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Técnico em Segurança do Trabalho Ergonomia e Saúde ocupacional Disciplina:

Material EAD - Segurança do Trabalho - Ergonomia e Saúde ocupacional

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Técnico emSegurança do Trabalho

Ergonomia e Saúde ocupacional

Disciplina:

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Governador: Eduardo Henrique Accioly Campos

Vice-Governador: João Soares Lyra Neto

Secretário de Educação: Anderson Stevens Leônidas Gomes

Secretário Executivo de Educação Profissional: Paulo Dutra

Gerente Geral da Educação Profissional: Luciane Pulça

Gestor de Educação a Distância: George Bento Catunda

Coordenador do Curso: Carlos Cunha

Professora Pesquisadora: Maria Luisa Muniz

Equipe Central de Educação a Distância:Andréia Guerra; Carlos Cunha; Eber Gomes; Gustavo Tavares; Maria de Lourdes Cor-

deiro Marques; Maria Helena Cavalcanti;Mauro de Pinho Vieira; Pedro Luna; Reginaldo Filho

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03Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

1. Competência 1: Compreender e identificar os serviços de saú-de ocupacional necessários à sua organização, no que tange ao cumprimento das políticas de Saúde e Segurança no Trabalho (SST);

2. Competência 2: Estabelecer ações preventivas e corretivas para a promoção da saúde ocupacional no ambiente de trabalho;

3. Estruturar e desenvolver avaliação ergonômica nos ambientes de trabalho .

PROGRAMA DA DISCIPLINA

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04Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

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AET – Análise Ergonômica de trabalhoCA – Certificado de AprovaçãoCAT – Comunicação de Acidente de TrabalhoCIPA – Comissão Interna de Prevenção de AcidentesCLT – Consolidação das Luis do TrabalhoCNAE – Classificação Nacional de AtividadesEPC – Equipamento de Proteção ColetivaEPI – Equipamento de Proteção IndividualLT – Limite de TolerânciaMTE – Ministério do Trabalho e EmpregoNR – Norma RegulamentadoraOIT – Organização Internacional do TrabalhoOMS – Organização Mundial da SaúdePCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde OcupacionalPPRA – Programa de Prevenção de Riscos AmbientaisSESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medi-cina do TrabalhoSIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do TrabalhoSST – Saúde e Segurança no Trabalho

LISTA DE ABREVIATURAS

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Técnico emSegurança do Trabalho

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

INTRODUÇÃO

1º COMPETÊNCIA - Compreender e identificar os serviços de saúde ocupacional necessários à organização, no que tange ao cumprimento das políticas de Saúde e Segurança no Trabalho (SST).

1.1 Histórico da Saúde Ocupacional1.2 Norma regulamentadora 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)1.3 Norma regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Aci-dentes (CIPA)

2º COMPETÊNCIA - Estabelecer ações preventivas e corretivas para a promoção da saúde ocupacional no ambiente de trabalho

2.1 Fatores de Risco2.2 Mapa de risco2.3 Doenças e acidentes ocupacionais2.4 Medidas de prevenção dos riscos

3º COMPETÊNCIA - Estruturar e desenvolver avaliação ergonômica nos ambientes de trabalho

3.1 Surgimento da ergonomia3.2 Classificação da ergonomia

SUMÁRIO

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3.3 Norma regulamentadora 17 - Ergonomia3.4 Análise ergonômica de trabalho (AET)

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

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Técnico emSegurança do Trabalho

Seja bem vindo(a) a mais uma disciplina do módulo I, do curso de Técnico de Segurança do Trabalho!

Caro(a) cursista, vamos seguir juntos nesta jornada e, aprovei-tar este momento de interação para aprender um pouco sobre Saúde Ocupacional e Ergonomia. Entenderemos qual a importância desta dis-ciplina, na prática diária do técnico de segurança do trabalho e como os conhecimentos dela irão dar consistência e facilitar as ações, a serem realizadas pelo profissional especialista nessa área.

Podemos destacar vários questionamentos qu,e ao longo da dis-ciplina, vamos responder, como por exemplo:

Quando e porque surgiu a preocupação com as condições labo-rais dentro das indústrias? Quais são os serviços que atuam na Saúde Ocupacional do trabalhadores e como eles se estruturam e atuam nas empresas? Quais são os fatores de risco ambientais e porque a neces-sidade de identificá-los? O que é um mapa de risco, qual a sua impor-tância e como é feita a sua elaboração? Quais os cuidados que se deve tomar ao elaborar as medidas de prevenção em um local de trabalho? Quando surgiu a ergonomia e como ela se classifica? Como é realizada a análise ergonômica do trabalho?

Pretendemos esclarecer e discutir todas estas perguntas e acreditamos que, ao fim da disciplina, você, prezado(a) cursista, estará apto a respondê-las. Mas não apenas isso! Ao final, o aluno, além de obter o conhecimento teórico, será capaz de identificar os riscos am-bientais existentes em locais de trabalhos diversos e saberá elaborar um mapa de risco, além de ter as informações necessárias para colocar em prática uma análise ergonômica do trabalho.

Bons estudos!

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

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Técnico emSegurança do Trabalho

A definição de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a de um completo bem estar físico, psíquico, social e espiritual.Ela também é vista como um processo, uma construção do ser huma-no. A saúde e o trabalho, nos dias de hoje, já carregam uma relação de causa e efeito bem definida. Sendo assim, o trabalho termina por ser um dos determinantes dessa construção, ou seja, um dos determinantes da saúde dos cidadãos.

Caro(a) cursista, a partir do primeiro parágrafo, podemos con-cluir que o ambiente do trabalho, os equipamentos utilizados e a organi-zação das atividades são fatores decisivos para a saúde dos trabalhado-res. Por isto, a importância de estudar a saúde ocupacional, os fatores de risco para doenças e acidentes existentes no ambiente de laboral e as medidas de prevenção de agravos. Para conseguirmos resultados positivos é necessário um esforço conjunto dos empregadores, dos tra-balhadores, do Estado e da sociedade civil para melhorar a segurança, a saúde e o bem-estar no trabalho.

Dessa forma, vamos começar a 1º competência fazendo um apanhado histórico geral da saúde ocupacional e, comentando como e quando surgiram os primeiros serviços voltados à prevenção de agravos em funcionários. Além disso, serão abordados através de Normas regu-lamentadoras (NRs), alguns serviços que atualmente prestam atendi-mento de prevenção de doenças e acidentes no local de trabalho.

Na 2º competência, iremos conhecer os riscos ambientais deta-lhadamente e, posteriormente, aprenderemos o que é o mapa de risco, a sua importância e o passo a passo na sua elaboração. Mas não vamos parar por aqui, após aprendermos a identificar estes riscos, começare-mos a pensar em medidas para preveni-los e deixar o local de trabalho o mais saudável possível.

Encerremos esta disciplina na 3º competência, onde será abor-dada uma ciência denominada de ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a sua importância, classificação e campo de aplicação. Por fim, iremos compreender como realizar uma análise ergonômica do tra-balho e qual a sua importância e utilidade.

INTRODUÇÃO

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Caro(a) aluno(a), iremos iniciar a 1º competência desta discipli-na, fazendo uma abordagem geral do histórico da saúde ocupacional. Vamos compreender quando surgiu a preocupação com a saúde dos tra-balhadores e quais foram as medidas tomadas inicialmente na época da Revolução Industrial visando a redução dos acidentes e a prevenção dos riscos existentes no ambiente laboral. Compreenderemos também como este contexto levou a criação dos primeiros serviços de saúde ocupacional e atualmente quem são eles e como funcionam dentro das empresas.

Histórico da Saúde Ocupacional

O homem foi percebendo que algumas substâncias de origem animal, vegetal ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas, são ca-

COMPETÊNCIA 1: COMPREENDER E IDENTIFICAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE OCUPACIONAL NECESSÁRIOS À ORGANIZAÇÃO, NO QUE TANGE AO CUMPRIMENTO DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST).

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pazes de produzir doenças e até mesmo de causar a morte. Há cerca de 400 anos Paracelso discorreu:“Todas as substâncias são tóxicas. Não há uma que não seja vene-

no. A dose correta é que diferencia um veneno de um remédio.”Através desta reflexão e, com os conhecimentos mais atuais, po-

demos concluir que qualquer substância presente no ambiente do tra-balho pode vir a produzir algum efeito adverso, quando em contado com o organismo humano.

É importante resaltar que diversos fatores, em conjunto, vão in-terferir no desenvolvimento de alguma doença ocupacional, como por exemplo: o tempo de exposição ao agente, a concentração das subs-tâncias, a quantidade do agente no ambiente laboral, a intensidade da exposição e a suscetibilidade individual do trabalhador.

Sendo assim, quanto maior for o tempo de exposição ao agente, a concentração das substâncias, a quantidade do agente no ambiente laboral e a intensidade da exposição, mais vulnerável ao adoecimento estarão os trabalhadores. Entretanto o aparecimento ou agravamento

Imagem 01: Mineradores

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das doenças ocupacionais serão determinados pela suscetibilidade in-dividual, ou seja, características particulares de cada pessoa. Algumas pessoas são mais altas, outras são magras, umas tem a pele escura, ou-tras a imunidade mais baixa e determinados grupo tem uma facilidade maior a adquirir determinadas doenças quando comparados a outros.

A Revolução Industrial foi iniciada na Europa (Inglaterra, Franca e Alemanha) e ocorreu entre 1760 e 1850. Nesta época, as condições de trabalho eram precárias: não havia limites nas jornadas de trabalho; o ambiente era fechado e as máquinas, sem nenhuma proteção. Conse-quentemente, as doenças e os acidentes com mutilações e óbitos, eram numerosos e as doenças infectocontagiosas se disseminaram.

Neste momento, onde a força de trabalho era explorada de for-ma desumana visando apenas à produtividade das grandes indústrias, tornou-se necessário uma intervenção, sob a pena de inviabilidade de sobrevivência dos trabalhadores. Foi neste contexto que surgiu, na In-glaterra, a medicina do trabalho.

O interesse inicial brotou de um proprietário de uma fábrica têx-

Imagem 02: Revolução Industrial

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til chamado Robert Dernham que estava preocupado com a saúde de seus trabalhadores que não dispunham de nenhum cuidado médico, além dos prestados por instituições filantrópicas.

Dernham procurou o seu médico particular, Robert Baker, e lhe questionou qual seria a melhor maneira ara ele resolver esta situação. A resposta de Baker foi:“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de ma-neira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de cau-sas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma, você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado”.

Imagem 03: Crianças trabalhando em fábrica têxtil

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Surgiu assim em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para trabalhar em sua fábrica, o primeiro serviço de medicina do traba-lho.

