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Mensagem de Inspiração

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Mensagem de Inspiração

Gordon B. Hinckley

do Conselho dos Doze

u 9os ar'a de fazer um apêlo a todos os que ocupam cargos de I -J l.derança,. ao numeroso grupo de professores e missionários e aos

chefes de família: Em tudo o que fizerem, alimentem o espírito — abas­teçam a alma.

Sinto-me satisfeito pelo fato de que o mundo está ávido de alimento espiritual. Já há muito tempo, Amós profetizou: "Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sôbre a terra, não de pão, nem sêde de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar, e do norte até o oriente; correrão por tôda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão. Naquele dia as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sêde." (Amós 8:11-13)

O mundo sente-se faminto e verdadeiramente sedento — sente uma grande fome pela palavra do Senhor e sêde insatisfeita das coisas espiri­tuais. E nós temos a obrigação e a oportunidade de nutrir a alma.

Eu faço um apêlo — que busquemos sempre a inspiração do Senhor e a companhia do Espírito Santo, a fim de que sejamos por êles abençoa­dos e possamos manter nossos esforços num plano altamente espiritual. Essas orações não ficarão sem resposta, pois foi-nos prometido através de revelação que "Pelo Seu Santo Espírito, sim, pelo inexprimível dom do Espírito Santo, Deus vos dará conhecimento. . . " (Doutrina e Convênios 121:26)

Neste Número

Mensagem de Inspiração. Gordon B. Hinckley 2

Época de Natal. David O. McKay 3

O Milagre do Natal. John Longden 5

. . . Poderia Ensinar Flávio a Orar. Jane Jamison 8

Um Rapaz e seu Destino Hazel W . Lewis 11

Decisões. Bispado Presidente 14

O Cordeiro de Natal. Eíaine M, Murray 16

Uma Feliz Aventura. Lucille N. Jensen 18

Jóias Sacramentais para 1969-70 20

Os Padrões do Evangelho. . . Paul H. Dunn 21

Dentro de Minhas Paredes. Gary R. Hatch 23

Regozija, ó Coração Meu! Trudi Richie 24

Desenvolvimento Individual. Maxine T. Shoppe 25

E Muitos Virão do Oriente. F. Máximo 27

Um Homem, Um Espírito. . . Richard L. Evans 32

íCapa

Apesar de ainda jovem e inculto, Joseph Smith foi escolhido como o instrumento de Deus para executar a tradução do Livro de Mórmon e a Restauração do Evangelho. Nasceu a 23 de dezembro de 1805 em Sharon, no estado de Vermont, e nêste mês estamos comemorando o 163.° ani­versário de seu nascimento.

Vol. 21— Dezembro de 1968 — N 12

Publicação Mensal editada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos

Dias

EditorHélio da Rocha Camargo

Redator F Máximo

Centro Editorial BrasileiroR. São Tomé, 520 - V. Olímpia

CP 19079, São Paulo, SP - Tel. 80-9675

Estaca São PauloR. Iguatemi, 1980

São Paulo, SP

Missão BrasileiraR. Henrique Monteiro, 215, São Paulo

SP, CP 862, Tel. 80-4638

Missão Brasileira do SulR. Gen. Carneiro, 490, Curitiba, Pr.

CP 778, Tel. 4-8016

Missão de ConstruçãoR. Itapeva, 378, São Paulo, SP

Tel. 33-6761

'A LIAHONA" — Órgão Oficia l da Igre- |a de Jesus Cristo dos Santos dos Ú lti­mos Dias em língua portuguêsa, acha-se registrado sob o número 93 do Livro B, n .° 1, de M atrícu las de Oficinas Impres­soras de Jornais e Periódicos, conforme o Decreto n.° 4 .857 de 9 -11 -1930 . Com­posto por In terlinograf, R. dos Andradas, 127. Fctolitos: Lastri S /A , R. da Inde­pendência, 3 6 2 /3 8 2 . Impresso nas o fic i­nas da L itográfica Comercial.

Dev.do ò orientação seguida por esta revista, reservamo-nos o d ire ito de pub li­car somente os artigos solicitados pela redação. Não obstante, serão bem-vindas tôdas as colaborações para apreciação da redação e do "s ta ff" internacional do "U n ified M agazine".

Subscrições: Tôda a correspondência sôbre assinaturas deverá ser d irig ida ao: Departam ento de Assinaturas, Caixa Pos­ta l 19079. Assinatura anual para o Bra­sil: NCr$ 5,00; para o Exterior, simples: US$ 3,00; para o Exterior, via aérea: US$ 7,00. Preço do Exemplar avulso em nossa Agência: NCr$ 0 ,50; exemplar a­trasado NCr$ 0,80. As mudanças de en- derêço devem ser comunicadas indicando o antigo e o nôvo enderêço, devendo-se aguardar 8 semanas para o processamen­to postal.

ImportanteTôda a correspondência deve ser en­dereçada a

CENTRO EDITORIAL BRASILEIROCaixa Postal 19079, São Paulo, SP

Page 3: Mensagem de Inspiração

Nesta época de Natal, gostaria de falar-vos sôbre um incidente na vida do nosso Salvador, quando o povo, depois de ouvi-lo falar sôbre coisas espirituais, dispersou-

se porque não entendeu o significado do sermão. A Bíblia o registra em breves palavras:

À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandona­ram e já não andavam com êle. (João 6:66)

Ao ver seus discípulos se afastarem e, notando que os Doze permaneceram junto d'Êle, perguntou-lhes: "Porven­tura quereis também retirar-vos?"

Época de NatalPres. David O. McKay

Simão Pedro, fiel ao seu modo de ser, respondeu: Senhor, para quem iremos? tu tens as palavras da vida

eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. (João 6:67-69).

O SIGNIFICADO ESPIRITUAL

Aquêle sermão acêrca do pão da vida seguiu-se ao milagre da multiplicação dos pães quando cinco mil pes­soas foram alimentadas com alguns pães e uns poucos pei­xes. Sendo um mestre excelente, Cristo aproveitou-se dêsse milagre para ensinar-lhes o significado do Evangelho. Quan­do não conseguiram compreender tal significado, foram-se embora. Foi então que Jesus voltou-se para os Doze e fêz-lhe a pergunta a que me referi. Mais tarde, Jesus le­vou-os para um monte próximo e ensinou-lhes mais sôbre o significado espiritual do Evangelho e, concluindo, disse: "Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Os Doze res­ponderam: "Uns dizem: João Batista (que fôra decapitado por Herodes); outros: Elias,- e outros: Jeremias, ou algum dos profetas." — pensando na volta do espírito.

Dezembro de 1968 3

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Mas Jesus continuou: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" Impetuoso como sempre, Pedro fêz-se ouvir nova­mente e, agora, depois de ter estado em sua companhia por muitos dias, respondeu sem hesitação: "Tu és o Cristo o Filho de Deus vivo." E desta vez mereceu a seguinte resposta: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas (nesta oca­sião não o chamou de Pedro), porque não foi a carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus." IMateus 16:13-17)

O MUNDO NECESSITA DE UM TESTEMUNHO

Hoje, talvez mais do que nunca, o mundo necessita do testemunho da divindade do Senhor Jesus Cristo.

É por isso que devemos esforçarmo-nos com tanto em­penho em representá-lo ou seguí-lo, a fim de que o nosso espirito permaneça eternamente jovem. Se os pensamentos conseguem afetar o sêr físico, não será certo também que as verdades eternas contribuirão para a natureza eterna do espírito? Na noite em que foi traído, o nosso Salvador afirmou:

E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus vredadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (João 17:3)

E de que forma poderemos conhecer a doutrina?

Se alguém quiser fazer a vontade dêle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo. (João 7:17)

Alcançaremos a sabedoria pelo esforço. Tôdas as coi­sas de valor requerem esfòrço. Aquilo que vale a pena possuir, custará uma parte do vosso sêr físico, do vosso poder intelectual e da vossa fôrça d'alma.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir- se-vos-á. (Mateus 7:7).

Mas é preciso buscar, é necessário bater.

Não poderemos ser fiéis a nós mesmos, aos nossos bem-amados e aos nossos semelhantes, sem sentirmos o firme desejo de saber mais acêrca desta magna verdade. O espírito por si presta testemunho de que a verdade existe neste velho mundo. Jesus Cristo pode ser encontrado por meio da prece fervorosa e sincera de um coração humilde, através da retidão e das boas obras.

O QUE DARÍEIS POR UM TESTEMUNHO

Em Miquéias, capítulo cinco, Belém, a cidade de Davi, é mencionada pelo profeta como sendo o lugar em que nasceria o Messias. E fico imaginando se os pastóres que receberam a revelação do nascimento de Cristo, não teriam em mente essa profecia, quando de noite velavam seus rebanhos, acalentando em seus corações a esperança de que logo viria o Messias, assim como o fazia tôda a Judéia. Êsses homens humildes mereceram uma visão de Deus.

E, ausentando-se dêles os anjos para o céu, diziam os pastóres uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer (Lucas 2:15)

Os pastóres não disseram: "Será que é verdade?", nem: "Vamos ver se isto é verdade mesmo." Mas sim: "V a­mos e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer." — tinham a certeza de que Deus revelara Seu Filho, que os anjos haviam trazido ao mundo a mensagem que êle, destinado a ser o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, nascera como um infante no local mais humilde daquela pequena vila da Judéia.

O que vós daríeis — vós que talvez não tendes certeza — para ter em vossos corações esta mesma confiança de que Cristo nasceu, de que Cristo vive, de que Deus co­municou o seu nascimento através dos anjos celestes? Então tôdas as dúvidas estariam banidas, tôda a preocupação acêrca do vosso propósito nesta vida deixaria de existir — êste é o significado de tal testemunho.

O CRISTO VIVO

Ao celebrarmos, nesta época de Natal, o seu nasci­mento, eu espero que os ensinamentos e a vida do Mestre sejam mais belos, mais necessários e mais aplicáveis à fe­licidade humana do que jamais o foram. Nunca antes tive certeza maior de que o aperfeiçoamento da humanidade será o resultado final de ter sido o homem colocado aqui na terra. Com tôda a minha alma, eu reconheço Jesus Cristo como a personificação da perfeição humana como Deus manifestado na carne, como o Salvador e o Redentor do gênero humano. E reconhecendo-o como meu Redentor, Salvador e Senhor, eu aceito o seu Evangelho, como sendo o plano de salvação, como um meio perfeito para se al­cançar a felicidade e a paz entre os homens. Não existe um princípio siquer entre os pregados por êle, que não seja aplicável ao crescimento, desenvolvimento e felicida­de da humanidade. Cada um de seus ensinamentos me parecem tocar a verdadeira filosofia da vida. Eu os aceito de todo coração!

A despeito das condições desencorajadoras e desalen- tadoras em todo o mundo, o Natal é a época mais feliz do ano. Mas devemos sempre ter em mente que as pessoas mais abençoadas são aquelas cuja conduta diária se coa­duna mais de perto com os ensinamentos e o exemplo de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, o mesmo Cristo em cujo nascimento se proclamou: " . . . e paz na terra entre os homens, a quem êle quer bem." (Lucas 2:14).

Que a paz do nosso Pai que está nos céus habite em vossos corações, bem como nos da gente de tôda a parte, ao acercarem-se dêle em oração e louvor nesta época na­talina. Que os enfêrmos se recuperem, os aflitos sejam confortados, os corações solitários se reanimem, os fatiga­dos encontrem descanso, os necessitados sejam socorridos, os que duvidam encontrem a certeza e que o shomens maus e cobiçosos sejam confundidos.

4 A LIAHONA

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Milagre do

NatalJohn Longden

em que eu poderia iniciar esta mensagem com uma estória real de que soube recentemente. Uma jo­

vem senhora, tendo recebido uma verba especial para o Natal, foi fazer compras em companhia de uma amiga. Ao se aproximarem da loja, reparou num garôto parado ali perto e sentiu-se estranhamente atraída por êle. Quan­do, passado algum tempo, saiu da loja, o rapaz conti­nuava ali parado; dirigiu-se a êle e indagou: "Você está esperando por seus pais?"

"Não, meus pais estão mortos.""Bem, você não está sentindo frio?"O garôto olhou dentro de seus olhos e respondeu-

"Não agora, depois que a senhora falou comigo."Ela sentiu-se comovida e perguntou-lhe: "Você quer

esperar por mim até que eu volte?" E acrescentou ao co­locar a mão sôbre seu ombro: "Quero que me prometa que não irá embora. Espere aqui até eu voltar." O ga rôto prometeu.

Entrou novamente na loja e voltou trazendo roupas quentes para o rapaz.

Este indagou: "A senhora é a espôsa de Deus?""Não, mas sou uma de suas filhas, assim como você

é seu filho.""Ahn, logo imaginei que a senhora devia ser paren­

te dêle!"Sim, somos parentes daquele Cristo que nasceu numa

manjedoura. Ao dar um presente material, ela dera-lhe também algo de si. A paz na terra não pode provir do oferecer ou receber coisas apenas materiais. Tem que ser uma condição da mente e do coração, que se inicia em você e em mim — o indivíduo.

