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MATERIAL DE APOIO:
Parasitologia
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Sumário
PARASITOLOGIA ........................................................................................... 3
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL ............................................................... 5
CONTAMINAÇÃO PELA PELE ................................................................... 6
COMENSALISMO .................................................................................................................................................................. 7 INQUILINISMO ...................................................................................................................................................................... 8 PARASITISMO ....................................................................................................................................................................... 9 EXEMPLOS DE RELAÇÃO DE PARASITISMO ........................................................................................................................ 11 SIMBIOSE ........................................................................................................................................................................... 11 MUTUALISMO .................................................................................................................................................................... 13 HOSPEDEIRO DEFINITIVO ................................................................................................................................................... 14 HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO ............................................................................................................................................ 14
PROTOZOÁRIOS .......................................................................................... 14
INFECÇÃO ...................................................................................................... 19
TIPOS DE INFECÇÕES ................................................................................ 21
REFEREÊNCIAS ............................................................................................ 23
PARASITOLOGIA ........................................................................................... 3
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL ............................................................... 5
CONTAMINAÇÃO PELA PELE ................................................................... 6
COMENSALISMO .................................................................................................................................................................. 7 INQUILINISMO ...................................................................................................................................................................... 8 PARASITISMO ....................................................................................................................................................................... 9 EXEMPLOS DE RELAÇÃO DE PARASITISMO ........................................................................................................................ 11 SIMBIOSE ........................................................................................................................................................................... 11 MUTUALISMO .................................................................................................................................................................... 13 HOSPEDEIRO DEFINITIVO ................................................................................................................................................... 14 HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO ............................................................................................................................................ 14
PROTOZOÁRIOS .......................................................................................... 14
INFECÇÃO ...................................................................................................... 19
TIPOS DE INFECÇÕES ................................................................................ 21
REFEREÊNCIAS ............................................................................................ 23
Parasitologia
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Parasitologia
Mosca preta adulta (Simulium yahense) com Onchocerca volvulus a emergir da
antena do insecto. A amostra foi fixada quimicamente e seca, sendo depois observada usando microscópio eletrónico de varredura. Ampliado 100x.
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações
entre eles. Engloba os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda
(nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os
nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares. Temos também parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é o
caso do cipó-chumbo. temos parasitismo em fungos (micose) e em bactérias e até virus. Como disciplina biológica, o campo da parasitologia não é determinado
pelo organismo ou ambiente em questão, mas pelo seu modo de vida. Isto significa que forma uma síntese com outras disciplinas, e traz para si técnicas de
campos com biologia celular, bioinformática, bioquímica, biologia molecular, imunologia, genética, evolução e ecologia.
A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor.
No Brasil, as principais parasitoses de interesse médico são:
Protozooses
Amebíase
Tripanosomíase
Leishmanioses
Giardíase
Tricomoníase
Malária
Toxoplasmose
Balantidiose
Helmintoses
Esquistossomose
Parasitologia
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Teniase/cisticercose
Hidatidose/equinococose
Enterobiose
Filariose
Ancilostomose/necatoriose
Ascaridíase
Tricocefalose
Estrongiloidíase
Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre
Parasitologia
Ectoparasitoses (artrópodes)
Pediculose
Ftiríase
Miíase
Acaríase
Prevenção de doenças parasitárias
Uma das patologias de maior incidência na população infantil é a parasitose.
Os parasitas são vermes ou protozoários que se alojam no organismo, se alimentam de sangue ou do conteúdo intestinal e causam uma série de prejuízos,
às vezes irremediáveis.
Apesar de serem mais freqüentes e graves no meio rural, mesmo no meio urbano
as parasitoses são também muito comuns e merecem constante atenção por parte dos pais e pediatras.
Parasitologia
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Cada tipo de parasitose tem a sua própria maneira de contaminação. A maioria delas pode ser evitada por medidas simples de higiene e limpeza. Algumas
necessitam de cuidados específicos. Como o meu objetivo é a prevenção da contaminação, dividirei as diversas patologias de acordo com a maneira com que
conseguem adentrar o organismo humano.
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL
É a maneira mais simples e mais comum de infestação. Os ovos dos vermes e os cistos dos protozoários são eliminados do organismo através das fezes. Quando os ovos ou os cistos são ingeridos com a água ou a alimentação, os parasitas
ativos encontram condições propícias para o seu desenvolvimento e a infestação do novo organismo hospedeiro. Para evitar-se este tipo de parasitose, são
importantes:
1. O tratamento adequado das fezes.
O saneamento básico é fundamental. A utilização do vaso sanitário conectado à
rede de esgoto tratado é a grande arma para o controle das parasitoses. Na ausência da rede de esgoto, a utilização de fossa cavada a boa distância da fonte
de água potável, fechada e isolada, é solução satisfatória para quem reside em chácara ou no meio rural. Jamais evacuar no solo e, muito menos, utilizar as
fezes para adubar plantações de alimentos.
