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material did tico - final) · Autor Ilza Maria Tiburcio Peniani Escola de Atuação Colégio Estadual Douradina – Ensino fundamental e Médio Município da Escola Douradina Núcleo

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - D PPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha Catalográfica

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título A Realidade Concreta dos Escravos no Contexto das Lutas para a Emancipação no século XIX.

Autor Ilza Maria Tiburcio Peniani Escola de Atuação Colégio Estadual Douradina – Ensino fundamental e

Médio Município da Escola Douradina Núcleo Regional de Educação Umuarama Orientador Prof. Dr. Roberto Leme Batista Instituição de Ensino UNESPAR- Campus Paranavaí Disciplina/Área (entrada no PDE) História Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Não Público Alvo Alunos da 2ª série do Ensino Médio

Localização Colégio Estadual Douradina – Ensino Fundamental e Médio – Douradina - PR

Apresentação:

Esta unidade didática visa atender a necessidade de esclarecer como se deu a transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Brasil, de modo que o aluno possa através de pesquisas, atividades, reflexões, entender esse processo que foi marcado por intensas e longas lutas pela abolição dos negros africanos e a resistência dos mesmos em relação à escravidão.

O desenvolvimento de atividades problematizadoras estimula e facilita a compreensão do tema, além de permitir ao aluno realizar uma leitura crítica significativa. Dessa forma o aluno se envolverá com o tema e passará a entender o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Brasil a partir de uma perspectiva crítica, pois analisará o conteúdo proposto de forma mais abrangente. Isto melhorará a compreensão do contexto histórico em questão e suas implicações para a história do Brasil.

Palavras-chave Inglaterra; Leis abolicionistas; trabalho livre; Imigração.

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SUMÁRIO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA ........................................................................ 02

Apresentação ......................................................................................................................... 02

Procedimentos/Material Didático........................................................................................04

Por que os ingleses passaram a defender o fim do tráfico negreiro da África para o

Brasil?..................................................................................................................................... 04

Sugestões de atividades .......................................................................................................... 07

Parceria: O sonho que virou pesadelo ................................................................................. 08

Sugestões de atividades .......................................................................................................... 11

Leis Abolicionistas e a Realidade ......................................................................................... 12

Sugestões de atividades .......................................................................................................... 15

Análise crítica da escravidão no contexto da transição do trabalho escravo para o

trabalho livre, por meio de análise de vídeos que tratam do problema. .......................... 19

Sugestões de atividades .......................................................................................................... 20

Atividade Final ......................................................................................................................21

Orientações/recomendações (do uso da PDP aos professores) ......................................... 22

Proposta de avaliação da PDP ............................................................................................. 23

Referências ............................................................................................................................ 24

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PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Apresentação

A Produção Didático Pedagógica será aplicada no Colégio Estadual Douradina Ensino

Fundamental e Médio do município de Douradina-PR, com os alunos da 2ª série do ensino

médio no período matutino, composta em sua maioria por alunos da zona urbana. O tema a

transição do trabalho escravo para o trabalho livre é pertinente, pois as atividades dos negros

escravizados foram determinantes para a formação social, econômica e cultural do Brasil. Ao

analisar esse tema é inevitável questionar a exploração e espoliação da mão-de-obra, seja ela

escrava ou livre. Portanto, este trabalho se justifica pela necessidade de discutir a maneira

como se processou a transição do trabalho escravo para o trabalho livre e suas implicações

para a história do Brasil no século XX, sobretudo para o desenvolvimento do mundo do

trabalho e a efetiva condição do trabalhador negro. Tem como objetivo possibilitar aos alunos

o conhecimento e a reflexão sobre o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho

livre no Brasil, como também, entender o processo gradativo de extinção da escravidão e

compreender como se deu o processo da imigração para o Brasil.

No decorrer do século XIX, houve um longo histórico de lutas, discussões, conquistas

jurídicas e sociais que caracterizaram o chamado movimento abolicionista, que divulgavam

suas mensagens por meio de artigos, passeatas e comícios, contavam também com a

participação de importantes personalidades da intelectualidade e profissionais liberais que

intensificaram uma campanha de condenação da escravidão e de luta pelo fim do trabalho

degradado em nosso país, a luta contra o tráfico e à escravidão ganhou uma forte aliada, a

Inglaterra. Até o século XVIII, a Inglaterra obtinha altos lucros com o tráfico de escravos,

porém, com o desenvolvimento da Revolução Industrial e o interesse de expandir seu

comércio, passou a querer o fim da escravidão. A Inglaterra começa então uma “campanha”

contra a escravidão. Teria a Inglaterra com sua posição contrária ao tráfico de negros

contribuído para o processo de transição do trabalho escravo para o trabalho livre?

