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especial pág. 12 Em EDIÇÃO 36 ANO 4 JULHO 2017 INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AOS POBRES pág. 11 REVISÃO DAS PRIORIDADES APOSTÓLICAS DA 36ª CG pág. 18 NOVA SEDE DO PROJETO PAN-AMAZÔNICO DA CPAL pág. 21

MENSAGEM DO PAPA REVISÃO DAS PRIORIDADES FRANCISCO AOS ... · de que a nossa atitude em relação aos pobres pode crescer, desenvolver-se ... Aos 54 anos, recém-completados

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  • especial pg. 12

    JESUTAS BRASIL

    Em EDIO 36ANO 4JULHO 2017INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AOS POBRES

    pg. 11

    REVISO DAS PRIORIDADES APOSTLICAS DA 36 CG

    pg. 18

    NOVA SEDE DO PROJETO PAN-AMAZNICO DA CPAL

    pg. 21

  • 4 5Em Em

    SUMRIO EDIO 36 | ANO 4 | JULHO 2017

    EDITORIAL Em tempos sombrios tecemos esperana

    Pe. Clovis Cabral, SJ

    CALENDRIO LITRGICO

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Gratido pela misso

    Pe. Itamar Carlos Gremon, SJ

    O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Refugiados agradecem ao Papa por abrir as

    portas da Igreja

    Vaticano investir em startups Francisco lana mensagem para o Dia

    Mundial dos Pobres

    ESPECIAL Por uma sociedade mais justa e igualitria

    MUNDO CRIA Gregoriana forma orientadores de EE Conselho Ampliado faz reviso das prioridades da 36 CG Nova Regio na Europa EL SALVADOR: jesutas pedem liberdade

    para ex-coronel

    Comisso Internacional do Apostolado da Educao Jesuta

    Declarao pelo Dia Mundial dos Refugiados Nomeaes

    AMRICA LATINA CPAL A Companhia unio em Cristo Encontro da REPAM Colmbia Misso dos estudantes jesutas Renovao do Projeto do ISCOS Nova sede do PAMSJ

    SERVIO DA F Fiis participam de homenagens a So Jos de Anchieta Centro de Servio para a Colaborao, F e Espiritualidade

    inaugurado

    Colaboradores fazem Exerccios Espirituais no RS

    6

    78

    10

    12

    18

    20

    22

    Uma caminhada de lutas: em 50 anos de histria, o CEAS (Centro de Estudos e Ao Social) fortaleceu sua atuao junto s populaes mais vulnerveis

  • 4 5Em Em

    CUIDADO DA AMAZNIA SARES levar projeto para assentamento indgena

    EDUCAO FAJE est entre as dez melhores faculdades do Brasil Luiz Gonzaga Belluzzo faz palestra na Unicap Seminrio sobre educao acontece em setembro Polo Universitrio Santo Incio inaugurado

    JUVENTUDE E VOCAES Brasileiros participam de encontro no Mxico Programa MAGIS Brasil promove Semana Socioambiental

    JUBILEUS / AGENDA

    EmJESUTAS BRASIL

    25

    26

    29

    31

    INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    EXPEDIENTE

    EM COMPANHIA uma publicao mensal

    dos Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de

    Comunicao BRA So Paulo.

    COMUNICAO [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias

    EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    REDAOJuliana Dias

    DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva

    rica Silva

    ESTAGIRIOSManuela Carpenter

    Wallace Colares

    ANNCIOSHanderson Silva

    COLABORADORES DA 36 EDIOAna Maria Alzueta Sigaud, Bruno Alface, Bruno Fer-

    nando Silva, Camila Antunes, Pe. Francisco de Assis

    Secchim Ribeiro Kiko, Graziela Cruz, Pe. Jonas Ca-

    prini, Lia Franco, Matheus Kiesling, Natlia Cmara,

    Patricia Moreira, Rafael dos Anjos, Pe. Valrio Sartor

    e Ana Ziccardi (reviso). Um agradecimento espe-

    cial a todos que colaboraram com a matria especial

    dessa edio.

    FOTOSBanco de imagens / Divulgao

    TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

  • 6 7Em Em

    EDITORIAL

    EM TEMPOS SOMBRIOS TECEMOS ESPERANA

    Pe. Clovis Cabral, SJEducador social, telogo afro-brasileiro, ativista do Movimento Negro e da Pastoral Afro-brasileira e integrante da diretoria do CEAS

    Com o lema Em tempos sombrios tecemos esperana, o Centro de Estudos e Ao Social (CEAS) con-vida-nos para participar das diversas

    iniciativas organizadas para celebrar seu

    ano jubilar. Instituio da Companhia

    de Jesus no Brasil, localizada em Salva-

    dor (BA), o CEAS compe uma Rede de

    Centros Sociais (em espanhol Centro de

    Investigacin y Accin Social - CIAS),

    articulados em outra Rede mais ampla,

    nomeada Apostolado Social.

    Fundado na segunda metade do s-

    culo XX, em plena ditadura militar, o

    CEAS foi uma resposta dos jesutas aos

    desafios provocados pela permanncia

    e, na maioria das situaes, pelo recru-

    descimento da pobreza no nordeste bra-

    sileiro e pela incapacidade de suas elites

    em responderem, democraticamente,

    aos clamores que brotavam do povo.

    Os jesutas que esto no incio do

    CEAS e os outros, mais os leigos, que ao

    longo dos anos foram assumindo aque-

    la Misso, experimentaram um itine-

    rrio espiritual, baseados na convico

    de que a nossa atitude em relao aos

    pobres pode crescer, desenvolver-se

    e amadurecer, no decorrer dos anos.

    Como pode, igualmente, estagnar-se,

    com o risco de ficarmos parados em

    nosso relacionamento com o povo, a

    quem queremos servir. Assim como

    existem etapas na orao e fases do

    crescimento no amor, tambm, em nos-

    so compromisso com os pobres, existe

    um itinerrio de crescimento espiritual

    anlogo. Essa aventura espiritual vivida

    ao longo desses 50 anos vem seduzindo dezenas de outros homens e mulheres.

    A escolha do lema tem a ver com o

    atual contexto brasileiro, em que en-

    frentamos uma profunda crise pol-

    tica, econmica, social e moral. Alis,

    nesses 50 anos de existncia, vrias foram as crises que atravancaram os

    caminhos das classes populares no

    Brasil, desafiando a fidelidade criativa

    do CEAS em seu trabalho de assessoria

    poltico-pedaggica aos excludos no

    campo e na cidade.

    O CEAS engajou-se, desde cedo, na

    luta pela reconstruo do Estado De-

    mocrtico de Direito. Isso implica que

    se fez presente nas lutas concretas,

    dos estudantes, dos movimentos pela

    Anistia, pela liberdade de organizao

    partidria, pela liberdade de organiza-

    o sindical, pela liberdade de impren-

    sa e de livre manifestao; a esses mo-

    vimentos acrescentavam-se as lutas

    pelas reformas agrria e urbana. Sabe-

    mos como toda essa movimentao

    cristalizou-se de maneira excepcional

    na luta pelas Diretas J, encontrando

    eco mais tarde, durante todo o proces-

    so constituinte de 1988.

    Recentemente, o povo brasileiro vem

    protagonizando outra srie de lutas, orga-

    nizadas em movimentos; alguns de carter

    regional, outros de abrangncia nacional.

    Nomeados novos movimentos sociais,

    incorporaram-se luta as mulheres, os

    negros, os ndios, as diversas juventudes,

    organizaes dos povos ribeirinhos, dos

    quilombolas e das florestas; organizaes

    de povos tradicionais ciganos e das

    diversas tradies afro-brasileiras e o

    Movimento LGBT (lsbicas, gays, bissexu-

    ais, travestis e transexuais). Quando esses

    novos personagens entram na cena pol-

    tica nacional, vo operar novas mudanas

    nos paradigmas que orientam a luta pela

    transformao da sociedade, exigindo a

    introduo de metodologias inovadoras,

    que incorporam, portanto, novas tecno-

    logias e plataformas comunicacionais,

    possibilitadoras de novas respostas, cria-

    tivamente, inculturadas.

    Pela boca de Sun-Tzu, no livro A arte

    da guerra, o CEAS lana uma provocao,

    um convite: Por mais crticas que sejam

    a situao e as circunstncias, no aceite

    o desespero. Nas ocasies em que tudo

    leva ao medo, no se deve ter medo de

    nada; quando se est rodeado de peri-

    gos, no se deve temer perigo nenhum;

    quando se esgotaram os recursos, deve-

    -se contar com todos os recursos; quando

    se surpreendido, deve-se surpreender o

    inimigo; pois, em tempos sombrios, de-

    vemos aprender a tecer esperana.

    Boa leitura!

    [...]NESSES 50 ANOS DE EXISTNCIA, VRIAS FORAM AS CRISES QUE ATRAVANCARAM OS CAMINHOS DAS CLASSES POPULARES NO BRASIL, DESAFIANDO A FIDELIDADE CRIATIVA DO CEAS[...]

  • 6 7Em Em

    Bem-aventurado Incio de Azevedo

    e companheiros mrtires

    So Leo Incio Mangin

    So Paulo Denn

    Santa Maria Zhu Wu

    e companheiros mrtires

    Santo Incio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus JULHO

    DIA 2

    DIA 17

    DIA 9

    DIA 31

    So Bernardino Realino

    So Joo Francisco Rgis

    So Francisco de Gernimo

    Bem-aventurado Juliano Maunoir

    Bem-aventurado Antnio Baldinucci

  • 8 9Em Em

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO

    Pe. Itamar Carlos Gremon, SJ

    Aos 54 anos, recm-completados, o padre Itamar Carlos Gremon

    o atual diretor da Casa de Sade e Bem-Estar Irmo Luciano

    Brando, localizada em Belo Horizonte (MG). Em entrevista ao

    informativo Em Companhia, o jesuta conta que, nessa misso,

    essencial ser afetuoso e carinhoso com as pessoas.

    Pe. Itamar, conte-nos um pouco de

    sua histria (famlia, estudos, etc.).

    Eu nasci em Bebedouro (SP), em

    1963, sou o filho mais novo, tenho uma

    irm, Sonia, e um irmo mais velho, Os-

    cimar. Meu pai se chama Osvaldo e mi-

    nha me, Anzia, j falecida. Ao longo

    do tempo, fui estudando a histria da

    minha famlia materna e paterna. Com

    os relatos e documentos meus e deles,

    verifiquei que minha famlia paterna

    descendente dos italianos da regio de

    Rovigo (Itlia) e que vieram trabalhar

    nas culturas de lavoura de caf. J mi-

    nha famlia materna descendente de

    portugueses, indgenas e dos negros,

    que vieram da Bahia (Caetit) arrumar

    trabalho nas lavouras de caf. Cheguei

    concluso de que a resposta para a

    pergunta por que nascemos em um de-

    terminado local? simples para mim e

    para todos: porque ali tinha trabalho e

    comida para os nossos pais manterem

    a famlia.

    Minha vida de estudos iniciou

    quando fiquei na creche, ali aprendi a

    desenhar, etc. Depois, fiz o ensino fun-

    damental e mdio em escolas pblicas

    e outros cursos gratuitos. Por conta

    prpria, estudei Matemtica avanada,

    Qumica, Fsica, Psicologia Jungiana,

    GRATIDO PELA MISSO

    Ingls, etc. O que me motivava a estu-

    dar era o meu desejo de ser piloto mi-

    litar de combate. Na Companhia de Je-

    sus, eu fiz Filosofia, Teologia e outros

    cursos que foram muito interessantes

    e apropriados.