2. O tratamento adequado da água.
A cloração da água potável é importante para a eliminação de bactérias patogênicas causadoras de infecções intestinais, como o vibrião colérico ou
outras. No entanto, nem sempre é completamente suficiente para erradicar alguns ovos de parasitas ou cistos de protozoários mais resistentes. No caso,
basta filtrar a água para torná-la potável. Se a água não for clorada na rede, você deve fervê-la ou adicionar cloro (que é fornecido gratuitamente na rede
pública), na proporção de duas gotas para cada litro de água, e, depois, filtrá-la. Purificadores de água também são boa opção para substituir o processo de
filtragem. Filtros instalados na rede da casa, fornecendo água filtrada para todos os cômodos, são práticos e possuem uma série de vantagens sobre os filtros
tradicionais, desde que a sua manutenção não seja negligenciada. O uso
exclusivo de água mineral engarrafada para consumo também é opção válida.
3. O tratamento adequado dos alimentos.
Todos os vegetais, como frutas, verduras, tubérculos e legumes, devem ser cuidadosamente lavados em água corrente e clorada, para eliminarem-se
eventuais ovos e cistos de parasitas presentes no solo. A carne bovina e suína são potencialmente transmissoras de parasitoses graves, como a teníase
(solitária) e a neurocisticercose . Toda carne deve ser inspecionada pelas
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autoridades da vigilância sanitária e o comércio clandestino deve ser desestimulado. A carne de porco, a carne de vaca e, principalmente, as lingüiças
devem ser cozidas e nunca ingeridas malpassadas.
4. Os hábitos de higiene.
Hábitos de higiene são fundamentais para evitar a contaminação e a infestação parasitária pelo mecanismo fecal-oral. Ensinar, habituar e insistir para que a
criança lave as mãos após ir ao banheiro e antes das refeições é a melhor maneira de evitar que os minúsculos ovos e cistos de parasitas alojados nas
mãos e unhas sejam ingeridos, fechando o ciclo vicioso ou disseminando a doença para outras pessoas. Manter as unhas sempre bem aparadas evita o
acúmulo de sujeira e a contaminação subseqüente.
5. A eliminação de vetores.
Vetores são animais ou insetos que transportam as formas parasitárias contagiantes até o alimento. Os mais comuns são as moscas, as baratas e os
ratos. Para eliminá-los, a pior opção são os inseticidas voláteis (aerossóis ou de tomada), que têm efeito limitado e, quando inalados ou depositados na pele,
podem causar fenômenos alérgicos ou intoxicações graves, principalmente em
crianças. A melhor maneira de prevenção contra os vetores é a higiene. Mantendo o lixo fechado e dando-lhe destino adequado (coleta pública,
incineração ou enterro); limpando todo dia a casa e arredores; utilizando telas nas janelas para evitar a entrada de moscas; no caso de sítios, planejando um
local afastado da casa para manter a criação; empregando meios eficientes para eliminar baratas e ratos, como iscas envenenadas e ratoeiras instaladas em local
fora do alcance de crianças e animais domésticos, para evitar acidentes.
6. A prevenção da oxiurose.
O oxiúro ou Enterobius vermiculares é um parasita que merece algumas considerações especiais. É um pequeno verme adelgaçado (semelhante a um
pequeno fio de linha) que, durante o dia, habita o interior do intestino. Ao cair da noite, o verme tem o hábito de dirigir-se ao ânus do paciente, para executar a
postura dos ovos. A sensação referida durante o processo é de coceira. Ao se coçar, o paciente transfere os ovos para as mãos e para as unhas, de modo a
serem facilmente ingeridos por ele mesmo ou outras pessoas. Os ovos eclodem e tornam-se vermes adultos, que voltam a reproduzir-se no intestino. Por serem
ovos muito leves, muitas vezes pequenas lufadas de vento podem levá-los pelo
ar, atingindo outros locais e pessoas. Os ovos permanecem no pijama do paciente e em suas roupas íntimas, que devem ser manipuladas com cuidado.
Algumas pessoas têm o hábito de sacudir o lençol da cama pela manhã, o que contribui para a disseminação dos ovos, que passam a flutuar pela casa.
CONTAMINAÇÃO PELA PELE
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1. Penetração de larvas presentes no solo.
Alguns parasitas conseguem adentrar o organismo humano através da pele desprotegida. É o caso dos vermes que causam o amarelão (ancilostomose) e os comuns bichinhos de areia (larva migrans cutânea), cujas larvas, presentes no
solo ou na areia contaminada por fezes humanas ou de animais, penetram
ativamente na pele descoberta. Para evitar a contaminação, é importante a eliminação das fezes humanas e o uso de calçados ao andar na terra e na areia.
Tanques de areia construídos para o lazer infantil em parques, escolas ou condomínios, quando não estiverem em uso, devem ser cobertos com uma lona
resistente para proteger a areia da contaminação fecal de animais como gatos e cães, que têm o hábito de evacuar na areia e depois cobrir as fezes.
2. Penetração de larvas presentes na água.
É o caso de graves parasitoses, como a esquistossomose mansônica (barriga-d'água), cuja contaminação acontece em lagos ou pequenos cursos d'água infectados através de caramujos, que servem como hospedeiros intermediários.
Apesar de mais comum no Nordeste, pequenos focos aparecem esporadicamente no Sudeste, causando pequenos surtos da doença. Para evitá-las, basta não
nadar em águas de rios e lagos onde não se tenha absoluta certeza da inexistência dos caramujos transmissores.