A transição do trabalho escravo para o trabalho livre representava uma exigência da

expansão capitalista. A Inglaterra na defesa de seus interesses na expansão de seus produtos e

na luta contra o tráfico de escravos, tinha consciência de que a escravidão era um entrave para

a expansão de seus mercados consumidores de suas mercadorias, diante disso, exercia forte

pressão para pôr fim à escravidão. E essa transição se deu por meio de lutas, contradições e

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sucessivas leis que trataram do problema do trabalho escravo como a Lei Aberdeen, a Lei

Eusébio de Queirós, a Lei do Ventre Livre, a Lei dos Sexagenários e finalmente a Lei Áurea

que aboliu definitivamente a escravidão no Brasil.

Para substituir a falta de mão-de-obra escrava, imigrantes europeus foram trazidos para

trabalhar nas lavouras cafeeiras e o mundo do trabalho começa a transformar com a chegada

desses imigrantes europeus. A partir daí os empregadores passaram a privilegiar a contratação

de imigrantes europeus, relegando aos negros, principalmente aos ex-escravos, deixando-os à

marginalidade do mundo do trabalho.

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Procedimentos/Material Didático

Desde os primórdios da colonização a escravidão foi a base de desenvolvimento da

economia brasileira. Entretanto, a partir do século XIX, a Inglaterra para pôr fim à escravidão

começou a pressionar o governo brasileiro para acabar com o tráfico de negros da África para

o Brasil. Qual seria o motivo do interesse inglês em pressionar o governo brasileiro para pôr

fim ao tráfico dos negros e acabar com a escravidão?

Teria a Inglaterra com sua posição contrária ao tráfico de negros contribuído para o

processo de transição do trabalho escravo para o trabalho livre? Ou seja, podemos explicar

esse contexto apenas por questões exógenas? Ou estaria também ocorrendo uma mudança

endógena na “mentalidade” de grandes proprietários que enxergavam no trabalho livre uma

possibilidade maior em lucratividade?

Na verdade, os motivos que levaram o governo da Grã-Bretanha a pressionar o Brasil

não eram nada humanistas ou altruístas, mas econômicos, uma vez que com a Revolução

Industrial e a busca de controle do mercado mundial, os industriais britânicos não viam com

bons olhos o trabalho escravo, que criava obstáculos para o desenvolvimento do mercado,

pois não gerava consumo.

Em meados do século XIX, a Inglaterra era a maior potência industrial, e dominava as

rotas marítimas e os mercados dos países latino-americanos, Por esse motivo, não interessava

à Inglaterra manter o tráfico de escravos, uma vez que estes não recebiam salários e não

dispunham de rendimentos.

A Inglaterra já pressionava o Brasil contra o tráfico de escravos desde o processo do

reconhecimento da independência, ela ainda não o havia reconhecido oficialmente, e o preço

que o governo inglês impôs foi a proibição do tráfico dos negros africanos e a prorrogação do

tratado de comércio de 1810 e, então, em 23 de novembro de 1826, uma convenção entre a

Inglaterra e o Brasil estabeleceu um prazo de três anos para que ocorresse a abolição do

tráfico negreiro e, em 17 de agosto de 1827, o Brasil assina com a Inglaterra o Tratado de

Amizade, Navegação e Comércio que, em linhas gerais, reproduz os termos do tratado de

1810.

Por que os ingleses passaram a defender o fim do tráfico negreiro da África para o Brasil?

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As pressões inglesas continuaram sobre o Brasil, o que levou o padre Diogo Feijó,

ministro da justiça durante a Regência Trina, a aprovar uma lei proibindo o tráfico negreiro

em novembro de 1831, que declarava livre todos os negros africanos introduzidos no Brasil a

partir dessa data. Essa Lei tinha por finalidade principal reprimir o tráfico de africanos, dando

assim à Coroa britânica uma demonstração de que o Brasil estava se empenhando em

contribuir para a extinção do comércio internacional de escravos. Entretanto, na prática, ela

nunca foi executada, sendo desrespeitada por todos os responsáveis pelo tráfico, muitos

escravos continuavam a ser importados e as ações dos navios de guerra da Inglaterra contra os

navios negreiros cresciam na mesma proporção.

A lei não saiu do papel, foi trapaceada ao extremo, o tráfico negreiro que então se

tornara ilegal passou a ser feito de forma clandestina.

Ao analisar esse contexto Silva (2007, p. 35-36) salienta que:

[...] A aprovação da lei de 1831 não significou o fim do tráfico, pois a sociedade brasileira ainda apoiava firmemente a escravidão. A economia cafeeira, em expansão, dependia cada vez mais do braço escravo. Além disso, conforme defende o historiador Luís Henrique Dias Tavares, a continuidade do tráfico estava intimamente associada aos interesses capitalistas´, que lucravam com a existência de tal atividade comercial. Mas o que talvez tenha mais contribuído para a sua manutenção era a situação de instabilidade política do período regencial, pois, se por um lado o ambiente liberal experimentado naquele momento concorreu para a aprovação da lei, por outro, o enfraquecimento do poder central, fruto da descentralização política experimentada no período, impediu que medidas mais enérgicas fossem tomadas para a punição aos traficantes o que, na prática, legitimava a manutenção do tráfico [...].