    Profissionalmente, fui garom,

    peo da construo civil, onde me

    ensinaram a ser pedreiro, pintor,

    carpinteiro, ferreiro, bombeiro, ler

    plantas, etc. Com meu irmo e outros

    profissionais, aprendi a ser montador

    de carros, pintor automotivo, lanter-

    neiro e um pouco de mecnica. Esses

    profissionais da oficina ALARA de

    Funilaria e Pintura eram muito exi-

    gentes e experientes. Alm disso, fiz

    cursos de informtica, eletricista ins-

    talador residencial e industrial pelo

    SENAI (Servio Nacional de Aprendi-

    zagem Industrial).

    Como foi o seu processo de discer-

    nimento vocacional? Por que a Com-

    panhia de Jesus?

    Quando eu tinha 19 anos, fui a Pi-rassununga (SP) para fazer um concur-

    so militar. Na ocasio, fiquei hospe-

    dado em um hotel longe dos amigos e

    familiares. Ali, percebi que no queria

    matar ningum, no queria jogar bom-

  • 8 9Em Em

    bas nem atirar em meus semelhantes.

    Sei que muitos pilotos de combate no

    gostariam de fazer isso, mas sero obri-

    gados em caso de guerra. Ento, come-

    cei a me fazer perguntas existenciais

    fortes... Quando as provas do concurso

    terminaram, voltei para casa inquieto.

    Voltei a frequentar a Igreja Catlica e,

    ao ler a Bblia, percebi que algumas pes-

    soas que escreveram alguns dos livros

    bblicos tambm tiveram perguntas

    semelhantes s minhas. Na igreja, fui

    me tornando um agente de pastoral da

    juventude, catequese, estudei todos os

    documentos do Vaticano II e fui conhe-

    cendo mais a Igreja na qual fui batizado

    e fiz a primeira comunho.

    O senhor ingressou na Compa-

    nhia de Jesus aos 26 anos. Como foi essa experincia?

    Eu precisava de ajuda para poder

    definir a minha opo vocacional

    e, participando do GAVI (Grupo de

    Acompanhamento Vocacional Ina-

    ciano), em Campinas (SP), percebi

    que, na Comunidade Vocacional

    que funcionava em Juiz de Fora (MG)

    , havia jesutas Pe. Luiz Antnio

    do Canto Neto e Pe. Adroaldo Palao-

    ro que poderiam me ajudar muito.

    Assim, fui para l indiferente. Aps

    um ano em Juiz de Fora, fui aprova-

    do no plano de candidatos e me con-

    vidaram para ir para o Noviciado. Na

    poca, senti um grande medo, mas vi

    que esse medo vem da imaginao,

    ento, fui l no noviciado e as expe-

    rincias me deram o conhecimento

    necessrio para eu sair dos medos e

    ver as coisas mais claras. Quando fui

    aprovado para fazer os votos, eu disse

    ao querido Pe. Quevedinho, mestre de

    novios na poca, que at ali era o que

    eu queria, mas no podia garantir que

    essa opo duraria at o final de mi-

    nha vida, ou seja, era uma definio,

    mas no podia garantir ser definitivo.

    Aos 27 anos, eu sabia que podemos e temos de definir o que queremos, mas

    que no temos condies de garantir,

    terminantemente, que ser definitivo,

    pois, na vida, fazemos passo a passo

    e nem tudo depende de ns. Porm, o

    mais importante ali foi que tive a se-

    gurana profunda do que eu precisava

    saber: que eu e a Companhia de Jesus

    amamos o que Deus ama. Os jesutas

    me ensinaram que a Companhia um

    meio para realizar esse amor de Deus

    e sonhar junto com Ele e foi a que eu

    topei ser jesuta.

    A formao que recebemos da

    Companhia de Jesus e tudo o que ela

    nos d de oportunidades realmente

    impressionante, mas o que mais im-

    pressiona que ela nos ajuda a co-

    nhecer, profundamente, Jesus Cristo

    e Ele, junto com o Esprito Santo, nos

    leva at o Pai e conhecemos o amor de

    Deus. Agradeo isso Companhia.

    Atualmente, o senhor diretor da

    Residncia de Sade e Bem-Estar Ir-

    mo Luciano Brando. Como a mis-

    so de zelar pelo bem-estar dos compa-

    nheiros mais idosos?

    A minha misso a de efetivar o

    carinho e a gratido que ns, jesutas,

    temos por nossos companheiros mais

    idosos ou enfermos. Eu fao isso com

    a ajuda de muitas pessoas leigas e je-

    sutas, que me ensinam a ser diretor,

    me ajudam na administrao, no ge-

    renciamento de pessoas e eu agrade-

    o muito a colaborao deles. Muito

    obrigado a todos vocs!

    Que lio voc aprende da relao e

    cuidado com jesutas de to variadas

    experincias e formao?

    Ouvindo as suas histrias, percebi

    que a Igreja e a Companhia de Jesus no

    Brasil passaram por diversas formas

    de se organizar e eles vivenciaram

    essas mudanas, mas o fundamental

    que a Companhia de Jesus mante-

    nha sempre o seu carisma e saiba se

    atualizar aos tempos e lugares. isso

    que eu percebo como sendo a motiva-

    o fundamental nesse processo que

    a Companhia de Jesus est realizando

    no Brasil, com a Provncia dos Jesutas

    do Brasil BRA.

    Em sua opinio, o que necessrio

    para que um jesuta, ainda jovem, pos-

    sa se preparar para ter um envelheci-

    mento saudvel?

    Todos ns, jesutas e leigos, pode-

    mos cuidar da sade descansando,

    alimentando-se, trabalhando, fazen-

    do exerccios, etc., mas isso cui-

    dar da sade e ajuda muito, ou seja,

    necessrio, mas no o suficiente,

    pois o envelhecimento tem um di-

    namismo muito mais amplo do que

    simplesmente cuidar da sade. Pen-

    so que no h uma preparao para

    ficar velho, pois o envelhecimento

    uma experincia prpria que cada

    pessoa vai fazendo, conforme o tem-

    po vai passando.

    A MINHA MISSO A DE EFETIVAR O CARINHO E A GRATIDO QUE NS, JESUTAS, TEMOS POR NOSSOS COMPANHEIROS MAIS IDOSOS E/ OU ENFERMOS.

  • 10 11Em Em

    O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S

    Na Baslica de So Joo de La-tro, onde esteve para aber-tura do Congresso Eclesial da Diocese de Roma (Itlia), o Papa Fran-

    cisco reuniu-se com um grupo de 30

    refugiados, acolhidos por parquias e

    institutos religiosos. Tambm estavam

    presentes o cardeal Agostino Vallini,

    vigrio-geral de Roma, e o Mons. Enrico

    Feroci, diretor da Caritas diocesana.

    Em junho, o Vaticano anunciou a criao de uma aceleradora de startups, na qual planeja investir US$ 100 mil em at oito empresas que criem solues inovadoras para proble-

    mas ligados a mudanas climticas.

    Criada com o apoio do Papa Francisco

    e liderada por dois investidores de ventu-

    re capital, o Laudato Si Startup Challenge

    vai apostar em empresas com alto poten-

    cial de crescimento nos prximos meses.

    Na prtica, ao receber o investimento, o

    Vaticano ter direito a uma participao

    VATICANO INVESTIR EM STARTUPS

    REFUGIADOS AGRADECEM AO PAPA POR ABRIR AS PORTAS DA IGREJA

    Fontes: Cano Nova/ www.caritasroma.it

    Fonte: Exame

    O encontro, que aconteceu em 19 de

    junho, vspera do Dia Mundial do Refu-

    giado, relembrou o apelo do Papa Fran-

    cisco, em 6 de setembro de 2015, durante o ngelus dominical. Na ocasio, o Pon-

    tfice exortou todas as parquias e insti-

    tuies religiosas do mundo a partir

    de sua diocese para fornecer hospitali-

    dade s famlias de refugiados da guerra

    e da violncia. A partir desse apelo, a Ca-

    ritas de Roma promoveu dois projetos de

    hospedagem, que criaram oportunidade

    de hospitalidade para os solicitantes de

    asilo e refgio em parquias, instituies

    religiosas ou em famlias romanas.

    O Papa elogiou esse trabalho de fra-

    ternidade, que vai alm das religies.

    Obrigado a quem os acolheu e a vocs,

    que aceitaram ser acolhidos, disse ao

    grupo, destacando o belo exemplo

    dado por essas comunidades paro-

    quiais, que aderiram a seu chamado.

    No encontro, Francisco recordou

    das pessoas que fogem da violncia

    e das perseguies e deixou votos de

    que essas histrias de dor e esperan-

    a transformem-se em oportunidades

    de encontro fraterno e verdadeiro.

    O Papa ainda recebeu um car-

    taz das mos de cinco crianas, com

    agradecimentos em diversos idiomas.

    Obrigado, Papa Francisco, por abrir o

    seu corao e as portas da Igreja, di-

    zia uma das mensagens.

    Foto

    : ww

    w.r

    omas

    ette

    .it

    acionria entre 6% e 8% do negcio.Alm disso, durante quatro meses,

    as startups recebero mentoria de pro-

    fissionais especializados. Depois, eles

    tero de viajar para Roma (Itlia) para

    dois meses de trabalho intenso na star-

    tup, o que vai culminar em um dia de

    demonstraes, ou Demo Day, em que

    os empreendedores apresentam seu

    negcio ao pblico geral.

    Os recursos, segundo o site da revista

    norte-americana Fast Company, tero ori-

    gem em um fundo privado de investido-

    res. Entretanto, tudo ser feito com super-

    viso prxima de membros do Vaticano.

    As empresas precisam escolher

    entre sete desafios das mudanas cli-

    mticas, que incluem energia, comi-

    da, gua, cidades populosas, potencial

    humano, conservao e finanas. Se-

    gundo um dos mantenedores do proje-

    to, essas so reas que o prprio Papa

    Francisco identifica como importantes

    para resolver a questo climtica. O

    programa de acelerao acontecer en-

    tre 13 de julho e 9 de setembro.

  • 10 11Em Em

    O Vaticano divulgou, em 13 de junho, a mensagem do Papa Francisco para o primeiro Dia Mundial dos Pobres, que ser celebra-

    do, todos os anos, no 33 Domingo do Tempo Comum, que, em 2017 ser 19 de novembro. Neste ano, o tema ser

    No amemos com as palavras, mas com

    as obras. Francisco afirma que amar

    com obras e com a verdade um im-

    perativo do qual nenhum cristo pode

    prescindir. O amor no admite li-

    bis: quem pretende amar como Jesus

    amou, deve assumir o seu exemplo,

    sobretudo quando somos chamados a

    amar os pobres.

    Da mesma forma como em alguns

    momentos, os cristos se deixaram

    contagiar pela mentalidade munda-

    na, muitos deles ofereceram sua vida

    a servio dos pobres, observa o Papa.

    Ele destaca o exemplo de Francisco de

    Assis, que foi seguido por tantos ou-

    tros homens e mulheres ao longo dos

    sculos. Assumamos, pois, o exem-

    plo de So Francisco, testemunha da

    pobreza genuna [], necessrio es-

    cutar o grito dos pobres e comprome-

    termo-nos a ergu-los do seu estado

    de marginalizao.

    A mensagem enfatiza que os pobres

    no devem ser vistos como destina-

    trios de uma caridade realizada para

    deixar a conscincia em paz. Embora

    essas aes sejam vlidas, deveriam

    abrir a um verdadeiro encontro com os

    pobres. Se realmente queremos encon-

    FRANCISCO LANA MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DOS POBRES

    Fontes: Rdio Vaticana/Cano Nova

    Foto

    : shu

    tter

    stoc

    k

    trar Cristo, preciso que toquemos o

    seu corpo no corpo chagado dos pobres,

    como resposta comunho sacramen-

    tal recebida na Eucaristia.

