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1 CAPÌTULO I A atividade internacional das unidades subnacionais tem atraído crescente atenção nos estudos acadêmicos contemporâneos de Relações Internacionais, uma vez que fica cada vez mais clara a atuação das unidades subnacionais como atores no cenário internacional. As unidades subnacionais, ou governos subnacionais, para os propósitos dessa monografia, são os municípios, cidades, estados, províncias, e regiões inseridos dentro de um Estado Nacional, com limites territoriais, população e funções definidos. De acordo com as normas do Direito Internacional, é prerrogativa do Estado Nacional a formulação da Política Externa e a condução das relações internacionais, os governos subnacionais não são, dessa forma, considerados como sujeitos do direito internacional público. Porém, de acordo com Tullo Vigevani (2006), as unidades subnacionais de facto , não de jure , participam de modalidades de cooperação internacional, estabelecem ou buscam acordos de cunho econômico e cultural, de modo formal ou informal” (VIGEVANI, 2006, p.6). Dessa forma, nota-se que a ação internacional de unidades subnacionais, chamada por muitos de paradiplomacia, se configura cada vez mais como um aspecto importante das relações internacionais. A paradiplomacia pode ser considerada como um campo relativamente novo das relações internacionais e que começou a ter preponderância no cenário internacional a partir do início da década de 90. Porém, os primeiros indícios de atividades internacionais de unidades subnacionais possuem podem ser notados a partir do ano de 1936. De acordo com André Lecours (1992), nesse ano o primeiro governo basco enviou delegações ao exterior para manter contato com governos estrangeiros, diplomatas e outros interlocutores da Guerra Civil Espanhola. Além disso, durante os anos 1950, diversos estados sulistas dos Estados Unidos da América começaram a estimular a exportação e buscar investimento externo, sendo seguidos pela sua contrapartida austral somente após duas décadas. A província de Quebec (Canadá) se tornou internacionalmente ativa de grande forma

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CAPÌTULO I

A atividade internacional das unidades subnacionais tem atraído crescente atenção nos estudos acadêmicos contemporâneos de Relações Internacionais, uma vez que fica cada vez mais clara a atuação das unidades subnacionais como atores no cenário internacional.

As unidades subnacionais, ou governos subnacionais, para os propósitos dessa monografia, são os municípios, cidades, estados, províncias, e regiões inseridos dentro de um Estado Nacional, com limites territoriais, população e funções definidos.

De acordo com as normas do Direito Internacional, é prerrogativa do Estado Nacional a formulação da Política Externa e a condução das relações internacionais, os governos subnacionais não são, dessa forma, considerados como sujeitos do direito internacional público. Porém, de acordo com Tullo Vigevani (2006), as unidades subnacionais “de facto, não de jure, participam de modalidades de cooperação internacional, estabelecem ou buscam acordos de cunho econômico e cultural, de modo formal ou informal” (VIGEVANI, 2006, p.6). Dessa forma, nota-se que a ação internacional de unidades subnacionais, chamada por muitos de paradiplomacia, se configura cada vez mais como um aspecto importante das relações internacionais.

A paradiplomacia pode ser considerada como um campo relativamente novo das relações internacionais e que começou a ter preponderância no cenário internacional a partir do início da década de 90. Porém, os primeiros indícios de atividades internacionais de unidades subnacionais possuem podem ser notados a partir do ano de 1936. De acordo com André Lecours (1992), nesse ano o primeiro governo basco enviou delegações ao exterior para manter contato com governos estrangeiros, diplomatas e outros interlocutores da Guerra Civil Espanhola. Além disso, durante os anos 1950, diversos estados sulistas dos Estados Unidos da América começaram a estimular a exportação e buscar investimento externo, sendo seguidos pela sua contrapartida austral somente após duas décadas. A província de Quebec (Canadá) se tornou internacionalmente ativa de grande forma durante a “Revolução Quieta” em 1960, juntamente com as províncias canadenses de Ontário e Alberta.

Apesar disso, foi somente com as mudanças internacionais ocorridas no fim da década de 1980 e início de 1990, que as ações paradiplomáticas passaram a ser mais constantes e mais abrangentes pelo mundo afora.

A Interdependência Complexa e a atividade internacional dos Governos subnacionais

A interdependência, conforme apresentada por Robert Keohane e Joseph Nye (1977), refere-se a situações em que os Estados ou atores são determinados por eventos externos, em uma relação recíproca com outros Estados e atores, fazendo com que as suas autonomias se tornem juntamente limitadas.

Para esses autores, as relações de interdependência não se dão somente entre Estados Nacionais, mas também abrangem uma extensa gama de atores diversos, tais como organizações internacionais, membros da sociedade civil, organizações não governamentais, empresas multinacionais, e governo subnacionais, entre outros.

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Para Bedin, Oliveira, Santos Júnior e Myamoto (2000), esse adensamento acaba por fazer com que se crie uma espécie de “teia interdependente”, na qual um abalo em uma das extremidades gera repercussões em toda a extensão da teia. Essa repercussão é tratada, por esses autores, através dos conceitos de sensibilidade e vulnerabilidade, que para Keohane e Nye (1977) significam respectivamente, "susceptibilidade para com os efeitos custosos impostos pelo exterior antes que as políticas sejam alteradas para tentar mudar a situação" e "a susceptibilidade de um ator em sofrer os custos impostos por eventos externos mesmo após uma alteração nas políticas". Para melhor explicar:

A sensibilidade é diferente da vulnerabilidade, manifestando-se quando alguma alteração no panorama externo provoca reações internas. A vulnerabilidade refere-se à capacidade (ou grau dela) de um ator de arcar com o ônus das mudanças necessárias para enfrentar as alterações externas. Em termos de custos da dependência, a sensibilidade refere-se à obrigação de pagar o preço imposto pelos efeitos exteriores antes que sejam alteradas as políticas, enquanto a vulnerabilidade está ligada à obrigação de um ator sofrer os custos impostos pelos eventos externos depois que as políticas foram alteradas.(MARIANO & MARIANO pág. 54. 2002)

Portanto, todos os atores internacionais são sensíveis e/ou vulneráveis aos acontecimentos internacionais, mesmo que esses não estejam diretamente ligados aos fatos em si. As unidades subnacionais, não são exceção, elas sofrem os custos advindos das redes de interdependência nas quais estão inseridas. E, por não serem consideradas, como diz Karina Mariano (2002), pelo direito internacional público como atores válidos do sistema internacional, eles não possuem formas “oficiais” de diminuir os custos que lhes são impostos. Por isso, governos subnacionais acabam sendo vulneráveis aos acontecimentos internacionais, pois estes não possuem poder decisório direto para arcar com as conseqüências e efeitos desses acontecimentos. Se uma unidade subnacional é prejudicada por alguma decisão internacional, ela deve se reportar às estruturas competentes do seu próprio governo central para tentar conseguir algum tipo de compensação, ou para conseguir se adaptar minimizando suas perdas, o que nem sempre é possível, devida a concentração de demandas ao governo federal.