Vamos agora reler atentamente a resposta dada por Baker. Se prestarmos atenção poderemos observar que em suas palavras des-pontam os elementos básicos das expectativas do capital quando às fi-nalidades de um serviço de medicina do trabalho:

• Serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do em-presário e que estivessem dispostas a defendê-lo;

• Serviços que fossem centrados na figura do médico;• Seria uma tarefa eminentemente médica a prevenção dos

danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho;• Ao médico cabia a responsabilidade pela ocorrência de pro-

blemas de saúde.

Devido à inexistência ou precariedade dos serviços de saúde e por contemplar as expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se difundiu rapidamente entre vários países. Os serviços de medicina do trabalho passaram a criar e manter a dependência do tra-balhador e de seus familiares ao mesmo tempo em que controlava dire-tamente a força de trabalho.

Algumas indústrias, em especial nos Estados Unidos, se man-tiveram muito resistentes em prestar uma atenção especial aos pro-blemas de saúde de seus trabalhadores. As primeiras iniciativas em relação a serviços médicos apenas surgiram a partir do aparecimento da legislação sobre indenizações, em casos de acidentes de trabalho. Nestes casos, o interesse principal dos empregadores era reduzir o cus-to das indenizações.Os movimentos mundiais com relação à saúde do trabalhador passaram a interessar à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS). Através da recomendação nº112 de 1959 a OIT define os Serviços de Saúde Ocupacional como sendo serviços mé-dicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades com as seguintes finalidades:

• proteger os trabalhadores contra qualquer risco à sua saú-

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de, que possa decorrer do seu trabalho ou das condições em que este é realizado;

• contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador, obtido especialmente pela adaptação do trabalho aos traba-lhadores, e pela colocação destes em atividades profissio-nais para as quais tenham aptidões;

• contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos traba-lhadores.

A recomendação nº 112/59 foi um importante marco no processo de organização dos serviços de saúde do trabalhador. Um dos maiores méritos desta recomendação foi o de definir as funções dos serviços de medicina do trabalho, destacando-se os seguintes aspectos:

• As funções dos serviços de medicina do trabalho deveriam ser essencialmente preventivas;

• Realização dos exames médicos ocupacionais (admissional, periódico, demissional e especiais);

• Visitação periódica aos locais de trabalho para identificar fa-tores de risco que possam afetar a saúde dos trabalhadores;

• Inspeção periódica das instalações sanitárias e de conforto (vestiário, refeitório, alojamento, etc);

• Orientação na alimentação dos trabalhadores;• Registro sistemático de todas as informações referentes à

saúde dos trabalhadores; • Providenciar os primeiros socorros às vítimas de acidentes

ou indisposições; • Manter estreito relacionamento com os demais serviços e

órgãos da empresa, e com órgãos externos interessados em questão de segurança, saúde e bem-estar social dos traba-lhadores.

Além de definir as funções dos serviços de medicina do traba-lho, consta ainda da Recomendação nº 112/59 as seguintes disposições gerais:

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• O serviço de medicina do trabalho deveria ser dirigido por um médico, que, deveria subordinar-se diretamente à dire-ção da empresa;

• O médico responsável pelo serviço deveria ter formação es-pecializada em medicina do trabalho;

• Os médicos do trabalho deveriam gozar de independência profissional e moral completa, tanto em relação ao empre-gador como em relação aos empregados e seus represen-tantes;

• O pessoal de enfermagem agregado ao serviço deverá ter qualificação, de acordo com normas fixadas pelo organismo competente;

• Os locais e equipamentos dos serviços de medicina do tra-balho deveriam estar de acordo com as normas fixadas pelo organismo competente;

• A prestação dos serviços de medicina do trabalho não deve-riam ocasionar nenhum gasto aos trabalhadores, sendo que seu funcionamento deveria correr por conta do empregador e/ou do Estado;

• Os trabalhadores e suas organizações deveriam colaborar, plenamente, na consolidação dos fins dos serviços de medi-cina do trabalho.

Como se deu a evolução da Saúde Ocupacional aqui no Brasil?

A América Latina, incluindo o Brasil, passou pelo processo da Revolução Industrial por volta de 1930, bem mais tarde que os países norte-americanos e europeus. Apesar da experiência já vivida pelos de-mais países, passamos pelas mesmas fases. Em 1970 o Brasil já era considerado o campeão de acidentes de trabalho.

Aqui no Brasil, os serviços médicos dentro das empresas foram criados por iniciativa dos empregadores e são razoavelmente recentes. Inicialmente, consistia em assistência médica gratuita para os trabalha-dores, provenientes de forma geral do campo. Apesar da OIT recomen-dar serviços com caráter essencialmente preventivos, os brasileiros

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eram eminentemente curativos e assistenciais. Apenas em 1972 o go-verno brasileiro baixou a portaria nº 3237 e tornou obrigatória a existên-cia dos serviços médicos, de higiene e segurança em todas as empresas com mais de 100 trabalhadores.

Norma regulamentadora 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

O SESMT tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no seu local de trabalho. É obrigatório que as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT man-tenham os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Mais na frente, veremos que, embora todas as empresas estejam obrigadas a cumprir o contido nas Normas Regula-mentadoras (NR), nem todas estão obrigadas a constituir o SESMT.

Para realizar o dimensionamento do SESMT, ou seja, definir quantos funcionários de cada categoria serão necessários na sua com-posição, é preciso duas informações: a gradação do risco da atividade principal da empresa e o número total de empregados do estabeleci-

Imagem 04: Objetivos do SESMT

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mento. Estas informações podem ser obtidas nos quadros I e II da NR-4. O quadro I contém, para cada Classificação Nacional de Atividades Eco-nômicas – CNAE, o grau de risco correspondente que varia de 1 a 4, em escala crescente de risco.

Já o quadro II contém a composição mínima obrigatória do SES-MT, em função do grau de risco estabelecido no quadro I, e da quantida-de de empregados do estabelecimento.

QUADRO II - DIENSIONAMENTO DOS SESMT

Quer saber mais?Confira a NR-4 na íntegra com todos os seus quadros no link abaixo.http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130D26E7A5C

0B97/nr_04.pdf

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Atenção!

O dimensionamento do SESMT é previsto em função da quanti-dade de empregados do estabelecimento, e não de toda a empresa.

Os canteiros de obras e as frentes de trabalho, que tenham menos de mil empregados e que estejam situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como estabele-cimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável. Ficando a encargo desta, os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Em situações como a citada acima, os engenheiros de seguran-ça do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho (funcionários de nível superior) poderão ficar centralizados. Já para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do tra-balho (funcionários de nível técnico), o dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho.

No caso das empresas que possuam mais de 50% de seus em-pregados em estabelecimentos ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da atividade principal, o dimensionamento SESMT deverá ser realizado em função do maior grau de risco.

Saiba mais!

Ao observarmos o quadro II, podemos constatar que quando o número de empregados no estabelecimento alcança o patamar entre 2.001 a 3.500, para todos os graus de risco, o auxiliar de enfermagem do trabalho começa a ser

obrigatório e o enfermeiro do trabalho ainda não. Este trecho da NR – 4 vai de encontro ao disposto na lei do exercício profissional da equipe de enfermagem, que deixa bastante claro que o auxiliar de enfermagem só pode exercer suas funções quando supervisionado por um enfermeiro. Sendo assim, para que os auxiliares de enfermagem não estejam praticando o exercício ilegal da sua profissão se

torna obrigatória a contratação de enfermeiros já no patamar entre 2.001 a 3.500 empregados.

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Caro(a) aluno(a), imagine uma empresa que execute várias ativi-dades em um mesmo estabelecimento. Podemos exemplificar fazendo referência a uma empresa que seja revendedora de veículos e que te-nha setores de venda e uma oficina mecânica. Esta empresa pode até ter como atividade principal a venda de veículos, entretanto, se o maior número de funcionários se encontre em atividade na oficina mecânica, o grau de risco considerado será o da oficina.

Quando uma empresa poderá centralizar o seu SESMT?

Aqui vamos tratar das exceções citadas nas páginas acima.A empresa pode atender a um conjunto de estabelecimentos pertencen-tes a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele estabele-cimento que se encontra o serviço e cada um dos demais não ultrapasse a 5000 mil metros.

Uma outra situação, são empresas onde seus estabelecimentos, isoladamente, não se enquadrem no quadro II. Entretanto, elas ainda ficam obrigadas a cumprir esta norma, quando o somatório dos empre-gados de todos os estabelecimentos do estado ou território, alcance os limites previstos no quadro II.

Em casos onde alguns estabelecimentos se enquadrem no qua-dro II e outro (s) não, a assistência a este (s) será feita pelo serviço es-pecializado daquele (s).

Quando a empresa contratante tiver obrigatoriedade de consti-tuir um SESMT, por se enquadrar no quadro II, e a empresa contratada não, mesmo considerando o total de empregados nos seus estabeleci-mentos, a empresa contratante deverá estender os seus Serviços Espe-cializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho aos funcionários da empresa contratada, sejam estes centralizados ou por estabelecimento. Ou seja, caso a empresa contratada não seja obrigada a constituir um SESMT, a empresa contratante fará esse atendimento utilizando o seu SESMT próprio.

Nas situações onde a empresa contratante e as outras por ela contratadas, sozinhas, não se enquadrem no quadro II, mas após o so-

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matório dos seus empregados, no estabelecimento, atingirem os limites disposto no referido quadro.

Para as empresas que operem em regime sazonal, ou seja, ape-nas em algumas épocas do ano, o SESMT deverá ser dimensionado atra-vés da média aritmética do número de trabalhadores do ano anterior.

Aos funcionários que trabalham no SESMT, fica proibida a reali-zação de outras atividades na empresa, durante o seu período de atua-ção no SESMT. Para os trabalhadores de nível médio (técnicos de enfer-magem e de segurança do trabalho) este período é de 8 horas diárias, já para os de nível superior ( engenheiro de segurança do trabalho, enfer-meiro do trabalho e médico do trabalho) este período é de no mínimo 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas (tempo integral) diárias.

Todos os custos decorrentes da instalação e manutenção do SESMT ficará exclusivamente a encardo do empregador.

