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GRUPO BENEFICENTE JESUS DIVINO MESTRO DEPARTAMENTO DOUTRINÁRIO Página 1 GRUPO BENEFICENTE JESUS DIVINO MESTRE r. Amparo, 159 Vila Prudente CEP: 03151-060 São Paulo – Tel: 6347-3110 MEDIUNIDADE FÍSICA ESPIRITUAL - 1ª PARTE

MEDIUNIDADE FÍSICA ESPIRITUAL - 1ª PARTE e apostilas/Apostila completa... · Podemos considerá-lo como possuidora de uma coloração que pode ir desde o escuro e opaco, até a

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MEDIUNIDADE FÍSICA ESPIRITUAL - 1ª PARTE

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O MÉDIUM - SUA SENSIBILIDADE - DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

O bom médium é aquele que está sempre disposto a servir, sem exigências; sua dotação mediúnica se

revela pela sua apurada sensibilidade espiritual, acompanhada de uma melhor disposição física que facilite

registrar a presença dos espíritos.

As dificuldades e os obstáculos de ordem material e moral, quando transpostos dignamente, auxiliam a

compreender melhor as provas e expiações, predispondo os médiuns a uma dilatada capacidade de fé, repassada

com realizações no campo da experiência pessoal e de sua melhor sensibilidade emotiva e espiritual. Através do

estudo e, principalmente, de muita disciplina, o médium se prepara para o serviço ao próximo. O Evangelho é

poderoso auxiliar no desenvolvimento mediúnico. A reforma íntima, sua pedra de toque. É na oração e na

humildade que o médium alcançará maiores bênçãos e refazimento. Quanto mais evoluído , moralmente, o

médium, maior será seu alcance e potencial vibratórios. O desenvolvimento mediúnico se dá ao longo da vida,

naturalmente. Na velhice, não é a melhor fase. Na criatura com tarefas dento do campo da mediunidade, desde

logo aparecem os sinais no seu caminho. Preparado o médium, o serviço aparece.

O médium espírita é um ser humano comum com qualquer outro, sem maiores méritos ou prerrogativas

adicionais, o que o diferencia dos demais é o seu conhecimento acerca da verdade espiritual e sua inquebrantável

moral. Fazer o bem pelo simples prazer de o praticar. Ter como lema "fora da caridade não há salvação".

Diz Emmanuel : "a bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para

crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as

correntes santificantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica".

Jesus também estabeleceu seus padrões para os discípulos. Deveriam viver, sem contendas, sem

azedume, unidos. Haver sempre o respeito entre os cônjuges, os filhos, os servos e humildes, para a vitória

contra si próprios. Também o Apóstolo Paulo, recomendou-lhes de forma bastante clara: "E renovai-vos pelo

espírito de vosso sentir". Essas palavras, obviamente, induzem o homem a operar dentro de si uma reforma pelo

sentimento à luz do Evangelho. Isso significa que, para operar dentro de si a reforma interior, o homem deve se

orientar pelo modelo do Cristo.

ESPÍRITO - PERISPÍRITO- CORPO FÍSICO

Mostra a História da Ciência que a vida era entendida, na Antigüidade, em torno de 5000 anos atrás,

como a expressão do conjunto matéria-espírito. Os antigos desenvolviam a união do corpo e do espírito como

um dado sem provas. Partiam do pressuposto lógico decorrente de suas experiências pessoais. O povo judeu

também desenvolveu o mesmo principio, e o Velho Testamento está repassado das idéias de comunhão espírito-

matéria. O próprio mito da criação, o primeiro livro do Pentateuco, de Moisés, diz que Deus "soprou nas narinas

o fôlego da vida e o homem passou a ser alma. Paulo se utiliza da simbologia para estabelecer a relação espírito-

matéria. "Assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial". E

ainda: "Eis que vos digo um mistério! Não morremos todos, mas todos seremos mudados.

ESPÍRITO

"O Livro dos Espíritos" (cap. l, perg. 76), define os Espíritos como sendo "os seres inteligentes da

Criação", que se apresentam ao mundo espiritual como "uma chama, um clarão ou uma centelha etérea".

Podemos considerá-lo como possuidora de uma coloração que pode ir desde o escuro e opaco, até a

uma brilhante, conforme a pureza de cada um. Espíritos de maior elevação podem percorrer o espaço com a

rapidez do pensamento, não lhes sendo a matéria obstáculo para locomoção, podendo passar através de tudo.

O pensamento é função de tudo. O pensamento é função do espírito, pois é este quem pensa.

A distância pode ser percorrida pelo espírito com a velocidade de um jato, quase instantaneamente,

como também poderá percorrê-la passo a passo, isto é, inteirando-se de todos os detalhes do percurso,

dependendo de sua vontade e necessidade.

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Os espíritos não podem estar presentes ao mesmo tempo em dois ou mais lugares, pois são

indivisíveis. Cada um, entretanto, é um foco que irradia luz para infinitos pontos. Essa faculdade pode fazer

o espírito aparecer em muitos lugares ao mesmo tempo, visto que por irradiação, mais ou menos poderosa,

conseguirá influenciar muitas mentes de só vez.

Um exemplo disso seria o SOL, que é uno, contudo irradia em todos os sentidos calor e luz, levando

para muito longe seus raios e para isso não precisa necessariamente dividir-se.

O fato é semelhante a cada espírito, uma unidade indivisível, que pode projetar seus pensamentos

para diversos pontos, sem que para tal tenha que fragmentar-se.

PERISPÍRITO

Como corpo fluídico dos Espíritos, é o laço que prende a alma ao corpo, envoltório formado de fluidos

ambientes.

A função do perispírito, como laço fluídico, é ligar, na encarnação, o Espírito ao corpo físico. Na

morte deste, quando deixa de absorver o fluido vital, desfaz-se esta união, do corpo físico com o perispírito.

Não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida do Espírito

(Alan Kardec - GE, cap. XI, item 18).

O perispírito está envolto numa substância fluídica, que lhe permite elevar-se na atmosfera e

transportar-se para onde queira. Esse envoltório do espírito vem do FCU. Os espíritos que habitam os

mundos superiores, para virem ao nosso meio, necessitam revestir-se da matéria fluídica própria de nosso

mundo. Esse revestimento ou vestimenta, de natureza não material, é basicamente flexível e palpável para

os olhos dos encarnados (as materializações, por exemplo).

Desta forma, este ser pode se apresentar na forma que desejar, como por exemplo, uma criança, um

índio, um velho, um animal etc...

Durante a encarnação, o espírito conserva o seu perispírito sendo o corpo físico apenas um segundo

envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado à vida que terá pela frente, o desligamento do espírito

ao corpo denominamos de desencarne (morte do corpo).

O perispírito serve de intermediário do espírito ao corpo. É o órgão transmissor de todas as

sensações. Com relação às informações exteriores, pode-se dizer que o corpo as recebe, o perispírito as

transforma e o espírito, que é o ser sensível e inteligente, as recebe, por fim (as interpreta) e devolve a

reação adequada.

Quando o ato é de iniciativa do espírito, pode-se dizer que o espírito emite a ordem, o perispírito a

transmite ao corpo que a executa, ou tenta executá-la.

É por meio do perispírito que os espíritos atuam sobre a matéria e produzem os diversos fenômenos

mediúnicos de efeitos físicos.

Os espíritos podem se manifestar de várias formas: por efeitos físicos, como ruídos e movimentação

de objetos, e por efeitos invisíveis, onde atuam diretamente sobre os outros seres. Os espíritos de categoria

evoluída usam a manifestação pela palavra de médiuns, pela escrita, pintura, enfim todos os meios que

sirvam de comunicação com os encarnados.

Portanto, vimos que o complexo humano é composto de espírito, perispírito e corpo físico, como

ilustramos abaixo:

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Para atuar sobre um objeto, o espírito desencarnado combina o seu fluído perispiritual com o fluído

que se desprende do médium adequado (ectoplasma), ocupa os espaços existentes entre os átomos e as

moléculas da matéria do objeto (a matéria é cheia de espaços vazios, tendo apenas uma pequena

porcentagem de massa) e com a força do pensamento, age movimentando tal objeto, por exemplo.

Pelo fato dos espíritos mais atrasados vibrarem em faixas próximas às da Terra e terem interesses

materiais, possuem em suas organizações perispirituais, por um fenômeno de absorção automática, resíduos

e fluídos grosseiros, materiais, que facilitam a obtenção de fenômenos mediúnicos físicos. Por isso se

prestam mais a estes tipos de efeitos, que são sempre dirigidos por espíritos superiores.

Deverá haver certa simpatia entre os vários elementos que formam os degraus do progresso, desde

os que o dirigem, até o médium, que é o instrumento doador.

Na Introdução do "O Livro dos Espíritos", item VI, Kardec afirmou que "o Homem se compõe de

três elementos: o corpo, ou ser material, composto das partículas materiais idênticas àquelas utilizadas na

constituição fisiológica de todo animal; a alma, ser inteligente, imaterial, ou Espírito encarnado no corpo, e

o Perispírito, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito".

Estudando as religiões e filosofias, vê-se que muitos homens procuraram um elemento fluídico que

pudesse servir de união entre o corpo físico e o Espírito, numa harmônica gradação vibratória. Por exemplo:

No Egito (há 5 mil anos mais ou menos), acreditava-se na existência de um corpo chamado "KA ". Na índia,

denominavam de "Língua Sharira”. O Esoterismo Judeu denominou de "Nephesh". Os Filósofos gregos

chamaram de "Veículo Leve", "Corpo Luminoso" q "Carro Sutil da Alma". Os Brâmanes de "Kama-Rupa".

Hipócrates denominou-o de "Enormon". Pitágoras, de "Carne Sutil da Alma". Paracelso, de "Corpo Astral"

ou "Evestrom”. Aristóteles, de "Corpo Sutil e Etéreo”. Para Leibnitz, chamava-se "Corpo Fluídico". Para

Reichenbach era "Luz Adica”. Para o Dr. H. Baraduc era "Alma”. Para Paulo de Tarso, "Corpo Espiritual"

Corpo físico

Duplo Etéreo

Perispírito

Espírito

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ou "Corpo Incorruptível". A Kabala Hebraica denominava-o de "Rovach". Para o tradicionalismo latino,

"Imago". Para o tradicionalismo chinês, "Khi". Na Rússia, foi denominado de "Corpo de Plasma

Biológico", "Corpo Bioplasmático" e, hoje de "Corpo Energético”. Emmanuel o chama de "Campo

Eletromagnético " e André Luiz de "Psicossoma"'.

No exame de suas principais características, o "Perispírito deverá ser analisado, sob os seguintes

aspectos:

a) função: quando encarnado, é o intermediário entre o Espírito e o corpo somático, tendo como

função transmitir as sensações do corpo para o Espírito e as impressões do Espírito para o corpo;

b) forma: apresenta a aparência do corpo somático. Por ser de extrema plasticidade, ele se irradia

para o exterior do corpo, envolvendo-o numa espécie de atmosfera que o pensamento e a força de vontade

podem dilatar, mais ou menos. E, aliás, em decorrência desta plasticidade que Kardec explica os fenômenos

das aparições e das transfigurações" ("Obras Póstumas" - - Manifestações dos Espíritos, itens l a 22). É

também decorrente desta mesma plasticidade que se vêem as alterações perispiríticas, processadas pelas

entidades obsessoras, e as deformações das entidades vingadoras, dando aos Espíritos sujeitos aos seus

ataques formas animalescas monstruosas (zoantropia), de lobos vorazes (licantropia) e perda da forma

humana (ovóides), em decorrência das mais variadas técnicas do processo hipnótico (Martins Peralva — "O

Pensamento de Emmanuel", cap. 3, e Divaldo Pereira Franco — "Nos Bastidores da Obsessão", cap. 4);

c) densidade: rarefeita, nos Espíritos já evoluídos, e pastosa ou opaca, nos Espíritos ainda

imperfeitos;

d) coloração: luminosa e brilhante, nos Espíritos superiores e sem nenhum brilho, sem

luminosidade, nos Espíritos inferiores;

e) expansibilidade: é a chave para a explicação das alterações dos efeitos psicológicos, fisiológicos

e patológicos que os encarnados refletem. Foi por isso que Kardec afirmou em "Obras Póstumas"

(Manifestações dos Espíritos, itens 11, 12 e 16) que as ciências médicas acertarão mais, quando levarem em

consideração a plasticidade e a expansibilidade da roupagem dos Espíritos;

f) penetrabilidade: é a possibilidade que tem o Espírito de entrar em qualquer ambiente ou local, e

sair depois. O mundo material não lhe apresenta obstáculos de nenhuma espécie.

