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FICHA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A INCLUSÃO E AS INTERFACES DO FAZER PEDAGÓGICO

Autor ERICA DIELL HELKER

Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ALENCAR EFM

Município da escola BRAGANEY - PR

Núcleo Regional de Educação CASCAVEL - PR

Orientador PROFª MS LUCIA TEREZINHA ZANATO TURECK

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE - CASCAVEL

Disciplina/Área (entrada no PDE) EDUCAÇÃO ESPECIAL

Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA: ROTEIRO DE ESTUDOS

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

TODAS AS DISCIPLINAS DA MATRIZ CURRICULAR.

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

CORPO DOCENTE, EQUIPE PEDAGÓGICA, FUNCIONÁRIOS E DIREÇÀO.

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DE ALENCAR EFM, RUA FRANCISCO DE PAULA, 268

CENTRO

BRAGANEY CEP 85430-000.

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Na perspectiva histórico - cultural, a escola inclusiva deve levar o sujeito a uma reflexão crítica sobre si e sobre o mundo em que vive; deve permitir o desenvolvimento da capacidade do aluno de conviver com a diferença, respeitando-a; desafiá-lo, instigá-lo, buscando formas de não reforçar o sentimento de incapacidade dos alunos, mas desvendar as suas potencialidades. Construir uma escola inclusiva é uma tarefa social, de todo um conjunto de pessoas e órgãos que, juntos, responsabilizem-se e articulem-se para modificar as situações que prejudicam a qualidade da educação da maioria da população brasileira. Referindo-

se à Declaração de Salamanca (Espanha, 2004), o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica ressalta alguns trechos que criam as justificativas para as linhas propostas dentre elas, a que diz: o corpo docente, e não cada professor deverá partilhar a responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades educacionais especiais (p.18). Isto reforça a importância do papel do professor, mas também da ação coletiva da escola, retirando a idéia de uma ação solitária, no cotidiano da sala de aula.

A implementação pedagógica será realizada no Colégio Estadual José de Alencar, no município de Braganey Paraná, com professores, funcionários, direção e equipe pedagógica, através do Curso de Formação de Professores para a Educação Inclusiva, que é uma atividade de extensão do PEE em articulação com o PDE

Programa de Desenvolvimento da Educação, da SEED/PR, no qual a Unioeste participa com a orientação científica aos professores estaduais. Propõe-se a discutir e debater as concepções e formas de tratamento historicamente postas às pessoas com deficiência, os processos de ensino-aprendizagem, a fundamentação teórica da Psicologia Histórico-Cultural, a legislação e documentos normativos da educação inclusiva e propostas de práticas pedagógicas inclusivas, articuladas com rede de apoio intersetorial; a metodologia prevê a análise e debate de textos científicos e documentos legais, bem como a elaboração de propostas pedagógicas inclusivas. A certificação será concedida a partir da freqüência a 75% da carga horária realizada e do cumprimento das atividades propostas.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Inclusão; aluno com necessidades educacionais especiais; ensino regular; flexibilização curricular.

ROTEIRO DE ESTUDOS

A INCLUSÃO E AS INTERFACES DO FAZER PEDAGÓGICO

Erica Diell Helker 1

Lucia Terezinha Zanato Tureck 2

Objetivo: Ampliar conhecimentos para o desenvolvimento de ações educacionais

sistematizadas, subsidiando na fundamentação teórica e reflexões sobre

encaminhamentos necessários para a efetivação da práxis na inclusão escolar.

1 INTRODUÇÃO

A escola enfrenta na atualidade o grande desafio de concretizar a educação para

todos. E, mais ainda que ofertar vagas, o desafio é o de quebrar paradigmas trazendo

para dentro de seus muros aquelas pessoas que, por quase toda a história da

humanidade, não foram consideradas sujeitos educáveis ou passíveis de serem educados

e escolarizados junto com os demais alunos.

Compreendendo que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN, lei

nº. 9.394/96, prevê no artigo 12, inciso I que os estabelecimentos de ensino, respeitadas

as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e

executar sua proposta pedagógica significa que a escola tem autoridade para elaborar a

sua intencionalidade educativa e fazê-la. realizar num determinado espaço de tempo.

Sendo assim, no que se refere à inclusão escolar de alunos com necessidades educativas

especiais, para concretizar o que determina a Política Nacional de Educação Especial na

perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), a escola deve elaborar sua proposta

pedagógica de forma a atender aos alunos com essas necessidades, dentro dos critérios

de crescimento intelectual, social e humano.

A escola inclusiva deve ser a solução para as pessoas com necessidades

educacionais especiais, uma vez que é a escola a responsável por formar o cidadão e a

ele deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos,

conforme preconiza a Declaração de Salamanca (1994). Portanto, a proposta pedagógica

precisa buscar alternativas que possibilitem apropriação de conhecimentos por essas

pessoas, para exercerem sua cidadania com dignidade, bem como sua inserção no

mercado de trabalho , conforme o artigo 2º da LDBEN (BRASIL, 1996).

1 Professora PDE/2010, habilitada em História e Educação Especial, regente no Colégio Estadual José de Alencar, Braganey/PR.