3. Contaminação por animais
A maioria dos animais domésticos é potencialmente capaz de transmitir algum tipo de doença infecciosa ou parasitária para o homem. Cães e gatos podem transmitir doenças de pele, como a escabiose (sarna), vários tipos de verminoses
ou doenças fatais, como a raiva. Pássaros podem transmitir doenças infecciosas,
como a psitacose. Até as inocentes pombas são disseminadoras de doenças graves, como a toxoplasmose, que podem causar vários tipos de malformações
fetais graves, quando acometem as gestantes. Procure não manter animais desnecessariamente em casa e, quando os tiver, leve-os periodicamente ao
veterinário para exame, prevenção e tratamento das doenças com risco de contaminação humana.
Comensalismo
Comensalismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre indivíduos de espécies diferentes), caracterizada por ser benéfica para uma das partes, sem
causar prejuízo para a outra parte, em situações que envolvam alimentos, tais como restos de alimentos ou do metabolismo. É denominado comensal, a espécie
que se alimenta dos restos da outra espécie.
São exemplos de comensalismo:
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+ A rêmora e o tubarão – Esse é o exemplo mais conhecido de comensalismo entre espécies. A rêmora se fixa no corpo do tubarão por meio de uma nadadeira
dorsal que se transforma em uma espécie de ventosa, e é transportada por ele enquanto alimenta-se dos restos de sua alimentação. O tubarão não é
prejudicado, pois a rêmora só se alimenta do que o tubarão descarta, e seu peso não atrapalha em nada o tubarão, pois é insignificante.
+ Entamoeba coli e o homem – Nessa relação, o comensal é o protozoário
Entamoeba coli, que vive no intestino humano, onde se alimenta dos restos da digestão realizada pelo homem.
+ Leão e a Hiena – Nessa relação, o comensal é a hiena, que fica a espreita dos leões, que geralmente vivem em bandos, aguardando que estes saiam para caçar
e se alimentem, para servirem-se das carcaças deixadas pelos felinos.
+ Urubu e o Homem – Nessa relação o comensal é o urubu, que se alimenta do desperdício dos homens, geralmente nos lixões das cidades.
+ O piolho-das-abelhas e a abelha-rainha – Nessa relação o comensal é o piolho-das-abelhas, que se alimenta dos restos da refeição servida para a abelha-rainha
por suas operárias.
+ O peixe-palhaço e a anêmona-do-mar – Nessa relação, o comensal é o peixe-palhaço, que encontra refugio entre os tentáculos da anêmona-do-mar e
alimenta-se das sobras de alimentos dela. Para a anémona-do-mar a presença do
peixe palhaço é indiferente.
Inquilinismo
Inquilinismo, é uma relação interespecífica harmônica, porém somente uma
espécie é beneficiada sem causar prejuízos para outra.
Inquilino: Denomina-se inquilino a espécie que se beneficia procurando suporte,
abrigo e proteção no corpo de outro organismo.
Hospedeiro: A espécie que fornece suporte e abrigo para outros seres, através de seus corpos é denominada hospedeiro.
Exemplos de relações de inquilinismo
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Inquilinismo entre rêmora e tubarão. Foto: Fiona Ayerst / Shutterstock.com
Rêmora e tubarões: Rêmora são peixes pertencentes da família Echeneidae. Possuem como características cabeça longa e corpo alongado. Os peixes rêmoras
ao desenvolverem suas primeiras barbatanas dorsais elas se transformam em
uma ventosa fixadora na cabeça que auxilia o peixe a se fixar na região ventral dos tubarões. Neste caso a relação de inquilinismo existente é realizada através
do fornecimento de transporte que o tubarão realiza para o peixe rêmora que também se fixa em outros peixes de grandes dimensões e até em tartarugas.
Peixe-agulha e holotúria: O peixe agulha possui como características corpo
alongado, escamas pequenas e boca comprida em formato de bico contendo vários dentes pontiagudos. São velozes e se alimentam de pequenos peixes
como as sardinhas e arenques. Em situações de perigo o pequeno peixe procura uma holotúria comumente conhecida como pepino-do-mar pertencente à classe
dos equinodermos, e penetra em seu ânus se alojando em seu tubo digestivo
onde obtém proteção contra os seus inimigos. Neste caso o peixe-agulha é o inquilino e a holotúria o hospedeiro.
Orquídeas e árvores: As orquídeas são plantas pertencentes à família
Orchidaceae existente em todos os continentes, exceto na Antártida. Apresentam uma variedade de formas, tamanhos e cores sendo a maioria epífita. Para buscar
luz e realizar a fotossíntese, as orquídeas apóiam nas árvores onde obtém uma posição favorável, podendo captar maior luminosidade. Neste caso as orquídeas
fazem o papel de inquilino e a árvore de hospedeiro.
Parasitismo
Parasitismo é uma relação interespecífica (que ocorre entre espécies diferentes),
onde apenas uma espécie é beneficiada (parasita), através do prejuízo causado em outra espécie (hospedeiro).
É uma relação ecológica caracterizada pela espécie de parasitas que se instalam no corpo dos hospedeiros, retirando todas as substâncias que servem para sua
nutrição e assim causam consequências variáveis podendo até matar seus hospedeiros.
Os parasitas podem ser Classificados sob vários critérios em:
Ectoparasitas: São parasitas que vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: Pulgas, Piolhos, Carrapatos, mosquitos, entre outros.
Endoparasitas: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro.
