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definir e analisar os meios de contraste e hemodinamica
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Meios de Contraste e Hemodinâmica
1. Carga Horária: 80 horas + 20 horas de atividade complementar
2. Competências
• Identificar os protocolos de preparação prévia para os exames radiográficos do sistema
digestório.
• Caracterizar os meios de contraste radiológicos sua ação e efeitos colaterais e sua
respectiva atividade nos diferentes locais de ação no organismo humano.
• Avaliar reações do paciente aos meios de contraste identificando os procedimentos de
prestação de primeiros socorros em casos de intercorrências.
Meios de Contraste e Hemodinâmica
2. Competências
• Selecionar materiais, equipamentos e acessórios utilizados na administração de meios
de contraste.
• Identificar as diversas formas das radiações ionizantes, conhecendo os mecanismos de
interação das radiações com o corpo humano, com o objetivo de minimizar os efeitos
deletérios.
• Saber como operar um equipamento de hemodinâmica.
• Conhecer os procedimentos em radiologia que utilizam a técnica de hemodinâmica.
3. Habilidades
• Colocar o paciente na posição adequada para visualização dos órgãos a serem diagnosticados.
• Proceder a exames especializados, utilizando os mecanismos fisiológicos do sistema em questão, na
aquisição das imagens radiológicas.
• Administrar os meios de contraste radiológico pelas diversas vias, de acordo com preceitos médicos com
vistas à prevenção de intercorrências.
• Utilizar técnicas assépticas no preparo, manuseio e administração de meios de contraste para evitar
contaminação e infecção hospitalar.
• Realizar procedimentos de emergência em casos de intercorrência na administração de meios de contraste.
• Aplicar os procedimentos intervencionistas realizados através de estudos hemodinâmicos.
4. Ementa
• Introdução
• Classificação dos meios de contraste
• Reações ao meio de contraste
• Anatomia do sistema urinário
• Urografia excretora
• Uretrocistografia retrógrada
• Pielografia
3. Habilidades
• Anatomia do sistema digestório
• Esofagografia
• Esôfago, estômago e duodeno (EED)
• Trânsito intestinal
• Enema opaco
• Colangiografia retrógrada endoscópica
• Colangiografia introcirúrgica
• Colangiografia pelo dreno de Kerr
3. Habilidades
• Colecistograma Oral
• Sialografia
• Flebografia
• Histerosalpingografia
• Dacriocistografia
• Mielografia
• Abreviação
• Conceito de hemodinâmica
• História da hemodinâmica
3. Habilidades
• Equipe técnica
• Proteção radiológica
• Cardiologia intervencionista
• Eletrofisiologia
• Endovascular intervencionista
• Neurologia intervencionista
• Hemodinâmica: Tecnólogo / Técnico
• Tratamento da imagem
Meios de Contrastes e Hemodinâmica
O que são??
No Geral...
Meios de contrastes são compostos administrados nos
pacientes por via oral ou intravenosa, que podem causar
reações adversas, alterando a corrente sanguínea. São
utilizados para melhorar a imagem de diferentes tipos de
exames.
Hemodinâmica parte da Fisiologia que estuda a
circulação sanguínea.
Histórico
• Em 1985, Wilhelm Conrad Rõntgen, professor de física na Alemanha,
descobriu uma nova espécie de radiação produzida pela passagem de uma
corrente elétrica por um tubo de vidro sob vácuo e que, mesmo invisível a
olho nu, produziu fluorescência ao incidir sobre um papel impregnado por
cianureto de bário e platina.
• Este fato (capacidade destes raios atravessarem corpos sólidos como
madeira, papel, partes do corpo humano com variável intensidade) chamou
a atenção da comunidade científica .
Histórico
• Vários pesquisadores acadêmicos e amadores, do mundo todo, passaram
a reproduzir o experimento de Rõntgen.
• Rapidamente o método foi adotado pela medicina para facilitar a
visualização de corpos estranhos e ossos com detalhes.
• Em 1901, Rôntgen recebeu o prêmio Nobel de Física pelo seu incrível
trabalho.
• Nunca sofreu queimaduras por raios X, pois logo de início construiu
uma cabine de estanho e chumbo, que não permitia a entrada de luz e
dos raios, protegendo-o de sua exposição.