    No falta, na mensagem, a crtica

    de Francisco desigualdade na dis-

    tribuio das riquezas. Infelizmente,

    nos nossos dias, enquanto sobressai,

    cada vez mais, a riqueza descarada

    que se acumula nas mos de poucos

    privilegiados, frequentemente acom-

    panhada pela ilegalidade e a explora-

    o ofensiva da dignidade humana,

    causa escndalo a extenso da pobre-

    za a grandes setores da sociedade no

    mundo inteiro. Perante esse cenrio,

    no se pode permanecer inerte e, me-

    nos ainda, resignado.

    O texto tambm traz indicaes para

    a semana que vai anteceder o Dia Mun-

    dial dos Pobres. Francisco orienta as

    comunidades crists a se empenharem

    na criao de momentos de encontro e

    amizade, solidariedade e ajuda concre-

    ta. Uma sugesto dada por Francisco

    convidar os pobres e os voluntrios

    para participarem juntos na Eucaristia

    do 33 Domingo do Tempo Comum. Neste domingo, se viverem no nos-

    so bairro pobres que buscam proteo

    e ajuda, aproximemo-nos deles: ser

    um momento propcio para encontrar

    o Deus que buscamos []. Na base das

    mltiplas iniciativas concretas que se

    podero realizar neste Dia, esteja sem-

    pre a orao.

    O Dia Mundial dos Pobres foi ins-

    titudo pelo Papa Francisco ao final do

    Ano da Misericrdia, na carta apost-

    lica Misericordia et misera. No docu-

    mento, o Santo Padre destaca que essa

    data deve ser um sinal concreto do

    Ano Santo extraordinrio, vivido pela

    Igreja com foco na misericrdia.

    [...] NECESSRIO ESCUTAR O GRITO DOS POBRES E COMPROMETERMO-NOS A ERGU-LOS DO SEU ESTADO DE MARGINALIZAO.

    Papa Francisco

    Data tem como objetivo inspirar caridade e orao, promovendo a cultura do encontro

  • 12 13Em Em12 Em

    ESPECIAL

    Moradora da Vila do Caf, no municpio de Encruzi-lhada (BA), Lindaura La-cerda era me de sete filhos e esposa

    de um pequeno agricultor. Apesar de

    sua dura realidade e sem ter muito

    conhecimento das letras, ela sempre

    procurava manter-se informada so-

    bre os problemas de sua comunidade

    e do pas. Dona Lindaura era capaz de

    compreender as contradies locais e

    nacionais, mobilizar e coordenar as

    principais lutas da sua vila e cidade,

    isso tudo de forma espontnea e in-

    dependente. A coragem e a sabedoria

    dessa senhora surpreendiam e inspi-

    ravam os integrantes do CEAS (Centro

    de Estudos e Ao Social). Quando

    qualquer um de ns chegvamos a

    sua casa, ramos convidados a tomar

    um caf na sua cozinha e, sentados ao

    lado do fogo lenha, tnhamos que

    responder a todas as suas perguntas.

    Ao final da conversa, ela tinha feito a

    sua prpria anlise da conjuntura ge-

    ral e relacionado com a realidade local

    dos assalariados do caf e da reforma

    agrria, relembra Joaci Cunha, asses-

    sor jurdico e membro da coordena-

    o geral do CEAS.

    Por muitos anos, o CEAS acompa-

    nhou as lutas de dona Lindaura, j fale-

    cida, e de sua comunidade. A trajetria

    dela e de outros milhares de homens

    e mulheres fazem parte da histria do

    CEAS, que, em 50 anos de existncia, sempre manteve-se firme na misso de

    assessorar e apoiar as lutas populares.

    Fundada pela Companhia de Jesus, em

    plena ditadura militar, a entidade pas-

    sou por muitos desafios e transforma-

    es em seu meio sculo de atuao. Seu

    nascimento mesmo aconteceu em um

    cenrio de mudanas na prpria Com-

    panhia de Jesus. Aps a Segunda Guerra

    Mundial, a ordem religiosa passou por

    diversas transformaes no seu campo

    de ao, com isso, comeou a priorizar,

    em seu trabalho apostlico, as questes

    sociais. A partir desse cenrio, foram

    criados os Centros de Investigao e

    Ao Social (CIAS), que tinham como

    compromisso refletir as questes eco-

    nmicas, polticas e sociais e, com isso,

    contribuir para super-los, explica N-

    lia Nascimento, historiadora e coorde-

    nadora da equipe de memria do CEAS.

    Assim, em 1967, nasceu o Centro de Estudos e Ao Social, com uma equipe

    inicial formada por jesutas e leigos. O

    padre Jos Antonio Pecchia, colabora-

    dor do CEAS, lembra com saudades dos

    jesutas Cludio Perani, Andres Mato e

    Joo Confalonieri, que se destacaram na

    itinerncia a servio dos assalariados

    do campo e das reas urbanas margina-

    lizadas. Eles saiam, quase diariamente,

    para essas reas de interior e de perife-

    ria da cidade e voltavam ao Centro para

    registrar a memria de tudo que tinham

    visto, ouvido e presenciado, recorda.

    Entre os colaboradores leigos, o je-

    suta destaca o papel de Joviniano Neto

    e o de Jos Crisstomo, pelas anlises de

    conjuntura poltica e estrutural do mo-

    delo capitalista. Ele tambm ressalta o

    papel de Antonio Dias, pela experincia

    de organizao sindical, e de Ana Lucia,

    Maria Helena e Antnia Garcia, pelo pro-

    cesso de educao popular nas escolas

    de associaes de bairro. Alm da con-

    POR UMA SOCIEDADEMAIS JUSTA E IGUALITRIA

    H 50 anos, o CEAS realiza um importante trabalho com as populaes

    mais vulnerveis do nordeste brasileiro

  • 12 13Em Em 13Em

    tribuio de Elza e Gabriel Kraychete,

    pela anlise e a experincia de economia

    solidria. Padre Jos Antonio tambm

    no se esquece do trabalho desenvolvi-

    do pela assessora Beatriz Costa. Ela nos

    acompanhou nas avaliaes peridicas

    das nossas praticas populares e na divul-

    gao das experincias de itinerncia no

    meio dos trabalhadores rurais e urbanos,

    por meio de publicaes do trabalho

    com assalariados cacaueiros, canaviei-

    ros e das lavadeiras, completa.

    Na dcada de 1960, alm do CEAS, em Salvador (BA), surgiram outros 11 centros sociais da Companhia de Jesus na Amri-

    ca Latina. A situao social e econmica,

    no Brasil e na Amrica Latina, era, e conti-

    nua sendo, de muita explorao e opres-

    so, afirma padre Jos Antonio. Para ele, o

    papel do CEAS foi muito importante, pois

    possibilitou a criao de um espao de di-

    logo e de parceria com todas as entidades

    que tinham como objetivo e prtica o pro-

    tagonismo e fortalecimento do movimen-

    to popular, no campo e na cidade.

    O CEAS participou no processo

    de criao da CPT (Comisso Pastoral

    da Terra), nacional e regional, e asses-

    sorou outras organizaes dedicadas

    ao servio das lutas populares. Mas a

    caracterstica da atuao do CEAS era

    a itinerncia, uma Igreja em sada, ou

    seja, andar l onde havia mais urgn-

    cia de apoio: aproximar-se dos traba-

    lhadores rurais e urbanos, escutar os

    gritos e as esperanas dos sofredores,

    analisar as causas das injustias, ca-

    minhar junto ao povo, elaborar textos

    de reflexo para devolv-los s lide-

    ranas populares, para capacit-las a

    rever suas prticas de forma mais efi-

    caz, ressalta o jesuta.

    Ainda, segundo ele, Ao Anli-

    se Nova Ao foi um mtodo que se

    firmou na histria do CEAS. Conquis-

    tas, em termos de resultados, no eram

    o objetivo do CEAS, que questionava a

    poltica de resultados dos sindicatos e

    das ONGs. Para ns, o resultado dese-

    jado era o protagonismo e o avano da

    conscincia da cidadania e dos direitos

    humanos. Considero uma conquista a

    revista Cadernos do CEAS, que sobrevi-

    veu diante de muitas dificuldades: per-

    seguio militar, falta de financiamen-

    to, desistncia de assinantes, etc., diz.

    a publicao foi encerrada em 2009.

    Aps um perodo de reestruturao,

    em 2015, o CEAS estabeleceu uma

    parceria com a Unicap (Universidade

    Catlica de Pernambuco), por meio do

    Instituto Humanitas, e com a UCSal

    (Universidade Catlica do Salvador),

    por meio do Programa de Ps-

    Graduao em Polticas Sociais, com

    a finalidade de retomar a publicao

    da revista. Hoje, com a coedio

    dessas instituies acadmicas e com

    o suporte da internet, a publicao

    se mantm viva e atuante. Acesse os

    artigos e saiba mais sobre a revista em:

    cadernosdoceas.ucsal.br.

    REFLETIR PRECISO

    Criada pelo Centro de Estudos e

    Ao Social, em 1969, a revista Cadernos

    do CEAS tem como finalidade articular

    a investigao da realidade estudo

    prtica ao. Do primeiro

    nmero, publicado logo aps o AI-5 (Ato

    Institucional nmero 5) pela ditadura

    militar, passando pelos complexos

    anos de 1980 e pelos difceis anos de

    1990, a publicao adentrou o sculo

    XXI como um espao de reflexo crtica,

    plural, com fortes vnculos com os

    movimentos sociais e muito prxima

    da academia. Porm, neste novo sculo,

    com o acirramento da concorrncia e

    com a queda no nmero de assinantes,

    O CEAS sempre manteve-se firme na misso de assessorar e apoiar as lutas populares

  • 14 15Em Em14 Em

    ESPECIAL

    veram uma perspectiva de autonomia e

    independncia frente ao Estado e ao mer-

    cado, afirma Joaci.

    Alm desses desafios, o nmero de

    jesutas atuantes na entidade reduziu

    progressivamente, enfraquecendo a ca-

    pilaridade do CEAS no meio religioso e

    sua abrangncia de atuao regional. A

    revista impressa foi mantida, mas com

    tiragens menores e com crescentes difi-

    culdades financeiras. Essas dificulda-

    des abarcariam a prpria manuteno

    da equipe de assessores, da revista e

    da biblioteca (aberta ao pblico exter-

    no). Entretanto, uma grande conquista

    desse perodo foi manter o CEAS, ainda

    que com uma equipe reduzida, com a

    mesma perspectiva crtica, sem se vin-

    cular a partido ou governos e presente

    no meio popular, apoiando suas lutas e

    organizaes. Isso possibilitou, mesmo

    em um contexto de grave reduo do

    apoio financeiro externo, a manuten-

    o do trabalho e o seu crescente reco-

    nhecimento, explica ele.

