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Memória de reunião Aliança Láctea Sul Brasileira
Local-FAESC-SC
Data- 19/08/2015
Pauta:
1)Abertura: Ronei Volpi -Coordenador Geral da Aliança Láctea Sul Brasileira;
2) Pronunciamentos do secretários de Agricultura e Pecuária: Ernani Polo
(R.S); Norberto Ortigara (PR); Moacir Sopelsa(S.C);
3) Apresentação de exemplos de Programas de Pagamento da Matéria Prima
Leite por Qualidade:- Renato Kreimeir (Cooperativa Languiru –RS) e Henrique
Junqueira (Pool ABC- PR);
4) Apresentação dos workshops e demais atividades desenvolvidas em cada
um dos 3 estados após a reunião do último mês de abril.
5) Definição das próximas ações a serem implementadas; confirmação do
agendamento da próxima reunião; assuntos gerais; encerramento.
1)ABERTURA: O presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo agradeceu a presença de todos, destacando os Secretários de Agricultura do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os deputados gauchos Gabriel Souza, Zilá Breiteubads , Elton Weber e Sérgio Turra. Demonstrou sua satisfação em sediar essa reunião considerada de alta importância para a cadeia do leite.
Em seguida a palavra foi passada a Ronei Volpi, coordenador geral da Aliança Láctea Sul Brasileira que deu início à reunião, novamente agradecendo a presença de todos e destacando os tempos turbulentos que a economia nacional e internacional vêm enfrentando e a importância de fóruns como a Aliança para auxiliar na busca de soluções para o enfrentamento menos traumático dessas situações.
Apresentou o site da Aliança Láctea Sul Brasileira que pode ser acessado em www.aliancalactea.org.br, um local para divulgação das ações deste fórum, destacando tratar-se de um período de testes no qual as sugestões de melhoria são bem-vindas e solicitou que os parceiros encaminhem seus logotipos para a FAEP ([email protected]) para comporem a página.
2) PALAVRA DOS SECRETÁRIOS DE AGRICULTURA
2.1- Moacir Sopelsa, Secretário de Agricultura e Pesca do Estado de Santa Catarina
O secretário reafirmou a importância do leite para o estado de Santa Catarina, onde 80 mil famílias dedicam-se à atividade.
Citou como necessidades a implementação de melhorias nos seguintes aspectos: qualidade e produtividade, implantação de programas de pagamentos por qualidade, logística de captação.
Disse que produtores e indústrias enfrentam percalços diários e que o poder público precisa ser mais ágil e transparente em suas respostas.
“A agricultura sempre foi o principal setor a auxiliar o país a sair das crises e desta vez não será diferente, nosso setor será novamente o maior contribuinte para vencer as atuais dificuldades. No setor lácteo a Aliança Láctea tem papel muito importante nisto”.
2.2- Norberto Ortigara -Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná
O leite é muito importante para o Paraná: é o 4º produto da pauta de comercialização. O setor precisa aprimorar-se em organização, uma vez que em breve a região Sul será a 1ª bacia leiteira nacional, queremos ser fortes exportadores de leite, com geração de oportunidades para produtores e indústrias. Nós, dos 3 estados do sul precisamos sentar juntos e buscar soluções comuns e compartilhadas para tornar o setor mais competitivo, como por exemplo melhorar situação sanitária, avançar com a implementação de programa de pagamentos do leite conforme a qualidade, implantar definitivamente a IN 62, harmonizar as alíquotas tributárias, melhorar a gestão industrial.
Propõe que desta reunião seja extraída pelo menos uma proposta objetiva de trabalho, selando a consolidação da Aliança Láctea Sul brasileira.Parabeniza a FAEP pela iniciativa de construção do site da Aliança.
2.3- Ernani Polo- Secretário de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul.
Trabalharmos unidos nos fortalece, o nosso Sul produz quatro vezes mais leite
que o Uruguai, mais que a Argentina e precisamos avançar unidos para
conseguirmos vencer os percalços que são comuns a todos.
Aumentar a qualidade da produção é fundamental, assim como avançar nos
pagamentos por qualidade, uma fórmula de estímulo aos produtores.
