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Materiais de Construção I
ROCHAS NATURAIS
sér ie MATERIAIS
artur zeferino
joão guerra martins
4.ª edição / 2010
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Apresentação
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente,
o repositório da Monografia do Eng.º Artur Zeferino que, partindo do trabalho acima identificado, o
reviu totalmente, reorganizando, contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que omesmo carecia.
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à
especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-
se ao que se pensa omitido.
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos oscontributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
João Guerra Martins
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Pedras Naturais
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Índice
Índice .......................................................................................................................................... 3 Índice de Figuras ...................................................................................................................... 10 Índice de Quadros ..................................................................................................................... 15 Introdução ................................................................................................................................. 17 1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais ............................................................. 20 1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais ............................................................. 20 1.1. Ambientes de Formação das Rochas ................................................................................. 20
1.1.1. Ambiente Magmático ............................................................................................. 21 1.1.2. Ambiente Sedimentar ............................................................................................. 22 1.1.3. Ambiente Metamórfico .......................................................................................... 24
1.2 Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico ............................................................................. 24 1.3. Rochas Magmáticas ou Ígneas .......................................................................................... 28
1.3.1. Textura das Rochas Magmáticas ............................................................................ 29 1.3.2. Cor das Rochas Magmáticas .................................................................................. 34 1.3.3. Composição química .............................................................................................. 35 1.3.4. Principais rochas magmáticas ................................................................................ 35
1.4. Rochas Sedimentares......................................................................................................... 37 1.4.1. Ciclo Sedimentar .................................................................................................... 38 1.4.2. Agentes de Erosão .................................................................................................. 39
1.4.3. Classificação das Rochas Sedimentares ................................................................. 41 1.4.4. Principais Rochas Sedimentares............................................................................. 44
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Pedras Naturais
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1.5. Rochas Metamórficas ........................................................................................................ 45 1.5.1. Principais tipos de Rochas Metamórficas .............................................................. 48
1.5.2. Sequências Metamórficas ....................................................................................... 50 1.5.3. Estrutura ................................................................................................................. 51 1.5.4 Textura .................................................................................................................... 51
2. Propriedades das pedras naturais .......................................................................................... 52 2.1. Resistência mecânica das pedras naturais ......................................................................... 52
2.1.1. Resistência à compressão ....................................................................................... 52 2.1.2. Resistência ao funcionamento ................................................................................ 53 2.1.3. Resistência a tracção, flexão e ao corte .................................................................. 53 2.1.4. Resistência ao desgaste .......................................................................................... 53
2.1.5. Resistência ao esmagamento .................................................................................. 54 2.1.6. Resistência ao choque ............................................................................................ 54
2.2. Características físicas ........................................................................................................ 54 2.2.1. Estrutura e textura .................................................................................................. 55 2.2.2. Fractura ................................................................................................................... 55 2.2.3. Homogeneidade ...................................................................................................... 56 2.2.4. Dureza .................................................................................................................... 57 2.2.5. Aderência aos ligantes ............................................................................................ 58 2.2.6. Densidade ............................................................................................................... 60
2.2.7. Compacidade .......................................................................................................... 60 2.2.8. Porosidade .............................................................................................................. 61
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2.2.9. Permeabilidade ....................................................................................................... 63 2.2.10. Higroscopicidade .................................................................................................. 63
2.2.11. Gelividade ............................................................................................................ 64 2.2.12. Baridade ............................................................................................................... 65 2.2.13. Condutibilidade Térmica ...................................................................................... 65 2.2.14. Trabalhabilidade ................................................................................................... 66
2.3. Características químicas .................................................................................................... 66 2.4. Verificação das características e critérios de utilização das pedras naturais ..................... 67 3. Rochas mais utilizadas na Construção Civil ........................................................................ 70 3.1. Rochas como ornamento ................................................................................................... 71
3.1.1. Categorias de rochas ornamentais .......................................................................... 71
3.1.2. Rochas Carbonáticas e Silicáticas .......................................................................... 77 3.1.3. Ardósias .................................................................................................................. 78 3.1.4. Quartzitos ............................................................................................................... 79 3.1.5. Serpentinitos ........................................................................................................... 79 3.1.6. Conclusões ............................................................................................................. 79
3.2. Principais usos das rochas ornamentais e rochas industriais ............................................. 80 3.3. Localização nacional da exploração de rochas ................................................................. 82 4. Alteração e tratamentos das rochas ...................................................................................... 87 4.1 Acção de agentes químicos da atmosfera ........................................................................... 88
4.1.1. Dióxido de carbono ................................................................................................ 88 4.1.2 Dióxido de enxofre .................................................................................................. 88
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4.2. Acção de agentes químicos dos próprios materiais e do solo ........................................... 89 4.2.1. Acções de agentes químico-biológicos .................................................................. 89
4.2.2. Alteração dos feldspatos ......................................................................................... 90 4.3. Principais causas de deterioração das pedras .................................................................... 90
4.3.1. Acção da água ........................................................................................................ 90 4.3.2. Acção dos sais solúveis .......................................................................................... 92 4.3.3. Acção do vento ....................................................................................................... 93 4.3.4. Acção da temperatura ............................................................................................. 94 4.3.5. Acção dos agentes biológicos ................................................................................ 94 4.3.6. Acção da poluição atmosférica .............................................................................. 96 4.3.7. Acção do Fogo ....................................................................................................... 96
4.3.8. Acção humana ........................................................................................................ 97 4.3.9. Observações conclusivas ........................................................................................ 98
4.4. Tratamentos para impedir as alterações das pedras de construção ................................... 99 4.4.1. Pintura ou impregnação .......................................................................................... 99 4.4.2. Silicatização (aplicação de soluções de silicato de potássio) ............................... 100 4.4.3. Flutuação .............................................................................................................. 101 4.4.4. Observações conclusivas ...................................................................................... 101
5.1. Estudo das pedras como material inerte .......................................................................... 103 5.1.1 Classificação dos inertes ....................................................................................... 103
5.2. Origem dos inertes .......................................................................................................... 104 5.2.1. Materiais provenientes do mar ............................................................................. 104
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5.2.2. Materiais provenientes do rio ............................................................................... 104 5.3. A limpeza das areias ........................................................................................................ 105
5.4. Classificação das areias ................................................................................................... 105 5.5. Granulomotria ................................................................................................................. 106
5.5.1. Processos de sedimentação ................................................................................... 108 5.6. Impurezas da areia ........................................................................................................... 110
5.6.1. Filler ..................................................................................................................... 110 5.6.2. Argilas .................................................................................................................. 110 5.6.3. Matéria orgânica ................................................................................................... 111 5.6.4. Gesso .................................................................................................................... 112 5.6.5. Outras impurezas .................................................................................................. 112
Forma do material inerte ........................................................................................................ 112 5.7.1. Natureza das superfícies ....................................................................................... 113
5.8. Qualidade da pedra .......................................................................................................... 113 5.9. Fabricação dos inertes ..................................................................................................... 114
5.9.1. Operações ............................................................................................................. 114 5.10. Aparelhos cilíndricos ..................................................................................................... 121
5.10.1. Cilíndrico único dentado .................................................................................... 121 5.10.2. Cilindros duplos ou triplos lisos ......................................................................... 121
5.11. Aparelhos de barras ....................................................................................................... 121
5.12. Aparelhos de esferas ...................................................................................................... 121 5.13. Classificação usadas nas pedreiras ................................................................................ 122
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5.13.1. Classificação mecânica ...................................................................................... 123 5.13.2. Classificação hidráulica ...................................................................................... 127
5.13.3. Classificação Hidro – Mecânica ......................................................................... 129 5.14. Apresentação dos resultados duma análise granulométrica .......................................... 131
5.14.1. Triângulo de FERET .......................................................................................... 133 5.15. Instalações de fabrico de inertes .................................................................................... 135
5.15.1 Instalação a meia encosta .................................................................................... 135 5.15.2. Instalação do tipo vertical .................................................................................. 135 5.15.2. Instalação em terreno plano ................................................................................ 137 5.16. Armazenagem de inertes ....................................................................................... 137 6.1.2 Fixação com componentes metálicos (processo racionalizado) ............................ 145
Anexo 1A - Terminologia ...................................................................................................... 164 Anexo 1B – Terminologia (complemento) ............................................................................ 168 Anexo 2 – Glossário da Pedra Natural ................................................................................... 174 Anexo 3 – Extracção das pedras naturais ............................................................................... 194 A3.1. Condicionantes à escolha do local de exploração ........................................................ 194
A3.1.1. Natureza da pedra a extrair ................................................................................ 194 A3.1.2.Características do terreno de cobertura .............................................................. 194 A3.1.3. Espessura e inclinação dos estratos exploráveis ................................................ 195 A3.1.4. Definição das frentes de trabalho ...................................................................... 195 A3.1.5. Espessura de material degradado ...................................................................... 196 A3.1.6. Situação relativamente às zonas envolventes .................................................... 196
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A3.2. Tipos de Pedreiras ........................................................................................................ 197 A3.2.1 Exploração a meia encosta ................................................................................. 197
A3.2.2 Exploração em terreno plano .............................................................................. 199 A3.2.3 Pedreiras de boca ................................................................................................ 200 A3.2.4. Pedreiras em plano inclinado ............................................................................ 201 A3.2.5. Pedreiras de poço ............................................................................................... 201
A3.3. Equipamento e Instalações necessárias ........................................................................ 202 I.3.1. Equipamentos de perfuração ................................................................................. 203 A3.3.2. Equipamentos de desmonte ............................................................................... 205 I.3.3 Equipamentos de transporte ................................................................................... 207
A3.4 Métodos de desmonte .................................................................................................... 208
A3.4.1 Exploração com bancadas de pequena altura ..................................................... 208 A3.4.2. Exploração com uma só bancada de grande altura ............................................ 209 A3.4.5 Exploração através de explosivos em galeria ..................................................... 212
A3.5 Explosivos ..................................................................................................................... 213
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Índice de Figuras
Fig. 2 - Corte esquemático e simplificado do modelo da Tectónica de Placas (é de salientar asdiferentes profundidades e posições relativas a que se encontram as câmaras
magmáticas) [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. . 22 Fig.3 - Cratera do vulcão Stromboli [1]. .................................................................................. 22 Fig. 4- Recolha de amostras de lava do vulcão Etna [1]. ......................................................... 22 Fig. 5- Arrefecimento brusco de uma escoada lávica [1]. ........................................................ 23 Fig.6 - Esquema simplificado da génese das rochas sedimentares) [Fonte: Terra planeta
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 23 Fig.7 - Erosão marinha de estratos ou camadas calcárias [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 24 Fig.8 - Erosão pluvial, fluvial e eólica de estratos de arenitos e calcários [Fonte: Terra planeta
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 24 Figura nº 9 – ciclo litológico .................................................................................................... 25 Fig. 10- Esquema da compactação dos sedimentos detríticos e circulação dos fluidos entre os
poros [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ............ 26 Fig. 11 - Esquema do fenómeno da solução de pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de
um mineral resultado das pressões e a cimentação dos poros [Fonte: Terra planeta”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 26
Fig. 12 - Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico (esquema litológico ou petrogenético)
[Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................... 27 Fig. 13 - Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos
de estruturas intrusivas e extrusivas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ................. 28 Fig.14 Cristalização fraccionada .............................................................................................. 30
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Fig. 15 - Texturas das Rochas Magmáticas ou Ígneas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
.......................................................................................................................................... 31 Fig.16 – tipos de texturas ......................................................................................................... 33 Fig.17 – composição química das rochas magmáticas mais comuns ....................................... 35 Figura nº 18 – classificação simplificada das rochas magmáticas mais comuns ..................... 36 Fig.19 – Ciclo sedimentar ........................................................................................................ 39 Fig. 20- Formação das rochas sedimentares [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 40 Fig. 21 - Esquema de classificação das Rochas Sedimentares segundo a origem dos
sedimentos [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ... 41 Fig. 22 - Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante
da acção dissolvente da água [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]: ..................................................................... 43 A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E -
Estalactite; F - Algar; G - Exsurgência. ........................................................................... 43 Fig. 23 - Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e
estalactites [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. .... 44 Fig. 24 – Diversos tipos de metamorfismo [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 47 Fig. 24 – Principais tipos de rochas metamórficas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ... 48 Mármores e Outras Rochas Carbonatadas (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................. 83 Granitos e similares (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................................................... 84 Ardósias e Xistos (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ....................................................... 85
Areias, Argilas, Caulino, Saibro e Seixo (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................... 86 Fig. 25 – Fabrico de inertes Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................................... 114
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Fig. 26 – Britadeira de mandíbulas (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......................... 116 Fig. 27– Instalação de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .............................. 117
Fig. 28 - Britadeira de mandíbulas acoplada á trova (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)117 Fig. 29 – Esquema de funcionamento de uma britadeira giratória (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 118 Fig. 30 – Britadeira giratória (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ................................... 119 Fig. 31– Unidade móvel de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 119 Fig. 32 – Impactor de eixo horizontal (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ..................... 120 Fig. 33 – Vista do interior de um impactor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............. 120 Fig. 35 – Aspecto exterior do tambor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 122 Fig. 36 – Crivos de discos (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ....................................... 123 Fig. 37 – Trommel de cilindro único (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 124 Fig. 38 – Trommel de cilindro único. Vista exterior e interior (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 124 Fig. 39 – Instalação de separação com Trommel de cilindro único (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 125 Fig. 40 – Unidade móvel se separação com cilindro Trommel (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 125 Fig. 41 – Crivo vibratório (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................................ 126 Fig. 42 – Crivo vibratório móvel (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............................. 126 Fig. 43 – Alimentação do crivo por gravidade (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........ 127 Fig. 44 – Alimentação do crivo através de tapete transportador (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 127
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Fig. 45– Cuba separadora (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................................ 128 Fig. 46 - Parafuso Arquimedes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ................................ 130
Fig. 47 – Funcionamento de um separador de ar (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .... 130 Fig. 48 – Separador de ar para pó de cimento (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......... 130 Fig. 49 – Separador de ar acoplado a um aparelho de esferas (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 131 Fig. 50 – Analise granulométrica ........................................................................................... 132 Fig. 51 – Representação no triângulo de FERET. .................................................................. 134 Fig. 52 – Instalação a meia encosta (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......................... 136 Fig. 53– Esquema de funcionamento de uma instalação do tipo vertical (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 136 Fig. 54 – Instalações de fabrico em terreno plano (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ... 137 Fig. 55 – Tapetes transportadores (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................... 138 Fig. 56 – Armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .......................... 139 Fig. 57 – Silos de armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............. 139 Fig. A3.1 – Terreno de cobertura ........................................................................................... 195 Fig. A3.2 – Estratos exploráveis ............................................................................................ 195 Fig.3 – Frentes de trabalho ..................................................................................................... 196 Fig. A3.4 – Material degradado ............................................................................................. 196 Fig. A3.5 – Tipos de explorações ........................................................................................... 197 Fig. A3.6 – Exploração a meia encosta .................................................................................. 198 Fig. A3.7 – Exploração a meia encosta com bancadas .......................................................... 198
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Pedras Naturais
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Fig. A3.8 – Exploração em terreno plano .............................................................................. 199 Fig. A3.9 – Exploração em terreno plano .............................................................................. 200
Fig. A3.10 – Pedreiras de boca .............................................................................................. 200 Fig. A3.11 – Pedreiras em plano inclinado ............................................................................ 201 Fig. A3.12 – Pedreiras de poço .............................................................................................. 201 Fig. A3.13 – Organograma de equipamento e instalações ..................................................... 202 Fig. A3.14 – Perfuradora acoplada a uma escavadora ........................................................... 203 Fig. A3.15 – Perfurador móvel ............................................................................................... 204 Fig. A3.16 – Brocas de perfuração ......................................................................................... 204 Fig. A3.17 – Perfurador utilizado em extracções subterrâneas .............................................. 205 Fig. A3.18 – Tomba blocos .................................................................................................... 205
Fig. A3.19 – Martelos pneumáticos ....................................................................................... 206 Fig. A3.20 – Equipamento de transporte ................................................................................ 207 Fig. A3.21 – Exploração de bancada ...................................................................................... 208 Fig. A3.22, esq.ª) – explosivos no pé da bancada; Fig. A3.22, dir.ª) – explosivos verticais e
horizontais combinados .................................................................................................. 209 Fig. A3.22 – Desmonte através de furos horizontais profundos ............................................ 209 Fig. A3.23 - Exploração através de furos verticais profundos ............................................... 210 Fig. A3.24 - Exploração através de furos verticais profundos ............................................... 211 Fig. A3.25 - Exploração através de explosivos em galeria .................................................... 212 Fig. A3.26 – Vista em planta das galerias .............................................................................. 213 Fig. A3.27 – Organograma de tipos de explosivos ................................................................ 213
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Pedras Naturais
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Índice de Quadros
Quadro 1 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais
presentes e sua textura [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ...................................... 32 Quadro 2 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais
presentes e sua cor [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ............................................ 34 Quadro 3 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função da amostra de
mão [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ................................................................... 34
Quadro 4 – Designação quanto ao tamanho dos sedimentos. .................................................. 42 Quadro 4A – Classificação de rochas quanto à resistência à compressão e aderência aos
ligantes ............................................................................................................................. 59 Quadro 5 – Relação entre a dureza, a densidade e a resistência à compressão das pedras
calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ............................................................ 61 Quadro 5A – Trabalhabilidade das rochas correntes ............................................................... 66 Quadro 6 – Tipos de rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ....................... 70 Quadro 7 – Classificação das rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro] .......... 70 Quadro 8 – Modo de comercialização das rochas Ornamentais calcárias [Fonte: Instituto
Geológico e Mineiro] ....................................................................................................... 71
Quadro 9 – Produtos das rochas ornamentais e rochas industriais calcárias [Fonte: InstitutoGeológico e Mineiro] ....................................................................................................... 72
Quadro 10 – Tipos de ensaios .................................................................................................. 74 Quadro 11 - Principais indústrias consumidoras das rochas industriais [Fonte: Instituto
Geológico e Mineiro] ....................................................................................................... 81 Quadro 12 - Matérias-primas minerais utilizadas na construção de uma casa (adaptado de
Gomes et al., 1998) .......................................................................................................... 82
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QUADRO 13 - CLASSIFICAÇÃO DOS INERTES ............................................................. 103 QUADRO 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS PENEIROS .......................................................... 107
QUADRO 15 – RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO ABERTURA DO GLICLEUR EDIMENÇÕES DAS PARTICULAS ARRASTADAS .................................................. 109
QUADRO 16 – RESULTADOS DE UMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA. ................. 131 QUADRO 17 - NUMERO DE PENEIROS ........................................................................... 133 QUADRO 18 – EXEMPLO DE AREIAS PARA ANALISE DE TRIANGULO FERET ... 134 Quadro 19 - CARACTERÍETICAS DOS INERTES ............................................................ 140 Tabela 1 – tipos de frente ....................................................................................................... 211
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Introdução
As pedras naturais constituem, com as madeiras, um dos mais antigos materiais de
construção. Com múltiplas aplicações, fundamentalmente como cantarias, alvenarias e
revestimentos, ao longo do tempo tem diminuído o seu emprego. As razões são conhecidas:
entre outras a descoberta e o domínio de outros materiais, sobretudo com a invasão do betão
(embora os seus inertes sejam pedras naturais).
Praticamente as alvenarias de pedra ordinária deixaram-se de se executar, mas quanto ao
regresso ao emprego generalizado da pedra natural ou ao seu abandono definitivo, função do
seu declínio, haverá que fazer uma reflexão profunda. Efectivamente, esta situação está amerecer, em muitos países, uma alargada discussão, sendo em alguns já precedida de medidas
adequadas no sentido de se seguir uma política racional da utilização deste recurso da
Humanidade.
É, assim, fundamento deste trabalho um estudo sobre as pedras naturais ou rochas, como
resultado da pesquisa feita em diversas fontes, onde os valores científicos e práticos vêm clara
e exaustivamente tratados, nomeadamente em publicações e sites da responsabilidade de
organismos oficiais, assim como estudos e trabalhos publicados por personalidades cujo grau
de conhecimentos é reconhecido, tanto nacional como internacionalmente.
Como contribuição pessoal, servi-me da experiência adquirida ao longo da minha vida
profissional, visitando explorações e indústrias de transformação nas diversas regiões do país.
Se considerarmos a composição da crosta terrestre, ou camada superficial sólida do planeta
(denominando-se crosta continental se está a descoberto e crosta oceânica se está submersa),
verificamos que ambas são constituídas por rochas. Estudos da distribuição litológica indicam
que 95% do volume da crosta continental corresponde a rochas cristalinas, ou seja, ígneas e
metamórficas, sendo os restantes 5 % rochas sedimentares.
As rochas sedimentares representam, essencialmente, uma camada rochosa disposta sobre as
rochas ígneas e metamórficas e representam, basicamente, o resultado da alteração das
primeiras no tempo.
Como se verifica face à sua abundância e características, fácil foi o homem ter escolhido as
pedras naturais como um dos principais materiais de construção. Com múltiplas aplicações,
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têm à medida que o homem vai adquirindo novos conhecimentos e descoberto novas
tecnologias, passado da utilização no seu estado simples, como em cantarias, alvenarias e
revestimentos, para a combinação com outros materiais, cite-se o betão e as massas
betuminosas. Assim, dos primitivos abrigos aos vários monumentos que ao longo da históriatêm sido construídos, até às edificações mais sofisticadas e hoje designadas de inteligentes, a
pedra natural esteve e está presente. Destes e de outros usos daremos mais reconhecimentos
ao longo deste trabalho.
Por curiosidade, se nos referirmos à utilização deste produto no contexto de ornamentação, os
locais mais referidos são o Próximo Oriente, o Extremo Oriente, os EUA, a China, a Índia, o
Brasil e a Europa. Mas, de facto, o “Velho Continente” é e será o mais importante mercado
mundial das rochas naturais.
Na última década os consumidores redescobriram a rocha natural como material de
construção. Desde 1990 que o consumo de rochas naturais nos países da Comunidade
Europeia registou um acréscimo, sendo aqui que ainda é produzida sensivelmente a metade
das necessidades mundiais de rochas ornamentais.
A adopção das várias qualidades de rochas naturais, assim como o seu acabamento e modo
de aplicação, continuam a terem origem nos países europeus, sendo então adaptadas nos EUA
ou na Ásia.
Actualmente na Europa central existe uma grande procura por materiais com superfícies
ásperas. Superfícies envelhecidas artificialmente também são muito apreciadas, como
expressão de elegância e de intemporalidade. O cinzento, em todos os seus matizes, continua
a ser altamente favorito dos arquitectos. Também hoje são muito solicitados os tipos pretos e
cinzentos e, especialmente, os amarelos. A recuperação de edifícios e a arquitecturapaisagística são tidas como os importantes mercados do futuro.
Numa breve análise do sector em Portugal, ocupamos a quinta potência mundial em termos
de produção de rochas ornamentais, mas a primeira quando se considera a produção per-
capita.
O sector das rochas ornamentais em Portugal destaca-se principalmente devido à sua grande
vocação para a produção e exportação de rocha natural talhada para calcetamento. A produçãodestas rochas, em termos nacionais, representa cerca de 34% do total da produção de rochas
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ornamentais. A produção nacional de mármores, e outras rochas carbonatadas, representam
33% do volume total de rochas ornamentais, seguindo-se os granitos e rochas similares.
As rochas ornamentais naturais susceptíveis de aproveitamento e valorização encontram-se
repartidas, em Portugal, um pouco por todo o território, contribuindo para a criação de riqueza
e desenvolvimento do País. Por outro lado, a realidade geológica compreende uma larga
variedade de pedras naturais, o que proporciona ao sector a necessária sustentabilidade.
Nessas circunstâncias, a indústria das rochas ornamentais constitui, em Portugal, um dos
sectores mais importantes de entre os que têm por base actividades extractivas, tanto mais que
se tem assistido a um forte incremento da produção, concomitante com a modernização do
sector, o qual ainda constitui um dos importantes em termos das exportações nacionais.
Descrição sintética do assunto abordado em cada capítulo.
No capítulo 1, faz-se uma apresentação da génese das rochas naturais, descrevendo o modo de
formação, os materiais que as compõem, o modo de classificação, assim como os principais
tipos.
No capítulo 2 descrevem-se as propriedades das pedras naturais, nomeadamente quanto à sua
resistência mecânica, as propriedades físicas, químicas e a verificação das características e
critérios de utilização.
No capítulo 3 indicam-se as rochas com maior utilização na construção civil e indústrias
consumidoras, analisando-as quanto aos seus aspectos de comercialização, assim como tendo
em vista a sua escolha face ao uso pretendido.
No capítulo 4 fala-se das principais alterações que as rochas têm por acção dos vários agentes,
tanto no processo da aplicação como ao longo da sua vida, nomeadamente agentes químicos,
vento, temperatura, agentes biológicos, poluição, fogo, acção humana, etc.
No capítulo 5, enumeram-se os vários tratamentos que se podem efectuar para atenuar as
acções de desgaste e degradação que as rochas estão submetidas, tais como a pintura, a
impregnação, a silicatização e a flutuação.
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1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais
As rochas, ou pedras naturais, são associações compatíveis e estáveis de um ou mais
minerais.
O seu estudo pode ter vários fins, podendo-se efectuá-lo na perspectiva das rochas como
fontes ou reservatórios de matérias-primas (minérios, materiais de construção,
combustíveis fósseis, águas subterrâneas, etc.) e, até, com fins mais científicos, como
visar conhecer melhor o nosso planeta, já que estas são o testemunho mais importante da
história da Terra e dão-nos, ainda, bases para conhecer a história do Sistema Solar e dopróprio Universo.
1.1. Ambientes de Formação das Rochas
Os três grandes ambientes geológicos geradores de rochas, também ditos petrogénicos, são:
1. Ambiente magmático;
2. Ambiente sedimentar;
3. Ambiente metamórfico.
As principais diferenças entre eles são definidas em termos de:
• Pressão;
• Temperatura;
• Composição química.
A estes ambientes correspondem, respectivamente: as rochas magmáticas, as rochas
sedimentares e as rochas metamórficas.
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1.1.1. Ambiente Magmático
O ambiente magmático caracteriza-se geralmente por:
• Temperaturas elevadas (acima dos 800ºC);
• Pressões muito variadas, desde muito baixas, no caso do Vulcanismo, a muito
altas, no caso do Plutonismo, ocorrido no interior da Litosfera, variando num intervalo
que reflecte as diferentes profundidades a que pode ocorrer;
• Variações de composição química, considerada restrita em comparação com ou
outros ambientes.
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Fig. 2 - Corte esquemático e simplificado do modelo da Tectónica de Placas (é de salientar as diferentes
profundidades e posições relativas a que se encontram as câmaras magmáticas) [Fonte: Terra planeta
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
1.1.2. Ambiente Sedimentar
É praticamente o ambiente existente à superfície da Terra, caracteriza-se por:
• Baixos valores de temperatura e pressão;
• Grande variabilidade na composição química dos materiais;
• Proporcionar grandes transformações químicas, tais como a oxidação,
carbonatação, hidrólise e a hidratação.
Fig.3 - Cratera do vulcão Stromboli [1]. Fig. 4- Recolha de amostras de lava do vulcão Etna [1].
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Fig. 5- Arrefecimento brusco de uma escoada lávica [1].
Fig.6 - Esquema simplificado da génese das rochas sedimentares) [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
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Fig.7 - Erosão marinha de estratos ou camadas
calcárias [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
Fig.8 - Erosão pluvial, fluvial e eólica de estratos
de arenitos e calcários [Fonte: Terra planeta
”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
1.1.3. Ambiente Metamórfico
É caracterizado por um grande intervalo de pressões e temperaturas.
Consoante o valor relativo de cada um destes dois parâmetros, o metamorfismo pode ser
essencialmente térmico (metamorfismo de contacto), ou essencialmente dinâmico
(metamorfismo regional) e estreitamente ligado com a formação das cadeias montanhosas.
Quanto à temperatura os valores não excedem, em regra, os 800ºC (valor que marca o inicio
da fusão de parte dos minerais, isto é o começo do magmatismo). O ambiente metamórfico
tem, assim, lugar em meio essencialmente sólido.
Assim, localizando-se a maior ou menor profundidade, abrange uma grande gama de valores
de pressão e de temperatura, sem que ocorra fusão de materiais, muito embora.
1.2 Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico
As rochas geradas num determinado ambiente geológico são estáveis enquanto permanecem
nesse mesmo ambiente. Uma mudança nas condições do ambiente induzem a transformações,
mais ou menos lentas, de modo a que as rochas se adaptem e fiquem estáveis nessas novas
condições.
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As principais alterações são as da sua textura e a criação de novos minerais de acordo com o
novo ambiente, a partir da destruição de outros que, mediante as novas condições, deixam de
ser estáveis.
Figura nº 9 – ciclo litológico
Por exemplo, muitos dos minerais das rochas que se formam em zonas profundas da litosfera
alteram-se quando chegam à superfície, dando origem a outros minerais que vão participar na
formação das rochas sedimentares. Estas rochas, com o decorrer do tempo geológico, podem
ser sujeitas a novas condições termodinâmicas, originando rochas metamórficas e mesmo
magmáticas quando há fusão do material.
Podemos dizer que as rochas dependem umas das outras e que, também, ao longo do tempo se
transformam umas nas outras, dando lugar aos diferentes tipos litológicos ou petrográficos.
A litosfera é a zona da Terra onde se dão os processos internos, a grande profundidade, que
consomem energia vinda do interior do Globo. Tais processos, como o magmatismo
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(incluindo o vulcanismo), o metamorfismo, outras acções que resultam em deformações da
crosta (dobramentos e falhas) e deslocações da litosfera, são os chamados fenómenos
geodinâmicos internos ou endógenos.
Fig. 10- Esquema da compactação dos sedimentos
detríticos e circulação dos fluidos entre os poros [Fonte:
Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
Fig. 11 - Esquema do fenómeno da solução de
pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de
um mineral resultado das pressões e a
cimentação dos poros [Fonte: Terra planeta
”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
Os processos que ocorrem à superfície, ou na película mais externa da crosta terrestre,
consomem energia exterior ao nosso planeta (principalmente energia solar, acção mecânica e
química da chuva e do vento) e são chamados fenómenos geodinâmicos externos ou
exógenos.
A partir do magma por arrefecimento, solidificação e cristalização originam-se as rochas
magmáticas ou ígneas que, por processos de levantamento, podem chegar à superfície onde
ficam sujeitas aos processos geodinâmicos externos (meteorização, erosão, transporte e
sedimentação) originando-se sedimentos.
Posteriormente, estes sedimentos são sujeitos a processos físico-químicos que conduzem à
formação de rochas sedimentares. O conjunto desses processos denomina-se por diagénese.
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À medida que estas rochas, ou os seus sedimentos, vão atingindo zonas mais profundas da
litosfera, por subsidência1 ou por subducção2, a temperatura e a pressão aumentam dando-se
então início a processos metamórficos com a consequente geração de rochas metamórficas.
Com a continuação do aumento de pressão e temperatura, as rochas podem fundir dandoorigem a um magma, completando assim o ciclo.
Dentro deste ciclo existem outros mais pequenos, como se pode ver na figura abaixo, já que
uma rocha magmática ou uma rocha sedimentar podem sofrer processos metamórficos e
mesmo voltar a fundir originando um magma.
Fig. 12 - Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico (esquema litológico ou petrogenético) [Fonte: Terraplaneta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
1 Movimento de descida do fundo de uma bacia de sedimentação
2 Acção de mergulho de uma placa continental sobre outra, nas zonas de “rift” (Téctonica de Placas)
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1.3. Rochas Magmáticas ou Ígneas
Tal como o nome indica, estas rochas formam-se a partir da cristalização de um magma,
podendo também ser designadas por ígneas.
O ambiente em que se formam as rochas magmáticas é caracterizado por temperaturas muito
elevadas, o que permite a existência de materiais rochosos em fusão (magma).
O magma gera-se a grandes profundidades, durante a sua ascensão pode estacionar em
câmaras magmáticas onde vai arrefecendo. Consoante o arrefecimento se processa de uma
forma lenta ou rápida, as rochas que se vão formar apresentam características de textura
diversas. O magma poderá ainda subir para níveis mais superficiais, sob a forma de filões,diques, soleiras e outras, ou poderá mesmo sair directamente para o exterior por processos de
vulcanismo.
Fig. 13 - Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos de
estruturas intrusivas e extrusivas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
Consoante a profundidade a que o magma solidifica classificam-se as rochas em:
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Rochas Plutónicas ou Intrusivas que resultam do arrefecimento e cristalização lenta do
magma em profundidade. Sendo o arrefecimento lento, os minerais que se vão formar
apresentam dimensões consideráveis, sendo facilmente visíveis à vista desarmada. Umexemplo deste tipo de rochas é os granitos. Existem também, como referimos, rochas
magmáticas que se formam a profundidades intermédias em estruturas filonianas como os
diques e as soleiras ou filões camada.
Rochas Vulcânicas ou Extrusivas quando a consolidação do magma é feito à superfície
ou muito perto dela, designam-se as rochas ígneas por vulcânicas. Estas rochas resultam do
arrefecimento muito rápido do magma, visto a temperatura à superfície ser bastante
inferior à temperatura a que se encontrava o magma. Assim, os minerais não tem tempo
suficiente para se desenvolver e por esta razão vão apresentar dimensões muito reduzidas,
por vezes até microscópicas. Os basaltos são as rochas vulcânicas mais comuns.
1.3.1. Textura das Rochas Magmáticas
Como se acabou de ver, as rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas são aquelas que
solidificam lentamente no interior da crosta, portanto os minerais têm mais tempo para se
formarem e diz-se que estas rochas têm textura holocristalina, granular ou fanerítica, em que
todos os minerais seus constituintes são visíveis a olho nu.
Contudo, esta também pode ser grão fino, designando-se por textura aplítica. Por outro lado,
quando todos os cristais são de grandes dimensões diz-se que têm textura pegmatítica. Ainda
existem certas rochas em que se regista uma variação entre cristais pequenos e grandes, que
sobressaem na massa granular da rocha, diz-se, neste caso, que têm textura porfiróide.
As rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas são as que têm um arrefecimento rápido à
superfície e, por isso, os minerais são de pequenas dimensões e não se distinguem à vista
desarmada. Diz-se que têm textura afanítica, em que só ao microscópio petrográfico se podem
observar os seus constituintes, ou textura vítrea em que não há individualização dos seus
minerais, nem mesmo quando observados ao microscópio, como por exemplo, os vidros
vulcânicos (obsidiana).
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Corresponde ao tamanho, à cristalinidade e ao modo como os cristais estão organizados na
rocha. É uma consequência das condições de consolidação do magma (lenta ao rápida).
É usual considerar dois tipos de textura:
1. Holocristalina- quando a rocha se encontra totalmente cristalina.
2. Vítrea- quando não se observam cristais, mesmo ao microscópio.
Durante o arrefecimento do magma, os minerais, que são essencialmente silicatos, não
cristalizam todos ao mesmo tempo. Formam-se primeiramente os minerais de ponto de fusão
mais elevado e depois os restantes.
Bowen, a partir de experiências laboratoriais, estabeleceu teoricamente a ordem segundo a
qual se processa a formação dos principais minerais que constituem as rochas magmáticas,
conforme Figura 14.
Fig.14 Cristalização fraccionada
Existem rochas que se formam em profundidades intermédias ou próximo à superfície nas
quais se observam cristais mais desenvolvidos, fenocristais, dispersos numa matriz com
textura afanítica. Diz-se que estas rochas apresentam textura porfírica.