Jesus trouxe o Evangelho do amor. O mundo não lhe presta honras por ter sido um descobridor, cientista, Então, de onde provém a sua grandeza? Provém da es­fera do caráter ou espiritualidade, pois que êle declarou: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos d o u ;.. . (João 14:27)

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Se alguém conseguisse inventar um medidor tão sensível que pudesse registrar a luz na expressão facial dos homens, mulheres e crianças, o ponto mais alto seria alcançado na época de Natal. Ê nesta

ÊLE ESTABELECEU O PADRÃO

Ao entregar-se a si mesmo pelos pecados do mundo, Jesus nos deu o exemplo do dar desinteressado. Êle se­guiu o exemplo do Pai, pois: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito . (João 3:16). Nós, na qualidade de individuos, podemos também enfa­tizar êste aspecto não material do dar.

Permitam-me citar Henry Van Dyke:

Estareis dispostos a esquecer o que tendes feito pelos outros e lembrar-vos do que êstes fizeram por vós; a igno­rar o que o mundo vos deve e pensar no que deveis ao mundo; a curvar-vos e considerar as necessidades e desejos das criancinhas; a recordar-vos da fraqueza dos que já en­velheceram; a parar de perguntar o quanto sois amados pelos amigos e indagar a vós mesmos se os amais sufi­cientemente? Estareis dispostos a fazer estas coisas nem que seja apenas por um dia? Se assim fôr, então sereis capazes de guardar o Natal, e conseguindo-o por um dia, por que não fazê-lo sempre?

A FÓRMULA DA PAZ

A única fórmula eficaz para se alcançar a paz e o progresso exige antes uma redescoberta do que descoberta. Foi-nos dada pelo único Homem capaz de ver a história futura até o limite dos tempos, bem como o que já se pas­sou desde quando se iniciou; êle a deu há 2.000 anos, for­mulada numa simples frase:

" . . . Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de tôda a tua alma, de tôdas as tuas fôrças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mes­mo." (Lucas 10:27)

Também em João, declarou Jesus:

"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância."(João 10:10)

Cristo nasceu numa época de tirania, e no entanto, era o Príncipe da Paz. Morreu como vítima da mesma tira­nia, e nao obstante, pregou o Evangelho do amor, a Tecon- ciliaçao com o nosso próximo. Êle foi a personificação da harmonia, da tranqüilidade, da ternura. Poderá o mundo ser pacificado sem o concurso do Autor da paz? Poderá, nao só o anti-Cristo, mas também o cristão rebelde, co­nhecer a paz? O Salvador disse:

"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobre­carregados, e eu vos aliviarei.

Tomai sôbre vós o meu jugo, e aprendei de mim, por­que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.

Pcrque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.(Mateus 11:28-30)

Depois de tudo o que foi dito, não será esta a res­posta para o problema de paz ou guerra neste mundo? Náo é esta a mensagem do Natal?

O ESPÍRITO MÁGICO DO NATAL

Wjlferd A. Peterson, expressou-o em belíssimas pala­vras num pensamento intitulado "O Espírito Mágico":

"De certa forma, parecemo-nos a um comutador elé­trico. A porção da magia do Natal que irradiamos é con­trolada por nós. Temos o poder de 'ligar' ou 'desligar' em nossas vidas os ideais natalinos, da mesma forma como o fazemos com o circuito elétrico de nossa casa — pode ser usado sempre que o desejamos. Podemos viver na luz ou nas tre i — depende somente de nós.

Dura,..e a maior parte do ano acendemos velas de bôa-vontade, alegria e tolerância. A pequena chama al­cança somente pouco além, dentro da escuridão da má- vontade, do egoísmo e do ódio. E então, na época do Natal, acontece o milagre! De alguma forma, descobrimos o interruptor que liga o circuito elétrico do espírito. Por um pouco, o mundcj é iluminado profusamente pela luz da esperança, do amor, da fé, da bondade e da paz.

Por que, então, havemos de voltar às velas e ao lam-

6 A LIAHONA

Page 7: Mensagem de Inspiração

época que as pessoas irradiam os melhores pensamentos, as emoções

mais profundas e o espírito mais afinado. O Natal faz o homem brilhar

intensamente.

peão de querosene, do espírito, quando poderíamos con­tinuar dispondo da luz elétrica espiritual do Natal? É como usar a energia e a luz elétrica por uns poucos dias e logo voltar aos sistemas antiquados durante o resto do ano. Da mesma maneira que a eletricidade está ao nosso dispor durante o ano inteiro, assim também poderemos utilizar- mo-nos do espírito mágico do Natal durante os 365 dias do ano.

Se alguém Conseguisse inventar um medidor tão sen­sível que pudesse registrar a luz na expressão facial dos homens, mulheres e crianças, o ponto mais alto seria al­cançado na época de Natal. É nesta época que as pessoas irradiam os melhores pensamentos, as emoções mais pro­fundas e o espírito mais afinado. O Natal faz o homem brilhar intensamente.

Os poderosos dínamos que geram a fôrça elétrica para iluminar e fornecer energia às cidades, são utilizados o ano inteiro. O Natal, com todo seu profundo significado, é um poderoso dínamo espiritual. Êle gera a energia ne­cessária para manter acesa a luz espiritual dos homens, a fim de que êles iluminem o mundo. O mundo seria trans­formado completamente se permitíssemos que o espírito mágico do Natal permanecesse ligado permanentemente. O comutador está em nossos corações!"

UMA PARÁBOLA

Permitam-me contar-lhes uma parábola que não foi dita por Jesus.

"É uma estória contada pelo organista da grande igreja de Friburgo. Certo dia, quando estava sentado ao órgão tocando, entrou um estranho e ficou parado atrás dêle. Ao cabo de uma meia hora o estranho pediu: 'Posso tocar um pouco?' Mas o organista recusou. O estranho continuou esperando. A certos intervalos, repetia seu pe­dido, até que o organista acedeu de má vontade.

O estranho sentou-se e por um momento ficou a olhar o teclado. Então começou a tocar e imediatamente jorrou dos tubos música tão grandiosa como nunca antes o enor­

me órgão conhecera. Encheu a igreja,- demorou-se pelas seções do teto,- despertou os anjos adormecidos; os pilares de pedra vibravam de alegria. Vencido pela emoção, o organista agarrou o ombro do estranho e quando os sons se desvaneceram perguntou: 'Quem é você?'

'Eu sou Felix Mendelssohn', foi a resposta.'E pensar que quase recusei a Mendelssohn tocar o

meu órgão' replicou o organista."É apenas uma parábola, mas- se você quer que a vida

de Cristo produza harmonia na sua vida, então você terá que permitir que o Mestre dos Mestres a toque. Êle poderá extrair dela muito mais música do que você conseguirá por si só. Uma vida apenas decente poderá ser transformada numa vida produtora da harmonia celeste. Fico a imaginar quantos de nós terminaremos a nossa vida mortal sendo obrigados a reconhecer que "Eu recusei que Jesus tocasse as teclas da minha vida!"

SAUDAÇÃO DE NATAL, 1513 A.D.

Gostaria de dar-lhes esta saudação de Natal, escrita no ano de 1513, portanto há mais de 400 anos, e que foi descoberta por Robert Updegraff, de Scarsdale, Nova Iorque. Eu tenho a certeza de que também vocês se sen­tirão inspirados por esta mensagem escrita por Frei Gio- vanni:

Eu vos saúdo! Não tenho nada para vos dar além do que já possuis; mas existe muita coisa que, embora não possa ser dada, vós podereis tomar.

Não será possível encontrar nenhum céu, a não ser que encontremos descanso nêle agora. Tomai o Céu.

Não há paz futura que não esteja oculta no presente. Tomai a Paz.

As trevas do mundo são apenas uma sombra além da qual, mas ainda dentro do vosso alcance, existe a alegria. Tomai a Alegria.

E assim, nesta época do Natal, eu vos saúdo, orando que para todos vós, agora e sempre, possa raiar o dia afugentando as trevas.

Dezembro de 1968

Page 8: Mensagem de Inspiração

...Poderia Ensinar Flávio a OrarDona Teresa quedava-se imóvel. Seu olhar desnortea­

do seguia o desenho delicado projetado na parede pelos primeiros raios do sol nascente ao se filtrarem atra­

vés das portas envidraçadas daquele corredor de hospital. O chilreio dos pardais no cipreste ao lado da janela fê-la compreender que a longa vigília noturna chegara ao fim.

Seu coração estava tomado por uma dor profunda. Sentia-se grata por estar na companhia de seu marido, Miguel. Fôra êle que na noite anterior atendera o telefo­nema do Hospital. Haviam dito apenas que houvera um acidente de trânsito após a cerimônia de formatura do colégio e que seu filho, Roberto, ainda usando borla e beca, estava gravemente ferido.

Teresa pestanejou como que tentando apagar a ima­gem do rosto pálido e inerte de seu filho mais velho, dei­tado inconsciente sôbre a pilha de travesseiros na sala de emergência.

"Concussão cerebral e fratura do crâneo," explicara o médico." A punção espinhal acusou traços de sangue, por isso precisamos fazer imediatamente uma craniotomia e tentar localizar a hemorragia. Se conseguirmos estan­cá-la, haverá uma chance; se n ã o ... "N ão terminou a frase.

Ficaram sentados na sala de espera por longas horas orando silenciosamente. Teresa tremeu ao ser engolfada novamente pelo conhecimento do estado grave em que se encontrava seu filho.

Repentinamente, um ruído inesperado quebrou o si­lêncio da madrugada — era Flávio, o melhor amigo de Roberto que irrompera pela porta. Seus cabelos castanhos desgrenhados demonstravam uma escovadela sumária, e a fralda da camisa branca, ainda parcialmente fora das calças evidenciava a pressa com que viera.

"Acabo de saber o que aconteceu ao Berto! Como está?"

Reparando na ansiedade dos pais, não terminou a pergunta. Teresa tentou explicar a gravidade do ferimento de Roberto, mas sua voz embargou e começou a chorar quietamente. Miguel continuou a explicação.

. Com o continuar monótono da conversa murmurada, o pensamento de Teresa principiou a divagar através dos anos passados até aquêle dia de agôsto, há 18 anos, quando Roberto nascera naquele mesmo hospital. . .

Fôra uma coisinha tão miúda e vermelha, tão magri- nha como um filhote de pardal. Como o tempo se passara tão depressa! Parecia que fôra apenas ontem que o vira remexendo e lutando desajeitadamente com seu nôvo tri­ciclo, ainda amarrado com as fitas da embalagem de Na­tal. Antes mesmo de que se pudesse pensar no caso, chegara o primeiro dia de escola para Roberto, e lá se fôra êle, talvez um pouco temeroso, mas sentindo-se quase adulto com suas calças de zuarte e camisa de veludo co-

telê vermelho. Quantas vêzes desejou poder fixar para sempre em sua mente tais momentos! Mas cada nôvo es­tágio substituirá o anterior e Roberto continuava demons­trando tanto gôsto por tôda a sorte de atividades. As au­las da Primária produziram maior desenvolvimento e o esco- tismo proporcionou campos mais amplos para serem ex­plorados.

Foi mais ou menos nesta ocasião que os Hansen se mudaram para a casa vizinha. Como era costume entre vizinhos, ela mandara Roberto com um prato de biscoitos e em troca êle trouxera Flávio consigo.

Sòmente passados alguns dias foi que ela se deu conta de como diferiam os ambientes em que viviam Flávio e Roberto. Na casa de Flávio os ideais e padrões eram justamente o opôsto — beber, fumar e palavras feias eram coisa comum, e quanto à religião, para esta não havia lu­gar em seu modo de vida. Sentia-se relutante em permitir que Roberto continuasse a cultivar tal amizade, mas os dois garotos pareciam atrair-se como imãs.

8 A IIAHONA

Page 9: Mensagem de Inspiração

Jane Jamison

Foi para a sala de estar e os garotos a seguiram. "Você sabe o que é uma oração de verdade, não é

Flávio?"

Uma vez que Flávio era três anos mais velho que Roberto, portanto mais maduro, tornou-se o ideal aos olhos de seu filho de oito anos. Estavam sempre juntos. Como conseqüência, da maneira natural comum entre crianças, Flávio começou acompanhar Roberto à Primária.

Certo dia, os dois meninos voltaram da Primária cor­rendo, Flávio sempre na frente até que chegaram à porta da casa. Alí, ficou para trás timidamente enquanto Ro­berto ansioso agarrava sua mão, puxando-o para dentro do saguão e murmurou algo em seu ouvido.

"Mamãe, a senhora poderia ensinar o Flávio a orar?"

Esse pedido inesperado fê-la sentir um nó na gargan­ta ao olhar para aquêle rapaz tímido e sensível, e que geralmente procurava aparentar rudeza. Êle fôra desig­nado para oferecer a oração de abertura na Primária na outra quarta-feira.

"Por certo que ajudaremos Flávio."

"Sim, penso que sim."

"Jesus disse que tudo o que pedirmos orando, se fôr direito e se tivermos fé, seremos atendidos."

"É mesmo?"

"É, sim. A oração não se resume em palavras; é falar com nosso Pai Celestial. Você já ouviu o hino que costu­mamos cantar na igreja e que diz: "A oração é o desejo sincero da alma'?", perguntou e cantarolou alguns com­passos do mesmo.

"Sim.''

"Sabe mamãe, foi eantado na conferência da Primá­ria ," comentou Roberto, tentando ajudar.

"Há certas palavras que usamos na oração para de­monstrar reverência e respeito, como por exemplo, tu, te, teu e tua. A primeira coisa que exprimimos quando oramos é a nossa gratidão por tôdas as bênçãos recebidas. Você sabe o que é uma bênção, não é?"