No mundo todo há um movimento de pequenos produtores deixando a
atividade leiteira, mas nós do sul sabemos o quanto o pequeno produtor pode
melhorar e crescer na atividade, desde que receba o estímulo que advém da
assistência técnica e capacitação.
3-APRESENTAÇÃO DE EXEMPLOS DE PROGRAMAS DE PAGAMENTO DO LEITE POR QUALIDADE
3.1-Henrique Costales Junqueira , Pool ABC (PR)
O objetivo do Pool é prestar serviços na organização da produção primária do
leite, atuando nas regiões de influência de 8 cooperativas paranaenses:
Castrolanda, Witmarsum, Bom jesus, Agraria, Frísia, Capal, Coamig, Coac.
São 1441 produtores fornecedores de leite ao pool, num total de 46 milhões de
litros de leite captados/mês.
A coordenação do pool é desempenhada por um comitê composto por
membros das 3 principais cooperativas e outros gestores.
A política de pagamento por qualidade é baseada nos resultados das análises
semanais realizadas no laboratório da APCBRH , resultados esses enviados a
todos os produtores via SMS, e-mail das indústrias, e-mail dos produtores,
website do pool do leite, website da APCBRH.
As coletas de amostras nas propriedades são realizadas pelos motoristas que
captam o leite, todos treinados nessa função. Os caminhões são dotados de
geladeiras para a perfeita conservação das mostras que são encaminhadas ao
laboratório da rede em carro próprio do Pool Leite
Para os pagamentos por volume e qualidade são considerados os resultados
das análises de: CBT, CCS; Gordura; Proteína e também consideram-se os
seguintes parâmetros: Temperatura, ausência de Antibióticos e/ou Inibidores;
Crioscopia; Capacidade Estocagem; Acesso à propriedade; protocolo de Boas
Práticas na Fazenda –BPF; Cálculo de Coleta; Política de cota e excedente de
produção.
Quadro representando as alíquotas de bonificação e deságio:
Parâmetro Sem
Bonificação Bonificação Máxima Deságio Máximo
Volume Até 150
Litros/Dia
12% para Volume
acima de 16 mil litros
4%
CCS 350.001 a
375.000
4,5% para 0 a 150 mil -8% acima 750 mil
CBT 145.001 a
155.000
7% para abaixo de
10 mil
-5,5% Acima
413.001
Gordura 3% 8% considerando
cada ponto % acima
de 3%
-12% considerando
cada ponto %
abaixo de 3%
Proteína 2,9% 8% considerando
cada ponto % acima
de 2,9%
-9% considerando
cada ponto %
abaixo de 2,9%
Capacidade
estocagem
1,49 vezes a
produção
2% Maior que
2,51vezes com 2 ou
mais resfriadores
Acesso truck 1% para carreta 3
eixos
-2% toco
Credencia
mento em
boas
práticas na
fazenda
1,5%
Média dos produtores de leite do pool
Produtividade (litros/produtor) 1.065
Contagem bacteriana 49.000
Contagem Células Somáticas 374.000
Sólidos Totais (%) 12,63
Gordura (%) 3,88
Proteína (%) 3,30
Boas Práticas na Fazenda 245 propriedades
3,2- Renato Kreimeier – Cooperativa Languiru (R.S)
A coperativa Languiru tem 6 mil produtores de leite, suínos e aves, sendo 1.700
os produtores de leite, nas seguintes regiões: Vale do Taquari, Vale do Caí,
Vale do Rio Pardo, Serra
As propriedades tem área média de 08 a 10 hectares
O associado da Languiru tem as seguintes opções de produção: ovos férteis,
matrizes de aves , aves de corte, leitões, matrizes suínas , crecheiro,
terminador de suinos, leite, terneiras (1ª fase);novilhas (2ª fase), cabras,
plantador de grãos e forrageiras..
Na área de leite a indústria está localizada no município de Teutônia com
captação de 460 mil litros de leite/dia, transformados em 65 produtos.