Os minerais mais comuns nas rochas magmáticas são:
• Quartzo;
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• Feldspatos e plagioclases;
• Feldspatóides (nefelina, leucite);
• Micas (moscovite, biotite);
• Piroxenas; Anfíbolas e Olivina.
Estes podem ser em cada caso essenciais, ou seja, são os que caracterizam a rocha que os
contém, ou podem ser minerais meramente acessórios (que existindo numa rocha não afectam
as características da mesma).
TEXTURA GRANULAR
Os minerais apresentam sensivelmente
as mesmas dimensões
TEXTURA PORFIRÓIDE
No seio de uma massa mais fina ocorrem
cristais bem desenvolvidos
TEXTURA PEGMATÍTICA
Os minerais da rocha apresentam-se em
cristais de grandes dimensões
TEXTURA APLÍTICA
Os minerais apresentam-se em pequenos
grãos quase invisíveis à vista desarmada
Fig. 15 - Texturas das Rochas Magmáticas ou Ígneas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
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Quadro 1 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais presentes e
sua textura [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
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Fig.16 – tipos de texturas
Rochas
MagmáticasPrincipais Minerais
PLUTÓNICAS
VULCÂNICASQuartzo
Feldspato
potássico
Feldspato
Calco-
sódico
Moscovite Biotite Anfíbola Piroxena Olivina
GRANITO
RIÓLITO
SIENITO
TRAQUITO
DIORITO
ANDESITO
GABRO
BASALTO
minerais abundantes (essenciais)
minerais pouco abundantes (acessórios)
minerais raros (acessórios)
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1.3.2. Cor das Rochas Magmáticas
Para a classificação das rochas magmáticas faz-se a distinção entre minerais mais claros,
denominados de félsicos (quartzo, feldspatos) e minerais mais escuros, designados de máficos
(biotite, piroxenas, anfíbolas e olivinas).
Quadro 2 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais presentes e
sua cor [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
Rochas Leucocratas De cor clara, ricas em minerais félsicos e, portanto, pobres em máficos.
Ex. Granito, Riólito, Sienito, Traquito.
RochasMesocratas
De cor intermédia, com proporções aproximadas dos dois tipos de minerais.
Ex. Diorito, Andesito.
Rochas Melanocratas De cor escura, ricas em minerais máficos.
Ex. Gabro, Dolerito, Basalto.
Quadro 3 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função da amostra de mão [Fonte:
Instituto Geológico e Mineiro].
Principais
minerais
Textura
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1.3.3. Composição química
A composição química é a percentagem de óxidos nos elementos que fazem parte dos
minerais da rocha.
Existem 4 tipos de classificações de rochas consoante a composição química:
1. Ácidas – percentagem superior a 65% de sílica
2. Intermédias – percentagem entre 65% e 52% de sílica
3. Básicas – teor em sílica baixo
4. Ultra – básicas – percentagem de sílica inferior ou igual a 45%
Fig.17 – composição química das rochas magmáticas mais comuns
1.3.4. Principais rochas magmáticas
Granitos
É a pedra mais divulgada e aparece em todo o norte do país, a norte do Tejo com excepção da
orla costeira ocidental do Mondego até Aveiro.
O granito Algarvio e Alentejo (pedreiras de Évora) não são bons para construção.
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É constituído essencialmente por quartzo, feldspato e mica. Os melhores granitos são os
quartzosos, os granitos mecáceos são inconvenientes pois a mica altera-se. No granito temos a
considerar o fenómeno de feldspatização que consiste na alteração do feldspato quando
exposto ao ar húmido, dando origem a argilas, o que conduz a formação de saibro e barro apartir do granito.
Figura nº 18 – classificação simplificada das rochas magmáticas mais comuns
A variedade de granitos é bastante grande: desde granitos muito brandos de fácil alteração,
devido a terem grandes quantidades de feldspato, com resistências à compressão de 100, 200
ou 300 Kg.cm2, até granitos muito vítreos com resistências à compressão na ordem dos 2000
Kg.cm2, usado para pavimentação. Esta classificação tem em conta não só a sua constituição,
mas também o maior ou menor grau de alteração do feldspato. Os granitos têm grandes
resistências à compressão, são fáceis de extrair e duráveis.
Como se viu, as resistências à compressão são muito variáveis, no entanto, quanto maior for
essa resistência menor é a sua aplicação, pois o trabalho da mesma é difícil. Assim, usam-se
frequentemente granitos de resistência média (cores claras). As aplicações do granito são
variadas. Utilizam-se em alvenarias, que podem ser ou não argamassadas, e em cantarias, aqui
as pedras têm as mesmas dimensões bem definidas e as faces são planas.
Temos também a pavimentação feita por lajes, no tempo dos Romanos, e, hoje em dia, por
cubos ou paralelepípedos. Na pavimentação ainda se empregam sobre forma de cascalho,
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sobre o qual se lança terra batida formando o “macadame”. Utilizam-se também no fabrico de
inertes de betão.
Com o desaparecimento da cantaria, devido à utilização de betão armado e a falta de mão-de-
obra especializada, surgiu a aplicação de granitos polidos, essencialmente para dar um aspecto
estético a um edifício de betão e para que possa (em certa medida) rivalizar com os antigos
edifícios de cantaria. É um material caro, pois os granitos destinados a serem polidos têm de
ser importados.
Pórfiros
São pedras de afloramento localizados e com utilização local. Os pórfiros aparecem
principalmente em Beja. São constituídos por feldspatos muito duros e raramente utilizados
na construção. O pórfiro é utilizado polido na realização de elementos decorativos e tendo
aplicações semelhantes aos mármores.
Basaltos
Trata-se de uma rocha vulcânica e por isso encontra-se principalmente nas ilhas, Madeira e
Açores. Trata-se de uma chama muito dura, muito difícil de trabalhar. O seu emprego como
brita nos betões não é aconselhável por não fazerem boa pega com as argamassas.
Tem grande aplicação na execução de tapetes betuminosos sob a forma de gravilha
(aproveitando basaltos menos ácidos). Por isso, no Continente utiliza-se apenas em
pavimentação. Nas ilhas também se usa como alvenaria, mas os resultados não têm sido
famosos devido à sua má aderência com a argamassa.
1.4. Rochas Sedimentares
A génese de sedimentos, isto é, a formação de produtos resultantes da alteração das rochas
preexistentes, pertence ao conjunto de processos que ocorrem à superfície da crosta. Sob
determinadas condições, estes sedimentos podem vir a formar rochas, chamadas rochas
sedimentares.
As rochas sedimentares resultam do transporte, acumulação e consolidação dos sedimentos,
provenientes quer da erosão de rochas preexistentes, quer da precipitação química de
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substâncias, quer ainda de material correspondente a conchas, esqueletos, espículas de
organismos mortos.
Estas rochas constituem uma fina película na crusta terrestre, cuja espessura raramente
ultrapassa os 2 Km, cobrindo, no entanto, cerca de 80% da superfície do planeta e
constituindo a maioria das suas paisagens.
As rochas sedimentares sofrem um longo processo de transformações, que se inicia com a
alteração e termina na diagénese ou litificação.
1.4.1. Ciclo Sedimentar
Alteração ou Meteorização: Processo pelo qual as rochas perdem as características físico-
químicas originais.
As rochas da superfície terrestre estão a ser continuamente alteradas por agentes naturais,
como a água, os gases atmosféricos, a acção dos seres vivos e as variações de temperatura. Os
produtos resultantes da alteração podem ser detríticos (ex.: pedras soltas, areia, fracção fina
dos solos) ou dissolverem-se na água.
Erosão: Fenómeno de desgaste dos materiais rochosos por acção das águas, vento e seres
vivos.
Quase simultaneamente com a alteração das rochas dá-se a sua erosão, que é o processo de
arrancar e deslocar os materiais rochosos previamente alterados.
Transporte: Movimento dos materiais resultantes da erosão, pela acção da água, do vento e
da força da gravidade.
O transporte desses elementos soltos é providenciado por diversos agentes, como as águas dos
rios e o vento, acumulando-se em lugares favoráveis, como por exemplo, rios, lagos, lagoas,
praias e fundos oceânicos, dando-se a sedimentação desses materiais. Se o agente de
transporte é a água, durante a sedimentação também podem depositar-se por precipitação
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química as substâncias dissolvidas na mesma, dando origem a rochas sedimentares de origem
quimiogénica, como é o caso do gesso e do salgema.
Sedimentação: Processo de deposição dos sedimentos previamente erodidos e transportados.
Também poderão sedimentar restos de conchas, carapaças e esqueletos de animais mortos, se
estes existirem no local de acumulação ou nas proximidades, como numa praia ou num lago.
Fig.19 – Ciclo sedimentar
1.4.2. Agentes de Erosão
Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e sedimentação, pois
estes processos podem ocorrer simultaneamente. A estes dá-se o nome de Agentes de Erosão,
Transporte e Sedimentação, sendo os mais importantes:
•
A água da chuva, dos rios, dos mares e dos glaciares;
• O vento;
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• A força da gravidade.
Em resumo, na sedimentação podem participar isolados ou em conjunto, detritos ou clastos
arrancados a rochas preexistentes, substâncias dissolvidas nas águas e sedimentos de origem
orgânica.
Diagénese
Diagénese: Conjunto de processos situados entre a sedimentação e o metamorfismo, que
actuam sobre os sedimentos provocando a sua compactação e formação de rochas mais
consistentes.
Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos, antes da
formação das verdadeiras rochas sedimentares: a Diagénese. Começa com a redução de
volume dos sedimentos, devido ao próprio peso dos sedimentos que se vão depositando por
cima. Nos sedimentos mais profundos vão-se reduzindo os espaços vazios e estes começam a
agregar-se e a compactar. Com a compactação, os sedimentos tornam-se mais resistentes
adquirindo um aspecto de rocha.
Fig. 20- Formação das rochas sedimentares [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
Associada à compactação dos sedimentos, decorre o processo de cimentação que consiste no
aparecimento de uma matriz, ou seja, um material muito fino entre os grãos dos sedimentos.
Este material também pode ser um cimento resultante da precipitação de substâncias,
geralmente carbonato ou sílica, conferindo uma maior consistência.
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Nos sedimentos mais profundos podem existir modificações nos minerais e alterações
químicas, com trocas de substâncias entre as rochas e as soluções que circulam em volta,
dando origem a novos minerais designados de neoformação.
1.4.3. Classificação das Rochas Sedimentares
A classificação das rochas sedimentares pode ser feita com base em vários critérios.
Num deles esta distinção é realizada consoante a origem dos sedimentos que as constituem,
classificando-se as rochas sedimentares em três grupos principais.
O esquema que apresentamos subdivide as rochas sedimentares em três grandes grupos:
• (S) Siliciclastos (fragmentos silicatados e grãos associados);
• (A) Aloquímicos;
• (P) Precipitados químicos e bioquímicos.
Fig. 21 - Esquema de classificação das Rochas Sedimentares segundo a origem dos sedimentos [Fonte:
Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
Outra forma classificativa também tem em atenção a sua origem, mas mais em termos da
origem dos elementos do que com a sua química:
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• Rochas Sedimentares Detríticas;
• Rochas Quimiobiogénicas ou Organogénicas;
• Rochas Quimiogénicas.
Rochas Sedimentares Detríticas
São rochas cuja componente predominante são os detritos de rochas preexistentes, resultantes
sobretudo da alteração e erosão que actuaram sobre essas mesmas rochas.
Podem dividir-se em dois grandes grupos:
1. Rochas sedimentares detríticas móveis (como exemplo, os calhaus, areias, argilas
e os silites);
2. Rochas sedimentares detríticas consolidadas (caso dos conglomerados, brechas,
arenitos, siltitos e dos argilitos);
Quadro 4 – Designação quanto ao tamanho dos sedimentos.
Tipo de Rocha Tamanho Dimensão Rochas Móveis
Rochas Consolidadas
Brechas, Conglomerados
Arenitos
Siltitos
Argilitos
Balastros > 2 mm Cascalheiras
Areias 2 - 1/16 mm Areias
Siltes 1/16 - 1/256 mm Siltes
Argilas < 1/256 mm Argilas
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Rochas Quimiobiogénicas ou Organogénicas
Resultam da acumulação de organismos depois de mortos ou de detritos da sua actividade.
A esses restos de organismos preservados nas rochas chamam-se fósseis, sendo um exemplodesta rocha o diatomito que é constituída, essencialmente, por carapaças de diatomáceas.
As rochas fossíliferas mais comuns são os calcários fossilíferos, que resultam da precipitação
de carbonato de cálcio que vai cimentar e consolidar restos de animais.
Rochas Quimiogénicas
Resultam da precipitação a partir de substâncias dissolvidas na água que poderão através dela
serem transportadas a longas distâncias.
A precipitação dos produtos que irão dar origem a estas rochas, dá-se em condições químicas
e de temperatura que não permitem que a água continue a transportá-los. Formam-se, então,
rochas de precipitação química como, por exemplo, as estalactites, calcário comum e o sílex.
Fig. 22 - Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante da acção
dissolvente da água [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]:
A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E - Estalactite; F -
Algar; G - Exsurgência.
O processo mais comum de precipitação é a evaporação, verificado no caso das rochas
evaporíticas. Originam-se por precipitação de sais quando se dá a evaporação das águas que
os contêm em solução, como exemplos temos o gesso e a halite (sal de cozinha).
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Fig. 23 - Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e estalactites [Fonte:Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
1.4.4. Principais Rochas Sedimentares
Resultam da deposição ou precipitação de substâncias e posterior consolidação dando origem
a estratos. São rochas anisotrópicas pois têm propriedades muito diferentes segundo a
direcção que se considera. Se considerarmos por exemplo a direcção dos estratos e a direcçãoperpendicular a eles as propriedades numa e noutra direcção variam radicalmente. Como
exemplo deste tipo de rochas temos os calcários e o grés.
Calcário
Aparece no sul do Tejo e nas zonas de excepção do granito. O calcário é formado por
Carbonato de Cálcio (CaCO3).
Juntamente com o granito é a perda mais utilizada no nosso país. É uma perda branca com
dureza muito variável, desde muito brandas até muito duras.
O calcário tem um inconveniente – é uma pedra geladiça, isto é, é uma rocha que fractura por
influência da compressão provocada pelo aumento do volume da água quando gela. Este
fenómeno designa-se por gelavidez.
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A pedra calcária ainda se utiliza como matéria-prima para o fabrico de cimento, juntamente
com argila, e no fabrico de ligantes hidráulicos. O calcário brando trabalha-se muito
facilmente e foi utilizado em vários monumentos.
Temos assim que o calcário, nas suas variedades muito duras, tem as mesmas aplicações que
o granito.
Emprega-se como pedra de cantaria em janelas e portas, como pedra decorativa ou ainda,
após britagem, como inertes para argamassas. Assim, os calcários duros são utilizados para
alvenarias e cantarias, pedra para pavimentação e como inertes para betão.
Uma grande variedade em revestimentos decorativos é o Lioz (Pero Pinheiro). Também
outras variedades como o semi-rígido (calcário branco baço) o Moleano (cor creme com
incrustações pontoais e regularmente distribuídas) e o Moca-creme (cor creme com riscas
cinzentos onduladas e esbatidas, distribuídas irregularmente) são muito usados.
Grés
São constituídos por grãos de sílica que foram aglomerados por um cimento natural, de
constituição siliciosa, argilosa ou calcária, dando assim origem respectivamente ao grés
silicioso, argiloso ou calcário. Os grés siliciosos são muito duros e não se utilizam na
construção. Os grés argilosos são muito moles e também não se utilizam.
Os grés calcários são muito porosos sendo, portanto, bons condutores da humidade e só
devem ser utilizados em construções de exteriores, por exemplo soleiras de portas. Os grés
encontram-se sobretudo na Serra da Lousã e tem utilização local.
1.5. Rochas Metamórficas
Metamorfismo:
É o conjunto das transformações e das reacções que uma rocha sofre quando é sujeita a
condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua génese.
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As rochas metamórficas geralmente resultam da transformação de rochas pré-existentes. Estas
transformações decorrem quando essas rochas atingem grandes profundidades ou quando são
encaixantes nas intrusões magmáticas, sem contudo passarem pelo estado de fusão. Nestes
casos, devido às novas condições de pressão e de temperatura, diferentes das que presidiram àsua génese, estas vão sofrer alterações nas suas características originais.
Essas modificações consistem, essencialmente, nos reajustamentos mineralógicos e texturais
das rochas, em consequência das novas condições físico-químicas, nomeadamente de pressão
e temperatura do meio. Mas outros factores também são muito importantes no metamorfismo,
como é o caso da acção dos fluidos e do tempo.
Todos estes factores não actuam conjuntamente e com a mesma intensidade, falando-se dediferentes tipos e intensidade de metamorfismo.
Quanto maiores forem a temperatura e pressão maior será a intensidade do metamorfismo e
maiores vão sendo as transformações das rochas, até chegar a um ponto chamado de ultra-
metamorfismo, que faz a transição para o ambiente magmático. Inversamente, variações
muito pequenas de temperatura e pressão induzem transformações menos acentuadas das
rochas, podendo facilmente concluir-se qual a rocha inicial metamorfizada.
Geralmente estas rochas são deformadas, apresentando foliação e xistosidade. A xistosidade é
evidenciada pela facilidade com que a rocha se destaca em lâminas, como é exemplo o xisto.
A foliação é evidenciada por bandas alternadas de minerais claros e minerais escuros e/ou
pela orientação preferencial dos minerais que as constituem.
O metamorfismo encontra-se frequentemente associado à formação de cadeias montanhosas e
diz-se que o metamorfismo é do tipo "regional", pois afecta grandes quantidades de rochas
com espessura e superfície consideráveis, está normalmente associado à orogénese.
Mas as rochas metamórficas também poderão resultar das alterações térmicas que as rochas
encaixantes sofrem, quando se dão as intrusões de maciços magmáticos. Fala-se então de
metamorfismo de contacto, afectando apenas as rochas envolventes do maciço.
A transformação da rocha ocorre na vizinhança de uma intrusão magmática. A temperatura e
os fluídos deverão ser os factores de metamorfismo dominantes.
Resumindo, a rocha metamórfica é a rocha resultante de um processo de alteração das
condições originais que presidiram à sua génese. Esta alteração das condições do meio, vai ter
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como consequência uma resposta da rocha que terá que se adaptar às novas condições,
podendo alterar a sua textura e os seus minerais constituintes passando a possuir outros mais
estáveis nas condições actuais.
Alguns destes novos minerais permitem avaliar as condições de pressão e temperatura a que
as rochas estiveram sujeitas e designam-se por minerais-índice ou tipomorfos, como, por
exemplo, a estaurolite e silimanite e dizem-se também minerais característicos do ambiente
metamórfico.
Fig. 24 – Diversos tipos de metamorfismo [Fonte: Terra planeta ”vivo”,
http://domingos.home.sapo.pt/index.html].
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1.5.1. Principais tipos de Rochas Metamórficas
Fig. 24 – Principais tipos de rochas metamórficas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
Xisto
Caracteriza-se por apresentar uma textura formada por uma série de planos. Os minerais que o
constituem são em geral filosilicatos, (ex.: Biotite e Clorite) e apresentam dimensões tão
reduzidas que não se distinguem a olho nu. Distinguem-se das Ardósias por os planos de
xistosidade terem maior brilho. Resultam essencialmente da transformação de rochas
argilosas.
Aparecem em Trás-os-Montes e Beiras. Resultam da metamorfização das argilas que
endurecem e tomam um aspecto lamelar.
Utiliza-se em alvenarias, mas é uma má alvenaria pois a facilidade com que ela parte, segundo
determinadas direcções, obriga à aplicação de muita argamassa. È muito difícil obter pedras
com a forma desejada. Raramente se utiliza no fabrico de betões (sem ensaio prévio) pois
alguns xistos reagem com os cimentos e provoca diminuições no volume e resistência do
betão.
Ardósia
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A ardósia, uma variedade de xistos, caracteriza-se, também, por apresentar uma série de
planos, muito bem definidos, que se sobrepõem uns aos outros. Os minerais que o constituem
são em geral minerais de argila e apresentam dimensões tão reduzidas que não se distinguem
a olho nu. Por vezes, contêm fósseis.
Aplica-se como material de cobertura. Trata-se de um material de utilização normalmente
restringida ao local onde aparece, pois nas outras regiões não pode competir com a telha
clássica, dado que fica cara a sua aplicação devido ao transporte. Além disso exige um tablado
sobre o qual se aplica, o que dificulta a sua utilização.
Como é leve é facilmente levantada pelo vento, o que implica que os telhados tenham que ter
maior inclinação.
Os soletos de ardósia são muito utilizados em Inglaterra e outros países onde a parte junto ao
telhado é muitas vezes utilizada como habitação.
Estes soletos isolam melhor a habitação da humidade que as telhas, pois enquanto que estas
absorvem 12% do seu peso em humidade, a ardósia absorve apenas 1%, daí também ser muito
utilizada em reservatórios de água e bancas de cozinha (os melhores e mais compactos betões
dificilmente atingem um absorção tão baixa).
As ardósias são facilmente trabalhadas, moldadas e pintadas.
A ardósia tem a particularidade de quando submetida a temperaturas superiores a 800ºC, os
seus interstícios aumentarem de volume, enchendo-se de ar. Por outro lado, se conseguirmos
que a ardósia fique vitrificada ela manterá esta estrutura, pois que o ar não sai, dando origem à
chamada ardósia expandida.
Esta ardósia é um material leve e de bom isolamento térmico e acústico. Aplica-se no fabrico
de betões leves. O pó de ardósia também é utilizado no fabrico de tintas.
Gnaisses
Frequentemente derivado de rochas ricas de quartzo e feldspato. Os minerais encontram-se
todos recristalizados e dispostos segundo faixas mais ou menos paralelas, formando bandas
alternadas, claras e escuras. Regra geral os grãos apresentam uma forma arredondada ou
lenticular.
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Quartzitos
Rocha essencialmente constituída por grãos de quartzo resultantes da recristalização de
arenitos siliciosos. Por norma apresenta tonalidades claras.
Mármores
Rocha resultante da recristalização de calcários ou dolomias. Distinguindo-se destas rochas
pela dimensão dos grãos de calcite, visíveis à vista desarmada, e pelo seu brilho. Pedra
abundante em Portugal. Adquire polimento com facilidade e emprega-se no revestimento de
paredes, pavimentos, etc.
1.5.2. Sequências Metamórficas
Considera-se como sequência metamórfica o conjunto de rochas derivadas de mesmo tipo de
rocha original, correspondentes a sucessivos graus crescentes de metamorfismo (Instituto
Geológico e Mineiro).
Sequência Argilosa - Originada a partir de argilitos ou de siltitos é representada pela sucessão:
ARDÓSIA FILÁDIOSMICAXISTOS GNAISSES
Sequência Básica - Originada a partir de basaltos, gabros, etc. É representada pela sucessão:
XISTOS VERDES ANFIBOLITOS
Sequência Quartzo-feldspática - Originada a partir de rochas graníticas e riolíticas, mostra os
seguintes termos:
GNAISSESMIGMATITOS
Sequência Carbonatada - Com inicio nos calcários, evolui para mármores.
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CALCÁRIOSMÁRMORES
Sequência Carbonácea - Desenvolvida a partir de carvões fósseis, é representada por:
ANTRACITE GRAFITE
1.5.3. Estrutura
Existem 2 tipos de texturas:
1. Foliada – apresenta minerais orientados perpendicularmente à direcção da força
compressiva, dando um aspecto laminado;
2. Não foliada – não evidencia orientações dos seus constituintes
1.5.4 Textura
Existem 5 tipos de texturas:
1. Granoblástica – caracteriza-se por apresentar cristais de dimensões semelhantes
2. Lepidoblástica – os cristais predominantes na rocha são lamelares, do tipo das micas;
3. Nematoblástica – textura onde predominam os minerais alongados e fibrosos;
4. Porfiroblástica – caracterizada por apresentar alguns cristais mais desenvolvidos em
relação aos restantes constituintes.
5. Cataclastica – os cristais evidenciam fracturação e não apresentam orientação definida;
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2. Propriedades das pedras naturais
Dada a sua origem e o modo de formação bastante diverso, as pedras apresentamcaracterísticas bem diferentes que permitem a sua distinção e determinam a sua posterior
utilização em obra.
Essas características são de três tipos: mecânicas, físicas e químicas.
Assume o seu conhecimento particular importância, quer para as operações de extracção e
transformação, quer para uma correcta selecção nas suas utilizações. Abordam-se
seguidamente estas características particularizando o seu estudo em certos casos de maiorinteresse. Assim, embora muitas sejam as propriedades que as pedras naturais possuem ou
que se desejam, passando-se a expor apenas as mais significativas.
2.1. Resistência mecânica das pedras naturais
As propriedades de resistência a f1exão, ao corte e à tracção para uma pedra têm pouca
importância e consideram-se geralmente nulas.
Interessam essencialmente as resistências à compressão e ao desgaste. Na verdade, o papel da
pedra na construção é, sobretudo, de resistir a compressão e ao desgaste.
2.1.1. Resistência à compressão
É, pelas razões já apontadas, a mais importante. Muito embora a aplicação da pedras naturais
ser cada vez mais ornamental, pelo que outras características vão sobressaindo.
Essa resistência varia com o efeito de cintagem, podendo-se para a mesma pedra encontrar
valores distintos devido a este factor. Por isso é que se utilizam altos coeficientes de
segurança para as pedras, podendo atingir o valor de 10.
Em regra, quanto mais densa é a pedra maior é a sua resistência à compressão. Existindo uma
fórmula que relaciona a resistência com a densidade aparente, nos calcários. Também esta
resistência depende do grau de humidade. Quanto mais saturada está a pedra menor é a sua
resistência. Caso dos calcários, que quanto mais geladiça for a pedra menor é a resistência.
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Como fórmula que pretende aferir do índice de qualidade da pedra a este factor, temos:
Resistência seca / Resistência húmida
No caso dos calcários, se este quociente for menor que 1,6 a pedra considera-se geladiça.Portanto, este quociente também caracteriza o grau de geladicidade da pedra. Por exemplo,
num granito a Resistência seca / Resistência húmida variam de 1,05 a 1,10.
2.1.2. Resistência ao funcionamento
Tomemos um provete e coloquemos sobre ele uma pastilha de aço a que se aplica uma força.
A área tende a expandir-se lateralmente, pois está sendo comprimida. Essa expansão está
impedida e aumenta assim a resistência.
Por outro lado, há ainda a considerar a resistência ao corte do provete. Assim, a resistência
vem nesse ponto muito aumentada em relação a resistência da pedra quando a força é exercida
em toda a área (quase triplicada).
Se comprimirmos um provete numa área reduzida a tensão de rotura é maior do que se o
comprimirmos em toda superfície.
Se uma pedra está nestas condições podemos dar-lhe um coeficiente de segurança mais baixo.
2.1.3. Resistência a tracção, flexão e ao corte
A resistência a f1exão é da ordem de 15% da resistência à compressão. A resistência ao corte
e à tracção é cerca do 5% da resistência a compressão.
Estas três resistências são muito pequenas e podem mesmo não se chegarem a desenvolver.
Por exemplo as pedras fissuradas não podem suportar tais esforços. Devido a isto na prática
escolhem-se formas construtivas adequadas apenas ao exercício de esforços de compressão.
2.1.4. Resistência ao desgaste
A resistência ao desgaste tem particular importância para as pedras aplicadas no fabrico de
betões e em locais de circulação intensa, ficando assim sujeitas a solicitações de abrasão
frequente, como ladrilhos, lajetas de pavimentos, cobertores de degraus, etc.
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O desgaste influi não só na perda de espessura/peso dos elementos, como na manutenção do
seu brilho e mesmo visibilidade da sua matriz decorativa, sendo um parâmetro essencial na
aferição de desempenho de uma pedra natural.
2.1.5. Resistência ao esmagamento
É a propriedade que mede a dificuldade em esmagar uma pedra natural por acção de forças
transversais à mesma, sendo medida pela quantidade de material friável. Entende-se por
partículas friáveis aquelas que se esmagam quando apertadas entre os dedos.
2.1.6. Resistência ao choque
Trata-se de uma importantes propriedade a ser quantificada nas pedras naturais, dado que asmesmas estão frequentemente sujeitas a acções dinâmicas, ainda que baixa intensidade.
Associada directamente a grandezas como a fractura, a resistência ao choque é de primordial
importância em elementos sujeitos a acções externas com significados, como o trânsito de
viaturas e mesmo pessoas.
Características distintas das pedras naturais
2.2. Características físicas
Dentre as características físicas que maior relevância apresentam na análise duma pedra
natural, como material de construção, contam-se:
1. Estrutura e textura;
2. Fractura;
3. Homogeneidade;
4. Dureza;
5. Aderência aos ligantes;
6. Densidade;
7. Compacidade;
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8. Porosidade;
9. Permeabilidade;
10. Higroscopicidade;
11. Gelividade;
12. Baridade;
13. Condutibilidade térmica.
2.2.1. Estrutura e textura
Estas propriedades, sendo bem distintas, são correntemente confundidas de modo incorrecto.
Assim, enquanto que a textura diz respeito, principalmente, às dimensões forma e arranjo dos
materiais constituintes e à existência ou não de matéria vítrea (donde os tipos fundamentais de
textura: holocristalina e vítrea), a estrutura refere-se essencialmente ao sistema, mais ou
menos ordenado, formado pelas diacláses e juntas do maciço rochoso (dando, então, lugar aos
tipos de estrutura: laminar, em bancos, colunar, estratificada, etc).
As estruturas e a textura das pedras são propriedades deveras interessantes uma vez que
permitem uma avaliação preliminar das restantes propriedades, dado que influem sobre as
qualidades de resistência mecânicas, homogeneidade, porosidade, clivagem e/ou fractura, etc.
Dando-nos, também, uma ideia sobre a trabalhabilidade da pedra e sua aderência às
argamassas.
Todavia somente uma longa prática de laboratório permite a classificação adequada, bem
como o extrair as ilações daí resultantes.
Está relacionada com o aspecto granular da pedra. Assim se classificam por exemplo os
granitos em grão fino, médio, grosso, etc. O granito grão fino é fácil de trabalhar e adere bem
às argamassas.
2.2.2. Fractura
A fractura refere-se ao aspecto que apresentam as superfícies de rotura - normalmente obtidapor percussão - da pedra.
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O exame destas superfícies permite reconhecer os constituintes da pedra e a sua forma de
agregação, bem ainda como o grau de dificuldade da sua lavra.
É uma característica estreitamente ligada às anteriores e considera-se inútil mencionar as suas
classificações, dado que anteriormente se referiu, ser indispensável uma larga prática de
laboratório para o seu conhecimento e correcto emprego.
2.2.3. Homogeneidade
A homogeneidade é uma característica essencial do ponto de vista da utilização da pedra
como material construtivo, no seu estado natural, dado ser sempre preferível o recurso a dade,
sateriais homogéneos – ou heterogéneos, mas com características bem definidas – do que a
materiais com heterogeneidade provenientes de defeitos de constituição.
Na verdade, se uma pedra for homogénea podemos contar com as mesmas propriedades
qualquer que seja a zona em estudo. Se não houver homogeneidade não podemos, por
exemplo, contar com a mesma resistência mecânica em todos os pontos.
Assim, merece normalmente preferência uma pedra homogénea e de qualidade média a uma
outra com melhores qualidades de resistências mas que apresente irregularidades de
constituição e estrutura.
Uma pedra homogénea não deve apresentar:
• Veios ( fissuras delgadas preenchidas por matéria mole);
• Nódos brandos;
•
Crostas (matéria branda que separa normalmente os leitos de pedreiras);
• Geodes (cavidades preenchidas com matéria cristalizada).
A homogeneidade da pedra pode verificar-se percutindo-a com um martelo: um som claro
indica que a pedra deve ser isenta de defeitos; um som cavo significa o contrário.
Por outro lado, uma pedra é de boa qualidade se a sua rotura – por percussão com o martelo –
se dá com projecção, mais ou menos violenta, das partículas; e de má qualidade se se esboroa
em pequenos grãos.
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2.2.4. Dureza
Define-se como a resistência que opõem os corpos, em virtude da coesão, a deixar-se penetrar
ou riscar por outros. Como tal, esta propriedade mede a resistência mecânica das pedras a
compressões pontuais.
Utiliza-se normalmente para a sua avaliação a escala de Mohs1 que, embora sem rigor
científico – não é fruto de qualquer expressão matemática que relacione a dureza dos
materiais – permite a sua classificação relativa.
Para análise expedita da dureza das pedras segundo esta escala, pode recorrer-se a substâncias
correntes e com classificação conhecida. Por exemplo, um pedaço de quartzo (pontiagudo
para se poder riscar com ele) tem dureza 7; um pedaço de feldspato tem dureza 6; o vidro 5
(ou pouco superior); uma lâmina de canivete 5 a 6; um alfinete de latão (ou uma moeda de
cobre) cerca de 3; a unha um pouco mais que 2. As substâncias de dureza 1 são untuosas ao
tacto.
O conhecimento da dureza das pedras é também muito importante para a selecção dos
instrumentos de corte a utilizar.
Tendo em vista este objectivo decorre do processo prático de trabalho a seguinte classificação
quanto à dureza das pedras:
• Brandas – quando se cortam com uma lâmina de aço;
• Mediamente duras – quando se cortam com uma lâmina de aço actuando com jacto
de água e areia;
• Duras – quando só podem ser cortadas com uma lâmina de aço actuando com jacto
de água e esmeril;
1 A escala de Mohs é definida por dez minerais de dureza característica, cotados de 1 a 10, e o grau de dureza do
material a estudar é dado pelo valor do primeiro mineral, na escala ascendente, que o riscar. São os seguintes os
minerais padrão de cada grau de dureza: Talco – 1; Sal gema – 2; Calcite – 3; Fluoricte – 4; Apatite – 5;Feldspato – 6, Quartzo – 7; Topázio – 8; Corinão – 9; Diamante – 10.
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• Duríssimas – quando só se cortam com Carborundum ou serras diamantadas.
No caso particular das pedras calcárias, torna-se necessário para atender à sua gama
extremamente variada uma escala mais “ fina “.
Daí que em certos países seja corrente uma outra escala – Escala EPC – e a correspondente
classificação dos calcários:
ESCALA - EPC
• Grafite ...................... A
• Chumbo puro ........... B
• Ligas fusíveis ........... C
• Zinco ........................ D
• Latão recozido .......... E
• Duralumínio .............. F
• Aço ........................... G
• Muito brandos ............ A-B
• Brando ....................... B-C
• Semi - brando ............ C-D
• Semi - duro ................ D-E
• Duro ........................... E-F
• Muito duro .................. F-G
2.2.5. Aderência aos ligantes
A aderência aos ligantes não é característica intrínseca das pedras, uma vez que depende
também da natureza do ligante.
A rugosidade da superfície, embora deveras importante pois dá origem a uma aderência em
escala macroscópica, não é a causa única. Na verdade, surgem normalmente situações em que
a aderência das pedras aos ligantes é bastante diferente consoante se trate de ligantes
hidrófilos (hidráulicos) ou hidrófobos (hidrocarbonatos). Nos primeiros, os hidráulicos, o
endurecimento processa-se em presença da água, nos segundos, os hidrocarbonados, aaderência é feita a quente. Quando se utilizam os primeiros as pedras têm que se molhar,
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quando utilizamos os segundos convém aquecer a pedra. Uma pedra pode ter boa aderência
para um tipo de ligantes e não ter para outro.
Esta propriedade tem, no entanto, apenas interesse na utilização sob a forma fragmentada e
para a formação de materiais compósitos (inertes para argamassas e betões, agregados para
pavimentação, etc.).
