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Melhoramento genético e produção de rainhas de Apis mellifera Kamila de Sousa Leão Cristiano Menezes Giorgio C. Venturieri Peter Hans P. de Meio Müller Belém, PA 2011 Amazônia Oriental

Melhoramento genético e produção de rainhas de Apis · PDF fileDeverá ser afilado para atingir aproximadamente o ... A temperatura deve estar em torno de 28°C e a umidade relativa

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Melhoramento genético e produçãode rainhas de Apis mellifera

Kamila de Sousa LeãoCristiano Menezes

Giorgio C. VenturieriPeter Hans P. de Meio Müller

Belém, PA2011

Amazônia Oriental

Melhoramento genético

o termo "melhoramento genético" pode assustar aspessoas à primeira vista. Muitos imaginam que só é possívelfazer melhoramento genético em laboratórios equipados e quecusta muito dinheiro. Mas isso não é verdade! Existem centenasde exemplos bem-sucedidos nas civilizações mais antigas domundo que já faziam melhoramento genético de plantas eanimais. Na verdade, até hoje usamos métodos muito parecidoscom os métodos usados há séculos. A ideia básica domelhoramento genético é muito simples, eliminar os pioresindivíduos e substituir pelos melhores. Simples assim!

Exemplos de melhoramento genético nas abelhas sãoinfinitos, mas vamos focar em um caso que representa bem oseu potencial. Nos Estados Unidos, um grupo depesquisadores resolveu aumentar a produção de pólen em umapiário com 127 colônias que nunca tinham sido selecionadas.Primeiro, eles mediram quanto pólen as suas colôniasarmazenavam. Depois, reproduziram as mais produtivas entresi. Após três gerações de seleção, as colônias mais produtivasarmazenavam seis vezes mais pólen que as pouco produtivas.Esse exemplo mostra que os métodos de seleção podemtrazer resultados rapidamente.

1. Escolha da Colônia Matriz: A escolha da colôniaque será doadora de larvas deve ser feita com base naseleção de uma ou mais características desejadaspelo apicultor, como produtividade, agressividade ouresistência a doenças. Coloque um favo vazio nocentro da cria, onde a rainha botará os ovos, pois issofacilitará a coleta das larvas três dias depois. Pode-seusar também um favo de cria da própria colônia quetenha muitas larvas recém-nascidas.

2. Formação da Colônia Recria: É uma colônia órfã,moderadamente forte, com favos de cria operculada enascente, e alimento abundante, principalmente pólen.Essas colmeias são preparadas para que a suapopulação tenha grande número de abelhas nutrizescom poucos dias de idade. Não deve ter larvas jovens,que seriam alimentadas com a gelei a real, para quenão falte geléia real para as cúpulas que serãointroduzidas na colmeia. Sempre que for introduzidoquadro com cúpulas, deve-se observar todos os outro'quadros para retirar as realeiras que estão sendoconstruídas.Existem dois tipos de colmeias recrias:INICIADORA, com a função de alimentação daslarvas, na qual o quadro porta-cúpulas será introduzidologo após a transferência de larvas e ficará até odesenvolvimento das realeiras.TERMINADORA, com a função de manter as realeirasdepois da fase larval. As realeiras maduras devem sercolocadas dentro de gaiolas (tubos bobs), onde asrainhas irão emergir e completar sua maturaçãosexual.Obs: Pode-se optar por utilizar apenas uma recria paraconduzir todo o processo, sendo esta chamada derecria iniciadora-terminadora na qual serão começadase terminadas as cúpulas.

3. Preparação das Cúpulas: As cúpulas podem serde cera de abelha ou de plástico. No primeiro caso, oapicultor precisará de um bastonete deaproximadamente 70 mm de comprimento com umadas pontas arredondada.Deverá ser afilado para atingir aproximadamente odiâmetro de 9 mm a 12 mm da ponta para um diâmetrode 6 mm a 8 mm na extremidade, o final éarredondado para que o fundo da cúpula de cera sejacôncavo.

4. Preparação da Barra Porta-cúpula:Primeiramente, cole com cera derretida os batoquesde madeira que são feitos com cabo de vassouracortado. Depois, cole com cera derretida as cúpulassobre os batoques. Quando estiver pronto, introduza oquadro porta-cúpulas na colmeia recria um dia antesda transferência, para diminuir a rejeição.

I

larvas

I

rainhasvirgens

Como fazer melhoramento genético?