Diante dessa situação, em 1845, foi aprovada na Inglaterra uma lei chamada Bill

Aberdeen, que levava o nome de seu criador, George Aberdeen, ministro das Relações

Exteriores do Reino Unido, que proibia o comércio de escravos entre a África e a América .

Segundo Silva (2007, p.38) diz que “[...] por esse decreto unilateral o governo inglês concedia

a seus próprios navios o direito de capturar os navios brasileiros que tomassem parte no

tráfico africano de escravos, mesmo que isso ocorresse em águas brasileiras”.

A criação da Lei Bill Aberdeen foi duramente criticada por políticos brasileiros e

gerou tensões e descontentamentos entre Brasil e Inglaterra. As tensões entre esses dois países

só cessaram em 1850, com a criação da Lei Eusébio de Queirós, o Brasil não tinha saída.

Seria difícil para um país de economia agrária e dependente enfrentar a maior potência

mundial da época. O governo brasileiro teve que ceder, e, no dia 4 de setembro de 1850, foi

publicada a Lei Eusébio de Queirós, pela qual ficaria extinto o tráfico de escravos entre Brasil

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e África. Com a lei, o número de escravos importados caiu rapidamente. Segundo Silva

(2007, p.39) diz que “A aprovação da lei Eusébio de Queiroz, em 1850, finalmente viria a

encerrar um comércio que durou mais de três séculos e foi responsável pelo transporte de

cerca de 3,6 milhões de africanos para o Brasil [...]”.

Com a extinção do tráfico negreiro, começava a faltar mão-de-obra na grande lavoura

cafeeira que estava em expansão na região Sudeste, esse fato teve como conseqüência mais

imediata a elevação dos preços dos escravos que subiram enormemente. Devido à diminuição

da entrada de escravos no país, fazendeiros intensificaram o tráfico interprovincial. A região

nordeste, que enfrentava problemas com os baixos preços internacionais do açúcar, começou

a vender escravos para a lavoura cafeeira, dessa forma, solucionaria o problema temporário da

falta de mão-de-obra no sudeste. Silva (2007, p. 57-58) afirma que:

[...] Ter muitos escravos ainda era vital para quem quisesse prosperar economicamente. Assim, a disputa pela mão-de-obra escrava dentro e fora das províncias foi a primeira grande mudança provocada pelo cerceamento do tráfico atlântico, sendo, ao mesmo tempo, a maior prova do caráter exógeno do escravismo brasileiro e um forte indício de que as elites ligadas à agricultura não desejavam abolir a importação de escravos africanos. Aliás, o apelo ao incremento do tráfico interno foi reforçado pelo fato de a grande maioria dos proprietários de terras - à exceção dos agricultores fluminenses - mostrarem-se pouco interessados na execução de Lei de Terras (1850), aprovada duas semanas depois da Lei Eusébio de Queiroz.

Também em 1850, no mesmo ano em que ocorreu a abolição do tráfico negreiro, foi

instituída a lei de Terras, que regulava a forma de aquisição fundiária. Essa lei estipulava que

a terra pública só poderia ser adquirida mediante a compra. Através dessa lei, ficava difícil as

pessoas de pouco recurso adquirir terra, favorecendo assim os grandes latifundiários. O

objetivo dessa lei era nítido, se pessoas de poucas posses pudessem comprar sua terra,

automaticamente iria faltar mão-de-obra para os fazendeiros, com a extinção do tráfico, o fim

da escravidão era uma questão de tempo. Com a lei de Terras, os fazendeiros garantiriam os

seus privilégios de proprietários.

Segundo Costa (1999, p.171)

A Lei de Terras decretada no Brasil em 1850 proibia a aquisição de terras públicas através de qualquer outro meio que não fosse a compra, colocando um fim às formas tradicionais de adquirir terras mediante posses e mediante doações da Coroa. Tanto os que obtiveram propriedades ilegalmente, por meio da ocupação, nos anos precedentes à lei, como os que receberam doações, mas nunca preencheram as exigências para a legitimização de suas propriedades puderam registrá-las e validar seus títulos após demarcar seus limites e pagar as taxas – isso se tivessem realmente ocupado e explorado a terra.[...] Criou-se um serviço burocrático encarregado de controlar a terra

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pública e de promover a colonização: a Repartição Geral das Terras Públicas.

A Lei de Terras de 1850 legitimou a propriedade sobre a terra, além de ter sido um

poderoso instrumento para solucionar a falta de mão-de-obra. Os trabalhadores livres,

particularmente os imigrantes, não tiveram outra opção senão trabalhar nas fazendas de café,

os altíssimos preços da terra não permitia tornarem-se proprietários.