2 Professora MS orientadora PDE, Unioeste Campus de Cascavel/PR.

A pesquisadora Mantoan (2005) explica que uma escola inclusiva propõe um modo

de organização do sistema que considera as necessidades de todos os alunos e que é

estruturado em função dessas necessidades

(p. 32). Essa é uma situação que difere radicalmente da história da educação, conforme

os estudos de Jannuzzi (2006) e Silveira Bueno (1993).

Mesmo sendo amplamente discutida, a inclusão do aluno com necessidades

educacionais especiais no ensino regular ainda apresenta a necessidade de avançar os

estudos para que se torne possível sair do plano ideológico e mergulhar de forma efetiva

na investigação de práticas inclusivas no âmbito da rede pública. Por isso, faz-se mister,

um processo de compreensão de que a inclusão, visando uma educação de qualidade,

não pode ser feita sem apoios à equipe escolar e aos alunos, sejam estes apoios internos

ou externos à instituição de ensino. Vemos que, na esfera pública, no Estado do Paraná,

medidas têm sido tomadas, buscando firmar uma política de atendimento na educação

especial, com referência ao processo de inclusão escolar. Porém, atualmente, as

deficiências requisitam um ambiente novo e criativo, um modo de vida escolar com

organização de novas formas especiais de aprendizado, respeitando as características

especiais.

De acordo com Mantoan (2005), todos os alunos têm direito a uma escola capaz de

oferecer-lhes condições de aprender na convivência com as diferenças e que valorize o

que eles conseguem entender do mundo e de si mesmo. A autora afirma que os alunos

aprendem das mais diversas formas e nos mais diferentes tempos, e que ensinar não é

submeter o aluno a um conhecimento pronto, mas promover meios pelos quais, com

liberdade e determinação, o aluno possa construir novos saberes, ampliar significados, na

medida em que seus interesses e capacidades forem avançando.

Assim sendo, pretende-se desenvolver o Curso de Formação de Professores para

a Educação Inclusiva, que é uma atividade de extensão do PEE em articulação com o

PDE

Programa de Desenvolvimento da Educação, da SEED/PR, no qual a Unioeste

participa com a orientação científica aos professores estaduais. Propõe-se a discutir e

debater as concepções e formas de tratamento historicamente postas às pessoas com

deficiência, os processos de ensino-aprendizagem, a fundamentação teórica da

Psicologia Histórico-Cultural, a legislação e documentos normativos da educação

inclusiva e propostas de práticas pedagógicas inclusivas, articuladas com rede de apoio

intersetorial; a metodologia prevê a análise e debate de textos científicos e documentos

legais, bem como a elaboração de propostas pedagógicas inclusivas.

A escola, a partir da sua proposta pedagógica, pode efetuar mudanças radicais em

toda a sua estrutura educacional. Para que a educação inclusiva seja realmente efetiva e

eficaz, é necessário que se implementem o que compõe os preceitos legais e normativos,

constituindo as condições concretas desse processo. Sabe-se que, muitas vezes, na

escola, a prática de inclusão tem seguido uma lógica desfragmentada onde os excluídos

devem acostumar-se à exclusão e onde a exclusão é invisível aos olhos, concorda-se

com Gentili (apud VIZIM, 2001, p. 51) quando revela: [...] certamente a invisibilidade é a

marca mais visível dos processos de exclusão neste século que começa. Outro desafio

presente é a superação do caráter meritocrático, homogeneizador e competitivo das

escolas tradicionais oprimem o professor, reduzindo-o a uma situação de isolamento e

impotência, principalmente frente aos seus alunos com deficiência mental, conforme

caracterizam claramente Batista e Mantoan (2007, p. 16).

Diante desse contexto, o presente trabalho busca contribuir com a construção de

um outro olhar sobre os sujeitos e suas possibilidades educacionais, ousando trazer

contribuições sobre o trabalho pedagógico inclusivo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INCLUSÃO: CONCEITO E LEGISLAÇÃO

A Declaração de Salamanca (1994) veio influenciar as decisões políticas brasileiras

junto ao Ministério da Educação no que diz respeito aos debates sobre o conceito,

indicadores, políticas sociais e a atenção educacional dispensada ao aluno com

necessidades educacionais especiais.

Também os movimentos sociais em prol dos direitos humanos ajudaram as

pessoas com necessidades educacionais especiais a conquistarem o direito de plena

participação social e tais conquistas orientaram a reformulação de marcos legais para o

sistema educacional. Um marco histórico neste sentido foi a Declaração dos Direitos

Humanos, de Viena (UNESCO, 1994) que trouxe o princípio da diversidade, colocando o

direito à igualdade no mesmo patamar do direito à diferença: o reconhecimento da

pluralidade de sujeitos portadores de direitos e de seus direitos específicos como parte

integrante e indivisível da plataforma universal dos Direitos Humanos (p. 7). Introduziu-se,

assim a Ética da Diversidade na implantação da política inclusiva, um desafio para a

educação brasileira.