Histórico
• Naquela época, a Radiologia nada mais mostrava que o esqueleto, os
gases do abdômen, os pulmões e o mediastino. Os restantes dos órgãos
davam sombras indistintas, onde era impossível descobrir lesões, ainda
que graves.
• Com o aparecimento dos produtos de contraste, a radiologia deu um
enorme salto qualitativo.
• Muitos órgãos até aí invisíveis aos raios X passaram a ser visualizados
como o esôfago, intestinos, aparelho urinário, útero, glândulas salivares,
vasos sanguíneos, entre outros.
Histórico
• 1896: O italiano Dutto, durante seus experimentos de anatomia com
cadáveres, demonstrou que ao injetar uma substância denominada “Yeso
de París” era possível identificá-la em uma placa radiográfica.
• “Yeso de París” ou gesso de Paris é um produto obtido pela queima da
gipsita em depósitos próximos à Paris (FR).
• Otto Lindenthal e Eduard Haschek apresentaram a 1ª. Arteriografia em
uma mão amputada revelando as artérias com a solução de Teichmann
(uma mistura de Cal, cinábrio [sulfeto de mercúrio] e vaselina).
Histórico
• 1897: Lindermann e Menschen identificaram pela 1ª. Vez a
curvatura do estômago em um indivíduo.
• Strauss, Mitarb e Cannon estudaram experimentalmente, em
cachorros, o mecanismo de deglutição administrando
pequenas esferas que foram localizadas logo após o esôfago
destes animais.
Histórico
• 1897: Rumpel, Mosser e Cannon descreveram a dinâmica do
processo de deglutição e o peristaltismo do trato gastrointestinal
de gatos com uma mistura de alimentos + sub-nitrato de
bismuto.
• Tuffier, Lawenhardt, Schmidt e Kolischer demonstraram o
trajeto dos ureteres, inserindo um fio metálico e solução de sub-
nitrato de bismuto.
Histórico
• 1898: Roux e Balthazard publicaram suas experiências sobre o
peristaltismo em rãs, cachorros e, inclusive, em seres humanos,
com o uso de sub-nitrato de bismuto.
• Os pesquisadores identificaram que o sub-nitrato de bismuto se
transformava em nitrito no organismo ao ser absorvido, um produto
tóxico que leva à morte.
• Bade delineou o estômago de um indivíduo com a introdução de ar.
Histórico
• 1901 a 1903: Ziessl e Holzknecht realizaram uma cistografia em
um cadáver. E, Wittek realizou uma neurocistografia.
• 1904: Klose realizou a pielografia.
• 1905: Voelcker e Lichtenberg realizaram uma pielografia
retrógrada com emulsão de prata a 2%.
• 1906: O sub-nitrato de bismuto foi substituído pela emulsão de
prata a 2% que, também, mostrou-se muito tóxico.
Histórico
• 1909: Abel e Rowntree observaram a eliminação hepática com
fenolftaleína.
• 1910 a 1915: Surgiram novos exames que permitiam a avaliação do
trato gastrointestinal, das vias urinárias, cérebro, entre outros.
• 1917: Waters, Bayne-Jones e Rowntree utilizaram formol de iodo e
azeite de oliva para realizar uma broncografia.
• 1922: Tenney e Patterson utilizaram pasta de bário para estudar as vias
intra e extra hepáticas depois de uma colecistectomia (retirada da
vesícula biliar).
Histórico
• 1923: Graham, um conceituado cirurgião americano, formulou a
seguinte hipótese: “ Se, como já se sabia, a fenolftaleína era
excretada pelo fígado e, por outro lado, sabia que as soluções de
cloro, bromo ou de iodo eram opacas aos raios-x, por que não
usar a molécula de fenolftaleína ligada ao iodo ou ao bromo e
injetá-la na corrente sanguínea?”. Além disso, este pesquisador
sabia que a vesícula concentrava fortemente a bílis, por
reabsorção de água. Sendo assim, o fígado excreta tal substância
que possibilitaria observar cistos biliares.
Histórico
• 1924: Graham colocou seu protocolo experimental em
prática, porém não conseguia provar sua teoria.
• Após testar em quase 200 animais, passou o experimento
para seu colega Cole que conseguiu conseguiu visualizar a
vesícula biliar apenas em um animal.