Ex: Bactérias, protozoários, vermes, entre outros.
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Hemoparasita: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro, porém especificamente na corrente sanguínea. Ex: a forma esporozoíta do
Plasmodium (Protozoário) vive na corrente sanguínea até se desenvolverem.
Holoparasitas e Hemiparasitas: São parasitas de vegetais. Holoparasitas parasitam vegetais superiores extraindo sua seiva elaborada. Os Hemiparasitas
parasitam vegetais extraindo sua seiva bruta.
Parasitos Estenoxenos: São parasitas que abrigam espécies de vertebrados.
Parasitos Eurixenos: São parasitas que vivem em uma variedade de hospedeiros
possíveis.
Parasito Facultativo: Vivem parasitando ou não um hospedeiro. Ex: Moscas
Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em matérias orgânicas em decomposição.
Parasito Obrigatório: É o parasita que não consegue viver fora do hospedeiro. Ex:
vírus.
Parasito Acidental: São parasitas que acidentalmente vive em um hospedeiro que
não é o de costume. Ex: O parasita Dipylidium caninum comumente encontrado em cães parasitando uma criança.
Os hospedeiros, que são espécies que abrigam os parasitas, podem ser
classificados em:
Hospedeiro Definitivo: Os hospedeiros definitivos abrigam os parasitas em fase
de maturidade ou de atividade sexual.
Hospedeiro Intermediário: Os hospedeiros intermediários abrigam parasitas na fase larvária ou assexuada. Ex: O caramujo é o hospedeiro intermediário do
Schistosoma mansoni.
Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: São hospedeiros intermediários que não
se desenvolvem, porém permanece viável até atingir um novo hospedeiro. Ex: Peixes de grande porte, que ingerem outros peixes de menor porte contendo
larvas do parasita plerocercóides de Diphyllobotrium. Essas larvas são transportadas aos humanos quando eles ingerem os peixes parasitados.
Os parasitas para sobreviverem no corpo de seus hospedeiros precisam recolher
nutrientes para sua alimentação e agem sob diversas formas através de:
Ação Espoliativa: Os parasitas absorvem nutrientes e sangue do hospedeiro.
Ação Enzimática: Os parasitas produzem enzimas que furam e dissolvem partes
do corpo do hospedeiro.
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Ação Irritativa: Sem causar lesões traumáticas, os parasitas causam irritação no local parasitado, prejudicando o hospedeiro
Ação Mecânica: Os parasitas podem interferir o fluxo alimentar e a absorção de
alimentos do hospedeiro.
Ação Tóxica: Os parasitas produzem substâncias como enzimas ou metabólitos
que podem ser tóxicas e lesar o hospedeiro.
Ação traumática: São lesões provocadas pelos parasitas no corpo do hospedeiro, geralmente por vermes, formas larvárias e protozoários.
Anóxia: A anóxia acontece devido o consumo dos parasitas de oxigênio presentes
nas hemoglobinas, podendo também causar anemias.
Exemplos de Relação de Parasitismo
Seres Humanos parasitados pelo verme Ascaris lumbricoides: Ascaríase ou
ascaridíase é uma doença causada pelo verme Ascaris lumbricoides, mais conhecido como lombriga, sendo encontrados no intestino. Este parasita possui
corpo cilíndrico e alongado, podendo chegar até 40 centímetros de comprimento
e causa vários desconfortos aos humanos (hospedeiros) como febre, diarréias, náuseas, convulsões e vários outros. Para evitar este tipo de verme são
necessárias medidas higiênicas como lavar as mãos antes de se alimentar, lavar frutas e verduras antes de ingerir, evitar defecar em locais inapropriados, entre
outros.
Cachorros parasitados por Toxocara canis: Toxocara Canis (parasita) são vermes que apresentam coloração esbranquiçada e vivem no intestino dos cães
(hospedeiro), causando-lhes diarréias, pelagem rala, vômito, entre outros.
Largata parasitada por larvas de braconídeos: Braconídeos são pequenas vespas
que se alojam no corpo das largatas depositando seus ovos. Isso acontece porque as vespas injetam partículas virais que são capazes de perturbar o
sistema imunitário das largatas. Assim seus ovos irão se desenvolverem e as larvas (parasita) que irão nascer se alimentaram do corpo da largata
(hospedeiro).
Simbiose
Simbiose é a relação interespecífica (de espécies diferentes) que ocorre entre
dois ou mais organismos de espécies diferentes, de forma mutuamente vantajosa.
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Essa associação íntima entre organismos ocorre em plantas, animais, fungos, bactérias, etc., onde cada um contribui positivamente beneficiando a
sobrevivência do outro e a de si próprio.
Existem dois tipos de Simbiose, a forçada e a facultativa.
Simbiose Forçada: Os organismos são obrigados a manterem uma inter-relação
simbiótica para sobreviverem.
Simbiose Facultativa: Quando não existe obrigatoriedade na inter-relação, dando maior chance de sobrevivência para o organismo.
Existem várias relações simbióticas. Alguns organismos podem viver dentro de
outros, como os endosimbiontes, que vivem no meio de células ou no interior dos
tecidos do corpo de outro organismo.