"Penso que tudo o que é bom é uma bênção," res­pondeu Flávio.

E juntos, escreveram um breve resumo de oração e Flávio concordou em estudá-la.

Na quarta-feira, ao retornar da Primária, Roberto não se portou da maneira usual, exuberante, e a mãe notou a ausência de Flávio. Não conseguiu reprimir a pergunta: "Roberto, Flávio foi bem na sua oração de abertura?" Mas Roberto evitou a resposta e com um dar de ombos foi para seu quarto.

Apesar de sentir-se perturbada, Teresa não insistiu no assunto, mas no dia seguinte, ao encontrar a presidente da Primária no mercado, perguntou-lhe o que acontecera.

"O ', sim, êle tentou" disse-lhe ela, "mas estava tão amedrontado que depois de gaguejar algumas palavras inaudíveis, voltou-se e saiu correndo da sala."

Seus pensamentos pularam para uma noite de verão em que Flávio estava na casa dêle na hora do jantar. Ela e Miguel reuniram as crianças em redor da mesa pa­ra ajoelhados fazerem a oração familiar. Como Flávio hesitou em sair, ela perguntou-lhe: "Você gostaria de acompanhar-nos?"

Flávio concordou e acabara de ajoelhar-se ao lado de Roberto quando ouviu-se a voz rude da Sra. Hansen gritando a plenos pulmões: "Flávio! Flávio! Onde está êsse menino que não vale nada? É melhor que apareça logo senão.. . "

Teresa reparou no rubor que lhe subia pela nuca enquanto murmurou: "Tenho que ir."

Demonstrando temer encontrar-se com sua mãe, êle se esgueirou pela porta dos fundos.

No verão em que Roberto recebeu o sacerdócio, Flá­vio pediu para ser batizado. Os laços de amizade entre os rapazes pareciam mais fortes do que nunca e pouco tempo depois, Flávio era ordenado diácono. Lembrava-se ainda da ocasião em que pediu a Miguel que lhe explicasse uma

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citação ouvida numa reunião do seu quórum: . .nenhum homem pode tomar esta honra por si, mas aquêle que é chamado por Deus, como o foi Aarão."

"Até mesmo Jesus Cristo teve que ser chamado por Deus, Flávio. Êle deixou o Sacerdócio aqui na terra com seus apóstolos e êstes o usaram até que sobreveio a gran­de apostasia da Igreja de Cristo," Miguel explicara pa­cientemente.

"Então como é que o temos agora?" indagou Flávio"Você conhece a história de Joseph Smith?"

"É claro."

"Bem, em 1829 um mensageiro celestial restaurou o sacerdócio na pessoa de Joseph Smith," Miguel prosse­guira.

"Quer dizer que foi sendo transmitido até nós a par­tir do Profeta?"

"Sim, do Profeta Joseph Smith ou Oliver Cowdery, pois ambos o receberam na mesma ocasião."

Miguel tinha suas dúvidas de que o jovem compreen­dera realmente o Sacerdócio e seu real propósito, mas apreciara o interêsse que demonstrara. . .

Pouco depois de ter sido ordenado sacerdote, pediram a Flávio que administrasse o sacramento na reunião da Escola Dominical. A princípio êle recusou, mas o supervisor do quórum dos sacerdotes explicou-lhe que seria muito fácil — na mesa do sacramento haveria um cartão com a oração impressa a fim de que pudesse ser lida — e, final­mente, Flávio ainda relutante acedeu.

O outro sacerdote abençoou o pão. Depois chegou o momento de Flávio fazer o mesmo com a água. Êle come­çou a orar de modo vacilante e logo parou — cometera um engano. Voltou ao princípio e novamente errou. O bispo pediu-lhe que a repetisse e, pela terceira vez, Flávio iniciou a oração, logo passou a gaguejar e interrompeu-se. O ambiente se tornou tão tenso que podia ser sentido por tôda a congregação. Então, repentinamente, Flávio levantou-se enrubecido e deixou a capela,- seu compa­nheiro silenciosamente ocupou seu lugar e abençoou a água. Passaram-se muitas semanas antes que Flávio ou­sasse voltar à capela.

A família ficara imaginando quais seriam as mudan­ças na vida de Flávio quando êle terminasse o curso co­legial. Será que a amizade que se desenvolvera entre os rapazes se desvaneceria? Contudo, a vida universitária não conseguiu obscurecer a admiração de Flávio por seu jovem amigo, e durante o terceiro semestre êle escreveu a Roberto contando-lhe da emoção de ter encontrado a môça que pretendia desposar. "Ela é uma jovem maravi­lhosa, Berto, e também membro da Igreja. Temos a espe­rança de que teus pais nos acompanhem ao tempo quando nos casarmos."

Teresa e Miguel realmente foram ao templo com Flávio e sua noiva. E ao vê-los ajoelhados perante o altar,

Teresa recordara-se do pedido infantil de Roberto: "M a­mãe, a senhora pode ensinar o Flávio a o ra r? ",.. .

Abruptamente, Teresa foi arrancada de seu devaneio ao ver a maca sendo empurrada pelo saguão. E mais uma vez, viu-se engolfada pelo mêdo ao olhar o corpo inanimado de Roberto, a cabeça oculta por ataduras. De­samparada, uma lágrima rolando pela face, encarou pri­meiro Miguel e depois Flávio.

A maca foi levada para um quarto e a porta fe­chou-se atrás dela. Em seguida os dois homens vestidos de branco retiraram o carrinho vazio e uma enfermeira chegou à porta.

"O especialista, Dr. Pereira, ainda está no centro ci­rúrgico, mas logo virá falar com os senhores. Este, é o Dr. Leite," acrescentou, indicando o médico que vinha se aproximando pelo saguão.

O médico e a enfermeira voltaram a entrar no quarto e fecharam a porta, deixando Miguel, Teresa e Flávio es­perando lá fora.

O tempo parecia ter parado; então o Dr. Leite apa­receu e permitiu que entrassem. Sua voz grave, apesar de falar sussurrando, pareceu-lhes como que o rugido de um leão ao dizer-lhes: "Seu filho não está reagindo. Vou chamar o Dr. Pereira mas temo que já seja muito tarde."

"Por que? O', por que?" soluçou Teresa.

Então se fêz ouvir a voz hesitante de Flávio: "Por favor, posso orar por êle?"

Não sabendo exatamente o que fazer, Flávio ajoe- Ihou-se desajeitadamente ao lado da cama. As palavras surgiram do âmago da sua alma, diretas e significativas, exprimindo sua gratidão por tudo o que Roberto lhe sig­nificara e pelos ensinamentos que encontrara, pouco a pouco, em sua vida. Profundamente convicto, rogava pela vida do amigo: " . . .mas em tôdas as coisas, Pai Celestial, mesmo agora, pedimos-te que se faça a Tua vontade e não a nossa, mas dá-nos a sabedoria necessária para que possamos entendê-la.. "

A porta foi aberta pelo Dr. Pereira, ainda usando um avental cirúrgico. "O Dr. Leite acaba de falar comigo. Fizemos tudo o que foi possível. Eu sinto muito," acres­centou mansamente o médico.

Seguindo um hábito adquirido há anos, o médico au- tomàticamente tomou o pulso do paciente. Hesitou por um instante, em seguida puxou o lençol, delicada mas apres­sadamente e colocou o estetoscópio no peito do moço. Auscultou-o repetidamente, parecendo um tanto perplexo e vincando profusamente as sobrancelhas hirsutas.

Por mais alguns segundos não se ouviu uma palavra siquer. Então, repentinamente, ordenou à enfermeira que recolocasse a tenda de oxigênio.

E mais uma vez Teresa ouviu mentalmente: "Mamãe, a senhora pode ensinar o Flávio a orar?"

10 A LIAHONA

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Um Rapaz e seu

DestinoHazel W . Lewis

‘Se algum d e vós n e c e s s í/o d e s a b e d o r/a , p e ç a -a o D e u s . ‘

Pouco sabemos acêrca da primeira infância do Pro­feta Joseph Smith. Mesmo sua mãe, ao escrever a história do filho, diz: "Durante seus primeiros anos de vida

não houve além dos acontecimentos triviais, tão comuns àquele período da existência humana." É bem provável que a luta incessante do casal para prover as necessidades vitais de uma família sempre mais numerosa, deixasse a Lucy Mack Smith pouco lazer para anotar tais "inciden­tes" triviais.

Apesar de que "Mãe Smith" tenha afirmado que nada de excepcional ocorreu na primeira infância de Joseph, sabemos com certeza que êle se criou num ambiente no qual o profundo ,amor pelos pais, irmãos e irmãs, formava o alicerce de um lar feliz. Embora a família freqüente­mente sentisse a falta dos confortos materiais da vida, as crianças aprenderam a trabalhar, a ter fé e a serem leais entre si. Estas qualidades foram de grande proveito para Joseph Smith durante tôda a sua vida.

DOIS DIAS ANTES DO NATAL

Num gélido dia de inverno, 23 de dezembro de 1805, na cidade de Sharon, Windsor County, Vermont, nascia no lar da família Smith mais um menino. Podemos ima­ginar como "Mãe Smith", acalentando o recém-nascido, contou aos filhos mais velhos (Alvin, 7, Hyrum, 5 e a pe­quena Sophronia, 2) que o bebê seria chamado de Joseph,

como seu pai. A mãe daquele bebê estava longe de ima­ginar as coisas maravilhosas que aconteceriam durante a sua estada aqui na terra.

Enquanto residiram em Sharon, o pai arrendara um sítio que cultivava durante os meses de verão. A família mudou-se diversas vêzes, vivendo sucessivamente em várias localidades nos limites de Vermont e New Hampshire. Na­queles primeiros anos de vida de Joseph a família transfe­riu-se de Sharon para Tunbridge, depois' para Royalton, e em seguida para Lebanon, no estado de New Hampshire.

ATINGIDOS PELO INFORTÚNIO

No tempo decorrido entre o nascimento de Joseph e a mudança para Lebanon, o casal Smith tivera mais três filhos: Samuel, Ephraim (que viveu apenas dez dias) e William.

Quando fixaram residência em Lebanon, parecia que os esperavam dias mais felizes. A mãe de Joseph conta:

"A li nos estabelecemos e começamos a desfrutar, fe­lizes e satisfeitos, □ prosperidade proveniente dos nossos esforços mais recentes, e duplicamos nosso empenho com o fito de adquirir mais bens materiais.

Foi em Lebanon que, pouco tempo depois, nasceu a segunda irmã da Joseph, Catherine.

Dezembro de 1968 11

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As crianças estavam na escola. Hyrum estudava numa academia em Hanover e os demais que já haviam alcan­çado a idade escolar, freqüentavam a escola pública. Ali aprendiam a ler, escrever e aritmética elementar. Os Smith eram uma família religiosa e à noite revezavam-se na lei­tura da Bíblia.

Então, de repente, foram novamente atingidos pelo infortúnio. Esta vez em forma de um surto de febre tifóide, doença extremamente contagiosa. Sophronia adoeceu pri­meiro, seguida de Hyrum e depois Alvin; todos os membros da família, com exceção dos pais, foram atingidos suces­sivamente por êsse mal terrível.

"O SENHOR ME AJUDARÁ"

Joseph, então com oito anos de idade, pareceu con­valescer da doença, mas posteriormente passou a queixar- se duma dor horrível no ombro. A princípio o médico julgou tratar-se duma distensão, embora Joseph insistisse em que nada fizera que pudesse tê-la provocado. O dou­tor aplicou um linimento, porém sem resultado algum. De­pois de várias semanas, continuava torturado pela dor no ombro. Então manifestou-se uma infecção nas costas que logo passou para uma das pernas. Esta começou a inchar e causava-lhe grande sofrimento. Semanas mais tarde, o médico voltou a examiná-lo e por duas vêzes, fêz incisões na perna. Isto aliviou as dôres, mas quando a incisão cica­trizou, a perna voltou a inchar tanto que chegaram a reunir uma junta médica. Depois de conferenciarem, os ci­rurgiões chegaram à conclusão que amputá-la seria o úni­co meio de salvar a vida de Joseph. Profundamente aflita, sua mãe perguntou aos médicos se não haveria a possi­bilidade de extrair a parte afetada do osso e com isso salvar a perna. E foi o que decidiram tentar.

Naquele tempo, os médicos não aplicavam anestesia como o fazem agora e antes de iniciar a operação qui­seram amarrar o menino à cama. Mas êste era um ga­rôto de coragem; não quis ser amarrado, nem tomar a aguardente ou vinho, a fim de atenuar as dôres, como recomendaram os médicos. Disse: "N ão vou tomar uma gota de álcool, nem permitir que me amarrem; mas vou- Ihes contar o que farei — vou pedir a meu pai que sente na cama e me segure em seus braços e então farei tudo o que fôr preciso para que possam extrair o osso." Pediu à mãe que saísse do quarto, pois não queria vê-la sofrer. Disse-lhe: "Agora, mãe, peço que a senhora prometa que não vai ficar, está certo? O Senhor me ajudará e eu con­seguirei suportar."

Lentamente, Joseph começou a convalescer desta pe­nosa intervenção. Só então seus pais vieram a compreender quão heroicamente se portara o filho; ainda em convales­cença, acompanhou seu tio, Jesse Smith, a Salem, no es­tado de Massachusetts, pois seus pais tinham esperança de que o clima marinho lhe fizesse bem. Sua saúde de fato melhorou e a perna ficou mais forte. Quando voltou a Lebanon, mancava um quase nada.