Quadro 4A – Classificação de rochas quanto à resistência à compressão e aderência aos ligantes
Rocha Densidade Rotura (kg/cm2) Aderências aos ligantes
Ígneas
(profundas)
Granito
Sienito
Diorito
Gabro
2,5 a 3,0
2,8
2,8 a 3,0
2,7 a 3,0
1500 a 2700
1800
2000 a 2700
2000 a 27000
Muito boa
Boa
Boa
Boa
Ígneas
(eruptivas)
Pórfiro 2,7 2500 Muito boa
Ígneas
(superficiais)
Diabase
Basalto
Meláfiro
Tufos-lava
3,0
2,8 a 3,3
2,8 a 3,0
0,6 a 1,7
2700
3000
1800
35 a 600
Muito boa
Má
Aceitável
Sedimentares
(coerentes)
Alabastro-gesso
Calcário
Dolomite
Margas
Conglomerado
Brecha
Arenite
2,2 a 2,4
1,8 a 2,6
2,9
1,6 a 2,4
1,8 a 2,7
1,8 a 2,7
-
60 a 120
600 a 1500
1300 a 1800
-
800 a 1700
800 a 1700
300 a 2700
-
Variável
Instável
-
Variável
Variável
Variável
Sedimentares(incoerentes)
Rocha alteradaCré (greda)
Ditomite
--
-
--
-
--
-
Metamórficas
Areia
Seixo
Mármore
Quartzite
Grés
Gnaisse
Xisto
Serpentina
-
-
2,4 a 2,8
2,7 a 3,0
2,5
2,4 a 2,9
2,5 a 3,0
2,6
-
-
1100 a 1800
1500 a 2700
300 a 2500
1500 a 3000
800 a 1300
600 a 800
-
-
Boa
Má
Boa
Aceitável
Má
Boa
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2.2.6. Densidade
Em geral, importa considerar no estudo das pedras a densidade absoluta e a densidade
aparente.
Densidade aparente de várias Rochas
Calcários (brandos e duros) 1,8 a 2,8
Grés 2,0 a 2,5
Granitos 2,4 a 2,9
Pórfiros 2,0 a 2,8
Basaltos 2,8 a 3,0
Sílex 2,6 a 2,8
A primeira é a relação entre a massa da pedra, a temperatura determinada, e a massa de um
volume de água a 4ºC, igual ao volume da pedra sem vazios. A segunda é a relação entre a
massa da pedra e a massa de igual volume de água a 4ºC.
A densidade aparente das pedras é sempre inferior ao valor numérico do peso específicomédio dos seus componentes, dado a sua constituição estrutural incluir sempre um certo
volume de vazios. A densidade aparente das pedras varia, geralmente, para as diferentes
pedras.
2.2.7. Compacidade
Se atendermos a que as massas específicas dos seus constituintes (quartzo, feldspato, micas,
calcite, etc.) variam de 2600 a 3200 Kg/m3
(em geral) constata-se o interesse do conhecimentoda grandeza que relaciona a densidade aparente (γa) com a densidade absoluta (γ).
Essa grandeza é a compacidade e exprime-se:
Compacidade -γ
γ σ a=
Retira-se da expressão anterior que para uma pedra da mesma natureza a densidade aparente é
proporcional à compacidade, sendo assim lícito deduzir que nestas condições a resistência
mecânica seja uma função crescente da densidade aparente
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Quadro 5 – Relação entre a dureza, a densidade e a resistência à compressão das pedras calcárias [Fonte:
Instituto Geológico e Mineiro].
DUREZA (designação) SÍMBOLO (EPC) DENSIDADE
TENSÃO de
ROTURA
(Kgf /cm2)
Muito brando A-B < 1.47 < 50
Brando B-C 1.47 a 1.84 50 a 120
Semi – brando C-D 1.84 a 2.15 120 a 275
Semi – duro D-E 2.15 a 2.35 275 a 520
Duro E-F 2.36 a 2.58 520 a 1080
Muito duro F-G > 2.58 > 1080
Embora desejável, o estabelecimento dessa função para a generalidade das pedras não tem
sido conseguido devido à grande dispersão nos resultados obtidos. Contudo, foi possível
estabelecê-la para uma mesma família de pedras – os calcários – que têm um papel
preponderante na construção.
No quadro 5 adapta-se, da forma francesa AFNOR B 10.001, as relações entre durezas,
densidades aparentes e tensões de rotura à compressão de pedras calcárias.
Esta escala é todavia somente aplicável aos calcários, pois para pedras com densidades iguais
mas de natureza distinta são diferentes as suas resistências mecânicas.
2.2.8. Porosidade
Define-se correntemente porosidade como a relação entre o volume de vazios e o volume
total. Porém, no estudo das pedras não é aquele o conceito com mais interesse, mas sim a
relação entre o volume máximo possível de água absorvida e o volume total, isto é, o grau de
saturação dos poros do material.
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É óbvio que o conceito inicialmente referido não é mais que o limite para que tende este
último, designando-se assim aquele por porosidade absoluta e este por porosidade relativa ou
aparente (também designado coeficiente de embebição). Ter-se-á, então:
10 com ; <<== k V
kv pr
V
v pa
Em que: “V” é o volume total; “v” é o volume de vazios; “kv” o volume de vazios acessíveis
à água; “pa” a porosidade absoluta; “pr” a porosidade relativa.
É também corrente a definição do coeficiente de embebição como o acréscimo de peso de um
provete saturado de água em relação ao correspondente no estado seco e o peso do mesmo
provete neste último estado.
Assim:
d P
P P E
Pr'=
−=
Também se pode adquirir este conceito de porosidade partindo por outra perspectiva.
Defina-se peso específico e peso específico aparente:
Peso específico - real V P / =γ
Peso específico aparente - ( )vaziosreal a V V P += / γ
Daqui tiramos:
( )vr
va
vr
r
r
vr a
V V V
V V V
V P V V P
+=−⇒
+=+=
γ γ
γ γ 1
/
Se “Vr + Vv” igual ao volume unitário, então temos:
Índice de vazios (porosidade)γ
γ avV e −=== 1
Portanto, a porosidade será o número de vazios por unidade de volume. Geralmente
confunde-se porosidade com volume de vazios, mas estes conceitos são, porém, diferentes.
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Para determinarmos a porosidade usa-se um ensaio que consiste em determinar o volume
aparente da pedra, esmagá-la e depois medir o volume real.
Normalmente não é assim que se procede: embebemos a pedra em água e calculamos o peso
de água absorvida pela pedra (avaliação do coeficiente de absorção de água).
Claro que os dois processos não conduzem ao mesmo resultado, pois no segundo ensaio há
vazios que não são preenchidos pela água.
É também certo que a porosidade depende das dimensões dos vazios e da sua quantidade.
2.2.9. Permeabilidade
A permeabilidade é a propriedade que os materiais têm de se deixarem atravessar pela água,
ou outros fluidos, segundo certas condições. Esta propriedade depende, fundamentalmente, da
porosidade do material, da comunicação entre os seus poros e dos diâmetros destes.
Nas pedras, usualmente, o fluído é a água e define-se como a quantidade de água que a
atravessa numa hora e a uma dada pressão.
Geralmente uma pedra porosa é permeável, mas permeabilidade e porosidade não são a
mesma coisa. Uma pedra pode ser inteiramente compacta, ter porosidade nula, e ser
permeável, basta para isso que tenha fracturas.
Há, portanto, que ter em atenção possíveis fracturas nas pedras usadas, pois essas fracturas
são ou podem ser zonas permeáveis.
Para as pedras, e no caso particular da permeabilidade à água, esta também dependerá da
maior ou menor agressividade da água, do seu teor em impurezas ou materiais em suspensão,
etc. Dependerá ainda de uma elevação de temperatura (que aumentará o diâmetro dos poros e
diminuirá a viscosidade do líquido), ou de uma variação de pressão.
2.2.10. Higroscopicidade
A higroscopicidade é a faculdade que os materiais – as pedras, no caso presente – têm de
absorver e reter a água por sucção capilar. É assim a manifestação, face à água, de um
fenómeno geral para os líquidos – a capilaridade.
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Como se sabe, a capilaridade depende da tensão superficial do líquido em questão e da
possibilidade de molhagem das paredes do material pelo líquido. As pedras, cujos vasos
capilares são hidrófilos e contém, geralmente, água absorvida ou mesmo de sucção capilar,
são molháveis pela água não o sendo facilmente por líquidos oleosos.
A água por efeito da tensão superficial sobe na pedra por capilaridade. A água dos alicerces
sobe assim pelas paredes dos edifícios. Uma consequência deste facto é o aparecimento de
manchas de salitre. O salitre provém da terra, da água ou da própria pedra, sobe com a água e
quando esta se evapora deposita-se nas paredes. Também nos calcários tem o seu efeito
nefasto, pode levar a fenómenos de geladicidade. A água que sobe por capilaridade quando
sujeita a temperaturas baixas gela e provoca tais fenómenos.
Nas pedras homogéneas a elevação de água é proporcional ao quadrado do tempo, sendo a
linha de separação, da parte seca e molhada, horizontal (lei de Darcy).
O salitre que se forma, principalmente no granito, ataca e destrói a pedra, assim como a
geladicidade. Daí a necessidade de evitar a higroscopicidade.
Há processos de conservação destas pedras: primeiro utilizou-se a pintura com vidro solúvel
(silicatos de sódio ou potássio), mas o calcário reagia com este e dava origem ao salitre(silicato de cálcio) de modo que foi substituído por fluorsilicatos de potássio, alumínio, entre
outros, que não têm tal inconveniente.
A higroscopicidade ainda é proporcional ao peso da água absorvida num dado tempo.
Para evitar a infiltração de água nas paredes, estas podem ainda ser hidrofugadas, isto é, usa-
se um material hidrófugo (repelente à água) que pode ser, por exemplo, o asfalto, para
impermeabilizar as construções. Sobre este assunto falaremos mais tarde com mais pormenor.
2.2.11. Gelividade
A gelividade de uma pedra é a característica que ela apresenta de se fragmentar quando, por
acção de um abaixamento de temperatura, a água que contém nos seus poros solidifica com
consequente aumento de volume. Conclui-se, assim, que uma pedra nestas condições será
porosa, higroscópica e de fraca resistência, pois absorve água e não resiste ao acréscimo de
volume devido à congelação.
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Esta característica é comum aos calcários a aos grés, fragmentando-se os primeiros – quando
friáveis – em lamelas e esboroando-se os segundos.
Contudo, este fenómeno que assume grande importância em climas muito frios e acentuada
amplitude térmica diurna (caso dos países nórdicos, por exemplo) não é entre nós acentuado –
salvo em regime de altitude.
Como medida expedita de verificar a sua aptidão de uso, deixam-se geralmente as pedras ao
tempo durante um Inverno após a sua extracção e antes de serem trabalhadas.
2.2.12. Baridade
A baridade define-se como o quociente da massa da pedra pelo volume por esta ocupado emdadas condições de compactação.
A baridade varia de pedra para pedra. No calcário a baridade é muito mais baixa que no
basalto por exemplo. Até na mesma pedra a baridade é muito variável.
Normalmente nos granito e calcários a resistência aumenta com a baridade.
2.2.13. Condutibilidade Térmica
O coeficiente de condutibilidade térmica é a quantidade de calor que passa através de uma
superfície com uma unidade de área, na unidade de tempo e quando o gradiente térmico entre
duas superfícies é de 1ºC, se for 1 cm a espessura da parede.
Este coeficiente tem muito interesse no que diz respeito ao conforto de habitação e no
respeitante a isolamentos térmicos como, por exemplo, na construção de câmaras frigoríficas.
Devemos usar um material de condutibilidade térmica pequena, para evitar que haja trocas de
calor entre o interior e o exterior. Normalmente não há cuidado de fazer esta escolha prévia e
constrói-se primeiro a parede e só depois esta é revestida de material isolante. Isto encarece
bastante as construções.
O xisto se não reagir com o betão é um material excelente para este fim, pois tem fraca
condutibilidade térmica.
O coeficiente de condutibilidade térmico é tanto mais baixo quanto mais leve é o material.
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2.2.14. Trabalhabilidade
Trabalhabilidade expressa a facilidade cm que a pedra se deixa trabalhar, ou seja, cortar,
perfurar, ganhar geometria diversa.
Quadro 5A – Trabalhabilidade das rochas correntes
Rocha Trabalhabilidade
Granito
Basalto
Meláfiro
Tufos
Calcário
Brecha
Mármore
Grés
Xistos e ardósias
Variável, sendo difícil em granitos muito duros
Muito difícil
Idêntico ao granito
Desde de muito frágil ao granito
Variável, predominando a boa tralhabilidade
Como os calcários, por vezes frágeis
Bons, com raras excepções
Muito variáveis e abrasivos
Muito difícil
2.3. Características químicas
Dentre as características químicas a que assume maior importância é a estabilidade.
Efectivamente, a baixa sensibilidade à agressividade química é cada vez mais influente na
selecção de uma pedra natural. Hoje, os agentes agressivos encontram-se quer na chuva
(acentuadamente ácida), quer nos produtos de limpeza, quer mesmo noutros materiais de
construção que poderão reagir com as pedras naturais.
Dai, que o conhecimento do ambiente que a pedra vai encontrar seja de essencial para a suaescolha. Como exemplo, se quisermos fazer ideia da maior ou menor alteração duma pedra
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que se vai utilizar numa dada localidade, fazemos urna visita ao cemitério e analisamos as
lajes, dado que como estão datadas, nos dão uma boa indicação da sua alteração.
2.4. Verificação das características e critérios de utilização das pedrasnaturais
Para verificação das características físicas e mecânicas das pedras de construção,
nomeadamente as que se traduzem por resistência e durabilidade, recorre-se frequentemente a
ensaios em laboratório quantificadores das propriedades consideradas como mais relevantes
para aplicações em causa.
Em países como a Itália, Bélgica, França, etc. as pedras são geralmente identificadas por uma
ficha de características que inclui:
• A designação comercial;
• O local de extracção;
• A idade geológica;
• A indicação das aplicaç6es mais aconselháveis;
• A caracterização geomecânica.
Esta é traduzida pelos resultados dos seguintes ensaios:
• Massa volúmica;
• Porosidade;
• Coeficiente de embebição;
• Higroscopicidade;
• Gelividade;
• Resistência à compressão;
• Resistência à flexão;
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• Módulo de elasticidade;
• Resistência ao choque;
• Resistência ao desgaste;
• coeficiente de dilatação térmica linear.
Sobre os métodos de ensaio das pedras naturais existe um documento normativo, de carácter
internacional, elaborado por uma comissão “RILEM - “Reunion International des
Laboratoires d’Essais et des Recherches sur les Matériaux et les Constructions” da qual
Portugal é membro correspondente, que sob a forma de umas “Recomendações Provisórias”
aborda os seguintes aspectos:
i) Domínio de aplicação;
ii) Amostragem;
iii) Medidas gravimétricas;
iv) Ensaios em relação à água;
v) Ensaios mecânicos.
Dada a sua importância, pois constitui o documento normativo a ser utilizado entre nós, far-
se-á uma breve descrição dos ensaios respectivos em anexo. Todavia, este documento é
incompleto na medida em que não abrange a totalidade dos ensaios - por não ter sido possível
uma recomendação universalmente aceite, recorrendo-se para a descrição destes as normas
correntemente utilizadas em países como a França, Bélgica, Alemanha, etc
Por outro lado, os ensaios de uso mais corrente, que interessarem à avaliação da resistência
das pedras quando submetidas às solicitações mais frequentes nas suas aplicações em obra,
não abordam o seu envelhecimento. Este aspecto é particularmente importante nas diversas
aplicações das pedras, quer como material de construção propriamente dito, como ornamental.
A alteração das pedras, particularmente das pedras calcárias utilizadas em exteriores, é hoje
brutalmente acelerado pelos agentes poluidores da atmosfera. Não existem ainda ensaios que
caracterizem inteiramente este fenómeno, sendo assim a avaliação dos seus efeitos efectuadas,
de modo empírico, pela observação do comportamento de edifícios construídos.
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Um capítulo será dedicado a este assunto. Contudo, pode-se afirmar que uma boa pedra de
construção deve obedecer às seguintes condições mínimas:
• Resistência mecânica aos esforços a que vai ser submetida, nomeadamente ao
esmagamento, por acção das cargas que lhe são transmitidas, e que podem ser
estáticas ou dinâmicas; no primeiro caso trata-se do peso das paredes, pisos,
coberturas, etc.…, e sobrecargas aplicadas, ou destes e o efeito de outras, como sejam
vento, sismos, vibrações de grande máquinas em funcionamento, etc.
• Resistência à acção do tempo e dos agentes atmosféricos naturais ou agravados, como
sejam a água, a temperatura, o gelo, o fogo e/ou ainda, o ataque de produtos
agressivos de diversa natureza.
• Trabalhabilidade, isto é, as condições naturais de extracção e talhe nas formas e
dimensões desejadas, sem exigir grande dispêndio de energia, nem perda de qualidade
por efeito do uso das ferramentas nas diversas fase de laboração.
• Porosidade não exagerada (absorvendo ou deixando-se atravessar pelas águas) ou
insuficiente (impedindo ou dificultando uma boa aderência das argamassas de ligação
ou revestimento).
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3. Rochas mais utilizadas na Construção Civil
Os dados de produção das substâncias comerciais serão apresentados por tipo de indústriaconsumidora, por se entender que esta classificação é a que melhor caracteriza as matérias-
primas em causa.
As pedras naturais podem ser utilizadas em numerosos sectores da actividade económica,
nomeadamente nas indústrias da construção civil e obras públicas, de transformação de rochas
ornamentais, do cimento, do papel, química, cerâmica, do vidro, dos abrasivos.
Quadro 6 – Tipos de rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
Rochas Carbonatadas Granitos e similares Ardósias e Xistos
Mármore e Calcário Cristalino
Calcário Sedimentar
Calcário Microcristalino"Brecha" Carbonatada
Conglomerado
Granito
Sienito Nefelinico
DioritoGabro
Serpentinito
Pórfiro Ácido
Ardósia
Xisto
Quadro 7 – Classificação das rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]
Pedras
Naturais
Tenras Industriais Areias, Margas e Argilas especiais
Duras
Industriais Britas graníticas e calcáreas
Pedras Naturais Mármores, Granitos, Ardósias
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3.1. Rochas como ornamento
Entende-se por minerais industriais, onde estão incluídas as rochas ornamentais e industriais,
"... os minerais e as associações de minerais utilizadas para fins industriais, de modo a podercom eles, ou com compostos deles derivados, fabricar por processos tecnológicos simples ou
complexos, os produtos ou materiais que satisfaçam os requisitos impostos por uma qualidade
de vida caracterizada por uma melhoria que se pretende cada vez melhor" [GOMES, C.,
VELHO J. e ROMARIZ, C., (1998) - Minerais Industriais. Geologia, Propriedades,
Tratamentos, Aplicações, Especificações, Produções e Mercados].
Quadro 8 – Modo de comercialização das rochas Ornamentais calcárias [Fonte: Instituto Geológico e
Mineiro]
Tipologia de rocha
Blocos e serrados
Material calcário
Material silicioso
Pedra trabalhada
Pedra natural para calcetamento
Material calcário e silicioso
Ardósia
3.1.1. Categorias de rochas ornamentais
Modo de apresentação
Existem duas situações gerais que se identificam:
1. Com beneficiamento de face (caso dos granitos e mármores), o que compreendeas rochas que possam ser:
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• Serradas;
• Polidas;
• Apicotadas (escacilhadas, esponteiradas e bojardadas);
• Esculpidas;
• Flameadas.
2. Sem beneficiamento de face, o que compreende os materiais não sujeitos a
operações de desdobramento de blocos, quer sejam extraídos em forma laminada
ou não.
Quadro 9 – Produtos das rochas ornamentais e rochas industriais calcárias [Fonte: Instituto Geológico e
Mineiro]
Rochas Ornamentais
Blocos, calçada/cubos, comprimentos livres, esteios, lancil/guias, lagetas, múltiplos
perpeanho.
Rochas industriais
Pó, areão, britas, diversas, enrocamento/rachão/alvenaria, tout-venant, e blocos de grandes
dimensões, outros.
Acabamento
São diversas as possibilidades de tratamento que visam explorar o potencial de brilho e
valorizar texturas e cores. Mais apropriadas às áreas internas (como salas e sanitários), mas
também muito usadas em exteriores (fachadas e pavimentos), temos as seguintes situações
mais comuns:
• Bruto: sem nenhum tipo de acabamento;
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Pedras Naturais
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• Serrado: O material é serrado e semi-polido, ficando quase sem brilho e com boa
aderência superficial (não é escorregadio);
• Apicotamento (escacilhado, esponteirado e bujardado): utilizando martelo e
ponteira, deixa a superfície rugosa e anti-derrapante. Esta opção que torna a rocha
antiderrapante, o apicoamento é um processo manual ou mecânico que utiliza o picão -
ferramenta própria para desgastar pedras - para conferir um aspecto com relevo
(picado).
• Polido: Alizado com abrasivos e depois lustrado com produtos químicos,
realçando brilho e capacidade de impermeabilização. São submetidas a processos
sucessivos de abrasão, partindo da granulometria mais grossa até chegar à mais fina,sendo o objectivo fechar qualquer porosidade. Em seguida, pode-se ou não lustrar a
peça, de acordo com o brilho desejado;
• Flameado ou flamejado: quando submetido a maçarico tornando-o ondulado e anti-
derrapante. Este processo, que se aplica exclusivamente ao granito, tem o objectivo de
torná-lo áspero. Consiste na queima da pedra para que ocorra o desprendimento alguns
cristais.
• Lustradas - O lustro é feito de forma diferenciada para cada pedra. No caso do
mármore, usa-se o ácido oxalático - de menor potencia abrasiva; já para o granito é
usada uma mistura de chumbo e óxido de estanho.
• Levigadas - quando as peças são desbastadas por abrasivos de granulometria
grossa e não recebem mais nenhum tratamento, resultando uma superfície áspera.
• Impermeabilizadas - De modo geral, pedras polidas não apresentam porosidades,
dispensando assim tal tratamento. Já aquelas usadas em seu estado natural são
permeáveis e devem ser impermeabilizadas com resina à base de poliéster, para
impedir o crescimento de matérias orgânicas e o consequente comprometimento de
sua resistência e estética.
Caracterização das rochas ornamentais
As rochas não precisam, para o seu emprego, mais que a extracção e sua transformação em
formas e/ou elementos adequados aos usos projectados. Torna-se, contudo, indispensável o
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Pedras Naturais
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conhecimento das suas características petrológicas, químicas e mecânicas além dos aspectos
cromáticos e texturais, pois estas propriedades são, em última análise, as directrizes básicas
que norteiam e determinam seu emprego.
As características tecnológicas das rochas, assim como a previsão do seu desempenho em
serviço, são obtidas através de análises e ensaios executados, segundo procedimentos
rigorosos, normalizados por entidades nacionais, para a caracterização tecnológica das rochas
ornamentais. Além de outros ensaios mais específicos, são utilizados os constantes na tabela
seguinte.
Quadro 10 – Tipos de ensaios
ENSAIOSAPLICAÇÃO DA ROCHA
Alvenaria/cantaria Revestimento
Análise petrográfica Necessário Necessário
Resistência Desgaste por abrasão - Necessário
Trabalhabilidade/Dureza - Necessário
Durabilidade
Compacidade/Porosidade Aconselhável Aconselhável
Abrasividade Aconselhável Necessário
Permeabilidade - Aconselhável
Analise química - Aconselhável
Propriedades tecnológicas das rochas e suas qualidades
As propriedades tecnológicas das rochas devem ser consideradas, fundamentalmente, sob três
aspectos principais:
1. Índices de qualidade;
2. Parâmetros a serem utilizados nos cálculos de materiais para a construção civil;
3. Especificações fixadas para os diversos tipos de emprego das rochas.
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A qualidade da rocha ou seu desempenho será melhor quanto menores forem:
• A presença e os teores de minerais alterados ou alteráveis, friáveis ou solúveis que
possam comprometer seu uso, sua durabilidade e seu brilho;
• A absorção de água;
• A porosidade;
• O desgaste;
• O coeficiente de dilatação térmica.
Por outro lado, melhor será a qualidade, quanto maiores forem:
• A resistência à compressão uniaxial;
• O módulo de elasticidade;
• A resistência ao impacto;
• A resistência à flexão (módulo de ruptura);
• A resistência ao congelamento e degelo.
Como parâmetros a serem utilizados nos cálculos de materiais para os projectos de
construção, merecem destaque a resistência à flexão e a massa específica, cujos valores são
incorporados directamente nos cálculos das dimensões e espessuras das chapas fixados com
grampos no revestimento externo (fachadas) de edifícios.
Especificações fixando limites para aceitação das rochas como material de construção são
geralmente estabelecidas por entidades normalizadoras e baseadas na experiência da
utilização, histórico do desempenho do tipo de rocha ou ainda pela experimentação sob as
condições exigidas no projecto.
Especificidades das rochas ornamentais
A composição química, mineralógica e textura são características que definem as
propriedades fundamentais de natureza física, mecânica e térmica das rochas ornamentais. O
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conjunto dessas propriedades determina uma série de especificações básicas que devem ser
conhecidas na escolha dos materiais para diferentes finalidades.
A entrada de um novo material (rocha) no mercado, passa necessariamente pelo crivo “dos
experts”, que na grande maioria das vezes são experientes importadores de blocos, os quais
constituem a base da pirâmide dos formadores de opinião, em geral, arquitectos de renome
internacional.
O sector de rochas ornamentais insere-se, perfeitamente, neste mundo globalizado, pois à
medida que haja o seu desenvolvimento, via exportação de produtos e bens minerais
(primários ou acabados), poderá gerar divisas fundamentais e necessárias para o equilíbrio da
nossa balança comercial.
Do ponto de vista comercial, as rochas ornamentais e de revestimento são basicamente
subdivididas em granitos e mármores. Como granitos enquadram-se, genericamente, as rochas
silicáticas, enquanto os mármores englobam “Lato sensu”, as rochas carbonáticas. Alguns
outros tipos litológicos, incluídos no campo das rochas ornamentais, são os quartzitos,
serpentinitos e ardósias, também muito importantes sectorialmente.
Tanto quanto outros materiais sólidos utilizados para construção civil, arquitectura epaisagismo, as rochas ornamentais e de revestimento sofrem solicitações que podem provocar
perda de resistência mecânica, mudanças de coloração e aparecimento de manchas isoladas.
Por exemplo, substâncias químicas agressivas, sobretudo ácidas, estão cada vez mais
presentes em nosso meio físico. Sua incidência deriva principalmente de acções
antropogênicas, envolvendo manuseamento de produtos domésticos e industriais, e das
chuvas ácidas pela queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, etc.).
A partir dessas referências e de elementos de análise colhidos em trabalhos de simulação de
alterabilidade, reforça-se a necessidade da conciliação técnica e estética para especificação
dos revestimentos naturais, pois os diferentes grupos de rochas mostram sensibilidade distinta
aos agentes de degradação.
É, assim, muito importante distinguir as rochas carbonáticas, designadas genericamente como
mármores e travertinos, das rochas silicáticas, que recebem a denominação de granitos, bem
como das ardósias, quartzitos e serpentinitos.
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3.1.2. Rochas Carbonáticas e Silicáticas
Critérios de identificação
Rochas carbonáticas são menos resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente maisreactivas que as rochas silicáticas, exigindo pressupostos rígidos de manutenção, se
especificadas em fachadas, pisos e áreas de serviço. Rochas silicáticas são mais resistentes ao
desgaste abrasivo e quimicamente menos reactivas que as rochas carbonáticas, exigindo
cuidados quanto ao aparecimento de manchas produzido por infiltrações de líquidos,
sobretudo de argamassas de fixação e em juntas.
A resistência ao desgaste abrasivo é normalmente proporcional à dureza na escala de “Mohs”.
Dos minerais constituintes das rochas, a calcita e dolomita, principais constituintes dos
mármores, têm dureza 3 e 3.5-4, respectivamente. A dureza dos principais componentes dos
granitos é sensivelmente superior, mencionando-se o quartzo (dureza 7), os feldspatos (6) e os
minerais ferro-magnesianos (4 a 6).
Assim, entre os granitos será tanto maior a resistência abrasiva quanto maior a quantidade
quartzo. Entre os mármores, será tanto maior a resistência abrasiva e química quanto maior o
carácter dolomítico (magnesiano).
Com respeito à absorção de água, que traduz a percentagem de espaços vazios, ou seja, a
porosidade efectiva dos materiais, os valores observados para as rochas silicáticas são
geralmente maiores que os das rochas carbonáticas. Os granitos, mesmo polidos e lustrados,
estão mais sujeitos que os mármores ao aparecimento de manchas por infiltração de líquidos3.
Do ponto de vista físico-mecânico, as rochas silicáticas mostram-se superiores às carbonáticas
para revestimentos exteriores, pisos em geral e áreas de serviço. Sob o mesmo prisma, asrochas carbonáticas seriam por sua vez idealmente especificáveis para interiores, com
restrições aos pisos de alto tráfego, às áreas de serviço e notadamente às pias de cozinha. Em
cidades junto ao litoral marítimo, reforça-se a inadequação das rochas carbonáticas para
3
Embora a eventual cor clara dos primeiros (mármores) possa denunciar o efeitos de gorduras que não são tãoaparentes nos segundos (granitos) se de cor escura.
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fachadas e pisos, pelo ataque da humidade marítima, que contém ácido clorídrico, e pela
abrasividade das areias de praia.
Como forma de identificação e distinção entre um granito (rocha silicática) e um mármore
(rocha carbonática), dois procedimentos simples são recomendados: os granitos não são
riscados por canivetes e chaves, os mármores, inclusive travertinos, são riscados por
canivetes/chaves e reagem ao ataque de ácido clorídrico a 10% em volume, efervescendo
tanto mais intensamente quanto maior o teor calcítico (na falta de ácido clorídrico, podem-se
usar gotas de limão).
Os quartzitos, muitas vezes assemelhados aos mármores, não são riscados por
canivetes/chaves e nem efervescem com ácido clorídrico ou limão.
Em termos práticos, deve-se enfatizar/avaliar o ambiente de aplicação para as rochas
carbonáticas e as técnicas de fixação e acabamentos de superfície para as rochas silicáticas,
objectivando uma maior durabilidade e preservação das características estético-decorativas.
Os acabamentos apicoados e flamados, menos escorregadios, são preferíveis aos lustrados
para pisos exteriores com tráfego de pedestres. Porém, o apicoamento e flameamento
aumentam a superfície específica da face tratada e produzem microfissurações, ampliando aabsorção de líquidos e impregnação de sujidade. Nestes casos, mediante testes específicos,
recomenda-se a utilização de selantes (impermeabilizantes hidro-óleo-repelentes, silicones,
etc), ou, por outro lado, não se recomenda o apicoamento e flameamento de rochas
naturalmente absorventes.
3.1.3. Ardósias
Ardósias são rochas síltico-argilosas de derivação sedimentar, que desenvolvem panospreferenciais de delaminação (clivagem ardosiana) aproveitados para a obtenção de chapas.
As ardósias destacam-se em revestimentos internos pela grande afinidade estética com
madeiras, metais e tapeçaria, além da facilidade de manutenção e preços acessíveis. Assim,
como outros materiais com superfícies lisas, suas faces naturais e polidas são escorregadias
quando molhadas, não se justificando o preconceito face aos demais tipos de rochas e
produtos cerâmicos.
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Pode-se distinguir a ardósia de outros materiais naturais, pelos padrões cromáticos
homogéneos que lhe são característicos. Quando em contacto com ácidos ou limão, as
ardósias não efervescem ou reagem muito discretamente, observando-se que as variedades
grafite e negras são mais sensíveis que as cinzas.
3.1.4. Quartzitos
Quartzitos são rochas silicosas de derivação sedimentar, maciças ou foliadas, formadas
essencialmente por quartzo. Suas características físico-mecânicas são assemelhadas as das
rochas silicáticas (granitos), enquanto as feições estéticas são mais próximas das rochas
carbonáticas (mármores).
As superfícies naturais das placas de quartzitos foliados são antiderrapantes e suas cores
claras refletem a luz solar, funcionando como refractário térmico em ambientes não
abrigados. Os quartzitos foliados mais qualificados apresentam-se como rochas coesas não
friáveis e bastante resistentes à abrasão. Os índices de absorção da água (0,2% a 0,6%)
permitem função drenante, ideal para áreas do contorno de piscinas, salientando-se que a
inexistência de minerais reactivos torna os quartzitos inertes a agentes de alteração química.
A exemplo dos granitos, deve-se observar a correcta formulação e utilização de argamassas defixação e de juntas, no sentido de evitar infiltrações e o aparecimento de manchas. Como
critério de identificação refere-se que, ao contrário dos mármores, os quartzitos não são
riscados por canivete e não efervescem com ácido clorídrico ou limão.
3.1.5. Serpentinitos
Serpentinito é a designação técnica de um grupo de rochas metamórficas. No sector de rochas
ornamentais e de revestimento, os serpentinitos são tratados como mármores apesar doconteúdo subordinado de minerais carbonáticas.
3.1.6. Conclusões
Parece que o crescimento recente da participação relativa dos granitos no sector de rochas
ornamentais e de revestimento, foi, pelo menos em parte, determinado por sua beleza, maior
durabilidade e resistência frente aos mármores.
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Também, face aos actuais problemas de poluição, verifica-se que os grandes monumentos
históricos edificados com rochas carbonáticas tem, nos últimos anos, sofrido uma destruição
com taxas bem superiores às restantes da sua total existência.
A melhor medida preventiva para patologias de aparecimento de manchas e corrosão das
rochas é a sua correcta especificação para os ambientes objectivados, observando-se o efeito
estético desejado, porém respeitando-se as características tecnológicas dos materiais.
O entendimento das principais variáveis tecnológicas dos diferentes tipos de rocha constitui
factor de protecção e garantia para fornecedores, especificadores, construtores e consumidores
finais, além de representar a forma mais efectiva de valorização das rochas como materiais
adequados e duráveis em revestimentos da construção civil.
3.2. Principais usos das rochas ornamentais e rochas industriais
O quadro 11 mostra a diversidade de utilizações das rochas industriais, sendo notória a
importância que estas têm em variados sectores da nossa sociedade, embora muitas vezes não
nos apercebamos desse facto, como é o caso da incorporação destas substâncias em produtos
que manuseamos diariamente.
Na verdade, são muitas as áreas de utilização das rochas ornamentais, de entre estas
destacam-se:
• Revestimento externo;
• Revestimento interno;
• Pavimentação (pisos);
• Arte fúnebre e religiosa;
• Peças de mobiliário;
• Pias, lavabos, cantoneiras;
• Projectos arquitectónicos gerais;
• Escultura.
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Quadro 11 - Principais indústrias consumidoras das rochas industriais [Fonte: Instituto Geológico e
Mineiro]
IndústriasConsumidoras
Substâncias Minerais
A r d ó s i a e X i s t o
A r e i a c o m u m
A r e i a e s p e c i a l
A r g i l a c o m u m
A r g i l a e s p e c i a l
C a l c á r i o
C a l c i t e
C a u l i n o
D o l o m i t e
G e s s o
G r a n i t o e r o c h a s s i m i l a r e s
M á r m o r e s e r o c h a s a f i n s
S i e n i t o N e f e l í n i c o
Pasta de papel,papel, cartão e
outros artigos
Produtosquímicosde base
Borracha
Outros
Tintas, vernizes esimilares
Vidro e artigos devidro
Produtos cerâmicos
(porcelana, faiança,grés, etc.)