Em "Evolução em Dois Mundos", cap. XVII, André Luiz ensina: "Amadurecido para pensar e

lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera,

vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo

sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele,

por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa

rombóide.

Encetado o processo de sonolência, com as reações motoras empodrecidas e impondo

mecanicamente a si mesmo o descanso temporário, no auxílio às células fatigadas de tensão, isto desde as

eras remotas em que o pensamento se lhe articulou com fluência e continuidade, permanece a mente, através

do corpo espiritual, na maioria das vezes, justaposta ao veículo físico, à guisa de um cavaleiro que repousa

ao pé do animal de que necessita para a travessia de grande região, em complicada viagem, dando-lhe

ensejo à recuperação e pastagem, enquanto se recolhe ao próprio íntimo, ensimesmando-se para refletir,

para imaginar, de conformidade com seus problemas e inquietações, necessidades e desejos.

Desta forma, aliviando o controle sobre as células que a servem no corpo carnal, a mente se volta, no

sono, para o refúgio de si mesma, plasmando na onda constante de suas próprias idéias as imagens com que

se compraz nos sonhos agradáveis, em que saca da memória a essência de seus próprios desejos,

retemperando-se na antecipada contemplação dos painéis ou situações que almeja concretizar".

Continua André Luiz: "Dessa posição de espectador à função de agente existe apenas um passo. O

pensamento contínuo, em fluxo insopitável, desloca-lhe a organização celular perispiritual, à maneira de

córrego que em sua passagem desarticula da gleba em que se desliza todo um rosário de seixos. E assim

como os seixos soltos seguem a direção da corrente, lapidando-se no curso dos dias, o corpo espiritual

acompanha, de início, o impulso da corrente mental que por ele atravessa, conscientizando-se, muito

vagarosamente, no sono, que lhe propicia meia libertação".

No cap. I, item 40 de "A Gênese", Kardec ressaltou "a importância do Perispírito para o estudo,

análise e tratamento de vários fenômenos da alma, englobando a vista dupla, visão a distância,

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sonambulismo natural e artificial, catalepsia, letargia, presciência, pressentimentos, transfigurações,

transmissão de pensamento etc". O Codificador ainda colocou como "decorrente da grande plasticidade do

Perispírito a possibilidade de o Espírito atuar sobre a matéria, da movimentação dos corpos inertes, dos

ruídos e das aparições", conforme se lê em "O Livro dos Médiuns", item 109.

Dizem os espíritos (LM, item 5l ) que "o Perispírito, para nós, outros Espíritos errantes, é o agente

por meio do qual nos comunicamos convosco, quer indiretamente, pelo vosso corpo ou pelo vosso

Perispírito, quer diretamente, pela vossa alma; donde, infinitas modalidades de médiuns e de

comunicações".

Por isso, complementam: "Nosso trabalho se torna mais demorado e penoso", quando tem de servir-

se de médiuns que desconhecem a matéria revelada, pois os Espíritos geralmente se comunicam pelo pen-

samento e se utilizam das palavras, do vocabulário dos médiuns para traduzirem as suas idéias numa

linguagem articulada.

Do que foi analisado até aqui, pode-se verificar que a sintonia se estabelece com o mundo espiritual,

de conformidade com a faixa de vibração mente-psico-emocional em que se postar o médium._A mente

voltada para o mal vai identificar-se com entidades maléficas. A mente doentia, pessimista, rancorosa,

maledicente, desesperançada, vai captar para si companheiros da mesma espécie. A grande maioria dos mé-

diuns se desarmoniza, em virtude de manter a mente em desalinho (Divaldo Pereira Franco - "Nos

Bastidores da Obsessão", págs. 27 e 28).

Como o Perispírito irradia, reflete, exterioriza os mais íntimos pensamentos e as paixões do Espírito,

encarnado ou desencarnado, o homem vive em constante intercâmbio com o padrão espiritual, com que se

harmoniza ou se identifica. Também o homem se aproxima dos que estão identificados com suas paixões e

repele os que com ele não se harmonizam.

Kardec, em "A Gênese", XIV, itens l0, 20 e 21, diz que este fato se dá em razão da dispersão de

fluidos pelo pensamento e, para evitar que esta comunhão fluídica seja perniciosa, é preciso criar

pensamentos puros e nobres, pelo esforço próprio, concluindo que o Perispírito é uma couraça a que se deve

dar a melhor tempera possível.

O médium será tanto mais útil e equilibrado, quanto mais praticar a lição: "Espíritas: amai-vos, eis o

primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo" (ESE, cap. VI, item 5). "É necessário amar. Sem amor

nada se edificará, nada se construirá, nada se fará no Universo. É necessário, também, instruir-se. Sem a

instrução o homem será escravo dos outros homens e da falange trevosa, que ainda não aprendeu o valor do

amor. Será escravo, também, de si mesmo, porque viverá na ignorância, na superstição, no fanatismo e na

ilusão de sua própria mente" (Emmanuel, 'em "Mediunidade e Sintonia", cap. 3).

Diz Emmanuel que "os talentos da fé e o conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade

de servir, não obstante laboriosamente conquistados por esforço pessoal, constituem bênçãos do Criador nos

corações das criaturas". Por isso mesmo, não deve o homem furtar-se à lavoura do bem a pretexto de sentir

ainda a influência do mal, pois, até alcançar triunfo pleno sobre os seus desejos malsãos, sofrerá na vida,

seja no corpo de carne, seja além dele, os flagelos da tentação, que emergem de seus impulsos instintivos

ainda não dominados: luxúria, vingança, cobiça, crueldade etc.

O homem precisa ser libertado e redimido. Não de uma queda no sentido teológico, pois sabemos

que o Espírito não regride, mas do perigo da estagnação, da estabilização no egoísmo em que se acha e se

compraz.

Jesus em várias passagens do seu Evangelho mostra a importância dessa conscientização e da

participação do homem no próprio crescimento. Por que não legou as bênçãos do Senhor automaticamente

aos aprendizes? Por que não transmitiu pura e simplesmente o seu poder divino aos sucessores? Ele, que

distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos que recebessem os divinos dons

espirituais, sem impor-lhes por obrigação.

Ensina Emmanuel: "É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo

por amor. Cada Espírito guarda o próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno

Pai.

O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos

lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz

solar.

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O homem, recebe, igualmente, o Sol da providência e a chuva de dádivas, as facilidades da

cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos

mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, é constrangido a romper por si mesmo

os envoltórios inferiores, elevando-se para a luz divina". Se tentações de todos os matizes emergem de seus

impulsos instintivos, a flama da educação e do aprimoramento vem de Deus, conduzindo-o para a Esfera

Superior.

Disse Paulo: "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de

Deus e não de nós". Emmanuel0', esclarecendo, afirma: "Não te espantes, assim, à frente do conflito da luz e

da treva em ti mesmo. Segue a luz e acertarás o caminho.

Riqueza mediúnica, fulgurações da inteligência, recursos geniais e consagração à virtude são

tesouros do Senhor que, na feliz definição do Apóstolo Paulo, transportamos no vaso de barro da nossa

profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda sabedoria, toda santificação,

toda excelência e toda beleza da vida não nos pertencem de modo algum, mas sim à glória de nosso Pai, a

quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre".

Conclui Emmanuel que "as inspirações e os desígnios do Mestre permanecem à volta de nossa alma,

sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da

Consciência Superior; entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.

Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às

realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da

renovação constante, em Cristo, para a vida eterna".

CORPO FÍSICO

O corpo físico é o reflexo do corpo espiritual, e este retrata em si mesmo o corpo mental, que lhe

preside a formação.

O corpo do homem é um organismo aperfeiçoado através de longa evolução. Seus órgãos foram

adaptados, para executarem tarefas que só competem à espécie humana. Essa evolução não se fez por

acaso, nem só pelas leis biológicas, mas obedecendo a uma orientação do Plano Maior. O corpo físico é

formado de tecidos que são agrupamentos de célu,as semelhantes. Temos os seguintes tecidos: o epitelial

serve para revestir as superfícies externas do corpo (pele) e internas (mucosa) ou para produzir secreções.

O conjuntivo serve para preencher os espaços entre os órgãos, podendo apresentar-se sob diferentes

condições, como cartilaginoso, ósseo e adiposo. O sangüíneo ou hematopoiético formado pelos glóbulos

vermelhos ou hemácias, que transportam o oxigênio às células do corpo todo; pelos glóbulos brancos ou

leucócitos, que são os elementos de defesa do organismo contra as infecções; e pelas plaquetas, que têm papel

na coagulação do sangue. O muscular, formado pelos músculos, que são de três tipos: estriado (responsável

pelos movimentos voluntários); liso (forma as paredes do estômago, intestino, bexiga, etc.) que funciona

independentemente da vontade; e o miocárdio (forma o coração). O tecido nervoso é altamente diferenciado,

com funções complexas e extremamente delicadas. O seu elemento básico é o neurônio ou célula nervosa, que é

de dois tipos: dendritos e axônios. Os nervos são reuniões de axônios. Os órgão são formados por tecidos, um

ou vários, para realizarem funções definidas no corpo humano. Exemplo: ossos, estômago, coração, etc.

Os sistemas são um conjunto de órgãos. Temos os seguintes sistemas: tegumentar, esquelético,

muscular, digestório, respiratório, circulatório, urigenital, endócrino e nervoso.

o Tegumentar: formado pela pele e seus órgãos anexos: unhas, pêlos, glândulas, etc.

o Esquelético: constituídos pelos ossos.

o Muscular: formado pelos músculos estriados, lisos e cardíacos.

o Digestório: constituído pela boca, faringe, esôfago, estômago e intestino.

o Respiratório: formado pelo nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões.

o Circulatório: formado pelo coração, artérias, veias e capilares.

o Urogenital: abrange o sistema urinário e reprodutor. O urinário formado pelos rins, bacinetes,

ureteres, bexiga e uretra. O reprodutor na mulher compõe-se pelos ovários, útero e vagina; no

homem, pelos testículos, epidídimo, canais deferentes, e vesículas seminais.

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o Endócrino: formado pelas glândulas endócrinas, hipófise, tiróide, paratireóide, timo, supra-renais,

pâncreas, epífise, ovários e testículos.

o Nervoso: formado por células especiais, chamadas neurônios, e subdivide-se em: cérebro espinhal

ou da vida de relação, isto é, voltado para todas as atividades conscientes, e vagosimpático ou

autônamo, que comanda, fora da ação da vontade, o funcionamento dos órgãos.

“Que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honra” (Paulo, I Epístola aos

Tessalonicenses, 4:4).

Diz Emmanuel: “A recomendação de Paulo de Tarso aos Tessalonicenses ainda se reveste de plena

atualidade, e o vaso da criatura é o corpo que lhe foi confiado”. É o santuário sublime de cada espírito

encarnado.

Fluídos

O Universo apresenta duas formas, sendo uma visível, material, na qual habitam os seres encarnados

e outra imaterial, na qual habitam os desencarnados.

No Universo visível a matéria apresenta quatro estados: sólido, líquido, gasoso e radiante (luminoso

= luz).