EM PALMYRA

Depois que todos se haviam recuperado, a família voltou a cruzar o rio Connecticut, mudando-se para Nor-

wich, no Vermont. Ali arrendaram um sítio pertencente a um certo Sr. Murdock. Nos dois primeiros anos a colheita foi um fracasso e no terceiro, as plantações foram nova­mente destruídas pelo frio intenso. Foi então que o Sr. Smith decidiu procurar terras apropriadas para a agri­cultura no estado de New York. Se fôsse bem sucedido, mandaria buscar a espôsa e seus oito filhos. (No meio tem­po nascera-lhes mais um filho, Don Carlos.)

"Mãe Smith" e as crianças trabalharam duramente preparando a viagem de carroção até Palmyra. Ela conta: "Eu e as crianças mais velhas labutamos àrduamente até que nos julgamos devidamente preparados a partir assim que recebêssemos o aviso."

No devido tempo, o pai de Joseph enviou uma carta pedindo-lhes que viessem.

VASSOURAS DE VIDOEIRO E PÃO DE GENGIBRE

Ao mudarem-se para o estado de New York, Joseph estava com 12 anos de idade. Nos dois primeiros anos a família morou em Palmyra, uma cidadezinha de 2187 ha­bitantes, onde haviam alugado uma casa.

A fim de poderem comprar o sítio que tanto almeja­vam, a família inteira pôs-se imediatamente a trabalhar. Alvrn, encontrou um emprêgo de ajudante de carpinteiro, trabalhando com um grupo de homens que construia casas para os pioneiros. "Pai Smitli" bastante hábil em diversos ofícios, fazia cadeiras e cestos de vime, vassouras de vi- doeiro; abria poços e cavava cisternas; construía lareiras

O n6vo b eb ê fo i um p resen te d e N a ta l.

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rústicas e muros de pedra; ajudava os rancheiros na época da colheita. Em certas ocasiões levava Hyrum e o pequeno Joseph como ajudantes. "Mãe Smith", excelente cozinheira, começou a vender bolos e "root beer" (bebida não-alcoó­lica feita de diversas raízes) feitos em casa e tinha bas­tante freguezia, especialmente aos sábados e feriados. Como as crianças da vizinhança não devem ter apreciado seu pão de gengibre! Sophronia era uma ótima ajudante na loja. Ali também vendiam artigos feitos de oleado e capas para cadeiras, confeccionadas e pintadas pela mãe.

As crianças ainda na idade escolar, freqüentavam a pequena escola de Palmyra, que funcionava numa cabana de troncos. Pouco se sabe acêrca da instrução que teve Joseph Smith, mas é certo que, enquanto freqüentou a dita escola, usou pelo menos três livros: "The First Lines of Arithmetic" (Aritmética elementar) que contém sua as­sinatura e a data: 31 de janeiro de 1818; o "English Reader" (livro de leitura) e um livro de textos religiosos.

UM RAPAZ INDAGADOR

Pouco depois do 14.° aniversário de Joseph, prega­dores itinerantes de várias seitas (Batista, Metodista, Pres­biteriana) chegaram à região de Palmyra procurando adep­tos para suas igrejas. A família Smith e seus vizinhos cos­tumavam freqüentar essas reuniões, algumas realizadas na escola de Manchester, outra em Palmyra mesmo. Os Smith sempre haviam sido uma família religiosa que costumava ler a Bíblia, embora nunca se houvessem filiado a uma igreja. Finalmente a mãe, Lucy Smith, Sophronia, Hyrum e Samuel decidiram juntar-se aos presbiterianos. O jovem Joseph, um garôto indagador em busca da verdade, não sabia a quem se filiar.

Seu pai e Alvin ingressaram na igreja Metodista, por­que se interessavam intensamente pelos sermões de um ministro dêsse grupo, o Reverendo Lane. Joseph também ouviu sua pregação e um trecho que êle leu nas escri­turas, o impressionou profundamente. Por isso foi para casa e releu o trecho mencionado pelo Reverendo Lane:

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, pe- ça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. (Tiago 1:5)

Êsse versículo causou forte impressão em Joseph. Re­conhecia que necessitava de sabedoria para poder decidir qual das igrejas estava certa. Então resolveu perguntar a Deus.

Numa linda manhã de primavera do ano de 1820, Joseph dirigiu-se ao bosque a fim de orar. Nunca antes tentara orar em voz alta ao Pai Celestial. Ajoelhou-se e começou a orar, mas parecia subjugado por um poder tão grande que encontrou dificuldades em articular as palavras. Foi envolvido pelas trevas e sentiu-se como que fadado a ser destruído. No mesmo instante em que ficou tão alarmado com essa fôrça invisível e que parecia engolfá-lo, viu uma coluna de luz acima da própria ca­beça. Essa luz intensa, que pareceu-lhe mais luminosa do que o sol, veio descendo até cair sôbre êle,- então pôde ver dois gloriosos personagens celestiais de pé no ar. Um dêles disse, enquanto apontava o outro: "Êste é o Meu Filho Amado Ouve-O" (Joseph Smith 2:17)

Joseph então perguntou-lhes qual das seitas religiosas era a certa e a qual delas deveria filiar-se.

"EU APRENDI POR MIM MESMO"

Foi-lhe respondido que nenhuma delas estava certa e que não devia filiar-se a qualquer delas. Quando Joseph voltou a si, estava deitado de costas olhando para o céu. Depois de recobrar um pouco de alento, voltou para casa.

Ao vê-lo chegar, sua mãe assustou-se com sua apa­rência — extremamente pálido, mas os olhos radiantes. Quando a mãe lhe perguntou por que se conduzia tão estranhamente, respondeu: "Eu aprendi por mim mesmo que a igreja presbiteriana não é a verdadeira."

Daquele dia em diante, a família acreditou que Joseph realmente vira o Pai e o Filho e que êsses Persona­gens Celestiais lhe haviam dito que nenhuma das igrejas existentes era a verdadeira.

Certa ocasião, quando seu irmão já era um ancião, alguém lhe perguntou se jamais duvidara do testemunho de Joseph. Ao que êle respondeu:

"Não, todos nós confiamos plenamente no que afir­mou. Ele era um menino que sempre dizia a verdade. O pai e a mãe acreditaram; por que então as crianças não deveriam fazê-lo? Eu suponho que, se tivesse mentido em outras ocasiões, talvez tivéssemos duvidado do que contou sôbre as placas, mas Joseph não faltava à verdade. O simples fato de que nossos pais acreditaram nêle e por es­sa fé suportaram perseguições, prova que êle falou a verdade. Não senhor, nós nunca chegamos a duvidar da sua palavra, nem por um minuto siquer.

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0 Bispado Presidente

FALA AJUVENTUDESÔBRE

D E C I S Õ E SUns 800 anos antes do nascimento de Cristo, o profeta Joel anteviu a era atual,

com todos seus conseqüentes desafios. Viu que seria um período em que ha­veria "grande iniqüidade". Êle descreveu nossa situação como povo da seguinte ma­

neira: "Multidões, multidões no vale da decisão" (Joel 3:14)

A profecia de Joel está sendo realmente cumprida pois nós nos encontramos agora "no vale da decisão". Os desafios dos dias de hoje exigem que estejamos decididos e não vagueando a esmo entre os "caminhos do mundo" e os "caminhos do Senhor". O Senhor precisa de pessoas que se tenham obrigado integralmente a segui-Lo. Seguir o Senhor requer um comprometimento total e corajoso. Na verdade, êle afirmou: "Quem não é por mim, é contra mim" (Mateus 12:30) Podemos reconhecer a verdade desta declaração se nos lembramos de Caim, Judas e Laman. Cada um dêles estava bem a par dos caminhos do Senhor; mas quando se viram no "vale da decisão" deixaram de se comprometer e seguir o Senhor.

Por outro lado, o comprometimento com aquilo que é correto, é o companheiro da grandeza. Nenhum homem ainda conseguiu atingir o contentamento e o sucesso, sem primeiro decidir-se firmemente a fazer o que é certo.

Na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o Senhor espera e requer que vivamos permanentemente de acôrdo com as verdades do Evangelho. É realmente impossível ser um "santo" apenas parcialmente. Jovens da Igreja, não vos deixeis levar a trapacear nas vossas atividades diárias, ou a desrespeitar vossos pais. Nin­guém pode acumpliciar-se com as coisas que sabe não serem corretas, como fumar, beber, ser imoral e desonesto, e ao mesmo tempo desempenhar honrosa e dignamente suas designações na Igreja. Isto seria hipocrisia.

Ao estudarmos as escrituras, podemos ver que o Senhor respeita e escolhe os

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homens que estão comprometidos com aquilo em que acreditam. O melhor exemplo disso que podemos encontrar é o fato de o Senhor ter chamado Saulo de Tarso pcra o seu serviço.

Saulo era um homem, que se via impelido por suas convicções. Se acreditava que algo estava certo, devotava-se completamente àquilo. Sem dúvida alguma, jul­gava estar agindo acertadamente ao procurar livrar o pais do que acreditava serem cristãos hereges. Seu zêlo era tamanho, tão intenso o seu empenho, que o autor do livro de Atos chega a descrever esta sua devoção malempregada nestes termos fortes: "Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. . . " (Alos 9:1)

Embora o comipromisso de Saulo fôsse para com a causa errada, o Senhor sabia que se fôsse convertido para a causa certa, seu zêlo seria idêntico. Ao viajar para Damasco em perseguição aos cristãos, o Senhor veio a êle e disse: "Saulo, Saulo, por que me persegues?"

"Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus a quem tu persegues."

Então, sem descrer ou hesitar, Saulo perguntou: "Senhor, o que queres tu que eu faça?" (Atos 9:4-6) Sua decisão fôra instantânea e o resto da sua vida testemunhou sua sinceridade.

O comprometimento de Saulo para com o Evangelho fê-lo um grande missio­nário. Essas palavras que escreveu a Timóteo mostram quão total fôra êsse seu com­prometimento: "Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.

"Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do encar­cerado que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos a favor do Evangelho, segundo o poder de Deus." (2 Timóteo 1:7-8)

O mundo atual está em busca de homens que se tenham comprometido com a verdade a tal ponto que não têm mais "o espírito da covardia, mas de poder, de amor e de moderação."

O chamado de Saulo nos mostra que ,o Senhor deseja homens e mulheres que se comprometem e se mantêm fiéis às decisões tomadas. Esta necessidade de um com­prometimento total está implícita também nesta passagem do Apocalipse:

"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fôsses frio ou quente! Assim, porque és morno. . ., estou a ponto de vomitar-te de minha bôca." (Apoc. 3:15-16)

Como pode uma pessoa chegar ao ponto em que consegue comprometer-se completamente a viver o Evangelho? Será suficiente conhecer apenas o que a Igreja ensina? Crer que a Igreja é verdadeira, será a base adequada para um firme com­prometimento? Ou será necessário algo mais além disso?

Talvez um exame do 'ministério de Simáo Pedro, um apóstolo do Senhor, nos possa ser útil para solucionarmos esta questão. Pedro realmente conhecia o Senhor, pois convivera intimamente com êle durante três anos. Pedro havia confessado aber­tamente sua fé e a compreensão de quem, na verdade, era o Mestre. Contudo, du­rante o julgamento, Pedro negou sua ligação com o Senhor. E após a sua crucificação, sentindo-se perdido e desalentado, declarou: "Vou p e sca r..." (João 21:3)

Foi somente depois de ter recebido o testemunho do Espírito Santo e de ter-se decidido conscientemente a dedicar-se à obra do Senhor, que foi capaz de cora­josamente pregar a doutrina de Jesus Cristo perante os doutores da lei, nas ruas, na prisão ou aonde fôsse. Seu comprometimento total evidenciou-se por ocasião do Pentecostes e dali por diante durante todo o seu ministério.

Para nós, o processo de comprometimento é idêntico. Precisamos ganhar o tes­temunho da divindade do Evangelho, pelo Espírito Santo; em seguida, temos que decidir consciente e deliberadamente, a vivermos segundo os princípios do Evangelho Jesus Cristo. Este último passo é muito importante: o comprometimento não é um acontecimento automático e isolado. Só poderemos nos comprometer de uma ma­neira consciente e deliberada. Como Saulo, temos que perguntar: "Senhor, o que queres Tu que eu faça?" E, então, temos que cumprir os desejos do Senhor.

Quando um jovem, na presença de seus companheiros, declara suas intenções co>retas, êle, em virtude dêsse comprometimento, agirá de acôrdo.

Comprometermo-nos com o Evangelho não é, necessàriamente um processo fácil. Não obstante, nem você e nem eu, poderemos nos tornar grandes no reino de Deus sem fazê-lo. Como agora nos encontramos no "vale da decisão" temos que declarar, com firmeza, como o fêz Josué: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor." (Josué 24:15).