Tijolos, telha e
outros produtos debarro paraconstrução
Fabricação decimento
Fabricação de cal
Fabricação de gesso
Artigos de betão,gesso, cimento emarmorite
Serragem, corte eacabamento dapedra
Produtos abrasivos
Fonte: Teresa Vieira; Maria José Sobreiro (1999) – Rochas Ornamentais e Industriais Portuguesas (Elementos
estatísticos de 1997). Boletim de Minas – Vol.36. Nº 4 Instituto Geológico Mineiro. Versão Online no Site doIGM.
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O quadro 12 apresenta algumas das matérias-primas minerais utilizadas na construção de uma
edificação.
Quadro 12 - Matérias-primas minerais utilizadas na construção de uma casa (adaptado de Gomes et al.,
1998)
ELEMENTO daCASA
Matéria-prima MINERAL
Tijolo Areia, calcário (cimento), argila comum
Fundações Areia, brita, marga, calcário (cimento)
Vidros Quartzo, carbonato de sódio, calcário
Louça sanitária Argilas, caulino, quartzo, feldspato
Azulejos Argila, caulino, quartzo, feldspato, dolomito
Pavimentos Rochas ornamentais, argila
Pintura Calcário, caulino, talco, dióxido de titânio
Placas Ferro, brita, areia, calcário
Telhado Argila (telha), betume, calcário
Revestimentos etampos
Rochas ornamentais
3.3. Localização nacional da exploração de rochas
Nos mapas seguintes faz-se a principal localização nacional da exploração de rochas (Fonte:
Instituto Geológico e Mineiro).
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Mármores e Outras Rochas Carbonatadas (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro)
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Granitos e similares (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro)
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Ardósias e Xistos (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro)
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Areias, Argilas, Caulino, Saibro e Seixo (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro)
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4. Alteração e tratamentos das rochas
As pedras naturais estão sujeitas, em obra, a acções que lhes podem produzir apenas desgastesnas arestas e ângulos salientes, eventualmente desagregações de lamelas superficiais sem
alteração da sua composição química ou mineralógica ou, pelo contrário, a acções que
introduzem nestas uma alteração profunda, dando origem à sua destruição.
As primeiras acções caracterizam-se por processos físicos de destruição das pedras e, desde
que a pedra seja de boa qualidade, assumem pequena importância.
As segundas caracterizam os processos químicos de destruição que revestem particularimportância nas pedras calcárias, pela sua enorme susceptibilidade aos ácidos e, de um modo
geral, nas pedras com feldspatos, como os granitos, pelas suas possibilidades de caulinização.
Estas alterações são particularmente graves nos monumentos e edifícios de interesse histórico
e artístico, construídos em pedra calcária.
Na MEMÓRIA Nº.165 do LNEC é aconselhado o uso de técnicas de conservação em vez de
desvirtuar a autenticidade da obra recorrendo a obras de reconstrução ou de renovação.
Não havendo soluções gerais para estes problemas, cada caso deve ser analisado
pontualmente.
Para ficar uma ideia refere-se algumas das causas da alteração das cantarias:
• Via química – por acção de agentes da atmosfera ou outros específicos dos
próprios materiais ou do solo;
• Via física – temperatura, gelo, dilatações, ventos carregando abrasivos;
• Acção de organismos vivos – o homem, pombas, pássaros e micro organismos
como algas, fungos e líquenes (que vivem em sítios sombrios e alimentam-se de sais
das pedras e de matéria orgânica nelas existente).
Apresenta-se, em seguida, algumas formas de alteração química das pedras.
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4.1 Acção de agentes químicos da atmosfera
4.1.1. Dióxido de carbono
O dióxido de carbono, componente natural do ar, penetra nas pedras arrastado pelas águas da
chuva e facilita a dissolução do carbonato de cálcio dos calcários, dando origem a uma
solução de bicarbonato de cálcio.
Quando a pedra seca, por evaporação da humidade, o bicarbonato deposita-se novamente sob
a forma de carbonato, dando origem, ao fim de ciclos sucessivos, a uma camada superficial da
pedra constituída por uma crosta exterior endurecida, sob a qual se encontra uma zona de
material desagregado e pulverulento.
4.1.2 Dióxido de enxofre
O dióxido enxofre resulta da combustão dos compostos sulfurosos presentes nos
combustíveis. Combinando-se com a água da chuva origina o ácido sulfuroso, que reagindo
com o carbonato de cálcio dá o sulfito de cálcio.
Este por sua vez oxida e, como produto final, transforma-se em sulfato de cálcio, ficando,
assim, uma camada deste composto (facilmente solúvel na água e permitindo a erosão da
pedra por dissolução). Este sulfato hidratando-se constitui o gesso que cristaliza, do que
resulta:
• Acentuado aumento de volume, exercendo tensões sobre o calcário;
• Ficar a pedra menos rica em calcário, no seu interior;
• Dando origem à desintegração mecânica e ao seu enegrecer.
O coeficiente de dilatação do sulfato de cálcio é muito maior (cerca de 150 vezes) do que o do
carbonato de cálcio. Então, para uma qualquer diferença de temperatura existe uma variação
de volume diferente para cada composto, o que origina tensões da parte do sulfato, pois não
pode dilatar-se livremente, podendo até originar roturas no calcário.
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4.2. Acção de agentes químicos dos próprios materiais e do solo
Existem outros agentes químicos capazes de deteriorar as pedras e que estarão na sua própria
composição, nos materiais que estão em contacto com alvenarias de base, nas argamassas deassentamento, nos metais empregues nas suas ligações, etc.
Também no solo, e em casos particulares de exposição em atmosfera salina, ou na
composição dos produtos usados na limpeza ou conservação das construções.
Sendo, normalmente, os agentes agressivos sais solúveis que cristalizam quando arrastados
pela água que penetra nas paredes, por higroscopicidade, através das fundações. Assim,
quando esta se evapora constitui as conhecidas por eflorescências, quando a cristalização sedá junto à superfície, ou criptoflorescências se aquela se dá no interior da pedra.
As eflorescências não revestem normalmente efeitos prejudiciais, excepto o mau aspecto
quando superficiais, sendo suficientes uma lavagem corrente para eliminar os seus efeitos.
Contudo, nos casos em que se dá uma evaporação rápida das soluções salinas, os sais
cristalizam imediatamente sob a superfície, induzindo esforços mecânicos de desagregação da
obra.
As criptoflorescências apresentam estes inconvenientes no interior das pedras.
Também a água das chuvas pode dissolver sais da própria pedra. Ao chegar à superfície estas
águas evaporam-se, deixando os sais depositados na pedra formando o chamado salitre. Esta
depositação pode ser à superfície, se a evaporação é lenta, ou mais interiormente se a
evaporação for rápida.
Quando os sais se depositam à superfície basta lavar a pedra para elas desaparecerem. Quandoa deposição é no interior, eles têm uma acção desgastadora sobre a rocha, já que com as
variações das condições físicas do meio, estes sais dilatam-se, retraem-se, dissolvem-se, etc.
Tradicionalmente, para evitar a penetração das águas usa-se um produto hidrófugo, que é
aplicado em todo o perímetro da construção. Como produtos hidrófugos podemos citar o
asfalto ou uma argamassa rica em ligante e em finos. A esta operação chama-se também
serzitamento.
4.2.1. Acções de agentes químico-biológicos
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Estas acções traduzem-se essencialmente pela corrosão química provocada pelo depósito de
dejectos de animais, nomeadamente de pássaros e pombos. Também é de assinalar a acção de
microorganismos, tais como bactérias nitrificantes e sulfurosas, e vegetações parasitárias.
Estas desenvolvem-se na superfície das pedras, ou sob elas, nutrindo-se, por vezes, dos sais ematérias orgânicas que extraem do material a que se afixam. No entanto, é controversa a
acção das bactérias na corrosão das pedras, não parecendo de qualquer forma muito
importantes.
4.2.2. Alteração dos feldspatos
O feldspato é um mineral resultante da associação de dois ou três silicatos, um silicato de
alumínio ao qual se encontra associado um outro silicato alcalino ou alcalino – terroso.
Por acção da água das chuvas, normalmente tendo em solução gás carbónico, os silicatos
anidros associados de alumínio e do metal alcalino hidratam-se, separando-se.
A alteração dos feldspatos assume particular importância uma vez que este mineral é um dos
constituintes principais das rochas eruptivas, como por exemplo o granito.
Observações: Os aspectos atrás mencionados são de uso corrente, por interessarem à
avaliação da resistência das pedras, quando submetidas às solicitações mais frequentes nas
suas aplicações em obra. Existem aspectos que não foram abordados, mas de importante
relevância nas diversas aplicações das pedras, como é o caso do seu envelhecimento, sendo
este de maior relevância as pedras calcárias utilizadas em exteriores. Contudo, ainda não há
hoje em dia ensaios que caracterizem estes fenómenos de forma convincente, sendo a sua
avaliação realizada de um modo empírico pela observação das construções.
4.3. Principais causas de deterioração das pedras
São muitas as causas de deterioração das pedras, sendo umas naturais (como a acção da água,
da temperatura e dos organismos vivos, etc.) e outras ligadas à acção do homem (como a
poluição, os erros técnicos de conservação e manutenção, etc.), podendo o mecanismo pela
qual actuam ser físico, químico ou biológico e mesmo a combinação dos mesmos.
4.3.1. Acção da água
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A água é, por assim dizer, o inimigo número um das pedras em edificações. Com efeito, a sua
presença está ligada à maior parte dos processos de deterioração e pode actuar por um
mecanismo físico ou químico, pois sem água nenhum dos agentes químicos de alteração reage
com os componentes da pedra à temperatura ambiente.
Fenómenos como a evaporação do cloreto de sódio, a formação de nevoeiro, a condensação
de humidade atmosférica, o gelo - degelo, a saturação, não são mais que diferentes
manifestações da água, sendo estes fenómenos de particular importância.
A água que existe no solo sobe por capilaridade para o interior dos materiais arrastando
consigo sais, como o cloreto de sódio (o mais quantificável), que dão lugar à deterioração da
rocha (sobretudo calcárias) que se destaca em lascas, por vezes de dimensões consideráveis, ese cobre de eflorescências.
A chuva, o nevoeiro e a conservação da humidade atmosférica são outras fontes de humidade
nos edifícios. A água infiltra-se através dos poros da pedra e penetra do exterior para o
interior. A sua consequência mais simples é a dissolução de certas pedras quando expostas ás
intempéries, como por exemplo o calcário.
A alternância das chuvas e do tempo seco que levam a repetidas variações do teor em água,em ciclos de molhagem e secagem, dando lugar a fenómenos periódicos de dissolução e
cristalização de sais, são uma das causas principais da formação de crostas. A água da chuva
pode também ter uma acção mecânica de erosão, nomeadamente quando cai sob a forma de
saraiva.
Nos climas frios o congelamento da água e os ciclos sucessivos de gelo e degelo são outra
causa possível de alteração, que pode mesmo levar à rotura e desagregação das pedras. Com
efeito, a água ao congelar aumenta aproximadamente um décimo do seu volume e pode gerar
tensões internas quando contida num espaço confinado.
Devido ao facto de certas pedras conterem materiais expansivos (argilas, por exemplo) e aos
seus sucessivos ciclos de molhagem, causados por variações do teor em água, correspondem
então ciclos de expansão e retracção desses materiais. As tensões internas assim geradas
podem originar fissuras microscópicas, ou mesmo macroscópicas, que se tornarão em outras
tantas vias de acesso para outros agentes de deterioração.
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A chamada água de pedreira pode também ser causa de deterioração, com efeito, as pedras
recém extraídas da pedreira encontram-se muito saturadas de água e se, nestas circunstâncias,
forem utilizadas em obra, a secagem subsequente pode levar à que se destaquem fragmentos
correspondentes a zonas de menor coesão. Nos climas frios também podem ocorrer fracturaspela acção de congelação da água de pedreira que, aumentando de volume e encontrando-se
confinada nos poros da pedra praticamente saturada, origina tensões que podem levar à rotura.
É pois necessário deixar que o material perca a água de pedreira antes de ser utilizado em
obra.
A chuva ácida é um fenómeno causado pela poluição atmosférica, que não é mais do que a
combinação dos agentes proliferadores de poluição atmosférica e a água existente nas nuvens.
Combinação essa que assume particular importância nas cidades industrializadas, onde os
níveis de poluição são elevados. A tendência ainda é para piorar, se bem que o controlo sobre
a poluição, no que se refere, por exemplo, à União Europeia, está a ser levado a cabo.
4.3.2. Acção dos sais solúveis
A água que penetra nas pedras, por higrospicidade, através das fundações pode conter sais
dissolvidos. Também a água da chuva pode dissolver sais da própria pedra. A cristalização
dos sais pode dar-se à superfície formando eflorescências (salitre) ou no interior
criptoflorescências.
As eflorescências formam-se, em geral, quando a evaporação se faz com certa lentidão e a
simples exposição à chuva (a chamada lavagem natural) leva ao seu desaparecimento
(também se poderá recorrer a lavagem artificial).
Quando a deposição é no interior, eles têm uma acção desgastadora sobre a rocha, já que com
as variações das condições físicas do meio estes sais dilatam-se, retraem-se, dissolvem-se, etc.
Os sais solúveis podem ser de origem externa quer interna. Assim:
• Podem encontra-se presentes na pedra antes desta ser aplicada;
• Resultarem de da alteração dos minerais que a constituem;
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• Provirem de pontos externos tais como: dos materiais das juntas, da alvenaria de
base quando a pedra é utilizada como revestimento do solo, da atmosfera e até ainda
de produtos usados na limpeza ou em tratamentos de conservação.
Conforme a natureza destas origens varia a composição dos sais, sendo os mais frequentes os
sulfatos os cloretos, carbonatos e nitratos.
Os sais de origem interna resultam por vezes do próprio processo de formação da rocha, por
exemplo, nas rochas sedimentares, cuja deposição se deu sob a água do mar, podem
encontrar-se cloretos de metais alcalinos destes proveniência. Também a decomposição dos
minerais que constituem a rocha dão lugar a sais de origem interna. Os materiais utilizados
nas juntas, como o cimento portland ou argamassas de cal hidráulica, são fontes externas desais de metais alcalinos (carbonatos ou sulfatos de sódio ou potássio) que podem originar
eflorescências.
Também por vezes se constroem paredes de tijolo externamente revestidos por pedra e, neste
caso, os sais contidos nos tijolos podem, por efeito da humidade, vir a depositar-se na pedra.
Similarmente certos produtos usados na limpeza de cantaria podem originar deteriorações
importantes, exemplo disso são a soda cáustica e certos alcalis que têm, por vezes, sidousados. Estes são tanto mais perigosos quanto os seus efeitos funestos não são imediatos, só
aparecendo os resultados desastrosos algum tempo depois. As tentativas de neutralização
lavando com ácidos fracos, como o vinagre, não são eficazes.
Temos ainda outros tipos de sais, como o cloreto de sódio (principalmente em zonas
marítimas), que podem causar deterioração.
4.3.3. Acção do vento
O vento exerce uma acção puramente mecânica e, quando é o factor determinante, geralmente
formam-se na pedra cavidades características que podem atingir profundidades apreciáveis
(corrosão eólica).
O vento também influência na cristalização dos sais, pois quando a sua velocidade aumenta
também acelera a velocidade de evaporação da água contida nos poros e, consequentemente,
incrementa-se a cristalização dos sais que contem em solução.
É também um agente erosivo, especialmente quando transporta areia.
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4.3.4. Acção da temperatura
Um dos efeitos da temperatura (ciclos de gelo e degelo) já foi examinado a propósito da água.
Contudo, as variações térmicas podem ainda produzir outras acções mecânicas deletérias.
Imaginemos que as variações de temperaturas em todo o bloco são uniformes. Este bloco é
constituído por elementos diferentes com coeficientes de dilatação diferentes, o que origina
variações de volume variáveis de um elemento para outro, que por sua vez pode provocar
roturas no bloco.
Mas, na realidade, a temperatura pode não ser igual em toda a espessura da pedra, por
exemplo, um dos lado poderá estar exposto ao sol e o outro não. Neste caso o material é ainda
mais susceptível ao aparecimento de roturas, isto é particularmente agravado quando existam
já alterações produzidas por outras causas tais como crostas, fissuras e esfoliações.
É de notar, também, que a temperatura tem ainda influência no que diz respeito ao teor de
água nas pedras. Quanto maior for a temperatura maior é a evaporação e, consequente, a
deposição de sais.
4.3.5. Acção dos agentes biológicos
Acção das árvores e ervas
As árvores e as ervas têm alguma importância sobre a deterioração dos monumentos, ou de
todas as construções de pedra em geral, se elas crescem em cima ou perto das construções.
As árvores e as plantas que crescem nos edifícios indicam, em regra, uma importante
humidade dos materiais de construção. São, usualmente, inofensivas mas algumas vezes as
raízes podem acentuar as deteriorações da alvenaria.
As plantas que encontramos nos edifícios indicam uma fraca conservação e são mais o
resultado do que a causa da deterioração.
Acção das algas e líquenes
Os edifícios são muitas vezes cobertos localmente de algas e organismos com elas
aparentados, o que indica sempre uma grande humidade em obra. Encontram-se estas plantas
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perto dos tubos de queda e nas partes da base do edifício molhadas pela subida de água do
solo. A presença das algas pode ajudar a localizar, rapidamente, a humidade numa construção.
Os prejuízos são principalmente devidos a frequentes humidificações e secagens da pedra.
Nos sítios onde se encontram algas as paredes têm uma humidade que é muitas vezes acima
do teor de água em equilíbrio. Portanto, as partes externas da parede encontram-se em tais
zonas bem protegidas, porque o número de ciclos secos e húmidos é pequeno. Todavia, nas
zonas limítrofes e nas partes internas da parede a deterioração é importante.
Independentemente das deteriorações mecânicas, as algas e os líquenes contribuem também
para a deterioração química das pedras calcárias. Os líquenes não podem tolerar a fuligem e
os sulfatos não atacam as construções e os monumentos nas zonas urbanas industriais, mas
noutros lugares podem ter um efeito destruidor sobre as rochas calcárias, ígneas e os grés. O
seu desenvolvimento é complexo e a acção destruidora dos líquenes nos monumentos é
ampliada nos climas tropicais.
Cogumelos e micro – organismos
Os cogumelos presentes nos materiais de construção porosos tornam-nos feios e podem
prejudicar as pinturas dos muros. O seu papel na deterioração dos materiais porosos é menos
evidente.
As rochas silicatadas que contenham uma população bacteriológica tem tendência a
desagregar-se muito lentamente no princípio, pois que este processo ao fim de algum tempo é
acelerado. Por esta razão as rochas de silicatos atingidas por bactérias não são recomendadas
no emprego do exterior, dado a sua degradação ser muito rápida desde que tenha começado.
Os microorganismos podem contribuir para a degradação da pedra.
Acção dos animais
Os prejuízos devidos aos insectos interessam sobretudo às matérias orgânicas como a
madeira, mas os excrementos das aves, como os pombos, contendo nitratos deterioram a
pedra e tornam as fachadas feias e com uma espessa camada de fuligem. Também
excrementos de morcegos podem ser responsáveis por certos casos da degradação.
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Os excrementos fornecendo matéria orgânica introduzem uma acção bacteriológica que
produz ácidos orgânicos. A chuva que cai sobre a construção torna-se mais ácida e, portanto,
mais agressiva. Esta situação contribui extraordinariamente para a desintegração de certas
pedras.
4.3.6. Acção da poluição atmosférica
Este tipo de poluição representa nos nossos dias uma causa terrível de deterioração das
pedras. Referindo-se a ela na conferência de Bruxelas, em 1996, o Prof. Lamaire afirmou: “A
sulfatação das pedras terá destruído em menos de duas gerações numerosas obras-primas que
muitas outras admiraram de forma intacta. Ela terá aniquilado ou danificado em menos de
meio século mais obras-primas do que as duas guerras mundiais”.
Os agentes químicos presentes no ar poluído que mais afectam as pedras e, em particular, os
calcários ou o carbonato de cálcio (por vezes contido noutros tipos de pedra), são o dióxido de
carbono e os gases sulfurosos. O ácido nítrico e clorídrico podem, também, existir em menor
quantidade, mas a sua acção é comparativamente pouco importante.
A poluição causada pelos produtos sólidos resultantes da combustão do carvão e de outros
materiais é igualmente considerável. A fuligem adere tenazmente às pedras originando umacamada escura de sujidade que desfigura os monumentos. Além deste efeito de
obscurecimento, contribui também para alteração química, pois transporta ácidos e sais
solúveis susceptíveis de alterar a pedra.
4.3.7. Acção do Fogo
O efeito do fogo é sobretudo causado pela rapidez da variação de temperatura. As partes
exteriores das pedras envolvidas pelas chamas aquecem rapidamente e sofrem uma bruscavariação do volume, como a transmissão de calor para o interior não se faz com a mesma
velocidade, criam-se então tensões que ultrapassam a resistência do material e placas e
segmentos destacam-se, sucessivamente. Este fenómeno é geral em todas as pedras, mas um
caso especial é o das pedras que contêm forte percentagem de quartzo como, por exemplo, os
granitos. O quartzo sofre a 575ºc uma mudança de estrutura acompanhada de brusca dilatação
(4,5%) que faz estalar a pedra. O aquecimento provocado pelo fogo é acompanhado, por
vezes, por mudanças de coloração da pedra que são susceptíveis de fornecer indicações aosarqueólogos, como, por exemplo, em relação aos incêndios na acrópole de Atenas.
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4.3.8. Acção humana
Existem ainda certas causas de deterioração que se prendem com a escolha, utilização,
colocação e conservação do material em obra, por outras palavras, apontar alguns aspectos
técnicos de construção e de conservação cuja não observância é uma origem frequente de
deterioração.
A escolha da qualidade do material é importante, pois certas deteriorações podem provir de
defeitos naturais da pedra, tais como:
• Heterogeneidades;
• Diferenças de estrutura;
• Camadas brandas;
• Fissuras.
Todas estas singularidades constituem pontos de menor resistência às causas de alteração e
dão lugar a um ataque preferencial. As camadas brandas são mais facilmente erodíveis, as
fissuras favorecem a penetração de água, etc.
É conveniente colocar as pedras em obra de modo que as cargas se apliquem
perpendicularmente ao seu leito natural. De facto, as rochas sedimentares devido ao seu modo
de formação por deposição de camadas sucessivas, têm uma estrutura laminada e a separação
por camadas é por vezes fácil. Assim, é frequente encontrarem-se deteriorações pelo facto da
pedras ter sido colocada com o leito paralelo à superfície de exposição.
A associação inconveniente dos materiais pode também ocasionar alterações físicas ouquímicas. Por exemplo, tem-se observado que certos grés de cimento silicioso, que quando
empregados isoladamente resistiam muito bem ao ataque pelos gases sulfurosos das
atmosferas poluídas, apresentaram mau comportamento quando associados a calcários. Com
efeito, o sulfato de cálcio, resultante do ataque do calcário, transportado pela água da chuva
ou através dos poros, tendia a acumular-se (devido a diferenças de porosidade dos dois
materiais) ocasionando a sua alteração.
O emprego de argamassas impróprias pode ser outra causa de alteração, como já se referiu a
propósito dos sais solúveis.
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Também quando uma junta é preenchida com argamassa demasiado densa, o movimento da
água é extremamente reduzido e quase que não há secagem através desta. Então a evaporação
dá-se pela pedra adjacente, onde a cristalização dos sais origina deteriorações. Casos se têm
dado em que reparações de monumentos com refachamento das juntas, por argamassas muitodensas, veio acentuar os desgastes.
O uso de ferros cravados na pedra é outra causa de deterioração das pedras. Normalmente
uma corrosão importante tem lugar em meio ácido, mas também se observa a mesma coisa em
meio alcalino e, sobretudo, quando há cloreto de sódio ou magnésio. Como o volume da
ferrugem é 6 a 8 vezes maior do que o ferro que a formou, as fendas e fissuras que se
encontram no material envolvente do ferro são explicadas facilmente por este facto. Para
evitar isto, o ferro é algumas vezes envolvido por chumbo, mas o chumbo também ele mesmo
às vezes é atacado quando em contacto com o calcário, argamassa ou madeira. Neste caso não
há protecção do ferro contra a corrosão. Para evitar este perigo é indispensável o emprego de
metais ou ligas resistentes à corrosão (como o cobre ou níquel).
4.3.9. Observações conclusivas
As causas das alterações das rochas são, no seu conjunto, bastante bem conhecidas mesmo
que não haja acordo de todos os investigadores para explicar o mecanismo de certos
pormenores da degradação. Uma das causas principais das alterações patológicas é a poluição
atmosférica, mas a água e a temperatura desempenham igualmente um papel muito importante
no desenvolvimento das deteriorações
Estes factores actuam independentemente ou em conjunto e acarretam transformações e
tensões físico-químicas que desencadeiam os processos de degradação.
Os minerais que constituem as rochas utilizadas na construção são susceptíveis de resistir
muito tempo a diversas solicitações, mas é raro pensar-se que sem conservação estes materiais
são de duração permanente. Para melhor compreender os problemas patológicos é preciso
considerar o problema de um conjunto de diversos elementos em presença: por um lado, a
composição dos materiais, a sua natureza mineralógica e coesão da estrutura, a dimensão dos
poros; por outro lado, as condições de exposição às intempéries, clima ou microclima, etc.
A durabilidade da rocha resulta dum compromisso entre os factores externos que actuam:
• A composição química dos gases na atmosfera;
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• A água;
• A temperatura;
• O vento;
• Os agentes biológicos;
• Factores internos submetidos a essas causas externas;
• A constituição físico-química da pedra.
A pesquisa dos mecanismos de deterioração situa-se praticamente num complexo particular
condicionado pelos factores externos, cuja influência varia localmente em função da posição
da pedra na construção, a exposição ou microclima. Os efeitos cinéticos diferentes das
reacções físico-químicas locais podem causar velocidades variáveis em certos processos.
O conjunto destes factores que podem, ou não, sobrepor-se, torna difícil a explicação
completa dos mecanismos, mas o estado dos conhecimentos actuais permite formular um
certo número de prescrições para reduzir a velocidade de alteração de certas construções de
pedra.
Procurar impedir as penetrações da água, proceder a limpezas superficiais periódicas,
examinar e auscultar com cuidado o estado de partes das construções mais solicitadas pelas
intempéries, para proceder à sua reparação e à sua protecção, mesmo parcial, pode evitar a
propagação de alteração.
4.4. Tratamentos para impedir as alterações das pedras de construção
Ao longo de vários anos têm sido adoptados inúmeros processos com o objectivo de evitar a
erosão das cantarias. A actuação dos agentes destruidores das pedras só se dá em presença da
água. Assim, o fundamento de todos os processos, quer preventivos quer de conservação,
consiste em evitar o contacto e a presença de água. Todos os resultados obtidos têm-se
mostrado pouco eficazes, mas como registo cita-se algumas técnicas visando a conservação
das pedras.
4.4.1. Pintura ou impregnação
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Consiste na impermeabilização, ou hidrofugação, superficial das pedras com o objectivo de
eliminar as trocas de humidade entre esta e o ambiente exterior. Deste modo, a pedra deixa de
estar sujeita a acção dos agentes químicos da atmosfera.
Sendo um processo fácil e temporariamente eficaz, tem como inconveniente ter de ser
renovado periodicamente.
Neste método encontra-se os seguintes processos:
• Pintura com tintas de óleo – o aspecto final é muito pouco estético;
• Pintura com óleos de linhaça – tem o inconveniente de reter o pó e, além disso,
oxida com o tempo;
• Pintura/impregnação com tintas plásticas – esconde a beleza natural da rocha;
• Impregnação com ceras e resinas – tem que se aquecer a pedra e os resultados não
são os pretendidos;
• Pintura com silicone – especialmente interessante no uso em cantarias, tem-se
obtido dos melhores resultados, dado que preserva o aspecto da pedra, no essencial;
• Pintura por meio de silicatos alcalinos – usava-se para proteger o calcário das
águas das chuvas, mas este processo originava manchas nas pedras, com o tempo. Em
sua substituição começou-se a usar fluorsilicatos de magnésio;
• Protecção com asfalto ou argamassa – recorre-se a estes e outros produtos
altamente impermeáveis, portanto pouco porosos, de modo a impedir a penetração de
água na pedra. Este processo é usado fundamentalmente em fundações.
4.4.2. Silicatização (aplicação de soluções de silicato de potássio)
Consiste na criação de uma crosta superficial obtida por reacção química de produtos, quer
entre si, quer com componentes do ar.
Aplica-se por impregnação ou por aplicação com pincel. Este processo confere uma certa
protecção, mas não evita a desintegração da pedra.
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A introdução de técnicas de ar comprimido tem proporcionado maiores penetrações de
produtos protectores, especialmente silicones, o que tem conduzido a cada vez melhores
resultados.
4.4.3. Flutuação
É um processo que utiliza soluções de fluatos de zinco, magnésio e alumínio. Consiste em
proteger as pedras por reacções químicas destes fluatos com elementos constituintes das
pedras, ou com produtos resultantes da sua decomposição A reacção dos fluatos com o
carbonato de cálcio (calcários) produz sílica e fluretos insolúveis inatacáveis pela chuva.
Aplica-se por impregnação, mais ou menos profunda, das pedras com os tais produtos
reagentes, o que originam uma camada mais estável e mais resistente à corrosão.
É o melhor processo para o endurecimento artificial dos calcários tenros.
4.4.4. Observações conclusivas
O processo ideal de protecção teria que não reagir com a pedra a proteger, para não alterar as
suas propriedades nem o seu aspecto natural, mas tal ainda não se conseguiu.
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5. A rocha como material inerte
Os elementos que constituem o betão são: ar, pedra, água e ligante. A água e o ligante são
considerados elementos activos, enquanto que por contraste as pedras são materiais inertes ou
agregado. Podemos fazer uma distinção entre estes dois vocábulos. O termo agregado usa-se
quando o material se aplica na pavimentação, enquanto que o termo inerte é destinado a
material usado na confecção de betões. Contudo, a designação inerte não é muito própria, pois
estes elementos por vezes reagem com a água ou com o próprio cimento.
O endurecimento de uma pedra artificial é consequência do endurecimento do material activo.
Para betões de cimento, a areia deve antes de tudo ser escolhida com base na origem de
pedras duras.
A areia do mar é frequentemente muito siliciosa e bastante salgada, devendo ser lavada, já que
o sal influi na presa e no comportamento de certos cimentos. Em obras de betão armado, o sal
é particularmente nefasto sobre as armaduras.
Não são aconselháveis areias muito finas pois exigem dosagens elevadas de cimento ou então
quantidades acrescidas de água na amassadura.
As areias de calcários duros, utilizadas em alvenarias ou betões, devem ter uma atenção
especial, quando estas estão em contacto com fumos ácidos ou águas agressivas.
As areias micáceas, de lamelas, são medíocres e muito alteráveis.
Os materiais inertes também se podem classificar de naturais e artificiais. Como exemplo de
materiais naturais temos: os godos, as areias provenientes do mar, do rio, de cabedelos, de
dunas, de depósitos sedimentares ou de areeiros.
Os materiais resultantes da fragmentação propositada de rochas, tais como a brita, areias de
trituração, o pó de pedreira ou o da granulação das escórias, são exemplos de materiais
artificiais.
As britas não têm uma classificação uniforme e rígida, quanto às suas dimensões, variando
muito com o tipo de obra em que está a ser utilizada e com a pessoa que calculou a obra,
exigindo umas certas classes, conforme as suas necessidades.
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5.1. Estudo das pedras como material inerte
5.1.1 Classificação dos inertes
QUADRO 13 - CLASSIFICAÇÃO DOS INERTES
Tipo de inerte Tamanho Classificação
Filler < 80 mm
Areia
0.1mm-0.5mm Areia fina (F)
0.5mm-2.0mm Areia média (M)
2.0mm-5.0mm Areia grossa (G)
Britas
(em geral)
0.5cm - 1.5cm GravilhaBrita
(betão)
Fina
1.5cm - 3.0cm Murraça Média
3.0cm - 5.0cm
3.0cm – 3.8cm Meio
cascalho
Grossa
3.8cm - 5.0cm
5.0cm - 8.0cm Balastro
8.0cm - 15.0cm Cascalho ou Rachão
Pedra15cm – 20 cm
Pedra de arrumar à mão
(para betão ciclópico)
> 20 cm Pedra indiferenciada
No Brasil, segundo a ABNT NBR 6502/95, temos a seguinte classificação dos solos de
acordo com sua granulometria:
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Classificação Diâmetro dos Grãos
Argila Menor que 0,002 mm
Silte Entre 0,06 e 0,002 mm
Areia Entre 2,0 e 0,06 mm
Seixo Maior que 2,0 mm
5.2. Origem dos inertes
5.2.1. Materiais provenientes do mar
Nos materiais provenientes do mar encontram-se sais e fragmentos de conchas que
prejudicam a resistência, e são responsáveis em certos casos, pelo aparecimento de manchas
nas paredes. Este tipo de material deve ser lavado antes de ser utilizado, o que é raro fazer-se
devido à morosidade do processo.
• Forma – predominância de elementos esféricos e arredondados, em consequência de
terem sido rolados em todas as direcções pela água do mar.
5.2.2. Materiais provenientes do rio
Estes materiais aparecem frequentemente com xistos que, por vezes, se alteram em presença
do cimento. Surgem também partículas vegetais que prejudicam e impedem uma reacção
normal no endurecimento do betão. Nos materiais do rio surgem também argilas, ainda mais
finas que o filler, necessitando-se, por isso, de mais água, o que provoca uma diminuição na
resistência, pois toda a água aplicada para o filler irá evaporar-se ficando posteriormente uma
grande quantidade de vazios no betão.
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As areias dos cabedelos contêm também grandes quantidades de filler. As areias das dunas,
além de conterem filler, são monogranulares. Estas areias são monogranulares como
consequência de terem sido transportadas pelo vento.
• Forma – alongada e têm uma direcção em que as dimensões são preponderantes.
5.3. A limpeza das areias
A limpeza da areia está relacionada com a percentagem das matérias de natureza estranha que
contem. Assim, uma areia se não for pura deve lavar-se. Ao fazer-se a argamassa com areia
suja forma-se lama que prejudica a aderência entre a areia e a cal ou cimento.
O melhor processo para lavar a areia será:
Coloca-la em água corrente, depositando-se esta no fundo e as impurezas são arrastadas pela
corrente.
Regá-la, removê-la do lugar primitivo e repetir a operação várias vezes.
5.4. Classificação das areias
As areias são classificadas segundo o seu tamanho, como podemos ver na tabela apresentada
anteriormente. (quadro 13)
A areia fina é composta por pequenos fragmentos de dimensões menores ou iguais a 0,1mm.
Este tipo de areia é designado por filler.
Na produção do betão quanto mais água se utilizar, menor é a resistência, isto é, a umaumento de volume de água utilizado corresponde uma diminuição na resistência. Assim,
procura-se preferencialmente material inerte de dimensões superiores.
Por exemplo, para ligar materiais de 20mm precisa-se 4 vezes mais água do que para ligar
materiais de 40mm. Além disso se o material for mais graúdo menos se gasta a triturá-lo,
ficando assim mais económico.
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Somos obrigados a restringir as dimensões do material inerte, de acordo com o tamanho da
peça e da armadura. Os vazios da brita e dos godos são preenchidos pela areia e os vazios
desta pelo cimento.