São cerca de 1,7 mil produtores de leite, trabalhando predominantemente com
gado holandês ,produzindo em média de 250 litros de leite por propriedade/dia
A Languiru disponibiliza equipe de profissionais para assistência técnica aos
produtores, formada por 1 Engenheiro Agrônomo, 5 técnicos agrícolas,2
médicos veterinários e 2 técnicos para atendimento interno
Em 1986 a Cooperativa iniciou controle sobre a genética leiteira, realizando atualmente 2500 inseminações por mês.
Os produtores são incentivados a entrar no Programa de Boas Práticas na Fazenda–BPF, recebendo todo o apoio necessário.
O pagamento do leite por qualidade teve inicio na Cooperativa em 1986.
São realizadas 4,5 mil análises diárias entre matéria-prima e produto acabado, em Laboratório equipado com Equipamentos de última geração funcionando em três turnos.
Os ágios pela qualidade do leite chegam a R$ 0,20/ litro acima de um preço
base. O preço base representa 65% do preço total.
Preço Base atual (agosto)é de R$ 0,72/litro
Para o futuro, na formação do preço buscarão elevar o peso dos ágios para
qualidade e diminuir o peso para volume.
Segue tabela com os ágios: Parâmetro Bonificação Máxima
Volume
Ágio máximo de 15%
Pode chegar até a R$ 0,11/litro.
Acréscimo de R$0,01 a cada 100 litros
Qualidade
Ágio máximo de 20% Pode chegar até R$ 0,18/litro
CCS até mais R$ 0,02/litro
CBT até mais R$ 0,05/litro
Gordura até mais R$ 0,01/litro
Proteína até mais R$ 0,01/litro
Atestado negativo
Para brucelose e tuberculose
mais R$ 0,01/litro
Certificação de Propriedade
Livre de Tuberculose e
Brucelose
mais R$ 0,005/litro
Sala de ordenha mais R$ 0,02/litro
Boas práticas na fazenda mais R$ 0,02/litro
4) APRESENTAÇÃO DOS WORKSHOPS E DEMAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CADA UM DOS 3 ESTADOS APÓS A REUNIÃO DO ÚLTIMO MÊS DE ABRIL.
1-PARANÁ
Foi realizado um worshop na sede da APCBRH contando com 50 Participantes.
Representantes das indústrias lácteas: Lider, Nituano, Frimesa, Latco, Coamig,
Witmarsum, Lactobom, Ruban, He, Ubá, Picnic, Confepar; Presidentes do
Sindileite, da APCBRH, da ABCBRH; Superintendente estadual do MAPA;
Diretor presidente da ADAPAR; representantes das seguintes instituições:
FAEP,SENAR,SEBRAE,SENAI,SEAB,EMATER,IAPAR,APCBRH,ABCBRH,OC
EPAR, CERES Qualidade Após as discussões foram elencados os seguintes encaminhamentos para buscar os objetivos traçados:
1- Fazer Cumprir A Legislação
1.1-Sanitária: focar primeiramente o cumprimento do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e tuberculose.
Responsabilidades
Produtores – realizar os exames e a vacinação preconizados.
Indústrias – Entregar o cadastro de seus fornecedores, os laudos de exames e vacinação dos rebanhos de seus fornecedores à ADAPAR
ADAPAR – notificar os produtores que não cumpriram a legislação.
Indústrias – entregar a notificação aos infratores.
1.2- Qualidade – Atender Aos Parâmetros Da IN 62
ESTABELECER UM FOCO: ACABAR COM O LEITE SEM QUALIDADE NO ESTADO
Para isso assistência técnica é primordial e produtores e indústrias terão que assumir responsabilidades:
Responsabilidades Das Indústrias:
-Estabelecer parcerias para dividir a conta e organizar seus fornecedores com interesse em melhorar, a participar de programas de assistência técnica e apoio conforme os exemplos disponíveis apresentados.
-Estabelecer programas de pagamento por qualidade.
-Evitar acolher produtores rejeitados por outra indústria por falta de qualidade do leite
Responsabilidades Dos Produtores Que Manifestaram Interesse Em Alavancar A Atividade
-Acatar as recomendações técnicas.
-Assumir parte dos custos da assistência técnica, quando possível
-Fidelizar sua relação com a indústria.
