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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional 1 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4). Medicina, Ribeirão Preto Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Hospital das Clínicas da FMRP-USP Volume 50 - Suplemento 4 novembro/2017 XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio de Trabalhos Científicos do curso e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo 25 a 27 de maio de 2017 EDITORIAL .............................................................................................................................................. 5 AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ 5 ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 6 PROGRAMAÇÃO ..................................................................................................................................... 7 TRABALHOS APRESENTADOS .............................................................................................................. 10 ÍNDICE DE AUTORES ............................................................................................................................. 64 SESSÃO DE PÔSTERES A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICO-OCUPACIONAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Roberto RS, Santoro BS, Silva AFO, Panúncio-Pinto P ........................................................................... 10 A PERCEPÇÃO DE MÃES EM RELAÇÃO AS HABILIDADES DE BRINCAR DE SEUS FILHOS DURANTE HOSPITALIZAÇÃO Almohalha L, Lázaro AR ........................................................................................................................... 11 A PERCEPÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL E PROFISSIONAIS DA SAÚDE SOBRE A EFICÁCIA DA TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA DEPRESSÃO INFANTIL Ramos LPRA, Martins CMS ..................................................................................................................... 12 ANÁLISE DO AMBIENTE E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG* Ferreira MJ, Roncoleta LM, Maringolo LP, Dutra FCMS .......................................................................... 13 APLICAÇÃO DE TOQUES SUTIS PARA DIMINUIÇÃO DE DORES EM QUEIMADOS Alves CP, Gravatin CA. ............................................................................................................................ 14 AS MULHERES E SUAS CORPOREIDADES NOS PROCESSOS DE TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE MENTAL Silva CR, Marques GM ............................................................................................................................ 15 CAMINHOS DA TERAPIA OCUPACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Silva AC, Oliver FC. ................................................................................................................................ 16 CAPACIDADE PARA O TRABALHO E PERCEPÇÃO DE SAÚDE DE TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG* Roncoleta LM, Ferreira MJ, Maringolo LP, Dutra FCMS. ......................................................................... 17 CARACTERIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DE SUJEITOS COM TRANSTORNO MENTAL

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

1 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Medicina, Ribeirão Preto Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Hospital das Clínicas da FMRP-USP

Volume 50 - Suplemento 4 – novembro/2017

XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio de Trabalhos

Científicos do curso e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo

25 a 27 de maio de 2017

EDITORIAL .............................................................................................................................................. 5

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ 5

ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 6

PROGRAMAÇÃO ..................................................................................................................................... 7

TRABALHOS APRESENTADOS .............................................................................................................. 10

ÍNDICE DE AUTORES ............................................................................................................................. 64

SESSÃO DE PÔSTERES

A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICO-OCUPACIONAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Roberto RS, Santoro BS, Silva AFO, Panúncio-Pinto P ........................................................................... 10 A PERCEPÇÃO DE MÃES EM RELAÇÃO AS HABILIDADES DE BRINCAR DE SEUS FILHOS DURANTE HOSPITALIZAÇÃO

Almohalha L, Lázaro AR ........................................................................................................................... 11 A PERCEPÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL E PROFISSIONAIS DA SAÚDE SOBRE A EFICÁCIA DA TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA DEPRESSÃO INFANTIL

Ramos LPRA, Martins CMS ..................................................................................................................... 12 ANÁLISE DO AMBIENTE E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG*

Ferreira MJ, Roncoleta LM, Maringolo LP, Dutra FCMS .......................................................................... 13 APLICAÇÃO DE TOQUES SUTIS PARA DIMINUIÇÃO DE DORES EM QUEIMADOS

Alves CP, Gravatin CA. ............................................................................................................................ 14 AS MULHERES E SUAS CORPOREIDADES NOS PROCESSOS DE TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE MENTAL

Silva CR, Marques GM ............................................................................................................................ 15 CAMINHOS DA TERAPIA OCUPACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Silva AC, Oliver FC. ................................................................................................................................ 16 CAPACIDADE PARA O TRABALHO E PERCEPÇÃO DE SAÚDE DE TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG*

Roncoleta LM, Ferreira MJ, Maringolo LP, Dutra FCMS. ......................................................................... 17 CARACTERIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DE SUJEITOS COM TRANSTORNO MENTAL

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

2 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

PARA INTERNAÇÃO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO-SP

Lourenço MAM, Fiorati RC ...................................................................................................................... 18 COMO AVALIAR LESÃO DE PLEXO BRAQUIAL EM ADULTOS – PROPOSTA DE PROTOCOLO

Pereira JB, Goia DN, Elui VMC. ............................................................................................................... 19 CORPO E EXPRESSÃO NA ESCOLA: CULTURA JUVENIL E PERTENCIMENTO

Silva CR, Hanada ST ............................................................................................................................... 20 CORPOREIDADE: UMA REVISÃO SOBRE A HISTÓRIA DO CORPO

Ambrosio L, Silva CR, Helena S . ............................................................................................................ 21 COTIDIANO E PRÁXIS: MATRIZES ESTRUTURANTES PARA A PRÁTICA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL JUNTO A PESSOAS USUÁRIAS DE DROGAS

Santos CG, Pinto LM, Ferreira TH ........................................................................................................... 22 DESEMPENHO COGNITIVO DO ESQUEMA CORPORAL E DA ORIENTAÇÃO ESPAÇO- TEMPORAL DE CRIANÇAS COM FISSURA LABIOPALATINA

Benati ER, Tabaquim MLM ...................................................................................................................... 23 EXPERIÊNCIA COM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM SERVIÇO DE QUIMIOTERAPIA

Chagas LMO, Alves GC, Borges KA, Andrade LF, Silva A, Barichello E. ................................................ 24 INTEGRAÇÃO SENSORIAL EM FOCO: REVISÃO DA LITERATURA

Ferreira BS, Oliveira CF, Souza APS, Almohalha L ................................................................................. 25 MEDIDAS MORFOMÉTRICAS E COMPORTAMENTAIS EM MODELO ANIMAL DE AUTISMO

Souza ACS, Spilla CSG, Souza ALDM, Silva MO, Rizzolo RJC, Pinato L ............................................... 26 MOVIMENTO ESTUDANTIL DE TERAPIA OCUPACIONAL E SUA INTERFACE COM A PROFISSÃO

Cabral IM, Lopes KP ................................................................................................................................. 27 MULHERES GESTANTES E TERAPIA OCUPACIONAL: INTERVENÇÕES NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E A CORPOREIDADE FEMININA

Ambrosio L, Ferigato SH, Silva CR. ......................................................................................................... 28 O LUTO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL

Bontempo KS, Lobato BC ......................................................................................................................... 29 O SABER E O FAZER ACOLHIMENTO EM CAPSAD

Passarelli FG, Silva ML. ........................................................................................................................... 30 O TERRITÓRIO COMO ESPAÇO DE CUIDADO: INTERVENÇÃO “MEU BAIRRO” JUNTO ÀS FAMÍLIAS ATINGIDAS PELA BARRAGEM DE FUNDÃO – MARIANA/MG

Candian ES, Carvalho MA, Santos MAL .................................................................................................. 31 O USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E O ACOLHIMENTO EM CAPSAD

Silva CG, Marucci LD, Silva ML. .............................................................................................................. 32 PRÁTICAS E HABILIDADES PROFISSIONAIS DE DEPENDENTES QUÍMICOS EM TRATAMENTO

Nizo BD, Passarelli FG, Silva NR, Silva ML .............................................................................................. 33

PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM PROFESSORES

Silva LK, Silva NR .................................................................................................................................... 34

QUALIDADE DE VIDA, INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E ADESÃO MEDICAMENTOSA EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE

Barbosa WAS, Gritti CC, Menin RC, Paula GAS, Platina MLCV ............................................................. 35

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

3 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

REABILITAÇÃO E CUIDADOS PALIATIVOS NÃO-ONCOLÓGICOS EM CONTEXTOS HOSPITALARES: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Perilla VML, De Carlo MMRP.................................................................................................................... 35 RELAÇÃO MÃE E FILHO PREMATURO E A ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Sales M, Ribeiro ACC, Pereira RC .......................................................................................................... 36

RESGATE DE MEMÓRIAS E EMOÇÕES NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DE ATIVIDADE EM TERAPIA OCUPACIONAL – RESULTADO DE PESQUISA

Paiva AA .................................................................................................................................................. 37

SESSÃO DE CINEMA NO CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO: O OLHAR DA CRIANÇA E DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Lázaro AR, Almohalha L .......................................................................................................................... 38 TERAPIA OCUPACIONAL E A ATENÇÃO A MULHERES DURANTE O PUERPÉRIO

Nichel V, Junior HPC, Pontes T ............................................................................................................... 40

TERAPIA OCUPACIONAL E ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Santoro BS, Roberto RS, Silva AFO, Panúncio-Pinto MP ....................................................................... 40 VALIDADE E CONFIABILIDADE DO WORLD HEALTH ORGANIZATION DISABILITY ASSESSMENT SCHEDULE (WHODAS 2.0) PARA PESSOAS COM OBESIDADE MÓRBIDA

Borges KA. Chagas LMO, Andrade LF, Castro SS .................................................................................. 41 “VEM COMIGO QUE EU TE EXPLICO”: INVESTINDO NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO A CRIANÇAS DE UMA UNIDADE PEDIÁTRICA

Letícia Fernandes de Andrade, Monise Sanches Rodrigues, Maria Paula Panúncio-Pinto ...................... 42 “VEM COMIGO QUE TE EXPLICO”: INVESTINDO NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO À CRIANÇAS EM PROCESSO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA

Rodrigues MS, Andrade LF, Panúncio-Pinto MP ..................................................................................... 44

VIVÊNCIAS ACADÊMICAS: A UTILIZAÇÃO DO TEATRO COMO RECURSO DIDÁTICO NA TERAPIA OCUPACIONAL

Mendes SO, Pasa BC, Silva CGL ............................................................................................................ 45

SESSÃO DE APRESENTAÇÕES ORAIS

A CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Joaquim KP, Placeres AF, Fiorati RC. ..................................................................................................... 46

A TERAPIA OCUPACIONAL E A REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL NOS DIFERENTES EQUIPAMENTOS DE SAÚDE MENTAL DE RIBEIRÃO PRETO

Rodrigues MS, Kebbe LM ........................................................................................................................ 47

A VISÃO DOS PAIS SOBRE A SEXUALIDADE DO SEU FILHO COM SÍNDROME DE DOWN

Chellegatti M, Carretta RYD . ................................................................................................................... 48

CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RISCO PESSOAL E SOCIAL: CONHECENDO AS DEMANDAS

PARA A INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Gabriel MC, Panúncio-Pinto MP . ............................................................................................................ 49

CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RISCO PESSOAL E SOCIAL: EXPLORANDO AS

CONSEQUÊNCIAS DA VULNERABILIDADE SOCIAL PARA O DESEMPENHO EM OCUPAÇÕES

Roberto RS, Panúncio-Pinto MP .............................................................................................................. 50

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

4 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

DESVELANDO OS SENTIMENTOS DA GESTAÇÃO E MATERNIDADE: BUSCANDO SUBSÍDIOS

PARA AÇÕES JUNTO A GESTANTES NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Campos BPS, Carretta RYD . .................................................................................................................. 51 ESTESIOMETRIA: RELAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO, EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E

RESULTADOS OBTIDOS: ESTUDO DESCRITIVO.

Cunha AC, Elui VMC ............................................................................................................................... 52 FAMILIARES CUIDADORES DE PESSOAS EM SOFRIMENTO PSÍQUICO E A

CORRESPONSABILIDADE NO CUIDADO: REVISÃO DE LITERATURA

Lima RD, Kebbe LM ................................................................................................................................. 53 LEVANTAMENTO DO PERFIL OCUPACIONAL DO INSUFICIENTE RENAL CRÔNICO

Izar MLC, Baldo ET, Oliveira AS ............................................................................................................. 54 MULTIDISCIPLINARIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS

OCUPACIONAIS: A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES DA GRADUAÇÃO EM TERAPIA

OCUPACIONAL DA FMRP- USP.

Andrade LF, Panúncio-Pinto MP .............................................................................................................. 55 O BRINCAR EXPLORATÓRIO DE CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES COM SÍNDROME DE DOWN -

ESTUDO DESCRITIVO

Malaquini CX, Pfeifer LI ........................................................................................................................... 57 O IMPACTO DA DANÇA NOS PAPÉIS OCUPACIONAIS E NA AMPLIAÇÃO DAS REDES SOCIAIS

NOS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA DE DANÇA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Durante BL, Oliveira AS ........................................................................................................................... 58

O TRANSPORTE COLETIVO URBANO E A ADESÃO A REABILITAÇÃO: VISÃO DOS USUÁRIOS

Mattara A, Carretta RYD. ......................................................................................................................... 59 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE PESSOAS COM CÂNCER DE PULMÃO

AVANÇADO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Terassi B, De Carlo MMRP ...................................................................................................................... 60 TECNOLOGIA MÓVEL PARA A GESTÃO DA SAÚDE EM ADULTOS MAIS VELHOS COM

DOENÇA CRÔNICA

Pereira J, Santana CS ............................................................................................................................. 61 TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL: ARTICULAÇÃO ENTRE MODELOS DE

ATUAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS

Silva MG, Kebbe LM ................................................................................................................................ 62 VALIDAÇÃO DO FUNCTIONAL DEXTERITY TEST

Ternero I, Elui VMC ................................................................................................................................. 63

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

5 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Editorial

rezados colegas, em nome Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP-USP, do

curso de Terapia Ocupacional e do CETORP – Centro Estudantil da Terapia Ocupacional

de Ribeirão Preto, é um prazer tê-los em mais uma edição do XI Simpósio de Terapia

Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de

Terapia Ocupacional do curso. Os trabalhos científicos apresentados no Congresso serão publicados sob

a forma de Anais e esperamos que essa iniciativa facilite a disseminação das pesquisas realizadas em

Terapia Ocupacional.

O evento científico do curso de Terapia Ocupacional na FMRP/USP ocorreu nos dias 25 a 27 de

maio de 2017 no Espaço de Eventos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São

Paulo.

Esse evento contou com a participação de duas palestrantes canadenses, além de 4 mesas

redondas abordando temas diversos e 4 minicursos contemplando a temática geral: Ciência Ocupacional:

Pesquisa e Tendências Contemporâneas para a Terapia Ocupacional.

Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer aos seguintes colaboradores que possibilitaram a realização do evento:

FAEPA, FAPESP e FMRP-USP. Também gostaríamos de parabenizar o CETORP e a Comissão Organizadora

por mais essa missão cumprida.

P

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Adrielli Fernanda de Oliveira e Silva Bianca Chiodi Louzávio Bianca Terassi Bruna Morais de Melo Carolina Romeiro Pereira Gabriel Morais Xavier dos Santos Gabriela Martins Grazielle Keile Xavier Karina Luiza Rodrigues Sarti Laís Bernardes Garcia Lorena Gabriela Freitas Lima Luana Maria Coscrato Melo Luiz Felipe da Silva Manoela Gianini Luiz Priscila Galo Farnocchi Rhayane do Nascimento Silva Roberta Maria Lopes Thainá Maciel Ferreira Chantre Costa Thais Fialho Gomes Vinicius Nunes Menezes

Prof. Dr. Leonardo Martins Kebb Profa. Dra. Carla da Silva Santana

Profa. Dra. Regina Célia Fioratti Profa. Dra. Thaís Cristina Chaves

Profa. Dra. Valéria Meirelles Carril Elui

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7 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

PROGRAMAÇÃO

Data Temas Mediador

Quinta-feira 25/05/2017

17:00hs Credenciamento/Inscrições e Entrega de materiais

17:30hs Apresentação cultural do Lar dos Cegos

18:00hs Abertura das atividades Profa. Dra. Margareth Castro – Diretor FMRP-USP Prof. Dr. Eduardo Ferrioli - Presidente da Comissão de Graduação da FMRP/USP Bruna Morais de Melo - Presidente CETORP Profa. Dra. Maria Paula Panúncio Pinto - Coordenador da Comissão Coordenadora do Curso de TO da FMRP-USP/RP Prof. Dr. Ayrton Custódio Moreira Prof. Dr. Antonio Waldo Zuardi

18:30- 18:45hs

TO 15 anos FMRP Profa. Dra. Maria Paula Panúncio Pinto

18:45hs Apresentação de trabalho científicos do curso de TO FMRP/USP

Docentes e convidados da FMRP-USP

Sexta-feira - 26/05/2017

8:00hs-12:00

Mini Cursos: -Órtese em neurologia infantil; -Metodologia do Projeto de Construção de Produtos de Tecnologia Assistiva; -Tecnologia e Inovação no cuidado à saúde do Idoso; -Estimulação Multissensorial para idosos com Demência;

-Dra. Patrícia Barroso -Profa. Dra. Alessandra Cavalcanti -Doutoranda Marina Soares Bernardes e Profa. -Dra. Carla Silva Santana -Mestrando Bento Miguel Machado *e Profa. Dra. Carla Silva Santana

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8 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

12:00h-13:00h

Almoço

14:00hs Conferência: Ciência Ocupacional Coordenadora: Profa. Dra. Luziara Pfeifer

14:00-14:45 Occupational Therapy and

Occupational Science

Prof. Deborah Rudman

14:45-15:00 Discussão

15:00-15:15 TO 15 anos FMRP Docentes Curso TO FMRP-USP

15:15 Mesa redonda: TO e Diretos

humanos

Mediador: Profa. Dra. Maria Paula P. Pinto

15:15-15:45 Juventude, Vulnerabilidade e

Direitos

Profa. Dra. Patrícia Leme de Oliveira Borba

15:45-16:15 Direitos da pessoa com deficiência Profa. Dra. Fátima Oliver

16:15-16:45 Atenção Sócio-assistencial e

população adulta

Profa. Dra. Marta Carvalho de Almeida

16:45-17:00 Discussão

17:00-17:30 Coffee Break

17:30-19:00 Mesa redonda Sociedade, Saúde

Mental e TO

Mediador: Profa. Dra. Adriana Sparenberg

17:30-18:00 Saúde Mental na

Infância/Adolescência

Profa. Dra. Maria Fernanda Barbosa

18:00-18:30 Saúde Mental e Economia

Solidária: ECOSOL

Profa. Dra. Isabela Aparecida Lussi

18:30-18:45 Discussão

18:45-19:05 Apresentação Coral Zenite USP

19:05 Coffee e Apresentação dos

pôsteres

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9 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Sábado - 27/05/2017

8:30-10:30 Mesa redonda: TO Pesquisa e

inserção internacional

Mediador: Profa Dra Valéria Elui

8:30-9:30 Perspectives of scientific

production in Occupational

Therapy

Prof. Jane Davis

9:30- 10:00 Política editorial no Brasil Profa. Dra. Ana Paula Malfitano

10:00-10:30 Discussão

10:30-10:45 TO 15 anos FMRP- USP Docentes do Curso FMRP-USP

10:45- 11:15 Coffee Break

11:15-13:00 Mesa redonda: TO e

perspectivas para a

contemporaneidade

Mediador: Profa. Dra. Regina Y.D.

Carretta

11:15-11:45 Antropologia e TO Profa. Dra. Denise Dias Barros

11:45-12:15 Novos modos de cuidado em

TO, práticas e modelos

emergentes

Profa. Dra. Lilian Magalhães

12:15-12:45 Desafios contemporâneos da

TO na saúde física - inovações

e tecnologias

Dra. Maricel Andaluz

12:45 -13:00 Discussão

13:00 Encerramento do Simpósio

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

10 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Sessão de Pôsteres

1. A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICO-OCUPACIONAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA

Autores: Rafaela da Silva Roberto; Beatriz Silva Santoro; Adrielli Fernanda de Oliveira; Maria Paula Panúncio-Pinto. Curso de Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP – São Paulo

Introdução: A Terapia Ocupacional tem como principal foco o desempenho das atividades cotidianas. Nessa perspectiva, apresentam-se como objetivos da intervenção terapêutica ocupacional: facilitar o envolvimento em ocupações para participação ativa na vida; apoiar e promover o desempenho em atividades cotidianas e atuar em fatores que influenciam o desempenho dessas atividades (AOTA, 2014).

Objetivos: Este trabalho pretende relatar a experiência do projeto: “A intervenção terapêutico-

ocupacional com crianças em vulnerabilidade social: promoção de saúde e cidadania em ações

intersetoriais- Ano V” implantado neste ano num Serviço de Convivência e Fortalecimento de

Vínculos.

Métodos/Procedimentos: Trata-se de um relato de experiência, para isso foram abordados os relatórios das intervenções realizadas no período fevereiro e março de 2017. Após o contato inicial com a instituição e a apresentação da proposta foi definido cronograma que envolveu um período inicial de observação, criação de vínculo e os objetivos foram definidos, a partir de um diagnóstico das principais demandas ocupacionais, buscando-se diferentes estratégias para alcançá-los através de atividades. Participam do projeto duas bolsistas e uma voluntária, uma vez por semana, atendendo crianças e adolescentes no período da manhã, divididos em por faixa- etária: G1 (9 a 10 anos), G2 (11 a 15 anos) e G3 (6 anos). Os objetivos gerais compreendidos foram: fortalecer participação social, bem como interação; estimular habilidades sociais, processuais e de comunicação. Em termos específicos os objetivos foram identificados de acordo com o grupo: G1 - promover o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo dos sujeitos, diminuir ansiedade, aprimorar regulação emocional, e expressão de sentimentos e emoções; G2 – proporcionar reflexão e discussão sobre vivências do cotidiano, estimular a autonomia, oportunizando escolhas, tomada de decisões e expressões; G3 – estimular função executiva, atenção, concentração e sequenciamento, promover o desenvolvimento do autocontrole e de cooperação. Resultados: Ao longo desse período foram realizados 7 encontros, estando presentes 27 sujeitos, sendo 11 meninas e 16 meninos. A ocupação visada nesse projeto foi a participação social e as atividades realizadas para alcançar os objetivos foram:

G1 (9 e 10 anos): Jogo apresentação; Jogo Descobrindo; Confecção de Massinha; Quem sou eu?; Relaxamento; Qual o sentimento?

G2 (11 a 15 anos): Jogo Descobrindo; Temas (drogas, gravidez, assédio, machismo, homofobia, álcool. Racismo; bullying; família; preconceito); Tear indígena.

G3 (6 anos): Jogo Apresentação; Confecção Massinha; Contação de História seguido de atividade lúdica; Relaxamento; Brincadeiras de roda; Criação Jogo da Velha; Tear indígena.

Conclusões: A realização da atividade propicia a expressão de sentimentos, atitudes e ideias, e sua execução está a serviço de uma inter-relação constituída no processo terapêutico. As atividades incentivam a experimentação de novas formas de fazer, de captar o mundo, de relacionar-se com sua produção e com os outros (SALLES, 2016). Referências: AOTA. Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process (3rd Ed.)American Journal of Occupational Therapy, Vol. 68, S1-S48, March/April 2014. SALLES, M.M; MATSUKURA, T.S Cotidiano, Atividade Humana e Ocupação – perspectivas da terapia ocupacional no campo da saúde mental. São Carlos: Editora EdUfSCar, 2016. p. 23-25.