Devemos ter o cuidado, quando confeccionamos betão, de conservar a mistura a mais
homogénea possível, de modo a evitar fenómenos de segregação. A segregação consiste na
separação dos vários constituintes do betão. Este fenómeno acontece quando, por exemplo, o
betão é fabricado em determinada fábrica e depois é transportado para a obra em carros
betoneira.
Dentro da betoneira, os seus elementos tendem a separar-se ficando o material mais pesado no
fundo e à superfície uma leitada. A mistura deixa de ser homogénea.
Ora a segregação é tanto menor quanto maior for a quantidade de materiais finos existentes,
daí a importância destes materiais no betão.
Para manter a homogeneidade do betão, quando este chega ao local onde irá ser utilizado, faz-
se a sua bombagem (deste modo o betão retoma a sua homogeneidade).
Para a fabricação do betão, os inertes a utilizar, conforme cada caso, estão normalizados no
Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos. No R.B.L.H. é exigido que os inertes não
contenham quantidades prejudiciais de películas de argila ou qualquer outro revestimento que
os isole do ligante.
5.5. Granulomotria
A análise granulométrica de um material consiste no estudo das dimensões dos elementos do
material e da maneira como as distribuem no mesmo.
A separação dos diversos elementos é feita com crivos, determinando-se as percentagens
retidas em cada um deles. Actualmente já não se utilizam crivos, mas peneiros de malha
quadrada, embora se fale na mesma de diâmetros do material.
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Pedras Naturais
107
QUADRO 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS PENEIROS
Tipo de peneiro Diâmetro do material
3’’ 76,2 mm
1.½’’ 38,1 mm
3/4’’ 19,05 mm
3/8’’ 9,525 mm
n.º 4 4,762 mm
n.º. 8 2,381 mm
n.º 16 1,190 mm
n.º 30 0,595 mm
n.º 50 0,298 mm
n.º 100 0,149 mm
n.º 200 0,074 mm
Para o ensaio da determinação da análise granulométrica do material, usam-se peneiros
normalizados, da série ASTM (especificação do LNEC E245 = inertes para argamassas ebetões, análise granulométrica).
Estes são os peneiros mais utilizados da série a que se refere o quadro anterior, embora
existam outros, como por exemplo, o 6’’-152 mm que é o primeiro desta série e a partir do
qual se sucedem todos outros por ordem decrescente, segundo uma progressão geométrica de
razão 2. A partir do peneiro de 3/8’’, os peneiros começam a ser designados por números
obedecendo também à mesma lei, pois as dimensões diminuem da mesma maneira.
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Pedras Naturais
108
Como sabemos os peneiros têm malha quadrada, mas o seu lado (da malha claro) pode ser
relacionado com os crivos, pela expressão:
Correspondendo d ao diâmetro do crivo e L ao lado do quadrado da malha do peneiro.
Para elementos de diâmetros inferiores a 0,0074 mm, já não há possibilidade de construir
peneiros, como é o caso do filler, por exemplo. Então utilizam-se outros processos para a
determinação da granulometria destes materiais, tais como:
(Disponível em http://www.drm.rj.gov.br/mercado.htm)
5.5.1. Processos de sedimentação
• Sedimentómetro de Prot
Introduzem-se as partículas numa proveta graduada, que contém um líquido com viscosidade
e de densidade previamente conhecidas, ou anteriormente calculadas. As partículas são
lançadas no cimo do sedimentómetro, e o pó vai caindo com uma velocidade que obedece à
lei de Stockes:
[ ] R R g
V ⋅⋅′−⋅= δ δ η
.92 , com: R – raio da partícula é a densidade das partículas
Conforme as dimensões das partículas, as velocidades de queda podem ser maiores ou
menores. Ao fim de algum tempo, os elementos estão distribuídos ao longo da proveta, os
mais leves em cima e os mais pesados em baixo. Fazem-se leituras periódicas do depósito
obtendo-se a percentagem do filler com um determinado raio.
Um outro processo seria medir a densidade do líquido a diferentes cotas, as partículas teriam
naturalmente cotas distintas.
• Turbidímetro de Wagner
É um aparelho constituído por uma tina, na qual se provoca uma suspensão do pó e, conforme
a quantidade de partículas, a uma certa altura, a transparência será menor ou maior. Há
d = 1,25 L
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Pedras Naturais
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também um foco luminoso que projecta a luz e do outro lado da tina uma célula fotoeléctrica
com um galvanómetro. Esta célula pode ser colocada a várias alturas.
5.5.1.3. Processos de arrastamento de partículas (por meio de uma corrente de ar)
• Flurómetro de L´Hospitallier
É constituído por um tubo de vidro com uma campânula, amarrada na sua parte inferior, onde
se deposita o pó. Na zona de inserção da campânula com um tubo, há uma abertura que
permite a passagem do pó. Insuflamos através do tubo lateral, o que provoca a agitação do
material dentro da campânula. A insuflação de ar faz-se a uma determinada pressão e com
uma determinada abertura do glicleur, fazendo com que as partículas mais finas sejam
explusas.
QUADRO 15 – RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO ABERTURA DO GLICLEUR E DIMENÇÕES DAS
PARTICULAS ARRASTADAS
Pressão Glicleur Dimensões das partículas
17 cm 3 mm 40 μ
20 cm 2 mm 30 μ
36 cm 1 mm 15 μ
Normalmente meia hora é suficiente para se dar o arrastamento de todas as partículas. Depois
deste procedimento estar concluído teremos o pó dividido em três classes. Este processo é
rápido. Este método é útil para verificar a granulometria do cimento que irá ser usado no
fabrico do betão
• Permeabilidade de Blaine
Inicialmente temos o líquido em equilíbrio na posição 1, a pêra apertada, a torneira aberta e o
dedo a tapar o tubo. Em seguida expandimos a pêra, o que faz com que a coluna de líquido
passe para a posição 2. Finalmente fechamos a torneira e levantamos o dedo. O ar penetra no
sentido da seta através do pó com maior ou menor dificuldade. Depois conta-se o tempo que
demora a restabelecer-se o equilíbrio. O aparelho é aferido de modo a dar a superfície
específica, que adiante definiremos, e que está relacionada com a granulometria do material.
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5.6. Impurezas da areia
5.6.1. Filler
Num betão ou numa argamassa hidráulica o filler é considerado uma impureza porque, sendo
muito fino, exige uma grande quantidade de água, o que, como iremos ver, representa perda
de compacidade e resistência à compressão e desgaste e um aumento da porosidade do betão,
assim como um aumento à retracção.
Isto passa-se quando a dosagem do cimento é normal, quando a dosagem é menor do que o
habitual pode haver interesse na presença do filler. Realmente um betão é tanto melhor quanto
menos vazios tiver. Ora, é o cimento que preenche os vazios deixados pela areia, mas se estefor em pequena quantidade ficam vazios por preencher, cabe ao filler então ocupá-los.
Os muito finos ainda têm a vantagem de aumentar a trabalhabilidade do betão.
Na América fabrica-se o chamado cimento empobrecido, que é uma mistura de cimento com
filler, para facilitar a aplicação de filler nos betões pobres em cimento – betões fracos.
Nos betões asfaltosos e betuminosos, o filler é indispensável, bem como a areia fina que
muitas vezes é excluída dos betões hidráulicos (estes elementos aparecem em percentagens de
5 a 10% e de 10 a 15%, respectivamente nos betões betuminosos).
5.6.2. Argilas
O filler pode também conter argila em partículas muito finas, que são elementos coloidais que
aderem à superfície do material inerte, principalmente das britas, impedindo a aderência do
ligante a estes materiais. Em consequência disto, a resistência, principalmente à tracção, fica
comprometida.
Diz-se à tracção porque um betão com areia que contém argila pode resistir bem à
compressão, desde que a percentagem de argila seja de tal maneira pequena que não se faça
sentir, e neste caso a argila até ajuda a preencher os vazios. Mas a tracção à resistência do
betão de areia com argila é sempre muito menor que a do betão de areia sem argila.
Para a determinação do teor de argila e matérias muito finas, lava-se sucessivamente a areia
até a água sair limpa. Antes de realizar este processo devemos pesar previamente a areia que
contem impurezas e repetir este passo depois de esta estar limpa, determinando assim o teor
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Pedras Naturais
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destes elementos. Este teor não pode ultrapassar determinados valores estipulados no
R.B.L.H..
A argila plástica é aconselhável em quantidades que não ultrapassem os 2%, pois no betão
não só se exige uma certa resistência mecânica mas também uma certa plasticidade para se
poder moldar com facilidade, isto é, exige uma certa maneabilidade. Geralmente, para
conseguir isto, junta-se mais água na amassadura, não em demasia pois pode se tornar
prejudicial. A argila melhora a possibilidade de trabalhar o betão, adicionando-se quantidades
adequadas, sendo a argila, neste caso benéfica.
5.6.3. Matéria orgânica
Os inertes provenientes dos rios têm, como vimos, formas alongadas e achatadas e por vezes
ainda contêm matéria orgânica que têm efeitos nocivos sobre o betão, pois impede as reacções
com o ligante e dificulta o desenvolvimento das resistências do betão.
Para determinar a percentagem de matéria orgânica, existe um processo que consiste em
queimar a areia e por diferença de peso obtém-se a percentagem. Outro processo é o ensaio
colorimétrico, que se baseia na queima da matéria orgânica contida na areia com soda. A areia
adquire uma coloração que é comparada com a cor de um soluto padrão, à base de ácidotânico que também é queimado com soda cáustica.
Quando a cor adquirida pela areia é mais carregada que a do soluto padrão, podemos concluir
que esta tem matéria orgânica em quantidades prejudiciais.
Quando pretendemos ao mesmo tempo determinar a quantidade de argila e de matéria
orgânica fazemos o ensaio com quantidades equivalentes de areia.
Introduz-se dentro de uma proveta com água, areia e um desfloculante. Agita-se a mistura
obtida, e depois deixa-se sedimentar. O desfloculante vai separar as partículas de argila e de
matéria orgânica dos grãos de areia. Verifica-se, ao fim de 24 horas, a formação de duas
camadas nitidamente diferenciadas. A primeira de altura h0, constituída por areia limpa e a
segunda de altura h1 de argila e matéria orgânica.
Define-se o equivalente de areia (em percentagem) como:
100.
hhh A E
+=
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Uma areia pura terá E.A. = 100%.As areias cujo E.A. seja inferior a 80% são de rejeitar
5.6.4. Gesso
O gesso é prejudicial pois reage com o cimento dando origem ao sulfoaluminato de cálcio,
que é um elemento expansivo com muitas moléculas de água. O betão sujeito a estas
expansões, depois de endurecer, podendo até mesmo fissurar.
5.6.5. Outras impurezas
Nas areias e godos originários do mar aparecem sais, como cloreto de sódio e sulfato de
magnésio, que não influenciam as resistências do betão mas podem dar origem a
eflorescências. É então necessário lavar estes elementos antes da sua utilização. A presença do
cloreto de sódio é prejudicial quando o betão se destina a peças pré-esforçadas, pois pode
corroer as armaduras fortemente traccionadas. As conchas existentes nestes produtos têm de
ser retiradas porque diminuem a resistência do betão.
Os materiais que reagem com o alcali do cimento também devem ser eliminados.Os sulfuretos
da areia combinam-se com o oxigénio e dão origem a sulfatos e depois a sulfoaluminatos quesão, como já vimos, elementos expansivos e por isso prejudiciais.
As micas e os xistos são de banir, pois enquanto os primeiros se decompõe os segundos
reagem com os cimentos.
Forma do material inerte
Os materiais artificiais, como a brita, têm superfícies e formas muito variáveis, dependendo
da natureza da rocha de que são originários e da máquina utilizada na fragmentação. O ideal
era que estes materiais tivessem forma cúbica, pois o que nos interessa é que estes materiais
gastem o mínimo de água e que a superfície seja a menor possível, o que acontece em
primeiro lugar na esfera e em segundo no cubo.
Uma partícula considera-se alongada quando o comprimento é superior uma vez e meia à
largura (1>1,5.e), achatada quando a espessura é inferior a metade da largura. É recomendávelque a percentagem de partículas longas ou achatadas não exceda 50%, no fabrico de betões.
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Pedras Naturais
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Quanto à forma, um inerte ainda pode ser caracterizado pelo índice volumétrico.
Consideremos uma pedra qualquer e a esfera que lhe é tangente.
Define-se índice volumétrico como:
VesferaVpedra
C =
Se tivermos várias pedras de volume V1, V2,..., Vn, o índice volumétrico será:
VenVeVeVeVnV V V C
++++++++= ...321
...321
Ve1 é o volume da esfera tangente à pedra de volume V1.
Se o material tiver como índice volumétrico valores compreendidos entre 0.3 e 0.4 são
considerados muito bons quanto à forma. No R.B.L.H. exige-se como mínimos de 0.12 e
0.15, respectivamente para britas e godos.
5.7.1. Natureza das superfícies
Os inertes naturais, como os godos, têm formas a que correspondem maiores valores do índice
volumétrico e além disso têm superfícies lisas, o que implica menores gastos de água na
amassadura. Por outro lado, as britas, com superfícies rugosas, têm melhor aderência às
argamassas. Quanto à maneabilidade, se por um lado os inertes naturais representam menores
resistências de atrito, apresentam por outro possibilidades de segregação.
5.8. Qualidade da pedra
A qualidade duma pedra diz respeito à sua resistência mecânica.
Não é necessário que esta resistência seja muito elevada. Qualquer pedra tem uma tensão de
rotura superior à necessária para betões. No entanto os inertes podem conter partículas
friáveis (são partículas facilmente quebradiças), partículas moles (riscadas por uma vareta de
latão) e partículas leves (de densidade inferior a 2). Estas partículas comprometem a
qualidade do betão. Os limites permitidos pelo R.B.L.H. são: para as partículas friáveis 1%
nas areias e 0,25% para godos e britas; para as partículas moles 5%; para as partículas leves
0,5% nas areias e 1% nos godos e britas.
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5.9. Fabricação dos inertes
Os inertes podem ser definidos como partículas de rochas com dimensões que variam entre
0,1mm e 200mm, destinadas a serem dispersas pela pasta de cimento, constituindo o seuvolume 70 a 80 % do volume total de um betão. A extracção da areia das margens dos rios e
das praias tem vindo a ser cada vez mais difícil, em consequência das directivas de protecção
ambiental. Deste modo, a indústria de fabrico de inerte ou britagem assume um papel
fundamental na obtenção deste constituinte essencial do betão de cimento utilizado na
construção civil e do betão de asfalto aplicado na construção de pavimentos rodoviários.
De acordo com o tipo de inerte que se pretende obter serão necessárias as seguintes
operações.
Fig. 25 – Fabrico de inertes Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
5.9.1. Operações
Fragmentação primária ou desmonte: consiste na obtenção de blocos de pedra de grandes
dimensões.
• Taqueio: é a obtenção da pedra fragmentada de menores dimensões
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Pedras Naturais
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• Fragmentação secundária: fabrico de britas e gravilhas. Para obter as britas grossas de
8 a 10cm de diâmetro, utiliza-se geralmente britadeiras de maxilas, uma fixa e outra
oscilante, movida por um excêntrico. Após esta britagem, os materiais passam por
granuladores ou seleccionadores.
• Moagem: fabricação de areias. Destinada à obtenção de britas mais finas e para a qual
se utilizam normalmente britadeiras giratória;
• Pulverização: fabricação de pós e fillers. Destinada à produção de areia por meio de
britadeiras de cilindros que tratam a brita fina.
Equipamentos de fabrico:
• Britadeiras de mandíbulas;
• Britadeiras giratórias;
• Britadeiras de martelo (percussão);
• Aparelhos de cilindros;
• Aparelhos de barras;
• Aparelhos de cilindros.
A escolha do tipo de equipamento a adoptar resulta de factores diversos, dos quais podemos
destacar:
• Tipo de material a fragmentar
• Dimensão máxima que se pretende obter
• Quantidade de material a produzir
• Rendimento do equipamento
O coeficiente de redução é dado pelo cociente:
f D DT 0=
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Pedras Naturais
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Em que D0 é o diâmetro máximo do material antes da fragmentação e Df representa o valor
do diâmetro máximo após a britagem.
5.9.1.1. Britadeiras de mandíbulas
As britadeiras de mandíbulas são um dos equipamentos mais comuns utilizados na
fragmentação secundária.
Permitem um bom rendimento mas não são adequados para fragmentação para diâmetros
muito pequenos. O seu funcionamento baseia-se num movimento de rotação impulsionador de
uma biela que por sua vez acciona uma parede móvel de encontro a uma placa fixa. Cria-se
assim um efeito de mandíbula que gradualmente fragmenta o material até à dimensão
desejada.
Fig. 26 – Britadeira de mandíbulas (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Para prevenir acidentes, esta britadeira acciona uma placa móvel através de uma biela frágil
que em caso de encravamento parte e cessa o movimento da “mandíbula”. A escolha do
diâmetro de saída do material faz-se através da regulação da abertura da saída do inerte,
localizada na parte mais baixa do equipamento. Este tipo de britadeira permite obter
diâmetros compreendidos entre os 40 e os 300 mm dependendo da dimensão do equipamento.
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Os volumes obtidos oscilam entre 40 e 100 toneladas por hora, correspondendo os maiores
débitos ao fabrico de inertes de maior dimensão.
5.9.1.2. Britadeiras de mandíbulas de efeito simples
A mandíbula móvel está articulada num extremo num eixo excêntrico e no outro numa biela
móvel. O movimento de rotação do eixo excêntrico desloca a mandíbula com movimento de
rotação e de translação, produzindo um maior esmagamento e consequentemente mais sílex.
Fig. 27– Instalação de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 28 - Britadeira de mandíbulas acoplada á trova (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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5.9.1.3. Britadeiras de mandíbulas de duplo efeito
O movimento da mandíbula móvel é produzido por um eixo excêntrico e transmitido por uma
biela menor. Assim, transmite-se apenas um movimento horizontal. Em ambos os casos é
possível regular a abertura de saída e granulometria obtida. A segurança dos aparelhos é
garantida por uma biela de secção reduzida que parte em situações de resistência anormais.
Este tipo de britadeira usa-se normalmente em fases iniciais de fragmentação
5.9.1.4. Britadeiras giratórias
A utilização de britadeiras giratórias permite não só a obtenção de material graúdo mas
também o fabrico de areias, sendo neste caso designadas por moinhos. O seu funcionamentomecânico resulta de um movimento de rotação que anima um cone, de eixo vertical excêntrico
envolto por um troco de cone. A redução do diâmetro do material resulta do atrito gerado
entre a parede do tronco de cone. A parede permanece estática e o cone é animado de
movimento de rotação.
Fig. 29 – Esquema de funcionamento de uma britadeira giratória (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
A dimensão do material obtido pode ser definida através do ajuste da distância relativa entre o
cone interno o tronco de cone envolvente. Este tipo de equipamento permite a obtenção de
uma gama de diâmetros compreendida entre os 6 e os 45 mm. O rendimento pode oscilar
entre 40 e 500 toneladas por hora, dependendo de diversos factores como a dimensão do
equipamento e o diâmetro final pretendido.
Pode ser montada em local fixo ou acoplada a um reboque de modo a permitir a sua utilização
em locais distintos.
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Fig. 30 – Britadeira giratória (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 31– Unidade móvel de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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5.9.1.4. Britadeiras de martelo (percussão)
Neste tipo de aparelhos a fragmentação obtém-se por choque. Consiste num ou dois motores
(monorrotor ou birrotor) sobre os quais se fixam martelos rígidos que giram entre 200 a 1000
rotações por minuto com diâmetros que variam até 1250 mm. O martelo, ao rodar, lança as
pedras contra as barras de impacto provocando a fragmentação.
Fig. 32 – Impactor de eixo horizontal (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 33 – Vista do interior de um impactor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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O controlo das dimensões a obter faz-se regulando a velocidade de rotação e o espaçamento
das barras. A segurança à rotura obtém-se mediante dispositivos de evacuação automática de
parte das barras montadas. São aparelhos baratos e com baixo consumo. Os produtos obtidos
têm forma tendencialmente cúbica
5.10. Aparelhos cilíndricos
5.10.1. Cilíndrico único dentado
O cilindro gira contra uma mandíbula fixa. A fragmentação faz-se por pressão entre o cilindro
e a mandíbula que está revestida de peças de desgaste facilmente substituíveis. A regulação
faz-se por afastamento ou então aproximando mais o cilindro da mandíbula. É este sistema de
afastamento (mola) que constitui o sistema de segurança. É utilizado para calcários brandos,
para fabrico de cimento (pó). É um aparelho indicado para a fragmentação de grandes
elementos de dureza média ou branda.
5.10.2. Cilindros duplos ou triplos lisos
Destinam-se à produção de areia. A fragmentação dá-se por pressão entre os cilindros. O
sistema de segurança é também uma mola que parte e separa os cilindros, no caso de pedras
muito duras. Quanto maior for o número de cilindros de tamanho reduzido, menor será a
dimensão do material obtido. Os cilindros têm diâmetros entre os 400 e 1000mm e giram em
sentido inverso com velocidades entre 100 e 180 rotações por minuto.
5.11. Aparelhos de barras
Consiste num cilindro que no seu interior tem barras. Estas rodam umas sobre as outras contraos materiais. Este aparelho pode trabalhar por via seca, semi-seca ou húmida. Por via húmida
faz-se a classificação hidráulica para avaliação do rendimento. A regulamentação faz-se
através da velocidade e do diâmetro das barras utilizadas.
5.12. Aparelhos de esferas
Este tipo de equipamento é utilizado sobretudo para a obtenção de diâmetros pequenos. O seufuncionamento é bastante semelhante ao do equipamento utilizado no ensaio de desgaste “Los
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Angeles”, residindo a diferença entre este e o equipamento industrial nas dimensões. O
material a fragmentar, é introduzido num tambor cilíndrico juntamente com um conjunto de
esferas de aço. A indução de movimento de rotação no cilindro resulta da geração de forças de
abrasão entre o material e as esferas de aço, que provocam neste uma gradual diminuição dediâmetro. A regulação do número de rotações do tambor cilíndrico permite a selecção da
dimensão final do material que se pretende obter.
Nas figuras seguintes ilustra-se o aspecto deste tipo equipamento, vivida a semelhança entre
este e o homólogo utilizado em laboratório.
Fig. 35 – Aspecto exterior do tambor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
O rendimento dos aparelhos de esferas é menor, que o dos restantes tipos de equipamentos.
Resultando este facto do processo de entrada e de saída do material a fragmentar e do
princípio de funcionamento do equipamento.
5.13. Classificação usadas nas pedreiras
Após a redução do diâmetro máximo do inerte até ao valor desejado, é necessária uma
separação, em fracções de tamanho bem definido. O tipo de equipamento a adoptar é
determinado pelas dimensões que se pretende adquirir e da quantidade.
Tipos de classificação:
• Mecânica – permite uma classificação até aos 2.5mm;
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• Hidráulica – processo de sedimentação;
• Selectores de ar – permitem uma classificação mais precisa das areias e das fracções
mais finas, até aos 0,15 a 0,06mm. (tem um princípio de funcionamento idêntico à
classificação hidráulica).
5.13.1. Classificação mecânica
Por tapete transportador: corresponde a uma classificação rudimentar unidimensional para
separação prévia, antes da entrada para as britadeiras. O tapete tem uma inclinação variável, é
formado por barras e tem um espaçamento tal que separa o material acima de uma
determinada dimensão. Este material é rejeitado, caindo por gravidade e sofrendo uma
fragmentação primária ou de taqueio. Os produtos que passam são recolhidos na base e são
admitidos no circuito de fragmentação.
Por crivos de disco: realizam a separação do material em diversas fracções à custa de discos
montados num eixo horizontal cujo espaçamento é variável.
Fig. 36 – Crivos de discos (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
O material de maior dimensão é sucessivamente arrastado pelo movimento circular dos discos
até ao extremo do equipamento, enquanto que o material de dimensões inferiores é recolhido
em posições intermédias. Apesar de conduzirem a bons rendimentos não permitem a obtenção
de uma grande precisão na separação.
Trommel de cilindro único: consiste num cilindro oco, animado de movimento de rotação que
possui um conjunto de orifícios nas suas paredes laterais. Os orifícios localizados junto à
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Pedras Naturais
124
primeira extremidade (mais elevada) possuem menores dimensões, enquanto que os orifícios
localizados mais próximos da segunda extremidade (mais baixa) possuem maiores dimensões.
Fig. 37 – Trommel de cilindro único (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
O material é inserido na extremidade mais elevada do cilindro onde se localizam os furos
menores. À medida que desce o cilindro, o material a separar vai sendo escoado através dos
furos cujo diâmetro é sucessivamente maior.
Fig. 38 – Trommel de cilindro único. Vista exterior e interior (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Este equipamento não permite uma separação muito precisa, uma vez que existe a
possibilidade de algumas partículas finas serem arrastadas juntamente com o material graúdo
até ao extremo do aparelho.
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Fig. 39 – Instalação de separação com Trommel de cilindro único (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Com o objectivo de possibilitar uma utilização em diferentes locais, o separador Trommel
pode ser acoplado a um atrelado móvel.
Tromel de cilindros concêntricos: resolvem o problema de ocupação de espaço e do desgastena chapa de finos. Primariamente são separadas as maiores granulometrias. É normalmente
constituído por três cilindros concêntricos com movimento de rotação.
Por crivos vibratórios: consiste na associação em série de crivos (ou peneiros) de grandes
dimensões aos quais é transmitido um movimento vibratório.
Fig. 40 – Unidade móvel se separação com cilindro Trommel (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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A vibração das paredes do crivo ocasiona a passagem do material de menores dimensões até
aos últimos peneiros, ficando o material de maiores dimensões retido nos primeiros peneiros.
Uma vez que os vários crivos são montados com uma ligeira pendente, a vibração ajuda o
material retido num dado peneiro a ser transportado para o exterior do equipamento.
Fig. 41 – Crivo vibratório (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 42 – Crivo vibratório móvel (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Uma das características mais importantes dos crivos vibratórios é a precisão que se obtém na
separação dos inertes pelas diversas fracções.
É usual, quando se trata de instalações em desnível, colocar o crivo sob o equipamento de
fragmentação ou britagem. Desta forma consegue-se um melhor aproveitamento da acção da
gravidade.
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Quando a instalação de fabrico se desenvolve em terreno plano a alimentação faz-se com o
auxílio de tapetes transportadores.
Fig. 43 – Alimentação do crivo por gravidade (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 44 – Alimentação do crivo através de tapete transportador (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
5.13.2. Classificação hidráulica
A classificação hidráulica associa-se aos casos em que é necessária a lavagem dos materiais,
libertando-os dos pequenos fragmento de natureza orgânica e argilosa. Passada a etapa de
fragmentação primária podem lavar-se os materiais:
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Por noras ou alcatruzes: permitem uma recuperação dos materiais, sem realizar uma
verdadeira classificação. O material fino fica suspenso na água, ou é recolhido porque fica
agarrado ás paredes. Apenas há uma separação entre materiais grossos e finos, não é
propriamente uma classificação, é mais uma divisão.
Por cone classificador: a mistura a classificar é introduzida no alimentador. As areias de
dimensões acima de um dado valor são recolhidas na parte superior do aparelho. A redução da
malha de corte faz-se no cone inferior, recuperando grande parte das areias e materiais finos
que, quando se aumenta a pressão, o material maior é extraído pela parte inferior do aparelho.
Por cubas compartimentadas: permite a obtenção de fracções de materiais de pequeno
diâmetro através da sua imersão em água. O seu funcionamento baseia-se no facto de aspartículas de maior dimensão tenderem a atingir o fundo do recipiente mais rapidamente do
que as de dimensão mais reduzida.
Fig. 45– Cuba separadora (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
O equipamento é constituído por um tanque dividido em vários compartimentos através de
septos, no primeiro dos quais é introduzido o material a separar. Através da injecção de
caudais de água, o material mais fino é sucessivamente arrastado através dos vários septos até
que o caudal instalado num dado compartimento não seja suficiente para promover a sua
suspensão e consequente arrastamento até ao compartimento seguinte, conduzindo à sua
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deposição no fundo. É um equipamento que, embora lento, permite a separação de fracções de
muito pequena dimensão com bastante precisão.
Separador RHEAX: estabelece-se uma corrente de água de caudal regular que arrasta os
materiais de pequenos diâmetros. Os maiores são recolhidos na base. As separações são mais
precisas e melhores, fazendo variar o caudal. A redução da secção de cuba de baixo para
cima, logo após o estrangulamento, dá origem a uma velocidade ligeiramente crescente
arrastando os pequenos corpúsculos. Existem separadores RHEAX verticais, horizontais,
compostos, combinados e de labirinto.
5.13.3. Classificação Hidro – Mecânica
Parafuso de Arquimedes: O seu funcionamento resulta da utilização de um canal inclinado,
preenchido com água, onde é montado um parafuso em espiral animado de movimento de
rotação. As partículas de menores dimensões, ficam em suspensão na água e são retiradas da
zona inferior do canal que contém o parafuso em rotação.
O material mais pesado é arrastado pela espiral do parafuso até ao topo do canal, onde é
recolhido.
Classificação por ar: O diâmetro máximo do material a separar assume valores inferiores a 0.5
mm. A separação faz-se através da geração de um fluxo de ar num circuito de tubagens, que
induz um movimento ascendente nas partículas mais leves, que são transportadas para uma
zona distinta do circuito. Conseguindo-se uma separação entre as fracções mais leves e as
fracções mais pesadas.
A regulação do caudal de ar injectado no circuito permite a obtenção de elementos de maior
ou menor dimensão. Uma das aplicações mais comuns deste tipo de equipamento é a
separação de pó de cimento.
Com vista à obtenção de um maior rendimento pode-se montar um circuito envolvendo um
aparelho de fragmentação de pequenos diâmetros (aparelho de esferas) e um separador de ar
para a separação do material mais fino resultante do processo de fragmentação.
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Fig. 46 - Parafuso Arquimedes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 47 – Funcionamento de um separador de ar (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 48 – Separador de ar para pó de cimento (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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Fig. 49 – Separador de ar acoplado a um aparelho de esferas (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
5.14. Apresentação dos resultados duma análise granulométrica
QUADRO 16 – RESULTADOS DE UMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA.
[%] Retidos e
acumulados
3’’ 1,000 1,000 10%
1 ½’’ 3,000 4,000 40%
3/4’’ 5,000 9,000 90%
3/8’’ 0,500 9,500 95%
n.º 4 0,500 10,000 100%
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Entende-se por pesos, a quantidade de massa de material retida em cada peneiro. Assim como
se compreende que os retidos e acumulados são o peso de material contido nesse peneiro e
nos superiores. Normalmente desenham-se gráficos, em que representamos nas abcissas as
dimensões do peneiro e nas ordenadas as percentagens dos retidos e acumulados.
Representação gráfica do exemplo anterior:
Fig. 50 – Analise granulométrica
Considerando o segmento d, o comprimento deste, dá-nos a percentagem de elementos de
dimensões superiores a “a”. É frequente encontrar o eixo das abcissas representado de
diferentes formas, considerando em vez de “d”, raiz quadrada de “d”, segundo as normas
suíças, raiz cúbica de “d” conforme as normas francesas ou log “d” respeitando as normas
americanas.
Apresentam-se seguidamente dois exemplos.
Define-se superfície específica como a soma das superfícies de todos os grãos a dividir pelo
peso desses grãos. Este conceito é usado sobretudo para caracterizar areias, filler e cimento. O
módulo de finura é o número que se obtém dividindo a soma das quantidades de retidos e
acumulados até ao peneiro 100 (inclusive) por 100, isto é:
[ ] [ ] [ ]
100
......321211 +++++++=
P P P P P P η
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Como consequência desta definição, conclui-se que quantos mais finos têm o material menor
é o módulo de finura.
QUADRO 17 - NUMERO DE PENEIROS
Número do peneiro % Retidos simples % Retidos e acumulados
Brita
3’’ 5% 5%
1 ½’’ 15% 20%
3/8’’ 70% 90%
n.º 4 10% 100%
Areia
n.º 30 10% 10%
n.º 50 40% 50%
n.º 100 35% 85%
n.º 200 10% 95%
Passados em 200 5% 100%
5.14.1. Triângulo de FERET
É a representação utilizada para determinar a granulometria da areia. Esta representação éfeita por intermédio de 3 eixos, formando um triângulo equilátero.
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QUADRO 18 – EXEMPLO DE AREIAS PARA ANALISE DE TRIANGULO FERET
GROSSOS MÉDIOS FINOS
AREIA A1 30% 50% 20%
AREIA A2 50% 50% 0%
AREIA A3 60% 20% 20%
Representação triangular de FERET
Fig. 51 – Representação no triângulo de FERET.
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Em cada um dos lados, divididos em 10 ou 100 partes, marcam-se as percentagens de areia
grossa (G), média (M)ou fina (F). Depois tirando paralelas aos lados obtemos um ponto que
caracteriza a areia. Para explicitarmos melhor este procedimento, em seguida temos o
exemplo de três areias e a sua representação no triângulo de Feret.
5.15. Instalações de fabrico de inertes
O tipo de instalação de fabrico é condicionado pelas condições naturais do relevo da zona
onde esta é inserida. Assim, de acordo com a topografia do local, as instalações podem ser
classificadas nos seguintes tipos:
• Instalações a meia encosta
• Instalações do tipo vertical
• Instalações em terreno plano
Sendo os primeiros dois tipos geralmente mais económicos, o terceiro permite uma maior
flexibilidade de localização dos equipamentos.
5.15.1 Instalação a meia encosta
Este tipo de instalação permite um grande aproveitamento da acção da gravidade, utilizada
para promover a passagem do material pelos diversos equipamentos envolvidos nas fases
compreendidas no fabrico de inertes.
5.15.2. Instalação do tipo vertical
Este tipo de instalação não permite um aproveitamento tão eficaz da acção da gravidade, umavez que envolve a utilização de meios mecânicos para a elevação do material até ao topo da
central. A passagem do material pelos diversos níveis, realiza-se sem intervenção de meios
mecânicos e adopção de uma instalação do tipo vertical conduz, apesar de tudo, a uma
economia de energia.
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Fig. 52 – Instalação a meia encosta (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 53– Esquema de funcionamento de uma instalação do tipo vertical (Disponível em
www.ufp.pt/~ricardot)
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5.15.2. Instalação em terreno plano
Quando o relevo natural não permite o aproveitamento da acção gravítica a disposição dos
diversos equipamentos é feita ao longo de uma área plana.
Fig. 54 – Instalações de fabrico em terreno plano (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
A opção por este tipo de instalação pode também resultar de condicionantes do processo de
fabrico, tais como a impossibilidade de realizar operações de fragmentação secundária ou
lavagem do material num dado local.
As figuras seguintes ilustram a quantidade e diversidade de tapetes transportadores
obrigatoriamente envolvidos numa instalação que se desenvolva em terreno plano.
Na fase final do processo de fabrico os materiais são em geral armazenados em silos verticais,
de onde são posteriormente escoados para o mercado.
5.16. Armazenagem de inertes
Os materiais inertes das diversas categorias devem ser armazenados separadamente, de forma
a evitar a sua mistura. A armazenagem pode ser feita em simples pilhas ou em silos, sendo a
primeira mais usual. O processo de armazenamento dos materiais deve ter alguns cuidados,
como evitar a mistura dos materiais com substâncias nocivas, a granulometria não deve ser
muito extensa evitando uma segregação acentuada e a humidade dos inertes
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Fig. 55 – Tapetes transportadores (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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Fig. 56 – Armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
Fig. 57 – Silos de armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)
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As características dos inertes, os documentos normativos e as exigências a satisfazer indicam-
se no quadro 6.