Este avanço do pensamento político em torno da educação inclusiva abre os

horizontes das políticas educacionais, mas traz para a escola a difícil tarefa de romper

com paradigmas tradicionais e propor ações mais amplas que estejam de acordo com as

necessidades histórico-culturais da comunidade que a cerca. Esse rompimento é um

processo longo que envolve desprendimento dos agentes educacionais no que se refere à

mudança na forma de agir.

O significado da palavra incluir poderia ser conceituado como conter em si,

compreender, fazer parte (FERREIRA, 1993, p. 310). Quando se fala em incluir é porque

existem pessoas que estão fora, excluídas. A educação inclusiva não se refere apenas às

pessoas consideradas com deficiência; segue o princípio da educação para todos. A

inclusão é muito mais que estar no mesmo espaço, trocar experiências socializar-se. É

ser respeitado nas suas diferenças e não ter de se submeter a uma cultura, a uma forma

de aprender, a uma língua que não é a sua. É também se sentir parte do grupo,

identificar-se com ele.

Incluir, dentro dessa perspectiva, remete a um processo constante de

conhecimento e de reciprocidade, entretanto incluir não é tornar o outro igual, não é

dominá-lo, submetê-lo a uma forma de aprender que não é a sua, mas respeitar sua

diferença e libertá-lo do ônus com que comumente vive por ser diferente numa sociedade

que estabelece padrões únicos, comuns, de convivência social.

Incluir é romper com os binômios normal/anormal, superior/inferior,

eficiente/deficiente, com preconceitos, com cristalizações, com relações de poder e

dominação. Diferentemente da proposta de Integração, segundo a qual o sujeito deveria

adaptar-se à sociedade, a proposta de Inclusão caracteriza-se num movimento conjunto,

em que a sociedade também deve se modificar para atender à diversidade. O sujeito deve

ter, além de garantidos os seus direitos, o respeito.

Assim, na escola, por exemplo, não deve ser garantido somente o acesso físico,

mas ser asseguradas, também, as reais possibilidades de aprender e,

conseqüentemente, assegurado o sucesso escolar.

Referências sugeridas:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Brasil, 1988.

_______ Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Estabelece os direitos das pessoas com

deficiência, criminaliza o preconceito e dá outras providências.

_______ Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.

_______ Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional LDBEN

______ Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048,

de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica,

e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências.

______ Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios

básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com

mobilidade reduzida, e dá outras providências.

_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, MEC/SEESP, 2008.

_______ Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento

educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei no

9.394, de 20

de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no

6.253, de 13 de novembro de

2007.

_______ Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04/09 e

Parecer nº 13/09. Institui as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o

Atendimento Educacional Especializado AEE na educação básica.

_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota Técnica nº 09,

de 09 de abril de 2010. Orientações para a organização dos Centros de Atendimento

Educacional Especializado AEE.

DECLARAÇÃO DE JOMTIEN. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de

aprendizagem.

Aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Jomtien,

Tailândia - 5 a 9 de março de 1990.

DECLARAÇÃO DE GUATEMALA. Convenção interamericana para a eliminação de todas

as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. Aprovado pelo

Conselho Permanente da OEA, na sessão realizada em 26 de maio de 1999.

(Promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001).

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre princípios, política e práticas na área das

necessidades educativas especiais. Salamanca, Espanha, 10 de junho de 1994.

2.2 ESCOLA INCLUSIVA: FUNDAMENTOS E PROPOSTAS

A escola pode contribuir para isso promovendo a apropriação dos conhecimentos

historicamente construídos e a participação de todos nessa mesma construção,

possibilitando aos alunos com necessidades educacionais especiais tornarem-se sujeitos

ativos, reflexivos e críticos. A inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular é

garantida por lei. Apesar disso, a segregação, muitas vezes, dentro da escola, é um fato

comum. Isso ocorre por vários motivos, seja pelo preconceito, seja pela forma inadequada

de ensino ou por outros fatores também relacionados com as visões de mundo dos

próprios profissionais da educação.

Segundo a Declaração de Salamanca (1994, p. 61),

[...] o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio do currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com comunidade. [...]. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades, especiais deveriam receber qualquer apoio extra de que possam precisar para que se lhes assegure uma educação efetiva.

A proposta de inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular é bastante

discutida por vários autores que, muitas vezes, divergem entre si.

Vejamos o que registram dois dos autores conceituados, os quais têm diferentes

perspectivas sobre a Inclusão.

Na perspectiva de Mantoan (1997), a educação inclusiva é uma proposta de

política pública de educação para todos, segundo a qual os alunos devem estudar numa

escola única, sem divisões, categorizações, modalidades de ensino. A educação inclusiva

deve entrar pela escola regular; para que haja inclusão, o ensino especial deve ser

absorvido pelo ensino regular, mas a escola tem de passar por um processo de

transformação para atender a todos. Assim, no que se refere à inclusão de pessoas com

deficiência mental a autora (1997) afirma que:

[...] o estudo da atividade cognitiva dos deficientes mentais aponta-nos a inclusão escolar dessas pessoas, no ensino regular, como uma condição que poderá contribuir significativamente para estimulá-las a se comportarem ativamente diante dos desafios do meio, abandonando, na medida do possível, os estereótipos, os condicionamentos, a dependência, os quais lhe são típicos. [...]

