RCU. Os resultados do estudo mostraram que houve aumento da
frequência das DII, com a DC tornando-se tão comum quanto a RCU.
Dados epidemiológicos e mórbidos de pacientes acometidos por estas doenças no
estado de Pernambuco foram encontrados em apenas dois estudos com amostra reduzida.
Figueiredo et al[36]
analisaram 29 crianças e adolescentes com colite ulcerativa, num estudo
retrospectivo de 14 anos, de base hospitalar, juntamente com pacientes de Minas Gerais, em
2004. O segundo estudo foi de Salviano el al[37]
num estudo transversal, analisou o perfil
socioeconômico e nutricional de 24 pacientes internados com DII no Hospital das Clínicas
em Pernambuco em 2007. Estudo com uma população maior se faz necessário para melhor
conhecimento das DII em nossa região e assim, contribuir de forma mais satisfatória para a
assistência prestada a estes pacientes.
Atualmente, 84% da população brasileira vive em cidades, chegando a 94% nas
regiões Sul e Sudeste, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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de 2010[38]
e vem sofrendo alterações perceptíveis nos hábitos alimentares, mais evidentes
pelo grande aumento da obesidade na população geral, além de melhorias nas condições
higiênicas e sanitárias. Toda essa transformação, ocorrida durante as últimas décadas, podem
ter levado a um incremento no número de casos de DII[9,34]
.
Este trabalho, apesar de ser de base hospitalar, recrutou em um período de 14 meses
220 pacientes, casuística superior a outros estudos anteriormente publicados [14,28,34,35]
, aliado
ao fato de que na mesma região há outros dois hospitais públicos de grande porte que
possuem ambulatório de referência para o atendimento de pacientes com DII, reforçando
portanto, que atualmente não mais se trata de doença rara em nosso meio como referido na
literatura mundial[13,15]
.
Em concordância com a maior parte dos trabalhos nacionais e internacionais, houve,
neste estudo, predominância de casos de RCU (65 %), em relação à DC (32,7%)[14, 15,
34,35,36,39]. Victoria et al
[34], num estudo de incidência e prevalência das DII no nordeste de São
Paulo, encontraram entre 115 pacientes com DII, uma frequência de 65,22% de RCU, 25,22%
de DC e 9,56% de CNC. A incidência de RCU é maior que a de DC em todo mundo, exceto
no Canadá e em alguns locais da Europa[15]
.
Entretanto, esta tendência vem em mudança em diversos países desenvolvidos. No
norte da Europa e nos Estados Unidos, ocorreu estabilização na incidência de RCU, passando
a DC a apresentar maiores taxas de incidência, principalmente nos últimos 20 anos[15,17, 40]
.
Um estudo realizado na França observou aumento de 23% na incidência de DC juntamente
com redução de 17 % na incidência de RCU entre 1988 e 1999[41]
.
Em países em desenvolvimento, as publicações apontam para maior prevalência de
RCU[17]
. Na Colômbia, estudos descrevem uma relação RCU/DC de 5 para 1 [39]
.
Quanto à distribuição por sexo, observou-se neste estudo um predomínio do sexo
feminino para RCU e DC. A literatura relata ligeira preponderância de mulheres na DC e de
homens na RCU[15-34]
. Victoria et al[34]
justificaram que o aumento da ocorrência no sexo
feminino poderia estar associado ao fato de que em países em desenvolvimento, as mulheres,
com a finalidade de aumentar o orçamento doméstico, passaram a trabalhar em fábricas e
indústrias localizadas em áreas urbanas e se tornaram mais expostas a fatores intimamente
associados a etiologia da DII.
Porém estes dados não são uniformes, com relatos de aumento de incidência de DC
em homens na Europa e América do Norte e em alguns países em desenvolvimento, tornando-
se equivalentes ou mesmo maior que nas mulheres[15]
.