Dezembro de 1968

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Naquêle dia marcado para visitar o "Salão de Natal" da pinacoteca local, Quim estava irreconhecível. Era talvez, o único dia do ano em que não protestava na

hora de pentear o cabelo e envergar a roupa nova. Até lembrara-se de lavar as orelhas e limpar as unhas sem ser mandado. É verdade, eu aposto que vocês não tê-lo-iam reconhecido quando entrou naquele recinto, maravilhoso e cheio de paz — repleto dos sons harmoniosos de música tocada em surdina. Os olhos de Quim sempre estavam bri­lhantes, mas quando adentrou a sala destinada à mostra de Natal, havia em seu olhar uma centelha diferente — não aquêle brilho habitual, qual riacho alegre e borbu- Ihante saltando travêsso sôbre as pedras escarpa abaixo. Assemelhava-se mais à fulguração de um lago calmo e profundo no seio das montanhas ao ser atingido pela ra­diação celestial dos raios solares. Ao examinar os quadros daquela mostra especial, seus olhos refletiam a mesma profundeza e amor.

Nem todos os quadros apresentados eram admitidos naquela sala, pois era aberta somente na época de Natal. Tinham que ser algo de especial e não apenas boas pin­turas. Deviam apresentar mais do que boa técnica artís­tica, pois destinavam-se a ser sentidos e não só admirados. Ninguém os ficaria apreciando de longe e dizendo: "Que lindo quadro! Desejaria conhecer o autor, mas sim, deve­ria sentir-se atraído para bem perto e pensar: Gostaria de ter estado presente naquele primeiro Natal. Desejaria po­der encontrar-me com. Jesus." Por isso, não obstante muitos quadros concorressem, apenas uns poucos eram os esco­lhidos para esta sala especial, geralmente um só, nôvo, por ano.

Quim quedou-se sentado no banco no meio da sala, deslizando os olhos lentamente enquanto examinava aten­tamente os quadros, um por um, tentando absorver o que tinham a transmitir. Aqui, nunca sentia pressa. Como ge­ralmente no período da manhã havia poucos visitantes, viera nessa hora. E, naquele dia, havia mesmo apenas mais um visitante além dêle. Desfrutou cada um dos quadros antigos e familiares, deixando os novos para o fim. Cada uma das pinturas encerrava, para êle, uma mensagem es­pecial, mas a última possuia algo que o reteve por mais tempo. O que havia nela de diferente? Sentia-se como se jó a tivesse visto antes, mas sabia ser impossível — pois tratava-se do quadro nôvo, e por certo ainda não fôra exposto em outro lugar. Aproximou-se um pouco mais. Era a cena típica — a Sagrada Família no estábulo, junto dos animais, além dos pastóres, alguns de pé, outros ajoelhados na frente do infante; o nôvo astro brilhava intensamente, iluminando a manjedoura e a criança adormecida. Devia ter sido o mais moço dos pastóres que o atraíra, aquêle bem jovem perto da porta. Sua face aninhava-se contra a lã branca e macia do cordeiro que tinha nos braços. Seus olhos estavam cheios de admiração e amor, pareciam dizer: "Então é êste o bebêzinho a ser um dia o Salvador do mundo e o Rei do meu povo!"

0

Cordeiro de NatalElaine M. M urray

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Page 17: Mensagem de Inspiração

Naquele pastor ainda menino havia algo que o com­pelira a aproximar-se. Fixou intensamente seus olhos, como que' tentando ler seus pensamentos. O que havia no rapaz de tão estranho? Chegou mesmo a estender sua mão para acariciar o cordeiro no momento em que alguém tocou em seu cotovelo. Quim voltou-se assustado e encarou o outro visitante, um senhor ainda jovem.

"Mas veja, veja só, sou eu!" exclamou com voz entre- cortada. "Quero dizer, eu. . . " gaguejou corando, "Êle se parece comigo!"

O moço examinou o quadro e depois olhou para Quim."É verdade, é parecido com você," concordou. "Sabe,

êles eram pessoas iguais a nós, como você e eu.""Será que o rapaz deu seu cordeiro a Jesus? Veja

como o aperta nos braços. Desejaria saber se o deu mes­mo. Gostaria de ter estado em seu lugar. Eu o teria dado."

"Isto você ainda pode fazer."

"Mas eu não possuo nenhum cordeiro e não posso ver Jesus, exceto quando fecho os olhos ou vejo o quadro."

"Ainda assim é possível dar-lhe um presente de ani­versário. Você poderá. . . "

A mãe de Quim apareceu na porta e acenou, chaman­do-o. Quim encarou o homem, olhou para o quadro e de­pois para sua mãe, hesitante. Sua mãe acenou-lhe nova­mente , indicando que se apressasse.

As figuras do quadro, especialmente o jovem pastor segurando o cordeiro, além da voz e das palavras do moço acompanharam-no durante todo o caminho para casa. Não. lhe sairam da mente por todo o resto da semana. Tentou afastá-los enquanto ajudava a decorar a árvore de Natal, a fazer doces, levar recados e fazer compras, e embrulhar os presentes, não o conseguindo porém.. Pelo contrário, es­tava se sentindo cada vez mais perturbado.

Quando p derradeiro pacote ficou pronto e foi colo­cado debaixo da árvore, Quim parecia prestes a explodir e frustrado, desabafou: "Ainda não tenho nenhum presente para Jesus!"

Sua mãe encarou-o, surprêsa: "O que?"

"Bem, é o aniversário dêle. Temos presentes para todo mundo. Mandamos uma porção de presentes e recebemos muitos tam bém ... e. . . b em ... não somos nós os ani­versariantes. É êle quem faz anos. E mesmo que tivesse co­mo poderia dar-lho? O moço lá no Salão de Natal disse que eu poderia, mas como? Eu não posso, não sei de que maneira!"

Estava quase chorando. Sua mãe largou o ouropel que estivera juntando do chão. Colocou seu braço em redor dos ombros do garoto, e levantou seu queixo com a outra mão. Olhou demoradamente dentro dos seus olhos mare­jados de lágrimas. Êste, não parecia o seu Quim.

Então Quim contou-lhe sôbre o menino pastor, tão parecido com êle, seu cordeiro e a conversa com o moço.

"Quim, se você pudesse perguntar a Jesus qual o pre­sente que desejaria ganhar pelo aniversário, ou o que você poderia fazer por êle, você sabe qual seria a res­posta?"

"N ão."

"Êle diria: "Tudo aquilo que fizerdes pelo último dos meus irmãos, a mim me fizestes.' Você se lembra da estória do jovem rico que foi a Jesus e lhe perguntou o que devia fazer para sentir-se feliz? Jesus disse-lhe que, para encontrar a felicidade, deveria vender tudo o que era seu e dar o dinheiro aos pobres. Aquêle jovem não conseguiu fazê-lo. Será que você seria capaz?"

"Mas eu não tenho riquezas para vender e assim poder ajudar os pobres e necessitados. Além do que, não conheço ninguém que esteja precisando de ajuda."

"As pessoas podem ser pobres de muitas maneiras. Algumas o são apenas espiritualmente." Calou-se por um instante e depois prosseguiu: "Você conhece alguém que não aprecia muito?"

"O Joca 'Rabugento'. Basta só olhar para aquela droga de flôres dêle que já começa a resmungar."

"Talvez êle as cuide com tanto carinho e delas sin­ta ciumes porque são tudo o que possui. As flôres são o seu mundo. Êle não tem família e quase nenhum amigo." Houve um breve silêncio após o que ela continuou, um tanto hesitante: "Quim, o que é que você mais deseja ga­nhar no Natal?"

"Um rádio""Seu rádio está ali, atrás da árvore, naquele pacote

azul de fita vermelha."

"O ' mamãe, eu não p o d e r ia ..."

"Eu sei que o Joca 'Rabugento' não tem nenhum."

"Mas eu. . . "

"Você acha que o pastor gostava do cordeirinho?

Você pensa que êle o deu a Jesus? Reflita um pouco sôbre isso." Olhou intensamente bem dentro dos olhos do menino, deu-lhe um forte abraço e saiu da sala.

Quim cerrou os olhos e reviu o menino pastor, a face aconchegada ao cordeiro e lembrou-se de como o estrei­tava em seus braços e do que dissera ao moço, lá na pina­coteca: "Gostaria de ter estado em seu lugar, eu o teria dado." Pensou também no Joca 'Rabugento' e de como sempre fechava a cara e resmungava, mal os garotos e meninas se aproximavam das suas flôres. Então correu para o quarto, ajoelhou ao lado da cama e orou como nunca antes havia orado, perguntando ao Pai Celeste qual o pre­sente que poderia dar ao seu Filho.

Permaneceu muito calado pelo resto do dia e no dia seguinte também, que por sinal, era a véspera do Natal. Depois do jantar, sem dizer nada a ninguém, levantou da me:a, apanhou seu paletó e vestiu-o. Vagarosamente, diri­giu-se à árvore de Natal, e agachado tirou bem lá de trás o pacote azul atado com um laço vermelho, e no mesmo passo lento saiu de casa.

Passou-se muito tempo e sua mãe estava começando a preocupar-se quando ouviu-o chegar correndo pela cal­çada. Galgou os degraus com um só pulo e escancarou a porta. "Mãe, mamãe, o senhor Joca é tão simpático!" gritou excitado. Sentou-se no braço da cadeira da mãe, e novamente, os olhos brilhantes e com voz convicta afir­mou: "Mãe, se eu tivesse estado lá no primeiro Natal, eu teria dado o meu cordeiro a Jesus."

Dezembro de 1968 17

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ESCOLA DOMINICALUMA FELIZ AVENTURA

Lucille Nelson Jensen

Gomo conseguir transformar o primeiro contato das crianças com a Escola Dominical numa experiência agradável?

Esta responsabilidade cabe à professora. Suas atitudes e métodos de ensino, combinados, devem mostrar aos pe­quenos o que é a igreja no "seu todo". Sua maneira de sentir e de agir são de enorme importância para a criança pequena que atravessa uma fase em que aprende mais depressa do que em outra qualquer da sua vida.

O que a professora precisa saber acêrca de crianças?

As crianças já são indivíduos; precisam ser tratados com respeito, bondade, cortesia e amabilidade, como os adultos. Se a professora se mantiver tranqüila seys alunos sentirão que tudo está bem. Se a professôra conseguir enfrentar a situação, os pequenos também o conseguirão. Se a professora tornar a aula excitante e interessante, as crianças ficarão desejando descobrir o motivo.

É a professora que estabelece o cenário para uma experiência feliz. Ela sente-se à vontade entre as crianças e as quer bem. Ela não tem mêdo delas e sabe que as crianças necessitam sentir-se seguras e atende a esta siía necessidade.

A professora não se deve perturbar com qualquer coisa que as crianças possam dizer ou fazer. Se lhe fizerem alguma observação malcriada, provàvelmente isto acon­tecerá em decorrência de sentirem sua incerteza, infelici­dade, preocupação e atitude negativa. Se ela se mostrar calma, entusiasta e sincera; se lhes falar com calor e com­preensão, explicando a uma das crianças o modo de agir da outra, ela criará uma atmosfera de segurança.Como deve a criança ser recebida na classe?

A professora deverá receber a criança junto à porta, equiparando-se, fisicamente, ao nível dela. Se não lhe fôr possível ajoelhar ou abaixar-se, então deverá sentar-se nu­ma cadeira. Desta maneira conseguirá um contato mais íntimo com a criança.

A professora deverá centralizar sua atenção na crian­ça e não nos pais. Se considerar a criança como seu "me­lhor amigo" e tratá-la como tal, ela terá prazer em vir à aula. Como conseguí-lo? Demonstrando amizade, uma amizade sincera! Uma professora, minha conhecida, sem­pre faz questão de inclinar-se sorrindo e dizer: "Como vai? Eu sou a Irmã Jones. Qual é o seu nome?" E sempre consegue uma resposta. Então ela diz: "Billy, eu sou a

sua professora e tenho aqui na sala uma coisa que gos­taria de lhe mostrar. Venha ver." (Mas, se nesta altura a professora continuar sentada, ela perderá fàcilmente o con­tato.) Deverá estender a mão e introduzir a criança na sala de aula. Caso esta se mostre hesitante, não querendo largar a mão da mãe, deverá dizer: "Você gostaria que a mamãe viesse também?" (Procurar sempre falar com a criança, para que ela e não os pais comandem, a situação).

Leve-a até ao painel no qual os cartões com os no­mes dos alunos estão pregados num arranjo atraente. Per­gunte à criança onde deseja que o cartão com o seu nome seja colocado. (Isto distrai a criança e ajuda a professôra a gravar «eu nome.)

É muito importante que a professôra trate a criança pelo nome durante êsse primeiro encontro. Isto faz com que ela sinta que é tratada como "pessoa de verdade". (As crianças percebem a atitude das pessoas mais ligeiro do que os adultos. Se a professôra as encarar como dife­rentes ou estranhas, elas reagirão da mesma maneira.)

Deixe a criança escolher o lugar onde deseja sentar. O cartão com seu nome é algo para o que pode olhar e sôbre o que conversar com os companheiros. Disponha as crianças em círculo, sentadas num tapete ou em pequenas cadeiras.

Como aprendem as crianças?

Como os adultos, as crianças captam as idéias atra­vés dos sentidos.

Ao lermos o relato de Helen Keller de como aprendeu o que significa "água", recordamos a alegria sentida ao conseguirmos captar uma idéia nova. A Srta. Sullivan, pro­fessôra de Hellen, tentara transmitir-lhe o conceito "água", soletrando a palavra seguidamente em sua mão, mas ela não conseguia apreendê-lo. Helen nos conta, pessoalmen­te, o que aconteceu então:

Nós descemos o caminho que levava à casa da bom­ba, atraída pela fragrância das madressilvas. . . Alguém estava bombeando água e minha professôra colocou a mi­nha mão debaixo do jôrro. Enquanto o jato frio escorria sôbre uma das minhas mãos, ela soletrava na outra a pa­lavra 'á g u a '" . . . Subitamente percebi o significado, como se lembrasse de algo já esquecido. . . e não sei como foi- me revelado o mistério da linguagem. Eu compreendi então que á-g-u-a significava aquela coisa maravilhosa e fres­quinha que espirrava sôbre a minha mão.

