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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL EXÉRCITO PORTUGUÊS COMANDO DO PESSOAL ESCOLA DE SARGENTOS DO EXÉRCITO 2ª COMPANHIA DE ALUNOS ME IM 101 MANUAL DA PROVA DE DESEMPENHO MILITAR 2015

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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONALEXÉRCITO PORTUGUÊS

COMANDO DO PESSOAL

ESCOLA DE SARGENTOS DO EXÉRCITO

2ª COMPANHIA DE ALUNOS

ME IM 101

MANUAL DA PROVA DEDESEMPENHO MILITAR

2015

05097190
Documento de Trabalho
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MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONALEXÉRCITO PORTUGUÊS

COMANDO DO PESSOAL

ESCOLA DE SARGENTOS DO EXÉRCITO

2ª COMPANHIA DE ALUNOS

MANUAL DA PROVA DEDESEMPENHO MILITAR

2015

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CARTA DE PROMULGAÇÃO

1. O presente manual tem por finalidade ser um instrumento de consulta não só para o candidato

como também para o aluno do Curso de Formação de Sargentos do Quadro Permanente.

2. Permite consolidar o estudo e treinar procedimentos teóricos e práticos para que o futuro graduado

possa colocar em prática no cumprimento da sua missão.

3. Trata-se de um manual NÃO CLASSIFICADO e NÃO REGISTADO, devendo no entanto ser

manuseado com os cuidados necessários ao seu bom estado de conservação e apenas usado para

os fins a que se destina.

4. É uma publicação exclusiva da Escola de Sargentos do Exército.

5. Este manual escolar entra em vigor na data da sua promulgação.

Escola de Sargentos do Exército, Quartel em Caldas da Rainha, ___ de_____________ de 2015

O COMANDANTE

PEDRO MANUEL MONTEIRO SARDINHA

CORONEL INFANTARIA

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REGISTOS DAS ALTERAÇÕES

IDENTIFICAÇÃODA ALTERAÇÃO

(Nº e DATA)

DATADA

INTRODUÇÃO

ENTRADAEM VIGOR

(DATA)

IDENTIFICAÇÃODE

QUEMINTRODUZIU

(Ass, Posto, Unidade)

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ÍNDICECAPITULO 1

ARMAMENTO E TIRO101. Reconhecer o armamento e equipamento individual principal, usado pelo Exército Português............................... 1-1102. Desmontar e montar a Espingarda Automática G-3 7,62mm ................................................................................... 1-3103. Acessórios na Espingarda Automática G-3 7,62mm ................................................................................................ 1-9104. Fazer a manutenção de 1º escalão da Espingarda Automática G-3 7,62mm .......................................................... 1-12105. Identificar granadas de mão .................................................................................................................................... 1-14106. Fazer a manutenção da PISTOLA Walther 9mm M/61.......................................................................................... 1-19107. Fazer a manutenção da Metralhadora Ligeira HK-21 7,62mm M/68 ..................................................................... 1-21

CAPITULO 2INFORMAÇÃO E CONTRA-INFORMAÇÃO

108. Observar e escutar..................................................................................................................................................... 2-1109. Designar objetivos .................................................................................................................................................... 2-5110. Obter e transmitir uma notícia .................................................................................................................................. 2-7111. Identificar pessoal e unidades ................................................................................................................................... 2-8

CAPITULO 3SAPADORES

112. Identificar materiais e engenhos perigosos ............................................................................................................... 3-1113. Localizar minas e armadilhas.................................................................................................................................... 3-7114. Enunciar as características e funcionamento das minas............................................................................................ 3-9

CAPITULO 4TRANSMISSÕES

115. Pronunciar letras/algarismos e soletrar palavras utilizando o alfabeto fonético OTAN ........................................... 4-1116. Instalar o Telefone de Campanha P/BLC–101.......................................................................................................... 4-3117. Operar o Telefone de Campanha P/BLC–101 .......................................................................................................... 4-5118. Transmitir e receber comunicações........................................................................................................................... 4-6119. Instalar o equipamento Rádio E/R P/PRC-425 ......................................................................................................... 4-8120. Operar o equipamento Rádio E/R P/PRC-425 ........................................................................................................ 4-12

CAPITULO 5TOPOGRAFIA

121. Identificar na carta acidentes naturais e artificiais do terreno ................................................................................... 5-1122. Orientar uma carta topográfica (pela associação carta/terreno) ................................................................................ 5-4123. Determinar as coordenadas militares hectométricas de um ponto na carta militar ................................................... 5-5124. Localizar na carta um ponto do terreno e determinar as suas coordenadas militares (UTM) ................................. 5-11125. Navegar no terreno.................................................................................................................................................. 5-12

CAPITULO 6TÉCNICA INDIVIDUAL DE COMBATE

126. Equipar e bivacar ...................................................................................................................................................... 6-1127. Camuflar-se (proteger-se das vistas)......................................................................................................................... 6-4128. Proteger-se dos fogos................................................................................................................................................ 6-9129. Instalar-se sem preparação da posição .................................................................................................................... 6-13130. Instalar-se com preparação da posição.................................................................................................................... 6-15131. Progredir no terreno ................................................................................................................................................ 6-21

CAPITULO 7SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA

132. Medidas sanitárias .................................................................................................................................................... 7-1133. Higiene individual .................................................................................................................................................... 7-3134. Profilaxia de doenças transmissíveis sexualmente.................................................................................................... 7-5135. Prevenção da toxicodependência .............................................................................................................................. 7-7136. Avaliar as funções vitais ........................................................................................................................................... 7-8137. Colocar uma vítima em “posição adequada” .......................................................................................................... 7-10138. Reanimar uma vítima em paragem cardiorrespiratória ........................................................................................... 7-11139. Suster hemorragia externa ...................................................................................................................................... 7-13140. Desobstruir as vias respiratórias ............................................................................................................................. 7-16141. Imobilizar uma fratura num dos membros .............................................................................................................. 7-18

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142. Transportar um ferido ............................................................................................................................................. 7-20143. Organizar uma bolsa de urgência............................................................................................................................ 7-22

CAPITULO 8ORDEM UNIDA

144. Passar da posição de “À VONTADE” à de “SENTIDO” e vice-versa (s/arma)....................................................... 8-1145. Fazer “DIREITA/ESQUERDA VOLVER” e “MEIA VOLTA VOLVER” (a pé firme) ......................................... 8-3146. Participar no “PERFILAR” de uma formatura ......................................................................................................... 8-4147. Romper a marcha, marchar e fazer alto (s/ arma) ..................................................................................................... 8-5148. Passar da posição de “À VONTADE” à de “SENTIDO” e vice-versa (c/arma) ...................................................... 8-6149. Fazer o “OMBRO ARMA” e a partir desta posição o “DESCANSAR ARMA” ..................................................... 8-8150. Fazer o “APRESENTAR ARMA” e a partir desta posição o “OMBRO ARMA” ................................................... 8-9151. Romper a marcha, marchar e fazer alto (armado)................................................................................................... 8-10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................................................1

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CAPITULO 1ARMAMENTO E TIRO

101. RECONHECER O ARMAMENTO E EQUIPAMENTO INDIVIDUAL PRINCIPAL, USADO PELOEXÉRCITO PORTUGUÊS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) A evolução tecnológica das últimas décadas, provocou profundas alterações no campo de batalha - a dispersão emobilidade das unidades podem mais facilmente provocar situações em que o combatente se sinta ou fique isolado; oaumento do alcance as armas originou uma maior extensão das áreas em que os seu efeitos se podem tornar efetivos-a melhoria da precisão, tornou maior a probabilidade de se atingir o alvo ao primeiro tiro. O combatente está poisvulnerável aos efeitos de todas as armas ligeiras, minas anti-pessoal, carros de combate, fogos de artilharia e aéreos,pelo que deve estar apto a utilizar eficazmente todos os meios disponíveis para sobreviver e vencer. Porém, o papelque a tecnologia desempenha na guerra moderna, não deve ser sobrevalorizado em detrimento do Homem. O combateé uma ação violenta, onde praticamente não existem regras que definem ou limitem o confronto. Para o combatente, alei da guerra resume-se a matar ou morrer.Por isso o soldado serve-se de todos os meios ao seu alcance para destruir o In, utilizando desde as mãos até àarma de fogo mais sofisticada.Muito embora seja impossível definir toda a gama de materiais de que o combatente se pode servir no combate,nesta secção refere-se o armamento individual principal em uso no Exército Português.

1) Granadas de mão

Ofensivas Defensivas

2) Espingardas

Espingarda automática G-3 7,62mm e o respetivo sabre baioneta

Espingarda automática G-3 7,62mm com coronha retráctil

Espingarda automática Galil 5,56mm M/SAR com coronha rebatível e o respetivo sabre baioneta

3) Pistolas

Pistola Metralhadora FBP 9mm e o respetivo sabre baioneta

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Pistola Walther 9mm

b) O equipamento individual destina-se a proteger o combatente e a proporciona-lhe a maior comodidade possível, tantono transporte de todos os artigos que necessita para o combate, como para a sua sobrevivência em combate.

Fazem parte do equipamento individual de combate:

Cinturão Porta carregadores Porta granadas

Cantil Suspensórios Mochila M/85

Saco de dormir Poncho impermeável Capacete combate (balístico)

Máscara BQ M17-A2 Rede camuflada biface para capacete Ferramenta portátil do combatente

Estojo de limpeza do armamento distribuído

G-3

GALIL

WALTHER

FBP

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102. DESMONTAR E MONTAR A ESPINGARDA AUTOMÁTICA G-3 7,62MM

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) A Espingarda Automática G-3 7,62 mm é uma arma:- ligeira, porque pode ser transportado por um só homem;- individual, porque um só homem pode tirar dela o máximo rendimento;- que executa tiro automático. Modalidade de tiro em que, após o primeiro disparo, as operações necessárias àexecução dos disparos seguintes se efetuam sem intervenção do atirador, desde que este mantenha o gatilhopremido;

b) Utiliza os tipos de munição seguintes:- cartucho normal 7,62 x 51 NATO. Utilizado no serviço de segurança, na execução dos programas de tiro e emcombate;- cartucho de salva. Utilizado em algumas cerimónias, prestação de honras fúnebres, por exemplo, e em instruçãopara lhes imprimir maior realismo. Apesar de não ter projétil este cartucho pode causar lesões quando disparado adistâncias inferiores a 5 metros;- cartucho para lançamento de granadas. Utilizado para lançar granadas de espingarda até uma distância de 120metros;- cartucho de manobra. Utilizado para treino do atirador nas operações de manejo de fogo, no carregamento eenchimento de carregadores.

c) Tem um alcance máximo (distância máxima que os projéteis atingem dando à arma uma inclinação de 40º) de 3800metros e um alcance prático (distância a que uma arma normalmente faz fogo) de 200 metros.

d) Tem uma velocidade prática de tiro (número de tiros executados por minuto, considerando as pausas provenientes dasubstituição de carregadores, retificações de pontaria e resolução expedita de avarias) de 100 tiros por minuto em tiroautomático e de 40 tiros por minuto em tiro semi-automático.

e) É fabricada em PORTUGAL (Fábrica das Indústrias Nacionais de Defesa INDEP – em BRAÇO DE PRATA,LISBOA) sob licença da firma alemã HECKLER e KOCH GMBH que a concebeu, e é a única arma com que todosos militares do Exército executam tiro.

NOTA: Na descrição da forma como se executa cada um dos procedimentos respeitantes às operações que seseguem, considerou-se o caso do atirador que empunha a arma com a mão direita – atirador direito. O atiradoresquerdo, em cada procedimento, deverá utilizar a mão contrária da indicada e posições simétricas das referidas.

f) Executar as Operações de SegurançaSeja em que circunstância for, a arma deve sempre considerar-se como CARREGADA até se verificar o contrário.Em obediência a este princípio, ANTES de se iniciar a desmontagem da Espingarda Automática G-3 7,62 mmDEVE SEMPRE executar-se as OPERAÇÕES DE SEGURANÇA seguintes:

1) Empunhar a arma com a mão direita estendendo o dedo indicador ao longo do guarda-mato e segurar o guarda-mão com a mão esquerda, voltando a boca do cano para cima.

Fig. 1

2) Colocar o comutador na posição de SEGURANÇA (S), utilizando o polegar da mão direita.

Fig. 2

3) Retirar o carregador, pressionando para a frente, com o polegar da mão esquerda, o respetivo fixador.

Fig.3

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4) Puxar a alavanca do manobrador à retaguarda, com a mão esquerda, e fixá-la no entalhe do tubo-guia.

Fig. 4

5) Verificar, visualmente ou pelo tato (com a ponta do dedo), se não há cartucho introduzido na câmara.

Fig. 5

6) Levar de novo a culatra à frente, libertando, com a mão esquerda, a alavanca do manobrador do respetivo entalhede fixação (não soltar bruscamente o manobrador).

Fig. 6

7) Colocar de novo o carregador na arma.

g) Desmontar a ArmaA desmontagem da Espingarda Automática G-3 7,62 mm executa-se quando se torne necessário proceder aqualquer operação de manutenção (limpeza e conservação), ou para aprendizagem do seu funcionamento e/ouemprego.Para desmontar a arma, não se utiliza qualquer tipo de ferramenta especial (basta um punção ou um cartucho demanobra).O militar a quem está a arma está distribuída, só está autorizado a proceder às operações de desmontagem que aseguir se indicam:- desmontagem da arma nas suas partes principais;- desmontagem da culatra;- desmontagem do carregador.

NB: As operações de desmontagem devem ser executadas pela sequência indicada e as partesdesmontadas/componentes devem ser arrumados ordenadamente, por forma a não se extraviarem e afacilitar a montagem.

1) Desmontar a arma nas suas partes principais

NB: Depois de executadas as operações de segurança.

(a) Retirar a bandoleiraLibertar o zarelho da bandoleira do olhal da cavilha de fixação da base do ponto de mira.Soltar a extremidade posterior da correia, do botão.

Fig. 7

(b) Retirar a coronha e a tampa posterior da caixa da culatraCom a culatra à frente, retirar as cavilhas que ligam a coronha à caixa da culatra. Introduzir as cavilhasnos alojamentos dos casquilhos de fixação da coronha.

Fig. 8

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(c) Separar a correia da caixa da culatra.

Fig. 9

(d) Retirar o punhoRetirar a cavilha de fixação do punho à caixa da culatra.Separar o punho da caixa da culatra.Reintroduzir a cavilha de fixação no orifício respetivo.

Fig. 10

(e) Retirar a culatraCom a mão esquerda puxar o manobrador à retaguarda.Retirar a culatra do interior da caixa da culatra.Levar, de novo, o manobrador à frente.

Fig. 11

(f) Retirar o tapa-chamasCom a mão direita, desenroscar o tapa-chamas da boca do cano.

Fig. 12

(g) Retirar o guarda-mãoRetirar a cavilha de fixação do guarda-mão.Separar o guarda-mão da arma.Reintroduzir a cavilha no orifício respetivo.

Fig. 13

Espingarda Automática G-3 7,62 mm desmontada nas suas PARTES PRINCIPAIS:

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2) Desmontar a culatra

(a) Segurar o bloco da culatra com a mão direita.Fazer rodar a cabeça da culatra de 180º para a esquerda (para fora) e separá-la do porta-percutor.

Fig. 14

(b) Rodar o porta-percutor 90º para a esquerda (para fora), extraindo-o da armadura da culatra.

Fig. 15

(c) Separar o percutor e sua mola, do porta-percutor

Fig. 16

(d) Desmontar o carregadorLevantar um pouco a tampa do fundo do carregador, com a mão direita.Retirar a tampa do carregador, empurrando-a para a direita com o polegar da mesma mão.

Fig. 17

Extrair do interior da caixa, a mola, o transportador e placa-suporte, sem os separar.

Fig. 18

Carregador desmontado

Fig. 19

h) Montar a Arma

NB: Antes de iniciar a montagem, verificar se o comutador de tiro se encontra na posição de segurança (S) (Fig. 2).

1) Montar a culatraColocar a mola e o percutor no alojamento do corpo da culatra.Introduzir a peça de comando de travamento no alojamento do corpo da culatra, fazendo passar o percutorpelo seu canal interior.Premir a peça de comando de travamento e rodá-la de 180º no sentido dos ponteiros do relógio.

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Colocar a cabeça da culatra sobre a peça de comando de travamento com a sua rampa posterior voltada para odetentor da cabeça da culatra. Fazer pressão sobre a cabeça da culatra até vencer a resistência da mola dodetentor.Rodar a cabeça da culatra 45º, no sentido dos ponteiros do relógio, até o rolete de travamento esquerdo ficarem frente do detentor da cabeça da culatra.Puxar a cabeça da culatra para a frente, até os roletes de travamento começarem a recolher, tendo o cuidadode não puxar demasiado.Rodar a cabeça da culatra 90º, no sentido indicado, até que as guias inferiores da culatra fiquem

completamente voltadas para baixo.

2) Montar o carregadorSegurar a caixa do carregador com a mão esquerda e com o fundo para cima.Colocar o transportador e a respetiva mola.

Fig. 20

Colocar a tampa do carregador fazendo-a deslizar nas suas guias respetivas, pressionando-a no final, para baixo.

3) Montar/ligar as partes principaisColocar o guarda-mão.- Retirar a cavilha de fixação do orifício respetivo.- Encostar o guarda-mão ao cano.- Fixar o guarda-mão à caixa da culatra, por intermédio da cavilha respetiva.

Fig. 21Colocar o tapa-chamas- Roscá-lo completamente na boca do cano.Colocar a culatra na caixa da culatra- Introduzir a culatra na caixa da culatra tendo em atenção:- que o manobrador esteja à frente;- que os roletes da culatra estejam recolhidos;- que as guias do corpo da culatra estejam em concordância com as guias da caixa da culatra.

Fig. 22Colocar o PunhoFixar o punho à caixa da culatra, através da cavilha de fixação respetiva, tendo em atenção que:- o cão deve estar armado;- o ejetor (parte anterior) deve estar na sua posição mais baixa.

Fig. 23Colocar a coronha e a tampa posterior da caixa da culatra- Encostar a extremidade posterior da armadura do punho à face inferior da caixa da culatra.- Introduzir o conjunto coronha – peça de ligação da caixa da culatra, colocando as guias de uma e de outrapeças em correspondência.- Exercer pressão na coronha, para a frente.- Fixar o conjunto através das cavilhas de fixação da caixa da culatra.

Fig. 24Colocar a bandoleira- Fixar a extremidade posterior da correia pelo botão, depois de ter feito passar em volta do suporte dabandoleira, na coronha.

i) Verificar o Funcionamento da ArmaNo final da montagem da arma, verificar o seu funcionamento da seguinte forma:- com a boca do cano voltada para cima, puxar a culatra à retaguarda e fechá-la em seguida;

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- colocar o comutador de tiro na posição “E”;- premir o gatilho;- certificar-se de que o funcionamento não apresenta anomalias.

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103. ACESSÓRIOS NA ESPINGARDA AUTOMÁTICA G-3 7,62MM

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAPara além de dispositivos que permitem melhorar a pontaria, e que são de distribuição restrita, a EspingardaAutomática G-3 7,62 mm possui os seguintes acessórios, cujo conhecimento é de interesse geral:- sabre-baioneta, bipé, batente de instrução.

a) Sabre-Baioneta

1) DestinoO sabre-baioneta destina-se à luta corpo a corpo.

2) ConstituiçãoO sabre-baioneta é constituído por:

Fig. 1

3) Montar o SABRE-BAIONETA na Espingarda Automática G-3 7,62 mmColocar a arma na posição de segurança.Retirar a tampa do tubo do manobrador (fazer pressão na respetiva cavilha – êmbolo de fixação para dentro, epuxar a tampa para a frente).

Fig. 2Retirar o parafuso de fixação do adaptador

Fig. 3Introduzir o adaptador no tubo do manobrador, por forma a que os orifícios do tubo do manobrador e os doadaptador fiquem em concordância.

Fig. 4Colocar o parafuso de fixação do adaptador, roscando-o.

Fig. 5Enfiar o olhal do sabre-baioneta no tapa-chamas e a cabeça com perno do punho no adaptador.

Fig. 6

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4) Retirar o SABRE-BAIONETAColocar a arma na posição de segurança.Premir o fixador da cabeça do punho do sabre-baioneta e retirá-lo.

Fig. 7Desenroscar o parafuso de fixação do adaptador e retirá-lo.Retirar o adaptador do tubo do manobrador.Enroscar o parafuso de fixação no adaptador.Colocar a tampa no tubo do manobrador.

b) Bipé

1) DestinoO bipé (novo modelo) destina-se a dar apoio à Espingarda Automática G-3 7,62 mm, no tiro, no solo.É montado na parte média da arma entre o guarda-mão e o alojamento do carregador.

Fig. 8

2) ComposiçãoO bipé é constituído por:- cabeça semiesférica amovível com 2 garras de fixação;- 2 pernas articuladas ligadas pela cabeça menor que gira dentro da cabeça amovível.

Fig. 9

3) Montar o BIPÉ (novo modelo) na Espingarda Automática G-3 7,62 mmColocar a arma na posição de segurança;Retirar o guarda-mão;Articular o conjunto cabeça amovível – cabeça menor, pernas articuladas, conforme indica a figura (as duasgarras laterais da cabeça amovível abertas)

Fig. 10Montar o conjunto indicado junto ao alojamento do carregador.

Fig. 11Fixar as duas garras laterais da cabeça amovível nos alojamentos respetivos da caixa da culatra.

4) Retirar o bipéColocar a arma na posição de segurança.Retirar o guarda-mão.Retirar as garras laterais da cabeça amovível dos alojamentos respetivos na caixa da culatra.Retirar o conjunto do bipé empurrando-o para a frente e para baixo.Colocar o guarda-mão.

c) Batente de instrução

1) DestinoO batente de instrução é um dispositivo que, adaptado à Espingarda Automática G-3 7,62 mm, permite aexecução de tiro com cartucho de salva.

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2) ComposiçãoO batente de instrução é feito em liga de alumínio para não poder ser facilmente confundido com o tapa-chamas.

Fig. 12

3) Montar o batente de instrução na Espingarda Automática G-3 7,62 mmColocar a arma na posição de segurança.Retirar o tapa-chamas.Enroscar o batente de instrução no cano até ficar bem firme.

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104. FAZER A MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO DA ESPINGARDA AUTOMÁTICA G-3 7,62MM

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAO militar a quem a Espingarda Automática G-3 7,62 mm está distribuída, é responsável pela execução dos trabalhosdo 1º escalão de manutenção.A manutenção de 1º escalão:- assegura o funcionamento da arma;- diminui o risco do seu desgaste prematuro;- evita acidentes;- reduz os custos e os tempos de reparação.Comporta dois tipos de limpeza:- Limpeza ordináriaDestina-se a conservar o asseio indispensável e renovar a untura das partes metálicas mais expostas; efetua-se sempreque a arma regresse de uma instrução, sem que tenha feito fogo ou quando esteja armazenada por longos períodos;- Limpeza extraordináriaVisa evitar a oxidação das partes metálicas da arma, formação e depósito de poeiras, resíduos de pólvora ou outrosdetritos no cano, câmara, mecanismos ou peças, por forma a evitar o desgaste prematuro da arma, mantendo a suaoperacionalidade durante longo tempo; efetua-se sempre após a execução de tiro, quando a arma se tenha molhado,enlameado, apanhado pó ou areia e ainda quando exposta a ambientes húmidos salgados, bem como quando apóslongos períodos de armazenamento, seja colocada ao serviço.

a) Executar as Operações de Manutenção de 1º EscalãoO material a utilizar na limpeza da arma é o seguinte:

1) Estojo de limpeza

Fig. 1

2) Ingredientes de limpeza

Ingrediente nº 80 (óleo de limpeza)Utiliza-se para a remoção de unturas antigas, resíduos de pólvora, eventual ferrugem (em armas portáteis);Tem propriedades lubrificantes e de proteção contra a corrosão.

Ingrediente nº 10 (óleo de lubrificação)Destina-se à lubrificação e à proteção contra a corrosão;É um óleo lubrificante para fins genéricos.

3) Mechas, trapos e desperdíciosOs trapos e desperdícios devem ser macios e devem encontrar-se secos.

b) Ações de carácter geralDurante a execução das limpezas, colocar as peças já limpas sobre uma superfície limpa e seca.Efetuar as limpezas do cano com o tapa chamas colocado.Não obstruir a boca do cano com tampas, rolhas, trapos, etc.

c) Executar a limpeza ordináriaDesmontar a arma nas suas partes principais, a culatra e os carregadores.Uma vez concluídas as ações de desmontagem indicadas na alínea anterior, proceder às seguintes operações delimpeza e lubrificação:- passar várias vezes o escovilhão de lubrificação pelo cano, com ingrediente nº 10;- limpar o cano com escovilhão de limpeza do cano;- limpar a câmara com escovilhão de limpeza da câmara;- limpar o bloco da culatra e o interior da caixa da culatra;- limpar o percutor e o seu alojamento;- limpar a garra do extrator;- limpar, olear e secar a alça e o ponto de mira;- lubrificar ligeiramente as partes móveis com o ingrediente nº 10;

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- limpar o carregador e as munições e verificar se a mola do carregador permite um manejamento normal dotransportador indispensável ao bom funcionamento da arma.

d) Terminadas as ações de limpeza e lubrificaçãoMontar a arma verificar o funcionamento da arma.

e) Executar a limpeza extraordináriaDesmontar a arma nas suas partes principais, a culatra e os carregadores.Uma vez concluídas as ações de desmontagem indicadas na alínea anterior, proceder às seguintes operações delimpeza e lubrificação:- aplicar o ingrediente nº 80 nas zonas que possuam unturas antigas, resíduos de pólvora, ou vestígios de ferrugem;- remover os detritos e secar completamente todas as partes da arma, exterior e interiormente;- proceder como na limpeza ordinária.

f) Terminadas as ações de limpeza e lubrificaçãoMontar a arma conforme o prescrito e verificar o funcionamento da arma.

NOTA: Sempre que a arma tenha feito fogo, repetir a limpeza extraordinária nos dois dias seguintes à execução dotiro.

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105. IDENTIFICAR GRANADAS DE MÃO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAAs granadas de mão são armas de arremesso e, portanto, de trajetória curva. Esta característica torna-as especialmenteindicadas para bater alvos situados em ângulos mortos (que não podem ser atingidos pelos projéteis das armas de tirotenso, como é, por exemplo, a Espingarda Automática G-3 7,62 mm).

a) Constituição de uma granada de mãoDe uma forma geral, as granadas de mão adotadas no Exército, são constituídas pelas seguintes partes principais:

Fig. 1

b) Esquema geral de funcionamento de uma granada de mãoRetirada a cavilha de segurança e lançada a granada, a alavanca de segurança salta e liberta o percutor, que, pela açãoda sua mola, vai ferir a cápsula fulminante.

Fig. 2Inicia-se então a combustão do misto retardador que vai provocar, passados 4 a 5 segundos, a detonação do detonadore, por simpatia o rebentamento da carga e da própria granada.

Fig. 3

c) Granadas de mão adotadas no exércitoSão as seguintes as granadas de mão adotadas no Exército:- Granada de Mão Ofensiva de Instrução M/62;- Granada de Mão Ofensiva de Guerra M/62;- Granada de Mão Defensiva M/63;- Granada de Mão Incendiária;- Granada de Fumos;- Granada de Mão Lacrimogénea.

1) Granada de Mão Ofensiva de Instrução M/62

(a) Identificação

Fig. 4

Para uma fácil identificação visual, reter os seguintesaspetos:

COR: AZUL com inscrições a branco;INSCRIÇÃO: “INERT”.

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(b) EmpregoEm treino das tropas e em exercícios.

(c) Atuação (efeitos)Apesar de não ter carga explosiva, a detonação do detonador pode provocar estilhaços em algunscomponentes.

(d) Componentes

Fig. 5

(e) Características principais- Raio de ação …..............................não tem- Distância de segurança…..............30 m- Retardamento.................................4 a 5 seg- Peso................................................295gAlcances:- Atirador de pé................................30 a 35- Atirador de joelhos........................20 a 25- Atirador deitado.............................10 a 15m

2) Granada de Mão Ofensiva de Guerra M/62

(a) Identificação

Fig. 6

(b) EmpregoEm combate próximo, batendo ângulos mortos.

(c) Atuação (efeitos)Atua por efeito moral (grande estrondo) e por ação de sopro (deslocação de ar) ambos muito violentos.

(d) Componentes

Fig. 7

(e) Características principais- Raio de ação..................................10 a 15 m- Distância de segurança.................30 m- Retardamento................................4 a 5 seg- Peso...............................................295gAlcances:- Atirador de pé........................30 a 35- Atirador de joelhos................20 a 25- Atirador deitado....................10 a 15m

Para uma fácil identificação visual, reter os seguintesaspetos:

COR: VERDE AZEITONA com inscrições aamarelo no corpo e em alto relevo no fundo;INSCRIÇÃO: OFF HAND GREN M321TNT.

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3) Granada de Mão Defensiva de Guerra M/63

(a) Identificação

Fig. 8

(b) EmpregoEmprega-se contra pessoal, limpeza de abrigos, ninhos de metralhadoras, etc.

(c) Atuação (efeitos)Atua por estilhaços provenientes de uma espiral de fragmentação, razão pela qual o atirador, quando alança, tem de estar abrigado.

(d) Componentes

Fig. 9

(e) Características principais- Raio de ação.....................................15 m- Distância de segurança.....................185m- Retardamento....................................4 a 5 seg- Peso...................................................450gAlcances:- Atirador de pé...................................30 a 35- Atirador de joelhos……....................20 a 25- Atirador deitado................................10 a 15m

4) Granada de Mão Incendiária (fósforo branco)

(a) Identificação

Fig. 10

(b) EmpregoEmprega-se na sinalização ou mascaramento pela formação duma nuvem densa de fumo branco.Pode também ser utilizada como anti-pessoal ou incendiária.

(c) Atuação (efeitos)Atua através do fósforo branco que é uma substância incendiária.

Para uma fácil identificação visual, reter os seguintesaspetos:

COR: VERDE AZEITONA com inscrições a amarelo;INSCRIÇÃO: FRAG HAND GREN M312 COMP B.

Para uma fácil identificação visual, reter osseguintes aspetos:

COR: VERMELHA com inscrições a preto.

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(d) Componentes

Fig. 11

(e) Características principais- Retardamento..............................1 a 2 seg- Peso.............................................450g- Peso de carga...............................220g- Tempo de combustão..................60 segAlcances:- Atirador de pé..............................30 a 35- Atirador de joelhos.......................20 a 25- Atirador deitado...........................10 a 15m

5) Granada de Fumos

(a) Identificação

Fig. 12Para uma fácil identificação visual, reter os seguintes aspetos:COR: VERDE CLARA com inscrições a preto;INSCRIÇÃO:”GREEN”, “YELLOW” OU “RED” conforme os fumos forem verde, amarelo ouencarnado.

