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Mundo 20 O LIVRO ANO 2010 / 2011 O LIVRO ANO 2010 / 2011 21 O anúncio fei- to pelo exér- cito ame- ricano que as tropas americanas sairiam do Iraque soou com um alívio para o governo americano. Após sete anos de ocupação no país, cerca de 90 mil soldados americanos deverão abandonar os campos de batalha no país árabe. Os solda- dos darão lugar a diplomatas que acompanharão os passos do país. A retirada faz parte da promessa de campanha do presidente Bara- ck Obama. Em discurso feito em uma base da Marinha no estado da Caroli- na do Norte, o presidente Obama ratificou o anúncio dos militares. “Hoje, eu venho aqui falar a vocês como a guerra no Iraque termina- rá. Deixe-me dizer tão diretamente quanto possível: em 31 de agosto de 2010, nossa missão de combate no Iraque terminará”, afirmou. A retirada aconteceu gradu- almente. A primeira tropa de 12 mil soldados americanos come- çou a deixar o país no início de agosto junto com mais 4 mil sol- dados britânicos. As 12 brigadas restantes, com cerca de 50 mil soldados, permanecerão em Bag- dá para manter a segurança no país e realizar treinamentos com os soldados iraquianos. O prazo fixado entre os Estados Unidos e o governo iraquiano para a reti- rada total das tropas é até o fim IRAQUE A volta para casa Após sete anos de ocupação do Iraque, o presidente Barack Obama cumpre o compromisso de retirar as tropas americanas do país. De olho numa crise sem tamanho que atravessa a nação americana, o Iraque parece ser um problema a menos para o país de 2011. Os dois países assina- ram um pacto de segurança em 2008 se comprometendo a zelar pela segurança da população. No mesmo dia do anúncio, um ataque suicida deixou 32 mortos e mais de 60 pessoas feridas em Bagdá. A autoria do atentado não foi divulgada, mas rumores dão conta de que o grupo terrorista Al- -Qaeda tenha participação no ato. Atentados desse tipo continuam acontecendo com frequência em todo o território iraquiano. O país continua a ser uma região insegu- ra para seus habitantes e as tro- pas iraquianas não são suficientes para controlar a situação no local. Durante uma conferência so- bre defesa em Bagdá, o general de guerra do exército iraquiano, Ba- bakir Zebari, declarou que a situ- ação do país continuará delicada sem a ajuda dos soldados america- nos. “A essa altura, a retirada está indo bem porque eles ainda estão aqui. Mas o problema vai come- çar depois de 2011. Os políticos precisam encontrar outras formas de preencher o vazio após 2011”, alerta o general. Mesmo assim, o número de atentados diminuiu consideravel- mente desde a ocupação america- na no país. O povo iraquiano, no entanto, teme que os insurgentes se rebelem e aumente o número de grupos radicais. As mortes de civis aumentaram muito um mês antes da retirada das tropas. Ex- plosões, tiroteios e ataques diá- rios são as causas mais comuns de morte no país. Após a saída das tropas, uma série de atentados foi registrada no Iraque, o que mostra a fragi- lidade na segurança iraquiana. Em agosto, mais de 100 pessoas morreram em atentados pelo país. No mês de julho foi registrado o maior números de mortes fatais no país desde 2008. RETIRADA. O vice-presidente, Joe Biden, chegou ao país para participar da cerimônia oficial de retirada das tropas em Bagdá. O vice-presidente se reuniu com di- rigentes iraquianos para tratar acerca do futuro do país depois da saída dos soldados. Biden deba- teu principalmente sobre o cená- rio político do Iraque depois das últimas eleições conturbadas que aconteceram em março deste ano. Biden também anunciou a ope- ração “Novo Amanhecer”, que será responsável por fiscalizar os caminhos do país nas áreas de política e de segurança. “(A reti- rada) não só supõe uma mudança de comando, mas o começo de um novo capítulo nas relações com o Iraque. O nosso objetivo não é só conseguir a segurança do Iraque A permanência das tropas ameri- canas no Iraque dividiu as opiniões da população do país e causou grandes danos à reputação dos EUA no cenário internacional

Matérias Livro do Ano 2010

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Matéria sobre a retirada das tropas americanas do Iraque e a crise diplomática travada entre as Coreias

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Page 1: Matérias Livro do Ano 2010

Mundo

20 O LIVRO ANO 2010 / 2011 O LIVRO ANO 2010 / 2011 21

O anúncio fei-to pelo exér-cito ame-ricano que as tropas americanas sairiam do

Iraque soou com um alívio para o governo americano. Após sete anos de ocupação no país, cerca de 90 mil soldados americanos deverão abandonar os campos de batalha no país árabe. Os solda-dos darão lugar a diplomatas que

acompanharão os passos do país. A retirada faz parte da promessa de campanha do presidente Bara-ck Obama.