Exemplos de Relação de Simbiose
Orquídeas e Micorrizas
As orquídeas vivem em árvores, mangues, rochedos, locais que possuem
bastantes matérias orgânicas, porém são ambientes pobres em sais minerais. Em suas raízes esponjosas, denominadas velame, as orquídeas abrigam fungos
denominados Micorrizas, que possuem vários filamentos, onde atacam as matérias orgânicas do substrato transformando-a em sais minerais que serão
assimilados pela orquídea. Os fungos também são beneficiados nesta relação
uma vez que a orquídea realiza a fotossíntese sintetizando as moléculas orgânicas que são de fundamental importância para a sobrevivência dos fungos
Micorriza. Essa relação de simbiose com os fungos Micorriza acontece com várias plantas e não somente com as orquídeas.
Cnidários
Os cnidários extraem seus alimentos de várias formas inclusive através de simbiose com microalgas, onde estas também contribuem na construção dos
esqueletos calcários dos corais que são responsáveis pela construção de recifes.
Mitocôndrias
As mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela respiração celular.
Vivem no centro de células eucarióticas onde produzem a energia em forma de ATP que é essencial para a vida celular. As células também contribuem para a
sobrevivência das mitocôndrias fornecendo ambiente e alimento para elas se reproduzirem, formando uma perfeita relação de simbiose.
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Beija-Flor
Os beija-flores são considerados os menores pássaros do mundo. Possuem como características marcantes a extrema agilidade e velocidade em seus vôos. Para
se alimentarem os beija-flores procuram alimentos em aproximadamente 1500 flores por dia. No momento em que ele está na busca para obter o néctar das
flores, ele carrega o pólen de uma flor para outra. Assim ele contribui no processo de fecundação das flores, mantendo uma relação de simbiose.
Mutualismo
O mutualismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre indivíduos de espécie diferentes), na qual ambos se beneficiam. A relação entre os seres é
intima e duradoura. Esta relação é chamada por alguns autores de simbiose obrigatória, pois uma espécie não poderia sobreviver independente da outra.
Exemplos de mutualismo:
- A relação dos liquens, na qual as algas são encarregadas de realizar a fotossíntese, enquanto os fungos realizam o papel da absorção.
- A relação entre o cupim e os protozoários flagelados (Triconinfa) ocorre dentro do intestino dos cupins, onde os protozoários são abrigados. O cupim alimenta-se
de produtos a base de celulose, mas não é capaz de digeri-la. Os protozoários ficam então responsáveis pela degradação da celulose, e recebem dos cupins
abrigo e a nutrição.
- Micorrizas é a relação entre a raiz de certas orquídeas e de arvores florestais com fungos. As orquídeas sintetizam compostos orgânicos e cede aos fungos,
que em troca fornecem as orquídeas nutrientes minerais e nitrogênio.
- Bacteriorriza é a relação entre as bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de
leguminosas, na qual a troca é a seguinte: as leguminosas cedem às bactérias algumas substâncias orgânicas, enquanto as bactérias cedem as plantas
leguminosas os compostos nitrogenados.
- Entre o boi e as bactérias e protozoários existentes em seu estomago ocorre uma relação mutualistica, pois as bactérias fabricam uma enzima que os bois não
possuem para digerir os alimentos ricos em celulose que ingerem. Em troca o boi fornece as bactérias e aos protozoários, abrigo e nutrição.
- A figueira necessita de uma espécie específica de vespa para ter garantida a polinização de suas flores, e a vespa depende dos figos para garantir sua
alimentação.
Parasitologia
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Hospedeiro definitivo
Hospedeiro definitivo é o que apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada e o hospedeiro intermediário é aquele que
apresenta o parasita em sua fase de larvária ou de reprodução assexuada.
Como exemplos, o ser humano é o hospedeiro definitivo de diversos parasitas,
como o Schistosoma mansoni e o Trypanosoma cruzi, uma vez que a fase sexuada da reprodução desses parasitas ocorre no ser humano.
Contudo, o hospedeiro definitivo das espécies de Plasmodium, causadores da
malária, é o mosquito do gênero Anopheles, já que a fase sexuada do ciclo de vida desse parasita ocorre no mosquito. No caso desse parasita, o ser humano é
o hospedeiro intermediário.
(Hospedeiro é um organismo que serve de habitat para outro que nele se instala
encontrando as condições de sobrevivência. O hospedeiro pode ou não servir como fonte de alimento para a parasita.)
Hospedeiro Intermediário
De acordo com a biologia, hospedeiro intermediário (palavra derivada do latim hospitator, que significa hóspede) é um organismo que abriga outro, tanto no
seu interior, quanto no exterior, seja este um parasita, um comensal ou um mutualista.
O hospedeiro intermediário é vital no ciclo de vida do parasita, sendo que este
desenvolve alguma ou todas as fases larvais ou juvenis no hospedeiro. É comum
haver a confusão com o termo vetor, considerando como hospedeiro intermediário do invertebrado que participa do ciclo vital, sendo que diversas
vezes o homem e outros vertebrados é que são os hospedeiros intermediários, e os invertebrados, os definitivos.
Protozoários
A maioria dos protozoários apresenta um corpo composto por uma única célula, que pode ter 10µm nos coanoflagelados ou muitos centímetros em alguns
dinoflagelados, foraminíferos ou amebas. Esta estrutura corpórea do protozoário é limitada pela membrana celular. A flexibilidade ou rigidez do corpo e de sua
forma são super dependentes do citoesqueleto, que está localizado bem abaixo da membrana celular. Logo, o citoesqueleto e a membrana formam o que
chamamos de “película”, que é como uma “parede corporal” destes organismos.