Quadro 19 - CARACTERÍETICAS DOS INERTES
Características Normas de ensaio Exigências
Resistênciamecânicados inertesgrossos (1)
resistência àcompressão ou
ASTM C170 >= 50 MPa
resistência aoesmagamento ou
BS 812: <= 45%
desgasteLos Angeles (2)
Part 110 <= 50%
Absorçãode água (1)
inertes grossos ISO 6783 absorção<= 5,0%
areias ASTM C 128 absorção <= 5,0%
Quantidades
de matériasprejudiciais
matéria orgânica ASTM C 40 não prejudicial
partículas muitofinas e matériasolúvel
ASTM C 117
areia natural <= 3,0%areia britada <= 15,0%godo <= 2,0%brita = 3,0%
partículas de argila ASTM D 422 <= 2,0% da massa do cimento
partículas friáveis ASTM C 142areia <= 1,0%godo ou brita <= 0,25%
partículas moles LECM 105 godo ou brita <= 5,0%
partículas leves (1) ASTM C 123areia <= 0,5%godo ou brita <= 1,0%
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índice volumétrico LECM 106godo >= 0,12brita >= 0,15
Reactividadepotencial comos álcalis doscimentos
Processo químico ASTM C 289 negativo
Processo da barrade argamassa
ASTM C 227extensão <= 1,0 x 10-3 ao fim de 6 meses
eactividade com os sulfatos (3) ASTM C 586
provetes de argamassa:ausência de fendilhamento eextensão l 0,5 x 10-3 provetes de rocha:
extensão l 1,0 x 10-3 ao fim de 6 meses
Massa volúmica ASTM C 127 (4)
Análise granulométricaTeor de água total
ASTM C 128
ASTM C 136 (4)
ASTM C 566 (4)
ASTM C 70
Deve-se ter em consideração as principais notas:
• Os valores exigidos não se aplicam a inertes leves (1).
• O ensaio de Los Angeles não é significativo para inertes calcários (2).
• Este ensaio só é exigido quando os betões ficam em contacto com a água do mar ou
com águas ou solos que contenham concentrações em sulfatos iguais ou superiores à
da água do mar, ou ainda se os inertes contiverem feldspatos (3).
• Estas características são exigidas para o estudo de composição (4).
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FIXAÇÃO DE REVESTIMENTO EM PLACAS DE ROCHAS
USO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO COM PLACAS DE ROCHAS
Os revestimentos com placas de rocha são cada dia mais utilizados, principalmente emfachadas de edifícios residenciais e ou comerciais. A grande utilização desse tipo de
revestimento se deve em princípio, entre outros factores, a maior durabilidade, quando
comparados com os revestimentos de argamassas, por exemplo, a reduzida manutenção e ao
efeito estético que proporcionam ao conjunto. Além disso reflectem maior solidez e nobreza à
edificação.
Quando se observa fachadas de edifícios com placas pétreas, recentemente construídos, que
apresentam diversas manifestações patológicas. Tais manifestações vão desde as mais simples
como florescências ou pequenas fissuras superficiais, até as mais complexas, como o
destacamento das placas, portanto, traduzindo-se em perdas das suas características iniciais e
em comprometimento da sua estabilidade, o que vem contrariar as razões iniciais pelas quais
se optou por estes revestimentos.
Considerando-se o exposto acima e visando contribuir para o desenvolvimento dos
revestimentos com placas pétreas, neste trabalho são apresentados os seguintes itens:
• Aspectos relevantes do processo de produção dos revestimentos:
• Algumas directrizes para elaboração de projecto;
• Manifestações patológicas mais frequentes, e, finalmente.
• Considerações finais, onde se enfatiza a importância da adopção de controlo e de
racionalização do processo a fim de se obter níveis de qualidade e desempenho satisfatóriospara esses revestimentos.
6.1 FACHADAS REVESTIDAS COM PLACAS PÉTREAS
A fixação deste revestimento nas fachadas pode dar-se de duas maneiras básicas: por colagem
(adesão físico-química ou aderência mecânica) com ou sem ancoragem de segurança
(grampos e por ancoragem mecânica. Na primeira utiliza-se argamassa convencional,
argamassas colantes ou colas especiais, e na segunda, componentes metálicos. As técnicasmais utilizadas para a fixação dos revestimentos pétreos em vedações verticais exteriores, são
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por colagem, com ou sem grampos, utilizando argamassa convencional (processo tradicional),
e por ancoragem mecânica com auxílio de dispositivos de fixação (processo racionalizado). A
utilização de argamassas colantes ou colas especiais ainda se encontra incipiente.
6.1.1 Fixação por argamassas
O processo tradicional de fixação das placas pétreas, fixação através de argamassa
convencional, é, ainda hoje, um processo de execução muito utilizado, principalmente nas
regiões mais afastadas dos grandes centros, onde há maior dificuldade de obtenção de novos
materiais e mão-de-obra especializada. Recomenda-se a utilização deste processo para
revestimentos de fachadas com altura aproximada de 12 m. Acima desta medida recomenda-
se a fixação através de componentes metálicos.
A fixação através de argamassas colantes, ou colas especiais, ainda está incipiente. Um dos
principais factores pelos quais este tipo de fixação ainda é incipiente é que a espessura das
placas deve ser de, aproximadamente, 1 cm. Ainda há dificuldades, para a obtenção de placas
com tal espessura devido, principalmente, aos equipamentos para cortes de chapas já estarem
desactualizados. Apenas nos países mais evoluídos a maioria dos equipamentos para corte e
obtenção de placas são automatizados e modernos facilitando a obtenção de placas de
pequenas espessuras para utilização de argamassas colantes para fixação das placas.
6.1.1.1 Argamassa convencional (processo tradicional)
Este processo de fixação através de argamassa convencional é o mais antigo, no entanto. O
sistema de fixação com argamassa convencional, chamado de sistema de fixação por colagem,
a fixação das placas é feita conjuntamente com uma fixação mecânica (constituída por arames
chumbados no dorso das placas), cuja finalidade é (ou deveria ser) evitar que ocorra o
desprendimento das placas na eventualidade de haver o descolar das placas da argamassa.
Pode-se dizer que este processo de fixação constitui-se do suporte, de uma tela previamente
fixada a este, da camada de fixação (argamassa convencional e arames colados nos dorsos das
placas) e da camada de acabamento (placas de pedra e juntas).
O suporte é responsável pela sustentação das camadas subsequentes; a tela, tem por função
proporcionar maior aderência entre a camada de fixação e o suporte, bem como servir de
ancoragem para as placas de pedra que posteriormente serão amarradas à mesma. A camadade fixação, por sua vez, é responsável pela ligação da camada de acabamento ao suporte,
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proporcionando a aderência do conjunto. A última camada é a de acabamento, que constitui o
próprio revestimento.
6.1.1.2 Argamassa colante (processo racionalizado)
Este sistema constitui-se do suporte, da camada de fixação, da camada de regularização e da
camada de acabamento.
Existe uma variedade de resinas para a fixação de revestimentos pétreos, mas as que melhor
se adequam para a colagem são as do tipo acrílica e a epóxi, tanto para o preparo das
argamassas colantes como para as com função de cola. Além disso, a resina do tipo SBR
(resina de estireno butadieno), quando utilizada na fabricação de argamassas colantes,
apresenta-se mais económica para o desempenho requerido, se comparada às do tipo acrílico
ou epóxi.
Neste sistema de fixação, o espalhamento dá-se directamente sobre o suporte, que, quando
apresentar características de planicidade e prumo compatíveis com a camada de aderência,
resulta em elevada produtividade.
A adequação do substrato está relacionada principalmente à sua regularidade e porosidade
superficial.
Quando se trata de substratos com acentuados desníveis, como os de alvenarias com tijolos
maciços, utiliza-se uma camada de regularização. A necessidade da completa regularidade do
substrato decorre das reduzidas espessuras da camada de aderência, para que seja técnica e
economicamente viável a sua utilização.
A porosidade está relacionada com a absorção do substrato, que deve ser baixa,
principalmente na utilização de colas especiais, pois quando aplicadas em substratos de
elevado poder de sucção, todo o material da cola é absorvido antes da fixação dos
componentes, podendo comprometer a sua aderência. Quando se tratar de substratos porosos
deve-se aplicar, sobre o mesmo, uma camada de primer, previamente à cola, para diminuir o
seu poder de absorção.
A aderência é fundamental nesse sistema de fixação, por isso é preciso haver compatibilidade
de aderência entre as camadas constituintes, desde o substrato até à camada de acabamento.
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Acredita-se que a utilização de argamassas colantes ou colas especiais para a fixação das
placas de pedra venham contribuir para o desenvolvimento tecnológico da construção, pois
além de ser um processo racionalizado, vai exigir o avanço tecnológico de outros subsistemas
ou partes destes, como por exemplo, da própria camada de regularização que corrige asimperfeições do substrato, o qual, de modo geral, apresenta superfícies completamente
irregulares, desvios acentuados de prumo, nivelamento e alinhamento.
6.1.2 Fixação com componentes metálicos (processo racionalizado)
Este sistema constitui-se do suporte, da fixação, da camada isolante e da camada de
acabamento.
O suporte é responsável pela sustentação das camadas subsequentes; a fixação, utilizando
componentes metálicos comummente chamados de inserts, agrafes ou dispositivos metálicos,
tem a função de fixar mecanicamente a camada de acabamento ao suporte, deixando um
espaço vazio entre as placas e o suporte; a camada isolante, por sua vez, é responsável pela
circulação de ar entre o substrato e eliminação da condensação formada em seu interior,
proveniente das variações térmicas entre as faces exterior e interior da camada de
acabamento. Essa camada poderá ser constituída de um material com propriedades específicas
ou do próprio ar, este servindo como isolante térmico, e, devido à separação entre a vedação e
o revestimento, melhorando o isolamento acústico. A última camada é a de acabamento, que
constitui o próprio revestimento.
Dispositivos de fixação são os componentes metálicos (com diversos formatos) cujas funções
são:
Fixar as placas ao suporte, ou umas às outras; suportar o peso próprio do revestimento e as
demais cargas actuantes na camada de revestimento e absorver as deformações diferenciais
entre a camada de revestimento e o suporte, de maneira a reduzir as tensões nessa camada.
A forma dos dispositivos de fixação varia essencialmente com a função e o modo de
ancoragem dos mesmos, e poderá ser de perfis circulares (arredondados), de chapas, de perfis
em T, entre outras. A forma dos dispositivos define comercialmente alguns tipos de sistemas
de fixação, tais como o sistema americano, aquele em que a parte do componente metálico
que fica em contacto com a placa apresenta forma de chapas ou perfis e o sistema alemão,aquele em que a parte em contacto com a placa apresenta forma de pinos.
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Conforme a sua função, os dispositivos de fixação podem ser classificados em sustentadores
ou retentores. Os sustentadores são aqueles que resistem ao peso próprio da placa e permitem
certa movimentação. Isso deve-se à folga deixada nos encaixes das placas onde irá o
dispositivo. Os retentores são aqueles que impedem a queda da placa, permitindo a suamovimentação, entretanto, não absorvem nenhuma parcela do seu peso próprio. Um mesmo
dispositivo de fixação poderá ser somente sustentador ou retentor, ou ambos ao mesmo
tempo.
Os dispositivos de fixação das placas de pedra ao suporte são constituídos, geralmente, por
três partes, em um só ou em mais componentes: a primeira parte, de ancoragem ao suporte; a
segunda. Perfilada, em forma de consola, constituída por um plano, um parafuso ou outro
perfilado, eventualmente associado a um dispositivo de controlo, cuja função é permitir o
posicionamento correcto da placa no momento do assentamento; e a terceira parte é a de
ligação do próprio dispositivo de fixação com a placa.
6.1.3 Fixação em painéis pré-moldados
A fixação de placas pétreas em painéis pré-moldados é um sistema que consiste na colocação
e fixação da placa com espessura de aproximadamente 1 cm no momento da produção dos
painéis na indústria. As placas são fixadas a estes através de resinas epoxídicas.
O processo de fixação das placas em elementos de concreto pré-moldados é um sistema há
muito tempo utilizado em países desenvolvidos como Japão, Canadá, da Europa e Estados
Unidos. A sua utilização nestes países deve-se principalmente à industrialização e
racionalização da construção. Sabe-se que essa é uma nova tendência da construção no
mundo.
6.2 Principais Directrizes para Elaboração de Projecto
Quando da elaboração de projectos de revestimentos de fachadas pode-se dizer que há
necessidade de cuidados específicos, visto que ficam constantemente sujeitos a condições
agressivas do meio ambiente. Recomenda-se que o projectista e o fabricante e (produtor)
conjuntamente considerem todos os factores importantes na elaboração do mesmo, levando-se
em conta principalmente a qualidade, o desempenho e o custo do produto final.
A partir de um projecto elaborado adequadamente, de forma a conter parâmetros para a sua
realização, pode-se ter processos bem definidos em canteiro de obras facilmente implantados
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pelos e Além disso, independente do processo de fixação das placas adoptado, pode-se,
através do projecto executivo, facilmente racionalizar a produção do revestimento e exercer
maior controlo dos serviços. Isto contribui para que se obtenha revestimentos com melhore
acabamentos finais, com maior desempenho e durabilidade.
Enfatiza-se que além de um projecto bem elaborado, torna-se imprescindível o
acompanhamento da execução dos serviços e que se disponha de mão-de-obra qualificada
para a obtenção de um produto com alta qualidade e menores custos.
Apresenta-se a seguir alguns parâmetros necessários para a elaboração de projectos de
revestimento de fachadas com placas pétreas.
6.2.1 Solicitações de projecto
As solicitações a que as placas de rocha, assim como seus componentes de fixação estarão
sujeitos durante a obra e a vida útil do revestimento são os seguintes:
a) Cargas paralelas ao plano das placas:
- Peso próprio das placas;
- Peso próprio de eventual camada de isolamento térmico.
b) Cargas perpendiculares ao plano da placa:
- Acção do vento;
- Impactos acidentais.
c) Solicitações devidas ao movimento relativo do suporte e do revestimento:
- Deformações devidas a variações higrotérmicas;
- Deformações permanentes devidas à retracção e à deformação lenta do concreto.
6.2.1.1 Peso próprio
Em ambos os processos de assentamento das placas, com argamassa ou com componentes
metálicos, o peso próprio das placas é relevante. No primeiro processo, ele definirá as cargasverticais que actuarão nos componentes metálicos de fixação, dado para seu
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dimensionamento. No segundo, o peso próprio vai solicitar mais ou menos a argamassa de
assentamento, sendo necessária maior aderência ao suporte quanto maior for o peso próprio
por unidade de área.
6.2.1.2 Choques
As placas de pedra, principalmente aquelas situadas em níveis mais baixos, assim como a
camada de fixação estão mais sujeitas aos choques acidentais. Durante a execução do
revestimento em grandes alturas, o andaime utilizado poderá provocar choques nas placas
ocasionando quebras das mesmas.
6.2.1.3 Deformações térmicas
Para os revestimentos exteriores, no cálculo das deformações relativas entre o suporte e a
camada de revestimento, devidas à dilatação térmica diferencial, deve-se considerar a
diferença de temperatura que poderá ocorrer, entre a superfície do revestimento (levando-se
em consideração a sua cor) e a camada de fixação.
6.2.1.4 Efeitos da humidade, chuva e acção do gelo
As pedras normalmente utilizadas como revestimento de fachadas apresentam maior oumenor porosidade. A rapidez com que as construções actualmente são executada explica a
grande quantidade de unidades residuais no interior das paredes, que normalmente evaporam
pouco a pouco para o exterior. Somam-se a este facto a ocupação das edificações e o
aquecimento dos locais, que geram uma abundante quantidade de valor de água que migra
parcialmente para o exterior. A água pode ainda penetrar através das vedações verticais
exteriores por capilaridade.
6.2.1.5 Acção do vento
Os esforços devido ao vento devem ser calculados, considerando-se sobretudo as esteiras de
sucção que se desenvolvem nos cantos do edifício e nas fachadas de sotavento.
6.2.1.6 Refracção e deformação lenta da estrutura
Devem ser consideradas as deformações causadas pela retracção da estrutura e da alvenaria e
a deformação lenta do concreto, passíveis de ocorrerem após a execução do revestimento.Para evitar o aparecimento de manifestações patológicas posteriores no revestimento,
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recomenda-se que se aguarde o maior intervalo de tempo possível entre a execução do suporte
e as camadas subsequentes, de maneira que as deformações iniciais do suporte não venham
solicitar o revestimento. Tais deformações poderão, também, ser absorvidas através da
introdução de junta ao revestimento.
6.2.1.7 Agressividade do meio ambiente
As acções advindas das condições atmosféricas são muito complexas e os agentes podem ser
de natureza química, física ou biológica. Os principais agentes de natureza química são os
ácidos gerados pela dissolução de gases de atmosferas poluídas na água da chuva. Estes
provocam a dissolução dos carbonatos dos mármores e calcários, gerando sais que mancham a
pedra e tensionam os seus vazios quando se cristalizam.
Os agentes físicos provocam tensões devido a variações térmicas e ciclís de humedecimento e
secagem.
Os agentes biológicos incluem as bactérias, musgos, algas e líquens, que com o produto do
seu metabolismo atacam os minerais, provocando manchas e tensionando os poros, o que
pode ocasionar fissuras e fracturas da pedra.
6.3 Concepção e aspectos a serem considerados no dimensionamento
O dimensionamento das placas de rocha restringe-se a determinação da sua espessura em
função das suas dimensões (comprimento e largura), das características mecânicas da rocha,
do sistema de fixação a ser empregado e das cargas actuantes. A determinação da espessura
das placas pode também ser feita através de ensaios do conjunto placa componentes metálicos
de fixação.
Os componentes metálicos de fixação devem ser projectados de forma que resistam aos
esforços a que serão submetidos e permitam a livre movimentação das placas.
As juntas que compõem o revestimento podem ser: entre componentes, de movimentação ou
construtivas e estruturais. As juntas têm funções de acabamento estético, de estanqueidade e
de absorver as deformações passíveis de ocorrerem no revestimento. O acabamento estético é
exigido principalmente quanto a horizontalidade, verticalidade e uniformidade de espessura
das juntas.
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As juntas entre componentes devem ter dimensões suficientes para absorver as
movimentações diferenciais das camadas constituintes do revestimento.
Para que as juntas de movimentação exerçam as suas funções e apresentem o desempenho
esperado é necessário primeiramente que sejam devidamente projectadas (dimensionadas),
sendo que devem ser consideradas, para o dimensionamento, as diversas solicitações a que as
camadas do revestimento estarão sujeitas durante a via útil do mesmo, bem como as
características dos materiais utilizados nessas camadas.
Deverão ser previstas ainda juntas nos encontros de materiais distintos e em elementos que se
projectem para além do plano do revestimento. As juntas estruturais quando previstas devem
ser respeitadas em posição e largura no revestimento.
Os materiais utilizados para acabamento das juntas são os selantes e as argamassas.
Recomenda-se a utilização das argamassas para o rejuntamento das juntas entre componentes
quando a camada de revestimento não estiver sujeita a acção de solicitações de grande
intensidade, como por exemplo nos revestimentos interiores. Quando para a fixação das
placas se utilizar argamassa convencional o rejuntamento das juntas entre os componentes
poderá ser feito com nata de cimento ou com selante. Para melhorar a estanqueidade e a
estética dó rejuntamento pode-se rejuntar com argamassa de cimento e areia fina no traço 1:1
(em volume), com eventual adição de corante.
Para as juntas entre placas, quando fixadas com componentes metálicos, as mesmas devem
ser rejuntadas com selantes.
Para o exterior, independente do processo de assentamento utilizado, recomenda-se os
selantes, para o rejuntamento das juntas entre componentes e de movimentação, devido
principalmente às suas características de deformabilidade.
Quando do emprego de selantes no rejuntamento das juntas de movimentação, o factor de
forma (proporção largura/profundidade) deve estar compreendido entre 2 e 1, conforme
recomendações do fabricante do selante. Deve-se prever a utilização de material de
enchimento quando for necessário adaptar o perfil das juntas às dimensões ideais do cordão
de selante.
6.4 Escolha dos materiais
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A escolha dos materiais mais adequados para o revestimento das vedações verticais de estar
ligada principalmente às características dos mesmos considerando-se a sua utilização, no caso
da pedra, se exterior ou interior.
6.4.1 Características das rochas
Nas obras de vulto, previamente ao projecto, é importante que seja efectuada uma pesquisa da
jazida para verificar a capacidade de fornecimento da mesma levando-se em consideração o
atendimento ao cronograma da obra e a homogeneidade litológica e estética da rocha.
Na escolha da rocha o projectista deve considerar além dos aspectos estéticos, os seguintes:
As características petrográficas que eventualmente possam influir na durabilidade da rocha,tais como estado microfissural e presença de materiais deletérios e alterados;
b) As propriedades mecânicas e físicas da rocha;
c) A porosidade e a absorção da água;
d) A viabilidade da rocha ser submetida aos processos de beneficiamento necessários à
obtenção dos efeitos desejados (superfície polida, serrada, apicoada, flamejada, etc.);
d) As alterações na aparência a que as placas estão sujeitas quando:
- Submetidas às lavagens e à acção de produtos químicos de qualquer natureza (produtos de
limpeza e outros);
- Expostas às intempéries, no caso de revestimentos exteriores, no tocante, principalmente, à
poluição atmosférica e a morfologia da fachada, de modo a garantir que as águas das chuvas
proporcionem uma lavagem uniforme;
- Assentadas com argamassa.
Características dos componentes metálicos para afixação
Os componentes metálicos de fixação devem ser constituídos de metais inalteráveis, isto é,
que não sofram degradação devido ao ataque de substâncias existentes na atmosfera, em
forma de gás ou vapor, ou dissolvidos na água da chuva. Os principais metais que poderão ser
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utilizados para os componentes metálicos de fixação, são: aço inoxidável; cobre e suas ligas e
alumínio, com as seguintes características:
a) Aço inoxidável:
- Tipo ABNT 302 – apesar de não ser recomendado, por algumas normas estrangeiras, ele é
utilizado principalmente pelo seu baixo custo. Acredita-se que a sua utilização deva ser
restrita a ambientes interiores, pois apresenta uma maior quantidade de carbono, sendo que
este elemento diminui a sua resistência aos meios agressivos;
- Tipo ABNT 304 – para atmosferas urbanas e industriais isentas de cloretos;
- Tipo ABNT 316 – para atmosfera urbanas, marítimas e industriais que contenham cloretos;
Cobre e suas ligas:
O cobre e suas ligas possuem excelente resistência à corrosão atmosférica, bem come uma
boa resistência à acção química provocada pelas argamassas. Mas a sua resistência mecânica
depende essencialmente das suas ligas e do tratamento que recebe durante a sua fabricação.
- Cobre – recomendado para uso somente em grampos (tipo de componente de fixação
composto por um único elemento executado com barra de secção circular ou rectangular,
podendo ter uma das extremidades dobradas em «L» ou em gancho) e não deve ser utilizado
em ambientes que contenham H2S (gás sulfídrico) e amónia.
- O cobre, quando fustigado pela água da chuva, poderá provocar manchas de cor verde
azinhavre e zinabre) na superfície da rocha, sendo este um dos motivos, além da sua baixa
resistência mecânica para a não utilização desse metal para os componentes de fixação.
- Latão – é uma liga de cobre e zinco que deve ser usada somente com teor de Zn inferior a
15%, pois quando em maiores quantidades estão sujeitas a dezinficação (perda de zinco) e
como consequência, há uma diminuição de resistência mecânica.
- Bronze alumínio – recomendado para atmosferas marítimas.
C) Alumínio – apresenta boa resistência quanto a corrosão, no entanto a sua utilização é
limitada devido principalmente ao seu alto custo. Em atmosferas marítimas e industriais
devem ser utilizadas as ligas 653-T6, 6061-T6 ou equivalente.
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Na elaboração do projecto dos componentes metálicos para fixação das placas é importante a
observação dos metais a serem utilizados, pois deve-se escolher metais que sejam compatíveis
entre si, de modo a evitar a corrosão galvânica.
6.4.3 Características da argamassa de assentamento
A argamassa a ser empregue na fixação das placas de rocha deve ser de cimento e areia média
no traço 1:3 (em volume), podendo ser utilizados aditivos plastificantes ou super
plastificantes, a fim de obter-se argamassa de consistência fluida.
6.4.4 Características dos selantes
Os selantes devem:
a) Ser resistentes aos agentes atmosféricos;
b) Apresentarem boa aderência aos materiais nos quais são aplicados;
c) Ser estanques ao ar e à água e não causar manchas ou alterações nos materiais aos quais são
aplicados;
d) Ser inertes em presença de substâncias químicas normalmente encontradas nos edifícios
(alcalinidade das argamassas e produtos de limpeza);
e) Ter elasticidade suficiente e mantê-la ao longo do tempo.
6.5 Elementos de Projecto
O projecto de revestimento de vedações verticais com placas de rocha deve ser constituído
pelos seguintes elementos:
a) Vista frontal dos suportes a serem revestidos com a distribuição (paginação) das placas e a
posição dos componentes de fixação, em escada adequada;
b) Detalhes construtivos dos encaixes, ranhuras e furos das placas, componentes metálicos,
juntas de dilatação, fixação ao suporte, entre outros;
c) Memorial descritivo com especificações dos materiais e serviços, apresentando inclusive a
tolerância máxima permitida para os desvios de prumo e nivelamento do revestimento com
placas de rocha e as exigidas para os suportes.
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Deverá constar do memorial descritivo, ainda, um roteiro e a periodicidade para a realização
das inspecções, que deverá abranger os seguintes aspectos:
a) Estado dos selantes (continuidade, adesão às superfícies das juntas, coesão e presença de
fissuras);
b) Existência de corrosão dos componentes metálicos de fixação;
c) Indícios de falta de aderência (som cavo ao serem percutidas) das placas fixadas com
argamassa;
c) Eventual deslocamento das placas, entre outros aspectos relevantes para o revestimento.
6.6 Execução
A mão-de-obra utilizada na execução tem, assim como os materiais empregados e o projecto,
importância decisiva no desempenho e durabilidade do revestimento.
Para minimizar os desperdícios e evitar os problemas patológicos é necessário o treino de
equipas, o que é possível a partir da definição clara dos procedimentos de execução do
assentamento das placas de rocha considerando-se os processos ainda hoje utilizados.
6.7 Providências preliminares
As providências preliminares estão relacionadas com o preparo e verificação: 1) do suporte
que irá receber as camadas que constituem o revestimento, 2) das placas de rocha, 3) dos
componentes metálicos quando utilizados, e 4) das ferramentas e equipamentos.
Em relação ao suporte, deve-se verificar se foram preparados de acordo com as exigências de
cada processo de assentamento (a seguir descritas) e se os desvios de prumo e de nivelamento
estão dentro das tolerâncias especificadas no projecto do revestimento. Deve-se atentar
também para o alinhamento das esquadrias.
Nos dois processos é possível, até certo ponto, na fase de assentamento das placas, absorver
desvios de nivelamento e/ou de prumos superiores às tolerâncias de projecto, por meio do
aumento da espessura da camada de argamassa, no processo de assentamento com argamassa,
ou por meio da regulação, já prevista nos componentes metálicos, no processo de
assentamento com esses componentes. No entanto, quando as tolerâncias de projecto forem
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ultrapassadas, deve-se informar o valor desses desvios ao projectista, que indicará a solução
apropriada para cada caso. Neste aspecto, salienta-se que a fixação com componentes
metálicos é mais flexível, uma vez que possibilita o emprego de componentes com dimensões
especiais capazes de absorver maiores desvios.
Todas as placas de rocha devem estar devidamente marcadas e numeradas, conforme projecto.
As placas a serem assentes com componentes metálicos já devem estar com as ranhuras e/ou
furos nas bordas, para o encaixe dos componentes metálicos. Os furos e ranhuras devem ter
respectivamente diâmetro ou largura de 1 mm superior ao diâmetro do pino ou largura dos
perfis a serem introduzidos nas placas. A profundidade dos furos e ranhuras devem ser tal que
garanta uma folga da ordem de 5 mm entre o topo do pino ou perfil e o fundo do furo e ou
ranhura.
O preparo das placas a serem assentes com argamassa consiste em fixar pedaços de arame
galvanizado (comprimento da ordem de 20 a 25 cm), com massa plástica à base de resinas de
polyester ou epoxídicas, em ranhuras feitas no dorso da placa.
As ferramentas e equipamentos devem ser previamente seleccionadas verificando-se as suas
condições de utilização dos cantos vivos dos andaimes deslizantes, pois estes quando
desprotegidos poderão provocar danos às placas, devido a choques.
Com base no projecto, principalmente nas vistas frontais das superfícies a serem revestidas,
onde consta a distribuição das placas, deve-se proceder a marcação dos eixos de referência.
Os eixos verticais a serem marcados, nos extremos de cada pano, nas laterais das aberturas ou
em outras posições, podem ser materializados por meio de arame (devidamente alinhados
quando se situarem no mesmo pano), presos na parte superior das superfícies e amarrados a
pesos na parte inferior para manter a verticalidade. Os eixos horizontais necessários serãomarcados com auxílio de mangueira de nível, podendo também serem materializados com
arame.
Juntamente com todas as verificações necessárias, anteriormente mencionadas, antes da
execução deve-se fazer uma análise e estudo do projecto, conferindo-o e verificando as
interfaces com os demais subsistemas do edifício, tais como as esquadrias.
Após as providências preliminares começa-se a execução da camada de acabamentopropriamente dita.
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Pedras Naturais
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6.8 Fixação com componentes metálicos
6.8.1 Preparo do suporte
É comummente utilizada quando da execução de revestimentos com placas de rocha fixadoscom componentes metálicos, a impermeabilização das estruturas de concreto armado. Com
duas demãos de tinta betuminosa. Para as vedações verticais executadas com componentes de
alvenaria, como por exemplo biocís de concreto ou cerâmicos, recomenda-se executar um
revestimento argamassado do tipo emboço e somente a impermeabilizar como as estruturas de
concreto. Observa-se que em se suprimindo a camada de emboço, somente a
impermeabilização não garantirá a estanqueidade das vedações verticais.
6.8.2 Execução do revestimento
A preparação dos componentes metálicos restringe-se a sua limpeza com pano seco ou estopa,
para retirada de substâncias gordurosas eventualmente presentes. Essa limpeza pode ser feita
por ocasião da sua fixação e o seu objectivo é contribuir para aumentar a aderência do selante.
Os componentes metálicos são fixados ao suporte por meio de chumbadores de preferência de
aço inoxidável. Os furos para a fixação dos chumbadores são feitos com auxílio de um
berbequim de impacto com broca de diamante. Durante a execução dos furos, deve-se estar
atento para detectar se este não coincidiu com algum furo de travamento das formas ou com
eventual falha de betonagem, pois nestas condições pode haver comprometimento da fixação.
Recomenda-se que seja retirado do interior dos furos os resíduos, provenientes da furação,
antes da colocação do chumbador.
A posição dos chumbadores deverá ser sempre perpendicular ao suporte. Para a colocação dos
parafusos recomenda-se a utilização de um rosqueador. E para o ajuste e a verificação do
aperto, a utilização de um torquímetro.
Recomenda-se que, quando houverem dúvidas das cargas (condições desfavoráveis do
suporte) que suportarão os parafusos, sejam solicitados ensaios para a verificação dessas
cargas.
Os componentes de fixação poderão eventualmente ser incorporados à estrutura de concreto.
Nesse caso, quando da betonagem da estrutura os mesmos já deverão estar colocados na
posição definida em projecto. A precisão no posicionamento desses componentes deve ser
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garantida, pois após o endurecimento do betão haverá muita dificuldade em mudá-lo de
posição ou mesmo retirá-los do local.
Após o posicionamento dos componentes metálicos os maiores cuidados deverão ser tomados
no momento da betonagem, para que durante o adensamento do betão o vibrador não altere a
posição dos mesmos. O seu mau posicionamento traria dificuldades na posterior colocação
das placas de rocha.
Devido principalmente aos cuidados necessários no posicionamento desses componentes é
que este procedimento está sendo deixado de lado e estão sendo cada vez mais utilizados os
chumbadores para a fixação dos componentes metálicos ao betão. Posicionados os
componentes tipo sustentadores, as placas de rocha são instaladas, estando os seus rasgosinferiores preenchidos com selante. Para a colocação do selante nos rasgos das placas as
mesmas deverão estar secas. A seguir são instalados os componentes tipo retentores,
ajustando-se a posição da placa e preenchendo-se previamente os rasgos superiores das placas
com selante. Neste caso a função do selante é evitar a penetração de água proveniente da
chuva ou da limpeza do revestimento nos furos e ranhuras das placas.
6.8.3 Execução das juntas
6.8.3.1 Entre componentes
Antes do rejuntamento recomenda-se que seja retirado do interior das juntas qualquer material
que possa prejudicar a aderência do selante ou sua continuidade, favorecendo posteriormente
à infiltração de água para interior do revestimento. Após esse serviço recomenda-se que as
juntas sejam devida mente limpas, com pano ou estopa embebido num solvente do tipo
isopropanol.
Recomenda-se a aplicação de um primer às faces laterais das juntas de maneira que melhore a
aderência do selante. O selante deve ser aplicado antes da secagem completa do primer.
Deve-se tomar cuidado para que o selante e ou primer não manchem as placas de rocha. Para
isso recomenda-se a colocação, antes do rejuntamento, de fita crepe faceando as juntas para
evitar o contacto do selante e ou primer com a superfície das placas. Após a aplicação do
selame, limpar as bordas das juntas, cuidadosamente, para a retirada dos excessos do mesmo.
A limpeza dos excessos deverá ser feita também com um solvente do tipo isopropanol.
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6.8.3.2 Construtivas ou de movimentação
Após a limpeza o fundo da junta deverá ser colocado sob pressão, de tal forma que fique
adequadamente posicionado.
Para o posicionamento adequado do fundo da junta recomenda-se a utilização de um
componente com largura suficiente para a penetração na junta e que pressionará o cordão até à
profundidade desejada.
Para um melhor acabamento da junta, após a colocação do selante com a bisnaga, o operário
poderá alisar a superfície da junta com o próprio dedo, de preferência com luva de borracha.
6.9 Assentamento com argamassa
6.9.1 Preparação do suporte
Quando do assentamento das placas de rocha com argamassa a camada de fixação deverá ser
aplicada sobre suportes isentos de partículas soltas, até mesmo de resíduos de argamassa,
provenientes de outras actividades.
Quanto à textura do suporte, este deverá se do tipo áspero. Para alvenarias recomenda se que
estas recebam uma camada de chapisco no traço 1:3 (em volume), cimento e areia grossa.
Quando o suporte for de betão recomenda-se o apicoamento da superfície o aplicação de uma
camada de argamassa colante espalhada com desempenadeira de aço dentada.
Ainda como parte da preparação do suporte utiliza-se uma tela de aço galvanizada soldada (#
15x15 cm), fixada ao suporte com chumbadores também em aço galvanizado. A posição
dessa tela deverá ser o mais próximo do suporte. A posição dos chumbadores deverá formar
uma malha quadrada, com dimensão de 50cmx50 cm. A tela deverá ficar posicionada entrecom parafuso e duas arruelas de preferência do mesmo material.
6.9.2 Assentamentos das placas
Com base nos eixos de referência já marcado sobre as superfícies a serem revestidas, a placas
são posicionadas com um afastamento do suporte de aproximadamente 4 cm para
preenchimento com a argamassa fluida. Os arames presos ao dorso das placas devem ser
fixados à tela e as placas devem ser calçadas de forma que não saiam das sua posições duranteo preenchimento com argamassa. Uma maneira de fazer com que placa de rocha fique na
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posição após o posicionamento é utilizando barras de ferro apoiadas na parte superior da placa
e fixadas ao suporte com uma pasta de gesso.
