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C M Y K C M Y K Leia mais na página 3 » No coração de Minas Funciona, em Lavras (MG), um centro especializado no atendimento de pessoas com altas capacidades. Fundado por Zenita Guenther em 1992, o Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento (Cedet) trabalha na identificação e no aprimoramento de crianças e jovens que demonstram habilidades acima da média e é referência no assunto. » JANE PEREIRA As empresas precisam produzir de uma forma cada vez mais rápida e eficiente, com maior qualidade e capacidade de inovação. É nesse contexto que os consultores podem ajudar a sua empresa a aprimorar seus resultados e ser competitiva em um mundo tão dinâmico. Os principais tipos de consultoria organizacional são: Vendas: profissionais das áreas de comunicação e marketing ajudam a entender quem são seus clientes, suas expectativas e as melhores formas de conquistá-los. Também é possível saber como eles comparam seus produtos e serviços aos dos concorrentes. O resultado pode ser medido por meio de melhoria na lucratividade dos produtos e aumento de vendas. Produção: existem consultores técnicos em áreas como tecnologia e engenharia que identificam etapas a melhorar no processo de produção. Eles analisam os fornecedores, as matérias-primas e tecnologias e encontram soluções para otimizar a cadeia produtiva. Assim, há redução de custos e aumento da qualidade. Finanças: uma equipe financeira composta por economistas, administradores e contadores tem como principal contribuição a análise de suas dívidas e das formas de renegociá-las. Eles ajudam também a estruturar o fluxo de caixa, o orçamento e até analisar o potencial de custos. Aumento da geração de caixa e da condição de investimento de sua empresa são alguns dos ganhos. Recursos humanos: psicólogos e administradores podem encontrar formas de aumentar a produtividade de sua equipe por meio de políticas de gestão do desempenho, desenvolvimento, carreiras e remuneração alinhadas com sua estratégia corporativa. Independentemente do tipo de consultoria de que sua empresa precisa, o processo envolve algumas fases. A primeira é o diagnóstico onde os problemas apontados são analisados buscando informações que permitam identificar suas principais causas. Após essa análise, é feito o planejamento com a estruturação de todas as ações necessárias para resolver o problema e, por fim, o acompanhamento da execução dessas ações pela empresa. O valor de investimento em uma consultoria geralmente envolve uma parte fixa pré- definida de acordo com a duração do projeto e do tipo de profissional envolvido e outra variável em função dos resultados obtidos com o projeto. Uma dica é aproveitar a assessoria para ministrar capacitações e aconselhamento técnico e ajudar a sua equipe a desenvolver novos conhecimentos. CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 13 de maio de 2012 • Trabalho 2 DIVÃ do Empreendedor Participe desta seção. É só acessar o endereço eletrônico www.correioweb.com.br/emprego e enviar a sua pergunta por GilbertoPorto >> [email protected] Seja um anfitrião da sua equipe Há diversos casos em que um candidato com ótimo currículo e exce- lente desempenho em outras organizações não consegue ter a mesma performance em sua empresa. Para reduzir as chances de isso ocorrer, você deve organizar o ingresso de novos colaboradores. O primeiro passo é fazer um processo seletivo para encontrar quem melhor atende às car- acterísticas necessárias para sua empresa. Para garantir que você está contratando o perfil desejado, utilize uma descrição do cargo. Nela, estão especificadas as atividades a serem desempenhadas, a formação e o tipo de responsabilidade exigida. A partir dessa informação, é possível definir quais etapas da seleção são mais adequadas para a escolha do candidato . Veja algumas técnicas que podem ser utilizadas: Provas de conhecimento técnico: algumas vagas exigem conhecimentos técnicos e a melhor formas de garantir esse requisito é aplicar provas de conhecimento. Elas podem ser um estudo de caso ou o uso de uma ferramenta. Jogos e dinâmicas: a avaliação de habilidades comportamentais pode ser feita por meio de jogos e dinâmicas para verificar a reação do candidato em situações de pressão, suas habilidades de comunicação, negociação e a forma como trabalha em equipe. Entrevista: é, em geral, a última etapa de qualquer processo seletivo. Nessa fase, é importante ter um formulário de apoio para avaliar todos os candidatos utilizando os mesmos critérios e ainda poder compará-los. Depois da escolha do candidato mais adequado, a próxima etapa envolve a ambientação dele na organização. Nela, o candidato recebe informações sobre a empresa, como o histórico, os produtos e as principais áreas. Ela ajuda o recém-chegado a acelerar o entendimento da empresa e, com isso, a reduzir a baixa produtividade comum nas primeiras semanas de trabalho. Assim que o novo colaborador for alocado em sua área, o departamento de investir certo tempo na recepção e orientação dele. Nesse momento, devem ser explicados os objetivos do setor, o papel a ser desempenhado, as rotinas de trabalho, os principais projetos e os resultados esperados. Essa é uma das etapas mais importantes para o alcance de bom rendimento, já que é quando o mais novo integrante da equipe descobre o que a empresa espera de seu trabalho. Por último, é designado um tutor para o acompanhamento do novato na organização. Esse tutor pode ser um colaborador sênior da empresa. Ele terá a função de transmitir valores e princípios da cultura corporativa para o novo. Cuidar desse