As atividades dos profissionais integrantes dos SESMT devem ser, visando principalmente à prevenção, o reconhecimento do risco ocupacional e as medidas necessárias à proteção ao trabalhador. Sendo assim, compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializa-dos em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

• aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

• determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Prote-ção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;

• colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa;

• manter permanente relacionamento com a Comissão Inter-na de Prevenção de Acidentes (CIPA), valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-

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la;• promover a realização de atividades de conscientização,

educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto atra-vés de campanhas quanto de programas de duração perma-nente;

• esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em fa-vor da prevenção;

• analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descre-vendo a história e as características do acidente e/ou da do-ença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);

• registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do

Imagem 05: Educação continuada

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trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos mode-los de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI (ver os quadros no link acima que indica a NR-4 e seus anexos na íntegra), devendo a empresa encaminhar um mapa contendo avaliação anual dos mesmos dados à Secretaria de Seguran-ça e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro, através do órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O SESMT deve manter uma estreita relação com a CIPA, estu-dando suas observações e solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas, ou seja, utilizando-a como um agente multiplicador.

As empresas, cujos estabelecimentos não se enquadrem no quadro II poderão, com a ajuda do sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou por iniciativa própria, se juntar e organi-zar um SESMT comum. Esses serviços serão mantidos pelas empresas usuárias e, as despesas, serão estipuladas de acordo com a proporção do número de empregados de cada uma. Nestes casos, o dimensiona-mento será em função do somatório dos empregados das empresas participantes.

Quem também pode constituir um SESMT comum são as empre-sas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo municí-pio, ou em municípios limítrofes, mesmo que seus estabelecimentos se enquadrem no quadro II. O serviço será organizado pelo sindicato patro-nal correspondente ou pelas próprias empresas, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho. O dimensionamento conside-rará o somatório dos trabalhadores assistidos

As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo polo industrial ou comercial, se enquadram, em mais um caso, com possibilidade de criação de um SESMT comum. Este serviço será orga-nizado pelas próprias empresas interessadas, desde que previsto nas convenções ou acordos coletivos de trabalho das categorias envolvidas. O dimensionamento considerará o somatório dos trabalhadores assis-tidos e a atividade econômica que empregue o maior número entre os trabalhadores assistidos.

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Os SESMT deverão ser registrados no órgão regional do MTE.

Norma regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

O objetivo da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatí-vel permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

Caro(a) cursista quando nos re-ferimos a segurança do trabalho, a pri-meira palavra que deve vir a nossa cabe-ça é prevenção, e o principal objetivo da CIPA é justamente o de apoiar as empre-

Imagem 06: Polo comercial de Caruaru

Imagem 07: CIPA - segurança

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sas na adoção de medidas que eliminem, neutralizem, ou, pelo menos, reduzam os riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho.

A CIPA deve ser constituída por estabelecimento e deve ser mantida em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, so-ciedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como emprega-dos. Estas obrigações se aplicam aos trabalhadores avulsos e às enti-dades que lhes tomem serviço.

O trabalhador avulso é aquele, sindicalizado ou não, que presta serviço de natureza rural ou urbana, sem vínculo empregatício, a diver-sas empresas, com intermediação do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão de obra. Como exemplo, podemos citar trabalhadores rurais que lidam na plantação e colheita e empregados do porto que movimentam as mercadoria fazendo cara e descarga.

Com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho a empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos de-signados. Já as empresas que estejam situadas em um mesmo centro comercial ou industrial, deverão estabelecer, através dos membros da CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promo-ver o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo.

A composição da CIPA se dará com representantes, titulares e suplentes, dos empregados eleitos em escrutínio secreto, do qual parti-cipem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os em-pregados interessados e com representantes, titulares e suplentes, dos empregadores que serão por eles designados. Ou seja, escolhidos pelo empregador, não participando do processo eleitoral. O dimensionamen-to será de acordo com o previsto no quadro I da NR 5.

Existem dois quadros na NR 5. O quadro II divide as atividades desenvolvidas pelas empresas em grupos de CNAE, e o quadro I estabe-lece para cada grupo definido no quadro II, e no número de empregados no estabelecimento, o dimensionamento da CIPA.

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Nos casos em que o estabelecimento não se enquadrar no qua-dro I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos ob-jetivos da NR 5, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.

Os membros eleitos da CIPA terão um mandato com duração de um ano, sendo permitida uma reeleição. A dispensa arbitrária ou sem justa causa de um trabalhador, eleito para cargo de direção da CIPA, fica proibida, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Aos mesmos, fica vetada a possibilidade de transferência para outro estabelecimento sem a sua concordância.

O empregador irá escolher entre os seus representantes o pre-sidente da CIPA. Já o vice-presidente será escolhido, entre os titulares, pelos representantes dos empregados. Os membros da CIPA deverão entrar em acordo e eleger um secretário e o seu substituto. Estes po-

Quer saber mais?Confira a NR-5 na íntegra com todos os seus quadros no link abaixo.http://www.cpac.embrapa.br/publico/usuarios/uploads/cipa/nr_05.pdf

Imagem 08: trabalho conjunto

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26Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

dem fazer parte ou não da comissão, sendo neste último caso necessá-ria a concordância do empregador.

A CIPA, após ser obrigatoriamente protocolizada no Ministério do Trabalho, não poderá ter seu número de representantes diminuído, nem poderá ser desativada antes do término do mandato de seus mem-bros, mesmo que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

Vamos conhecer um pouco mais do papel da CIPA enumerando e comentando as suas atribuições:

• identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de tra-balhadores, com assessoria do SESMT, onde houver. Mais a frente, veremos como elaborar um mapa de risco. Inicial-mente, é importante temos em mente que o reconhecimento dos riscos ocupacionais é a primeira medida a ser adotada para que seja possível fazer o seu controle;

• elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

• participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho. É importante que a empresa eleja prioridades e elabore um cronograma de implementação das medidas a adotar, visto que nem to-das poderão ser adotadas ao mesmo tempo;

• realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e con-dições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos traba-lhadores. O ambiente de trabalho deve ser verificado perio-dicamente, visto que ele é dinâmico e é alterado constante-mente;

• realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das me-tas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas. É importante checar se as medidas adotadas estão surtindo o efeito desejado ou se precisam ser ajustadas;

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26 27Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

• divulgar aos trabalhadores informações relativas à seguran-ça e saúde no trabalho. Os trabalhadores devem ser infor-mados sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho de forma clara e precisa para se conscientizarem da importân-cia das meninas de prevenção;

• participar, com o SESMT, onde houver, das discussões pro-movidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alte-rações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

• requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

• colaborar no desenvolvimento e implementação do Progra-ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de outros programas relacionados à segurança e saúde no tra-balho;

• divulgar e promover o cumprimento das Normas Regula-mentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no tra-balho;

• participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e aciden-tes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

• requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

• requisitar à empresa as cópias da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) emitidas;

• promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Tra-balho (SIPAT);

• participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

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Técnico emSegurança do Trabalho

Aos membros da CIPA, devem ter garantidos, pelo empregaador, os meios necessários e tempo suficiente para a realização de suas atri-buições constantes do plano de trabalho.

A CIPA contará com reuniões mensais realizadas no horário do expediente normal da empresa. Poderão ser solicitadas reuniões extra-ordinárias, quando houver denúncia de situação de risco grave e iminen-te que determine aplicação de medidas corretivas de emergência, ocor-rer acidente do trabalho grave ou fatal ou houver solicitação expressa de uma das representações.

As decisões da CIPA serão tomadas prioritariamente por con-senso. No caso de ele não ser possível será realizada uma votação. Está deverá ser registrada na ata de reunião.

Um membro titular da CIPA poderá perder o mandato, caso falte a mais de quatro reuniões sem justificativa. Este membro será substituí-do por um suplente, de acordo com a sua ordem de colocação na eleição. No caso de afastamento do presidente, o empregador é quem indicará um substituto e, no caso de afastamento do vice-presidente os membros titulares da representação dos empregados vão escolher um substituto entre os titulares.

Imagem 09: trabalho em grupo

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Técnico emSegurança do Trabalho

O empregador deverá promover treinamento aos membros da CIPA com uma carga horária de 20 horas, sendo estas ministradas em no máximo 8 horas por dia. As empresas que não tenham a obrigatorie-dade de manter a CIPA deverão realizar treinamento anual com o desig-nado responsável pelo cumprimento dos objetivos da NR 5.

No prazo de 60 dias antes do término do mandato em curso, o empregador deve convocar as eleições para escolha dos representantes dos empregados. Os membros atuais constituirão a comissão eleitoral, que ficará responsável pela organização e acompanhamento do proces-so eleitoral. Onde a CIPA ainda não existir a comissão eleitora será cons-tituída pela empresa.

A realização da eleição e a apuração de votos serão realizadas em horário normal de trabalho, possibilitando a participação da maioria dos trabalhadores e voto será secreto através de meios eletrônicos. Em situações onde a participação na votação seja os casos de empate, o fun-cionário que tiver mais anos de serviço no estabelecimento assumirá.

Quando mais de uma empresa atua no mesmo estabelecimento a CIPA ou o designado da contratante e da contratada, deverão definir mecanismos de integração e adotar de forma integrada ações de pre-venção de acidentes e doenças do trabalho. Desta forma, garantindo o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento. É de responsabilidade da empresa contratante prestar informações sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho e medidas de proteção adequadas à empresa contatada.

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Técnico emSegurança do Trabalho

As doenças ocupacionais são adquiridas pelo trabalhador atra-vés da exposição a agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos (ou de acidentes). Algumas vezes, elas só ocorrem após vá-rios anos de exposição ou, depois que o trabalhador se afasta do agente causador. Nesta unidade vamos conversar um pouco sobre os tipos de risco ambientais, as doenças ocupacionais causadas por eles e as medi-das de prevenção e correção para evitar tais agravos.

Fatores de Risco

Consideram-se riscos ocupacionais, os agentes existentes nos ambientes de trabalho, capazes de causar danos à saúde do empregado. Os ambientes de trabalho pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas características de organização podem comprometer a saúde d trabalhador em curto, médio e longo prazo, gerando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.

COMPETÊNCIA 2: ESTABELECER AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

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Técnico emSegurança do Trabalho

No intuito de minimizar esses danos, se torna necessária a in-vestigação dos riscos no local de trabalho para conhecer a que fatores os funcionários estão expostos e que possíveis medidas de proteção são passíveis de serem aplicadas, ressaltando que, não apenas a presença de um agente nocivo no ambiente laboral é suficiente para causar trans-tornos. O que será prejudicial é a presença do fator de risco somada à sua alta concentração, forma de apresentação (líquido, sólido, gasoso), ao seu nível de toxidade e ao tempo de exposição do trabalhador.

O desencadeamento das doenças ocupacionais, também está di-retamente relacionado ao Limite de Tolerância (LT) dos agentes ambien-tais a que o trabalhador fica exposto. A NR-15 define limite de tolerância como “a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente que não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.”