Antes da colocação da argamassa de assentamento, entre a placa de pedra e o suporte,
recomenda-se que nas extremidades das fiadas sejam colocados papel e uma pasta de gesso,
para evitar a saída da argamassa.
A argamassa de assentamento deverá ser colocada em camadas de aproximadamente 20 cm, a
fim de se evitar esforços consideráveis que possam provocar o desprendimento das mesmas.
Recomenda-se esperar a pega do cimento da argamassa, para que se execute a camada
subsequente até atingir a meia altura da placa. Após atingida essa altura pode-se completar o
preenchimento em uma única camada.
Para o assentamento das fiadas seguintes, recomenda-se a colocação de espaçadores (galgas)
entre as placas. As galgas têm a função de definir a junta entre as placas, evitando também
que a placa posterior se apoie na anterior. Nos encontros dos vértices das placas, fixá-las com
o auxílio de uma pasta de gesso e meio tijolo maciço. A colocação da argamassa dar-se-á da
mesma forma que anteriormente descrito, para o assentamento das fiadas seguintes.
A argamassa é então despejada no espaço entre o substrato e a placa de tal forma que não fluapara a superfície da placa vindo a provocar manchas. Após a execução de cada camada, deve-
se. Limpar com pano húmido os eventuais respongos de argamassa que ficaram aderidos à
superfície das placas.
6.9.3 Execução das juntas
Antes da execução das juntas deve-se retira, a pasta de gesso e os tijolos, que auxiliaram no
assentamento das placas, tomando-se cuidados para não prejudicar o brilho da placa.
Quando do uso de nata de cimento para o rejuntamento, após o assentamento das placas,
recomenda-se a limpeza das juntas para a remoção do excesso de argamassa retida no seu
interior. Quando do uso de selante, o procedimento a ser adoptado é o mesmo descrito no item
4.2.3.1.
6.10 Algumas considerações sobre manifestações patológicas em revestimentos com
placas de rochas
6.10.1 Manifestações patológicas associadas à fixação por argamassa convencional
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Manchamento, fissuramento e deslocamentos das placas, são as patologias mais frequentes
nos revestimentos pétreos de fachadas e de pisos fixados pelo processo tradicional. È comum
a ocorrência de manchas provocadas, principalmente, por excesso de água a argamassa,
impurezas do cimento e da areia. Estes factores, aliados a uma alta porosidade da rocha,poderão reforçar o manchamento. A causa de excesso de água está na dosagem inadequada da
argamassa que, pela exsudação, penetra nos poros da pedra. Se na permeabilização da água
pela placa de pedra houver transporte de iões do cimento, nela dissociados, pode ocorrer
precipitações destes em poros da pedra. Isto poderá causar manchas indeléveis e, portanto,
permanentes. Quando houver a carreação dos sais solúveis para a superfície da placa, haverá a
formação de florescências (manchas de coloração esbranquiçada) por precipitação desses sais.
Fissuração das placas poderá ocorrer se houver aumento de tensão de tracção provocado pelaexpansão dos sais no seu interior.
A presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro, particularmente
nas suas fracções finas (# <100), podem, num meio altamente alcalino, como aquele
promovido pela mistura água-cimento, dissociarem-se e migrarem, por capilaridade, para a
superfície da pedra aí se precipitarem e provocarem manchamento.
As manchas podem estar distribuídas em toda a superfície das placas e nos entornos das juntas; este caso é agravado pela percolação de águas de limpeza, ou pluviais, que lixiviam a
argamassa de assentamento, ou de rejuntamento, produzindo substâncias que acelerarão o
manchamento.
O deslocamento de placas pétreas tem causa no excesso de água da argamassa de
assentamento, na falta de preparo do substrato e na diferença entre os coeficientes de dilatação
dos materiais constituintes das camadas (substrato, argamassa e pedra), agravado por sub
dimensionamento de juntas.
Além das causas apontadas acima, manchas em revestimentos pétreos poderão estar
associadas a fase de uso e a manutenção inadequada( Frazão, Caruso, 1989).
6.10.2 Manifestações patológicas associadas à fixação por dispositivos metálicos.
Quando da fixação das placas, em fachadas, por dispositivos metálicos as patologias mais
comuns são: manchamentos contornando os rastos, esse efectuados para introdução dos
dispositivos metálicos, e juntas das placas, corrosão dos dispositivos metálicos, fissuramento,
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Pedras Naturais
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decolamento, descontinuidade e rugosidade do selante provocado, principalmente, pelo mau
posicionamento do funde de junta Este último caso é frequente em juntas de movimentação.
Fissuramentos em revestimentos de fachadas fixados por este processo, são, muitas vezes
decorrentes da acção dos ventos, particularmente nos pontos mais elevados da edificação,
quando a pedra apresenta baixa resistência à flexão. Fracturas podem também ocorrer devido
ao transporte e a estocagem inadequados, ao mau nivelamento e prumo e das placas.
6.10.3 Manifestações patológicas associadas à natureza da pedra
Independentemente do tipo de fixação adoptado para os revestimentos pétreos, atenção
especial deve ser dada à natureza desses materiais, tanto no aspecto com posicional, quanto
nas características fisico-mecânicas (Frazão, Farjallat, 1995).
As rochas são constituídas de minerais ditos essenciais, que servem para classificar o tipo de
rocha; outros minerais podem estar presentes, subsidiariamente, e são ditos acessórios ou
varietais. Entre estes há aqueles que podem decompor-se ante condições ambientais, ou micro
ambientais, a eles desfavoráveis e, como consequência, produzir manchas. Exemplo é os
sulfetos de ferro (pinta, pirrotita e calcopirita) que podem estar presentes em granitos comuns,
calcários metamórficos e mármores, granadas ferríferas em granitos brancos (albititos),nódulos de a ila em granitos pretos (diabásios) e hipersténio em granitos verdes
(charnockitos).
Outra propriedade intrínseca às pedras é a sua capacidade de absorção de água, a qual se for
de valor acima de 0,4% (Frazão, Farjallat, 1996), podem facilitar sobremaneira, os
manchamentos, principalmente, quando a fixação das pedras foi executada com argamassa
convencional. Por outro lado a própria coloração da pedra, dada pela sua constituição
mineralógica, pode evidenciar as manchas em maior ou menor intensidade. Os granitos
brancos e cinzas, por exemplo, propiciam maior contraste decorrentes de manchas indeléveis,
ou de unidade (que podem desaparecer quando da evaporação da água), do que granitos
marrons e vermelhos, mesmo que a capacidade de absorção de água seja semelhante.
No caso de revestimento de fachadas fixados por dispositivos metálicos, são o coeficiente de
dilatação térmica da rocha e a sua resistência à flexão as principais propriedades físicas e
fisico-mecânicas que intervêm na Ocorrência de patologias. A primeira, juntamente comoutros factores, como por exemplo, posição e localização dos revestimentos, intervém no
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Pedras Naturais
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dimensionamento e na distribuição das juntas entre componentes e das de movimentação, ante
o fenómeno de dilatação/contracção, por variação diária e sazonal da temperatura. A segunda
influi nos critérios de dimensionamento das placas (relação área/espessura) para que estas
possam suportar as acções a que estarão sujeitas, tais como, acção do vento e movimentaçõesdo suporte sem que fissurem ou se quebrem.
6.11 Considerações finais
Quando as características e propriedades dos materiais utilizados nos revestimentos pétreos
são devidamente considerados pelos projectistas e pelos construtores pode-se obter melhor
desempenho e maior durabilidade dos revestimentos pétreos. Aliado a estes conhecimentos,
também, podem contribuir para o aumento da qualidade e durabilidade dos revestimentos aadopção de controlo do processo de produção.
Pode-se observar que as mudanças ocorridas nos últimos anos na construção civil, no país,
com a abertura do mercado, tem contribuído para que haja uma maior preocupação por parte
das construtoras de edifícios na busca da qualidade. No entanto, em visitas realizadas em
obras em fase de execução de revestimentos pétreos, na cidade de São Paulo, observou-se que
geralmente é inexistente um controlo de produção destes revestimentos.
Dada a complexidade e a importância do assunto tratado, acredita-se que o levantamento e
análise das patologias presentes nos revestimentos pétreos das edificações, são importantes
contribuições para o aprimoramento do processo de produção desses revestimentos, servindo,
também para a retro alimentação da etapa de projecto. Além disso, podem, ainda, auxiliar na
escolha das rochas mais adequadas, o que leva à possibilidade de minimização de patologias,
evitando prejuízos a estética do revestimento e a estabilidade do conjunto.
NOTAS
Segundo NBR 13707 (ABNT, 1996). São tipos de dispositivos de fixação compostos por uma
única peça fabricada com barra de secção circular ou rectangular podendo ter uma das
extremidades dobrada em L ou em gancho.
2 São cordões de espumas de polietileno, polipropileno ou poliuretano colocados no interior
da junta cuja função é impedir a adesão do selante no terceiro plano da junta, proporcionando
a deformação do selante sem que ocorra a sua ruptura. Também tem a função de proporcionar
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Pedras Naturais
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economia de selante, por servir como material de enchimento, diminuindo a secção da junta
que será preenchida (Fiam, 1995).
Fonte: Eleana Falta Fiam, MSc *
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Pedras Naturais
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Anexo 1A - Terminologia
Aduela - Face interna das ombreiras, que delimita o vão.
Ardósia - xisto argiloso muito duro e com superfícies de separação lisas e planas, muito
empregues em revestimentos de coberturas.
Azulino - pedra calcária - calcário cripto - cristalino - das regiões de Loures, Sintra, Maceira,
de cor beije acinzentada.
Badame - escopro de gume liso e convexo.
Brecha - rocha sedimentar consolidada com elementos angulosos: Pedra lavrada proveniente
desta rocha recebendo então a designação adicional da localidade da pedreira (ex: brecha
d’Arrábida; brecha de Tavira, etc.).
Bujarda - martelo paralelipipédo com fiadas de bicos (pirâmides quadrangulares) utilizado
para o acabamento facial das pedras (aparelho à bujarda).
Cabouqueiro - operário especializado para o desmonte dos blocos nas pedreiras.
Calcários - rocha sedimentar de precipitação química constituída por carbonato de cálcio ou
carbonato duplo de cálcio e magnésio; designação corrente em cantaria limitada ao calcário
cripto - cristalino (pedra calcária).
Camartelo - martelo de desbaste com uma das cabeças quadradas e a outra terminando em
pirâmide truncada para formar cutelo.
Cantaria - pedra lavada, ou simplesmente aparelhada, em formas geométricas para a
construção de edifícios ou “obras de arte” – muros de suporte, viadutos, túneis, etc.: também
recebe o nome de cantaria, ou pedra de cantaria, toda aquela que é aparelhada em formas
diversas constituindo componentes de edifícios, tais como: vergas, soleiras, ombreiras,
cachorros, colunas, cimalhas, etc.
Canteiro - operário especializado em obras de cantaria.
Capeamento - remate superior de um muro ou murete de alvenaria.
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Pedras Naturais
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Cércea - molde de paramento da obra de cantaria que o canteiro utiliza para seu “aparelho”.
Cinzel - ferramenta semelhante ao escopro, mas mais delicada, destinada a trabalho de
acabamento.
Cornija - peça de coroamento de paredes de fachada de alvenaria ou cantaria.
Cravos - defeito das pedras calcárias constituída por módulos siliciosos de grande dureza.
Criptoflolescências - eflorescência formada no interior da pedra.
Cunha - ferramenta em forma de tronco de pirâmide achatada formando gume na
extremidade atacante, utilizada para o desmonte dos blocos.
Desbaste - primeira operação após o desmonte dos blocos que tem por fim aproximálos de
formas prismáticas regulares.
Desmonte - operação de extracção de blocos das pedreiras.
Eflorescências - manchas originadas pela cristalização de sais nitratos e sulfatos nas
superfícies das cantarias.
Encarnadão - pedra calcária – calcário sub-cristalino – da região de Sintra com tons rosados,
avermelhados ou arroxados e esbranquiçados.
Escacilhadeira - ferramenta de desgaste semelhante a um escopro de grandes dimensões.
Escoda - martelo, cujo corpo actuante tem extremidades em gume ou dentados, utilizado na
lavra manual da pedra (aparelho á escoda).
Escopro - ferramenta constituída por barra estreita de secção rectangular (ou hexagonal) com
15 a 20 cm de comprimento e extremidade atacante boca biselada em gume liso.
Maceta - martelo de aço com forma tronco-cónica utilizada na lavra da pedra com escopros
ou ponteiros.
Mármore - rocha metamórfica formada pela recristalização de calcários por metamorfismo
regional ou de contacto; designação corrente – em calão industrial – a todas as rochas de
natureza calcária susceptível de receber polimento.
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Pedras Naturais
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Marreta - martelo de desbaste – o maior e pesadíssimo – com duas cabeças quadradas de
dimensões diferentes utilizadas pelo “Cabouqueiro” para o desbaste de grande
“desengrossamento” ou para percutir as cunhas no desmonte ou divisão dos grandes blocos.
Ombreira - superfícies que delimitam lateralmente um vão; designação dada ás cantarias que
definem estas superfícies.
Peitoril - superfície que delimita inferiormente um vão de janela.
Perpianhos - pedra de cantaria – pedra de formas regulares – cuja dimensão entre paramentos
é idêntica à espessura da parede realizada; designação correntemente utilizada no Norte à
pedra de cantaria aparelhada de granito (granito do Porto).
Picão - martelo com extremidades pontiagudas utilizado no desbaste, ou para aparelhar de
forma rudimentar – “aparelho rústico” ou “aparelho á picão”.
Picola - martelo cujas “bocas” terminam em gume horizontal, liso ou com dentes utilizado na
lavra da pedra -“aparelho à picola”.
Samblagens - entalhes praticados nas pedras a ligar de forma a que pela justaposição destas
se obtenha a sua ligação – que por vezes se consolida preenchendo as folgas com chumbofundido ou calda de cimento.
Silhares - pedras de dimensão irregulares (atingindo por vezes 1 m3 e mais) grosseiramente
desbastadas, utilizadas em alvenaria, necessitando ser rebocada.
Sóco - fiada interior, saliente, nas paredes exteriores de cantaria; designação dada
correntemente á zona inferior das paredes exteriores – de alvenaria ou cantaria – acentuada
com saliência, diferença de revestimento ou pintura ( ou ambas as coisas).
Fio helicoidal – ferramenta de corte – serra de fio helicoidal – utilizada para obtenção directa
nas pedreiras de grandes blocos regulares e de superfícies lisas.
Fios - fendas existentes( defeitos) nas pedras; por vezes imperceptíveis, originados por
movimentos da crusta terrestre (crostas).
Gadana - martelo com uma das cabeças rectangulares e a outra com um largo gume paralelo
ao cabo, utilizada no desengrossamento das pedras.
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Pedras Naturais
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Gatos - barras metálicas com pontos revirados (em unha) utilizados para a ligação entre si.
Geodes - defeito nas pedras constituído pela incrustação de cristais.
Gola - face interior, paralela á parede, das cantarias verticais(ombreiras) que guarnecem umvão de porta ou janela.
Golpe de aresta - contorno, executado a cinzel, no paramento da cantaria destacando-o do
aparelho da parte central.
Grampos - peças de pedra ou metálicas utilizadas para ligação de pedras de cantaria
adjacentes: chaves, malhetes ou cavilhas.
Granito - rocha eruptiva constituída por quartzo, feldspato e mica designação corrente em
“calão industrial” dada a todas as rochas eruptivas e algumas metamórficas com grandes
percentagens de sílica.
Guilho - Vd. Cunha.
Lajedo - revestimento de pavimentos com forro de pedra.
Lesins - defeito das pedras constituídas por fendas naturais preenchidas por substâncias
brandas (veios).
Lintel - peça que delimita superiormente um vão de porta ou janela.
Lioz - pedra calcário de cor clara – calcária de sub-cristalino – da região de Pero Pinheiro
correntemente utilizada em cantaria moldura.
Louseiras - pedreira de exploração de ardósia ou “louças”.
Soleira - superfície que delimita inferiormente um vão da porta.
Soletos - placas largas e de pequenas espessuras utilizadas no revestimento de coberturas. É
corrente a utilização desta designação para os soletos de louça ou ardósia.
Verga - superfícies que delimita superiormente um vão de porta ou janela.
Vidraço - pedra calcária – calcário sub-cristalino – de cor branca ou amarela de grão fino mascom muitos fósseis e lascado fácil. É correntemente utilizada no calcetamento dos passeios.
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Pedras Naturais
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Anexo 1B – Terminologia (complemento)
A
Acabamento – Remate final da estrutura e dos ambientes da casa, feito com os diversos
revestimentos de pisos, paredes s telhados.
Adobo (ou Adobe) – Tijolo feito com uma mistura de barro cru, areia em pequena
quantidade, estrume e fibra vegetal. Deve ser revestido com massa de cal e areia. O termo
adobe vem do árabe attobi e designa, também, seixos rolados dos leitos dos rios.
Agregado – É o material mineral (areia, brita, etc.) ou industrial que entra na preparação do
betão.
Alvenaria – Conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos – com argamassa ou não – que forma
paredes, muros e alicerces. Quando esse conjunto sustenta a casa, chama-se alvenaria
estrutural. O próprio trabalho do pedreiro
Amianto – Tem origem num mineral chamado asbesto e é composto por filamentosdelicados, flexíveis e incombustíveis. É usado na construção de refractários e na composição
do fibrocimento
Areia – Inerte de dimensões inferiores a 5 mm e superiores a 0.5 mm, que pode ser natural ou
britado.
Argamassa – Mistura de materiais inertes (areia) com materiais aglomerantes (cimento e/ou
cal) e água, usada para unir ou revestir pedras, tijolos ou blocos, que forma conjuntos dealvenaria. Ex.: argamassa de cal (cal+areia+água). A argamassa magra ou mole é a mistura
com menor quantidade de aglomerante (cal e/ou cimento), responsável pela aglutinação. Já a
argamassa gorda tem o aglomerante em abundância.
Argila – São constituídos por inúmeros minerais, principalmente silicatos alumino-
magnesianos hidratados. É frequente a presença de óxidos de ferro e, por vezes, de manganés.
Azulejo – Ladrilho. Placa de cerâmica polida e vidrada de diversas cores. A origem doazulejo remonta aos povos babilónicos. Com os árabes, os azulejos ganharam maior difusão,
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Pedras Naturais
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marcando fortemente a arquitectura moura na Península Ibérica. Originalmente, os azulejos
apresentavam relevos, características que sobrevive até hoje.
B
Betão – Mistura de água, cimento, areia e pedra britada, em proporções prefixadas, que forma
uma massa compacta e endurece com o tempo. Betão aparente é aquele que não recebe
revestimento. Betão armado: na sua massa dispõem-se armaduras de metal para aumentar a
resistência. Betão ciclópico tem pedras aparentes e de forma irregulares.
Bloco de betão – Elemento de dimensões padronizadas. Tem função estrutural ou decorativa.
Betão celular – È uma variável que substitui a pedra britada por microcélulas de ar,
conferindo-lhes grande leveza.
Blocos de escorias – Mistura de 5 a 6 volumes de escoria granulada de alto forno com um
volume de cal apagada.
Bloco de gesso – Elemento de gesso vazado com medidas 70×50×7.5 cm macho×femea, para
executar paredes com acabamento final de pintura.
Bloco sílico-calcário – Mistura de areia siliciosa e cal virgem. Tem função estrutural.
Brita (Pedra britada) – Pedra fragmentada. Fragmentos de pedra usados na betonagem.
C
Cal – Material indispensável à preparação da argamassa. É obtida a partir do aquecimento da
pedra calcária a temperaturas próximas dos 1000 graus Celsius, processo que resulta no
aparecimento do monóxido de cálcio (C a O) e ganha o nome de cal virgem.
Calcário – É formado por carbono de cálcio (CaCo 3 ). É utilizado em alvenarias e cantarias,
pedra para pavimentação e como inertes para o betão.
Cimento – Aglomerante obtido a partir do cozimento de calcários naturais ou artificiais.
Misturado com água, forma um composto que endurece em contacto com o ar. É usado com a
cal e a areia na composição das argamassas.
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Pedras Naturais
170
Cimento Portland – É o cimento de uso mais frequente, cujas características são resistência e
solidificação em tempo curto. Desenvolvido em 1824, por um fabricante inglês de cal, ganhou
esse nome porque a sua coloração era semelhante à da terra de Portland.
Clinquer – São nódulos de cor cinzenta carregada, de dimensões compreendidas entre alguns
milímetros e 1 cm.
E
Elemento vazado – Peça produzida em betão, cerâmica ou vidro, dotada de aberturas que
possibilitam a passagem de ar e luz para o interior da casa. Comum em muros, paredes e
fachadas.
Estuque – Massa à base de cal, gesso, areia, cimento e água, usada no revestimento de
paredes e de forros. Toda a argamassa de revestimento, geralmente acrescida de gesso ou po
de mármore. Também usada para fazer forros e ornatos.
F
Fibrocimento – Material que resulta da união do cimento comum com fibras de qualquer
natureza, a mais frequente é a fibra do amianto.
G
Granulometria – Distribuição das percentagens das partículas de determinadas dimensões
que compõe o inerte.
Gesso – Pó de sulfato de cálcio que misturado à água forma uma pasta compacta, usada no
acabamento de tectos e paredes.
Gesso Cartonado – São painéis de gesso revestido por papel (cartão), tem espessura em geral
de 12 mm e é fixado em perfis fixados no tecto ou piso e paredes, é usado para acabamentos
de paredes e tectos.
I
Inertes – Materiais usados na confecção de betões, podem ser naturais (areia, godos, ect.) ouartificiais (britas, pó de pedreira, etc.).
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Pedras Naturais
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Isolamento – Recurso para resguardar um ambiente do calor, do som e da humidade.
L
Ladrilho – Peça quadrada ou rectangular, com pouca espessura, de cerâmica, barro cozido,
cimento, mármore, pedra, arenito ou metal.
Ladrilho Hidráulico – Tipo de cerâmica rústica, de espessura maior que 8 mm e aspecto
poroso, podem diversas decorações. Em geral as medidas são 20×cm ou 15×cm.
Laje – Estrutura plana e horizontal de pedra ou betão armado, apoiado em vigas e pilares, que
divide os pavimentos da construção.
M
Mármore – Rocha cristalina e compacta. Tem bom polimento e pouca resistência ao calor.
Reveste pisos e paredes e também guarnece bancas de cozinha e casas de banho.
Mármore Compacto (RMC) – Aglomerado de pedaços de mármore natural, ligados por uma
resina poliéster especial.
Marmorite - É um revestimento que se obtém incrustando, em argamassa de cimento
“portland”, que em lugar da areia como inerte faz uso do godo, granulados de mármore,
granito ou basalto de várias cores, ou mesmo vidro partido.
Materiais Aglomerados – São aqueles em que o produto adquire a forma definitiva a frio,
por mistura de um ligante, material inerte e água.
Mosaico – Trabalho executado com caquinhos de vidro ou pequenos pedaços de pedra e de
cerâmica incrustados em base de argamassa, estuques ou cola.
P
Parede de Gesso Cartonado –Executada com fixação de painéis de gesso e perfis metálicos,
são mais leves que as paredes convencionais e não requerem revestimentos, mas precisa de
mão-de-obra especializada, a execução é mais rápida. A espessura é de 7.50 cm em geral ou
10 cm.
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Pedras Naturais
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Pedra – Corpo sólido extraído da terra, ou partido de rochedo, que se emprega na construção
de edifícios, no revestimento de pisos e em peças de acabamento.
PH – Escala que mede o grau de acidez de diversas substâncias.
Pré-fabricado – Qualquer elemento produzido ou moldado industrialmente, de dimensões
padronizadas. O seu uso tem como objectivo reduzir o tempo de trabalho e racionalizar os
métodos construtivos.
Produtos Hidráulicos – Que se preparam com materiais simplesmente comprimidos ou
unidos por aglomerantes, a frio e à temperatura ordinária, mediante o processo químico da
presa.
R
Revestimento – Designação genérica dos materiais que são aplicados sobre as superfícies
toscas e que são responsáveis pelo acabamento.
Rochas Ígneas – Rochas de origem vulcânica ou magmática.
Rochas Metamórficas – São rochas que provem da metamorfização quer das eruptivas querdas sedimentares.
Rochas sedimentares – São rochas que resultam da deposição ou precipitação de substancias
e posterior consolidação dando origem a estratos.
Rodapé – Faixa de protecção ao longo das bases das paredes, junto ao piso. Os rodapés
podem ser de madeira, cerâmicos, pedra, mármore.
S
Sílica – Dióxido de silício, Si02.
Símile Áspero – É um revestimento usado em paredes. A sua aplicação faz-se sobre um
reboco composto de 3 a 4 partes de areia grossa e áspera e uma parte de cimento “portland”.
Símile Polido – Aplica-se ainda sobre o mesmo reboco, mas o produto usa-se, agora, numa
espessura de cerca de 5 mm, sendo aplicado à colher.
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Pedras Naturais
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T
Telhado – Cobertura de uma edificação.
Telha – Cada uma das peças usadas para cobrir as construções. As telhas têm formas variadas
e podem ser de barro, cerâmica, chumbo, madeira, pedra, cimento-amianto, alumínio, ferro,
policarbonato, vidro, manta asfáltica, etc. Cada inclinação de telhado requer um tipo de telha.
Tijolo – Peça de barro cozido usada na alvenaria. Tem forma de paralelepípedo rectangular
com espessura igual a metade da largura, que, por sua vez, é igual a metade do comprimento.
Os tijolos laminados são produzidos industrialmente.
V
Viga – Elemento estrutural de madeira, ferro ou betão armado responsável pela sustentação
das lajes. A viga transfere o peso das lajes e dos demais elementos (paredes, portas, etc.) para
as colunas.
Vigota – Diminutivo de viga; viga pequena; sarrafo o mesmo que vigote.
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Pedras Naturais
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Anexo 2 – Glossário da Pedra Natural
Dicionário em Português, Italiano e Inglês (Fonte: Rochas & Equipamentos ⁄ Comedil, Lda).
ÁCIDA ⁄ ACIDA ⁄ ACID
Rocha ígnea com mais de 66% de sílica
AFLORAMENTO ⁄ AFFIORAMENTO ⁄ OUTCROP
Parte de uma formação Rocha visível à superfície
BASICA ⁄ BASICA ⁄ BASIC
Rocha ígnea contendo sílica entre 45% e 52%.
BRECHA ⁄ BRECCIA ⁄ BRECCIA
Rocha sedimentar constituída por fragmentos angulosos, significando um transporte mínimo de material.
CALCARIO ⁄ CALCARE ⁄ LIMESTONE
Rocha sedimentar constituída essencialmente por carbonatos. Os dois mais importantes são a calcite e adolomite.
CALCITE ⁄ CALCITE ⁄ CALCITE
Mineral formado por carbonato de cálcio (CaCO3).
CAVIDADE ⁄ TAROLO ⁄ VUG
Cavidade em uma rocha, muitas vezes em alinhamentos e preenchida com material amorfo e minerais.
CIMENTO ⁄ CEMENTO ⁄ CEMENT
Material mineral que liga os grãos numa rocha sedimentar consolidada.
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Pedras Naturais
175
CLASTO ⁄ CLASTO ⁄ CLAST
Fragmentos grosseiros agrupados por uma matriz de grãos finos ou cimento
CRISTALINA ⁄ CRISTALLINA ⁄ CRISTALLINE
Rocha composta por cristais
DOLOMIA ⁄ DOLOMIA ⁄ DOLOMITE
Rocha carbonatada com elevada percentagem (90 a 100%) de dolomite.
DOLOMITE ⁄ DOLOMITE ⁄ DOLOMITE
Mineral de formula CaMg (CO3)2.
FALHA ⁄ FAGLIA ⁄ FAULT
Fractura na rocha com deslocamento vertical e horizontal.
FENDA ⁄ PELO ⁄ CHINK
Defeito ou fenda numa rocha
GRANULAR ⁄ GRANULARE ⁄ GRANULAR
A textura de uma rocha com grãos de dimensão quase igual.
JUNTA, DIACLASE ⁄ FRATTURA ⁄ JOINT
E uma superfície de fractura de uma rocha em que não se observou deslocamento relativo, ver litoclase.
LITOCLASE ⁄ LITOCLASI ⁄ LITHOCLASE
Ver junta.
MAFICO ⁄ FEMICO ⁄ MAFIC
Termo designado os minerais ferromagnesianos e as rochas ricas destes minerais
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Pedras Naturais
176
MARMORE ⁄ MARMO ⁄ MARBLE
Calcário metamorfizado, formado pela recristalização de uma rocha carbonatada. Comercialmente o grupo dosmármores inclui as pedras capazes de ganharem polimento, tais como calcários, serpentinitos e travertinos.
MATRIZ ⁄ MATRICE ⁄ MATRIX
Material plástico de granulometria fina que circunda os grãos grosseiros nas rochas sedimentares.
METAMORFISMO ⁄ METAMORFISMO ⁄ METAMORPHISM
O processo através do qual as rochas são transformadas no interior da terra pelos agentes calor, pressão eactividade química de fluidos.
METAMORFISMO DINAMICO ⁄ METAMORFISMO CATACLASTICO ⁄ DYNAMIC METAMORFHISM
Envolve tensões localizadas e intensas que podem levar as rochas a rotura, reduzindo-as por vezes a pó.
METAMORFISMO TECNICO ⁄ METAMORFISMO DI CONTATTO ⁄ THERMAL METAMORPHISM
Causado pelo aumento da temperatura devido a intrusões magmáticas. Transforma o calcário em mármore.
METAMORFISMO REGIONAL ⁄ METAMORFISMO REGIONALE ⁄ REGIONAL METAMORFISMO
Acção a escala regional, tanto de calor como de pressão, produzindo uma grande variedade de novos minerais.
MINERAL ⁄ MINERALE ⁄ MINERAL
Estrutura sólida homogénea com uma composição química definida, formada por processos inorgânicos daNatureza.
MICROFENDA ⁄ PELO FURBO ⁄ TINY CHINK
Fractura tão diminuta que só é visível quando a rocha esta húmida.
MICRO FRACTURA ⁄ PELO CIECO ⁄ VENT
Fenda que só pode ser encontrada quando os blocos estão serrados
NEUTRA ⁄ NEUTRA ⁄ INTERMEDIATE
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Pedras Naturais
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Rocha ígnea contendo mais de 52% e menos de 66% de sílica.
PONTO DE FERRUGEM ⁄ PUNTO DI RUGGINE ⁄ IRON OXIDE SPOT
Pequeno ponto natural de hidróxido de ferro.
PEDREIRA INCLINADA ⁄ CAVA DI VERSANTE ⁄ SLOPE QUARRY
Ver pedreira de meia encosta.
PEDREIRA EM FOSSA ⁄ CAVA IN FOSSA ⁄ OPEN CASTE QUARRY (UK) -OPEN PIT QUARRY (US) -PITQUARRY (US)
Pedreira em poço ou profundidade, com acesso por rampas.
PEDREIRA EM POÇO ⁄ CAVA IN FOSSA ⁄ SHAFT QUARRY
Pedreira em poço, de paredes verticais ou sub verticais.
PEDREIRA SUBTERRÂNEA ⁄ CAVA IN SOTTERRANEO ⁄ UNDERGROUND QUARRY MINE
Pedreira subterrânea.
PEDREIRA DE MONTANHA ⁄ CAVA DI MONTE ⁄ MOUNTAIN QUARRY
Ver pedreira de encosta.
PEDREIRA DE PLANíCIE ⁄ CAVA DI PIANURA ⁄ PLAIN QUARRY
Pedreira em que todos os trabalhos se desenvolvem abaixo do nível do solo. Pode ser uma pedreira em poço ouem fossa.
PEDREIRA A CÉU ABERTO E SUBTERRANEA ⁄ CAVA SOTTOTECCHIA ⁄ UNDER WALL QUARRY
Pedreira mista.
PERFURADORA PNEUMÁTICA DE MARTELOS ⁄ TAGLIABLOCCHI PENUMATICA ⁄ PNEUMATICBLOCK CUTTER ,GADDER(US)
Máquina de perfuração trabalhando sobre carris e usada nas pedreiras para fazer uma linha de furos regularmenteespaçados, onde são introduzidas barras para quebrar a pedra.
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PERÓLAS DE DIAMANTE ⁄ PERLINA ⁄ DIAMOND BEAD
Cilindro revestido de diamante electrodepositado ou sinterizado e que é o agente cortante de um fio diamantado.
POLEIA ⁄ PULEGGIA ⁄ PULLEY
Disco em aço que sustenta e tracciona o fio diamantado, de forma a este poder operar em qualquer direcção.
POLEIA LIVRE ⁄ PULEGGIA FOLLE ⁄ IDLE PULLEY
Poleia que tensiona o fio diamantado em operação.
POLEIRA MOTORA ⁄ PULEGGIA MOTRICE ⁄ DRIVE PULLEY
Ver embraiagem.
PREPARAÇAO ⁄ COLTIVAZIONE ⁄ EXPLOITATION
Trabalho de preparação da jazida para escavação da rocha.
RECOBRIMENTO ⁄ CAPELLACIO DI CAVA ⁄ OVERBURDEN
Material formado pelo solo, areias, etc. ocorrendo sobre um depósito e que é retirado para a abertura de umapedreira.
SERRA DE CORRENTE ⁄ TAGLIATRICE A CATENA ⁄ CHAIN SAW
Instrumento de corte com um engenho que se desloca sobre um trado, um braço cortante com cerca de 3mdecomprimento, munido com uma corrente guarnecida de pontas diamantadas.
ROCHAS CLÁSTICAS ⁄ ROCCE CLASTICHE ⁄ CLASTIC ROCKS
Rochas constituídas por fragmentos de rochas pré-existentes que foram produzidos por alteração e erosão, e, emgeral transportados par aum local de deposição.
ROCHAS EXTRUSIVAS ⁄ ROCCE EFFUSIVE ⁄ EXTRUSIVE ROCKS
Rochas ígneas que são trazidas às superfície da terra em condições de produto fundido.
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ROCHAS FILONIANAS ⁄ ROCCE FILONIANE ⁄ HYPABYSSAL ROCKS
Rochas ígneas que cristalizaram sob condições intermédias entre as plutónicas e as vulcânicas.
ROCHAS ÍGNEAS ⁄ ROCCE IGNEE ⁄ IGNEOUS ROCKS
Rocha formada pela solidificação de material fundido (magma).
ROCHA INTRUSIVA ⁄ ROCCE INTRUSIVE ⁄ INTRUSIVE ROCKS
Rochas ígneas que cristalizaram nos níveis profundos em bolsas ou entre camadas de outras rochas.
ROCHA METAMORFICA ⁄ ROCCE METAMORFICHE ⁄ METAMORPHIC ROCKS
Inclui toas as que foram formadas a partir de rocha paterna ou rocha pré-existente por metamorfismo.
ROCHA QUÍMICA ⁄ ROCCE DI ORIGINE CHIMICA ⁄ CHEMICAL ROCKS
Rochas sedimentares deposita reacções químicas.
ROCHA BIOQUÍMICA ⁄ ROCCE ORGANOGENE ⁄ ORGANIC ROCKS
Rochas sedimentares formadas pela sedimentação de resíduos orgânicos.
ROCHA PLUTÓNICA ⁄ ROCCE PLUTONICHE ⁄ PLUTONIC ROCKS
Ver rochas intrusivas.