• Cole questionou ao tratador dos animais, que o disse ter
esquecido de alimentar o cachorro.
• Esta simples fenômeno levou a descoberta da
colecistografia.
Histórico
• 1924: Graham e Cole trabalharam com tetra-
clorofenolftaleina, depois com tetra-bromofenolftaleina e,
finalmente, com tetra-iodofenolftaleina de sodio, substâncias
muito opacas ao raio X.
• 1925: Graham, Cole e Copher acharam que os resultados
obtidos com o tetra-iodofenolftaleina eram melhores que
aqueles obtidos com o tetra-bromo.
• A exploração radiológica da vesícula com contraste levou ao
conhecimento da fisiologia e patologia da vesícula biliar.
Histórico
• 1924 a 1925: Heuser, na Argentina, injetou no útero de uma paciente o
lipiodol e publicou os resultados obtidos. Este método ajudou a
diagnosticar a gestação. Diroff estudou a função tubária utilizando
também o lipiodol (solução de óleo de papoula + iodo).
• 1927: Stem e Arens sistematizaram a Histerossalpingografia.
• Grego: hystero (útero), salpinx (trompa) e graphein (escrever).
• Histerossalpingografia (HSG) é um método radiológico que permite o
estudo da cavidade uterina e da luz tubária.
Histórico
• 1929: Surgiu o Uroselectan®, creditado a Moses Swick,um
jovem urologista americano, um meio de contraste iodado
hidrossolúvel, obtendo-se o primeiro urograma bem sucedido.
• 1931: Ligou-se o iodo a piridina, criando dois novos meios de
contraste melhorados, o Dione e Neoiopax.
• 1933: Substituiu-se o anel de piridina por um anel de benzeno,
criando meios de contraste que serviram como base para os
atuais.
Histórico
• Anos 50 a 60: Com a introdução do iotalamato de meglumina
(Conray®), do diatrizoato de sódio (Hypaque®) e dos derivados do
ácido triiodobenzóico, a urografia excretora tornou-se o principal
método de diagnóstico por imagem das vias urinárias.
• O exame de urografia excretora, Pielografia, é ainda importante para o
estudo das vias urinárias, pois é possível a investigação dos ductos
coletores, sistema coletor intra-renal, ureteres, entre outros. Além disso,
é mais barato que uma TC e pode ser realizado em qualquer lugar que
tenha aparelho de raio-x.
Histórico
• Atualmente os meios de contraste (MC) utilizados
são derivados do ácido 2,4,6-triiodobenzoico.
• Os MC são classificados com base nas suas
características físico-químicas, incluindo sua
estrutura química, osmolalidade, viscosidade,
quantidade de átomos de iodo na estrutura,
propriedades biológicas, capacidade de
ionização em solução, hidrossolubilidade,
lipofilia e toxicidade.
Classificação dos Contrastes: Capacidade de absorção dos raios-x
• MC Positivo (raiopacos): absorvem + radiação do que as
estruturas anatômicas que o circundam.
• Bário e Iodo.
• MC Negativo (transparente):
• Presentes em determinados órgãos
• Absorvem menos radiação que demais estruturas.
• Ar e gases (CO2) que permitem a passagem dos RX.
Classificação dos Contrastes: Constituição Química
• MC Iodados: contêm iodo (I) como
elemento radiopaco.
• MC Não iodados: não contem Iodo, mas
outras substâncias como bário ou
gadolínio.
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
1. Estrutura Molecular
2. Osmolaridade/Osmolalidade
3. Ionicidade
4. Lipofilia
5. Hidrofilia
6. pH
7. Viscosidade
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
1. Estrutura Molecular
A estrutura básica dos MC iodados é formada por
um anel benzênico, Iodos, ácidos (solubilidade em
água) e radicais orgânicos (que interferem
diretamente na sua toxicidade e excreção).
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
2. Osmolalidade (Osmolaridade)
• Visa a Homeostase.
• Homeostase: processo que mantêm o
estado de equilíbrio das várias funções
orgânicas, composição química dos
líquidos e tecidos.
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
2. Osmolalidade (Osmolaridade)
• Número de miliosmoles por Kgs de água
(concentração de partículas na solução).