Parasitologia
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Filamentos protéicos como a actina, microtúbulos, vesículas como os alvéolos compõem o citoesqueleto.
Na figura abaixo é possível ver de forma esquemática as diferentes posições que
podem se formar de acordo com o arranjo das estruturas componentes do citoesqueleto. Em A os filamentos formam uma malha densa no citoplasma, bem
próximo à superfície. Já em B os microtúbulos se arranjam formando uma espécie de “colete microtubular”. Em C os microtúbulos originam-se nos corpos
basais flagelares e se espalham compondo um esqueleto axial. Em D os feixes de microtúbulos irradiam-se a partir de um centroplasto que está no centro da
célula e se estendem para o interior, projetando uma espécie de raio da
superfície celular. Em E e F temos as estruturas alveolares. Que podem ser vazias (podendo enturgescer para auxiliar na sustentação da célula) ou ter placas
de celulose secretadas em seu interior, formando um endoesqueleto rígido (F).
Ilustração: Ruppert, Edward E., Fox, Richard S., Barnes, Robert D. Zoologia dos
invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. São Paulo. Roca, 2005.
Os protozoários podem apresentar dois tipos de esqueleto: endo e exoesqueleto. As organelas responsáveis pela locomoção do protozoário podem ser os flagelos,
os cílios ou ainda extensões fluidas do próprio corpo (os pseudópodes). Alguns destes organismos dependem da fotossíntese, outros se nutrem absorvendo
materiais orgânicos e ainda alguns podem digerir partículas alimentares ou presas no interior de vacúolos. Esse alimento que entra no vacúolo através da
fagocitose, entra por uma abertura chamada citóstoma. O vacúolo é transferido para o interior, sendo conduzido ao longo da citofaringe (um trato microtubular).
Quando se fala sobre transporte celular, é valido lembrar que a difusão é essencial para o transporte interno nos protozoários. A respiração da maioria
desses organismos é aeróbica, que depende da difusão para a tomada de oxigênio e para a liberação de CO2. Entretanto alguns são anaeróbios
obrigatórios, especialmente os que vivem em simbiose no trato digestivo dos animais. Já as espécies aquáticas associadas à decomposição de matéria
orgânica podem ser anaeróbias facultativas (utilizam o oxigênio quando estiver presente, mas também são capazes de respirar em sua ausência).
Muitos protozoários de água doce realizam osmose para remover o excesso de água e também para ajustar a concentração e a proporção dos íons. Esta água
adicional provém dos alimentos. A osmorregulação é feita por um sistema de organelas que bombeia água e íons, chamado complexo vacuolar contrátil.
A Helmintologia é o ramo da zoologia que estuda os vermes, muitos dos quais
são parasitos que vivem em um organismo vivo ou são de vida livre. O campo da helmintologia engloba todas as formas de helmintos parasitos de humanos,
animais e plantas e todos os aspectos da interação entre os helmintos e seus
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hospedeiros. Portanto, a helmintologia é tanto uma ciência ecológica-zoológica como uma ciência veterinária-biomédica. Os helmintos têm importância tanto na
saúde pública quanto na produção e saúde animal.
O termo “helminto” deriva das palavras gregas: helmins e helminthos que significa verme. Pela designação de “vermes”, Lineu (1758) e os biologistas
daquela época denominavam todos os animais metazoários de corpo alongado e desprovidos de apêndices. O termo verme é empregado tanto para os vermes
planos como para os cilíndricos lisos ou cilíndricos segmentados. Diferem entre si por numerosas características estruturais e biológicas de modo que pertencem a
diferentes ramos ou filos do reino animal como Annelida, Nemathelminthes,
Acanthocephala e Platyhelminthes.
Os primeiros registros de doenças causadas por helmintos, ou vermes parasitas, se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em que se reconhecem
descrições de tênias e lombrigas, estas últimas de incidência cosmopolita.
Este é um esquema geral da classificação dos principais parasitas helmintos dos
animais de caça, de abate (ex: bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves) e de companhia (ex: cão e gato), assim como do homem:
Filo: Platyhelminthes (vermes achatados)
Classe: Trematoda
Classe: Monogenea
Classe: Cestoda (tênias)
Filo: Nemathelminthes (vermes redondos)
Classe: Nematoda
Filo: Acanthocephala (vermes com cabeça contendo espinhos)
A helmintologia é um ramo importante da parasitologia veterinária e humana, demonstrado pelos exemplos que se seguem: cisticercose humana e bovina,
teníase humana, a cenurose dos ovinos; a distomatose hepática dos ruminantes domésticos que ocasiona grande mortalidade nas regiões úmidas e,
principalmente, quando as estações são com muita chuva; a hidatidose do homem, ruminantes e suínos; as estrongiloses gastrintestinais e pulmonares dos
ruminantes, que se recrudescem com as estações chuvosas, dizimando rebanhos; a estrongilose equina, responsável pela formação de aneurismas e
nódulos hepáticos e pulmonares, muito comum nas regiões úmidas, com grande índice de mortalidade; a ancilostomose canina, atacando principalmente cães
jovens, verdadeira epizootia mortal, conhecida ainda como anemia dos cães; a
espirocercose dos cães, frequentemente em regiões de clima quente, quase
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sempre mortal; a triquinose suína que pode ser transmitida ao homem; também as aves domesticas são igualmente sujeitas a numerosas helmintoses. Estes
poucos exemplos mostram o papel desempenhado pelos helmintos, tanto sob o ponto de vista veterinário, como social e econômico.