Acredita-se que, ao incluir o deficiente mental na escola regular, estamos exigindo

desta instituição novos posicionamentos diante dos processos de ensino e de

aprendizagem, à luz de concepções e práticas pedagógicas mais evoluídas (p.119-120).

Contrapondo a essa autora, Carlos B. Skliar (1999) direciona seus estudos para a

educação de surdos e localiza-os nos estudos surdos , que compreendem a educação de

surdos desvinculada da Educação Especial. No que se refere à escola inclusiva, o autor

afirma que:

[...] através dos documentos oficiais, o discurso da escola inclusiva parece operar, pelo menos em dois níveis diferenciados: por um lado um nível supostamente progressista, a partir do qual se denunciam as formas terríveis e temíveis de discriminação e exclusão das escolas especiais; descrevem-se as práticas pedagógicas absurdas ao menos agora assim consideradas; menciona-se o direito dos sujeitos deficientes de assistir às aulas nas escolas públicas junto com as demais crianças; fala-se da obrigação da escola pública de aceitar, conter e trabalhar com a diversidade etc. Porém, por outro lado, parece surgir um nível totalitário, através do qual continua se reproduzindo o contínuo de sujeitos deficientes sem deixar espaço para uma análise diferenciada dos processos e dos efeitos de tais práticas para/ sobre cada um deles (p. 25-26).

Com isso, Skliar propõe que se tenha um olhar crítico para a proposta de Inclusão,

discutindo quais são os argumentos que fundamentam essa proposta e qual a política de

significados, bem como as representações que se produzem e reproduzem nela. Acredita-

se que, mais que o espaço onde ocorrerá a aprendizagem, o importante é verificar se está

na perspectiva de uma proposta Inclusiva e se essa aprendizagem está possibilitando a

inclusão social desses sujeitos com deficiência. Nessa perspectiva, para que seja

inclusiva, a escola tem de ter uma filosofia de profundo respeito às diferenças.

Vigotski (1989) traz contribuições importantíssimas no que se refere a como

conceber o sujeito e sua deficiência, numa concepção sócio-histórica e sua contribuição

para a educação. Considerando a importância desse autor e de sua obra tanto para

Educação Especial como para educação em geral, é importante tentarmos entender como

se concebe a inclusão numa concepção histórico - cultural.

Vigotski (1997), em sua teoria, fortaleceu a importância do social no que diz

respeito à constituição do sujeito. Defendeu que, muito mais que o defeito em si, é a

realização sociopsicológica do sujeito que definirá sua personalidade, considerando,

assim, que o sujeito deve ser estudado numa perspectiva qualitativa e não como uma

variação quantitativa.

Assim, olhar a inclusão sob esse prisma implica entendê-la como um processo em

que as relações sociais têm fundamental importância. No caso da inclusão escolar, a

educação tem de ser significativa para o sujeito, dar sentido e significado à sua vida.

Trata-se de possibilitar interações sociais que sejam mediadoras, proporcionando ao

sujeito que compreenda o mundo em que está inserido e possa ser autônomo,

participativo e ativo na construção desse mundo e de sua própria história. Sob essa

perspectiva, a escola torna-se muito importante nesse processo.

Em nossa sociedade, a escola assume um papel de destaque no que se refere à

aprendizagem, pois alguns conhecimentos socialmente construídos, alguns códigos

sociais e algumas normas de conduta são aprendidos exclusivamente na escola. E, com

isso, ela se torna chave para a inserção do sujeito em nossa sociedade e, para que o

sujeito possa compreender e se posicionar em alguns espaços sociais, faz-se necessária

a educação que a escola traz.

Seguindo os conceitos da Psicologia Histórico Cultural na educação escolar, a

escola inclusiva deve levar o sujeito a uma reflexão crítica sobre si e sobre o mundo em

que vive; deve permitir o desenvolvimento da capacidade do aluno de conviver com a

diferença, respeitando-a; deve desafiá-lo, instigá-lo, buscar formas de não reforçar o

sentimento de incapacidade dos alunos, mas desvendar as suas potencialidades.

A abordagem histórico cultural de aprendizagem e desenvolvimento aponta a

heterogeneidade como característica de qualquer grupo humano e como fator

imprescindível para as interações em sala de aula. A diversidade de experiências,

trajetórias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada

membro do grupo, viabiliza, no cotidiano escolar, a possibilidade de trocas, confrontos,

ajuda mútua e conseqüente ampliação das capacidades individuais e coletivas. Vigotski

(1997) deixa claro que está preocupado com um projeto de sociedade e, desse modo, a

proposta de uma escola para todos deve estar diretamente ligada a esse projeto. Sob

esse olhar, propõe que a educação seja diferente para todos, e não somente para a

pessoa com deficiência. Propõe que sempre estejamos dispostos a compreender e a

conhecer o processo pelo qual cada criança aprende, tenha ela deficiência ou não.

Referências sugeridas:

LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004.

LUNARDI, G.M. As práticas curriculares de sala de aula e a constituição das diferenças

dos alunos no processo ensino aprendizagem. Disponível em:

http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt15/gt151363int.rtf. Acesso em: 29 set 2010.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. O direito de ser, sendo diferente, na escola. In:

RODRIGUES, David (org). Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação. São

Paulo: Summus, 2006. p. 183-209.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo:

Memnon, edições científicas, 2001.