Em discurso feito em uma base da Marinha no estado da Caroli-na do Norte, o presidente Obama ratificou o anúncio dos militares. “Hoje, eu venho aqui falar a vocês como a guerra no Iraque termina-rá. Deixe-me dizer tão diretamente quanto possível: em 31 de agosto de 2010, nossa missão de combate no Iraque terminará”, afirmou.

A retirada aconteceu gradu-almente. A primeira tropa de 12 mil soldados americanos come-çou a deixar o país no início de agosto junto com mais 4 mil sol-dados britânicos. As 12 brigadas restantes, com cerca de 50 mil soldados, permanecerão em Bag-dá para manter a segurança no país e realizar treinamentos com os soldados iraquianos. O prazo fixado entre os Estados Unidos e o governo iraquiano para a reti-rada total das tropas é até o fim

IRAQUE

A volta para casaApós sete anos de ocupação do Iraque, o presidente Barack Obama cumpre o compromisso de retirar as tropas americanas do país. De olho numa crise sem tamanho que atravessa a nação americana, o Iraque parece ser um problema a menos para o país

de 2011. Os dois países assina-ram um pacto de segurança em 2008 se comprometendo a zelar pela segurança da população.

No mesmo dia do anúncio, um ataque suicida deixou 32 mortos e mais de 60 pessoas feridas em Bagdá. A autoria do atentado não foi divulgada, mas rumores dão conta de que o grupo terrorista Al--Qaeda tenha participação no ato. Atentados desse tipo continuam acontecendo com frequência em todo o território iraquiano. O país continua a ser uma região insegu-ra para seus habitantes e as tro-pas iraquianas não são suficientes para controlar a situação no local.

Durante uma conferência so-bre defesa em Bagdá, o general de guerra do exército iraquiano, Ba-bakir Zebari, declarou que a situ-ação do país continuará delicada sem a ajuda dos soldados america-nos. “A essa altura, a retirada está

indo bem porque eles ainda estão aqui. Mas o problema vai come-çar depois de 2011. Os políticos precisam encontrar outras formas de preencher o vazio após 2011”, alerta o general.

Mesmo assim, o número de atentados diminuiu consideravel-mente desde a ocupação america-na no país. O povo iraquiano, no entanto, teme que os insurgentes se rebelem e aumente o número de grupos radicais. As mortes de civis aumentaram muito um mês antes da retirada das tropas. Ex-plosões, tiroteios e ataques diá-rios são as causas mais comuns de morte no país.

Após a saída das tropas, uma série de atentados foi registrada no Iraque, o que mostra a fragi-lidade na segurança iraquiana. Em agosto, mais de 100 pessoas morreram em atentados pelo país. No mês de julho foi registrado o

maior números de mortes fatais no país desde 2008.

RETIRADA. O vice-presidente, Joe Biden, chegou ao país para participar da cerimônia oficial de retirada das tropas em Bagdá. O vice-presidente se reuniu com di-rigentes iraquianos para tratar acerca do futuro do país depois da saída dos soldados. Biden deba-teu principalmente sobre o cená-rio político do Iraque depois das últimas eleições conturbadas que aconteceram em março deste ano.

