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Gestão e Coordenação de Obras Medições e Orçamentos série Gestão e Coordenação kelvio mata joão guerra martins 2ª edição/2008

Medicoes e Orcamentos

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Gestão e Coordenação de Obras

Medições e Orçamentos

série Gestão e Coordenação

kelvio mata

joão guerra martins 2ª edição/2008

Page 2: Medicoes e Orcamentos

Apresentação

Este texto resulta, genericamente, o repositório da Monografia do Eng.º Kelvio Borges da Mata.

Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à

especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e

alargar-se ao que se pensa omitido.

Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a

existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os

contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.

João Guerra Martins

Page 3: Medicoes e Orcamentos

Índice Geral

Apresentação ....................................................................................................................................2

Índice Geral ......................................................................................................................................3

Índice de Quadros.............................................................................................................................7

Introdução.........................................................................................................................................1

Capítulo I – Medições ......................................................................................................................3

1.1 - Generalidades .......................................................................................................................3

1.2 - Princípios de Base ................................................................................................................5

1.2.1 - Recomendações gerais ...................................................................................................5

1.2.2 - Unidades de medição .....................................................................................................8

1.3 - Regras Básicas de Medição ................................................................................................10

1.3.1 - Estaleiro........................................................................................................................10

1.3.2 – Trabalhos preparatórios ...............................................................................................11

1.3.3 - Demolições...................................................................................................................12

1.3.4 - Movimentos de Terras..................................................................................................12

1.3.5 - Pavimentos e drenagens exteriores ..............................................................................14

1.3.6 - Fundações.....................................................................................................................15

Page 4: Medicoes e Orcamentos

1.3.7 - Betão, Cofragem e Armaduras em Elementos Primários.............................................16

1.3.8 - Estruturas metálicas......................................................................................................19

1.3.9 - Alvenarias.....................................................................................................................19

1.3.10 - Cantarias.....................................................................................................................21

1.3.11 - Carpintarias ................................................................................................................23

1.3.12 - Serralharias.................................................................................................................25

1.3.13 - Portas e janelas de plástico.........................................................................................26

1.3.14 - Isolamentos e impermeabilizações.............................................................................26

1.3.15 - Revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas.....................................................29

1.3.16 - Revestimentos de coberturas inclinadas.....................................................................31

1.3.17 - Vidros e espelhos .......................................................................................................32

1.3.18 - Pinturas.......................................................................................................................33

1.3.19 - Acabamentos ..............................................................................................................35

1.3.20 - Instalações de canalização..........................................................................................36

1.3.21 - Instalações eléctricas e comunicações por fio............................................................38

1.3.22 - Ascensores e monta-cargas ........................................................................................44

1.3.23 - Elementos de equipamento fixo e móvel de mercado................................................44

1.3.24 - Instalações de aquecimento por água ou vapor ..........................................................44

1.3.25 - Instalações de ar condicionado...................................................................................45

Page 5: Medicoes e Orcamentos

Capítulo II – Orçamento.................................................................................................................46

2.1 - Princípios de Base ..............................................................................................................46

2.2 - Custos Directos...................................................................................................................48

2.2.1 - Encargos sociais atribuídos por iniciativa da empresa.................................................49

2.2.2 - Encargos sociais legais.................................................................................................49

2.2.3 - Rendimentos.................................................................................................................50

2.2.4 - Determinação de custos directos ..................................................................................52

2.2.5 - Fichas auxiliares para a determinação de custos directos ............................................56

2.3 - Custos Indirectos ................................................................................................................62

2.3.1 - Custos de estrutura da empresa .......................................................................................62

2.3.2 - Custos industriais .........................................................................................................63

2.4 - Custos de Estaleiro .............................................................................................................64

2.4.1 - Componentes do custo de estaleiros.............................................................................64

2.4.2 - Cálculo do custo de estaleiros ......................................................................................65

Capítulo III – Medições e Orçamentos ..........................................................................................70

3.1 - A integração das Medições com o Orçamento ...................................................................70

3.1.1 - Mapa de Trabalhos/Quantidades (detalhado)...............................................................70

3.1.2 - Mapa Resumo de Trabalhos/Quantidades....................................................................70

3.1.3 - Orçamento ....................................................................................................................71

Page 6: Medicoes e Orcamentos

3.2 - Erros e Omissões ................................................................................................................72

3.3 - Autos de Medição............................................................................................................74

3.4 - Pagamento da obra..............................................................................................................75

3.4.1 - Empreitada por preço global ........................................................................................76

3.4.2 - Empreitada por série de preços ....................................................................................77

3.4.3 - Empreitada por percentagem........................................................................................78

3.5 - A integração das Medições e Orçamento com as outras Peças Escritas do Projecto .........78

3.5.1 - Caderno de Encargos....................................................................................................78

3.5.2 - Condições Técnicas (Gerais e Especiais).....................................................................78

3.5.3 - Memórias Descritiva e Justificativa .............................................................................79

Capítulo IV – Conclusões ..............................................................................................................80

Bibliografia.....................................................................................................................................82

ANEXO - Exemplo de Aplicação ..................................................................................................83

Anexo – Dados do problema.......................................................................................................83

Anexo – Geometria do problema................................................................................................84

Anexo – Mapa de Medições Detalhado ......................................................................................85

Anexo – Mapa de Medições Resumo .........................................................................................86

Anexo – Orçamento detalhado....................................................................................................87

Anexo – Orçamento resumo .......................................................................................................88

Page 7: Medicoes e Orcamentos

Índice de Quadros

Quadro 1 - Regras gerais unidades base de medida .........................................................................8

Quadro 2 - Regras gerais para arredondamentos nas medições de quantidades parciais.................9

Quadro 3 - Regras gerais para arredondamentos nas medições de quantidades globais..................9

Quadro 4 - Regras gerais para medições de movimentos de terra .................................................13

Quadro 5 - Regras gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores ............................14

Quadro 6 - Regras gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores ............................15

Quadro 7 - Regras gerais nas medições de betão, cofragens e armaduras em elementos primários

........................................................................................................................................................17

Quadro 8 - Regras gerais nas medições de alvenarias ...................................................................20

Quadro 8 - Regras gerais nas medições de perfis e chapas de cantarias........................................21

Quadro 9 - Regras gerais nas medições de cantarias de diferentes elementos de construção........22

Quadro 10- Regras gerais nas medições de carpintarias ................................................................23

Quadro 11 - Regras gerais nas medições de serralharias ...............................................................25

Quadro 12 - Regras gerais nas medições de portas e janelas de plástico.......................................26

Quadro 13 - Regras gerais nas medições de isolamentos e impermeabilizações...........................27

Quadro 14 - Regras gerais nas medições de revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas ....29

Quadro 15 - Regras gerais nas medições de revestimentos de coberturas inclinadas....................31

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Quadro 16 - Regras gerais nas medições de vidros e espelhos ......................................................32

Quadro 16 - Regras gerais nas medições de pinturas.....................................................................33

Quadro 17 - Regras gerais nas medições de acabamentos .............................................................35

Quadro 18 - Regras gerais nas medições de instalações de canalização........................................36

Quadro 19 - Regras gerais nas medições de instalações eléctricas e comunicações por fio..........38

Page 9: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

1

Introdução

O nosso trabalho será sobre o medições e orçamentos na Construção Civil, sendo o primeiro

conceito, em regra, a determinação analítica das quantidades de tarefas previstas executar de

acordo com o projecto, e o segundo o resultado da multiplicação dessas quantidades de cada

trabalho previsto nas medições pelos respectivos custos, de acordo com uma classificação e uma

estrutura de despesas que conduzem à determinação correcta de todos os encargos da obra.

Iremos fazer uma abordagem sobre as medições, permitindo, assim, definir e quantificar, de uma

forma objectiva, os trabalhos previstos no projecto. Serão aqui apresentadas as regras referentes

às medições bem como os princípios de base e as condições a satisfazer para cada especialidade

da Construção Civil. Sendo o orçamento, no extremo, a previsão do preço global da obra, a determinação do mesmo

será feita após a análise de todos os requisitos do processo em estudo e terá que satisfazer certos

objectivos. No terceiro capítulo iremos ver, para além destes requisitos e objectivos, a estrutura

de custos a seguir para a elaboração do orçamento. A estrutura de custos é essencialmente

constituída pelos seguintes custos:

· Custos directos: incidem directamente na execução dos trabalhos (materiais de construção,

por exemplo);

· Custos indirectos: são as despesas administrativas e logísticas comuns a todas as empresas;

· Custos de estaleiros: são os gastos com o pessoal de estaleiro, instalações de estaleiro e

equipamentos mecânicos.

No capítulo referente ao conjunto orçamento e medições, capítulo IV, irá ser feita uma

abordagem sobre a integração das folhas de medições e o orçamento. Como exemplo, falaremos

na integração das medições com o orçamento, relativamente ao auto de medição, em que após a

realização das medições no local da obra com a presença do Dono de Obra e do Empreiteiro, será

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MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

2

aplicado sobre as quantidades determinadas os preços unitários explícitos no orçamento e

apresentado no todo da proposta. Será também incluído um pequeno exemplo como aplicação de medições e orçamentos,

permitindo entender os assuntos abordados neste trabalho.

Por último, são apresentadas as conclusões relativas ao trabalho desenvolvido.

Page 11: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

3

Capítulo I – Medições

1.1 - Generalidades

As medições constituem a determinação analítica das quantidades de trabalhos previstos no

projecto ou obra. Estas quantidades são organizadas em listas ou mapa de medições.

As medições devem ser realizadas seguindo regras bem definidas tendo em vista atingir os

objectivos bem definidos como os descritos no manual “Curso sobre regras de medição na

construção” publicado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (M. Santos Fonseca, 1999,

pagina XI):

· Possibilitar, a todas as empresas que apresentam propostas a concurso, a determinação dos

custos e a elaboração de orçamentos, com base nas mesmas informações de quantidades e

nas condições especificadas para os trabalhos indicados no projecto;

· Elaborar listas de trabalhos, de acordo com sistemas de classificação que individualizem

cada trabalho segundo grupos específicos que possibilitem, às várias entidades envolvidas

no processo, análises comparativas de custos e avaliações económicas de diferentes

soluções;

· Proporcionar às entidades adjudicantes a avaliação das propostas cujos preços foram

formulados com idêntico critério, bem como permitir, de um modo facilitado, a

quantificação das variações que se verificarem durante a construção, devidas a trabalhos a

mais e a menos ou a erros e a omissões de projecto;

· Possibilitar às empresas um acesso simplificado a informação eventualmente tipificada e

informatizada relativa a trabalhos-tipo, permitindo assim a formulação de propostas para

concursos com bases determinísticas sólidas, nomeadamente as relativas a custos de

fabrico, de estaleiro, de sub-empreitadas, etc;

Page 12: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

4

· Proporcionar às empresas adjudicatárias uma sistematização de procedimentos relacionada

com o controlo dos diversos trabalhos a executar, nomeadamente os devidos a rendimentos

de recursos que proporcionam o cálculo das quantidades de materiais e avaliação das

quantidades de mão-de-obra, de equipamentos ou de outros recursos a utilizar na execução

dos trabalhos;

· Facilitar o estabelecimento dos planos de inspecção e ensaios aplicados ao controlo da

quantidade e de segurança na execução dos diferentes trabalhos;

· Facilitar a elaboração dos autos de medição e o pagamento das situações mensais, no prazo

de execução da obra, e a elaboração da conta da empreitadas, quando da recepção

provisória da obra;

· Estabelecer as bases para que as empresas realizem a análise e o controle de custos dos

trabalhos.

Os erros de medições acarretam consequências financeiras para os Donos de Obra, para os

Projectistas e para o Empreiteiro.

Para os donos de obra:

· Impedir a execução da obra prevista por insuficiência de créditos já anteriormente

calculado e obtido;

· Produzir prejuízos por avaliação excedente dos montantes a consumir na obra.

Para os Projectistas:

· Necessidade de remodelação do projecto pelo facto do custo real ultrapassar o limite fixado

pelo Dono de Obra.

Para os Empreiteiros:

· Provocar prejuízos consideráveis que podem pôr em risco a viabilidade da empresa ou levar

à falência.

Page 13: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

5

É de notar, contudo, que sendo as medições uma parte do processo da obra, o prejuízo (ou os

custos acrescidos) recai sobre quem por ela é responsável. Normalmente será o Dono da Obra, ou

o Projectista se este for o responsável pela sua elaboração e for e puder ser responsabilizado.

Neste caso o Empreiteiro só não terá qualquer culpa ou responsabilidade, como poderá lucrar

financeiramente com o facto, se tiver um bom preço nos artigos em que há erros por defeito que

facturará em maior quantidade.

Contudo, tratando-se de um concurso de concepção e execução, no geral não há direito a erros

nem omissões, dado que o Empreiteiro em conjunto com o Projectista são os responsáveis não só

pela execução da obra como pela sua concepção e medição, atribuindo um preço global e todo

lucro ou prejuízo será pelo valor de proposta.

1.2 - Princípios de Base

1.2.1 - Recomendações gerais

Existem alguns princípios de base a ter em consideração na elaboração das medições,

nomeadamente os seguintes (Fonseca, M. Santos, 1999, Curso sobre regras de medição na

construção civil, pagina XIV):

· O estudo da documentação do projecto - peças desenhadas, caderno de encargos e cálculos

- deve constituir a primeira actividade do medidor;

· As medições devem satisfazer as peças desenhadas do projecto e as condições técnicas

gerais e especiais do caderno de encargos, pois podem existir erros e omissões que o

medidor deve esclarecer com o autor do projecto;

· As medições devem ser realizadas de acordo com as regras de medição adoptadas e, na

falta, o medidor deve adoptar critérios que conduzam a quantidades correctas. Estes

critérios devem ser discriminados, de forma clara, nas medições do projecto;

· As medições devem ter em consideração as normas aplicáveis à construção, nomeadamente

aos materiais, produtos e técnicas de execução.

Page 14: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

6

Dentro dos limites razoáveis das tolerâncias admissíveis para a execução das obras, as medições

devem ser elaboradas de modo a que não sejam desprezados nenhum dos elementos constituintes

dos edifícios.