No invisível a matéria de que os espíritos se revestem é um composto de fluídos. Os fluídos se

apresentam em vários estados e formas, cada um com suas propriedades determinadas, mas todos

originários de um elemento básico, formador de tudo o que existe, que é o Fluído Cósmico Universal

(FCU).

A matéria é a condensação máxima do Fluído Cósmico Universal. No estado de não condensação o

FCU passa por modificações variadas em seus gêneros, mais numerosas que no estado de matéria. Tais

modificações constituem fluídos distintos, com propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos próprios

do mundo invisível. Estas apresentações para os encarnados, podem ser encaradas como milagres. Para os

espíritos, as formas adquiridas pelos fluídos seriam para nós como o contato com as coisas materiais. Os

espíritos agem sobre os fluídos com o auxílio do pensamento e da vontade e assim colocam os fluídos nesta

ou em outra direção, posição etc... Eles os juntam, os combinam, os separam. Formam com esta matéria os

conjuntos que forem mais úteis, assim como nós, que da madeira bruta podemos, por exemplo, compor um

móvel, um armário, uma estatueta etc.

Os fluídos podem ser influenciados pelo meio onde são elaborados, bem como pelas criaturas que os

usam. Por exemplo: se são trabalhados em um local por pessoas de pensamentos elevados e puros, sua

coloração será branca azulada e assumirá formas sublimes.

O Princípio Vital

Os seres orgânicos são os que têm em si mesmos uma fonte de atividade íntima que lhes dá condição

à vida.

Nesta classe estão os homens, os animais e as plantas.

Os seres inorgânicos são todos os que não tem movimentos próprios e que se formam apenas pela

agregação (reunião) da matéria, como os minerais, a água, o ar etc...

A força que une os elementos da matéria nos corpos orgânicos e inorgânicos é a mesma. A matéria

que os compõe também é a mesma, porém nos corpos orgânicos está animalizada pela união com o

Princípio Vital. A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos e que lhes dá,

com o pensamento, a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade.

Podem distinguir-se assim:

1º. Os seres inanimados, constituídos de matéria, sem vitalidade, nem inteligência, que são os

corpos brutos (minerais, água, ar);

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2º. Os seres animados não pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos

de inteligência (plantas) e

3º. Os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a faculdade de

pensar (Homem), inteligência esta, que provém da Inteligência Universal.

O instinto é uma inteligência rudimentar que difere da inteligência propriamente dita, pois suas

manifestações são quase sempre espontâneas, enquanto as da inteligência, são o resultado de uma

combinação e de um ato deliberado.

O instinto existe sempre, varia segundo as espécies e suas necessidades. Ele pode também conduzir

ao bem, ele não se transvia nunca. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele

se alia à inteligência, quer dizer, à vontade e à liberdade.

O Princípio Vital tem por fonte o FCU e é o que chamamos de fluído magnético ou fluído elétrico

animalizado. É o intermediário existente entre o espírito e a matéria: ele é um só para todos os seres vivos,

modificado segundo as várias espécies existentes.

A atividade do Princípio Vital é alimentada durante a vida pela ação e funcionamento dos órgãos. A

causa da morte dos seres orgânicos é o esgotamento dos órgãos. A morte cessa aquela ação e o Princípio

Vital se extingue, mas o seu efeito sobre o estado molecular do corpo continua mesmo depois dele extinto.

Morto o ser orgânico, os elementos que o compõe sofrem novas combinações, do que resultam

novos seres. Desenvolvem na fonte universal o princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam,

para novamente o restituírem a essa fonte, quando deixarem de existir.

A quantidade do Fluído Vital se esgota caso não seja renovada pela absorção e assimilação das

substâncias que o contém e pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida.

A AURA HUMANA

Vamos rememorar o que diz o Irmão Áureo (espírito) em "Universo e Vida", pag. 71, com relação à

formação do campo vibratório do ser encarnado:

"Os espíritos compostos, isto é, não puros que se movem nas faixas da evolução terrestre, absorvem

progressivamente Quanta de Luz, que vão removendo elementos da carga psíquica do ser, os quais

liberados, geram através das correntes elétricas que produzem, campos magnéticos específicos.

Estruturando, desse modo a própria Aura, os Espíritos criam a Atmosfera Psíquica que os envolve e

penetra, Atmosfera esta, carregada de eletricidade e magnetismo, de raios, ondas e vibrações. Trata-se de

poderoso campo de força, gerado por circuitos eletromagnéticos fechados, nos quais se fazem sentir os

parâmetros de resistência, indutância, asseguradores de compensação, equilíbrio e acúmulo de energias de

sustentação.

É assim, que o campo de forca da própria Aura delimita o mundo individual de cada Espírito; mas

não somente o delimita, como também o caracteriza, porque possui peso específico determinado, densidade

própria e condições peculiares de colocação, sonoridade, velocidade eletrônica e ritmo vibratório.

A mente espiritual é o seu fulcro, sua geratriz e seu núcleo de comando, através de todas as

transformações que experimenta, inclusive, as que decorrem das reciclagens biológicas provocadas pelos

fenômenos da morte física, da reencarnação, da ovoidização, da regressão temporal e outros.

É ainda através da Aura que o Espírito assimila, armazena e exterioriza os princípios cósmicos de

que fundamentalmente se alimenta, pois cada Espírito respira e vive, em faixas vibratórias comuns a todas

as mentes a que se liga, no plano evolutivo que lhe é próprio".

Das palavras do Irmão Áureo, podemos ver com toda clareza a individualização do campo de força

(Aura) de cada Espírito, com suas características próprias e, é dentro desse campo de força, que o Espírito

assimila e armazena seus princípios (energias), com os quais vai necessariamente abastecer-se, para não

dizer, alimentar-se durante todo o tempo em que estiver encarnado.

Mas, como isso acontece na vida física? Como uma Aura é formada durante a existência do SER

encarnado?

Na sua formação, o SER só têm como componente áurico sua própria energia espiritual. Após o

nascimento, é que todo processo energético externo começa a formar-se com a energia que dispõe, ou seja, a

energia espiritual. Isso ocorre, porque um SER em formação não tem o seu mecanismo mental estruturado e

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em razão disso, sem poder exercer o seu livre arbítrio, socorre-se das energias mentais dos pais, para

estabelecer com a energia espiritual que lhe é própria, o peso necessário para a captação da terceira energia

do conjunto - a magnética.

Até os sete anos de idade física, mais ou menos, a Aura Humana não adquiriu ainda, os seus

componentes definitivos pela ausência da energia mental individualizada e, por isso, recebendo diretamente

a ação protetora dos pais, que se apresenta como fator decisório, abastecendo o pequeno SER de energias

mentais. A partir dessa idade, na medida em que o SER começa a exercer o seu livre arbítrio, a Aura vai-se

constituindo forte e saudável, ou problemática, tíbia e enfraquecida. Sendo a energia mental um dos

componentes da Aura, certamente, a formação mental do SER, ditará sempre que tipo de energia ele

produzirá no curso de sua existência física.

A importância desse fator ressalta a partir do momento, em que como um dos componentes

energéticos da AURA HUMANA, a energia mental, deve ter o mesmo peso das outras energias

componentes do conjunto, a saber: espirituais e magnéticas. Essas energias deverão estar sempre em

equilíbrio, para que a pessoa tenha uma saúde física e espiritual em boas condições.

Sendo o primeiro componente do conjunto energético da Aura a energia mental, ela determinará a

formação de uma Aura sadia e equilibrada ou, uma Aura deficiente e enfraquecida.

Dissemos acima primeiro componente, porque a Aura que estamos analisando é da matéria física e

como tal, resultado da produção mental dessa matéria física, produção mental esta, sujeita a toda uma

formação de educação, hábitos, alimentação, vícios e viciações e finalmente, ao livre arbítrio de cada um.

O mecanismo da composição do conjunto energético da Aura funciona assim: energias produzidas

pela mente física do ser encarnado (mentais); energias espirituais que recebemos na mesma proporção das

mentais e finalmente, energias magnéticas, captadas pela reunião das energias mentais e espirituais, na

proporção do equilíbrio das três energias.

CENTROS DE FORÇA VITAL OU CHAKRAS

Os Chakras (a palavra chakra é sânscrita, e significa roda), ou centros de força vital, são núcleos de

energia fluídica, que localizam-se em nosso perispírito, qual verdadeiras antenas, interligando-nos com o

universo.

Cada chakra é um campo eletromagnético, com potencial e cores definidas, variando de indivíduo

para indivíduo, conforme seu grau evolutivo. Interligam-se com o corpo físico através de pontos de

referência orgânicos, os quais denominamos plenos.

Esses plexos por sua vez são justamente os centros vegetativos do organismo, ou seja, aqueles

órgãos que atuam, independentes de nossa vontade, como o coração, aparelho digestivo, etc.

Portanto, de forma resumida, poderíamos imaginar a seguinte relação:

a) Os chakras, ligados ao perispírito, absorvem fluído cósmico universal, cada um de acordo com suas

características, gerando assim fluídos vitais (energias), que são transferidas ao corpo físico via

plexos;

b) Os plexos absorvem estas energias, transferindo-as aos órgãos responsáveis pela manutenção da vida

encarnada, propriamente dita.

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Podemos localizar os centros de força em nosso perispírito, assim como segue na figura:

Chacra Coronário - Situado no alto da cabeça

É o Chacra mais importante, porque capta as energias Espirituais; é o elo entre a mente Espiritual e o

cérebro físico, sendo o centro responsável pela sede da consciência do Espírito encarnado. Tem forma

diversa dos de mais Chacras, assemelhando-se mais a um cone, com intensas radiações luminosas e

translúcidas.

Sua coloração é variável; seu centro, de menor diâmetro é branco com radiações azuladas.

Chacra Frontal - Situado na fronte, entre os olhos

É o Chacra dos sentidos, atuando diretamente sobre a hipófise e também, na área do raciocínio e da

visão. Responsável pela vidência, audiência e intuição no campo da mediunidade. Através dele emitimos

nossa energia mental. Tem o amarelo, como coloração principal.

Chacra Laríngeo - Situa-se à altura da garganta

É o responsável pela saúde da área de fonação (garganta e cordas vocais), vias respiratórias (boca,

nariz, traquéia e pulmões) e de certas glândulas endócrinas. Pelos seus canais, os Espíritos transmitem

mensagens psicofônicas. Sua coloração é azul esverdeado.

Chacra Cardíaco - Situa-se à altura do coração, à esquerda e acima.

É o centro responsável pelo equilíbrio vital e dos sentimentos e emoções; sofre influencia do Chacra

umbilical, que responde pelas emoções também do Plexo Solar. Sua coloração é amarelo com infiltrações de

rosa.

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Chacra Esplênico - Situado á altura do baço

Abastece o baço, órgão purificador do sangue. Além dessa atividade sobre o Corpo Físico, ele regula

a entrada de prana rosa pelo Duplo Etérico, como sabemos, corpo intermediário entre o Perispírito o Corpo

Físico. Recebe diretamente as energias do Básico. Sua coloração é rosa.

Chacra Umbilical - Situa-se à altura do umbigo, pelo lado direito

Vitaliza o esôfago, estômago, pâncreas, fígado, vesícula, intestinos, (todos os órgãos do aparelho

digestivo). Responsável pelas emoções, sendo através dele que o homem adquire uma sensibilidade apurada

para perceber emanações hostis ou vibrações afetivas do ambiente. Na sua área são sempre observados os

maiores reflexos do desequilíbrio Espiritual. Sua coloração é verde.

Chacra Básico - Situa-se na base da espinha dorsal, sobre a região sacra

Capta energia vitalizadora que mantém nosso corpo. Atua sobre a coluna vertebral, sistema central e

periférico, todo aparelho urinário e o aparelho reprodutor. Sua coloração é rosa alaranjado.