Você sabia? O Ministério da Saúde elaborou um manual de procedimentos para os serviços de saúde onde consta lista das doenças relacionadas ao

trabalho. Confira no link abaixo este material na íntegra.

http://www.medtrab.ufpr.br/arquivos%20para%20dowload%202011/Disciplina%20Doencas%20do%20Trabalho/Manual%20DO%20Min%20

Saude.pdf

Saiba mais!Podemos avaliar os riscos ambientais existente em um ambiente de

trabalho de duas formas:• Avaliação qualitativa > é a forma mais simples e também conhecida

como forma preliminar. É utilizada apenas a sensibilidade do trabalhador que identifica a presença do risco.

Ex: percepção do cheiro de vazamento de gás.• Avaliação quantitativa > é utilizada para medir, comparar e

estabelecer. É necessário o uso de um método científico e a utilização de instrumentos e equipamentos destinados à quantificação do risco.

Ex: Medir através de aparelho específico (dosímetro) o nível de ruído do ambiente.

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Técnico emSegurança do Trabalho

Os riscos físicos são representados por fatores ou agentes exis-tentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde dos traba-lhadores, como: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor, pressões anor-mais e umidade.

Os riscos químicos são identificados pelo grande número de substâncias que podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos trabalhadores, a exemplo de po-eiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias, compostos ou outros produtos químicos.

Os riscos biológicos estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos e outras espé-cies de microorganismos.

Os riscos ergonômicos estão ligados à execução de tarefas, à organização e às relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levan-tamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade. Engloba também os fatores psicossociais e, entre eles, podemos citar as situações causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal entre o trabalhador e seus co-legas de trabalho ou a chefia.

Os riscos de acidente ou mecânicos são muito diversificados e estão presentes no arranjo físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-prima fora de especificação, máquina e equipamentos sem proteção, ferramentas impróprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.

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Imagem 10: Classificação dos fatores de risco

Você sabia?Cada fator de risco é identificado por uma cor diferente! Sendo assim, quando formos representar um risco ambiental podemos simplesmente

colocar a sua cor correspondente.

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Mapa de Risco

O mapa de risco é a representação gráfica (em uma planta baixa) dos fatores de risco existentes em um setor de trabalho ou em toda a empresa. Esta representação é feita através de círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil visualização de todos os riscos de uma empresa.

Como visto em alguns parágrafos acima, cada risco tem uma cor que o representa, e o tamanho dos círculos vai ser de acordo com a graduação do risco que pode ser classificado em pequeno (leve), médio e grande (elevado). Esta graduação vai ser mensurada em conformidade com as sensibilidades dos trabalhadores.

Imagem 11: Cores dos fatores de risco

Imagem 12: Simbologia das cores

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O mapa é considerado um instrumento participativo que vai ser elaborado com a colaboração dos trabalhadores, que serão organiza-dos e acompanhados pela CIPA e terão a supervisão e colaboração do SESMT. Este momento de elaboração possibilita a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimula a sua partici-pação nas atividades de prevenção.

Podemos atribuir ao mapa de risco a capacidade de fazer um le-vantamento preliminar de riscos no ambiente da empresa e de informar o quantitativo de funcionários expostos a esses riscos. Dessa forma, se torna possível gerar informação para todos os empregados da empresa e visitantes, e criar um planejamento para as ações preventivas que se-rão adotadas pela empresa.

Benefícios da adoção do mapa de risco:• identificação prévia dos riscos existentes nos locais de traba-

lho aos quais os trabalhadores poderão estar expostos;• conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos

equipamentos de proteção coletiva e individual;• redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, in-

denização, substituição de trabalhadores e danos patrimo-niais;

• facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança interna e externa;

• melhoria do clima organizacional, maior produtividade, com-petitividade e lucratividade.

Elaboração do mapa de risco1. Conhecer o processo de trabalho do local analisado - os trabalha-

dores: • Os trabalhadores: número, sexo, idade, queixas de saúde,

jornada e treinamentos recebido; • os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;• As atividades exercidas;• O ambiente.

2. Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a clas-

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Técnico emSegurança do Trabalho

sificação específica dos riscos ambientais.3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referen-

te à: • Proteção coletiva; • Organização do trabalho• Proteção individual;• Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armá-

rios, bebedouro, refeitório, área de lazer.4. Identificar os indicadores de saúde:

• Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;

• Acidentes de trabalho ocorridos; • Doenças profissionais diagnosticadas; • Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através de círculos:• O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padro-

nizada;• O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve

ser anotado dentro ou abaixo do círculo; • A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos tra-

balhadores, que deve ser representada por tamanhos pro-porcionalmente diferentes de círculos.

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Técnico emSegurança do Trabalho

Observe atentamente o ambiente de trabalho...

Imagem 13: Elaboração do mapa de risco – parte 1

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... Imagine que está vendo tudo de cima...

Imagem 14: Elaboração do mapa de risco – parte 2

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Técnico emSegurança do Trabalho

... Agora represente tudo com círculos e cores referentes aos riscos identificados.

Após discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma clara-mente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. O ideal é que logo

Imagem 15: Elaboração do mapa de risco – parte 3

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Técnico emSegurança do Trabalho

na entrada da empresa tenha um mapa de riscos de todos os setores da mesma informando, assim, a todos os trabalhadores e funcionários dos riscos que podem ser encontrados em casa ambiente.

Doenças e acidentes ocupacionais

As doenças e os acidentes decorrentes do trabalho geram diver-sos fatores negativos tanto para o trabalhador acidentado, quanto para as empresas e a sociedade. A soma dos custos e prejuízos humanos, sociais e econômicos são muito altos e algumas vezes irreparáveis.

O índice de trabalhadores mortos prematuramente ou que ficam incapacitados é alarmante. Os funcionários que conseguem fugir de tais infortúnios ainda podem ser atingidos pelo sofrimento físico e mental (depressão e traumas), desemrprego, pela necessidade de cirurgias,

Você sabia? Que as doenças decorrentes do trabalho são consideradas

acidentes de trabalho e que elas se subdividem em:Doença profissional > entendida como a doença produzida ou

desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. A própria atividade laborativa basta para comprovar a relação de causa e

efeito entre o trabalho e a doença.Ex: silicose

Doença do trabalho > entendida como a doença adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é

realizado e que com ele se relacione diretamente. Neste caso, necessita-se comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.

Ex: lombalgia em profissional de enfermagem.

Saiba mais!Para adquirir mais conhecimento sobre as doenças ocupacionais e os tipos de acidentes do trabalho confira no link abaixo a Seção I (Das Espécies de Prestações) do Capítulo II (Das prestações em geral) da Lei nº 8213, de 24

de julho de 1991.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm

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Técnico emSegurança do Trabalho

próteses, assistência médica e psicológica, fisioterapia, e remédios, de-pendência de terceiros para acompanhamento e locomoção, diminuição do poder aquisitivo e estigmatização.

As empresas também são atingidas fortemente pelas consequ-ências de acidentes e doenças ocupacionais. Elas ficam responsáveis pelo pagamento do salário do trabalhador nos primeiros 15 dias após o acidente, pelo transporte e assistência médica de urgência, pela in-vestigação das causas do acidente e correção da situação. Em algumas circunstâncias é necessária a paralisação de máquinas, equipamentos e setores com consequente interrupção da produção, em outros ocorrem prejuízos como a destruição de máquinas, veículos e equipamentos ou danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos. É importante resaltar que dificilmente a empresa consegue manter o mesmo conceito e imagem no mercado.

E em relação à sociedade? Como será que acidentes e doenças gerados no ambiente laboral podem vir a interferir na vida cotidiana dos cidadãos? Como nós estamos sendo afetados?

Segundo os dados estatísticos, a maioria das pessoas que so-frem este tipo de acidente está em uma faixa etária entre 20 e 30 anos. Estes jovens trabalhadores, muitas vezes, são os responsáveis pelo sus-tento de suas famílias e acabam onerando a sociedade por necessitarem de socorro e medicações de urgência, intervenções cirúrgicas, leitos nos hospitais, maior apoio da família e da comunidade e de benefícios pre-videnciários. O País, de uma forma geral, acaba prejudicado, visto que a população economicamente ativa fica reduzida.

Medidas de prevenção dos riscos

É fundamental criar dentro das empresas um clima de sensi-bilização dos funcionários, visando à proteção contra todos os tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho. Quando se cria uma cons-cientização coletiva referente ao respeito à integridade física dos traba-lhadores e melhoria contínua dos ambientes de trabalho, os acidentes, doenças e custos são prevenidos e reduzidos.

Caro cursista, queremos deixar bem claro que o risco ao traba-

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lhador será maior, sempre que o tempo de exposição ou de contato a fonte de perigo, a frequência de exposição ao perigo e a proximidade da fonte de perigo for maior.

Para podermos elaborar estratégias de prevenção de riscos pre-cisamos inicialmente realizar uma análise preliminar das condições de trabalho:

• Realizar um diagnóstico inicial das características da em-presa, dos trabalhadores e dos ambientes de trabalho. Ou seja, identificar qual o ramo de atividade desta empresa, quem são os seus trabalhadores (idade, sexo) e a situação estrutural dos setores de trabalho;

• Fazer um mapeamento dos processos de produção e ativi-dades relacionadas atentando para suas principais etapas. Dessa forma, estaremos identificando as condições de risco;

• Caracterizar a exposição através da avaliação dos riscos, com a finalidade de identificar as fontes de perigo, a intensi-dade, a concentração e a quantidade nos quais os mesmos são encontrados;

• Discutir e definir as alternativas de eliminação ou controle das condições de risco e realizar uma programação de ações de prevenção a serem seguidas com o estabelecimento de prioridades e objetivos e metas claros a serem cumprido;

• Implementar e avaliar as medidas adotadas. Efetivar o con-trole operacional através de uma avaliação que vise o moni-toramento das ações efetuadas e a checagem dos resultados alcançados, e caso necessário à reformulação das ações e metas.

Agora nós já sabemos os passos que devemos seguir, desde a identificação de um risco, até as medidas de prevenção que devem ser tomadas para saná-los. Mas, e na hora de criar essas ações de preven-ção dos riscos, será que também não é necessário seguir uma ordem lógica que aperfeiçoe o nosso serviço?

A resposta para essa pergunta é sim! Vamos conhecer o Princí-pio da tecnologia de controle proposto pela higiene ocupacional:

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Técnico emSegurança do Trabalho

• Inicialmente deve-se evitar que um agente potencialmente tóxico ou perigoso para a saúde seja utilizado, formado ou liberado;

• Se isso não for possível, contê-lo de tal forma que não se propague para o ambiente;

• Se isso não for possível, ou suficiente, isolá-lo ou diluí-lo no ambiente de trabalho;

• Em último caso, bloquear as vias de entrada no organismo.