Durante o cálculo das medições devem ser realizadas as verificações das operações efectuadas e

as confrontações entre somas de quantidades parcelares com quantidades globais. O grau de rigor

a obter com estas verificações e confrontações depende, como é evidente, do custo unitário de

cada trabalho.

A lista de trabalhos deve ser individualizada e ordenada segundo os critérios seguintes:

· Os trabalhos medidos devem corresponder às actividades que são exercidas por cada

categoria profissional de operário;

· As medições devem discriminar todos os trabalhos, principais e auxiliares, com uma

definição clara de cada trabalho e indicarem as características mais importantes necessárias

à sua execução. Sempre que possível, esta definição deve ser esclarecida com a referência

às peças desenhadas e às condições técnicas ou de outras informações existentes noutras

peças do projecto;

· As medições devem ser decompostas por partes da obra que facilitem a determinação das

quantidades de trabalho realizadas durante a progressão da construção bem como a

comparação de custos com projectos similares.

As medições devem satisfazer as seguintes condições gerais:

· As medições devem descrever, de forma completa e precisa, os trabalhos previstos no

projecto ou executados em obra;

· Os trabalhos que impliquem diferentes condições ou dificuldades de execução serão sempre

medidos separadamente em rubricas próprias.

As dimensões a adoptar serão em regra as de cada elemento de construção arredondadas ao

centímetro. Esta regra não é aplicável às unidades indicadas na descrição das medições. Sempre

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MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

7

que possível, nas medições de projecto, as dimensões serão as indicadas nas cotas dos desenhos

ou calculadas a partir destas.

Salvo referência em contrário, o cálculo das quantidades dos trabalhos será efectuado com a

indicação das dimensões segundo a ordem seguinte:

· Em planos horizontais: comprimento x largura x altura ou espessura.

· Em planos verticais: comprimento x largura ou espessura x altura, considerando-se como

comprimento e largura as dimensões principais dos elementos a medir.

As dimensões que não puderem ser determinadas com rigor deverão ser indicadas com a

designação de "quantidades aproximadas" ou a peça será medida por unidade.

As medições devem ser apresentadas com as indicações necessárias à sua perfeita compreensão,

de modo a permitir uma fácil verificação ou ratificação, com vista à determinação correcta do

custo. Em regra, as dimensões utilizadas na medição deverão ser sempre passíveis de verificação

fácil e clara.

Recomenda-se que as medições sejam organizadas por forma a facilitar a determinação dos dados

necessários à preparação da execução da obra e ao controle de produção, tendo em vista a

repartição dos trabalhos por diferentes locais de construção e o cálculo das situações mensais de

pagamento e controle de custos.

Os capítulos das medições e a lista de medições poderão ser organizados de acordo com a

natureza dos trabalhos ou por elementos de construção. Quando o critério de organização for o da

natureza dos trabalhos, estes deverão ser integrados nos capítulos indicados nestas regras e

apresentados pela mesma ordem.

As medições dos trabalhos exteriores ao edifício (acessos, jardins, vedações, instalações

exteriores ao perímetro do edifício, etc.) deverão ser, no seu conjunto, apresentadas

separadamente dos trabalhos relativos ao edifício.

Page 16: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

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Deverá indicar-se sempre o nome do técnico ou dos técnicos responsáveis pela elaboração das

medições e lista de medições.

Sempre que as medições de certas partes do projecto, nomeadamente as relativas às instalações,

forem elaboradas por outros técnicos, o nome destes técnicos deve vir referido no início dos

respectivos capítulos.

As medições devem obedecer:

· Fluxo de cima para baixo e da esquerda para direita em plantas;

· De baixo para cima e da esquerda para a direito em alçados e cortes.

1.2.2 - Unidades de medição

As unidades bases de medidas são as constantes no Quadro 1.

Quadro 1 - Regras gerais unidades base de medida

UNIDADE DESIGNAÇÃO SIMBOLO

Genérica Unidade un

Comprimento Metro m

Superfície Metro quadrado m2

Volume Metro cúbico m3

Massa Quilograma kg

Força QuiloNewton kN

Tempo Hora, dia h, d

Page 17: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

9

Os resultados parciais dos cálculos das medições obedecerão, em regra, aos arredondamentos do

quadro 2.

Quadro 2 - Regras gerais para arredondamentos nas medições de quantidades parciais

MEDIDA ARREDONDAMENTO DA CASA

Metro (m) Centímetro (cm)

Metro quadrado (m2) Decímetro quadrado (dm2)

Metro cúbico (m3) Decímetro cúbico (dm3)

Quilograma (kg) Hectograma (hg)

QuiloNewton (kN) DecaNewton (dN)

As quantidades globais a incluir nas listas de medições obedecerão, em geral, aos

arredondamentos do quadro 3.

Quadro 3 - Regras gerais para arredondamentos nas medições de quantidades globais

MEDIDA ARREDONDAMENTOS

Metro (m) Decímetro (dm)

Metro quadrado (m2) Decímetro quadrado (dm2)

Metro cúbico (m3) Decímetro cúbico (dm3)

Quilograma (kg) Quilograma (kg)

QuiloNewton (kN) QuiloNewton (kN)

Page 18: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

10

Quando a aplicação destas regras tiver como resultado a eliminação da indicação da quantidade

de qualquer rubrica, deverá ser indicada a quantidade exacta.

Quando o preço dos trabalhos o justifique, estes arredondamentos podem ser modificados para

mais ou para menos. Neste caso, o documento relativo às medições deve mencionar o critério

adoptado na definição dos arredondamentos.

1.3 - Regras Básicas de Medição

Segue-se uma exposição sumária das diversas regras de medição no que respeita às

especialidades mais usuais na Construção Civil. Neste trabalho, vamos limitar-nos aos aspectos

básicos das recomendações sobre a forma de medir, incidindo sobre as dimensões a adoptar,

sendo de consultar Fonseca (1999) ou outra obra sobre regras de medições para um maior detalhe

e profundidade quanto aos aspectos de pormenor.

1.3.1 - Estaleiro

Regra geral o Estaleiro é medido à Unidade.

Contudo, poder-se-á dividir esta forma única de medir o Estaleiro, segundo os órgãos mais

importantes que o caracterizam, como:

· Instalações destinadas a pessoal e funcionários do Estaleiro (por m2 ou à Unidade);

· Vias de acesso, caminho de circulação e vedações (Unidade – uma única que engloba o

conjunto);

· Instalações de redes de alimentação, de distribuição e de esgotos (Unidade – uma única que

engloba todas estas instalações);

· Equipamento, como gruas, centrais de betonagem, viaturas, andaimes, etc. (Unidade – uma

única que engloba todas estas instalações);

Page 19: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

11

· Pessoal do Estaleiro, como Técnicos e Encarregados (Geral e por especialidades) –

sobretudo estes, já que os Operários encontram-se incluídos nos trabalhos directos por estes

executados - (à Unidade, por cada um destes, tendo em conta o Plano de Mão-de-Obra).

1.3.2 – Trabalhos preparatórios

São os trabalhos necessários para a preparação da execução da obra. Entre outros podemos citar

os seguintes:

· Desvio de obstáculos (a medição será realizada à Unidade com a indicação da natureza dos

trabalhos);

· Protecções (a medição será realizada à Unidade e engloba a protecção de construções ou

vegetação no local da obra que não deva ser afectada durante a execução dos trabalhos);

· Drenagens (a medição será realizada por m2 medido em planta em lenços de água

superficiais estando excluído a drenagem de águas freáticas);

· Desmatação (a medição será realizada por m2, segundo as áreas determinadas em projecção

horizontal, e consiste em limpar o terreno de todos os obstáculos de natureza natural,

arbustos, sebes ou árvores com menos de 0,10 m de diâmetro, determinado à altura de 1,20

m do solo);

· Abate ou derrube de árvores (a medição será realizada à Unidade e inclui o abate ou

derrube de árvores com mais de 0,10 cm de diâmetro, determinado à altura de 1,20 m do

solo);

· Desenraizamentos (a medição será realizada à Unidade);

· Arranque e conservação de leivas (a medição será realizada em m2).

Page 20: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

12

1.3.3 - Demolições

A medição será realizada à Unidade ou por elementos de construção, no caso de demolições

totais e por elementos de construção no caso de demolições parciais.

As unidades de medição por elementos de construção seriam as mesmas utilizadas na respectiva

construção.

Na realização da medição de demolições, para além de termos em atenção as principais

características dos trabalhos, temos que ter em conta todas as operações relativas à sua execução

(cargas, transporte e descarga dos materiais demolidos; andaimes; estabelecimento de meios de

protecção e de segurança necessários à execução dos trabalhos; limpezas, etc).

As regras de medição de demolições devem ter em conta principalmente os meios e os métodos a

empregar.

1.3.4 - Movimentos de Terras

A medição dos trabalhos relativos ao movimento de terras deverá ser realizada de modo que os

trabalhos de terraplanagens, e movimento de terra para infra-estruturas fiquem individualizados

em rubricas próprias. Estas rubricas serão decompostas de acordo com as diferentes classes de

terreno.

A medição dos trabalhos de movimento de terras em condições especiais, trabalhos realizados

abaixo do nível freático, trabalhos realizados em locais infectados ou infestados, trabalhos

realizados em terrenos muito acidentado ou de grande inclinação, e outros, deve ser feita em

rubricas próprias.

Todas as informações relativas às condições de planimetria e altimetria, a natureza e hidrologia

do terreno, a existência de construções e obstáculos, a localização das construções na vizinhança

do edifício que possam afectar o trabalho de execução das fundações e a existência de terrenos

infectados ou infestados deverão ser referidos nas medições ou peças escritas do processo de obra

(Memória Descritiva e Justificativa e Condições Técnicas).

Page 21: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

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A medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de movimento de

terras.

No quadro 4 encontram-se estas regras gerais sintetizadas.

Quadro 4 - Regras gerais para medições de movimentos de terra

Regras Gerais para medições de movimentos de terra

Decapagem ou remoção de terra vegetal m2 até 0,25m de espessura

m3 acima da medida anterior

Escavação m3

Aterro m3

Terraplanagens

Regularização m2

Escavação livre m3

Abertura de valas, trincheiras e poços m3

Regularização e compactação superficial m2

Escoramentos e entivações m2

Reposição de terras ou aterro para

enchimento

m3

Movimentos para

infra-estruturas

Movimento de terras para canalizações e

cabos enterrados

m3

Page 22: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

14

1.3.5 - Pavimentos e drenagens exteriores

Nas medições deverão ser mencionadas as informações relativas às condições de planimetria,

altimetria, revelo, inclinações e a possibilidade para alterações nas condições existentes, face a

exigências da obra.

A diferenciação dos pavimentos em permeáveis e impermeáveis deve-se a factores de ordem

económica. A realização de trabalhos em terreno permeável durante a época de chuvas terá custos

agravados em relação aos terrenos impermeáveis.

A separação das drenagens exteriores em enterradas e superficiais prende-se com a natureza dos

trabalhos e com as fases distintas em que são realizados.

O tratamento das superfícies de remate, protecção ou embelezamento são medidos em m2 e os

tratamentos de remate (valetas, caleiras superficiais, lancis, etc) em m.

Quadro 5 - Regras gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores

Regras Gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores

m2 de superfície a tratar Pavimentos

impermeáveis m para caleiras e relevos com desenvolvimento

inferior a 1,00 metros.

m2 de superfície a tratar

Pavimentos

Exteriores

Pavimentos

permeáveis m para caleiras e relevos com desenvolvimento

inferior a 1,00 metros.

Drenagens enterradas m Drenagens

Exteriores Drenagens superficiais m

Page 23: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

15

1.3.6 - Fundações

A medição dos trabalhos relativos às fundações deverá ser realizada de modo que os trabalhos de

betão, cofragens e armaduras fiquem individualizados em rubricas próprias permitindo, assim,

uma determinação mais correcta das quantidades de materiais e consequentemente de

orçamentos. Contudo o m3 com estas parcelas incluídas é, na prática, mais usado.

Nas fundações todas as informações relativas às condições de planimetria e altimetria, a natureza

e hidrologia do terreno, a existência de construções e obstáculos, a localização das construções na

vizinhança do edifício que possam afectar o trabalho de execução das fundações e a existência de

terrenos infectados ou infestados deverão ser referidos nas medições ou outras Peças Escritas do

processo.

Quadro 6 - Regras gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores

Regras Gerais nas medições de pavimentos e drenagens exteriores

Pré-fabricadas m Estacas

Moldadas m

Fundações

Indirectas

Pegões m ou m3

Protecção de Fundações m2

Enrocamentos e Massames m2

Muros de suporte e Paredes m3

Fundações

Directas

Sapatas e Vigas de Fundação m3

Cofragens de protecção de fundações, Massame, Sapatas, Vigas de

fundação, Muros de suporte e paredes.

m2

Page 24: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

16

1.3.7 - Betão, Cofragem e Armaduras em Elementos Primários

Na realização das medições os trabalhos de betão, betão armado e betão armado pré-esforçado,

deverão ficar separados em subcapítulos próprios. Dentro destes, os trabalho de betão, cofragens,

armaduras e elementos pré-fabricados em betão também serão individualizados. As medições

serão discriminadas por elementos de construção e devem indicar as referências de identificação

utilizadas no projecto.

Ficarão individualizadas em rubricas próprias os trabalhos de betão armado, de betão armado

pré-esforçado, de betão de agregados leves, etc. Estas rubricas serão decompostas de acordo com

as diferentes características do betão (classe de resistência e qualidade, classes de exposição, etc).

Todas as operações relativas à execução dos trabalhos de betão (fornecimento e transporte de

materiais, preparação, carga, transporte, colocação em obra, compactação e cura) serão

englobados nas medições.

As medições de cofragens correntes e especiais ficarão individualizadas em rubricas próprias e

cada uma delas decompostas de acordo com as características das mesmas (natureza dos

materiais, condições particulares de execução, etc).

Todas as operações relativas à execução de trabalhos de cofragem (fornecimento e transporte de

materiais, fabrico, montagem, desmontagem, carga, transporte, descarga, reparações e limpezas)

serão englobadas nas medições.