Assim, os governos subnacionais necessitam de encontrar uma forma de responder aos desafios gerados pelas redes de interdependência. Seja através da “adaptação organizacional à nova situação e da utilização dos mecanismos decisórios institucionalizados no nível nacional, ou seja informalmente, por meio da criação de canais de influência em setores governamentais ou privados diretamente envolvidos” (MARIANO & MARIANO pág. 67. 2002).

A inserção internacional desses governos é, portanto, uma forma encontrada por eles de tentar justamente se adaptarem ou minimizar as perdas impostas a eles. Além disso, ação internacional dos governos subnacionais também pode ser vista como uma conseqüência do ajustamento da economia nacional aos novos padrões de competitividade globais. Isso é, com o adensamento das redes de interdependência, as unidades subnacionais entram em competição não somente com os seus pares nacionais, mas também competem com o mundo inteiro pela atração de investimentos e acordos de cooperação internacionais, entre outros.

Dessa forma, as unidades subnacionais devem aderir aos padrões internacionais de competitividade, fato esse que acaba por fazer com que as unidades subnacionais se tornem cada vez mais interdependentes. E assim, cada vez mais inseridos nas redes de interdependência internacionais, aprofundando cada vez mais suas atividades paradiplomáticas.

Portanto para os propósitos dessa tese, paradiplomacia pode ser vista como justamente a inserção de atores subnacionais em redes de interdependência compelxa. Porém, para compreender melhor o que seria essa paradiplomacia, é necessário examinar a evolução do conceito, além de também

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entender as condicionantes para o seu acontecimento e as motivações por trás das ações paradiplomáticas.

PARADIPLOMACIA

De acordo com Iñaki Aguirre(1999), o conceito de paradiplomacia surgiu um sinônimo do conceito de Microdiplomacia nos trabalhos de Ivo Duchacek, ao explicar a microdiplomacia regional dos governos não centrais. O termo paradiplomacia, na verdade, foi criado por P. Soldatos, como uma abreviação de diplomacia paralela,termo por ele utilizado para descrever a política externa de governos não centrais.

Duchacek, portanto se utilizou dessa nova terminologia para descrever a ação internacional de governos subnacionais. Ele dividiu as iniciativas internacionais desses governos em 4 formas interconectadamente distintas:

Paradiplomacia (ou microdiplomacia) Regional Trans-fronteiriça – “interações regionalmente confinadas entre governos periféricos locais e províncias, estados, etc.”. Paradiplomacia (ou microdiplomacia) Trans-regional - “refere-se aos contatos trans-soberanos, normalmente institucionalizados, entre governos não centrais que não são geograficamente vizinhos, mas cujos governos nacionais são. Paradiplomacia Global:

“Consiste nos contatos políticos com nações distantes que fazem com que os governos não centrais entrem em contato não somente com os centros culturais, industriais ou de comércio de outros continentes (...) mas também com os vários braços ou agências dos governos nacionais estrangeiros” (DUCHACEK 1986a: 240 apud AGUIRRE 1999: 188)

Proto-diplomacia Global:

“Iniciativas e atividades internacionais de governos não centrais que retrata uma mensagem mais ou menos separatista em seus links econômicos, sociais e culturais com nações estrangeiras.Nesse contexto a autoridade regional/provincial usas as suas missões internacionais comerciais/culturais como proto-embaixadas ou proto-consulados, de um estado potencialmente soberano. Essas missões podem ser vistas e tratadas como tais pelo governo recipiente.” (DUCHACEK 1986a: 248 apud AGUIRRE 1999: 188)

Dos termos utilizados por Duchacek, também recorrentes em Soldatos, aqueles que nos interessam são os termos protodiplomacia e paradiplomacia, que vem a incorporar mais tarde as formas não separatistas de ações internacionais praticadas por governos subnacionais. Esses dois termos passaram a realmente denominar a ação internacional de governos não-centrais, e são utilizados até a presente dada para descrever essas ações.

Em estudos posteriores ao de Soldatos e Duchacek, alguns autores exploraram mais a fundo o fenômeno paradiplomático, ao analisarem os fatores que constituem as condições, limites e motivações que fundamentam o exercício desse.

Para André Lecours(1992), a ocorrência da paradiplomacia se encontra intrinsecamente condicionada às permissões oferecidas pelos contextos estruturais domésticos e internacionais em que elas se encontram inseridas. Domesticamente, existem três elementos que condicionam a agência internacional dos estados sub-nacionais, o primeiro é o nível de autonomia concedido à unidade, que normalmente é maior nos casos em que o Estado central é uma

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federação. Um segundo elemento são os arranjos institucionais e constitucionais do país, que podem ser em maior ou menor medida, permissivos à ação internacional das suas unidades sub-nacionais. O último é dado pelo foco da política externa nacional, vale dizer, se essa tratar de assuntos menos hierarquizados e mais envolvidos em aspectos culturais e econômicos, maior a possibilidade de práticas paradiplomáticas das unidades sub-nacionais.

No âmbito internacional, esse condicionamento se dá através de 2 grupos de estruturas internacionais. O primeiro diz respeito aos regimes continentais, que podem prover às unidades sub-nacionais o ímpeto e as oportunidades para agirem além das fronteiras nacionais. E o segundo diz respeito ao próprio sistema de estados, onde as portas para a ação internacional de unidades sub-nacionais normalmente se encontram fechadas, porém, onde se pode notar também uma permissão, cada vez maior, que os Estados Nacionais concedem às atividades paradiplomáticas. Esse fato é percebido quando os Estados realizam acordos bilaterais com unidades subnacionais, e isso acaba por legitimar essas unidades como atores internacionais.

Ao se tratar especificamente das motivações para a ação internacional das unidades sub-nacionais, alguns autores tais como Keating (2004), distinguem três tipos de motivações para o acontecimento da paradiplomacia: econômicas, políticas e culturais.

As motivações econômicas levam em consideração as iniciativas de cidades e províncias, que se inserem no mercado mundial de bens e serviços para promoverem o comércio e atraírem diversos investimentos para si próprias. As motivações políticas têm como escopo principal, a construção de discursos engendrados em interesses nacionalistas, que buscam reconhecimento mundial daquela unidade sub-nacional como distinta do governo central do país no qual estão inseridos. Por fim, as motivações culturais buscam promover internacionalmente uma dada cultura ou idioma, além de outros aspectos, que condizem com a construção de noções identitárias de um determinado povo ou região.

Uma visão diferente acerca das motivações para a prática paradiplomática é apresentada por Lecours (1992), que diz que a principal força motriz da paradiplomacia é o nacionalismo. De acordo com ele, os movimentos nacionalistas constroem a base para que a paradiplomacia possa ser exercida, através da construção e consolidação de identidade, da definição e articulação dos interesses da região/grupo e da mobilização político-territorial.