Biden também anunciou a ope-ração “Novo Amanhecer”, que será responsável por fiscalizar os caminhos do país nas áreas de política e de segurança. “(A reti-rada) não só supõe uma mudança de comando, mas o começo de um novo capítulo nas relações com o Iraque. O nosso objetivo não é só conseguir a segurança do Iraque

A permanência das tropas ameri-canas no Iraque dividiu as opiniões da população do país e causou grandes danos à reputação dos EUA no cenário internacional

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Mundo

22 O LIVRO ANO 2010 / 2011 O LIVRO ANO 2010 / 2011 23

COREIAS

Tensão entre irmãsA guerra entre as Coreias parece não ter fim. O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, não se intimidou contra a vizinha Coreia do Sul e provocou dois ataques, o que chamou a atenção do mundo quanto a uma possível guerra entre os dois países

A situação en-tre as Co-reias do Sul e do Norte i n f l a m o u ainda mais as relações

entre os países desde o último confronto em 1953, na Guerra da Coreia. A Coreia do Norte, li-derada pelo ditador Kim Jong-il, 69 anos, vem relutando contra qualquer acordo de desarma-mento proposto pela comuni-dade internacional. Com isso, o governo do Norte segue irre-dutível e ameaça a paz entre os dois países. O avião havia saído

da cidade polonesa de Varsóvia com destino a Smolensk, onde iria ser celebrada a memória dos 70 anos do massacre de Katyn, quando cerca de 22 mil pessoas foram mortas pelo regime sovi-ético de Josef Stalin. O acidente teria acontecido no momento em que a aeronave tentava pousar sob uma densa névoa. O piloto do avião rejeitou sugestões de desviar o vôo até Moscou ou Minsk, a capital de Belarus.

Desde março, quando um navio sul-coreano foi atingido por um torpedo nas proximida-des da fronteira marítima com a Coreia do Norte, as relações

entre os dois países só pioraram. A Coreia do Sul acusa o vizi-nho pelo incidente que matou 46 marinheiros sul-coreanos. O governo de Seul provou a acu-sação ao país vizinho com base em investigações do artefato en-contrado no fundo do mar. “As provas apontam predominante-mente para a conclusão de que o torpedo foi disparado por um submarino norte-coreano. Não há outra explicação plausível”, afirma o relatório sobre o caso.

Dois meses depois do ataque ao navio, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, restrin-giu o comércio entre os dois pa-

Os ataques entre as Coréias do Norte e do Sul aumentaram o clima

de tensão na área e o risco de guerra entre as duas

Sete anos de guerra e milhares de vidas perdidasA suposta produção de armas de destruição em massa foi o pretexto utilizado para a invasão do Ira-que. Nada que provasse a acusação movida especialmente pelos EUA foi encontrado. Já se passaram sete anos, e milhares de vidas — militares e civis, iraquianas e americanas — foram perdidas. O desafio agora é retirar as tropas do país e deixar o Iraque independente

Perdas das tropas ameri-

canas no Iraque

486

486

820313 48

844

903

148

20032004

20052006

20072008

20092010

7.300 16.80020.200 34.500

23.600

6,4003,000

825150

120

90

60

30

Maio President George W. Bush announ-ces end to major combat

Dezembro Saddam Hussein foi capturado

NovembroMês com mais mortes america-nas: 137

JaneiroPrimeiras elei-ções no Iraque

Dezem-bro Saddan Husseein é executado

JaneiroComeça o aumento de tropas

Annualtotal

OutubroPico de tropas americanas no Iraque: 166.300

FevereiroObama anuncia o plano de retirada das tropas

2003-10total

4,408As of 10 a.m. ET, aug. 31

Civis iraquianos

mortos (estimativa)

2003-10

total de

112.625civis mortos

Ataques ter-roristasNos quais pelo menos 20 civis foram mortos

Bagdá 22Mais de 50 mortos

De 20 a 50 mortos

3

19

Bagdá 60Mais de 50 mortos

De 20 a 50 mortos

19

41

Bagdá 21Mais de 50 mortos

De 20 a 50 mortos

9

12

Fontes: U.S. Departament of

e a sua prosperidade econômica, mas desenvolver laços comerciais, culturais e educativos”, discursou o vice-presidente.

Porém, a estratégia do exérci-to americano é enviar parte desse contingente para o Afeganistão. Segundo relatório divulgado pelo exército, os grupos islâmicos te-riam aumentado no país. Barack Obama já anunciou o aumento do número de soldados que irão para o país mulçumano. “O aumento é necessário para estabilizar a situa-ção que vem piorando no Afega-nistão”, disse.