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2. A PERCEPÇÃO DE MÃES EM RELAÇÃO AS HABILIDADES DE BRINCAR DE SEUS FILHOS DURANTE HOSPITALIZAÇÃO

Autores: Lucieny Almohalha; Andressa Regina De Lázaro

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba/MG

Introdução: O brincar é a principal atividade infantil na qual a criança desenvolve habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, emocionais, sociais e culturais. Recebe influências diretas dos diversos contextos onde se realiza. Na hospitalização ela é, muitas vezes, privada de brincar, o que poderá trazer consequências para seu desenvolvimento. Como acompanhantes de criança, as mães vivenciam momentos de angústias e alterações comportamentais de seus filhos e se tornam responsáveis por acolher, suportar e estimular seu filho hospitalizado. Objetivos: Levantar o histórico de atividades lúdicas por meio da visão de mães de crianças hospitalizadas e verificar como o processo de internação influencia o brincar. Métodos/Procedimentos: Pesquisa descritiva realizada com mães de crianças hospitalizadas há mais de sete dias em uma enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas. Os dados foram coletados através da entrevista semiestruturada Histórico Lúdico de Takata (1974), analisados quantitativamente por frequência absoluta de aparição e qualitativamente por análise de conteúdo. Foram incluídas no estudo mães acompanhantes de crianças de 0 a 12 anos que concordaram em participar da pesquisa. Resultados: Foram baseados nas visões das mães quanto aos brincares de seus filhos de 0 a 12 anos em contexto de hospitalização. O perfil das crianças se caracterizou por seis crianças de 2 a 8 anos, sendo 3 do sexo feminino e 3 do masculino. Com relação a como as crianças brincam no contexto familiar e com as crianças que são de seu convívio, a maioria brinca de forma tranquila e harmoniosa com outras crianças, exceto uma, em que a mãe relatou que a criança briga quando esta brincando. Quanto ao brincar no hospital, as mães relataram mudanças importantes no brincar e que foram semelhantes entre as crianças. A maioria das mães relatou que as crianças estavam mais agressivas e impacientes ou mais quietas e retraídas. Conclusões: Este estudo demonstrou que as mães perceberam alterações significativas quanto o brincar de seus filhos em contextos diferentes, e que as mães observaram e se preocuparam com estas mudanças. Com isso, se faz necessárias intervenções junto aos acompanhantes de crianças hospitalizadas, para que estes consigam diminuir suas frustrações quanto às mudanças comportamentais apresentadas por seus filhos neste período. Ainda, se faz necessário oferecer espaços apropriados para resgatar o brincar de crianças no contexto de hospitalização garantindo assim a continuidade de seu desenvolvimento e a assistência integral e humanizada a todos envolvidos neste processo. Referências:

1 - AZEVEDO, D.M.; SANTOS,J.J.S.; JUSTINO,A.R.;MIRANDA,F.A.N.; SIMPSON,C.A. O brincar como instrumento terapêutico na visão da equipe de saúde. Ciências e Cuidados em Saúde. Julho/Setembro de 2007. Disponível em: www.scielo.br. 2 - BRYZE, K. Contribuições das Narrativas ao Histórico Lúdico. In: PARHAN, L.D.; CARVALHO, A.M.; BEGNIS, J.G. Brincar em unidades de atendimento pediátrico: aplicações e perspectivas. Psicologia em Estudo. Vol.11 no.1. Maringá Jan./Abr. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br 3 - FAZIO, L.S. A Recreação na Terapia Ocupacional Pediátrica. Cap.2. São Paulo: Santos, 2002. 23-34 p. 4- FERREIRA, E.A.; VARGAS,I.M.A.; ROCHA,S.M.M. Um estudo bibliográfico sobre o apego mãe e filho – Bases para assistência de enfermagem pediátrica e neonatal. Revista Latino-Americano de Enfermagem. Volume 16. Número 4.1998. Disponível em: http://www.scielo.br. 5- FERREIRA, A.L.; PINTO, A.D.V.; PARREIRA, F.V.; GONÇALVES, G.B.; COELHO, Z.A.C. O brincar como mediador da relação pais e filhos no contexto ambulatorial e hospitalar: relato de uma experiência. Anais do 8º Encontro de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2005.

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3. A PERCEPÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL E PROFISSIONAIS DA SAÚDE SOBRE A EFICÁCIA DA TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS NA

DEPRESSÃO INFANTIL Autores: Luís Paulo Alves Ramos, Camila Maria Severi Martins-Monteverde

Centro Claretiano de Batatais

Introdução: A Terapia Assistida por Animais (TAA) pode ser utilizada no tratamento de distúrbios

físicos, mentais e emocionais, visando melhorar a capacidade de socialização e recuperação da

autoestima¹. O terapeuta Ocupacional é um profissional qualificado na utilização da técnica e está

entre os profissionais aptos para que juntamente com uma equipe multidisciplinar possa atuar

aplicando a TAA em crianças diagnosticadas com depressão visando à melhoria do bem-estar e da

qualidade de vida².

Objetivos: Avaliar a eficácia da Terapia Assistida por Animais (TAA) aplicada no tratamento da

depressão infantil, a partir da percepção de profissionais da saúde.

Métodos/Procedimentos: A coleta de dados foi realizada via Skype com profissionais da saúde

que trabalham no Instituto Cão Terapeuta, da cidade de São Paulo/SP. Foi utilizada uma ficha

sociodemográfica e aplicados 2 instrumentos construídos pelos pesquisadores de caráter

quantitativo e qualitativo. Para classificação das respostas quantitativas, o participante deveria

utilizar a seguinte escala: 1 – Sem Eficácia; 2 – Não muito eficaz; 3 – Um Pouco Eficaz; 4 – Muito

Eficaz; 5 – Extremamente Eficaz.

Resultados: Na amostra avaliada, 80% dos participantes classificam a eficácia da TAA em nível 4,

considerando que a técnica necessita de conciliações com outros tratamentos. Quanto ao nível de

melhora nos sintomas, 80% dos participantes pontuaram média 4, pois embora sejam observados

grandes ganhos com a aplicação da TAA, na perspectiva dos participantes tais ganhos não

ocorreriam com tamanha intensidade sem a realização de outras formas de tratamento. Ao serem

questionados sobre o nível de aceitação da técnica pelos usuários, 60% dos participantes em nível

5 a aceitação da técnica pelo assistido.

Diante dos dados obtidos, nota-se que a Terapia Assistida por Animais pode ser considerada um

recurso inovador e eficaz no tratamento da depressão infantil. Vale ressaltar que embora não tenha

sido possível a realização de entrevista com Terapeutas Ocupacionais, a literatura científica

demonstra que a TAA pode ser utilizada como uma estratégia terapêutica ocupacional para a

reestruturação do cotidiano e restauração dos papéis ocupacionais acarretados pela

psicopatologia.

Conclusões: Comprovou-se de forma geral que a interação homem-animal pode proporcionar

ganhos significativos nos aspectos físicos, psicológicos e motivacionais em casos de depressão

infantil. O contato com o animal permite que a criança expanda sua socialização e passe a ter um

maior contato com o lúdico a partir de suas escolhas no brincar, além disso, conclui-se que a

presente técnica pode ser utilizada como um recurso da terapia ocupacional para restauração de

habilidades acometidas pela depressão.

Referências 1- MACHADO, J. A. C.; ROCHA, J. R; SANTOS, L. M.; PICCININ, A. Terapia Assistida por Animais (TAA). Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. 2008. 2- CHAGAS, J. N. M.; SANTOS, A. M. T.; IVO, J. E. S.; VALENÇA, T. R. Terapia Ocupacional e a Utilização da Terapia Assistida por Animais (TAA) em crianças e adolescentes institucionalizados. Revista Crefito- 6, Ceará: 2009.

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4. ANÁLISE DO AMBIENTE E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG*

Autores: Mariana Justino Ferreira;Lívia Maria Roncoleta; Lígia Prado Maringolo;Fabiana Caetano

Martins Silva e Dutra

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trabalho, Participação Social e Saúde – NETRAS; Universidade Federal do Triângulo

Mineiro – UFTM.

Introdução: O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)conta com uma equipe

multidisciplinar. Condições precárias no ambiente de trabalho e fatores psicossociais como

responsabilidade, pressão para tomada de decisão e situações de estresse, são fatores de risco

comuns no cotidiano de trabalho dos CRAS.

Objetivo: Avaliar as condições de trabalho e a saúde física e mental; verificar a associação entre

condições de trabalho e saúde dos trabalhadores dos CRAS.

Metodologia: Estudo transversal, utilizando Questionário Sócio Demográfico, Ocupacional, de

Hábitos de Vida e de Saúde; e Protocolo de Avaliação do Ambiente de Trabalho. Analise: análise

descritiva e teste Qui-quadrado, com significância de 5%.

Resultados: Total de 35 trabalhadores, mulheres (65,7%), com mais de 8 anos de estudo, que

vivem com companheiro (42,9%) e tem filhos (48,6%). Média de 42,26 anos e renda de R$

2.123,41 reais. A maioria auto avalia sua saúde como positiva, e 42,9% sentem dor crônica

musculoesquelética. A maioria dos trabalhadores fica sentada por muito tempo, assume posturas

que geram dor ou desconforto, trabalha sem realizar pausas, não possuem sala de descanso e

sente-se ameaçada. Ventilação precária se relacionou com dormir mal (p=0,012), sentir-se

cansado (p=0,012); e sentir-se nervoso, tenso, preocupado (p=0,018). Sentir-se cansado foi

estatisticamente significativo com condições precárias de temperatura (p=0,021), iluminação

(p=0,004) e equipamentos (p=0,021). Quanto às exigências físicas, ficar em pé por muito tempo foi

estatisticamente significativo com dormir mal (p=0,038); e carregar peso está ligado a sentir-se

cansado (p=0,036). Nos aspectos psicossociais, relataram episódio de agressão entre colegas e

chefias dormem mal (p=0,011); sentem dor de cabeça (p=0,033); e ficam nervosos o tempo todo

(p=0,039).

Conclusão: A maioria era mulheres com alta escolaridade e ativos. Alto percentual de percepção

negativa de saúde e dor crônica. Houve relação significativa entre as características do trabalho e

sintomas como dormir mal, sentir-se cansado, nervoso, tenso e preocupado e dor de cabeça.

Referências:

BRASIL, Ministério de Desenvolvimento Social. Política Nacional de Assistência Social. Norma

operacional Básica-NOB/SUAS. 2004.

SEABRA, M.M.A.; SILVA E DUTRA, F.C.M. Intensificação do trabalho e percepção da saúde

em docentes de uma Universidade pública Brasileira. Cienc Trab. v.17, n.54, p.212-218, 2015.

MACIEL, R.H.M.O.; SANTOS, J.B.F.; RODRIGUES, R.L. Condições de trabalho dos

trabalhadores da saúde: um enfoque sobre os técnicos e auxiliares de nível médio. Rev.

bras. saúde ocup. v.40, n.131, p.75-87, 2015.

ALCANTARA, M.A.; ASSUNCÃO, A.A. Influência da organização do trabalho sobre a

prevalência de transtornos mentais comuns dos agentes comunitários de saúde de Belo

Horizonte. Rev. bras. saúde ocup., v.41

*Fonte financiadora: BIC/FAPEMIG

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5. APLICAÇÃO DE TOQUES SUTIS PARA DIMINUIÇÃO DE DORES EM QUEIMADOS

Autores: Cristiane Paiva Alves, Camila Aparecida Gravatin Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Marília

Introdução: Queimaduras são lesões nos tecidos que envolvem as diversas camadas do corpo.

Envolvendo dor, destruição tecidual, edema, desconfiguração, internação prolongada, e sequelas

físicas. O paciente além das queimaduras apresenta também choque emocional, decorrente de

fatores emocionais e orgânicos, que se manifesta por meio de sintomas característicos como

insônia, labilidade emocional, estado de alarme², medo da morte, medo da desigualdade,

dor/ansiedade, dependência, alteração da identidade, perda do papel social. A terapia ocupacional

intervém na prevenção das sequelas e efeitos gerados pela hospitalização, levando o paciente a

encarar de forma construtiva o seu período de internação.

Objetivos: Descrever o uso da técnica de calatonia como intervenção terapêutica em pacientes

com lesões por queimaduras.

Métodos/Procedimentos: Percebe-se que muitas intervenções corriqueiramente utilizadas pela

Terapia Ocupacional não contemplam um aspecto muito importante para a saúde do paciente. Foi

nesse contexto, levando em consideração a necessidade de controle de ansiedade de pacientes

queimados, que foi utilizada a calatonia como forma de amenizar as questões emocionais

relatadas. A calatonia é uma técnica relaxamento constituída de toques sutis, aplicados pelo

terapeuta nos pés e pernas do paciente. É considerado um reajustamento dos pontos de apoio. É

uma técnica de relaxamento profundo que leva a regulação do tônus, promovendo o reequilíbrio

físico e psíquico³. O tocar é essencial para transmitir ao paciente confiança e criar condições para

que ele se solte durante o trabalho corporal.4

A aplicação é uma sequência de estímulos que compõe uma serie de nove toques suaves, realizados basicamente na área dos pés, e das pernas. Recomenda-se finalizar essa serie com toque na nuca, estimulo este aplicado mais especificamente na região occipital, contemplando

assim dez pontos de toque.4 Foi explicado para o paciente sobre a técnica, descrevendo cada toque e sua funcionalidade. As sessões ocorriam duas vezes na semana, durante os atendimentos dos estagiários de terapia ocupacional. Por estarem gravemente feridos, a aplicação de métodos como massoterapia é dificultada, mas a calatonia pareceu bastante possível. Fez-se aplicação durante 8 semanas, 2 vezes na semana, com 3 adultos, um do sexo feminino com idade de 43 anos e dois do sexo masculino, de 22 anos e 35 anos. Resultados: Contatou-se que após a aplicação os pacientes relatavam um estado de paz e relaxamento. Com o decorrer das sessões, foi possível perceber mudanças nos comportamentos dos pacientes, relacionados a maior contato com suas realidades internas e capacidades. Conclusões: A calatonia constitui-se em uma técnica bastante eficaz para o uso nos pacientes queimados. E pode ser uma alternativa simples para ser utilizada neste contexto de atuação complexa Referências: 1- https://www.sbcd.org.br/pagina/1720 - acesso em 28 de Março de 2017. 2- Andreasen NJC, Noyes R, Hartford CE, Broldland G, Proctor S. Management of emotional reactions in seriously burned adults. N Engl J Med. 3- CORTESE, F.N. Calatonia e integração fisiopsíquica-Historias do dr. Sándor/- São Paulo: Escuta, 2008 4- DELMANTO, S. Toque sútis: uma experiencia de vida com o trabalho de Petho Sándor- São Paulo: Summus, 1997

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6. AS MULHERES E SUAS CORPOREIDADES NOS PROCESSOS DE TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE MENTAL

Autores: Carla Regina Silva; Gabriela Marina Marques

UFSCar – Universidade Federal de São Carlos

Introdução: O corpo, onde atuam tantas ações genéticas, impulsos naturais, comportamentais,

forças culturais, nos evidencia incontestavelmente de que somos diferentes uns dos outros5

. O corpo pode ser compreendido como "arquitetura tissular, geneticamente programado, finito, em premente construção e desconstrução, pulsando afetos e atravessado por histórias de amor,

decepção, aspectos ligados à cultura, sempre no devir"4

. O presente trabalho interessa pela rela-ção da corporeidade e o ser mulher. A corporeidade nos narra um corpo que não é só o físico; relaciona o corpo à percepção, à sexualidade, à linguagem, ao que é vivido, tornando o corpo um

fenômeno complexo2

. O corpo desta é traçado e desenhado desde muito cedo para que ela se tor-ne efetivamente mulher; a cultura, o sistema político econômico, as normas e ensinamentos delimitam, esculpem e formam a mulher, e desta forma, afetam diretamente a sua corporeidade e o

seu ser e estar no mundo1

. A construção da feminilidade como expressão de submissão, passivi-

dade, beleza e sedução interfere diretamente do lugar e no papel social da mulher na sociedade3

. Objetivos: Observar e compreender os processos de mulheres que realizam ou realizaram processos terapêuticos ocupacionais na relação com as questões de gênero e corpo no campo da saúde mental. Métodos/Procedimentos: Foi realizado o levantamento das terapeutas ocupacionais atuantes no setor público no município de São Carlos – SP. A seguir, foram realizados os contatos e os convites para participação da pesquisa destas profissionais (20). O roteiro de entrevista foi elaborado especificamente para este fim. Serão apresentados os dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas gravadas e transcritas, de quatro terapeutas ocupacionais do campo da saúde mental. Os dados foram coletados entre 2016 e 2017. Todos os preceitos éticos foram respeitados.

Resultados: Todas as terapeutas ocupacionais realizam atendimentos com mulheres e afirmam

que a questão do gênero está presente nos atendimentos e nas demandas nos processos

terapêuticos ocupacionais e relacionados inclusive aos aspectos institucionais. As questões mais

presentes se relacionam à autoimagem, autoestima e a própria percepção corporal, os processos

de cuidado são acionados a partir da demanda específica de cada interlocutora. Todas as

terapeutas ocupacionais apresentaram casos de mulheres que obtiveram mudanças em sua

corporalidade, portanto, mudanças percebidas em suas corporeidades também. Conclusões: Foi possível observar a ação de terapeutas ocupacionais, no campo da saúde mental, na relação com as questões de gênero e o corpo da mulher, que são muito frequentes, o cuidado se estabelece de acordo com a demanda que as mulheres apresentam; foi possível tam-bém notar que, segundo a percepção das mesmas, houve mulheres que por meio da intervenção terapêutico ocupacional obtiveram mudanças corporais e na percepção de suas corporeidades. Referências 1- BEAUVOIR. O segundo Sexo: fatos e mitos. Difusão Europeia do Livro, São Paulo 1970. 2- BRAZ. Considerações sobre corporeidade e leitura de mundo na formação escolar. Londrina,

2012 3- LESSA. Corpos blindados: a desconstrução de gênero no fisiculturismo feminino. Revista

Ártemis, edição V. 13; 2012. 4- LIBERMAN. Delicadas coreografias: apontamentos sobre o corpo e procedimentos em uma

terapia ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v.18, n.1, p. 67-76 2010.

5- VALLE, MELCHIORI (orgs) Saúde e desenvolvimento humano. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010

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7. CAMINHOS DA TERAPIA OCUPACIONAL NA CONSTRUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Autores: Ana Cristina Cardoso da Silva¹; Fátima Correa Oliver¹

¹Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos-SP

Introdução: Os terapeutas ocupacionais (TO) estiveram envolvidos nos movimentos sociais

ocorridos entre as décadas de 1970 e 1980 e nas mobilizações de luta pelos direitos das pessoas

com deficiência. Desde então, ao atuar junto a essa população, têm desenvolvido ações baseadas

no exercício da cidadania e dos direitos sociais, para fortalecer as redes de suporte social,

promover a autonomia e a participação nos espaços públicos e privados1, 2,3.

Objetivos: Identificar as ações e metodologia de trabalho dos terapeutas ocupacionais inseridos

nas Organizações DE e PARA pessoas com deficiência, para viabilizar formas concretas de

participação social dessa população.

Métodos: Por um mecanismo de indicação interpessoal, foram identificadas no município de São Carlos-SP três Organizações DE pessoas com deficiência que lutam pela conquista e acesso aos direitos sociais, civis e políticos do segmento e cinco Organizações PARA pessoas com deficiência que visam oferecer serviços de saúde, educação e assistência social à essa população.Para construção dos dados, foram realizadas: pesquisa documental de estatutos, atas e relatórios que descrevem as ações desenvolvidas pelas Organizações e entrevistas com as terapeutas

ocupacionais inseridas nesses espaços. Roteiros e diário de campo guiaram os procedimentos4. Resultados: Três TO, inseridas em Organizações destinadas a prestação de serviços, realizam treinamento de atividades de vida diária, reabilitação física, habilitação e/ou

reabilitação para o mercado de trabalho, atividades artesanais e passeios em áreas de esporte e lazer. Também oferecem capacitação e orientação para que essas pessoas e seus familiares/cuidadores possam reivindicar e acessar direitos. Outra TO, inserida na Pastoral da Inclusão, desenvolve conscientização popular sobre a deficiência e promove a inclusão de crianças e adultos com deficiência nas atividades da comunidade religiosa. A metodologia de trabalho envolve intervenções individuais e/ou em grupo, dentro e fora do espaço físico das Organizações e também sob a perspectiva multiprofissional. Conclusões: A intervenção das TO, inseridas nas Organizações, está focada nas necessidades de saúde e educação das pessoas com deficiência; por isso, promovem atividades de reabilitação física e mental. Embora o objetivo último da assistência seja fomentar a participação social, algumas pessoas permanecem excluídas dos espaços públicos e privados e dos contextos comunitário e político. Nesse sentido, parece claro que tais ações e metodologias de trabalho são insuficientes para assegurar a participação social; desse modo, coloca-se em debate a importância de viabilizar formas de participação durante o processo terapêutico e não, apenas, como objetivo final de tratamento. Referências: 1-MALFITANO, A. P. S. Campos e núcleos de intervenção na terapia ocupacional social. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 16, n. 1, p. 1-8, 2005. 2-GALHEIGO, S. M. Da adaptação psicossocial à construção do coletivo: a cidadania enquanto eixo. Revista de Ciências Médicas. PUCCAMP, v. 6, n. 2/3, p. 105-108, 1997. 3-JUNIOR, L.; MARTINS, M. C (Org.). História do movimento político das pessoascom deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010. 443p. 4-MAY, T. Pesquisa social: questões métodos e processos. 3 ed. Porto Alegre. Artmed, 2004.

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8. CAPACIDADE PARA O TRABALHO E PERCEPÇÃO DE SAÚDE DE TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL EM UBERABA-MG*

Autores: Lívia Maria Roncoleta, Mariana Justino Ferreira, Lígia Prado Maringolo, Fabiana Caetano

Martins Silva e Dutra

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trabalho, Participação Social e Saúde – NETRAS; Universidade Federal do Triângulo

Mineiro – UFTM.

Introdução: A assistência social é uma política pública para o atendimento de pessoas em

situação de risco e vulnerabilidade. O atendimento é realizado no CRAS e expõe o trabalhador a

situações de desgaste emocional e físico que tem efeito em sua capacidade para o trabalho e sua

condição de saúde.

Objetivo: Descrever as características sociais, econômicas, ocupacionais; avaliar a percepção de

saúde e capacidade para o trabalho; relacionar características sócio demográficas, percepção de

saúde e capacidade para o trabalho.

Metodologia: Estudo transversal que aplicou questionário sócio demográfico e ocupacionais;

avaliação da percepção de saúde; e Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT). Análise: teste

Mann-Whitney U e correlação de Spearman, com significância de 5%.

Resultados: Total de 35 trabalhadores; 65,7% do sexo feminino com média de 42 anos (DP

=13,88). A maioria (80%) tem 8 anos ou mais de estudo, quase metade vive com companheiro

(42,9%) e 51,4% tem filhos. Apenas duas pessoas são fumantes (5,7%) e 60% realizam atividades

físicas. A renda mensal variou de um a cinco salários mínimos e 20% dos trabalhadores possuem

trabalho complementar. A média de satisfação com o trabalho foi de 8,03 (1,87). A maioria

(71,4%)avalia sua saúde como positiva e 28,6% como negativa. A capacidade para o trabalho foi

boa ou ótima para 60% e baixa ou moderada em 40% dos trabalhadores. Não houve associação

da capacidade para o trabalho com as variáveis sócio demográficas e de hábitos de vida. Houve

correlação significativa entre ICT e satisfação do trabalho e entre ICT e percepção da saúde.

Conclusão: A maioria dos trabalhadores dos CRAS de Uberaba/MG são adultos jovens, com alta

escolaridade e a renda é mais elevada que a média da população brasileira. A satisfação com o

trabalho foi alta em relação à percepção de saúde. A capacidade para o trabalho mostrou valores

preocupantes. Os resultados corroboraram a associação significativa entre satisfação no trabalho e

percepção de saúde com capacidade para o trabalho.

Referências:

BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social. Política Nacional de Assistência Social. Norma

Operacional Básica

- NOB/SUAS. 2004.

GOVEA, R.A.; et al. Análise do índice de capacidade para o trabalho (ICT) de trabalhadores

do segmento educacional: um levantamento com professores do ensino público infantil e

fundamental. XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ceará, 2015.

ILMARINEN J; TUOMI K. Past, present and future of work ability. People and Work Research

Reports, v.65, p.1-25, 2004.

MOURA, A.L; et al. Capacidade para o trabalho de funcionários da prefeitura de um campus

universitário público. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v.15, n.1, p.130-137, 2013.

*Fonte financiadora: BIC/FAPEMIG

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9. CARACTERIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS DE SUJEITOS COM TRANSTORNO MENTAL PARA INTERNAÇÃO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICA

NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO-SP

Autores: Marcelo Augusto de Medeiros Lourenço, Regina Célia Fiorati

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo (EERP-USP)

Introdução: Com a reforma psiquiátrica e a implementação da reabilitação psicossocial ocorreram

alterações nos atendimentos e no modelo de atenção ao sujeito com transtorno mental através dos

serviços substitutivos, objetivando assim uma maior reinserção social e a diminuição das

internações hospitalares psiquiátricas.

Objetivos: Caracterizar e quantificar os encaminhamentos de sujeitos com transtorno mental para

internação psiquiátrica no município de Ribeirão Preto-SP.

Métodos/Procedimentos: Foi realizado um levantamento documental dos encaminhamentos de

sujeitos com transtorno mental para internações psiquiátricas no período de 2012 a 2015 através

do Sistema de Informação de Saúde Mental da DRSXII (SISAM), que se caracteriza como um

sistema de organização e gerenciamento do acesso aos serviços de saúde mental que permite o

monitoramento da rede de atenção que compõe os 26 municípios da Diretoria Regional de Saúde

XII, a rede de atenção à saúde mental desta DRS começou a utilizar o programa a partir do ano de

2013, com dados de 2012.

Resultados: Observa-se que houve um aumento nos encaminhamentos de sujeitos para

internações psiquiátricas no período de 2012 a 2013 e de 2013 a 2015 houve pequena oscilação,

porém, a quantidade continuou maior, sendo em 2012 um total de 301 internações; 2013 um total

658; 2014 um total de 611 e em 2015 um total de 654. Dentre as internações observa-se um

número maior de internações do sexo masculino em relação ao feminino, sendo um total de 1469

homens encaminhados para internação neste período em relação a 831 mulheres. O principal

motivo das internações é neste período foi por ideação suicida. O aumento dos encaminhamentos

se deve por dificuldades de alguns serviços substitutivos em realizarem sua função, pela alta

demanda de usuários dos serviços e por obstáculos encontrados pela Rede de Atenção

Psicossocial (RAPS).

Conclusões: O atendimento ao sujeito com transtorno mental passou por transformações que

propiciaram uma maior reinserção social mas há fragilidades na atenção psicossocial que ainda se

utiliza da internação psiquiátrica significativamente no município de Ribeirão Preto. Observa-se a

necessidade de ampliar os estudos acerca deste tema para contribuir no atendimento a este

público-alvo.