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Os impactos da Paradiplomacia nas Políticas Regulatórias

David Vogel e Robert Kagan (2007), afirmam que a globalização (ou no nosso caso o adensamento das redes de interdependência), afetas as políticas regulatórias nacionais, seja aumentando os padrões no que o autor chama de “race to the top” ou os diminuindo, no chamado “race to the bottom”. As políticas são afetadas na medida em que a mobilidade de capital, trabalho, serviços e outros fatores produtivos acabam por forçar os governos a se engajarem em competições regulatórias, para atração desses fatores para o seu território. As unidades federativas subnacionais se comportam de maneira similar, e entram em competição entre si para a atração de investimentos internacionais, acordos de cooperação e etc.

Essa competição pode gerar dois resultados: um enfraquecimento das regulações internas (sejam elas ambientais, trabalhistas, financeiras, etc.) que gere uma vantagem relativa para os investidores em disponibilizar seus fatores produtivos em um certo lugar ao invés de um outro, o chamado “race to the bottom” ou “efeito Delaware”. Esse fenômeno passou a ser denominado de efeito Delaware, pois, em uma competição interna dos estados federados do Estados Unidos da América, o estado de Delaware enfraqueceu seus padrões regulatórios de tal forma que ele se tornou o teto para essa prática em solo americano.

Ou, ao contrário do resultado anterior, um fortalecimento das políticas regulatórias, faz com que os fatores de produção externos sejam atraídos a um certo estado em vistas das vantagens comparativas internas que os investidores podem possuir em relação aos seus concorrentes internos. Uma vez que as empresas advindas de países desenvolvidos, normalmente, devem seguir os padrões regulatórios de seus países de origem, no mínimo por causa da pressão da sociedade civil, e por tanto, é de interesse dessas empresas se instalarem um lugares em que as regulações sejam semelhantes as domésticas de seus países de origem, para que dessa forma, o fortalecimento das políticas regulatórias imponha custos aos seus concorrentes internos,

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concedendo vantagens às empresas estrangeiras, e dessa forma as atraindo ao seu território, esse fenômeno é denominado “race to the top” ou “efeito Califórnia”.

Maria Inês Barreto (2001) discute que os estados subnacionais brasileiros passaram a demonstrar, a partir da década de 90, uma grande preocupação no desenvolvimento de certos “programas e/ou políticas de benefícios que reproduzem, de certa forma, o mesmo tipo de competição em curso no cenário internacional”. Ou seja, os governos subnacionais buscam cada vez mais se adequarem aos padrões competitivos mundiais e assim como os Estados Nacionais buscam adequar as suas regulações internas não só para se destacarem das outras unidades subnacionais em seu país, mas também em relação às de outros países. Essa autora ainda discute que nos primeiros momentos de descentralização do poder nacional e maior autonomia das unidades federativas, a competição entre as unidades subnacionais brasileiras gerou um “race to the bottom”, como se pode perceber claramente na passagem abaixo:

Num primeiro momento, a reação dos estados brasileiros aos novos ditames da agenda global deu-se através de uma acirrada competição pela atração de novos investimentos, nacionais e estrangeiros através da elevação das vantagens relativas de seus territórios, o que envolveu iniciativas como a redução de seus níveis salariais, a eliminação das regulamentações dos seus mercados de trabalho ou, ainda, a redução de suas cargas fiscais. (BARRETO, 2001, p.11).

Porém, com o passar dos anos, essas práticas se modificaram, e ao invés de simplesmente enfraquecer as suas regulações, os estados subnacionais brasileiros, passaram a construir estratégias extremante elaboradas de atração de investimento. Por exemplo, no caso de Minas Gerais, Barreto(2001) diz que o estado desenvolveu uma política industrial sofisticada, que se direcionava a explorar suas potencialidades e a promover sua inserção na nova ordem econômica mundial. Para isso, o governo mineiro assumiu para si, o papel orientador do processo de industrialização, para que as empresas inseridas do estado conseguissem se inserir internacionalmente, de forma competitiva. 1

Para que isso fosse possível, o estado desenvolveu estratégias de “race to the top”, elevando a quantidade e a qualidade dos incentivos e dos subsídios oferecidos, além de também transformar seus instrumentos fiscais em fundos oficiais de financiamento.(BARRETO, 2001, p.13).

A adequação a padrões internacionais se dá, normalmente com a ajuda de instituições internacionais (colocar conceito), que modificam os comportamentos dos atores internacionais, através de mudanças no provimento de informações, extensão da sombra do futuro e meios de enforcement, para garantir o cumprimento dos acordos feitos. Lisa Martin e Liliana Botcheva (2001), através de seus estudos acerca dos efeitos institucionais no comportamento dos estados, propõe que os estudos realizados nessa área sejam direcionados aos padrões de comportamento que os atores2 membros dessas instituições apresentam.

Os efeitos institucionais podem levar tanto a uma convergência aos padrões de comportamento, quanto a uma divergência a esses padrões. O conceito de convergência apresentado pelas autoras é justamente uma redução no desvio dos padrões de ação, apresentados pelos atores, já a divergência apresenta-se como um aumento nesse desvio. Os efeitos que as instituições geram no comportamento dos atores, é inteiramente dependente das externalidades as quais esses atores estão expostos. Normalmente, a existência de externalidades altas leva a um comportamento convergente e a existência de externalidades baixas, quando unida com a complexidade das preferências internas dos atores, podem levar a um comportamento divergente.

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Abaixo estão as hipóteses feitas pelas autoras acerca dos efeitos institucionais:

 

Hipótese 1 - Efeitos de Convergência Hipótese 2 - Efeitos de Divergência

Instituições internacionais irão resultar mais provavelmente na convergência do comportamento dos Estados - Membros, quando as duas condições seguintes forem atendidas:

Efeitos de Divergência. Instituições internacionais irão resultar mais provavelmente na divergência do comportamento dos Estados - Membros, quando as duas condições seguintes forem atendidas:

1a - Membros reconhecem externalidades substanciais para seu comportamento. Estas podem aparecer na forma de custos em renegar acordos de cooperação, ou por problemas de coordenação.

2a. Membros não reconhecem externalidades substanciais para seu comportamento.

1b- As instituições são concebidas de forma adequada, possuindo mecanismos de monitoramento, que permitam o enforcement do comportamento de cooperação ou possuindo procedimentos que facilitam a negociação, que dependem do problema da ação coletiva

2b. Estados membros apresentam variações na organização e no acesso de grupos de interesse relevantes de policymaking ao processo de policymaking governamental.

Fonte: Martin&Botcheva 2001

-Paulo Esteves 29/10/07 19:31 Isto tem que estar amarrado:

interdependência -> custos -> paradiplomacia -> efeito convergente

                                                                             -> efeito divergente

                                                                             

 

Paradiplomacia no Brasil

A atividade internacional dos governos subnacionais brasileiros pode ser dividida em dois momentos diferentes, antes e depois da abertura democrática. Conforme Tullo Vigevani (2006), o Brasil possui uma tradição federalista bastante centralizadora, que foi bastante reforçada a partir da ruptura do regime democrático em 1964.