Um outro método é o Processo para controle do risco, que se-guindo uma ordem correlaciona o tipo de medida ao processo:

• Medidas construtivas ou de engenharia > Devem ser ado-tadas na fase de concepção e projeto. Atuam sobre os meios de trabalho (equipamentos, máquinas e edifícios). Incluem os equipamentos de proteção coletiva (EPC).Processo >Eliminar ou reduzir o risco.

Envolver o risco. • Medidas organizacionais > Limitação do número de expos-

tos ou do tempo de exposição.Processo > Afastar o homem.

• Medidas de proteção individual ou adicionais > Utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI).Processo > Proteger o homem.

Hoje, a ciência e a tecnologia colocam à nossa disposição no mercado uma vasta quantidade de medidas e equipamentos de prote-ção. Os dispositivos de uso individual, destinados à proteção de uma pessoa são os EPI. Já os equipamentos que protegem vários trabalha-dores ao mesmo tempo e otimizam o ambiente de trabalho são os EPC.

Exemplos de EPI > luvas, botas, máscara, capacete, jaleco e protetor auricular.

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Exemplos de EPC > isolamento de máquinas, corrimão e pasti-lhas antiderrapantes em escadas, extintor de incêndio, chuveiros, pias, iluminação adequada, limpeza do local de trabalho, sistema de exaus-tão, sinalização e alarmes.

Imagem 16: Equipamentos de proteção individual

Imagem 17: Equipamentos de proteção coletiva

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Técnico emSegurança do Trabalho

O EPI nunca deve ser a primeira opção, ele só deve ser usado em último caso. A sua utilização e feita quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou EPC, quando for necessário complementar a proteção coletiva, em exposição de curto período e em trabalhos even-tuais ou emergenciais.

A pessoa que vai ficar responsável pela seleção do EPI a ser uti-lizado deve conhecer não apenas o equipamento, mas também as con-dições em que o trabalho é executado, o tipo de risco a ser prevenido, a parte do corpo a ser atingida, as características e qualidade técnica do EPI, o grau de proteção que o produto deve proporcionar e se ele possui o certificado de aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Não adianta apenas fornecer o EPI ao funcionário, temos que conscientizá-lo da importância do seu uso na prevenção de acidentes e doenças e fornecermos informação através de capacitações continua-das da forma correta de utilizá-los.

Saiba mais! Quando falamos em Saúde Ocupacional há dois conceitos que

não podem deixar de ser abordados:• Anamnese > É o histórico da vida do funcionário, que geralmente é

colhido através de um questionário com perguntas. Se subdivide em anamnese ocupacional, quando as perguntas se referem à ocupação atual ou anterior do trabalhador, e em anamnese clínica, quando as

perguntas se referem aos hábitos de vida, a história familiar e agravos pregressos.

• Nexo Causal > Também conhecido como Nexo Técnico, é a relação entre o adoecimento e a situação de trabalho. Ou seja, é quando se consegue fazer a ligação entre a causa e o efeito, entre os fatores

de risco do ambiente laboral que estariam levando o trabalhador ao adoecimento. Não é simples, uma vez que tal processo é específico para cada indivíduo, envolvendo sua história de vida e de trabalho.

Para estabelecer o nexo, torna-se fundamental a descrição detalhada da situação de trabalho, quanto ao ambiente, à organização e à

percepção da influência do trabalho no processo de adoecer. Muitas vezes, também se torna necessário complementar as informações

com resultado de exames clínicos (físico e mental) e complementares (exame de sangue, de fezes, de urina, de imagem e etc).

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46Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Agentes Físicos

São as diversas formas de energia, as quais os trabalhadores podem estar expostos. Os agentes geradores deste risco possuem a ca-pacidade de alterar as características físicas do meio ambiente, exigem um meio de transmissão para propagar sua nocividade e agem até mes-mo sobre indivíduos que não têm contato direto com a fonte de risco.

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico calor:• Insuflação de ar fresco no ambiente (ventiladores e ar con-

dicionado);• Arejar o ambiente através da abertura de portas e janelas;• Exaustão de vapores de água (ventiladores ou encanação);• Uso de barreiras refletoras (alumínio polido, aço inoxidável),

colocadas entre o trabalhador e a fonte geradora de calor;• Automatização do processo (uso de máquinas no lugar de

homens);• Aclimatação, ou seja, inicialmente expor o trabalhador de

forma gradual ao risco para que o organismo através da sua capacidade fisiológica se adapte ao ambiente;

• Exames periódicos;• Reposição hídrica e salina (instalar bebedores em locais es-

tratégicos no local de trabalho);• Limitar o tempo de exposição do trabalhador;• Equipamentos de proteção individual, vestimentas de tecido

leve, cor clara, que absorva o calor do organismo do funcio-nário e com sistema de ventilação acoplado.

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Técnico emSegurança do Trabalho

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico frio:• Exames médicos periódicos;• Aclimatação do trabalhador;• Alimentação balanceada devido a perda grande de energia;• Hidratação adequada;• Evitar trabalhos solitários;• Evitar trabalhos exaustivos que levem ao suor e consequente

umedecimento das roupas;• Troca das vestimentas úmidas por secas sempre que neces-

sário;• Períodos de descanso em locais aquecidos;• Educação continuada através de treinamentos;

Imagem 18: Trabalhador exposto ao risco físico calor

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Técnico emSegurança do Trabalho

• Reduzir o tempo de exposição;• Não conter assentos metálicos nem sistema de ventilação;• Sistema que permita a abertura das portas internamente;• As roupas devem estar sempre limpas e secas e ser com-

posta de camadas múltiplas (calça, capote e luvas) e as botas de couro com forro.

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radia-ção ionizante:

• Áreas controladas delimitadas com sinalização e barreiras físicas com blindagem feita de concreto, aço ou chumbo;

• Utilização de avental plumbífero, protetor de gônadas e ti-reoide e óculos de vidro plumbífero com proteção lateral;

• Guarda adequada dos EPI para evitar fissuras ou rompimen-tos no lençol de chumbo;

• Monitoração individual do agente;• Monitoramento biológico através de exames de sangue.

Imagem 19: Trabalhador exposto ao risco físico frio

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Técnico emSegurança do Trabalho

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radia-ção não ionizante:

• Diminuir o tempo de exposição;• Proporcionar descanso em ambiente coberto;• Realizar exames periódicos;• Utilizar blusas de manga, calças compridas, chapéu árabe,

óculos de sol e protetor solar.

Imagem 20: Trabalhador exposto ao risco físico radiação ionizante

Imagem 21: Trabalhador exposto ao risco físico radiação não ionizante

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50Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico pres-sões anormais:

• Capacitar o trabalhador quanto aos riscos e os cuidados que ele deve ter para evitar traumas e doenças descompressivas;

• Os exames de rotina devem estar rigorosamente em dia e a saúde do trabalhador perfeita.

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico ruído:• Substituição de equipamento por um mais silencioso;• Manutenção das máquinas (balanceamento e equilíbrio das

partes móveis, lubrificação dos rolamentos e regulação dos motores);

• Programação das operações de forma que fique o menor nú-mero de máquinas funcionando simultaneamente;

• Substituição de engrenagens metálicas por outras de plás-tico;

• Isolar a fonte através de barreira isolante e adsorvente de

Imagem 22: Trabalhador exposto ao risco físico pressões extremas

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50 51Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

som;• Monitoramento periódico no agente no ambiente de traba-

lho;• Realização dos exames de rotina;• EPIs – protetor auricular.

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico vibra-ção:• Substituiçãodeequipamentosqueproduzamvibração;• Instalaramortecedoresdevibraçãoemassentos;• Calibraropneudeveículos;• Utilizarferramentascomcaracterísticasantivibratórias;• Colocarpedaisdeborrachanasmáquinas;• Realizarmanutençãoperiódicadosequipamentos;• Limitarotempodeexposiçãodofuncionário;• Implantarrodíziosepausasnajornadadetrabalho;

Imagem 23: Trabalhador exposto ao risco físico ruído

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52Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

• Capacitaçãosobreaformadeutilizaçãocorretadasferramen-tas e equipamentos para minimizar a vibração;• Realizarcontrolemédicodostrabalhadores;• EPIs–luvasantivibraçãoebotasdeborracha.

Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico umida-de:

• Construção de caneletas para permitir o escoamento da água utilizada;

• Rodízio de funcionários;• Horários destinados ao descanso em ambientes secos;• Exames periódicos;• Utilização de EPIs impermeáveis (luvas, macacões e botas).

Imagem 24: Trabalhador exposto ao risco físico vibração

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52 53Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Agentes Biológicos

São micoorganismos, incluindo os geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons, ca-pazes de provocar infecções, alergias ou toxidades em seres humanos. Ainda podemos incluir as bactérias, os vírus, os fungos e mordidas e ataques por animais peçonhentos, domésticos e selvagens.

Imagem 25: Trabalhador exposto ao risco físico umidade

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54Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Vamos agora enumerar as medidas de controle dos agentes biológicos:• Seleção de equipamentos de trabalho;• Substituição de micoorganismos;• Modificação do processo de trabalho. Ou seja do passo a pas-

so, de como o trabalho é realizado;• Minimizar a proliferação de contaminantes no ambiente

através de limpeza, desinfecção, ventilação e controle de ve-tores;

• Utilizar sinalização para indicar a presença do risco;• Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente

biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descar-tável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual;

• Informar sobre os riscos de exposição ao agente biológico;• Capacitar o trabalhador quanto às normas e procedimentos

Imagem 26: Trabalhador exposto ao risco biológico

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54 55Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

padronizados;• Diminuir o número de trabalhadores expostos;• Fazer uso das precauções padrão ou precauções universais.

Inclui realizar os procedimentos com segurança, utilizar ade-quadamente os EPIs, evitar manipulação desnecessária de material biológico, manipular cuidadosamente instrumen-tos perfuro cortantes potencialmente contaminados, utilizar coletor resistente para descarte destes materiais e evitar o reencape de agulha ou a desconexão da agulha da seringa;

• Uso de equipamentos de proteção individual adequados a cada tipo de exposição (avental jaleco, gorro, máscara, luva, avental cirúrgico, protetor ocular, protetor facial, sapatos fe-chados, botas, pró-pé...);

• Fazer uso de dispositivos de segurança como conectores e sistemas de infusão sem agulhas, agulhas e seringas com travas de segurança e seringas com sistema retrátil da agu-lha;

• Lavagem das mãos antes e depois de cada procedimento;• A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúr-

gicos e obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unida-des de pacientes com doenças infectocontagiosa e quando houver contato direto da vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador;

• Acompanhamento médico dos funcionários;• Programa de imunização;• Protocolos de atendimentos pós-exposição a material orgâ-

nico;• Não deve ser permitido a utilização de pias de trabalho para

fins diversos dos previstos, o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho, o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho, a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim, o uso de calçados abertos e deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utili-zadas em suas atividades laborais.