Referências

1- AMARANTE, P. D. C. Asilos, alienados, alienistas: Uma pequena história da psiquiatria no Brasil. In: AMARANTE, P. D. C. (Org.). Psiquiatria social e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. p. 73-81. 2- ANASTÁCIO, C. C.; FURTADO, J. P. Reabilitação psicossocial e recovery: Conceitos e influências nos serviços oferecidos pelo sistema de saúde mental. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, v. 4, n. 9, p. 72-83, 2012. 3- BRASIL. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 6 abr. 2001.

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10. COMO AVALIAR LESÃO DE PLEXO BRAQUIAL EM ADULTOS – PROPOSTA DE PROTOCOLO

Autores: Jaqueline Barbosa Pereira, Daniela Nakandakari Goia, Valéria Meirelles Carril Elui Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Introdução: A lesão de plexo braquial (LPB) é debilitante e pode induzir deterioração neurológica grave, levando a déficit motor, sensitivo, dor, paralisia e anestesia, e causando limitações funcionais importantes. Objetivos: Estabelecer um protocolo de avaliação para o serviço de reabilitação de pacientes adultos com LPB para avaliar as funções motoras, sensitivas e funcionais no pré e no pós- cirúrgico. Métodos e Procedimentos: Foi realizado um levantamento bibliográfico, nas bases de dados: Lilacs, Pubmed e Scielo, dos últimos 10 anos, com as palavras chaves; lesão plexo braquial; reabilitação; funcionalidade; função motora; função sensitiva; avaliação e testes e como critério de inclusão que abordasse a avaliação no pré ou pós-operatório de adultos, na língua inglesa e/ou portuguesa e disponível na integra. Para análise foi realizada a seleção através da leitura dos títulos e resumos e ao final a leitura na integra. Após análise e compilação dos dados foi realizado um brain storm com os profissionais da equipe, fisioterapeuta (3) e terapeuta ocupacional (5) do Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP visando conhecer a necessidade quanto ao processo de avaliação. Resultados: Vinte e um artigos foram selecionados e analisados sendo que seus resultados foram associados com a necessidade advinda da prática profissional levando em consideração a complexidade que é o tratamento das lesões de plexo braquial em adulto apontadas no brain storm (ser composto por módulos que abordassem a complexidade da lesão; ser prático e rápido para a coleta de dados, que pudessem ser individualizados e assim sintetizar a informação necessária para cada caso e procedimento cirúrgico). O protocolo foi estruturado através de testes e questionários padronizados descritos na literatura para avaliar cada função deficitária, sendo estruturado em 3 módulos: sensitivo; motor e funcional, de maneira separada para ser utilizado segundo a necessidade específica de cada paciente. Cada módulo é composto por folhas separadas, podendo ou não ser utilizado na integra.

Figura 1. Proposta de Protocolo de Avaliação de Pacientes adultos com Lesão de Plexo Braquial.

Conclusão: A composição dos módulos com testes padronizados permite uma avaliação fidedigna e multifacetada, indo a encontro à complexidade da patologia e assim possibilitando a padronização dos dados obtidos na avaliação e estabelecendo o plano terapêutico individualizado

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e voltados para os aspectos funcionais. Pode ser utilizado tanto no pré quanto no pós-cirúrgico. Há a necessidade de se realizar a validação do instrumento nas fases seguintes do estudo. Referência:

MORAES, F. B.; KWAE, M. Y.; SILVA, R. P.; PORTO, C.C.;MAGALHÃES, D. P.; PAULINO, M. V. Clinical aspects of patients with traumatic lesions of the brachial plexus following surgical treatment. Revista Brasileira de Ortopedia, v.50, n.5, p.556-561, 2015.

11. CORPO E EXPRESSÃO NA ESCOLA: CULTURA JUVENIL E PERTENCIMENTO

Autores: Carla Regina Silva; Solange Tiemi Hanada Universidade Federal de São Carlos, UFSCar – São Paulo

Introdução: A adolescência e a juventude são momentos singulares nos cursos de vida que apresentam diversos conceitos em si, marcados por dimensões psicológicas, sociológicas, econômicas, políticas, culturais, entre outras. A escola pública é um espaço favorável para a construção crítica e reflexiva sobre a visão de mundo de adolescentes e jovens além da socialização, identidade e pertencimento parte das

culturas juvenis1, compreendendo seus modos de vidas e cotidianos. A arte e a cultura correspondem conteúdos e vivências muitas vezes escassos no cotidiano escolar, por isso é preciso valorizar e explorar movimentos de expressão cultural, sentimentos de pertença e subjetividades nas relações de adolescentes e jovens. Os processos educativos são disciplinares muitas vezes pouco criativos, interativos e lúdicos, negligenciando aspectos corporais e experiências sensoriais. Atividades expressivas corporais consideram as pessoas como potências de criação, capazes de promover a expressão de vida de forma compartilhada com todos que participam deste processo, assim processos de autoconhecimento e agir no mundo, com suas possibilidades e limitações, conscientes de sua cidadania. Portanto, utilizamos também os

conceitos de corporeidade2,3

vinculados à visão integrada de corpo, constituída de memórias, vivências e ações cotidianas que interferem na composição, produção e sentidos dos corpos. Objetivos: Apresentamos os principais resultados de uma pesquisa que objetiva analisar como as experiências e possibilidades da expressão corporal podem auxiliar no processo de construção cultural, social e de pertencimento de adolescentes e jovens.

Métodos/Procedimentos: São realizadas Oficinas4 semanais com estudantes do ciclo II do

Ensino Fundamental e do Ensino Médio, a partir da parceria do Laboratório de Atividades Humanas e Terapia Ocupacional (AHTO) com o Programa “novo Mais Educação” realizado numa escola pública localizada em bairro periférico da cidade de São Carlos-SP. As Oficinas são compostas por dinâmicas corporais relacionadas às técnicas de teatro, dança, expressão corporal e circo, através da interação grupal. A equipe é composta por estudantes da terapia ocupacional, música e imagem e som. São utilizados diários de campo, registros imagéticos, mapas corporais, entrevistas e outras produções coletivas interativas como memória e construção de dados. Resultados: As Oficinas, através do que é visível e não visível, dito e não dito, tem permeado historias, formas, afetos e intensidades, onde os/as participantes demonstram a potência do vínculo e dos encontros, promovendo produções que revelam a criatividade, capacidade de interação, pertencimento e consciência social. Sob tal perspectiva, invertemos a relação entre

transmissão de conhecimento para trocas e aprendizagens significativas5. Conclusões: As análises realizadas têm demonstrado que as diferentes experimentações têm produzido uma mudança na sensibilidade, ao contato consigo mesmo, com os outros e o ambiente, podendo provocar e reverberar em novas compreensões sobre si, seu contexto interferindo nas relações de pertencimento, também consumidor e produtor de cultura.

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Referências: 1- PAIS, J. M. A construção sociológica da juventude: alguns contributos. Análise Social, Lisboa, v. 25, n. 1-2, p. 139-165, 1990. 2- ALMEIDA, Marcus Vinicius Machado de. Corpo e Arte em Terapia Ocupacional. Rio de Janeiro: Enelivros, 2004. 184 p. 3- MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Cap. 6. p. 236-269. Tradução de: Carlos Alberto Ribeiro de Moura. 4- SILVA, C.R. Oficinas. In: PARK, M.B.; SIEIRO, R.F.; CARNICEL, A. (Orgs.). Palavras-chave da educação não formal. Holambra: Editora Setembro/Centro de Memória da Unicamp, 2007. p.213-4. 5- FREIRE, P. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

12. CORPOREIDADE: UMA REVISÃO SOBRE A HISTÓRIA DO CORPO

Autores: Leticia Ambrosio, Carla Regina Silva, Sabrina Helena Ferigato

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Introdução: A Terapia Ocupacional tem como objeto de intervenção e construção do saber os

sujeitos e suas atividades humanas. Portanto, o corpo, suas potencialidades e limites, inseridos

nos diversos contextos compõe uma gama de possibilidades expressas e marcadas por sua

corporeidade¹, sendo esta o território dos acontecimentos, das experimentações e das

percepções².

O corpo é estudado desde a antiguidade, por diversos campos do saber, que produziram concepções e definições do que pode e do que é um corpo³. Ao tentar compreender mais amplamente esses estudos, nos deparamos, de forma geral, com duas perspectivas: uma que compreende o corpo e a mente como duas unidades cindidas e outra que compreende o corpo como uma unidade integrada. Objetivos: Analisar e compreender como tem sido utilizado e apresentado o termo corporeidade em áreas diversas do conhecimento na atualidade, afim de aprofundar o conhecimento sobre o tema e discuti-lo na Terapia Ocupacional. Métodos/Procedimentos: A coleta de dados foi feita a partir de uma revisão bibliográfica na base de dados Portal de Periódico CAPES e teve como descritor o termo ‘corporeidade’. Foram considerados artigos, teses e dissertações, nos idiomas português, inglês e espanhol, e foram excluídos trabalhos não disponíveis na íntegra. Os trabalhos foram tabulados com: título, autor(es), tipo de texto, ano, local de publicação, resumo e data de acesso. Foi realizada uma análise qualitativa dos resumos dos trabalhos para compreender as temáticas abordadas. Os trabalhos que não relacionavam a corporeidade ao corpo humano foram excluídos, resultando em 244 trabalhos. Na última etapa foi realizada uma análise mais profunda dos trabalhos, a partir da leitura do trabalho completo, que permitiu gerar categorias de análise e selecionar 198 trabalhos. Resultados: Os trabalhos foram analisados e distribuídos em 13 categorias compreendidas em corporeidade e: conceituação; saúde; educação; desenvolvimento humano; construção da identidade de gênero; esporte; relações de poder e domínio sobre o corpo; tecnologia; sexualidade; religião; artes; cultura e linguagem. Também foram analisadas e classificadas a partir das perspectivas teóricas: que considera a divisão corpo e mente na qual 20% (40) das publicações foram classificadas; e outra que considera a unidade corpo como um todo, com 80% (158) dos trabalhos. Conclusões: A partir das categorias, observamos que a corporeidade está correlacionada a diversos elementos e habilidades do ser humano e do seu cotidiano: educação, saúde, trabalho, religião, e espiritualidade, sexualidade, cultura, lazer e esporte, entre outros. Conclui-se que a maioria dos trabalhos que abordam a corporeidade como unidade do ser, valoriza a experiência e vivência do corpo no mundo. Assim, nos apresentam criações e produções de

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corpos humanos e sensíveis, e potencialmente criativos. A Terapia Ocupacional é uma profissão que se propõe a trabalhar com o fazer humano e assim lidar com questões de experimentações e aquisições de possibilidades na realização de atividades e, por isso, compreende-se a importância de aprofundarmos cada vez mais sobre o corpo humano e suas expressões potentes, para avançarmos nas ações terapêuticas ocupacionais e para que sejamos mais capazes de compreender os sujeitos de maneira mais integral, complexa e corpórea. Referências 1- ALMEIDA, M. V. M. Corpo e Arte em Terapia Ocupacional. Rio de Janeiro: Enelivros Editora,

2004. 2- MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. 4ª Ed. São Paulo: WMF Martins

Fontes, 2011. 3- GONÇALVES, M. A. S. Sentir, Pensar e Agir: Corporeidade e educação. Campinas:

Papirus.12ª Ed. 2009. 200p.

13. COTIDIANO E PRÁXIS: MATRIZES ESTRUTURANTES PARA A PRÁTICA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL JUNTO A PESSOAS USUÁRIAS DE

DROGAS

Autores: Carolina Gomes Santos, Lauren Machado Pinto, Thaysse Hayane Ferreira

Universidade Federal do Paraná, UFPR - Paraná

Introdução: No debate sobre cotidiano, o uso de drogas aliado ao capitalismo, pode implicar em relações vazias anteriormente e após o desenvolvimento de uma possível dependência química. Sendo assim, torna-se importante considerar isto na intervenção junto a usuários de drogas. Considerando o objeto de estudo da Terapia Ocupacional, questiona-se: Partindo do pressuposto do cotidiano, que ações os terapeutas ocupacionais têm desenvolvido nesse campo? Considera-se, então, relevante definir de que cotidiano se fala. Para este trabalho, será considerada a definição de cotidiano proposto por Agnes Heller que considera este elemento como: central e organizador na vida do sujeito, para além da estruturação de rotina, mas como elemento de sentido. Objetivo: Propor análise da prática do terapeuta ocupacional perante o cotidiano do dependente químico conforme conceito de cotidiano e práxis propostos por Agnes Heller. Ensaio teórico sobre as possibilidades do uso das práxis como elemento do terapeuta ocupacional na intervenção frente ao cotidiano de dependentes químicos. Resultados: A práxis, além de constituir o fazer, estabelece-se como um elemento de consciência. Portanto, oportuniza ao sujeito a apreensão do seu cotidiano e domínio sobre sentido deste. Dependentes químicos podem possuir cotidianos vazios de sentido, o que pode ser transformado por meio do uso das práxis propostas pela autora. No uso deste elemento terapeutas ocupacionais podem intervir em âmbitos ligados ao sentido de vida, projeto de vida, valores e o papel que a droga ocupa na vida dessas pessoas, de modo fundamentado. Portanto, o uso das práxis poderá ser um elemento central nas práticas do profissional ao compreender a estrutura e mecanismos de transformação do cotidiano de cada sujeito de intervenção. Conclusões (parciais/finais): Conclui-se que o uso da teoria do cotidiano e práxis de Agnes Heller pode ser um elemento para fundamentar a prática do terapeuta ocupacional no campo da atenção à saúde de usuários de drogas. Referências: HELLER, A. O cotidiano e a história. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

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PINHO, P. H. et al. A reabilitação psicossocial na atenção aos transtornos associados ao consumo

de álcool e outras drogas: uma estratégia possível? Revista de psiquiatria clínica, v. 35, n. 1, p. 82-

88,

2008.

14. DESEMPENHO COGNITIVO DO ESQUEMA CORPORAL E DA ORIENTAÇÃO ESPAÇO- TEMPORAL DE CRIANÇAS COM FISSURA LABIOPALATINA

Autores: Évelyn Raquel Benati, Maria de Lourdes Merighi Tabaquim Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/USP) e Faculdade de Odontologia de Bauru – USP –São Paulo

(FOB/USP)

Introdução: A fissura labiopalatina (FLP) é uma malformação craniofacial que decorre de

condições multifatoriais, sendo estas genéticas e ambientais1. A FLP traz o paradigma do comprometimento estético, alterações na fala e comunicação, mas considerando esta malformação, estudos internacionais e nacionais, têm evidenciado alterações cognitivas, especificamente à déficits na capacidade de percepção visomotora, indicando dificuldades no aproveitamento e adaptação acadêmica. Objetivos: Caracterizar os desempenhos da área cognitiva relacionada ao esquema Corporal/orientação espaço-temporal de crianças com fissura labiopalatina. Métodos/Procedimentos: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) HRAC/USP: nº 1.710.108. Participaram 88 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 5 anos a 6 anos e 11 meses, compondo dois grupos: GI, com 44 participantes com FLP e, GII, com 44 participantes sem alterações no desenvolvimento. Foi utilizado para avaliação a Bateria de Avaliação de Pré-

Competências para o Início da Leitura e Escrita (BACLE)2. Para análise estatística foi utilizado o Teste Qui – Quadrado e o Teste Exato de Fisher, e adotado nível de significância de 5%. Resultados: Os achados apontaram para 61,4% dos participantes do GI “acima da média” e na “média” na área cognitiva relacionada ao esquema corporal/orientação espaço- temporal, porém um contingente significante de 38,6% apresentou classificação “abaixo da média”, contrapondo com o GII, no qual 93,19% apresentaram classificação “na média” e “acima da média” na área cognitiva relacionada ao esquema corporal/orientação espaço-temporal e 6,32%, apresentaram classificação “abaixo da média”. Conclusões: No esquema corporal e orientação espaço- temporal, o GI apresentou um número de participantes com classificação “abaixo da média” quando comparado ao grupo controle, indicando maior dificuldade no domínio desta habilidade. Desta maneira, foi possível identificar um nível inferior ao esperado da maturidade para área cognitiva relacionada ao esquema corporal/orientação espaço- temporal, impactante no domínio de competências acadêmicas satisfatórias, corroborando com a literatura da área. Referências: 1. Freitas JAS, Neves LT, Almeida ALPF, Garib DG, Trindade- Suedam IK, Yaedú RYF, et al.

Reabilitative treatment of clef lip and palate: experience of the Hospital for Rehabilitation of Craniofacial Anomalies/USP (HRAC/USP) – Part 1: overall aspects. J Appl Oral Sci. 2012;20(1):9-15.

2. Pereira RS, Rocha MR. BACLE: bateria de avaliação de pré- competências para aprendizagem da leitura e escrita. 2a ed. Ribeirão Preto: Book Toy; 2012.

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15. EXPERIÊNCIA COM PACIENTES ONCOLÓGICOS EM SERVIÇO DE QUIMIOTERAPIA

Autores: Leidiane Mota de Oliveira Chagas, Geovanna Cristina Alves, Kátia Ariana Borges, Luana

Foroni Andrade, Adriana da Silva, Elizabeth Barichello

Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba – Minas Gerais

Introdução: No Brasil atualmente são estimados cerca de 600 mil novos casos de câncer¹, sendo

a quimioterapia indicada em até 80% dos casos da doença². O tratamento quimioterápico pode

surtir efeitos colaterais que impactam negativamente na funcionalidade, diminuindo a qualidade de

vida relacionada à saúde³. A Terapia Ocupacional (TO) junto ao paciente oncológico contribui para

a manutenção das habilidades remanescentes e cria estratégias que ressignificam esse processo⁴.

Objetivos: Relatar experiência vivenciada durante intervenções de Terapia Ocupacional realizadas

em serviço de quimioterapia.

Métodos/Procedimentos: Para melhor conhecer as necessidades e particularidades dos

pacientes oncológicos em tratamento de quimioterapia, foram realizados acompanhamentos

durante a atuação da Terapia Ocupacional por meio de um programa de residência

multiprofissional. O referido serviço de quimioterapia, localizado em cidade de médio porte na

região sudeste, possui equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, técnicos de

enfermagem, assistente social e psicóloga. Os atendimentos de Terapia Ocupacional que foram

acompanhados correspondem ao período de agosto a dezembro de 2016.

Resultados: Durante as intervenções, foram realizadas ações em grupo e individuais com os

pacientes e seus acompanhantes. A população era composta por adultos e idosos de ambos os

sexos em salas coletivas. Na prática foi possível identificar que atividades laborais, participação

social e familiar, autoestima, alimentação e prática de atividades físicas são áreas comumente

afetadas por pessoas submetidas ao tratamento quimioterápico. Ademais, o luto em suas diversas

facetas é demanda recorrente durante esse processo, tendo sido o terapeuta ocupacional

solicitado pela equipe do serviço a prestar atendimentos quando necessário. Tal atitude da equipe

denota ainda confiança e reconhecimento do trabalho terapêutico-ocupacional realizado.

Conclusão: Atenta-se para a relevância de um terapeuta ocupacional nesse contexto, a fim de

atender as demandas biopsicossociais e espirituais tão emergentes entre os usuários, familiares e

equipe.

Referências

1- BRASIL. Ministério da saúde. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil / Instituto

Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rio de Janeiro: INCA, 2015. 126 p.

2- LI, Y. X. et al. Application of auricular acupoints therapy in relieving the gastrointestinal side

effects induced by chemotherapy: an integrative review. Chinese Nursing Research, v. 3, n. 2, p.

58-61, 2016.

3- PEREIRA, C. R. Construção e validação de uma cartilha de orientação sobre o tratamento

quimioterápico. 2014. 97f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa

de Pós-graduação em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior, Fortaleza (CE), 2014.

4- SILVA, A. C. C; GIUARDINETTO, A. R. S. B. Políticas públicas em oncologia: refletindo sobre a

atuação da terapia ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 23, n. 3, p. 297-308, set./dez.

2012.

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25 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

16. INTEGRAÇÃO SENSORIAL EM FOCO: REVISÃO DA LITERATURA

Autores: Bruna Soares Ferreira, Camila de Freitas Oliveira, Luciane Aparecida Pascucci de Sande Souza,

Lucieny Almohalha

Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba/MG

Introdução: A Teoria de Integração Sensorial preconiza a existência da organização das informações sensoriais que refletem no uso funcional do corpo. Os Distúrbios de Integração Sensorial (DIS) podem ocorrer devido ao processamento incorreto dessas informações. Isso implica na necessidade de diagnósticos precoce e terapêutica apropriada. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura sobre a Integração Sensorial (IS) na Infância. Métodos/Procedimentos: Pesquisa de revisão nas bases de dados PubMed, MEDLINE, LILACS, Cochrane, PEDro e OTSeeker. Duas pesquisadoras independentes e cegadas utilizaram os mesmos termos DeCs e MeSH, verificando estudos publicados entre 2010 a 2015. Os critérios de inclusão seguiram a estratégia PICO, incluindo estudos com crianças até 12 anos, do tema em questão para avaliar e tratar DIS e avaliar a eficácia terapêutica da IS. Não houve restrição de idioma e incluíram- se estudos de periódicos com qualis A1-B2 para educação física e/ou fator de impacto igual ou maior a 1, excluindo aqueles com adolescentes ou adultos, sem resumo ou texto completo. Os estudos foram analisados por descritores e ano de publicação, autores, revista, qualis, fator de impacto, ano de publicação, sujeitos, métodos, instrumentos, objetivos e resultados. Resultados: Foram encontrados 210 artigos, mas somente 11 artigos foram incluídos seguindo: a) bases de dados, sendo 10 encontrados na PubMed, e 1 na LILACS; b) descritores associados ‘Sensation AND Occupational Therapy’ que permitiram encontrar maior número de artigos seguido de ‘Sensation AND Child Behavior’; c) tipo de estudo com liderança de estudos quantitativos; d) sujeitos da pesquisa contando na maioria com crianças com alguma condição de saúde; e instrumentos de avaliação da IS que mencionaram questionários, escalas, testes, avaliações, protocolos e gravação de vídeos. Destes, o Sensory Profile foi o instrumento mais citado. Constatou-se que a revista com maiores publicações foi a The American Journal of Occupational Therapy, seguida da PLoS One. Além disso, o qualis para educação física e o fator de impacto de tais revistas indicam que há uma prevalência de estudos com significativas evidências científicas sobre o tema em questão. Seis dos artigos foram publicados em revistas qualis A1 e todas possuíam fator de impacto maior a 1. Conclusões: Os DIS produzem alterações no desenvolvimento infantil, impactam a vida de pais/cuidadores e são relevantes aos profissionais da reabilitação. Devido à escassez de estudos e ausência de instrumentos de avaliação validados ao público brasileiro, os artigos de revisão sistemática tornam-se relevantes para fornecer informações à prática clínica e à pesquisa em fisioterapia e terapia ocupacional. Referências:

Ayres AJ, Robbins J. Sensory integration and the child: understanding hidden sensory challenges.