Nesse momento não se poderia pensar em uma atividade internacional expressiva de governos não centrais brasileiros. Como todos os aspectos passavam pela questão de segurança nacional, é compreensível que as relações internacionais fossem restritas somente ao governo central. Apesar de alguns estados fazerem acordos de irmandade com províncias e estados exteriores, essa

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expressão internacional não passava de simples retórica, não modificando o status dos estados subnacionais, não sendo considerados como atores internacionais de facto.

Após o fim da ditadura, a constituição de 1988 possibilitou uma maior autonomia das unidades federadas (estados e municípios), e contribuiu para uma maior descentralização do poder nacional. Esse fato, acompanhado pela mudança no sistema internacional gerada pelo término da Guerra Fria, que gerou uma relativização dos temas tratados internacionalmente e dos atores envolvidos nas relações internacionais, contribuíram para a possibilidade da ação internacional das unidades subnacionais brasileiras.

Alguns estados brasileiros passaram a desenvolver centros de comércio no exterior, como é o caso do estado de Pernambuco em Lisboa, e também a receberem representações de províncias e governos subnacionais exteriores em seus territórios, como a representação da província Entre Rios (Argentina) em Porto alegre (VIGEVANI, 2006, p11).

Entre as décadas de 1990 e 2000, vários convênios e protocolos de intenções foram assinados por governos subnacionais, que visavam maior densidade nas suas ações internacionais. Acordos celebrados entre as unidades federativas e o BID, o BIRD, a UNCTAD(Lista de Abreviaturas), e outros órgãos internacionais, passaram a ser uma realidade no cenário brasileiro. De fato,

Todos os governadores brasileiros e muitos prefeitos, assim como secretários de Estado, secretários municipais, dirigentes de empresas públicas estaduais e municipais têm realizado missões no exterior, na área do Mercosul e em países de todos os continentes. Um razoável número de governos estaduais, assim como prefeituras maiores e mesmo médias, criaram secretarias específicas para as relações internacionais, com uma preocupação em comum, evidenciada desde os anos de 1980, a saber, incentivar o comércio exterior, a busca de investimentos, o turismo. (VIGEVANI, 2006, p11)

Esses casos demonstram que a atividade internacional de unidades subnacionais brasileiras se tornou cada vez mais recorrente, e assim, o governo nacional não poderia continuar a aceitar que essas ações acontecessem sem o menor respaldo do governo central.

O governo federal ao perceber o aumento desse tipo de prática, passou a adotar medidas para facilitar e coordenar a busca internacional das suas unidades federativas. Em 1997, foi criada a Assessoria de Relações Federativas, ligada ao gabinete do Ministro de Estado de Relações Exteriores, que tinha a “missão precípua de intermediar as relações entre o Itamaraty e os governos dos estados e municípios brasileiros, com o objetivo de assessorá-los nas suas iniciativas externas, tratativas com governos estrangeiros e organismos internacionais” (VIGEVANI, 2006 p. 7). Mais tarde for criada a Assessoria de Cooperação Internacional Federativa, no ano de 2003, e em seguida a Subchefia de Assuntos Federativas em 2004.

José Alexandre Lopes Pereira (2004), ao analisar o interesse do Itamaraty na paradiplomacia das unidades subnacionais, argumenta que essas ações não se constituem, para o governo central, como Política Externa dos estados federativos, uma vez que é prerrogativa do estado a consecução da política externa, mas sim como ações internacionais, ou ainda como diplomacia federativa. Que pode “ser traduzida como um aumento da parceria entre as diversas esferas de governo resultante, em parte, da necessidade de uma maior inter-relação entre as ações públicas”(Pereira, 2004, p 150)

Em sumo, ele argumenta que o interesse do Itamaraty em nas ações internacionais dos governos subnacionais é de justamente coordenar essas ações, para se ter um controle sobre elas e assegurar a concordância dessas ações com os princípios diretores da Política Externa Brasileira, e de também, canalizar as demandas dos estados, para uma melhor formulação da Política Externa Nacional.

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Maria Inês Barreto (2001), em concordância com algumas idéias já explicitadas nesse artigo, argumenta que essa maior abertura dada pelo governo brasileiro à ação internacional dos estados subnacionais seria também uma conseqüência do ajustamento da economia nacional aos novos padrões de competitividade globais. Essa alteração teria passado a exigir novos tipos de respostas e atuações por parte dos governos estaduais.

Para ela, o governo nacional deixou de desempenhar, cada vez mais, o seu papel de formulador estratégico e de propulsor do desenvolvimento. Fato que,

de um lado abriu novas e inusitadas possibilidades de atuação para as instâncias subnacionais de governo, inclusive no âmbito internacional, e do outro colocou em pauta a questão da sobrevivência econômica, política e social desses mesmos entes, que pouco a pouco deixaram de contar com a orientação estratégica e o amparo econômico e financeiro da União. (BARRETO, 2001 pag. 10)

Portanto, a atividade internacional dos estados federativos brasileiros se torna cada vez mais presente, e cada vez mais importante para o desenvolvimento local, e consecutivamente, nacional. Uma vez que a paradiplomacia permite que os estados respondam mais rapidamente, e eficientemente, as demandas globalizantes mundiais.

Paradiplomacia em Minas Gerais

De acordo com Renato Pereira (2002), o envolvimento internacional de Minas Gerais sempre foi intrinsecamente ligado à sua busca pelo desenvolvimento e pela industrialização. Por exemplo, no início do século XX, quando Minas Gerais possuía um défict industrial, quando comparado com o resto da economia brasileira, foi buscando investimentos tanto na matriz pública quanto no exterior, que o Governo do Estado conseguiu alavancar o desenvolvimento industrial.

Essa busca precoce por investimentos internacionais fez com que Minas Gerais possuísse desde muito cedo, um projeto para a sua interação com o exterior. Porém, não se pode considerar essas ações como paradiplomáticas, uma vez que essas eram realizadas com grande envolvimento do governo central. No entanto, a compreensão dos objetivos e direcionamentos desse envolvimento internacional, servem para entender os lineamentos modernos da paradiplomacia mineira.

Como a economia mineira sempre esteve ligada aos seus recursos naturais, é de se compreender que os investimentos internacionais direcionados ao estado fossem direcionados à construção de siderúrgicas, como a CIA VALE DO RIO DOCE, e de meios para escoar as produções dessas siderúrgicas, entre outros fatores.

O envolvimento internacional de minas gerais apresentou sucessos e falhas no decorrer de sua existência, porém, é importante lembrar que alguns aspectos se mantiveram, por muito tempo, presentes na estratégia do Governo do Estado para a sua interação com o exterior. São eles: (i) a preponderância do extrativismo mineral no processo de inserção internacional do estado; (ii) a subordinação do desenvolvimento social ao econômico e; (iii) a existência de uma política clara para a inserção internacional do estado de Minas Gerais.