Sugestões de Atividades

1 - Apresentação de slides, desenvolvidos no movie macker - Com imagens sobre

o trabalho escravo e trabalho livre e citações sobre: o interesse da Inglaterra em

acabar com escravidão, a Lei de Terras e Leis Abolicionistas.

2 – Após ver os slides e discutir sobre os temas propostos, o aluno devera

dissertar em seu caderno o seguinte questionamento: Em séculos anteriores, a

Inglaterra lucrou com atividades escravistas, tanto com o tráfico e comércio de

negros, assim como com a produção escravista em suas colônias.

Explique o motivo que levou os ingleses a mudar de posição em relação à

escravidão no início do século XIX.

3 - A Lei de Terras, promulgada em 1850, transformava radicalmente as formas de

acesso à terra. Descreva essas mudanças e explique por que elas reforçaram a

presença do latifúndio no país.

Essas atividades propõem que:

O aluno deverá compreender, em primeiro lugar, quais eram os interesse da

Inglaterra em acabar com a escravidão no Brasil, bem como as medidas tomadas por

ela para atingir seu objetivo. E sobre a Lei de Terras de 1850, como essa lei protegia

os interesses dos fazendeiros, como eram as concepções legais e sociais sobre as

formas de uso e acesso à terra no século XIX .

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Diante das pressões que levaram à extinção legal do tráfico de escravos, ocorreu a

escassez da mão-de-obra e para solucionar esse problema, o governo e alguns fazendeiros

passaram a estimular a vinda de imigrantes para o Brasil. Assim, o trabalho escravo

começava, lentamente, a ser substituído pelo trabalho agrícola dos imigrantes e, mais tarde,

pelos assalariados.

Quem eram esses imigrantes? Por que vieram?

- Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o – www.diadiaeducação.pr.gov.br/Tv multimídia/Imagens/história - Acessado em 26/05/2011 A imigração ocorre pela busca de melhores condições de vida e de trabalho por parte dos que imigram, ou ainda para fugir de perseguições ou discriminações por motivos religiosos ou políticos. Foi o principal motivo dos movimentos migratórios ocorridos da Europa e da Ásia para as Américas no século XIX e também no início do século XX.

Alemães, italianos, suíços, belgas, expulsos do campo devido a expansão do

capitalismo, esses camponeses foram para as cidades trabalhar como operários, outros

emigraram para países em busca de uma vida melhor, onde sonhavam com a oportunidade de

obter terras.

A notícia de que o Brasil estava precisando de trabalhadores para trabalhar nas

lavouras em regime de parceria agradou bastante esses camponeses.

Foi para as lavouras de café que muitos colonos europeus vieram para trabalhar sob

esse sistema de parceria.

Quem iniciou o sistema de parceria foi o senador Nicolau de Campos Vergueiro,

político e latifundiário, que em 1847, trouxe os primeiros imigrantes suíços, alemães e belgas

Parceria: O sonho que virou pesadelo.

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para trabalhar em sua fazenda no Estado de São Paulo. Iniciava-se, assim, no Brasil, o sistema

de parceria: O fazendeiro pagava as despesas de viagem dos imigrantes que, por sua vez, se

comprometiam a pagar o fazendeiro com o trabalho. Os colonos (imigrantes) tinham o direito

de plantar nas terras do fazendeiro, dando-lhe em troca parte das vendas. Os colonos tinham

também o direito de participar dos lucros de venda do café, mas os cálculos eram feitos de

uma maneira que vinha a beneficiar somente o fazendeiro, que procuravam obter o máximo

de vantagem nessas negociações, isso gerou descontentamentos e revoltas nos colonos. Esse

sistema de parceria de início foi positivo, mas com o tempo apresentou vários problemas, o

endividamento dos colonos aumentou, pois tinham que pagar por suas dívidas, sem dinheiro,

eram obrigados a comprar o que precisavam no armazém da fazenda, ou eram financiados

pelos fazendeiros, acumulando assim suas dívidas e as despesas da viagem ao Brasil, isso os

levou a inúmeros conflitos.

Sobre esse sistema de parceria Costa (1999, p.206. 207) diz que:

Os colonos eram contratados na Europa e trazidos para as fazendas de café. Tinham sua viagem paga, assim como o transporte até as fazendas. Essas despesas, entretanto, entravam como adiantamento feito ao colono pelo proprietário, assim como, igualmente, lhe era adiantado o necessário à sua manutenção, até que ele pudesse se sustentar pelo próprio trabalho. A cada família deveria ser atribuída uma porção de cafeeiros, na proporção da sua capacidade de cultivar, colher e beneficiar [...] Sobre as despesas feitas pelo fazendeiro em adiantamento aos colonos, eram cobrados 6% de juros, a contar da data do adiantamento, ficando os colonos solidariamente responsáveis pela dívida e aplicando-se na sua amortização, pelo menos, metade dos seus lucros anuais. O colono, além de se obrigar a cultivar e manter o café, e “a concorrer em comum com o serviço correspondente à quantidade do café entregue para o trabalho que o mesmo exige até entrar no mercado”, devia conduzir-se disciplinadamente. Não podia abandonar a fazenda sem ter previamente comunicado por escrito sua intenção de retirar-se, e só o poderia fazer após saldar todos os seus compromissos. Em caso de dúvidas entre os contratantes era indicada a autoridade judicial local para decidir o dissídio.