    Nesse perodo, o CEAS deixou de

    atuar em Alagoas e Pernambuco, mas

    consolidou e diversificou sua presena

    na Bahia, capital e interior. Atualmen-

    te, uma referncia para as questes

    relacionadas moradia popular e, no

    sul e sudoeste do estado, est presente

    na luta pela terra, nas comunidades de

    camponeses e de assentados da refor-

    ma agrria. Segundo Joaci, a entidade

    estimula a produo agroecolgica e a

    comercializao direta da produo, na

    defesa de territrios e na mobilizao

    De acordo com Joaci, a trajetria

    desses 50 anos do Centro de Estudos e Ao Social pode ser dividida em

    dois momentos distintos. Nos pri-

    meiros 25 anos (1967-1992), o CEAS consolidou-se como uma referncia

    importante no processo de redemo-

    cratizao e de apoio aos oprimidos,

    por trs aes exitosas: a publicao

    dos Cadernos do CEAS, revista funda-

    mental para o entendimento do con-

    texto de ao dos atores sociais popu-

    lares na cidade e no campo, e, durante

    os anos mais duros da ditadura, lida

    at mesmo no crcere; a formao de

    lideranas e agentes pastorais, com a

    realizao de cursos sistemticos no

    prprio CEAS ou nas entidades solici-

    tantes; a presena solidria no meio

    popular urbano em Salvador (BA) e,

    especialmente, entre os canavieiros

    de Alagoas e Pernambuco, os assala-

    riados do cacau e do caf nas regies

    sul e sudoeste da Bahia, afirma.

    Para o assessor jurdico e membro

    da coordenao geral do CEAS, juntas,

    essas aes (revista, formao e

    presena) deram ampla visibilidade

    ao CEAS, sobretudo, por meio dos

    Cadernos do CEAS, cujas edies (de

    at 3 mil exemplares) chegavam a todo territrio nacional e a dezenas

    de instituies no exterior. Nesse

    primeiro momento, a entidade contava

    com uma presena muito importante

    de jesutas em seus quadros, alm da

    presena de assessores no jesutas,

    possibilitando uma rica convivncia e

    discusso, recorda.

    A partir da dcada de 1990, o contexto

    nacional e o do prprio CEAS mudaram.

    Nesse segundo momento, o Centro de

    Estudos e Ao Social deu continuidade

    ao trabalho de apoio e assessoria aos mo-

    vimentos sociais, no campo e na cidade, e

    publicao dos Cadernos, iniciados no

    perodo anterior, mas enfrentava outros

    desafios. Agora, imperava a hegemonia

    neoliberal, envolvendo, inclusive, alguns

    setores antes identificados com a aborda-

    gem crtica do CEAS, reduzindo, assim, a

    incidncia poltica dos atores que manti-

    A MISSO DO CEAS CONTRIBUIR PARA A SUPERAO DA MISRIA E DA EXCLUSO SOCIAL, POR MEIO DA ATUAO EM REGIES DO NORDESTE MARCADAS POR SITUAES DE POBREZA E DE DOMINAO E DO FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA E DO PROTAGONISMO DOS PBLICOS QUE ACOMPANHA.

    Em sua trajetria, o CEAS sempre acompanhou as lutas das populaes mais vulnerveis do nordeste

  • 14 15Em Em 15Em

    socioambiental das comunidades em

    que atua. Hoje, o CEAS tambm uma

    referncia para a formao de lideran-

    as em vrios movimentos sociais e

    pastorais que atuam no campo.

    Para o padre Clovis Cabral, integran-

    te da diretoria do CEAS, educador social,

    telogo afro-brasileiro, ativista do Movi-

    mento Negro e da Pastoral Afro-brasilei-

    ra, a histria do Centro de Estudos e Ao

    Social confunde-se com a saga das lutas

    do povo brasileiro, que sempre levam a

    questes como a de que pas temos e que-

    remos. No demais assinalar o carter

    atual dessas questes, acredita ele. Para

    o jesuta, essas cinco dcadas de atua-

    o fortaleceram a fidelidade criativa do

    CEAS, ou seja, seu esforo de mutabilida-

    de e adaptabilidade diante do surgimento

    de novos cenrios e, portanto, de novos

    desafios, completa.

    A LUTA CONTINUA

    A misso do CEAS contribuir para

    a superao da misria e da excluso

    social, por meio da atuao em regies

    do Nordeste marcadas por situaes

    de pobreza e de dominao e do forta-

    lecimento da autonomia e do protago-

    nismo dos pblicos que acompanha.

    Nesses 50 anos, a clareza de sua misso consolidou o compromisso da entidade

    com as lutas populares.

    Hoje, o CEAS atua em trs regies:

    Salvador, Sul e Sudoeste da Bahia e, por

    meio da dimenso da assessoria popu-

    lar, acompanha cerca de 20 mil famlias organizadas em movimentos sociais e

    grupos populares. Na dimenso da for-

    mao, esse impacto atinge cerca de 5 mil pessoas, entre leitores dos Cadernos

    do CEAS e de outros contedos publi-

    cados na internet, participantes de de-

    bates e visitantes do acervo do centro

    de informao. No mbito das parce-

    rias, em 2016, a entidade estabeleceu relacionamento com mais de 40 orga-nizaes, entre elas, grupos popula-

    res, associaes de bairros, sindicatos,

    movimentos sociais, universidades, or-

    ganizaes de assessoria, parceiros da

    cooperao internacional, fruns, alm

    de redes locais e internacionais.

    Segundo Catarina Lopes, secretria

    executiva do CEAS, esse trabalho s pos-

    svel graas a duas frentes estratgicas. A

    primeira est diretamente relacionada a

    atividades de organizao e interveno

    dos movimentos sociais, no mbito da

    atuao e presena direta junto s ca-

    madas sociais populares, que ocorre por

    meio das nossas trs equipes interdisci-

    plinares: Rural, Urbana e Memria. A

    segunda, no nvel da reflexo, articulan-

    do prtica e teoria, se d por meio da Re-

    vista Cadernos do CEAS, publicada desde

    1969, e do espao de Debate de formao sociopoltica, evento interno e aberto

    ao pblico. Esse espao direcionado

    equipe do CEAS, estudantes, formadores

    de opinio, lideranas e assessorias de

    movimentos populares, esclarece ela.

    A Equipe Rural atua, diretamente,

    com os trabalhadores do campo e seus

    membros tm ampla experincia junto

    aos movimentos populares, prestando

    servios em atividades de assessoria. O

    trabalho rural abrange as regies Sul e

    Sudoeste da Bahia. No Sul, com o apoio

    direto do CEAS, foram conquistadas, nos

    ltimos 20 anos, a partir de ocupaes de latifndios improdutivos, cerca de

    5.000 hectares de terras, a maioria delas foram transformadas em assentamentos

    oficiais da poltica nacional de reforma

    agrria, afirma Joaci. No Sudoeste do es-

    tado, ele explica que a entidade age em

    duas frentes. Uma frente apoia a tran-

    sio agroecolgica em comunidades de

    pequenos agricultores e quilombolas. A

    outra frente foca a defesa do territrio a

    partir de uma estratgia de articulao

    socioambiental em prol da recuperao

    de nascentes, matas ciliares, rios e ela-

    borao de leis ambientais por meio da

    iniciativa popular, diz.

    A Equipe Urbana atua junto a mo-

    vimentos populares de Salvador e de sua

    Regio Metropolitana. Ao longo do tem-

    po, desenvolveu-se uma metodologia de

    trabalho que se mantm estvel, apesar

    da grande variao de pblicos acompa-

    nhados. Segundo Catarina, por meio

    de um trabalho de base enraizado, junto

    aos movimentos de luta pela moradia ou

    que esto em situao de conflito fundi-

    rio, que o CEAS desenvolve a formao de

    lideranas que possam incidir, politica-

    mente, na construo da cidade.

    Nesse contexto, a Equipe de Me-

    mria tem uma funo essencial para o

    desenvolvimento desses trabalhos. A bi-

    blioteca Cludio Perani, por exemplo,

    uma das poucas no estado da Bahia, e do

    Norte e Nordeste, especializada na rea

    social. Situada nas imediaes de insti-

    tuies de ensino superior, como a Uni-

    versidade Federal da Bahia (UFBA) e a

    Universidade Catlica do Salvador (UC-

    Sal), seu acervo bibliogrfico foi includo

    pelo Mestrado em Filosofia da Faculda-

    de de Filosofia e Cincias Humanas da

    UFBA para obteno do credenciamento

    junto ao Ministrio da Educao (MEC).

    Para Nlia, coordenadora da equipe de

    memria, a localizao da biblioteca

    favorece ainda o carter comunitrio,

  • 16 17Em Em16 Em

    ESPECIAL

    j que, em seu entorno, existem, pelo

    menos, dez bairros populares, carentes

    de informao e leitura. Centenas de

    jovens e crianas podem utilizar esse

    espao livremente, convivendo com

    pesquisadores e acadmicos da comuni-

    dade universitria e da Casa da Memria

    Popular (CAMPO), que concentra um rico

    acervo produzido pelos movimentos

    sociais, colaboradores e assessores do

    CEAS nessas cinco dcadas, explica.

    Para a realizao de todo esse trabalho,

    o CEAS conta com cinco focos temticos

    e, alm deles, a atuao da entidade prio-

    riza o trabalho junto juventude e s mu-

    lheres. A escolha dessas prioridades parte

    da anlise da realidade. No trabalho com a

    juventude, no podemos desconsiderar os

    dados do contexto. Segundo o relatrio da

    Comisso Parlamentar de Inqurito (CPI)

    do Senado sobre o Assassinato de Jovens,

    divulgado em 2016, por ano, so assassi-nados mais de 23 mil jovens negros, de 15 a 29 anos. A cada 23 minutos, um jovem assassinado. Essa a realidade da juven-

    tude que acompanhamos e isso gera uma

    pergunta: por que os jovens negros esto

    sendo assassinados? Para que a juventude

    protagonize e incida sobre essa e outras

    pautas, o CEAS potencializa a articulao

    entre a juventude e promove a formao

    sociopoltica, afirma Catarina.

    Alm de apostar no fortalecimento

    das iniciativas da juventude, que apontam

    sadas e formas de resistncia frente a essa

    triste realidade, o CEAS luta ativamente

    pela emancipao feminina. No trabalho

    com as mulheres, em uma perspectiva es-

    trutural, busca-se a superao da relao

    poder e dominao entre os gneros. Nos

    grupos que assessoramos, predominante

    a presena das mulheres negras na frente

    das lutas, seja no campo ou na cidade, elas

    lutam pelo direito moradia, pelo acesso

    terra e defesa dos territrios. fundamen-

    tal aportar a luta dessas mulheres, para

    superao das desigualdades e da visibili-

    dade da mulher enquanto sujeito poltico,

    defende a secretria executiva do CEAS,

    que destaca: o trabalho com a juventude e

    as mulheres so expresses concretas das

    prioridades do Plano Apostlico da Pro-

    vncia dos Jesutas do Brasil BRA.

    POR MAIS 50 ANOS

    Em tempos sombrios tecemos esperan-

    a foi a temtica escolhida para celebrar

    os 50 anos de histria e atuao do CEAS, em 2017. O centro social mais antigo da Companhia de Jesus na Amrica Latina,

    ao lado do CEPAG (Centro de Estudos Pa-

    raguaios Antonio Guasch), localizado no

    Paraguai, olha para seu passado de lutas e

    conquistas com a certeza de que h ainda

    muitos outros desafios pela frente. Segun-

    do Catarina, o tema escolhido nos provoca

    a pensar sobre o ainda existente modelo

    excludente de sociedade e nos convida a

    construir caminhos para a sua superao.

    A nossa misso assessorar populaes

    que, historicamente, foram, e so, marca-

    das e exterminadas por esse modelo ex-

    cludente. As aes projetadas neste ciclo

    celebrativo, em que se pretende avaliar e

    projetar as nossas aes para os prximos

    anos, tem significado poltico. Nesse pro-

    cesso, alguns enfoques so de fundamen-

    tal importncia: a construo de novas for-

    mas de participao poltica, as relaes de

    gnero e as dimenses tnicas, raciais, cul-

    turais, socioambientais, a promoo dos

    direitos e a superao das desigualdades

    sociais com um sentido amplo, acredita.