O passar dos anos fez com que esses lineamentos se modificassem de certa forma, foram incorporados diversas novas áreas à estratégia internacional do estado, assim como “a atração de investimentos, fomento ao turismo, cooperação técnica para a aquisição de ciência e tecnologia, busca de financiamento e sinergias externas para a melhoria social” (PEREIRA, 2002, p39). Como se pode perceber na passagem acima, o extrativismo não era mais a única área de atuação e o social passou a ter cada vez mais importância.

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As ações paradiplomáticas mineiras passaram a existir de verdade, apesar de uma forma mais superficial, a partir de 1973, quando o estado celebrou um acordo de irmandade com a província de Yamanashi (Japão).

Desde então, a ação internacional do estado de Minas Gerais passou por várias modificações no decorrer de sua existência. Em 1999, foi criada a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais e Cerimonial, órgão parte da Secretaria de Estado de Governo, que tinha como função o auxílio na formulação e implementação da política estadual de relações internacionais, além de também ser responsável pela coordenação dos diversos processos de captação de recursos internacionais.

Sendo criado mais tarde, para o melhor cumprimento dessas funções, o Sistema Estadual de Promoção Comercial e Cooperação Internacional, através do decreto 40.810, em 1999, coordenado pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais e Cerimonial. Esse sistema tinha como finalidade “apoiar e subsidiar a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais e de Cerimonial em suas funções de assessoramento ao Governador do Estado, na formulação e implementação da Política de Relações Internacionais” 3. O Sistema era estruturado em quatro núcleos operacionais, que atuavam juntamente com as secretarias que os dirigiam. A saber:

Núcleo Operacional de Promoção Comercial – dirigido pela Secretaria de Estado de Indústria e Comércio; Núcleo Operacional de Intercâmbio e Cooperação Científica e Tecnológica – dirigido pela de Estado de Ciência e Tecnologia. Núcleo Operacional de Intercâmbio e Cooperação Cultural – Dirigido pela Secretaria de Estado da Cultura Núcleo Operacional de Captação de Recursos Esternos. – Dirigido pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral juntamente à Assessoria Especial para Assuntos Internacionais e de Cerimonial

 

Esse sistema desenvolvia programas que objetivavam a “qualificação de recursos humanos voltada à promoção comercial e o estágio supervisionado na área de relações internacionais” (ESTEVES, 2006, p.11)

Tanto a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais e de Cerimonial, quanto o Sistema Estadual de Promoção Comercial e Cooperação Internacional, seguiam as diretrizes básicas que postulavam a política de Relações Internacionais do estado. São elas:

Promover a integração das ações do setor público mineiro em suas relações com o

exterior;

Fomentar a formação de parcerias institucionais entre entidades públicas e órgãos representativos da sociedade civil; Estimular e apoiar as regiões mineiras na diversificação de sua pauta de exportações, na promoção de investimentos externos e na identificação de oportunidades de cooperação internacional; promover maior inserção de Minas nos programas internacionais de cooperação bilateral e multilateral; Promover o aperfeiçoamento e integração dos sistemas de informação e divulgação do potencial econômico, cultural e turístico de Minas Gerais; Apoiar a formação e capacitação de recursos humanos para a cooperação internacional junto aos órgãos públicos estaduais e aos municípios mineiros. (PEREIRA, 2002, p. 92)

Essas diretrizes se mantiveram, apesar de sofrerem algumas alterações, até os dias atuais, sendo incorporadas na criação da Subsecretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN), em 2003.

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Essa Subsecretaria foi criada como um órgão da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE), e acabou por dotar o “Governo do Estado de Minas gerais do componente institucional responsável pela coordenação das operações internacionais, não apenas dos setores-alvo da referida secretaria, como também do Estado, no que respeita aos seus órgãos da administração direta e indireta” (Esteves 2006).

A Subsecretaria de Assuntos Internacionais:

tem como finalidade planejar, organizar, dirigir, coordenar, executar, controlar e avaliar as ações setoriais, a cargo do Estado, relativas às oportunidades de investimentos, de viabilização de financiamentos externos e de promoção de negócios de interesse para o Estado identificados na área internacional. (Decreto 43232 de 27 de março de 2003, artigo 27).

A criação dessa Subsecretaria pode ser vista como uma estratégia do Governo do Estado de Minas Gerais para aumentar a sua visibilidade externa, atrair de investimentos internacionais e acordos de cooperação técnica, por meio do estabelecimento de vários acordos com outras unidades subnacionais, como os acordos de cooperação comercial e de agendas de trabalho com as cidades e províncias de Queensland (Austrália), Quebec (Canadá), Brandemburgo (Alemanha), e Shanxi (China). Além de acordos internacionais com as seguintes províncias irmãs: Yamanshi (Japão), Córdoba (Argentina), Piemonte (Itália), Taegu (Coréia) e Jiangsu (China).

“A partir de 2003, a SEAIN/SEDE buscou suplementar os acordos de irmandade com províncias estrangeiras com agendas de trabalho específicas dotadas de objetivos e metas específicos e de grupo coordenador, formado pelos atores envolvidos no processo de cooperação, designado para sua gestão”. (Esteves 2006).

Além disso, Subsecretaria de Assuntos Internacionais busca estruturar diversos programas para o desenvolvimento do comércio exterior, com o objetivo de fazer com que os produtos mineiros sejam competitivos internacionalmente, e de fazer com que exista uma cultura exportadora mais desenvolvida dentre os produtores e empresários mineiros. A SEAIN ainda de responsabiliza pela coordenação das diversas relações institucionais que o Estado de Minas gerais mantém com organismos multilaterais, tais como, Banco Mundial, BID, ONU, JBIC, etc., e com os diversos acordos de cooperação celebrados com outros países. Uma das responsabilidades atuais da SEAIN é a implantação do Programa de Parcerias Público-Privadas (PPP), que se configura como uma iniciativa pioneira entre os estados brasileiros.

O Programa de Parcerias Público-Privadas em Minas Gerais, foi criado por meio de um acordo de cooperação técnica com a Partnership UK, uma agência governamental que coordena o programa das PPPs no Reino Unido, e do recebimento recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a elaboração dos primeiros projetos de parceria com o setor privado, esse ponto será melhor explicado no próximo capítulo.

 

CAPÍTULO II – As Parcerias Publico-Privadas

Na busca por os padrões de competitividade globais exigidos pela inserção das unidades subnacionais nas redes de interdependência internacionais, conforme citada no capítulo anterior, as Parcerias Publico-Privadas (PPP) se apresentam como uma forma de adequar as infra-estruturas estatais, e a provisão de serviços públicos às demandas da população.

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O entendimento das Parcerias Público-Privada perpassa pela compreensão dos acordos de cooperação entre os setores público e privado para o provimento de serviços à sociedade, através de um processo de compartilhamento dos custos e riscos envolvidos nos projetos de PPP. Esses projetos envolvem, normalmente, construção ou reforma de infra-estruturas, tais como estradas, prisões, escolas, hospitais, etc.