25th ed. Los Angeles: Western Psychological Services; 2005. Davies PL, Tucker R. Evidence review to investigate the support for subtypes of children with difficulty processing and integrating sensory information. Am J Occup Ther. 2010; 64 (3): 391-402. PubMed PMID: 20608271. Lane SJ, Schaaf RC. Examining the neuroscience evidence for sensory-driven neuroplasticity: implications for sensory-based occupational therapy for children and adolescents. Am J Occup Ther. 2010; 64 (3): 375-90. PubMed PMID: 20608270. Stroganova TA, Kozunov VV, Posikera IN, Galuta IA, Gratchev VV, Orekhova EV. Abnormal pre-attentive arousal in young children with autism spectrum disorder contributes to their atypical auditory behavior: An ERP study. PLoS One. 2013; 8 (7). PubMed PMID: 23935931. Schaaf RC, Benevides T, Mailloux Z, Faller P, Hunt J, Hooydonk E, et al. An intervention for sensory difficulties in children with autism: a randomized trial. J Autism Dev Disord. 2014; 44 (7): 1493-1506. PubMed PMID: 24214165

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17. MEDIDAS MORFOMÉTRICAS E COMPORTAMENTAIS EM MODELO ANIMAL DE AUTISMO

Autores: Ana Caroline Santana de Souza, Caio Sergio Galina Spilla, Ana Luiza Decanini Miranda de Souza, Maísa Oliveira Silva, Roelf Justino Cruz-Rizzolo, Luciana Pinato

Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP – Marília

Introdução: A endotoxina lipopolissacarideo (LPS) administrada na fêmea prenhe durante o período gestacional, mimetiza um quadro de inflamação pré-natal resultando em uma prole com problemas comportamentais e cognitivos. Dentre as diversas patologias que envolvem o neurodesenvolvimento está o transtorno do espectro autista (TEA). Ainda sem uma causa definida em humanos, sabe-se que distúrbios de comportamento, comunicação/interação social, problemas atencionais, de aprendizado e memória compõe o quadro dependendo do grau de acometimento. Assim, a investigação sobre os efeitos da condição inflamatória pré-natal na memória espacial e em características neuroanatômicas de áreas envolvidas nesse aspecto como Hipocampo é uma importante ferramenta para subsidiar futuros estudos que desenvolvam terapias farmacológicas ou comportamentais para memória e aprendizagem em quadros com o TEA. Objetivos: Sabendo que a injeção de LPS em uma etapa específica do neurodesenvolvimento resulta em prole que apresenta comportamentos autísticos (Kirsten et al., 2012), o objetivo do presente estudo é investigar a memória espacial e a morfometria hipocampal da prole de ratas expostas ao LPS e de ratas controles. Métodos/Procedimentos: Fêmeas prenhes Wistar (N=4) foram mantidas em biotério e divididas em dois grupos, (LPS, N=2 e controle, N=2) de forma aleatória. No dia gestacional (DG) 9,5 foi administrado por via intraperitoneal (i.p) 100µg/Kg de LPS diluído em solução salina 0,9% no grupo LPS e o mesmo volume de solução salina 0,9% no grupo controle. Após o desmame, os machos da prole (N=4 por grupo, sendo dois animais de cada ninhada) foram submetidos a teste comportamental para avaliação de memória espacial (teste de alternação espontânea contínua no labirinto em T) (Gerlai,1998). Após os testes os animais foram perfundidos, os encéfalos foram crioseccionados em cortes coronais de 40 µm, os quais foram utilizados para as medidas morfométricas. A quantificação foi feita por estereologia utilizando o programa Stereo Investigator 10. Os resultados são apresentados como média ± erro padrão da média dos grupos ou como percentual de animais. Para comparação entre os grupos foi utilizado o test T de Student e considerado significante as diferenças com p< 0,05. Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa CEUA -FFC: processo nº 001/2016. Resultados: O teste de alternação espontânea contínua no labirinto em T mostrou que 50% do grupo LPS foi capaz de alternar a escolha do braço do labirinto demonstrando eficácia na memória espacial. Já no grupo controle houve uma eficácia de 67% dos animais avaliados. Quanto a análise morfológica não houve diferença entre os grupos quanto ao volume hipocampal, sendo que o grupo LPS apresentou volume hipocampal de 26,69mm³ ± 3,32mm³, e o grupo salina 29,49mm³ ± 0,38mm³. Conclusões: Os resultados parciais mostram que o grupo de animais que apresenta comportamentos autísticos apresenta menor eficácia no teste de memória espacial em comparação ao controle. Tal alteração comportamental não se reflete na medida do volume hipocampal. Estes resultados abrem perspectivas para estudos neuroquímicos nessa região encefálica. Referências 1- Kirsten TB., et al. Hypoactivity of the central dopaminergic system and autistic-like behavior

induced by a single early prenatal exposure to lipopolysaccharide. J Neurosci Res. V. 90(10), p. 1903-1912, 2012.

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27 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

2- GERLAI, R. (1998). A new continuous alternation task in T-maze detects hippocampal dysfunction in mice. A strain comparison and lesion study. Behavioural Brain Research, 95, 91–101.

18. MOVIMENTO ESTUDANTIL DE TERAPIA OCUPACIONAL E SUA INTERFACE COM A PROFISSÃO

Autores: Isadora Machado Cabral; Kezia Pereira Lopes Pontifícia Universidade Católica de Campinas- Campinas

Introdução: Entende-se por Movimento Estudantil (ME), um movimento social que no âmbito da educação é composto exclusivamente por estudantes. Em 2004, o Movimento Estudantil de Terapia Ocupacional fundou a Executiva Nacional dos Estudantes de Terapia Ocupacional

(ExNETO)1, entidade de representação estudantil de Terapia Ocupacional no Brasil. Esta objetiva abordar temas e problemáticas sociais relacionados com a formação, buscando colaborar com a sua atuação e identidade profissional. Objetivo: Analisar as contribuições do Movimento Estudantil de Terapia Ocupacional na construção da identidade profissional do Terapeuta Ocupacional. Métodos/Procedimentos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica de natureza exploratória, utilizando abordagem qualitativa. As discussões foram analisadas através da análise do conteúdo das publicações, identificando as principais categorias temáticas. Utilizou-se as bases de dados CAPES, BDTD, SciELO livros, websites, e periódicos de Terapia Ocupacional (Revista de Terapia Ocupacional da USP e Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar). Para atingir o objetivo deste estudo, pesquisou-se sobre a formação e a identidade profissional nos periódicos de Terapia Ocupacional. Em decorrência de não conter a temática do Movimento Estudantil nestes periódicos, pesquisou-se nas demais bases de dados supracitadas. Foram selecionados publicações em português, publicados no período de 2000 a 2016, pertinentes a temática. Resultados: Na análise do Movimento Estudantil de Terapia Ocupacional utilizando os cronogramas dos eventos e estatutos dos Centros Acadêmicos constatou-se que as discussões ocorridas nos eventos da ExNETO versam sobre a situação da graduação, mercado de trabalho, políticas públicas, representatividade da profissão, Sistema Único de Saúde e desafios sociais

atuais1.Referente a formação profissional evidenciou-se a importância de utilizar a problematização como metodologia de ensino, visando a reflexão das demandas sociais, realidade da população e sua complexidade, bem como a necessidade do comprometimento político dos futuros profissionais. Em relação a identidade profissional apontou-se como característica do Terapeuta Ocupacional ter como objeto de intervenção a ocupação humana, considerar a complexidade do sujeito, centrando o cuidado no mesmo e utilizar interfaces socioeducativas e artísticas. Conclusões: A partir dos dados verificou-se a contribuição do Movimento Estudantil de Terapia Ocupacional na construção da identidade profissional, visto que os espaços de debates, problematizações e vivências possibilitam o desenvolvimento da criticidade frente a realidade do contexto social, político e econômico, bem como a compreensão da complexidade das necessidades do público- alvo que irá desenvolver seu trabalho, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e com a Associação Americana de Terapia Ocupacional. Referências 1.Executiva Nacional dos Estudantes de Terapia Ocupacional. [homepage na internet] [acesso em 09 set. 2016] Disponível em: https://exneto.wordpress.com/

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19. MULHERES GESTANTES E TERAPIA OCUPACIONAL: INTERVENÇÕES NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE E A CORPOREIDADE FEMININA

Autores: Leticia Ambrosio, Sabrina Helena Ferigato, Carla Regina Silva Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Introdução: A gestação é um momento único e singular na vida de uma mulher, marcado por muitas mudanças em diversos âmbitos: sociais, emocionais, fisiológicos, coletivos, individuais, e que exige respostas adaptativas imediatas das grávidas, pois gera demandas psíquicas, sociais, afetivas, econômicas, familiares e ocupacionais¹. Terapeutas ocupacionais, inseridos na Atenção Básica em Saúde, se deparam com demandas na atenção às gestantes, população que ganhou espaços nas discussões na atenção primária em saúde, principalmente com o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (1984)². Estudos apontam a atuação da Terapia Ocupacional principalmente na atenção às gestantes de alto risco e adolescentes, em grupos, oficinas e atividades corporais³. Objetivos: Descrever e analisar corporeidades produzidas em um grupo de mulheres gestantes, realizado em uma Unidade Básica de Saúde, e construir proposições para intervenções de terapia ocupacional que condizem com cuidados mais integrados esperados na Atenção em Saúde e na Assistência Integral à Saúde da Mulher. Métodos/Procedimentos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo intervenção. Foram realizados encontros grupais com 14 mulheres gestantes, a partir da triangulação de diferentes técnicas de produção de dados, como o mapa corporal, o photovoicee o diário de campo. Os encontros foram fotografados, filmados e transcritos e todos os preceitos éticos em pesquisa com seres humanos foram respeitados. Resultados: Os resultados apontam para a identificação de elementos comuns e singulares da corporeidade feminina no período de gestação. Pode-se observar a complexidade desta vivência para a vida da mulher e as diversas maneiras que as transformações expressas pelo corpo. Foram eleitos eixos temáticos a partir do enunciado pelas gestantes e do visível durante as observações que são: o eixo “Sexualidade” que discute a relação da sexualidade da mulher com o momento da gestação e na relação com os parceiros, evidenciando as relações de gênero; “A dimensão do desejo de ser mãe”, que apresenta reflexões acerca das diferenças entre maternidade e maternagem, ampliando o debate sobre papéis sociais da mulher e o papel de ser mãe; e “Cotidiano no período gestacional”, onde pudemos discutir situações tais como, transformações físicas e de humor, a relação entre o desejo e as atividades humanas, entre outros, que causam impacto no cotidiano, em papéis ocupacionais, relações familiares e pessoais, e com o próprio corpo. Conclusões: A partir da exploração desses resultados, propusemos intervenções terapêuticas ocupacionais no sentido da construção significativa da corporeidade e do cotidiano das mulheres gestantes – grupos para acolhimento e escuta de demandas; atividades que promovam a percepção do próprio corpo; atenção à saúde integral da mulher; trocas de saberes e experiências; promover reflexões sobre os papéis da mulher na sociedade; incluir a família nas ações de cuidado; articular profissionais e setores para o cuidado integral, buscando construir espaços para potencialização da emancipação, da autonomia e do protagonismo das mulheres, neste momento singular. Referências

1. SILVA, L. J.; SILVA, L. R. Mudanças na vida e no corpo: vivências diante da gravidez na perspectiva afetiva dos pais. Esc. Anna Nery Rev. Enferm., v. 13, n. 2, abr./jun. 2009, p. 393-401.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

3. SILVESTRINI, M. S.; CARDOSO, M. L. M.; REGO, B. R. Desafios na construção de um grupo de gestantes na Unidade de Saúde da Família. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v. 22, n. 3, 2014.

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20. O LUTO INFANTIL: contribuições da Terapia Ocupacional

Autores: Kaíla da Silva Bontempo, Beatriz Cardoso Lobato Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

Introdução: O luto infantil, frente à perda de um genitor tem sido pouco explorado. A morte de um genitor pode afetar o desenvolvimento infantil, em decorrência do rompimento de um vínculo

significativo para sua estabilidade emocional, física e material1. A criança enlutada pode demonstrar-se desamparada, favorecendo o aparecimento de sintomas depressivos como perda

de interesse em brincar ou interagir, tristeza, culpa, retraimento e desempenho escolar diminuído2,

afetando seu desempenho ocupacional e qualidade de vida4. O luto é uma reação natural e esperada ao rompimento de um vínculo e envolve um processo de elaboração de uma perda

significativa. Neimeyer3 propõem o uso de abordagens artísticas como recursos potenciais para a construção de significados relacionados ao luto. O terapeuta ocupacional utiliza das atividades como recurso terapêutico, dentre elas o brincar, as quais possibilitam a criança enlutada a ressignificação da perda. Objetivos: Refletir sobre as contribuições da Terapia Ocupacional no luto infantil. Métodos/Procedimentos: Estudo de caso único realizado por terapeuta ocupacional (TO) em uma unidade básica de saúde. Maria, 7 anos, reside com os avós maternos e o tio desde a perda da mãe, que faleceu há quatro meses em decorrência de um câncer colorretal. A avó relata que após a perda da mãe, Maria apresentava alteração de comportamento (agressividade e retraimento) e dificuldades no contexto escolar. Durante os 10 meses de atendimento semanal, objetivou-se criar um espaço de expressão dos sentimentos frente à perda, visando a ressignificação do luto e organização do cotidiano familiar e escolar. Nos atendimentos foram utilizadas atividades lúdicas e expressivas, como confecção de massinha caseira, construção de histórias, jogo dos sentimentos, brincadeiras de faz de conta e outros jogos visando facilitar a expressão e identificação dos sentimentos e sua elaboração. No início dos atendimentos a criança apresentava dificuldades em concentrar-se nas atividades propostas e em expressar seus sentimentos relacionados à perda da mãe, solicitando mudar de brinquedo/ brincadeira em curto espaço de tempo. As atividades possibilitaram a criança expressar e compreender seus sentimentos, os quais eram acolhidos e abordados pela TO, permitindo a criança ressignificá-los frente à perda da mãe, buscando novas possibilidades de relação com a perda, a saudade da mãe, com a família e no contexto escolar. No decorrer dos atendimentos, Maria mostrou maior interesse pelas tarefas escolares, envolvendo-se de forma ativa com as atividades propostas tanto na escola, quanto nos atendimentos. Realizou-se orientações à avó quanto ao processo do luto, no intuito de auxiliá-la no cuidado da neta, quanto em relação a seu próprio sentimento, referente à perda da filha. Conclusões: As atividades expressivas orientadas pela terapeuta ocupacional foram essenciais no processo de compreensão e expressão dos sentimentos da criança, favorecendo a ressignificação da perda e a reorganização das atividades cotidianas. Referências

1. Anton MC; Favero E. Morte repentina de genitores e luto infantil: uma revisão da literatura em periódicos científicos brasileiros. Interação psico Paranál, 2011, 15(1):101-110

2. Lima VR. Morte na família: um estudo exploratório acerca da comunicação à criança [Dissertação de mestrado]. São Paulo: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; 2007.

3. Neimeyer RA. Reconstructing meaning in bereavement. Rivista di psichiatria Italy. 2011, 46: 5-6. 4. Sousa AM, Côrrea VAC. Compreendendo o pesar do luto nas atividades ocupacionais. Revista

do Nufen Pará. 2009, 1(2): 138- 148.

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21. O SABER E O FAZER ACOLHIMENTO EM CAPSAD Autores: Francine Guimarães Passarelli, Meire Luci da Silva (orientadora) Faculdade de Filosofia e Ciência – Campus Marília

Introdução: A dependência química (DQ) é classificada como um transtorno mental, tendo como consequência prejuízos em diversos contextos da vida do usuário (Silva, 2000). No Brasil, o tratamento da DQ é realizado nos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (CAPSad). A Política Nacional de Humanização

1 (PNH) tem como uma de suas diretrizes, o

acolhimento, que é apontado como prática fundamental durante o processo de tratamento. O acolhimento consiste numa prática humanizada através da oferta da escuta qualificada livre de julgamentos que pode funcionar como porta de entrada e auxiliar na adesão do usuário ao tratamento. Desta forma, para a prática deste dispositivo se torna essencial o conhecimento teórico-prático do profissional que a oferta. Objetivos: Investigar, sob a ótica do profissional da área de dependência química, sobre a prática do acolhimento ofertado em seus atendimentos. Métodos/Procedimentos: Pesquisa aprovada pelo CEP da FFC da UNESP, sob parecer 1399.315. Amostra composta por profissionais que realizam acolhimento nos CAPSad de 3 cidades do centro-oeste paulista. Como instrumento de pesquisa foi elaborado e aplicado questionário semiestruturado de autopreenchimento, contendo 41 questões (26 fechadas e 15 abertas). Para análise das questões abertas, foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin (1977) e para respostas fechadas, cálculos de estatística descritiva. Resultados: Participaram 23 profissionais, com média de idade de 42 anos, sendo 13 (58,3%) do gênero feminino e 10 (41,7%) masculino. Verificou-se que 52.7% (12) dos profissionais consideram o acolhimento um momento para determinar encaminhamentos, orientações ou acompanhar a evolução do usuário diferenciando-se da proposta da PNH. Sobre os momentos em que ocorrem os acolhimentos, 69.6% (16) referiram que ocorre em uma única sessão, porém, pela PNH, o acolhimento não é somente uma sessão na etapa inicial do tratamento, mas deve ser realizado durante todo o processo, de acordo com as demandas e dificuldades do usuário. Sendo necessário diferenciar de triagem, a qual ocorre preferencialmente no momento da entrada do usuário no serviço. Quanto ao acolhimento ser individual ou acompanhado, 58,3% (13) afirmaram que foi a critério do usuário. O Ministério da Saúde

2 acredita que acolhimento pode ocorrer de diversas formas (individual, grupal, com a

presença de familiares), mas enfatiza que o profissional deve estar atento a necessidade de cada usuário, tendo em vista que o usuário pode não querer compartilhar suas queixas, expectativas, medos com outros usuários e/ou familiares, além de haver uma diversidade étnica, cultural e racial que deve ser respeitada. Conclusões: Os resultados apontam para dificuldades conceituais e práticas dos profissionais quanto ao processo de oferta do dispositivo acolhimento. Verifica-se a necessidade de capacitações específicas sobre acolhimento a estes, afim de fortalecimento e ampliação de suas práticas, bem como aprimoramento da atenção ao usuário. Referências: 1-BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização: PNH. Brasília - Df: Bvms, 2013. 2-BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

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22. O TERRITÓRIO COMO ESPAÇO DE CUIDADO: INTERVENÇÃO “MEU BAIRRO” JUNTO ÀS FAMÍLIAS ATINGIDAS PELA BARRAGEM DE FUNDÃO

– MARIANA/MG

Autores: Érica Santana Candian, Maíra Almeida Carvalho, Marcela Alves Lima Santos Conviver Centro de Atenção Psicossocial – Sec. Municipal de Saúde Mariana/MG

INTRODUÇÃO: A equipe Convier – Centro de Atenção Psicossocial, através da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Mariana/MG, tem empenhado esforços e ações para o atendimento à população deslocada após o rompimento da Barragem de Rejeitos da Mineradora Samarco, em novembro de 2015. Nesse contexto, o projeto de intervenção busca promover espaços de escuta, orientação e ressignificação para a população, de forma a possibilitar o processo de integração comunitária. A intervenção “MEU BAIRRO”, consiste em uma das ações propostas pela equipe, sendo voltada para a promoção de grupos territoriais realizados em articulação com serviços de saúde e espaços comunitários que são acessados pela população. Nesses grupos são estimulados o fortalecimento de redes de suporte entre populações das comunidades atingidas e a população da sede; o reconhecimento do território; orientações sobre saúde integral e fortalecimento de identidades grupais1. OBJETIVO: Descrever e discutir a experiência de construção coletiva do cuidado ao atingidos pela barragem de Fundão através da intervenção territorial “Meu Bairro”. MÉTODOS/PROCEDIMENTOS: O trabalho iniciou-se maio de 2016 a partir de um processo de formação do grupo que foi construído em quatro etapas: I) levantamento de demandas junto às famílias e mapeamento dos dispositivos do território1,2; II) a articulação com dispositivos da rede e de espaços sócio-comunitários; III) divulgação e convite às famílias e comunidade local e IV) início da ação. A intervenção foi pensada em quatro encontros iniciais com temas relacionados às demandas coletadas nos contatos com as famílias. A continuidade do grupo foi construída no decorrer dos quatro primeiros encontros. RESULTADOS: Atualmente, a intervenção atinge famílias de 8 bairros do território de Mariana estando em constante processo de construção coletiva entre profissionais e atingidos. No decorrer da intervenção, novos vínculos foram se formando, o espaço de escuta e cuidado em saúde foi se fortalecendo, assim como alguns movimentos de ampliação das redes de suporte sócio-comunitárias. CONCLUSÕES (PARCIAIS/FINAIS): A partir da experiência descrita concluímos que intervenções locais pautadas na proximidade entre os atingidos e espaços do território tem se mostrado espaços potenciais de cuidado em saúde mental, de fortalecimento da identidade e de promoção da adaptação ao novo território. Além disso, a constante avaliação junto aos grupos vem se mostrando fator fundamental para atualização das demandas de acordo com o processo de convivência no novo território. REFERÊNCIAS 1- Correia, R. L.; Rocha, C. S. Ordem cultural e desenvolvimento local participativo: estrutura para a prática do

terapeuta ocupacional. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 24, n. 1, p. 205-214, 2016

2- GEERTZ, C. “Do ponto de vista dos nativos”: a natureza do entendimento antropológico. In: GEERTZ, C. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Tradução de Vera Mello Joscelyne. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. p. 85 – 107.

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32 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Figura 1: Resultados Em cada fase do Projeto de Intervenção

“Meu Bairro”.

23. O USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E O ACOLHIMENTO EM CAPSAD

Autores: Caroline Guimarães da Silva, Luiza Dorini Marucci, Meire Luci da Silva Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, UNESP

Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial ao Usuário de Álcool e Outras Drogas (CAPSad) é um dos serviços substitutivos, da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao usuário de substância psicoativa (USP). De acordo com a Política Nacional de Humanização (PNH) estes serviços devem ter o acolhimento como eixo norteador das práticas de atenção e cuidado, uma vez que esta política tem como principal objetivo a humanização do cuidado, visando considera o ser humano em sua integralidade e no desempenho de diferentes papéis sociais. O terapeuta ocupacional é um dos profissionais dos CAPSad, que deve ter o acolhimento como uma de suas práticas. É importante que o USP tenha conhecimento e entendimento da importância do acolhimento e suas variáveis, uma vez que este o uso adequado deste é fundamental não só para a adesão, mas também prevenção e manutenção do tratamento. Objetivo: Investigar a percepção do USP em tratamento acerca do acolhimento recebido em CAPSad. Métodos/Procedimentos: Essa pesquisa é fruto de Projeto de Iniciação Científica financiado pela CNPQ e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista sob parecer 1.552.024. Pesquisa quanti-qualitativa realizada com USP em tratamento em CAPSad de quatro cidades do interior paulista. Para coleta de dados utilizou-se questionário semiestruturado de autopreenchimento, contendo 26 questões, sendo 17 fechadas e nove abertas. A análise das respostas abertas foi através do método de análise de conteúdo de Bardin e, estatística descritiva para respostas fechadas. Resultados: Participaram 74 usuários com idade média de 42,4 anos (DP±11,13), sendo do 83,7% (62) gênero masculino e 16,2% (12) do gênero feminino. Os resultados da presente pesquisa apontam diversidades e diferentes percepções dos usuários acerca do acolhimento recebido, minimizando-o a momentos de orientações, avaliação, investigação, encaminhamento, triagem e/ou consulta médica e psicológica. Identificou-se, portanto, a falta de informação ao USP sobre o que é acolhimento, verificando dificuldade dos mesmos em avaliar e conceituar o acolhimento recebido, bem como falta de clareza e desconhecimento. Conclusões: A falta de compreensão do USP sobre o acolhimento desperta questionamento em relação à forma de oferta e realização deste e, as incertezas quanto ao seguimento das diretrizes propostas pela PNH. Destaca-se a importância de estudos investigativos sobre as variáveis envolvidas na prática do acolhimento, bem como necessidade de ações e políticas informativas ao USP sobre o direito ao acolhimento, a fim de que este faça o uso adequado e na totalidade do

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dispositivo que lhe é de direito. Aumentando assim, a adesão do USP ao tratamento e, consequentemente, melhora na produção e promoção do cuidado na saúde mental deste. Referências 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

24. PRÁTICAS E HABILIDADES PROFISSIONAIS DE DEPENDENTES QUÍMICOS

EM TRATAMENTO Autores: Bárbara Dutra Di Nizo, Francine Guimarães Passarelli, Nilson Rogério da Silva, Meire Luci da

Silva Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, UNESP

Introdução: A dependência química é uma doença multicausal, crônica, progressiva e que pode

ser fatal, porém tratável1. Pode trazer sérias consequências à vida do dependente químico (DQ),

desde alterações nas atividades de rotina, isolamento familiar e social, até a perda de papéis

ocupacionais e do trabalho. Os DQ´s apresentam dificuldades em sua (re) inserção profissional, já

que muitas vezes abandonam a formação acadêmica e profissional em detrimento ao uso de

substâncias psicoativas. Como consequência apresenta pouca ou nenhuma capacitação para

exercer funções específicas de cargos propostos e/ou disponíveis, dificultando assim a sua (re)

inserção no mercado de trabalho. Acredita- se que a reinserção profissional do DQ esteja direta e

intimamente ligada ao seu processo de reabilitação psicossocial, justificando a necessidade de

investigar tais ações em seu tratamento.

Objetivo: Investigar práticas e habilidades profissionais de DQ em tratamento em CAPSad.

Métodos/Procedimentos: Essa pesquisa é fruto de Projeto de Iniciação Científica financiado pela

CNPQ e aprovada pelo CEP sob parecer 1.552.024. Trata-se de pesquisa quanti-qualitativa.

Amostra composta por DQ´s em tratamento em Centros de Atenção Psicossocial para usuários de

álcool e outras drogas (CAPSad) de 3 municípios do centro-oeste paulista. Para a coleta de dados,

foi elaborado questionário semiestruturado composto por 66 questões de autopreenchimento,

sendo 36 fechadas e 30 abertas referentes á trabalho, profissão, reabilitação, etc. As análises das

respostas das questões abertas foram analisadas conforme proposta de Bardin e as respostas das

perguntas fechadas por estatística descritiva.

Resultados: Participaram da pesquisa 70 DQs, com idade média de 42,09 anos (DP±11,53),

sendo 86% (60) do gênero masculino e 14% (10) feminino. Todos já trabalharam em algum

momento da vida, porém 60% (42) não possui vínculo empregatício. Quanto à interferência da

dependência química na capacidade e habilidades de trabalho, 78,57% (55) responderam

afirmativamente. Sobre a formação profissional, 54,28%(38) afirmaram possuir, porém, destes

apenas 7,6%(2) com ensino superior, 38%(10) ensino técnico e o restante (68%) possui aquisição

da prática por experiencia. A maioria só possui habilidades relacionadas a trabalhos braçais.