Em relação às medições das armaduras, temos os varões, as redes electrossoldadas, os perfis

metálicos e as armaduras para pré-esforço individualizadas em rubricas próprias que por sua vez

será decomposta de acordo com as características gerais das mesmas. Esta individualização em

rubricas próprias dos diferentes tipos aços permitirá a determinação dos custos destes diferentes

tipos de aço e facilitará a encomenda e aquisição durante a execução da obra.

Todas as operações relativas à execução dos trabalhos de armaduras (fornecimento e transporte

de aço, dobragens, armações, ligações, emendas, carga, transporte, descarga e colocação em obra)

serão englobadas nas medições.

Page 25: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

17

Os elementos de construção a serem utilizados nas medições de armaduras serão os mesmos

utilizados nas medições de betão.

As medições de elementos de construção pré-fabricados em betão serão realizados de modo a

ficarem individualizados os elementos com as mesmas características em termos de funções,

executados com materiais e dimensões idênticas. Cada rubrica será decomposta de acordo com a

natureza e qualidade dos materiais constituintes, tipo de acabamento das superfícies dos

elementos, sistema de ligação ou de articulação entre vários elementos.

Todas as operações relativas à execução dos trabalhos de elementos pré-fabricados (fabrico,

carga, transporte, descarga, montagem e colocação em obra) serão englobadas nas medições.

Quadro 7 - Regras gerais nas medições de betão, cofragens e armaduras em elementos primários

Regras Gerais nas medições de betão, cofragens e armaduras em elementos primários

Paredes m3

Lajes Maciças m3

Escadas m3

Pilares e Montantes m3

Betão

Vigas, lintéis e cintas m3

Cofragem de paredes, cortinas e palas, lajes

maciças, escadas, pilares e montantes, vigas,

lintéis e cintas

m2 Cofragens

Juntas de dilatação m ou unidade

Aço em varão kg Armaduras

Redes electrossoldadas kg

Page 26: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

18

Perfis metálicos kg

kN.m

Kg quando no projecto

estão indicadas as

armaduras e o respectivo

pré-esforço

m quando se tratar de

bainhas

Armaduras de pré-esforço

un quando se tratar de

ancoragens

Guias de lancis, degraus, madres, fileiras, frechais

e elementos semelhantes, peitoris, soleiras,

ombreiras, vergas e lâminas

m

Escadas e asnas un

m2 na medição das ripas Varas e ripas

m na medição das varas

Grelhagens m2

Elementos pré-

fabricados de

betão

Lajes aligeiradas m2

Page 27: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

19

1.3.8 - Estruturas metálicas

As medições das estruturas metálicas serão realizadas de acordo com as diferentes partes da obra

nomeadamente, estruturas, pavimentos, escadas, estrutura de cobertura, etc. Estas rubricas serão

decompostas em artigos próprios de acordo com a natureza do metal ou das ligas ou dos seus

elementos principais, secções nominais e forma dos elementos constituintes, tipo de ligação das

peças, tipo de protecção e acabamento e condições de execução. As medições serão

descriminadas por elementos de construção.

A realização das medições englobará todas as operações relativas a execução dos trabalhos

nomeadamente, fabrico, decapagem e aplicação de camada de protecção, fornecimento, carga,

transporte e descarga, montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, colocação, montagem e

afinação dos elementos estruturais e sua ligação definitiva (rebitagem, aparafusamento ou

soldadura).

A unidade a ser utilizada na realização das medições dos elementos estruturais será, em regra, o

kg.

Dado que as estruturas metálicas contém diversos acessórios e ligações, além dos perfis, as

medições devem inclui-los explicitamente, devendo o mesmo constar na descrição do artigo

respectivo das medições.

1.3.9 - Alvenarias

As medições de alvenarias serão agrupadas em alvenarias e painéis de blocos. As medições em

cada um dos grupos será individualizada em rubricas próprias de acordo com a natureza, forma e

dimensões dos materiais constituintes, dimensão das alvenarias ou dos painéis, composição das

argamassas, acabamento dos paramentos, condições de execução, etc.

Em regra, as medições de alvenarias e painéis de blocos são individualizadas em rubricas

próprias de acordo com a sua localização no edifício (infra-estrutura, superestrutura, alvenarias

Page 28: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

20

em trabalhos exterior ao edifício) e que por sua vez são decompostas em elementos de construção

que as compõe.

Todos os trabalhos relativos à execução dos trabalhos de alvenarias e painéis de blocos,

fornecimento e transporte de materiais, fabrico de argamassas, cargas, descargas e execução, são

englobados nas medições.

Quadro 8 - Regras gerais nas medições de alvenarias

As medições dos painéis de blocos são normalmente realizadas de acordo com as regras de

medições das paredes de alvenarias embora possam ser adoptadas outras regras desde que

devidamente discriminadas.

Regras Gerais nas medições de alvenarias

Fundações m3

m2 para espessuras ≤ 0,35 m Muros de suporte, de vedação

e cortinas paredes exteriores e

interiores m3 para espessuras > 0,35 m

Pilares m3

Abóbadas m2

Arcos m3

Alvenarias

Escadas As unidades para o cálculo e medições

obedecerá às mesmas regras dos elementos

de construção equivalentes aos das escadas

Page 29: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

21

As medições das ligações entre painéis, e entre estes e outros elementos de construção, poderão

ser realizados em separado. Neste caso, a medição poderá ser realizada em m ou à unidade.

1.3.10 - Cantarias

As medições de cantarias serão agrupadas em cantarias de pedra natural e cantarias de pedra

artificial. As medições em cada um dos grupos será individualizada em rubricas próprias de

acordo com a natureza e qualidade da pedra ou material artificial, formas geométricas e

dimensões, acabamento dos paramentos vistos, modos de assentamento e ligação, composição e

dosagem dos ligantes, etc.

Todos os trabalhos relativos à execução dos trabalhos de cantarias, fabrico, fornecimento e

transporte de materiais, assentamento, cargas, descargas, montagem e desmontagem de andaimes

e cimbres, são englobados nas medições.

Para os perfis e chapas de cantarias, as medições obedecem às regras do quadro 8.

Quadro 8 - Regras gerais nas medições de perfis e chapas de cantarias

Regras Gerais nas medições de perfis e chapas de cantarias

Espessuras < 0,15m para qualquer largura m

Espessuras ≥ 0,15m e largura < 0,40m m

Perfis de cantarias

Espessuras ≥ 0,15m e largura ≥ 0,40m m3

Espessuras < 0,15m m2 Placas de cantarias

Espessuras ≥ 0,15m m3

Com formas geométricas correntes m3 Outros elementos

Com formas geométricas complexas un

Page 30: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

22

Para os diferentes elementos de construção temos as regras do quadro 9, dada a especificidade

que cada elemento pode assumir.

Quadro 9 - Regras gerais nas medições de cantarias de diferentes elementos de construção

Regras Gerais nas medições de cantarias de diferentes elementos de construção

m2 para espessuras ≤ 0,35 m Muros de suporte, de

vedação

Paredes exteriores e

interiores

m3 para espessuras > 0,35 m

Pilares m3 ou un

Abóbadas m2

Arcos m3 ou m

Escadas As unidades para o cálculo e medições obedecerá às

mesmas regras dos elementos de construção

equivalentes aos das escadas

Guarnecimento de vãos As unidades para o cálculo e medições obedecerá às

regras expostas no quadro anterior

Revestimentos As unidades para o cálculo e medições obedecerá às

regras expostas no quadro anterior sempre que a

estereotomia das peças que constituem os

revestimento estiverem bem definidas

Cantarias de

pedras

naturais e

artificiais

Guardas balaustradas e

corrimãos

metro para o conjunto dos elementos, sendo as

medidas determinadas pelo desenvolvimento do

corrimão

Page 31: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

23

1.3.11 - Carpintarias

Nas medições de carpintarias, os elementos com as mesmas funções construtivas, serão

agrupados em rubricas próprias de acordo com as características principais, secundárias e classes

de escolha; secções nominais e forma dos elementos constituintes; meios de fixação e ligação

entre peças e dos assentamento dos elementos; teor de humidade; tipo de preservação das

madeiras; tipo e qualidade do acabamento; condições de execução; etc.

As medições englobarão todas as operações relativas a execução de trabalhos de carpintarias,

fabrico, fornecimento e assentamento, incluindo os elementos principais e acessórios,

nomeadamente: ferragens, vedantes, bites, etc.

Quadro 10- Regras gerais nas medições de carpintarias

Regras Gerais de Carpintarias

m para perfis com o mesma secção Estruturas de paredes

ou divisórias un ou m3 para peças com outro

formato

Estruturas de

pavimentos

m3 com a indicação do respectivo

revestimento

m para fleiras, rincões, madres e varasEstruturas de

coberturas m2 de vertente para as ripas

Estruturas de

madeira

Estruturas complexas

(asnas, estruturas

formadas por

elementos curvos)

un ou m3

Carpintarias

Escadas Guardas, balaustradas, un indicando o número de degraus e

Page 32: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

24

corrimãos,

revestimentos e

guarnecimentos de

madeiras

as suas dimensões principais

Portas, janelas

e outros

elementos em

vãos

Conjunto dos

elementos principais e

acessórios

un

Guardas,

balaustradas e

corrimãos

Conjunto dos

elementos

m

Rodapés e sancas m

Estruturas leves ou de

fixação de

revestimentos

m2

Revestimentos

e

guarnecimento

s de madeira

Revestimentos Medidos de acordo com o capítulo

Revestimentos

Divisórias

leves

Divisórias leves e

gradeamentos de

vedações

m2

Equipamentos fixos un ou a m2 desde que as gavetas e

prateleiras sejam medidos a unidade

ou constem apenas de aros e portas

Equipamentos

Equipamentos móveis Un

Page 33: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

25

1.3.12 - Serralharias

As medições de serrralharias serão agrupadas em serralharias de alumínio e serralharias de aço e

outros metais. As medições em cada um dos grupos será individualizada em rubricas próprias de

acordo com a natureza do metal ou das ligas ou dos seus elementos principais, secções nominais

e formas de elementos constituintes, meios de fixação e de ligação entre peças e de assentamento

dos elementos, tipo de protecção e acabamento, condições de execução, etc.

As medições englobarão todos os trabalhos relativos à execução da própria serralharia, fabrico,

fornecimento e assentamento incluindo os elementos principais e acessórios nomeadamente:

ferragens, vedantes e bites, etc.

Quadro 11 - Regras gerais nas medições de serralharias

Regras Gerais nas medições de serralharias

Conjunto das partes principais Un

Apenas aro ou o guarnecimento m

Portas janelas e outros

componentes em vão

Caixilhos fixos e grades m2

Fachadas-Cortina Para o conjunto de elementos

que constituem a fachada-

cortina

m2

Guardas, balaustradas

e corrimãos

Conjunto dos elementos m

Revestimentos Medidos de acordo

com o capítulo

revestimentos

Serralharias

Revestimentos

Estruturas leves ou grades de m2

Page 34: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

26

suporte, para apoio ou fixação

de revestimentos

Divisórias leves e

gradeamentos

Divisórias leves e

gradeamentos incluindo a

respectiva estrutura

m2

Equipamentos fixos Un Equipamento

Equipamentos móveis Un

1.3.13 - Portas e janelas de plástico

As medições serão realizadas de acordo com a localização dos elementos nomeadamente, paredes

exteriores, paredes interiores e cobertura.

Quadro 12 - Regras gerais nas medições de portas e janelas de plástico

Regras Gerais nas medições de portas e janelas de plástico

Para o conjunto de elementos principais e acessórios un

Aros e guarnecimentos m

Portas e janelas

de plástico

Caixa de estores un

1.3.14 - Isolamentos e impermeabilizações

As medições serão individualizadas nos subcapítulos correspondentes aos trabalhos de

isolamentos e de impermeabilizações dada a característica dos trabalhos a efectuar. Estes

Page 35: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

27

trabalhos agrupam-se no mesmo capítulo porque se manifesta a tendência de serem realizados

pelo mesmo empreiteiro.

É necessária a separação da medição dos trabalhos de isolamentos nas rubricas isolamentos

térmicos e isolamentos acústicos dado que correspondem a execuções distintas e a utilização de

materiais diferentes.

As medições englobam todos os trabalhos relativos a execução de isolamentos e

impermeabilização nomeadamente, fornecimento e assentamento de todos os materiais

necessários.

Quadro 13 - Regras gerais nas medições de isolamentos e impermeabilizações

Regras Gerais nas medições de isolamentos e impermeabilizações

m2 Isolamentos com placas

ou mantas m para isolamentos com

desenvolvimento linear de

largura constante

m3 Isolamentos com

material a granel ou

modulado “in situ” m2 para espessuras de

material constantes

Sistemas de isolamentos

compostos

As medições serão em

conjunto (isolamento térmico

e acústico) e as unidades

serão de acordo com o tipo de

material utilizado(placas ou

mantas, material a granel)

Isolamentos e

Impermeabilizações

Isolamentos

Trabalhos acessórios m, m2, un se tratarem-se de

Page 36: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

28

dobras ou sobreposições,

isolamento para passagem de

canalizações, chaminés,

condutas diversas, etc

m2 para as camadas de forma

m2 para o sistema de

impermeabilização

un para elementos de pequena

dimensão com

desenvolvimento inferior a

1m e aberutras de ventilação

ou iluminação de pequena

dimensão

Impermeabilização de

coberturas em terraços

ou inclinadas

m2 para as camadas de

protecção

Impermeabilização de

elementos verticais

Medições efectuadas pelas

regras do capítulo

Revestimentos

Impermeabilização de

elementos enterrados

Medições realizadas de

acordo com as regras

anteriores

Impermeabi

lizações

Impermeabilização de

juntas

m

Page 37: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

29

1.3.15 - Revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas

As medições serão individualizadas nos subcapítulos correspondentes aos trabalhos de

revestimentos de paramentos exteriores de paredes, revestimentos de paramentos interiores de

paredes, revestimentos de pisos interiores e exteriores, incluindo terraços, revestimentos de tectos

interiores, revestimentos de tectos exteriores e revestimentos de escadas (lanços e patins). Estes

subcapítulos serão, ainda, subdivididos consoante a designação do tipo e complexidade dos

trabalhos a realizar, que por sua vez serão decompostos em rubricas próprias tendo em atenção a

natureza dos materiais constituintes; composição das argamassas; dimensões das peças de

revestimento; acabamentos das superfícies de revestimento; natureza, forma e posição das

superfícies a revestir; condições de execução, métodos de assentamento; etc.