SURGIMENTO DAS PPPs

De acordo com Stephen Harris, as PPPs surgiram no Reino Unido, inicialmente com o nome de Iniciativa de Finanças Privadas ou IFP (Private Finance Initiative, PFI), durante o mandato do Governo Conservador em 1992. As IFP foram o ponto culminante das diversas tentativas anteriores de fazer com que os setores público e privado pudessem trabalhar conjuntamente para disponibilizar mais e melhores serviços à população.

Essas tentativas tiveram início, conforme explicitado por André Barrence (2005), no movimento de reforma da Administração Pública que surgiu como forma de resolução da crise dos Estados nos anos 70. Essa crise, que posteriormente foi agravada pelas crises do Petróleo de 1973 e 1979, colocou em cheque as dimensões econômica, social e administrativa da maioria dos estados inseridos no cenário internacional.

A dimensão econômica estatal, até então era regida por uma forte lógica keynesiana, em que o Estado intervia fortemente na economia, sendo visto muitas vezes como o agente do desenvolvimento, que garantia o pleno emprego e investia diretamente nos vários setores estratégicos para o desenvolvimento da nação. A dimensão social abarcava o modelo estatal de Welfare State, em que o estado trazia para si a função de principal provedor das necessidades básicas da população, tais como educação, saúde, habitação, entre outros. A última dimensão, a administrativa, até o período caracterizado pela crise dos Estados era ditada pelos preceitos do modelo Weberiano de Burocracia, que entre outros aspectos, prescrevia que o estado deveria funcionar de forma neutra, impessoal e com um grande nível de racionalidade embutida na máquina estatal.

Como se pode perceber através da análise das atividades concentradas pelo Estado, os gastos públicos eram astronômicos, esse fato juntamente com o contexto econômico global da época, fez com que a maioria dos países se encontrasse em uma crise fiscal de proporções gigantescas. O sobre-carregamento da máquina estatal não era congruente com o modelo de burocracia regente e o empoderamento das empresas multinacionais pelo mundo inteiro exigiam dos estados uma nova forma de administração pública.

Dessa forma, surge uma tendência global de reformas administrativas da máquina estatal, que foram abarcadas pelo termo Nova Administração Pública, NAP, em inglês denominado de New Public Management (BARRENCE, 2005, p.17). Essas reformas se deram de formas variadas dentre os diversos países, conforme as necessidades específicas de cada um deles, mas algumas características das várias formas de NAP são percebidas na maioria das reformas administrativas realizadas pelos estados, tais como:

orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário ou cidadão-cliente; ênfase no controle dos resultados através dos contratos de gestão (ao invés de controle dos procedimentos); fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, organizada em carreiras ou “corpos” de Estado, e valorização do seu trabalho técnico e político de participar, juntamente com os políticos e a sociedade, da formulação e gestão das políticas públicas4; separação entre as secretarias formuladoras de políticas públicas, de caráter centralizado, e as unidades descentralizadas, executoras dessas mesmas políticas;

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distinção de dois tipos de unidades descentralizadas: as agências executivas, que realizam atividades exclusivas de Estado, por definição monopolistas, e as organizações sociais, que realizam os serviços sociais e científicos de caráter competitivo, em que o poder de Estado não está envolvido; transferência para o setor público não-estatal dos serviços sociais e científicos competitivos; adoção cumulativa, para controlar as unidades descentralizadas, dos mecanismos (1) de controle social direto, (2) do contrato de gestão em que os indicadores de desempenho sejam claramente definidos e os resultados medidos, e (3) da formação de quase-mercados em que ocorre a competição administrada; terceirização das atividades auxiliares ou de apoio, que passam a ser licitadas competitivamente no mercado. (BRESSER PEREIRA, 1998, p.80-81 apud BARRENCE, 2005, p.17).

Nesse sentido, a maior parte das reformas se direcionava a transformar o Estado em um órgão mais eficiente, com uma área de atuação mais limitada e com um aparelho estatal mais reduzido. O estado passou a buscar formas alternativas de provisão de bens públicos, buscando inclusive no setor privado um parceiro nas atividades que já não podiam ser inseridas nas suas responsabilidades. É nesse contexto que se enquadram as Parcerias Público-Privadas (BARRENCE, 1005, p.19).

Especificamente no caso do Reino Unido, foi durante o mandato da Primeira Ministra Margareth Thatcher que as reformas mais profundas da Administração Pública aconteceram. As mudanças buscavam reduzir os quadros estatais, redefinir as funções específicas do governo, promover as privatizações necessárias, promover a melhoria da eficiência e da competitividade, desenvolvendo para esse intuito a prática de consciência de custos (Value for Money).

Os fatores internos estimuladores de iniciativas privadas para a promoção de bens públicos, foram catalisados pelas pressões impostas aos gastos governamentais dos países da União Européia pelo tratado de Masstrich, em que os países deveriam obedecer aos critérios de convergência, que, entre outros aspectos, exigia que os governos deveriam encontrar formas de financiar os seus gastos de capital.

Assim, as IFP surgiram como uma forma de disponibilizar os serviços necessários à população, com um gasto mais eficiente e mais amortizado das despesas governamentais, além de proverem serviços melhores do que os feitos pelo governo, ou pelas firmas privatizadas (HARRIS, (data).

 

CARACTERÍSTICAS DAS PPP

De acordo com Harris (data), em um projeto de PPP os setores público e privado trabalham em cooperação, através de parcerias para prover uma gama extensa de serviços e de Infra-estrutura. As PPP são relacionamentos contratuais, em que um contrato define claramente as obrigações e os deveres de cada parte, a falta de cumprimento das obrigações leva a uma quebra do contrato, permitindo maior controle dos serviços e assim fazendo com que o serviço prestado sempre seja conforme os padrões necessários de serviços para a população.

Se por alguma circunstância a empresa privada contratada para executar o projeto de PPP, atrasar a entrega da infra-estrutura, ou ainda fornecer serviços que não são congruentes com os resultados (outputs) desejados pelo estado, disponibilizados no contrato, essa empresa pode receber tardiamente os pagamentos, que são obrigatoriamente efetuados pelo governo em frente à entrega dos serviços das firmas privadas, ou ainda deixar de recebê-los por completo. O estado ainda pode terminar o contrato com essa empresa, visto que ela não cumpriu sua parte do acordo e procurar outras firmas para realizarem o serviço.

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O governo também deve apresentar garantias para o setor privado, que eles irão cumprir com as suas obrigações e arcar com a sua parte dos riscos, para que as firmas privadas fiquem mais inclinadas a aceitar os acordos. No passos iniciais das PPP, a intenção governamental era de exatamente passar todos os riscos para o setor privado, porém isso era irreal, uma vez que o setor público não iria assumir os riscos que não poderiam controlar, e que somente o setor privado poderia arcar. Portanto o objetivo das PPP não é de maximizar a transferência de riscos, e sim de aperfeiçoar essa transferência.

Fonte: PriceWaterhouseCoopers apud Harris.