(b) EmpregoDestina-se a criar cortinas de fumo ou a sinalizar áreas.

(c) Componentes

Fig. 13

(d) Características principais- Retardamento................................1 a 2 seg- Peso...............................................450g- Peso de carga fumígena................220g- Tempo de emissão........................60 segAlcances:- Atirador de pé..............................30 a 35- Atirador de joelhos.......................20 a 25- Atirador deitado...........................10 a 15m

NOTA: Aquando do seu lançamento, ter em atenção a direção do vento.

6) Granada de Mão Lacrimogénia

(a) Percutor

- Cavilha de segurança- Alavanca de segurança- Detonador- Fósforo branco- Corpo metálico

(b) Percutor

- Cavilha de segurança- Elemento de atraso- Misto iniciador- Alavanca de segurança- Detonador- Fósforo branco- Corpo metálico

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(a) Identificação

Fig. 14

(b) EmpregoDestina-se a dispersar tumultos e a desalojar elementos inimigos, de compartimentos.

(c) AtuaçãoOs gases libertados atuam sobre as glândulas lacrimais irritando-as e provocando as lágrimas.

(d) Componentes

Fig. 15

(e) Características principais- Raio de ação..................................10m- Distância de segurança...................20m- Retardamento.................................1 a 2 seg- Peso................................................295gAlcances:- Atirador de pé...........................30 a 35- Atirador de joelhos...................20 a 25- Atirador deitado.......................10 a 15m

NOTA: Aquando do seu lançamento, ter em atenção a direção do vento.

Para uma fácil identificação visual, reteros seguintes aspetos:

COR: CINZENTA com inscrições abranco e com cinta central avermelhoINSCRIÇÃO: “GRANADALACRIMOGÉNIA ANTI MOTIM”

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106. FAZER A MANUTENÇÃO DA PISTOLA WALTHER 9MM M/61

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Características principais

1) DestinoÉ uma arma individual, de tiro tenso, destinada a fazer tiro direto até à distância de 50 metros.

Fig. 1 Fig. 2

2) CaracterísticasÉ uma arma semi-automática, de travamento por bloco e arrefecimento pelo ar.

3) Dados numéricos e balísticos da arma:- calibre – 9 mm;- número de estrias – 6 – dextorsum;- capacidade do carregador – 8 cartuchos;- alcance útil – 50 m;- alcance máximo – 1600 m;- alça única regulada para 50 m.

4) Perfurações

5) Guarnições e acessóriosPlatinas.Coldre.Escovilhão.Vareta de limpeza.Fiador.

b) Desmontagem geral da arma

1) Separar o conjunto grupo do cano/grupo da corrediça do grupo do punho.Verificar se não há nenhum cartucho na câmara e se o cão está armado. Esta verificação pode fazer-seolhando para o indicador de carregamento, pois, havendo um cartucho na câmara, fica saliente. Outra maneiraé, premindo o fixador do carregador, tirá-lo da arma, puxar a corrediça à retaguarda e verificar se existe algumcartucho introduzido.Se não existe prime-se a alavanca de fixação da corrediça para baixo; esta vai à frente. Levar o cão à frenteexecutando um disparo.Colocar a arma em segurança. Atuar no fecho de segurança para baixo de modo a deixar a letra S à vista (coma letra F à vista a arma está na posição de fogo).Introduzir o carregador vazio.

Fig. 3Puxar a corrediça à retaguarda até que fique completamente aberta e presa. Tirar o carregador. Com a mãoesquerda faz-se baixar o braço do fecho de ligação até à sua posição extrema.

NOTA: Se não se dispuser de um carregador vazio empurra-se para cima a alavanca de fixação da corrediçapara que esta fique presa à retaguarda.

MATERIALDISTÂNCIAS

25 m 30 m 200 mTerra solta 36 cm 35 cm 31 cm

Areia 26 cm 25 cm 21 cmMadeira de Pinho 23 cm 23 cm 17 cm

Chapa de ferro de 2 mm/espessura incidência de 90º Perfura Perfura Perfura

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Com o polegar esquerdo empurra-se para baixo a alavanca de fixação da corrediça e faz-se a separação dogrupo do cano - grupo da corrediça do grupo do punho.

Fig. 4

2) Separar o grupo do cano do grupo da corrediça

Fig. 5Com o indicador da mão direita faz-se pressão sobre a cavilha do bloco de travamento, obrigando-o a descer.Com ambas as mãos faz-se a separação dos dois grupos, puxando-os para os lados.

c) Limpeza (ordinária) e lubrificação da armaA limpeza ordinária executa-se depois de qualquer sessão de instrução ou exercícios em que não se tenha efetuadotiro (objeto de limpeza completa).Para retirar todas as sujidades procede-se do seguinte modo:

1) Separar o conjunto grupo do cano/grupo da corrediça, do grupo de punho; depois, separar o grupo do cano dogrupo da corrediça;

2) Limpar as superfícies exteriores expostas a poeiras e as partes oleadas com um desperdício seco;

3) Utilizar o escovilhão para limpar todas as partes que tenham sido expostas à ação dos gases da pólvora;

4) Depois de limpas, todas as partes devem ser esfregadas e secas completamente;

5) Aplicar o lubrificante especial a todas as superfícies metálicas polidas.

NOTA: Não se deve tentar dar ao interior do cano um brilho metálico e tirar o pó ou quaisquer corposestranhos por meio de sopro, quer do cano, quer dos diversos furos, guias, etc.

As nódoas negras, bem como vestígios antigos de ferrugem, não devem tentar-se tirar, mas simplesmentelubrificar.A arma, em arrecadação, deve estar recolhida na bolsa, com o cão desarmado e sem carregador.Os carregadores, em arrecadação, devem estar descarregados para evitar a fadiga da mola e untados com óleode preservação.

d) Montagem da arma.Ligar o grupo do cano ao da corrediça;Com a mão esquerda segura-se o grupo do cano-grupo da corrediça e, com a direita, o grupo do punho, pelopunho.

Fig. 6Faz-se deslizar os grupos do cano-corrediça pelas guias do grupo do punho. Tem que se empurrar para cima, como polegar da mão esquerda, o bloco de travamento.

Fig. 7As peças salientes que se encontram na parte posterior do grupo do punho (ejetor, desarmador e placa de disparar)têm que ser empurradas para baixo conforme indicam as setas da Fig. 7.Introduz-se um carregador vazio e puxa-se a corrediça à retaguarda até que fique presa. Com o polegar da mãoesquerda, roda-se o braço do fecho de ligação até este ficar na sua posição superior.

Fig. 8Com o polegar da mão direita empurra-se para baixo a alavanca de fixação da corrediça, ao mesmo tempo que sepuxa ligeiramente a corrediça à retaguarda, largando-a em seguida.

Fig. 9

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107. FAZER A MANUTENÇÃO DA METRALHADORA LIGEIRA HK-21 7,62MM M/68

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Generalidades

Fig. 1

1) DestinoÉ uma arma coletiva, de tiro tenso, destinada a fazer fogo às pequenas e médias distâncias contra alvosmóveis ou fixos em quaisquer condições de tempo e visibilidade.

2) CaracterísticasÉ uma arma automática de cano fixo mas amovível, que funciona por ação indireta de gases, sendo o seuarrefecimento feito por irradiação.

3) Dados numéricos- Calibre – 7,62mm.- Número de estrias --4-- dextorsum.- Capacidade do carregador – 20 cartuchos.- Capacidade das fitas:

- DM1 – 5 troços de 50 cartuchos cada (elos contínuos);- DM6 – varia com o número de elos e possibilidade de transporte (elos destacáveis).

b) Organização geral da armaA arma é constituída pelos seguintes 8 grupos de montagem e acessórios (Fig. 2).

1 - Grupo do cano (1)

2 - Grupo da culatra (3)

3 - Grupo de alimentação (4)

4 - Grupo do punho (5)

5 - Grupo da manga e caixa dos mecanismos (2)

6 - Grupo da coronha (6)

7 - Guarnições- Bipé (7).- Carregador.- Fitas para 50 cartuchos.- Tambor.- Adaptador do carregador.- Tapa-Chamas (descrito em a. Grupo do cano).- Bandoleira

8 - Acessórios- Cunhetes metálicos pera fitas.- Estojo de limpeza.- Máquina de carregar fitas.- Tripé.

- Alça telescópica Hensoldt.- Alça trilux L2 A2.

c) Desmontagens autorizadas ao utilizadorNormas de segurançaAntes de se iniciar a desmontagem da arma, e como medida de segurança, deve adotar-se o seguinteprocedimento:- colocar o fecho de segurança na posição S;- virar o cano para cima ou para uma zona onde um disparo fortuito não cause qualquer dano;- remover a fita de elos ou o carregador;- puxar atrás a alavanca do manobrador e fixá-lo no entalhe do tubo-guia;- certificar-se que a câmara está livre;- levar de novo a culatra à frente.

Fig. 2

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Operação de DesmontagemPode agora proceder-se à desmontagem para limpeza, a única autorizada a pessoal não especializado. Seguir aordem indicada:- retirar a bandoleira;- retirar as duas cavilhas de ligação da peça de ligação à caixa dos mecanismos e introduzi-las nos alojamentos dacoronha;- rodar o punho para baixo;- separar a coronha com peça de ligação puxando-a para trás (Fig. 3);- retirar a armadura da culatra puxando-a para trás (Fig. 4);- retirar o cano;- premir a parte anterior do fecho do corpo do alimentador puxando para fora do perno;- premir a parte posterior do fecho e retirar completamente o alimentador (Fig. 5);- retirar o corpo da placa-guia premindo o fecho que se encontra no lado direito da arma (Fig. 6);- retirar a placa suporte, rodando convenientemente a placa de fixação das cavilhas da tampa, situada na facedireita;- retirar o bipé;- desmontar a culatra

Fig. 3 Fig. 4 Fig. 5 Fig. 6

d) Manutenção orgânicaA manutenção orgânica abrange os seguintes trabalhos:- operações de limpeza e conservação;- a execução de todos os trabalhos de manutenção fixados;- a pesquisa de avarias e deficiências e sua resolução;- substituição de peças e de conjuntos;- ensaios de funcionamento;e corresponde ao 1º e 2º escalões de manutenção, a realizar pela unidade.

1) 1º Escalão de manutenção

(a) Esquema dos trabalhos de 1º escalão a realizar pelo utilizador:Para se conseguir uma boa manutenção do 1º escalão esquematizam-se no mapa a seguir às operações arealizar pelo utilizador nas diversas situações normais de utilização.

N.º DESIGNAÇÃO TRABALHOAPÓS A

UTILIZAÇÃOANTES DO

TIROAPÓS O TIRO

1Manga e caixa dos mecanismos Verificar se há danos X XManga e caixa dos mecanismos Limpar e olear Desolear X X

2Cano Limpar e olear X XCano Desolear X

3Tapa-Chamas Limpar e olear X X

Tapa-ChamasVerificar se está

firmemente assenteX

4 Alça Limpar e ensaiar X X X5 Alimentador Limpar e olear X X

6Culatra Limpar e olear X X

Desmontar, limpar e olear X

7Coronha Limpar X X

Tubo guia da mola recuperadorac/ mola recuperadora

Limpar e olear X X

8Armação para o punho com caixa

dos mecanismos de dispararLimpar e olear X X

9 Fitas de elosVerificar estado dos elos e

passo médioX

10 Acessórios Limpar e ensaiar X X

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e) Responsabilidade na ManutençãoEste escalão de manutenção é da responsabilidade do utilizador da arma, devendo comunicar ao seu superiorhierárquico qualquer avaria, deficiência ou falta notada, afim de se providenciar a sua resolução.

f) Tipos de LimpezaConsiderações:Na manutenção orgânica tem importância fundamental as operações de limpeza da arma, como base de todo osistema.O responsável direto e permanente pela limpeza da arma é o utilizador, mas o mecânico de armamento da Unidadedeve colaborar em todas as operações que exijam a sua presença, para resolução de avarias ou deficiências.Em qualquer circunstância está proibido o uso de materiais desgastantes (lixas, esmeris, etc) ou de ingredientesnão expressamente autorizados pelo serviço de material.Limpar as superfícies exteriores expostas a poeiras e as partes oleadas com um pano ou desperdício seco.Utilize o escovilhão para limpar todas as partes que tenham sido expostas à ação dos gases de pólvora.Depois de limpar todas as partes devem ser esfregadas e secas completamente.Aplicar óleo ou lubrificante especial a todas as superfícies metálicas polidas.São os seguintes os tipos de limpeza a considerar:- limpeza ordinária;- limpeza extraordinária;- limpeza completa.

LIMPEZA ORDINÁRIA efetua-se sempre que a arma recolha de qualquer serviço e não requeira tratamentoespecial.

LIMPEZA EXTRAORDINÁRIA efetua-se sempre que a arma tenha feito fogo, depois de serviços em que aarma se tenha molhado ou sujado, ou quando a arma, tendo estado longamente em armazém, seja posta ao serviço.

LIMPEZA COMPLETA é da competência do pessoal técnico do Serviço de Material, se necessário coadjuvadopelo utilizador, sendo realizada sempre que for determinado superiormente ou depois de revista completa da armapelo mecânico de armamento na oficina da Unidade.

g) Montagem da armaMontar o bipé.Colocar o corpo da placa guia e a placa suporte.Apertando o fecho, colocar o corpo do alimentador.Introduzir o cano na caixa dos mecanismos.Introduzir a culatra na caixa dos mecanismos, até que a superfície posterior da armadura esteja no mesmo plano dacaixa dos mecanismos.Rodar o punho e fixá-lo.Ligar a peça de ligação-coronha à caixa dos mecanismos por intermédio de duas cavilhas de ligação (Fig. 7).Montar a bandoleira.Verificar se a arma está bem montada efetuando vários movimentos de manobra.

Fig. 7NOTA: O instrutor executa todas estas operações de modo bem visível para os instruendos, dando às peças osnomes exatos. Os instruendos executam as mesmas operações e repetem os nomes das peças, no máximo de 3instruendos por arma, que trocam de lugar.

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CAPITULO 2INFORMAÇÃO E CONTRA-

INFORMAÇÃO108. OBSERVAR E ESCUTAR

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAA OBSERVAÇÃO assume fundamental importância pela necessidade que o COMBATENTE tem de conhecer, omais cedo possível, acerca do In, a sua localização, os seus movimentos, a sua atividade, etc.Assim, a OBSERVAÇÃO tem como finalidades: pesquisa de notícias sobre a posição ou atividades de forças In,determinação de objetivos e/ou a regulação dos fogos das NT.Pelo que acaba de se referir fácil se torna concluir:- por um lado, pela desejo de TODOS OS COMBATENTES DEVEREM SABER OBSERVAR;- por outro lado, pela necessidade de apenas alguns receberem a missão específica de OBSERVAR.

a) Técnicas de observação e escuta

1) Como OBSERVAR de DIAA OBSERVAÇÃO é para ser feita a olho nu, portanto sem a ajuda de instrumentos óticos que permitam verobjetivos pouco visíveis ou invisíveis à vista desarmada. Regra geral para além dos 400m o OBSERVADORdeve:

(a) Camuf1ar-se e camuflar a posição (PO/PE)

(b) Estudar o terreno do SECTOR a OBSERVAR, identificando com precisão (Fig. 1):- os Pontos de Referência (PR1 PR2) que lhe foram indicados;- as características locais que mais se evidenciam (arbustos, troncos, rochas, casas, etc.), fixando o seu aspetogeral (cor, forma, etc.) e a situação que ocupam em re1ação ao PO/PE - o que irá permitir, mais facilmente,detetar elementos e meios de fogo IN.

Fig.1

(c) Olhar para o centro do sector (Fig.2), em frente do PO/PE, e OBSERVAR até ao limite de visão cujospormenores podem ser vistos a olho nu (400 m aprox), tentando descobrir movimentos ou quaisquer indíciosque revelem, de imediato, a presença do In.

Fig. 2

(d) OBSERVAR o terreno junto do PO/PE, percorrendo com a vista da direita para a esquerda uma faixa deterreno com a profundidade máxima de 50m.

(e) OBSERVAR da mesma forma em seguida, mas agora da esquerda para a direita, uma nova faixa de terrenomais além (até aos l00m), sobrepondo-se à primeira.

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(f) Continuar assim a OBSERVAR, por faixas de terreno sucessivas com alternância do sentido de observação,até ao limite de visão pormenorizada a olho nu.

Fig. 3

NOTA: Se o sector a observar for muito largo, subdividi-lo em 2 ou 3 subsectores.

Fig. 4

(g) Ter na OBSERVAÇÃ0 os seguintes cuidados especiais:- concentrar a observação sobre as regiões onde se considera mais provável a presença ou o acesso In,sem descurar o resto do sector;- imobilizar o olhar, durante alguns segundos, sobre os pontos a vigiar;- passar regularmente em revista todo o sector sem deixar de OBSERVAR, com intervalos pequenos, ospontos mais suspeitos;- evitar deixar-se absorver totalmente por um ponto suspeito.

(h) Vigiar particularmenteNo terreno:

- todos os possíveis PO do In (cristas, orlas de bosques, valadas, sebes, casas, torres de vigia, etc.);- todos os itinerários desenfiados que conduzam à posição;

Na posição In:- trincheiras, regiões de abrigos e observatórios:- passagens habituais, estreitas e nas redes de arame;- outros obstáculos, etc.

2) Como OBSERVAR de NOITEConsoante a noite é mais ou menos clara, assim será maior ou menor o papel da vista.De qualquer forma:- só se vê a curtas distâncias;- só se observa o global dos objetivos, fundindo-se os detalhes com a silhueta.Sem utilizar dispositivos de visão noturna, o OBSERVADOR deve:

(a) Camuflar-se a si e camuflar a posição (PO/PE) - este deve ser montado em zonas com vegetação parafacilitar a camuflagem e dificultar a observação do In feita com infravermelhos.

(b) Deitar-se, se possível, por assim lhe ser mais fácil ver as silhuetas recortadas no fundo mais claro do céu(exceto em noites muito claras e que ofereçam condições de observação que se aproximam das diurnas).

(c) Percorrer o sector de observação por meio de uma série de movimentos bruscos dos olhos, com pausascurtas.Na observação de um objetivo, fazê-lo com movimentos pequenos e bruscos dos olhos por cima e à suaroda, com toda a atenção permanentemente nele fixada, mas sem o olhar diretamente.

Fig. 5

(d) Fechar os olhos com bastante frequência para reduzir a fadiga.

(e) Sempre que se suspeitar que há um objetivo a mover-se na frente, verificar a existência real do movimentocolocando um ponto de referência (sabre-baioneta, ramo de árvore, etc.) no chão e tirar uma mirada quepasse pelo objetivo e pela referência; passado algum tempo voltar a tirar a mirada, certificando-se assim se oobjetivo se moveu ou não.

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(f) Fechar um olho, observando com o outro, se durante a observação o terreno for iluminado.Logo que a iluminação cesse, fechar o olho com que estava a observar e abrir o outro, já acostumado àescuridão, podendo continuar assim a observação.

3) Como ESCUTAR de DIA e de NOITEA ESCUTA é um método de vigilância que consiste na observação de notícias sobre o In pela interpretaçãodos ruídos e dos sons que se captam. É UM COMPLEMENTO DA OBSERVAÇÃO, especialmente de noite(os ruído são mais audíveis) e em condições de visibilidade limitada: neblina, nevoeiro, fumos, etc.Por meio dos sons característicos podem detetar-se os movimentos In, localizar-se as suas posições e deduzir-se as suas intenções futuras (por ex.: ruídos próprios de quem organiza o terreno, indicam que vai defender).As posições de onde se ESCUTA chamam-se Postos de ESCUTA (PE), podendo ou não, simultaneamente,serem PO. Os PE devem localizar-se em zonas baixas por os sons não produzirem ecos e por os "fatoresestranhos" influírem o menos possível nos resultados da ESCUTA.Sem utilizar dispositivos de ampliação sonora, quando se ESCUTA deve-se:- manter na posição o mais imóvel possível;- retirar o capacete e, se sentir zumbidos nos ouvidos que prejudiquem a audição, abrir a boca e tentar bocejarou apertar o nariz com os dedos e engolir em seco;- encostar o ouvido ao solo periodicamente para melhor receção, identificação e localização dos ruídos;

NB: Em tempo seco ou muito frio o solo transmite muito bem os ruídos.Tirar partido do VENTO ou evitá-lo:

- se soprar frontal e fraco, logo favorável, procurar um local que o receba para beneficiar com os ruídosestranhos que traga consigo;- se soprar forte (ou de costas mesmo que, fraco) procurar uma zona na resguarda do barulho que provoca.

b) Observar e escutar em terreno não acidentado (ou pouco) e de pouca vegetação, não preparadoDe dia/noite

1) Ao escolher a posição exata, para OBSERVAR e ESCUTAR, evitar que a silhueta se recorte no fundo do céu,regra geral mais claro (isto é particularmente importante de noite).

Fig.6

2) Aplicar, permanentemente e sistematicamente, as "técnicas de observação e escuta" descritas na alínea 1a.

c) Observar e escutar em terreno arborizado ou em bosquesFaz-se, quer ao nível do solo (pelos espaços abertos existentes entre as fileiras de árvores), quer em cima dasárvores (nas clareiras e por cima do bosque).

1) Do soloDia/NoiteLimpar o sector de observação de vegetação e arbustos se possível.Seguir, genericamente, as técnicas descritas em 2.a.

Fig.7

2) Em cima das árvoresDia/Noite

(a) Escolher uma árvore que:- não se saliente das outras pela sua altura, folhagem, etc., para não atrair a atenção do In;- seja grossa e com muita ramagem, de copa espessa e na direção do In.

(b) Preparar na árvore escolhida uma plataforma para efetuar a observação mais cómoda e cuidadosamente.

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(c) Prestar muita atenção à eventual existência de atiradores especiais In que, geralmente, tanto se podem situarno solo como em cima das árvores.

(d) Seguir, genericamente, as técnicas descritas em 2 a.

Fig.8

NB: A observar por cima do bosque, especialmente em terreno muito acidentado, permite aumentar o sector deobservação em profundidade.

3) Em terrenos montanhosos

(a) Escolher o PO/PE nas vertentes junto a rochas e penhascos

Fig.9

(b) Ap1icar, na OBSERVAÇÃO e ESCUTA, as técnicas apreendidas.

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109. DESIGNAR OBJETIVOS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAO COMBATENTE pode ter necessidade de informar com rapidez a localização de qualquer OBJETIVO observado:ponto do terreno, elementos ou viaturas In protegidos, posição de metralhadora, etc. Interessa pois, neste caso, adotaruma forma simples e suficientemente eficaz que permita ao indivíduo a quem está a ser indicado o OBJETIVO que alocalize rapidamente.

a) Designar objetivosComo proceder:

1) Sem o recurso a um Ponto de Referência (PR)Neste caso não há lugar a uma "referenciação do objetivo mas tão somente a INDICAÇÃO DO OBJETIVOpor este ser facilmente visível.Então, o COMBATENTE para o INDICAR volta-se bem de frente para o OBJETIVO que pretende indicar ediz (método).- “ NESTA DIREÇÃO... “(com o braço estendido, aponta a direção exata.)- ... A METROS...(indica a distância aproximada que o separa do OBJETIVO)“…TAL OBJETIVO…”(descreve-o pelos elementos que o identificam: o quê, cor, forma e tamanho, etc.)

NOTA: Para se certificar de que o OBJETIVO foi localizado e identificado o COMBATENTE deve pedir àsua descrição a pessoa a quem o indicou.

2) Com o recurso a um Ponto de Referência (PR) - REFERENCIAÇÃOSe o OBJETIVO que se pretende indicar não é facilmente visto nem identificável ter-se-á que recorrer a um“ponto auxiliar” (referência) próximo do OBJETIVO, e fixo, relativamente ao qual este é referenciado.Depois de se ter voltado bem de frente para o OBJETIVO que pretende indicar, o COMBATENTE deve entãoproceder do seguinte modo:

(a) ESCOLHER UM PR próximo do OBJETIVO(facilmente identificável no terreno)

(b) DEFINIR ESSE PR(de acordo com o método indicado na alínea anterior: direção, distância e descrição do PR)

(c) CERTIFICAR-SE DE QUE O PR FOI LOCALIZADO(perguntando se foi visto e, em caso de dúvida, ouvir a sua descrição)

(d) SITUAR O OBJETIVO RELACINANDO-O COM O PR(dizendo a direção e a distância a que se encontra este último)

A direção pode ser definida facilmente pelo recurso a um dos seguintes processos:

- Indicando a " posição relativa” do OBJETIVO ao PR (a esquerda, direita, acima ou abaixo).- Indicando a " posição cardeal” do OBJETIVO (a norte, a sul, a este ou a oeste do PR).- Utilizando o método do relógioNeste caso, imagina-se o mostrador de um relógio colocado no terreno, com o centro no próprio PR, e alinha 6-12 (das horas) definida pela posição do observador (das horas) e pelo PR.

Fig.1Para referenciar o OBJETIVO deve indicar-se a direção horária “ que ele ocupa em relação ao relógioimaginário.

A distância do OBJETIVO ao PR pode ser indicada:

- em metros (aproximados);- ou pelo número de dedos;que cabem no intervalo entre o PR e o Objetivo.

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Fig. 2- O COMBATENTE deve estender completamente o braço na direção do PR com a mão na vertical eos dedos estendidos e unidos, e medir, em largura de dedos ou mãos, o intervalo entre aqueles doispontos: PR e OBJETIVO.

Fig.3ExemploSuponhamos a situação “encenada” pela Fig.4 para o observador designar (indicar) a outro (recetor)o OBJETIVO (0) onde se sabe existirem protegidos, dois elementos In armados.Deverá, então, proceder do seguinte modo:- OBSERVADOR:

- Nesta direção (aponta), a 300m, a igreja com o “para-raios” na torre (é o PR);- Visto?

- RECETOR:- Confirma a indicação do PR.

Fig.4- OBSERVADOR:

- 5 horas, 3 dedos, 2 elementos In armados atrás da moita (é o OBJETIVO - 0)- Visto?

- RECETOR:- Confirma que o OBJETIVO (0) foi visto.

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110. OBTER E TRANSMITIR UMA NOTÍCIA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Como se obtém as informaçõesQual será o papel que cada combatente desempenha na produção das informações?Para o descrever é necessário dizer primeiro o que acontece as notícias que cada um transmite e a maneira comoelas se transformam em informações.Os homens que estão em contacto direto com o inimigo, tais como: os que tomam parte em patrulhas ou incursões,os que guarnecem postos de observação, escuta, etc., são os melhores elementos para a pesquisa de notícias. Osseus relatórios constituem os alicerces em que assenta todo edifício das informações de combate.Há no Estado Maior de todos os batalhões e escalões superiores um Oficial de Informações que elabora um planode pesquisa das notícias, cuja finalidade é fixar e distribuir missões de pesquisa. Para isso e baseado nesse plano, oOficial de Informações redige e envia quesitos concretos e detalhados ás unidades mais indicadas ou aptas afornecer as notícias que lhes dão resposta.Recebidas essas notícias o oficial regista-as e cataloga-as para estudo e exame e averigua da sua verosimilhança;finalmente, interpreta-as transformando-as dessa maneira em informaçõesO oficial de informações determina aquilo que o inimigo é fisicamente capaz de fazer e apresenta as suasconclusões ao comando numa síntese de informações que o habilita a tomar uma decisão.

b) Colaboração do combatente na produção das informaçõesO papel de cada combatente na produção das informações de combate consiste, portanto, na colheita das notícias.Por isso, quer faça parte de uma patrulha, quer guarneça um posto de observação, quer preste qualquer outraespécie de serviço, deve conservar-se sempre atento a fim de poder colher todas as notícias acerca do inimigo quevê, ouve, ou de qualquer modo referencie.Deve comunicar ao seu comandante de secção ou pelotão, tão rapidamente quanto possível, todas as notícias pormais insignificantes que pareçam. Podem ser precisamente essas que o oficial de informações necessita paracompletar o quadro da atividade inimiga nesse momento.Ao comunicar qualquer notícia deve utilizar-se a seguinte sequência:- O QUE observou;- ONDE teve lugar;- QUANDO ocorreu.

c) Pesquisa das notíciasTodos os homens são instruídos a transmitir o resultado das suas observações. Esta instrução constitui para cadacombatente e para a sua unidade um importante auxilio. Noutros tempos não se comunicava as notícias acerca deinimigos que parecessem pouco importantes ou até ridículas. Ninguém, hoje, deve cometer esse grave erro.As informações que pareçam mais insignificantes podem ser precisamente aquelas de que o oficial de informaçõesnecessita para completar o seu quadro sobre a situação inimiga. A transmissão de notícias nas unidades em 1ºescalão e normalmente feita verbalmente de homem para homem visto ser esse o processo mais rápido e aqueleque permite perguntar e responder; escrevê-las levaria tempo e o tempo é um facto vital.As comunicações verbais podem ser feitas por telefone ou rádio. De qualquer forma, ao fazerem-se estascomunicações deve sempre atender-se a: O QUÊ, ONDE e QUANDO.Uma boa norma para não esquecer aquilo que se pretende transmitir e a maneira como se deve fazer é usar apalavra TUTELA, em que:- T é o tamanho (efetivo)- U é a unidade (tipo)- T é o tempo (hora)- E é o equipamento (ou material)- L é a localização- A é a atividade revelada.

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111. IDENTIFICAR PESSOAL E UNIDADES

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Senha e Contra-Senha

1) Sempre que as necessidades de segurança o exijam, a identificação entre pessoal ou unidades faz-se por pa1avrasde código designadas por senha e contra-senha.

2) Estas palavras são substantivas ou adjetivas, sem qualquer 1igação entre si; a sua atribuição é regulada nas NEPdos QG das RM ou ZM e das GU.

3) A senha e contra-senha destinam-se a identificar o pessoal militar ou forças que se dirijam a uma Unidade,Estabelecimento ou Organismo, ou que contactem durante operações.

4) Em cada Unidade, Estabelecimento ou Organismo, a senha e a contra-senha devem ser do conhecimento doComandante, 2º Comandante, oficial de segurança, oficial de serviço, pessoal da guarda e forças destacadas.

b) A identificação por senha e contra-senha faz-se do modo indicado a seguir:

INTIMAÇÃO PELA SENTINELA

Alto! Quem vem lá?

ACÇÃO OU RESPOSTA PELA PESSOA OU GRUPO INTIMADO

Faz alto e dá uma «resposta» que indique que o indivíduo ou grupo estáautorizado a passar. Por exemplo, «amigo», «aliado» «cabo da guarda»,etc.

Avance ao reconhecimento! O indivíduo ou o chefe do grupo avança.NÃO RESPONDE!

Alto! (a sentinela detém o indivíduo ouchefe do grupo, sem o deixar aproximardemasiado, até que o reconhecimento estejacompleto).