A INDULGÊNCIA

"O homem indulgente jamais se preocupa com os maus atos alheios, a menos que seja para prestar

um serviço, mas ainda assim com o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações cho-

cantes, nem traz censuras nos lábios, mas apenas conselhos, quase sempre velados. Quando criticais, que

dedução se deve tirar das vossas palavras? A de que vós, que censurais, não praticastes o que condenais, e

vaieis mais do que o culpado. À homens! Quando passareis a julgar os vossos próprios corações, os vossos

próprios pensamentos e os vossos próprios atos, sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quan-

do fitareis os vossos olhos severos somente sobre vós mesmos?" (ESE, cap. X, item 16).

Ser indulgente é ser misericordioso, tolerante, benevolente para com o próximo; é ser caridoso, é ser

fraternal. Jesus é o maior exemplo, pois viveu e ensinou o respeito e o amor ao próximo. Na "Epístola de

Tiago", 5:20, esse é o esclarecimento: "Aquele retroceder do seu erro salvará sua alma da morte e fará

desaparecer uma multidão de pecados". Esse ensinamento está também na "l Epístola de Pedro", 4:8; "I

Epístola de Paulo aos Corínlios", 13:4 a 7, e em "Livro dos Provérbios", 10:12.

Quando se depara com criaturas que estão passando por situações difíceis, conseqüências, muitas

vezes, de erros cometidos, as críticas, as injúrias, as censuras nada favorecem, pois essas pessoas estão

necessitadas de amparo, procuram palavras de conforto, mão amiga para ajudar a amenizar o seu desespero.

Nas horas difíceis, a compreensão, o carinho, a afabilidade funcionam como bálsamo.

O indulgente, então, deve compreender que, antes de censurar alguém, é preciso pensar um pouco na

realidade íntima c na história de cada um, pois o erro não pede aversão, mas entendimento. "Quem não

ama, não conhece a Deus, porque Deus é caridade."

O indulgente procura conhecer o seu íntimo e vigia a si mesmo, ampliando a sua capacidade de

entendimento e de perdão, pois reconhece as próprias imperfeições, sabendo que "todo o que se exalta será

humilhado; e o que se humilha será exaltado" (Lc., 14: l l).

O indulgente pede perdão, quando erra, e perdoa os erros dos outros, evitando comentá-los e

divulgá-los. Afasta-se das críticas e juízos falsos a quem quer que seja, sabendo que a autoridade para

censurar está na razão direta da autoridade moral de quem censura. Jesus (Jo., 8:15) ensina por que devemos

perdoar sempre: "Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo".

O indulgente é sincero, quando procura suavizar a dor dos que o procuram, sabendo que um

necessita do outro, pois o homem não vive só: "Quem faz o bem é de Deus; quem faz o mal, não viu a

Deus" (III Epístola de João, 1:11).

Enfim, o indulgente "ama o próximo como a si mesmo e não faz aos outros aquilo que não quer que

os outros lhe façam. Quem ama o seu irmão permanece na luz e nele não há escândalo" (l Epístola de João,

2:10).

"Sede, pois, severos convosco e indulgentes para com os outros. Pensai n'Aquele que julga em

última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração, que, em conseqüência, desculpa

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freqüentemente as faltas que condenais, ou condena as que desculpais, porque conhece o móvel de todas as

ações" (ESE, cap. X, item 16).

A EPÍFISE

As funções do organismo animal são reguladas por dois sistemas principais: o nervoso e o hormonal

ou endócrino.

O endócrino é constituído por várias glândulas que segregam hormônios, que significam estímulo.

Os hormônios são lançados na circulação sangüínea, sendo transportados para as diferentes partes do

organismo.

As glândulas endócrinas são: pâncreas, paratireóides, epífise ou pineal, pituitária ou hipófise,

tireóide, adrenais ou supra-renais e sexuais (ovários e testículos).

A epífise, glândula de forma piriforme, é um corpo ovóide, com as dimensões de uma ervilha

mediana e repousa sobre o teto mesencefálico. "Descartes considerava a glândula pineal a sede da Alma".

(Anatomia e Fisiologia Humanas, de A. Almeida Júnior; Editora Nacional, 8.a parte, cap. 40.)

"A anatomia comparada viu nela apenas um órgão em regressão: o olho pineal."

Em "Missionários da Luz", cap. 2, André Luiz observa que no médium, em serviço mediúnico, essa

glândula transforma-se em núcleo radiante, e, em derredor, seus raios formam um lótus de pétalas sublimes.

Relembra que, segundo os "orientadores clássicos terrestres", as funções da epífise circunscreviam-

se ao controle sexual, no período infantil, velador dos instintos até uma certa idade, em que a atividade

sexual pudesse deslizar com regularidade. Aí, decrescia em força, relaxava-se, quase desaparecia, para que

as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena. Diz ainda: "Não se trata de órgão morto. É a

glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em

seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terres-

tre".

"Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do

corpo perispiritual preexistente, a epífise parece constituir o freio às manifestações do sexo; entretanto, há

que retificar observações. Aos quatorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas

atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representa controle é fonte

criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao conceito orgânico e reabre seus mundos

maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional.

Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade; examina o inventário de suas paixões vividas

noutras épocas, as quais reaparecem sob fortes impulsos."

Continua André Luiz: "A glândula pineal preside os fenômenos nervosos da emotividade, como

órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais

ligam as existências umas às outras, na seqüência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a

grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida." (Corpo etéreo, igual Perispírito.)

As glândulas genitais são "demasiadamente mecânicas, para guardarem os princípios sutis e quase

imponderáveis da geração. Acham-se absolutamente controladas pelo potencial magnético de que a epífise é

a fonte fundamental".

As glândulas genitais segregam os hormônios do sexo, mas a pineal segrega "hormônios psíquicos"

ou "unidades-força" que vão atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras. "Os cromossomos da bolsa

seminal não lhe escapam à influenciação absoluta e determinada."

Prossegue André Luiz: "Segregando delicadas energias psíquicas, a glândula pineal conserva

ascendência em todo o sistema endócrino. Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do campo

vital, comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. As redes nervosas

constituem-lhe os fios telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob sua

direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomos dos órgãos".

"De modo geral, todos nós, agora ou no pretérito, viciamos esse foco sagrado de forças criadoras,

transformando-o num ímã, relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal..." ...do que "decorrem

os dolorosos fenômenos da hereditariedade fisiológica, que deveria constituir, invariavelmente, um quadro

de aquisições abençoadas e puras". Daí, a necessidade de regras morais.

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"Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de

feição religiosa. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade".

Na morte física não adianta exibir gestos e palavras convencionais, se o homem não cogitou da

reforma íntima. Sentimentos profundos, no instante extremo, cooperam, decisivamente, nas atividades de

regeneração, mas não representam a realização precisa.

"Receber um corpo, nas concessões do reencarnacionismo, não é ganhar um barco para nova

aventura, ao acaso das circunstâncias; significa responsabilidade definida nos serviços de aprendizagem,

elevação ou reparação, nos esforços evolutivos ou redentores", conclui André Luiz.

Os materialistas colocam o esporte, em todas as suas modalidades, como terapia para canalização das

forças nervosas (secreções elétricas da epífise), contra os possíveis perigos de sua excessiva acumulação, no

sentido de preservar a juventude, a plástica e a eugenia.

Tal prática pode ser, no máximo, leve atenuante, mas não socorro definitivo.

O único esporte completo, servindo como cura definitiva para os excessos no campo sexual, é a

educação cristã. Jesus ensinou: "A virtude como esporte da alma".

No campo mediúnico, a epífise impulsiona e intensifica o poder de emissão e recepção, de acordo

com nossa esfera espiritual - Lei da Sintonia.

A LEI DE AMOR

Todo ensinamento de Jesus se resume na lição do amor a Deus e ao próximo, seu maior mandamento

(Mt, 22:34-40). Os séculos passaram e os homens não entenderam a mensagem do Mestre. Fala-se em amor

à vida, amor aos bens materiais, amor à pátria, à família, aos filhos, ao amigo, à mulher, mas que é o amor?

Com a Doutrina Espírita, Kardec compilou as Instruções dos Espíritos no "O Evangelho Segundo o Es-

piritismo", cap. XI, itens 8, 9 e 10.

No item 8, dizem os Espíritos: "No seu ponto de partida o homem só tem instintos; mais avançado e

corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do senti-

mento".

O amor é inato no homem, mas não significa nascer com ele. Passa, com o Espírito, por um processo

evolutivo até atingir a meta do ideal aperfeiçoado: instinto, sensação e sentimento, eis o caminho do amor!

Não é necessário muito esforço da mente para comprovar quão arraigado está no homem o instinto.

A reprodução e a sobrevivência são exemplos.

As sensações prendem o Espírito aos prazeres e à volúpia dos sentidos. A sensação de posse, de

poder e os vícios, entorpecem a vontade e impedem a evolução do amor, colocando o próximo como "o

outro", isto é, objeto de prazer ou de volúpia, como coisa e não como igual.

O sentimento eleva o ser humano à categoria de "próximo". É o fiel da balança que equilibra os

interesses em jogo e procura aproximar cada vez mais os dois pesos, tornando-os um único sobre a base co-

mum. O sentimento se encontra no anjo e no mais vil ser humano. Até o ser humano mais criminoso e

baixo, vivendo em condições mais indignas e abjetas, tem demonstrações de sentimento por coisas ou pes-

soas, objetos de seu amor, porque o sentimento não surge do nada para se tornar, do dia para a noite, no

pleno amor.

Há, no sentimento, um evoluir constante. O amor não nasce adulto, porque a natureza não dá saltos.

Aprende-se a respeitar a vida. Aprende-se a valorizar a liberdade, a lealdade, a justiça, a verdade. Da mesma

forma, aprende-se a amar. O amor está em constante choque com o egoísmo e o orgulho: duas chagas no

homem. Enquanto o egoísmo se reduz ao "tudo é meu", o orgulho clama a todos que "tudo sou eu". Com o

amor o homem se desprende e nada reclama para si, eliminando o egoísmo e o orgulho. O amor também se

oculta e tudo faz para não ser percebido, silenciando a si mesmo. O amor pratica a caridade, a humildade, a

paciência, a perseverança, a abnegação, a resignação. O sacrifício e a persistência no bem até o fim. O amor

não se cansa, não se exaure, nem se extingue. O amor permanece. É eterno. Promana do próprio Criador.

Emana de Deus, como a cor da luz. Não há Deus sem amor, nem amor sem Deus. Só se entende a Deus pelo

amor e só se vê a Deus pelo amor. O amor é criador e criativo, É puro, porque dotado de intensa luz. É

sublime, porque só quem ama se dá em sacrifício vivo. É desprendido, porque não existe com interesses

secundários. É divino, _porque constrói, edifica, redime e salva.

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Por isso, o Mestre deixou o único mandamento da Lei Universal: Amai-vos uns aos outros, como eu

vos amei (Jo., 13:34). Tudo o mais está revogado e ultrapassado.

A lição de Jesus precisará ser entendida como o alvo a atingir. Ninguém colocará o amor no seu

coração repentinamente, porque a compreensão desse objetivo da evolução humana significará o primeiro

passo para a transformação do orgulho e do egoísmo em amor. No estágio espiritual em que o homem se

encontra, só por intermédio de muita renúncia, humildade e muito esforço íntimo poderá o amor suplantar o

egoísmo e o orgulho.

Ensinam os Espíritos (LE, 888-a): "Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus

governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, e a atração é a lei de amor

para a matéria inorgânica".

A AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

Numa época tão positiva como a de hoje, em que todas as pessoas fazem questão de se inteirar de

tudo, a ignorância da natureza dos Espíritos e dos meios pelos quais se podem manifestar não se justifica

mais, para o homem, tanto mais que essa realidade está sendo documentada pela tecnologia das

transcomunicações eletrônicas.