PADILHA, Anna Maria Lunardi. Inclusão, práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisa.

In: JESUS, Denise Meirelles de; BAPTISTA, Claudio Roberto; ARRETO, Maria Aparecida

Santos Corrêa; VICTOR, Sônia Lopes (orgs) O discurso da inclusão social e escolar:o

sim e o não. Porto Alegre: Mediação/ Prefeitura Municipal de Vitória/ CDV/ FACITEC,

2007.

PATTO, Maria Helena Souza. Políticas atuais de inclusão escolar: reflexão a partir de um

recorte conceitual. In: SILVEIRA BUENO, Jose Geraldo; MENDES, Geovana Mendonça

Lunardi; SANTOS, Roseli Albino dos Santos (orgs). Deficiência e escolarização: novas

perspectivas de análise. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2008. p. 25 - 42.

ROSSETO, Elisabeth. Sujeitos com deficiência no ensino superior: vozes e significados.

Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul -Faculdade

de Educação - Programa de Pós-Graduação em Educação - Porto Alegre, 2010.

VIGOTSKI, L. S. Fundamentos de Defectologia. In: Obras Completas. Tomo V, Havana:

Editorial Pueblo y Educación, 1997.

2.3 REDES DE APOIO A INCLUSÃO

É importante termos claro que construir uma escola inclusiva é uma tarefa social,

não só do professor, não só da escola, mas de todo um conjunto de pessoas e órgãos

que, juntos, responsabilizem-se e articulem-se para modificar as situações que impedem

a qualidade da educação da maioria da população brasileira.

A rede de apoio, de acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Especial

para a Construção de Currículos Inclusivos (PARANÁ 2006), constitui um conjunto de

serviços, ofertados pela escola e comunidade em geral, para dar respostas educativas às

dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos com necessidades

educacionais especiais, articulando a educação com os serviços das políticas públicas de

saúde, assistência social, trabalho, justiça, cultura:

O princípio de sustentação da rede de apoio é que os diferentes segmentos

envolvidos funcionem em rede, numa teia infinita de fios invisíveis em que cada elemento

seja interdependente do outro, influenciando-se mutuamente (p.53).

A partir da promulgação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) pelo MEC, documentos foram deliberados e

publicizados para orientar a sua implantação. Assim, na Resolução nº 04/2009 do

Conselho Nacional de Educação /Câmara de Educação Básica (BRASIL, 2009), são

instituídas diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado - AEE

na educação básica, modalidade educação especial, sendo que no Artigo 2º está exposto:

O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por

meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que

eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de

sua aprendizagem.

É esclarecido no Parágrafo Único do referido artigo que, para fins destas Diretrizes,

consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram

condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida,

promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos

mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes

e dos demais serviços.

Considera-se nesta resolução que a Educação Especial se realiza em todos os

níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o Atendimento Educacional Especializado

como parte integrante do processo educacional.

O público-alvo do AEE, de acordo com o Art. 4º, é assim definido:

I - Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. II - Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III - Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

Compreende-se que o Atendimento Educacional Especializado realiza-se,

prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola

de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não substituindo as classes comuns.

Mas pode ser realizado, também, em Centro de Atendimento Educacional Especializado

da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados,

Distrito Federal ou dos Municípios. Ainda, nos casos de Atendimento Educacional

Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo

respectivo sistema de ensino, a Educação Especial de forma complementar ou

suplementar.

Quanto aos alunos com altas habilidades/superdotação, explicita-se na resolução,

que terão suas atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de

escolas públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades para altas

habilidades/superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao

desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes.

No que se refere ao financiamento e manutenção deste atendimento, está previsto

no Artigo 8º que serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com

o Decreto nº 6.571/2008, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular

público que tiverem matrícula concomitante no AEE, cujas orientações operacionais estão

contidas na Nota Técnica nº 9/10, da Secretaria de Educação Especial do MEC (BRASIL,

2008, 2010).

Ressalta-se que o projeto político pedagógico da escola de ensino regular deve

institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua organização, nos seguintes aspectos:

I - sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos; II - matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola; III - cronograma de atendimento aos alunos; IV - plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; V - professores para o exercício da docência do AEE; VI - outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção; VII - redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o AEE. Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos público-alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem necessários (BRASIL, 2009).

Porém toda e qualquer proposta de AEE, prevista nos projetos políticos

pedagógicos, sejam de Centros de Atendimento Educacional Especializado público ou

privado sem fins lucrativos, conveniado para essa finalidade, precisam ser aprovadas pela

respectiva Secretaria de Educação ou órgão equivalente. O plano de trabalho do AEE é

de competência dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou

Centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a

participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da

assistência social, entre outros necessários ao atendimento. Há que se considerar, ainda,

o conjunto das ações e tecnologias de acessibilidade, já definidas na Lei nº 10.098/2000,

regulamentada pelo Decreto nº 5.296/2004, que também dizem respeito à escola, além

dos demais setores da sociedade (BRASIL, 2000; 2004).