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56Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Agentes Químicos

São substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no organismo pela via respiratória, pela via cutânea (através do con-tato com a pele) ou através do trato gastrointestinal (digestão). Podem ter ação localizada, quando atua somente na região de contato, e ação sistêmica, quando são absorvidos e distribuídos dentro do organismo, afetando diferentes órgãos e tecidos.

Vamos agora enumerar as medidas de controle dos agentes químicos:• Substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia

de trabalho por outro mais seguro, menos tóxico ou lesivo;• Mudanças ou alteração do processo produtivo por automati-

zação. Ou seja, a máquina fazendo o papel do homem e con-sequentemente o afastando do risco;

• Enclausuramento da operação. Impede a dispersão do con-taminante para o ambiente de trabalho;

Imagem 27: Trabalhador exposto ao risco químico

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56 57Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

• Isolamento ou segregação da operação. Pode ser feito o iso-lamento no tempo, que consiste em realizar as operações fora do horário normal, reduzindo assim o quantitativo de trabalhadores expostos, e o isolamento do espaço, que con-siste em realizar o processo a distância da maioria dos fun-cionários;

• Umidificação do processo para controlar as poeiras;• Implantação e manutenção de sistema de ventilação local

exaustora adequada e eficiente. Consiste em esgotar os po-luentes (poeiras, gases, vapores, fumos) na fonte antes de sua dispersão para o ambiente de trabalho;

• Medidas de higiene. O ambiente deve ser sempre limpo com água ou aspirador, ou umedecer a poeira a ser removida;

• Manutenção preventiva e corretiva de maquinas e equipa-mentos. Evitando a poluição dos gases e vapores pela elimi-nação de folgas e frestas e pela lubrificação eficiente;

• Monitoramento sistemático dos agentes agressores;• Classificação e rotulagem das substâncias químicas;• Equipamentos de proteção ambiental (respiradores, cremes

protetores, luvas, botas...);• Treinamento. Educação continuada dos funcionários sobre

segurança, saúde, isso adequado dos EPI e desenvolvimento de suas atividades;

• Monitoramento individual. Através de exames médicos;• Medidas de higiene pessoal. Cuidados como lavar as mãos, o

rosto e os cabelos no fim da jornada de trabalho e nas pau-sas para refeições.

Agentes Ergonômicos

São condições de trabalho que interferem nas características psicofisiológicas dos trabalhadores. Ou seja, aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à pró-pria organização do trabalho.

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58Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Vamos agora enumerar as medidas de controle dos agentes ergonômi-cos:

• Diminuição da jornada de trabalho;• Aumentar o número de turnos ou de equipes;• Analisar as médias de horas trabalhadas por semana;• Realizar rodízio entre os funcionários;• Estabelecer pausas para descanso durante a jornada de tra-

balho;• Proporcionar assistência médica e exames periodicamente;• Ao carregar peso fazer uso da mecânica corporal (deixar

os pés totalmente apoiados no chão e mantê-los afastados, manter as costas eretas o máximo possível, flexionar os jo-elhos e não curvar a coluna) e utilizar vestimentas que per-mitam liberdade de movimentos e sapatos fechados e anti-

Imagem 28: Trabalhador exposto ao risco ergonômico

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58 59Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

derrapantes;• Terapias corporais de relaxamento (ex: ginástica laboral),

alongamento e reeducação postural;

• Psicoterapia, hidroterapia, acupuntura e massoterapia;• Diminuição da competitividade no ambiente de trabalho;• Busca de metas coletivas;• Diminuição da intensidade do trabalho; • Orientar hábitos saudáveis de vida, como alimentação balan-

ceada, exercícios físicos regulares, manter o sono diário de no mínimo seis horas;

• Não preencher o tempo livre com mais trabalho e sim utili-zá-lo para atividades agradáveis;

• Dedicar um tempo para habilidades que sempre quis apren-der ou desenvolver, como pintura, música, dança de salão ou outra que venha a trazer satisfação pessoal;

Imagem 29: Ginástica laboral

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60Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

• Saber administrar tempo levando em consideração além das questões do trabalho, o cuidado pessoal e o lazer;

• Cultivar o relacionamento interpessoal, buscando um bom relacionamento com colegas e trabalho, familiares e amigos.

Riscos de acidente

Os acidentes em um ambiente de trabalho são muito variados e vão depender da atividade que está sendo realizada. Sendo assim vamos enumerar algumas medidas gerais de controle dos riscos de acidente:

• Promover um ambiente de trabalho confortável;• Manter o local de trabalho organizado com todos os objetos

nos seus lugares e bem arrumados;• Informar quanto aos riscos existentes na empresa e as for-

mas de preveni-los• Orientar a importância de seguir todas as normas de segu-

rança;• Utilizar de forma correta os dispositivos de prevenção de aci-

dentes.

Imagem 30: Trabalhador exposto ao risco de acidente

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60 61Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Nesta competência vamos detalhar melhor o risco ergonômico, conhecer e nos aprofundar um pouco nesta ciência que é denomina-da Ergonomia, além de saber como ela surgiu, qual o seu campo de atuação e a sua importância para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e minimização de acidentes e doenças relacionados ao trabalho.

Surgimento da ergonomia

Vamos relembrar um pouco...Na primeira competência, estudamos sobre o histórico da saú-

de ocupacional e o surgimento de serviços dedicados à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Vimos que o processo da revolução industrial foi muito acelerado e que os trabalhadores se encontravam em péssimas condições para exercer seus ofícios. Os empresários eram alheios aos problemas dos homens, estavam apenas preocupados com o aumento da produção e dos lucros.

Entretanto, chegou uma fase onde os índices de acidentes, adoe-cimentos e morte dos trabalhadores eram alarmantes. Muitos funcioná-rios tinham ficado inválidos ou tinham ido a óbito e a escassez de mão de obra começou a ser sentida e a se tornar preocupante. Somou-se a esta

COMPETÊNCIA 3: ESTRUTURAR E DESENVOLVER AVALIAÇÃO ERGONÔMICA NOS AMBIENTES DE TRABALHO

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62Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

realidade os conhecimentos científicos e tecnológicos que foram apli-cados na Segunda Guerra Mundial como o desenvolvimento de aviões, submarinos, tanques, radares e armas. Os soldados precisavam de mui-ta habilidade para operá-los e as condições ambientais eram bastante desfavoráveis o que gerou na época diverso erros e acidentes fatais.

Logo após a II Guerra, já tinha vários profissionais envolvidos em projetos que visavam adaptar os instrumentos às características e ca-pacidade dos soldados que operavam as máquinas. Em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, essas pessoas se reuniram e foi ali, onde, oficial-mente, nasceu a ergonomia. Na mesma época, nos Estados Unidos, a marinha e a força aérea, juntas, montavam um laboratório de pesquisa de ergonomia com o objetivo de aperfeiçoar aeronaves e submarinos. Por fim, a ergonomia ganhou impressionante avanço e enorme desen-

Imagem 31: Segunda Guerra Mundial

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62 63Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

volvimento tecnológico, se disseminando rapidamente pela América e Europa, após a Corrida Espacial e a Guerra Fria.

Caro(a) cursista você saberia dizer o significado da palavra ergono-mia?

Ela vem do grego, onde ergon, que significa trabalho e normos significa normas, regras, leis. Sendo assim, a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características dos indivíduos, de modo a lhes proporcionar um máximo de conforto, segurança e bom desempenho de suas atividades no trabalho.

A ergonomia surge como uma nova ciência, mediante a contri-buição de diversas disciplinas científicas como antropométrica, biome-cânica ocupacional, anatomia, fisiologia do trabalho, psicologia do tra-balho, desenho industrial, toxicologia e informática, que visa humanizar o trabalho e tornar mais produtivo os seus resultados.

Importante!

Alguns estudiosos creditam o surgimento da ergonomia ao homem primitivo que, com a necessidade de se proteger e sobreviver, sem querer,

começou aplicar os princípios da ergonomia, buscando meios de tornar seus trabalhos mais fáceis e menos penosos.

Saiba mais! Antropometria > é o espaço onde o trabalho é desenvolvido

(equipamentos, máquinas), devendo considerar os movimentos e dimensões do corpo humano. São feitos estudos das medidas das várias características do corpo como dimensões lineares, diâmetros e pesos e

também pesquisas para o homem parado e em movimento (antropometria estática e dinâmica).

Biomecânica > Se refere a aspectos mecânicos do movimento humano, incluindo considerações de alcance, força e velocidade dos

movimentos do corpo.

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64Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

O homem se torna o centro das atenções e cuidados, ele agora é a peça fundamental do sistema de produção. Os conceitos foram in-vertidos, se antes o homem tinha que se adaptar ao meio laboral, agora o trabalho, os equipamentos e o meio é que têm que se moldar ao ho-mem. A constituição, o potencial e as limitações humanas são analisa-dos e não será exigido além da capacidade individuais de cada pessoa.

O trabalho deve ser motivador e permitir a satisfação física e mental do funcionário e não ser encarado apenas como um meio de so-brevivência. Existe uma preocupação com as consequências sanitária e psicológicas do ambiente procurando torná-lo agradável e são.

Vários aspectos são estudados na ergonomia como por exemplo postura e movimentos corporais (trabalho sentado, trabalho em pé, mo-vimentação de cargas e levantamento de peso), informações captadas pela visão e audição, controle (relação de mostradores e controles) e cargos e tarefas.

Imagem 32: Trabalhadores movimentando cargas

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64 65Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Imagem 33: Trabalhador de informática

Saiba mais!

A Ergonomia se divide em três fases distintas:• Primeira fase ou ergonomia tradicional > Nesta fase, os cientistas

tinham como objetivo redimensionar os postos de trabalho e dessa forma possibilitar um melhor alcance motor e visual dos funcionários.

Os estudos ficaram centrados nas características físicas e perceptivas do ser humano e na aplicação de dados no design de controles,

displays e arranjos de interesse militar.• Segunda fase ou ergonomia do meio ambiente > Passa a se

entender a relação do homem com o meio ambiente, os postos de trabalho são projetados de tal forma que isolam o trabalhador do ambiente industrial agressivo. Surge a preocupação com os

efeitos que a temperatura, o ruído, a vibração, a iluminação e os aerodispersoides podem causam no homem. Nets fase, as dimensões

do trabalho e o ambiente passam a ser adequados ao homem.• Terceira fase ou ergonomia de software ou cognitiva > A ergonomia começa a operar em um outro ramo científico, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informação mais adequados

a capacidade mental do homem, muito comum à informática e ao controle automático de processos industriais. Nesta fase, se dá ênfase

ao processo cognitivo do ser humano.