O indivíduo ou o chefe do grupo faz alto. NÃO RESPONDE!

A sentinela diz a senha em voz baixa. O indivíduo ou o chefe do grupo diz a contra-senha em resposta à senha.

A sentinela manda avançar o resto do grupo,se for caso disso.

O chefe do grupo (ou um militar por ele designado) fica junto dasentinela para a auxiliar na identificação do resto do grupo.

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CAPITULO 3SAPADORES

112. IDENTIFICAR MATERIAIS E ENGENHOS PERIGOSOS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) ExplosivosTodos os Exércitos usam explosivos em trabalhos de instrução (das NF) e de destruição (do In: pontes,aeródromos, material/ equipamento, pessoal, etc.), os quais exigem o seu conhecimento perfeito e modo deemprego. Nesta última perspetiva, os explosivos constituem uma arma defensiva ou ofensiva.Os explosivos, por si só, não são perigosos; o perigo está no seu manuseamento, pelo que se torna necessárioconhecer, familiarizar-se e respeitar todas as regras de segurança, que não são mais do que a aplicação do cuidadoe do bom senso.

1) Trotil (TNT)

(a) É o explosivo militar que, pelas suas características, (segurança, sobretudo) mais é utilizado nas zonas decombate.Apresenta-se em “petardos”, com o formato prismático e cilíndrico (desde 62,5g a 1000 g) e em pó(sacos de 0,5 Kg a 50 Kg).

Fig. 1

(b) Principais características- Relativa insensibilidade ao choque.- Muito estável em qualquer clima (à humidade e temperatura).- Pode arder em pequenas quantidades, ao ar livre, sem explodir.- É insolúvel em água.- Tem cor amarela (sob a ação da luz solar escurece).- Os gases, resultantes da explosão, são venenosos.

(c) FinalidadeDemolições e de emprego geral (é o explosivo mais utilizado como carga das minas e das GM).

(d) EfeitosPorque se trata de um explosivo fraturante, é especialmente usado em cargas de corte e de rotura.

b) MinasSão constituídas por um explosivo, regra geral, contido em embalagem adequada e destinada a destruir ou avariarveículos, barcos ou aviões, e/ou a matar, ferir ou, doutra maneira, incapacitar pessoal.As minas devem ser manuseadas com respeito, mas sem medo.

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1) Minas ACar e AviatDestinam-se a destruir ou avariar carros de combate (CC) e outros veículos terrestres, respetivamente.

MINA ANTI-CARRO M15

MINA ANTI-CARRO M21Fig. 2

As minas ACar podem ser utilizadas isoladamente ou instalados em “campos” (Fig. 3) de acordo com planosestabelecidos para:

CAMPO DE MINAS IMPLANTADOFig. 3

fortalecer posições à frente, retaguarda e flancos das NF;desorganizar ataques In;canalizar movimentos In;As minas ACar são normalmente acionadas por pressão, da ordem dos 100 Kg ou mais, por vezes aindasuperior a 150 Kg. Usualmente a carga explosiva atua por efeito de sopro.

2) Minas APessDestinam-se a matar, incapacitar ou neutralizar o pessoal por efeito de fragmentação ou de sopro.

MINA A.P. M2A4

MINA A.P. M14Fig 4

As minas APess podem ser instaladas em campos de minas ACar ou em campos de minas APess para darsegurança local ou aviso (alerta) e como fator desmoralizador. Também podem ser utilizados isoladamenteem qualquer local e circunstância.

3) Funcionamento das minas

(a) Cadeia de FogoÉ uma série de fatores que ocorrem na detonação de uma mina.

Todas as minas conhecidas explodem nesta sequência, sem olhar ao tipo, medida ou nacionalidade; que deve ser bemconhecida para permitir desarmar ou despoletar o maior número de tipos de minas existentes.

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DISPARADOR DE TRACÇÃO-FRICÇÃO M2

Há cinco elementos numa “cadeia de fogo” que são:- ação iniciadora;- disparador;- detonador;- reforçador;- carga principal.

(b) Ação iniciadora: é a ação que começa a cadeia de fogo na detonação da mina.Pode ser originada por pessoal, veículos, etc. Os quatro tipos mais comuns são: TRACÇÃO, PRESSÃO,DISTENSÃO e DESCOMPRESSÃO (Fig. 5)

Fig. 5

(c) Disparador: é um engenho usado para transformar a ação iniciadora numa detonação. É o resultado daquela.Sob as condições necessárias, o disparador pode iniciar o detonador ou reforçador.Os disparadores podem ser mecânicos, de fricção, reação química, contacto elétrico, etc., sendo osprimeiros os mais utilizados, dos quais a fig. 7 ilustra os mais comuns.

Fig. 6

(d) Detonador: é um pequeno engenho, constituído por um explosivo muito sensível, cuja explosão seráprovocada por calor, chama ou percussão do disparador.Os detonadores, se não manuseados cuidadosamente, podem detonar.São constituídos por um tubo de metal, fechado num dos extremos, com cerca de 6 cm de comprimento,contendo uma carga iniciadora e uma carga base.Destinam-se a provocar o rebentamento de explosivos pouco sensíveis (seguros) no momento oportuno.Daí a importância do seu emprego pois evita-se o perigo do transporte de grandes quantidades deexplosivos sensíveis e pouco seguros.

DISPARADOR DE TRACÇÃO M1 DISPARADOR TRACÇÃO-DISTENÇÃO M3

DISPARADOR DE ATRASO M1

DISPARADOR DE PRESSÃO M1 A1

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Os detonadores podem ser elétricos ou pirotécnicos, sendo uns e outros instantâneos ou de atraso.

(e) Reforçador: é uma carga intermédia usada para iniciar a carga principal das minas. Nem todas as minas têmreforçador.Destina-se a amplificar a onda detonante.É mais sensível mas menos poderoso, por ter menos massa que a carga principal - fig. 2, 4 e 5.

(f) Carga Principal: é o elemento que define a potência e os efeitos das minas.A carga pode ser explosiva, tóxica ou incendiária. Se de explosivos, e este estiver em boas condições, équase insensível (elevada segurança no seu manuseamento) fig. 5 e 6.

(g) Raio de ação efetivo da minaÉ a distância à volta dela dentro da qual, logo que a mina rebente, 50% do pessoal será ferido ou morto.

(h) Área perigosa da minaÉ definida por um círculo com um raio tal que, fora dele, o pessoal, mesmo não abrigado, não sofrequalquer efeito do rebentamento de uma mina. Em geral, é da ordem dos 150 metros.

c) Cargas de efeito dirigidoSão cargas moldadas de forma que o efeito da sua explosão se verifica numa só direção, concentradamente,originando furos ou cortes no material a que se tenha aplicado (efeito de Monroe).Estas cargas destinam-se principalmente a perfurar ou cortar aço e betão, mas podem também ser usadas naabertura de furos em alvenaria ou em rocha.

d) Torpedo BengalórioÉ um engenho explosivo, de configuração cilíndrica (tubo de ferro/lata), improvisado ou de fábrica, destinado àabertura de brechas em campos de minas e redes de arame farpado.O torpedo bengalório, de fábrica, é constituído por secções ligáveis umas às outras por intermédio de mangas deligação, permitindo a obtenção de comprimentos variáveis consoante as necessidades.

Fig. 8

e) Cordão LentoContém pólvora negra, constituindo um núcleo central, envolvida com aperto por várias camadas de fibras têxteise impermeabilizadas exteriormente. Tem um diâmetro aproximado de 0,5 cm.Pode ter diversas cores: branco, preto, amarelo e laranja. A mais vulgarizada é a preta.Arde lentamente e emprega-se para transmitir a chama aos detonadores pirotécnicos, com uma velocidadeuniforme, variável entre 1 cm/s e 0,7 cm/s.

Fig. 9O cordão lento pode ser inflamado com acendedores, com fósforos especiais ou não e com meios improvisados,produtores de chama ou de calor, e visam a destruição de cargas explosivas, conferindo um atraso correspondenteao comprimento do cordão/ velocidade de queima.

Fig. 10

DETONADOR PIROTÉCNICO (CORTE) DETONADOR ELÉCTRICO (CORTE)Fig. 7

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Para verificar o cordão lento, queimar 30 cm e determinar pelo relógio, o seu tempo de inflamação.

f) Cordão DetonanteÉ constituído por uma alma de PETN (explosivo) num invólucro têxtil (amarelo ou amarelo e preto comacabamento rugoso e encerado) ou de plástico branco.Não o confundir com o cordão lento. Este inflama-se, enquanto o cordão detonante explode e transmite umadetonação.É insensível à fricção e a choques ordinários. É iniciado por um detonador, fig. 8.A velocidade de detonação é de 6000 a 7000 m/s.Tem potência suficiente para iniciar outros explosivos a que esteja convenientemente ligado (escorvamento).

escorvamento de um petardo escorvamento de um cartucho decom cordão detonante dinamite com cordão detonante

Fig. 11O cordão detonante é empregue para a explosão simultânea de diversas cargas separadas.

Fig. 12E, particularmente, para iniciar explosivos em cargas enterradas.

g) ArmadilhasEntende-se por armadilha um sistema capaz de provocar inesperadamente o efeito de cargas ocultas (explosivas,incendiárias e tóxicas) mediante ações exercidas sobre objetos cuja existência se não conhece ou que sãoaparentemente inofensivos.As armadilhas destinam-se a criar uma psicose de incerteza e de desconfiança no meio inimigo (população civil etropas), conduzindo a uma baixa de moral e criando um grau de precauções que impõem limitações a todas asatividades.As armadilhas podem utilizar materiais de série, mas as concebidas e utilizadas pelos sabotadores são, em grandeparte dos casos, constituídas por materiais improvisados e por explosivos de segurança precária, pelo que a suadeteção, neutralização e remoção são dificílimas.Uma armadilha é, em geral, constituída por:- Um elemento que sofre a “ação iniciadora” e que vai provocar o funcionamento de um “disparador”;- Um “disparador”, órgão que origina fogo por qualquer dos “processos de inflamação”, pirotécnicos ou elétricos;- Um sistema de transmissão de fogo;- Uma carga (explosiva, incendiária ou tóxica). É necessário um mínimo de 1 kg de TNT para matar um homemnas proximidades, por efeito de sopro. Para ações de fragmentação a quantidade de explosivo será menor.As armadilhas podem ser empregues praticamente em todos os locais no campo, nas estradas e em áreas urbanas,nas portas das casas e noutros infindáveis locais.

Fig. 13

ACENDEDOR DE PERCUSSÃO M2exemplo de uso

do ACENDEDOR M2

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Fig. 14

Fig. 15Constituindo o “arame de tropeçar” o expediente mais utilizado na “ação iniciadora” da “cadeia de fogo”.

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113. LOCALIZAR MINAS E ARMADILHAS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Presumíveis locais de instalação de minas inimigas (In)A experiência e o conhecimento dos hábitos de minagem e armadilhas do In são de importância basilar nalocalização desses engenhos. Em geral a localização mais comum é a seguinte:Covas, remendos na estrada ou zonas moles no pavimento das estradas; Nas bermas das estradas e valetas; Juntode obstáculos de arame farpado ou outro tipo, tais como veículos abandonados, troncos de árvores caídos;passagens obrigatórias (ex.: estreitamentos); em áreas próprias para bivaque ou para zonas de reunião (ZRn) e emedifícios adequados para instalação de Comandos; etc.Em resumo, as coisas e lugares vantajosos que você escolheria serão também utilizados pelo In.Ter especial atenção aos arames de tropeçar em:- bermas de estrada;- junto de minas Aca;.- acesso a pontos importantes.Descodificar de outras minas ou armadilhas junto de uma mina detetada.As armadilhas aparecem nos locais já referidos e ainda em:objetos atraentes como recordações. Objetos caros ou úteis, etc.;ligação em ações de rotina como portas, janelas, telefones, rádios, intercetores, etc.;acessos a locais ou objetos utilizados como chamariz.

Obs.: Ver FII SAP(00)-01-01, campo B-2. g.

b) Neutralização de minas

1) Uma vez detetadas, as minas podem ser neutralizadas por um dos seguintes métodos:

(a) Destruição no local (com explosivos. É o mais seguro, mas a necessidade ou disciplina de segredo podeinviabilizá-lo).

(b) Remoção com corda (e fateixa, se necessário. É o método imediatamente mais seguro. Os engenhos podemou não explodir consoante têm ou não dispositivos anti levantamento).

(c) Remoção manual (é muito perigoso).

Fig. 1

2) A neutralização de minas ou armadilhas só deve ser efetuada por pessoal devidamente habilitado para o fazer.Todavia, todo o militar deve ser capaz em situações muito especificas - e, numa ótica estrita, com vista à suaprópria sobrevivência - de localizar minas e armadilhas e de as sinalizar.Assim, durante a progressão sobre um itinerário, por exemplo, a unidade pode "cair" numa zona minada ouarmadilhada e daí resultar um certo número de baixas - eventualmente todos menos você! (evitá-lo, detetandoos engenhos, é o ideal).Nesta situação, haverá que reduzir todos os movimentos no interior da área minada ou armadilhada aomínimo e efeitos usando uma sonda e uma vara flexível (se houver vegetação circundante.

(a) Voltando para o lado para onde se quer avançar procurar com o auxilio da vara flexível (final) e de mangasarregaçadas, arames de tropeçar desde o solo até à altura de um homem, numa extensão correspondente aocomprimento da vara.

(b) Se não encontrar nada usar então a sonda, abrindo o corredor com largura para um homem passar.A sonda deve ser enterrada suavemente no terreno, fazendo ângulo de 45º, ou menos, com o terrenohorizontal, a fim de impedir que a sua ponta acione as minas que atuam por pressão.Mas, se a ponta da sonda tocar num objeto sólido, parar de imediato a operação de sondagem, removercuidadosamente a terra para identificar o objeto detetado.

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No caso de ser uma mina, retirar a terra suficiente para a sua identificação total e exata localização.Sinalizar a mina com um pau e fita, trapo ou mesmo papel higiénico, por forma a que o pau e o nó da minafiquem voltados para a mina.

Nó voltado para a minaFig. 2

(c) Repetir as operações anteriormente descritas tantas vezes quantas as necessárias para sair da zona que sejulga minada.

(d) No caso da deteção de um arame de tropeçar, percorrê-lo visualmente nos dois sentidos: até à ancoragem doarame, de um lado, e até ao engenho explosivo, do outro. Sinalizar o arame, como anteriormente sedescreveu para as minas, reforçando essa sinalização pela colocação (cuidadosa) de uma fita ou papel nopróprio arame de tropeçar.

(e) A deteção de minas deve ser feita, como se disse, por pessoal especializado, o qual utiliza, além dos métodosdescritos, também o elétrico, como a figura seguinte sugere.

Pesquisador de minas MD8, com haste curtaFig. 3

c) Regras de segurança a observar pelo Combatente no campo de batalha:

1) Não confiar em nada- suspeitar de tudo;

2) Não puxar nem cortar arames;

3) Não correr em zonas que se sabe/suspeitam minadas/ armadilhadas, nem que seja para socorrer um camaradaferido;

4) Não ser descuidado nem demasiado confiante;

5) Não crer que junto às redes de arame farpado do IN não há minas/armadilhas;

6) Não recuar ou ficar inativo quando encontrar minas/armadilhas;

7) Não usar o terreno aparentemente mais indicado e mais fácil sem o examinar previa e cuidadosamente;

8) Não deixar de manter a distância ao camarada da frente. Evitar progredir/andar em grupo.

9) Nunca esquecer de transmitir ao comandante imediatamente tudo o que vir de suspeito.

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114. ENUNCIAR AS CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO DAS MINAS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Características e funcionamento das minasCadeia de fogo de uma minaÉ uma série de fatores que ocorrem na detonação de uma mina.Todas as minas conhecidas explodem nesta consequência, sem olhar ao tipo, medida ou nacionalidade; que deveser bem conhecida para permitir desarmar ou despoletar o maior número de tipos de minas existentes.Há cinco elementos numa cadeia de fogo que são: ação iniciadora, disparador, detonador, reforçador e cargaprincipal.

1) Acão iniciadoraÉ a ação que começa a série de fogo na detonação de mina. Pode ser originada por:

(a) Pessoal: exemplo; pode ser iniciada por pessoal puxando ou cortando arame de tropeçar; ou ainda sob a suapressão.

(b) Veículos: exemplo; quando aplica a pressão necessária sobre a mina AC.

(c) Há ainda as minas controladas por rádio, ou por corrente elétrica, atuadas por um observador escondido, ouainda por tempo de atraso. São deste tipo as ações iniciadoras de: vibração, indução eletromagnética,frequência, audiofrequência, ação retardada e fotelétrica.

(d) Os 4 tipos mais comuns de ação iniciadora são: pressão, tração, descompressão e distensão.

2) Disparador

(a) É engenho usado para transformar a ação iniciadora numa detonação.

(b) Sob as condições necessárias, pode iniciar o detonador ou o reforçador.

(c) Tipos básicos: mecânico, por funcionamento de mola (corte de cavilha calibrada, esferas de controle,controle de cavilha ou placa que se retira); fricção, reação química, contacto elétrico, reação eletroquímica,diafragma, inércia e anel que se quebra. (Reação elétrica fechando circuito ou gerando valor; reação químicagerando calor ou produzindo chama).

3) Detonador

(a) Constituído por um explosivo muito sensível, cuja explosão será provocada por calor, chama ou percussãodo disparador

(b) Tem o mesmo fim e função de um detonador na carga explosiva

(c) Ativador: Pode ser rebentado pelos disparadores e o seu fim é o mesmo que o do detonador

4) Reforçador

(a) Uma carga intermédia usada para iniciar a principal

(b) Não existe em todas as minas

(c) Amplifica a onda detonante

(d) Mais sensível mas menos poderoso, por ter menos massa, que a carga principal

5) Carga principal: (explosivo, tóxico, incendiario)

(a) Quase insensível, se o explosivo estiver em boas condições

(b) É o elemento que define a potência e os efeitos da mina

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CAPITULO 4TRANSMISSÕES

115. PRONUNCIAR LETRAS/ALGARISMOS E SOLETRAR PALAVRAS UTILIZANDO O ALFABETOFONÉTICO OTAN

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Necessidade da utilização do alfabeto fonéticoCertamente já todos sentiram a dificuldade que por vezes surge na compreensão de letras ou palavras cujapronúncia é idêntica.

Exemplo: “FACA” em vez de “VACA”.

Quando isto acontece é necessário repetir, falando mais devagar e, por vezes, até soletrar.Isto é, pronunciando letra a letra.Ora, quando se fala através do rádio ou telefone essas dificuldades aumentam e podem até ser agravadas poroutros fatores estranhos à comunicação, tais como: rebentamentos, disparos, passagem de aviões, ...Além disto, nas Transmissões usa-se muitas vezes linguagem cifrada, isto é, grupos de letras que não formampalavras pronunciáveis, que aumenta mais a possibilidade de confusão.Por todas estas razões adotou-se um processo de pronunciar cada letra por meio de uma palavra começada poressa letra; palavras simples mais ou menos conhecidas universalmente e que foram escolhidas por comum acordode vários países – ALFABETO FONÉTICO.

b) Alfabeto fonéticoLetra Palavra Pronuncia

A ALFA ÁL FAB BRAVO BRA VOC CHARLIE TCHÁR LID DELTA DEL TAE ECHO É COF FOXTROT FOCS TROTEG GOLF GÓLFH HOTEL HO TELI INDIA IN DIAJ JULIETT DJU LI ÉTEK KILO QUI LÓL LIMA LI MAM MIKE MÁI QUEN NOVEMBER NÓ VEM BÁO OSCAR ÓS CÁP PAPA PA PÁQ QUEBEC QUE BÉQUER ROMEO RO MIOS SIERRA SI ÉRRAT TANGO TAN GOU UNIFORM IU NI FÓME

V VICTOR VIC TÁW WHISKEY UIS QUIX XRAY ÉCSE REIY YANKEE IAN QUIZ ZULU ZÚ LU

Palavras ou grupos difíceis de pronunciar devem ser soletrados durante a transmissão, utilizando a expressão deserviço “EU SOLETRO” – se o operador souber pronunciar a palavra a soletrar, esta será transmitida antes edepois da soletração, a fim de a identificar.

Exemplo de transmissão:Palavra pronunciável (CATENARY)CATENARY EU SOLETRO “CHARLIE ALFA TANGO ECHO NOVEMBER ALFA ROMEO YANKEECATENARY”.

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Palavra não pronunciável (MBLAR)“O ponto de reunião é EU SOLETRO MIKE BRAVO LIMA ALFA ROMEO”.

c) Pronúncia de algarismosPara distinguir algarismos de palavras com pronuncia semelhante ou para evitar a receção por extenso, utiliza-se aexpressão de serviço “ALGARISMOS”, precedendo a transmissão.Quando os algarismos são transmitidos por rádio ou telefone observar-se-ão as seguintes regras para a pronunciade algarismos:

Algarismo Pronúncia0 ZE – RO1 UM2 DOIS3 TRRES4 QUÁ – TRO5 CIN – CO6 SAIS7 SÉ – TE8 OI – TO9 NÓ – VE

Os números são transmitidos dígito por dígito, exceto os múltiplos exatos de milhares, que podem ser transmitidoscomo se dizem normalmente.

Alguns exemplos práticos:Número Transmissão

44 QUATRO QUATRO90 NOVE ZERO136 UM TRÊS SEIS500 CINCO ZERO ZERO7000 SETE MIL16000 UM SEIS MIL

1) O ponto décimal é transmitido utilizando a expressão de serviço “DÉCIMAL” .

Exemplo: 123,4Transmite-se “ALGARISMOS” UM DOIS TRÊS “DÉCIMAL” QUATRO.

2) As datas são transmitidas dígito por dígito e o mês é transmitido completo.

Exemplo: 20AGO99Transmite-se:“ALGARISMOS” DOIS ZERO AGOSTO “ALGARISMOS” NOVE NOVE

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116. INSTALAR O TELEFONE DE CAMPANHA P/BLC–101

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Descrição do telefone

1) O telefone P/BLC – 101 é constituído por um bloco com painel superior e microtelefone, sendo a caixa queenvolve o bloco fabricada em liga de alumínio.

2) O telefone possui um gerador eletrónico de corrente de chamada, alimentado por 3 pilhas de 1,5 volt, substituindoo gerador manual e que funciona quando o telefone opera em sistema BL (bateria local).

3) O sinal de chamada, obtido por pressão do botão RING do gerador, tem 20 Hz e a duração de 3 segundos,constituindo dessa forma uma proteção eficaz a sinalização prolongadas e reduzindo o consumo das pilhas.

b) Caraterísticas

1) O telefone, como se pode verificar, é compacto e robusto, tendo sido testado contra choques, altitude, humidade,chuva, cloretos, fungos e imersão. É portanto um equipamento à prova de água e às condições atmosféricas maisadversas, podendo operar em temperaturas que vão de -40º a +55º centigrados.

2) Possui um indicador luminoso de corrente de chamada.

3) O controlo do volume do sinal recebido obtém-se através de um besouro eletrónico regulável.

4) O telefone possui ainda um amplificador operacional que permite receber sinais fracos mesmo quando as linhassão longas.

5) A alimentação em sistemas BL é obtida com 3 pilhas de 1,5 volt cuja colocação é feita em série, numcompartimento cilíndrico existente na base do bloco e fechado com tampa roscada.

6) Os comandos do telefone estão situados na parte superior do painel, assim descritos (da esquerda para a direita):Um comutador de modos de funcionamento com as seguintes posições:- BL, bateria local;- BC, bateria central;- CBS, sinalização por bateria central e conversação por bateria local.Dois pressores de linha (LINE).Um botão (RING) que aciona o gerador eletrónico de corrente de chamada, quando premido.Um comutador do amplificador operacional, com as posições OFF e ON, permitindo quando na posição ONum ganho de 20 Db.Um indicador ótico, constituído por led de aviso permitindo verificar se está sendo enviada corrente para alinha ou se está a receber corrente desta (em ambos os casos o led acende).Controlo de volume de som (BUZ).Ao centro do bloco encontra-se a cavidade do micro auscultador, com interruptor para funcionar em BL, BCou CBS.Ligado a uma cavidade à esquerda encontra-se o micro auscultador com palhetas de pressão e, ao centro dobloco, uma placa branca para ali se inscrever o Nome/Número do telefone.

7) O alcance útil do telefone é de 30 Km.

c) Instalação do telefoneA instalação do telefone pode ser executada de três formas diferentes, consoante o sistema de funcionamento emque vai operar.Vamos de seguida de escrever tais formas, mas primeiro deve ser preparada a extremidade da linha para ligaçãoao telefone. Assim, com um alicate adequado (ou canivete), deve-se descarnar a linha cerca de 1,5 cm sem cortarqualquer fio metálico.Premindo os botões LINE, ligar cada condutor a um botão, libertando-o de seguida.

1) Instalação para bateria local (BL)

(a) Colocar o comutador de modo de funcionamento na posição BL.

(b) Em campanha, estas operações devem ser feitas depois de executada a sua camuflagem individual.

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(c) O equipamento está pronto a operar, mas é necessário testar a linha (premir o botão RING do geradoreletrónico, devendo a lâmpada acender).

(d) Aguardar que o outro telefone atenda, logo que isto aconteça o telefone está pronto a operar em BL, e nestecaso concreto em sistema ponto-a-ponto.

(e) Para responder, basta retirar o micro auscultador do descanso, premir a palheta do punho e falar.

2) Instalação para bateria central (BC)Agora o telefone não exige pilhas.

(a) Ligar a linha aos pressores (o telefone está pronto a funcionar).

(b) Para enviar corrente de chamada para a linha (ou comutador) basta retirar o micro auscultador do descanso.

(c) Para falar, premir a palheta do micro auscultador.

3) Instalação para comutação automáticaO funcionamento neste sistema exige que se retire o módulo central do telefone e se coloque outro commarcador digital.

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117. OPERAR O TELEFONE DE CAMPANHA P/BLC–101

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) GeneralidadesEste telefone pode ser usado em redes táticas móveis ou fixas, operando em sistema BL ou BC e automáticos(CBS), quer em ambientes interiores (telefone de mesa) quer em ambientes exteriores (telefone de campanha). Nocaso concreto em que vamos operar funciona em BL, visto a ligação já estabelecida ser ponto-a-ponto.A este telefone podem ser fornecidos separadamente:

1) Amplificador para receção de sinais fracos quando os circuitos são muito longos ou a linha está em máscondições de funcionamento. Com tal equipamento obtém-se um ganho significativo de 20 dB que, repete-se, sãounidades acústicas.

2) Módulo de dígitos para funcionamento em sistema de comutação automática sendo fixado à base do telefone eligado interiormente por uma ficha. Como se pode verificar, o telefone é fácil de transportar na sua bolsa de lonae possui um micro auscultador cujo formato foi especialmente concebido para ser usado pelo pessoal combatente.Além disso o besouro eletrónico permite baixar o volume do sinal recebido, evitando a deteção do utilizadorquando em situações de campanha.

b) Operação

1) Verificação preliminar

(a) Verificar se a linha está bem presa sob os pressores.

(b) Verificar se o comutador de modo de funcionamento está em BL, uma vez que vamos trabalhar em sistemasde ponto-a-ponto e bateria local.

(c) Verificar se as 3 pilhas estão em série.

2) ChamadaPara chamar o correspondente, premir o botão RING, de forma a enviar uma corrente de chamada durante 3segundos, libertando-o em seguida. Caso o correspondente não atenda carregar novamente no botãolibertando-o em seguida. Cada trem de impulsos de chamada tem a duração de 3 segundos.

3) ConversaçãoQuando o correspondente atender, dizer o Nome/Número de lista do telefone e, seguidamente, o nome decódigo do utente.Vamos supor que o Nome/Número de lista deste telefone é AVE 3 e serve um utente com o nome de códigoAÇOR, está ligado a outro telefone com o Nome/Número de lista AVE 5, servindo um utente chamadoGAVIÃO.Assim, quando após o envio do sinal de chamada a estação AVE 5 responde (AQUI AVE 5 FALAGAVIÃO), o utente deste telefone dirá (AQUI AVE 3 FALA AÇOR).Estabelecida a ligação, cada um dos utentes prossegue a conversação finda a qual devem poisar o microauscultador no descanso.

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118. TRANSMITIR E RECEBER COMUNICAÇÕES

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Uso do alfabeto fonético (conforme FII (00) 01-01)

b) Expressões de serviço

1) As expressões de serviço são PALAVRAS ou FRASES PRONUNCIÁVEIS a que foram atribuídos significadosespeciais.

2) Estas expressões são utilizadas em substituição das INDICAÇÕES DE PROCEDIMENTO e têm como objetivofacilitar a transmissão de mensagens em circuitos onde se empregam os procedimentos radiotelefónicos, oumesmo telefónicos (entre comunicações de estações de países diferentes utilizam-se as indicações deprocedimento, para evitar incompreensões sobre os seus significados).

3) As expressões de serviço que se seguem estão autorizadas para emprego generalizado em radiotelefonia:

- AUTENTIQUE (essa estação deve autenticar-se)- CORRECTO (está correto)- ANULAR ESTA TRANSMISSÃO (cancele esta transmissão porque está errada)- EXECUTE (dê cumprimento ao conteúdo da mensagem ou expresso de serviço)- ALGARISMOS (segue-se a transmissão de um número)- RELÂMPAGO (tenho mensagem relâmpago)- EU AUTENTICO (o grupo que vou transmitir é a resposta ao seu pedido de autenticação)- EU REPITO (vou repetir o que pediu)- EU SOLETRO (vou soletrar foneticamente a palavra que se segue)- TENHO MAIS SERVIÇO (esta estação tem mais mensagens)- TERMINADO (a minha transmissão terminou para si, não preciso de resposta)- ESCUTO (pode transmitir para mim)- ACUSE REPETINDO (repita totalmente esta transmissão e exatamente como a recebeu)- RECEBIDO (recebi satisfatoriamente a sua ultima transmissão)- REPITA (repita a sua ultima transmissão)- SILÊNCIO SILÊNCIO SILÊNCIO (cessar imediatamente todas as transmissões nesta rede)- SILÊNCIO CANCELADO (pode retomar a transmissão, o silêncio foi cancelado)- FALE DEVAGAR (você está a transmitir demasiado depressa)- AQUI (esta transmissão é feita pela estação cujo indicativo se segue imediatamente)- ESTAÇÃO DESCONHECIDA (desconheço a identidade da estação que me chamou; repita seu indicativo)- ESPERE (tenho de fazer uma pausa de alguns segundos)- PALAVRA DEPOIS DE (a palavra a que me refiro é a que se segue a)- PALAVRAS DOBRADAS (esta transmissão está a ser feita em más condições; transmita cada palavra oufrase 2 vezes seguidas)- ERRADO (a sua ultima transmissão estava errada; a versão correta é)

NOTA - as expressões de serviço utilizadas em “telefonia por fio” são as mesmas da radiotelefonia, exceto:- SILÊNCIO- SILÊNCIO CANCELADO

c) Transmissão de mensagens

1) Na transmissão de mensagens o operador deve ditar a mesma, lenta e distintamente, dando a cada palavra aacentuação e ênfase própria, por frases curtas e naturais, nunca palavra a palavra.