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Este estudo encontrou proporção de aproximadamente 2:1 entre mulheres e homens na
RCU. Um estudo realizado no sudeste do Brasil, num hospital universitário, com 178
pacientes admitidos com DII, observou-se predomínio do gênero feminino tanto na DC
quanto na RCU, porém sem diferença estatística35
. Resultado semelhante foi encontrado num
estudo epidemiológico em Minas Gerais onde se analisou 363 internações por DII num
período de 7 anos[42]
.
Houve predomínio nesta casuística de brancos e pardos, dado condizente com outros
estudos nacionais[14,28,34,35]
. Santana et al
[43], estudando pacientes com DC em Salvador-Bahia,
estado do Brasil com maior número de afro-descendentes, encontraram predomínio da doença
na população não branca (67,7%) em relação a população branca (32,3%).
A análise do nível socioeconômico utilizando à renda familiar mensal, verificou-se que
58,7% recebiam até 2 salários mínimos e que 19,8% recebiam entre 2 a 4 salários mínimos.
Estes dados demonstram que a maioria pertencia as classes sociais menos favorecidas
economicamente, diferindo dos dados da literatura onde a maioria dos pacientes com DII são
de classes sociais com maior poder aquisitivo. Uma associação entre condições
socioeconômica e risco de desenvolver DII poderia ser explicada pelo fato de que indivíduos
mais expostos a infecções e parasitoses na infância, estimulariam resposta das células T
reguladoras, protegendo contra distúrbios autoimune[17,29]
, porém outros fatores envolvidos no
desenvolvimento da autoimunidade, independentes do fator socioeconômico, justificam o
surgimento de doença nesta população.
Vários fatores ambientais já foram estudados na tentativa de se verificar uma possível
relação com o surgimento/comportamento da DII. Destes, apenas o tabagismo
[3,11,15,17,21,35,39,44] e a apendicectomia prévia puderam demonstrar alguma influência sobre o
risco de DII[3,15,21]
. Neste estudo, cerca de um terço dos pacientes com DC e RCU tinha
história prévia ou atual de tabagismo, porém não foi possível demonstrar associação com
gravidade de doença. Para o antecedente de apendicectomia, a amostra de pacientes foi muito
reduzida (3,2%), não sendo possível correlacionar este achado com um risco de
desenvolvimento da DII, conforme sugerido pela literatura[3,15,21]
.
Em relação à história familiar de DII, apenas 6,9% daqueles com RCU e 7,0%
daqueles com DC apresentavam algum parente de primeiro grau acometido. Dados da
literatura relatam que cerca de um quarto dos pacientes com a enfermidade apresentam pelo
menos um membro da família acometido[11,27,45]
.
A pequena frequência de parentes de
primeiro grau acometidos pela doença neste estudo pode ser decorrente do fato de que uma
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grande proporção de pacientes não sabia informar acerca dos seus antecedentes familiares.
O tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico definitivo foi
bastante longo, em média de 29,3 meses para DC e de 27,1 meses para RCU, sendo maior que
um ano em 48,6% dos casos de DC e 37,8% dos casos de RCU. Pacientes com DC
apresentaram intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico mais prolongado em
comparação aos pacientes com RCU. Em estudo de Vavricka et al[46]
, envolvendo 1591
pacientes a média de tempo para o diagnóstico foi de 9 meses para DC e de 4 meses para
RCU, considerada alta pelos autores. O fator de risco encontrado para retardo no diagnóstico
na DC foi idade menor que 40 anos e a localização ileal que muitas vezes não apresenta
sintomas alarmantes, como sangramento intestinal, frequentemente visto na RCU e na DC de
cólon..
No presente estudo
a maior porcentagem de pacientes com DC apresentavam
comprometimento colônico (76,4%), com apenas 18 % dos pacientes com localização no
delgado isolada, que deveria levar a um intervalo de diagnóstico menor.