Adquirindo esse conhecimento, através do estudo e da pesquisa, estas manifestações, para o Espírita,

nada mais apresentam de surpreendente e entram na ordem dos fatos naturais.

"O Espírito não é uma abstração, mas um ser definido, limitado e circunscrito", e, como princípio

inteligente que é, pode viver encarnado ou desencarnado. "Quando deixa o corpo, por ocasião da morte,

conserva a sua individualidade e tem consciência do seu eu; portanto, a morte não é a destruição de tudo;

restam o Espírito imortal e seu Perispírito ou corpo espiritual. Libertos do corpo físico, conservam a forma

humana, geralmente da última reencarnação, sendo, portanto, seres semelhantes aos encarnados."

"O Perispírito, por suas propriedades, se dilata, se contrai, se transforma e se presta a todas as

modificações, segundo a vontade que o dirige. É graças a essas propriedades que o Espírito, utilizando os re-

cursos de que dispõe, pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que

tinha na vida física e até mesmo com os defeitos que possam servir de sinais para reconhecimento."

Comenta Kardec, ainda, em "O Livro dos Médiuns", item 55: "Já se disse que o Espírito é uma

flama, uma centelha. Isto se aplica ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, ao qual

não se poderia atribuir forma determinada. Mas, qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está

sempre revestido de um envoltório, ou Perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se purifica e se

eleva na hierarquia espiritual. Dessa maneira, a idéia de forma é, para nós, inseparável da idéia de Espírito, a

ponto de não concebermos esta sem aquela. O Perispírito, portanto, faz parte integrante do Espírito, como o

corp'0 faz parte integrante do homem. Mas o Perispírito, sozinho, não é o Espírito, como o corpo, sozinho,

não é o homem, porquanto o Perispírito não pensa. Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o

agente ou instrumento de sua atividade".

Diz André Luiz que "o Espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas,

o ponto onde termina a matéria e começa o Espírito", e complementa: "Na essência, toda matéria é energia

tornada visível e toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos, para interpor os

nossos propósitos aos propósitos da Criação".

Por decorrência, estando o princípio espiritual sempre associado ao princípio material, formam uma

organização mente-perispirítica, com peso específico variável, conforme o grau evolutivo em saber e amor,

de cada um, na escalada rumo à perfeição.

O Espírito, portanto, precisa de matéria para agir sobre a matéria, e essa ação se faz através dos

fluidos, com todas as suas variáveis e propriedades, principalmente pela expansibilidade e penetrabilidade.

O Espírito atua sobre a matéria pelo impulso de sua vontade e pelos conhecimentos já adquiridos.

Nessa ordem nova de fatos é que o Espiritismo vem explicar a causa das manifestações dos Espíritos;

desaparecem, então, o sobrenatural e o maravilhoso, para dar lugar à realidade do funcionamento das leis

naturais, pois a causa se encontra inteiramente nas propriedades semimaterias do Perispírito, as quais são

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explicadas por novas leis. Assim, em resumo, no plano humano, podem-se anotar as principais ações do

Espírito, que atua sobre a matéria, quando:

a) Imprime vitalidade ao corpo, sustentando sua organização como instrumento de ação, em qualquer

nível de sua fase evolutiva. Porém, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, também é certo que a maté-

ria animalizada lhe auxilia o desenvolvimento. São exemplos, entre tantos, a absorção e assimilação de

fluidos (LE, 63), ou a transmissão de seu fluido vital para outro indivíduo (LE, 70);

b) Irradia as próprias características, em razão da corrente mental que lhe nasce das profundezas da

alma, formando, ao seu redor, um campo áurico específico, ou túnica de forças eletromagnéticas, como

diz André Luiz, em "Mecanismos da Mediuriidade", cap. XV. Complementa, ainda,(5)

o mesmo autor:

"Onde há pensamento, há cor rentes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda

associação é interdependência e influenciação recíproca";

c) Cria formas-pensamentos ou imagens-moldes ao pensar, arrojando-as para fora de si, através da

atmosfera psíquica que lhe caracteriza a presença. (Mecanismos da Mediunidade, cap. XI);

Produz os fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, manipulando os fluidos retirados do médium

(LM, cap. V, item 98).

PENSAMENTOS

A mente é o espelho da vida em toda a parte. Ela pode ser interpretada como o campo da consciência

desperta na faixa evolutiva, em que o conhecimento adquirido opera; reconhece-se que o cérebro é o centro

de suas ondulações, que geram a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo

e refazendo para acrisolar e sublimar.

Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.

Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.

O reflexo esboça a emotividade.

A emotividade plasma a idéia.

A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.

Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante. (Pensamento e Vida, cap. l,

Emmanuel.)

O que é, pois, o pensamento?

É o raciocínio, ou reflexão, ou o modo de sentir de alguém; é uma força construtora, que molda a

matéria, organizando formas abstratas ou concretas.

Através de pesquisas científicas e do conceito filosófico, constatou-se que a força do pensamento e a

vontade são elementos plásticos e organizadores.

Não são idéias novas; os filósofos alquimistas dos séculos XVI e XVII, já atribuíam ao magnetismo

emitido pela vontade do magnetizador o resultado de seus amuletos e encantamentos.

O homem tem ao alcance da mão uma energia obediente à sua vontade, ligada ao seu potencial

imaginativo, capaz de atuar exteriormente e influir sobre pessoas e ambientes distantes.

O desejo realiza-se na idéia, que deve ser firme. A idéia ou imagem é a lembrança de sensações

simples ou associadas.

Existem tantos agregados de imagens, quantos os sentidos que se possuem. Exemplo: Imagens

visuais, auditivas, táteis, gustativas, motrizes, olfativas etc.

Essas imagens constituem-se na "matéria-prima" de todas as operações intelectuais.

A memória, o raciocínio e a imaginação são fenômenos psíquicos, que coordenam as imagens,

interpretando seus significados, redistribuindo-as em novos grupos, com novas correlações mais ou menos

originais ou complexas, segundo a maior ou menor potência intelectual do indivíduo.

E através de faculdades superiores da inteligência, como a abstração, a comparação e a imaginação,

que se encontram todos os inventos, todas as descobertas, inspirações e criações.

"Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio

e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.

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O Evangelho consubstancia o roteiro generoso, para que a mente do homem se renove nos caminhos

da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação" (Pão Nosso, cap. 15,

Emmanuel).

Reeducar a maneira de pensar é uma tarefa extremamente delicada, que demanda renúncia,

vigilância, domínio de si mesmo, modificação das expressões verbais e mentais, em luta constante com as

sombras, amplamente atraídas pela criação mental viciosa, do cotidiano.

O pensamento converte-se em atos, pois a realidade dessa criação pode não se exteriorizar, de súbito,

no campo dos efeitos transitórios, mas o objete formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo

cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.

O tipo de pensamento emitido pelo trabalhador é fundamental para o bom andamento das atividades

espirituais. Um médium distraído, que deixe o pensamento preso a sentimentos menos dignos, como a

curiosidade, a crítica, a maledicência ou sentimentos de igual teor, pode desequilibrar, vibratoriamente, o

recinto do trabalho espiritual, causando enorme perturbação para todos. A vigilância dos pensamentos,

principalmente nos trabalhos mediúnicos, é de responsabilidade de cada trabalhador que deve estar sempre

orando e vigiando, como ensinou Jesus, para não ser vítima da própria imprudência mental. O grupo deve

trabalhar unido mentalmente, na produção de energias amorosas, lembrando sempre que é pelo amor que se

cria a luz.

Diante do carente de atendimento espiritual, o médium deve ativar o poder mental de que é

possuidor, na direção do assistido, emitindo vibrações de paz, luz, harmonia, equilíbrio e amor, num

verdadeiro abraço fluídico. Não se deve deixar envolver pelas vibrações negativas emitidas pelo assistido ou

pelos obsessores deste. A conduta mental do trabalhador deve ser de paciência, equilíbrio, amor, amparo

fraternal e de auxílio.

Deve também manter atitude mental vigorosa no bem, lembrando os ensinamentos de Paulo aos

Filipenses, cap. 4, vers. 8:

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o

que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor da

disciplina, seja isto o objeto dos vossos pensamentos."

Esse conselho apresenta sublime conteúdo.

O cérebro/ Setores da Mente

Todo o campo nervoso constitui a representação das potências perispiríticas, vagarosamente

conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios.

O cérebro é um aparelho dos mais complexos em que o nosso “EU” reflete a vida. Através dele,

sentimos os fenômenos exteriores segundo a nossa capacidade receptiva, que é determinada pela

experiência, variando entre as pessoas de acordo com as suas posições na escala evolutiva. O selvagem

apresenta um cérebro perispiritual com vibrações muito diversas das de um homem civilizado.

Arco reflexo: existem motoneurônios

aferentes (que levam o estímulo de dor, por exemplo, até a medula)

e eferentes que levam o estímulo

de movimento até os músculos

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A célula nervosa é entidade de natureza elétrica. Há neurônios sensitivos, motores, intermediários e

reflexos. Existem os que recebem as sensações exteriores e os que recolhem as impressões da consciência.

Em todo o cosmo celular agitam-se interruptores e condutores, elementos de emissão e de recepção. A

mente é a orientadora desse universo microscópico e dela emanam as correntes da vontade. Ela é obrigada

pela Lei Divina a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se,

progredir sempre. Ainda que pareça aparentemente estacionária, a mente prossegue seu caminho, sem

recuos, sob a indefectível atuação das forças visíveis ou das invisíveis.

Somente após 1820 o cérebro foi reconhecido pela ciência como órgão chave da vida, sede dos

pensamentos, memória, discernimento, inteligência, cultura, valores morais, centro da visão, audição, tato,

olfato, paladar, locomoção, enfim, sede de todas as faculdades do ser.

No livro “No Mundo Maior”, André Luiz compara o cérebro a uma camada de três andares, sendo:

1. Subconsciente

2. Consciente

3. Supercosciente

Subconsciente: Região inicial do cérebro, comanda movimentos instintivos, atividades automáticas,

independentes da vontade. Exemplo: digestão, circulação do sangue, batimentos cardíacos etc. Ele é o porão

da individualidade, onde arquivamos todas as experiências e registramos os menores fatos da vida, sendo ele

o registro do Passado. É o setor mais atuante do homem inferior.

Consciente: Localizado no córtex motor, região intermediária do cérebro, sede das manifestações do

presente, o momento atual: registro das conquistas atuais através do esforço e da vontade onde se estruturam

e se firmam as qualidades, os valores nobres que estamos construindo. Representa portanto nosso Presente.

Superconsciente: Localizado na parte superior e frontal do cérebro sede das idéias, aspirações

superiores e potencial ligado a Deus, ou seja, o ideal, a meta superior a ser alcançada, o Futuro.

Natureza dos Espíritos e sua origem

Diz Allan Kardec no livro dos Espíritos: “Podemos dizer que os espíritos são os seres inteligentes da

criação. Eles povoam o universo, fora do mundo material”. A natureza do espírito não é a mesma da

matéria: a posição da doutrina espírita é bem definida quanto à origem do espírito e da matéria.

Na união do Princípio Espiritual à matéria, em estágios mais avançados, o espírito individualizado,

serve-se da matéria como elemento indispensável ao seu progresso. Nem todos os espíritos tiveram o seu

início na Terra. Porém, nosso planeta começou a oferecer a possibilidade do surgimento da vida, dando

condições para o desenvolvimento de suas formas mais rudimentares. Daí para frente, ao longo de milênios,

todos os seres que existiram e existem se estabeleceram, servindo para transformar o espírito.

Para analisar o mundo dos espíritos faremos considerações sobre a vida na Terra. Ao tratarmos da

origem dos espíritos, não poderíamos fazê-lo de outro modo, já que tanto nas obras básicas como em outras,

é determinada a marcha do espírito pelos planos da natureza.