2) Na transmissão de grupos cifrados será transmitido um de cada vez com uma pequena pausa após a última letrasoletrada.

3) Nas mensagens de pronúncia difícil em claro será empregado o alfabeto fonético, utilizando-se a expressão deserviço “EU SOLETRO” depois de transmitida naturalmente a palavra a soletrar.

Exemplo:ATENÇÃO ESTRADA PARA VERMOIL EU SOLETRO VICTOR ECHO ROMEO MIKE OSCAR INDIALIMA VERMOIL ESTÁ MINADA EU SOLETRO MIKE INDIA NOVEMBER ALFA DELTA ALFAMINADA ESCUTO.

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d) Chamadas

1) Chamada entre duas estações ligadas ponto-a-ponto ou de comutação automática.A estação responde, dizendo “AQUI...” (sua designação) e, depois desta resposta, a estação que chamaprocederá de igual modo.

Exemplo:- Situação

A estação LEÃO DOIS chamava a estação LEÃO CINCO.- Procedimento

(a) Da estação LEÃO CINCO:- AQUI LEÃO CINCO (repetindo as vezes necessárias até que a estação que chamou fale).

(b) Da estação LEÃO DOIS:- AQUI LEÃO DOIS

2) Chamada entre duas estações da mesma centralA central responde, dizendo: “CENTRAL...” (sua designação).A estação que chama indica a designação da estação com quem deseja falar.A central repete a designação da estação pedida.A central chama esta, que responde: “AQUI...” (sua designação).A central dirá: “ATENÇÃO A...” (designação da estação que chama).

e) Estabelecimento de uma transmissãoAdmitamos uma rede livre contendo 16 estações com indicativos formados por um indicativo de geral (PILAR) epor uma indicação numérica.A estação PILAR 13 deseja transmitir para PILAR 10.

1º) Verifica se a rede está em silêncio ou se, tendo seguido a transmissão anterior, esta efetivamente terminou.

2º) Chama:PILAR 10 AQUI PILAR 13 ESCUTO

3º) Pilar 10 responde:PILAR 13 AQUI PILAR 10 ESCUTO

4º) Pilar 13 informa que tem uma mensagem urgente:PILAR 10 AQUI PILAR 13 URGENTE ESCUTO

5º) Pilar 10 responde:PILAR 13 AQUI PILAR 10 TRANSMITA ESCUTO

6º) Depois de Pilar 13 ter completado a transmissão da mensagem, Pilar 10, tendo recebido a transmissãosatisfatoriamente, transmite:PILAR 13 AQUI PILAR 10 RECEBIDO TERMINADO

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119. INSTALAR O EQUIPAMENTO RÁDIO E/R P/PRC-425

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Generalidades

1) O equipamento de rádio P/PRC-425 é um equipamento de FM, de fabrico Português (concebido pela CENTRELem com a colaboração da Arma de Transmissões) Fig.1

2) É um equipamento portátil (Man pack P/PRC-425) podendo ser montado em viatura como UMV (unidade demontagem veicular P/MT-460).

3) De construção modular para facilitar a manutenção.

b) Características gerais

1) AntenasDo tipo RC-292 (como instalação fixa)Laminar (como portátil)Vertical de chicote (para instalação em viatura BA-185).

2) AlcanceVersão “man-pack” (a dorso) – 8 KmFixo: 30 Km, dependendo da antena utilizada e comutador de ficha multifunções apropriada (AP 15 W)

3) Emprego táticoDestina-se a ser utilizado nas ligações:Pelotão – PelotãoPelotão – CompanhiaCompanhia - Batalhão

4) A sua constituição obedeceu às recomendações “NATO” nas características elétricas e mecânicas, tornando-secompatível com equipamentos “NATO”, no que se refere nomeadamente a:Utilização de baixa potência – 3 WTransmissão de tonalidade de sinalização de 150 Hz.

c) Principais características técnicas

1) Frequência de trabalhoDe 41.025 a 51.000 MHz (como opção, em qualquer faixa de 10 MHz entre 30 e 76 MHz).

2) Espaçamento entre canais25 KHz

3) Número de canaisO número de canais possíveis para cada faixa de 10 MHz é de 400 canais.

4) Alimentação12 V CC fornecidos por baterias de cádmio-níquel recarregáveis.

5) ConsumoReceção – 400 mAEmissão – 3 W – 1.8 AEmissão – 15 W – 3.8 A

6) Temperaturas de funcionamentoConcebido para funcionar entre temperaturas de -10 C a + 50 C.

7) Potência de saídaBaixa potência (BP) – 3 WAlta potência (AP) – 15 W

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8) ModulaçãoFM – frequência modulada (F 3)Modulação de dados (Modulação X)

9) Oscilador de tonalidade150 Hz

10) SQUELCHSistema de funcionamento em “SQ” (squelch) que evita o ruído de fundo do recetor quando em escuta.

11) Controlo remotoQuando instalado com UMV o equipamento pode ser ligado à unidade de controlo remoto de um cabo atéuma distância de 50 metros

12) RetransmissãoPode ser utilizado em sistema de retransmissão como rádio relé.

13) Capacidade da bateria4 Ah

14) Autonomia da bateria9 horas, sendo 1/10 em emissão.

d) Constituição do E/R1 - Painel de comando2 - Caixa do E/R3 - Bateria4 - Caixa da bateria5 - Microtelefone6 - Adaptador da antena7 - Antena laminar

1) Painel de comando

LEGENDA:1 - Tomadas de áudio

Para ligar o microtelefone ou auscultador em qualquer das tomadas.2 - Potenciómetro de volume

Controla o volume de áudio presente no auscultador3 - Comutador de funções

a - DESL – Rádio desligado.b - LIG – Rádio ligado.c - SQ – Rádio ligado com squelch (ausência de ruído de fundo).d - RET – Retransmissão (permite a sua utilização como retransmissor quando interligado com outro equipamentoigual.

4 - Luz vermelhaQuando acende é sinal de que a bateria está descarregada, ao tempo deve ouvir-se um ruído de 5o Hz noauscultador.Deve proceder-se à troca da bateria.

5 - Luz verdeIndica que a bateria está carregada; acende quando:Em emissão (quando premimos o interruptor do microtelefone)Na posição “LUZ”.

6 - Tomada multifunções

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Nesta tomada é introduzida a ficha multifunções 8, que permite a ligação a outros equipamentos. Deve ter sempreuma ficha multifunções introduzida.

7 - Base de antenaPara a antena laminar.8 - Ficha multifunções

Estabelece o tipo de contactos pretendidos no E/R; na versão portátil deve estar sempre introduzida em 6.9 - Tomada para antena de 50 (Ohm) para:

Antena do tipo RC-292Antena veicular BA-185.

10 - Tampa da tomada de antena de 50 Protege das poeiras e humidade quando não está ligada a 9.

11 - Comutadores de canalComutadores rotativos para introduzir os canais entre 000 (41.025 KHz) e 399 (51.000 KHz).Centenas- Tem 4 posições. Os números iguais encontram-se “shuntados”.DezenasUnidades

2) Caixa do E/R- Feita numa liga de alumínio injetado. É robusta e estanque. Permite a dissipação do calor geradointernamente.

3) Bateria

Constituição – elementos de cádmio-níquelTensão nominal – 12,6 VCapacidade – 4 A/hAutonomia – 9 horas, sendo 1/10 em emissãoPeso – 1800 gramas

4) Caixa da bateria

Prende-se à caixa do E/R por dois fechos lateraisGarante estanquicidade, mas para tal são necessários cuidados:- o arco de metal em volta do topo da caixa da bateria sem deformações.ser mantida permanentemente ligada ao rádio, exceto no caso da instalação em UMV, em que será colocadana posição que lhe será destinada.

5) Auscultador e microtelefone

e) Colocação da bateria e microtelefone1 - Abrigar-se, se possível, da chuva e poeiras.2 - Verificar se a ficha da bateria está do mesmo lado que a do emissor-recetor.3 - Encaixar a bateria no emissor-recetor.4 - Apertar os fechos de ligação da caixa da bateria.5 - Ligar a ficha do microtelefone numa das tomadas áudio depois de retirada a respetiva tampa.

f) Ligação das antenas

1) Colocação da antena laminar:Roscar a antena na bobine.A este conjunto roscar o pescoço de pato.Roscar este conjunto de três peças, antena, bobine e pescoço de pato, na base da antena.Se o equipamento for utilizado às costas usar a antena laminar.

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Se o equipamento for utilizado como estação fixa, deitá-lo sobre uma das faces, encurvar o pescoço de pato deforma à antena ficar vertical. O microtelefone e o auscultador são ligados às tomadas áudio simultaneamenteou apenas o microtelefone (usual).

2) Adaptador da antenaPara ligar a antena laminar à base de antena, constituído por:Bobina – para adaptar o comprimento elétrico da antena.Pescoço de pato – permite a articulação da antena.

3) Antena laminarAntena de fita de aço flexível.Usada na versão portátil P/PRC-425.

4) Antena vertical de estação fixaRetirar a antena vertical laminar, desenroscando-aRetirar a tampa (10) da ficha (9).Ligar o cabo coaxial da antena RC-292 à ficha (9).

Nota: Não ligar duas antenas ao mesmo tempo.

g) Verificação da carga da bateria

1) Colocar o comando (3) na posição LIG e ajustar o volume (2). Verificar a existência de ruído de fundo noauscultador do microtelefone.

2) Se na posição LUZ, o avisador (5) verde, acender indica bateria carregada.

3) Se nas posições LIG, SQ, RET ou LUZ o avisador (4), vermelho, acender, indica bateria descarregada.

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120. OPERAR O EQUIPAMENTO RÁDIO E/R P/PRC-425

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Colocação do canalRodar os botões (1) de modo a colocar o canal pretendido em frente dos indicadores brancos dos botões. O númeroaparece nas janelas colocadas por cima dos botões. À noite rodar o botão (3) para a posição LUZ. As janelas ficamiluminadas.

b) Utilização do equipamentoRodar o botão (3) para a posição LIG. Verificar a existência de ruído de fundo no auscultador do microtelefone.Ajustar a patilha do microtelefone para falar.

c) Emissão

1) Premir a patilha do microtelefone para falar. O ruído de fundo desaparece.

2) Quando se tiver a garantia de estar a operar com estações de sinal forte, roda-se o botão 3 para SQ. O ruído defundo desaparece.IMPORTANTEManter a antena vertical e sem tocar em objetos;Escolher zonas abertas;Não operar debaixo de árvores;Em caso de dificuldade na transmissão ou receção desviar alguns metros para outro local.

d) Redes rádioUma rede rádio é um conjunto de estações devidamente instaladas (fixas ou móveis) guarnecidas e chefiadas,operando nas mesmas frequências e segundo normas de trabalho comuns e específicas, cada uma delas servindo umComando, uma Unidade um Organismo ou uma Entidade.Quando uma rede rádio é orientada e fiscalizada no seu funcionamento por uma das suas estações, denominada

Estação Diretora de Rede (EDR) a rede toma a designação de rede dirigida. Este tipo de redes deverá ser destinado aoescoamento do tráfego de mensagens.Quando a rede não tem uma específica estação destinada à orientação de tráfego, toma a designação de rede livre.

Este tipo de rede, que é de utilização eventual ou circunstancial, é indicado para o serviço direto de entidades emações de Comando e Estado Maior ou para pedidos e execução de apoios imediatos no local de ação.

e) Procedimentos de rede livre

1) Considerações préviasComo referimos ao classificar as redes rádio, as redes livres são eminentemente destinadas a servirdiretamente:Entidades na preparação e/ou conduta de ações, devendo ser operadas pelas próprias entidades.Responsáveis pelo pedido e satisfação de apoios imediatos no local de ação.Porque as comunicações em rede não são controladas nem orientadas por uma estação diretora, cabe aospróprios utilizadores a responsabilidade pela:- Segurança (garantia da autenticidade da(s) entidade(s) com que se contacta, discrição, brevidade dacomunicação, confidencialidade de assuntos importantes).- Disciplina de funcionamento aguardando oportunidade em que a rede esteja em silencio para comunicar,fazendo-o com rapidez e libertando-a de seguida para dar oportunidade a outros.Embora não haja uma estação a orientar a rede, existe ou deverá existir, uma estação que se destina a exerceruma coordenação e fiscalização técnicas da rede no sentido de vigiar as faltas às chamadas, a fim deesclarecer se tais faltas resultam de avarias, dificuldades técnicas resultantes das frequências escolhidas paraprontamente se providenciar no sentido de se resolverem tais problemas, bem como para supervisionar ascondições de segurança e disciplina da utilização da rede e para identificar os presumíveis contraventores.

2) Estabelecimentos de uma transmissãoAdmitamos uma rede livre contendo 16 estações com indicativos formados por um indicativo geral (p. e.PILAR) e por uma indicação numérica (que não terá de ser seguida nem ordenada).A estação PILAR 13 deseja transmitir para PILAR 10.

1º Verifica se a rede está em silêncio ou, tendo seguido a transmissão anterior, se esta efetivamente terminou.

2º Chama:PILAR 10 AQUI PILAR 13 ESCUTO

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3º PILAR 10 responde:PILAR 13 AQUI PILAR 10 ESCUTO

4º PILAR 13 informa que tem uma mensagem urgentePILAR 10 AQUI PILAR 13 URGENTE ESCUTO

5º PILAR 10 respondePILAR 13 AQUI PILAR 10 ESCUTO

Depois de PILAR 13 ter completado a transmissão da mensagem, PILAR 10, tendo recebido a transmissãosatisfatoriamente, transmite:PILAR 13 AQUI PILAR 10 RECEBIDO TERMINADO.

f) Procedimentos em rede dirigida (estabelecimento de uma rede radiotelefónica dirigida)

1) Deverá ser nomeada uma estação para exercer as funções de EDR. Deverá igualmente ser prevista,antecipadamente, qual estação será a EDR 2 (ou seja estação diretora de alternativa) caso a EDR seja neutralizadaou tenha de se retirar da rede por qualquer motivo.

2) As funções de maior responsabilidade de uma EDR são nomeadamente, as seguintes:

(a) Exigir o rigoroso cumprimento das normas de trabalho tais como frequências, indicativos, horários deexploração, ordem de respostas a exploração.

(b) Proceder à conferência e autenticação das estações.

(c) Abrir e fechar a rede e autenticar a saída eventual de uma estação.

(d) Vigiar para que as potências de emissão não excedam as necessárias.

(e) Regular o escoamento do tráfego.

(f) Vigiar pelo cumprimento rigoroso de rodas as regras de exploração, mantendo a disciplina da rede.

(g) Impor/cancelar o silêncio-rádio.

3) Diagrama de tráfego de uma rede dirigida

REDE LEÃO

4) Procedimento a observar na chamada (estabelecimento ou reabertura) de uma rede dirigidaA uma determinada hora previamente determinada, a estação diretora de rede transmite:- LEÃO AQUI LEÃO 1 ESCUTO

Cada estação responderá da seguinte forma, por ordem alfabética ou numérica dos seus indicativos:- LEÃO 1 AQUI LEÃO 2 ESCUTO- LEÃO 1 AQUI LEÃO 3 ESCUTO- LEÃO 1 AQUI LEÃO 4 ESCUTO

Uma vez recebida a resposta das suas estações a EDR, utilizando sempre o indicativo da rede “LEÃO”,informa-as que as suas emissões foram ouvidas- LEÃO AQUI LEÃO 1 TERMINADO

Se determinada estação não estiver pronta a responder na sua devida altura, a estação seguinte aguarda 5segundos e responde.A estação em falta só deverá responder no final de todas as outras o terem feito e antes da EDR transmitirTERMINADO. Uma estação em falta não poderá interromper a sequência normal das respostas, caso nãotenha respondido na sua altura.No caso de vigorar o sistema de autenticação, a EDR deverá autenticar-se perante a rede e exigir aautenticação de todas as estações

LEÃO 3

LEÃO 3

LEÃO 3LEÃO 3

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g) GeneralidadesPara que as Transmissões executem a sua missão com eficiência, na aplicação correta da exploração, foram:estudadas regras, criadas indicações de procedimento, sinais e expressões de serviço, designadores, formas de seexpressarem datas e contarem os grupos das mensagens, as quais todo o operador das Transmissões tem de saberutilizar adequada e oportunamente para levar a bom termo a sua função.Alguma destas expressões e regras, dado o seu uso quotidiano, o operador tem de as saber aplicar e interpretarautomaticamente.Ver FII TMS (00)-06-01

h) Indicações de procedimentoSão uma ou mais letras utilizadas para facilitar as Transmissões, exprimindo de uma forma condensada, certas ordens,instruções, perguntas e informações relativas às Transmissões.Indicações de procedimento utilizadas na preparação de mensagens para transmissão e na operação de receção, nasTransmissões de Pequenas Unidades (PU)Ver FII TMS (00)-08-04

i) Expressões de serviço

1) As expressões de serviço são palavras ou frases pronunciáveis, a que foram atribuídos significados especiais coma finalidade de facilitar a transmissão de mensagens:

Não se podem substituir as expressões de serviço por componentes textuais de uma mensagemVer FII TMS (00)-06-01 e FII TMS (00)-08-04

j) Sinais de serviçoOs sinais de serviço não foram concebidos para serem usados nas transmissões radiotelefónicas. No entanto, podemser utilizados quando houver dificuldades na linguagem entre operadores de países diferentes. A única exceção é ouso do sinal de serviço ZNB.Ver FII TMS (00)-08-04

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CAPITULO 5TOPOGRAFIA

121. IDENTIFICAR NA CARTA ACIDENTES NATURAIS E ARTIFICIAIS DO TERRENO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) A carta topográfica é uma representação plana do terreno onde estão representados todos os acidentes do terreno,naturais ou artificiais. Deste modo e para simplificar a sua consulta, Os acidentes de terreno são representados porcores distintas conforme as convenções inscritas na carta (Legenda). Deste modo temos:

1) A cor preta é utilizada para:Aterros, desaterros, construções, caminhos, caminhos de ferro e toponímia

2) A cor azul é utilizada para:Cursos de água, linhas de água, lagoas, regiões pantanosas, arrozais e outros acidentes relacionados com águae eletricidade.

3) A cor verde é utilizada para:Matas, pinhais, vinhas e outros pormenores relacionados com vegetação.

4) A cor sépia é utilizada para:Curvas de nível, vértices geodésicos e pontos cotados.

5) A cor vermelha é utilizada para:Estradas principais, nomes de vértices geodésicos e pormenores especiais.

b) Acidentes de terreno e sua representação na carta topográfica

1) ElevaçãoQuando nos localizamos numa elevação (topo), o terreno desce em todas as direções.Na carta as curvas de nível de menor cota envolvem as de maior cota.

Fig. 1

2) EsporãoQuando nos localizamos num esporão o terreno desce em todas as direções e sobe apenas numa.

(a)Curva de nível em forma de V ou U com a convexidade orientada para a zona de menor cota.

(b)Fig. 2

Quando o esporão tem uma linha que resulta da intersecção de duas encostas (vertentes) chama-se “linha defesto”; esta linha é divisória de águas, sendo normal às curvas de nível.

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3) ValeÉ uma forma simples que resulta da intersecção de dois semiplanos de terreno com a concavidade formadapara cima (exemplos: 1 e 2)

(a)

As duas faces que formam esta figura denominam-se "flancos" e a linha de intersecção "talvegue". Os"talvegues" são linhas de reunião de águas (exemplos: 1 e 2)

(b)Fig. 3

4) ColoQuando estamos sobre o colo o terreno sobe em duas direções opostas e desce nas mesmas direções opostas.

(a)Na carta as curvas de nível tem a forma de um oito ficando as duas elevações dum e doutro lado do colo e nazona mais larga do oito.

(b)Fig. 4

5) DepressãoQuando nos localizamos numa depressão o terreno sobe em todas as direções.

(a)Na carta as curvas de nível de maior cota envolvem as de menor cota.

(b)Fig.5

A depressão é o caso típico da cratera de um vulcão.

6) EscarpadoEm zonas de declive acentuado e uniforme usa-se interromper essas curvas antes de se tocarem evitando-seassim sobrecarregar o desenho.

(a)

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Quando várias curvas de nível se acumulam sobre uma linha temos o escarpado.

(b)Fig. 6

7) DesaterroCurvas de nível retilíneas e paralelas a uma estrada, via-férrea ou outra obra de engenharia e que atravessamelevações e cumeeiras, indicam um desaterro.

(a)Aliás prefere-se normalmente a representação convencional (pequenos traços paralelos apontados para o ladodescendente).

(b)Fig.7

8) AterroCurvas de nível retilíneas e paralelas a uma estrada, via férrea ou outro trabalho de engenharia e que passampor terrenos baixos indicam um aterro.

(a)Usa-se normalmente a representação convencional por pequenos traços paralelos.

(b)Fig. 8

9) RavinaA distinção entre vale e ravina tem interesse militar pois enquanto o primeiro apresenta uma extensão deterreno sensivelmente plana onde se pode instalar uma unidade militar a segunda já não o permite.

(a)Curvas de nível, que desenham uma série de VV sucessivos indicam uma ravina.

(b)Fig. 9

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122. ORIENTAR UMA CARTA TOPOGRÁFICA (PELA ASSOCIAÇÃO CARTA/TERRENO)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Quando se pretende utilizar convenientemente uma carta para fins de identificação, localização ou referenciação,haverá que a orientar primeiramente.Uma carta está orientada quando os seus meridianos estão paralelos à direção do norte cartográfico e todas as direçõesda carta são paralelas às suas correspondentes no terreno. O militar está orientado quando conhece a sua posiçãonuma carta já orientada.

b) Para orientar uma carta sem o auxílio da bússola, impõe-se um exame cuidadoso da carta e dos pormenores doterreno, a fim de se proceder à sua identificação na carta. São preferíveis os pormenores de grandes dimensões, taiscomo elevações, Pontos de Referência – (PR) e pormenores lineares (estradas, caminhos de ferro, condutas, sebes,linhas de alta tensão, etc.).

1) No caso dos PR, escolhê-los distantes e bem visíveis desde que abrangidos pela folha da carta. Depois deidentificado um PR e o ponto-estação, rodar a folha da carta de modo a fazer coincidir a direção homóloga noterreno – Fig. 1.Para efeitos de confirmação deve-se recorrer a outros pontos de referência (PR 2 e PR 3)

Fig.1

2) No caso de se tratar de pormenores lineares como estradas, caminhos de ferro, condutas, etc., rodar a carta demodo a obter o paralelismo entre esses pormenores no terreno e a sua representação na carta, ficando estaorientada (fig.2).

Fig. 2A orientação por este processo deve ser verificada para evitar inversões de direção que podem ocorrer seapenas for utilizada uma linha.

c) Como orientar a cartaEscolher dois ou mais pontos do terreno bem visíveis (estradas, casas, elevações, etc.)Localizar os mesmos pontos na carta bem como, o ponto onde nos encontramosTornar coincidentes ou paralelos as linhas definidas pela união dos pontos no terreno com as que lhe correspondem nacarta (Fig. 1 e Fig.2).

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123. DETERMINAR AS COORDENADAS MILITARES HECTOMÉTRICAS DE UM PONTO NACARTA MILITAR

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) GeneralidadesEm combate, bem como na vida corrente, há sempre a necessidade de se marcarem pontos de referência que devemser identificados com precisão. Em qualquer região do Globo a localização de pontos na carta ou no terreno pode serfeita por vários processos. Contudo, dadas as características das necessidades militares estes processos devem ter asseguintes características:- não exigir o conhecimento da região;- ser aplicável a grandes áreas;- não exigir pontos característicos do terreno;- ser aplicável a todas as escalas.

b) Uma carta é uma representação plana a duas dimensões de uma porção de terreno. Deste modo um dos processosutilizados para referência de pontos é a utilização de um sistema de eixos coordenados. Para tal é necessário definiruma origem, dois eixos coordenados (perpendiculares) e uma unidade de medida. Os sistemas de coordenadas maiscomuns são:- coordenadas geográficas;- coordenadas Ortogonais ou retangulares.

1) Coordenadas geográficasMeridiano é o círculo máximo que resulta da intersecção da superfície terrestre por um plano contendo a linhados polos.Equador é o circulo máximo que resulta da intersecção da superfície terrestre por um plano que contém ocentro da terra e é perpendicular à linha dos polos.Da definição resulta que há infinitos meridianos e um só equador.No sistema de coordenadas geográficas usam-se como referência duas linhas, o Equador e um meridiano dereferência ou principal. O cruzamento desses dois círculos máximos constitui a origem dos sistemas decoordenadas (Fig. 1).

Fig. 1Considerando um ponto da superfície terrestre, podemos definir os seguintes elementos (Fig.2):- Meridiano do lugar, é o meridiano que passa pelo ponto;- Paralelo do lugar, é o círculo menor, paralelo ao equador, que passa pelo ponto;- Latitude do lugar, é o arco do meridiano do lugar compreendido entre o equador e o paralelo do lugar,contado de 0º a 90º para Norte ou para Sul;- Longitude do lugar, é o arco do equador compreendido entre o meridiano de referência e o meridiano dolugar, contado de 0º a 180º ou de 0h a 12h, negativamente para E e positivamente para W, ou simplesmenteEste ou Oeste.

Fig. 2Quando falamos em meridiano origem ou principal, referimo-nos àquele que passa pelo observatório deGreenwich em Londres, por ser o normalmente utilizado (adotado).Normalmente, quando nos referimos ao meridiano de Greenwich, pretendemos especificar o semi-meridiano,sendo o outro semi-meridiano designado por anti-meridiano de Greenwich.Para facilitar a referenciação de um ponto neste sistema utiliza-se uma rede de meridianos e paralelos. Aunidade de medida angular usada em coordenadas geográficas é o grau sexagesimal com os seussubmúltiplos, minutos e segundos.Do exposto resulta que uma latitude pode ser Norte ou Sul; por conseguinte, o Pólo Norte tem de latitude de90ºN e o Polo Sul de 90ºS. Da mesma forma, a longitude pode ser Este ou Oeste, pelo que o anti-meridiano deGreenwich terá a longitude de 180º E ou 180º W (Fig.3).

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Como a latitude pode ter o mesmo valor numérico a N ou a S do equador, deve indicar-se se ela é N ou S, domesmo modo quanto à longitude deve-se especificar se é E ou W.

Fig. 3

As coordenadas geográficas aparecem em todas as cartas militares e nalgumas são o único processo de lo-calizar ou referenciar um ponto. Na carta militar de Portugal 1/25.000 encontram-se dois sistemas decoordenadas geográficas: um a azul, referido à rede geodésica europeia unificada - DATUM EUROPEU, e ooutro referido à rede geodésica nacional DATUM de LISBOA representado a preto (Fig. 4 e Fig. 5).

Fig.4

Fig.5

2) Coordenadas retangulares ou ortogonaisNeste sistema, um ponto não é definido por intermédio de ângulos como anteriormente mas sim por meio dedistâncias medidas relativamente a um sistema de eixos retangulares, com um ponto de origem comum, a quese dá o nome de coordenadas retangulares. Assim a abcissa é a distância AB e a ordenada é a distância BMrepresentada na Fig. 6.

Fig. 6

(a) Coordenadas Militares Portuguesas (GAUSS)No centro do território de Portugal Continental, a Norte de Abrantes e muito próximo do vértice GeodésicoMELRIÇA, situa-se o ponto central que constitui a origem do sistema de coordenadas retangulares utilizadasna cartografia nacional.Para que não apareçam valores negativos no sistema deslocou-se a origem (Ponto Central) de 200 km paraOeste e 300 Km para Sul definindo-se assim uma outra origem denominada origem fictícia, situado a SW doCabo de S. Vicente.Deste modo o território de Portugal Continental ficou enquadrado num sistema de eixos coordenados comorigem no ponto fictício, (Fig. 7).

Fig. 7 Fig. 8Apoiada nos sistemas de eixos coordenados que passam pela origem fictícia, lançou-se sobre o territórioNacional uma malha de quadrados de 100 Km de lado, designado pelas letras de A a Z com exceção da letraI, distribuídos do seguinte modo (Fig. 8):

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As coordenadas dos pontos no sistema de eixos têm assim uma distância à Meridiana M (abcissa) e umadistância perpendicular P (ordenada).

Fig. 9Assim as coordenadas tomam a forma seguinte:

Fig. 10Em relação ao ponto £ temos as seguintes coordenadas:M = 215 KmP = 175 Km

As coordenadas militares GAUSS do Ponto £ são:S1575

É retirado o 1º algarismo da meridiana e da perpendicular porque é esse que caracteriza a letra.Para facilidade de localização de pontos divide-se, seguidamente, cada quadrado de 100 Km de lado por umquadrado de 10 Km de lado, sendo cada quadrado designado por dois algarismos (Fig. 11).

Fig. 11

Ainda para facilidade de localização cada quadrado de 10 Km de lado ainda foi dividido numa malha de 100quadrados de 1 Km de lado cada (quadrícula 1/25000, Fig. 12).

Fig. 12

(b) Referenciação de pontos no sistema GAUSS (Coordenadas Militares Portuguesas)Para referenciar um ponto neste sistema de coordenadas (Fig. 10) em primeiro lugar refere-se o quadrado emque o ponto está localizado (letra).S - A letra indica as centenas de quilómetrosA seguir refere-se um grupo, par de algarismos, que indica com maior ou menor precisão, a distância àreferência em que a primeira metade representa a meridiana e a segunda a distância à perpendicular, dentrodo quadrado.Assim conforme maior ou menor precisão temos:S 1 7 – Dezenas de quilómetrosS 15 75 - QuilómetrosS 153 750 - HectómetrosS 1532 7501 - DecâmetrosS 15329 75015 - Metros

Na carta 1/25.000 a quadrícula que corresponde às coordenadas militares portuguesas GAUSS apareceapenas apontada (de cor castanho), visto atualmente as cartas virem impressas com a quadrícula UTM (aazul).