ROCHA SEDIMENTAR ⁄ ROCCE SEDIMENTARIE ⁄ SEDIMENTARY ROCKS
Rochas formadas pela acumulação de sedimentos na água ou no ar.
ROCHA VULCÂNIC ⁄ ROCCE VULCANICHE ⁄ VOLCANIC ROCKS
Classe de rochas ígneas que extravasaram ou foram ejectadas à superfície da terra ou próximo dela.
SACAROIDE ⁄ SACCAROIDE ⁄ SACCHOIDAL
Tipo de textura semelhante a açúcar.
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SEDIMENTAÇÃO ⁄ SEDIMENTAZIONE ⁄ SEDIMENTATION
Deposição de material com origem orgânica ou inorgânica.
SEPENTINITO ⁄ SERPENTINITE ⁄ SERPENTINE
Rocha metamórfica formada quase que totalmente por serpentina e relíquias de minerais primários.
SERPENTINA ⁄ SERPENTINO ⁄ SERPENTINE
Mineral de fórmula química [Si4010] (OH) 8Mg e que inclui as duas variedades, antigorite e crisótilo.
TAMANHO DO GRÃO ⁄ GRANA ⁄ GRAIN SIZE
Dimensão média dos grãos ou cristais de uma rocha
TEXTURA ⁄ STRUTTURA ⁄ TEXTURE
Arranjo, distribuição e relações mútuas entre os componentes de uma rocha, e.g. Tamanho de grão,arredondamento dos clastos, textura das rochas ígneas.
VEIO ⁄ VENA ⁄ VEIN
Corpo mineral, estreito em relação às outras dimensões, que corta rochas mais antigas ocorrentes na região.
XISTOSA ⁄ SCISTOSA ⁄ SCHISTONE
Rocha que possui minerais sob um arranjo em camadas paralelas.
EXTRACÇÃO-ESCAVAZIONE-QUARRYING
ALMOFADA ⁄ CUSCINO ⁄ CUSHION
Massa de detritos de mármore misturado com lama, que é usado para amortecer a queda de blocos cortados.
ALMOFADA DE ROMPIMENTO ⁄ CUSCINO DIVARICATORE ⁄ SPLITTING CUSHION
Ferramenta de metal ou borracha que se insere nos canais feitos pelo fio diamantado no interior da bancada, para
soltar os blocos da bancada.
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BANCADA DE PEDREIRA ⁄ BANCATA ⁄ QUARY BENCH
Porção de rocha, em uma pedreira, com a forma de bancada ou degrau.
BLOCO ⁄ BLOCCO INFORME ⁄ BOULDER
Bloco sem configuração geométrica regular.
BLOCO EM BRUTO ⁄ BLOCCO GREZZO ⁄ RAW BLOCK
Bloco que ainda não sofreu qualquer operação ou tratamento após a sua extracção.
BLOCO ESQUADREJADO ⁄ BLOCO SQUADRATO ⁄ SQUARED BLOCK
Bloco cortado em forma regular ou rectangular.
CANAL ⁄ CANALE ⁄ KEY WAY
Canal aberto numa bancada de pedreira, perpendicular à frente, para facilitar futuras operações de corte.
CONTRA ⁄ CONTRO ⁄ HARD WAY
Plano de maior dificuldade de separação da rocha.
CORRUME ⁄ SECOND ⁄ EASY WAY
Plano de rocha perpendicular ao contra.
DEGRAU ⁄ GRADINO ⁄ STEP
Ver bancada.
DESMONTE ⁄ RIBALTAMENTO ⁄ OVERTURING
Operação através da qual a bancada completamente solta da rocha envolvente é virada para o centro da pedreira,para posterior corte em blocos mais pequenos.
EMBRAIAGEM ⁄ FRIZIONE ⁄ CLUTCH
Máquina que tracciona o fio helicoidal.
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ESCAVAÇÃO ⁄ ESCAVAZIONE ⁄ QUARYNG
Exploração da rocha na pedreira.
ESCOMBREIRA ⁄ RAVANETO ⁄ MARBLE DUMP
Local próximo da pedreira onde é armazenado os restos da exploração.
ESQUADREJAMENTO DE BLOCOS ⁄ RIQUADRATURA ⁄ BLOCK SQUARING
Operação pela qual os blocos de pedra desmontada são levados a adquirir forma regular e dimensõesnormalizadas.
ESTRATIFICAÇÃO ⁄ VERSO ⁄ BEDDING
Disposição de uma rocha, no geral sedimentar, em camadas ou estratos de espessura e características variadas.
EXPLORAÇÃO A CÉU ABERTO ⁄ CAVA A CIELO APERTO ⁄ OPEN CASTE
QUARRY (UK)-OPEN PIT QUARRY (US)
Pedreira em que as operações são realizadas a céu aberto.
FENDA ⁄ VERSO ⁄ RIFT
Plano de separação em rochas graníticas, para além da esfoliação, paralelo ou inclinado em relação à superfícieda terra.
FIO DIAMANTADO ⁄ FILO DIAMANTADO ⁄ DIAMOND WIRE
Engenho de corte formado por um cabo de aço 5mm multicolorido e entrançado sobre o qual as pérolas dediamante e separadores estão afinados.
FIO HELICOIDAL ⁄ FILO ELICOIDALE ⁄ HELICOIDAL WIRE
Fio de corte com 5mm de diâmetro formado por 3 cabos de aço enrolados helicoidalmente.
FRENTE DE PEDREIRA ⁄ FRONTE DI ABATIMENTO ⁄ QUARRY FRONT, QUARRY FACE
Parte da pedreira em que se realiza a escavação.
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GRUA DERRICK ⁄ GRU A BASE FISSA ⁄ DERRICK
Grua Derrick.
GRUA DERRICK COM LANÇAS ⁄ GRU A PUNTONI, GRU A TRIEDO ⁄ STIFFLEG DERRICK, DERRICKON BEAMS
Grua Derrick capaz de operar num ângulo de 240º.
GRUA DERRICK GIRATÓRIA ⁄ GRU A VENTI ⁄ GUY DERRICK
Grua Derrick giratória capaz de operar em 360º.
GUILHO COM PALMETAS ⁄ PUNCIOTTO ⁄ WEDGE STONEBREAKER,
PLUG AND FETHER
Utensílio para separar blocos de rocha.
GUINCHO ⁄ ARGANO ⁄ WINCH
Guincho
JACTO DE ÁGUA ⁄ TAGLIATRICE A GETTO DÁGUA ⁄ WATERJET
Sistema de corte formado por uma agulheta que projecta um fino e pressurizado jacto de água misturada com umabrasivo.
JAZIDA ÚNICA ⁄ CAVA A TROVANTI ⁄ BOULDER QUARRY
Pedreira onde a escavação é realizada em grandes blocos do resto da jazida.
JAZIDA ⁄ GIAMENTO ⁄ DEPOSIT
Acumulação natural de um dado tipo de rocha de possível exploração.
MACACAS ⁄ MARTINETTO ⁄ HYDRAULIC JACK, PISTON JACK
Mecanismo utilizado para tombar blocos cortados da bancada.
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MÁQUINA PARA BOBINAR ⁄ ANNASPATRICE ⁄ WINDING MACHINE
O FIO HELICOIDAL
Máquina para enrolar e desenrolar o fio helicoidal.
MÁQUINA DE FIO ⁄ IMPIANTO A FILO ELICOIDALE ⁄ WIRE SAW
Sistema de corte formado por um cabo de aço de três fios enrolados que se desloca sobre poleias. Corta a rochapor abrasão, por meio de uma mistura de água e abrasivo que vai alimentando o corte.
MÁQUINA DE PERFURAÇÃO ⁄ MACCHINETTA PERFORATRICE ⁄ DRILLING MACHINE
Máquina de perfuração vertical e ⁄ ou horizontal.
MARTELO DE PERFURAÇÃO ⁄ FIORETTO ⁄ DRILL ROD
Peça em aço, de comprimento variável com uma ponte cortadora em uma das extremidades e usada em máquinasperfuradoras.
MARTELO PNEUMÁTICO ⁄ MARTELLO PNEUMATICO ⁄ PNEUMATIC DRILL
Máquina de perfuração de ar comprimido operada manualmente.
MISTURA ABRASIVA ⁄ TORBIDA ABRASIVA ⁄ ABRASIVE SLURRY
Lama composta por água e areia siliciosa ou carboneto de tungsténio, usada para corte com fio.
PÁ RECARREGADORA DE RASTOS ⁄ PALA CINGOLATA ⁄ TRACK LOADER
Veículo equipado com pá semelhante a um bulldozer, para remover detritos e carregar blocos numa pedreira.
PÁ CARREGADORA DE RODAS ⁄ PALA GOMMATA ⁄ WHEEL LOADER
Veículo equipado com pá para remover detritos e carregar blocos numa pedreira, montada sobre rodas.
PAREDE ⁄ TECCHIA ⁄ WALL
Face da rocha sobranceira a um ou mais lados da pedreira.
PARQUE ⁄ STAGIONATURA ⁄ AIRING
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Local de armazenamento de blocos antes de qualquer processamento.
PEDREIRA ⁄ CAVA ⁄ QUARRY
Escavação extensa de exploração tradicionalmente a céu aberto, para extracção de rochas.
PEDREIRA DE ENCOSTA ⁄ CAVA CULMINALE ⁄ ALPINE QUARRY
Pedreira situada no cume de uma montanha ou colina
PEDREIRA COM EXPLORAÇÃO MÚLTIPLA ⁄ CAVA GRANDINI MULTIPLI ⁄ BENCH QUARRY
Pedreira de meia encosta em que a exploração se efectua por vários flancos.
PEDREIRA EM MEIA-ENCOSTA ⁄ CAVA A MEZZA COSTA ⁄ HILL-SIDE QUARRY
Pedreira situada nos flancos duma montanha ou colina.
PEDREIRA COM PILARES ⁄ CAVA A PILASTRI ⁄ QUARRY WITH COLUMNS
Pedreira subterrânea de câmaras e pilares.
SERRA DE FIO DIAMANTADO ⁄ TAGLIATRICE A FILO DIAMANTADO ⁄ DIAMOND WIRE SAW
Engenho de corte formado por um sistema mecânico que se desloca sobre trilhos e movimenta um fiodiamantado.
ZONA DA PEDREIRA ⁄ PIAZZALE DI CAVA ⁄ QUARRY YARD
Área central da pedreira, onde o corte, armazenamento e carregamento dos blocos é feito.
TRANSFORMAÇÃO - LAVORAZIONE - PROCESSING
ACABAMENTO ⁄ FINTURA ⁄ FINISH
Superfície final na face de um pedaço de rocha, durante a sua transformação.
ACABAMENTO A CINZEL ⁄ GRADINATURA ⁄ SCORING
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Acabamento manual ou automático da superfície das pedras com um cinzel.
ACABAMENTO A JACTO DE AREIA ⁄ SABBIATURA ⁄ SAND BLASTING
Acabamento da superfície de pedras usando uma mistura abrasiva, lançada por um jacto de ar.
ACABAMENTO COM PONTEIRA ⁄ SUPERFÍCIE MARTELLINATA ⁄ DOLLY POINTED FINISH
Superfícies rugosas obtida pelo uso de uma ponteira.
ARESTA ⁄ TESTA ⁄ HEAD, END
Superfície lateral duma chapa, cujas dimensões são a largura e espessura.
ARESTA ⁄ COSTA ⁄ EDGE
Lado de uma chapa cujas dimensões são determinadas pela espessura e comprimento.
BISELADO ⁄ BISELLO ⁄ BEVELED EDGE
Aresta em cunha após a operação de biselagem.
BISELADORA ⁄ BISELLATRICE ⁄ CHAMFERING-BEVELLING LINE
Máquina para biselar os lados de uma chapa.
BIZELAGEM ⁄ BISELLATURA ⁄ CHAMFERING
Operação de biselar.
BUJARDAR ⁄ BOCCIARDATURA ⁄ BUSH-HAMMERING
Acabamento dado à superfície duma pedra, utilizando a máquina de bujardar.
CABEÇA ⁄ TESTA ⁄ HEAD
Unidade mecânica de muitas máquinas, que suporta a ferramenta.
CALIBRAÇÃO ⁄ CALIBRATRURA ⁄ GAUGING
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Operação de uniformização de espessura das chapas.
CALIBRADORA ⁄ CALIBATRICE ⁄ GAUGING MACHINE
Máquinas de cabeças rotativas diamantadas para uniformizar a espessura de chapas.
CINZEL ⁄ SCAPELLO ⁄ STONECUTTER'S CHISEL
Peça metálica para cinzelar.
CINZEL DE DENTES ⁄ GRADINA ⁄ CLAW CHISEL
Ferramenta metálica de percussão com um gume denteado.
CINZELAMENTO ⁄ SCAPELLATURA ⁄ CHISELLING
Aspecto de uma superfície de pedra trabalhada com um cinzel.
CHANFRO ⁄ FRESATA ⁄ CONTINUA KERF
Ranhura continua feita em um dos lados da placa para introdução dos sistemas de ancoragem.
Ver ancoragem.
CHANFRO REBATIDO ⁄ FRESATA CONTINUA RIBASSATA ⁄ REBATED KERF
Ranhura contínua feita em um dos lados da placa para a introdução dos sistemas de ancoragem.
Ver ancoragem.
CHAPA ⁄ FILAGNA ⁄ STRIP
Ver chapas.
CHAPA ⁄ LASTRA ⁄ SLAB
Superfície plana de produto semi-acabado, sem bordos acabados e obtida por serragem ou por clivagem.
CHAPA GROSSA ⁄ SPESSORE ⁄ THICK SLAB
Chapa com espessura superior a 80 mm.
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CONTORNADORA ⁄ CONTORNATRICE ⁄ SHAPECUTTER
Máquina para fabrico de formas especiais, controlada por computador ou pantógrafo.
CORTE DE CHAPA ⁄ REFILATURA ⁄ DIMENSION SAWING TRIMMING
Corte de chapas e rochas ornamentais com serras.
CORTE DE CHAPAS ⁄ SEGAGIONE ⁄ SAWING SLABBING
Operação de corte dum bloco em chapa com espessura entre 0,5 e 4 cm.
CORTE A CONTRA ⁄ TAGLIO AL CONTRO ⁄ VEIN CUT (US),ACROSS-THE-BED CUT
Corte do mármore perpendicular aos planos de estratificações naturais.
CORTE A FAVOR ⁄ TAGLIO AL VERSO ⁄ FLEURI CUT (US),WITH THE BED CUT
Corte do mármore paralelo a planos de estratificações naturais.
CORTE FORA DE ESQUADRIA ⁄ TAGLIO FUORISQUADRA ⁄ OUT-OF-SQUARE CUT
Tipo de corte de chapas cujas arestas finais não formam ângulos rectos.
DISCO DIAMANTADO ⁄ DISCO DIAMANTATO ⁄ DIAMOND SAW BLADE
Ferramenta circular diamantada.
ENGENHO DIAMANTADO ⁄ TELAIO MULTILAME ⁄ GANG SAW
Engenho de laminas, formado por várias lâminas metálicas recobertas de pontas diamantadas, usadas para cortarblocos de pedra por abrasão, provocada pelo movimento de vaivém das lâminas.
ESCOPRO ⁄ SUBBIA ⁄ PUNCH
Ferramenta em aço com ponta em pirâmide para acabamento de superfícies.
ESQUADREJAMENTO ⁄ SGROSSATURA ⁄ DRESSING
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Faceamento e esquadria de peças de pedra antes do fabrico
FABRICO ⁄ LAVORAZIONE ⁄ PROCESSING, FABRICATION
Processo posterior à serragem dos blocos, onde o acabamento das superfícies da pedra é feito.
FACE ⁄ FACCIA ⁄ FACE
Superfície de uma peça de pedra exposta.
FIOS (LINHAS) ⁄ VIA IL VIVO ⁄ CHAMFERED EDGE
Fios inclinados quase imperceptíveis em uma chapa.
FRESA ⁄ FRESA ⁄ SAW
Máquina mono lâmina, de configuração variável, para corte de blocos.
FRESA DE COLUNA ⁄ FRESA A BANDIERA ⁄ TILE SAW, JIB SAW
Máquina de corte com coluna e bancada.
FRESA MULTIDISCO ⁄ FRESA MULTIDISCO ⁄ MULTIBLADE CIRCULAR SAW
Serra de ponte multidisco.
FRESADORA ⁄ FRESATA ⁄ SAW CUT
Máquina para fazer cortes ou ranhuras em chapas.
MÁQUINA DE ACABAMENTO COM AREIA ⁄ SABBIATRICE ⁄ SANDING MACHINE
Máquina de acabamento.
MÁQUINA DE BUJARDAR ⁄ BOCCIARDATRICE ⁄ BUSH-HAMMERING
Máquina de acabamento de superfície que utiliza bujardas.
MÁQUINA DE DISCO ⁄ FRESA A DISCO GIGANTE ⁄ BLOK SAW
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Pedras Naturais
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Máquina onde é montado disco diamantado usado na serragem primária.
MÁQUINA DE CHANFRAR ⁄ SLOTTATRICE ⁄ SLOT MILLING MACHINE
Máquina para produção de ranhuras e chanfros em chapas.
MÁQUINA MONOLÂMINA ⁄ TELAIO MONOLAMA ⁄ MONOBLADE GANG SAW
Semi-montada no quadro e possuindo apenas uma lâmina e usada para
Serragem primária e esquadrejamento dos blocos.
MÁQUINA DE POLIMENTO ⁄ LUCIDATRICE ⁄ POLISHING MACHINE
Máquina de polimentos de superfícies.
MÁQUINA RECTIFICADORA ⁄ LEVIGATRICE ⁄ GRINDING MACHINE
Máquina que faz a preparação das chapas e que obtêm polimento primário antes
da operação de polimento propriamente dita.
MARTELO DE BUJARDAR ⁄ BOCCIARDA ⁄ BUSH-HAMMER
Instrumento de percussão para obtenção de superfícies irregulares. Geralmente tem uma cabeça quadrada commuitas portas ou dentes piramidais de percussão.
MONOLÂMINA ⁄ ATTESTATRICE ⁄ CROSSCUTTER
Máquina de uma lâmina para serragem de grandes blocos
PEDRA PARALELIPIPEDICA ⁄ MASSELO ⁄ CUBIC STONE, SOLID STONE
Unidade de pedra semi-acabada de forma paralelipipédica.
POLIDORA DE ARESTAS ⁄ LUCIDACOSTE ⁄ EDGE POLISHING MACHINE
Máquina para polimento de arestas.
POLIDORA MANUAL ⁄ LUCIDATRICE A COLONNA ⁄ ARM POLISHER
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Pedras Naturais
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Máquina de polimento manual.
POLIDORA DE CORREIA ⁄ LUCIDATRICE A NASTRO ⁄ BELT POLISHER
Máquina automática de polimento de correia.
POLIDORA DE PONTE ⁄ LUCIDATRICE A PONTE ⁄ BRIDGE POLISHER
Máquina automática de polimento de ponte.
POLIMENTO ⁄ LUCIDATURA ⁄ POLISHING
Operação de acabamento de superfícies.
PONTE ROLANTE ⁄ GRU A PONTE ⁄ GANTRY CRANE, OVERHEAD CRANE
Grua constituída por uma lança horizontal, que suporta os cabos e elevador, apoiada em pilares verticaisdeslizando carris.
PONTEIRA ⁄ MARTELLINA ⁄ DOLLY PUNCH, DOLLY POINT
Instrumento de percussão para obtenção de superfícies rugosas. Normalmente possui uma cabeça em forma demartelo, com dentes ou pontas piramidais de percussão.
RANHURA ⁄ FRESATA SEMPLICE ⁄ SLOT
Pequeno entalhe na parte de trás de um painel de pedra ou numa sua aresta para inserção do sistema deancoragem.
RANHURA REBATIDA ⁄
FRESATA CON RIBASSO ⁄
REBATES SLOTPequeno entalhe na parte de trás de um painel de pedra ou numa sua aresta para inserção do sistema deancoragem.
REFIADORA ⁄ SCOPPIATRICE ⁄ SPLITTING SAW
Máquina para cortar tiras.
RECTIFICAR ⁄ LEVIGATURA ⁄ HONING, RUBBING
Operação realizada com a máquina rectificadora.
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Pedras Naturais
192
SERRA DE PONTE ⁄ FRESA A PONTE ⁄ GANTRY SAW, BRIDGE SAW
Serra ponte.
SERRAÇÃO ⁄ SEGHERIA ⁄ MARBLE SAW MILL
Local onde os blocos são.
SUPERFÍCIE EM PLANO DE PEDREIRA ⁄ SUPERFICIE A PANO DI CAVA ⁄ NATURAL CLE FINISH
Acabamento de rochas metamórficas tais como ardósias e quartzitos, resultando da clivagem rochas separadasegundo o piano de clivagem e a face natural da rocha.
SUPERFÍCIE APÓS SERRAGEM ⁄ SUPERFICIE A PIANO SEGA DA TELAIO ⁄ SAWN FINISH
Superfície das chapas após operação de serragem.
SUPERFÍCIE APÓS SERRAGEM COM GRANALHA METÁLICA ⁄ SUPERFICIE A PIANO SEGA DATELAIO COM GRANIGLIA METALLICA ⁄ SHOT SAWN FINISH
Superfície com irregularidade evidente.
SUPERFÍCIE APÓS SERRAGEM CON LAME DIAMANTE ⁄ SUPERFICIE A PIANO SEGA DATELAIOCOM LAME DIAMANTATE ⁄ DIAMONS SAWN FINISH
Superfície amaciada.
SUPERFÍCIE APÓS SERRAGEM COM AREIA ⁄ SUPERFICIE A PIANO SEGA DA CC SABBIA ⁄ SANDSAWN FINISH
Superfície com ligeiras irregularidades.
SUPERFÍCIE ESCACILHADA ⁄ SUPERFICIE A SPACCO ⁄ SPLIT FACE FINISH
Acabamento natural da superfície escacilhada.
SUPERFÍCIE BUJARDADA ⁄ SUPERFICIE BOCCIARDATA ⁄ BUSH-HAMMERED FINISH
Tipo de acabamento onde foram utilizadas bujardas.
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Pedras Naturais
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SUPERFÍCIE CINZELADA ⁄ SUPERFICIE GRADINATA ⁄ PARALLEL SCOREDE FINISH
Tipo de acabamento onde foi utilizado o cinzel.
TALHA-BLOCOS ⁄ TAGLIABLOCCHI ⁄ BLOCK CUTTER
Máquina de corte, constituída por um disco diamantado horizontal e uma série de discos diamantados verticais.
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Pedras Naturais
194
Anexo 3 – Extracção das pedras naturais
As pedreiras são indústrias dedicadas à extracção (de terrenos naturais) de alguns materiaisessenciais à indústria da Construção Civil, tais como:
• Alvenarias;
• Cantarias;
• Inertes para o fabrico de argamassa e betão.
A3.1. Condicionantes à escolha do local de exploração
A escolha do local de exploração deverá ter em linha de conta, para além de outros, os
seguintes aspectos essenciais:
I. Natureza da pedra a extrair;
II. Características do terreno de cobertura;
III. Espessura e inclinação dos estratos exploráveis;
IV. Definição das frentes de trabalho;V. Espessura de material alterado;
VI. Situação relativamente a vias de comunicação e habitações existentes.
A3.1.1. Natureza da pedra a extrair
A eleição de um dado local de exploração deve ser precedida de uma campanha de sondagens
realizada com o objectivo da obtenção de uma caracterização fiável da tipologia e quantidade
de material efectivamente existente.
A3.1.2.Características do terreno de cobertura
É essencial o reconhecimento das características da camada de recobrimento da massa
rochosa a explorar que pode incluir:
• Terra vegetal, vegetação e raízes;
• Rocha alterada.
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Pedras Naturais
195
Fig. A3.1 – Terreno de cobertura
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A camada superficial H não deve possuir espessura tal que a sua remoção encareça emdemasia o custo de extracção da pedra. Este problema pode ser minimizado se a pedreira
fornecer em simultâneo material de terraplanagem.
A3.1.3. Espessura e inclinação dos estratos exploráveis
A orientação das descontinuidades naturais do maciço assume grande importância no custo do
desmonte do maciço natural.
Fig. A3.2 – Estratos exploráveis
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
Um posicionamento desfavorável das descontinuidades pode inviabilizar o desmonte
e a extracção do material rochoso.
A3.1.4. Definição das frentes de trabalho
A frente de trabalho se, por um lado, deve permitir a fácil remoção do material extraído e, por
outro lado não deverá possuir dimensões superiores às estritamente necessárias de modo aminimizar os custos do desmonte do maciço.
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Fig.3 – Frentes de trabalho
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A3.1.5. Espessura de material degradado
Quando os estratos rochosos são entremeados por camadas de material alterado com grande
espessura deverá efectuar-se um estudo económico com vista à determinação da viabilidade
da sua exploração.
Fig. A3.4 – Material degradado
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A remoção do material alterado acarreta não só um sobre custo directo mas também o inerente
ao risco da mistura entre os dois materiais.
A3.1.6. Situação relativamente às zonas envolventes
A exploração deve situar-se a uma distância de habitações que garanta condições de conforto
ambiental e acústico aos seus moradores. Embora proximidade de vias de comunicação seja
uma necessidade objectiva deste tipo de indústria, deverá também ser respeitada uma
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distância mínima de modo a evitar a potencial projecção de materiais resultantes, por
exemplo, da utilização de explosivos.
A3.2. Tipos de Pedreiras
O tipo de material a extrair, o perfil geológico e a topográfico do local a explorar condicionam
o tipo de exploração a adoptar.
A exploração a céu aberto apresenta grandes vantagens relativamente às explorações
subterrâneas nomeadamente nos aspectos relacionados com a segurança.
A exploração subterrânea, sendo em geral mais cara e arriscada, constitui o único meio deaceder e extrair determinados tipo de materiais.
Fig. A3.5 – Tipos de explorações
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
Consoante as características específicas de cada local, podem ainda surgir de variantes
resultantes da junção de uma ou mais formas atrás ilustradas.
A3.2.1 Exploração a meia encosta
Dentro das explorações a céu aberto, a exploração a meia encosta representa a forma mais
usual de extracção de material rochoso. Este tipo de exploração permite o ataque do maciço
de uma forma faseada, podendo este efectuar-se à custa de sucessivas bancadas que evoluemdesde a superfície da encosta até cotas inferiores.
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Fig. A3.6 – Exploração a meia encosta
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As dimensões da plataforma de trabalho a um dado nível de exploração devem respeitar a
seguinte relação L=H+10 m, por forma permitir um fácil escoamento do material extraído e
um consequente aumento no rendimento. A profundidade máxima de exploração é definida
em função de vários factores dos quais se referem o custo do transporte do material extraído,
que aumenta substancialmente com a profundidade, e a quantidade de material ainda
existente.
A figura seguinte ilustra o aspecto de uma exploração a céu aberto realizada através da
construção de sucessivas bancadas. Pode ainda observar-se a detonação de uma linha de fogo
utilizada na fragmentação primária do maciço.
Fig. A3.7 – Exploração a meia encosta com bancadas
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A3.2.2 Exploração em terreno plano
Quando o material a extrair aflora muito próximo da superfície torna -se rentável a adopção
de frentes de ataque com grande desenvolvimento em planta e pequena profundidade.
O acesso às frentes de ataque efectua-se através de uma rampa com uma inclinação suave (i
<5%) de modo a permitir uma fácil remoção do material extraído. Deve também possuir
largura suficiente para permitir a passagem dos camiões transportadores e da maquinaria
necessária ao desmonte do maciço.
Nas figuras A3.7 e A3.8 expõe-se uma perspectiva de uma exploração em terreno plano onde
se distinguem os planos de fracturação resultantes dos planos de fogo utilizados para a
fragmentação primária.
Pode ainda observar-se a rampa (de inclinação suave) destinada ao acesso à zona mais
profunda da exploração com vista à remoção do material que vai sendo extraído.
Fig. A3.8 – Exploração em terreno plano
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Fig. A3.9 – Exploração em terreno plano
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A3.2.3 Pedreiras de boca
Este tipo de exploração torna-se interessante, em especial, quando o material rochoso aflora a
meia encosta mas com uma espessura de material de recobrimento demasiado elevada para
tornar rentável uma exploração através de bancadas.
Fig. A3.10 – Pedreiras de boca
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A opção por este tipo de exploração pode justificar-se quando se reúnem ainda algumas das
seguintes condições:
• Terreno de cobertura com elevada espessura;
• Valor de aquisição do terreno à superfície muito elevado;
• Material a explorar com grande valor comercial;
• Garantia de condições de extracção com condições climáticas adversas.
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A3.2.4. Pedreiras em plano inclinado
Trata-se de um tipo muito específico de exploração na qual o material a extrair se encontra a
pequena profundidade e as condições topográficas permitem o acesso através de um plano
inclinado.
Fig. A3.11 – Pedreiras em plano inclinado
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A3.2.5. Pedreiras de poço
A exploração de materiais situados a profundidades elevadas conduz frequentemente à
necessidade de adopção de estratégias baseadas na construção de poços verticais de grande
profundidade, a partir dos quais são construídos túneis horizontais de onde se efectua a
extracção.
Fig. A3.12 – Pedreiras de poço
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A3.3. Equipamento e Instalações necessárias
Os equipamentos mecânicos envolvidos na extracção de material rochoso encontram-se no
organograma de equipamento e instalações seguinte.
Fig. A3.13 – Organograma de equipamento e instalações
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
Os equipamentos mecânicos envolvidos na extracção de material rochoso podem ser
classificados segundo as seguintes categorias:
• Equipamentos de perfuração;
• Equipamentos de desmonte;
• Equipamentos de transporte.
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Para além destes podem-se referir os explosivos que apesar de não serem um equipamento
propriamente dito, constituem uma componente essencial das operações de desmonte.
I.3.1. Equipamentos de perfuração
Fig. A3.14 – Perfuradora acoplada a uma escavadora
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Fig. A3.15 – Perfurador móvel
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Fig. A3.16 – Brocas de perfuração
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Fig. A3.17 – Perfurador utilizado em extracções subterrâneas
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A3.3.2. Equipamentos de desmonte
Fig. A3.18 – Tomba blocos
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Fig. A3.19 – Martelos pneumáticos
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I.3.3 Equipamentos de transporte
Fig. A3.20 – Equipamento de transporte
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A3.4 Métodos de desmonte
As várias estratégias possíveis para a realização do desmonte podem ser genericamente
agrupadas nas seguintes categorias:
• Exploração com bancadas de pequena altura;
• Exploração com uma só bancada de grande altura;
• Exploração através de furos verticais profundos;
• Exploração através de explosivos em galeria.
A opção, de entre os vários métodos de desmonte, por um dado tipo deve ter em linha de
conta o tipo de condições naturais do maciço a explorar, bem como os aspectos económicosligados a cada um deles
A3.4.1 Exploração com bancadas de pequena altura
Este é o caso das explorações com carácter artesanal em que se exploram frentes com alturas
compreendidas entre os 4 m e os 10 m.
Fig. A3.21 – Exploração de bancada
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O desmonte pode efectuar-se através da utilização de explosivos alojados em furos
horizontais localizados no pé da bancada (a), no caso dos estratos exploráveis possuírem
inclinação favorável, ou através da utilização combinada de furos horizontais com furos
verticais (b), quando a inclinação dos estratos possuir pendente desfavorável.
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Fig. A3.22, esq.ª) – explosivos no pé da bancada; Fig. A3.22, dir.ª) – explosivos verticais e horizontais
combinados
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A3.4.2. Exploração com uma só bancada de grande altura
Este tipo de metodologia é geralmente adoptado no caso de estratificações irregulares
caracterizadas por diáclases mal orientadas ou fracturadas que impossibilitam a utilização de
furos verticais profundos.
Podem ser desmontadas frentes de maciços com alturas situadas entre os 10 e os 20 m.
Fig. A3.22 – Desmonte através de furos horizontais profundos
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No caso do explosivo colocado junto ao pé da bancada não ser suficiente, este pode ainda ser
combinado com um segundo explosivo (alojado num furo oblíquo) com o objectivo de criar
uma superfície de fractura artificial que permita o desmonte do material situado acima desta.
A3.4.3. Exploração através de furos verticais profundos
Este procedimento adequado ao desmonte de frentes com alturas até 80 a 100 m, exige
material de perfuração potente mas permite a remoção de grandes massas de material em cada
plano de fogo.
A experiência demonstra que a adopção de frentes com altura máxima de 30 m é em geral a
solução mais económica, atendendo à harmonização que deve existir entre os meios que
permitem a realização dos ciclos de perfuração desmonte e transporte.
Fig. A3.23 - Exploração através de furos verticais profundos
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
Os valores de “ λ”, “d” e “e” variam com a natureza da rocha, com as características do
explosivo e com a quantidade de material que se pretende extrair.
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Tabela 1 – tipos de frente
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No quadro acima ilustram-se, a título indicativo, alguns valores usuais para as relações entre
as grandezas.
Na figura seguinte pode-se observar o aspecto da face de um maciço de granito após
desmonte com recurso a explosivos colocados em furos verticais profundos.
É possível distinguir a localização dos múltiplos furos verticais paralelos onde as cargas
explosivas foram alojadas.
Fig. A3.24 - Exploração através de furos verticais profundos
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A3.4.5 Exploração através de explosivos em galeria
Esta metodologia consiste em alojar em galerias escavadas na parte mais baixa da frente de
exploração explosivos que combinam efeitos no sentido longitudinal e transversal da frente,
conduzindo à queda do maciço por rotura do conjunto.
Fig. A3.25 - Exploração através de explosivos em galeria
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
A opção por este tipo de técnica é rentável quando a quantidade de material a extrair
compensa os custos da escavação das galerias ou estamos perante um maciço de material
muito duro que implique custos de perfuração elevados. A altura máxima da frente a
desmontar (H) deverá situar-se entre os 25 e os 30 m.
A quantidade de explosivo a utilizar pode ser quantificada a partir de uma expressão do tipo:
C=gR3
Em que g representa um coeficiente que é função da dureza do material a destruir e docoeficiente de potência do explosivo, R é o raio de deslocação em metros, e C materializa a
quantidade de explosivo necessária em quilos.
As galerias de acesso possuem em geral secções transversais de 0.80x1.20 m2 de modo a
possibilitar o acesso para a colocação dos explosivos.
As cargas explosivas são colocadas no final das galerias secundárias, devendo estas serem
preenchidas com sacos de areia ou terra, com o objectivo de garantir o confinar da onda depressão provocada pela detonação ao interior do maciço.
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Fig. A3.26 – Vista em planta das galerias
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Ao longo da galeria principal, para além do enchimento com terra ou sacos de areia, devem
ser construídos de muros de alvenaria de betão pobre a fim de garantir um melhor confinar
longitudinal.
A3.5 Explosivos
A utilização de explosivos no desmonte de pedreiras visa fundamentalmente a obtenção de
uma onde de choque e pressão indutora de tensões elevadas no maciço rochoso que conduzam
à formação de linhas ou superfícies de fractura. Os explosivos em função do tipo de activação
podem divididos em dois grandes grupos fundamentais, os detonantes e os deflagrantes.
Fig. A3.27 – Organograma de tipos de explosivos
Fonte: www.ufp.pt/~ricardot
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Os explosivos deflagrantes, descobertos pelos chineses à centenas de anos, foram sendo
gradualmente ultrapassados pelos explosivos do tipo detonante desde a descoberta da
dinamite no final século XIX, uma vez que estes últimos possuem propriedades mais
adequadas à utilização em operações de desmonte.