Diz Allan Kardec no livro dos Espíritos: “Ficou dito que a alma do homem, em sua origem, está no

estado de infância da vida encarnada, que a sua inteligência apenas desponta e ensaia para a vida. Onde o

espírito cumpre essa primeira fase? Numa série de existências vividas que precedem o período a que se

chama de humanidade. O Princípio Inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a

vida, como dissemos. É de alguma forma um trabalho preparatório, como o da germinação, em seguida ao

qual o Princípio sofre uma transformação e se torna espírito. É, então, quando começa para ele o período de

humanidade e com ela a consciência de seu futuro, a distinção do bem e do mal e a responsabilidade dos

seus atos: como depois do período da infância vem o da adolescência, depois da juventude e, enfim, a idade

madura. Não há de resto, nessa origem, nada que deva humilhar o homem. Os grandes gênios são

humilhados por terem sido fetos no ventre de suas mães? Se alguma coisa deve humilhá-lo, é a sua

inferioridade diante de Deus e sua importância para sondar a profundeza dos seus projetos e a sabedoria das

leis que regem a harmonia do Universo. É importante reconhecer a grandeza de Deus nessa harmonia

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admirável que torna tudo solidário na natureza. Crer que Deus tenha feito alguma coisa sem objetivo e

criando seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar (ultrajar, ofender) contra a sua bondade, que se

estende sobre todas as criaturas”.

Desta forma, a evolução do espírito parte desde a formação das nebulosas e pela condensação vai

dando origem à matéria. Numa regra geral, seria a princípio o FCU numa concentração enorme de energias.

Podemos compor o seguinte quadro, para analisarmos a natureza dos espíritos dentro de sua evolução:

1. FCU em concentração (energia);

2. Formação de nebulosa (luz é a concentração de energia);

3. Surgimento do primeiro átomo;

4. Aparecimento de novos átomos que vão se agrupando por força de atração;

5. Pelo agrupamento dos átomos ocorre a formação dos minerais com capacidades próprias de atração e

união pela fundição através do calor;

6. Dentro dos diversos tipos de minérios e de suas classificações de pureza, existe o elo de ligação aos

vegetais, onde a composição celular por vezes se confunde quanto à sua natureza de um grupo ou

outro;

7. No reino vegetal existe a capacidade própria de sensação (que é o ato de perceber uma impressão

transmitida). Por meio das fotos Kirilan já foi demonstrada a capacidade de sentir o que seria para

nós a dor ou o afeto etc...

8. Para o reino animal irracional existe a capacidade de perceber os fatos pelo instinto. Isso vale de uma

forma geral para a quase totalidade dos animais, porém existem certos grupos com uma capacidade

maior dando a impressão de não agir somente por impulsos, servindo, a grosso modo, como meio de

ligação com os homens (encarnados ou não);

9. No agrupamento dos homens existe a razão de análise e a capacidade de verificar os caminhos

existentes a seguir;

10. Acima do homem existe a consciência que em elevado grau de evolução se confunde com o FCU

(essa condição seria como espírito).

Desta forma, podemos ver a interação de todos os grupos, desde o inicial FCU até o retorno às

origens dele mesmo.

Uma das maiores provas do quadro acima pode ser dada por simples dedução:

a) Todas as criaturas necessitam do FCU para existir;

b) Sabemos que pela agregação do átomo compõem-se os minérios;

c) Que as plantas e os animais de todos os níveis se nutrem de minérios em formas apropriadas a seus

organismos e eles são fundamentais à vida.

Atuação do Espírito sobre a Matéria

No desencarne, o espírito, na maioria das vezes, não possui consciência imediata de suas condições ou

estado. Sua perturbação varia de acordo com o tipo de vida levada até então. Alguns espíritos, mantém por

considerável tempo a ilusão de ainda viverem materialmente.

Durante a vida no corpo físico o perispírito é o intermediário do espírito. Por sua ação recebe as

sensações e as transmite ao corpo sob forma de ordens que são executadas pelos diversos órgãos que o

compõe. Livre do corpo físico que o prendia, através do desencarne (indevidamente chamado de morte), o

espírito tem conhecimento de seu novo estado e aprende a dominar suas condições, moldando seu perispírito

com a forma que lhe convier. Considerada a existência do perispírito, torna-se racional e lógico a ação dos

espíritos sobre a matéria e se perguntarmos como pode uma substância tão sutil e delicada atuar sobre a

matéria densa, lembremo-nos da ação da eletricidade contida num raio, que pode derrubar uma árvore ou da

energia potencial contida nos invisíveis átomos do urânio. Assim, é fundamental a ação do perispírito, seja

pela capacidade que o médium possua ou pela combinação do fluído perispiritual do médium com o fluído

do ser desencarnado.

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Classificação dos Espíritos

A classificação dos espíritos baseia-se no grau de adiantamento próprio, expresso pelas qualidades

adquiridas e pelas imperfeições que ainda têm a superar. Esta classificação nada tem de absoluto. Apenas no

seu conjunto cada categoria apresenta caráter definido. Não podemos jamais esquecer que cada espírito

possui uma personalidade própria, desenvolvida dentro de suas possibilidades.

A única afirmação segura é que o maior grau dentro das classes que iremos analisar é o da perfeição.

Escala de evolução dos Espíritos

Primeira Ordem (espíritos puros):

Não sofrem nenhuma influência da matéria, possuem superioridade natural pelo nível intelectual e

moral que tem, em relação aos espíritos de outras ordens.

Segunda Ordem (bons espíritos):

Predominância do espírito sobre a matéria. Desejo do bem. Uns têm a ciência, outros a sabedoria e a

bondade.

Pode-se classificá-los em quatro grupos principais:

1. Espíritos Benevolentes: Sua qualidade dominante é a bondade. Seu progresso é mais efetivo no

sentido moral do que no sentido intelectual;

2. Espíritos Sábios: Espíritos que detém muitos conhecimentos. Preocupam-se menos com as

questões morais que com as questões científicas, para as quais têm mais aptidão, e usam seus

conhecimentos para praticar o bem;

3. Espíritos de sabedoria: Caracterizam-se pelas qualidades morais da natureza mais elevada. Sem

possuírem conhecimentos ilimitados, são dotados de uma capacidade intelectual que lhes

possibilita um julgamento sadio sobre os homens e as coisas;

4. Espíritos Superiores: Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade. Comunicam-se voluntariamente

com aqueles que procuram a verdade de boa fé e que têm a alma desligada dos laços terrenos para

compreendê-la. Distanciam-se daqueles que se animam só de curiosidade ou que a influência da

matéria o afasta da prática do bem.

Terceira Ordem (espíritos imperfeitos):

Predominância da matéria sobre o espírito, podendo ser:

1. Impuros: inclinados ao mal, do que fazem objeto constante de suas preocupações;

2. Ignorantes: maliciosos, irrefletidos e zombeteiros;

3. Pseudo-sábios: conhecimentos amplos, porém crêem saber mais do que realmente sabem;

4. Neutros: não são suficientemente bons para executarem só o bem, nem bastante maus para

executarem só o mal.

No mundo espiritual, o espírito age com maior liberdade, conservando as percepções (condições de

perceber) que tinha quando encarnado e tendo acesso a outras aptidões que o corpo físico não lhe permitia

utilizar. O corpo físico funciona no caso, como um véu, limitando suas possibilidades de ação.

A passagem do espírito encarnado ao estado de espírito desencarnado se dá quando do ato

erroneamente denominado de morte. Ernesto Bozzano desenvolveu um trabalho de pesquisa através de

mensagens enviadas pelos espíritos, onde apurou o que as criaturas sentiram após a passagem de um plano a

outro, como segue:

a) Todos afirmam ter se encontrado novamente com a forma humana que possuíam quando

encarnados (última encarnação);

b) Terem ignorado durante algum tempo deu novo estado em outro plano;

c) Haverem passado, no curso da crise pré-agônica (agonia), por uma reminiscência de todos os

acontecimentos da existência que se findava;

d) Terem sido acolhidos no mundo espiritual pelos espíritos de familiares e amigos lá desencarnados;

e) Haverem passado, quase todos, por uma fase mais ou menos longa de sono reparador;

f) Terem-se achado num meio espiritual radioso e maravilhoso, no caso de desencarnados moralmente

normais e num meio tenebroso e opressivo, no caso de desencarnados moralmente depravados ou suicidas;

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g) Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo objetivo, substancial, real, semelhante ao

meio terrestre espiritualizado;

h) Haverem aprendido que isso era devido ao fato de que, no mundo espiritual, o pensamento

constitui uma força criadora, por meio da qual todo o espírito existente no plano astral pode reproduzir em

torno de si o meio de suas recordações;

i) Não terem tardado a saber que a transmissão do pensamento é a forma da linguagem espiritual, se

bem que certos espíritos recém chegados se iludam e julguem conversas por meio da palavra;

j) Terem verificado que, graças à faculdade da visão espiritual, acham-se em estado de perceber os

objetos de um lado e outro, pelo seu interior e através deles;

k) Haverem comprovado que os espíritos podem se transferir temporariamente de um lugar para

outro, ainda que muito distante, por efeito apenas de um ato de vontade, o que não impede também o fato de

poderem passear no meio espiritual, ou se manter a alguma distância do solo, por meios próprios;

l) Terem aprendido que os espíritos dos desencarnados são atraídos fatalmente e automaticamente

para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da lei da afinidade, onde semelhante atrai semelhante.

Um cientista americano, não espírita, Dr. Raymond Moody Jr., realizou um estudo com pessoas que

sofreram morte clínica e depois retornaram à vida normal.

Foram relacionados aproximadamente 150 casos deste fenômeno, divididos em três categorias

(pesquisas efetuadas até aproximadamente 1977), como seguem:

1. Experiências de pessoas que foram reanimadas depois dos médicos terem pensado, admitido ou

declarado que estavam clinicamente mortas;

2. Experiências de pessoas que durante acidentes, ferimentos graves ou doenças, aproximaram-se da

morte do organismo (corpo);

3. Experiências de pessoas que, estando à morte, as contaram a indivíduos presentes e mais tarde,

estes as relataram.

E dessas observações, o cientista chegou às seguintes conclusões:

- As pessoas declaram possuir um corpo com uma natureza diferente, porém com as mesmas formas

do corpo físico (perispírito);

- Muitos viram aproximação de parentes e amigos que vinham em sua ajuda e que estes já haviam

morrido;

- As conversações que mantiveram com os desencarnados, não foram feitas através das cordas vocais

e sim por telepatia;

- O elemento comum mais incrível que consta nos relatórios estudados, e certamente o que afeta mais

o indivíduo, é o encontro com uma luz ou uma entidade muito brilhante, transmissora de amor e afeto às

pessoas envolvidas. De modo geral, essa entidade, telepaticamente, perguntava: “Que fez você em sua vida

para mostrar-me?” Todos insistiram em que a pergunta não seria um tipo de condenação, mas sim um

sublime envolvimento.

Allan Kardec, no livro dos Espíritos, resume a progressão dos espíritos da seguinte forma: “Deus

criou os espíritos simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência. Deu a cada um determinada missão com o

fim de esclarecê-los e fazê-los alcançar, progressivamente, a perfeição para o conhecimento da verdade e

para aproximá-los Dele. A felicidade eterna e pura é para aqueles que alcançam essa perfeição. Os espíritos

adquirem esses conhecimentos, passando pelas provas que Deus lhes impõe. Alguns aceitam estas provas

com submissão e alcançam mais prontamente o fim de sua destinação. Outros não a suportam senão

murmurando e, por suas faltas, permanecem distanciados da perfeição e da felicidade prometida”.

Mediunidade

Diz Allan Kardec no livro dos Médiuns: “Médiuns são todos os indivíduos que possuem a faculdade

de servir de intermediários entre os planos material e espiritual. Todos os homens em menor ou maior grau

são médiuns, razão pela qual esta faculdade não constitui privilégio de ninguém, mas qualidade própria de

todos. Usualmente porém, somente se classificam como médiuns, os indivíduos cuja sensibilidade de

maneira evidente. De acordo com a ordem de fenômenos que o seu concurso possibilita, os médiuns

distinguem-se uns dos outros.