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(c) Sistema de coordenadas militares UTMAs coordenadas UTM, ao contrário das coordenadas militares portuguesas que só servem para o territórionacional, aplicam-se a qualquer ponto da superfície terrestre. A quadrícula UTM (Universal TransversalMercator) foi estabelecida de acordo com as regras indicadas a seguir:A parte da superfície terrestre situada entre os paralelas 84ºN e 80ºS dividida por uma série de meridianosregularmente intervalados de 6º. A superfície entre dois meridianos consecutivos constitui um fuso, havendoassim 60 fusos numerados de 1 a 60 para leste (Fig. 13 e Fig. 14)

Fig. 13Cada fuso tem o seu próprio sistema de referência (Fig. 14).Meridiano Central do Fuso ao qual se atribui por convenção uma distância fictícia de 500.000 metros a fimde evitar coordenadas negativas para os pontos a Oeste do meridiano Central.Equador, ao qual se atribui por razões semelhantes uma distância fictícia à perpendicular de 0 ou 10.000.000metros conforme se referir a zonas do hemisfério Norte ou Sul, respetivamente.A contar do paralelo 80ºS, considera-se ainda uma série de paralelos intervalados de 8º, exceto o últimoNorte, compreendendo a latitude 84ºN que tem 12º.Cada área entre dois paralelos consecutivos constitui uma fila de zonas, cada uma delas é identificada poruma letra de C a X com exceção das letras I e 0 a partir do Sul (Fig. 13).Entre os paralelos 80º e 84ºN fica assim constituída uma malha geográfica de meridianos e paralelos,definindo 60 x 20 - 1200 zonas, cada uma das quais medindo 6º em longitude e 8º em latitude, com exceçãoda última Norte que mede 6º em longitude e 12º em latitude.As letras A,B,Y e Z são utilizadas para as calotes esféricas sendo as letras A e B para a calote Sul e as letrasY e Z para a calote Norte.Assim cada uma das 1200 zonas (identificada por um número, correspondente ao fuso, e uma letra corres-pondente fila da zona (Fig. 15).

Fig. 14 Fig.15Portugal continental ficou assim, no fuso 29 e nas zonas S e T (Fig.16 e 17).

Fig.16 Fig.17Implantou-se em seguida uma malha de quadrados de 100 Km de lado (apoiada na meridiana de origem),de-signada por duas letras, correspondentes à coluna e à fila de que fazem parte (Fig. 15).Foi sucessivamente criada uma quadrícula de 10 km de lado e sobre esta, uma outra de l Km de lado.

(d) Regras de ReferenciaçãoA Referenciação dum ponto da quadrícula UTM faz-se de acordo com as seguintes regras:No caso mais completo, a referência indicada por um grupo de letras e algarismos que indicam:

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- fuso;- a zona;- quadrado de 100 Km de lado pertencente a zona em que se situa a referencia;As coordenadas retangulares da quadrícula UTM - parte numérica de referenciação - com a precisãodesejada.A designação duma referência é escrita por meio de uma expressão contínua sem espaços, parêntesis,virgulas ou pontos.

Deste modo temos:29 - Designa o fuso onde está localizado o ponto (Portugal está localizado neste fuso).29S - Designa a zona dentro do fuso 29 (Parte Sul de Portugal).29SND - Indica o quadrado de 100 Km, de lado dentro da Zona S do fuso 29.29SND56 - Indica que, dentro do quadrado ND, o ponto está a 50 Km da meridiana e a 60 Km daperpendicular (Precisão da dezena de Km).

M –50 KmP – 60 Km

Fig.1829SND5065 - Indica que, dentro do quadrado ND, o ponto está a 50 Km da meridiana e a 65 Km daperpendicular (precisão de 1 Km).29SND505656 - precisão de 100 metros.29SDN50506550 - precisão de 10 metros.Quando não haja confusão por esse facto, pode-se omitir a designação do fuso e da zona.As medições para utilização das coordenadas UTM vêm indicadas na margem da carta (Fig. 19).

Fig. 19Informações Marginais

c) Determinação das coordenadas dum ponto

1) EscalasEscala de uma carta é a relação entre uma distância medida na carta e a correspondente distância horizontalmedida no terreno.As escalas podem ser numéricas ou gráficas:

(a) Escalas numéricasDistância na Carta

Escala numérica =Distância horizontal no terreno

(Ex. 1/25.000, 1/50.000, 1/250.000)Assim na escala 1/25.000, 1 cm na carta corresponde a 250 metros no terreno; na escala 1/50.000, 1 cm nacarta são 500 metros no terreno; na escala 1/250.000, 1 cm na carta são 2500 metros no terreno.

(b) Escalas gráficasAs escalas gráficas são segmentos de reta graduadas que exprimem, também a relação entre o desenho e oterreno (Fig. 20). Tem duas partes na sua constituição que são:- talão;- escala principal.

Fig. 20

50km

60km

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2) Esquadro de CoordenadasO esquadro de coordenadas é um objeto graduado, em determinada (s) escala (s), que permite referenciar comprecisão um ponto através das suas coordenadas (Fig. 21).

Fig. 21Esquadro de coordenadasAntes de utilizar o esquadro de coordenadas, deve-se selecionar a escala correspondente à da carta e ter ematenção que as quadrículas do Sistema de Coordenadas Gauss e UTM não são paralelas.Para usar o esquadro de coordenadas colocamos o zero da escala no canto inferior esquerdo do quadrado daquadrícula onde se encontra o ponto, de forma a que a linha inferior do esquadro fique coincidente com alinha da quadrícula, de seguida desliza-se o esquadro, mantendo a coincidência de linhas, até a linha verticaldo esquadro passar pelo ponto. Conservando o esquadro nessa posição, procede-se à leitura (distancia àmeridiana - escala horizontal - e distância à perpendicular - escala vertical) (Fig. 22).

Fig. 22

3) Determinação das coordenadas militares hectométricas (com seis algarismos) de um ponto.Escrever as letras que definem o quadrado de 100 Km de lado onde se situa o ponto (duas nas coordenadasUTM e uma nas coordenadas GAUSS).Localizar na carta o quadrado da quadrícula onde se localiza o ponto (Fig. 23).Escrever os algarismos grandes da numeração da linha vertical situada imediatamente à esquerda do pontoUTM (Fig. 23).Nas coordenadas militares GAUSS, os algarismos da numeração só se escrevem os dois algarismos mais àdireita dessa numeração.

Fig. 23O 3º algarismo é valor obtido na escala horizontal do esquadro de coordenadas que dá a distância em centenasde metros desse ponto à linha vertical da quadrícula e imediatamente à esquerda.Escrever os algarismos grandes da numeração da linha horizontal situada abaixo do ponto UTM (Fig. 23)Coordenadas militares - GAUSS - passa-se o mesmo que foi dito no penúltimo parágrafo acerca dosalgarismos a escrever.(4º e 5º algarismos das coordenadas do ponto)O 6º algarismo é o valor obtido na escala vertical do esquadro de coordenadas que estabelece a distância emcentenas de metros desde o ponto à linha horizontal da quadrícula situada imediatamente abaixo.Consultar as informações marginais da carta (Fig. 19) de modo a obter a designação do fuso e da zona daquadrícula e escrevê-los no início.

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124. LOCALIZAR NA CARTA UM PONTO DO TERRENO E DETERMINAR AS SUASCOORDENADAS MILITARES (UTM)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAA localização na carta de um ponto do terreno consiste na perfeita identificação do ponto no terreno e a sua posiçãohomóloga na carta.No entanto, por vezes o problema não é tão simples como isso, havendo que recorrer a alguns processos expeditos.Por via disso, e dado o nível de desempenho pretendido no final desta fase de instrução, considera-se satisfatóriaapenas a consideração da seguinte situação:

a) O ponto do terreno está afastado do Ponto-Estação (PE)Sejam X o ponto a localizar na carta e A e B pontos de terreno conhecidos, perfeitamente identificáveis - e onde épossível estacionar - e cujas posições na carta, homólogas, são a e b.

1) Estacionando num dos pontos (A, por exemplo)- Orientar a carta.- Determinar a direção AX.

- pelo seu azimute, obtido com a bússola- pelo Ângulo das direções AB e AX- à vista

- Medir a distância entre A e X, reduzir à escala da carta e marcar na carta sobre a direção traçada: obtém-seassim o ponto X procurado.- Determinar as coordenadas militares (UTM) do ponto.

2) Estacionando em mais de um pontoMedir as distâncias ou azimutes para o ponto procurado e determinar a sua posição por intersecção.Determinar as coordenadas militares (UTM) do ponto.

b) Passos a seguir na localização do ponto e determinação das suas coordenadas:Orientar-se.Identificar os tipos de acidentes de terreno que circundam o ponto.Identificar esses acidentes na carta.Localizar o ponto na carta e determinar as suas coordenadas militares (UTM).

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125. NAVEGAR NO TERRENO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

A navegação consiste no deslocamento orientado, entre dois pontos, baseado em acidentes de terreno naturais ouartificiais. Para uma navegação correta torna-se necessário estudar pormenorizadamente a carta e o terreno.

a) Marcar na carta os pontos de partida e de chegada (que podem ser previamente, indicados por coordenadas); localizarno terreno o ponto de partida.

b) Medir na carta o azimute cartográfico (rumo do ponto de partida para o ponto de chegada, utilizando o transferidor).

c) Converter o azimute cartográfico em azimute magnético (utilizando o diagrama de declinação).

(os pontos b e c são de extrema importância visto ser através deles que se determina a direção e o sentido dodeslocamento, e permitir a orientação da carta. Esta também pode ser orientada pelo processo de associação carta-terreno).

d) Determinar na carta a distância real entre os dois pontos usando a respetiva escala gráfica.

e) Converter a distância real no número de passos necessário para efetuar o percurso.

f) Marcar na bússola de líquido o azimute magnético calculado em c..

g) Fazer o planeamento do percurso, na carta, selecionando os pormenores do terreno entre os pontos de partida e dechegada.

h) Elaborar mentalmente uma lista de pormenores do terreno.

i) Deslocar-se para o ponto de partida e dar início ao deslocamento e à contagem de passos.

j) Durante o deslocamento, examinar mentalmente a lista de pormenores do terreno, por forma a certificar-se que opercurso é o indicado.

k) Uma vez alcançado o ponto de chegada, efetuar uma análise detalhada do terreno, para verificar se o ponto dechegada é o marcado na carta.

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CAPITULO 6TÉCNICA INDIVIDUAL DE

COMBATE126. EQUIPAR E BIVACAR

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAO Equipamento Individual de Combate destina-se a proteger o COMBATENTE e a proporcionar-lhe a maiorcomodidade possível, tanto no transporte de todos os artigos que necessita para combate, como na sua própria vidaem campanha. Por isso deve-se ter sempre presente que é o equipamento que se adapta ao homem e não o homem aoequipamento.Além do normalmente distribuído, o COMBATENTE pode transportar e fazer uso de outro material necessário aocumprimento de determinada missão.

a) Equipamento utilizado normalmente em campanhaConsidera-se inconveniente definir o equipamento que o combatente deve transportar sempre, por tal depender dasexigências das tarefas a desenvolver para o cumprimento da missão e das características da área de operações.Contudo enuncia-se o que se considera de utilização normal em campanha.- Cinturão - Mochila- Suspensórios - Marmitas- Capacete - Pano de tenda- Porta - Carregadores - Acessórios de tenda- Porta – granadas - Saco de dormir- Cantil - Poncho- Bornal

b) Procedimentos a observar na montagem e utilização do equipamento individual de campanhaA maneira mais prática de montar o equipamento consiste na fixação direta dos seus diversos componentes a partir docinturão.

Fig.1Para tal, proceder do seguinte modo:

1) Ajustar bem o cinturão, mas de modo a não o incomodar para que se mantenha seguro na cintura, mesmo com opeso dos outros componentes a ele fixos, e a não prejudicar os seus movimentos.

Fig. 2

2) Colocar e fixar os dois porta-carregadores (duplos) com as aberturas para cima, por forma a ficarem nas costas;

3) Fixar o porta-granadas, pelos grampos de fixação, a dois olhais inferiores do cinturão, e do lado do ombro comque faz tiro (se for atirador direito, do lado direito; se for atirador esquerdo, fixá-lo deste lado), pelos dois olhaisinferiores do porta-granadas e fazer passar um fio para o fixar á coxa (direita/esquerda).

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4) Prender o cantil pelos grampos de fixação a dois olhais inferiores do cinturão e do lado contrário ao do porta-granadas (conforme o atirador é direito ou esquerdo).

Fig. 3Colocar e fixar os suspensórios pelos grampos de fixação a outros tantos olhais superiores do cinturão (dois áfrente e dois atrás).

Fig. 4

5) Prender e ajustar bem o bornal aos suspensórios por forma a não lhe dificultar a utilização do porta-carregadorese a não lhe bater nas costas quando em corrida (no caso de não transportar a mochila).

Fig. 5

6) Se transportar a mochilaColocar a mochila, conforme foi indicado em (6) para o bornal, com o pano de tenda/saco de dormirenrolados de acordo com o indicado na figura.

Fig. 6 Fig.7

NB: Para enrolar o pano de tenda deve proceder-se da forma seguinte:

Estender o pano de tenda, colocar a manta por cima e dispor os acessórios de tenda conforme a figuraindicada.

Fig. 8Dobrar as margens laterais do pano de tenda.

Fig. 9Enrolar de topo a topo o conjunto pano de tenda, manta e acessórios de tenda a partir destes.

Fig. 10

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Fixar o conjunto à mochila por intermédio dos francaletes superiores e laterais.

Fig. 11Colocar o bornal à frente.

Fig. 12

7) Colocar o capacete e adaptá-lo à cabeça, pelas correias de fixação.

NB: O capacete deve ser usado em todas as situações de combate diurno.

Obs.: Todos os artigos ou materiais transportados pelo COMBATENTE devem ser bem acondicionadosdentro do bornal ou mochila, ou fixos exteriormente aos componentes adequados, de modo a:- não dificultarem os movimentos;- não provocarem ruídos;- permitirem a sua rápida utilização;- não prejudicarem a utilização do respetivo equipamento.

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127. CAMUFLAR-SE (PROTEGER-SE DAS VISTAS)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINASe tudo aquilo que o In localizar pode ser atingido e destruído, o COMBATENTE deve tentar por todos os meios aoseu alcance evitar que a sua posição seja referenciada. Os processos utilizados designam-se genericamente porCAMUFLAGEM e a sua finalidade é confundir uma pessoa ou objeto com o meio ambiente de modo a tornar maisdifícil distingui-los em contraste com os que os rodeiam, evitando assim a sua deteção e/ou identificação.

a) Camuflagem do combatentePara “fugir” à observação In, o COMBATENTE deve esforçar-se, primeiramente, por cuidar da sua própriacamuflagem, do equipamento e do armamento, respeitando sempre, obviamente, o meio envolvente. Assim, deveconstituir preocupação permanente de todo o COMBATENTE a CAMUFLAGEM.

1) Do UniformeDe dia/noiteSe o uniforme distribuído não for já camuflado, o COMBATENTE deve pintá-lo com manchas de cor preta,cinzenta ou castanha, tendo em conta as cores predominantes do terreno (regra geral, não utiliza cores clarasou berrantes), de modo a confundi-lo com o terreno e a vegetação envolvente.

Fig. 1

2) Das Partes Visíveis Do Corpo

(a) De diaPintar em forma de manchas irregulares, a fronte, o nariz, as maçãs do rosto, o queixo, o pescoço e ambos oslados das mãos.

Fig. 2

(b) De noiteEscurecer a cara, colorindo totalmente as partes anteriormente assinaladas.

Fig. 3

3) O CapaceteDe dia/noiteAtendendo à sua configuração, curva e regular, pode ser facilmente identificado pelo In. Para o contrariarcamuflar o capacete utilizando uma das seguintes técnicas:Com tintas baças (verde azeitona ou amarelado, cinza, castanho, etc.)Manchar irregularmente o capacete de modo a alterar-lhe o perfil ou silhueta.

Fig. 4Como banda de serapilheira, lona ou borracha em volta do capaceteColocar pequenos ramos ou folhagens em volta do capacete.

Fig. 5

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Com rede ou malhaMeter os ramos, folhas ou ervas na rede sem exceder exageradamente os bordos do capacete, nem emexcesso.

Fig. 6

NB: Mudar os ramos, folhas ou ervas, sempre que murcharem.

Com um pedaço de tela ou lonaCobrir o capacete com um pedaço de tela ou de lona e pintá-lo com manchas irregulares para desfazer a corhomogénea da tela.

Fig. 7Ou sujá-la de lama e fazer-lhe alguns cortes com o fim de aí se fixarem ramos ou folhas.

Fig. 8

4) Da ArmaDe dia/noiteSem prejudicar o livre funcionamento das peças e mecanismos, nem impedir a realização da pontaria.

(a) Eliminar as superfícies brilhantes da coronha e das partes metálicas, harmonizando tanto quantopossível as manchas feitas na espingarda com as do uniforme.

Fig. 9

(b) No caso de utilização a baioneta, escurecê-la com lama, com uma mistura de óleo e areia, ou comuma chama de um candeeiro a petróleo.

5) Do EquipamentoDe dia/noiteManchar com tintas, lama, carvão, etc., de maneira idêntica às do uniforme.

Fig. 10

6) De Brilhos, Luzes e RuídosTudo aquilo que pode não ser referenciado por outras formas pode vir a sê-lo pelo brilho, pela luz ou porruídos, se não forem tomadas as convenientes medidas cautelares.De diaO brilho produzido por objetos lisos ou com grande poder de reflexão, quando sobre eles incidem os raiossolares, podem ser visíveis a distâncias que atingem vários quilómetros.Para camuflar os objetos brilhantes aplicar sobre eles diferentes cores, de tinta baça ou lama, de forma aharmonizarem-se com o meio que os rodeia ou, então, escondê-los.Sem se ser observado, também se pode ser denunciado pelo ruído.No caso de se produzir inadvertidamente um ruído forte, resultante de uma queda ou choque com umobstáculo, por exemplo, deve-se permanecer imóvel algum tempo de modo a quebrar a continuidade do ruídoe permitir que o observador In distraia de novo a sua atenção. Aproveitar os “ruídos naturais” para camuflaros nossos quando houver necessidade imperiosa de os fazer.De noiteA incidência de raios luminosos artificiais sobre objetos brilhantes produz, obviamente, o mesmo efeito dosraios solares.Para os camuflar utilizar a mesma técnica, isto é, aplicar sobre eles diferentes manchas de tinta baça ou lama.

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Fig. 11As luzes, mesmo que isoladas, atraem a atenção IN podendo ser observadas a grandes distâncias.

Fig. 12Evitar, pois, fumar, produzir chamas ou utilizar lanternas elétricas de bolso.Os ruídos de noite, mais do que de dia, chamam a atenção do In.Evitar, a todo o custo, roçar pelos arbustos e quebrá-los, sobretudo os secos, assim como utilizar locaispedregosos.Não se deve tossir nem espirrar: para o evitar, comprimir ligeiramente a garganta (maçã de Adão) no l º caso,e premir as narinas para cima, no 2º caso. Mas, se não for possível reprimi-los, deve-se tapar o nariz e a bocao mais que se puder com o lenço ou a manga do uniforme.

b) Camuflar-se utilizando apenas os acidentes e outros meios naturais existentes no terrenoÉ o processo de camuflagem natural e designa-se por OCULTAÇÃO. O COMBATENTE deve servir-se delesdiretamente como anteparo entre eles e os possíveis pontos de vigilância In, terrestres e aéreos.Conhecida a direção do In, o COMBATENTE para se OCULTAR deve:De dia/noite

1) Escolher a posição a ocupar (abrigos naturais, tais como dobras do terreno e afloramentos rochosos, arbustos,tufos de ervas, troncos de árvores etc.) evitando pontos notáveis do terreno, procedendo como as figurasseguintes.

E aí permanecer tanto quanto possível imóvel, deitado se as condições o permitirem, de modo a não serlocalizado pela observação In terrestre.

Fig.13

Fig. 14Fig.15

Fig. 16

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Desejavelmente, a posição deve ser escolhida sob a copa da árvore e na sombra por inviabilizar ou dificultar aobservação aérea ao In.

Fig. 17NB: Não esquecer que o In dispõe de dispositivos de visão noturna capazes de “penetrar” na escuridão paraalém do alcance das suas armas.

2) Evitar destacar a silhueta sobre a linha do horizonte (evitar as cristas topográficas) e os lugares em que a mesmase projete num fundo claro.

Fig. 18

3) Observar uma rigorosa disciplina de camuflagem de brilhos, ruídos e luzes.

c) Camuflar-se pelo aproveitamento de meios artificiais ou naturais ou pela conjugação de ambosPretende-se com este processo de camuflagem “contrariar a observação In”, isto é, confundir o meio empregue com omeio que o rodeia.O uso de redes de camuflagem, as pinturas no rosto, no uniforme, no armamento, no equipamento, a utilização devegetação cortada, etc., são exemplos deste processo que se designa por DISSIMULAÇÃO e se ilustra com a figuranum caso típico.

Conhecida a direção do In, o COMBATENTE, para se DISSIMULAR deve:De dia/noite

1) Cuidar, primeiramente, da sua própria camuflagem, do equipamento e do armamento, em consonância com omeio envolvente e como se descreveu em B-2-a.

2) Escolher a posição a ocupar, observando os princípios gerais referidos para a orientação, quer terrestre, queraérea, como em B-2-b.

3) Ao recorrer, nos trabalhos de camuflagem, a materiais artificiais (redes, lonas ou serapilheiras, etc.), criar umatextura - superfície dos artigos - tão semelhante quanto possível à do terreno.E, igualmente, harmonizar a cor dos objetos com o meio que os rodeia, o que, aliado ao aproveitamento defundos escuros, permite obter uma boa camuflagem.

Fig. 20

Fig. 19

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4) Não exagerar na camuflagem, mesmo usando materiais naturais, porque, em excesso, denunciam a presença doCOMBATENTE.

5) Inspecionar, do lado In, a camuflagem depois de preparada, a fim de poder descobrir os detalhas que ficaramdeficientes.

6) Verificar, com frequência, se a camuflagem com ramos cortados para o efeito continua a parecer natural e adissimular a posição; caso contrário devem ser substituídos logo que percam a aparência que tinham na altura docorte.

7) Observar, sempre, uma rigorosa disciplina de camuflagem de brilhos, ruídos e luzes.

d) Proteger-se das vistas (camuflar-se), para quê, numa posição?Para, em complemento com a PROTECÇÃO DOS FOGOS, obter uma boa INSTALAÇÃO e, deste modo, poderOBSERVAR E FAZER FOGO, sem o ser pelo In.

Fig. 21ESTE É, AFINAL, O OBJETIVO ÚLTIMO DA CAMUFLAGEM.

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128. PROTEGER-SE DOS FOGOS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINANo campo de batalha, quanto mais violentamente se atacar o In maior proteção se obterá, porque levando o adversárioa entregar-se à defesa recusa-se-lhe a iniciativa do ataque. Daí resultará que todos os meios de que se disponha para odestruir são, simultaneamente, os melhores meios de proteção: são as chamadas MEDIDAS ATIVAS, de entre asquais sobressai, pela sua importância, o binómio FOGO-MOVIMENTO.Nas situações de contacto com o In, o fogo deve, regra geral, ser feito de POSIÇÕES PROTEGIDAS em alternânciacom o MOVIMENTO (lanços curtos, de preferência de abrigo para abrigo) em momentos propícios e/ou quandodeterminado. Por outro lado, por vezes é-se obrigado a permanecer numa dada posição por algum tempo: antes deatacar, durante a noite, numa posição defensiva, etc.Seja qual for a razão, o COMBATENTE deve ter sempre a preocupação da sua PROTEÇÃO CONTRA OS FOGOSE GRANADAS do In através da judiciosa escolha e utilização daquilo a que, genericamente, se chama ABRIGOS,naturais ou artificiais, valas, taludes, aterros, dobras do terreno, crateras, troncos de árvores, muros, montes de terra,etc. – são as MEDIDAS PASSIVAS.

Fig. 1

a) Proteção contra os fogos diretos e efeitos das armas de tiro tenso

1) O COMBATENTE deve ter sempre bem presente que não pode permanecer em terreno descoberto, aPEQUENAS E MÉDIAS DISTÂNCIAS DO In, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, vir a ser posto fora decombate.

Fig.2

Para se abrigar às PEQUENAS E MÉDIAS DISTÂNCIAS, em que as trajetórias dos projéteis são tensas erasantes (1 m acima do solo).

Fig.3

o COMBATENTE deve colocar-se com o corpo perpendicular ao obstáculo ou talude, de pequena altura, quelhe serve de abrigo.

Fig.4

ou, do mesmo modo e bem junto a ele, no caso de se tratar de um talude profundo.

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Fig. 5

Mas, para se proteger do fogo a GRANDES DISTÂNCIAS, em que as trajetórias são mais curvas e osprojéteis mergulham por detrás dos abrigos.

TIRO MERGULHANTE

Fig. 6

Então o COMBATENTE deve colocar-se no talude para ficar protegido

Fig. 7

2) Ao abrigar-se, o COMBATENTE deve ter presente a ESPESSURA MÍNIMA dos obstáculos para que confiramproteção efetiva contra os projéteis das armas ligeiras de tiro tenso; se o não fizer, corre o risco de ser na mesmaatingido, eventualmente até com maior gravidade.Assim, deve reter os seguintes VALORES MÉDIOS que conferem proteção assegurada:

vegetal : 1,5m (1 x ½ o comprimento da arma)- Terra argilosa: 1 m (1 x o comprimento da arma)

arenosa: 0,5m (1/2 x o comprimento da arma)- Árvore (diâmetro): 0,6 m (1 x o comprimento da linha de mira)- Madeira de pinho: 1 m (1 x o comprimento da arma)- Tijolo/pedra solta: 0,3 m (2 x a altura do carregador)- Muro de alvenaria: 0,15m (1 x a altura do carregador)- Aço: 1,5 cm (largura da falangeta do dedo indicador aprox.).

Obs.: O comprimento da Espingarda Automática G3 é de 1,02m; o carregador tem de altura 15 cm,aproximadamente.

3) Do mesmo modo, ao abrigar-se, o COMBATENTE deve ter em atenção o comportamento dos projéteis dasarmas ligeiras ao embaterem nos obstáculos muito resistentes à penetração: ou RICOCHETEIAM ouPULVERIZAM-SE.No 1º caso, vão originar outras trajetórias imprevistas. No 2º caso, projetando pequenos estilhaços fundentesque podem provocar queimaduras graves.Quando o COMBATENTE escolhe uma posição deve:

(a) evitar faze-lo perto de obstáculos que possam originar ricochetes ou a fusão dos projéteis (zonas rochosasou pedregosas);

(b) evitar a utilização de abrigos que tenham muros ou taludes de terra dura na retaguarda;

(c) cobrir ou forrar os corpos duros (pedras, paredes, muros, etc) com terra solta, ervas, sacos de terra, mochilas,etc., na impossibilidades de se afastar deles.

b) Proteção contra os efeitos das granadas de mão

1) Em terreno descoberto (Situação de Ataque)

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A granada rebenta, regra geral, no solo, produzindo estilhaços rasantes ao terreno em todas as direções(FOIÇADA). É a forma de rebentamento mais perigosa contra pessoal, em terreno plano e não preparado.O COMBATENTE, para se proteger deve, no mínimo, deitar-se atrás duma dobra de terreno para escapar aosestilhaços.

Fig. 8Se tiver de permanecer algum tempo no terreno batido, deve melhorar, o mais depressa possível, a suaproteção, cavando um abrigo, que irá aprofundando até lhe dar a forma de ninho para atirador.

Fig. 9

2) Em terreno coberto (Situação de Defesa)No caso de uma permanência prolongada na posição, a proteção deve ser necessariamente melhoradacobrindo o abrigo com, pelo menos, 10 cm de troncos de árvores e outros 10 cm de terra.

Fig. 10ou, se o terreno for duro, construir então um abrigo enterrado.

Fig. 11

c) Proteção contra os efeitos das granadas de morteiro e artilhariaA artilharia tem boas possibilidades de tiro por cima de obstáculos próximos, intermédios e afastados; para osmorteiros essas possibilidades de tiro são acrescidas, ou mesmo quase ilimitadas.As granadas de artilharia, normalmente, têm uma trajetória de ângulo relativamente pequeno (tiro mergulhante),enquanto as de morteiro, pelo contrário, produzem trajetórias de ângulo elevado (tiro vertical).Para qualquer dos casos costuma-se vulgarmente designar as suas trajetórias de “curvas, caindo as granadas de cima”.

MORTEIROS – ARTILHARIA TIRO DE ARTILHARIA VERTICAL

Fig. 12 Fig. 13

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TIRO DE MORTEIRO NORMAL

Fig. 14

1) Em terreno descoberto (Situações de defesa)Sob o efeito dos fogos de artilharia ou morteiro, o COMBATENTE deve deitar-se de imediato no solo,procurando utilizar as mais ligeiras dobras do terreno (ver Fig. 8). Mas se aí tiver de permanecer algumtempo, continuando a zona a ser batida, deve então melhorar, o mais depressa possível, a sua proteção,cavando um abrigo, que irá aprofundando até lhe dar a forma de ninho para atirador (ver Fig. 9).Pela experiência adquirida em campanha, em guerras anteriores, sabe-se que, por regra, não caem duasgranadas no mesmo ponto. Por isso, as crateras de granadas devem ser utilizadas pelos combatentes, comoabrigo, quando tenham de permanecer sob o fogo de armas de tiro curvo.

Fig. 15

2) Em terreno coberto (Situações de ataque)Da mesma forma que para as granadas de mão (com maior justificação, obviamente), se a permanência naposição for prolongada, a proteção deve ser melhorada cobrindo o abrigo com, pelo menos 20 cm de troncosde árvores e outros de terra (Ver Fig. 10 e 11).

d) Proteção contra os efeitos dos fogos de meios aéreos

1) No Ataque (terrenos descobertos)Nesta situação a organização do terreno é sempre, em princípio, muito sumária (apenas em pequenos altospara efeitos de coordenação das tropas), não indo além do aproveitamento e/ou melhoria das dobras e taludesnaturais oferecidos pelo terreno (Ver Fig. 8 e da construção de abrigos para atirador deitado.Assim, quando os aviões bombardeiam e metralham em voo horizontal ou a picar (as bombas rebentam nosolo e os estilhaços rasam o terreno em todas as direções – FOIÇADA), o combatente DEVE:- proteger numa dobra de terreno, num talude, atrás de um muro ou num abrigo (se já está construído);- proteger a cabeça com os braços ou, melhor, com o impermeável, saco ou mochila.

Fig. 16

2) Na Defesa (terrenos cobertos)Nesta situação os abrigos devem ser enterrados e cobertos com, pelo menos, 20 cm de troncos de árvores eoutros 20 cm de terra (Ver Fig. 10 e 11). Mas se as comunicações entre eles não forem cobertas, devem serestreitas e profundas.

Fig. 17

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129. INSTALAR-SE SEM PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAViu-se na Ficha de Instrução Individual anterior, TIC (00) – 02-02 como o COMBATENTE se deve PROTEGER dosfogos e efeitos das granadas In. Mas em combate não chega, apenas, estar-se protegido: é preciso tambémOBSERVAR, para localizar os combatentes e os meios do In, e FAZER FOGO sobre eles para os eliminar e destruir.Se o COMBATENTE se encontrar numa posição que satisfaz a estas três condições diz-se então que estáINSTALADO. Uma boa instalação (posição) é portanto aquela que permite PROTECÇÃO (das visitas e dos fogosIn), OBSERVAÇÃO e FAZER FOGO sobre o In.

a) Instalação em terreno não preparadoNeste caso o COMBATENTE aproveita, sempre que possível, os acidentes de terreno (ondulações ligeiras, valas,covas, taludes, rochas, troncos de árvores, etc.)