O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad apoiou a retirada americana em discurso feito pela TV, “Se o presidente Barack Oba-ma quer fazer algo útil, deve com-prometer-se a não interferir mais nos assuntos iraquianos, retirar o conjunto das tropas do Iraque e reconhecer a independência deste país”, disse Ahmadinejad. O pre-sidente iraniano tenta estreitar os

laços com o vizinho na tentativa de diminuir a influência ocidental no país.

ANTECEDENTES. A ocupação americana começou em março de 2003 durante o mandato de Ge-orge W. Bush, mesmo sem o apoio da comunidade internacional. Bush afirmava que o país manti-nha um arsenal com armas de des-truição em massa, o que nunca foi comprovado. Com apoio do Rei-no Unido e de países aliados, os americanos conseguiram prender o presidente iraquiano Saddam Hussein e destitui-lo do poder. Dois anos após ser preso, Saddam foi condenado à pena de morte.

CRISE AMERICANA. Especia-listas dizem que a verdadeira cau-sa da retirada das tropas tem ha-ver com a grande crise econômica que os americanos estão atraves-sando. Em uma das guerras mais caras da história, com gastos aci-

ma de US$ 1 trilhão, os críticos afirmam que o montante infla-cionou a economia americana. A esperança de viver dias melhores, após a eleição do presidente Oba-ma, frustrou por completo os pla-nos dos americanos de enfrentar essa crise. O presidente não con-venceu e a crise parece aumentar. Os problemas decorrentes do va-zamento de petróleo da BP este ano e a alta taxa de desemprego também entram na lista de razões para abandonar o Iraque.

Enquanto isso, o Iraque segue em conflito. Os atentados continu-am e há uma clara fragilidade po-lítica. A paz ainda parece distante para os iraquianos que, pelo me-nos agora, terão mais autonomia para enfrentar seus problemas. Diante de tantos questionamen-tos contra a invasão americana no país, ainda faz sentido a retirada total das tropas perante esses en-traves? Essa pergunta só será res-pondida com o tempo. n

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24 O LIVRO ANO 2010 / 2011 O LIVRO ANO 2010 / 2011 25

27 anos e estudou na Suíça. A nomeação de um novo líder de-corre da debilidade da saúde do ditador. Ele sofreu um derrame em 2008 e buscou tratamento várias vezes na China.

O momento é delicado e os países vivem a iminência de uma guerra. A Coreia do Sul prefere dialogar e pedir ajuda à comuni-dade internacional. Já a Coreia do Norte, mantem as provoca-ções e não chega a acordo algum. A tensão entre os países vem se arrastando desde o fim da guer-ra da Coreia, em 1953. Após 60 anos do início da guerra, os dois países parecem estar longe de um acordo. Os países nunca assina-ram um acordo de paz.

FUTURO INCERTO. A situ-ação deve se agravar depois do anúncio do governo norte--coreano para a realização de

testes nucleares para 2011. A estratégia é fortalecer o nome do futuro líder, Kim Jong- un. Outros testes já ocorrem em 2006 e 2009. Apesar de enri-quecer urânio e plutônio, ainda não há comprovação de que o país possua arma nuclear capaz de ser usada em um conflito. O governo norte-coreano afirma que o material é utilizado para a produção de energia nuclear para uso civil.

O governo do Norte afirma que o processamento de urânio enriquecido tem fins pacíficos. No entanto, Estados Unidos e Coreia do Sul suspeitam que o material seja utilizado para pro-duzir armas atômicas. A ONU negocia com o país para desistir do programa nuclear. O orga-nismo já restringiu a compra e o fornecimento de equipamento militar ao governo do Norte.

Estados Unidos e China devem se reunir em janeiro para discutir entre outras coisas a situação das Coreias. O encontro, que deve reunir Barack Obama e Hu Jin-tao, está agendado para o dia 19. Outra reunião está marcada tam-bém entre Coreia do Sul e China em fevereiro, em Pequim.