Na realização das medições, serão englobadas todas as operações relativas à execução dos

trabalhos (carga, transporte, descarga, preparação e aplicação dos materiais, montagem e

desmontagem de andaimes, limpezas, etc).

Quadro 14 - Regras gerais nas medições de revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas

Regras Gerais medições de revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas

Revestimentos de estanquidade m2

Revestimentos de impermeabilização m2

Revestimentos de isolante térmico m2

Revestimento de

paramentos

exteriores de paredes

Revestimentos de acabamento ou

decorativos

m2

Revestimentos de regularização m2

Revestimentos de acabamentos m2

Revestimentos

de paredes,

pisos, tectos e

escadas

Revestimento de

paramentos interiores

de paredes

Revestimentos resistentes à água m2

Page 38: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

30

Revestimentos executados “in situ” m2 Revestimento de piso

interiores e exteriores

incluindo terraços Revestimentos manufacturados m2

Revestimentos m2 Revestimentos de

tectos interiores Estruturas leves ou grades de

suporte, para apoio ou fixação de

revestimentos

m2

Revestimento de

tectos exteriores

Divisórias leves e gradeamentos

incluindo a respectiva estrutura

m2

Patins m2

Superfícies inferiores dos lanços e

patins

Usar regras

estabelecidas

para tectos

m2 para

revestimentos

contínuos

Revestimentos de degraus

m para

revestimentos

com peças

lineares

Revestimento de

escadas

Focinhos dos degraus m quando

executado de

material

diferente

Page 39: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

31

1.3.16 - Revestimentos de coberturas inclinadas

As medições serão individualizadas em rubricas próprias consoante o tipo de revestimento a

utilizar (telhas, soletos, chapas métalicas, chapas de fibrocimento, etc). Estas rubricas serão

decompostas tendo em atenção a natureza dos materiais constituintes, dimensões das peças de

revestimento, métodos de assentamento, condições de execução.

Na medição será englobado o fornecimento dos materiais e todas as operações relativas a

execução dos trabalho de revestimento de coberturas inclinadas.

Quadro 15 - Regras gerais nas medições de revestimentos de coberturas inclinadas

Regras Gerais nas medições de revestimentos de coberturas inclinadas

Águas ou tacaniças m2

Beirados M

Cantos ou tornejos Un

Cumieiras, rincões e larós m

Revestimento de

coberturas

Telhas de vidro e elementos de

ventilação

Un

Caleiras de algeroz ou de larós m

Tubos de queda m

Funis, bacias, ralos ou outros

acessórios

un

Revestimentos

de coberturas

inclinadas

Drenagem de águas

pluviais

Remates com paramentos verticais

(abas, rufos e canais)

m

Page 40: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

32

1.3.17 - Vidros e espelhos

As medições serão realizadas de modo a serem individualizadas em rubricas próprias de acordo

com o tipo, qualidade e padrão do vidro, de acordo com a classificação comercial corrente,

espessura nominal do vidro em mm, classe e dimensão superficial de cada chapa, natureza do

enquadramento ou suporte onde o vidro será montado, sistemas de montagem, o tipo de

acabamento ou decoração, etc.

Todos os materiais semelhantes aos vidros e com as mesmas funções serão medidos utilizando as

mesmas regras.

As medições de vidros e espelhos englobará o fornecimento, corte e colocação, incluindo os

materiais de fixação e de vedação.

Quadro 16 - Regras gerais nas medições de vidros e espelhos

Regras Gerais nas medições de vidros e espelhos

Chapas de vidro em caixilhos m2

Divisórias de vidros perfilados m2

Portas e janelas de vidros un

Persianas com lâminas de vidro un

un

m2 quando integrados em caixilhos

Vidros e

espelhos

Espelhos

m2 quando tem função de revestimento

Nas medições dos espelhos há que ter em conta, para além das características enunciadas no

primeiro parágrafo, as seguintes:

Page 41: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

33

• Qualidade de espelhagem;

• Tipo de cobertura do tardoz;

• Tipo de acabamento de arestas, de decoração, número de furos, etc;

• Tipo de fixação e acessórios.

1.3.18 - Pinturas

As medições serão realizadas e individualizadas em rubricas próprias consoante o tipo do

trabalho, natureza e qualidade dos materiais, natureza e acabamento da superfície a pintar,

trabalhos preparatórios da superfície a pintar, trabalhos preparatórios da pintura, trabalhos e

número de demãos de acabamento, condições de execução, etc.

Nas medições serão englobados todos os trabalhos relativos a execução de pinturas

nomeadamente: fornecimento e preparação de materiais, os trabalhos de preparação de

superfícies e preparatórios de pintura, a pintura propriamente dita com o seu acabamento.

Quadro 16 - Regras gerais nas medições de pinturas

Regras Gerais nas medições de pinturas

Grandes superfícies m2

m para perímetro pintado inferior 0,30m Perfis

m2 para perímetro pintado superior a 0,30m

Tubos e condutas Medições realizadas de acordo com as regras para

os perfis

Pequenas peças isoladas un

Pinturas

Pintura de portas e portões m2 para pintura das folhas

Page 42: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

34

A medição de guarnecimentos e aros será realizadas

segundo as regras definidas para os perfis

un para portões metálicos com grande número de

motivos ornamentais

Medições realizadas de acordo com as regras gerais

deste capítulo

Pintura de estruturas

metálicas

kg, segundo os elementos constituintes da estrutura

metálica

Medições realizadas de acordo com as regras

definidas para os perfis quando o caixilho a pintar

corresponder à classe1 D

m2 quando os caixilhos corresponderem as classes

A, B e C

Pintura de janelas e

envidraçados

As medições correspondentes a pintura de aros e

guarnecimentos será feita segundo as regras

definidas para os perfis

m2 para a medição de estores, persianas, grades de

vãos, portas de lagarto, redes e grelhas

m2 para a medição de grelhagens de betão

Outros elementos em vão

As caixas de estores serão medidos segundo as

regras definidas para os perfis

Pintura de grades, guardas,

balaustradas e corrimãos

m2 para a pintura de grades e guardas constituídas

por perfis

Page 43: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

35

A medição de pintura de corrimãos isolados ou de

aqueles que receberão uma pintura diferente da

respectiva guarda será feita segundo as regras

definidas para os perfis

un para elementos especiais

un Pintura de equipamento fixo e

móvel m2 elementos de equipamentos com grandes

superfícies lisas

1.3.19 - Acabamentos

Neste subcapítulo estão incluídos todos os trabalhos que não se encontram nos subcapítulos

anteriores e/ou seguintes e que são constituídos por trabalhos finais de uma obra.

Quadro 17 - Regras gerais nas medições de acabamentos

Regras Gerais nas medições de acabamentos

Afagamento e acabamento de pavimentos de

madeira e cortiça

m2

Acabamento de pavimentos de ladrilhos

cerâmicos, de mármore e pastas compósitas

m2

m2 para medição de alcatifas

Acabamentos

Acabamento de pavimentos com alcatifas,

tapetes ou passadeiras un para a medição de tapetes

e passadeiras

Page 44: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

36

Acabamento de paredes com papel colado ou

panos decorativos

m2

Outros acabamentos m2

1.3.20 - Instalações de canalização

As medições de instalações de canalização serão realizadas de modo a serem individualizadas em

rubricas próprias de acordo com a natureza dos materiais constituintes dos tubos e acessórios,

características dos tubos e acessórios, tipo de ligação dos tubos, tipo de protecção, de isolamento

e de acabamento das canalizações, condições de execução.

A medição de canalização será realizada a m, incluindo os acessórios e tubos, sendo equipamento

medido a unidade.

Os trabalhos de abertura de roços e furações de tocos serão medidos a metro e a unidade

respectivamente.

Quadro 18 - Regras gerais nas medições de instalações de canalização

Regras Gerais

m para medição canalização incluindo acessórios dos

tubos

un para medição de equipamentos

un para medição câmaras de visita, de inspecção, de

retenção, sinfónicas etc., fossas sépticas

Instalações

de

canalização

Esgotos domésticos

ou de águas residuais

m para medição de valas drenantes ou trincheiras

Page 45: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

37

filtrantes

un para a medição de poços filtrantes

A medição de canalização, equipamentos e acessórios

serão idênticas às indicadas para as Instalações de esgotos

domésticos ou de águas residuais

Esgotos de águas

pluviais

un para medição dos acessórios especiais nomeadamente,

ralos, funis, abas, etc.

m para medição canalização incluindo acessórios dos

tubos

Distribuição de água

un para medição de equipamentos

Aparelhos sanitários Un incluindo os materiais e acessórios necessários ao

assentamento e funcionamento dos aparelhos

mpara medição canalização incluindo acessórios dos

tubos

Distribuição de gás

un para medição de equipamentos

m para medição de tubos de queda

un para a medição de bocas de descarga incluindo a

portinhola

un para a medição do sistema de ventilação

un para a medição do sistema de limpeza

Evacuação de lixo

un para o sistema de recepção de lixo

Page 46: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

38

Ensaios (para todos

os sistemas)

un para qualquer das redes deste capítulo

1.3.21 - Instalações eléctricas e comunicações por fio

As medições serão individualizadas nos subcapítulos correspondentes aos trabalhos de

alimentação geral, colunas montantes e derivações, instalações de iluminação, tomadas e força-

motriz, instalações eléctricas especiais. Estes subcapítulos serão subdivididos consoante a

designação do tipo e complexidade dos trabalhos a realizar e individualizados nas seguintes

rubricas: instalações enterradas; instalações embebidas em roços; instalações embebidas no

betão; instalações à vista e instalações aéreas.

As medições englobarão as operações de fornecimento, execução, assentamento ou montagem.

Serão individualizadas em rubricas próprias as medições de cabos e condutores, as medições de

tubos de protecção e as medições das caixas de acordo com as características que apresentarem.

Quadro 19 - Regras gerais nas medições de instalações eléctricas e comunicações por fio

Regras Gerais nas medições de instalações eléctricas

Cabos de

alimentação

m

Portinholas un indicando as características dos elementos

constituintes

Instalações

eléctricas

Alimentação

geral

Posto de

transformação e

quadro geral de

baixa tensão

un por cada um dos seguintes elementos: chegada,

saída, corte geral, contagem, corte e protecção,

transformador de potência, quadro geral de baixa

tensão, terras, estrutura para o equipamento

Page 47: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

39

Tubos de

protecção

m incluindo todos os acessórios necessários

Caixas de

coluna

un especificando as características dos elementos

constituintes

Colunas,

montantes e

derivações

Cabos e

condutores

m incluindo todos os acessórios

Quadro de

distribuição

un especificando as características dos elementos

constituintes

Tubos de

protecção

un especificando as características dos elementos

constituintes

Caixas un incluindo os respectivos acessórios

Cabos e

condutores

m

Aparelhagem de

manobra,

ligação e

protecção

un incluindo todos os acessórios necessários a

montagem

Instalações

de

iluminação,

tomadas e

força-motriz

Armaduras un incluindo todos os acessórios necessários a

montagem

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Instalações

eléctricas

especiais

Sinalização

Caixas un especificando as

características dos elementos

Page 48: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

40

constituintes

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Aparelhagem de

manobra

un incluindo todos os

acessórios necessários a

montagem

Quadro de alvos un especificando as

características dos elementos

constituintes

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Caixas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Telefones de

porta

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Altifalante de

porta

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Telefone de

porta e porteira

central un especificando as

Page 49: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

41

características dos elementos

constituintes

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Caixas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Aparelhagem de

manobra e

ligação

un incluindo todos os

acessórios necessários a

montagem

Campainhas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Campainhas e

trincos

eléctricos

Trinco eléctrico un especificando as

características dos elementos

constituintes

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Automático de

escada

Caixas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Page 50: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

42

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Aparelhagem de

manobra e

ligação

un incluindo todos os

acessórios necessários a

montagem

Armaduras un especificando as

características dos elementos

constituintes

Automático de

escadas

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Caixas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Telefones

Aparelhagem de

ligação

un incluindo todos os

acessórios necessários a

montagem

Antena colectiva

de televisão e

Tubos de

protecção

un especificando as

características dos elementos

Page 51: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

43

constituintes

Caixas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Cabos e

condutores

m incluindo todos os

acessórios

Aparelhagem de

ligação

un incluindo todos os

acessórios necessários a

montagem

rádio

Antenas un especificando as

características dos elementos

constituintes

Pára-raios un especificando as

características dos elementos

constituintes

Fita condutora m especificando as

características dos elementos

constituintes

Caixa de

medição de terra

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Pára-raios

Eléctrodo de

terra

un especificando as

características dos elementos

constituintes

Page 52: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

44

Ensaios un para todos os sistemas deste capítulo

1.3.22 - Ascensores e monta-cargas

Os ascensores e monta-cargas são medidos a unidade. A medição inclui todas as suas partes e

peças, bem como transporte, montagem e ensaios.

1.3.23 - Elementos de equipamento fixo e móvel de mercado

As medições dos equipamentos de mercado serão sempre individualizadas em equipamento fixo

e em equipamento móvel.

A medição será sempre realizada a unidade e indicará, para o equipamento fixo, a inclusão ou

exclusão de tarefas de montagem e/ou fixação, além de transporte.

1.3.24 - Instalações de aquecimento por água ou vapor

As medições de instalações de aquecimento por água ou por vapor serão individualizadas nos

seguintes subcapítulos: geradores caloríficos; condutos e tubagem; dispositivos difusores,

aceleradores e de controlo.

Todos os trabalhos de outras especialidades necessários as instalações de aquecimento por água

ou vapor através de geradores caloríficos serão medidos consoante as regras definidas para cada

uma destas especialidades.

No subcapítulo de condutos e tubagens, todos os trabalhos necessários (rede de distribuição de

água quente, abertura e tapamento de roços, assentamento de acessórios, etc) serão medidos

segundo as regras de medição para as diferentes especialidades intervenientes.

O arranque e ensaios serão um artigo medido à unidade.

Page 53: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

45

1.3.25 - Instalações de ar condicionado

As medições de instalações de ar condicionado serão realizadas de modo a serem

individualizadas em rubricas próprias os trabalhos de unidades de tratamento de ar e os trabalhos

de condutos, filtros, grelhas e difusores.