Fig. 1 Fig. 2

E tudo o que nele exista que dê proteção, das vistas e fogos, permita observar e fazer fogo, proporcionando relativacomodidade.

Fig. 7

(c)

Fig.4

Fig. 3

Fig. 4

Fig. 5

Fig. 6

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1) Regras gerais a ter na instalaçãoO COMBATENTE quando se INSTALA deve:

(a) Fazê-lo sem ser visto (Fig. 1 – posição de A para 3);

(b) Observar e disparar sempre pelos lados das máscaras ou abrigos (Fig. 7, A-B-D-E-F);

(c) Observar e disparar, sempre que possível, na posição de deitado (Fig. 7, A-B-D-E-F);

2) O COMBATENTE descansa mais, oculta-se e atira mais facilmente quando

(a) Observar e disparar pelo lado direito/esquerdo (consoante o atirador é direito/esquerdo) de modo a expor-seo menos possível ao fogo In (Fig. 7, A-B-D-E-F);

(b) Não se projetar no horizonte;

(c) Evitar movimentos desnecessários, quando instalado;

(d) Evitar que a espingarda ou capacete se salientem da máscara ou abrigo (a posição avançada/saliente dequalquer daqueles em relação a estes atrair a atenção do In devido ás suas formas características);

(e) Evitar os locais mais característicos do terreno, e que dele se destaquem (uma grande pedra situada emterreno sem vegetação, um monte de terra no meio de uma planície, árvore isolada, etc.; é que osobservadores In podem servir-se deles como “pontos de referência”!).

3) Cuidados especiais a ter na instalação

(a) Taludes, fossas, cristais e murosEvitar destacar-se acima da crista ou talude:- aproveitar uma máscara, uma chanfradura ou um buraco para diminuir a exposição da cabeça;

(b) Montes de pedras ou terraEvitar tornar-se saliente acima do abrigo:- observar por um interstício (fenda) das pedras ou pelo lado direito/esquerdo dos montes de terra;

(c) Sebes, moitas, orlas ou culturasNão afastar a folhagem ou ramos nem os agitar: - observar pelos seus intervalos e rente ao solo quantopossível;

(d) Terreno totalmente descobertoColar o corpo ao chão e deitar a cabeça de lado, de modo a expô-lo o menos possível.

EM CONCLUSÃO, A REGRA É:EXPOR O CORPO O MÍNIMO POSSÍVEL

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130. INSTALAR-SE COM PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAÉ princípio assente que, para se furtar aos fogos In, o COMBATENTE deve INSTALAR-SE em posições queconfiram a máxima proteção.Em situações de ataque ele servir-se-á, regras geral, da proteção natural oferecida pelo terreno para se INSTALAR:taludes, dobras de terreno, muros, valas, covas, etc.; e, se aí tiver que permanecer algum tempo, então devê-lo-ámelhorar construindo uma posição de tiro sumária (improvisada), com a sua ferramenta portátil individual.Mas, em situações de defesa, onde a permanência nas posições é normalmente prolongada, as tropas terão que“organizar o terreno”, isto é, construir abrigos enterrados e comunicações entre eles, segundo uma técnicadeterminada, de modo a conferir-lhe uma proteção mais eficaz e a facilitar as ações de defesa, mediante orientaçõesfornecidas pelos seus comandantes diretos.A principal “posição de tiro” é para dois homens (vulgarmente conhecida por “ninho de atiradores” para doishomens), embora agora se vá tratar apenas da construção do abrigo individual até o transformar numa posição de tirocompleta. Porém, sabendo construir este abrigo e adotando todos os procedimentos recomendados para a suaconstrução, saber-se-á construir qualquer outra posição de tiro: coletiva, espaldão, etc., incluindo as trincheiras deligação entre as posições.

a) Instalação no terreno com preparação da posiçãoCONSTRUÇÃO DO ABRIGO INDIVIDUALDepois de o comandante de secção ter fixado o local de construção da posição e o sector de tiro, o COMBATENTEdeve indiciar imediatamente os seus trabalhos, uma vez que o In pode atacar em qualquer momento, em obediência àseguinte sequência (fases) de construção:

1) Preparação sumária da posiçãoDesembaraçar parcialmente o sector de tiro até aos 50 m aproximadamente.

Fig.1

Sector de tiro antes de ser limpoEscavar o terreno até obter um mínimo de proteção, e donde possa observar e fazer fogo.

Fig. 2

Retirar e camuflar o excesso de terra removida de modo a que não possa ser visto por observadores Interrestres ou aéreos, se o abrigo for construído atrás de um obstáculo natural (ou utilizá-la na preparação doparapeito, no caso contrário).

Fig. 3

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2) Escavação do abrigoPreparada sumariamente a posição, o COMBATENTE deve:Aprofundar o abrigo, tomando como dimensões à superfície as seguintes referências.

Fig. 4A esta profundidade

Fig. 5

A PROFUNDIDADE DO BURACO DEVE SER ATÉ Às AXILASAproveitar a terra que vai escavando para a construção do parapeito (se não dispuser de proteção natural); nocaso contrário, removê-la e camuflá-la.

3) Construção da proteção frontal (Parapeito)A proteção frontal entre o COMBATENTE e o In é o mais importante do abrigo, pelo que a sua preparaçãodeve revestir-se de particular acuidade, nomeadamente quanto à consideração do tipo de terreno econsequentes dimensões a adotar.Ao preparar o parapeito o COMBATENTE deve:- tomar como referencial, para o seu comprimento e largura o comprimento da espingarda;- incliná-lo para a frente, até se confundir com o chão;- alteá-la suficientemente para proteger a cabeça (quando fizer fogo);- deixar uma berma para apoio dos cotovelos, atrás dele, de largura aproximadamente igual à de um capaceteou sabre.

Fig. 6

Dar uma inclinação aos lados do parapeito na ordem dos 45º, aproximadamente (podendo variar com o sectorde tiro e com o terreno).

Fig. 7

Nota: Os lados do parapeito escondem o clarão do disparo da arma

Note-se que o parapeito foi concebido para reduzir a vulnerabilidade do COMBATENTE e dar-lhe, ao mesmotempo, melhores posições de combate e a possibilidade de um melhor cruzamento de fogos com os outroscombatentes.Acresce que a experiência provou que o parapeito:Aumenta a proteção frontal quanto aos fogos diretos;Ajuda a ocultação do abrigo e a do seu ocupante, se a posição for camuflada, tornando a sua deteção pelo Inmais difícil;Torna menos visível a chama à boca da arma pelo InContribui para que os defensores se sintam mais protegidos e confiantes;Permite bater o In de flanco;Faz o atacante sentir-se mais vulnerável e menos confiante.

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CONCLUSÃO: Com o parapeito frontal podem ser provocadas mais baixas, a uma força In atacante, comum menor emprego das forças da nossa parte.

4) Completar o desembaraço do sector de tiroSETOR DE TIRO é uma zona de terreno, perfeitamente determinada por referências fixas, cuja defesa é daresponsabilidade do COMBATENTE.Dentro deste sector, ao local de mais provável acesso para o In e sobre o qual deve incidir a especial atençãodo COMBATENTE, chama-se DIREÇÃO PRINCIPAL DE TIRO

Fig. 8

Desembaraçado principalmente o sector, deve continuá-lo do seguinte modo:Desembaraçar o sector de tudo o que possa impedir a completa observação e o pleno emprego da arma até aoseu alcance prático (400 m), mas apenas o que for absolutamente necessário, de modo a não prejudicar acamuflagem natural da posição;Verificar se o tiro pode ser feito com eficiência; no caso contrário remover o indispensável de modo a nãoprejudicar a linha de mira;Tornar a área do sector o mais natural possível, camuflando os indícios que o In possa detetar.

Fig. 9

(Sector de tiro indicado na Fig. 1 desembaraçado corretamente)Remover os ramos das árvores ou outras obstruções aéreas que possam interferir ou dificultar o lançamento degranadas.

5) Conclusão da camuflagem do abrigoCorrigir todos os defeitos até que tudo fique devidamente protegido das vistas terrestres.

NB: Não esquecer de substituir a folhagem sempre que comece a murchar, por outra viçosa.

Proteger o abrigo das vistas aéreas com uma rede de camuflagem ou com um tapete expedito de ramosentrelaçados de modo a confundir a posição com o fundo em que está inserida.

Fig. 10

6) Construção da proteção superiorO parapeito e o próprio abrigo conferem alguma proteção contra os estilhaços das granadas, mas deverá serconstruída uma cobertura superior para proteção contra os rebentamentos no ar, e que permita aoCOMBATENTE disparar por baixo dela.A maneira de a construir depende do material que houver disponível, mas, regra geral, o mais utilizado é o“suporte improvisado com barrotes”, pranchas ou bocados de madeira, por ser do que mais facilmente se podedeitar mão no campo de batalha.

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Para construir uma proteção superior do abrigo o COMBATENTE deve:Marcar uma área perpendicular ao abrigo e suficientemente ampla para lá caberem os troncos ou barrotes queirão suportar a cobertura (de cerca de 30 cm para cada lado do abrigo);Retirar as leivas da camada superior do terreno 8que irão servir para a camuflagem);Escavar a área demarcada até uma profundidade de cerca de 50 cm;Aplicar na área escavada o material que vai ser utilizado como suporte do material de cobertura: troncos,barrotes, pranchas de madeira, etc.

Fig. 11Aterrar a cobertura.Camuflar a cobertura, com as leivas retiradas em (b), de modo a que o terreno pareça natural.

Fig. 12

Fazer um compartimento tipo “caverna”, sob a cobertura;

Fig. 13

O ABRIGO INDIVIDUAL ficará, assim, completo, e em condições de o combatente tirar dele o melhorrendimento.

Fig. 14

(cobertura superior, lateral – outra alternativa)

7) Melhoramento da posiçãoComo já se disse anteriormente, o COMBATENTE pode ter de permanecer na posição que construiu por umperíodo de tempo muito longo. Convém, pois, que esse abrigo lhe confira não só as melhores condições decombate mas também a comodidade possível, o que conseguirá por meio dos seguintes trabalhoscomplementares:DrenagemInclinar o chão do abrigo ligeiramente em direção ao centro;Fazer uma pequena vala no meio ligeiramente inclinada para a parede frontal.

Fig. 15Apoio de cotovelosConfere comodidade, estabiliza os braços, faz diminuir a silhueta, além de permitir uma rápida entrada emação.Marcar os pontos de apoio dos cotovelos quando se aponta com a arma segundo a Direção Principal de Tiro(DPT);

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Escavar ligeiramente nesses pontos de apoio até se obterem duas pequenas covas

Fig. 16Fossas para granadasSe o In conseguir aproximar-se da posição COMBATENTE (posição de assalto), irá fazer, doutrinariamente,uso de granadas em ordem á sua concretização e será possível que alguma delas consiga penetrar,eventualmente, no abrigo.Para se “livrar” delas (ou minimizar os seus efeitos), o COMBATENTE deve:Cavar um buraco, no fundo e na parede frontal do abrigo, com uma:- inclinação de 45º aproximadamente,- largura igual à da lâmina de pá,- profundidade tanta quanto possível.Alargar, se necessário, o sulco cavado no fundo do abrigo tendo em vista facilitar o encaminhamento eentrada na fossa das granadas para aí pontapeadas.

Fig. 17EstacasPara evitar que os tiros acidentais atinjam as posições vizinhas, o COMBATENTE deve:Delimitar o sector de tiro da posição com estacas.

Fig. 19

Para referenciar a DTP (V. Fig. 8), cravar igualmente estacas no solo de modo a que possa fazer pontariasegundo essa direção (particularmente importante para o tiro noturno).

NOTA: Ao colocar as estacas o COMBATENTE terá muito cuidado para não destruir a camuflagem nemdenunciar a posição.

RevestimentosSão apoios colocados sobre as paredes duma posição de tiro para evitar desmoronamentos, sobretudo quandoessas posições são cavadas em solo pouco consistente ou molhado.Qualquer material capaz de escorar as paredes do abrigo pode ser usado como REVESTIMENTO, contandoque permaneça devidamente escorado: tábuas, barrotes, tapetes expeditos de ramos entrelaçados, etc..Para efetuar o REVESTIMENTO do abrigo o COMBATENTE deve:

Cravar no fundo as âncoras (estacas), a intervalos regulares junto às paredes;Colocar as tábuas ou barrotes, empilhados, entre as âncoras e as paredes; se utilizar ramos, entrelaçá-los nasâncoras como mostra a Fig. 20.

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Com cabos, de comprimento aproximadamente iguais, amarrar uma das extremidades às âncoras e outras àsestacas:Cravar as estacas completamente no solo (para não se confundirem com as estacas de pontaria oulimitadoras).e com os cabos completamente tensos

Fig. 20

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131. PROGREDIR NO TERRENO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAA técnica de progressão a adotar pelo COMBATENTE depende da situação em que ele se encontrar, isto é, daprobabilidade de contacto com o In. Esta pode ser de:- CONTACTO IMPROVÁVEL, por se saber (ou supor) que o In se encontra a grandes distâncias;- CONTACTO PROVÁVEL, por se saber (ou considerar) a localização do In a distâncias próximas, ou então por seencontrar indícios/vestígios da sua presença recente;- CONTACTO IMINENTE, pela certeza da grande proximidade a que o In se encontra, pelo que o contacto podeocorrer a qualquer momento.Estabelecido o contacto com o In, este passou a ser então EFECTIVO, impondo ao COMBATENTE que faça aprogressão por um itinerário desenfiado e/ou por lanços, (de posição para posição abrigadas), na direção do In, comestreita observância das técnicas que a seguir se mencionam para cada caso.Na atual fase de instrução, orientada para a preparação técnica individual do COMBATENTE, interessa apenasconsiderar a progressão em situações de contacto iminente ou após estabelecido o contacto, porque as duas primeiras,pelas suas características, não exigem técnicas especiais da parte do COMBATENTE.

a) Progressão por um itinerário desenfiadoDe dia/noiteUm itinerário diz-se desenfiado se oferecer ao COMBATENTE proteção eficaz das vistas e/ou dos fogosrelativamente às posições In.Essa proteção pode ser conseguida “de pé” (marcha ou corrida, se o “desenfiamento” o permitir), “de gatas” ou a“rastejar”, consoante o consentir a cobertura e/ou proteção, a visibilidade e a velocidade necessária.

1) De péUtiliza-se se o itinerário oferecer a suficiente cobertura e/ou proteção e o fator tempo for muito importante.

Fig. 1

Não obstante, a progressão deve ser cautelosa, já que o In concentrará a sua atenção especialmente nos pontosou zonas do itinerário mais fraco, relativamente àqueles aspetos.Por isso, o COMBATENTE deve:

(a) Antes de iniciar a progressãoExaminar com cuidado o itinerário que pretende percorrer, colocar a si próprio as seguintes interrogações edar-lhes as devidas respostas.É o itinerário suficientemente desenfiado, em toda a sua extensão, para ocultar o deslocamento? Se não, quezonas podem ser enfiadas pelo In?Está o itinerário protegido dos fogos ou somente das vistas In?

(b) Durante a progressãoSem exigências de silêncio ou com a surpresa quebradaFazê-lo com o máximo de atenção e cuidado.Atentar nas mudanças de direções.Observar as diferentes alturas de desenfiamento, face á posição efetiva ou provável do In, com vista áadoção da técnica de progressão apropriada (de gatas ou a rastejar).Parar (abrigado) a observar atentamente o terreno antes de entrar em zonas suspeitas.Na transposição de zonas perigosas (abertas e/ou descobertas), passíveis de serem batidas pelo fogo In, nãoutilizar o caminho direto.

Fig. 2

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Utilizar aquele que oferecer melhor ocultação (desenfiamento), mesmo que seja mais extenso.

Fig. 3

Ao atravessar uma estrada, escolher um ponto onde possa fazê-lo a coberto, efetuando o deslocamentorápida e cuidadosamente: atravessá-la de preferência numa curva ou por uma passagem subterrânea.Evitar passar em locais onde a silhueta se recorte facilmente (particularmente de noite).

Fig. 4

Nas zonas desenfiadas anular a observação e/ou potenciais ações de fogo In, sempre que necessário, atravésde:- ações de fogo;- cortina de fumo.Com exigências de silêncio ou sem a surpresa quebrada (Particularmente importante de noite)É uma técnica de progressão muito fatigante que exige ao COMBATENTE grande paciência.Para a executar corretamente, o COMBATENTE deve:Transportar a arma ao nível da cintura, paralela ao chão, perpendicular ao plano do corpo, sempre apontadapara onde está a olhar e pronta a ser metida á cara em qualquer momento, e dedo indicador deve sercolocado ao longo do guarda-mato;Caminhar segura e solidamente, mantendo o peso do corpo sobre um pé, enquanto dá um passo com o outro,levantar bem alto a perna que movimenta, para evitar bater em arbustos ou ervas que provocariam ruídos;Com o peso sobre o pé de trás, tatear o terreno com a biqueira do pé da frente, procurando um lugar nãoruidoso e sólido, para o apoiar.

Fig. 5Baixar o calcanhar depois de esse lugar ter sido encontrado: mudar o peso do corpo e o equilíbrio para aperna da frente e continuar (os passos devem ser pequenos para não perder o equilíbrio);Reduzir a silhueta, progredindo em marcha fletida (joelhos ligeiramente dobrados com o corpo inclinado áfrente) se o terreno não conferir proteção “de pé”.

2) De gatasUtiliza-se se o itinerário não oferecer a suficiente cobertura e/ou proteção para progredir “de pé” ou em“marcha fletida”.Para a executar convenientemente o COMBATENTE deve:Distribuir o peso do corpo pelos joelhos e mãos;Avançar, ora o joelho esquerdo e a mão direita, ora o joelho direito e a mão esquerda;Transportar a arma na mão direita (ou esquerda, se o COMBATENTE for esquerdo) apoiada no chão com ajanela de ejeção para cima.

Fig. 6

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Ou então segura pelo guarda-mão e com a coronha entalada no sovaco (neste caso apoiar no terreno apenas amão esquerda/direita)

Fig. 7

3) A rastejarAs técnicas de rastejar são perigosas para o COMBATENTE, pelo que este só as deve utilizar nas seguintessituações:A distâncias superiores a 800 mPara transpor, sem atrair a atenção, uma zona particularmente referenciada pelo In, desde que o terreno sejacoberto de vegetação rasteira; ouDesde que o In só disponha de observação rasante sobre ela.A pequenas distânciasSe houver grandes possibilidades de êxito, resultante do facto de o terreno ser coberto ou o desenfiamentosuficiente (nunca inferior a 30 cm) nas proximidades das posições In.A técnica de progressão a RASTEJAR pode revestir três modalidades (conforme a cobertura e/ou proteçãoconferida pelo terreno, a visibilidade e velocidade necessária) a saber:

(a) RASTEJAR VENTRAL, COLADO AO SOLOUtiliza-se em qualquer das situações anteriores desde que a cobertura e/ou proteção ronde, pelo menos,os 30 cm e seja boa a visibilidade. Por a sua execução ser ruidosa, ás pequenas distâncias oCOMBATENTE deve rastejar lenta e pacientemente de modo a fazê-lo o mais silenciosamente possível.Para RASTEJAR (ventral) convenientemente o COMBATENTE deve:Colar o corpo o mais possível ao terreno, segundo a espingarda pela bandoleira, junto ao zarelhosuperior, por forma a que se apoie no antebraço, com a coronha assente no chão, (a boca da arma deveficar fora do contacto com o terreno).

Fig. 8Estender os braços à frente e dobrar a perna direita

Fig. 9Em seguida, com o auxílio dos braços e dessa perna, deslocará o corpo para a frente, repetindo asmesmas ações para continuar o movimento;Mudar de perna, frequentemente, para evitar a fadiga.

Fig. 10

(b) RASTEJAR VENTRAL, NÃO COLADO AO SOLOTambém se utiliza, igualmente; às grandes e pequenas distâncias do In, desde que o terreno ofereça essapossibilidade, isto é, o itinerário tenha cobertura e/ou proteção próxima dos 50 cm, a visibilidade sejarazoável (seja necessária alguma velocidade).Para utilizar convenientemente esta técnica o COMBATENTE deve:Levantar um pouco o corpo, por forma a ficar apenas apoiado nos antebraços, nos joelhos e nos pés:Cruzar a espingarda á frente do corpo, assentando-a sobre os antebraços e conservando a boca do canolevantada.

Fig. 11

(joelhos bem recuados para que as nádegas fiquem baixas)Avançar alternadamente o cotovelo direito e o joelho esquerdo e vice-versa, para se deslocar.

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(c) RASTEJAR LATERALDo mesmo modo aplicável perto ou longe do In, tem como principal condicionamento a altura dacobertura e/ou desenfiamento, já que exige que seja maior que a anterior. É a melhor maneira de receberobjetos pesados quando não existe outra possibilidade.Para o fazer convenientemente o COMBATENTE deve:Avançar a perna direita/esquerda, dobrando-a pelo joelho;Apoiar o antebraço esquerdo/direito no chão e fixar o calcanhar direito/esquerdo no terreno, o maispróximo possível do corpo, por forma a poder dar impulso.

Fig. 12

Esticar a perna direita/esquerda, fazendo avançar o corpo sem mudar a posição da perna esquerda/direita,para se movimentar;Segurar a arma com a mão direita/esquerda, apoiada na coxa esquerda/direita.

b) Progressão por lançosDe diaSempre que o COMBATENTE tem de atravessar uma área descoberta, exposta á observação e fogos diretos In, devefazê-lo em corrida, ziguezagueando, e por lanços de abrigo em abrigo.Naquelas condições os LANÇOS não podem ser longos, isto é, devem ser tanto mais curtos quanto mais apertada fora vigilância In:Cerca de 40 passos (15 Seg.), se o In não está vigilante, pois é o tempo que ele demora a reagir se detetar oCOMBATENTE (observar, apontar e disparar):Entre 5 e 7 passos (3 Seg.), se o In está vigilante, pois é o tempo que ele necessita para fazer fogo ajustado.Todavia, se o COMBATENTE tiver de atravessar uma zona mais extensa, ao chegar ao 5º/7º passo deve deitar-se,rolar energicamente para a direita ou esquerda, e arrancar de imediato e sem hesitações para finalizar o lanço numabrigo.LANÇO é sempre um ato vital para o COMBATENTE, pelo que a sua realização exige reflexão na PREPARAÇÃO eproficiência na EXECUÇÃO.

1) Preparação do lançoAntes de o COMBATENTE iniciar o LANÇO deve responder ás seguintes perguntas:

(a) Para onde vou?(Escolha precisa de uma nova posição a atingir, que garanta proteção das vistas e dos fogos In)

(b) Por onde vou?(Escolha do itinerário a utilizar que, tanto quanto possível, deve ser o mais curto e desenfiado das vistase dos fogos diretos do In).

(c) Como vou?(Decisão sobre a técnica de progressão a adotar, que deve ser de execução rápida, conforme odesenfiamento conferido pelo terreno e a urgência de atingir determinado ponto: de pé, de gatas, arastejar ou em corrida).

(d) Quando vou?(Escolha do momento mais favorável para o início do deslocamento: In a ser batido pelo fogo das NT,aproveitamento de uma cortina de fumos, etc.)Além de, antes de iniciar o deslocamento, deve ajustar o equipamento (por forma a não ser por eleprejudicado no LANÇO) e evitar denunciar a saída (não levantar a cabeça e/ou a espingarda, etc.).

2) Execução do lanço

(a) PartidaEscolhida a nova posição a atingir, o COMBATENTE deve:Agarrar na arma à frente do carregador e juntar os braços ao corpo; os cotovelos assentes no chão eambas as mãos perto dos ombros;Puxar a perna direita/esquerda para a frente (a ponta do pé deve firmar-se em terreno sólido).

Fig. 13

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Levantar o corpo e esticar os braços num só movimento e, de um salto, sair com pé esquerdo/direito.

Fig. 14Iniciar a corrida, ao mesmo tempo que lança a arma para a frente de forma a ficar empunhada.

Fig. 15

NB: Em caso algum o COMBATENTE deve, ao iniciar o movimento, sair pela frente da posição queocupa.

(b) Durante o lançoContinuar a corrida, em ziguezague, com o corpo ligeiramente curvado, a cabeça levantada, e pelocaminho mais desenfiado: a arma ao nível da anca, paralela ao solo e perpendicular à linha dos ombros,mantendo-a constantemente apontada na direção de progressão (permite utilizá-la, se necessário, no maiscurto espaço de tempo).

(c) Final do lançoAo atingir a nova posição o COMBATENTE deve:Assentar os dois pés simultaneamente no chão

Fig. 17Cair sobre os joelhos e deitar o corpo para a frente, amortecendo o choque com o bico superior dacoronha da arma.

Fig. 18

NB: Na queda o COMBATENTE deve:

Ter preocupação de lançar a coronha da arma para a frente, estendendo bem o braço direito/esquerdopara que, na ação de deitar, não bata com o queixo na alça ou na coronha, e para que a arma fique desdelogo, na posição de tiro;Evitar bater com a arma no abrigo ou máscara, pelo que prepara a queda cerca de 4 passos antes daposição que vai ocupar.Com o corpo bem colocado ao terreno, assentar a coronha da arma no ombro e tomar a posição de tirodeitado.

Fig. 19Uma vez na posição, observar de imediato o terreno circundante e respeitar as normas descritas para ainstalação em terreno não preparado.

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Fig. 16

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CAPITULO 7SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA132. MEDIDAS SANITÁRIAS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAA HIGIENE MILITAR preocupa-se com a profilaxia das doenças nos exércitos, e, tem por fim e preservação dasaúde.As medidas de higiene que se tomam em tempo de paz devem ser reforçadas em campanha de modo a superar assituações criadas pela primitividade do meio ambiente em que os homens são obrigados a viver.A maioria das doenças que surgem nos exércitos podem ser evitadas pela aplicação correta e constante de algumasmedidas sanitárias, fáceis de aplicar, desde que respeitada uma rígida disciplina em relação à sua aplicação etransformadas em normas de rotina.Todo o militar deve conhecer e executar regularmente hábitos de higiene essenciais face à manutenção da sua saúdee, indiretamente, da dos seus camaradas.Os princípios sanitários básicos, a aplicar, destinam-se, uns a reforçar a resistência natural do organismo à doença, osoutros a impedir ou enfraquecer o ataque dos diversos agentes produtores de doença.No meio militar as doenças mais frequentes são geralmente devidas a condições desfavoráveis do meio ambiente(atmosféricas, alojamento, fardamento) e á invasão do organismo humano por microrganismos vivos.Estas são as doenças infecto-contagiosas.As doenças infecto-contagiosas são transmissíveis de um ser humano para outro por microrganismos vivos chamados“germes”. Cada “gérmen” provoca uma doença diferente. Muitos destes seres não são visíveis à vista desarmada epodem provocar doenças por si próprios ou através de produtos tóxicos por eles produzidos: TOXINAS.A gravidade da doença é função da virulência dos “germes” e da resistência que o homem pode oferecer àquele: é aImunidade, que pode ou não ser específica.As doenças infecto-contagiosas podem ser transmitidas dos indivíduos doentes para os indivíduos sãos. Quando sãoatingidos um grande número de indivíduos trata-se de uma Epidemia.

a) Fatores interventores na propagação das doenças infecto-contagiosas

1) “Reservatório de doença”Pode ser um homem ou animal doente. Nalguns casos pode ser um HUMANO portador dos “germes” dedoença sem apresentar sinais/sintomas daquela.O homem é a principal origem de doenças contagiosas que atacam a espécie humana.

2) “Meio de transmissão”É a via propagadora dos “germes”. São exemplos: o ar, a água, os alimentos, os insetos, os objetos de usopessoal, o contacto humano, etc.

3) “Indivíduo suscetível” (de ser atacado)Quando o grau de resistência ou imunidade em relação a determinado vírus é baixo ou nulo no indivíduo.Os “germes” da doença podem atingir os “indivíduos suscetíveis” através das seguintes vias:

(a) superfície cutânea;

(b) boca e fossas nasais;

(c) mucosas:

- genital;- ocular;- anal.

Diz-se que o indivíduo é imune quando tem capacidade para neutralizar o microrganismo infetante, nãohavendo manifestação de doença.A imunidade é específica para cada doença em particular e pode ser adquirida por infeção prévia ou pelavacinação.A sua duração é variável.

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b) Medidas preventivas

1) As medidas preventivas utilizáveis são dirigidas aos três elos da “Cadeia de Transmissão”, já referidas, edestinam-se a:- controlar a origem;- controlar os Meios de Transmissão;- proteger os suscetíveis.Todos os militares devem estar vacinados, logo imunizados contra determinados “germes”, assim ficandoportadores de defesas contra posteriores ataques do microrganismo (da doença) em questão.

2) A preparação física, uma alimentação qualitativa e quantitativamente suficiente e variada, 7 a 8 horas de sonodiário, boa proteção contra os agentes atmosféricas, são condições que contribuem para aumentar a resistência doorganismo às infeções.

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133. HIGIENE INDIVIDUAL

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) É dever de todo o militar procurar manter-se nas melhores condições físicas e morais. Por isso se exige a todo omilitar que recorra ao Posto de Socorros da sua unidade quando se sentir doente, a fim de ser tratado e recuperadopara o serviço e evitar tornar-se em “reservatório de doença” ou “fonte de doença”.

b) Medidas de Higiene Individual

1) Cuidados a ter com a peleA pele é a barreira que separa o organismo humano do meio ambiente que o rodeia.É fundamental a sua limpeza e asseio. Interessa remover a secreção cutânea, poeiras e germes a ela aderentes,evitando a obstrução dos poros da pele, permitindo assim que este cumpra com eficiência o papel de evitar aentrada de microrganismos nocivos para o interior do corpo humano e a sua colaboração na oxigenação dostecidos e manutenção da temperatura corporal.São essenciais os banhos de limpeza ou, se houver limitações ao consumo de água, lavagens parciais e o usode roupa lavada.A roupa interior, por estar mais diretamente em contacto com a pele deve ser mudada com frequência esubstituída por roupa lavada. Na impossibilidade de a lavar, deverá ser arejada e exposta à incidência dosraios solares por períodos de 2 horas.

2) Cuidado com as mãosDevem ser frequentemente lavadas com água e sabão.Em situações de racionamento de água, lavá-las antes das refeições e após utilização das latrinas.Manter as unhas cortadas e limpas com os bordos seguindo o contorno da extremidade distal dos dedos.