Embora, nem todos os cafeicultores agiam da mesma forma, muitos usavam de má fé,

e os colonos se revoltaram em várias colônias de parceria.

As revoltas, frustrações, explorações e os conflitos com esses imigrantes teve grande

repercussão negativa internacional, levando governos de países europeus a suspender e

desencorajar a imigração para o Brasil.

A produção do café continuava se expandindo, principalmente no oeste paulista e a

mão de obra escrava cada vez mais escassa. O trabalho livre era a solução viável para os

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fazendeiros, a imigração seria a melhor alternativa, mas sem cair nos erros do sistema de

parcerias.

Para melhorar a imagem do Brasil e incentivar o interesse dos europeus, como

também sanar a falta de mão de obra, o governo brasileiro passou a fazer uma enorme

propaganda na Europa das vantagens oferecidas aos imigrantes, passou a promover a

imigração propondo custear as despesas iniciais, incluindo viagem, hospedaria e alimentação.

A partir de 1870, o governo imperial e as autoridades da província de São Paulo se

uniram para estimular a vinda de trabalhadores estrangeiros para o Brasil.

Nessa época países como a Itália e Alemanha passavam por um processo de crise

política e econômica (guerras civis, perseguições religiosas, desemprego, alto custo de vida),

levaram grande parte da população a procurar melhores condições de vida em outros países e

o Brasil se tornou uma opção para esses europeus, principalmente os italianos. Mediante a

propaganda divulgada pelo governo brasileiro no exterior, o que mais tranqüilizava os

imigrantes era a nova relação de trabalho, o sistema de colonato, os colonos (imigrantes)

recebiam parte do cafezal para cuidar, o pagamento vinha em duas partes: A primeira, uma

quantidade anual, fixa.

A segunda parte era o pagamento pelo resultado da tarefa, ou seja, pela quantidade de

café colhido. Ao contrário da parceria, em que havia divisão dos lucros e também dos

prejuízos, no colonato o fazendeiro pagava pelo café entregue e estava tudo certo, era tudo

acertado com antecedência entre o fazendeiro e colono, além do trabalho combinado com o

fazendeiro, o colono tinha outras fontes de sobrevivência: podia usar um pedaço da terra tão

sonhada, geralmente entre as fileiras de pés de café, onde plantavam alimentos, também

criavam porcos, galinhas, sendo assim, caso a safra fosse ruim, tinha de onde tirar o sustento

da família, além de que vendia os excedentes nos mercados locais.

Esse sistema de colonato teve problemas também, houve greves, manifestações para

conseguir melhorias, mas a época era de expansão e euforia econômica, o que ajudou a tornar

menos difícil a vida dos imigrantes.

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mpo : 03 aulas : 50 minutos

Com essa atividade o aluno deverá:

- Compreender como se deu a imigração no Brasil

- Analisar as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores imigrantes no

Brasil no século XIX.

- Reconhecer os desafios e lutas dos imigrantes para garantir seus direitos

- Analisar a participação imigrante na formação histórica do operariado

brasileiro.

Sugestões de Atividades

Vídeo: Imigração e Trabalho Livre no Brasil – 8 min.e 29 seg.

http://www.youtube.com/watch?v=To3sCBElCIM

Acessado em 23/06/2011

1 - Assistir ao vídeo e após promover um debate abordando as seguintes

questões:

- Influências dos imigrantes no Brasil

- Motivo que levou à imigração

- Por que ocorreu o declínio do café no Vale do Paraíba

- O que gerou o desenvolvimento no Oeste Paulista

- Sistema de parceria: Como funcionava esse sistema e por que não deu certo?

Imigração subsidiada - O governo brasileiro interveio para promover a

imigração após o fracasso do sistema de parceria. Como isso ocorreu? E como

funcionou esse novo sistema de trabalho?

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Nos fins da década de 1860, começaram a crescer as pressões internacionais e internas

para a abolição da escravidão.

Enquanto que no Sudeste o movimento abolicionista crescia com o apoio de

intelectuais, jornalistas, políticos, escritores e outras camadas da sociedade, a causa

abolicionista encontrava pouco apoio nas elites do norte, já que estas mantinham comércio

com o sul e temiam perder seus clientes e fornecedores de matérias-primas, também, os

operários nortistas temiam que os escravos libertos tomassem seus empregos, e para

completar, existia um forte preconceito por parte da população em relação aos negros.