    A temtica deste ano jubilar reflete

    tambm o atual cenrio poltico do Brasil

    e a nossa postura diante dessa realida-

    de. A nossa conjuntura poltica eviden-

    cia um retrocesso nas conquistas pelas

    quais, ao longo dos anos, lutamos junto

    aos movimentos populares para garantir.

    Entretanto, como a histria e a memria

    da luta do povo est preservada, temos

    essas histrias como referncia para con-

    tinuarmos em frente, pois, em tempos

    sombrios, sempre iremos tecer a esperan-

    a, afirma Nlia.

    Essa esperana somente mantida

    e alimentada quando andamos juntos,

    quando colaboramos uns com os outros.

    Com esse esprito de trabalhar em rede e

    como forma de dar continuidade ao ciclo

    de atividades do ano jubilar do CEAS, dois

    importantes eventos foram realizados

    em junho, na cidade de Salvador (BA). A

    X Assembleia da Rede dos Centros Sociais

    Jesutas da Amrica Latina e Caribe, re-

    alizado entre os dias 5 e 8, e o XXVII En-contro dos Delegados do Setor Social da

    Conferncia dos Provinciais Jesutas da

    Amrica Latina e Caribe (CPAL), que acon-

    teceu nos dias 8 e 9. Para abrir esses eventos, o CEAS, em

    parceria com a CPAL, realizou o Encontro

    dos Movimentos Populares e Parceiros

    dos Centros Sociais da Amrica Latina,

    no dia 4. O evento contou com 150 parti-cipantes, que dialogaram sobre o mode-

    lo de desenvolvimento colocado para a

    Amrica Latina e as formas de resistncia

    frente s excluses e violaes de direi-

    tos. Para contribuir com essas anlises,

    1

    2

    3

    4

    5

    Proteger o acesso terra, moradia, e aos direitos territoriais;

    Apoio produo agroecolgica e comercializao solidria;

    Acompanhamento direto das comunidades, grupos e movimentos nos mbitos: jurdico-poltico, articulao e mobilizao;

    Garantir preservao da memria e histria popular;

    Contribuir para a (in)formao, realizao de pesquisas, qualificao do trabalho de assessoria popular e (in)formao dos grupos populares.

    FOCOS TEMTICOS DE ATUAO

  • 16 17Em Em 17Em

    contamos com as presenas de Corina

    Echavarra (Universidade Catlica de Cr-

    doba Argentina), Charles Trocate (Movi-

    mento Pela Soberania Popular na Mine-

    rao Par-Brasil) e Importuno Potico

    (Salvador Bahia), que deu corpo potico

    ao debate, explica Catarina. Para garantir

    a troca de experincia entre os grupos de

    diferentes pases, mas que passam por

    conflitos similares, foram organizados

    quatro grupos de trabalho: Monocultura,

    Minerao, Territrio e Cidade, e Juventu-

    de. Os grupos compartilharam formas de

    resistncia frente ao seu contexto. A pre-

    sena dos movimentos foi fundamental

    para construir pontes, a partir do trabalho

    concreto, entre os movimentos assesso-

    rados pelos centros sociais, ressalta.

    O padre Jos Ivo Follmann, secre-

    trio para a Justia Socioambiental da

    Provncia dos Jesutas do Brasil BRA,

    participou dos encontros. Para ele, os

    eventos foram marcantes e ajudaram na

    compreenso do atual contexto latino-

    -americano e caribenho e os compro-

    missos da Companhia de Jesus nesse

    cenrio. Nesses dias, foram feitos al-

    guns encaminhamentos importantes

    em vista de uma compreenso comum

    do conceito de Promoo da Justia So-

    cioambiental. Neste ano, deu-se a feliz

    coincidncia da celebrao dos 50 Anos de nosso Centro Social de maior dura-

    o, o CEAS, afirma.

    Para o jesuta, o CEAS de hoje conti-

    nua levando a marca de padre Cludio Pe-

    rani e de outros jesutas que ajudaram na

    misso da entidade. Eu fiquei muito im-

    pressionado com o poder de mobilizao

    deste nosso Centro Social e a forma como,

    com a sua mediao, os movimentos

    populares e organizaes sociais conse-

    guem se expressar e construir histria.

    notvel como o CEAS que hoje existe, por

    meio de sua valente equipe, herdeiro de

    valores, princpios e de uma metodologia

    muito consistente no trabalho popular e

    na reflexo consequente, ressalta.

    Assim como observa padre Jos Ivo, o

    CEAS de hoje o resultado de um trabalho

    realizado ao longo dos anos. Um trabalho

    que foi sendo construdo por jesutas

    e leigos. Para Nlia, celebrar os 50 anos

    do CEAS uma forma de agradecimento

    por todos os que j passaram pela enti-

    dade. Eu acredito que todos marcaram

    essa histria de alguma forma, seja na

    contribuio como editores no Caderno

    do CEAS, seja nas assessorias aos movi-

    mentos populares. Todas essas pessoas

    contriburam para o fortalecimento da

    entidade, no toa que a nossa misso

    continua a mesma desde a sua constru-

    o. As pessoas saram do CEAS, mas o

    CEAS nunca ir sair de dentro de cada

    um desses sujeitos sociais, que tiveram a

    oportunidade e experincia de vivenciar

    os espaos de formao, os debates calo-

    rosos em nosso salo, com pessoas de to-

    das as classes, ir a campo dialogar com os

    movimentos, pois todas essas so expe-

    rincias empricas que o CEAS, com sua

    pedagogia, conseguiu construir, afirma.

    Agora, o CEAS projeta reabrir a sua

    biblioteca e, como uma nova estratgia

    de contribuio, mira a produo inten-

    siva de contedo de comunicao popu-

    lar. A ideia fazer esse material circular

    massivamente, com o apoio de diversos

    parceiros, no sentido da reconstruo da

    democracia poltica e da estrutura socio-

    produtiva do pas, sempre pautando-se

    pelo respeito diversidade e natureza.

    Em seus 50 anos, a certeza que temos de que os desafios continuam e a traje-

    tria de lutas do CEAS tambm. Colabo-

    rando h 21 anos na entidade, Joaci nos lembra que: o CEAS s se torna impor-

    tante na medida em que se coloca, soli-

    dariamente, presente e a servio das or-

    ganizaes e lutas populares. Esperamos

    ter conseguido cumprir esse papel nos

    ltimos 50 anos e desejamos seguir nesse mesmo caminho pelo tempo que se fizer

    necessrio. Para o futuro, porm, planeja-

    mos tambm contribuir, mais seriamen-

    te, com comunicao popular, esperando

    merecer a confiana de quem possa nos

    ajudar nessa nova e estratgica misso,

    conclui. Vamos luta!

    formao do continente latino-ameri-

    cano. Devemos atuar motivados pela

    f e justia e a partir do chamado de re-

    conciliao que tambm nos faz, hoje,

    o Superior Geral da Companhia de Je-

    sus, padre Arturo Sosa.

    O CEAS, que tambm integra essa

    rede, contribui com a misso da Com-

    panhia de Jesus no continente latino-

    -americano e no Caribe. Olhando para

    a histria do Centro de Estudos e Ao

    Social, vemos seu compromisso e ca-

    minhada com as pessoas nesses 50 anos de vida institucional, acompanhando

    grupos populares e sociais, urbanos ou

    rurais, desde suas famosas publicaes,

    alm de outras muitas aes, desenvol-

    vidas ao longo do tempo. Relembrando

    o caminho percorrido, vemos os frutos,

    que nos permitem, com alegria e grati-

    do, reconhecer a importante contribui-

    o do CEAS para o Apostolado Social da

    Companhia de Jesus na Amrica Latina,

    afirma Galo Bogarn.

    O TRABALHO EM REDE

    Atualmente, a Rede de Centros

    Sociais da CPAL (Conferncia dos Pro-

    vinciais Jesutas da Amrica Latina e

    Caribe) composta por mais de 30 ins-

    tituies, de 12 pases da Amrica Latina e do Caribe. Esses centros devem incor-

    porar, em seu planejamento estratgi-

    co, a pertena como membros da rede,

    procurando trabalhar com viso e cons-

    cincia latino-americana, de forma que

    se promova responsabilidade solidria.

    Segundo Galo Bogarn, coordena-

    dor da Rede dos Centros Sociais, essa

    organizao potencializa a ao social

    realizada pela Companhia de Jesus na

    Amrica Latina, atualizando e con-

    cretizando as fronteiras e prioridades

    apostlicas determinadas pelo Gover-

    no da Companhia de Jesus e pela CPAL,

    no projeto Apostlico Comum (PAC)

    2011-2020, e no mbito dos Estatutos da Conferncia, explica. Ele afirma ainda

    que a ideia central reforar o setor so-

    cial e o compromisso de buscar a trans-

  • 18 19Em Em

    Ao longo do ano acadmico de 2017-2018, o Instituto de Espiri-tualidade da Pontifcia Univer-sidade Gregoriana, instituio catlica

    sob direo dos jesutas, em Roma (It-

    lia), oferecer um programa intensivo

    de formao em Espiritualidade Inacia-

    na, que acontecer em dois semestres e

    resultar na obteno do Diploma em

    Espiritualidade Inaciana.

    O programa composto de cursos

    obrigatrios, opcionais e de experi-

    A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL

    CONSELHO AMPLIADO FAZ REVISO DAS PRIORIDADES DA 36 CG

    EL SALVADOR: JESUTAS PEDEM LIBERDADE PARA EX-CORONEL

    GREGORIANA FORMA ORIENTADORES DE EE

    O Superior Geral da Compa-nhia de Jesus, padre Arturo Sosa, presidiu a reunio do Conselho Ampliado, entre os dias 5 e 9 de junho. Participaram do encontro os conselheiros gerais, os presiden-

    O Pe. Geral, Arturo Sosa, aprovou a criao de uma nova Regio independente dos Pases Baixos NOVA REGIO NA EUROPA

    Os jesutas de El Salvador pe-diram ao governo que atenue a sentena de priso do ex--coronel Guillermo Benavides, conde-

    nado, em 1989, pelo assassinato de seis sacerdotes da Companhia de Jesus e de

    ncias guiadas de acompanhamento

    espiritual e vocacional e trabalho em

    grupo. Todos os cursos e seminrios

    oferecidos pelo Instituto de Espiritua-

    lidade pertencem ao mbito da espiri-

    tualidade inaciana.

    Os contedos abordaro a vida,

    converso, personalidade e experincia

    mstica de Santo Incio de Loyola, o li-

    vro dos Exerccios Espirituais, as Cons-

    tituies da Companhia de Jesus e ou-

    tras fontes inacianas importantes sobre

    tes das Conferncias de Provinciais,

    os diretores dos Secretariados da C-

    ria (Educao secundria, Educao

    Universitria, Justia social e Ecolo-

    gia, e Cooperao). O tema central do

    Conselho ampliado foi a reviso das

    prioridades apostlicas em cumpri-

    mento ao mandado pela 36 Congre-gao Geral. O procedimento adotado

    tomou a forma de um discernimento

    comunitrio, segundo o esprito da

    mesma Congregao.

    o Discernimento Espiritual, a dimenso

    pedaggica da espiritualidade inaciana

    e a construo espiritual feita por di-

    versos jesutas. A nfase maior ser no

    aspecto prtico de buscar, encontrar e

    fazer a vontade de Deus, procurando

    uma equilibrada proporo dentro do

    conjunto de cursos e seminrios.

    da Europa (ELC), que ser efetivada em

    31 de julho. A nova regio compreende as atuais Provncias da Holanda (NER) e da

    Blgica (BSE). O padre Johan Verschueren,

    atualmente provincial das duas provn-

    cias, foi nomeado superior regional.

    uma empregada e sua filha. Ao apresen-

    tar a petio no Ministrio da Justia e

    Seguridade Pblica, a Companhia de Je-

    sus reitera que perdoa o antigo coronel

    Guillermo, que j cumpriu 26 anos de priso dos 30 a que foi condenado. Fa-

    zemos essa petio fundados, desde

    nosso ponto de vista, em que o pro-

    cesso da verdade, justia e reparao

    foram cumpridos, disse o padre An-

    dreu Oliva, reitor da Universidade

    Centro-americana (UCA).