3) Cuidado com os pésOs cuidados a ter com estes componentes do corpo humano são muito importantes já que com frequência severificam marchas prolongadas no desempenho das várias missões atribuídas aos militares.Nos pés, as lesões mais frequentes são calosidades, flitenas (bolhas de água), unhas encravadas e micoses (péde atleta).Para evitar as calosidades e flitenas, as botas não devem ser demasiado largas nem apertadas. Devem,frequentemente, ser amaciadas com sebo ou graxa. As meias devem ser grossas e macias, tipo “meia deenchimento”. Devem ser substituídas por meias lavadas, com frequência e sempre após qualquer marcha.Para evitar as “unhas encravadas”, cortá-las, fazendo uma tangente perpendicular a uma linha longitudinal aolongo dos dedos que passe pelo meio do dedo em questão. O bordo da unha deve ficar retilíneo.As flitenas, por serem muito dolorosas, são muito incapacitantes em relação à marcha. Desde que não infetem,não têm qualquer complicação. Uma flitena deve ser sempre esvaziada para o que se procede do seguintemodo:- desinfetar a região com tintura de iodo;- passar um alfinete ou agulha por uma chama;- com aquele fazer pequeno orifício na pele da flitena, esvaziando-a por ali;- a pele da “bolha” deve ser conservada porque fica a proteger os tecidos subjacentes.Se a bolha tiver rebentado, então sim, retire-se a pele, cortando-a com tesoura esterilizada ou previamentepassada por uma chama.Em seguida cobrir a ferida com um penso.Evitam-se as micoses lavando os pés diariamente, secando-os o melhor possível de seguida. Se existiremlimitações no consumo de água, devem ser bem limpos do suor com um pano seco.Quando se toma duche em balneários, utilizar chinelas de borracha ou madeira, com solas de 3-4 centímetrosde espessura, evitando assim o contacto dos pés com o piso dos balneários.Àqueles, depois de utilizados, devem ser expostos às radiações solares por períodos não inferiores a 2 horas.Em qualquer das situações, lavagem ou sudação, os pés devem ser bem secos, dando especial atenção aosespaços interdigitais, e polvilhados com talco ou pó antimicótico.Em campanha evitar permanecer com os pés em superfícies húmidas e frias. Mudá-los de posição comfrequência. Evitar secar meias húmidas nos pés.

4) Cuidados com os órgãos genitaisÉ uma região do corpo humano que deve ser lavada com frequência. As micoses das virilhas e escroto sãomuito frequentes em climas quentes e húmidos. Para as evitar, após lavagem, secam-se bem e polvilham-se deseguida com um dos talcos atrás referidos.Em situações de marcha recomendam-se cuecas tipo “SLIP”.

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5) Cuidados com os dentesOs dentes, devido à sua localização e função, devem ser lavados quatro vezes por dia:- após o pequeno-almoço;- após o almoço;- após o jantar;- ao deitar.A escova a utilizar deve ser dura, mas não demasiado, e a pasta a aplicar, preferencialmente, com “flúor”.Durante a lavagem, devem escovar-se as superfícies interna, externa e de mastigação dos dentes.À escova devem ser imprimidos movimentos verticais, sempre, no sentido das gengivas para a superfície demastigação.Para além da lavagem, recomenda-se o uso frequente de “Fio dental” o que permite limpar o espaço entre asgengivas e os dentes onde a escova não chega.Todos os dentes careados devem ser tratados.

6) Outros cuidadosNão utilizar em comum objetos de uso pessoal.Não beber água que não tenha sido considerada potável por pessoal competente.

Obs.: Em campanha, e quando a situação o exige, é normal distribuir um produto químico em “pastilhas” parao tratamento individual de água.

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134. PROFILAXIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS SEXUALMENTE

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Doenças mais frequentes

1) BlenorragiaÉ de todas a mais frequente. O seu agente patológico é a “neisseria gonorreia”, ou gonococo. O período deincubação é de 2 a 5 dias.O contágio é geralmente direto, contacto de órgãos genitais de dois indivíduos do mesmo ou de sexosdiferentes. Raramente o contágio é feito por objetos de uso pessoal. Na fase inicial há uma uretrite aguda, comcorrimento purulento e dor à micção.Numa 2ª fase, se não tratada, há uretrite posterior, com aumento da frequência das micções, diminuição daquantidade de urina emitida e excreção de urina avermelhada. Numa 3ª fase podem surgir aperto da uretra eartralgia dores das grandes articulações, joelhos por exemplo.Caso não tenha sido feita a profilaxia conveniente há toda a vantagem em ser tratada precocemente.

2) SífilisPode ser contraída por contacto direto ou indireto. O agente é um espiroqueta, o “spirochaeta pallida”. Temum período de incubação de três semanas, após o que surgem uma ulceração e adenopatias (ínguas).Numa 2ª fase, nove semanas após o contágio, há disseminação do agente por todas as mucosas, dura 2 a 3anos, passando a poder haver contágio através das lesões cutâneas e dos lábios do doente. Há ainda umterceiro e quarto períodos, com compromisso de todos os órgãos internos, e terminando em paralisia geral.Toda a ulceração dos órgãos genitais é suspeita e deve ser mostrada ao médico da unidade.

3) Cancro moleÉ menos frequente, o agente é uma bactéria. O contágio é por via sexual, um a três dias após o contágio surgeuma pústula, bolha com pus no interior, sobre uma base vermelha que ao romper-se origina várias ulceraçõessangrantes, purulentas e dolorosas. Os gânglios aumentam de tamanho e ulceram-se.

4) Linfo granuloma venéreoÉ pouco frequente. O agente é um vírus. O período de incubação varia de três dias a três meses.O homem doente é contagiante até à cura das lesões.As lesões são nodulares ou vesiculares, bolhas com líquido branco, localizadas aos órgãos genitais ouvizinhança, as quais ulceram provocando grandes escaras. As lesões são indolores, podem, no entanto,provocar deformações da área atingida. O tratamento deve ser o mais cedo possível.

5) SidaO agente é o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH ou HIV), um retrovírus da classe lentivírus, que causaa doença de imunodeficiência humana.O contágio ser efetuado por três vias:- contacto sexual íntimo.- exposição parentérica a sangue, derivados ou líquidos orgânicos contendo sangue.- de mãe para filho durante o período fetal.A transmissão do VIH ocorre por contacto direto com líquidos orgânicos que contenham o vírus, comoesperma e sangue.A doença não é transmitida por contactos interpessoais que não sejam sexuais ou parentéricos.Mais do que a existência de grupos de risco (prostitutas, homossexuais, toxicodependentes por viaendovenosa), são os comportamentos os principais fatores de disseminação da doença (sexo sem proteção).Todas estas doenças são, sobretudo, contraídas por contacto sexual.

b) Profilaxia

1) A este propósito, e em relação às doenças atrás mencionadas, a atitude mais eficaz consiste em evitar o contactosexual com parceiros não habituais, nomeadamente prostitutas e homossexuais.As doenças sexualmente transmissíveis não são exclusivamente destes dois grupos de risco pelo que énecessário ter presente que um qualquer parceiro sexual, mesmo não o parecendo dada a sua condição social easpeto físico, pode ser um transmissor duma qualquer doença sexualmente transmissível.

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2) Recomenda-se a ligação monógama.Se a opção for a variação de parceiro sexual, então devem ser tomadas algumas medidas preventivas quereduzam o risco de as adquirir, a saber:- evitar contactos sexuais com populações de risco;- efetuar profilaxia mecânica antes do coito, pela utilização de preservativo de látex (a adquirir no Posto deSocorros da Unidade).Lavar a região perineal, púbis e raiz das coxas com água e sabão, após o coito.

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135. PREVENÇÃO DA TOXICODEPENDÊNCIA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAPara a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é uma substância natural ou sintética que modifica ofuncionamento do organismo no qual é introduzida.De acordo com o critério jurídico as drogas classificam-se em lícitas e ilícitas, variando de país para país e de culturapara cultura.Na noção de dependência está presente uma perda no controle do consumo do produto, esta dependência podemanifestar-se através de um conjunto de sintomas físicos, (transpiração abundante, taquicardia, queda de tensãoarterial) ou psicológicos que se traduzem num sentimento de falta, desconforto e de vazio.

a) Analgésicos OpiáceosDerivam da papoila “Papaver Somniferum” que é a principal fonte dos narcóticos naturais.O ópio pode tomar uma forma alcaloide (morfina e codeína) e sintética (metadona e petidina). Em situações deabuso/dependência, os opiáceos podem ser fumados, inalados ou injetados por via endovenosa ou subcutânea.Morfina, que constitui cerca de 10% do ópio, usa-se no alívio de dores agudas. A tolerância (forma como o corpo seadapta à presença de uma determinada droga) e a dependência instalam-se rapidamente.Heroína, que é sintetizada a partir da morfina, apresenta-se como um pó branco muito fino. O seu grau de purezavaria sendo comum a sua adulteração com fins lucrativos.A adulteração conduz frequentemente a situações de intoxicação aguda, coma e morte.Metadona é utilizada em programas de desintoxicação de heroinómanos. Os seus efeitos têm a duração até 24 horas.Codeína existe em baixa concentração no ópio, os seus efeitos analgésicos são inferiores aos da morfina. São raros oscasos de dependência.A introdução repentina de opiáceos no organismo pode provocar um fenómeno conhecido por "flash", que englobauma reação intensa de prazer, calor, euforia apagamento de angústia, incapacidade de concentração.Juntamente com estas reações, ou em vez delas, a primeira utilização provoca muitas vezes respostas paradoxais,constituídas por náuseas e vómitos, concomitantes com ansiedade e atordoamento.O aumento progressivo do número de doses e da quantidade ingerida conduz à dependência física e psicológica.

b) Estimulantes do Sistema Nervoso CentralAs Anfetaminas são substâncias sintéticas que se apresentam sob a forma de comprimidos, pós ou cápsulas,fabricados com fins medicinais, e que por vezes são combinados com outras drogas.As Anfetaminas excitam e ativam o consumidor de forma muito semelhante à adrenalina normalmente produzida pelocorpo.O consumidor sente-se com mais energia, sentimentos de auto confiança e euforia.A tolerância estabelece-se rapidamente. A dependência é sobretudo de natureza psicológica, sendo discreta no aspetofísico. A síndroma de privação engloba cãibras, mialgias, bulimia e astenia.A Cocaína apresenta propriedades estimulantes muito fortes, semelhantes às das Anfetaminas.Pode ser tomada via oral, endovenosa ou inalada (“snifada”) através de um tubo, sendo assim absorvida na circulaçãosanguínea através da mucosa nasal.Em pequenas doses produz taquicardia, hipertensão arterial, midríase, palidez, indiferença à dor e à fadiga.A tolerância é mínima, o síndroma de privação inclui aumento de apetite, aumento de tempo de sono e modificaçõesno Eletroencefalograma. O consumo continuado acarreta o risco da psicose alucinatória, apresentando-se osdependentes quase sempre nervosos, excitáveis e paranoicos. A inalação repetida danifica as membranas internas donariz e o septo nasal.

c) Perturbadores do Sistema Nervoso CentralA Cannabis é obtida a partir de um arbusto, a “cannabis sativa”, é usada geralmente como relaxante e intoxicanteleve.O “haxixe” ou “haxe” é a resina extraída da planta e comprimida em blocos.A cannabis sob a forma de “erva”, conhecida também como “marijuana”, é uma mistura leve da matéria da plantadepois de seca.Quando intoxicado, o consumidor de cannabis tem mais dificuldade em cumprir tarefas que requeiram concentraçãoou destreza manual e intelectual.A dependência psíquica é mais forte do que a física, apresentando os consumidores maior probabilidade de vir aconsumir outras drogas.A maior parte das drogas psicoativas, mesmo em doses moderadas, perturbam o controlo motor, o tempo de reação ea capacidade de atenção, efeitos estes que podem durar várias horas.Independentemente da forma como uma pessoa se sinta, de facto não tem as suas capacidades habituais, e atividadescomo a condução, manuseamento de armas ou máquinas tornam-se perigosas para ela e para os outros.A utilização de Drogas de Abuso conduz a situações que saem fora da normal capacidade de controlo do seuutilizador.A utilização de Drogas encontra-se proibida no Exército, sendo o despiste do seu consumo objeto de rastreio aleatórioe periódico.

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136. AVALIAR AS FUNÇÕES VITAIS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) A respiração e a atividade cardíaca são funções vitais ou indispensáveis à vida. Uma vez suspensas, restam-nos muitopoucos minutos (2 ou 3), antes que a morte seja inevitável; durante esses escassos minutos em que o coração não“bate” sequer mas ainda é possível o regresso à vida, diz-se que há MORTE APARENTE.Em casos um pouco menos graves, o indivíduo pode até não ter perdido completamente a consciência, mas aparentanítida dificuldade em respirar, quase sempre com tendência a agravar-se.Em resumo, há várias fases de sofrimento das funções respiratórias e cardíaca, mas, desde que se atinja determinadograu, em regra a situação tende sempre a agravar-se.No quadro seguinte fica expresso as situações de risco iminente de vida e a sua gravidade relativa.

SITUAÇÕES DE RISCO IMINENTE DE VIDARespiração Coração Estado de Situação Grau de

consciência GravidadeComa não complicado

Dificuldade Sem alterações Alguma falta de ar IAsfixia moderada aplicáveis Inconsciente (Dispneia moderada)Parcial Consciente Absorção insuficiente

Dificuldade Alterações moderadas Semiconsciente de oxigénio II acentuada (pulso rápido) ou inconsciente “falta de ar” (Dispneia)

Alterações Asfixia com paragemParagem mais acentuadas Inconsciente completa dos movimentos III

Asfixia (pulso rápido arrítmico) respiratórios (Apneia)Total

Paragem Paragem Inconsciente Morte aparente IV

1) Sinais de Asfixia Parcial (Dispneia)- Tem dificuldade em respirar.- Respiração ruidosa (farfalheira).- Tosse realizada com grande custo.- Agitação no doente.- Se dura mais tempo: extremidades dos dedos, nariz e lábios ficam azulados. (cianose)- Cai em inconsciência, se é avançada e grave.

2) Sinais de Asfixia Total (Apneia)- Não respira.- Está inconsciente.- Cianose acentuada.- Pupila (menina do olho) dilatada e com pouca reação à luz.

b) Estado De ChoqueUma explicação muito simplificada do estado de choque é uma situação em que a circulação está gravementeperturbada.

1) Principais Causas- Hemorragia prolongada.- Traumatismos importantes (mesmo sem hemorragia), sobretudo quando existe uma ou mais das seguintessituações:

- esmagamento de uma parte do corpo;- fraturas;- brusca deslocação de ar devido a uma explosão (“efeito de sopro”).

- Queimaduras externas.- Paragem respiratória (mesmo sem paragem cardíaca).

2) Condições básicas do choque- Dor violenta.- Perda de sangue.- Perda de líquidos dos tecidos.- Destruição de tecidos.

3) Indícios de choque

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O indivíduo pode estar inconsciente mas na maior parte dos casos, sobretudo numa fase inicial, ele estáconsciente, mas prostrado e indiferente pelo que o cerca; pode queixar-se de sede intensa.

Não esquecer que qualquer destes sinais pode ser mais ou menos intensivo, e inclusive não estar presente nomomento da nossa observação, mas só mais tarde. O que interessa, é que existindo uma situação das queapontámos como causa possível de choque, é necessária uma observação constante e medidas urgentes.

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137. COLOCAR UMA VÍTIMA EM “POSIÇÃO ADEQUADA”

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Para se evitar o agravamento de lesões ou do estado do doente algumas medidas são necessárias tomar,nomeadamente:- normalizar-lhe a respiração;- desapertar a roupa;- tranquilizar o doente;- imobilizar as fraturas;- instalar o doente numa posição adequada;- conservar a temperatura normal.

b) Instalar o doente numa “posição adequada” significa:- dar-lhe o maior conforto possível, embora nunca numa posição sentada, em pé ou a andar;- aliviar-lhe as dores que possa sentir (para isso também concorrem a imobilização das fraturas e penso das feridas );- acima de tudo pretende-se dar ao doente uma posição que facilite o fluxo de sangue à cabeça (como sabemos é aonível do sistema nervoso central que mais se faz sentir o efeito da insuficiência circulatória do choque);Assim, a posição básica para o tratamento do choque é aquela em que a cabeça fica a um nível inferior ao dos pés.

Há, porém, circunstâncias que obrigam a posições especiais. No Quadro seguinte resumem-se as posições adotadasnas várias situações possíveis:

DEITADO de costas com os pés elevados cerca de 20cm

Casos Consciente acima do nível da cabeça (figura1.a)

GeraisInconsciente «Posição de segurança» (v.fig.1.b)

NÃO baixar a cabeça se a face estiver congestionada elevar,

Traumatismo Craniano até, um pouco a cabeça.

Casos Não baixar a cabeça: levantá-la, tal como os ombros,

Especiais Ferida no torax para facilitar a respiração.

Feridas internas NÃO baixar: manter o corpo direito e imóvel.

EM TODOS OS CASOS- Não modificar a posição antes de imobilizar quaisquer fraturas.- Não forçar o doente a tomar determinada posição se isso lhe aumentar o desconforto ou as dores.

c) A posição em que deve ser colocada uma vítima pode depender do tipo de ferimento que teve, pelo que desde logo énecessário detetar a extensão da lesão.Em caso de dúvida, deve-se mover o menos possível o doente sem alterar a posição relativa do corpo.

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138. REANIMAR UMA VÍTIMA EM PARAGEM CARDIORRESPIRATÓRIA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Respiração Artificial (Insuflação BOCA-A-BOCA)A posição adequada para o “boca-a-boca” é a que se ilustra na figura 1. Como se vê o doente está deitado de costas ea sua cabeça em hiperextensão conforme mais atrás se explicou. Ao insuflar através da boca do doente ter-se-á quemanter as suas narinas fechadas o que se consegue com os dedos de uma das mãos, que ao mesmo tempo empurra atesta para baixo. A outra mão está como dissemos, sob a nuca para permitir a hiperextensão da cabeça.Inicia-se assim a respiração artificial ao ritmo doze a vinte vezes por minuto, isto é, com intervalos de cerca de 4segundos.

b) Massagem Cardíaca ExternaColocada uma das mãos, com a palma da mão aplicada transversalmente acerca de 4 cm da extremidade inferior doexterno, apoiar a outra mão sobre aquela, ficando ambos os braços estendidos numa posição vertical de modo a fazerincidir sobre as mãos todo o peso do corpo (Fig. 2).Recomenda-se, então, o seguinte sistema:- 15 compressões cardíacas em cerca de 10 segundos;- imediatamente a seguir duas insuflações, no conjunto não durando mais de 5 a 6 segundos, portanto também maisrápidas, não se aguardando mesmo a expiração completa.

c) Associação da Massagem Cardíaca (MC) com a Respiração Artificial (RA)Como já dissemos, não faz sentido a M.C. não acompanhada de R.A. Em face do que na altura própria se disse, ométodo de escolha para esta última é o boca-a-boca.É sempre preferível o recurso a dois militares, cada um se ocupando de manobras distintas. É o que se exemplifica nafigura 3.A cada um compete:- ao encarregado da M.C.: 60 compressões por minuto, regulares, sem se interromper pelos movimentos da R.A;- ao encarregado da R.A.: 1 insuflação pulmonar de 5 em 5 compressões.

Fig. 1

Fig. 2

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Mas sucede com frequência não haver mais do que um socorrista presente. Terá então de se “desenvencilhar”sozinho, e do modo que se esquematiza na figura 4.

Fig. 2

Fig. 2

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139. SUSTER HEMORRAGIA EXTERNA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAO primeiro movimento, quase instintivo, para suster a hemorragia de uma ferida é a compressão direta desta e, narealidade para o socorrista é talvez a medida mais eficaz. Em outros casos, além desta, outras poderão desenvolver-secom a mesma finalidade, sobretudo se a primeira se não mostrar completamente eficaz.Pela ordem que se deve proceder, veremos então sucessivamente:- Compressão direta (penso compressivo).- Elevação da zona atingida (casos de feridas dos membros).- Compressão digital das artérias (hemóstase indireta).- Aplicação de garrote (caso de feridas nos membros).

a) Compressão direta (penso compressivo)O penso compressivo, além de assegurar a proteção necessária da ferida, permite evitar a saída do sangue de vasosabertos. Para isso o penso precisa de ser apertado por ligaduras ou, se tal não for suficiente, exercemos nós própriospressão sobre ele com a nossa mão; geralmente bastam 5 a 10 minutos de compressão manual direta para fazer pararpraticamente a hemorragia ou pelo menos, permite que retiremos a mão e apliquemos a ligadura sem perigo dahemorragia recomeçar.

b) Elevação da zona atingida (casos de feridas dos membros)Muitas vezes a hemorragia diminui francamente se elevarmos o ponto atingido acima do nível do coração, embora sópor si isso não chegue para suster uma hemorragia e só seja aplicável no caso de um membro (desde que não hajafratura). Mas é uma manobra que contribui vantajosamente para a hemóstase.

c) Compressão digital das artérias (hemóstase indireta)É uma forma de indiretamente fazer diminuir uma hemorragia com indícios de partir de uma artéria (pela suaabundância, muitas vezes até sob a forma de jacto pulsátil).Esta manobra de hemóstase destina-se sobretudo a ganhar tempo até ser possível aplicar um penso compressivo,completar a sua aplicação, ou mesmo depois disso quando há indícios de a hemorragia não ter estancado (pensosrapidamente “encharcados” em sangue).O fundamento desta compressão é ser exercida em determinados pontos do trajeto conhecido de uma artéria, dondesai o vaso que está a sangrar. Esses pontos – pontos de compressão arterial – são aqueles em que a artéria passapróximo da superfície da pele sobre um plano ósseo; exercendo pressão a tal nível que o fluxo de sangue, que sedirige para a região da ferida, deve assim diminuir franca e consequentemente a hemorragia. Note-se que seconseguimos obter tal efeito por uma compressão eficaz, não deve ele prolongar-se muito pois os tecidos que recebemsangue dessa artéria não devem ficar muito tempo sem serem “alimentados”. Logo, esta compressão é temporária,destina-se a ganhar tempo, como começamos por dizer. Chama-se, por outro lado, digital, porque habitualmente seutiliza um ou dois dos nossos dedos para “carregar” sobre a artéria.

Fig. 1

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Na figura 2 mostra-se um ”mapa” dos pontos de compressão a escolher conforme a localização da ferida.

d) Aplicação de garrote ou torniquete (caso de feridas nos membros)O garrote (ou torniquete) é um laço apertado em volta de um membro, superior ou inferior, destinado a fazer pararuma hemorragia por interrupção da circulação arterial que da raiz do membro se dirige para a sua extremidade.

Como último recurso, quando os métodos anteriormente descritos não se mostrarem eficazes, pode-se aplicar umtorniquete acima da ferida. No entanto, este método apresenta vários inconvenientes, pois, além de doloroso, podelesionar gravemente os tecidos, sobretudo se for aplicado durante muito tempo e com força.Descreve-se a seguir a técnica de aplicação de um torniquete ilustrado na gravura 4.

1) Colocar uma compressa, com várias espessuras de gaze ou pano, sobre a artéria umeral (ou femoral).

2) Passar uma tira de tecido (por exemplo, uma gravata ou abafo) à volta do braço (ou da perna), de modo a cobrir acompressa;

3) Dar uma laçada, inserir um pequeno pau e fechar com um nó completo;

4) Apertar o torniquete, fazendo girar o pau. Não torcer demasiado: o torniquete estará suficientemente apertadoquando a hemorragia parar por completo;

5) De dez em dez minutos, aliviar o torniquete durante um minuto, a fim de permitir o restabelecimento dacirculação no membro ferido. Durante este lapso de tempo, comprimir manualmente a ferida. Se a hemorragianão recomeçar, não apertar novamente o torniquete, mas manter o dispositivo preparado para o caso de voltar aser necessário;

6) Anotar a hora em que foi aplicado o torniquete, para informação do médico.Uma vez aplicado o torniquete, deve-se conservá-lo bem visível, para que o médico o distinga facilmente.Em caso de grande hemorragia, convém estar preparado para enfrentar um estado de choque.

Fig. 2

Fig. 3

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e) Estando a hemorragia sustida, há que ter os seguintes cuidadosColocar a vítima em posição de segurança e que permita evitar o choque.Providenciar a conservação da temperatura corporal (agasalhos).Dar líquidos a ingerir à vítima, se esta permanecer consciente.Providenciar a evacuação.

Fig. 4 Fig. 5

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140. DESOBSTRUIR AS VIAS RESPIRATÓRIAS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) É indispensável atuar com a máxima rapidez se o sinistrado apresenta dificuldades de respiração ou sofre de umaparagem respiratória.Em caso de dificuldades de respiração, deve-se prestar ao sinistrado os seguintes cuidados:

1) Examinar-lhe a boca, a fim de remover quaisquer objetos estranhos, que possam impedir a respiração.

2) Desaperta-lhe a roupa à volta do pescoço e do peito.

3) Se o sinistrado recomeçar a respirar sossegadamente e se a sua pele adquirir um tom rosado, continuar adesobstruir-lhe as vias respiratórias.

4) Se não recomeçar a respirar, aplicar-lhe imediatamente a respiração artificial (FII SHS(00)-02-03).

5) Providenciar no sentido de obter imediata intervenção de pessoal especializado do Serviço de Saúde.

b) Desobstrução das vias respiratóriasAo socorrista vulgar apenas compete a execução de alguns movimentos simples e rápidos.Tirar da boca da vítima quaisquer corpos estranhos (lama, pedaços de comida, vomito, sangue, etc.), secreçõesabundantes ou uma dentadura, por exemplo.Para isso, um dedo ou mais, revestidos de um lenço, introduzem-se na boca e em poucos segundos fazem o que sepretende.Colocar a cabeça da vítima na posição adequada, de modo a evitar dificuldade na passagem de ar nas vias aéreassuperiores. Este, sim, é um pormenor importante que se não deve esquecer. Por isso o vamos explicar com um poucomais de pormenor.Se repararmos, na figura 1, no que sucede a um indivíduo que perdeu o conhecimento vemos que o maxilar inferior ea língua caem para trás, tapando parcial ou completamente as vias respiratórias ao nível da laringe. Ao mesmo tempoos reflexos normais de proteção estão abolidos. De tudo isto resulta que o ar não pode entrar na laringe e é, portanto,necessário corrigir tal posição. Para isso basta uma manobra muito simples e rápida, apenas contra indicada em casosexcecionais que na altura própria serão mencionados. Trata-se da HIPEREXTENSÃO DA CABEÇA, exemplificadana figura 2 (hiperextensão significa exagero da inclinação da cabeça para trás).

- Deitar o doente de costas.- Colocar uma mão na nuca e outra na testa.- Levantar a nuca e empurrar a testa.Com esta manobra consegue-se muitas vezes que o doente passe a respirar espontaneamente. Mas pode suceder quetal não seja suficiente para a livre passagem do ar e então pode completar-se esta manobra com uma outra – aTRACÇÃO DO MAXILAR INFERIOR ilustrada na figura 3.

Fig. 1

Fig.2

Fig. 3

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Com a manobra assim exemplificada logramos os dois objetivos, hiperextensão da cabeça e tração da maxila. Omesmo se consegue com uma manobra ligeiramente diferente na posição das mãos do socorrista (fig.4).

- Uma mão sobre a testa que empurra a cabeça para trás.- Outra mão sobre o queixo puxa-o para a frente.A boca do doente deve estar entreaberta, mas não demasiado, porque se a abertura for mais que um dedo travesso,ocorre-se o risco de a língua descair novamente para trás.

Fig. 4

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141. IMOBILIZAR UMA FRATURA NUM DOS MEMBROS

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) A imobilização é, em qualquer fratura, a operação fundamental para o seu tratamento. Mas, para isso, há que procederde modo adequado em cada caso. Não iremos descrever, com todos os pormenores, as várias situações possíveis;cremos preferível apresentar, tanto quanto possível, sob a forma de figuras, os exemplos mais frequentes e maisilustrativos. Mais do que em qualquer outra instrução de socorrismo, é neste que a aprendizagem prática maisindispensável se torna.

b) Sinais de Fratura

1) Dor é um sintoma que nunca falta desde que o sinistrado esteja consciente. Além da dor “espontânea” comum aqualquer traumatismo, existe a dor “provocada” que é bastante aguda à pressão ou tentativa de mobilização.

2) Deformação local é o sinal complementar e que pode ser devido quer ao desvio do alinhamento normal, quer ao“inchaço” das partes moles da região.

c) Princípios a respeitar na colocação de uma talaDeve abranger a articulação acima e abaixo da fratura, pondo-se uma tala de cada lado mais ou menos paralelamente.Sempre que possível proteger a pele sob as talas, “almofadando” os pontos em que há saliências ósseas (cotovelo,punho, joelho, etc.) para evitar o efeito da compressão dos tecidos.Manter as talas em posição, com ligaduras próprias ou improvisadas, dispostas a vários níveis acima e abaixo dafratura, apertadas por um nó sobre a tala do lado de fora.O “socorrista” tem de saber improvisar uma tala, pois não raro se verá forçado a atuar sem material próprio.Durante a sua aprendizagem prática deverá familiarizar-se, portanto, por um lado, com os vários tipos de talas queeventualmente poderá ter à sua disposição, mas que não seja a sua ausência que justifique uma incorreta assistência aum fraturado. Pode-se improvisar uma tala com tábuas, paus, ramos de árvores, pranchas de cartão grosso, e até comouma espingarda descarregada ou um sabre.Do mesmo modo, poderá ser necessário improvisar as ligaduras necessárias para fixar as talas. Um cinto, uma correia,uma bandoleira, lenços ou tiras rasgadas da roupa, tudo isso pode servir para o fim em vista.

d) Fraturas nos braços (antebraço)É nestes casos que tem plena aplicação a imobilização por talas. Nas figuras seguintes mostram-se os casos maisexemplificativos, variando-se tanto quanto possível o tipo de material, próprio ou improvisado, a que se poderecorrer.Na figura 1 exemplifica-se um caso possível de fratura do braço ou do cotovelo, se este for encontrado já dobrado. Seesta articulação se nos depara em extensão (isto é, com o “braço estendido” e não dobrado) deve respeitar-se talposição (Fig. 2). Em resumo: deve imobilizar-se o membro na posição em que o encontramos – se estiver fletido(dobrado) não o estender, se estiver estendido não o dobrar.

Na figura 3 mostra-se uma imobilização empregada para fraturas do antebraço ou punho, recorrendo à improvisação:dois paus almofadados (com papéis ou panos) servem de talas, o braço é mantido “ao peito“ pela “fralda” da camisa,e tira de pano larga à volta do tronco assegura a completa imobilidade do membro.