A luta dos abolicionistas continuava incansavelmente, a extinção da escravidão

ocorreu lentamente, atendendo às pressões políticas dos conservadores. Vagarosamente os

partidários do movimento abolicionista começaram a se mobilizar, passando a envolver

homens e mulheres dos mais variados setores da sociedade, por outro lado, de certa forma,

também contaram com as pressões por parte da Inglaterra. Em resposta a essas pressões o

Governo brasileiro em 28 de setembro de 1871, numa tentativa de conciliar os interesses dos

escravistas e abolicionistas e adiar as discussões, fez aprovar a Lei do ventre Livre. Por essa

lei, os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data seriam livres. Porém, as crianças

ficariam sob os cuidados do fazendeiro até a idade de oito anos. A partir daí, o fazendeiro

poderia optar por entregar a criança ao governo em troca de uma indenização ou se usariam o

trabalho delas até estes completarem vinte e um anos.

Por certo tempo, a campanha abolicionista ficou paralisada sob o efeito da Lei do

Ventre livre. Os escravistas esperavam que, com aprovação da Lei, o abolicionismo entrasse

em declínio, mas não foi o que aconteceu. Pelo contrário, as discussões sobre a lei

aumentaram o sentimento abolicionista e a partir de 1880, esse movimento voltou a crescer, e

isso, de certa forma, deixava o governo de D. Pedro II preocupado. Por esse motivo, mais uma

vez, no sentido de retardar o problema, foi aprovada então a lei dos Sexagenários, também

conhecida como Saraiva-Cotegipe, promulgada em 28 de setembro de 1885, determinava que

os escravos com mais de 65 anos seriam libertos. Na época, essa lei foi intensamente

criticada, pois existiam poucos negros em idade avançada. Subordinados a condições de

trabalho assoladoras, poucos escravos chegavam a viver tanto tempo. Além disso, a liberdade

desses escravos representava um ganho para os proprietários, que não lucravam com a

exploração da força de trabalho de um escravo idoso.

Leis Abolicionistas e a Realidade

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A criação dessa Lei visava principalmente minimizar a campanha abolicionista sem

tocar nos privilégios dos grandes latifundiários escravocratas. Segundo Gebara (1986) diz que

a Lei dos Sexagenários “joga um importante papel na compreensão dos momentos finais da

escravidão. A análise do processo de elaboração dessa lei identificará algumas questões

fundamentais dentro do processo de transição” (GEBARA, 1986, p. 91).

A lei dos Sexagenários foi a última tentativa dos escravistas de deter a campanha

abolicionista, mas já era tarde. O movimento estava nas ruas, comandado pelas classes médias

e populares e havia ganho as elites também.

O movimento abolicionista tornou-se incontrolável, a lei dos Sexagenários que havia

sido aprovada para diminuir o ânimo dos abolicionistas, provocou reação contrária. O

movimento se tornou mais radical, os ataques à monarquia eram constantes e as revoltas nas

fazendas espalhavam-se em todas as regiões.

Foi nesse clima de revolta que foi apresentada em 1888 uma proposta de lei para

abolir imediatamente a escravidão no país, sendo assim, o processo da abolição da escravidão

chegou ao fim em 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea, o ministério de João

Alfredo fez aprovar e a princesa Isabel, que ocupava interinamente o cargo de D.Pedro II, que

na ocasião se encontrava na Europa sancionou a lei que punha fim à escravidão no Brasil.

Segundo Costa (1999, p.340) a Lei Áurea.

[...] Veio dar o golpe de morte numa economia em crise e significou, para a maioria dos fazendeiros de café das zonas mais atingidas e para um grande número de senhores de engenho do Nordeste, a perda do status. As áreas onde se conservavam as estruturas arcaicas e os métodos rotineiros de produção foram as mais afetadas pela extinção da escravatura.

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão na América.

Essa lei pôs fim a uma forma desumana da exploração da mão-de-obra dos negros no

Brasil,

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Escravos comemoram a libertação. Imagem de Angelo Agostini, publicada na Revista Ilustrada em 1888. Fonte:http://www.cliohistoria.hpg.ig – www.diadiaeducação.pr.gov.br/ Tv multimídia/Imagens/história - Acessado em 26/05/2011

Para desespero dos senhores e alegria dos escravos, em 13 de maio de 1888 muitos

brasileiros tiveram um bom motivo para dançar e fazer barulho, como mostra a charge de

Angelo Agostini, publicada na Revista Illustrada, comemorando a Abolição. (Na charge,

troncos e outros instrumentos de tortura alimentam as fogueiras em redor das quais os novos

cidadãos entregam-se ao mais delirante batuque).

A abolição da escravidão foi uma festa realmente popular, emocionante e alegre, a luta

havia sido longa e difícil. A abolição, porém, não redimiu os negros. Não lhes deu condições

de concorrer no mercado livre com os imigrantes estrangeiros, analfabetos, sem preparo para

o trabalho livre, sem apoio do Estado, sem condição social ou econômica, sem profissão

definida ficaram à mercê da sociedade. Ganharam a liberdade, porém, sem indenizações ou

promessas de trabalho, teve início aí uma grande e longa luta por igualdade de direitos.