• Partículas: sódio, cloreto, proteínas,
bicarbonato, glicose e outros constituintes
na solução.
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
1) Hiper-Osmolar (Alta Osmolalidade)
• Composição
• Adição de um cátion de Na+ ou meglumina, resulta em um
monômero iônico (solúvel em água).
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
1) Hiper-Osmolar (Alta Osmolalidade)
• Osmolalidade: 600 a 2100 mOsm/Kg
• Plasma Humano: 290 a 300 mOsm/Kg
• Nome comercial: o ânion ioxitalamato (Telebrix ® e
Conray®) e o ânion diatrizoato (Hypaque®).
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-Osmolares (Baixa Osmolalidade):
• 1) Monômeros não iônicos
• 2) Dímeros iônicos
• 3) Dímeros não iônicos
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-osmolares (Baixa Osmolalidade):
• Monômeros não iônicos: Por não ter a carboxila, não
ionizam em solução.
• Possui apenas a metade da osmolalidade dos monômeros
iônicos (Concentração de 25-76 % = 290 a 860 mOsm/Kg).
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-osmolares (Baixa Osmolalidade):
• Baixa reações adversas
• Indicados: alergia grave, asma, doença cardíaca pré-
existente, insuficiência renal prévia, diabetes mellitus,
desidratados e portadores de anemia falciforme.
• Desvantagem: Alto custo.
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-osmolares (Baixa Osmolalidade):
1) Nome comercial: iopramida Ultravist®), o iobitridol
(Xenetix®), o iohexol (Omnipaque®), o iopamidol
(Isovue®), e o ioversol (Optiray®).
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-osmolares (Baixa Osmolalidade):
• Dímeros iônicos: O único comercializado é o ioxaglato
• A 59 % (320 mg I/mL) possui osmolalidade de 600
mOsm/Kg.
• Devido à sua elevada viscosidade, o ioxaglato não é
produzido em concentrações elevadas.
2.1 Classificação dos MCs quanto sua Osmolalidade:
2) Hipo-osmolares (Baixa Osmolalidade):
• Dímeros não iônicos:
• Possuem a mais baixa osmolalidade de todos os MCs
• Até a concentração de 60 % possuem mesma osmolalidade que o plasma.
• Possuem elevada viscosidade.
Contrastes
Iodados
Vendidos
Comercialmente
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
3. Viscosidade
• Depende do tamanho e estrutura molecular,
concentração de iodo e temperatura.
• Dímeros: são mais viscosos por serem
moléculas maiores do que os monômeros. Por
isso, são fabricados com menor concentração
de iodo.
ioxaglato
diatrizoato
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
3. Viscosidade
• Importância: força para injetar com uma agulha ou
catéter, limitando a velocidade da administração.
• Alta viscosidade diminuiu a velocidade do contraste
no interior dos pequenos vasos.
• Porém, facilita as intervenções vasculares, devido a
maior duração do contraste nas arteriografias.
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
3. Viscosidade
• Reduz-se a viscosidade reduzindo a concentração de I do produto
(diminuição da opacidade).
• A viscosidade e a osmolalidade estão diretamente relacionadas:
Concentração de Iodo OsmolalidadeViscosidade
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
3. Viscosidade
• Viscosidade x temperatura (uso imediato)
• Uso de bomba mecânica para injetar o
MC, porém necessita de equipamentos
(cateteres, tubos de conexão e
conectores) mais resistentes e mais
dispendiosos.
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
4. Opacidade ao Rx
• A alta Opacidade: I e seu elevado número atómico (Z = 53)
• Contraste iodado: permeável à luz visível e opaco aos Rx.
• Melhor Resolução:
• Depende da quantidade de iodo
• Depende da sensibilidade do método: Rx convencional x TC
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
5. Solubilidade
• MCs Iodados: Hidrossolúvel ou Lipossolúvel.
• Hidrossolúvel: Solúvel em água, fácil excreção (via renal)
e são os utilizados atualmente.
• Administração: via vascular, venosa, arterial ou oral.
• Lipossolúvel: oleoso, de difícil excreção e encontra-se em
desuso. (sulfato de bário [gastrointestinal])
MC Iodados e as Propriedades Físico-Químicas
5. Solubilidade
• MCs Iodados: Hidrossolúvel ou Lipossolúvel.