18 A LIAHONA

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Helen Keller perdera dois dos seus cinco sentidos sen- soriais, mas ainda assim fôra capaz de experimentar a ale­gria do aprender.

Sua primeira experiência na Escola Dominical deve revelar à criança que as novas experiências são compen- sadoras. A professôra deve estar bem preparada; ela pre­cisa compreender que estará transmitindo o conceito "a ­prender". Pode acontecer que não o consiga, como acon­teceu com Helen Keller que, a princípio, não pôde apreen­der o significado de á-g-u-a. Deve lembrar-se de que estará dando às crianças a primeira experiência do aprendizado formal. Tem que estar familiarizada com os fatos básicos que vai ensinar. Deve também ter em mente que seus alu­nos desconhecem essas informações e que ficarão contentes ao descobrirem algo de nôvo.

A autora dêste artigo, quando no verão passado dava a lição, "A vaca — um animal útil", explicara à classe dos pequenos de 3 anos tudo o que as vacas nos proporcionam. As crianças entusiasmadas, responderam sem demora as perguntas dando conceitos novos e corretos. Quando ainda cheios do conhecimento adquirido e da alegria de apren­der, foram-lhe feitas perguntas acêrca dos cavalos, res­ponderam imediatamente, mas deram conceitos completa­mente errôneos. Nada sabiam sôbre cavalos, mas ainda assim responderam prontamente. Por que? Porque deseja­vam prolongar aquêles momentos excitantes! Os novos conhecimentos provocaram-lhe uma sensação agradável e queriam deleitar-se mais uma vez com êsse sentimento.

De que maneira pode a professôra aproveitar melhor o tempo dedicado a estórias?

Quando a professôra contar uma estória, ela deverá utilizara auxílios visuais adequados, (i. é, realistas, colori dos, simples, limpos e de tamanho suficiente para que pos­sam ser vistos fàcilmente por todos os alunos.)

A Professôra deverá falar devagar. Ao sentir que es­tão perdendo o interêsse, deverá reduzir o ritmo, encarar

significativamente as crianças e lançar mão de um 'ele­mento surprêsa", a fim de coptar novamente a atenção delas. Por exemplo, poderá ajudar as crianças a adivinha­rem a continuação, recorrendo a brincadeiras de ação, como representar figuras com os dedos, cantigas, aparição inesperada de objetos antes escondidos, títeres, etc.; fará uma pausa antes de prosseguir, rindo junto com as crianças.

As crianças costumam corresponder às sugestões que encerram um pouco de imaginação. Quando uma criança bater em outra, talvez seja porque não esteja enxergando bem. Então a professôra poderá dizer: "Billy, faz de conta que a sua cadeira tem umas rodinhas mágicas. Se você a empurrar para cá, as rodinhas mágicas da cadeira de Bárbara farão com que rode para o lugar onde você estava."

As crianças não atendem bem quando falamos de um modo geral, como.- "Sentem-se direito." Reagem melhor a sugestões positivas: "Billy está de braços cruzados", "Os pés de Mary estão juntinhos", "Bárbara está sorrin­do", "Johnny está olhando direitinho para a professôra." As outras crianças seguirão prontamente o exemplo e as­sim se manterão disciplinados enquanto contamos a es­tória.

O que acontece depois de contada a estória?

Depois da estória, uma atividade relacionada com o conceito transmitido tornará a experiência significativa para as mentes infantis. As crianças aprendem quando podem participar. Massa de modelar, lápis de côr, aqua­relas, tabuleiros com grude para colagens, discos — en­fim, tudo o que possa ajudar a criança a gravar melhor o conceito, é útil.

Lembrem-se, as crianças são muito sugestionáveis. Adotam as características das pessoas com. que convivem. Se a professôra pensar e agir de maneira .positiva e elo­giar o bom comportamento, o primeiro contato da criança com a Escola Dominical será um acontecimento agradável e ela desejará voltar a fim de obter "mais."

Acompanhamento ao Órgão para as Jóias Sacramentais

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Dezembro de 1968 19

Page 20: Mensagem de Inspiração

Jóias Sacramentais para 1969-70PARA A ESCOLA DOMINICAL SÊNIOR

SETEMBRO

"Não só de pão viverá o homem." (Lucas 4:4)

OUTUBRO«

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de tôda a tua .alma, e de todo o teu entendimento." (Mateus 22:37)

NOVEMBRO

"O meu mandamento é êste, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei." (João 15:12)

DEZEMBRO

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nêle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16)

JANEIRO

"Porque eis que esta é a Minha obra e a Minha glória: proporcionar a imortalidade e a vida eterna ao homem." (Moisés 1:39)

FEVEREIRO

"Buscai em primeiro lugar o seu reino e a sua jus­tiça," (Mateus 6:33)

PARA A ESCOLA

SETEMBRO-OUTUBRO

"Tudo o que é bom vem de Deus." (Alma 5:40)

NOVEMBRO-DEZEMBRO

"Amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus." (1 João 4:7)

JAN0RO-FEVEREIRO

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Mateus 22:39)

MARÇO

"E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem envias te." (João 17:3)

ABRIL

"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sen­do êle as primícias dos que dormem. (1 Cor. 15:20)

MAIO

"Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (João 14:6)

JUNHO

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João 8:32)

"Bem-aventurados os limpos de coração porque ve­rão a Deus." (Mateus 5:8)

AGÔSTO

"Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." (João 3:5)

DOMINICAL JUNIOR

MARÇO-ABRIL

O Salvador disse: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos/' (João 14:15)

MAIO-JUNHO

"Criou Deus, pois, o homem à sua imagem." (Gêne­sis 1:27)

JULHO-AGÔSTO

"Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor." (1 Nefi 3:7)

Jóias Sacramentais de DezembroEscola Dominical Sênior

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nêle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16)

Escola Dominical Júnior "Amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede

de Deus." (1 João 4:7)

20 A LIAHONA

Page 21: Mensagem de Inspiração

Como é possível explicar aos jovens que os ensinamentos de Jesus Cristo ainda se apli­cam aos dias de hoje ? E possivel que se en­contre a resposta em

Os Padrões do Evangelho e a PopularidadePaul H. Dunn

H á algum tempo, tive que aceitar um desafio, quando uma das minhas filhas me procurou com um problema de caráter social que muito me preocupou. Cursava então

o ginásio e fazia parte de um grupo de sete meninas (quatro delas eram membros da Igreja, as outras, não.) As quatro primeiras mantinham como que um acôrdo tácito para converter as outras três. Certo dia, quando almoça­vam juntas, como acontecia freqüentemente, uma das ga­rotas SUD começou a contar uma anedota inconveniente. Era de fato, uma piada de mau gôsto e deveras imprópria.

NÃO ME TORNE IMPOPULAR

Naquela mesma noite, ao chegar em casa, minha filha relatou o acontecido. Na verdade, teve mesmo a audácia de repetir para mim a anedota. Que problema! "E agora, papai," disse-me, "não queira me dizer o que é o certo e o errado. Penso entender o bastante sôbre os princípios do Evangelho para saber que não foi a maneira correta de se portar. Mas, o que devemos fazer quando nos en­contramos numa situação como esta? Como reagir?"

Ela não acrescentou êste pós-escrito, mas pude de­preendê-lo do seu modo de olhar: "Lembre-se, papai, na minha idade, o importante é sentir-se incluída na turma. O senhor não deve esquecer que todos nós, os adolescen­tes, queremos ser populares, aceitos, procurados e não desejamos ser considerados "carolas". Ela, com efeito, pre­tendia dizer-me: "Espero uma resposta mas que não me torne impopular." Bem, esta é a tarefa com que se de­frontam todos os pais e mestres.

Debatemos o assunto por algum tempo. Eu freqüente­mente procuro fazer com que minhas filhas vejam a apli­cação dos princípios do Evangelho em suas próprias vidas. Após conversarmos um pouco, abordei o incidente rela­tado nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, quando Jesus purificou o templo. Vocês por certo, ainda recordam a estória dos fariseus, saduceus e as práticas dos cambistas. Quando acabei de ler, perguntei-lhe: "O que você deduz disso?"

Respondeu: "Bem, o Salvador sentiu-se perturbado;"

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Podemos nos divertir com nossos amigos • e ainda observar os padrões da Igreja?

LEVANTAR-SE PARA SER CONTADO

Então disse-lhe: "Você me permite explicar-lhe o que depreende dêsse incidente? Êle procurou dizer aos seus se­guidores que na vida de tôdas as pessoas, sempre chega o momento em que elas terão de levantar-se a fim de serem contadas e, embora esta atitude possa não ser a mais popular, há ocasiões em que se torna necessário fa­zer o que é o certo, mesmo que não seja fácil. E pode mesmo acontecer que, algumas vêzes, você tenha que ficar de pé sòzinha."

Acrescentei: "Reflita sôbre o que eu disse. Depois con­tinuaremos nossa conversa."

Após meditar, ela voltou a procurar-me: "Não con­sigo descobrir o meio de aplicar êsse princípio, papai."

Assim, voltamos a ventilar o assunto.

Disse-lhe: "Tenho uma idéia — se o Salvador estava certo, então podemos ir até a garagem e eu lhe farei um azorrague de nove pontas, para que amanhã você possa limpar a sua escola de tôdas as iniqüidades."

"Papai" replicou, "o senhor esqueceu-se do principal. Ninguém pode agir desta maneira e continuar sendo po­pular."

Respondi: "Está certo, então que tal isto? Na próxima vez em que você se vir numa situação parecida, você levanta e declara: 'Agora ouçam, não admitimos mais estas coisas aqui!"

Comentou.- "O ', papai, o senhor continua não com­preendendo! Eu não seria capaz de fazer uma coisa des­tas!"

Então, esperando que fôsse êsse o seu desejo, pro­pus: "Bem, então por que você não apresenta um plano?"

"Deixe-me pensar um pouco mais."

O NÔVO TESTAMENTO FUNCIONA

Fui cuidar dos meus negócios. Passou-se um dia in­teiro e quando no dia seguinte cheguei em casa, encon­trei minha espôsa na cozinha descascando batatas ,e notei que mal conseguia reter as lágrimas.

"O que há, querida?" indaguei.

"É sua filha! É melhor que vá falar com ela."

Logo pensei: "Lá vem outra crise!" Fui ao quarto dos fundos, na ponta dos pés, e lá aguardava-me uma doce experiência. Aquela jovenzinha que tivera que haver-se com a vida como esta costuma ser na realidade, também procurava reprimir algumas lágrimas.

"Bem, agora vamos, conte-me o que houve."

"Papai, aconteceu uma coisa interessante. Eu hoje levei a peito a estória da purificação do templo e tentei aplicá-la."

"Então quer dizer que você fêz uma limpeza em re­gra na escola?"

"N ão foi bem assim," replicou, "chamei a M. . . . (a garota SUD que contara a anedota) e convidei-a a vir co­migo para casa. Levei-a para o meu quarto, fi-la sentar e disse-lhe: M. .. ., eu quero que você saiba que a nossa amizade significa muito para mim. Ontem, você nos colo­cou a tôdas numa situação difícil. Eu o senti e penso que você também. Eu sei que você não teve a intenção de melindrar ou provocar-nos, mas contando aquela ane­dota, você nos rebaixou aos olhos das nossas amigas que não são da Igreja. E, embora eu reconheça que você talvez tivesse a melhor das intenções e pensasse que fôsse uma maneira esperta de se fazer notar, eu espero que, da próxima vez em que você pensar em fazer o mesmo me avise antes para que eu possa retirar-me."

M. .. . rompeu em prantos e abraçou-me, dizendo: "Você pode perdoar-me?"

Depois, acrescentou: "Papai, nós ficamos chorando por meia hora." E então veio o clímax: "E sabe duma coisa, pai?"

"Não, o que é?"

"O Nôvo Testamento funciona de verdade, não é?"

22 A LIAHONA

Page 23: Mensagem de Inspiração

Dentro das Minhas Paredes G ary R. Hatch

E u era tão velho — ó, tão velho. Tinha as paredes frágeis e entre algumas das tábuas havia frestas por onde penetravam os raios do sol durante o dia e, à noite, insinuava-se o vento frio. Minha pesada porta de madeira, prêsa por grossas

tiras de couro, era o único lugar, além das frestas, por onde entrava a luz do dia.

Escondia-me nos fundos de uma estalagem imponente, e isto me agradava, pois sentia-me envergonhado da minha aparência indigna — fôra feito para um pro­pósito humilde — estava destinado a ser um estábulo.

Estávamos na época do recenseamento. A imponente estalagem achava-se re­pleta de hóspedes. Eu, porém., abrigava apenas uns poucos animais.

Naquele dia, bem cedo, meu amo limpara o meu chão e mudara a cama de polha. Preparei-me para suportar o tratamento rude que o gado sempre me dispen­sava, mas para a minha surprêsa, os animais estavam excepcionalmente dóceis. Jun­taram-se todos num dos cantos e comeram muito pouco da palha. Ao findar o dia eu continuava bem arrumado — para um estábulo.