O arranque e ensaios serão um artigo medido à unidade.

Page 54: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

46

Capítulo II – Orçamento

2.1 - Princípios de Base

O processo de elaboração de um orçamento é efectuado de várias formas. Depende do tipo de

empresa, da sua estrutura, das técnicas de marketing, do tipo de obras a que concorre, da carteira

que se propõe angariar, dos meios informáticos de que dispõe, enfim, de um sem número de

factores que reflectem a sua organização e a conjuntura.

Para a elaboração de qualquer orçamento é necessária a realização de uma análise sumária

englobando os dados e requisitos do processo do nosso estudo:

• Características gerais da obra, em termos de localização, dimensões globais, área e

volumetria, preço base de concurso, estimativa orçamental e prazo de execução;

• Alvarás, documentação exigida e local de entrega da proposta;

• Identificação dos autores do projecto e possível referência à fiscalização;

• Registos sobre o tipo de contrato a formalizar, definição do regime da empreitada;

• Notas sobre clausulado de erros, omissões, revisão de preços, seguros e cauções,

• Retenções, multas, adiantamentos, facturação e pagamentos;

• Prazos de apresentação e validade da proposta e notas sobre permissão de variantes e

condicionadas;

• Definições sobre possíveis visitas ao local, dúvidas, esclarecimentos, acessibilidades,

estaleiro e instalações e equipamentos requeridos para a Fiscalização;

• Características dos trabalhos a executar, rácios referentes à área de construção e

qualidades de trabalho a salientar.

Page 55: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

47

• Prazo de pagamento após data do auto (ou entrega da sua correspondente factura),

credibilidade do pagamento pelo Dono de Obra e da sua pontualidade.

O orçamento é a previsão do preço global da construção da obra ou preço de venda da mesma. O

orçamento destina-se, essencialmente, a satisfazer os objectivos seguintes:

· Definir o custo proposto pela empresa para execução de cada trabalho previsto nas

medições e nas peças escritas e desenhadas do projecto, de acordo com as condições

técnicas do caderno de encargos;

· Constituir o documento contratual que, em regra, como documento de previsão da

actividade comercial, serve de base a facturação da empresa e ao esclarecimento de dúvidas

e omissões dos pagamentos a realizar pelo dono de obra.

· Estabelecer o documento de controlo dos rendimentos e custos de mão-de-obra, dos

materiais, dos equipamentos e das instalações e da sua comparação com as previsões

estabelecidas.

· Fornecer, como instrumento de análise, as informações necessárias ao desenvolvimento das

bases das previsões e dos sistemas de cálculo e de controlo dos custos adoptados pela

empresa, com vista ao aperfeiçoamento da sua comparação com as previsões estabelecidas.

Como se referiu, o orçamento é, em regra, o resultado da multiplicação das quantidades de cada

trabalho previstas nas medições pelos respectivos custos, de acordo com uma classificação de

trabalhos e uma estrutura de despesas que conduzam à determinação correcta de todos os

encargos da construção.

Sendo:

• Pu.vi - preço de venda unitário de cada uma das operações

• Qi - Quantidade de cada operação

Vv = ∑ Pu.vi ×Qi

Page 56: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

48

O cálculo do orçamento torna necessário a definição da estrutura de custos que deve compreender

todas as despesas, sem excepção, que são realizadas na execução das obras. Em regra, é

conveniente a adopção das categorias de despesas seguintes (Faria, J. Amorim, Custos e

Orçamentos, Cálculo dos Preços de Venda):

• Custos directos;

• Custos de estaleiro;

• Custos indirectos.

Os custos directos englobam todas as despesas que incidem, directa e exclusivamente, na

execução de uma operação de construção.

Os custos de estaleiro englobam todas as despesas não directamente imputáveis às operações de

construção (instalações do estaleiro, equipamentos, pessoal do estaleiro, etc). Entendeu-se separá-

los conceptualmente dos custos directos, nesta proposta que aqui se formula.

Custos indirectos correspondem às despesas da empresa comuns a todas as obras (custos da

estrutura da empresa).

2.2 - Custos Directos

Os custos directos englobam todas as despesas que incidem, directa e exclusivamente, na

execução de um trabalho e, em regra, compreendem:

• Despesas de mão-de-obra directa: incluem os salários dos operários afectos directamente

à execução de cada trabalho, os encargos sociais previstos na legislação respectiva, os

atribuídos por iniciativa da empresa, e outros encargos relacionados com a actividade

(transportes, alojamento, prémios, etc.)

• Despesas com materiais e elementos da construção: compreendem os fornecimentos de

produtos que são integrados em cada trabalho.

Page 57: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

49

• Despesas com ferramentas manuais e mecânicas: são constituídas pelas ferramentas

correntes (pás, picaretas, etc.) e pelos utensílios e ferramentas mecânicas (serras

mecânicas manuais, pistolas de pregar, pistolas de pintar, etc.) utilizadas pela mão-de-

obra directa na execução de cada trabalho.

2.2.1 - Encargos sociais atribuídos por iniciativa da empresa

Estas despesas são dependentes da política social da empresa e, por esta razão, devem ser

determinadas para cada obra, nomeadamente nos casos seguintes:

1. Despesas com o pagamento de horas extras realizadas sistematicamente pelos operários;

2. Tempo perdido por cada operário nos pagamentos realizados na obra;

3. Tempo despendido nas visitas ao médico de trabalho;

4. Tempo gasto no exercício de funções remuneradas, mas que não correspondem a trabalho

realizado;

5. Salários pagos durante o transporte de pessoal;

6. Despesas com o transporte dos operários;

7. Despesas com o alojamento e refeições do pessoal;

8. Encargos com gratificações aos operários;

9. Gastos com prémios de assiduidade do pessoal;

10. Custos com fardamento e equipamento de protecção individual e colectiva.

2.2.2 - Encargos sociais legais

As despesas relativas a encargos sociais estabelecidos pela legislação em vigor.

Page 58: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

50

2.2.3 - Rendimentos

Ao falar de rendimento de mão-de-obra subentende-se o tempo necessário que um indivíduo tem

de dispensar para executar uma unidade de um determinado trabalho.

Quando se fala em rendimentos materiais, subentende-se as quantidades de materiais que serão

necessárias para executar uma unidade de um determinado trabalho.

De uma forma análoga, ao falar em rendimento de um equipamento, estamos a falar do tempo de

trabalho desse equipamento para se realizar uma unidade de um determinado trabalho.

Assim, rendimento de um recurso, corresponde à quantidade desse recurso necessária para a

execução de uma unidade de trabalho.

Existem varias publicações com rendimentos de mão-de-obra, materiais e equipamentos para

uma vasta série de trabalhos. Contudo, para uma determinada firma, esses não serão os recursos

que lhe interessarão. A firma, tendo em conta a realidade dos seus operários e a forma de realizar

os trabalhos, terá de determinar os seus rendimentos. Os rendimentos estandardizados não

existem. Terão de ser determinados pelas próprias empresas.

Os valores de rendimentos determinados pelas empresas deverão ser resultado da observação

sistemática de rendimentos medidos e ponderados durante um certo tempo, através do contacto

directo com trabalhos de todo tipo e dimensões.

A utilização da informática para o cálculo de preços compostos e do orçamento pode ser feita se

possuirmos ficheiros de rendimentos (rendimentos da empresa) e programas comercializados

para o efeito ou por encomenda.

As unidades em que o rendimento da mão-de-obra se expressam, são do seguinte tipo:

h/m2; h/m3; h/m; h/h; h/un

Page 59: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

51

Consoante as unidades de medição dos trabalhos, temos os rendimentos em horas de mão-de-

obra, por unidade de trabalho.

Há autores que para realçarem que os valores dos rendimentos são independentes do número de

operários que estão a executar um trabalho (até um certo limite), utilizam as seguintes unidades:

H.h/m2; H.h/m3; H.h/m; H.h/ h;H.h/un

em que o símbolo H significa homem.

Assim, um rendimento cujo valor seja 0,25 H.h/m, significa que para se executar um m de um

determinado trabalho, necessitamos de 0,25 H.h de uma determinada categoria de operário. Se no

local tivermos um operário, o tempo necessário para execução de um m de trabalho, será:

• 0,25 H.h = 0,25 h (15 min.)

• 1H

Se em vez de um operário, tivéssemos dois, o tempo para execução passaria a ser:

• 0,25 H.h = 0,125 h (7,5 min.)

• 2 H

Assim, a partir dos rendimentos e do número de operários disponíveis, podemos determinar o

prazo para realização de um dado trabalho.

Os rendimentos dos materiais correspondem às quantidades de materiais necessários para

execução de uma unidade de determinada tarefa.

Desta forma, algumas das unidades de rendimentos de materiais mais comum são:

m3/m2; m2/m2; m3/m; m2/m; etc.

Page 60: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

52

2.2.4 - Determinação de custos directos

A expressão abaixo apresentada significa que o custo directo de uma obra resulta da soma dos

custos directos de todos os trabalhos que a compõem.

Custo directo de uma obra = ∑ Custo directo unitário x Quantidade de trabalho

O custo directo de um trabalho resulta da multiplicação de um custo directo unitário pela

quantidade a executar desse trabalho.

O custo directo de um trabalho pode ser determinado por duas vias distintas:

• Ficha de preços compostos;

• Valor fornecido por outra entidade

No caso do preço ser de uma firma especializada em certos trabalhos (carpintarias, serralharias,

etc.) a fornecer preços para execução de trabalhos a serem prestados ao Dono de Obra pelo

Empreiteiro principal, este não terá de se preocupar em determinar esses valores. Ser-lhe-ão

fornecidos pela outra entidade.

Para a elaboração de preços de trabalhos que sejam executados pelo Empreiteiro principal, os

preços destes deverão ser devidamente determinados. Nesta situação, a forma mais correcta de os

calcular, será a partir de fichas de preços compostos.

O nome de ficha de preços compostos advém do facto do valor total calculado resultar da

composição de todos os elementos directos necessários à execução de uma unidade de trabalho.

De uma ficha de preços compostos, resultará ,então, um custo directo unitário de um trabalho.

2.2.4.1 - Fichas de preços compostos

Deveremos considerar os seguintes elementos:

Page 61: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

53

De todos os grupos componentes de custos, a mão-de-obra é o mais susceptível de ser afectado

pelos factores diversificantes. Por outro lado, representa em muitos casos mais de 50% do custo

final.

Há vários factores que podem influenciar os rendimentos da mão-de-obra directa, sendo da

salientar as condições determinadas pela natureza e características particulares da tarefa, isto é, as

formas, os materiais, as técnicas aplicáveis e as condições de actuação.

Os materiais têm influência no rendimento da mão-de-obra através da qualidade e características

que oferecem. O rigor de formas e dimensões, a trabalhabilidade, a aderência de massas e colas,

como o estado de limpeza e até tempo de armazenagem, que podem ter alto significado.

É de realçar o valor dos factores diversificantes e a importância que tem para o rigor do preço

composto a caracterização do trabalho.

1. As condições particulares da obra e o modo de organização dos trabalhos, produzem

também factores diversificantes e que, quando combinados (obra má e má gestão) vão

agravar assustadoramente os efeitos acima descritos;

2. O fluxo de materiais, e o estado das ferramentas, o ambiente, a iluminação, as condições

climáticas do local, os estímulos e relações do trabalho.

As quantidades de materiais, na grande maioria dos casos são menos susceptíveis de alterações,

contudo, não significa que mereçam menos cuidados.

As quantidades devem ser determinadas de uma forma semelhante à dos rendimentos da mão-de-

obra (ou seja em obra), considerando as quebras e desperdícios de materiais.

1º - Mão-de-obra directa

2º - Materiais

Page 62: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

54

Numa ficha de preços compostos, devem ser considerados os materiais que, embora não fiquem

incorporados no produto, são indispensáveis na produção.

São exemplo desta categoria os seguintes materiais: o óleo de descofragem, a água para rega, os

arames de consolidação de cofragens, os separadores de lado das vigas, no betão, o arame para

gatos ou pernes, o betume para concertos, etc.

Alguns dos materiais considerados “subsidiários” (que ao participarem na execução de trabalhos

não ficam incorporados nos mesmos), como a madeira de cofragem e muitos outros, deverão ser

avaliados e considerados tendo-se em conta as recuperações possíveis ou número de utilizações a

praticar. Nestes, a margem de segurança a utilizar na avaliação deve ser superior à encontrada

para os materiais incorporáveis, uma vez que o factor determinante do consumo é, forçosamente,

aleatório. Aleatório, por dependente da habilidade, dos conhecimentos profissionais e do sentido

de responsabilidade dos executantes.

Nos materiais deverão incluir-se os consumos de energia, com combustíveis e outros, dado que

na utilização prevista para este tipo de preço base é necessária esta avaliação quantitativa.

A determinação das quantidades de materiais baseia-se na medição dos trabalhos, aplicando

coeficientes de majoração que representam os valores das quebras.

Os equipamentos a considerar nas fichas de preços compostos deverão ser aqueles em que é

possível determinar com um grau de precisão elevado os tempos de trabalho necessários à

execução das tarefas. Estes equipamentos, ou ferramentas, corresponderão a elementos

característicos e necessários para execução dos trabalhos.

Sendo assim, de obra para obra, para condições de execução semelhantes, os tempos de trabalho

serão parecidos.

3º - Equipamentos e ferramentas

Page 63: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

55

Os combustíveis, lubrificantes de grande consumo e outras fontes de energia para as máquinas

previstas, devem ser incluídas na rubrica dos materiais, de modo a possibilitar a avaliação de

necessidades de aprovisionamento no tempo e local próprio, tal como todos os componentes

desta rubrica.

2.2.4.2 - Modelos de fichas de preços compostos

Ao criarmos fichas de preços compostos é necessário que tomemos certas precauções na sua

utilização.

Os ficheiros de preços base não devem ser utilizados na elaboração de orçamentos ou qualquer

dos fins indicados, ainda que para “obras iguais” a outras para que tenham sido produzidos, sem

que seja objecto de uma verificação cuidada.

Qualquer preço base depositado num ficheiro deve ser utilizado apenas como auxiliar para uma

ponderação que terá de ser feita na consideração do projecto em estudo e de todas as informações

acrescentadas durante as medições.