Fig. 1

Fig. 2

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e) Fratura nas pernasO problema principal da imobilização das fraturas do membro inferior é o de que exigem talas, dificilmenteimprovisáveis, dadas as dimensões necessárias. Se não dispomos de talas próprias, pode recorrer-se a tábuas largas esuficientemente compridas, a espingardas, a paus; neste último caso as “talas” improvisadas só são eficazes seestiverem ligadas uma à outra de forma a constituir-se uma espécie de goteira, ao longo de toda a face posterior domembro, como se exemplifica na figura 4. Em qualquer dos casos, as talas, devidamente almofadadas, devem ficaruma do lado interno e outra do lado externo do membro, a primeira indo desde a virilha até um pouco abaixo do pé, ea tala externa começando acima ou abaixo da cintura, conforme se trate de fratura da coxa ou a nível inferior (joelho,perna ou pé). Isso se mostra na figura.

Em último caso, não sendo possível improvisar qualquer tipo de tala, resta-nos ainda uma hipótese: usar o membrooposto, desde que integro, como tala, interpondo entre os dois membros qualquer coisa a almofadar e ligando-osacima e abaixo da fratura (Fig. 5).

Fig. 3

Fig. 4

Fig. 5

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142. TRANSPORTAR UM FERIDO

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

O transporte de maca é sempre menos perigoso e mais confortável para qualquer ferido, e é também o mais fácil paraos transportadores. Porém em condições de emergência o socorrista pode ver-se obrigado a carregar ele próprio, avítima. De qualquer modo, está completamente vedado o transporte sem maca de um fraturado da coluna.O modo de transporte por um só homem pode ser feito de modo a que as lesões sejam minimamente afetadas e avítima esteja o mais confortável possível.

a) “Transporte Do Atirador”Um dos processos mais adequados de transporte, sobretudo de um indivíduo inconsciente, é o chamado“TRANSPORTE DO ATIRADOR” (assim conhecido por ter grande aplicação no campo de batalha) feito aos ombrosdo socorrista. Na figura 1 decompõe-se a manobra nas suas várias fases, devendo salientar-se, porém, que asdestinadas a erguer o ferido do solo (b e c) se podem executar também puxando-o com as suas costas contra o peitodo socorrista que decidirá qual o melhor para o ferido. Do mesmo modo tem de decidir a posição deste sobre osombros – pernas para a direita ou para a esquerda – de forma a evitar a compressão das regiões feridas.

b) Transporte ao “COLO/DORSO”Para pequenas distâncias pode-se, depois de erguer o ferido, transportá-lo AO COLO em lugar de o fazer aos ombros.Nos casos de menor gravidade, estando o doente consciente e capaz de colaborar, podem escolher-se outros métodos:ao DORSO (cavaleiras) ou PENDURADO AOS OMBROS, tanto pelo peito como pelas costas. A figura 2 parece-nossuficientemente elucidativa para dispensar mais descrições.

c) “Transporte Por Suspensão”Todos os processos até aqui descritos obrigam o socorrista a ter as mãos ocupadas, o que muitas vezes (e referimo-nos agora muito especialmente ao âmbito militar) é difícil ou está contraindicado pelos obstáculos ou acidentes doterreno e até por tirar alguma rapidez e equilíbrio ao transportador. Descrevemos, assim, um processo em que as mãosficam livres, e que se pode utilizar para longas distâncias com um esforço relativamente pequeno: é o TRANSPORTEPOR SUSPENSÃO (figura 3). É necessário usar para tal fim, dois cinturões ligados pelos respetivos fechos. Na suafalta o suspensório pode improvisar-se com duas tiras de pano, as bandoleiras das espingardas, etc.

Fig. 1

Fig. 2

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d) “Transporte Rastejante”Finalmente, há circunstâncias muito especiais de necessidade absoluta de tanto o ferido como o socorrista semanterem ao nível do solo, sobretudo para proteção do fogo inimigo. Com tal preocupação e desde que o estado doferido o permita e a distância a percorrer seja curta, podemos fazer o transporte RASTEJANTE, segundo uma dasmodalidades exemplificadas na figura nº 4, arrastando um ferido inconsciente com dois cintos ligados passados sob assuas axilas (A); ou, se ele poder colaborar, mandá-lo abraçar o pescoço do transportados com as duas mãos (B).

Fig. 3

Fig. 4

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143. ORGANIZAR UMA BOLSA DE URGÊNCIA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

Adesivo (de preferência perfurado ou quando normal c/largura de 10cc.) pode ser utilizado na contenção de umpenso, ou na imobilização de uma articulação. Com a configuração indicada permite ser cortado na largura ecomprimento desejados.Algodão cardado: 100gr. Para almofadar talas. No caso de pensos compressivos para suplementar o algodão hidrófilo.Algodão hidrófilo: 100gr. Para limpar as feridas e aplicar em pensos compressivos.Para almofadar talas na falta de algodão cardado.Compressas de gaze esterilizada para cobrir qualquer zona ferida ou queimada.Ligaduras de gaze 10x10cm ou elásticos para segurar pensos ou talas. Fazer a hemóstase por compressão. Imobilizaruma articulação, etc.Álcool 70º é um bom desinfetante, mas não deve ser utilizada em feridas.Hipoclorito de Sódio/Betadine/Água Oxigenada: 10Volumes- - servem para a limpeza de feridas de qualquernatureza.

- Alfinetes de dama para fixação e manutenção de ligaduras.- Pinças (Kochey/Dissecção) descartáveis para fazer pensos.- Tesoura para cortar adesivo, ligaduras, roupas, etc.- Cordel é um precioso auxiliar, para retirar um anel de um dedo, para atar os sacos de plástico, etc.- Sacos de plástico 20x30cm cheios de areia, ou terra, servem para apoiar um segmento do corpo. A cabeça na fraturada coluna cervical, a nuca na respiração boca-a-boca. Cheios de gelo para aplicar localmente numa zona inflamada,por picada de inseto, traumatismo, etc.- Sabão para lavar as mãos antes de qualquer tratamento. Precioso auxiliar para retirar um anel dum dedo, utilizando-o como lubrificante.- Talco usa-se como lubrificante, para massagens sem irritar qualquer zona da pele.- Analgésicos/Antipiréticos (Aspirina, Paracetamol ou similar) podem ser usados para tirar a dor e/ou baixar a febre.- Anti-inflamatórios em pomada ou comprimidos para qualquer tipo de contusão.- Repelente como prevenção das picadas dos mosquitos.- Bisturis para drenagem de abcessos, extração de corpos estranhos, etc.- Luvas Esterilizadas/Não Esterilizadas, para serem utilizadas sempre que se trata de qualquer ferimento. Ao seutilizar as luvas, devemos ter em mente sempre dois objetivos: um para nos protegermos a nós, o outro para nãocontaminar o ferimento.- Contentores para o lixo clínico. Nestes contentores deve ser lançado tudo o, que seja compressas, agulhas, bisturis,etc. Depois de usados e posteriormente queimados em locais próprios.

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CAPITULO 8ORDEM UNIDA

144. PASSAR DA POSIÇÃO DE “À VONTADE” À DE “SENTIDO” E VICE-VERSA (S/ARMA)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Passagem da posição de “À VONTADE” à de “SENTIDO”Encontrando-se o militar na posição de:

1) “À VONTADE”Posição não rígida, com o pé direito fixo (para não desfazer o alinhamento).Calcanhares afastados cerca de 30 cm (um pé) com as pontas dos pés naturalmente voltadas para fora.Braços atrás das costas naturalmente descaídos com a mão direita fechada e a mão esquerda a abraçar o pulsodireito.Tronco direito.Cabeça naturalmente levantada.Ao sinal de comando de “...FIRME!”, o instruendo passará à posição de:

2) “FIRME”, devendo para tal e em simultâneo.Esticar os braços atrás das costas, unidos ao corpo, num movimento enérgico e rápido, mantendo a mãodireita fechada e a esquerda abraçando o pulso direito.Endireitar o tronco, recuar os ombros, salientar o peito e recolher o ventre.Adotar postura rígida, mantendo a cabeça naturalmente levantada e olhando em frente.Posição de pés e pernas como em à vontade.Na posição de “FIRME”, o instruendo encontra-se conforme fig.1 a. e 1 b

Fig. 1 a Fig. 1 b

Ao sinal de comando de “...SENTIDO”, passará à posição de:

3) “SENTIDO”Elevar ligeiramente os calcanhares e unir o do pé esquerdo, energicamente ao do pé direito, sem o arrastar, ede forma a unirem-se num batimento, assentando de seguida os dois no chão (os calcanhares ficam unidos ena mesma linha) e as pontas dos pés naturalmente voltadas para fora.Tronco direito, ombros recuados e naturalmente descaídos e peito saliente.Braços pendentes ao longo do corpo.Cabeça naturalmente levantada e olhando em frente.Mãos abertas com as palmas encostadas às coxas e dedos esticados e unidos.O instruendo nesta posição encontra-se conforme Fig.2 a e 2 b

Fig. 2 a Fig. 2 b

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b) Passagem da posição de “SENTIDO” à de “À VONTADE”Encontrando-se o militar em “SENTIDO” e ao sinal de comando de “...DESCANSAR!” passará à posição de:

1) “FIRME”, devendo para tal e em simultâneo.Elevar ligeiramente os calcanhares e deslocar o pé esquerdo cerca de 30 cm, sem o arrastar, assentandoposteriormente os pés no chão.Num movimento rápido e enérgico deslocar os braços para trás das costas, mantendo-os esticados e unidos aocorpo, indo a mão esquerda abraçar o punho da mão direita, que se encontra fechada.Endireitar o tronco, recuar os ombros, salientar o peito e recolher o ventre.Levantar naturalmente a cabeça olhando em frente.O instruendo nesta posição e imediatamente a seguir ao sinal de comando de “...À VONTADE”, deverápassar à posição de:

2) “À VONTADE”Descontrair o corpo e os braços que sobem ligeiramente até à altura da cintura.Continuar com o tronco naturalmente direito.

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145. FAZER “DIREITA/ESQUERDA VOLVER” E “MEIA VOLTA VOLVER” (A PÉ FIRME)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) “DIREITA/ESQUERDA VOLVER”Ao sinal de comando de “...DIREITA/ESQUERDA VOLVER!” o instruendo deverá:- levantar o calcanhar do pé esquerdo/direito e a ponta do pé direito/esquerdo e rodar o corpo, cerca de 90º para adireita/esquerda, num único tempo (1º Tempo);- unir, num só tempo, o calcanhar que está à retaguarda ao da frente, sem arrastar o pé e de tal modo que se ouça umbatimento. Os braços ficam estendidos e colocados ao longo do corpo, com as mãos abertas, palmas viradas paradentro com os dedos esticados e unidos (2º Tempo).

b) “MEIA VOLTA VOLVER”Ao sinal de comando de “...MEIA VOLTA VOLVER”, o instruendo deverá:- executar em 4 Tempos cadenciados, mas enérgicos, dois movimentos sucessivos de “DIREITA VOLVER”, tendoem atenção ao exposto em B-2 a.

NOTA: O movimento de “DIREITA VOLVER” será sempre executado pela direita.

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146. PARTICIPAR NO “PERFILAR” DE UMA FORMATURA

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAO movimento de “PERFILAR” só se executa com a escola “EM LINHA” e na posição de “SENTIDO”.Pode-se perfilar “pela direita” ou “pela esquerda”, sendo no entanto, o perfilar pela direita a forma mais usual.Os procedimentos que se seguem referem-se à forma de “perfilar pela direita”. Para o “perfilar pela esquerda”, osprocedimentos serão análogos, residindo as diferenças no facto de, neste último caso, a base do alinhamento ser a 1ªcoluna da esquerda.

a) Perfilar com Intervalos NormaisÀ voz de comando de “...PELA DIREITA...PERFILAR!”, o instruendo, de acordo com o lugar que ocupa naformatura, deverá proceder como a seguir se indica.

1) Se ocupa a fileira da FRENTE

Estando na 1ª coluna da direita:- Continuar a olhar em frente- Curvar o braço esquerdo de modo que o cotovelo fique no plano do corpo, colocando a mão na cintura como polegar voltado para trás e os restantes dedos bem unidos e voltados para a frente; a palma da mão voltadapara baixo; o cotovelo esquerdo a tocar no braço do elemento da esquerda

Estando entre a 1ª coluna da direita e a última coluna:- Virar energicamente a cabeça para a direita- Simultaneamente, curvar o braço esquerdo- Através de movimentos curtos e rápidos, alinhar pela direita, de modo a ver o queixo do segundo elementoque está à sua direita

Estando na última coluna:- Virar energicamente a cabeça para a direita, e por intermédio de movimentos curtos e rápidos, alinhar peladireita

2) Se ocupa qualquer das outras fileiras

Estando na 1ª coluna da direita- Continuar a olhar em frente.- Retificar a distância ao elemento da frente, estendendo para isso o braço esquerdo, até lhe tocar no ombroesquerdo com as pontas dos dedos.

Estando entre a 1ª coluna da direita e a última coluna- Virar energicamente a cabeça para a direita, cobrir pela frente e alinhar pela direita.

Estando na última coluna- Virar energicamente a cabeça para a direita, cobrir pela frente e alinhar pela direita.

b) Perfilar com Intervalos AbertosÀ voz de comando de “...COM INTERVALOS ABERTOS...PELA DIREITA...PERFILAR! o instruendo deveproceder como é indicado em a., com as seguintes alterações, no caso em que se curvava o braço esquerdo:Estender o braço esquerdo, lateralmente e na horizontal, palma da mão virada para baixo, dedos esticados e unidos ede modo que os mesmos toquem o ombro do elemento que está imediatamente ao seu lado.

c) Retomar a posição de “SENTIDO”, a partir do “PERFILAR”À voz do comando de “...OLHAR FRENTE!”, o instruendo, qualquer que seja a fileira em que se encontre, deveráproceder conforme a seguir se indica.

Se ocupa a 1ª coluna da direita- Unir o braço esquerdo ao corpo, com batimento da mão no coxa, retomando a posição de “SENTIDO”.

Se estiver entre a 1ª coluna da direita e a última coluna- Rodar energicamente a cabeça para a frente.- Simultaneamente, unir o braço esquerdo ao corpo, retomando a posição de SENTIDO.

Estando na última coluna- Rodar energicamente a cabeça para a frente, retomando a posição de “SENTIDO”.

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147. ROMPER A MARCHA, MARCHAR E FAZER ALTO (S/ ARMA)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Marcar PassoAo sinal de comando de “...MARCAR PASSO”, o instruendo deverá:- iniciar o movimento com um batimento forte do pé esquerdo no chão;- os pés levantam alternadamente do terreno até as coxas atingirem sensivelmente a posição horizontal;- os braços oscilam alternadamente (braço contrário ao pé que levanta do terreno) sem dobrar pelo cotovelo, devendoa mão (com punho fechado e dedos voltados para baixo) chegar à altura do ombro do elemento logo imediatamente àfrente.O instruendo a marcar passo adota a postura segundo a Fig.1.

Fig. 1Cabeça naturalmente levantada, olhando em frente com a preocupação de manter o tronco direito.

b) Fazer AltoEstando o instruendo a “MARCAR PASSO”, ao sinal de comando de “...ALTO!”, deve:- num tempo só, o pé direito assenta no terreno com um ligeiro batimento -1º TEMPO;- o calcanhar do pé esquerdo une ao pé direito fazendo um batimento-2º TEMPO;- durante a execução deste movimento, deverá o instruendo ter a preocupação de manter a cabeça naturalmentelevantada, olhando em frente e mantendo o tronco direito;- o instruendo estando integrado numa escola de Secção/Pelotão, e a “MARCAR PASSO”, poderá ter a necessidadede “TROCAR PASSO”, para acertar o movimento com os demais elementos . Deverá para tal, assentar o mesmo péduas vezes seguidas continuando depois com o outro.O instruendo, estando integrado numa escola de Secção/Pelotão e estando em “MARCHA”, poderá ter a necessidadede “TROCAR PASSO”, para acertar o movimento com os demais elementos. Deverá, para tal, com o pé que vai emmovimento completar o passo e com o outro avançar rapidamente e por intermédio de um pequeno salto “dar umpontapé” no calcanhar do primeiro e com este dar um passo curto e rápido para a frente, sem perder a cadência.

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148. PASSAR DA POSIÇÃO DE “À VONTADE” À DE “SENTIDO” E VICE-VERSA (C/ARMA)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAAntes de iniciar qualquer movimento de ordem unida com a espingarda, os executantes deverão esticar a bandoleirade tal modo que a mesma fique bem justa ao fuste.O carregador deverá estar bem introduzido na arma, o que se pode conseguir, aplicando uma pancada seca com apalma da mão na base deste;Em cerimonial militar, sempre que possível, será armado o sabre baioneta;Em formaturas com arma as forças formam com intervalos abertos;Quando a formatura for constituída por mais do que uma fileira, os movimentos de: APRESENTAR ARMA,FUNERAL ARMA, CRUZAR ARMA e o MANEJO DE FOGO DE SALVA devem ser executados de fileirasabertas;

a) Passagem da posição de “À VONTADE “ à de “ SENTIDO”.Encontrando-se o militar na posição de:

1) À VONTADE”Arma assente no terreno pela chapa de couce, com o bico inferior desta encostada à bota por altura do dedomínimo do pé direito.O carregador da arma voltado para a frente.A mão direita a segurar a arma pelo cano; dedos indicador e médio estendidos ao longo do guarda mão, dedosanelar e mínimo por baixo da proteção do ponto de mira, dedo polegar voltado para baixo.Braço direito naturalmente estendido e afastado para o lado.Antebraço esquerdo atrás das costas; mão fechada e à altura da cintura.O militar deverá manter uma postura rígida e com o pé direito fixo- procedimento importante para manter oalinhamento da formatura.Calcanhares naturalmente afastados cerca de 30 cm com as pontas dos pés viradas para fora.O tronco está direito e a cabeça naturalmente levantada olhando para a frente, conforme fig. 1.

Fig. 1

Ao sinal de comando (toque/voz) de “...FIRME!” o militar passará à posição de:

2) “FIRME”O militar nesta posição adota uma postura rígida com.Tronco direito, ombros recuados, peito saliente e recolha do ventre.A cabeça levantada e naturalmente a olhar em frente.Antebraço direito agora estendido atrás das costas com a mão fechada.Os pés naturalmente afastados à distância de 30 cm (cerca de um pé) e com as pontas viradas para fora.O braço direito continua esticado como na posição anterior e segurando a arma da mesma maneira, conformemostra a fig. 2.

Fig. 2

A partir desta posição e ao sinal de comando (toque/voz) de “...SENTIDO!”, o militar passará à posição de:

3) “SENTIDO”Para tomar esta posição o militar deverá, simultaneamente:- elevar ligeiramente os calcanhares e unir o calcanhar do pé esquerdo ao calcanhar do pé direitoenergicamente em um tempo e sem arrastar, terminando este movimento num batimento para de seguida osassentar no chão, ficando os mesmos unidos numa mesma linha e com as pontas dos pés naturalmente viradaspara fora;

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- tronco direito, ombros recuados, peito para fora e ventre recolhido;- braço esquerdo energicamente colocado ao longo do corpo com os dedos esticados e unidos ao longo daperna esquerda ( o dedo médio ficará colocado ao longo da costura vertical da perna da calça);- levar a arma à vertical, encostando-a ao corpo, ficando assente no terreno pela chapa de couce, com o bicoinferior desta encostado à bota direita por altura do dedo mínimo do pé direito, ficando o carregador voltadopara a frente e a mão direita a segurar a arma pelo cano com o dedo indicador ao longo do mesmo e o polegarenvolvendo o ponto mira;- manter a cabeça levantada olhando em frente conforme Fig.3.

Fig. 3

b) Passagem da posição de “SENTIDO” à de “À VONTADE”O instruendo, ao sinal de comando (toque/voz) de “...DESCANSAR!”, passa à posição de:

1) “FIRME”O militar nesta posição deverá simultaneamente:- elevar ligeiramente os calcanhares e afastar agora o pé esquerdo cerca de 30 cm sem contudo o arrastar,assentando posteriormente os dois calcanhares no chão;- deslocar energicamente o braço esquerdo para traz das costas ficando o antebraço ligeiramente estendidocom a mão fechada e à distância de uma mão travessa;- o braço direito é energicamente estendido continuando a mão direita a segurar a arma da mesma maneiraFig. 2;- o militar mantém-se numa posição rígida, cabeça levantada olhando em frente até que seja dado o sinal decomando (toque/voz) de “...À VONTADE!”.

2) “À VONTADE”Descontrair o antebraço esquerdo que deverá agora juntar a mão fechada à cintura, conforme Fig. 1.

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149. FAZER O “OMBRO ARMA” E A PARTIR DESTA POSIÇÃO O “DESCANSAR ARMA”

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Passagem da posição de “SENTIDO” a “OMBRO ARMA”Estando o instruendo na posição de “SENTIDO” e após ser dado o sinal de comando/execução de “...OMBROARMA!”, deverá:- a mão direita, que se encontra a agarrar a arma, energicamente suspende-a na vertical e ao longo do corpo até aobraço e antebraço direitos ficarem horizontais e com o cotovelo e mão à altura do ombro direito e, em simultâneo, amão esquerda, dando uma palmada, vai segurar a arma pelo guarda-mão abaixo da mão direita, ficando braço eantebraço com o cotovelo esquerdo levantado à altura deste ombro (1º TEMPO);- mão direita, dando um palmada, vai segurar a arma pelo punho (2º TEMPO);- braço esquerdo baixa energicamente para o lado do corpo (3º TEMPO).O instruendo fica em “OMBRO ARMA” conforme Fig.1.

Fig. 1

b) Passagem da posição de “OMBRO ARMA” a “SENTIDO”.Estando o instruendo na posição de “OMBRO ARMA” e após ser dado o sinal de comando/execução de“...DESCANSAR ARMA!”, deverá:- a mão esquerda dando uma palmada, vai abraçar o guarda-mão a meia altura daquele (o braço e o antebraçoesquerdo ficam com o cotovelo levantado e na horizontal) (1º TEMPO).- a mão direita vai agarrar o protetor do ponto de mira, ficando o braço e o antebraço direitos na horizontal; com ocotovelo e mão à altura do ombro direito (2º TEMPO).- em simultâneo, as duas mãos descem a arma para a posição de sentido (sem deixar no entanto que a arma bata nochão) e o braço esquerdo baixa energicamente para o lado do corpo (3º TEMPO).O militar armado na posição de “SENTIDO” ficará conforme Fig.2

Fig. 2

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150. FAZER O “APRESENTAR ARMA” E A PARTIR DESTA POSIÇÃO O “OMBRO ARMA”

1. ELEMENTOS DE DOUTRINA

a) Passagem da posição de “OMBRO ARMA” a “APRESENTAR ARMA”Estando o instruendo na posição de “OMBRO ARMA” e após ser dado o sinal de comando/execução de“...APRESENTAR ARMA!”, deverá:- com a mão esquerda dar uma palmada e agarrar a parte superior do guarda-mão com o dedo polegar voltado paracima e apoiado no zarelho da bandoleira (1º TEMPO);- Levar a arma à frente do corpo com as duas mãos, ficando a mesma perfeitamente na vertical com o carregadorvoltado para a frente e afastada do corpo cerca de uma mão-travessa. O ponto mira ficará sensivelmente à altura daboca. A mão direita ficará a agarrar o punho da arma, ficando o polegar por cima e para a frente. O braço e antebraçoesquerdo ficam a formar um plano horizontal (2º TEMPO).O instruendo na posição de “APRESENTAR ARMA” encontra-se conforme o exposto na Fig. 1.

Fig.1

b) Passagem da posição de “APRESENTAR ARMA” a “OMBRO ARMA ”Estando o instruendo na posição de “APRESENTAR ARMA” e após ser dado o sinal de comando/execução de“...OMBRO ARMA!”, deverá:- com as duas mãos levar a arma ao ombro direito, sempre na vertical e com o carregador a apontar para a frente (1ºTEMPO);- energicamente baixar o braço esquerdo para o lado do corpo ficando o mesmo na posição de sentido (2º TEMPO);O instruendo na posição de “OMBRO ARMA” encontra-se conforme o exposto na fig. 2.

Fig. 2

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151. ROMPER A MARCHA, MARCHAR E FAZER ALTO (ARMADO)

1. ELEMENTOS DE DOUTRINAOs sinais de comando/execução são em tudo idênticos, estando o militar desarmado, com exceção da arma que semantém fixa na posição de marcha determinada.Se o sinal de comando for dado estando o(s) militar(s) na posição de sentido, não sendo dada outra voz, a arma deveráser levada à posição de “OMBRO ARMA”.

O sinal de comando para início de marcha pode ser dado estando a arma antecipadamente nas seguintes posições:- sentido (passando a “arma suspensa” no momento da execução);- ombro arma;- ombro esquerdo arma;- transporte em mão direita arma;- transporte em mão esquerda arma;- bandoleira arma;- alto arma.

Os movimentos de:- ombro arma (da posição de “arma suspensa”);- arma suspensa (da posição de “ombro arma”);- ombro esquerdo arma (da posição de ombro arma);- ombro arma (da posição de ombro esquerdo arma);- transporte em mão direita arma (da posição de ombro arma);- transporte em mão esquerda arma (da posição de transporte em mão direita arma);- ombro arma (da posição de transporte em mão direita arma).São executados em marcha ou a marcar passo.São idênticos aos movimentos feitos a pé firme, sendo cada tempo executado quando o pé esquerdo assenta no solo(fazendo um batimento).A voz de execução é dada quando o pé esquerdo assenta no solo.O momento de execução é o do batimento do pé esquerdo seguinte à voz.

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REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

CAPITULO 1 – ARMAMENTO E TIRO

101. Reconhecer o armamento e equipamento individual principal, usado pelo Exército PortuguêsFicha de Instrução Individual ATI(00)-00-01

102. Desmontar e montar a Espingarda Automática G-3 7,62mmFicha de Instrução Individual ATI(00)-01-01

103. Acessórios na Espingarda Automática G-3 7,62mmFicha de Instrução Individual ATI(00)-01-02

104. Fazer a manutenção de 1º escalão da Espingarda Automática G-3 7,62mmFicha de Instrução Individual ATI(00)-01-03

105. Identificar granadas de mãoFicha de Instrução Individual ATI(00)-02-01

106. Fazer a manutenção da Pistola Walther 9mm M/61Ficha de Instrução Individual ATI(00)-04-01

107. Fazer a manutenção da Metralhadora Ligeira HK-21 7,62mm M/68Ficha de Instrução Individual ATI(00)-05-01

CAPITULO 2 – INFORMAÇÃO E CONTRA-INFORMAÇÃO

108. Observar e escutarFicha de Instrução Individual ICI(00)-01-01

109. Designar objetivosFicha de Instrução Individual ICI(00)-01-02

110. Obter e transmitir uma notíciaFicha de Instrução Individual ICI(00)-01-03

111. Identificar pessoal e unidadesFicha de Instrução Individual ICI(00)-02-01

CAPITULO 3 – SAPADORES

112. Identificar materiais e engenhos perigososFicha de Instrução Individual SAP(00)-01-01

113. Localizar minas e armadilhasFicha de Instrução Individual SAP(00)-01-02

114. Enunciar as caraterísticas e funcionamento das minasFicha de Instrução Individual SAP (01) 03-01

CAPITULO 4 – TRANSMISSÕES

115. Pronunciar letras / algarismos e soletrar palavras utilizando o alfabético fonético OTANFicha de Instrução Individual TMS(00)-01-01

116. Instalar o telefone de campanha P/BLC-101Ficha de Instrução Individual TMS(00)-04-01

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117. Operar o telefone de campanha P/BLC-101Ficha de Instrução Individual TMS(00)-04-02

118. Transmitir e receber comunicaçõesFicha de Instrução Individual TMS(00)-06-01

119. Instalar o equipamento rádio E/R/P/PRC-425Ficha de Instrução Individual TMS(00)-07-01

120. Operar o equipamento rádio E/R/P/PRC-425Ficha de Instrução Individual TMS(00)-07-02

CAPITULO 5 – TOPOGRAFIA

121. Identificar na carta acidentes naturais e artificiais no terrenoFicha de Instrução Individual TOP(00)-02-02

122. Orientar uma carta topográfica (pela associação carta/terreno)Ficha de Instrução Individual TOP(00)-02-03

123. Determinar as coordenadas militares hectométricas de um ponto na carta militarFicha de Instrução Individual TOP(00)-02-04

124. Localizar na carta um ponto do terreno e determinar as suas coordenadas militares (UTM)Ficha de Instrução Individual TOP(00)-02-05

125. Navegar no terrenoFicha de Instrução Individual TOP(00)-03-01

CAPITULO 6 – TÉCNICA INDIVIDUAL DE COMBATE

126. Equipar e bivacarFicha de Instrução Individual TIC(00)-01-01

127. Camuflar-se (proteger-se das vistas)Ficha de Instrução Individual TIC(00)-02-01

128. Proteger-se dos fogosFicha de Instrução Individual TIC(00)-02-02

129. Instalar-se sem preparação da posiçãoFicha de Instrução Individual TIC(00)-02-03

130. Instalar-se com preparação da posiçãoFicha de Instrução Individual TIC (00)-02-04

131. Progredir no terrenoFicha de Instrução Individual TIC(00)-02-05

CAPITULO 7 – SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA

132. Medidas sanitáriasFicha de Instrução Individual SHS (00)-01-01

133. Higiene individualFicha de Instrução Individual SHS (00)-01-02

134. Profilaxia de doenças transmissíveis sexualmenteFicha de Instrução Individual SHS (00)-01-03

135. Prevenção da toxicodependênciaFicha de Instrução Individual SHS (00)-01-05

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136. Avaliar as funções vitaisFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-01

137. Colocar uma vítima em “posição adequada”Ficha de Instrução Individual SHS (00)-02-02

138. Reanimar uma vítima em paragem cardiorrespiratóriaFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-03

139. Suster hemorragia externaFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-04

140. Desobstruir as vias respiratóriasFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-05

141. Imobilizar uma fratura num dos membrosFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-06

142. Transportar um feridoFicha de Instrução Individual SHS (00)-02-08

143. Organizar uma bolsa de urgênciaFicha de Instrução Individual SHS (00)-03-01

CAPITULO 8 – ORDEM UNIDA

144. Passar da posição de “à vontade” à de “sentido” e vice-versa (s/arma)Ficha de Instrução Individual OUN(00)-01-01

145. Fazer “direita/esquerda volver” e “meia volta volver” (a pé firme)Ficha de Instrução Individual OUN(00)-01-03

146. Participar no “perfilar” de uma formaturaFicha de Instrução Individual OUN(00)-01-05

147. Romper a marcha, marchar e fazer alto (s/arma)Ficha de Instrução Individual OUN(00)-01-07

148. Passar da posição de “à vontade” à de “sentido” e vice-versa (c/arma)Ficha de Instrução Individual OUN(00)-02-01

149. Fazer o “ombro arma” e a partir desta posição o “descansar arma”Ficha de Instrução Individual OUN(00)-02-02

150. Fazer o “apresentar arma” e a partir desta posição o “ombro arma”Ficha de Instrução Individual OUN(00)-02-03

151. Romper a marcha, marchar e fazer alto (armado)Ficha de Instrução Individual OUN(00)-02-06