  • 18 19Em Em

    DECLARAO PELO DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS

    NOMEAES

    COMISSO INTERNACIONAL DO APOSTOLADO DA EDUCAO JESUTA

    Fonte: Boletim da Cria dos Jesutas (N10 e 11/Junho 2017)

    A Comisso Internacional do Apostolado da Educao Jesu-ta (ICAJE) celebrou um encon-tro em Roma (Itlia), entre os dias 24 e 27 de maio. A reunio anual ofereceu uma oportunidade para que os seis de-

    legados regionais, o secretrio para a

    Educao e os assistentes do secretrio

    se encontrassem para partilhar o esta-

    do da educao jesuta no mundo e os

    projetos do secretariado. Na ocasio, fo-

    ram apontadas iniciativas que ajudem

    a constituir uma Rede de Escolas da

    Companhia. Um dos principais temas

    Em 20 de junho, Dia Mundial dos Refugiados, o Servio Jesuta aos Refugiados JRS (sigla em ingls) apelou aos pases ricos para

    que tomem, sobre si, a responsabili-

    dade das feridas de nosso planeta. Em

    abordados foi o prximo Congresso In-

    ternacional de Delegados da Educao

    Jesuta JESEDU-Rio 2017, que aconte-

    declarao conjunta com outras orga-

    nizaes crists, o JRS afirmou: So-

    mos testemunhas de como cada vez

    se constroem mais muros pelo mun-

    do todo para evitar que os deslocados

    possam entrar: no apenas muros fsi-

    cer em outubro, no Rio de Janeiro (RJ),

    e incluir os resultados da reunio vir-

    tual realizada em maro.

    cos, seno tambm muros de medo, de

    preconceitos, de dio e de ideologias.

    Tentemos todos, como uma nica fa-

    mlia humana, construir pontes de so-

    lidariedade em vez de muros de divi-

    so. Nossas irms e irmos refugiados

    oferecem-nos uma oportunidade para

    nos enriquecer e crescer mutuamente:

    Deus que nos une.

    O Padre Geral nomeou: O Pe. Damian Howard (50) pro-vincial da Provncia Britnica. O Pe. Andrew Fernandes (49) pro-

    vincial da Provncia de Pune.

    O Pe. Leonard Chiti (49) provincial da Provncia de Zambia-Malawi.

    O Pe. Dalibor Renic (40) provincial da Provncia de Crocia.

    O Pe. Danis Ponniah (54) provin-cial da Provncia de Madurai.

    O Pe. Johan Verschueren (BSE) su-

    perior regional da nova Regio dos

    Pases Baixos de Europa (ELC).

    O Papa Francisco nomeou:

    O Pe. Alexander Aloysius Alan

    McGuckian (HIB), bispo da Dio-

    cese de Raphoe, Irlanda. Nascido

    em 1953, McGuckian entrou na Companhia em 1972 e foi ordena-do sacerdote em 1984.

  • 20 21Em Em

    A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL

    A COMPANHIA UNIO EM CRISTO

    Pe. Roberto Jaramillo Bernal, SJPresidente da CPAL

    No h nenhum campo humano vetado para os companheiros de Jesus. Onde quer que seja possvel reconhecer e trabalhar pela dig-

    nidade das pessoas e das comunidades

    para crescermos juntos medida da ima-

    gem que Cristo Jesus, pode haver um je-

    suta exercendo a sua vocao: colaborar

    na misso do Cristo.

    Toda realidade humana lugar te-

    olgeno: onde a Divindade aparece e

    manifesta-se. Por isso, pode ser, tam-

    bm, um lugar teolgico: onde o divino

    experimentado e compreendido; e, ao

    mesmo tempo, um lugar pastoral: onde

    a fraternidade manifesta-se no servio

    de uns e outros. Essa especial densida-

    de da nossa vida baseia-se no mistrio

    da encarnao: Deus, em sua incompre-

    ensibilidade absoluta, manifesta-se na

    limitao de nossas culturas, histrias,

    pessoas e povos. O mistrio revelado, o

    continente contido, o infinito limitado,

    o Outro feito prximo.

    Essa uma dinmica divina que ex-

    cede nossa compreenso e que requer de

    ns, diariamente, o melhor dos recursos

    espirituais que temos: uma experin-

    cia positiva da realidade Princpio e

    Fundamento , a prtica constante de

    discernir o Esprito desejar e escolher

    e uma atitude de reconhecer que tudo

    dom e graa contemplao na ao.

    A 36 CG (Congregao Geral) foi ins-pirada pela lembrana de que Santo In-

    cio e os primeiros companheiros, duran-

    te a sua estada em Veneza (Itlia), no

    ficaram sempre juntos, mas, sim, dis-

    persaram-se, assumindo tarefas diferen-

    tes; e de que, em meio a essa disperso

    e multiplicidade de tarefas e carismas,

    viveram a experincia de formar um

    nico grupo e de permanecerem unidos

    no seguimento de Cristo. E continua:

    tambm ns, jesutas de hoje, nos entre-

    gamos a variadas formas de apostolado

    que, com frequncia, exigem especiali-

    zao e consomem energia, mas, se nos

    esquecemos de que somos um corpo,

    unido em e com Cristo, perdemos nossa

    identidade como jesutas e a capacidade

    de dar testemunho do Evangelho. Mais

    do que nossas competncias e habilida-

    des, o que d testemunho da Boa Nova

    a unio entre ns e com Cristo (No. 7).

    Temos o desafio de fazer com que

    nossa misso seja concreta em aes,

    propostas, projetos, instituies que

    promovam, ajudem e demonstrem,

    com fatos e palavras, o que Deus quer

    que acontea entre os homens. Esse

    servio, se for segundo o Esprito, pro-

    duz e alimenta-se, ao mesmo tempo, de

    uma dinmica consciente de identifi-

    cao pessoal e comunitria com Jesus

    [...]SOMENTE SE PERMANECERMOS ATIVAMENTE UNIDOS EM E COM CRISTO, PODEREMOS SER VERDADEIRAMENTE COMPANHEIROS DE JESUS

    Cristo. Dinmica que no somente

    nem principalmente contedo, ideia,

    metodologia, mas, sim, presena, con-

    verso, libertao, mistrio de salvao,

    que instaura nova relao entre as pes-

    soas, com as coisas e com Deus.

    Nada disso acontece sem orao pes-

    soal sria, profunda, preparada, avalia-

    da; nada disso acontece sem um exame

    consciente de nossas atitudes e decises

    cotidianas; nada disso acontece se no

    houver celebrao comum da f. ali

    onde est em jogo a fidelidade vocao

    para a qual fomos chamados e, em ltima

    instncia, a nossa felicidade e nosso tes-

    temunho de vida. Estou convencido de

    que o maior desafio que temos, pessoal

    e comunitariamente, neste mundo atual

    e digo isso como uma confisso de mi-

    nha prpria experincia frgil e pecadora

    a recuperao, caso seja necessria, e

    a manuteno cotidiana de uma experi-

    ncia profunda de orao, de exame, de

    celebrao da f.

    A Companhia de Jesus uma Unio

    e no uma Unidade, costumava insistir

    o Pe. Kolvenbach. Pois bem, somente se

    permanecermos ativamente unidos em

    e com Cristo, poderemos ser verdadeira-

    mente Companheiros de Jesus.

  • 20 21Em Em

    ENCONTRO DA REPAM COLMBIA

    RENOVAO DO PROJETO DO ISCOS

    MISSO DOS ESTUDANTES JESUTAS

    NOVA SEDE DO PAMSJ

    Entre os dias 19 e 24 de junho, cer-ca de 100 pessoas, pertencentes Rede Eclesial Pan-Amaznica REPAM Colmbia, participaram de um

    encontro na cidade colombiana de Let-

    cia. O encontro teve como intuito refletir

    sobre a presena da Igreja na realidade

    da Amaznia colombiana e de definir

    estratgias de trabalho conjunto para o

    cuidado com o bioma Amaznico.

    Em junho, Hung Nguyen e Argenis Garca, dois estudantes jesutas de Teologia, de Bogot (Colmbia), colaboraram com o PAMSJ e vivenciaram

    a experincia amaznica. Na primeira

    semana, Argenis participou da Semana

    Vocacional da Diocese de Alto Solimes,

    na parquia de Tonantins, na qual traba-

    lhou com as crianas e jovens das esco-

    las da rea urbana e com as comunida-

    des da cidade e ribeirinhas. Na mesma

    Em 7 de junho, o padre Valrio Sartor participou da apresen-tao da renovao do Proje-to Solimes Sustentvel, executado

    pelo ISCOS (Instituto Sindical pela

    semana, Hung esteve no lado peruano,

    acompanhando os freis franciscanos na

    parquia de Caballo Cocha, com ativida-

    des nas comunidades ribeirinhas.

    Nas ltimas duas semanas, eles

    acompanharam a equipe pastoral nas

    comunidades indgenas do lado co-

    lombiano, onde, junto com as cate-

    quistas, visitaram as famlias, fizeram

    celebraes da Palavra e realizaram

    atividades com os jovens e as crianas.

    Cooperao ao Desenvolvimento),

    que atua na regio do Alto Solimes.

    A iniciativa pretende trabalhar com

    as comunidades indgenas e ribeiri-

    nhas de nove municpios da regio

    O padre Valrio Sartor celebrou as mis-

    sas dominicais em Nazareth e Arara.

    Ambos os estudantes ficaram muito

    agradecidos pela acolhida da equipe do

    PAMSJ e pela receptividade das comu-

    nidades. Dessa forma, retornaram para

    Bogot animados com a experincia de

    conhecer a regio, tanto com suas ri-

    quezas culturais e naturais quanto com

    os desafios que se apresentam traba-

    lhando na Amaznia.

    em um perodo de trs anos. A en-

    tidade aliada da ao que realiza o

    PAMSJ, no processo de sistematiza-

    o de experincias socioeconmi-

    cas produtivas.

    O evento foi organizado pelas

    equipes da Pastoral Social Nacional de

    Leticia e dos jesutas do PAMSJ (Proje-

    to Pan-amaznico da CPAL) e contou

    com a presena dos bispos da regio

    Amaznica. Buscou-se fortalecer a

    identidade da REPAM luz da enc-

    clica Laudato Si, como caminho para

    a reconciliao com a criao e a pro-

    teo da Amaznia colombiana, bem

    como reforar o trabalho em Rede e

    definir aes estratgicas conjuntas

    como Igreja.

    Depois de alguns meses de bus-ca, a Provncia dos Jesutas da Colmbia comprou uma casa na cidade de Leticia e cedeu-a para a

    comunidade jesuta, na condio de

    pagamento de aluguel. Nos ltimos

    dias de junho, aconteceu a mudan-

    a para a nova casa, que ser a sede

    do PAMSJ. Os jesutas do projeto

    agradecem Provncia da Colmbia

    pela gesto dessa aquisio, diante

    do importante passo para a misso e

    para a presena nessa fronteira. Ano-

    te o endereo: Calle 10, n 5 - 14, Leti-cia (Colmbia).

    Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal (n 39/Junho 2017) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.