Conclusões: Constatamos que além da dependência química interferir nas capacidades e

habilidades profissionais, a maior parte dos DQs em tratamento não possuem habilidades técnicas

especificas, geralmente limitando-se a trabalhos que adquiriram através da prática e também que

exigem esforço físico, mas com pouca valorização no mercado de trabalho. Destacamos a

importância de incentivo às práticas voltadas à reinserção profissional de DQ durante o tratamento,

além de capacitações e cursos profissionalizantes, segundos interesses e habilidades do DQ. Referências

1. Organização Mundial da Saúde [OMS]. (2008). Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10). Décima versão. Acesso em 1 de fevereiro de 2017, em (http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/webhelp/cid10.htm)

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25. PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM PROFESSORES

Autores: Laís Kishibe Silva, Nilson Rogério da Silva Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, UNESP

Introdução: A saúde de professor tem sido foco de estudo na literatura, com destaque para

problemas de saúde mental, como a depressão. A depressão é um dos transtornos mentais com

maior incidência em todo o mundo, presente em parcela significativa da população. Muitos

estudos têm apontado para a prevalência de depressão em professores, seja de rede pública ou

privada, nos diferentes níveis de ensino. Tal fato é preocupante na medida em os sintomas

manifestados pela depressão além dos prejuízos na saúde do professor e em sua qualidade de

vida, podem interferir na motivação, interesse e nas relações com os alunos e

consequentemente no ensino e aprendizagem, o que justifica a importância de estudo dessa

temática.

Objetivo: Levantar a prevalência de depressão em professores do ensino fundamental.

Métodos/Procedimentos: Essa pesquisa é fruto de Projeto de Iniciação Científica financiado

pela CNPQ e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Filosofia e

Ciências da Universidade Estadual Paulista. Participaram da pesquisa 30 professores do ensino

fundamental de escolas públicas municipais, do primeiro ciclo de um município do interior de São

Paulo. Para a coleta de dados, foi elaborado questionário para caracterização dos professores

contendo dados pessoais e ocupacionais. Para o rastreamento da depressão foi utilizado o

Questionário sobre Saúde do/da Paciente – PHQ 9. Os dados foram analisados por meio de

estatística descritiva, e para o PHQ 9, conforme o manual de aplicação do instrumento.

Resultados: A amostra foi composta apenas por professoras, com idade média de 46 anos

(dp=10,95), 67% são casadas, a maioria trabalha 30 horas semanais e possuem 12, 6 (dp=7,73)

anos de atuação como docente e as salas possuem no máximo 30 alunos. Quantos aos dados

sobre a depressão, 30% dos professores preencheram os critérios de classificação.

Conclusões: Os resultados sugerem a necessidade de medidas de prevenção e intervenção

junto aos professores como forma de amenizar os impactos para a sua saúde. Os sinais e

sintomas da depressão além de representar riscos á saúde do professor, podem repercutir nas

ações de ensino, aprendizagem e comportamento dos alunos. Destaca-se que as ações não

devem ser dirigidas apenas para os professores, precisando contemplar o ambiente escolar

(infraestrutura escolar, organização do trabalho e relacionamentos interpessoais na escola). Tais

medidas podem representar benefícios para os professores, a instituição e os alunos.

Referências

1- AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais – DSM-5 (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed Editora, 2014.

2- Strieder, R. Depressão e ansiedade em profissionais da educação das regiões de Amerios e da

AMEOSC, Roteiro, v. 34, n.2, 243-268, 2009.

3- Cezar-Vaz, M. R, Bonow, C. A., Almeida, M. C V., Rocha, L. P. & orges, A. M. (2015). Mental

Health of Elementary Schoolteachers in Southern Brazil: Working Conditions and Health

Consequences, The ScientificWorld Journal, v. p. 1-5, 2015.

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26. QUALIDADE DE VIDA, INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL E ADESÃO MEDICAMENTOSA EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE

Autores: Weltton Augusto da Silva Barbosa, Cristiane Carnaval Gritti, Rita de Cássia Menin, Graziella Andressa da Silva Paula, Monique Luiza de Carvalho Viola Platina

Fundação Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FUNFARME

Introdução: A Artrite Reumatoide é uma doença auto- imune de etiologia desconhecida, caracteriza processos inflamatórios crônicos que afetam principalmente as articulações das mãos e

dos pés1

. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida a independência funcional a adesão medicamentosa em pacientes diagnosticados com Artrite Reumatóide. Metodologia: A amostra foi composta por 31 pacientes que frequentaram o ambulatório de Reumatologia do Hospital de Base de São José do Rio Preto. Todos os pacientes responderam a uma entrevista semiestruturada para coletar os dados sociodemográficos, Teste de Morisky que avalia a adesão medicamentosa, questionário de qualidade de vida SF-36, Avaliação da Medida de

Independência Funcional (MIF)2,3

. Resultados: Vinte e sete dos pacientes eram do sexo feminino (87%) com idade entre 43 e 85 anos. Os resultados obtidos com a SF-36 apontaram menor média no domínio a “limitação por aspectos físicos” a maior média no domínio a “saúde mental”, na avaliação de independência funcional foi observado resultado satisfatório em relação aos domínios: controle dos esfíncteres, mobilidade, locomoção e comunicação, sendo que 55% dos pacientes obtiveram média adesão ao tratamento medicamentoso. Conclusão: A artrite reumatoide ocasiona impactos negativos na qualidade de vida. Na independência funcional foi observado na capacidade desses pacientes de se adaptarem nas

limitações, e a necessidade de estratégias para facilitar a adesão medicamentosa4,5

. Referências: 1. Almeida PQ, Pontes T. Terapia Ocupacional na Artrite Reumatoide: O que o Reumatologista

precisa sabe. Revista Brasileira de Reumatologia. 2015; 55(3): 272–280. 2. Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para língua

portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev. Bras. Reumatol. 1999; 39(3): 1–9.

3. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PP, Battistella LR. Validação da versão brasileira da medida de independência funcional. ACTA FISIATR 2004; 11(2): 72-76.

4. Bugni VM, Ozaki LS, Okamoto KYK, Barbosa CML, Hilário MOE, Len CA, Terreri MT, Factors associated with adherence to treatment in children and adolescents with chronic rheumatic diseases- 2012. Journals de Pediatric, Rio de Janeiro, Vol. 88, N° 6.

5. Sabate E, Yach D, Bruce B, Philippe L, Andrew W. World Health Organization (WHO). Adherence to long- term therapies: evidence for action – Geneva- USA, World Health Organization; 2003.

27. REABILITAÇÃO E CUIDADOS PALIATIVOS NÃO-ONCOLÓGICOS EM

CONTEXTOS HOSPITALARES: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Autores: Viviana Marcela Leon Perilla, Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo

Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

Introdução: Pessoas com doenças crônicas não- oncológicas podem apresentar diversos problemas físicos, psicossociais e espirituais, gerados tanto pelo adoecimento como pelo tratamento. Necessitam de Cuidados Paliativos principalmente quando não há possibilidade de tratamento modificador da doença.

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Objetivo: Reunir e sintetizar os resultados identificados na literatura científica nacional e internacional que abordem a relação entre os campos da reabilitação e dos cuidados paliativos não oncológicos, considerando a prática em contextos hospitalares. Métodos/ procedimentos: Como caminho metodológico foi feita uma revisão integrativa de literatura. Foram pesquisados os artigos publicados nas bases de dados LILACS e MEDLINE, no período de 2005 a 2015, resultando um total de 683 resumos consultados; destes, foram selecionados 9 artigos que abordavam o tema central do estudo e a questão norteadora, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Os artigos selecionados apresentam duas categorias em relação à reabilitação e cuidados paliativos:

1. Reabilitação e cuidados paliativos não oncológicos como processos independentes nos contextos hospitalares (N= 4 artigos): entende os CPs como serviço complementar a intervenção reabilitadora em estágios específicos da doença crônica, a qual participa mais na fase inicial e oferece intervenções terapêuticas voltadas a otimizar a sobrevivência do paciente nas dimensões de independência funcional no ambiente hospitalar, favorecer sua comunicação e criação de tecnologias assistivas, adaptar seus ambientes, oferecer estimulação cognitiva, multissensorial e oferecer apoio psicossocial. O serviço paliativo é atribuído mais ao papel do médico nos cuidados na fase de terminalidade e fim de vida.

2. Reabilitação e cuidados paliativos não oncológicos como processo integrado nos contextos hospitalares (N=5 artigos): contemplam o programa de reabilitação como parte das intervenções da equipe multiprofissional de cuidados paliativos, onde profissionais médicos e não médicos são competentes para capacitar, orientar e auxiliar ao paciente e a seus familiares ou cuidadores sobre a decorrência da doença.

Conclusão: Todos os estudos refletem sobre a importância do trabalho multidisciplinar dentro dos dois serviços, assim como seu vínculo e associação para compartilhar experiências. Conclui-se que os tratamentos curativos e paliativos para o paciente com doença crônica não oncológica não são mutuamente excludentes; pelo contrário, podem se organizar e apoiar para garantir uma abordagem multidisciplinar, ao longo do tratamento e inclusive na fase final da vida. Referências

1- Javier Ns, Montagnini Ml. Rehabilitation of the hospice and palliative care patient. J palliat med. May;14(5):638-48 6. 2011.

2- Kasven-Gonzalez N, Souverain R, Miale S. Improving quality of life through rehabilitation in palliative care: case report. Palliatsupportcare. Sep;8(3):359-69. 2010.

3- Othero M,Costa A.Reabilitação em cuidados paliativos. Lusodidata.2014. 4- Santiago-Palma J, Payne R. Palliative care and rehabilitation. Cancer suppl. (92):1049–52. 2001

28. RELAÇÃO MÃE E FILHO PREMATURO E A ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Autores: Manoela Sales, Aline Cirelli Coppede Ribeiro, Roselilian da Cunha Pereira

Centro Claretiano de Batatais

Introdução: Segundo ALMOHALLA e GUERRA (2011), as capacidades neurológicas e interacionais aos fatores ambientais, sociais e biológicos irão determinar o prognóstico quanto ao desenvolvimento da criança prematura. A relação da criança prematura com a mãe, principalmente nos meses iniciais da criança, é fundamental para um desenvolvimento sadio. (PERGHER, CARDOSO, JACOB; 2014). Norteada pela assistência humanizada a Terapia Ocupacional, na atenção e cuidados a mãe e filho, objetiva proporcionar o desenvolvimento a mãe, filho e família. (DITTZ, MELO, PINHEIRO; 2006).

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Objetivos: O objetivo deste estudo é evidenciar a relevância do relacionamento mãe e filho para o desenvolvimento do prematuro. Sendo o terapeuta ocupacional facilitador dessa relação, intervindo a fim de promover ganhos e prevenir perdas no desenvolvimento da criança prematura e do papel desempenhado pela mãe. Métodos: Esta pesquisa foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica. Foram utilizadas bases de dados originais como Bireme, Scielo e Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. Sendo que as buscas foram realizadas somente na língua portuguesa. Para nortear as pesquisas utilizaram-se seguintes termos descritores: Prematuro, Terapia Ocupacional, Relação Mãe-Filho. Resultados: Os critérios de exclusão foram: abordagens não condizentes com o enfoque na relação mãe e filho e atuação da terapia ocupacional e estudos demasiadamente sintetizados. A partir disso foram encontrados 25 artigos, sendo excluídos 12 artigos, sendo inclusos 13. Estes que possuem datas de publicações entre 2008 e 2016, evidenciando assim a inclusão de artigos um tanto quanto recentes e atuais. Dos 13 artigos incluídos ao trabalho, destacaram-se diferentes caracterizações, que em suas diferenças uniram-se para compor esta revisão bibliográfica. Conclusões: Foi possível concluir que o relacionamento entre mãe e filho caracteriza-se como parte fundamental para o desenvolvimento saudável da criança prematura. Um dos fatores agravantes para mau desenvolvimento infantil se dá pelas imaturidades fisiológica e afetiva do recém-nascido pré-termo, carecendo assim de maiores cuidados e estímulos para ser capaz de se desenvolver normativamente. Inclusive de estímulos gerados pelo vínculo mãe e filho, que proporciona ganhos no desenvolvimento geral da criança. Os impactos gerados pela prematuridade se estendem ao desenvolvimento das mães, ao desenvolvimento de seu papel como provedora de carinho e cuidados. Sendo assim necessárias intervenções terapêuticas ocupacionais, e de uma equipe multidisciplinar, no reestabelecimento desta relação quando esta se encontrar prejudicada, ou ainda não ter tido a possiblidade de se desenvolver. Prevenindo assim atrasos no desenvolvimento da criança e frustrações e demandas maternas e familiares. Pois sabe-se que o objetivo final da atuação terapêutica ocupacional é promover em seus pacientes a qualidade de vida e bem-estar, no caso, da mãe e do filho prematuro. Referências 1- ALMOHALHA, L; GUERRA, R. M. R. Identificação dos sinais neuro-comportamentais de bebês pré-termo por profissionais que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 22, n. 2, p. 117-126, maio/ago. 2011. 2- DITTS, E. S; MELO, D. C. C; PINHEIRO, Z. M. M. A terapia ocupacional no contexto da assistência à mãe e à família de recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 17, n. 1, p. 4 3- PERGHER, N. D. Q; CARDOSO, C. L; JACOB, A. B. Nascimento e internação do bebê prematuro na vivência da mãe. Estilos clín., São Paulo, v. 19, n. 1, jan./abr. 2014.2-47, jan./abr. 2006.

29. RESGATE DE MEMÓRIAS E EMOÇÕES NA PERSPECTIVA DA ANÁLISE DE ATIVIDADE EM TERAPIA OCUPACIONAL – RESULTADO DE

PESQUISA

Autor: Adilson Aparecido de Paiva Faculdade de Terapia Ocupacional - Centro de Ciências da Vida - PUC – Campinas

Introdução: As transformações ocorridas nas dinâmicas sociais, culturais e econômicas preconizam um novo sentido à construção de direitos substanciais do indivíduo em um novo conceito de reabilitação. A partir dessa perspectiva na história da saúde e de reabilitação psicossocial é que as Atividades passam a ser elementos importantes no movimento de desconstrução lógica, excludente e alienante, estabelecendo um novo conceito entre sujeito e

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comunidade, voltando a atenção para o indivíduo e seu grupo social, permitindo ao terapeuta ocupacional facilitar novas possibilidades e práticas, capazes de romper com o modelo médico-psicológico, e que a partir da década de 90 buscam compreender a necessidade de reabilitar espaços vividos, como promoção do encontro entre recursos e necessidades do sujeito, constituindo as Atividades na Terapia Ocupacional em um campo prático, com base nas pesquisas e reflexões, compreendida como seu principal recurso investigado e estudado¹.

Objetivos: Este trabalho tem por objetivo relatar experiências da Análise da Atividade, vividas no

processo de ensino aprendizagem prático, dos alunos do curso de graduação de Terapia

Ocupacional na PUC Campinas. Considerando as funções mentais cognitivas, especificamente o

que diz respeito ao resgate da memória e das emoções através da atividade ocupacional².

Métodos/Procedimentos: A análise da atividade é proposta na disciplina Atividades e Recursos

Terapêuticos III, dividida em dois módulos, o primeiro caracterizado por conceitos teóricos que

sugere reflexão acerca das possibilidades de compreensão, definição e utilização da atividade

humana nos processos terapêutico ocupacionais, a partir da evolução histórica da Terapia

Ocupacional, e por módulo prático, que sugere a identificação dessas possibilidades, a partir do

roteiro de análise aplicado pela docente, que utiliza atividade intitulada “Boneca de Pano”, no

decorrer de 9 encontros de 2h/aulas, com intuito pedagógico a refletir aspectos cognitivos de forma

analítica, numa proposta de fazeres a partir de estímulos e da exploração de materiais para a

construção do produto utilizando a técnica de costura manual.

Resultados: A vivência da atividade permitiu através da poiésis e da práxis a experiência de uma

mente criativa a partir do setting terapêutico, que levaram à contemplação dos sentidos, dando

espaço ao mundo subjetivo, possibilitando diferenciar modelos e estratégias que perpassam o

mundo externo através da criação deste ambiente, aproximando o mundo interno do próprio

indivíduo, através de suas percepções e sentidos, experimentados e vivenciados na atividade,

resgatando memórias afetivas e emoções, possibilitando conhecer aspectos da história de vida dos

sujeitos³.

Conclusões: A Atividade permitiu perspectivas de análise capaz de trazer aporte ao terapeuta

ocupacional, na reconstrução de bem estar e autonomia do sujeito, viabilizando espaços de vida a

partir dos significados contemplados.

Referências

1- CASTRO, ED de; LIMA, E. M. F. A.; BRUNELLO, M. I. B. Atividades humanas e terapia ocupacional. De Carlo MMRP, Bartalotti CC. Terapia Ocupacional no Brasil: fundamentos e perspectivas. São Paulo: Plexus, p. 41-59, 2001.

2- ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CIF: classificação internacional de funcionalidade,

incapacidade e saúde. p. 54- 55, 2004.

3- BATTISTI, Mario Cesar Guimaraes. Fábulas e fobias: uma viagem a senso-percepção pela terapia ocupacional. Musa, p. 86-98, 2001.

30. SESSÃO DE CINEMA NO CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO: O OLHAR DA CRIANÇA E DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Autores: Andressa Regina De Lázaro, Lucieny Almohalha

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba/ MG

Introdução: Sabe-se que a hospitalização infantil priva crianças de desenvolverem atividades de vida diária, brincar, lazer, e interfere com seus papéis e participação social. Para minimizar o impacto da hospitalização, o terapeuta ocupacional irá utilizar o fazer humano como instrumento terapêutico.

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Objetivos: Investigar os efeitos da sessão de cinema no comportamento de crianças internadas na

enfermaria pediátrica do Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro;

possibilitar acréscimo de estudos científicos na área e oferecer modalidades terapêuticas para

futuras intervenções na hospitalização infantil. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de

Ética e Pesquisa da referida Universidade seguindo Resolução 196/96 sob o protocolo 2196.

Métodos/Procedimentos: A pesquisa foi derivada de um projeto assistencial iniciado em 2011 e

implantado na enfermaria pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo

Mineiro pelo Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde. Esta pesquisa

exploratória e descritiva investigou os possíveis efeitos do uso de recursos audiovisuais (filmes) na

hospitalização infantil de uma enfermaria pediátrica. A população alvo do estudo incluiu crianças de

8 a 12 anos, obtendo um total de 10 crianças na amostra. A coleta de dados e registro em diário de

campo foram realizadas de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, em um total de 13 sessões de

cinema. Foi utilizado questionário semiestruturado criado pelas pesquisadoras e diário de campo

feito para cada criança.

Resultados: Foram baseados tanto nas respostas das crianças referentes ao questionário pré e

pós exibição do filme, quanto na análise do diário de campo das pesquisadoras. Os resultados

demonstram que todas as crianças estavam inseridas no estágio operatório concreto descrito por

Piaget, e que desta forma não demonstraram diferenças na maneira de compreender e abstrair-se

com os filmes, tornando a idade como uma variável a ser citada. Outra variável que poderia ser

pensada é em relação aos filmes exibidos, por mais que sejam diferentes estes apresentaram em

sua maioria os mesmos temas, como amizade, amor, superação de problemas.

Conclusões: A partir de uma proposta de humanização da assistência, foi criado o projeto Sessão

de Cinema Hospitalar, que visou promover tanto o acolhimento, a adequação assistencial e a

mudança de rotina contextual quanto proporcionar um ambiente menos estressante as crianças

hospitalizadas, fazendo com que por algumas horas, elas pudessem sentir-se mais crianças,

vivenciar momentos de fantasia e de faz de conta através das temáticas apresentadas pelos filmes.

Essa atividade ainda poderia oferecer um espaço para que essas crianças pensassem e

compreendessem a situação que estavam vivenciando.

Referências

1- AOTA (American Occupational Therapy Association), 2002. Disponível em: http://www.pacificu.edu/ot/students/documents 2- BORGES, R.C.M. Recursos Audiovisuais. Disponível em: http://www.ufrgs.br. 3- CARLO, M.M.R.P.; BARTALOTTI, C.C.; PALM, R.D.C.M. A terapia ocupacional em reabilitação física e contextos hospitalares: fundamentos para a prática. In: CARLO, M.M.R.P.; LUZO, M.C.M. Terapia Ocupacional: Reabilitação Física e Contextos Hospitalares. São Paulo: Editora Rocca, 2004. pp. 3- 28. 4- CARVALHO, T.S.E.; PFEIFER, L.I. Enfermaria de Pediatria – Unidade Campus. In: FIGUEIREDO, L.R.U.; NEGRINI, S.F.B.M. Terapia Ocupacional: Diferentes Práticas em Hospital Geral. Ribeirão Preto: Legis Summa, 2009. 5- CASTRO, E.D.; LIMA, E.M.F.A.; CASTIGLIONI, M.C.; SILVA, S.N.P. Análise da Atividade: Apontamentos para uma Reflexão Atual. In: CARLO, M.M.R.P.; LUZO, M.C.M. Terapia Ocupacional: Reabilitação Física e Contextos Hospitalares. São Paulo: Editora Roca, 2004.

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31. TERAPIA OCUPACIONAL E A ATENÇÃO A MULHERES DURANTE O PUERPÉRIO

Autores: Vivian Nickel, Heldevam Pereira Campos Junior, Tatiana Pontes Faculdade de Ceilândia, UnB – Brasília

Introdução: A maternidade é um evento que transforma profundamente o cotidiano das mulheres. Com o nascimento do bebê, recém-mães se deparam com uma grande quantidade de novas tarefas diárias para as quais nem sempre estão preparadas, a despeito da expectativa social em relação ao exercício da maternidade. É sabido também que o puerpério é um período em que as mulheres passam por intensas oscilações hormonais que afetam sua saúde, física e emocional. Dessa forma, a terapia ocupacional surge como um campo estratégico que pode contribuir para acolher, instrumentalizar e auxiliar as mulheres puérperas de forma que consigam estruturar suas rotinas e desempenhar esse novo papel ocupacional, o de ser mãe, de forma produtiva. Objetivos: Trata-se de um estudo qualitativo que busca investigar o impacto da maternidade nas atividades, ocupações e papéis exercidos pelas mulheres. Métodos/Procedimentos: A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semi-estruturadas com 15 mulheres em puerpério. A definição de período puerperial adotada para esta investigação é a elaborada por Laura Gutman (2013), que estabelece como puerpério o tempo entre o nascimento e os dois primeiros anos de vida da criança. Foram selecionadas para as entrevistas mulheres que não haviam sofrido complicações durante e após a gestação e cujos bebês tivessem nascido saudáveis. Após a coleta de dados, foi feita a análise dos dados de forma a buscar identificar quais as maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres. Resultados: Analisando as falas das mães entrevistadas, foi possível verificar que, para a maioria, a maternidade é um evento que provoca transformações profundas em seus papéis ocupacionais e suas atividades diárias. Privação de sono, acúmulo de atribuições, instabilidade emocional, falta de tempo para cuidados pessoais e lazer foram exemplos de transformações citados pelas entrevistadas. Algumas relataram ainda que, em função das demandas dos cuidados com o bebê, encontram dificuldade para conciliar o papel de mãe com suas profissões. As entrevistadas também apontaram, entre outros pontos, que imprevisibilidade, cansaço e inexperiência tornam o estabelecimento de uma rotina diária de atividades em um grande desafio. Tal dificuldade confere à maternidade, conforme os relatos, uma grande carga de ansiedade. Conclusões: É preciso promover ações de atenção à saúde das mulheres no período do puerpério. A despeito do que é comumente veiculado, a transição para a ocupação de mãe é um evento social, cultural e biológico que demanda cuidados e atividades específicas. A Terapia Ocupacional, nesse sentido, surge como campo estratégico para intervir nesse momento tão desafiador. Referências GUTMAN, L. Mulheres visíveis, mães invisíveis. Rio de Janeiro: Best Seller, 2013.

32. TERAPIA OCUPACIONAL E ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Autores: Beatriz Silva Santoro, Rafaela da Silva Roberto, Adrielli Fernanda de Oliveira e Silva, Maria Paula Panúncio -Pinto. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Introdução: O projeto “Atividades lúdicas e de contação de histórias em instituição de acolhimento

a crianças e adolescentes” como ação de cultura e extensão universitária tem como finalidade

principal envolver acadêmicos do curso de Terapia Ocupacional em atividades voltadas para o

atendimento de crianças e adolescentes institucionalizadas, e desta forma propiciar uma

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integração universidade- comunidade que responda às demandas de formação profissional na área

de Terapia Ocupacional na Infância e Adolescência, e às necessidades das crianças e

adolescentes alvos de políticas de proteção especial, que por questões sociais e pessoais estão

abrigadas em instituição de acolhimento (PANÚNCIO-PINTO, 2015).