Trata-se de um trabalho compartilhado que procura otimizar a provisão de serviços

e recursos para atender a todos os alunos, independentemente de apresentarem

diferenças significativas, reconhecendo que a escola tem como fim desenvolver as

capacidades acadêmicas, cognitivas, afetivo-emocionais e sociais que potencializem o

desenvolvimento pessoal de cada um deles.

A escola é uma instituição especializada na educação das novas gerações. Sua

finalidade específica consiste em colocar à disposição dos educandos, mediante

atividades sistemáticas e programas, o patrimônio cultural da humanidade.

Entende-se, que o processo de construção de um sistema educacional inclusivo é

responsabilidade de todos que fazem parte da sociedade e que a escola regular é

considerada um dos meios mais eficientes e eficazes para combater as atitudes

preconceituosas e discriminatórias, na tentativa de oferecer educação de qualidade para

todos. Sabe-se da importância do papel que o professor exerce no processo ensino

aprendizagem e o seu compromisso em atender e responder as necessidades

educacionais de todos os alunos, cada um com suas peculiaridades, isto é, de atender à

diversidade que se apresenta na sala de aula. Ampliar a compreensão do processo de

ensino, cuja liderança é do professor, bem como, da aprendizagem que os alunos

construirão, pode compreendido no que Batista e Mantoan (2007) afirmam:

Ensinar é um ato coletivo, no qual o professor disponibiliza a todos alunos, sem

exceção, um mesmo conhecimento. Ao invés de adaptar e individualizar/diferenciar o

ensino para alguns, a escola comum precisa recriar suas práticas, mudar suas

concepções, rever seu papel, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças.

As práticas escolares que permitem ao aluno aprender e ter reconhecidos e

valorizados os conhecimentos que é capaz de produzir, segundo suas possibilidades, são

próprias de um ensino escolar que se distingue pela diversificação de atividades. O

professor, na perspectiva da educação inclusiva, não ministra um ensino diversificado e

para alguns. Ele prepara atividades diversas para seus alunos (com e sem deficiência

mental) ao trabalhar um mesmo conteúdo curricular. Essas atividades não são graduadas

para atender a níveis diferentes de compreensão e estão disponíveis na sala de aula para

que os alunos as escolham livremente, de acordo com seus interesses (p. 17 -18).

A escola, entretanto, no que se refere ao atendimento de pessoas consideradas

com alguma deficiência, teve como base a medicina e, com isso, acabou por assumir uma

proposta voltada a um atendimento clínico, terapêutico, de reabilitação ou simplesmente

de socialização, deixando de lado sua finalidade.

Refletir sobre as mudanças necessárias de um paradigma biológico para um sócio

cultural implica em estudos importantes sobre as dimensões psicológicas da

aprendizagem e como se articulam na personalidade do sujeito.

É evidente que a aprendizagem está diretamente relacionada com outras áreas

como a da saúde, a área social, a área econômica etc. A escola, porém, não tem de dar

conta sozinha de todas as áreas, por isso é fundamental que ela trabalhe em parceria

com outras instituições, órgãos, associações etc., podendo contar com uma rede de apoio

no atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, de modo que cada

um cumpra o seu papel e se complemente para possibilitar o desenvolvimento e a

aprendizagem discentes.

Referências sugeridas:

BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04/09 e

Parecer nº 13/09. Institui as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o

Atendimento Educacional Especializado AEE na educação básica.

_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota Técnica nº 09,

de 09 de abril de 2010. Orientações para a organização dos Centros de Atendimento

Educacional Especializado AEE.

FERREIRA, M. C. e FERREIRA, J. R. Sobre inclusão, políticas públicas e práticas

pedagógicas. In: GÓES, Maria Cecília Rafael; LAPLANE, Adriana Lia Friszman. Políticas

e práticas de educação inclusiva. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. p. 21-48.

JANNUZZI, Gilberta de M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do

século XXI. 2ª ed. Campinas, SP: Editores Associados, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes

Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos. Curitiba,

2006.

_______ Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Inclusão e

Diversidade: reflexões para a construção do Projeto Político Pedagógico. Material para a

Semana Pedagógica 2005.

SILVEIRA BUENO, José Geraldo. Educação especial brasileira: integração/segregação

do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993.

Filmes sugeridos:

Uma Lição de Amor

Nome original: I Am Sam

Pais de origem: EUA

Produtora: Marshall Herskovitz, Jessie Nelson, Richard Solomon, Edward Zwick

Diretor: Jessie Nelson

Ano de lançamento: 22 de Março de 2002

Duração: 132 minutos

Estilo : Drama

Sinopse:

Sam (Sean Penn) é um homem com problemas mentais que tenta recuperar a guarda de

Lucy (Dakota Fanning), sua filha de sete anos. A menina é intelectualmente superior ao

pai e por isso ele perdeu a guarda da filha e os dois vivem separados. Uma advogada

(Michelle Pfeiffer) acredita que Sam pode cuidar de sua filha e resolve defendê-lo, o que

se torna um desafio para sua carreira e uma lição sobre a instituição familiar. O filme não

trata do diagnóstico do Sam, mas este apresenta vários sintomas do autismo.