A obra pode ser “igual” em projecto, mas não se manter a igualdade nas condições de laboração,

no solo, no terreno para estaleiro, no mercado de materiais, nos hábitos do pessoal qualificado, na

época do ano em que está programada, enfim, em tudo que no estudo anterior tenha sido

considerado.

Pode ainda acontecer que a equipa prevista para a direcção da obra seja outra que não a

considerada nas fichas existentes e, então, fará intervir outros (os seus preferidos) métodos no

modo e até nos meios de intervenção na execução dos trabalhos, donde, na medição surgirão

informações diferentes. Informações que irão reflectir-se na organização dos preços base,

naturalmente.

Pode também acontecer que meios tecnológicos previstos para obra do ficheiro não estejam

disponíveis para a obra em estudo, ou ainda, que para o momento de laboração, por razões

climáticas ou outras, seja aconselhável nova solução.

Page 64: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

56

Para execução de análise de custos, admitindo que a medição contém informação bastante no

enunciado dos artigos, temos que conhecer o rendimento possível de todos os meios necessários à

execução de uma unidade de medida na tarefa em estudo. Rendimento que deve prever as

quebras previsíveis inevitáveis face às condições de laboração.

2.2.5 - Fichas auxiliares para a determinação de custos directos

Como atrás foi mencionado, o custo directo de uma obra resultará dos custos directos de todos os

trabalhos que a compõem. Para ordenar esse cálculo, poderemos socorrer-nos de várias listas que

de seguida serão apresentadas.

2.2.5.1 - Lista de trabalhos

Nela será feita a descrição da natureza e das especificações de cada trabalho e indicação das

quantidades respectivas, tendo em consideração as condições técnicas, gerais e especiais, do

caderno de encargos, as peças desenhadas do projecto e a relação dos trabalhos mencionados nas

medições e no orçamento do projecto.

Esta lista compreende, em geral, as informações seguintes, relativas a cada trabalho:

• Descrição da natureza e das principais especificações, como a qualidade dos materiais;

• Codificação interna do trabalho, de acordo com a classificação adoptada;

• Referência do artigo do caderno de encargos relativa à garantia de preços assegurada pelo

dono da obra;

• Unidade de medição e de pagamento;

• Quantidade a executar prevista na medição do projecto e quantidade corrigida, de acordo

com a medição realizada pela empresa;

• Custo directo unitário, obtido pela composição respectiva;

Page 65: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

57

• Custo directo total que consiste no produto das quantidades pelo custo unitário;

• Designação dos desenhos gerais e de pormenor do projecto com maior interesse para a

execução do trabalho;

• Duração da execução, para consideração no programa de trabalhos;

• Indicação dos trabalhos que são executados antes e depois da realização de cada trabalho,

para definição da ordem de sucessão de execução dos trabalhos;

• Indicação dos artigos do orçamento e das condições técnicas, gerais e especiais,

mencionados no projecto.

2.2.5.2 - Lista de materiais

Discrimina os materiais a utilizar na execução de cada trabalho, com indicação das suas

características mais importantes e dos preços correspondentes, incluindo o transporte até ao

estaleiro da obra.

A relação de materiais e dos respectivos custos médios, por unidade, inclui, em regra, os

elementos relativos a cada material a utilizar na obra, nomeadamente os seguintes:

• Unidade de medição e de custo;

• Designação da natureza e das características principais;

• Codificação, segundo a classificação usada na empresa;

• Preço de venda pelo fornecedor; neste preço é incluído o transporte até ao estaleiro,

quando está previsto nas condições de fornecimento;

• Custo dos transportes até ao local da obra quando o preço do fornecedor não inclui esta

despesa, quer por viatura, quer por caminho de ferro ou via marítima;

Page 66: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

58

• Custo do material colocado na obra que é a soma do preço do fornecedor acrescido dos

custos de transporte;

• Quebras e desperdícios, expressos em percentagem das quantidades a utilizar;

• Importância das embalagens, quando estas são, em regra, facturadas separadamente dos

materiais (por exemplo, para transportes por caminho de ferro ou por via marítima);

• Custo total, com indicação da respectiva data, que é a soma do custo na obra com as

importâncias das embalagens.

• Para evidenciar a evolução dos custos dos materiais, é conveniente a existência de colunas

para determinação e registo destes custos em diferentes datas;

• Fornecedor ou fabricante do material, nos casos em que esta informação é necessária ao

estudo e comparação de custos;

2.2.5.3 - Lista de mão-de-obra

A esta lista corresponde à relação das categorias profissionais que intervêm na execução de cada

trabalho, com indicação dos salários respectivos, dos encargos sociais, das ferramentas e

utensílios, das viagens e estadias e de outras despesas relativas ao emprego de pessoal na

execução da obra.

A relação das categorias profissionais dos operários que intervêm nas composições dos custos

directos de cada trabalho, destina-se a determinar o custo médio por hora respectivo, a partir dos

elementos seguintes:

• Categoria profissional de cada operário;

• Código utilizado pela empresa;

• Referência do artigo do caderno de encargos relativa a cada categoria profissional, por

exemplo, para efeito de garantia de salários assegurada pelo Dono da Obra;

Page 67: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

59

• Salário base que é a importância paga directamente a cada operário;

• Encargos sociais fixos, expressos em percentagem e importâncias (taxa social única,

seguros, etc.);

• Encargos sociais variáveis, expressos em percentagem e importâncias, a calcular para

cada obra, em função do pessoal que trabalhará na obra (feriados, férias, faltas

remuneradas, dias de descanso semanal remunerado, indemnização por despedimento,

subsídio de férias, subsídio de natal, inactividade por mau tempo e outros inerentes às

características da obra);

• Custo médio por hora de categoria profissional que é a soma do salário base, dos encargos

fixos e dos encargos variáveis;

• Outros encargos relativos á mão-de-obra, que são específicos para cada obra,

nomeadamente os seguintes: agravamento do custo horário médio devido à prática da

política salarial de pagamento de horas extraordinárias; pagamento de viagens e estadias

de parte ou da totalidade de cada categoria profissional; despesas com refeições do

pessoal; encargos com gratificações do pessoal, com prémios de assiduidade e outras

despesas;

• As despesas com prémios de rendimentos não são, em regra, de incluir no custo médio

por hora, pois devem corresponder a acréscimos de produção relativamente aos

rendimentos estabelecidos nas fichas dos custos directos;

• Custo total médio por hora, com a indicação da data respectiva, que é o somatório do

custo médio com as despesas de outros encargos específicos da obra;

• Custo total médio por hora, para diferentes datas, para registo dos cálculos da evolução

dos salários.

Page 68: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

60

2.2.5.4 - Lista de subempreitadas ou fornecimentos importantes

Corresponde aos trabalhos a executar em regime de subempreitada e dos fornecimentos de valor

elevado por outras empresas, com indicação dos preços respectivos.

Serão indicados os elementos seguintes:

• Indicação da empresa que executa a subempreitada ou realiza o fornecimento;

• Designação do trabalho ou fornecimento e respectivo código;

• Quantidade e unidade de medição de cada trabalho, custo unitário e custo total directo da

subempreitada ou fornecimento;

• Custos directos da empresa dos trabalhos necessários para completar as subempreitadas

(materiais, mão-de-obra, etc.), nos valores por unidade e total;

• Percentagem do custo total directo dos trabalhos da empresa em relação ao custo total

directo da subempreitada;

• Percentagem e importância dos custos indirectos da empresa a aplicar a cada trabalho de

subempreitada.

2.2.5.5 - Lista dos trabalhos a realizar para as empresas que executam as instalações e

montagem dos equipamentos electromecânicos

A relação destes trabalhos inclui, habitualmente: abertura e tapamento de roças, valas e cavidades

para canalizações de águas e esgotos e tubagem de electricidade, gás e telefone; colocação, na

estrutura e alvenarias, de elementos de fixação para suporte ou de aberturas para assentamento de

condutas, tubagens, quadros eléctricos, contadores de água e de gás, etc.; execução de lajes ou

fixes de suporte de máquinas e equipamentos; fornecimento de máquinas de elevação e de

transporte do estaleiro, cedência de andaimes e realização de outros trabalhos de apoio aos

instaladores.

Page 69: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

61

Estes trabalhos podem ser orçamentados quer pela medição das quantidades a realizar, pela

determinação dos custos directos correspondentes e pelo cálculo do valor respectivo, quer por

avaliação, em percentagem, sobre a importância dos trabalhos de cada instalação e equipamento.

Estas percentagens podem ser calculadas em função da especialidade de cada instalação,

nomeadamente as seguintes:

• Instalações e equipamentos de águas, esgotos e gás;

• Instalação e equipamento de electricidade;

• Instalação e equipamento de elevadores;

• Instalação e equipamento de ventilação, aquecimento e ar condicionado;

• Instalações e equipamentos especiais: cozinha, lavandaria, central telefónica, tubagem

pneumática, segurança contra incêndios, intrusão, etc.

No registo destas despesas podem ser indicados os elementos seguintes:

• Código e designação dos trabalhos a realizar {abertura e tapamento de valas, roços e

cavidades; execução de lajes e fixes para máquinas e equipamentos, etc.);

• Referência dos artigos do caderno de encargos que dizem respeito a estes trabalhos;

• Custos directos de execução de cada trabalho, com discriminação de quantidades,

unidade, custo unitário e custo total;

• Valor das instalações e equipamentos, com indicação do preço unitário e do preço total;

• Percentagens obtidas ou atribuídas que resultam do quociente do custo total dos trabalhos

pelo preço total das instalações e equipamentos;

• Custos indirectos a imputar a estes trabalhos, expressos em percentagens e em

importâncias.

Page 70: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

62

2.3 - Custos Indirectos

Os custos indirectos englobam todas as despesas da empresa comuns a todas as obras. Regra

geral, estes custos são agrupados nos seguintes subcapítulos:

1. Custos de estrutura da empresa;

2. Custos industriais.

2.3.1 - Custos de estrutura da empresa

Os custos de estrutura da empresa englobam, fundamentalmente, os encargos seguintes:

· Vencimentos e encargos sociais da direcção da empresa (director geral, directores de

serviços, secretárias da direcção, telefonistas, etc.);

· Honorários pagos pela empresa a consultores especializados;

· Gastos com a exploração e conservação dos edifícios onde estão instalados os serviços

centrais da empresa (aluguer ou amortização, reparações, conservação e limpeza, água, gás,

electricidade, telefone, aquecimento e outros gastos);

· Vencimentos e encargos sociais do pessoal de chefia e executivo dos serviços centrais que

desempenham as funções da empresa de natureza não especificamente técnica,

nomeadamente, serviço administrativo, serviço comercial, serviço financeiro e serviço de

contabilidade;

· Amortização e conservação do mobiliário e equipamento de direcção e dos serviços centrais

da empresa (secretárias, estiradores, cadeiras, máquinas de escrever e de calcular, máquinas

de contabilidade, etc.);

· Gastos com fornecimentos para a exploração dos serviços centrais da empresa (material de

desenho, cópias, impressos, selos, jornais e revistas, etc,.);

Page 71: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

63

· Amortização e despesas de exploração das viaturas ao serviço da direcção e dos serviços

centrais da empresa;

· Seguros de viaturas, contra roubos e incêndios, de pessoal e outros relacionados com

actividade da empresa;

· Encargos financeiros (juros de empréstimos, de garantias bancárias, de investimentos e

outros);

· Despesas de natureza comercial (contencioso, publicidade, gastos de representação e

obtenção de informações, etc.);

· Contribuições, taxas e impostos.

2.3.2 - Custos industriais

Os custos industriais englobam as despesas realizadas pelos serviços centrais da empresa que

asseguram a realização da função técnica e de segurança, designadamente os seguintes:

• Gastos com o pessoal de chefia e executivo do serviço técnico e do serviço de estudos e

métodos (engenheiros, arquitectos, desenhadores, medidores orçamentistas, etc.) quando

não são imputáveis às obras, como por exemplo, nos estudos das propostas de trabalho

que não são adjudicados à empresa;

• Despesas com o serviço de pessoal, nomeadamente das actividades de admissão,

despedimento e pagamento do pessoal da empresa;

• Encargo com o serviço de equipamento e viaturas da empresa (vencimentos e salários de

pessoal, amortizações e custos de exploração de viaturas e máquinas) que não são

imputáveis às obras;

• Gastos com licenças e patentes;

Page 72: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

64

• Despesas com as instalações do estaleiro central da empresa (carpintaria, serralharia,

armazéns, parques, etc.) que não são distribuídos pelas diferentes obras.

Nos custos indirectos podemos incluir numa outra rubrica que são os custos constituídos pelas

despesas imputáveis a uma determinada obra, embora não sejam afectos directamente à execução

dos trabalhos. Esta rubrica seria designada por Custos gerais imputáveis à obra e englobariam as

seguintes despesas:

• Despesas dos estudos realizados pela empresa ou por consultores especializados, para

apresentação da proposta;

• Gastos com a adjudicação, garantias bancárias, selos de contrato, aquisições de

exemplares do projecto e outro;

• Encargos financeiros e comerciais resultantes do contrato.

Os benefícios que as empresas esperam obter com a execução das obras, também são incluídos

nos custos indirectos, sob a designação de lucros e riscos.

2.4 - Custos de Estaleiro

2.4.1 - Componentes do custo de estaleiros

Os custos de estaleiros englobam fundamentalmente, os encargos seguintes:

1. Despesas com o pessoal de estaleiro:

• Vencimento do pessoal de direcção técnica da obra, de pormenorização do projecto de

construção, de condução e de controle dos trabalhos: engenheiros, arquitectos,

desenhadores, encarregados, etc;

• Vencimento e salários de pessoal dos serviços auxiliares de apoio à execução da obra,

nomeadamente: escritórios e armazéns, cargas e descargas, oficinas de cofragens, de

Page 73: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

65

armaduras e de serralharias, enfermarias, guarda e limpeza de estaleiros e outras

actividades.