ciclo é uma das melhores formas de reduzir o risco de não adaptação e também aproveitar todo o potencial de sua equipe. AJUDA EXTERNA Q uando a criatividade é o motor para o traba- lho, liberdade e espaço são palavras-chave pa- ra que esse potencial seja apro- veitado. No caso dos profissio- nais superdotados, a oportuni- dade para a inovação torna-se ainda mais necessária. Isso por- que, independentemente de onde esteja a capacidade dife- renciada da pessoa — artes, ciências ou esportes, por exem- plo —, as características ligadas à criação estão sempre presen- tes. E, quando o ambiente se torna inóspito para que esse perfil prevaleça, é quase certo que o emprego se revele um far- do para as pessoas com altas habilidades. Os especialistas são claros: é tudo uma questão de encontrar o espaço certo na hora certa. Dos lugares propícios para o desenvolvimento profissional das pessoas superdotadas, a universidade é o que mais atrai. “É justamente por isso que a maior parte se volta para a educação. Vão ser professo- res nas universidades, traba- lham nos laboratórios, na pes- quisa”, afirma a doutora em psicologia da educação Zenita Guenther, fundadora do Cen- tro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento (Cedet). Se- gundo ela, que trabalha com su- perdotados desde 1972, o meio CONTINUAÇÃO DA CAPA Entre croquis e tecidos, Wllisson, que possui alta habilidade artística, comemora o primeiro emprego Procura-se espaço para criar Ágeis para aprender e contextualizar, os superdotados enfrentam, muitas vezes, dificuldades para encontrar uma empresa que privilegie suas características acadêmico se torna convidati- vo por ser favorável às novas ideias e não restringir a rotina de trabalho ao cumprimento de prazos e tarefas. “Eles gos- tam de escola, e esse é um ca- minho quase natural. A reali- zação profissional dessas men- tes brilhantes na academia é muito grande, pois é uma área que valoriza seu talento”, diz. Com tanta abertura à inova- ção, o que acontece hoje nas universidades brasileiras é a es- cassez de vagas. Quem faz tal análise é Isaac Roitman, mem- bro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).“Na parte aca- dêmica, estamos saturados. Es- se é um dos caminhos, mas, em outros países, há possibilidade de atuar nas empresas, na in- dústria. Aqui, esse percurso é difícil de seguir”, avalia. Para Roitman, que é professor apo- sentado da Universidade de Brasília (UnB), a absorção de pessoas com altas habilidades pelas empresas é um aspecto cultural. “Apesar de a inovação tecnológica poder ser feita nas corporações, utilizando o po- tencial que temos no país, nos- so empresário prefere comprar de fora.” Entender como os superdo- tados trabalham é uma das maiores dificuldades do meio empresarial. “É importante que as empresas saibam que a dinâ- mica dessas pessoas é diferen- te”, afirma Jane Chagas, profes- sora do Instituto de Psicologia da UnB. Além disso, ela lembra que ambientes rígidos não favo- recem características como ca- pacidade crítica e pensamento divergente, presentes em gran- de parte desse grupo. Desperdício Programas de estágio, dire- cionamento correto e conti- nuação dos estudos formam um conjunto de fatores que motiva o jovem superdotado e colabora para que sua trajetória profissional seja bem-sucedi- da. “O que precisamos no Brasil é não perder inteligência. Infe- lizmente, a maioria das poten- cialidades tem morte prematu- ra e se perde antes de entrar no mercado de trabalho”, constata Roitman. A questão da oportu- nidade é apontada como fun- damental na busca por um ca- minho relacionado à habilida- de da pessoa. “Uma das ferra- mentas é dar chance para que o aluno do ensino médio fre- quente o ambiente universitá- rio. Isso facilita a identificação e o desenvolvimento de altas capacidades”, aponta. Para cada superdotado não aproveitado em território nacio- nal, há sempre algum lugar dis- posto a recebê-lo. “Apesar de já ter sido mais preocupante, ain- da existe um movimento consi- derável de pessoas que deixam o país em busca de condições melhores para trabalhar sua inteligência”, explica a profes- sora Jane. Lugares como os Es- tados Unidos, por exemplo, contam com programas de aceleração de estudos consoli- dados e dispõem de olheiros nas grandes empresas, que fi- cam atentos a essas capacida- des diferenciadas. “Nós perde- mos essas pessoas. O Brasil se beneficiaria muito se aprovei- tasse essas mentes brilhantes”, avalia Roitman. Mapa da mina Os especialistas acreditam que quem encontra um cami- nho está bem. É o caso do jo- vem Wllisson Daniel da Silva, 18 anos. Com habilidades na área artística, ele não teve seu talen- to desperdiçado. “Eu sempre gostei de desenhar, e dedicava muito do meu tempo a isso. En- tão, os professores viram que meus traços no papel não eram convencionais”, conta. Durante quatro anos, ele frequentou o atendimento oferecido pelo Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação da Secretaria de Educação do Dis- trito Federal. Nos encontros, Wllisson pô- de dar asas ao seu potencial. “Eu percebi que ele tinha muita aptidão pelo desenho de moda e resolvi investir nisso”, revela Sandra Machado, professora de artes plásticas do rapaz. Recém- saído do ensino médio, há um mês ele conseguiu seu primeiro emprego: é estilista em uma loja de tecidos em Taguatinga. Com o dinheiro que recebe, o artista paga a graduação em design gráfico e garante que, daqui pa- ra frente, o mundo da moda se- rá seu alvo. “Tenho muitas ex- pectativas, e sei que meu talen- to vai me levar longe.” Carlos Moura/CB/D.A Press Como um consultor pode ajudar no meu negócio?