Além de não possuir instrução, os negros eram discriminados socialmente. O

preconceito racial era muito forte e os negros eram tratados como seres inferiores. Sem terra e

sem condições de se estabelecer por conta própria, os negros eram empurrados pela sociedade

para uma vida ociosa e sem perspectivas.

Muitos donos de escravos sentiram-se prejudicados economicamente com a abolição,

seus escravos foram libertos sem que eles recebessem alguma indenização. Muitos

fazendeiros tiveram suas fazendas hipotecadas e se revoltaram contra o imperador, esses

fazendeiros se filiaram ao Partido Republicano e contribuíram para a queda da monarquia.

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Sugestões de Atividades

1 - Para aprofundar e finalizar o conteúdo sobre as Leis Abolicionistas,

projetar os vídeos:

Abolição - parte 1 - 10 min

http://www.youtube.com/watch?v=q1AOAGB_4_s

Acessado em 23/06/2011

Descrição

Episódio do programa Brasil 500 anos: o Brasil-Império na TV, exibido pela

TV Escola, que retrata a escravidão no Brasil, o tráfico negreiro, enfoca, também, os

movimentos abolicionistas que culminaram na libertação dos escravos em 1888

Observação

O episódio é apresentado pelo grupo de teatro de bonecos "Mão Molenga"

intercalados com alguns apresentadores que explicam os pontos principais do assunto

abordado

Autor

Brasil. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação a Distância

(SEED)

Fonte do recurso

Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC)

Origem

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do

Abolição - parte 2 – 9 min. e 52 seg.

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Os vídeos possibilitam uma reflexão a respeito das seguintes questões:

A - Os significados da Lei do Ventre Livre e da Lei dos Sexagenários.

B - A intensificação do movimento abolicionista contra o sistema escravista

brasileiro a partir de meados do século XIX.

2 - Em retrospectiva cronológica a legislação abolicionista inclui a Lei

Eusébio de Queirós que extinguiu o tráfico de escravos (1850), a Lei do Ventre Livre

(1871), a Lei dos Sexagenários (1885) e a Lei Áurea (1888). Não se pode deixar de

mencionar, neste contexto, a Lei Bill Aberdeen (1845), lei inglesa que autorizava a sua

marinha a prender qualquer navio negreiro que atravessasse o Atlântico, a partir daquela

data.

- Com base nessa afirmação, dividir os alunos em 5 grupos e cada grupo criar

uma paródia abordando as leis abolicionista ( uma lei especifica para cada grupo ).

Após a criação, apresentar na sala de aula para os colegas.

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3 – Através da charge de Ângelo Agostini, motivar os alunos para a discussão sobre

diferentes grupos sociais envolvidos no processo de abolição da escravidão a partir da

reflexão sobre o predomínio de uma determinada imagem do trabalhador escravo na

história oficial do Brasil: o escravo passivo e alienado. O objetivo é desconstruir esta

imagem. Para possibilitar esta reflexão, o professor deve propor aos alunos o trabalho

de observação e interpretação da charge.

Fonte : portaldoprofessor.mec.gov.br

a- Observar atentamente cada detalhe da situação retratada na charge e

identificar os personagens representados.

b- Descrever a situação representada na charge, ou seja, o que se pode ver

sem ainda buscar uma interpretação possível.

c- Interpretar a situação representada na charge, explicando qual é a idéia

central da mesma. É importante observar bem como cada sujeito social foi

construído na situação representada: vestimentas, objetos, expressões etc.

d- Fazer o debate da idéia central da charge, propondo aos alunos que se

posicionem em relação à representação do escravo na visão de Ângelo

Agostini.

4 - Produção de um texto dissertativo no qual os alunos sistematizem as

suas conclusões sobre o tema, a partir das atividades desenvolvidas nas aulas.

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O que o aluno poderá aprender com esta atividade:

Onde, quando e como ocorreram essas leis abolicionistas;

Identificar os diferentes grupos sociais envolvidos no processo de abolição da escravidão no Brasil, bem como os interesses de cada um.

Compreender o que foi o movimento abolicionista no Brasil.

Conhecer as leis abolicionistas.

Discutir quem fez a abolição.

Identificar a relação abolicionismo e imigração.

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http://www.youtube.com/watch?v=EBgKQ32Qa04 (acessado em 02/06/2011 )

Este vídeo, com duração de 07 min. e 31 seg. questiona sobre o comércio de escravos e

a libertação gradual dos escravos até a abolição definitiva em 13 de maio de 1888.

Vídeo : O negro no Brasil pós abolição – 5 min e 40 seg.