O Oitavo Dia

Pais de origem: Francesa

Sinopse:

Apesar de desenrolar em torno de um jovem com síndrome de Down e não sobre o tema

autismo, é um filme interessante, pois mostra aspectos que caem como luva na questão

do autismo/autista. Trata ao mesmo tempo de questões como o impacto causado por uma

pessoa com necessidades especiais, na família, mostra de forma rápida e contundente o

efeito sobre pais e irmãos. Mostra a questão da sexualidade que existe, é proibida e

ignorada nas pessoas com necessidades especiais. Faz-nos refletir a respeito do que

mais nos aflige, o futuro de nossos tão especiais, especiais. Como atração, nos leva do

riso ao choro de uma forma bem dosada.

Vídeos sugeridos:

Simples como amar - def. intelectual/reprovação

Informações Adicionais:

Carla Tate é uma moça de 24 anos, com leve deficiência intelectual, que após anos

morando em uma escola especial volta para casa cheia de sonhos e ambições. Sua

necessidade de realização pessoal se expressa de formas que sua mãe é incapaz de

aceitar. Quando se apaixona pela primeira vez, Carla desafia a mãe para provar que,

apesar das aparências, ela tem capacidade de ser uma mulher adulta e responsável, que

merece amar e ser amada.

Neste trecho, Carla e Daniel vão ao Baile Hallowen da escola. Após anunciarem que as

notas já estavam disponíveis vão juntos ver o resultado. Carla fica muito feliz por ter

passado em uma escola regular, porém Daniel fica triste porque não conseguiu passar e

faz um desabafo.

O trecho permite discutir o preconceito que vivenciam e os sentimentos de alunos

especiais inclusos que não conseguem atingir os mesmos resultados que os alunos ditos

normais , bem como daqueles que conseguem.

Palavras-chave: deficiência Intelectual, relações familiares, escola, notas, aprovação,

reprovação, alegria, tristeza, preconceito, vergonha.

Fonte: (The Other Sister), 131min, 1999 (EUA) - Direção: Garry Marshall.

Diversidade - Dia Internacional Síndrome de Down

Informações Adicionais:

Vídeo da música "Diversidade", cedida pelo cantor Lenine para ser a música tema do Dia

Internacional da Síndrome de Down de 2011. Trata-se de uma montagem de fotografias

de crianças e jovens com síndrome de Down. O tema é "Inclusão acontecendo, amplie

este exemplo!

Acesse a notícia:

www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=345

Palavras-chave: Inclusão, Deficiência Intelectual, Síndrome de Down, Dia Internacional da

Síndrome de Down, diversidade.

Fonte: Youtube

Vygosky e o filme Escritores da Liberdade

Informações Adicionais:

O vídeo apresenta a análise de algumas cenas do filme "Escritores da Liberdade", fazendo um paralelo com o livro "Formação Social da Mente" de Vygotsky.

Palavras-chave: escola para todos, transformação, zona de desenvolvimento proximal.

Fonte: Youtube

Política de Inclusão Educacional PR

Informações Adicionais:

O vídeo apresenta alguns pressupostos da Política de Inclusão Educacional do Paraná, apresentando fotos de alunos inclusos em diversos NREs.

Tamanho: 18 MB

Duração: 02:49 Minutos

Palavras-chave: Educação Inclusiva, inclusão responsável, escolas, inclusão.

Fonte: Encontro de Diretores da rede Estadual do Paraná - 2009

Crianças com Necessidades Especiais

Informações Adicionais:

Neste vídeo o educador e psicólogo Marcos Meier fala sobre a importância e os

benefícios da convivência com crianças portadoras de necessidades especiais.

Palavras-chave: síndrome de down, preconceito, benefícios, criança especial,

convivência, escola, metodologia de ensino, educação inclusiva.

Tamanho: 9929 KB

Duração: 02:58 Minutos

Fonte: http://www.marcosmeier.com.br/videos.php?id=5

Aluno autista: relato

Informações Adicionais:

Conheça a história de Matheus Santana da Silva, 14 anos, autista que estuda em uma

turma regular de escola pública em São Paulo desde a 1a série.

Palavras-chave: Inclusão Educacional, escola regular, relato de caso, aluno especial,

autismo, visão da professora, medo, visão da mãe, escola especial, funcionalidade,

matemática, visão dos colegas, inclusão.

Tamanho: 41,4 MB

Duração: 06:59 Minutos

Fonte: Revista Nova Escola.

3 PROGRAMAÇÃO:

Curso de Formação de Professores para a Educação Inclusiva

Duração: 40 horas/aula

Locais: Colégio Estadual José de Alencar, em Braganey.

Cronograma e Conteúdos: 10 encontros quinzenais de 4 horas/aula cada um no período

de agosto a dezembro de 2011.

Horário: 13:30 as 17:30 h.