Artrópodes (Arthropoda)
O filo Arthropoda (Artrópodes) é um conjunto muito grande de animais, o maior grupo com espécies descritas. A enorme diversidade de adaptação destes animais permite que sobrevivam em todos os habitats. São animais que, como os
anelídeos, apresentam metameria (corpo segmentado), embora em aracnídeos e crustáceos haja uma tendência de diminuição desta metameria e, em ácaros e
caranguejos ela não existe. Compreende o grupo dos insetos, crustáceos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes.
Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também
utilizados como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a cera (Hickman et al., 1997).
Exoesqueleto
Cigarra saindo do seu exoesqueleto.
Os artrópodes possuem um exoesqueleto formado por quitina, que cobre o corpo todo. A cutícula é dividida em placas separadas, permitindo a movimentação do
animal. Os esqueletos cuticulares, tanto do corpo como dos apêndices encontram-se unidos entre si por membranas articulares, formando uma
articulação em cada união, daí o nome artrópodes, que significa pés articulados.
O esqueleto é secretado pela hipoderme, que é a camada tegumentar subjacente. Nos crustáceos ocorre uma deposição do carbonato de cálcio e
fosfato de cálcio na formação do exoesqueleto. Normalmente a cutícula é dotada
de poros (canais) por onde passam secreções glandulares.
O exoesqueleto apresenta um problema para o crescimento do animal, e a solução disto é ele se livrar deste exoesqueleto para que possa crescer. Este
processo é chamado de muda ou ecdise. O animal se desprende do esqueleto antigo e passa a secretar um novo, enquanto cresce, e para de crescer quando a
cutícula endurece.
O tempo entre as mudas é chamado de instars. Quanto mais velho o animal,
maior é a duração deste processo. As aranhas e os insetos têm um número
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quase definido de instars, geralmente tendo o último com a maturidade sexual. Já os caranguejos têm mudas por toda a vida. A muda é controlada por um
hormônio chamado ecdisona.
Musculatura
Os artrópodes possuem uma musculatura do tipo estriada, que está fixada na parte interna do exoesqueleto. Os músculos e a cutícula trabalham em conjunto
para produzir os movimentos, formando um sistema de alavancas. O sistema muscular dos artrópodes é muito parecido com o dos vertebrados, diferindo na
posição de fixação dos músculos, que nos artrópodes são fixos na parede interna do exoesqueleto, enquanto nos vertebrados são fixos na parte externa do
endoesqueleto. E os músculos dos artrópodes possuem bem menos fibras e menos inervações neuronais.
Circulação
O coração dos artrópodes ocupa posição dorsal e é primitivamente tubular. A circulação é do tipo aberta. O coração varia em tamanho e posição nos diferentes
grupos, mas em todos ele possui uma ou mais câmaras com aberturas laterais denominadas óstios. Do coração, o sangue é bombeado para os tecidos por meio
de artérias e caem na hemocele, que banha os tecidos e depois volta por vários caminhos para o coração. Possuem hemocianina e hemoglobina como pigmentos
respiratórios.
Respiração
A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traquéias ou
de pulmões laminares. A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de traquéias altamente eficiente, que entrega o oxigênio diretamente aos tecidos,
permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o tamanho destes seres vivos. Os artrópodes aquáticos respiram principalmente
por um sistema de brânquias, igualmente eficiente (Hickman et al., 1997).
Digestão
Os intestinos anteriores e posteriores são formados a partir da ectoderme e são cobertos por cutícula. O intestino médio é formado pela endoderme. O intestino
anterior é responsável pela ingestão, trituração e armazenamento de alimento. O médio é responsável pela produção de enzimas, digestão e absorção. E o
posterior é responsável pela formação das fezes.
Sistema Nervoso e órgãos sensoriais
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Os artrópodes possuem um alto grau de cefalização. Olhos, antenas e padrões complexos de comportamento exigiram destes animais um cérebro maior e mais
desenvolvido. Os quelicerados não possuem antenas. O exoesqueleto de quitina forma uma barreira às terminações nervosas, então estes animais
desenvolveram estruturas que driblaram esta barreira, como cerdas, pêlos e canais ou aberturas no exoesqueleto.
A maioria possui olhos, que variam em complexidade de acordo com a espécie.
Enquanto uns são pequenos com alguns fotorreceptores, outros são grandes e formam imagens. Os insetos e vários crustáceos possuem olhos compostos,
formados por omatídeos, unidades cilíndricas que recebem luz. A imagem final
depende do número de omatídeos estimulados. Estes animais formam uma imagem em mosaico, pois as imagens formadas são como peças colocadas junto
às outras. Esses olhos compostos são uma grande vantagem para detectar movimento, possuem um amplo campo visual, visto que a córnea destes animais
é bem convexa. A córnea de um crustáceo possui um arco de 180o graus ou mais.