Um dos fatores que podem ter contribuído para o retardo no diagnóstico para DC e
RCU é a precariedade da assistência à saúde pública, que conta com poucos serviços de
referência, poucos profissionais capacitados e carência de exames diagnósticos, fazendo com
que os pacientes precisem esperar mais tempo que o necessário para a definição nosológica de
seu caso. Outros fatores como a multiplicidade de manifestações clínicas, principalmente na
DC que não cursam com sintomas clássicos, como fadiga, dor abdominal, febre de origem
desconhecida, anemia, retardo de crescimento na criança, déficit nutricional, tornam o
diagnóstico difícil, especialmente quando não se dispõe de médicos com experiência na área.
Ao se avaliar a distribuição quanto à idade no início dos sintomas, constatou-se que os
doentes desta série são adultos jovens, em concordância com a literatura, porém não se
observou um segundo pico acima de 60 anos, descrito em outros estudos[9,11,14,17,28,33]
.
Ao se aplicar a classificação de Montreal para estadiar a doença, a localização de
acometimento na DC foi preponderantemente colônica (44,4%), diferindo dos dados da
literatura onde predomina a forma íleocolônica[11,15,17,34]
. Resultados semelhantes ao da
literatura também foram relatados em outros três estudos brasileiros[43,47,48]
onde predominou
acometimentos dos tipo ileocolônico (L3) ou ileal isolada (L1), seguido pela localização
colônica (L2).
Há três formas de apresentação para DC: inflamatória (ou não estenosante/não
penetrante), estenosante e penetrante, esta última com formação de fístulas entre o intestino
inflamado e os órgãos adjacentes. É importante ressaltar que, a primeira predomina apenas
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durante os primeiros cinco anos da doença e que, durante a evolução da mesma, pode haver
mudança de um padrão para o outro, principalmente da forma inflamatória para penetrante ou
estenosante, o que ocorre em 50 a 60% dos casos após 10 anos de doença[15,17,32]
.
Utilizando a classificação de Montreal, foi observado neste estudo que a forma
penetrante, com suas associações (B3, B3p, B2+B3, B2+B3p), foi a mais encontrada, sendo a
fístula perianal a que mais esteve associada à doença penetrante (B3p). É possível que estes
achados tenham ocorrido em virtude do diagnóstico tardio, responsável pelo retardo do
tratamento e evolução desfavorável do quadro associado ao fato de estarmos num serviço de
referência onde são encaminhados pacientes com doença mais agressiva. Neste estudo não se
avaliou a mudança do comportamento e não se agrupou de acordo com a duração da doença.
Torres et al[48]
, classificando 90 pacientes com DC na cidade de São José do Rio Preto, em
São Paulo, encontrou 71 % de pacientes com a forma de comportamento não penetrante/não
estenosante (B1), porém o estudo envolveu um curto período de seguimento de 5,5 anos. Uma
maior frequência de formas penetrantes foi descrita por Santana et al[43]
, entre 65 pacientes,
com 55,4 % na forma B3, com 80 % dos pacientes apresentando menos de 10 anos de doença.
Quanto à extensão do comprometimento da RCU, foi verificado que a metade (51,8%)
apresentava pancolite (E3), discordante da literatura onde a pancolite representa 20 a 30 %
dos casos de RCU[15]
. Moum et al[49]
, em um estudo prospectivo, envolvendo 408 pacientes,
identificou doença limitada ao reto em 32% dos pacientes, colite esquerda em 33,6% e
pancolite em 34,4% dos casos. Uma justificativa para a diferença de resultado encontrada
pode estar relacionada ao fato da amostra deste estudo pertencer a um ambulatório de
referência em DII, onde são encaminhados os doentes com apresentação mais agressiva da
doença.
Outro dado observado foi que 37,7% dos pacientes com DC já foram submetidos a
algum procedimento cirúrgico pela presença de complicações. Tal situação também reflete,
pelo menos em parte, a questão de diagnóstico e tratamento tardios, associado a outros
fatores, como o hábito de fumar e início precoce da doença.