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As relações entre os espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos respectivos perispíritos,

dependendo a facilidade dessas relações do grau de afinidade existente entre os dois fluídos. Alguns há que

se combinam facilmente, enquanto outros se repelem, donde se segue que não basta ser médium para que

uma pessoa se comunique indistintamente com todos os espíritos. Há médiuns que se comunicam só com

certos espíritos ou com espíritos de certas categorias, e outros que não o podem, a não ser pela transmissão

do pensamento, sem qualquer manifestação exterior.

Na combinação de fluídos perispiríticos, os espíritos não só transmitem aos médiuns seus

pensamentos, como também exercem uma influência física. Porém, a elevação moral do médium e seu

controle sobre a faculdade que possui, impedirá que os maus espíritos se apoderem de sua faculdade.”

Diz Emmanuel, em mensagem psicografada por Francisco C. Xavier: “Médiuns! A vossa tarefa deve

ser encarada como um santo sacerdócio; a vossa responsabilidade é grande, pela fração de certeza que vos

foi confiada, e muito se pedirá aos que muito receberem. Faz-se, portanto, necessário que busque cumprir

com consciência serena, se não quiser tombar na luta, o que seria queimar com vossas próprias mãos as

flores da esperança numa felicidade superior, que ainda não conseguimos alcançar!

Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são espíritos

que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das Leis Divinas e que resgatam,

sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.

São espíritos arrependidos, que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam,

reorganizando com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e

de condenável insânia (falta de juízo).

Todos os médiuns para realizarem dignamente a tarefa a que foram chamados a desempenhar no

planeta, necessitam identificar-se com o ideal de Jesus, buscando para alicerce de suas vidas o ensinamento

evangélico, em sua divina pureza. A eficácia de ação depende do seu desprendimento e da sua caridade,

necessitando compreender, em toda a sua amplitude, a verdade contida na afirmação do Mestre. Dae de

graça o que de graça receber.”

Classificação Geral dos Médiuns

Inicialmente vamos dividi-los em duas grandes categorias:

A) Médiuns de efeitos físicos: São aqueles que possibilitam a produção dos efeitos materiais.

Sempre nestes fenômenos há a participação voluntária ou involuntária de médiuns dotados de

faculdades especiais. Em geral, têm por participação espíritos de ordem inferior, uma vez que os

espíritos elevados só se preocupam com manifestações inteligentes. Essa faculdade diminui com o

desenvolvimento da mediunidade de efeitos intelectuais.

B) Médiuns de efeitos intelectuais: São os que possibilitam a transmissão regular e integral de

comunicações inteligentes.

Como variação comum às duas categorias acima, teremos:

1. Médiuns sensitivos ou impressionáveis: São as criaturas capazes de sentir a presença dos

espíritos, por leve impressão e sensações que os mesmos não sabem explicar. Esta faculdade se

desenvolve pelo hábito e chega a tal ponto de aprimoramento que o médium pode reconhecer a

natureza boa ou má, assim como a própria individualidade do espírito que a provoca.

2. Médiuns audientes: São as criaturas que ouvem os espíritos, é como se escutassem uma voz

interne (íntima); outras vezes, é uma voz externa, clara e distinta, qual a de uma pessoa

encarnada.

3. Médiuns falantes: São aqueles que dão condições aos espíritos à comunicação oral com outras

pessoas encarnadas.

4. Médiuns videntes: são aqueles que tem condições de ver os espíritos. Alguns tem esta condição

em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que

viram, outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo ao sonambulismo. Há ainda o

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caso em que a vidência se manifesta quando os médiuns estão em estado de concentração ou

incorporados. Raro é que esta faculdade se mostre permanentemente, sendo quase sempre efeito

de uma ação passageira.

5. Médiuns sonambúlicos: O sonambulismo é uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor,

são duas espécies de fenômenos que geralmente se acham reunidas. O sonâmbulo age sob a

influência de seu próprio espírito, o médium sonambúlico, ao contrário, é instrumento de uma

inteligência estranha, é passivo e o que diz não vem de si.

6. Médiuns curadores: É o dom que certas pessoas possuem de curar. Algumas por toque, pelo

olhar, com a postura das mãos ou pela fluidificação da água. Existem outros processos que

alguns médiuns utilizam para desenvolver tal faculdade, como por exemplo, a fluidificação de

pétalas de flores.

7. Médiuns pneumatógrafos: São médiuns que possuem a qualidade de obter escrita direta.

Mediunidade pouco comum, desenvolve-se pelo exercício. Tem a finalidade de demonstrar a

influência das manifestações do mundo desencarnado no encarnado.

8. Médiuns psicógrafos ou escreventes: Os espíritos se comunicam pela escrita manual. Os

médiuns psicógrafos podem ser:

a) Mecânicos: O médium atua inconscientemente, não havendo interferência de sua vontade

ou de seu intelecto (inteligência). Age como um robô, sob o comando da entidade

comunicante.

b) Inspirados: Nesse caso, o espírito transmite ao médium exatamente aquilo que deseja que

o mesmo escreva. O médium tem idéia do que escreve embora não registre o seu próprio

pensamento. A mensagem vai sendo traçada, palavra por palavra e muitas vezes o

conhecimento está fora do alcance do médium.

c) Semimecânicos: O médium situa-se numa posição intermediária entre os dois casos

citados acima. Embora sinta impulsos estranhos que estão lhe influenciando, tem

consciência total do que escreve.

Existem tipos especiais de mediunidade, como as dos espíritos pintores desencarnados que através de

sua influência fazem com que o médium pinte telas etc...

Podemos ainda fazer outros tipos de classificações, como:

1. Segundo o gênero e a especialidade das comunicações: médiuns versificadores, poéticos,

positivos (que dão explicações detalhadas), literários, incorretos ( muitas vezes falta cultura por

parte do médium), historiadores, científicos, medicinais (fazem prescrições médicas, o que é

diferente de médiuns curadores), religiosos, filósofos e moralistas, médiuns de comunicações

triviais e obscenas.

2. Segundo as qualidades físicas do médium: médiuns calmos, velozes, convulsivos.

3. Segundo as qualidades morais do médium: médiuns imperfeitos (obsedados, fascinados,

subjugados, levianos, indiferentes, presunçosos, orgulhosos, susceptíveis, mercenários,

ambiciosos, de má fé, egoístas, ciumentos) e bons médiuns (médiuns sérios, modestos, devotados,

seguros).

É importante lembrar que a aptidão pessoal do médium direciona o tipo de espírito que por ele se

manifesta. Sabendo disso e conhecendo os médiuns, o trabalho é facilitado e com certeza mais certo, preciso

e seguro.

As Manifestações

Visuais: São aquelas em que os espíritos tornam-se visíveis. As aparições se apresentam geralmente

sob a forma vaporosa, às vezes vaga e imprecisa. A princípio é sempre uma claridade esbranquiçada, cujos

contornos pouco a pouco vão se desenhando. Outras vezes, mostram-se nitidamente, percebendo-se os

menores caracteres da fisionomia. Podendo tomar todas as aparências, o espírito se apresenta sob a forma

que melhor lhe convier. Devemos lembrar que as formas apresentadas são as do perispírito, sendo este

material composto de fluídos, como já estudamos. Dependendo da concentração dos fluídos no momento da

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manifestação, os mesmos, se tocados, poderão ter a consistência dos materiais que estão à nossa volta

corpórea, sentindo-se inclusive o calor do corpo, como do encarnado.

Para que ocorra esse tipo de efeito é necessário que o espírito manifestante tenha autorização superior,

cujos motivos podem variar e certamente não temos condições de analisá-los. Porém, se não houver um

médium que forneça ectoplasma (fluído que emana do médium encarnado, de natureza leitosa), não haverá a

materialização.

Bicorporeidade: Isolado do corpo, o espírito de um ser encarnado pode, como o de um desencarnado,

mostrar-se com todas as aparências da realidade. Através de propriedades do perispírito, pode adquirir

tangibilidade (ser tangível, tocado). O fato tem sua explicação através da liberdade do espírito, que deixando

o corpo em sono ou em estado de concentração profunda, pode transportar-se revestido pelo perispírito a

outro local e aí tornar-se visível, pelo mesmo processo das manifestações visuais. Portanto, o indivíduo que

se mostra simultaneamente em dois lugares, tem dois corpos, sendo um orgânico e outro espiritual. Ao

despertar, ou estando fora do estado de concentração, os dois corpos se reúnem e a vida do espírito volta ao

corpo material.

Transfiguração: É uma forma de incorporação total, na qual o espírito atuante, após o desligamento

do espírito do médium, assume o comando dos órgãos sobre os quais quer operar. O desligamento parcial do

espírito do médium, produz um relaxamento muscular e o espírito comunicante, através de seu perispírito,

age sobre esse órgãos e amolda-os à sua própria aparência, ou a que melhor lhe convier.

Outra forma de transfiguração é quando o espírito que vai se manifestar num possuidor desse raro tipo

de mediunidade, molda o perispírito, materializando-o na forma que desejar, sobrepondo-se ao corpo do

médium.

Psicometria: Todos os objetos que usamos costumeiramente, estão repletos de energias fluídicas por

nós depositadas, involuntariamente. Desta forma, o médium que possui condições apropriadas, pode,

tocando esse mesmo objeto, descrever situações que envolveram seu uso, ou mesmo pessoas que estiveram

ligadas a ele.

A influência pessoal registrada pelos objetos tem por fim estabelecer a relação com a pessoa ou o

meio em que os fatos aconteceram. O objeto apresentado ao médium, somente servirá para mostrar a

história de uma personalidade humana, quando tenha sido tocado ou utilizado por essa criatura. Para

explicar os fatos, em todos os casos, forçoso é admitir a existência de um fluído pessoal humano, ligando-se

aos objetos.

O Desenvolvimento Mediúnico

Partindo do princípio que todas as pessoas são médiuns, deve-se primeiramente determinar qual o tipo

mediúnico característico da pessoa em questão. Só a experimentação perseverante, sensata e desprovida de

condicionamentos, poderá confirmar ou não o desabrochar de uma faculdade.

Se a faculdade for identificada, o candidato (médium) deverá recorrer a meios seguros, em locais que

lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita, pois uma faculdade em vias de

desenvolvimento requer boa orientação, já que mal orientada é canal de perturbação. É necessário que se

tome muito cuidado com aquelas criaturas que afirmam ter condições de fechar a mediunidade, ou transferir

o impulso mediúnico para daqui a algum tempo, para satisfazer alguma conveniência, pois estas práticas

contrariam as leis naturais do desenvolvimento mediúnico. Só existe a suspensão do desenvolvimento,

quando a criatura apresenta algum impedimento de saúde, por exemplo. A ordem sempre parte do plano

espiritual superior.

As bases genéricas para haver o desenvolvimento mediúnico seguro são:

a) dedicação, evitando faltar às reuniões destinadas ao desenvolvimento;

b) procurar a elevação moral, constantemente;

c) evitar ambientes nocivos;

d) paciência e persistência;

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e) pesquisar a literatura Kardecista e freqüentar cursos em instituições sérias;

f) evitar a ansiedade de receber este ou aquele espírito, como por exemplo, entidades com nomes

famosos ou determinados parentes;

g) quanto ao trabalho mediúnico, elevar o pensamento, mantendo firme a concentração (por

exemplo: pensar só em Jesus ou pensar em uma flor).

A Moral do Médium e Sua Influência

A mediunidade é uma faculdade natural da criatura humana e seu funcionamento não está relacionado

com as qualidades de quem a possui. Porém, se pretendermos que espíritos de melhor nível moral se

manifestem através de nós, devemos buscar a melhora constante, revendo nossos costumes e atitudes, bem

como pensamentos geradores.