-Próximos Passos Já Agendados
Considerando que a assistência técnica, o cumprimento da legislação, a fiscalização e o pagamento por qualidade serão as bases para a melhoria da qualidade do leite no estado,
-A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná-SEAB organizará fóruns regionais para discussão com indústrias e produtores para identificação de ações integradas que podem ser desenvolvidas em conjunto com o Sistema “S”, EMATER, IAPAR e APCBRH e outras organizações afins para prestação de assistência técnica e inovação, conforme as necessidades.
-O Sindileite promoverá um seminário com as indústrias associadas para tratar do assunto Qualidade e todas suas implicações.
2-RIO GRANDE DO SUL
Técnicos reuniram-se na FAMASUL e a discussão levou a obter números mais reais que os do IBGE: O estado conta com cerca de 84 mil produtores, mais de 75% das propriedades produzem menos de 300 litros de leite/dia, com média de produção 14,2 litros/vaca/dia.
Há 600 técnicos habilitados para realizar os testes de Brucelose e Tuberculose, com 400 efetivamente trabalhando.
É necessária uma melhora na estrutura de fiscalização para que ocorra uma efetiva melhoria na qualidade do leite.
Outro ponto discutido foi a necessidade de haver cursos técnicos abordando tecnologias para operação em fazendas leiteiras.
3-SANTA CATARINA
Uma reunião ampla está marcada para o mês de outubro.
Em maio a questão Assistência Técnica foi discutida na Câmara Setorial e definiu-se que será trabalhado o foco QUALIDADE, com a Epagri trabalhando na propriedade e SENAR focando o freteiro e equipamentos.
Está em processo de elaboração em conjunto com a Embrapa o Programa de Boas Práticas de produção semelhante ao BPF da Nestlé.
Profissionais da Assistência Técnica receberam curso Eurepgap na área de leite visando a qualidade necessária para exportação.
Para uma inspeção eficiente julgam ser necessária a junção de forças com as indústrias e o poder público, citando um exemplo prático: O SIF-S.C elegeu algumas regiões no estado onde reúne as indústrias ali atuantes e faz um acordo de trabalho por 4 meses visando a melhoria da CBT do leite por propriedade. Se não houver melhora o produtor pode ser cortado da empresa que capta seu leite sem poder migrar para uma concorrente.
O programa deu resultado, o nível de CBT melhorou em 50%, porém está ocorrendo migração dos que não conseguiram melhorar para os sistemas de inspeção estadual e municipal.
5-PROPOSTA DE UM PROJETO PILOTO PARA PROPRIEDADES SANEADAS
Airton Spies destacou o montante já gasto na busca de tornar o estado livre de brucelose e tuberculose: só em Santa Catarina gastou-se R$ 20 milhões em 10 anos sem conseguir livrar o estado dessas doenças.
Uma saída é a realização de busca ativa em regiões selecionadas realizando testes no leite para detecção dessas doenças, almejando o título de propriedades saneadas para as que apresentarem resultados negativos. Nessas propriedades haveria o compromisso de barrar a entrada de animais sem o certificado de livres dessas doenças.
Esse seria um primeiro passo antes do status de propriedade certificada.
Norberto Ortigara lembrou a dificuldade orçamentária para os estados assumirem a questão sanitária, destacando que a União precisa assumir uma parte das despesas com sanidade e assistência técnica.
6-ENCAMINHAMENTOS IMEDIATOS
6.1-As Secretarias da Agricultura e os Sindicatos das indústrias de cada estado deverão fazer um questionamento junto às Secretarias de Fazenda para saber da possibilidade e interesse de um realinhamento da política tributária na cadeia do leite
6.2-Encaminhar solicitação à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados (MAPA) solicitando a inclusão da Aliança Láctea sul Brasileira como membro.
6.3--Verificar o nº de indústrias que pagam por qualidade em cada estado; com
base nesses sistemas de pagamento disponibilizar no site da Aliança Láctea
Sul Brasileira as bases para um sistema de pagamento por qualidade.
7- AGENDAMENTO DA PRÓXIMA REUNIÃO A próxima reunião foi agendada para o dia 22 de outubro, no município de
Castro, Paraná.