O presente estudo identificou frequente envolvimento extra-intestinal entre os casos de
DC (43,6%) e RCU (54,2%). Em aproximadamente 30% dos enfermos, tanto na DC, quanto
na RCU, podem ocorrer manifestações extraintestinais, adicionando morbidade aos pacientes,
que podem surgir com os sintomas intestinais ou precedê-los por anos, exigindo elevado grau
de suspeição diagnóstica[11,17]
.
Artralgia e a artrite foram as manifestação mais frequentes encontradas em 31,4% dos
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pacientes com DC e 48,1% dos pacientes com RCU, semelhante a outros estudos[11,30,31,50]
apesar das manifestações articulares serem mais frequentemente descritas na DC. A colangite
esclerosante primária (CEP) foi observada apenas nos pacientes com RCU, em 13 pacientes
(9,1%), o que condiz com as publicações literárias que relatam associação mais expressiva
entre estas enfermidades, quando comparado à DC, porém com uma frequência levemente
maior que os 2,5 a 7,5 % relatados em outros trabalhos[50-52]
. Outras manifestações
extraintestinais estiveram presente com frequências semelhantes as descritas na
literatura(11,30,31,50)
.
CONCLUSÃO
Observou-se neste estudo, que cerca de 2/3 dos pacientes com DII apresentavam RCU
e 1/3 apresentavam DC. O sexo feminino predominou tanto na DC como na RCU e a maioria
dos pacientes era composta por adultos jovens (< 40 anos). O achado de formas clínicas mais
extensas na retocolite e complicadas na doença de Crohn e um prolongado tempo entre o
início dos sintomas e o diagnóstico, reforçam a necessidade de traçarmos o perfil da doença
em diferentes regiões, melhorando o seu entendimento, possibilitando criar estratégias para
reduzir o retardo no diagnóstico e implantar medidas terapêuticas que possam modificar a
história natural destes pacientes melhorando a sua qualidade de vida.
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Martinelli VF. Perfil clínico-epidemiológico e ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes co ...
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848
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CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Doença Inflamatória Intestinal vem apresentando importância crescente devido ao
aumento na incidência e prevalência nos últimos anos em todo mundo. O Brasil é considerado
como país de baixa prevalência, apesar de publicações nacionais relatarem um aumento de
sua incidência nas últimas décadas. O presente estudo recrutou em um período de 14 meses,
220 pacientes , demostrando que a DII não é mais evento raro em nossa região. O achado de
formas clínicas mais extensas na retocolite ulcerativa e complicadas na doença de Crohn e
prolongado período entre o início dos sintomas e o diagnóstico encontrados neste estudo
reforçam a importância e a necessidade de uma política pública voltada à melhor capacitação
das equipes de saúde para identificação e condução dos casos de DII.
Doença de alta morbidade e de tratamento de custo elevado, acomete qualquer faixa
etária, com predomínio na segunda e terceira década, com importante impacto na qualidade de
vida por ser doença crônica com frequentes recidivas. Apesar de um amplo arsenal
terapêutico, com potentes imunossupressores, como a terapia biológica, as DII não são
curativas e o uso criterioso das drogas , diferenciando situações que possam confundir uma
agudização, se faz necessário.
Pacientes com DII são considerados de risco para reativação do citomegalovírus,
agente infeccioso endêmico em todo mundo, que pode levar a recidiva da doença, devendo ser
pesquisado para diferenciar de doença intensa e/ou refratários ao tratamento com
imunossupressores não relacionados ao CMV. Neste estudo, soroprevalência elevada do
CMV foi detectada em doadores de sangue saudáveis e nos pacientes com DII, tornando esta
população de risco para reativações.
O trabalho demonstrou que a reativação do CMV intestinal na DII não é rara e muitas
vezes é subestimada, pois os métodos diagnósticos frequentemente utilizados em nosso meio,
como sorologia e histologia, apresentam baixa sensibilidade. Torna-se necessário utilizar
técnicas apropriadas como a IHQ e o PCR, não apenas nos pacientes com doença grave e/ou
refratárias ao tratamento, mais também naqueles que alcançaram remissão clínica porém
persistem com atividade endoscópica e histológica.