Objetivos: Este trabalho pretende relatar a experiência do referido projeto no período de agosto de 2016 a março de 2017 com sujeitos do serviço municipal de acolhimento institucional, destacando os objetivos gerais e a sua operacionalização. Métodos/Procedimentos: Para dar estrutura ao relato foram utilizados os relatórios das intervenções realizadas no período. Participaram do projeto dois bolsistas e dois voluntários, com atividades uma vez por semana, atendendo crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Sempre que necessário foram divididos grupos de acordo com a faixa etária. Ao longo dos oito meses de projeto estiveram presentes 35 sujeitos, com idade entre 2 e 15 anos. Após o período de observação foram revistos os objetivos de intervenção, tendo como base a proposta do projeto, a realidade identificada na instituição e as demandas individuais e coletivas. Foram oferecidas atividades que envolviam o brincar dirigido, utilizando-o como recurso para promover o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo dos sujeitos; recursos próprios à Terapia Ocupacional (atividades lúdicas, faz de conta, histórias infantis, atividades expressivas e artesanais; atividades de vida diária), a fim de desenvolver ações de promoção de saúde e cidadania; estimular o desenvolvimento de habilidades sociais e processuais; favorecer o reconhecimento, atribuição de sentido e elaboração do cotidiano adverso vivenciado pelos sujeitos. Resultados: Foram realizadas atividades individuais e grupais com objetivos distintos em relação ao acolhimento inicial e desenvolvimento de vínculo, seguido de intervenções específicas para as ocupações visadas: brincar, participação social e lazer. Nessas ocupações foram trabalhas habilidades sociais e processuais: integração dos participantes; regulação emocional; comunicação; expressão de sentimentos e emoções; atenção; concentração; realização de escolhas; utilização das ferramentas e dos materiais segundo sua utilidade e sequenciamento. Buscou-se favorecer o desenvolvimento de crença nas próprias habilidades, estimulando diversas formas de fazer e participação em atividades dirigidas; estimular a autonomia, oportunizando escolhas, tomada de decisão e utilização de diferentes ferramentas e materiais através da oferta de atividades estruturadas. Conclusões: O projeto atende a uma importante demanda da comunidade, possibilitando intervenções voltadas ao desenvolvimento de crianças e adolescentes institucionalizados. Além disso, enriquece a formação dos graduandos envolvidos no projeto, uma vez que proporciona contato direto com a atuação profissional durante a formação. Referências 1- PANUNCIO-PINTO, MP Atividades lúdicas e de contação de histórias em instituição de acolhimento à crianças e adolescentes Projeto de Extensão homologado pela PRCEU- USP.Ribeirão Preto: FMRP, 2015.

33. VALIDADE E CONFIABILIDADE DO WORLD HEALTH ORGANIZATION DISABILITY ASSESSMENT SCHEDULE (WHODAS 2.0) PARA PESSOAS COM

OBESIDADE MÓRBIDA

Autores: Kátia Ariana Borges, Leidiane Mota de Oliveira Chagas, Luana Foroni Andrade, Shamyr Sulyvan de Castro

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Universidade Federal do Ceará- UFC

Objetivos: O presente estudo teve como objetivo primário realizar a validade e confiabilidade do World Health Organization Disability Assessment Schedule (WHODAS 2.0) para aferição da funcionalidade em pessoas com obesidade mórbida, os objetivos secundários objetivaram analisar a qualidade de vida (QV) de pessoas com obesidade mórbida e a capacidade física e funcional

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apresentada, além de identificar os papéis ocupacionais auto-atribuídos, percebidos e a importância designada a cada um deles pelas pessoas pesquisadas. Métodos/Procedimentos: Trata-se de um estudo de natureza metodológica, que também pautou-se em uma pesquisa quantitativa descritiva, com abordagem exploratória e transversal para responder aos objetivos secundários. Utilizou- se para a coleta de dados a versão de 36 itens do WHODAS 2.0, a Escala Curta de Qualidade de Vida (WHOQOL BREF), o teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6’), a Lista de identificação de Papéis Ocupacionais (LIPO) e uma Entrevista Inicial para coletar dados sociodemográficos e clínicos. Resultados: Participaram deste estudo 60 adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m² cadastrados no setor de cirurgia do aparelho digestivo do hospital das clínicas de uma universidade pública do Triângulo Mineiro, Minas Gerais. Os testes psicométricos realizados na primeira avaliação mostraram consistência interna total de 0,93 verificada através do coeficiente alfa de Cronbach. Quanto a validade de critério convergente e divergente observou-se correlação moderada e significativa com a maioria dos domínios do WHOQOL BREF, relação divergente entre o WHODAS 2.0 e o TC6’ e correlação forte entre o domínio Atividades escolares e de Trabalho do WHODAS 2.0 com o papel de Trabalhador da LIPO. Já a QV apresentou prejuízos significativos em todos os domínios. A capacidade física e funcional demonstrou estar reduzida com valores muito abaixo dos preditivos no teste. Conclusões: O WHODAS 2.0 apresenta propriedades psicométricas significativas e adequadas para o uso em pessoas com obesidade mórbida. Quanto aos objetivos secundários os achados demonstram que tanto a qualidade de vida como a capacidade física, funcional e os papéis ocupacionais desempenhados pela população sofreram interferência direta devido IMC elevado. Referências 1- Burckhardt ARAUJO, Eduardo Santana de. CIF: uma discussão sobre linearidade no Modelo Biopsicossocial. Fisioterapia & Saúde Funcional, v. 2, n. 1, p. 6-13, 2013. . 2- BRASIL. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. 3- BARROS, L. et al. Qualidade de vida entre obesos mórbidos e pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 17, n. 2, 2015. 4- BERIAULT, K. et al. Reproducibility of the 6-minute walk test in obese adults. International journal of sports medicine, v. 30, n. 10, p. 725-727, 2009 5- CASTRO, Shamyr Sulyvan; LEITE, Camila ferreira. Avaliação de Saúde e Deficiência: Manual do WHO Disability Assessment Schedule (WHODAS 2.0). Tradução de Shamyr Sulyvan Castro, Camila Ferreira Leite. Organização Mundial da Saúde, 2015. 6- CORDEIRO, Júnia Jorge Rjeille. Validação da lista de identificação de papéis ocupacionais em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) no Brasil 123 f. Tese (Mestrado em Reabilitação) - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2005.

34. “VEM COMIGO QUE EU TE EXPLICO”: INVESTINDO NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO A CRIANÇAS DE UMA UNIDADE PEDIÁTRICA

Autores: Letícia Fernandes de Andrade, Monise Sanches Rodrigues, Maria Paula Panúncio-Pinto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/USP

Introdução: O projeto de extensão “Vem comigo que te explico”: investindo na humanização do cuidado a crianças de uma unidade pediátrica e seus familiares foi desenvolvido no primeiro semestre de 2016 na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (UEHCFMRP- USP), sendo oferecido às crianças atendidas em enfermaria e ambulatório pediátricos um espaço para a exploração e desempenho do brincar, seu principal

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papel ocupacional. Objetivos: Relatar a experiência do projeto de extensão “Vem comigo que te explico”, descrevendo seu desenvolvimento e resultados alcançados no contexto da unidade pediátrica da UEHCFMRP-USP, no período de janeiro a julho de 2016. Métodos/Procedimentos: As crianças e seus acompanhantes em atendimento na Unidade eram convidadas a participar das atividades. Para as crianças mais jovens, até 3 anos de idade, a intervenção foi centrada na orientação dos responsáveis. A intervenção proposta objetivou estimular o brincar livre, incentivando a autonomia e independência da criança na escolha e condução do brincar, auxiliando-a quando necessário. Através do brincar e do faz de conta, objetivou-se humanizar o ambiente hospitalar e empoderar a criança sobre os procedimentos que seriam realizados, acolher sentimentos (medo, angústia e ansiedade.) e esclarecer suas dúvidas e de seu acompanhante. Resultados: Através da análise dos relatórios elaborados a partir de cada encontro, foi possível realizar a caracterização da população atendida e dos recursos que eram mais utilizados nas intervenções.

Tabela 1. Caracterização das crianças atendidas de acordo com sexo e idade.

Faixa Etária Meninos Meninas Total

0 – 24 meses 8 2 10

2 – 4 anos 19 8 27

5– 7 anos 34 15 49

8 – 10 anos 23 8 31

11 – 12 anos 21 2 23

Sem informação 1 1 2

Total 106 36 142

Tabela 2. Recursos utilizados

Atividade/ Brinquedo Frequência

Maleta Lúdico de Médico 80

Boneca/Boneco 80

Maleta Lúdica de Alimentos 27

Imagem e Ação Adaptado 21

Cara a Cara 7

UNO 5

Mico 2

Tapa Certo 1

Conclusões: O projeto proporcionou aos estudantes, novas oportunidades de aprendizagem e a compreensão de que as ações pontuais, promoveram a humanização do ambiente, acolhendo os sentimentos e duvidas das crianças e cuidadores. Os recursos lúdicos favoreceram o estabelecimento de vínculo e após as intervenções, as crianças mostravam- se mais tranquilas, empoderadas pelo acolhimento e pelos esclarecimentos sobre os procedimentos, equipamentos e ambiente, e, portanto, mais seguras para enfrentar futuras abordagens pela equipe de saúde. Referências PANÚNCIO-PINTO,MP. Projeto “Vem comigo que te explico”: investindo na humanização do cuidado a

crianças em processo de cirurgia pediátrica e seus familiares. PRCEU/FMRP, 2015.

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35. “VEM COMIGO QUE TE EXPLICO”: INVESTINDO NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO À CRIANÇAS EM PROCESSO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA

Autores: Monise Sanches Rodrigues, Letícia Fernandes Andrade, Maria Paula Panúncio-Pinto

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP – São Paulo

Introdução: O Projeto “Vem comigo que eu te explico” é uma atividade do Serviço de Terapia

Ocupacional do Hospital Estadual de Ribeirão Preto- HERibeirão e do Laboratório de Ensino e

Pesquisa em Terapia Ocupacional, Infância e Adolescência-LEPTOI. Foi proposto baseado na

compreensão de que para uma criança e seus familiares pode ser assustador entrar no ambiente

hospitalar para passar por cirurgia, mesmo que de baixa complexidade e com entrada e saída do

hospital no mesmo dia: o jejum pré-cirúrgico, o ambiente do centro cirúrgico, os procedimentos de

punção e indução anestésica podem ser ameaçadores e causadores de estresse e sofrimento para

todos os envolvidos. Este trabalho relata a experiência no projeto no segundo semestre de 2015.

Objetivos: Relatar a experiência do projeto de extensão “Vem comigo que te explico”,

descrevendo seu desenvolvimento e resultados alcançados no contexto da Cirurgia Pediátrica do

HERibeirão, no período de agosto a dezembro de 2015.

Métodos/Procedimentos: Ao longo do segundo semestre de 2015, crianças triadas para cirurgia e

seus acompanhantes foram abordados no contexto hospitalar, em dois momentos: (1) logo após a

consulta médica com anestesista (consulta pré-cirúrgica), com abordagem dos sentimentos frente

à iminente cirurgia, como dúvidas e temores sobre a cirurgia em si. Neste momento,

acompanhados pelos bolsistas a criança é levada para visitar o centro cirúrgico, reconhecer o

ambiente e passar por simulação dos procedimentos de indução anestésica. Com a criança a

abordagem é feita de forma lúdica, com brinquedos, bonecos e dramatizações usando o

equipamento da sala de indução; (2) no dia da realização do procedimento cirúrgico, a criança é

atendida pelos bolsistas, com a continuidade do acolhimento, acompanhando a criança com

abordagem para minimizar o estresse envolvido neste contexto. Nesta etapa são utilizados

recursos lúdicos, tais como: jogos, brincadeiras, músicas, contação de histórias, para que, através

do brincar, os objetivos possam ser trabalhados. O familiar é igualmente acolhido, esclarecido e

apoiado.

Resultados: Durante a vigência do projeto foram atendidas 228 crianças, sendo 158 meninos e 70

meninas. As crianças relatam a diminuição do medo frente ao processo cirúrgico, após a

intervenção realizada. Empoderaram-se do ambiente hospitalar. Muitos familiares relataram a

importância do projeto voltado para as crianças e para eles, facilitando assim todo o processo

cirúrgico.

Conclusões: O projeto, além de atender a uma demanda importante por humanização do

ambiente hospitalar e acolhimento de crianças triadas para cirurgia e seus familiares, também tem

contribuído de forma significativa para o desenvolvimento de habilidades e competências pelos

bolsistas, agregando possibilidades a sua formação profissional, promovendo aprendizado, com

aumento do conhecimento e experiência.

Referências:

PANÚNCIO-PINTO,MP. Projeto “Vem comigo que te explico”: investindo na humanização do cuidado a crianças em processo de cirurgia pediátrica e seus familiares. PRCEU/FMRP, 2015.

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36. VIVÊNCIAS ACADÊMICAS: A UTILIZAÇÃO DO TEATRO COMO RECURSO DIDÁTICO NA TERAPIA OCUPACIONAL

Autores: Sheila Oliveira Mendes, Bruna Carine Pasa, Carlos Gustavo Lopes da Silva Universidade Federal de Santa Maria, UFSM – Rio Grande do Sul

Introdução: O presente relato de experiência trata-se de uma ação educativa em que os acadêmicos do 2º semestre do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no ano de 2015, organizaram um teatro para a conclusão da disciplina curricular obrigatória de Saúde Pública. Os temas abordados durante a encenação foram conteúdos ligados ao Saneamento Ambiental (Água, Lixo, Poluição Atmosférica, Poluição Sonora e Poluição Visual), todos estes propostos pelo docente da disciplina. Objetivos: Aprendizagem dos conteúdos da disciplina de Saúde Pública, por meio de um

aprendizado significativo1, proporcionado pelo uso do teatro2 como recurso didático e pedagógico a partir de uma encenação teatral, utilizando os temas propostos pelo docente e envolvendo todos os acadêmicos matriculados na disciplina. Métodos/Procedimentos: A construção do teatro se deu nos horário destinado para as atividades extra-curriculares dessa disciplina. Os acadêmicos realizavam encontros, para desenvolver o projeto de construção do teatro, desde a criação do roteiro e da estória, da preparação do cenário, da disposição e ordem das cenas, do elenco e do figurino. O cenário foi construído com materiais de baixo custo e/ou recicláveis, como TNT, EVA, tubos de desodorantes vazios e caixas de remédios. O teatro foi intitulado de “Teatro Educativo: Nosso ambiente, nosso estilo de vida” e dividido em seis cenas, além de uma introdução narrativa sobre a estória que seria contada. Em cada cena foi inserido uma nova problemática que contemplava um tema proposto. A apresentação durou 40 minutos e os acadêmicos foram avaliados pelo docente da disciplina. Para finalizar a apresentação os participantes deram as mãos em torno do lago fictício e agradeceram pela oportunidade. Resultados: A construção e execução do projeto, proporcionou a turma mudar sua historicidade de

desunião, a partir de escutas qualificadas3, troca de ideias e sugestões de possíveis modificações ou inserção de elementos novos ao projeto. A vivência extraclasse gerou a mudança de postura da turma, a união e a formação de equipe para promover uma ação colaborativa, que até aquele momento não existia. A ludicidade de tal atividade possibilitou a experimentação individual de cada acadêmico, a partir de sua leitura de mundo e promoveu a participação ativa e colaborativa dos alunos e professor na construção de ideias para que tal atividade se tornasse concreta,

demonstrando na prática a aprendizagem em conjunto4 de todos envolvidos no trabalho de conclusão da disciplina. Conclusões: Concluiu-se que, por meio de uma atividade avaliativa diferente, o resultado foi muito produtivo, pois todos desenvolveram pesquisas bibliográficas sobre seu tema, para depois poder encenar o teatro e representar as situações problemas de saúde pública, vivenciadas pelas comunidades em geral. Esse processo sem dúvida, proporcionou muito mais aprendizado do que uma aula expositiva, pois precisou-se usar a própria criatividade, estudar de forma lúdica, significando o aprendizado, a partir da leitura de mundo dos alunos. Referências 1- MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências. 6. ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2010. 2- CANDA, C. N. "PRO DIA NASCER FELIZ": diálogos entre Augusto Boal e Paulo freire nos estudos de teatro e de educação. Entrelaçando – Revista Eletrônica de Cultura e Educação. Ano I, n. 1, p. 39-53, out/2010. 3- CAVALCANTI, A. & GALVÃO, C. Terapia ocupacional, fundamentação & prática. Rio de. Janeiro, Guanabara Koogan, 2007. 4- SANTOS, D.N.; KILLINGER, C.L. (Orgs). Aprender fazendo: a interdisciplinaridade na formação em saúde coletiva. Salvador: EDUFBA, 2011.

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Sessão de Apresentações Orais

1- A CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Autores: Karine Pereira Joaquim, Aline Ferreira Placeres, Regina Célia Fiorati

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: As concepções acerca da deficiência, da pessoa com deficiência e das formas de tratamento sofreram muitas transformações no decorrer da história humana. Objetivos: Compreender como os profissionais da Atenção Primária à Saúde concebem a deficiência e as formas de assistência à saúde à pessoa com deficiência. Métodos/Procedimentos: Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva, com uma abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de grupos focais com profissionais de seis Núcleos de Saúde da Família do distrito Oeste no município de Ribeirão Preto - SP. Nos grupos focais foram abordadas as seguintes questões focais: O que é deficiência? Como você identifica uma pessoa com deficiência? O que você entende por reabilitação? Na opinião de vocês, como deve ser a atenção à pessoa com deficiência na comunidade e utilizando recursos do território? Resultados parciais: Observou-se que entre os profissionais da atenção primária existem três concepções acerca da deficiência: 1-a concepção organicista e/ou centrada no indivíduo, considera que a deficiência localiza-se na pessoa de forma orgânica; 2- a concepção social, a qual considera que a deficiência é produzida na sociedade e na forma como ela se organiza para incluir e integrar; e a 3-concepção intermediária, a qual considera que a deficiência tem causas orgânicas e está centrada no sujeito, mas também considera os determinantes sociais para conceituar deficiência. Entre os profissionais ainda mostra-se uma concepção organicista, mas existem outros que tem uma visão social da deficiência. Em relação à concepção de reabilitação surgiram duas concepções: de reabilitação para promover o retorno das habilidades, no sentindo de capacitar o indivíduo para os padrões normais de funcionamento. Outros participantes dos grupos focais apresentaram a concepção de reabilitação focada na sociedade, na modificação de ambientes e das relações sociais, promovendo acessibilidade universal. De acordo com os profissionais, a atenção para com a pessoa com deficiência também deve ser feita na comunidade, considerando as dificuldades de acesso e as facilidades de articulação com os recursos do território. Os profissionais consideram que para ter uma atenção de qualidade para a pessoa com deficiência os serviços em diferentes níveis de atenção e complexidade precisam se articular e se coordenar melhor. Os resultados sobre a concepção da deficiência na visão da pessoa com deficiência serão apresentados posteriormente na continuidade desse estudo. Conclusões: Conclui-se que apesar de ainda existir a visão biomédica entre os profissionais da saúde, o modelo social está crescendo entre os profissionais. Embora existam dificuldades no território a atenção baseada na comunidade é vista como necessária, assim como a articulação com ouros níveis da atenção. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência. Brasília, 2008. LIMA, I.M.S.O.; LEÃO, T.M. Ministério Público e integralidade em saúde: os direitos humanos das pessoas com deficiência. In: LIMA, I.M.S.O.; PINTO, I.C.M.; PEREIRA, S.O.P. (Orgs). Políticas Públicas e pessoa com deficiência: direitos humanos, família e saúde. Salvador: EDUFBA, 2011. P. 27-46.

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2- A TERAPIA OCUPACIONAL E A REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL NOS

DIFERENTES EQUIPAMENTOS DE SAÚDE MENTAL DE RIBEIRÃO PRETO

Autores: Monise Sanches Rodrigues, Leonardo Martins Kebbe

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A Reabilitação Psicossocial (RP) é um processo de reconstrução da identidade do

sujeito em sofrimento psíquico para o exercício pleno da cidadania e, também, de plena

contratualidade em três grandes cenários: habitat, rede social e trabalho com valor social¹.

Objetivos: Identificar, sob a ótica de terapeutas ocupacionais atuantes na área da saúde mental,

as concepções que elaboram acerca da RP; caracterizar as dificuldades que encontram no

exercício da prática profissional e identificar se, no processo de formação profissional do terapeuta

ocupacional, houve contribuições para o desenvolvimento de práticas voltadas à RP.

Métodos/Procedimentos: Estudo qualitativo descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa do HCFMRP (Processo nº 3415/2017 Até o presente momento os dados foram coletados

por meio de entrevista semiestruturada com 4 terapeutas ocupacionais da área de saúde mental do

município de Ribeirão Preto. Os participantes atuam nos equipamentos: Hospital Dia, Enfermaria

de Psiquiatria e Ambulatório de Saúde Mental (todos do complexo HCFMR-USP) e Centros de

Atenção Psicossocial 3 (CAPS 3) e de Álcool e Drogas, de Ribeirão Preto (SP). Os dados foram

gravados, transcritos e analisados com análise temática de conteúdo de Bardin².

Resultados parciais: São as categorias: 1. Reabilitação Psicossocial, sendo as unidades

temáticas: A) Concepções sobre RP: os participantes apontaram a participação social como sendo

o foco da RP; B) Estratégias: para a realização da RP são ofertados grupos, atividades artesanais,

passeios e acompanhamento terapêutico. 2. Dificuldades na prática profissional do terapeuta

ocupacional, sendo as unidades temáticas: A) Lida com os usuários: dificuldades de comunicação

interpessoal, adesão ao tratamento e com áreas de ocupação afetadas: lazer, trabalho e

participação social. B) Problemas institucionais: carência de recursos humanos e materiais,

desarticulação da rede de saúde mental e ambientes físicos inadequados; C) Políticas Públicas:

Políticas públicas consistentes, voltadas à saúde mental, sendo difícil colocá-las em prática.3.

Formação Profissional, sendo suas unidades: A) Graduação: a maioria dos depoentes relatou ter

os conteúdos sobre RP abordado na graduação; B) Especialização, os participantes relataram

participação em cursos de especialização, residência e aprimoramento, sendo a RP abordada com

profundidade nos mesmos.

Conclusões: Embora os participantes tenham desenvolvido conhecimento relevante sobre

Reabilitação Psicossocial nos cursos de graduação ou mesmo em pós-graduação, este

conhecimento teórico colide com a organização precária das políticas públicas atuais, as quais, por

diferentes motivos, interferem nos processos de atenção à saúde mental dos usuários dos

diferentes equipamentos, comprometendo a eficácia e a qualidade dos atendimentos.

Referências

¹ CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: Fundamentação e Prática. TEDESCO, S.A.

Diálogos da Terapia Ocupacional e a Psicanálise: Terapia Ocupacional Psicodinâmica. Cap. 17, p.

156 – 161, 2011.

² BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011.

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3- A VISÃO DOS PAIS SOBRE A SEXUALIDADE DO SEU FILHO COM SÍNDROME DE DOWN

Autores: Marília Chellegatti; Regina Yoneko Dakuzaku Carretta Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Introdução: A Síndrome de Down (SD) é uma anomalia genética causada pela presença de um cromossomo a mais, denominada também como Trissomia do 21. O principal acometimento desta anomalia é o déficit mental. A SD é marcada por várias características físicas, porém o desenvolvimento hormonal (puberdade) não sofre nenhuma alteração. Entretanto, os genitores tendem a infantilizar o indivíduo acometido por esta síndrome. Objetivos: Conhecer a visão dos pais em relação à sexualidade dos seus filhos e quais são as dificuldades e receios que eles têm com este tema. Método/Procedimentos: Revisão de literatura dos últimos 10 anos em base de dados, constituindo-se como 1ª. etapa da pesquisa. A segunda etapa prevê realização de entrevista semiestruturada com 30 indivíduos de ambos os sexos com mais de 18 anos de idade, que não apresentem nenhum comprometimento cognitivo, com filho ou filha com SD a partir de 10 anos de idade, atualmente, em análise no comitê de ética. Resultados: Foram utilizadas três bases de dados com as seguintes palavras-chave: terapia ocupacional (T.O), síndrome de Down (SD) e sexualidade, no período de 2006 a 2016. Foram encontrados seis artigos relevantes para a pesquisa. Destes, somente quatro estão disponíveis na íntegra, os demais foram explorados através dos seus respectivos resumos.

Tabela 1. Artigos por categorias temáticas

relevantes encontradas na revisão bibliográfica

GRUPOS TEMÁTICOS ARTIGOS

A prática da T.O na

sexualidade

1

As percepções dos pais de

portadores de SD sobre a

sexualidade dos filhos

4

Portadores de SD e suas

próprias percepções sobre

sua sexualidade

1

Conclusões: Esta revisão comprovou a carência que existe em pesquisas sobre a sexualidade de pessoas portadoras de SD. Ademais, é necessário repensar na formação dos profissionais para que estes tenham como respaldar os pais no conhecimento de quem seu filho é e atuar junto aos portadores de Síndrome de Down na busca da descoberta de si mesmos. Referências

1 - CARLETO, DGS; SOUZA, ACA.; SILVA, M. Estrutura da prática da terapia ocupacional:

domínio e processo - 2ª EDIÇÃO. Revista Triângulo - UFTM, Uberaba, v. 3, n. 2, p.57-147, jul/dez

2010.

2 - KANESHIRO, Neil K. Down Syndrome. 2013. Disponível em:

<http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000997.htm>. Acesso em: 04 maio 2015.