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66Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Classificação da ergonomia

Ergonomia de concepção ou ergonomia proativa Já na fase de planejamento e concepção dos locais, postos e

instrumentos de trabalho se realizam intervenções ergonômicas. É o tipo mais indicado, pois já se pensa em ambientes de trabalho adequa-dos, antes mesmo de os trabalhadores começarem suas atividades, não sendo necessário estabelecer alterações em situações previamente es-tabelecidas. Ou seja, antes de se abrir uma empresa e até mesmo de começar a construção de suas instalações e compra de suas máquinas e equipamentos, já se realiza um estudo de base para que se façam essas ações da maneira mais ergonomicamente correta para os trabalhado-res.

Entretanto não é a maneira mais fácil de trabalhar, visto que as decisões serão tomadas baseadas em situações não reais simuladas em computadores e modelos virtuais. Sendo assim, é exigida uma maior carga de conhecimento e experiência de quem for colocá-la em prática.

Ergonomia de correção ou ergonomia reativaAqui, as ações serão realizadas em ambientes reais, onde as ati-

vidades laborais já são efetuadas. É quando se identificam problemas ergonômicos em algumas funções e são necessárias medidas para sa-ná-las. Em algumas situações, a saúde e a segurança dos trabalhadores estão sendo colocadas em risco e, em outras, os problemas estão in-terferindo diretamente na produção. Nos dois casos, os problemas têm que ser resolvidos. Um dificultador é que as soluções adotadas muitas vezes não são completamente satisfatórias, exigindo custo elevado de implantação.

Ergonomia de conscientização Neste tipo de ergonomia a abordagem é um pouco diferente, os

trabalhadores são capacitados, através de treinamentos de reciclagem individuais ou coletivos, para que eles mesmo sejam capazes de iden-tificar e corrigir problemas que possam surgir no dia a dia do trabalho.

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66 67Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Ergonomia de participação

O usuário do sistema passa a ser envolvido na solução de proble-mas ergonômicos. Parte-se do princípio básico de que o usuário detém o conhecimento prático que, muitas vezes, acaba passando desperce-bido pelo projetista na ergonomia de concepção. Por usuário, devemos entender o próprio trabalhador, quando se trata de alterações no posto de trabalho, e o consumidor, quando se trata do produto de consumo.

Vamos relembrar um pouco...Na segunda competência, listamos e comentamos um pouco so-

bre alguns riscos ergonômicos, encontrados com frequência nos am-bientes de trabalho.

São eles: relações desgastadas de trabalho, esforço físico inten-so, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, impo-sição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e outras situações cau-sadoras de estresse físico e /ou psíquico.

Imagem 34: Profissional com postura incorreta

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68Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Norma regulamentadora 17 – Ergonomia

Esta NR tem como objetivo definir parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Dessa forma, proporcionando um máximo de confor-to, segurança e desempenho eficiente. Estas condições de trabalho in-cluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

A norma define transporte manual de carga como sendo todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. Já

Imagem 35: Profissional levantando peso de forma incorreta

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68 69Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

o transporte manual regular de cargas seria toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o trans-porte manual de cargas. Na CLT podemos extrair sobre o transporte manual de cargas:Artigo 198: O peso máximo que um empregado pode remover individu-almente, ressalvada as disposições especiais relativas ao trabalho do menos e da mulher é de 60kg. Artigo 390: Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviços que demandem o emprego de força muscular superior a 20kg para o trabalho contínuo, ou 25kg para o trabalho ocasional.Parágrafo único: Não está compreendido, na determinação deste artigo, a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou qualquer aparelhos mecânicos.Quando o transporte manual de cargas ficar a encargo de mulheres ou de trabalhadores jovens (idade inferior a dezoito anos e maior de qua-torze anos), visando o não comprometimento de sua saúde ou seguran-ça, o peso máximo das cargas deve ser nitidamente menor que àquele admitido para os homens. Para trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança, não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas. Com o intuito de manter a saúde e prevenir os acidentes entre os traba-lhadores designados para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, é necessário treinamento e instruções, quanto aos méto-dos de trabalho que devem ser utilizados. Meios técnicos apropriados devem ser utilizados para limitar ou facilitar o transporte manual de cargas.O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico e, o trabalho de levantamento de material, feito com equipa-mento mecânico de ação manual, deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua ca-pacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

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70Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Sempre que o ofício puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. No caso de atividades, nas quais os trabalhos devam ser realizados sen-tados, a partir da análise ergonômi-ca do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do traba-lhador. Já nas atividades nas quais os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que pos-sam ser utilizados por todos os tra-balhadores durante as pausas.

Imagem 36: Profissional descarregando material de forma incorreta

Imagem 37: Equipamentos de trabalho ergonomicamente corretos

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70 71Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

No trabalho manual, tanto sentado quanto em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação. Alguns requisitos mínimos devem ser atendidos como: ter altura e características da su-perfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador e ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movi-mentação adequados dos segmentos corporais.

Em trabalho que necessite a utilização também dos pés, os pe-dais e demais comandos para acionamento pelos pés, devem ter posi-cionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ân-gulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender alguns requisitos mínimos de conforto como altura ajustável à estatura do tra-balhador e à natureza da função exercida, características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento, borda frontal arredondada e encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

Imagem 38: Assento ergonômico

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72Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Atenção!Todos os equipamentos, as condições ambientais e a organiza-

ção do trabalho devem estar adequados às características psicofisioló-gicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Algumas medidas são necessárias na realização de atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou me-canografia, entre elas o fornecimento de suporte adequado para docu-mentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualiza-ção e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual e a utilização de documento de fácil legibilidade sempre que pos-sível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

Observem que os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem seguir as seguintes regras:

• Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegen-do-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de vi-sibilidade ao trabalhador;

• O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitin-do ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a se-rem executadas;

• A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser co-locados de maneira que as distâncias olho-tela, olho- tecla-do e olho-documento sejam aproximadamente iguais;

• Ser posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

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72 73Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Em ambientes de trabalho onde são executadas atividades que exijam so-licitação intelectual e atenção constantes (salas de controle, laboratórios, escritó-rios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, etc) condições de conforto são recomendadas, tais como níveis de ruí-do de acordo com o estabelecido em nor-mas, índice de temperatura efetiva entre 20 e 23ºC, velocidade do ar não superior a

Imagem 39: Teclado ergonômico

Imagem 40: Mouse ergonômico

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74Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

0,75m/s e umidade relativa do ar não inferior a 40%. A iluminação, seja ela natural ou artificial, geral ou suplemen-

tar, deve ser apropriada à natureza da atividade em todos os locais de trabalho. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difu-sa. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

Quando nos referimos à organização do trabalho devemos es-tar atentos as normas de produção, ao modo operatório, a exigência de tempo, a determinação do conteúdo de tempo ao ritmo de trabalho e ao conteúdo das tarefas.

Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou di-nâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, devem ser incluídas pausas para descanso e, quando do retorno do tra-balho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

Imagem 41: Descanso no ambiente de trabalho

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74 75Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Em atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se ficar atento a algumas questões:

• Fica vetada ao empregador promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de di-gitação, que se norteie no número individual de toques sobre o teclado, para efeito de remuneração e vantagens de qual-quer espécie;

• O número máximo de toques reais (cada movimento de pres-são sobre o teclado) exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada;

• O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, desde que não exijam movimentos repeti-tivos, nem esforço visual;

• Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;

• Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afas-tamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em ní-veis inferiores aos 8.000 por hora trabalhada.

O Anexo I é referente ao trabalho dos operadores de checkout. Aplica-se aos empregadores que desenvolvem atividades comerciais utilizando sistema de autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. Contêm exigências a serem cum-pridas em relação aos postos de trabalho, a manipulação de mercado-rias, a organização do trabalho, aos aspectos psicossociais do trabalho, e a informação e formação dos trabalhadores.

Já o Anexo II é referente ao trabalho em teleatendimento / tele-marketing. Aplica-se a todas as empresas que mantêm serviço de te-leatendimento / telemarketing nas modalidades ativo ou receptivo em centrai de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes, para prestação de serviços, informação e comercialização de

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76Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

produtos. Contêm exigências a serem cumpridas em relação ao mobili-ário, e equipamentos dos postos de trabalho, capacitação dos trabalha-dores, condições sanitárias de conforto, programa de saúde ocupacional e de prevenção de riscos ambientais.

Análise Ergonômica de Trabalho (AET)

É considerada uma ergonomia de correção e foi desenvolvida por pesquisadores franceses. Com o intuito de avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalha-dores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho. Através da aplicação dos conhecimentos da ergonomia se faz a análise, o diagnostico e a correção de uma situação real do ambiente de traba-lho.

Imagem 42: Trabalhadores de teleatendimento / telemarketing

Saiba mais! Para ter acesso a todos os anexos da norma regulamentadora 17

e seu texto na íntegra clique no link abaixo:

http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm

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76 77Disciplina: Ergonomia e Saúde ocupacional

Técnico emSegurança do Trabalho

Sendo assim, inicialmente, se compreende as atividades dos trabalhadores, posteriormente, se identifica um problema ou uma situ-ação problemática e, por fim, se realiza um diagnóstico que relaciona os diversos determinantes das atividades e suas consequências, tanto para os trabalhadores quanto para o sistema. Podemos concluir que a AET não pode ser realizada para toda a empresa, ela deve ter uma elabora-ção localizada para cada setor da empresa.São feitas análises de uma situação de trabalho com o intuito de adaptar o homem a:

• Condições técnicas > estruturas gerais do sistema de pro-dução, fluxo de produção, sistemas de controle etc;

• Condições ambientais > estuda-se o layout, mobiliário, ruí-do, iluminação, temperatura;

• Condições organizacionais > horas de trabalho, turnos, ín-dice de retrabalho, dificuldades operacionais ambientais e organizacionais;

• Condições cognitivas > são as exigências na realização do trabalho, controle, qualidade e inspeção;

• Condições de regulação no trabalho > pausas, flexibilidade, paradas, ginástica pré-laboral.

A AET se divide em cinco etapas, são elas a análise de demanda, a aná-lise da tarefa, a análise da atividade, o diagnóstico e as recomendações.