Como o prognóstico dos pacientes com DII em tratamento regular foi satisfatório na
maioria dos pacientes, sem a introdução de terapia antiviral, podemos deduzir que a
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reativação do CMV nem sempre apresenta papel patogênico em uma parcela significativa
destes pacientes.
A relação do CMV com a DII é complexa, provavelmente ambígua, fazendo-se
necessário mais pesquisas para definir o papel do CMV na história natural da DII. Pretende-
se prosseguir com este estudo acompanhando os pacientes com biópsia intestinal positiva para
CMV, que não fizeram uso da terapia antiviral comparando com os pacientes com biópsia
negativa para CMV, avaliando o número de recaídas, necessidade de corticoides, de
internações e de cirurgias, com a inclusão de técnicas de PCR em tempo real para
quantificação da carga viral que poderá ajudar no esclarecimento da relação etiopatogênica do
vírus na DII.
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Av. Professor Moraes Rego, s/n - Cidade Universitária Recife - PE - CEP: 50.670-420
Telefone: (81) 2101-2500/2101-2600
– Campus da UFPE
www.cpqam.fiocruz.brFax: (81) 3453-1911
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título da pesquisa: Associação de Polimorfismo Genético com a Susceptibilidade a Doença Inflamatória Intestinal
Pesquisadora responsável: Norma Lucena Cavalcanti Licinio da Silva, Centro de Pesquisa Aggeu
Magalhães / Fundação Oswaldo Cruz / Ministério da Saúde. Endereço: Av. Moraes Rego, s/n, Campus
da UFPE, Cidade Universitária, Recife, PE, 50670-420. Tel: 21012618, 99623975.
Eu,_______________________________________________________________________ aceito participar de
forma voluntária desta pesquisa na qual procurarei contribuir respondendo a perguntas sobre a minha doença
através de um questionário e doação de amostra de sangue equivalente a uma colher de sopa ou 15 ml que será
utilizada nesse estudo e armazenadas para futuros estudos. Esse estudo tem por objetivo determinar a freqüência
do citomegalovirus na doença inflamatória intestinal em suas diferentes fases de atividade da doença. Sei que os
testes realizados nesse estudo poderão não me beneficiar, e que eu não terei nenhuma despesa com os testes
realizados. Os resultados desse estudo serão divulgados com a garantia de sigilo sobre a minha identidade.
Autorizo também que o material de biópsia do intestino retirado durante o diagnóstico da minha doença possa
ser utilizado no estudo.
Os riscos a que estarei exposto são aqueles relacionados com a coleta de sangue, ou seja, dor, infecção,
sangramento e manchas arroxeadas no local da coleta, que serão minimizados com cuidados de higiene na coleta
e a pressão local após a coleta do sangue. e os riscos inerentes ao procedimento de colonoscopia, ou seja,
perfuração colônica e sangramentos além de efeitos colaterais da sedação anestésica.O acompanhamento
da minha doença não será alterado, caso eu desista de participar deste estudo.
Este projeto foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Aggeu Magalhães e qualquer dúvida contactarei a
pesquisadora responsável.
Sendo assim, concordo em participar como voluntário não remunerado dessa pesquisa, estando ciente dos riscos
e benefícios desses procedimentos para minha pessoa, conforme exposto acima. Sei que tenho a liberdade de
retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo sem que isso traga prejuízo para
mim. Visto que nada tenho contra a pesquisa, concordo em assinar o presente termo de consentimento em duas
vias (uma ficará comigo).
Endereço do participante para contato futuro.