2. Despesas com instalações do estaleiro:

• Gastos de amortização, transporte, montagem, desmontagem e conservação das

instalações do estaleiro: escritórios, armazéns, dormitórios, refeitórios, sanitários,

oficinas, enfermaria, laboratórios de ensaios e outras instalações;

• Gastos com a construção, conservação e eventual demolição de vias de acesso e

circulação no estaleiro, vedações, redes de água, de esgotos, de telefone, de energia

eléctrica e outras instalações necessárias à exploração do estaleiro;

• Encargos com amortização, transporte, montagem e desmontagem e conservação de

andaimes, cavaletes e outros meios auxiliares de construção.

• A determinação dos custos fixos (amortizações, juros, etc.) e variáveis (conservação e

reparação) de instalações e meios auxiliares de conservação, serão determinadas de forma

semelhante à dos equipamentos.

3. Despesas com equipamentos mecânicos:

• Quando os equipamentos têm uma incidência dominante nos custos directos, ou

contribuem para a execução de trabalhos bem definidos, afigura-se que as respectivas

despesas devam ser atribuídas a cada trabalho;

• Se os equipamentos são utilizados simultaneamente na execução de diferentes trabalhos e

o controlo da sua repartição é difícil e dispendioso, parece ser vantajosa a imputação

global ao estaleiro.

2.4.2 - Cálculo do custo de estaleiros

A primeira tarefa a ser realizada por quem pretenda determinar o custo de um estaleiro é tomar o

inteiro conhecimento do trabalho a realizar. Para isso conta com o projecto da obra, no seu

Page 74: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

66

conjunto de peças escritas e desenhadas tomando conhecimento de todas as especialidades

intervenientes.

Deverá ser feita uma visita ao local da obra. Esta visita permite uma avaliação das condições

locais que sem a qual não é possível uma determinação real do custo de estaleiros. Desta visita

temos que tomar o conhecimento sobre o local da obra e sobre o solo:

1. Condições geológicas, geotécnicas, meteorológicas e climáticas do local e da região;

sondagens e ensaios dos solos.

2. Condições da bacia hidrográfica do local da construção; possibilidades de perturbações dos

trabalhos por enxurradas, inundações, alagamentos, etc.

3. Condições anemológicas, dado o possível efeito perturbador dos ventos fortes sobre

equipamentos de grande porte (gruas, torres de andaime, etc.) na movimentação de grandes

peças.

4. Pluviosidade local, dado o efeito perturbador das chuvas sobre o desenvolvimento de certos

trabalhos.

5. Condições climáticas do local e região, dado o facto de que, a partir de certos limites, o calor

e o frio têm forte efeito perturbador no rendimento dos operários, no comportamento de

alguns materiais e até na eficiência de alguns equipamentos mais sensíveis.

Estas condições são muito importantes, pela mobilização de recursos a que por vezes obrigam,

impondo até horários de trabalhos especiais.

Para a determinação do custo de estaleiro é necessário o dimensionamento dos grupos de

actividades e dos meios. Este dimensionamento passa por determinar o volume de material para

cada tarefa e o período em que vão ser consumidos. Nos casos em que os consumos não sejam

regularmente distribuídos no tempo há que prever “stocks” mínimos para garantir a laboração por

certo período.

Page 75: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

67

Através dos volumes dos materiais a aplicar diariamente pode se determinar as necessidades em

termos de transportes, de manuseamento, etc. Do mesmo modo, conhecendo-se as condições dos

mercados para esses mesmos materiais, se poderá calcular a dimensão e o arranjo físico dos

armazéns.

A avaliação da mão-de-obra necessária para a realização dos trabalhos permite-nos saber quantos

trabalhadores, de cada especialidade, deverão constituir o grupo de trabalho. A determinação das

ferramentas e equipamentos necessários por cada trabalhador de cada especialidade levará ao

número de ferramentas e equipamentos necessários a cada grupo de trabalho e os correspondentes

períodos de utilização.

Para a determinação das necessidades para a realização da obra, e consequentemente para o

cálculo do estaleiro, propõem-se a análise das barras de planeamento. A partir da análise das

barras de planeamento chegaremos as necessidades de cada grupo de trabalhadores (incluindo os

grupos de assistência). O somatório das necessidades de cada grupo resulta no conhecimento das

necessidades globais do estaleiro.

Existe um conjunto de dispositivos a serem dimensionados para a determinação do custo de

estaleiro (Branco, J. Paiz):

a) Vedação a prever para a totalidade do terreno ou apenas nas zonas consideradas;

estabelecimento de tipos, altura, etc.

b) Publicidade a fixar, contendo diversa informação, em tabuletas: locais, dimensões,

dizeres, características.

c) Caminhos internos a localizar com o dimensionamento e as características necessárias,

face à utilização prevista.

d) Armazéns a dimensionar partindo dos planos de fornecimentos, características dos

materiais e dispositivos de movimentação de cargas; localização racional e tipo de

edifícios.

Page 76: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

68

e) Escritórios a dimensionar e organizar, a partir do dimensionamento e esquema de

funcionários previstos.

f) Dormitórios a instalar de acordo com a quantidade de pessoas deslocadas, com as

condições climatéricas locais e com a legislação aplicável.

g) Posto de assistência médica e primeiros socorros a prever, com as salas e equipamentos

necessários ao exercício da medicina no trabalho e prestação de pequenos socorros.

h) Refeitório a instalar, com as dimensões e condições para aquecimento de refeições e/ou

confecção destas, se forem essas as condições previstas para o local.

i) Ferramentaria a dimensionar de acordo com as necessidades e normas de funcionamento

da empresa, devendo contar-se com uma pequena oficina de reparações extras.

j) Sanitários a instalar em grandes unidades junto dos dormitórios e em pequenas

quantidades, individuais ou duplas, a distribuir pelas zonas de trabalho.

k) Oficinas de apoio, serralharia, mecânica, carpintaria, pintura, etc., a dimensionar de

acordo com as necessidades, situação da obra e natureza dos trabalhos.

l) Balneários a instalar junto dos dormitórios, de acordo com as necessidades, prevendo-se

zona para vestiário em anexo, dimensionado de acordo com os grupos de actividade.

m) Vigilantes dispondo de pequenos abrigos para vigilância nocturna, se necessário, e de

acordo com as condições climáticas da região.

n) Centrais de betão, caminhos de grua, abrigos para viaturas, a prever de acordo com a

organização dos trabalhos.

o) Redes de água, de energia eléctrica, de telefones, de esgotos, de drenagem, de ar

comprimido, etc.

Concluídos estes estudos, elaboram-se as respectivas medições e a determinação dos custo de

estaleiro, incluindo os trabalhos de levantamento do estaleiro no fim da obra.

Page 77: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

69

Para a determinação dos custos de estaleiro é indispensável a consulta do Decreto Lei nº 155/95,

de 1 de Julho que transpõe para o direito interno a Directiva Comunitária (92/57/CEE). Esta

Directiva (Directiva Estaleiros Temporários ou Móveis) veio regular as condições de segurança e

saúde no sector da Construção Civil e Obras Públicas.

A Directiva 92/57/CEE, do conselho de 24 de Junho de 1992 vem estabelecer a prescrições

mínimas de segurança e saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis. A satisfação destas

prescrições mínimas implicam custos que devem ser determinados e incluídos nos custos de

estaleiro.

A determinação do custo de um estaleiro pode ser feita segundo duas vias:

• Medição do estaleiro;

• Percentagem (%) × Custo Directo da obra.

2.4.2.1 - Medição do estaleiro

Segundo este método, o custo de estaleiro resulta da medição de todos os recursos intervenientes,

multiplicados por um determinado custo unitário. Embora sendo este o método mais correcto e

preciso, não será o mais prático e rápido para a orçamentação prévia de uma obra lançada a

concurso. Este procedimento obriga a que na altura de execução do orçamento, tenhamos de

conhecer os recursos a utilizar no estaleiro.

A determinação do custo unitário de cada recurso do estaleiro, será feita de uma forma

semelhante à vista para os custos directos.

Para a determinação do custo de um estaleiro seguindo este procedimento, poderemos apoiar-nos

em algumas fichas existentes para o efeito.

2.4.2.2 – Percentagem (%) × Custo Directo da obra

Este método corresponde a um sistema mais expedito de determinar o custo de um estaleiro.

Page 78: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

70

Em função da experiência que a firma tem na execução de obras anteriores, do mesmo tipo, é

possível fazer uma previsão dos encargos que terá com o estaleiro da obra que se está a

orçamentar.

Este método é correntemente usado, uma vez que sendo os prazos para apresentação de propostas

normalmente muito curtos, ter-se-ia de despender muitas horas para quantificar em simultâneo

com os mapas de trabalhos apresentados pelo dono de obra, todos os recursos necessários ao

funcionamento do estaleiro.

É, no entanto, de realçar que as linhas mestras do estaleiro poderão ser esboçadas nesta fase,

tendo esta ponderação particular importância na determinação da percentagem a atribuir.

Capítulo III – Medições e Orçamentos

3.1 - A integração das Medições com o Orçamento

3.1.1 - Mapa de Trabalhos/Quantidades (detalhado)

Documento onde estão definidas e quantificadas as tarefas necessárias para a execução de uma

determinada empreitada, de forma detalhada (por exemplo, se estamos a medir a pintura de uma

sala, as paredes aparecem particularizadas, uma a uma, pelas sua dimensões, altura e largura,

descontando-se os vãos no final, seguindo o mesmo critério de medição, altura e largura).

3.1.2 - Mapa Resumo de Trabalhos/Quantidades

Como o próprio nome o indica, trata-se de obter o resumo dos valores do Mapa de

Trabalhos/Quantidades (detalhado), de forma a ficarem apenas as parcelas que interessam para

Page 79: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

71

identificar o total de um trabalho do mesmo tipo a realizar na empreitada (no exemplo anterior,

corresponderia apenas à área total de pintura efectivamente a realizar na sala).

3.1.3 - Orçamento

Como já foi referido anteriormente, o orçamento é o resultado da multiplicação das quantidades

de cada trabalho previstas nas medições pelo respectivo custo.

Assim, partindo do Mapa Resumo de Trabalhos/Quantidades, introduzimos as variáveis

necessárias para a atribuição de um preço final composto por unidade de trabalho a realizar. Do

total de todas as parcelas sairá o preço estimado da obra.

Em termos rigorosos as premissas a contabilizar para a determinação do preço unitário são

diversas e nem sempre fáceis de obter. De qualquer modo, de uma forma que se pode considerar

satisfatória, devem-se incluir os seguintes itens:

• Material (preço unitário e rendimento);

• Mão-de-Obra (custo hora e rendimento);

• Equipamentos (custo hora e rendimento);

• Custos indirectos;

• Lucro (percentagem).

O preço unitário será o que corresponde a uma unidade de fabrico para se cumprir a tarefa (por

exemplo, 1m2 de reboco, ou 1 m3 de betão), o custo hora é o valor atribuível a uma hora de

trabalho do operário ou de emprego de uma máquina, atendendo a todos os encargos que são

inerentes (vencimento, segurança social, seguros, ou combustível, manutenção, etc., no caso de

equipamentos).

Rendimento, como já foi referido quando se abordou a problemática dos custos directos, é,

sumariamente:

Page 80: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

72

• Para materiais corresponde à porção da quantidade efectivamente consumida que é, na

realidade, utilizada com êxito no fabrico (por exemplo, na aplicação de um reboco, 5% da

argamassa perde-se entre transporte e o chapinhar, pelo que o rendimento é de 0,95, ou

seja 95%);

• Para mão-de-obra será a quantidade de unidades que numa hora o homem consegue

fabricar (por hipótese, se um carpinteiro de toscos apenas necessitar de meia hora para

executar 1 metro quadrado de cofragem, seu rendimento tem o valor numérico de dois, já

que executa dois metros quadrados por hora);

• Para equipamentos resulta na quantidade de unidades de trabalho que numa hora a

máquina consegue executar (assim, se uma pá carregadora conseguir remover 15m3 de

terreno numa hora, o seu rendimento será precisamente de 15).

Na prática, quer por facilidade, quer por economia de tempo, muitas vezes o preço final é

encontrado de forma mais empírica, dispensando-se os itens acima apresentados e arbitrando-se

directamente o preço composto (como, por exemplo, conhecendo-se o preço do material,

somando imediatamente o custo estimado da mão-de-obra). Podendo, desta forma, designar o

primeiro por detalhado e este apenas por Orçamento, sendo isto tanto mais correcto, quanto o

facto de para efeitos de proposta/concurso só este último interessar.

Em anexo junta-se um exemplo dos conceitos aqui expostos:

• Mapa de Trabalhos/Quantidades (detalhado);

• Mapa Resumo de Trabalhos/Quantidades;

• Orçamento (detalhado);

• Orçamento.

3.2 - Erros e Omissões

No Artigo 14.º do Decreto Lei 59/99 temos definidos dois tipos de erros ou omissões:

Page 81: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

73

• Erros e omissões do projecto relativos à natureza ou volume dos trabalhos por se

verificarem diferenças entre as condições locais existentes e as previstas ou entre os dados

em que o projecto se baseia.

• Erros de cálculo, erros materiais e outros erros ou omissões das folhas de medições

discriminadas e referenciadas e respectivos mapas-resumo de quantidades de trabalhos,

por se verificarem divergências entre estas e o que resulta das restantes peças do projecto.

Relativamente aos erros e omissões do projecto e das folhas de medições, podemos apontar como

consequência o acréscimo ou redução dos custos da obra (consequências financeiras) com o

surgimento dos seguintes trabalhos:

• Trabalhos referentes a erros do projecto: trabalhos da mesma espécie dos previstos cujas

as quantidades a mais e a menos resultaram de erros do projecto reclamados pelo

Empreiteiro nos prazos legais.

• Trabalhos referentes a omissões do projecto: trabalhos de espécie diferente dos previstos

resultantes de omissões do projecto reclamados pelo Empreiteiro nos prazos legais.

• Trabalhos a mais e a menos da mesma espécie dos previstos: trabalhos da mesma natureza

dos previstos ou das omissões e a executar nas mesmas condições, cujas quantidades

diferem das previstas.

• Trabalhos a mais e a menos de espécie diferente dos previstos: trabalhos de natureza

diferente dos previstos e das omissões ou a executar em condições diferentes das

previstas.

A apresentação da reclamação destes trabalhos deverá ser feita pelo Empreiteiro num prazo

máximo de 66 dias ou no que for estabelecido no caderno de encargos, de acordo com a

dimensão e complexidade da obra, mas não inferior a 15 dias, contados da data de consignação.