De repente, minha porta abriu-se rangendo, deixando penetrar a brisa norurna que com tanto empenho tentara manter lá fora. Ali estava meu amo, ao lado de um homem daqueles tempos, altos e de aparência bondosa.

"Este lugar serve muito bem, senhor," dizia o forasteiro, "mas, temos que nos apressar."

Meu amo desejou-lhes um bom repouso e saiu. O forasteiro entrou, seguido de um burrico que carregava uma mulher. O homem a deitou delicadamente sôbre a minha palha, ainda fresca e limpinha. Ela era linda, mas etsava em grande so­frimento.

Naquela noite deu à luz a um filho. Deu a luz ao Filho de Deus dentro das minhas frágeis paredes.

Uma estrêla, mais brilhante do que tôdas as demais, luzia sôbre mim, sôbre mim e o cena gloriosa entre as minhas quatro paredes.

Embora minha condição na vida tenha sido a de um humilde estábulo, eu preenchi a medida da minha criação.

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Page 24: Mensagem de Inspiração

Regozija, ó Coração Meu!Trudi Richie

t ' le está chegando," gritavam. "Êle vem vindo para a nossa aldeia!"

"Por que?" perguntei. Mas ninguém escutou e assim não houve resposta. Mas eu já sabia, não sei como. Fui em direção de onde vinha um chôro de criança. "Quando virá?" indaguei da mãe, "Não sei — a qualquer momento," respondeu e saiu apressada. O cheiro de comida guiou-me ao lugar Onde algumas pessoas preparavam a refeição. "De onde êle virá?" perguntei. "Da cidade, por certo," replicaram. "Sim, provavelmente da cidade."

Se eu fôsse andando pela estrada que leva à cidade, pensei, conseguiria encontrá-lo antes que o povo da al­deia viesse correndo até êle. Como eu detestava ser apa­nhada no meio de tôda aquela gente apressada, e além do mais, sabia que minha mãe não daria por minha falta. Ela acabara de moldar nova remessa de jarras e urnas de argila para vender e estaria agora tratando de decorá- las. De qualquer modo, eu não seria mesmo capaz de aju- ar na decoração da cerâmica, portanto, não havia motivo para que ficasse. Pensei comigo, pelo menos desta vez eu faria algo que meus irmãos e irmãs não tivessem feito. Iria encontrar nosso visitante na estrada, andaria a seu lado e poderia falar-lhe sem que me perturbassem, até chegarmos em casa. E, assim, fui.

Não demorou e ouvi uma porção de vozes atrás de mim. Devem ser os meus amigos, pensei, estiveram a mi­nha procura e vieram me buscar. O, por que não posso ir a lugar algum sem que me sigam ou cuidem de mim? Só depois que as vozes passaram por mim, compreendi que não era a mim que procuravam. Um pouco mais adian­te, interromperam a corrida e suas vozes altearam-se num falatório excitado. Êle já chegara e sua voz, calma e gen­til, sobrepunha-se ao vozerio e chegava até mim no ar quente de verão. Voltei-me na direção da qual provinha a voz e segui-a até alcançar a multidão. Eu espero que me veja, pensei, eu sei que deve estar perto daqui, pois posso sentir a paz que, dizem, êle irradia mesmo na mais apinhada das multidões.

Quase que imediatamente senti o pêso dum braço ro­deando meus ombros e ouvi uma voz dizendo: "Mestre, esta é a menina cega da aldeia."

Mesmo que o povo gritasse e conversasse a ponto de abafar qualquer som, eu não os teria ouvido. O sol, po­deria ter feito murchar as flôres do deserto e queimado as roupas sôbre o meu corpo, e eu não o teria percebido, pois sentia somente o frescor dos dedos pousados sôbre as minhas pálpebras. Então, pela primeira vez na minha vida, conheci a luz e a escuridão, e as inúmeras nuances entre as duas, as côres que surgiram como uma revelação, formando desenhos e figuras incontáveis. E pude ver um homem, de pé diante de mim, que possuia um olhar tão profundo e pensativo, e cujo amor irradiava tão fortemente a ponto de quase poder ser visto. Sim, eu conseguia ver. Eu podia enxergar.

24 A LIAHONA

Page 25: Mensagem de Inspiração

DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL MEDIANTE

MELHORAMENTO MÚTUOMaxine T. Shoppe

P ercorrendo as escrituras, encontraremos inúmeras re­ferências que acentuam o valor do indivíduo. O Se­nhor escolheu seus apóstolos, um por um. Êle costumava

pregar a multidões, mas ressucitou Lázaro dentre os mortos, conversou com Marta e Maria, libertou uma mulher de seus opressores. Êle declarou: "Esta é a Minha obra e a Minha glória: proporcionar a imortalidade e a vida eterna ao homem. . . " indicando desejar que cada indivíduo, em par­ticular, seja herdeiro da imortalidade e da vida eterna.

Os líderes executivos da A. M. M. foram encarregados da responsabilidade de trabalhar com cada rapaz e cada moça — cada um dos quais é uma pessoa importante aos olhos dêles bem como aos olhos do Senhor.

Embora os programas da A. M. M. pareçam ter sido planejados para grupos e participação em massa, na rea­lidade se destinam a cada indivíduo em particular. Os professores das classes da A. M. M. são instruídos e trei­nados para buscarem o indivíduo e trazerem-no para uma participação ativa no grupo. Ninguém poderá negar que o toque duma mão amiga no momento preciso, poderá

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Os lideres executivos da A. M. M. foram en­carregados da responsabilidade de trabalhar com cada rapaz e cada moça — cada um dos quais é uma pessoa importante aos olhos dêles bem como aos olhos do Senhor.

causar uma impressão benéfica que perdurará por tôda uma vida.

A obrigação primeira do professor é conhecer o nome dos seus alunos. Êste será o primeiro passo para apartá-los do grupo. Daí em diante, as características pessoais en­trarão em foco, permitindo ao professor auxiliar o aluno a alcançar seu potencial máximo.

Dentre o mar de rostos numa cerimônia de formatura, ou numa congregação da Igreja, é tão certo encontrarmos o mesmo número de sentimentos, emoções, talentos, simpa­tias e antipatias, etc., como as expressões faciais dos in­divíduos presentes. Chegar ao íntimo de cada indivíduo, seja na vida diária ou nos momentos críticos, é o repto que a A. M. M. aceita e procura atingir.

Houve, por exemplo, o caso da mocinha cujo rosto não era nada bonito. Sua mente era um tanto obtusa e ainda sofria de gagueira. Sempre que houvesse uma ativi­dade da A. M. M., oferecia-se para participar. Seus pro­fessores e diretores de atividades da A. M. M. ficavam im­pressionados com seu anseio de ser um "executante" e pro­positadamente davam-lhe a oportunidade. Tomava parte nos "shows ambulantes", festivais de música e fazia dis­cursos. No decorrer dos anos, ganhou os reconhecimentos de classe das Abelhinhas, Meninas-Moças, Lauréis e Cei­feiros. Era digna da confiança nela depositada e seu tes­temunho fortificou-se. Uma beleza interior sobrepôs-se à sua aparência física "pouco atraente". As pessoas a ama­vam. Mas isto tudo não aconteceu do dia para a noite; foi o desenvolvimento constante durante o perjodo de anos de participação nos trabalhos da A. M. M. que a levou a êsse ponto. Também seus pais se viram convertidos ao pro­grama. Sentiam uma gratidão especial ao verem o em­penho com que sua filha procurava melhorar sua freqüên­cia nas reuniões sacramentais, da A. M. M. e da Escola Dominical, mesmo quando em viagem de férias. Todos os membros da família compareciam aos programas dos quais participava a moça. Reconheciam o que significava ter um ente querido alcançado o desenvolvimento pessoal atra­vés do programa de melhoramentos mútuos.

Quando a moça tinha pouco mais de vinte anos, ca­sou-se com um ex-missionário e foi residir noutra cidade. E, há poucas semanas atrás, depois de passados sete anos, esta jovem, seu espôso e quatro crianças, foram vistos des­cendo de seu carro. Transformara-se numa senhora encan­tadora, de porte impecável e muito bem vestida. Poderia mesmo ter provocado um leve sentimento de inveja pelo sucesso esmagador que obtivera. Os olhares dos passan­tes voltavam-se para êsse casal atraente e seus filhos ao andarem pela rua, enquanto ouviam fragmentos de con­versa sôbre o Evangelho, a A. M. M. e maravilhosos efeitos que exerceram na vida dêles.

Mais uma vez, a A. M. M. buscara.. . e encontrara. .. e sentia orgulho de "outra jovem da A. M. M ." que al­cançara o sucesso. A responsabilidade da A. M. M. de pro­curar, proporcionar amor e oportunidade a cada rapaz e moça, individualmente, a despeito do que sejam ou das características pessoais, cultura ou qualidades que apre­sentem continua e nunca terminará.

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Texto e Fotos deF. Máximo

A Nona Conferência da Estaca São Paulo, realizada em 8 de setembro passado foi uma das mais concorri­das desde a instauração dessa unidade autônoma da Igreja no Brasil. Um dos aspectos mais interessantes dessas conferências tem sido o significativo número de membros de origem asiática, predominantemente japo­neses, o que agrega um nôvo sentido à expansão que a Estaca São Paulo vem experimentando. O intenso movimento de membros que naturalmente se verifica após o término de reuniões dessa magnitude, que con­gregou mais de mil fié is, permitiu apenas o registro de três, dentre as várias nações asiáticas alí represen­tadas: japoneses, chineses, indonésios; não obstante, podia-se observar que a congregação, no passado cons- tituida quase exclusivamente por tipos europeus, agora contava com cerca de 5% de tipos extremo-orientais.

Embora o Brasil acolha a maior concentração de

japoneses fora do Japão, êsse fato por si só não explica a predominância de membros dessa origem entre os membros de origem asiática na Igreja. Desde há 60 anos, quando iniciou-se a emigração japonesa para o Brasil, entraram no país cerca de 250.000 pessoas. Hoje, a colônia japonesa aqui radicada conta com mais de 630.000 pessoas, dos quais menos de um terço são pa- poneses natos, constituindo uma imensa seara de filhos do Senhor, os quais, tão logo atendem ao chamado, galgam posições de destaque e liderança, animados por uma imensa capacidade de trabalho e dedicação. Dessa forma, cargos cardiais na administração dos negócios do Senhor são desempenhados por filhos do Sol Nas­cente: Mamoru Kishimoto, natural de Kioto, lidera o grupo de élderes da Ala I; M itsuro Kikushi, de Tókio, preside o D istrito Tietê da Missão Brasileira; e o cargo de segundo conselheiro da Presidência dessa Missão é ocupado por Mituo Ikemoto.

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A Escritura Sagrada faz várias menções interessantes sôbre o Oriente, tôdas com um significado um tanto obscuro. 0 Evangelho segundo Mateus relata a história dos magos que tendo visto a estrela do rei dos judeus no oriente, vieram a adorá-lo. 0 texto não registra quantos eram êstes homens, os quais são. tradicional­mente contados por números cabalísticos: 3, 7 ou 12, nem exata­mente de quão a oriente vieram, sendo-lhes costumeiramente atribuido, como país de origem a Pérsia. Entretanto, quando a Escritura menciona Oriente, nem sempre refere-se a terras próxi­mas do Oriente Médio. A referência a Sinim, que se encontra em Isaias 49:12: “ Ei.* que êstes virão de longe, e eis que aquêles do norte, e do ocidente e aqueloutros da terra de S inim ,' extende a aplicação do significado do Oriente à partes tão remotas quanto a China. E com respeito às vêzes em que Oriente aparece asso­ciado à expressão ‘ Sol Nascente', que ocorre várias vêzes no texto sagrado com variações, pode-se extender a aplicação do têrmo ao Japão, cujo nome, em japonês Nippon, significa ‘ Sol Nascente'. A êsse respeito pode-se citar a referência combi­nada que se acha em Isaias 41:2,25; 46:11: ‘ Ouem suscitou do oriente o ju s to ? ... Suscito a um do norte, e êle há de vir; desde o nascente do sol invocará o meu nom e... Chamo a ave de rapina desde o oriente, e o homem do meu conselho desde terras remotas.”

A associação da terra do Japão à expressão ‘ Sol Nascente' conduz à apreciação de vários textos da Escritura sob uma nova luz, mormente os textos difíceis do Apocalipse, como quando diz:

‘ E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o sêlo do Deus vivo; e ciamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fôra dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis o mar, nem as árvores, até que hajamos assina­

lado nas suas testas os servos do nosso Deus." Ap. 7:2,3E mais adiante:“ E o sexto anjo derramou sua taça sôbre o grande rio Eu-

frates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. ‘ Ap. 16:12.

Se, dessa forma, profecias falam a respeito do que o futuro reserva às terras do oriente, e talvez de modo particular ao Japão, o passado obscuro e as misteriosas origens dêsse povo convidam a várias especulações que, não obstante serem pouco consistentes, valem a pena ser referidas de passagem.