Rua______________________________________________________No.__________
Bairro__________________________________________________Cidade__________
Telefone ______________________________________
____________________________ ____________________________
Voluntário Assinatura
_____________________________ ____________________________
1° testemunha Assinatura
__________________________________________ Recife, _____,_____, _____
Pesquisador responsável
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Telefone: (81) 2101-2500/2101-2600
– Campus da UFPE
www.cpqam.fiocruz.brFax: (81) 3453-1911
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título da pesquisa: Associação de Polimorfismo Genético com a Susceptibilidade a Doença
Inflamatória Intestinal
Pesquisadora responsável: Norma Lucena Cavalcanti Licinio da Silva, Centro de Pesquisa Aggeu
Magalhães / Fundação Oswaldo Cruz / Ministério da Saúde. Endereço: Av. Moraes Rego, s/n, Campus
da UFPE, Cidade Universitária, Recife, PE, 50670-420. Tel: 21012618, 99623975.
Eu,_______________________________________________________________________ aceito
participar de forma voluntária desta pesquisa na qual procurarei contribuir respondendo a perguntas
sobre meu estado de saúde através de um questionário e doação de amostra de sangue equivalente a
uma colher de sopa ou 5 ml que será utilizada nesse estudo e armazenadas para futuros estudos. O meu
sangue será utilizado como padrão saudável para comparação com as amostras de indivíduos doentes.
Esse estudo tem por objetivo determinar a ocorrência do Citomegalovírus na doença inflamatória
intestinal , sei que os testes realizados nesse estudo poderão não me beneficiar, e que eu não terei
nenhuma despesa com os testes realizados. Por essa razão é importante eu informar sobre a existência
de algumas doenças crônicas na família. Os resultados desse estudo serão divulgados com a garantia
de sigilo sobre a minha identidade.
Os riscos a que estarei exposto são aqueles relacionados com a coleta de sangue, ou seja, dor,
infecção, sangramento e manchas arroxeadas no local da coleta, que serão minimizados com cuidados
de higiene na coleta e a pressão local após a coleta do sangue.
Este projeto foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Aggeu Magalhães e qualquer dúvida
contactarei a pesquisadora responsável.
Sendo assim, concordo em participar como voluntário não remunerado dessa pesquisa, estando ciente
dos riscos e benefícios desses procedimentos para minha pessoa, conforme exposto acima. Sei que
tenho a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo
sem que isso traga prejuízo para mim. Visto que nada tenho contra a pesquisa, concordo em assinar o
presente termo de consentimento em duas vias (uma ficará comigo).
Endereço do participante para contato futuro.
Rua________________________________________________No.__________
Bairro___________________________________________Cidade__________
Telefone _________________________
____________________________ ____________________________
Voluntário Assinatura
_____________________________ ____________________________
1° testemunha Assinatura
__________________________________ Recife, _____,_____, _____
Pesquisador responsável
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APÊNDICE B – Ficha Clínica
FICHA CLÍNICA: Associação de Polimorfismo Genético com a Susceptibilidade a Doença Inflamatória Intestinal
Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ
1.Identificação do entrevistado:
( ) 1.1Grupo Doença de Chron ( ) 1.2 Grupo Retrocolite ulcerativa 1..3 ( ) Grupo sem definição
2. Data (entrevista): ___ / ___ / ______ 3. No Ficha:
4. Prontuário: 5. Unidade Saúde: 5:
6. Qual o seu nome completo:
7. Quantos anos o(a) senhor(a) tem. ____ 8. Sexo. 1. Masc. 2. Fem. 8:
9. Nome da mãe:
9. Endereço atual (rua, av.):
10. Nº 11. Complemento: 12. Bairro:
13. Cidade: 13: 14. Estado: 14:
15. Referência:
16. Telefone convencional para contato: 17. Celular:
9. Qual a data no seu nascimento. 10.Qual a cidade o Sr(a) nasceu.
10.Qual a estado o Sr(a) nasceu.