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Dentre as responsabilidades da empresa executora do projeto de PPP, estão: o design da infra-estrutura; a sua construção, manutenção, seu financiamento e o compromisso de prover o bem em um longo prazo (por volta de 25 anos, que é normalmente a duração do contrato). Já o setor privado se responsabiliza por determinar os limites das ações a serem tomadas, por fazer com que as ações a serem tomadas sejam congruentes à regulação vigente, e principalmente por efetuar os pagamentos ao setor privado em dia (HARRIS, (data).

Para que as empresas privadas cumpram o seu lado, é estabelecido um mecanismo de pagamento. Em que os serviços são pagos na medida em que são entregues ou utilizados, dessa forma se pode garantir que os serviços sejam mais freqüentes e especialmente com melhor qualidade. Portanto, o pagamento não é feito no início do projeto, e sim em conseqüência de cada conclusão das etapas do serviço.

Harris (data), lista alguns dos principais benefícios que as PPP provêm para a sociedade e a administração pública, tais como:

Consciência de Custos (Value for Money) – As PPP tem como um de seus benefícios mais conhecidos a consciência de custos, em inglês value for money, que basicamente retratam o aspecto economicamente eficiente das PPP. Uma vez que com os resultados desejados delimitados pelo setor público, que levam em consideração as demandas da sociedade, juntamente com o conhecimento técnico e financeiro de satisfação do cliente providenciado pelo setor privado, é possível criar melhores estruturas, disponibilizar serviços mais eficientes, em tempo mais rápido e com pouco desperdício de recursos, enfim, pode-se criar um serviço público mais confiável do que os serviços públicos oferecidos pelo governo. Performance de Construção – Em relação à performance de construção que os acordos de PPP tendem a gerar, pode-se notar que é observada uma drástica redução nos atrasos para a entrega de infra-estruturas e também dos custos não previstos pelo orçamento. Pois como esses custos devem, conforme o contrato das PPP, serem arcados pelo setor privado e os eventuais atrasos na entrega das obras podem acarretar em sansões financeiras, existe grande incentivo para seguir os prazos e

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tabelas de custos previstos no contrato. De acordo com S. Harris (data), pesquisas realizadas acerca de construções realizadas sem IFP, no Reino Unido mostram que somente 30% das obras foram entregues no prazo. Enquanto o Programa de IFP do Reino Unido mostrou um percentual de 88% de entrega dos projetos conforme o tempo acordado. Além disso 79% dos projetos de IFP foram entregues conforme os custos orçados, sem gastar mais do que o planejado, contra 27% nas obras fora das IFP. Performance operacional – Existem várias razões pelas quais os custos de operação e de construção não previstos pelo orçamento possuem uma menor probabilidade de acontecerem nos projetos de PPP. Como por exemplo, o fato da mesma empresa ser responsável por todas as etapas do processo, o design, a construção, e a operação, assegura que o projeto seja visto como um todo. Dessa forma, os custos são planejados com antecedência e atinge-se melhor eficiência nos gastos. Além disso, as técnicas desenvolvidas pelo setor privado de gerenciamento de bens e de recursos humanos e a existência de economias de escala em empresas que realizam diversos projetos de PPP, também proporcionam um gasto mais eficiente dos recursos disponibilizados para esses projetos. Fortalecimento da infra-estrutura nacional – Os programas de PPP fazem não só com que haja uma melhora na qualidade e a quantidade de infra-estruturas básicas tais como, o abastecimento de água, o aproveitamento de água desperdiçada, fornecimento de energia, de telecomunicações e de transportes, eles também podem ser expandidos a uma série de outros serviços públicos tais como escolas, hospitais, prisões, etc. Como os projetos de PPP são contratos de longo prazo, isso significa que a empresa que irá construir a estrutura, também será responsável por fazer a manutenção da mesma, fato esse que incentiva a melhora na construção, pois qualquer custo advindo de uma estrutura mal construída, é de responsabilidade da empresa privada arcar com ele. Portanto, as infra-estruturas não só serão mantidas por um longo tempo, mas também serão de qualidade superior. Inovação e disseminação de boas práticas – Com a disseminação da prática de PPP, o conhecimento especializado e a experiência das empresas do setor privado permintem que inovações sejam feitas não só nos setores comuns relativos às PPP, como a construção, o design, etc. Mas também, novas técnicas de gerenciamento e de operação acabam por surgir, sendo adotadas pelo setor público e se transformando em boas práticas que vã além dos projetos de PPP. Desenvolvimento de um novo setor de negócios – As firmas que operam projetos de PPP passam a ter cada vez mais experiência nessa área. E, dessa forma, formam um novo setor de negócios, e competem no cenário internacional, por negócios nos países em desenvolvimento.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS PPP, AS PRIVATIZAÇÕES E AS CONCESSÕES

As privatizações surgiram em uma época em que os cofres dos Estados Nacionais em todo o mundo estavam se esvaziando e a infra-estrutura estatal apresentava diversas falhas, em estado de péssima conservação e com pouca ou nenhuma manutenção periódica. Sem condições para disponibilizar para a população os serviços públicos necessários, de qualidade aceitável, o governo encontrou nas privatizações uma maneira de resolver os seus problemas. Elas se caracterizam por uma grande diminuição da ação estatal, em virtude da iniciativa do setor privado, que teoricamente melhora a competitividade dos serviços, das técnicas de produção e dos serviços prestados à comunidade (HARRIS, (data)).

O processo de privatização funciona da seguinte maneira, o governo identifica as empresas estatais, ou infra-estruturas nacionais, que não são competitivas, produz reformas para que essas fiquem mais atrativas para a compra e dessa forma as vendem para o setor privado. Como se pode notar, um dos principais aspectos que concernem às privatizações é o fato que o Estado acaba por perder o controle dos bens que foram privatizados, pois a privatização é um arranjo permanente, a propriedade do bem passa para o setor privado e o Estado deixa de possuir esses bens.

Em virtude da transferência permanente de ativos estatais à empresa privada que compõe o arranjo, o papel do Estado é resumido tão somente à regulamentação e normalização do processo, obrigando-se a manter a observância do interesse público, no intuito de evitar

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abusos de preços (monopólios) e, se for o caso, exigir a alocação de investimentos mínimos no segmento (BARRENCE, 2005, p.42).

As concessões, por sua vez, se baseiam em um tipo de contrato administrativo, com tempo de execução determinado, que permite que ao Estado o poder de delegação da promoção de certos serviços públicos a uma outra parte não inserida na máquina estatal, normalmente proveniente do setor privado. Esse contrato prevê que a outra parte deve executar o serviço em seu próprio nome, arcando com seus custos e riscos, além de se responsabilizar por aquele serviço. A contrapartida contratual é o pagamento, feito através de taxas pagas pelo usuário, ou alguma outra forma de remuneração proveniente da exploração do próprio serviço. (DI PIETRO, 2004, p. 278 – 279 apud BARRENCE, 2005, p.44)

Nos casos de concessão, portanto, não recai sob a responsabilidade do estado o pagamento da empresa privada, sendo papel da empresa vencedora da licitação receber dos usuários os pagamentos referentes ao serviço. O papel estado se limita em “prover aos concessionários recursos que possam servir como subsídios aos usuários” (BORGES, 2005 apud BARRENCE, 2005, p.45).