Matéria de Jornal Inteligência a Prova continuação2

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No coração deMinas

Funciona, em Lavras (MG), umcentro especializado noatendimento de pessoas comaltas capacidades. Fundado porZenita Guenther em 1992, oCentro para o Desenvolvimentodo Potencial e Talento (Cedet)trabalha na identificação e noaprimoramento de crianças ejovens que demonstramhabilidades acima damédia e éreferência no assunto.

» JANE PEREIRA

As empresas precisam produzirde uma forma cada vez maisrápida e eficiente, com maiorqualidade e capacidade deinovação. É nesse contexto queos consultores podem ajudar asua empresa a aprimorar seusresultados e ser competitiva emummundo tão dinâmico. Osprincipais tipos de consultoriaorganizacional são:

• Vendas: profissionais dasáreas de comunicação emarketing ajudam a entenderquem são seus clientes, suasexpectativas e as melhoresformas de conquistá-los.Também é possível saber comoeles comparam seus produtos eserviços aos dos concorrentes.O resultado pode ser medidopor meio de melhoria na lucratividade dosprodutos e aumento de vendas.

• Produção: existem consultorestécnicos em áreas como tecnologia eengenharia que identificam etapas amelhorar no processo de produção.Eles analisam os fornecedores, asmatérias-primas e tecnologias eencontram soluções para otimizar acadeia produtiva. Assim, há reduçãode custos e aumento da qualidade.

• Finanças: uma equipe financeiracomposta por economistas,administradores e contadores tem comoprincipal contribuição a análise de suasdívidas e das formas de renegociá-las. Eles

ajudam também a estruturar o fluxo decaixa, o orçamento e até analisar opotencial de custos. Aumento da geração decaixa e da condição de investimento de suaempresa são alguns dos ganhos.

• Recursos humanos: psicólogos eadministradores podem encontrar formasde aumentar a produtividade de sua equipepor meio de políticas de gestão dodesempenho, desenvolvimento, carreiras eremuneração alinhadas com sua estratégiacorporativa.

Independentemente do tipo deconsultoria de que sua empresa precisa,o processo envolve algumas fases. Aprimeira é o diagnóstico onde os

problemas apontados são analisadosbuscando informações que permitamidentificar suas principais causas. Apósessa análise, é feito o planejamento coma estruturação de todas as açõesnecessárias para resolver o problema e,por fim, o acompanhamento da execuçãodessas ações pela empresa. O valor deinvestimento em uma consultoriageralmente envolve uma parte fixa pré-definida de acordo com a duração doprojeto e do tipo de profissionalenvolvido e outra variável em função dosresultados obtidos com o projeto. Umadica é aproveitar a assessoria paraministrar capacitações e aconselhamentotécnico e ajudar a sua equipe adesenvolver novos conhecimentos.

CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 13 de maio de 2012 • Trabalho • 2

DIVÃdo Empreendedor

Participe desta seção. É sóacessar o endereço eletrônico

www.correioweb.com.br/empregoe enviar a sua pergunta

porGilbertoPorto >>[email protected]

Sejaumanfitriãodasuaequipe

Há diversos casos em que um candidato com ótimo currículo e exce-lente desempenho em outras organizações não consegue ter a mesmaperformance em sua empresa. Para reduzir as chances de isso ocorrer,você deve organizar o ingresso de novos colaboradores. O primeiro passoé fazer um processo seletivo para encontrar quem melhor atende às car-acterísticas necessárias para sua empresa. Para garantir que você estácontratando o perfil desejado, utilize uma descrição do cargo. Nela, estãoespecificadas as atividades a serem desempenhadas, a formação e o tipode responsabilidade exigida.

Apartir dessa informação, é possíveldefinir quais etapas da seleção sãomais adequadas para a escolha docandidato . Veja algumas técnicas quepodemser utilizadas:

•Provasdeconhecimento técnico:algumas vagas exigemconhecimentostécnicos e amelhor formas de garantiresse requisito é aplicar provas deconhecimento. Elas podemser umestudo de caso ou o uso de umaferramenta.

• Jogosedinâmicas: a avaliação dehabilidades comportamentais podeser feita pormeio de jogos e dinâmicaspara verificar a reação do candidatoemsituações de pressão, suashabilidades de comunicação,negociação e a forma como trabalhaemequipe.

•Entrevista: é, emgeral, a últimaetapa de qualquer processo seletivo.Nessa fase, é importante ter umformulário de apoio para avaliar todos

os candidatos utilizando osmesmoscritérios e ainda poder compará-los.

Depois da escolhado candidatomaisadequado, a próximaetapa envolve aambientaçãodele naorganização.Nela, o candidato recebe informaçõessobre a empresa, comoohistórico, osprodutos e as principais áreas. Elaajudao recém-chegadoaacelerar oentendimento da empresa e, com isso,a reduzir a baixa produtividade comumnasprimeiras semanas de trabalho.Assim que o novo colaborador foralocado em sua área, o departamentode investir certo tempo na recepção eorientação dele. Nessemomento,devem ser explicados os objetivos dosetor, o papel a ser desempenhado, asrotinas de trabalho, os principaisprojetos e os resultados esperados.Essa é uma das etapasmaisimportantes para o alcance de bomrendimento, já que é quando omaisnovo integrante da equipe descobre oque a empresa espera de seutrabalho.

Por último, é designado um tutor para o acompanhamento do novato naorganização. Esse tutor pode ser um colaborador sênior da empresa. Eleterá a função de transmitir valores e princípios da cultura corporativa parao novo. Cuidar desse ciclo é uma das melhores formas de reduzir o risco denão adaptação e também aproveitar todo o potencial de sua equipe.

AJUDAEXTERNA

Q uando a criatividade éo motor para o traba-lho, liberdade e espaçosão palavras-chave pa-

ra que esse potencial seja apro-veitado. No caso dos profissio-nais superdotados, a oportuni-dade para a inovação torna-seainda mais necessária. Isso por-que, independentemente deonde esteja a capacidade dife-renciada da pessoa — artes,ciências ou esportes, por exem-plo —, as características ligadasà criação estão sempre presen-tes. E, quando o ambiente setorna inóspito para que esseperfil prevaleça, é quase certoque o emprego se revele um far-do para as pessoas com altashabilidades. Os especialistassão claros: é tudo uma questãode encontrar o espaço certo nahora certa.