11. Qual a situação familiar melhor lhe define :
1. solteiro 2. casado 3. separado/divorciado 4. viúvo
11:
12.1. Tipo de pele (Classificação de Fitzpatrick): 12.1:
1. Sempre queima, nunca bronzeia
2. Geralmente queima, às vezes bronzeia
3. Algumas vezes queima, sempre bronzeia
4. Nunca queima, sempre bronzeia
5. Moderada pigmentação constitucional
6. Marcada pigmentação constitucional
12.2 Qual a cor da sua pele que melhor lhe define 1. Branca 2. Morena 3. Negra 4.
Indio 5. Outro 12.2.
12.3 Cor da pele observada 1. Branca 2. Morena 3. Negra 4.
Indio 5. Outro 12.3:
13.1
O Sr(a) fuma?
1. Sim , vá para 13.3
2. Não
13.1
13.2
Já fumou?
1. Sim
2. Não, vá para 14
13.2
13.3
Quanto tempo (anos)? ___
14. O(A) senhor(a) sabe ler e escrever. 1. Sim 2. Não 14:
15. Qual o curso mais elevado que o(a) senhor(a) concluiu. 15:
1. alfabetização
2. Primário menor (até 4o série concluída)
3. Primário maior (8o série concluída)
4. Secundário (Científico) concluído
5. Universidade concluída
6. Pós-graduação concluída
9. Não sabe informar
16. Qual a categoria profissional que melhor lhe define. 16:
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1. Desempregado sem renda nenhuma
2. Desempregado com atividade de renda variável - bico
3. Empregado com atividade de renda fixa – salário mensal
4. Aposentado
9. Não sabe informar
17 A renda da sua família é aproximadamente: 17:
1. Menos que um salário mínimo
2. De 1 à 2 salários (inclusive)
3. De 2 à 4 salários (inclusive)
4. De 4 à 6 salários (inclusive)
5. Mais que 6 salários
9. Não sabe informar
18. A sua residência tem água encanada. 1. Sim 2. Não 9. Não sabe informar 18:
19. O Sr(a) bebe que tipo de água? 1. mineral 2. Filtrada 3. Da torneira 4. De cacimba 5.outro 19:
20.1 O(A) senhor(a) tem algum parente com a mesma doença do senhor(a).
1. Sim 2. Não 9. Não sabe informar
20.1:
......20.2 Se sim, qual o parentesco (listar todos, ver gráfico ao final):
____________________________________________________________________________________
1. Relacionado 2. Não-Relacionado 9. Não sabe informar
20.2:
Investigação clínica.
21. Quando iniciou sua doença (mês/ ano)? 22. Quantos anos o senhor tinha?
23. Quanto tempo (meses) levou para a sua doença ser diagnosticada (entre as primeiras queixas e o diagnóstico)?
24. O Sr(a) já foi submetido a alguma cirurgia? 1. Sim 2. Não 9. Não sabe 24:
25. Qual? 25.1_________________________ em que ano? _________________________
25.2 _________________________ _________________________
25.3 _________________________ _________________________
1. pelo menos uma cirurgia do trato gastrointestinal
2. cirurgias fora do trato gastrointestinal
9. Não se aplica
25:
26.1 O Sr(a) tem ou teve alguma outra doença diagnosticas das listadas abaixo? 26.1:
1. Doenças auto-imunes (lupus, vitiligo)
2. Diabetis
3. Asma
4. Artrite reumatóide
5. Hipertensão
6. Pré-eclampsia (pressão alta na gestação)
7. Alergia, se sim vá para 26.2
8. Outra. Especifique _________________________________________
9. Não se aplica
26.2 Se sim, poderia dizer qual a causa da sua alergia. 26.2:
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PÓS - GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
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PERFIL CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICO E