  • 22 23Em Em

    COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F

    A programao da Festa Nacio-nal de So Jos de Anchieta, uma das manifestaes catli-cas mais tradicionais do sul do Estado

    do Esprito Santo, foi preparada com

    muito carinho pela equipe do Santu-

    rio Nacional de So Jos de Anchieta,

    sob a coordenao do reitor padre Csar

    Augusto dos Santos. Entre os dias 27 de maio e 18 de junho, os festejos reuni-ram milhares de devotos do apstolo e

    padroeiro do Brasil.

    Os festejos iniciaram-se com a Cami-

    nhada Luminosa, da Praa da Sereia, em

    Ub, Anchieta (ES), at o Santurio Na-

    cional, em um percurso de 13 quilme-tros, que, por muitas vezes, foi feito pelo

    padre Jos de Anchieta durante sua in-

    tensa misso evangelizadora. Ao chegar

    ao Santurio, os peregrinos foram recep-

    cionados com uma Missa. Na ocasio,

    os fiis fizeram um exerccio de reflexo

    em honra ao testemunho do Padroeiro

    do Brasil, ttulo concedido h dois anos,

    ao lado de Nossa Senhora Aparecida,

    um ano aps ter sido reconhecido como

    Santo pelo Papa Francisco.

    Com o tema Anchieta, o poeta de

    Maria: Me, minha esperana, vida,

    amor e glria!, teve incio o primeiro

    dia da Novena, presidida pelo reitor do

    Santurio, Padre Csar, em preparao

    FIIS PARTICIPAM DE HOMENAGENS A SO JOS DE ANCHIETA

    para a grande festa do dia 9 de junho. A escolha do tema esteve em sintonia

    com o Ano Mariano e destacou o pro-

    fundo amor de So Jos de Anchieta a

    Maria Santssima. Durante a novena,

    as celebraes foram presididas pelos

    bispos e arcebispos: dom Fernando

    Jos Monteiro Guimares, CSSR, arce-

    bispo ordinrio militar do Brasil, Bra-

    slia (DF); dom Dario Campos, OFM,

    bispo de Cachoeiro de Itapemirim (ES);

    dom Walmor Oliveira de Azevedo, ar-

    cebispo de Belo Horizonte (MG); carde-

    al dom Srgio da Rocha, arcebispo de

    Braslia e presidente da CNBB (Confe-

    rncia Nacional dos Bispos do Brasil);

    dom Pedro Brito Guimares, arcebis-

    po de Palmas (TO); dom Srgio Arthur

    Braschi, bispo de Ponta Grossa (PR);

    dom Jos Luiz Majella Delgado CSSR,

    arcebispo de Pouso Alegre (MG).

    Os devotos lotaram o Santurio, em

    verdadeira demonstrao de f, espiri-

    tualidade e amor ao Apstolo do Brasil.

    Tambm estiveram presentes, no per-

    odo da Novena, o Seminrio Nossa Se-

    nhora da Penha, a Parquia Santa Maria

    Goretti, de Cariacica; a Parquia Nossa

    Senhora das Graas, de Vitria; a Par-

    quia So Francisco Xavier e a Parquia

    Nossa Senhora da Assuno, ambas de

    Anchieta. Todas as noites foram marca-

    das pela religiosidade, orao, louvor e

    agradecimentos pelas graas alcana-

    das por intermdio do padroeiro dos

    catequistas, dos literatos e da cultura.

    O ponto alto das homenagens ao Pa-

    droeiro do Brasil se deu com a Missa So-

    NO PATEO DO COLLEGIONos dias 9 e 10 de junho, o Pateo do Collegio celebrou So Jos de Anchieta com

    missa, apresentao de danas populares das crianas do Projeto OCA e oficina

    sobre Anchieta e a Botnica. As atividades movimentaram o Memorial da Compa-

    nhia de Jesus em So Paulo (SP). A interao com os pessoas aconteceu de forma

    espontnea e mostrou a diversidade e a riqueza da cultura popular brasileira.

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  • 22 23Em Em

    CENTRO DE SERVIO PARA A COLABORAO, F E ESPIRITUALIDADE INAUGURADO

    Em 11 de junho, a Companhia de Jesus inaugurou seu Centro de Ser-vio para a Colaborao, F e Espi-ritualidade, em Campinas (SP). Estiveram

    presentes, na celebrao eucarstica, cerca

    de 100 pessoas, entre jesutas de vrias re-gies do pas e leigos. A obra ser refern-

    cia para a articulao da colaborao entre

    leigos e jesutas, alm de possibilitar a

    irradiao da experincia transformadora

    da f por meio dos Exerccios Espirituais

    de Santo Incio.

    Tomara que este Centro de Servio

    seja a oportunidade e a mediao para

    Deus passar. Nossas instituies apostli-

    ESSA INAUGURAO D VISIBILIDADE IMPORTNCIA QUE A COLABORAO E A ESPIRITUALIDADE TM NA MISSO DA COMPANHIA DE JESUS.

    Pe. Carlos Alberto Contieri, secretrio para a Colaborao com Outros, F e Espiritualidade da Provncia

    cas so mediaes para que Deus passe

    pela vida das pessoas, transformando-

    -as, onde quer que estejamos, ressaltou

    o padre Carlos Alberto Contieri, secret-

    rio para a Colaborao com Outros, F e

    Espiritualidade da Provncia dos Jesutas

    do Brasil BRA, durante a cerimnia. Essa

    inaugurao d visibilidade importncia

    que a colaborao e a espiritualidade tm

    na misso da Companhia de Jesus.

    Durante a celebrao, o padre Vicente

    Zorzo, superior da Plataforma Apostlica

    Sul 1, tambm lembrou a importncia da misso do Centro de Servio. um tra-

    balho improvvel e importante. H mui-

    to a ser feito, o melhor ainda est por vir.

    Temos uma misso difcil, pois vivemos

    um momento difcil da humanidade e

    temos de semear esperana e amor, afir-

    mou o jesuta.

    lene na tarde do dia 9 de junho, na Praia Central, presidida por dom Luiz Mancilha

    Vilela, SSCC, arcebispo Metropolitano de

    Vitria, e concelebrada pelo Pe. Csar, rei-

    tor do Santurio, e pelos padres: Cleomar,

    Felipe, Charles, Firmino, Jairo e Pierre. Na

    ocasio, Padre Csar pediu para dom Luiz

    descerrar o quadro de So Jos de Anchie-

    ta, utilizado na missa de ao de graa pela

    canonizao, celebrada pelo Papa Francis-

    co em 24 de abril de 2014, e que foi doado ao Santurio. Na oportunidade, o bispo

    tambm fez o rito da Bno das Rosas de

    So Jos de Anchieta, abenoando todas

    as flores levadas pelos fiis.

    Tambm fizeram parte da progra-

    mao religiosa a terceira edio da

    Romaria dos Devotos, que saiu de Ja-

    baquara, em Anchieta, em direo ao

    Santurio Nacional, e a tradicional

    caminhada Passos de Anchieta, que

    resgata o trajeto percorrido pelo Padro-

    eiro do Brasil nos ltimos dias de vida,

    entre as cidades de Vitria e Anchieta,

    em um percurso de 100 quilmetros em quatro dias. Ao chegar ao Santurio,

    no ltimo dia dos festejos, 18 de junho, os peregrinos dos dois grupos foram

    acolhidos pelo reitor, Padre Csar, e re-

    cepcionados com uma Missa. As duas

    caminhadas surgiram a partir da devoo

    a So Jos de Anchieta. Foi um verdadeiro

    encontro de amor e de f, marcado pela

    orao e espiritualidade.

    Alm da programao religiosa, a Festa

    Nacional tambm contou com a realizao

    da quermesse na Praa do Santurio e uma

    variada agenda cultural, gastronmica e

    musical. Para encerrar oficialmente os fes-

    tejos, foi realizada a Santa Missa no Santu-

    rio, na noite do dia 18 de junho, presidida

    pelo reitor do Santurio padre Csar e con-

    celebrada pelo padre jesuta Jonas Carva-

    lho, que mora em So Paulo e participou da

    peregrinao Passos de Anchieta.

  • 24 25Em Em

    COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F

    COLABORADORES FAZEM EXERCCIOS ESPIRITUAIS NO RS

    A tranquilidade e o verde am-plo, caractersticos do CECREI (Centro de Eventos Cristo Rei), em So Leopoldo (RS), deram forma a

    um ambiente acolhedor e propcio aos

    estudos e troca de experincias entre

    os participantes da segunda etapa do

    Projeto Pegadas de Santo Incio. O en-

    contro foi realizado entre os dias 2 e 4 de junho e reuniu 36 profissionais, repre-sentando diversas instituies jesutas

    do sul do Brasil: Associao Antnio

    Vieira (ASAV), colgios Anchieta (Porto

    Alegre/RS) e Catarinense (Florianpo-

    lis/SC), Parquia Santo Incio (Casca-

    vel/PR), Casa de Sade e Bem-Estar So

    Jos (So Leopoldo/RS), Ncleo de Es-

    piritualidade de Pelotas (RS) e da Fun-

    dao F e Alegria, das cidades de Porto

    Alegre (RS) e de Palhoa (SC).

    Vinculado Provncia dos Jesutas

    do Brasil BRA, o Projeto Pegadas de

    Santo Incio tem por objetivo propor-

    cionar uma experincia pessoal com

    Deus por meio dos Exerccios Espiritu-

    ais de Santo Incio de Loyola, incenti-

    vando os participantes junto misso

    da Igreja e da Companhia de Jesus.

    O Projeto conta com cinco etapas e

    esse segundo momento abordou a te-

    mtica da Introduo Sagrada Escritu-

    ra e a metodologia de orao inaciana.

    No decorrer dos trs dias do encontro,

    os participantes fortaleceram seus co-

    nhecimentos e vivncias luz de Santo

    Incio de Loyola e da Espiritualidade

    Inaciana, por meio de palestras, ora-

    es, partilhas em grupo e tambm da

    exibio e anlise do filme sueco A vida

    no paraso, que concorreu ao Oscar de

    Melhor Filme Estrangeiro em 2004.Segundo padre Nereu Fank, educa-

    dor do Colgio Catarinense e assessor

    da segunda etapa do Projeto, esse tem-

    po foi voltado aos estudos e orao,

    a partir de mtodos inacianos e do uso

    das Sagradas Escrituras. Durante o en-

    contro, os participantes puderam estu-

    dar, rezar e partilhar ricos momentos de

    espiritualidade, a partir da experincia

    do exame de conscincia, da meditao

    e da contemplao inaciana. A experi-

    ncia tambm possibilitou o contato

    Profissionais de instituies jesutas participam do Projeto Pegadas de Santo Incio

    mais prximo com a Bblia, estrada an-

    tiga para o conhecimento de Deus, des-

    tacou o jesuta.

    A prxima etapa do Projeto Pegadas

    de Santo Incio j tem data e local: de 21 a 24 de setembro, na Casa de Retiros Vila Ftima, em Florianpolis (SC).

    DURANTE O ENCONTRO, OS PARTICIPANTES PUDERAM ESTUDAR, REZAR E PARTILHAR RICOS MOMENTOS DE ESPIRITUALIDADE, A PARTIR DA EXPERINCIA DO EXAME DE CONSCINCIA, DA MEDITAO E DA CONTEMPLAO INACIANA

    Pe. Nereu Fank

  • 24 25Em Em

    SARES LEVAR PROJETO PARA ASSENTAMENTO INDGENA

    A equipe do SARES (Servio Amaznico de Ao, Reflexo e Educao Socioambiental), com o objetivo de acompanhar, servir

    e incidir na educao popular dife-

    renciada de lideranas locais e comu-

    nitrias, levar para o assentamento

    indgena e no indgena Sol Nascente,

    localizado na zona norte da cidade de

    Manaus (AM), o projeto Aprendiza-

    gem Socioambiental para uma Ecolo-

    gia Integral.