Análise de demanda

É o momento inicial da análise ergonômica. Aqui, se busca en-tender a empresa e levantar os problemas existentes que precisam ser sanados. Para obter os dados necessários é preciso buscar fontes e meios seguros de informações sobre a demanda, fazendo consultas a alguns serviços da empresa como os serviços de medicina e seguran-ça do trabalho, departamento de recursos humanos e departamento de engenharia industrial. A procura é por dados estatísticos, referentes a doenças ocupacionais, acidentes, taxas de absenteísmo e de rotativida-de, índices de rotatividade e organogramas.

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Técnico emSegurança do Trabalho

É realizada uma visita para reconhecimento da situação de tra-balho. Entanto, antes deve-se fazer uma preparação que consiste em informar os trabalhadores da visita e do estudo ergonômico que será re-alizado, conhecer previamente o funcionamento da instituição, verificar a importância do problema formulado e prever visitas complementares em empresas do mesmo grupo ou ramo de atividade.

Análise da tarefa

Refere-se a um planejamento do ofício e pode estar contida em documentos formais como procedimentos operacionais e descrição de cargos.

Nesta fase, são analisadas a tarefa prescrita, cujos objetivos e métodos são definidos por instruções, e a tarefa real. Ou seja, todos os processos do trabalho prescrito são avaliados e o trabalho executado também. Uma maior ênfase é dada na análise do trabalho real, o intuído principal é levantar as diferenças entre os dois tipos de tarefas. Dessa forma, são identificados os diferentes aspectos da realidade do trabalho e as dificuldades são salientadas.

Análise da atividade

Aqui será feita uma avaliação de como o homem se comporta no ambiente de trabalho. É o passo a passo que o indivíduo executa para alcançar os objetivos de produção. As atividades que os trabalhadores exercem são influenciadas por fatores interno e externos. Entre os fa-tores internos podemos citar as características do trabalhador quanto à formação, experiência, idade, sexo, medidas antropométricas, disposi-ções momentâneas como motivação, sono / vigília e fadiga. Já os fatores externos fazem referência às condições em que as atividades são execu-tadas como as condições ambientais de trabalho (ruído, calor, vibração, iluminação, gases e poeiras), as condições técnicas do trabalho (mate-riais, máquinas, ferramentas, documentos, softwares) e as condições organizacionais de trabalho (trabalho noturno, pausas, horários e ritmo de trabalho).

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Técnico emSegurança do Trabalho

Diagnóstico

Nesta fase, se realiza a síntese da análise ergonômica do traba-lho. Através de vários fatores relacionados ao trabalho e à empresa, que podem influenciar o trabalho, vamos evidenciar as causas que provocam o problema que foi descrito na análise de demanda. Por exemplo aci-dentes podem ser causados por iluminação inadequada, equipamentos sem manutenção e sinalização incompleta, já a taxa de absenteísmo em operadores de telemarketing pode ser devido a pressão da chefia e am-biente de trabalho competitivo.

Recomendações

Inicialmente, é feito um levantamento dos problemas existentes no ambiente laboral e, posteriormente, avaliada a população dos traba-lhadores, com suas características peculiares, e as tarefas prescritas, as reais e o comportamento do homem no trabalho. A partir destes dados levantados se estabelece diagnósticos situacionais, os quais se tornam norteadores no processo de elaboração de um plano de ação de intervenção. Quando as recomendações já estão definidas não se deve esquecer de determinar metas a serem alcançadas e prazos para serem cumpridos.

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Técnico emSegurança do Trabalho

No decorrer dos anos, muitas mudanças se processaram no mundo do trabalho. Inicialmente, na época da revolução industrial, se via com grande descaso com a condição dos empregados dentro das industrias. Só com o passar do tempo e o surgimento da necessidade de uma mão de obra numerosa e saudável é que estes padrões começaram a se alterar. Em contra partida, apareceram novas formas de adoeci-mento dos trabalhadores, tecnologias inovadoras foram inseridas e sur-giram outras estratégias gerenciais. Essas mudanças, acabam exigindo dos serviços de saúde ações que contemplassem políticas de saúde e de segurança no trabalho ainda mais eficazes.

Para ser possível a criação de ambientes de trabalho saudáveis é necessário a adoção de políticas e programas de prevenção de riscos e agravos, o incentivo ao bom funcionamento de serviços como a CIPA e o SESMT e uma cultura de conscientização dos servidores através trei-namentos com informações sobre os riscos, as doenças, as medidas de prevenção e exposição da realidade.

Segundo a Declaração de Luxemburgo 2005, a promoção da saú-de no ambiente e trabalho pode ser obtida pela execução de algumas estratégias:

• Melhorar a organização e o ambiente de trabalho;• Promover a participação efetiva e concreta dos atores envol-

vidos;• Incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional dos tra-

balhadores.A busca pelas melhor condições do ambiente laboral devem ser

incessantes, visto que, um bom local de trabalho contribui para facilitar o planejamento da produção e consequente aumentar a produtividade, melhorar a comunicação interna e nas relações de trabalho, aumentar a confiança e a autoestima dos funcionários, alicerçar o comprometimen-to de todos e a cooperação no ofício e, principalmente e mais importan-te, otimizar o nível de saúde dos trabalhadores.

CONCLUSÃO

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Técnico emSegurança do Trabalho

Imagem 01: MineradoresDisponível em: http://guayaberamineira.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html

Imagem 02: Revolução industrialDisponível em: http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-11-crise-da-fisica-1.html

Imagem 03: Crianças trabalhando em fábrica têxtilDisponível em: http://profvalquiriahistoria.blogspot.com.br/2009/05/as-muitas-faces-da-revolucao-industrial.html

Imagem 04: Objetivos do SESMTDisponível em: http://messnotrabalho.blogspot.com.br/2011/04/sesmt.html

Imagem 05: Educação continuadaDisponível em: http://www.retsus.fiocruz.br/index.php?Area=Destaque

Imagem 06: Polo comercial de CaruaruDisponível em: http://faltouogol.blogspot.com.br/2010/05/jogos-univer-sitarios-de-caruaru-atraem.html

Imagem 07: CIPA - segurançaDisponível em: http://www.higra.com.br/blog/?p=671

Imagem 08: Trabalho conjuntoDisponível em: http://vivaexatas.pbworks.com/w/page/7003347/Fron-tPage

CRÉDITO DAS IMAGENS

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Técnico emSegurança do Trabalho

Imagem 09: Trabalho em grupoDisponível em: http://wallpapers.midiagospel.net/Bonecos_massinha_metas_objetivos_mãos_dadas-1889.html

Imagem 10: Classificação dos fatores de riscoDisponível em: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/03/o-mapa-de-risco-foi-criado-atraves-da.html

Imagem 11: Cores dos fatores de riscoDisponível em: http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html

Imagem 12: Simbologia das coresDisponível em: http://www.areaseg.com/sinais/mapaderisco.html

Imagem 13: Elaboração do mapa de risco – parte 1Disponível em: SESI, SEBRAI. Dicas de prevenção de acidentes e doen-ças no trabalho. Brasília, 2005.

Imagem 14: Elaboração do mapa de risco – parte 2Disponível em: SESI, SEBRAI. Dicas de prevenção de acidentes e doen-ças no trabalho. Brasília, 2005.

Imagem 15: Elaboração do mapa de risco – parte 3Disponível em: SESI, SEBRAI. Dicas de prevenção de acidentes e doen-ças no trabalho. Brasília, 2005.

Imagem 16: Equipamentos de proteção individualDisponível em: http://www.sempretops.com/cursos/cursos-e-treina-mentos-de equipamentos-de-protecao-individual/

Imagem 17: Equipamentos de proteção coletivaDisponível em: http://www.anuncios.gigao.com.br/equipamentos-de-proteco-coletiva--epc-gigao-web-8797

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Técnico emSegurança do Trabalho

Imagem 18: Trabalhador exposto ao risco físico calorDisponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/09/sul-corea-nos-fazem-sessoes-terapeuticas-em-fornos-de-carvao.html

Imagem 19: Trabalhador exposto ao risco físico frioDisponível em: http://roqueisquem.blogspot.com.br/2009/08/10072007-camara-frigorifica-municipal.html

Imagem 20: Trabalhador exposto ao risco físico radiação ionizanteDisponível em: http://www.odiario.com/empregos/noticia/305952/raio-x-auxilia-no-diagnostico-de-doencas/

Imagem 21: Trabalhador exposto ao risco físico radiação não ionizanteDisponível em: http://laerciojsilva.blogspot.com.br/2010/08/sol-escal-dante-prejudica-cortador-de.html

Imagem 22: Trabalhador exposto ao risco físico pressões extremasDisponível em: http://farolparaabrolhos.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html

Imagem 23: Trabalhador exposto ao risco físico ruídoDisponível em: http://www.ensaiosacusticos.com/

Imagem 24: Trabalhador exposto ao risco físico vibraçãoDisponível em: http://paulochianezzi.blogspot.com.br/2011/12/vibra-cao.html#!/2011/12/vibracao.html

Imagem 25: Trabalhador exposto ao risco físico umidadeDisponível em: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/36750-os-pre-juizos-dos-lava-jatos-para-o-meio-ambiente-entrevista-especial-com-roberto-naime

Imagem 26: Trabalhador exposto ao risco biológicoDisponível em: http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2010/08/niveis-de-biosseguranca.html

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Técnico emSegurança do Trabalho

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Imagem 28: Trabalhador exposto ao risco ergonômicoDisponível em: http://segurancasaude.blogspot.com.br/2011/10/nr-11-concomitante-com-nr-22.html

Imagem 29: Ginástica laboralDisponível em: http://www.saude.al.gov.br/categorias/atencaoasaude/assistenciahospitalarede0?page=5

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Imagem 31: Segunda Guerra MundialDisponível em: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-233623968-foto-segunda-guerra-tanque-com-soldados-da-feb-italia-1945-_JM

Imagem 32: Trabalhadores movimentando cargasDisponível em: http://www.hotfrog.com.br/Empresas/COOPLABORr-Cooperativa-de-Trabalho

Imagem 33: Trabalhador de informáticaDisponível em: http://www.grupoisastur.com/manual_isastur/data/pt/1/1_9.htm

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Técnico emSegurança do Trabalho

Imagem 36: Profissional descarregando material de forma incorretaDisponível em: http://zonaderisco.blogspot.com.br/2008/09/trabalha-dores-do-porto-de-manaus.html

Imagem 37: Equipamentos de trabalho ergonomicamente corretosDisponível em: http://moveisparaescritorio.com.br/tags/ergonomia-no-trabalho/

Imagem 38: Assento ergonômicoDisponível em: GONÇALVES, F.M. Ergonomia. Instituto politécnico de Coimbra. Instituto superior de engenharia de Coimbra. Departamento de engenharia química e biológica. Gestão de recursos humanos. De-zembro, 2008.

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