As PPP podem ser vistas como uma espécie de concessão, as responsabilidades de cada parte são diferenciadas das concessões normais. Em primeiro lugar, é de responsabilidade da empresa privada o design, a construção, a manutenção e o provimento do serviço, e o pagamento é feito tanto por via do estado quanto pela cobrança de eventuais taxas de serviço aos usuários.

E no caso das PPP, ao contrário do que acontece nas privatizações, quem cria o bem é o setor privado, e esse setor disponibiliza para o cliente do setor público, os bens e serviços criados por ele, recebendo seu pagamento conforme os serviços prestados. Isso é, ao invés de tentar melhorar estruturas e serviços que foram carcomidos pelo tempo, modificando completamente os seus propósitos, como é no caso das privatizações, as PPP faz com que os serviços e bens estatais sejam repensados desde o início, desenhando novos projetos, com novas técnicas de construção, operação e gerenciamento. Porém, um dos aspectos talvez mais importantes das PPP seja o fato que o setor público define os meios (inputs) para os projetos de PPP, em relação aos resultados (outputs) desejados pelo estado, fazendo que a PPP seja mais vantajosa para o estado, do que as privatizações.

Além disso, como a relação é contratual, isso significa que ela tem um período finito de tempo em que o bem ficará sobre o controle do setor privado, mas mesmo durante esse período, estado mantém um grau de controle alto sobre o provimento de serviços públicos pelo setor privado.

RELAÇÃO ENTRE AS PPP E AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

De acordo com José del Valle, existem vários fatores de riscos que os países em desenvolvimento apresentam, que fazem com que a iniciativa privada não seja tão atraída a embarcar em projetos de investimentos em infra-estruturas. Umas das formas de fazer com que esses riscos não desencorajem a participação do setor privado é através da ajuda de organizações internacionais como o BID, o Banco Mundial, entre outras, que consigam arcar com esses riscos. Os riscos são divididos em quatro categorias: de caráter político, de natureza regulatória, os procedentes de ambientes macroeconômicos, e os que são intrínsecos ao próprio projeto.

O Catálogo de Riscos:

Riscos Políticos Riscos Regulatórios Riscos Financeiros Riscos Intrínsecos ao Projeto

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Instabilidade social

Terrorismo

Guerra

Expropriação

Nacionalização

Perda da convertibilidade da moeda

Ambiente legal instável

Modificações nas determinações das tarifas

Aumento das obrigações de inversão

Inflação

Tipos de Juros

Tipos de Câmbio

De construção

Operacionais

Demanda de Serviço

Fonte: Financiación de infraestructuras. José A. T. Del Valle

Os Riscos Políticos: São dificilmente cobertos pelas estruturas privadas, e sem a cobertura desses riscos a possibilidade de que investidores e financiadores embarquem no projeto é bem escassa. Porém, os organismos públicos multilaterais, sejam eles financeiros, de seguro,ou agências multilaterais, podem prover garantias bilaterais, ou multilaterais, a esses riscos. Nesse caso os riscos são menos percebidos pelos investidores locais, fato que é uma razão para fomentar o desenvolvimento de investidores locais em projetos de infra-estrutura. Riscos Regulatórios – Por se derivarem de ambientes político-sociais instáveis, também não são riscos passiveis de serem assegurados pelo mercado. Os riscos derivados do marco legal estão à margem da necessidade de cobertura pelas agências multilaterais, pois podem derem resolvidos simplesmente pela melhora do marco. Necessitando somente de políticas de apoio das agências para a construção do marco legal adequado. Também favorecem a participação de investidores locais, que não percebem os riscos regulatórios, ou os percebem com menor intensidade. Riscos Financeiros – Procedentes do ambiente macroeconômico, eles podem ser assegurados pelo mercado, mas eles podem ser mitigados pela estrutura proporcionada pelo modelo de desenvolvimento e gestão de infra-estruturas. Pois, por mais que os investidores possam arcar com os custos de uma possível mudança de câmbio, se esse risco for tirado de suas mãos e entregue aos cuidados de organizações internacionais, esse investidor estará ainda mais propenso a embarcar em projetos de desenvolvimento de infra-estruturas. As organizações internacionais têm como reduzir os custos financeiros provenientes de riscos financeiros, pois não precisam trabalhar necessariamente com a moeda local, e assim, essas flutuações não se mostram tão problemáticas. Além disso, elas também podem ser coadjuvantes dos mercados locais de capital.

Riscos Intrínsecos ao Projeto – Esses riscos são normalmente assegurados pelo mercado, especialmente nos casos das PPP, pois eles se originam dos executores dos projetos de desenvolvimento de infra-estruturas, como por exemplo, os riscos relacionados à construção, à operação e em relação às demandas.

Além dos fatores supracitados, as organizações internacionais, tratando-se especificamente das relacionadas ao fomento, têm um grande papel importante para os projetos de PPP, no mundo todo. Além de serem a fonte principal de recursos para esses projetos, elas também, oferecem o conhecimento necessário para a estruturação de projetos de PPP, entre outros recursos.

O Banco Interamericano de desenvolvimento, BID, disponibiliza uma série de instrumentos para o apoio de empresas privadas e para PPP nos países da América Latina, tais como Empréstimos Diretos e Linhas de Crédito; Garantias; Mercados de Capitais; Investimentos de Equidade e Fundos de investimentos; Finanças de Comércio; Verbas para a Assistência Técnica e Outros Produtos5. Além de Também disponibilizar textos e publicações para um melhor entendimento acerca das PPP.

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Já o Banco Mundial oferece além de recursos como tookits para a construção de esquemas de PPP, glossários e textos publicados sobre o assunto, oferece também empréstimos para as empresas executoras dos projetos, assistência técnica e de financiamento, auxílio no design e no monitoramento dos projetos de infra-estrutura, empréstimos para reformas setoriais, e outros tipos de apoio.

Enfim, as organizações internacionais são de suam importância para a realização de projetos de PPP, uma vez que elas são as incentivadoras, facilitadoras, investidoras, consultoras e reguladoras desses projetos nos países em desenvolvimento

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1 A estratégia adotada para a reformulaçao da política de incentivos fiscais a partir de 1994 encontra-se descrita no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI, do governo estadual, publicado em 1995. (Minas Gerais, 1995)

2 O trabalho das autoras foca-se na verdade em comportamento estatal, aqui passamos a análise a um âmbito mais amplo, envolvendo os atores internacionais inseridos em instituições internacionais.

3 Decreto 40810 de 21 de dezembro de 1999, artigo 2

4 Na reforma em curso a Administração Pública burocrática está sendo substituída pela Administração Pública gerencial. Isto, entretanto, não significa em diminuir o papel da burocracia estatal, que desempenha um papel cada vez mais estratégico na administração do Estado (BRESSER PEREIRA, 1998, p.80 apud BARRENCE, 2005, p.17).

5 http://idbdocs.iadb.org/wsdocs/getdocument.aspx?docnum=830164