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Em O único e sua propriedade, Stirner faz uma crítica radicalmente anti-autoritária e individualista da sociedade russa contemporânea, bem como à tão citada modernidade da sociedade ocidental. Oferece ainda um vislumbre da existência humana que descreve o ego como uma não-entidade criativa além da linguagem e da realidade, ao contrário do que pregava boa parte da tradição filosófica ocidental. Em suma, o livro proclama que todas as religiões e ideologias se assentam em conceitos vazios, que, após solapados pelos interesses pessoais (i.e. egoístas) dos indivíduos, revelam sua invalidade. O mesmo é válido às instituições sociais que sustentam estes conceitos, seja o estado, a legislação, igreja, o sistema educacional, ou outra instituição que reclame autoridade sobre o indivíduo.
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CONDUTAS MASSIFICADASMax Stirner
Max StirnerPseudônimo do pensador alemão Kaspar Schmidt, nascido na Baviera, Alemanha, em 1806, filho de um artesão.
De 1826 a 1828 estudou em Berlim, onde foi aluno de Hegel e Feuerbach, tendo voltada a essa universidade de 1832 a 1834. A partir de 1842 fez parte do círculo de intelectuais radicais Jovens Hegelianos que se reunia em torno de Arnold Ruge e Bruno Bauer, que tanto influenciaram Marx e Bakunin. Foi nas reuniões desse grupo que Engels o conheceu.
Professor solitário, escreveu O Falso Princípio da Nossa Educação que seria publicado em 1842 por Marx na revista do grupo A Gazeta Renana.
Max StirnerSeria no entanto O Único e sua Propriedade, publicado em 1884, que o iria tornar famoso, transformando-o no teórico do anarquismo individualista. Um dos alvos da crítica de Marx e Engels no livro A Ideologia Alemã seria Stirner, que rapidamente, no entanto, acabaria esquecido, vindo a ser redescoberto mais tarde por Henry Mackay.
Sua vida, marcada pela pobreza e pela tragédia, certamente contribuíram para a elaboração de um pensamento que tem como centro o indivíduo solitário: o único que não deve sujeição a nada nem a ninguém.
Seu livro valeu-lhe a celebridade e o escândalo: implodia com convenções, moral, mas também toda a doutrina social, política e filosófica de seu tempo. Ao afirmar: "livre não o sou em nenhum Estado" ou "todo o Estado é despótico".
Max StirnerStirner que se definia como Único, certamente o foi como pensador radical original, e nesse sentido é difícil classificá-lo, mesmo que por seu anti-estatismo e espírito herético era um libertário.
No entanto, sua ideia de um "eu" absoluto, mesmo quando ligada à sua concepção de um associativismo de egoístas, estava longe das ideias e valores que se expressaram no anarquismo social e mesmo no individualismo anarquista posterior.
Stirner que se definia como Único, certamente o foi como pensador radical original, e nesse sentido é difícil classificá-lo, mesmo que por seu anti-estatismo e espírito herético era um libertário.
Max StirnerO pensamento de Stirner no movimento anarquista teve uma influencia limitada, ganhando sua obra uma maior divulgação a partir de 1888, quando o poeta anarquista John Henry Mackay, escreveu sua biografia e algumas obras onde divulgava o anarquismo individualista. A partir de então suas teorias cativaram alguns círculos libertários alemães, norte-americanos e especialmente do individualismo francês, muito ativo no final do século XIX e começo do século atual.
Morreu esquecido e na miséria aos 49 anos, a 25 de julho de 1856.
• Max Stirner
Todos nós somos um pouco egoístas?
O que fazer com nosso egoísmo?
Devemos assumi-lo ou lutar contraele?
•Para Stirner, o homem é um ser egoísta,
embora não saiba o que fazer com seu
egoísmo.
•Assim, o pensador propõe que cada um
deve assumir seu egoísmo, tornando-se
dono de si mesmo.
Algumas das ideias que caracterizam o
pensamento de Max Stirner
• Portanto, as ideias de Deus e de nação sãoafastamentos parciais de nós mesmos. Quandoacreditamos que somos seres espirituais, feitos pore para as ideias, achamos que devemos segui-las.
Algumas das ideias que caracterizam o
pensamento de Max Stirner
• Desse modo, pensamos egoisticamente: vou servir a Deus, porque lucrarei com isso indo para o céu, ouvou servir à sociedade, porque terei prestígio e sereiconsiderado bom.
• No entanto, se chegássemos à conclusão de quesomos corpo, então serviríamos a nós mesmos emtotalidade.
O Segundo Stirner, a sociedade cristã emoderna procura criar um indivíduocom aparência de livre, mas que, nofundo, é escravo da razão, da fé oudo Estado.
O Todas essas instâncias e entidadesprometem a liberdade, desde querenunciemos de alguma forma a nósmesmos, pois não existe liberdadeinterior, havendo somente aquelaque é vivida longe de qualquer formade servidão.
O Stirner responde à pergunta, afirmando que somos um poço de desejos e não devemos ouvir as vozes da consciência, nem da sociedade e muito menos de Deus, pois elas escondem egoístas que lucram com isso.
O Desse modo, o egoísmo é a chave para vivenciarmos definitivamente nossos desejos, pois – se for para sermos escravos de alguém –, então que o sejamos de nós mesmos.
COMO SERIA A
SOCIEDADE?
• Se cada um assumisse seu egoísmo, fazendo o bem aos outros por interesse (eu
faço você feliz para você me fazer feliz), não haveria intrigas nem lutas, pois
cada um seria tão diferente do outro, a ponto de não poderem sequer discordar.
• O problema das intrigas e das lutas é que nós nos imaginamos parecidos com os
outros e agimos por egoísmo disfarçado, adormecido.
• Julgamos, ainda, os outros como falsos, quando nós também somos.
• Por isso, nem realizamos nossos desejos, nem alcançamos nossos ideais.
O indivíduo e a
Cultura
O indivíduo e a Cultura
• Segundo Max Stirner, na tentativa de
superarem as adversidades do meio, os homens
criaram, ao longo da história, modos e
instrumentos para superar e dominar a
natureza (interna e externa).
• Contudo, nessa incessante busca de sair dos
domínios da natureza, os homens acabaram
sendo dominados e servindo a outro senhor.
Ou seja, ao buscar libertar-se da natureza,
acabaram sendo subjugados por outras forças.
O indivíduo e a Cultura
• Para fugir da imprevisibilidade, do acaso, e aumentar as
condições de manutenção da vida, os homens produziram
a Cultura.
• Por meio da Cultura, inverteram a sua posição em relação
à natureza e, de dominados, passaram a dominar e, assim,
conseguiram minimizar a influência do determinismo
natural, mas tornaram-se vítimas do determinismo cultural.
Ou seja, não deixaram de ser submissos, apenas trocaram
de senhor.
STIRNER, Max. O único e a sua propriedade. Tradução João
Barrento. Lisboa: Antígona, 2004. p. 260.
PENSAMENTO DE STIRNER
Os exercícios que seguem estão disponíveis no
Caderno do Aluno.
1. Por que, para Max Stirner, temos de assumir o
nosso egoísmo?
2. Por que, segundo Max Stirner, apesar de nos
livrarmos das amarras da natureza, ainda
continuamos servos?
3. Para Max Stirner, como seria a sociedade se
todos assumissem o egoísmo e seguissem o
lema: eu te faço feliz para você me fazer feliz?