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4- CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RISCO PESSOAL E SOCIAL: CONHECENDO

AS DEMANDAS PARA A INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

Autores: Maraísa Cristina Gabriel, Maria Paula Panúncio-Pinto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: Crianças tornam-se especialmente vulneráveis devido a sua condição de pessoa em desenvolvimento que as torna dependentes da relação com um adulto para ter garantidos seus direitos. No Brasil, o Governo Federal através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome busca criar ações de prevenção de situações de risco através do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, com ações voltadas à população em situação de fragilidade decorrente da pobreza, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos (BRASIL, 2016). Objetivo: Identificar as principais demandas das crianças atendidas no contexto do Núcleo de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - NCFV do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS 4. Método/Procedimento: A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do HC-FMRP/USP em junho de 2016 (Processo HCRP no. 5415/2016). São sujeitos crianças de ambos os sexos de 6 a 12 anos atendidas no NCFV da região do CRAS 4, com fragilização do vínculo familiar e/ou comunitário, expostas a situações que caracterizem vulnerabilidade social. Foi utilizada a observação participante, que consistiu na inserção da pesquisadora no contexto do NCFV. A imersão no campo foi registrada em diário de campo, registros foram analisados em seu conteúdo. Resultados: Foram realizadas 33 sessões de observação participante, com 50 minutos de duração no período de março a setembro de 2016. Participaram 18 crianças, com uma média de seis participantes por sessão. A Tabela 1 tem a síntese das 6 categorias temáticas que emergiram do diário de campo. As subcategorias referem-se aos acontecimentos mais frequentes.

Tema Subcategoria

Comportamento da criança Agressivo Provocativo Desobediente Desinteressado

Dificuldade de relacionamento Interação Integração

(des) Habilidades sociais Regulação emocional Expressão

Desempenho em ocupações Habilidades motoras Habilidades processuais

Relacionamento educador/criança

Agressividade Desrespeito

Comportamento do educador Preconceito Estereótipos

Conclusões: Resultados encontrados nesta etapa parecem reproduzir achados de pesquisas com esta população. As dificuldades apresentadas indicam a necessidade de uma intervenção mais efetiva junto às crianças de forma a estimular sua autoestima, senso de auto-eficácia, com vistas a possibilitar o desenvolvimento de habilidades para ocupações importantes desta faixa etária, favorecendo a aquisição de estratégias de enfrentamento que proporcionem uma melhor adaptação às exigências sociais. Referência BRASIL. Atualização sobre especificidade interfaces da proteção social básica no SUAS. Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Brasília, 2016.

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XI Simpósio de Terapia Ocupacional da FMRP-USP, V Simpósio Trabalhos Científicos e I Simpósio Internacional do Curso de Terapia Ocupacional

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5- CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RISCO PESSOAL E SOCIAL: EXPLORANDO

AS CONSEQUÊNCIAS DA VULNERABILIDADE SOCIAL PARA O

DESEMPENHO EM OCUPAÇÕES

Autores: Rafaela da Silva Roberto, Maria Paula Panúncio-Pinto Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: Ocupações referem-se às atividades cotidianas nas quais as pessoas se envolvem ao longo do tempo, com um propósito, significado e utilidade percebida pelo sujeito. Existem ocupações fundamentais ao longo do desenvolvimento. Na infância são o brincar, a educação e a participação social. O envolvimento em ocupações ocorre em contextos concretos (AOTA, 2014). A relação entre a disponibilidade dos recursos dos atores sociais e o acesso à estrutura de oportunidades sociais, econômicas e culturais vem sendo representada pela vulnerabilidade social (ABRAMOVAY et al, 2002). Objetivo: Explorar as consequências da vulnerabilidade social para o desempenho em ocupações.

Método/Procedimento: Abordagem descritivo-exploratória, qualitativa. Caracterização dos sujeitos

e famílias com ferramenta própria (entrevista com mães); abordagem narrativa com mapas

corporais (recuperação de eventos de vida). Sessão de 50 minutos de realização de mapa corporal

narrado com cada criança, gravada e transcrita na íntegra, analisada em seu conteúdo.

Participaram três crianças (uma de 7 e duas de 11 anos), de duas famílias (irmãos).

Resultados: Em relação à vulnerabilidade social, as duas famílias estudadas sobrevivem com

renda per capita média de R$ 370,00/mês; reconhecem riscos na comunidade e muitos aspectos

ligados à fragilidade e deficiência das políticas públicas e redes sociais de suporte. Sobre a análise

preliminar das narrativas, a partir das categorias dadas à priori pelos objetivos, a tabela a seguir

traz uma síntese dos resultados:

Ocupação Categoria Esperada Situação Expressa

BRINCAR Brincar exploratório; Participação no brincar (pares)

Assistir TV Brincar só

Brincar com pares

EDUCAÇÃO Participação na educação formal

Desinteresse Violência Bullying

PARTICIPAÇÃO SOCIAL Relação com comunidade; Família;

Pares, amigos

Insegurança na comunidade/violência

Medo dos pais/violência Segurança/”Manos” PM Empatia de professores

Conclusões: O desempenho em ocupações é influenciado pelo contexto. (AOTA, 2014). A análise preliminar das narrativas permite identificar a alteração no desempenho a partir da realidade da família, da escola e da comunidade (contexto). Igualmente permite identificar fatores do contexto que favorecem o desempenho. Referências AOTA. Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process (3rd Ed.) American Journal of Occupational Therapy, Vol. 68, S1-S48, March. April 2014. ABRAMOVAY, M et al Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas. Brasília: UNESCO/BID, 2002.

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51 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

6- DESVELANDO OS SENTIMENTOS DA GESTAÇÃO E MATERNIDADE:

BUSCANDO SUBSÍDIOS PARA AÇÕES JUNTO A GESTANTES NA ATENÇÃO

BÁSICA EM SAÚDE

Autores: Bruna Pizzardo de Souza Campos, Regina Yoneko Dakuzaku Carretta

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A gravidez é um evento singular na vida da mulher, implicando mudanças, sendo importante oferecer subsídios para o melhor enfrentamento desta condição. A atenção básica em saúde é ideal para o acolhimento desta demanda. A Terapia Ocupacional poderia auxiliar esse público buscando novas discussões nesta perspectiva materna, contemplando os papeis ocupacionais e os papeis sociais assumidos e as mudanças na rotina e no cotidiano destas gestantes, porém há escassez de trabalhos nesta temática. Objetivos: Compreender os papeis ocupacionais da mulher gestante, seus projetos de vida, papeis sociais no seu cotidiano. Métodos/Procedimentos: Estudo exploratório, qualitativo, utilizando-se de entrevista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. As participantes são 20 gestantes, acima dos 18 anos de idade, cadastradas no núcleo de saúde IV, V ou VI do Distrito Oeste do município de Ribeirão Preto- SP, tendo como critério de exclusão a presença de complicações físicas ou psicossociais. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Saúde Escola Cuiabá, vinculado a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, em maio de 2016, sob o CAAE: 48723815.1.0000.5414. A análise foi feita segundo análise de conteúdo proposto por Minayo (2006). Resultados parciais: Trabalhou-se com categorias pré-definidas, estabelecidas nas questões da entrevista, sendo relacionadas a 1) Significados da gravidez: os sentimentos, preocupações, expectativas, dúvidas, durante a gestação, autoimagem e expectativas do parto do bebê. 2) Ocupações, papéis ocupacionais e projetos futuros: atividades que deixaram de realizar e as que estão desempenhando atualmente por estar grávidas e quais seus projetos após o nascimento do bebê. 3) Rede de apoio pessoal e social: a quais são os apoios e redes de suporte que acessam ou poderiam ter contato e em qual local e qual tipo de informações receberam e gostariam de ter recebido. Quanto ao significado da gestação para entrevistadas, apontam desde algo muito especial até o fato de terem autoestima e autoimagem distorcidas, quebrando paradigma de uma gestação apenas feliz e graciosa. Quanto às ocupações e papeis ocupacionais há variedade de relatos existindo discursos positivos e afetivos diante da chegada do bebê e é evidenciado interrupção dos projetos de vida. Aponta-se também que a maternidade deveria ser vivenciada por todas as mulheres como algo “obrigatório” para que essa pudesse ser plenamente mulher implicando em uma imposição social. Quanto à rede de suporte, os dados apontam para a necessidade e existência de apoios familiares e sociais. Destaca-se o núcleo de saúde da família como importante apoio para essas gestantes. Conclusões: Os resultados parciais demonstram a importância deste estudo para novos apontamentos e discussões sobre a gestação, considerando que a carga emocional vivenciada por essas pode impactar de diversas formas. Buscar espaços que acolham essa demanda é necessário e nos parece bastante viável que sejam oferecidos na atenção básica em saúde. Apontamos também a importância da continuidade de pesquisas nessa temática que explorem diversos aspectos da maternidade. Referências PICCININI et al. Gestação e a constituição da maternidade. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 1, p. 63-72, jan./mar, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. Disponível em:

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52 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf> Acesso em: 30 de Abril. 2015. MINAYO. M.C.S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 9ª edição revista e aprimorada. São Paulo: Hucitec; 2006. 406 p.

7- ESTESIOMETRIA: RELAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO, EXPERIÊNCIA

PROFISSIONAL E RESULTADOS OBTIDOS: ESTUDO DESCRITIVO

Autores: Ana Carolina Cunha; Valéria Meirelles Carril Elui

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: Testes sensoriais de detecção do comprometimento sensorial orientam a intervenção profissional para a reeducação sensitiva ou uso de técnicas compensatórias e adaptações, prevenindo lesões¹. O monofilamento de Semmes-Weinstein é o mais utilizado para avaliar a sensibilidade ao toque², pois é padronizado, não invasivo, de baixo custo, fácil e de rápida aplicação³. No entanto, é testador dependente³ e são escassas as pesquisas que relatam informações sobre os testadores. Objetivo: Quantificar as forças aplicadas por testadores durante a simulação da aplicação da estesiometria, verificando se existem diferenças de resultados de acordo com a experiência e formação profissional destes. Também, se as medidas aferidas são compatíveis com a as referenciadas no manual de instrução. Métodos/Procedimentos: Estudo descritivo experimental, transversal e por conveniência, realizado com 60 participantes, sendo estes: alunos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da FMRP, e Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais que utilizam ou utilizaram este teste em sua prática clínica. Todos foram convidados pelo pesquisador e assinaram o TCLE. O participante simulou a realização do teste, em uma mão artificial, seguindo a ordem das cores determinada. Este procedimento se repetiu 5 vezes e foi filmado. O pico do peso de cada filamento foi analisado na filmagem por duas pessoas e efetuado um banco de dados no Excel.Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando modelo de regressão normal e intervalo de credibilidade de 95%. Resultados: Com auxílio do programa Open BUGS versão 3.2.3., foram estimadas médias das variáveis em cada subgrupo e as diferenças entre estas. Evidências de diferenças existiram entre os subgrupos de alunos de fisioterapia e fisioterapeutas com o monofilamento laranja, e alunos de fisioterapia e terapeutas ocupacionais com o magenta. O intervalo de credibilidade apresentou diferenças estatísticas em 5 filamentos, sendo o estesiômetro azul (0,07g) o único condizente com o padrão-ouro, estando todos os demais com valores inferiores aos indicados pelo manual de instrução do distribuidor. Conclusões: O estudo demonstrou não haver evidência de diferença estatística quanto à aplicação dos filamentos de acordo com a formação profissional, mas sim com a experiência. Ainda, são necessárias investigações sobre as causas de os filamentos não representarem a força referida no manual (padrão-ouro), sendo sempre inferior, e a razão pela qual esta diferença se acentua conforme o aumento do peso do filamento, podendo na prática clínica resultar em resultados falso-positivos. Referências 1. LIMA, S. M. P. F.; TAKATORI, M.; BARREIRA, K. S.; HIRATA, S. A avaliação da sensibilidade tátil superficial em adultos com lesão do sistema central: implicações na assistência em Terapia Ocupacional. O mundo da saúde. São Paulo, 2006; jan/ mar 30 (1) 73-80. 2. TRACEY, E. H.; GREENE, A. J.; DOTY, R. L. Optimizing reliability and sensitivity of Semmes–Weinstein monofilaments for establishing point tactile thresholds. Physiology & behavior Journal. feb 2012. v 105. n 4. p 982-986. 3 FENG, Y.; SCHLÖSSER, F. J.; SUMPIO, B. E. The Semmes Weinstein monofilament examination as a screening tool for diabetic peripheral neuropathy. Journal of Vascular Surgery. Sept 2009. v 50. n 3. p 675-682.

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53 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

4 MASSY-WESTROPP, N. The effects of normal human variability and hand activity on sensory testing with the full Semmes-Weinstein monofilaments kit. Journal of Hand Therapy. Jan–March 2002. v 15. p 48-52.

8- FAMILIARES CUIDADORES DE PESSOAS EM SOFRIMENTO PSÍQUICO E A

CORRESPONSABILIDADE NO CUIDADO: REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Rafaela Dias Lima; Leonardo Martins Kebbe

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A reorientação do modelo assistencial de Saúde Mental no Brasil com os deslocamentos da assistência centrada no hospital para equipamentos comunitários de saúde mental se deu em razão da Lei Federal 10.216/2001, decorrente da Reforma Psiquiátrica. A família passou a ser corresponsável no cuidado ofertado aos usuários desses serviços, sendo necessário que esta conheça o sistema de saúde existente para melhor acolher o familiar em tratamento, orientando-se pelas leis que lhe servirão como balizas¹. Objetivo: Identificar e caracterizar a produção cientifica sobre políticas públicas de saúde mental no Brasil, especificamente, direcionadas a corresponsabilidade dos familiares nos cuidados de pessoas atendidas em equipamentos de saúde mental. Descrever o que as políticas públicas preconizam sobre o papel dos cuidadores e discutir as dificuldades que os cuidadores encontram na operacionalização dessas políticas. Métodos/Procedimentos: Pesquisa qualitativa descritiva, sendo uma revisão sistematizada da literatura. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados LILACS, Scielo, BDENF e Index Psicologia, com os descritores: familiares, saúde mental e políticas públicas. Os critérios de inclusão para seleção de trabalhos foram: artigos publicados em português cujos resumos estivessem relacionados ao tema da pesquisa; artigos publicados entre 2002 e 2016. Foram encontrados 125 estudos, entre artigos, dissertações e teses, sendo selecionados 11 artigos. Um protocolo de coleta de dados foi utilizado para identificar as políticas públicas de saúde mental e o papel dos familiares enquanto cuidadores, também as dificuldades por eles enfrentadas. Foi realizada análise temática de conteúdo de Bardin² Resultados: Os resultados foram categorizados: 1) “Percepções sobre os serviços substitutivos em saúde mental", sendo as unidades temáticas: A) o olhar da família: os serviços substitutivos são avaliados positivamente no que diz respeito a ser uma conquista e um espaço que propõe a inclusão e aproximação da família, mas na prática são serviços que as deixam à margem de seu funcionamento, não oferecendo acolhimento, o que gera desconhecimento das políticas públicas em saúde mental. B) o olhar do profissional: a gestão das políticas públicas é deficitária e afeta o trabalho da equipe, além de a família não se posicionar frente a esta problemática. Categoria 2)"Percepção da família sobre a eficácia das políticas públicas em saúde mental", sendo as unidades A) políticas em saúde mental para álcool e drogas: apesar das mudanças recentes em benefício da reabilitação dos usuários, as leis sobre drogas não são eficazes. B) percepção sobre a Reforma Psiquiátrica e Atenção Psicossocial: existe dificuldade dos familiares em corresponsabilizar-se com essas propostas e o atual retrato das mesmas tem levado os familiares a duvidarem de sua competência enquanto cuidadores e da eficácia das políticas propostas. Conclusões: São necessários estudos que acessem o conhecimento dos familiares sobre a legislação vigente, as quais definem suas funções e direitos, assim como o desenvolvimento de ações para que os profissionais intervenham com as famílias tornando-as co-partícipes nos cuidados e não se afastem dos serviços. Referências 1. FIRMO, A. A. M.; JORGE, M. S. B. Experiências dos cuidadores de pessoas com adoecimento psíquico em face à reforma psiquiátrica: produção do cuidado, autonomia, empoderamento e resolubilidade. Saúde Soc. São Paulo, v 24, n.. 1, p. 217-231, março 2015. 2. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011.

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54 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

9- LEVANTAMENTO DO PERFIL OCUPACIONAL DO INSUFICIENTE RENAL

CRÔNICO

Autores: Maria Letícia De Callis Izar, Elke Tiegui Baldo, Adriana Sparenberg Oliveira

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma patologia caracterizada por lesões renais irreversíveis e progressivas e vários estudos demonstram que a qualidade de vida destes indivíduos por conta das demandas de tratamento é bastante prejudicada, assim como os papéis ocupacionais e sociais desempenhados por eles. Objetivo: O objetivo central deste estudo é levantar os aspectos comprometidos dos papéis ocupacionais dos insuficientes renais crônicos, bem como a relevância de tais papéis buscando, assim, subsídios para a intervenção junto a essa população. Métodos/Procedimentos: Este é um estudo de natureza descritiva com utilização da abordagem quantitativa. A amostra é composta por 20 pessoas (10 homens e 10 mulheres) portadoras de IRC em tratamento hemolítico no Hospital Santa Casa da cidade de Jaú, com idade entre 30 e 50 anos, sem descriminação de grau de escolaridade. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a “Lista de Identificação dos Papéis Ocupacionais”, (CORDEIRO 2007). CEP CAAE: 48419715.9.0000.5440. Resultados:

Papel Ocupacional

Perda 1 Perda 2 Ganho1 Ganho 2 Contínuo 1

Contínuo 2

Mudança Ausente

Estudante 50% 35% 10% 5%

Trabalhador 15% 70% 5% 5% 5%

Voluntário 5% 15% 5% 45% 30%

Cuidador 15% 5% 45% 30%

Serviço doméstico

10% 25% 5% 35% 20%

Amigo 15% 25% 5% 35% 20%

Membro familiar 5% 20% 10% 55% 5% 5%

Religioso 35% 10% 40% 5% 10%

Passatempo Amador

20% 20% 40% 20%

Particip. Organizs. 5% 5% 5% 10% 75%

Os dados mostram que todos os participantes encontravam-se inativos. Houve predomínio

no padrão de perda de papeis no presente, com destaque ao trabalho (70%) e ao papel Religioso

(35%). O papel de Membro familiar permaneceu contínuo para 55% dos sujeitos e o papel

mais ausente (75%) foi o de Participante em Organizações. Destaca-se ainda, 30% da amostra

para o desenvolvimento de ambos os papeis no futuro de Voluntário e Cuidador, sendo que em

45%, esses papeis permanecem contínuos. Os dados mostram uma grande perda do papel de

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55 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Trabalhador por tratar-se de uma população em idade ativa, mesmo que alguns consideraram este

papel sendo as atividades realizadas em casa. Deve-se destacar que a fé demonstrou-se com

grande relevância como um suporte auxiliar no processo de tratamento. A aplicação do instrumento

demonstra uma perda significativa do papel de Trabalhador e Religioso, daí a importância das

terapias ocupacionais realizadas durante as sessões, por exemplo, que contribuem para minorar a

ansiedade e promover um “fazer” e um lazer terapêuticos extremamente benéficos para os

pacientes (COUTINHO e TAVARES, 2011).

Considerações finais: Todo tratamento hemodialítico é responsável pelas perdas e/ou alterações

de papeis ocupacionais pois as atividades dos indivíduos são limitadas após o início

deste tratamento. Portanto, estes resultados sugerem a grande necessidade de intervenção de

terapeutas ocupacionais nesta área de atuação especialmente pelas contribuições relevantes que

podemos promover para estes indivíduos.

Referências

1. CORDEIRO, Júnia R., et al. "Cross-cultural reproducibility of the Brazilian Portuguese version of

the Role Checklist for persons with chronic obstructive pulmonary

disease." American Journal of Occupational Therapy 61.1 (2007): 33-

2. COUTINHO, N. P. S., e TAVARES, M. C. H. Atenção ao paciente renal crônico, em hemodiálise,

sob a ótica do usuário. Caderno Saúde Publica, 19, 232-239, 2011.

10- MULTIDISCIPLINARIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE NA FORMAÇÃO DE

TERAPEUTAS OCUPACIONAIS: A PERSPECTIVA DOS ESTUDANTES DA

GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL DA FMRP- USP

Autores: Letícia Fernandes de Andrade; Maria Paula Panúncio-Pinto

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: No campo da saúde, afirma-se que há "Educação Interprofissional" quando dois ou

mais profissionais aprendem com e sobre o(s) outro(s) para melhorar a colaboração e a qualidade

do cuidado. "Ensino Multiprofissional” pode ser definido como a ocasião na qual dois ou mais

profissionais aprendem lado a lado (BARR et al., 2005). Ambos os conceitos, quando aplicados na

prática, possibilitam o aprendizado compartilhado entre estudantes e profissionais de diferentes

áreas (PEDUZZI et al. 2013). Os projetos político-pedagógicos (PPP) dos sete cursos de

graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) afirmam que a

interdisciplinaridade é estimulada e que há oportunidades e cenários para o seu exercício ao longo

da formação na graduação. Nesse contexto situa-se nosso problema de pesquisa.

Objetivos: Identificar a perspectiva dos estudantes sobre como a questão do trabalho em equipe

inter/multidisciplinar é abordada na formação de terapeutas ocupacionais no contexto da

graduação.

Métodos/Procedimentos: Estudo descritivo-exploratório, adotando abordagem

predominantemente quantitativa, com alguns procedimentos qualitativos. Estudantes foram

abordados através de questionário eletrônico (Tecnologia Google docs) sobre a presença dos

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56 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

temas e de oportunidades para a compreensão e para a prática “multiprofissional, multidisciplinar”

ou “Interprofissional, interdisciplinar” ao longo do curso.

Resultados e discussão: Participaram do estudo 40 estudantes de ambos os sexos e em

diferentes períodos de sua formação (Figura 1).

Figura 1. Participantes da pesquisa

Tabela 1. Principais Resultados da Pesquisa Questões/tema SIM REG INSUFC

Conhece o significado

de “Multiprofisionalismo”

100% -- --

É capaz de diferenciar: Multi x Inter 90% -- --

Impacto positivo para a formação

profissional futura

100% -- --

Apto a trabalhar em equipe

multiprofissional (apenas para 5º ano)

100% -- --

Aquisição de Conhecimentos

Teóricos

---- 77,5

%

----

Aquisição de Conhecimentos Práticos 42,5

%

42,5%

Carga horária de atividades multi/

interdisciplinares na Graduação.

45%

Conclusões: Resultados encontrados permitem compreender que ainda que os estudantes se declarem capazes para definir os termos, reconhecer sua importância e trabalhar em equipe, existem algumas lacunas ao longo do curso que ainda não permitem uma aquisição completa dos conhecimentos teóricos-práticos sobre a atuação inter/multidisciplinar. Referências BARR H et al Effective interprofessional education: arguments, assumption & evidence. Oxford: Blackwell; 2005 PEDUZZI, M et al. Educação interprofissional: formação de profissionais da saúde para o trabalho em equipe com foco nos usuários. Revista da Escola de Enfermagem da USP.47 (4): 977-983, 2013.

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11- O BRINCAR EXPLORATÓRIO DE CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES COM

SÍNDROME DE DOWN - ESTUDO DESCRITIVO

Autores: Carine Xavier Malaquini, Luzia Iara Pfeifer

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A Síndrome de Down (SD) é uma condição genética muito conhecida e tem como

característica um esperado atraso global do desenvolvimento, com destaque ao déficit cognitivo

[1]. Como consequência estas crianças tendem a apresentar limitações na exploração de objetos,

e interação com os pares, fator importante para o desenvolvimento do comportamento lúdico,

sendo assim importante sua avaliação [2].

Objetivos: Descrever o brincar exploratório de crianças pré-escolares com Síndrome de Down.

Métodos/Procedimentos: Esta foi uma pesquisa aplicada, não experimental, transversal de

caráter exploratório – descritivo. Participaram 20 crianças com SD, de ambos os sexos, na faixa

etária de 3 a 6 anos. As habilidades que as crianças utilizam durante o brincar foram avaliadas

através da Escala Lúdica pré-escolar de Knox revisada (ELPKr), adaptada transculturalmente para

a população brasileira, a qual apresenta um escore total e escores específicos em quatro

dimensões: Domínio Espacial (DE), Domínio Material (DM), Faz de conta (FC) e Participação (Pa)

[3]. Os dados foram analisados utilizando procedimentos estatísticos de análise descritiva e de

correlação de Spearman, e para avaliar a confiabilidade interexaminadores, foi utilizado o

Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) [4].