Reprodução
Os artrópodes são, em sua maioria, dióicos e muitos utilizam seus apêndices modificados para a cópula. A fecundação é interna nas formas terrestres, podendo ser externa nas aquáticas. O desenvolvimento pode ser direto ou
indireto. A cópula e a fecundação variam muito de acordo com a espécie.
Infecção
A infecção caracteriza um quadro de invasão do organismo por microrganismos estrangeiros, que se esforçam para tomar conta deste espaço, usando para isso os próprios meios encontrados no corpo prestes a ser colonizado. Isto traz
consequências muito negativas para o hospedeiro, que vê seu mecanismo de funcionamento afetado pela presença destes agentes destruidores, os quais
podem provocar inúmeras enfermidades. Normalmente a área atingida responde com um processo inflamatório.
Esta propagação de agentes infecciosos pode em um exame clínico passar despercebida, ou causar danos às células atingidas, seja por conta de um
metabolismo competitivo, da proliferação de toxinas, de um mecanismo de
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duplicação do material genético contido no interior das células, ou devido à maneira como os antígenos provocarão a formação de anticorpos.
A infecção se comporta de diversas formas. Ela se restringe a um único local do
organismo, assume uma feição subclínica e efêmera se o sistema imunológico agir com eficiência, ou permanece no hospedeiro e se multiplica para se
transformar em um caso clínico ou em enfermidade aguda – grave, mas de curta duração -, subaguda ou crônica - persistente. Pode também uma mera infecção
localizada invadir o sistema orgânico se encontrar uma passagem pelo sistema linfático ou vascular.
Todos os mecanismos infecciosos apresentam igualmente uma ação inflamatória, embora nem todas as inflamações caracterizem uma infecção. Para que se
diagnostique esta invasão de microrganismos é preciso que haja a presença de agentes infecciosos, e muitas vezes também o aparecimento de pus, quando já
está em marcha um processo de supuração.
O agente que provoca a infecção tem o poder de entrar no organismo, fixar-se
nele e aí se disseminar. Alguns destes seres são os vírus, as bactérias, os fungos, os protozoários e os helmintos, os quais desenvolvem uma espécie de
convivência com o hospedeiro, conhecida como parasitismo.
Embora alguns destes microrganismos possam isoladamente causar diversas enfermidades, normalmente cada distúrbio orgânico está associado a um único
agente. Muitos deles são capazes de provocar doenças apenas em uma espécie animal, outros alcançam uma amplitude maior de seres vivos. Assim,
determinadas doenças atingem somente o Homem, enquanto outras, por exemplo, infectam praticamente todos os mamíferos.
Há pelo menos treze formas de manifestação das infecções:
Aéreas, transmitidas por intermédio da atmosfera e dos seres nela impregnados;
Critogênica, de origem desconhecida;
Direta, por contágio de alguém já enfermo;
Endógena, provocada por agente já presente no corpo;
Exógena, provinda de microrganismo externo;
Focal, localizada em um único ponto;
Indireta, obtida por meio da água, de alimentos ou outros fatores que não sejam
o próprio ser humano;
Nosocomial ou hospitalar, são infecções adquiridas em hospitais, clínicas, etc;
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Oportunista, a qual surge com a queda da imunidade;
Puerperal, que ataca normalmente depois do parto;
Secundária, que sucede outra infecção;
Séptica ou septicemia, de natureza muito séria e que provoca a multiplicação dos
agentes por todo o sistema orgânico;
Terminal, que comumente leva à morte.
Tipos de infecções
Existem 13 tipos:
Infecção aérea – infecção microbiana adquirida através do ar e dos agentes infectantes nele contidos.
Infecção critogénica – infecção de porta de entrada desconhecida.
Infecção direta – infecção adquirida por contacto com um indivíduo doente.
Infecção endógena – infecção devido a um micro-organismo já existente no
organismo, e que, por qualquer razão, se torna patogénico.
Infecção exógena – infecção provocada por micro-organismos provenientes do exterior.
Infecção focal – infecção limitada a uma determinada região do organismo.
Infecção indireta – infecção adquirida através da água, dos alimentos ou por outro agente infectante, e não de indivíduo para indivíduo.
Infecção nosocomial – infecção adquirida em meio hospitalar.
Infecção oportunista ou Oportunística – infecção que surge por diminuição das defesas orgânicas.
Infecção puerperal – infecção surgida na mulher debilitada e com defesas
diminuídas, logo após o parto.
Infecção secundária – infecção consecutiva a outra e provocada por um micro-
organismo da mesma espécie.
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Infecção séptica ou septicemia – infecção muito grave em que se verifica uma disseminação generalizada por todo o organismo dos agentes micro-orgânicos
infecciosos.
Infecção terminal – infecção muito grave que, em regra, é causa de morte.
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REFEREÊNCIAS
Parasitologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasitologia
Comensalismo - InfoEscola
www.infoescola.com/ecologia/comensalismo/
Inquilinismo - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola
www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/inquilinismo/
Parasitismo - Parasitas e Hospedeiros - Relações ...
www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/parasitismo/
Simbiose - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola
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Mutualismo - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola
www.infoescola.com/ecologia/mutualismo
Hospedeiro Intermediário - Biologia - InfoEscola
www.infoescola.com/biologia/hospedeiro-intermediario/