A opção mais fácil e simples é substituir 25% das piores rainhaspor filhas das 25% melhores rainhas. Ou seja, em um apiáriocom 40 colônias, mate as rainhas das 10 piores colônias eintroduza rainhas filhas das 10 melhores colônias. É possívelaumentar a produtividade em até 20% na primeira geração.

Para saber quais são as piores ou as melhores colônias, épreciso usar métodos padronizados e confiáveis. Por exemplo,para selecionar produtividade de mel, é preciso anotar aprodução de mel de cada colônia.

Para selecionar produtividade de pólen, é preciso anotar aprodução de pólen. Quanto mais preciso for o método demedição, mais rápido será o aparecimento dos resultados.

Depois de saber quais são as melhores colônias, é precisoproduzir rainhas a partir delas e introduzi-Ias nas piorescolônias.

núcleosde fecundação

rainhasfecundadas

=

5. Obtenção das Larvas e Transferência: A idade das larvas paratransferência pode ser entre 12 horas e 3 dias, porém quanto maisjovens as larvas, maiores serão o tamanho e o peso das rainhasproduzidas. As cúpulas devem receber uma pequena gota degeleia real, que pode ser diluída em soro fisiológico. A transferênciadas larvas para as cúpulas deve ser feita em local iluminado, masna sombra. A temperatura deve estar em torno de 28°C e aumidade relativa do ar acima de 50% para evitar que as larvassequem. Para evitar presença de abelhas no local, pode ser usadauma barraca ou mosquiteiro próximo ao apiário. Os instrumentosutilizados para a transferência são: agulha de transferência oupincéis, lantern e suporte para quadro com as larvas.

6. Engaiolamento das Realeiras: As realeiras devem serengaioladas com 9 dias após a transferência, colocando-se um bobfechado com um batoque de madeira em cada realeira. Cadagaiola deve conter uma bolinha de cândi, para garantir aalimentação da rainha virgem.

7. Formação do Núcleo de Fecundação: É o núcleo onde arainha virgem realizará o voo nupcial. Os núcleos devem serformados com abelhas, favos de cria fechada (nas fases de pré-pupas ou pupas) e alimento. Cada núcleo deve receber apenasuma rainha.

8. Introdução da Rainha Virgem: A rainha deve ser introduzidaem uma gaiola tampada com cândi, para que a rainha absorva ocheiro da colônia e seja aceita pelas operárias. 11 dias após aintrodução, deve-se verificar a fecundação.

9. Colônias de Apoio: São colônias que fornecerão abelhas, favosde cria e alimento para manutenção das colônias recria e núcleosde fecundação, pois, como eles não têm rainhas fecundadas,necessitarão de adição regular de favos de cria e alimento.

Cronograma de Campo da Produção de Rainhas5 T Q I Q I 5 5 I D

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia4Formação da Tra nsferê nciacolônia recria de Ia rva para

produção deMatriz: recebe geleia realquadro parapostura

Dia 5 Dia 6 Dia 7 Dia8 Dia 9 Dia 10 Dia 11AI ime nta ção Matriz: fornece AI ime nta ção da Alinentaçãoda matriz e larva matriz e recria da matriz erecria recria

TransferênciaReformada de Ia rva paracolônia rainharecria

Recria:Colheita de Recebegeleia real cúpulasDia 12 Dia 13 Dia 14 Dia 15 Dia 16 Dia 17 Dia 18Alimentação Alimentação da Transferênciada matriz e matriz e recria de larva pararecria geleia real

EngaiolamertoReforma da das rea lei ras *recria

Dia 19 Dia 20 Dia 21 Dia22 Dia 23 Dia 24 Dia25Colheita de Formação dos Núcleos degeleia real I núcleos de fecundação:

fecundação Intradução derainhasvirgens

Dia 26 Dia 27 Dia 28 Dia29 Dia 30 Dia 31 Dia32

Dia 33 Dia 34 Dia 35Núcleos de Núcleos de Substituiçãofecundação: Fecundação: f de rainhasverifeação remoção de oude rainha Despachofecundação fecundada para venda

*Depois de engaioladas, as realeiras podem permanecer na colônia recria, serrepassadas para outra recria (terminadora) ou transferidas para uma estufa de

incubação com temperatura e umidade adequadas.

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Conselho NlIcJoM/ de DesemoMmentoCientífico e TecnoI6gico FAPESPA

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de Abelhas de São joâo de Pirabas

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Agricultura, Pecuáriae AbastecimentoAmazônia Oriental

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