Resultados: A idade das crianças variou entre 36 a 75 meses, sendo 11 meninas e 9 meninos. O

DE apresentou um escore médio de 17,85 (± 5,12). O DM apresentou um escore médio de 15,05

(± 6,31). O FC apresentou um escore médio de 7,05 (± 6,46). E a Pa apresentou um escore médio

de 15,35 (± 9,08). Verifica-se que há correlação moderada entre a idade e o DM (r=.596, p=.006);

forte correlação entre o DE e o FC (r=.633, p=.003) e a Pa (r=.631, p=.003); e entre a Pa e o DM

(r=.676, p = .001) e o FC (r=.684, p=.001); sendo que o escore total apresentou fortes correlações

e correlações muito fortes com todas as dimensões avaliadas [DE (r=.762, p ≤.001), DM (r=.686 ,

p=.001), FC (r=.818, ≤.001) e Pa (r=.941,p≤.001). A confiabilidade interexaminadores variou entre

.98 a .99 com nível de evidência de p ≤.001.

Conclusões: Existe grande variação no desempenho lúdico de crianças pré-escolares com SD,

desde as que não apresentam habilidades para brincadeiras de faz de conta e de coordenação

motora fina, até as que apresentam desempenho próximo às crianças de desenvolvimento típico. A

idade das crianças pré-escolares com SD somente influenciou nas brincadeiras que envolvem

habilidades de coordenação motora fina. O brincar exploratório de crianças com SD é

evidentemente influenciado pelos tipos de brincadeiras desenvolvidas por elas.

Referências [1] CICILIATO, M. N.; ZILOTTI, D. C.; MANDRA, P.P. Caracterização das habilidades simbólicas de crianças com síndrome de Down. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiol. 2010;15(3):408-14. [2] COPPEDE, A.C.; CAMPOS, A.C.; SANTOS, D.C.C.; ROCHA, N.A.C.F. Desempenho motor fino e funcionalidade em crianças com Síndrome de Down. Rev. Fisioter Pesq. 2012;19(4):363-36. [3] PACCIULIO, A.M.; PFEIFER, L.I.; SANTOS, J.L.F. Adaptação Transcultural da Escala Lúdica Pré-Escolar de Knox – Revisada para Uso na População Brasileira. Interação Psicol. Curitiba, v. 16, n. 2, p. 149-160, jul./dez. 2012. [4] SIEGEL, S. & CASTELLAN JR., N. J. Estatística não-paramétrica para ciências do

comportamento. 2ª ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2006.

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58 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

12- O IMPACTO DA DANÇA NOS PAPÉIS OCUPACIONAIS E NA AMPLIAÇÃO

DAS REDES SOCIAIS NOS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA DE DANÇA NA

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

Autores: Bruna Laís Durante, Adriana Sparenberg Oliveira

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A Oficina de Dança e Convivência busca a promoção de saúde e a ampliação das redes sociais utilizando a dança como recurso terapêutico. Objetivos: O projeto tem como objetivo a compreensão do impacto que a dança tem como recurso terapêutico nos papéis ocupacionais dos participantes do projeto Oficina de Dança e ampliação das redes sociais, além da influência que a dança proporciona como promoção de saúde e melhoria na qualidade de vida. Métodos/Procedimentos: O estudo de natureza descritiva com utilização da abordagem quali- quantitativa. A amostra é composta por 13 sujeitos (12 mulheres e 01 homem) participantes da Oficina de Dança, com idade entre 30 a 85 anos. Foi utilizado 2 instrumentos: 1. “Lista de Identificação dos papeis ocupacionais”, a analise dos resultados seguiu o protocolo do instrumento; 2. Entrevista semiestruturada, os dados foram tratados sob a ótica da Analise de Conteúdo Temática, segundo proposto por Minayo (2004). Este estudo foi submetido e aprovado pelo CEP-CSE-FMRP CAAE: 51 857515.7.0000.5414, número do parecer 1.459.660. Resultados: Todos os participantes encontram-se inativos. Dentre os resultados apresentados no Quadro 1, destacam-se os papeis de Membro de Família como papel Contínuo 2 (papel desempenhado no passado, no presente e é pretendido para o futuro) que passou de 23% para 54%. Assim como o papel de Passatempo/Amador, que passou de 15% para 46%. Ambos com um aumento de 31% na reaplicação do instrumento após pelo menos 5 meses de participação na Oficina de Dança (OD). Os papéis de Voluntário e Cuidador também aparecem como destaque passando de 23% para 38%. Com relação a estes papeis e suas classificações em importância, destaca-se ganho na classificação Muita Importância para todos os papéis.

Quadro 1. Distribuição do padrão de desempenho de papeis ocupacionais dos sujeitos (1ª aplicação e 2ª aplicação)

Papeis Ocupacionais

Perda 1

Perda 2

Ganho 1

Ganho 2

Continuo 1

Continuo 2

Mudanças Ausente

Estudante 77% 15% 8%

85% 15%

Trabalhador 62% 8% 8% 23%

62% 23% 15%

Voluntário 38% 31% 8% 23% 15%

23% 8% 38% 8% 23%

Cuidador 23% 31% 8% 23% 8%

23% 8% 38% 8% 15%

Serviço Domést.

15% 31% 15% 23% 8% 8%

8% 8% 23% 23% 8% 15% 15%

Amigo 15% 31% 15% 23% 8% 8%

8% 23% 23% 8% 15% 15%

Membro Familiar

31% 31% 15% 23%

8% 8% 8% 8% 54% 15%

Religioso 31% 8% 25% 15% 8% 15%

8% 8% 23% 62%

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Passatempo/Amador

15% 8% 31% 15% 15% 15%

15% 23% 46% 8% 8%

Part. em Organiz.

8% 8% 85

8% 15% 77%

Na análise das entrevistas, foram encontrados 4 temas: Importância da OD na vida dos sujeitos (90%), Motivação para desempenhar outras atividades. (80%), Aumento da Rede Social (70%) e Participação Social (60%). Nota-se que os temas estão diretamente relacionados aos papeis ocupacionais que tiveram aumento no desempenho. Conclusões: Os resultados sugerem que a OD tem um impacto positivo, melhorando o desempenho ocupacional de papeis considerados relevantes para os sujeitos, mostra-se adequada como estratégia para a ampliação de redes sociais sendo um espaço para a socialização, favorecendo o fortalecimento de vínculos, correspondendo aos objetivos das políticas públicas vigentes. Referências CORDEIRO, J.J.R. et al. Cross-cultural reproductibility of the Brazilian portuguese version of the role checklist for persons with chronic obstructive pulmonary disease. Am.J.Occup.Ther, 2007 v(61):1, 33-40.

13- O TRANSPORTE COLETIVO URBANO E A ADESÃO A REABILITAÇÃO:

VISÃO DOS USUÁRIOS

Autores: Amanda Mattara, Regina Yoneko Dakuzaku Carretta

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A acessibilidade objetiva o ganho de autonomia e de mobilidade incluindo, assim, aquelas que tiveram uma redução em sua mobilidade, para que todos usufruam dos espaços com mais segurança, confiança e comodidade. (BRASIL,2009). Ao considerar o acesso desta pessoa ao serviço de atenção em habilitação ou reabilitação, é necessário considerar o meio de transporte disponível que viabilize o seu acesso a tratamentos. Objetivos: Analisar o impacto do serviço oferecido pelo transporte coletivo urbano na cidade de Ribeirão Preto – SP na adesão ao tratamento dos pacientes do Centro Especializado de Reabilitação (CER) do HC-RP sob a perspectiva de pessoas com paraplegia. Métodos/Procedimentos: Como 1ª. etapa da pesquisa, realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados Scielo, Cadernos de Terapia Ocupacional da UFScar e Revista de Terapia Ocupacional da USP, e como 2ª. etapa está prevista entrevista com os usuários do CER, que apresentem paraplegia. Para nortear a busca foram utilizados os descritores: Terapia Ocupacional, transporte e reabilitação. Foram selecionados artigos publicados entre os anos de 1996 e 2016. Utilizamos os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados em português e cujos resumos estivessem claramente relacionados à pesquisa. Foram encontrados artigos, nos quais apenas 6 se encaixaram nos critérios. Foi realizada análise sistemática dos conteúdos destes artigos. Resultados: Analisando os artigos encontrados, identificou-se os seguintes temas: a inadequação do transporte público e como este influencia as atividades de vida diária, ocupações e no processo de reabilitação. No entanto não foram encontrados artigos que especifiquem a deficiência em paraplegia e o impacto na adesão à reabilitação, demonstrando a necessidade de pesquisa com essa população. Os artigos mostraram que as barreiras arquitetônicas são os maiores limitadores, além da não adequação do transporte público que exclui o sujeito da sociedade, independente da deficiência ou limitação que este apresenta.

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60 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

Conclusões: A partir da análise dos artigos notamos que há muito o que se fazer em relação ao acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde, para tanto é necessário a participação dos profissionais da saúde, usuários e gestores para a construção de um local mais adequado. Verifica-se a necessidade de novos estudos que discutam a reabilitação e a correlação com o transporte público. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa com deficiência no Sistema Único de Saúde – SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

14- QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE PESSOAS COM CÂNCER

DE PULMÃO AVANÇADO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autores: Bianca Terassi, Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: O câncer é uma importante causa de mortalidade e um problema de saúde pública. As neoplasias malignas constituem a segunda causa de morte na população, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida. O câncer de pulmão é, atualmente, o tumor maligno com a maior taxa de mortalidade mundial no homem e o segundo na mulher (International Agency for Research on Cancer, 2002). Objetivos: Realizar uma revisão integrativa de literatura, sobre o tema da Qualidade de Vida de pacientes com câncer de pulmão em Cuidados Paliativos. Métodos/Procedimentos: Foi realizado levantamento bibliográfico dos artigos publicados no período de 2005 a 2016, nas bases de dados PubMed, Lilacs e Cinahl. Foram utilizados cruzamentos entre os descritores: “cuidados paliativos”, “câncer de pulmão” e “qualidade de vida” e os correspondentes em inglês “palliative care”, “lung cancer” e “quality of life”. Resultados: Foram identificados 277 artigos e, após a aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 14 artigos. Os artigos foram revisados na íntegra e categorizados em 3 unidades de análise: Unidade I - Os Cuidados Paliativos precoces em pacientes com câncer de pulmão; Unidade II – A qualidade de vida de pacientes com câncer de pulmão em cuidados paliativos; Unidade III - Abordagem multiprofissional. Discussão: O material da pesquisa está composto por 14 artigos, dos quais 13 eram em inglês e um na língua portuguesa. Em relação ao país de origem, 71,4% são americanos; 7,14% da Holanda; 7,14% do Brasil; 7,14% da Suécia e 7,14% da Áustria. Observa-se que a maioria dos artigos selecionados fui publicada no período de 2010 a 2013. A literatura aponta que os Cuidados Paliativos podem aumentar a qualidade de vida principalmente quando inseridos precocemente no tratamento de pacientes, podem melhorar a aceitação do tratamento e controlar sintomas relacionados ao câncer e ao tratamento, como dispneia, tosse, fadiga, dor, falta de apetite e insônia, depressão. A intervenção da equipe multiprofissional é necessária, mas precisa ser aprimorada e a maioria dos serviços de saúde ainda não está preparada para atender os pacientes em Cuidados Paliativos. Conclusões: Como a maioria dos artigos publicados sobre o tema do câncer de pulmão enfatiza as abordagens médicas e farmacológicas, são necessários mais estudos relacionados ao tema numa abordagem multiprofissional. Referências INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER [homepage on the Internet]. Lyon: International Agency for Research on Cancer. [cited 2006 Jul 20] Globocan 2002.

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15- TECNOLOGIA MÓVEL PARA A GESTÃO DA SAÚDE EM ADULTOS MAIS

VELHOS COM DOENÇA CRÔNICA

Autores: Jussara Pereira, Carla da Silva Santana

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: Diante dos desafios impostos para gestão da saúde, principalmente dado ao fato do envelhecimento da população brasileira, quando há um aumento de idosos que demandam o gerenciamento de doenças crônicas e de condição de polifarmácia, faz-se importante que os sujeitos sejam capazes de gerenciar sua saúde de maneira autônoma e segura. Isto implica na necessidade de desenvolvimento de novas estratégias, tais como o uso crescente da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para este fim

1.

Objetivos: Conhecer a funcionalidade de aplicativos de celular desenvolvidos para a gestão medicamentosa e gerenciamento da saúde através da percepção de participantes adultos mais velhos. Métodos/Procedimentos: Fase 1: revisão sistemática nas bases de dados PubMed, CINAHL e BVS. Fase 2: Busca na PlayStore e AppStore selecionando aplicativos em português, gratuitos e voltados para o gerenciamento medicamentoso. Fase 3: Avaliação dos aplicativos com instrumento elaborado para identificar Imagem gráfica, Linguagem, Flexibilidade, Acessibilidade, Menu e Alarme. Em seguida foram qualificados os melhores colocados: Caixa de Remédios e MedSafe. Fase 4: Projeto piloto com participantes que estivessem inseridos nos critérios de inclusão (acima de 50 anos, ambos sexos, diagnóstico de doença crônica, fazer uso de, no minimo, três remédios de uso continuo, utilizar aparelho celular com aplicativo disponível e aceitar participar da pesquisa) sendo aplicado protocolos de avaliação inicial (Socioeconômico, Aceitabilidade de Tecnologias -TAM, Mini Exame do Estado Mental- MEEM, Atividade Funcional -PFEFFER e Med Take) e instalado aplicativo (Caixa de Remédios ou MedSafe). Fase 5: Participantes utiliza o aplicativo instalado no período de um mês, sendo acompanhado pelo pesquisador nas duas primeiras semanas para supervisão do uso. Fase 6: Contato e avaliação final com questionário elaborado para identificar o que o participante identifica no uso do aplicativo e sugestões para melhor o uso. Resultados: Trata-se dos resultados do estudo piloto, no qual foram abordados 18 participantes, dos quais foram excluídos 16 (quantidade de medicação-4, aparelho celular sem opção de aplicativo-8, sem doença crônica-4) e selecionados 02. Caracterização dos Participantes: Participante 01 (P1): feminino, brasileira, 65 anos, dona do lar, casada, reside com cônjuge, possui até dois anos de estudos, renda de até um salário mínimo. Possui 04 condições crônicas, independente para Atividade de Vida Diária e cognitivo preservado. Para todas medicações que faz uso contínuo é capaz de identificar as posologias, indicação e modo de ingestão. Foi utilizado aplicativo Caixa de Remédios no período previsto no método. Participante 02 (P2): feminino, brasileira, 55 anos, trabalhador formal, casada, reside com cônjuge, possui até onze anos de estudos, renda de até três salários mínimo. Possui 01 condições crônicas, independente para Atividade de Vida Diária e cognitivo preservado. Para todas medicações que faz uso contínuo é capaz de identificar as posologias, indicação e modo de ingestão. Foi utilizado aplicativo Caixa de Remédios no contínuo previsto no método. Quesito Funcionalidade Na avaliação final os participantes pontuaram ótimo para facilidade de usar o aplicativo e linguagem clara. É útil para o seu objetivo favorecendo o lembrete do horário e segurança de não esquecer o horário de tomar o remédio. O fato de mostrar anúncios em sua tela durante o uso fez com que fosse avaliado como regular pois a tela sobrepõe o aplicativo interferindo no momento de sua utilização. Os aplicativos avaliados foram indicados como “Muito Bom” para uso no dia a dia e favorável em continuar sendo utilizado. Como aspectos a ser acrescentados foi indicado inserção

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de imagens/fotos dos remédios em uso, tutorial de uso do aplicativo e lembrete para comprar medicamento. Considerações finais: Com os resultados obtidos até o momento se observa que utilizar aplicativo como lembrete para tomar medicação é funcional, pois auxiliou os indivíduos na administração medicamentosa no seu cotiado, oferecendo segurança. Com essa experiência vivenciada, os participantes demonstraram a utilidade da ferramenta e interesse em continuar utilizando com recurso, pois durante o período de avaliação não houve interferência. A maior limitação encontrada durante a coleta de dados foi aparelho celular, pois mesmo com a facilidade de acesso, os adultos mais velhos demonstram resistência em utilizar todas as ferramentas que o smartphone oferece. Referências 1.HAMINE, S.; GERTH-GUYETTE, E.; FAULX, D.; GREEN. B. B.; GINSBURG, A. S. Impact of Health chronic disease management on treatment adherence and patient outcomes: a systematic review. J. Med Internet Res., v. 17, n.2,2015.

16- TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL: ARTICULAÇÃO ENTRE

MODELOS DE ATUAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS

Autores: Mariana Gomes Silva, Leonardo Martins Kebbe

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: A partir das proposições da reforma psiquiátrica houve oferta de serviços de saúde mental organizados em uma rede de cuidados à população em sofrimento psíquico. A Terapia Ocupacional (TO) promove a inclusão de pessoas com transtorno mental através de ações em diferentes contextos e grupos sociais para interferir nos processos de rupturas das redes sociais de suporte. Tal inclusão compreende que, independente do diagnóstico, existe uma população vulnerável e excluída socialmente, e as ações da TO, com base na Reabilitação Psicossocial, devem enfrentar essa condição¹. Objetivos: Identificar as estratégias de intervenção utilizadas por terapeutas ocupacionais atuantes em equipamentos de saúde mental do município de Ribeirão Preto; identificar as abordagens teórico-metodológicas utilizadas por estes profissionais e caracterizar possíveis dificuldades envolvidas nos processos de intervenção. Métodos/Procedimentos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP (Processo nº 17576/2015). Até o presente momento os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada com 5 terapeutas ocupacionais da área de saúde mental do município de Ribeirão Preto. Os participantes atuam nos equipamentos: Hospital Dia, Enfermaria de Psiquiatria e Ambulatório de Saúde Mental (todos do complexo HCFMR-USP) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) 3 e de Álcool e Drogas, de Ribeirão Preto (SP). Os dados foram gravados e transcritos, e analisados com análise temática de conteúdo de Bardin². Resultados parciais: Os resultados foram assim categorizados: 1. Estratégias de intervenção, sendo as unidades temáticas: A) abordagens grupais, para o compartilhamento de experiências entre os usuários; B) Oficinas, visando geração de renda; C) Acompanhamento terapêutico, para usuários que necessitam realizar atividades em diferentes contextos sob acompanhamento. 2. Políticas de Saúde Mental, sendo suas unidades: A) participação social, os depoentes referiram ser as políticas públicas consonantes com a proposta da terapia ocupacional, assegurando o direito do usuário ao convívio familiar, inserção no trabalho e na comunidade; B) Reabilitação psicossocial, os participantes apontaram as práticas que desenvolvem e a organização dos serviços onde atuam como coerentes com a reabilitação psicossocial. A TO Dinâmica é a abordagem adotada por eles. Os entrevistados referiram dificuldade de maior articulação entre os equipamentos de saúde mental de modo a construir, efetivamente, a rede de serviços preconizada pelas políticas públicas.

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Conclusões: Os profissionais entrevistados atuam de forma coerente com as novas proposições teórico-metodológicas da terapia ocupacional em saúde mental, sendo necessário empreender contínuos esforços para a consolidação de uma rede eficaz de serviços e de cuidados aos usuários atendidos. Referências

1. Almeida, D.T.; Trevisan, E.R. Estratégias de intervenção da Terapia Ocupacional em consonância com as transformações da assistência em Saúde Mental no Brasil COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO v.15, n.36, p.299-307, jan./mar. 2011

2. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011.

17- VALIDAÇÃO DO FUNCTIONAL DEXTERITY TEST

Autores: Isabela Ternero, Valéria Meirelles Carril Elui

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Introdução: No Brasil o Terapeuta Ocupacional conta com poucos testes de destreza validados,

dentre os não validados está o Functional Dexterity Test (FDT), é um teste de rápida aplicação e

boa confiabilidade que traz resultados quantitativos ao avaliador. Analisa de forma rápida e precisa

a destreza e a velocidade da mão através do tempo sem as penalidades e

com penalidades mostrará a qualidade da mesma.¹

Objetivos: Verificar a forma de cronometragem e conhecer o tempo da normalidade de execução

do FDT, bem como com portadores de Charcot Marie Tooth (CMT).

Métodos/Procedimentos: Trata-se de um estudo quantitativo transversal aprovado pelo CEP

HCFMRP-USP, CAEE 1827459, dividido em 2 fases. Fase 1 – pré-teste-ocorre a verificação da

forma de cronometragem, os participantes devem sentar-se em frente ao computador

e cronometrar um teste filmado utilizando um cronômetro digital (CRO) e o cronômetro do

celular (CEL). A fase 2 constitui na aplicação do teste com o grupo controle (GC) (sem alterações

MMSS) e o grupo de estudo (CMT). Os participantes após orientados realizarão 3 repetições com

cada mão de forma alternada com o intervalo de 3 minutos para descanso, sendo cronometrado

pela pesquisadora. Os dados serão inseridos em banco de dados e analisados estatisticamente.

Resultados: O pré-teste contou com N=10, todos do sexo feminino (F) e alunos do curso de Terapia Ocupacional, com faixa etária de 20 a 35 anos. Utilizando o teste ANOVA, Teste T (não houve diferença estatística nos testes)e ICC (95% de confiabilidade), verificou-se que ambos os aparelhos são confiáveis para medição. Podendo utilizar o instrumento que o aplicador mais se identificar. Quanto à fase 2 – grupo controle, N= 30, 24 sexos feminino, de 20 a 60 anos. Após análise estatística, constata-se que: não houve interferência de sexo, havendo de dominância e idade. A tabela 1 traz o tempo de execução média do GC. A tabela 2 traz o tempo de execução média do GP.

Tabela 1. Faixa de tempo médio de execução Modalidade Tempo

Teste sem penalidade 43,49s ± 6,35 Teste com penalidade 43,83s ±6,53

Mão dominante 20,28s ± 2,71 Mão não dominante 23,08s ± 4,03

Tabela 2. Faixa de tempo médio de execução

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Modalidade Tempo Teste sem penalidade 79,36s ± 46,16 Teste com penalidade 99,94s ±70,40

Mão dominante 47,83 ± 40,52 Mão não dominante 39,34s ± 22,07

Comparado com os valores internacionais (40,3 +- 5,2) os resultados estão dentro do estabelecido². Em relação a tempo e idade podemos observar que os coeficientes variaram de 0,06 a 0,44 sendo significativos a partir de 0,36, ou seja, há uma pequena correlação entre idade e tempo. Em relação a dominância, nota-se um tempo menor com a mão dominante. No grupo patológico (N=26), com faixa etária de 20 a 60 anos, sendo 25 destros, 18 do sexo feminino. Excluído 2 participantes que não conseguiram realizar o teste. Na análise estatística nota-se que não há influência entre sexo e dominância, apresentando uma pequena influência em idade. Conclusões: Conclui-se que a forma de cronometragem é confiável podendo usar tanto CRO como o CEL A média de execução do FDT é de 45,81s no grupo controle e 79,36s para o grupo patológico. O estudo apresenta pequena amostra, sendo indicado continuação dos estudos com maior amostra (sexo e idade). Referências 1.AARON, M.A Development of the Functional Dexterity Test (FDT): Construction, Validity, Reliability, an Normative Data. Journal of Hand Therapy; 16:12-21, 2003 2.SARTORIO, F. et al The Functional Dexterity Test: Test-retest reliability analysis and up-to date reference norms. Journal of Hand Therapy, 2013.

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65 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

ÍNDICE DE AUTORES

ALMOHALLA L

ALVES CP

ALVES GC

AMBROSIO L

ANDRADE LF

BALDO ET

BARBOSA WAS

BARICJELLO E

BENATI ER

BONTEMPO KS

BORGES KA

CABRAL IM

CAMPOS BPS

CANDIAN ES

CARRETTA RYD

CARVALHO MA

CASTRO SS

CHAGAS LMO

CHELLEGATTI M

CUNHA AC

DE CARLO MMRP

DURANTE BL

DUTRA FCMS

ELUI VMC

FERIGATO SH

FERREIRA BS

FERREIRA TH

FERRIERA MJ

FIORATI RG

GABRIEL MC

GOIA DN

GRITTI CC

HANADA ST

HELENA S

IZAR MLC

JOAQUIM KP

JUNIOR HPC

KEBBE LM

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66 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

LÁZARO AR

LIMA RD

LOBATO BC

LOPES KP

LOURENÇO MAM

MALAQUINI CX

MARINGOLO LP

MARQUES GM

MARTINS CMS

MARUCCI LD

MATTARA A

MENDES SO

MENIN RC

NICHEL V

OLIVEIRA AS

OLIVEIRA CF

OLIVER FC

PAIVA AA

PANÚNCIO-PINTO MP

PASA BC

PASSARELLI FG

PAULA GAS

PEREIRA J

PEREIRA JB

PEREIRA RC

PERILLA VML

PFEIFER LI

PINATO L

PINTO LM

PLACERES AF

PLATINA MLCV

PONTES T

RAMOS LPRA

RIBEIRO ACC

RIZZOLO RJC

ROBERTO RS

RODRIGUES MS

RONCOLETA LM

SALES M

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67 Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(Supl. 4).

SANTANA CS

SANTORO BS

SANTOS CG

SANTOS MAL

SILVA A

SILVA AC

SILVA AFO

SILVA CG

SILVA CGL

SILVA CR

SILVA LK

SILVA MG

SILVA ML

SILVA MO

SILVA NR

SOUZA ACS

SOUZA ALDM

SOUZA APS

SPILLA CSG

TABAQUIM MLM

TERASSI B

TERNERO I