RETALIAÇÃO. Os Estados Unidos se aliaram ao governo de Seul para realizar exercícios militares próximos à fronteira dos dois países. O treinamen-to utiliza tanques, helicópteros, caças e centenas de soldados. O intuito dos sul-coreanos é ame-drontar os vizinhos mostran-do o poderio bélico do país. A nova estratégia mais agressiva tem preocupado países vizinhos como a China e a Rússia, que já alertaram do perigo de um con-fronto armado na região. n

Mas até que eles mudem de direção, os Estados Unidos permanecem, firmemente, ao lado do povo e do governo da Coreia do Sul, onde forneceremos uma defesa resoluta junto com nossos aliados e parceiros.

HILLARY CLINTON, secretária de Estado dos Estados Unidos

íses e levou o caso para o Con-selho de Segurança da ONU. O país anulou também o acordo de segurança marítima que man-tinha com o país comunista em protesto ao pedido de desculpa negado do governo norte-co-reano. Antes, a Coreia do Nor-te havia cessado totalmente as relações com o governo do Sul, proibindo inclusive o acesso de navios e aviões em seu território.

A China, principal parceiro comercial dos norte-coreanos, preferiu não interferir nas dis-cussões. Por outro lado, o go-verno sul-coreano ganhou apoio dos Estados Unidos e do Japão que reprovaram as ações de Kim Jong-il. A secretária de Esta-do dos Estados Unidos, Hillary Clinton, decidiu impor sanções ao país e demonstrou apoio à Coreia do Sul. “Mas até que eles mudem de direção, os Es-tados Unidos permanecem, fir-memente, ao lado do povo e do governo da Coreia do Sul, onde fornecemos uma defesa resoluta

junto com nossos aliados e par-ceiros”, afirmou a secretária. O objetivo imposto pelas sanções norte-americanas é enfraquecer o poder do ditador e pressionar o governo a abandonar seu pro-grama nuclear.

Durante a Cúpula sobre Se-gurança Nuclear, realizada em abril, nos Estados Unidos, 47 países assinaram um documento se comprometendo a diminuir o arsenal nuclear no mundo e a reduzir a ameaça de terrorismo nuclear. Contudo, Irã e Coreia, que não assinaram o documen-to, são citados como ameaças à segurança. “A postura (do Irã e da Coreia do Norte) continua-mente desafiadora das normas e acordos internacionais vai levar somente ao seu maior isolamen-to e ao aumento da pressão in-ternacional”, diz o documento.

OS ATAQUES CONTINUAM. Em novembro, a Coreia do Norte bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, matando quatro

pessoas. O bombardeio gerou uma onda de protestos ao redor do mundo. O ditador Kim Jong-il se defendeu dizendo que os dis-paros fazem parte de um exercí-cio militar. Apesar de existir um acordo que delimita a fronteira entre os dois países desde o fim da guerra em 1953, a Coreia do Norte nunca respeitou a divisão.

Em resposta aos ataques, o analista do Conselho de Rela-ções Exteriores americano, Peter Beck, afirma que os tiroteios são uma demonstração de poder do sucessor, Kim Jong- un. “O obje-tivo é apresentar Jong-Un como um líder forte e sólido, unindo as pessoas em torno do regime ao alimentar o temor de uma guer-ra”, argumenta o analista.

O ditador norte-coreano Kim Jong-il assumiu o poder do país em 1994 quando seu pai mor-reu. Em setembro, ele nomeou seu filho Kim Jong- un para ser seu sucessor. Não há muitas in-formações sobre o garoto, o que se sabe que é ele tem entre 25 a

A cronologia do conflitoVeja as datas que marcaram as tensões entre as duas Coréias em 2010

» 23 de novembro. A Coreia do Norte ataca a ilha sul-coreana Yeonpyeong. Dois soldados morrem e o presidente sul-coreano promete uma “enorme retaliação”.

» 24 de novembro. Pyongyang volta a fazer ameaças contra a Coreia do Sul.

» 25 de novembro. Criticado, o ministro da defesa da Coreia do Sul Kim Tae- young renuncia.

» 26 de novembro. Disparos são ouvidos em Pyongyang. Os sons foram provenientes de um treinamento militar de artilharia conduzido pela Coreia do Norte.

» 6 de dezembro. Coreia do Sul inicia novas manobras militares, realizadas próximas à fronteira entre as Coréias.

» 9 de dezembro. China e Coreia do Norte chegam a “importante consenso”.

» 15 de dezembro. Coreia do Sul faz maior simulação de ataque em 35 anos.