- 01/08

apresentação do Projeto do Curso; levantamento das maiores dificuldades

encontradas na prática pedagógica cotidiana;

- 15/08 pessoa com deficiência na história, concepções e tratamento;

- 29/08 legislação atual a respeito da educação inclusiva;

- 12/09

documentos normativos a respeito do Atendimento Educacional Especializado

a sala de recursos multifuncionais;

- 26/09

contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para o processo de ensino-

aprendizagem (I);

- 10/10

contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para o processo de ensino-

aprendizagem (II);

- 24/10 a rede de apoio à inclusão escolar; articulações interinstitucionais;

- 07/11

construção de uma possível proposta metodológica embasada na abordagem

reflexiva conforme os conteúdos trabalhados (I);

- 21/11

construção de uma possível proposta metodológica embasada na abordagem

reflexiva conforme os conteúdos trabalhados (II);

- 05/12 Elaboração de síntese coletiva do Curso e avaliação dos cursistas e do Curso.

4 METODOLOGIA:

Este material constitui-se como um roteiro de estudos, com sugestões de

bibliografias, documentário, filme e letra de música. Tendo como objetivo contribuir para

reflexão e formação docente, no sentido de que as práticas pedagógicas dos professores

possam se fundamentar. Sendo possível a partir daí construir propostas de inclusão

escolar coerentes, necessárias e significativas.

As atividades constarão de:

- divulgação do Curso no respectivo Colégio,

- realização das inscrições,

- organização da turma,

- organização de sala de aula e equipamentos necessários,

- docência do Curso conforme a Programação,

- registro da participação dos cursistas (presenças, ausências, cumprimento de

atividades),

- elaboração do relatório da turma.

Os encontros serão precedidos de leituras indicadas, para melhor

acompanhamento da exposição oral do conteúdo, dialogada com os cursistas e

acompanhada de esquemas, ilustrações (uso de data show) e questões provocativas de

reflexão e debate; também serão exibidos filmes que tratam da temática, seguidos de

discussão.

5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: a freqüência de 75% dos encontros, a participação ativa

nas discussões e debates e o cumprimento das tarefas determinadas são os elementos

avaliativos.

6 PARTICIPANTES

NOME CPF RG FUNÇÃO

Andréa Patrícia da Silva 032491709-09 7692224-1 Professora EFM

Aparecida de Fátima S. Castro 620102989-34 4078789-5 Agente Educacional I

Cristiane Lopes Ferreira 047300269-85 8415806-2 Agente Educacional II

Daniel Luis Vidal 525197599-68 4242844-2 Diretor

Dilma portes de Oliveira Carrano 643747349-53 4338206-3 Professora EFM

Dionizia Cândida Correa Modolo 628257989-91 4494333-6 Professora EFM e

pedagoga

Domercilia Cândida Correa Frison 817503589-72 4675442-5 Professora EFM

Edemara Picageviz Paluski 038103349-01 7807894-4 Professora EFM

Elizabete Presa da Silva 900889229-20 4137232-0 Professora EFM e de

Sala de Recursos

Elizabethe Maria Rosa 028934739-29 14214720 Professora EFM

Flaviani Macedo 040113529-26 7838737-8 Agente Educacional II

Gislaine Pântano de Oliveira 911063549-15 3133494-2 Professora EFM

Gracielle Aparecida Muller 036201259-88 7893739-4 Professora EFM e do

CADV

Ilda Joana de Macedo 786641289-87 6480653-0 Agente Educacional I

Ione Kuhn 851712639-49 5689719-4 Professora de

Educação Especial

Irene Vergílio Nolli 554848409-53 4119838-9 Professora EFM

Jenekelli Jablonski 024053209-08 5718423-0 Professora EFM

José da Costa 492985859-34 3058814-2 Agente Educacional I

Josefa Maria da Costa Macedo 644283209-06 3797719-5 Agente Educacional II

Josefa Maria Ramos 298040439-04 3800174-4 Agente Educacional I

Maria Candido 335739059-00 1742344-4 Professora EFM e de

Educação Especial

Maria de Lourdes Rodrigues 985566069-20 6193171-6 Agente Educacional I

Maria Salete de Godoy 581221099-34 3992258-4 Agente Educacional II

Marli Fabichacki Pereira 747785289-72 5207582-3 Professora EFM

Noeli Aparecida da Silva 799425209-53 5186855-2 Diretora Auxiliar e

Pedagoga

Pedro Pereira de Macedo 297365019-49 2212534-6 Agente Educacional I

Ronaldo Fernandez Corso 055407899-62 9080589-4 Agente Educacional I

Rosangela Ananias dos Santos Inácio 025156089-90 4930134-0 Agente Educacional I

Rosmari Sgarbi Yanesko 574930229-68 3729148-0 Professora EFM

Rute Barbosa de Souza

Wischiniewski

028459939-51 6323682-9 Agente Educacional I

Salete Cristina Helker Senn 799425399-72 5186841-2 Pedagoga

Simone Denardin Martins 021382409-40 5718460-4 Professora EFM e

Educação Especial

Sirlene Tosta das Neves Jordão 985567209-78 5567381-0 Professora EFM e

Educação Especial

Solange Bendo Barbosa 808041449-15 4608064-5 Professora EFM

Sônia P. Fernandez 041929879-70 8159803-7 Professora EFM

Zenilda S. Effgen 032714519-66 7893803-0 Professora EFM