O vídeo destaca várias imagens referentes o negro e o racismo, ao som da música:

“Racismo é Burrice”, de Gabriel o Pensador.

http://www.youtube.com/watch?v=48Gtk-tbqJk&feature=related

Site: http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/137000/

Racismo É Burrice - Composição: Gabriel O Pensador

Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano

"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do

mar"

Racismo, preconceito e discriminação em geral;

É uma burrice coletiva sem explicação

Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união

Mas demonstra claramente

Infelizmente

Preconceitos mil

De naturezas diferentes

Mostrando que essa gente

Essa gente do Brasil é muito burra

E não enxerga um palmo à sua frente

Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente

Eliminando da mente todo o preconceito

E não agindo com a burrice estampada no peito (...)

Análise crítica da escravidão no contexto da transição do trabalho escravo para o

trabalho livre, por meio de análise de vídeos que tratam do problema:

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Sugestões de Atividades:

Interpretação e debate sobre o vídeo: O negro no Brasil pós-abolição e a

música de Gabriel o Pensador, Racismo é Burrice.

Dividir os alunos em grupos e propor as seguintes atividades:

a - Assistir ao vídeo atentamente, observando as imagens e ouvindo a música.

b - Fazer uma leitura atenta da letra da música, procurando entender o

significado de cada uma das estrofes.

c - Discutir cada uma das estrofes com os colegas e o professor.

d- Responder por escrito, as questões relativas à interpretação de cada grupo e,

em seguida, socializar e debater as respostas com os colegas, sob a orientação do

professor.

O que o aluno poderá aprender com essa aula:

Analisar a luta contra a discriminação racial após a abolição.

Interessar-se pela leitura e escrita através da música, como fontes de

informação, aprendizagem e lazer.

Analisar criticamente algumas estrofes.

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Atividade Final

Dramatização com fantoches: Sobre o tema a Transição do trabalho Escravo

para o trabalho Livre

Confecção dos fantoches, produção, ensaios e apresentação.

Finalizando o trabalho, o aluno através dessa apresentação em forma de

dramatização, mostrará que se apropriou do conhecimento do conteúdo proposto.

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Colegas professores,

Hoje se discute o problema da participação dos negros na sociedade. Para

compreender a história concreta da discriminação racial em nosso país é necessário levar os

alunos a estudar a luta e resistência dos negros ao longo da história.

Isso deve nos levar a questionar os meios e práticas que desenvolvemos para despertar

nos alunos o interesse por essa questão. Como podemos contribuir para o desenvolvimento de

uma consciência crítica que supere o senso comum?

O conteúdo aqui proposto, bem como as sugestões de atividades será desenvolvido

por meio de diversas maneiras com vistas a levar o aluno a compreender de fato a realidade

concreta dos escravos no contexto das lutas para a emancipação no século XIX, com isso,

espera-se contribuir com a formação por meio de uma reflexão crítica de um tema tão

candente na história do Brasil.

Para tanto, o professor tem vários meios para desenvolver suas aulas, com recursos

que lhe amparam de forma diversificadas, como o portal do professor que disponibiliza

vídeos, imagens, textos...

O livro didático público de história contém uma unidade dedicada à transição do

trabalho escravo para o trabalho livre: a mão-de-obra no contexto de consolidação do

capitalismo na sociedade brasileira e estadunidense, que pode ser trabalhada como

complementação para enriquecer seu conteúdo.

No laboratório de informática o professor pode trabalhar com grupos de alunos,

propondo que cada grupo pesquise sobre o conteúdo, porém, cada grupo vai usar uma

atividade diferente, como análise de charge (Ex. Ângelo Agostini), textos, músicas, vídeos....

Orientações/recomendações (do uso da PDP aos professores)

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A proposta de avaliação já foi realizada ao longo das atividades desenvolvidas, onde o

aluno será avaliado a cada etapa do trabalho, por meio das atividades de compreensão,

interpretação e debate das idéias centrais do tema da aula e a partir dos recursos utilizados, e

de instrumentos diversificados, assim sendo, espera-se que o aluno, durante e após a aplicação

dessa Produção Didática Pedagógica, tenha mais facilidade em identificar a ideia principal do

texto, localizar informações explícitas e implícitas, expressar suas ideias com clareza,

Proposta de avaliação da PDP

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CÁCERES, Florival. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1993.

COSTA, Emília Viotti. Da Monarquia à República: Momentos Decisivos. – 6. ed. – São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999.

GEBARA, Ademir. O Mercado de Trabalho Livre no Brasil (1871- 1888). Brasiliense, 1986

SCHIMDT, Mario Furley. Nova História Crítica – 1. ed – São Paulo: Nova geração, 2005

SILVA, Ricardo Tadeu Caires. Caminhos e Descaminhos da Abolição. Escravos, Senhores e Direitos nas Últimas Décadas da Escravidão (Bahia, 1850-1888). Tese (Doutorado em História Social da Universidade Federal do Paraná) – Curitiba, 2007.

Referências