Page 82: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

74

O Empreiteiro poderá ainda reclamar contra erros ou omissões do projecto desde que o faça num

prazo de 11 dias da sua verificação e que demonstre que lhe era impossível descobri-lo mais

cedo.

O Dono de Obra deverá notificar o Empreiteiro da sua decisão sobre as reclamações relativas a

erros e omissões do projecto e das folhas de medições no prazo máximo de 44 dias contactos da

data da sua apresentação.

O Empreiteiro é obrigado a executar os trabalhos a mais que lhe sejam ordenados por escrito pelo

Dono da Obra e o Fiscal da obra fornecerá todos os elementos necessários para a execução dos

mesmos.

A lista dos preços para os trabalhos a mais que não constam no contrato deverá ser apresentado

pelo Empreiteiro no prazo de 15 dias a contar da data de recepção da ordem de execução dos

trabalhos. Este prazo poderá ser prorrogado desde que o Empreiteiro o solicite e apresente

justificação.

O Dono de Obra dispõe de um prazo de 15 dias para decidir se aceita a lista de preços

apresentada pelo empreiteiro. Caso não o faça dentro deste prazo os trabalhos serão aprovados

tacitamente salvo se, dentro deste prazo, o dono da obra comunicar que carece de mais prazo para

se pronunciar e para o que disporá, neste caso, de mais 15 dias.

3.3 - Autos de Medição

As medições são feitas no local da obra com a assistência do Empreiteiro e do Dono de Obra e

dela se lavrará o auto que deve ser assinado pelos intervenientes. Os métodos e critérios a adoptar

para a realização das medições serão as estabelecidas no caderno de encargos.

As medições incluem todos os trabalhos executados, podendo ser discriminados em:

• Trabalhos previstos: trabalhos cuja natureza e quantidades hajam sido previstos no mapa

de quantidades que serviu de base ao concurso.

Page 83: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

75

• Trabalhos referentes a erros do projecto: trabalhos da mesma espécie dos previstos cujas

as quantidades a mais e a menos resultaram de erros do projecto reclamados pelo

Empreiteiro nos prazos legais.

• Trabalhos referentes a omissões do projecto: trabalhos de espécie diferente dos previstos

resultantes de omissões do projecto reclamados pelo Empreiteiro nos prazos legais.

• Trabalhos a mais e a menos da mesma espécie dos previstos: trabalhos da mesma natureza

dos previstos ou das omissões e a executar nas mesmas condições, cujas quantidades

diferem das previstas.

• Trabalhos a mais e a menos de espécie diferente dos previstos: trabalhos de natureza

diferente dos previstos e das omissões ou a executar em condições diferentes das

previstas. Estes trabalhos devem ainda ser subdivididos em:

a) Trabalhos com preços já acordados;

b) Trabalhos com preços por acordar.

Nestes casos todos os trabalhos deverão ser discriminados em função das datas em que os preços

foram acordados. Esta discriminação dos trabalhos permite efectuar a revisão de preços tendo em

consideração os índices base correspondentes às datas em que foram calculados os preços.

Sobre as quantidades determinadas a partir da medição dos trabalhos executados de cada espécie

serão aplicados os preços unitários, apresentados pelo Empreiteiro com o contrato ou dentro dos

prazos legais de reclamações.

3.4 - Pagamento da obra

O modo pagamento da obra dependerá do tipo de empreitada estabelecido entre o Empreiteiro e o

Dono de Obra. As empreitadas podem ser as seguintes:

• Por preço global;

• Por série de preços;

Page 84: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

76

• Por percentagem.

Pode ser estabelecido, na mesma empreitada, diversos modos de retribuição para as distintas

partes da obra ou diferentes tipos de trabalhos.

A retribuição do empreiteiro será sempre feita com base nas medições, no projecto ou na obra,

dos trabalhos realizados pelo mesmo. Sobre as quantidades determinadas serão aplicados os

preços unitários apresentado pelo Empreiteiro com a sua proposta.

No caso da empreitada por percentagem, a regra anterior não se aplica visto o valor de cada

pagamento ser apurado com base na factura apresentada pelo Empreiteiro em cada período (que

normalmente é mensal) com a discriminação de todas as despesas efectuadas, devidamente

acompanhada com documentos justificativos necessários, o qual será acrescido da percentagem

estipulada no contrato para cobrir as despesas de administração e remuneração do Empreiteiro.

Podemos assim definir três modalidades de pagamentos que estão directamente relacionadas com

o tipo de empreitada:

• Pagamento por medição;

• Pagamento em prestações, fixas ou varáveis;

• Pagamentos por despesas.

3.4.1 - Empreitada por preço global

Estamos perante uma empreitada por peço global quando o montante de remuneração,

correspondente a realização de todos os trabalhos necessários para a execução da obra ou parte da

obra objecto de contrato, é previamente fixado.

O pagamento da empreitada por preço global poderá ser efectuado nos seguintes modos:

• Prestações periódicas fixas;

Page 85: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

77

• Prestações variáveis.

Estas prestações são fixadas em função das quantidades de trabalhos periodicamente executados.

No caso das prestações fixas, o contrato fixa os seus valores, as datas dos seus vencimentos e a

sua compatibilização com o plano de trabalhos aprovados. Neste caso o Empreiteiro deverá

apresentar um mapa que defina o estado de adiantamento dos trabalhos em relação às previsões

do plano em vigor, o qual deverá ser verificado pela fiscalização.

No caso das prestações variáveis, o pagamento será efectuado com base nas medições de

trabalhos executados e nos preços unitários contratuais. O processo é idêntico ao efectuado no

pagamento por série de preços que em seguida será apresentado.

A lista dos preços unitários que servirão de base a proposta do Empreiteiro são apresentados

pelos mesmos.

3.4.2 - Empreitada por série de preços

Entende-se por empreitada por série de preços quando a remuneração do empreiteiro resulta da

aplicação dos preços unitários previstos no contrato para cada espécie de trabalho a realizar às

quantidades desses trabalhos realmente executadas.

O pagamento será efectuado periodicamente através da aplicação dos preços unitários,

apresentados pelo Empreiteiro com o contrato, sendo as quantidades determinadas a partir da

medição dos trabalhos executados de cada espécie. Esta modalidade de pagamento é designada

de pagamento por medição, onde as medições são feitas no local da obra com a presença do

empreiteiro e do dono de obra. Após a realização das medições lavra-se o auto de medição que

deverá ser assinado tanto pelo empreiteiro como pelo dono de obra ou seus representantes.

Page 86: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

78

3.4.3 - Empreitada por percentagem

Neste tipo de empreitada, o empreiteiro assume a obrigação de executar a obra por preço

correspondente ao seu custo, acrescido de uma percentagem destinada a cobrir os encargos de

administração e a remuneração normal da empreitada.

O custo dos trabalhos resulta do somatório dos gastos correspondentes a materiais, pessoal,

direcção técnica, estaleiros, transportes, seguros, encargos inerentes ao pessoal, depreciação e

reparação de instalações, de utensílios e de máquinas, e a tudo que o mais necessário para a

execução dos trabalhos, desde que os gastos sejam de acordo com o dono da obra, nos termos

estabelecidos no caderno de encargos.

Os encargos administrativos e o lucro do empreiteiro será fixado no contrato de empreitada.

Os pagamentos serão feitos mensalmente com base em factura apresentada pelo empreiteiro

correspondente ao custo dos trabalhos executados durante o mês anterior, acrescido da

percentagem destinada a cobrir os encargos administrativos e o lucro do empreiteiro.

3.5 - A integração das Medições e Orçamento com as outras Peças Escritas do

Projecto

3.5.1 - Caderno de Encargos

O caderno de encargo constitui especificações para projecto. Os requisitos a considerar no

projecto relativamente à obra, incluindo os requisitos legais e regulamentares aplicáveis, devem

ser identificados, documentados e analisada a sua adequabilidade relativamente ao projecto.

3.5.2 - Condições Técnicas (Gerais e Especiais)

Os mapas de medições só por si não se constituem elementos suficientes para a elaboração de um

orçamento. Como complemento, existem elementos para a boa execução da obra, por exemplo,

especificações técnicas de pinturas, normas, formas de ensaios, técnicas de controlo, etc.

Page 87: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

79

As Condições Técnicas Gerais dividem-se, vulgarmente, em dois tomos:

• Natureza e qualidade dos materiais;

• Modo de aplicação dos materiais.

E dizem respeito ao tipo de materiais que normalmente surgem em todas as obras, como a água e

a areia.

As Condições Técnicas Especiais dirigem-se para os materiais ou tarefas mais específicos a obra

em questão, não implicando tal que não possam ser volumosas e extensivas a todas as partes e

fases da obra (desde os trabalhos de fundações até aos arranjos exteriores).

3.5.3 - Memórias Descritiva e Justificativa

Constituem elemento fundamental para definir as características da obra, seja na sua concepção

como execução, contribuindo para estabelecer o espírito e o mapa de medição e a sua relação

com o orçamento.

Page 88: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

80

Capítulo IV – Conclusões

No presente trabalho procurou-se atingir o objectivo de apresentar um texto suficientemente

completo, mas sucinto, sobre o tema medições e orçamentos.

No capítulo referente as medições, procurou-se, de uma forma condensada, apresentar as regras

básicas para cada especialidade da construção, a serem utilizadas na realização das medições, e

que possam ser consultadas de uma forma simples e rápida. Podemos afirmar que o texto

apresentado é satisfatório para a resolução dos casos correntes, representado uma boa síntese

sobre o que de esta matéria se tem escrito. Contudo, a consulta destas regras mais representativas

pode não dispensar a leitura de outra bibliografia sobre o tema, quando for necessário um

conhecimento mais profundo ou a própria especificidade e complexidade da obra o exigir.

Na abordagem da temática dos orçamentos, verificou-se que se torna sistematicamente necessária

a realização de uma análise cuidada dos dados e requisitos do processo de obra que se estuda,

contrariamente ao que será a situação normal, em que a falta de tempo para a elaboração dos

preços o não permite, com todos os inconvenientes que resultam de um orçamento deficiente

(como a perda de um concurso por preço excessivo ou, pelo contrário, ganhar obras com

orçamentos que não permitem a sua execução). Na verdade, sem esta apreciação criteriosa não é

possível quantificar de uma forma correcta todos os custos inerentes a obra. Neste trabalho

entendeu-se recomendar uma estrutura de custos (directos, indirectos e de estaleiro) que permite-

se englobar todas as despesas que são realizadas numa obra, efectuando-se o orçamento com o

detalhe adequado, justificável e essencial.

Na avaliação dos custos directos, foram analisadas todas as despesas que incidem imediatamente

na execução de um trabalho, nomeadamente as despesas com mão-de-obra, material e

equipamentos.

Para os custos indirectos também foi seguida a mesma metodologia, subdividindo em custos de

estrutura da empresa e custos industriais.

Page 89: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

81

Relativamente aos custos de estaleiro, dado aos prazos apertados para a entrega da proposta e a

morosidade da sua determinação através da medição de todos os recursos, podemos concluir que

o método de determinação por percentagem do custo directo da obra é o mais apropriado, desde

que as empresas possuam uma base de dados com o registo do custo de estaleiros para os vários

tipos de obra.

No terceiro capítulo deste trabalho foi demonstrada a dependência e relação existente entre as

medições e o orçamento, bem como a sua importância e pertinência no processo de Erros e

Omissões, Autos de Medição e consequentemente o pagamento da obra. Ainda neste capítulo

falamos sobre a integração das medições e orçamentos com as restantes Peças Escritas do

Projecto.

Com a ilustração de um exemplo muito simples (em anexo), pensa-se ter completado, com

sucesso, a associação entre a exposição teórica e a finalização prática do tema que se decidiu

debater, acreditando que a presente monografia poderá servir para resolver a grande maioria das

situações concernentes a medições e orçamentos na Construção Civil.

Page 90: Medicoes e Orcamentos

MEDIÇÕES E ORÇAMENTOS

82

Bibliografia

• Fonseca, M. Santos, 1999, Curso sobre regras de medição na construção, LNEC, Lisboa

• Fernando A. Cabral – Manuel M. Roxo, 1996, Construção Civil e Obras Públicas: A

coordenação de Segurança, IDICT – Instituto de Desenvolvimento e Inspecção de

Condições de Trabalho

• Branco, J. Paz, Manual de Estaleiros de Construção de Edifícios, LNEC

• Regime jurídico das empreitadas e fornecimento de obras públicas, Decreto Lei 59/99 de

02 de Março

• Machado, Luís Fontes, 1996, Construção Civil, Manual de Segurança no Estaleiro

• Faria, J. Amorim, Custos e Orçamentos, Cálculo dos preços de Venda, FEUP

• Ritz, J. George, 1990, Total Engineering Project Management, MacGraw - Hill

• 1987, Programas de Concurso Tipo e Caderno Encargos Tipo para as Empreitadas de

Obras Públicas e Legislação Complementar, Imprensa Nacional – Casa da Moeda

• Branco, J. Paz, 1991, Rendimentos de Mão-de-obra, Materiais e Equipamentos em

Edificações e Obras Públicas, Texto Editora, Lisboa

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ANEXO - Exemplo de Aplicação

Anexo – Dados do problema

Como exercício do cálculo de uma medição e correspondente orçamento, apresenta-se o caso de

uma pequena construção - edifício constituído pelas as quatro paredes exteriores, um vão de

porta, parede interior e tecto (tratando-se de um exemplo que se pretende sucinto, desprezam-se

os demais elementos construtivos correntes, como a cobertura e pavimento, bem ainda como

outras tarefas normalmente presentes).

Dados:

• Pé-direito: 3 metros;

• Todas as vigas são rasas;

• Dimensões da porta: 1,60x1,20;

• Parede interior com 2 metros.

NOTA: Verificar que foi introduzido um Erro e uma Omissão de medição propositados, já que

não surge o artigo e a quantificação da parede interior no que se refere a execução de alvenaria de

11cm (omissão) nem a quantidade de pintura desta parede (erro).

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Anexo – Geometria do problema

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Anexo – Mapa de Medições Detalhado

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Anexo – Mapa de Medições Resumo

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Anexo – Orçamento detalhado

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Anexo – Orçamento resumo