    A iniciativa ser aplicada na comu-

    nidade a partir das experincias con-

    cretas, encarnadas e inspiradoras da

    vida cotidiana amaznica, dentro dos

    marcos temticos da Igreja Catlica

    Ecumnica e da Provncia dos Jesutas

    do Brasil BRA.

    A princpio, a equipe realizar vi-

    sitas comunidade para ouvir suas

    demandas e necessidades, coletar da-

    dos e partilhar dos saberes das pesso-

    COMPANHIA DE JESUS CUIDADO DA AMAZNIA

    as, com o intuito de gerar uma troca

    de conhecimentos e sensibilizao,

    ampla e aberta, sobre temticas socio-

    ambientais, modos de vida amazni-

    cos e valorizao dos conhecimentos

    tradicionais. Alm disso, pretende

    criar um diagnstico e uma cartogra-

    fia social.

    O trabalho do SARES tem como obje-

    tivo motivar e despertar para o compro-

    misso e o cuidado da Amaznia, median-

    te a troca de aprendizagem que contribua

    para a sociedade do Sumak Kawsay.

    A iniciativa tambm ajudar a descobrir

    alternativas de transformao e harmo-

    nizao na relao com as pessoas (Cida-

    dania) e com a natureza (Florestania, que

    significa cidadania na floresta).

    ASSENTAMENTO SOL NASCENTE

    O assentamento Sol Nascente sur-

    giu da necessidade de oferecer um lu-

    gar para servir de abrigo aos membros

    da etnia Kaixana, originrios de Santo

    Antnio do I, no rio Alto Solimes, h

    333 km de Manaus, capital do Amazo-nas. Algumas pessoas de outras etnias

    se juntaram, com o mesmo propsito

    e desejo de constituir uma sede dentro

    da capital. Assim, o Assentamento teve

    incio em junho de 2013. As 12 etnias que residem no local so: Apurin,

    Bar, Dessana, Kaixana, Kokama, Mira-

    nha, Munduruku, Mura, Sater-Maw,

    Tariano, TiKuna, Tukano.

    Sumak Kawsay uma expres-

    so originria da lngua Quchua,

    idioma tradicional dos Andes,

    que significa plenitude e viver.

    usada como referncia ao mo-

    delo de desenvolvimento que ga-

    rante a realizao do bem viver

    em uma sociedade.

  • 26 27Em Em

    COMPANHIA DE JESUS EDUCAO

    FAJE EST ENTRE AS DEZ MELHORES FACULDADES DO BRASIL

    A Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia (FAJE) confirmou, mais uma vez, seu lugar de destaque entre as instituies de ensino ao ficar

    entre as 10 melhores faculdades do pas,

    segundo o ndice Geral de Cursos (IGC) do

    MEC. A avaliao analisou mais de 1700

    faculdades do Brasil.

    Eleita como a dcima melhor ins-

    tituio de ensino superior, a FAJE

    primeira colocada no estado de Mi-

    nas Gerais. O ranking faz parte de uma

    srie de indicadores de qualidade da

    educao superior relativos a 2015 divulgados pelo Inep (Instituto Na-

    cional de Estudos e Pesquisas Educa-

    cionais Ansio Teixeira), em maro, e

    atualizado dia 8 de junho, aps algu-mas instituies recorrerem para efe-

    tuar correes na anlise.

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    ESCOLA BRASILEIRA DE ECONOMIA E FINANAS (FGV)

    RANKING FACULDADES ESTADO ICG CONTNUO

    ESCOLA DE ECONOMIA DE SO PAULO (FGV)

    INSTITUTO TECNOLGICO DE AERONUTICA

    FACULDADE FIPECAFI

    FACULDADE DE ODONTOLOGIA SO LEOPOLDO

    FACULDADES EST

    ESCOLA SUPERIOR DE CINCIAS SOCIAIS (FGV)

    FACULDADE FUCAPE

    INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

    FACULDADE JESUTA DE FILOSOFIA E TEOLOGIA

    RJ

    SP

    SP

    SP

    SP

    RS

    RJ

    ES

    RJ

    MG

    4,85

    4,79

    4,60

    4,53

    4,51

    4,48

    4,41

    4,36

    4,32

    4,30

    A FAJE parabeniza professores, fun-

    cionrios, alunos e membros da direo

    e coordenao, responsveis por essa

    conquista. O reconhecimento motivo

    de orgulho e de motivao para que a ins-

    tituio prossiga trilhando esse caminho

    de sucesso, buscando sempre o magis, a

    partir de sua inspirao jesutica.

    Fonte: INEP

    Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia recebeu nota 4,30 na escala do IGC

  • 26 27Em Em

    SEMINRIO SOBRE EDUCAO ACONTECE EM SETEMBRO

    Como parte das comemoraes por seus 150 anos, completados em maio de 2017, o Colgio So Lus promover, entre os dias 15 e 17 de setem-bro, o evento +150 anos Inventando Futu-ros Seminrio de Prticas Educativas.

    O espao proporcionar trocas de ex-

    perincias bem-sucedidas, assim como

    pesquisas, que respondam eficazmente

    aos desafios enfrentados no cotidiano

    escolar. Podem participar pesquisadores,

    estudantes e profissionais da rea educa-

    cional, sejam da Rede Jesuta de Educao

    (RJE) ou no.

    No dia 15, o seminrio contar com a participao da professora e ps-doutora

    Helena Singer, sociloga e consultora do

    Centro de Referncias em Educao In-

    tegral, que foi assessora especial do MEC

    (2015). Helena tambm autora de livros e artigos e possui experincia na rea de

    Educao e Direitos Humanos.

    No segundo dia do evento (16), acon-tecer um debate envolvendo a professora

    Luciene Tognetta e o padre jesuta Luiz

    Fernando Klein. Luciene professora da

    Faculdade da Unesp de Araraquara (Uni-

    versidade Estadual Paulista Jlio de Mes-

    Mais informaes em

    www.saoluis.org/150anos

    quita Filho) e autora de diversos livros

    sobre temas socioemocionais relaciona-

    dos ao cotidiano das escolas, como tica,

    solidariedade e bullying. Padre Klein foi

    reitor dos colgios So Lus e Santo Incio

    (Rio de Janeiro) e, atualmente, assessor

    pedaggico da Rede Jesuta de Educao

    no Brasil.

    A partir das reflexes e trocas realiza-

    das ao longo do seminrio, o Colgio So

    Lus espera contribuir com a conversao

    acadmica e com o dilogo pedaggico

    que acontecem, respectivamente, nas

    universidades e nas escolas de Ensino

    Fundamental e Mdio.

    LUIZ GONZAGA BELLUZZO FAZ PALESTRA NA UNICAP

    A necessidade de reconstruir o pensamento econmico, tendo o cidado comum como ator prin-cipal, foi uma das ideias defendidas pelo

    economista e professor titular da Univer-

    sidade Estadual de Campinas (Unicamp)

    Luiz Gonzaga Belluzzo. Ao lado da tambm

    economista e consultora Tania Bacelar e

    do presidente da Central nica dos Traba-

    lhadores, em Pernambuco (CUT-PE), Car-

    los Veras, Belluzzo participou de uma roda

    de dilogos na Unicap (Universidade Ca-

    tlica de Pernambuco), no dia 9 de junho.

    Assessor por 20 anos de Ulysses

    Guimares presidente da Assembleia

    Nacional Constituinte, que elaborou e

    promulgou a Constituio de 1988 , o

    economista classificou o atual momen-

    to do Brasil como sendo uma situao

    singular. Belluzzo tambm fez crticas

    ao sistema oligrquico da mdia brasi-

    leira.

    No entanto, sua fala abordou a conjun-

    tura econmica global de prevalncia da

    lgica do capitalismo rentista sobre o ca-

    pitalismo de produo. O professor apon-

    tou o capitalismo rentista como uma das

    causas para a perda de direitos. Para ele, a

    eleio de Donald Trump e a oposio de

    parte da sociedade europeia s reformas

    so os protestos de quem se sente aban-

    donado aps perder as conquistas sociais

    do ps-guerra. impossvel fazer reforma

    trabalhista sem garantir direitos sociais.

    O evento, promovido pela CUT-PE,

    sindicatos dos bancrios e dos trabalha-

    dores em educao, teve apoio do Ins-

    tituto Humanitas Unicap e do curso de

    Cincias Econmicas da Universidade

    Catlica de Pernambuco.

    Fico muito feliz em abrir esse espao

    de dilogo e cidadania em uma hora em

    que precisamos muito reconstruir nossa

    vida democrtica, disse o reitor da Uni-

    cap, padre Pedro Rubens Ferreira de Oli-

    veira, ao dar as boas-vindas ao pblico.

    Na foto (esq. p/ dir.), a economista Tnia Bacelar, o presidente da CUT/PE, Carlos Veras, e o economista e professor, Gonzaga Belluzzo.

    A

  • 28 29Em Em

    COMPANHIA DE JESUS EDUCAO

    POLO UNIVERSITRIO SANTO INCIO INAUGURADO

    A qualidade acadmica de qua-tro instituies comunitrias, reunidas em um parceria in-dita no Cear, inaugura o Polo Uni-

    versitrio Santo Incio, em Fortaleza.

    A iniciativa rene a Unicap (Univer-

    sidade Catlica de Pernambuco), o

    Colgio Santo Incio de Fortaleza, o

    movimento de educao popular F

    e Alegria e a Unicatlica (Centro Uni-

    versitrio Catlica de Quixad).

    O Polo Universitrio, que funcio-

    nar dentro do Colgio Santo Incio,

    oferece duas especializaes, nas reas

    jurdica ou de educao. A ps-gradua-

    o em Direito Administrativo abordar

    as tendncias atuais e busca capacitar

    profissionais que atuam nos setores

    pblico e privado com o direito tribut-

    rio, financeiro, econmico, empresarial

    e ambiental. J a especializao em Ges-

    to de Aprendizagem visa desenvolver

    metodologias criativas e inovadoras,

    com o objetivo de conhecer as bases do

    funcionamento neurolgico humano,

    auxiliando na compreenso do proces-

    so de aprendizado e suas relaes.

    O reitor da Unicap, padre Pedro Ru-

    bens Ferreira de Oliveira, explica que o

    Polo um ponto de encontro que vai

    reunir o melhor das instituies en-

    volvidas na parceria, podendo oferecer

    dupla titulao nas especializaes e

    outras modalidades de cursos. Padre

    Pedro cearense, de Vazantes, e o pri-

    meiro brasileiro a tornar-se presidente

    da Federao Internacional das Univer-

    sidades Catlicas (FIUC).

    Diante de um mundo de concor-

    rncia entre instituies, apostamos na

    parceria. Em tempos de crises, aposta-

    mos na qualificao profissional e no

    investimento nas pessoas. Essa parce-

    ria nasce da natureza comum entre es-

    sas instituies, bem como do compro-

    misso com a qualidade, com a formao

    integral e humanstica, com a respon-

    sabilidade social, afirma o jesuta, que

    tambm presidente da Associao

    Brasileira das Universidades Comunit-

    rias (ABRUC).

    O reitor da Unicatlica, Prof. Ma-

    noel Messias de Sousa, assegura que o

    Polo de Ps-graduao, objeto da par-

    ceria entre as instituies, ser uma

    nova fase na consolidao de amplo

    projeto de colaborao e ao compar-

    tilhada no mbito da