O bom médium deve usar a mediunidade somente para o bem, sem visar outros interesses. Tem essa

faculdade com humildade, não busca elogios e não mede sacrifício por ajudar a todos os necessitados.

O médium que utiliza mal sua faculdade, está sujeito à:

a) ser envolvido em mistificações e constante obsessão.

b) perda e suspensão da mediunidade, com prejuízos enormes ao seu equilíbrio emocional.

c) se recebeu a mediunidade como meio para pagamento de dívidas adquiridas nesta e em outras

encarnações, acumulará maiores débitos.

O Preparo do Médium

Tal condicionamento ocorre em três estados sucessivos, quais sejam:

1. Estado de atenção: encontramo-nos em total ligação com o mundo exterior, captando todas as

informações que nos rodeiam, dentro do campo vibratório corpóreo que nos envolve.

2. Estado de concentração: como o próprio tema determina, devemos voltar o nosso pensamento

para uma limitação interior, deixando o que ocorre ao nosso lado passar despercebido, elevando-

nos por exemplo, ao ensinamento de amor de Jesus. Para tanto, é necessário, na medida do

possível, que façamos um relaxamento muscular e mental, evitando dentro das possibilidades,

pelo menos nos dias de reunião, causas que levem à tensão. Alimentando-se com pratos leves e

moderadamente, evitando especialmente os de origem animal, por liberarem fluídos de natureza

inferior e respeitando o tempo para a digestão que é de duas a três horas, variando em função do

ingerido. Usar roupas discretas e que não causem mal estar (por exemplo, calçado apertado).

3. Estado de elevação: quanto maior a condição de concentração, maior será a penetração neste

estado, podendo chegar a limites de transcender (exceder, ultrapassar) o corpo físico, adquire

assim condições de sentir, observar e captar fatos que estão ocorrendo num estado de vibração não

material, ou mesmo material, só que numa esfera diferente (exemplo, o espírito da criatura

desliga-se do corpo encarnado e vai ao encontro de uma pessoa encarnada, que se encontra em

sofrimento, como vimos em bicorporeidade).

Incorporação

Para haver a incorporação, é necessário que exista, antes de tudo, um perfeito entrosamento entre as

correntes vibratórias do médium e a do espírito comunicante.

Nossos órgãos do sentido estão condicionados a captar determinados tipos de vibrações. Só temos

condições de ver normalmente o que se encontra em freqüência favorável às nossas vistas. Se algo passa por

nós em enorme velocidade, por exemplo, sentiremos o deslocamento do ar, porém não veremos o objeto. Da

mesma forma ocorre com os demais sentidos.

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Quando o médium se encontra em profundo estado de concentração, reúne condições de conviver em

um meio vibratório espiritual definido. Havendo então uma correspondência entre os níveis vibratórios,

decorrendo aí o desenvolvimento mediúnico propriamente dito.

Para que ocorra a manifestação de espíritos superiores, é sempre necessário que eles abaixem os seus

níveis vibratórios próprios e os médiuns, por sua vez, forcem-se ao máximo, para melhorarem os seus

padrões característicos.

Médiuns de bom padrão vibratório, poderão também abaixar seu nível para dar possibilidade de

manifestação aos espíritos inferiores, necessitados de ajuda. Isto ocorre através da doutrinação, que é em si

um ato nobre de caridade e não de humilhação.

Podemos classificar os médiuns, sob o ponto de vista das manifestações, como sendo:

1. Conscientes: São aqueles que têm conhecimento do ocorrido ao seu redor. Nesta forma de

mediunidade, não há contato perispiritual, assim sendo, o espírito comunicante entra em contato

com o médium através da telepatia (transmissão do pensamento), podendo fazê-lo a curta ou longa

distância. Uma vez que recebeu a informação, pode transmiti-la com palavras e estilo próprios.

Desta relação obtemos resultados que podem ser:

Espírito Médium Resultado da Manifestação

culto e bom culto e bom alto nível culto e bom pouca cultura e bom relativa qualidade pouca cultura e bom culto e bom o médium pode usar sua cultura sem mudar a idéia básica pouca ou muita cultura pouca ou muita cultura comunicação maldosa e perigosa e mau e mau pouca ou muita cultura pouca ou muita cultura o médium evita transmitir o e mau e bom informado pouca ou muita cultura pouca ou muita cultura o espírito evita a transmissão e bom e mau

2. Semiconsciente: Existe um semi adormecimento do médium quando sob a influência do espírito e

não pode fugir à mesma. Ocorre pela afinidade de fluídos, sendo o intercâmbio possível pelo contato

perispiritual. Não há o afastamento do espírito do médium, mas uma inibição relativa do mesmo, o que dá

possibilidade para o espírito comunicante assumir parcialmente as mãos, em caso de psicografia ou as

cordas vocais, em se tratando de falantes. Por ser uma relação semiconsciente, ainda existe a possibilidade

da interferência parcial do médium, durante a comunicação.

3. Inconsciente: O corre o desligamento do espírito do médium de seu corpo físico, ao qual fica

ligado apenas por um fio fluídico, como se estivesse dormindo. Desta forma, o espírito comunicante assume

o comando das funções do corpo, temporariamente. Neste caso, não há nenhuma interferência do médium

na comunicação, sendo necessário que haja total afinidade vibratória entre as partes envolvidas. Essa forma

inconsciente, dá condição para os casos de xenoglossia, que é quando o espírito utiliza alguma língua

totalmente desconhecida pelo médium.

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Natureza das Comunicações

Diz Allan Kardec no livro dos médiuns: “Que nem todos os espíritos estão em condições de responder

todas as perguntas e que cada um só pode falar daquilo que sabe, não havendo impedimento para que os

espíritos levianos, aproveitem-se da boa fé de alguns, dêem orientações e ensinamentos que não tem a

menor base lógica”.

Segundo essa análise, conclui-se que existe uma hierarquia entre os espíritos, onde suas posições

variam em função de um desenvolvimento intelectual e moral próprio. Não devemos entender o

desenvolvimento dos espíritos como algo em separado: eles estão somente desencarnados. Desta forma,

podemos classificar os tipos de comunicações em:

1. Grosseiras: São aquelas provenientes de espíritos inferiores , ignorantes e revoltados, que expõe

seus instintos grosseiramente. Utilizam como forma de impressão, palavrões, termos ameaçadores,

gestos violentos etc... Geralmente são obsessores e manifestam-se através de seus próprios

perseguidos. Em trabalhos especiais, podem se manifestar através de médiuns que por caridade

lhes proporcionam esta oportunidade, como já estudamos em incorporação de médiuns de bom

padrão vibratório.

2. Frívolas: São aquelas de grande fluência e abundância de palavras, porém com poucas idéias

aproveitáveis ou cheias de absurdos, sem sentido lógico. São mensagens que se prestam a revelar

o futuro, a fazer predições e orientações, sem a devida segurança doutrinária. Podemos citar como

exemplo mais comum as cartomantes etc...

3. Sérias: Nem todos os espíritos sérios são igualmente esclarecidos, há uma coisa que eles

desconhecem e sobre o que podem enganar-se de boa fé. Por isso é que os espíritos

verdadeiramente superiores nos recomendam sempre submeter todas as comunicações ao crivo

(observação) da razão e da mais rigorosa lógica.

4. Instrutivas: São as de caráter sério, verdadeiras e conduzem a algum esclarecimento, particular

ou geral, no campo da ciência, da filosofia e da moral. São tanto mais profundas quanto mais

elevado for o nível do espírito comunicante. O meio seleciona a categoria de espíritos que atuam

sobre si.

Para todos os tipos de comunicações aqui comentadas, só serão mais perfeitas, quanto menor for a

interferência do médium (animismo).

Evocações

Os espíritos podem se comunicar espontaneamente, ou atender ao nosso chamado. Isto é, virem por

evocações. Quanto às evocações, só devem ser feitas em reuniões apropriadas, com médiuns adequados e

logicamente, dentro dos princípios do amor fraternal.

Diz Emmanuel, no livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier: “Não é

aconselhável a evocação direta e pessoal”.

Quanto à manifestação espontânea, podemos dizer que depende da vontade da entidade comunicante e

também da autorização superior para que o possa fazer.

Obsessão

A obsessão consiste no domínio que os maus espíritos assumem sobre certas pessoas, com o objetivo

claro de as escravizar e submetê-las à sua vontade, pelo simples prazer que experimentam em fazer o mal. É

a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresentam caracteres muito diferentes,

que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do

organismo e das faculdades mentais. Quando um espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo,

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envolve-o por assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto, interpenetrando-se os fluídos. Os

pensamentos e as vontades dos dois se confundem e o espírito então se serve do corpo do indivíduo, como

se fosse seu, fazendo-o agir à sua vontade, falar, escrever, desenhar etc... Se o espírito é bom, impele o

indivíduo à prática de atos bons. Se é mau, força-o à ações más. Se é perverso e maldoso, aperta-o como

numa teia, paralisando-lhe até a vontade e o juízo, que abafa com o fluído preponderante.

As causas da obsessão podem ser:

1. Vingança: por queixas que um espírito mau guarda desta ou de outras encarnações, ou a mando de

outros que queiram prejudicar o médium;

2. Covardia: são espíritos maldosos, que se aproveitam das fraquezas morais do médium. Às vezes o

fazem até com crianças, levando-as ao desequilíbrio se não forem auxiliadas devidamente em um

núcleo espírita;

3. Por afinidade: são espíritos maldosos que se sentem bem com o comportamento moral do

médium, muito parecido com o seu.

Para que haja a desobsessão, é necessário que o médium passe por um processo de desenvolvimento

mediúnico. É importante observar que muitos obsessores, após receberem a devida orientação, aprendem as

regras da fraternidade cristã e acabam ficando como colaboradores, ou mesmo protetores daquele médium

que antes acompanhavam como obsessor.

A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do

constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo

genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades sãoa: obsessão

simples,a fascinação e a subjugação.

Dá-se a obsessão simples, quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu

mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta

em lugar dos que são evocados. Ninguém está obsidiado pelo simples fato de ser enganado por um Espírito

mentiroso. O melhor médium se acha exposto a isso, sobretudo, no começo, quando ainda lhe falta a

experiência necessária, do mesmo modo que, entre nós homens, os mais honestos podem ser enganados por

velhacos. Pode-se, pois, ser enganado, sem estar obsidiado. A obsessão consiste na tenacidade de um

Espírito, do qual não consegue desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua. Na obsessão simples, o

médium sabe muito bem que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não se disfarça; de nenhuma

forma dissimula suas más intenções e o seu propósito de contrariar. O médium reconhece sem dificuldade a

felonia e, como se mantém em guarda, raramente é enganado. Este gênero de obsessão é, portanto, apenas

desagradável e não tem outro inconveniente, além do de opor obstáculo às comunicações que se desejara

receber de Espíritos sérios, ou dos afeiçoados.

A fascinação tem conseqüências muito mais graves. E uma ilusão produzida pela ação direta do

Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às

comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe

inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda

quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar

sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as

pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais

espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito

de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem. Já dissemos que muito mais graves são as conseqüências

da fascinação. Efetivamente, graças à ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem

ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as

teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações

ridículas, comprometedoras e até perigosas. Compreende-se facilmente toda a diferença que existe entre a

obsessão simples e a fascinação; compreende-se também que os Espíritos que produzem esses dois efeitos

devem diferir de caráter. Na primeira, o Espírito que se agarra à pessoa não passa de um importuno pela sua

tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa é muito diversa. Para

chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não

pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de

virtude.

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A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau

grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro j u g o. A subjugação pode ser moral ou corporal.

No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras

que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua

sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. Traduz-se, no médium escrevente, por uma

necessidade incessante de escrever, ainda nos momentos menos oportunos. Vimos alguns que, à falta de

pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas,

nas paredes.