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1. Poeira
2. Comida, qual ____________________________________________
3. Medicação, qual __________________________________________
4. Não sabe informar
9. Não se aplica
27.1 O (A) senhor (a) tomou alguma medicação nos últimos 10 dias 1. Sim 2. Não 9. Não sabe 27.1:
27.2 Se sim, qual a medicação que o(a) senhor(a) tomou. 27.2:
1. Corticóides orais _____________________________________________________
2. Imunosupressores ____________________________________________________
3. Hipoglicemiante oral ou insulina ________________________________________
4. Anti-inflamatório não-hormonal _________________________________________
5. Anti-depressivo (remédio controlado) _____________________________________
6. Outro ______________________________________________________________
7. Não se aplica
CARACTERISTICAS DA DOENCA AO DIAGNOSTICO
28. Localização da doença
28.1. Doença de Chron 28.1: 28.2. RCUI 28.2. 28.3. Colite indeterminada 28.3.
1. esofágica
2. gástrica
3. duodenal
4. jejunal
5. ileal
6. íleo-cecal
7. colons
8. perianal
9 . Não informado
1. distal
2. colite esquerda
3. pancolite
4. ileite retrograda
9 . Não informado
1. distal
2. colite esquerda
3. pancolite
9 . Não informado
29 Manifestações extra-intestinais 1. Sim 2. Nao 29:
29.1. Osteoarticular 29.1: 29.2. Oftalmica 29.2. 29.3. Dermatológica 29.3.
1. artrite
2. artralgia
3. espondilite anquilosante
4. sacroiliite
9 . Não informado
1. uveite
2. conjuntivite
3. episclerite
9 . Não informado
1. pioderma gangrenoso
2. eritema nodoso
3. piodermite
4. Aftas
9 . Não informado
29.4. Vasculares 29.4: 29.5. Hepatobiliares 29.5. 29.6. Nefrológicas 29.6.
1. Fenômenos trombóticos, onde
_________________________
2. outros _____________
9 . Não informado
1. Qual ______________
9 . Não informado
1. Qual _______________
9 . Não informado
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30. Intensidade ou forma da apresentação clinica inicial (ao diagnóstico)
30.1. Doença de Chron 30.1 30.2 RCUI 30.2
1. inflamatória
2. estenosante
3. penetrante – fistula perianal
4. penetrante fistula reto-vaginal
5. penetrante fistula entero-cutanea
6. penetrante fistula entero-entérica
7. penetrante fistula entero-vesical
8. penetrante fistula entero-escrotal
1. leve
2. moderada
3. grave
4. fulminante
31. Grau da atividade da doença
31.1. Doença de Chron – CDAI = 31.1 31.2 RCUI – escore de atividade = 31.2
EXAMES LABORATORIAIS AO DIAGNOSTICO
32. Histopatologico
32.1 data do laudo do exame _________________
32.2 identificação do paciente na histopatologia _________________
32.3 serviço do histopatológico _______________________________
32.4 Achados histopatológicos
1. Displasia
2. Mucosa plana com baixo grau
3. Mucosa plana com alto grau
4. Outro, qual? ____________________________
9. Não informado
61.4:
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Projeto: Ocorrência de infecção pelo Citomegalovírus em pacientes com Doença inflamatória Intestinal em Hospital de referência em Recife - PE (CAAE: 0040.0.095.000-10)
Nome do Paciente: _____________________________________________________
Nome da Mãe: ________________________________________________________
Idade: _______ Sexo: _________
Número de Prontuário: ______________
Data da coleta: ____/____/_____ Hora: _____:_____
Tipo de amostra:
( ) Sangue
( ) Biópsia
Uso de medicação/dose:
( ) Mesalazina/__________
( ) Sulfasalazina/__________
( ) Azatioprina/__________ ( ) Metotrexate/__________
( ) Remicade/__________
( ) Humira/__________
Curso da doença:
( ) Ativa
( ) Sob controle
Observações:
Laboratório de Imunogenética - CPqAM
Data de recebimento: ____/____/______ Hora: ____:____
ID do laboratório: Localização:
Quantidade de alíquotas de células: Caixa: _______ Posição: ________
Quantidade de alíquotas de plasma: Caixa: _______ Posição: ________
Quantidade de fragmentos de biópsia: Caixa: _______ Posição: ________
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ANEXOS
ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
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ANEXO B – Instruções dos autores da Revista World Journal Gastroenterol
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