Dos lugares propícios para odesenvolvimento profissionaldas pessoas superdotadas, auniversidade é o que maisatrai. “É justamente por issoque a maior parte se volta paraa educação. Vão ser professo-res nas universidades, traba-lham nos laboratórios, na pes-quisa”, afirma a doutora empsicologia da educação ZenitaGuenther, fundadora do Cen-tro para o Desenvolvimento doPotencial e Talento (Cedet). Se-gundo ela, que trabalha com su-perdotados desde 1972, o meio

CONTINUAÇÃODACAPA

Entre croquis etecidos,Wllisson,que possui alta

habilidade artística,comemora o

primeiro emprego

Procura-seespaçoparacriarÁgeis para aprender econtextualizar, ossuperdotados enfrentam,muitas vezes, dificuldadespara encontrar umaempresa que privilegiesuas características

acadêmico se torna convidati-vo por ser favorável às novasideias e não restringir a rotinade trabalho ao cumprimentode prazos e tarefas. “Eles gos-tam de escola, e esse é um ca-minho quase natural. A reali-zação profissional dessas men-tes brilhantes na academia émuito grande, pois é uma área

que valoriza seu talento”, diz.Com tanta abertura à inova-

ção, o que acontece hoje nasuniversidades brasileiras é a es-cassez de vagas. Quem faz talanálise é Isaac Roitman, mem-bro da Academia Brasileira deCiências (ABC).“Na parte aca-dêmica, estamos saturados. Es-se é um dos caminhos, mas, em

outros países, há possibilidadede atuar nas empresas, na in-dústria. Aqui, esse percurso édifícil de seguir”, avalia. ParaRoitman, que é professor apo-sentado da Universidade deBrasília (UnB), a absorção depessoas com altas habilidadespelas empresas é um aspectocultural. “Apesar de a inovação

tecnológica poder ser feita nascorporações, utilizando o po-tencial que temos no país, nos-so empresário prefere comprarde fora.”

Entender como os superdo-tados trabalham é uma dasmaiores dificuldades do meioempresarial. “É importante queas empresas saibam que a dinâ-mica dessas pessoas é diferen-te”, afirma Jane Chagas, profes-sora do Instituto de Psicologiada UnB. Além disso, ela lembraque ambientes rígidos não favo-recem características como ca-pacidade crítica e pensamentodivergente, presentes em gran-de parte desse grupo.

DesperdícioProgramas de estágio, dire-

cionamento correto e conti-nuação dos estudos formamum conjunto de fatores quemotiva o jovem superdotado ecolabora para que sua trajetóriaprofissional seja bem-sucedi-da. “O que precisamos no Brasilé não perder inteligência. Infe-lizmente, a maioria das poten-cialidades tem morte prematu-ra e se perde antes de entrar nomercado de trabalho”, constataRoitman. A questão da oportu-nidade é apontada como fun-damental na busca por um ca-minho relacionado à habilida-de da pessoa. “Uma das ferra-mentas é dar chance para que oaluno do ensino médio fre-quente o ambiente universitá-rio. Isso facilita a identificaçãoe o desenvolvimento de altascapacidades”, aponta.

Para cada superdotado nãoaproveitado em território nacio-nal, há sempre algum lugar dis-posto a recebê-lo. “Apesar de játer sido mais preocupante, ain-da existe um movimento consi-derável de pessoas que deixam opaís em busca de condiçõesmelhores para trabalhar sua

inteligência”, explica a profes-sora Jane. Lugares como os Es-tados Unidos, por exemplo,contam com programas deaceleração de estudos consoli-dados e dispõem de olheirosnas grandes empresas, que fi-cam atentos a essas capacida-des diferenciadas. “Nós perde-mos essas pessoas. O Brasil sebeneficiaria muito se aprovei-tasse essas mentes brilhantes”,avalia Roitman.

Mapa da minaOs especialistas acreditam

que quem encontra um cami-nho está bem. É o caso do jo-vem Wllisson Daniel da Silva, 18anos. Com habilidades na áreaartística, ele não teve seu talen-to desperdiçado. “Eu sempregostei de desenhar, e dedicavamuito do meu tempo a isso. En-tão, os professores viram quemeus traços no papel não eramconvencionais”, conta. Durantequatro anos, ele frequentou oatendimento oferecido peloNúcleo de Atividades de AltasHabilidades/Superdotação daSecretaria de Educação do Dis-trito Federal.

Nos encontros, Wllisson pô-de dar asas ao seu potencial.“Eu percebi que ele tinha muitaaptidão pelo desenho de modae resolvi investir nisso”, revelaSandra Machado, professora deartes plásticas do rapaz. Recém-saído do ensino médio, há ummês ele conseguiu seu primeiroemprego: é estilista em uma lojade tecidos em Taguatinga. Como dinheiro que recebe, o artistapaga a graduação em designgráfico e garante que, daqui pa-ra frente, o mundo da moda se-rá seu alvo. “Tenho muitas ex-pectativas, e sei que meu talen-to vai me levar longe.”

Carlos Moura/CB/D.A Press

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