Na religião original do Japão, e até 1945 oficial do Estado,o Shinto, embora complexa e obscurecida por mitos decifráveis a duras penas, há a elevada concepção de um ser supremo: Takami- musubi, que ao manifestar-se através de três personagens: Takagi, Amateratsu e Omoikane; assume alguma semelhança com o papel desempenhado por Jeová com respeito ao seu povo escolhido: chefe m ilitar, ancestral e chefe político. 0 grande Santuário Na­cional de Ise, um dos principais do shintoismo; formado por um conjunto de edifícios sagrados, num dos quais acham se deposi­tados os Tesouros Sagrados da Família imperial Japonesa, suscita pelo seu conteúdo e significado, imediata analogia com o Templo de Salomão. Não estão acessíveis as informações sôbre o que sejam exatamente os objetos lá depositados, tal como são su­mária e imprecisamente descritos (algumas pessoas os teriam con­templado no início da segunda metade do século passado), trata- se de um colar de contas (Maga Tama), uma espada (Kusanagi- no-Tsurugi) e um espelho (Vata-no-Kagami), os quais acham-se em um estojo dourado envolto por uma toalha de seda branca. Diz-se que sôbre êles acham-se inscritos caracteres caldáicos, o que faz relembrar imediatamente o problema do desaparecimento

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A juve n tu d e da Ig re ja è ado rn ad a p or belos tipo s a s iá tico s . A lgu ns tem t r a ­ços clássicos, outros le m ­bram a b e e z a fe m in in a da sudeste a s iá tico , o u ­tros inco rp o ra ram com ó t i ­mo e fe ito as in flu ê n c ia s o c id e n ta is .

da Arca da Aliança, por ocasião das invasões babilônias que cul­minaram com a destruição do Templo de Jerusalém em 586 a. C., e da qual não mais se teve notícia. Por outro lado, as descrições dêsses objetos por vêzes lembram o conteúdo da caixa onde se encontrava o Livro de Mórmon.

Também, tendo na lembrança as peculiaridades do Santuário de Ise e o fato de os templos de Jerusalém e de Salt Lake vol­tarem-se para oriente, o texto de Ezequiel que diz: "E a glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta, cuja face está voltada para o lado do oriente." (Ez. 43:4), cobra um signi­ficado especial.

Quando a terra do Sol Nascente constituiu-se nação, a China já era uma civilização bastante antiga, de modo que a influência da sua imensa cultura logo de início fêz-se sentir marcantemente sôbre a formação da cultura japonesa. Nessas circunstâncias, já em 284 AD, uma das três grandes religiões da China, o Ju-Kiao (Confucionismo) penetrou no Japão com muito sucesso. Em 552 aportou ao Japão o Fo-Kiao (Budismo) fixando se também rapida­mente no país. Quando no tempo do Imperador Shomo (736), o cristianismo de concepção nestoriana afinal chegou ao Japão, cem anos após ter arribado à China, não encontrou terreno pro­pício face às duas grandes religiões que o precederam, pelo que oito séculos se passaram antes de um segundo contato.

Os primeiros cristãos a desembarcarem no Japão após a Idade Média (o viajante veneziano Marco Polo teria conhecido essa terra no século XIII) foram três portuguêses que aportaram em Tanegashima em 1543. Por essa época, tanto espanhóis quanto portuguêses estavam próximos pregando o cristianismo. Assim é que, já 1541, Francisco Xavier, um dos fundadores da Sociedade de Jesus, havia estado na India em missão. Estando em Málaca,

em 1547, veio a conhecer um instruido cavalheiro japonês de nome Yajiro, ao qual converteu e batizou com o nome de Paulo, tornan­do-o o primeiro “ kirishitan" japonês de que se tem notícia. Em sua companhia foi ao Japão, em 1549, onde tentou com parco sucesso introduzir o cristianismo no Sol Nascente. Dificuldades políticas e culturais o desviaram para a China; entretanto, uma pequena semente havia sido deixada. As mesmas dissensões po­líticas que haviam dificultado o trabalho de Xavier, tronxeram, em 1587, um Ato de Proibição do Cristianismo, vindo a agravar-se a situação dez anos mais tarde, quando então foram executados 23 franciscanos e 3 jesuítas em Nagasaki. Pouco tempo depois, tam­bém a situação política da Europa do inícib do século XVII refle­tia-se no trabalho missionário nessas terras. Os pases católicos tiveram seu comércio com o Japão impedido, e os jovens pases protestantes que lá ainda aportavam não tinham solidificado a sua posição para poderem iniciar o trabalho missionário. A ascensão do Shogunato de Tokugawa no cenário político japonês veio d ifi­cultar ainda mais a questão, em benefício da ascensão da escola Shushi do confucionismo. Em 1612, Yeasu Tokugawa proibia o cristianismo e dois anos depois 400 conversos e missionários eram exilados. Após a revolta de Shimabara, em 1637, encerrou-se a segunda experiência do cristianismo no Japão.

Dois séculos mais tarde o protestantismo chegava ao extre- mo-oriente. Em 1859 chegaram os primeiros missionários e cincô anos mais tarde o trabalho produzia o seu primeiro converso. Breve fêz-se sentir nôvo Ato de Proibição, em 1867, tendo desta vez a curta duração de seis anos. O cristianismo começou então a fazer algum progresso, progresso êsse sempre limitado devido ao sabor de cultura ocidental de que vinha impregnado, pelo que até hoje pouco mais de 0,5% da população japonesa (em 1965 havia quase cem milhões de japoneses) professa o cristianismo.

O grupo de jovens ch ine­ses conversos à Ig re ja (extrem a e squerda ] re ­lem bra a promessa dada p or in te rm é d io de Isaias: « . . . v irã o de lo n g e ... da terra de S in im .» (Is . 4 9 : 1 2 ) .

J ú lio Kogaw a ded icou dois anos da sua ju ve n ­tude aa e rg u im e nto de cape!as no B ra s il, como m iss io n á rio constru tor.

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Irm ãos de o rige m ja p o ­nesa como C h io ra tio u Ko- matsu (e sq u e rd a ] e O tá ­vio Y u iti N a ga ta (ce n ­tro ) p redom inam e n tre os m em bros de origem a s iá ­tica na Ig re ja . M as o u ­tros países do o rie n te tem destacada represen­ta rã o : à d ire ita , o a tu a l P residente do I I I Q u ó ­rum de Élderes da Estaca Sâo Paulo, The Oen H w ie , nascida em Ja carta , In ­d onésia .

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Sem dúvida, dentre os vários fatôres que dificultaram, e em alguns casos impediram, a penetração do cristianismo no Oriente foi o fato irônico de, não obstante ser uma religião oriental, ter-se ocidentalizado em prejuízo dos elementos originais, isso em conseqüência da apostasia ocorrida no início do século II da era cristã, fato coincidente com o exterm ínio dos apóstolos de Jesus Cristo. Uma vez perdida a autoridade do sacerdócio e a doutrina arcana oral pessoalmente con­ferida e transmitida por Jesus Cristo, a literatura evangélica em desenvolvimento no primeiro século começou a sofrer sérias mutilações, sendo afinal substituída por um Nôvo Testamento despojado de muitas partes “ claras e sumamente pre­ciosas, como também de muitos dos convênios do Senhor.” (I Ne. 13:26) No vácuo de autoridade e doutrina deixado pela retirada da Igreja que Jesus Cristo pessoal­mente fundara e dirigira, instalou-se o cáos das desavenças políticas, das discór­dias doutrinárias e das heresias. O Evangelho foi tornado ainda mais impalatável aos povos do extremo-oriente, possuidores de peculiares e respeitáveis tradições, experiências e tendências religiosas, pelo seu compromissamento com as espe­culações filosóficas herdadas dos gregos, vindo assim a cristalizar-se como uma religião do ocidente, do homem branco, vinculada às oscilações político-sociais da Europa e à deriva em acompanhamento da evolução do pensamento europeu. O inteiro continente asiático foi assim entregue ao domínio gentílico, firmando-se aí religiões mais apelativas às várias formações étnico-culturais locais. As gran­des religiões do oriente: o Hinduísmo, o Budismo e o Islamismo, com suas nuan- ces e variantes, sobrevivências xamanístas e outras formas menores de re li­giosidade arraigaram-se independentemente do esfôrço missionário que acompa­nhou o avanço do colonialismo e do imperealismo europeu na Ásia.

O vinculamerito do cristianismo com as diretrizes político-econômicas das po­tências ocidentais por si só derrotaria o esfôrço proselitista no Oriente. O plano do Senhor para essas imensas regiões de grande densidade populacional, entre­tanto, foi decisivo na determinação da sua história espiritual. No início da pre­gação do Evangelho, estando na Ásia Menor e com determinação de pregar no Oriente, disso foi Paulo impedido pelo Espírito de Jesus, (Vide Atos 16:6-10) des­viando seu caminho para a Macedônia após ter recebido uma visão apontando-lhe êsse caminho. Na verdade, o m inistério de Jesus Cristo resumira-se “ às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mt. 15:24, Jo. 10:16, III Ne. 16:1-3), mas por circuns­tâncias determinadas pela atitude da tribo real, a dispensação aos gentios não tardou em vir (At. 13:46), mesmo assim, os resultados na Ásia jamais foram muito alentadores (2 Tm. 1:15).

Entretanto, na perspectiva profética, os povos asiáticos parecem ter um gran­de chamado e constituem uma formidável seara. Embora novas religiões tenham surgido no imenso continente procurando atender as prementes necessidades de salvação temporal de uma multidão famélica, a pregação do Evangelho Eterno, cuja garantia de seu im plícito poder de salvar e exaltar os povos na vida vindoura reside no seu expresso poder de salvá-los e torná-los prósperos e felizes nesta vida, e cuja universalidade reside no seu caráter eterno, e portanto desvinculado de tôda contingência histórica, cultural, regional (Ap. 14:6); a tôda nação, tribo, povo e língua deverá superar de longe as dificuldades que o cristianismo encon­trou e encontra. Serão superadas as barreiras culturais, nacionais e políticas, os interêsses comerciais e pessoais, para que “ desde o nascente do sol, até o poente, seja louvado o nome do Senhor” (SI 113:3), "para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro,” (Is. 45:6) e para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da te rra .” (Fp. 2:10; Is. 45:23).

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O Presidente K ikush i, em com panhia da sua fa m ília , com parece à Nona C o nfe rê ncia da Estaca São Paulo; D urante os q u a tro anos em q ue é m em bro daIg re ja , g a lg ou sucessivas posições a té a presidência do D is tr ito T ietê da M issão B ra s ile ira .

N e ide Satico Ito é □ responsável pela tra du çã o e p ub lica çã o de m a­te r ia l d id á tic o para a Ig re ja no B ra s il. O tra b a lh o e o estudo intenso contudo não a im pedem de ded icar-se com entusiasm o às crianças

*da sua a la .

A decantada beleza das moças do o rie n te v e ir m u ito bem representada em Jeannie The D. H iang que par ser nascida e rr Ja ca rta , Ind o n é s ia , ta m ­bém se cham a Jeannie R atnaw ati T e d ja m u lia .

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Richard L. Evans

A Palavra Proferida

Um Homem, um Espírito, uma Vida para Viver

E sta pergunta que encontramos no livro dos Salmos, continua sendo uma questão importante: "Que é o homem que dêle te lembres?"^) É óbvio que a mente, o espírito e a inteligência do homem são infinitos como o prova tudo

0 que êle é capaz de conceber: arte, música, literatura, ciências; tudo o que faz e que por ser demais não pode ser mencionado. É óbvio que o homem com seu corpo, mente e espírito — seus processos químicos e composição e tôdas suas funções físicas e mentais — é o mecanismo mais maravilhoso existente na terra. "Quem pôs sabedoria nas camadas de nuvens?" o Senhor perguntou a Jó. " . . . q ue m deu entendimento ao meteoro?"(2) Quem deu ao organismo a sabedoria de curar-se a si mesmo? Ao pensarmos no seu poder de raciocinar, de aprender, de julgar, de decidir, de recordar o passado, de planejar o futuro, sentimo-nos tomados de respeitoso temor «pelo homem, mas, ainda mais pelo seu Criador, e por tudo o que Deus nos tem dado. E sentimo-nos atingidos pelo fato de que: êste corpo, esta mente, são os únicos 'de que dispomos — êles terão que durar a vida inteira. Não poderíamos siquer imaginar que um homem ra­cional destrua deliberadamente uma máquina preciosa. E, no entanto, quanto mais irracional seria destruir o corpo, ingerir qualquer coisa que impedisse seu perfeito funcionamento, qualquer coisa que lhe causasse prejuízo. Que desper­dício absolutamente irreverente não seria desfigurar o corpo, danificar ou obs- curecer a mente, diminuir a coordenação ou a consciência, ou nos tornarmos menos atentos às ações que poderiam nos ferir ou ao nosso próximo. Cada in­divíduo é tudo o que possui — um homem, uma mente, uma vida para viver. A mortalidade passa tão depressa e a eternidade é tão infinita e, se nos foi dado vida, mente e memória, talentos, objetivos, possibilidades ilimitadas, além de tôdas as funções físicas tão assombrosas — por que alguém haveria de ser tão imprevidente, tão completa e ingratamente auto-destrutivo, a ponto de fazer algo que o leve a outra coisa que não pensar clara e impolutamente, ter cons­ciência limpa, integridade, paz e objetivos proveitosos — dentro das leis da natureza e de Deus — as leis do bem-estar físico e da felicidade — as leis do país? Sem lei não poderia existir a vida.1 . Salmos 8:4 2. Jó 38:36

*" A P a la v ra P ro fe r id a " da P raça do T e m p lo

a p re se n ta d a p e la KSL e pe la CBS

C o p y r ig h t 1 9 6 8 .